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Campus – Nova Iguaçu

Curso de Biomedicina

Clonagem e sua Ética

Disciplina: Técnicas Moleculares Laboratoriais

Docente: Michele Teixeira Machado Nardy

Discente:

Josemara Ferreira Nunes – 6501887

Valéria Priscila Lima Loureiro – 6501707


A clonagem de seres humanos é um crime sobre qualquer pretexto. Da mesma
forma que é um crime ser impedido por lei o uso de células-tronco embrionárias
clonadas no tratamento de doenças graves.

É um mecanismo comum de propagação da espécie em plantas ou bactérias.


De acordo com Webber (1903), um clone é definido como uma população de
moléculas, células ou organismos que se originam de uma única célula e que são
idênticas à célula original e entre elas. Em humanos, os clones naturais são os
gêmeos idênticos que se originam da divisão de um ovulo fertilizado.

A grande revolução da ovelha Dolly, foi que abriu caminho para a possibilidade
da clonagem humana, que foi a demonstração, pela primeira vez, que era possível
clonar um mamífero, isso foi produzir a cópia geneticamente idêntica, a partir de uma
célula somática diferenciada. Onde pesquisadores escoceses retiraram o núcleo
contendo do DNA de um ovulo e nele introduziram o DNA retirado de uma célula
mamaria adulta.

É interessante que entre todos os mamíferos que já foram clonados, a


eficiência é um pouco maior em bezerros, cerca de 10% a 15%. Com os avanços mais
recentes em clonagem reprodutiva permitem que possamos ter conclusões
importantes, são elas:

1) A maioria dos clones morre no início da gestação;


2) Os animais clonados tem defeitos e anormalidades semelhantes,
independentemente da célula doadora ou da espécie;
3) A espécie da clonagem depende do estágio de diferenciação da
célula doadora;
4) Essas anormalidades provavelmente ocorrem por falhas na
reprodução do genoma.

A técnica de clonagem terapêutica na obtenção de células-tronco, é quando


pegamos esse mesmo óvulo cujo núcleo foi substituído por um de uma célula
somática e ao invés de inseri-lo em um útero, são deixados que seja dividido em
laboratório, teremos a possibilidade de usar as células, que na fase de blastócito são
pluripotentes, para fabricar diferentes tecidos. Isto abriria perspectivas fantásticas para
futuros tratamentos, porque hoje só em laboratório se consegue cultivar células com
as mesmas características do tecido de ode foram retirados. É muito importante que
as pessoas entendam que na clonagem para fins terapêuticos, são gerados somente
tecidos em laboratório, sem implantação no útero. Não se trata de clonar um feto ate
alguns meses dentro do útero para depois retirar os órgãos como alguns acreditam.
A clonagem terapêutica tem a vantagem de evitar rejeição, se o doador for ele
próprio. Como por exemplo, de reconstituir a medula em alguém que se tornou
paraplégico após um acidente ou para substituir o tecido cardíaco em uma pessoa que
sofreu um infarto. Mais infelizmente, esta técnica tem suas limitações, o doador não
poderia ser a própria pessoa no caso de afetados por doenças genéticas, pois neste
caso a mutação patogênica causadora da doença estará presente em todas as células
clonadas. Neste caso deve ser usar linhagens de células-tronco embrionárias de outra
pessoa, mas teríamos o problema da compatibilidade entre o doador e o receptor.
Neste caso, um afetado por distrofia muscular progressiva que necessita substituir seu
tecido muscular, ele não poderia usar suas próprias células-tronco, mas de um doador
compatível que poderia ser eventualmente um parente próximo. Além de não
sabermos se no caso de células obtidas de uma pessoa idosa, com Alzheimer, se as
células clonadas teriam a mesma idade do doador ou seriam células jovens. Mais uma
das questões seriam a reprogramação dos genes que podem inviabilizar o processo
dependendo do tecido ou do órgão a ser substituído. Mais o mais importante é saber
que ainda há Ética nos estudos sobre clonagem, mesmo sabendo que sejamos
favoráveis à clonagem terapêutica, ainda se trata de uma tecnologia que necessita de
uma pesquisa antes de ser aplicada como tratamento clinico. E independente de
julgamentos morais, a clonagem reprodutiva deve ser proibida por lei, porque não
existe a menor segurança de que bebês gerados por meio dela serão bem formados.

A terapia celular com outras fontes de células-tronco em indivíduos adultos,


existem células-tronco em vários tecidos, como medula óssea, sangue e fígado, de
crianças e adultos. A quantidade é pequena e não sabemos ainda em que tecido é
capaz de se identificar. Pesquisadores recentemente mostraram que células-tronco
retiradas da medula de um indivíduo com problemas cardíacos foram capazes de
reconstituir o musculo do seu coração o que abre perspectivas fantásticas de
tratamento para pessoas com problemas cardíacos, mas a maior limitação dessa
técnica é o autotransplante, que é ela não serviria para portadores de doenças
genéticas.

Em pesquisas sobre o cordão umbilical e a placenta, recentemente vem


mostrando que o sangue do cordão umbilical e da placenta são ricos em células-
tronco. No entanto, também não sabemos ainda qual é o potencial de diferenciação
dessas células em diferentes tecidos. Já foi sugerido são capazes de diferenciar em
musculo cardíaco e sistema nervoso, um resultado extremamente animador, se
pesquisas com células-tronco do cordão umbilical der o resultado esperado, se for
realmente capaz de regenerar tecidos ou órgãos, esse será certamente uma notícia
fantástica, pois não envolveria questões éticas.

Ao que se refere aos aspectos éticos, apesar do argumento, o uso de células-


tronco embrionárias para fins terapêuticos, são obtidas tanto pela transferência do
núcleo como de um embrião descartados em clinicas de fertilização, são definidos
pelas inúmeras pessoas que poderão se beneficiar por essa técnica, pela maioria dos
cientistas. Existem no mundo todo diversos cientistas que se posicionam contra a
clonagem reprodutiva defendem a pesquisas com células embrionárias para fins
terapêuticos. A clonagem terapêutica pode abrir caminho para a clonagem reprodutiva
devemos lembrar que existe uma diferença intransponível entre os dois
procedimentos: a implantação ou não em um útero humano. Basta proibir a
implantação no útero. Quando pensamos que qualquer célula humana pode ser
teoricamente clonada e gerar um novo ser, podemos chegar ao exagero de achar que
toda vez que tiramos a cutícula ou arrancamos um fio de cabelo, estamos destruindo
uma vida humana em potencial. O núcleo de uma célula da cutícula poderia ser
colocado em um ovulo enucleado, inserido em um útero e gerar uma nova vida.

Um outro ponto de vista, é a cultura de tecidos, é uma pratica comum em


laboratórios, apoiada por todos. A única diferença no caso seria o uso de óvulos, que
quando não fecundados são apenas células, que permitiriam a produção de qualquer
tecido no laboratório. Ao invés de poder se produzir apenas um tipo de tecido, já
especializado o uso de óvulos permitiria fabricar qualquer tipo de tecido. É antiético
isto?

As perguntas que sempre são feitas quando botas a Ética na frente. Quanto ao
comercio de óvulos, não seria a mesma coisa que ocorre atualmente com transplantes
de órgãos? Não seria mais fácil doar os óvulos do que um rim? Cada um de nós pode
se perguntar: você doaria um ovulo para ajudar alguém ou para salvar uma vida?

Quando à destruição de embriões humanos, de novo devemos lembrar que


estamos falando de cultivar tecidos ou até mesmo órgãos a partir de um embrião que
são normalmente descartados e que nunca serão inseridos em um útero. Se sabe que
90% dos embriões gerados em clinicas de fertilização e que são inseridos em úteros
nas melhores condições não gera, vida. Já foi provado que células obtidas de
embriões de má qualidade não teriam potencial para gerar uma vida, manter a
capacidade de gerar linhagens de células-tronco embrionárias portanto de gerar
tecidos.
É extremamente importante que as pessoas entendam a diferença entre
clonagem humana, clonagem terapêutica e terapia célula com células-tronco
embrionárias ou não. Há países em que aprovam pesquisas com células embrionárias
de embriões de até 14 dias. Essa também é a posição das academias cientificas de 63
países, incluindo o Brasil. Ainda é fundamental que a nossa legislação também aprove
pesquisas para que possamos salvar vidas.

Não podemos esquecer que ainda há a Ética ainda está sendo questionada no
que se diz respeito a clonagem, muitos pesquisadores ainda não aceitam que não se
possa realizar clonagem de células-tronco ou ate mesmo realizar a clonagem humana.
Por esse motivo existem leis e fiscalizações que põem em pratica para não haver um
problema gerando um clone humano com má formação ou até mesmo uma mutação
irreversível.

Referências bibliográficas

VARELLA, Drauzio – Clonagem humana, estudos avançados. Jornal folha de


São Paulo. Publicado em 28 de junho de 2004.

ZATZ, Mayana – Clonagem e células-tronco. Publicado na Sociedade Brasileira


para o Progresso da Ciência. Publicado em julho de 2004.

COSTA, Sergio I. F. e DINIZ, Débora. Mídia, clonagem e bioética. Publicado


em Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, janeiro de 2000.

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