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CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS

As células tronco também são conhecidas como células fonte. Elas se tratam de um tipo
muito específico de células que são capazes de dar origem a outras células, desempenhando
um importantíssimo papel na reposição celular e na regeneração tecidual. Mais
especificamente, para uma célula ser considerada célula tronco ela deve, obrigatoriamente,
apresentar duas características: divisão contínua e capacidade de diferenciação.
A capacidade de divisão contínua, ou auto-replicação, é a capacidade que essas células
têm de se multiplicarem, gerando células iguais a si. Já a outra característica, o potencial de
diferenciação, significa, simplesmente, o potencial que essas células têm de, em condições
específicas, poderem dar origem ou se transformar em outro tipo de células, com suas formas
e funções específicas.
Com relação aos tipos de células tronco, é possível dividi-las em dois grupos, as células
tronco embrionárias e as células tronco não embrionárias. Ambos os grupos possuem sua
importância e particularidades, sendo que compartilham as mesmas características basilares:
potencial de multiplicação e de diferenciação.

CÉLULAS TRONCO NÃO EMBRIONÁRIAS

As células tronco não embrionárias, também conhecidas como células tronco adultas,
estão presentes em pequenas quantidades no organismo, dispersas nos diferentes tecidos.
Esse grupo possui um potencial de diferenciação bastante diminuído em relação ao outro, em
razão dessa maior restrição elas são categorizadas como células multipotentes. Isso quer dizer
que, embora exista determinada restrição em qual tipo celular será originado, há a capacidade
dessas células fonte adultas se multiplicarem originando outro grupo de células. Exemplos
clássicos desse tipo celular são algumas células epiteliais, da medula óssea, entre outros.
Assim, esse tipo de células tronco desempenha importante papel na regeneração tecidual.

CÉLULAS TRONCO EMBRIONÁRIAS

As células tronco embrionárias se tratam das células oriundas de etapas bastante iniciais
do desenvolvimento fetal. Mais especificamente, após a fecundação ocorrem eventos de
divisão celular visando aumentar o número de células. Esse grupo de células tronco são as
que estão presentes na parte interna do blastocisto. Elas têm alta capacidade de diferenciação,
podendo dar origem a quase todos os tipos celulares do organismo. Não obstante, essa
capacidade não é plena. Isso ocorre porque existem estruturas específicas que elas não
conseguem formar, como os anexos embrionários. Por essa razão são chamadas de células
pluripotentes.
Uma outra forma em que as células tronco podem se apresentar são as células totipotentes.
Essas, sim, podem gerar todo e qualquer tipo de tecido que compõe o organismo, inclusive a
porção fetal da placenta. Nesse caso, as células que representam esse grupo são os
blastômeros, ou seja, as células iniciais da clivagem do zigoto em etapas anteriores ao
blastocisto. Dessa forma, as células tronco embrionárias apresentam grande importância no
desenvolvimento e crescimento do organismo.
Justamente o fato de essas células tronco embrionárias terem o potencial para gerar todos
os tipos celulares e seus respectivos tecidos de um organismo formado é que fez com que a
medicina moderna despertasse interesse na área. Isso ocorre porque o avanço de pesquisas
mostra que as células tronco podem ser uma saída para doenças degenerativas e, até mesmo,
para perda de órgãos completos, ou de suas funções, decorrentes de acidentes ou de doenças
deletérias.
Enfim, as células tronco se tratam de toda célula capaz de se multiplicar e diferenciar,
sendo distinguidos dois tipos: as adultas e as embrionárias. Assim, esse é uma área com uma
quantidade razoável de conhecimento acumulado e ainda está em plena expansão, justamente
por se tratar de uma excelente alternativa para a cura ou melhora na qualidade de vida de
indivíduos com diversas doenças, como Mal de Parkinson, alguns tipos de diabetes, remoção
de órgão em razão de câncer, entre diversas outras.
Muitos cientistas acreditam que as células tronco futuramente sejam empregadas em
várias patologias como a leucemia, Parkinson, epilepsia até mesmo o Alzheimer. Estudos
estão sendo realizados para a regeneração de tecidos, órgãos, músculos e nervos e bem breve
com a aplicação deste tipo de tratamento será possível a impressão 3D de órgãos através do
uso de células tronco, isso ajudaria a diminuir as filas de espera para transplante de órgãos.

O QUE SÃO?
São tipos de células que podem se diferenciar em células com funções muito
especializadas, constituindo diferentes tipos de tecidos do corpo.
Em termos práticos, podemos afirmar que células-tronco são células que têm o potencial
de recompor tecidos danificados e, assim, auxiliar no tratamento de doenças como câncer,
mal de Parkinson, mal de Alzheimer e doenças degenerativas e cardíacas.

Quais os tipos conhecidos de células-tronco e os benefícios esperados do seu uso no


tratamento de doenças?

Basicamente existem dois tipos de células-tronco: as que são extraídas de tecidos


maduros, como o cordão umbilical ou a medula óssea, são mais especializados e dão origem
a apenas alguns tipos de tecidos do corpo. As pesquisas realizadas com o uso dessas células
têm demonstrado a sua eficácia no tratamento de diversas doenças, a exemplo da leucemia,
doenças cardíacas e doenças hematológicas.
As células-tronco embrionárias, por sua vez, apresentam a capacidade de formar qualquer
tecido do corpo. Está sendo pesquisado, em todo o mundo, o potencial dessas células para o
tratamento de diversas doenças graves, como, câncer, diabetes, doenças genéticas, lesões de
medula espinhal, demências, doenças auto-imunes, dentre outras.
Com a aprovação da Lei de Biossegurança, a realização de pesquisas com células-tronco
embrionárias passa a ser permitida no Brasil, todavia, a lei estabelece algumas restrições para
pesquisas com células-tronco embrionárias, como:
… os embriões precisam estar congelados há pelo menos três anos; só podem ser usadas por meio de
consentimento dos genitores; não será permitido o comércio de embriões, nem sua produção e
manipulação genética, e ainda, são proibidas as clonagens terapêuticas, para aplicação em pesquisas
e a reprodutiva. As terapias com o uso de células-tronco ainda estão em fase de pesquisa, podendo
ser aplicadas somente de forma experimental por pesquisadores cujo projeto de pesquisa tenha sido
aprovado previamente nos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs).

As células-tronco embrionárias são obtidas de embriões em um estágio em que são


chamados de blastocistos, quando têm em torno de 5 dias e em torno de 100 células e são
mais ou menos do tamanho de um grão de areia. Elas são retiradas, mais especificamente, de
uma região chamada massa celular interna do blastocisto. São células não diferenciadas,
pluripotentes, ou seja, que podem dar origem a todos os tipos de células especializadas do
corpo.
Normalmente, três coisas podem acontecer com embriões a partir desse momento: eles
podem não se mostrar viáveis e ser perdidos em abortos espontâneos, eles podem dar origem
a uma pessoa, ou eles podem dar origem a mais de uma pessoa (caso em que há gestação de
gêmeos). Mais importante do que isso, apenas por volta dos 16 dias de idade as células do
embrião se diferenciam e coordenam de maneira significativa – existe um consenso na
comunidade científica de que pesquisas podem ser realizadas com embriões até 14 dias após
a fertilização. Além disso, os embriões de que são obtidas as células-tronco são formados em
clínicas de fertilização in vitro e só poderiam gerar um organismo se fossem implantados no
útero. Esses fatos são, por vezes, usados como argumentos a favor da pesquisa com
células-tronco embrionárias.
Mesmo aceitando essa premissa, é possível defender que pesquisas sejam realizadas com
células obtidas a partir de embriões que seriam descartados após tratamentos de fertilização
in vitro, argumentando que, assim, pelo menos a destruição desses embriões poderia trazer
algum benefício à população.Algumas alternativas permitem contornar as polêmicas
relacionadas à pesquisa com células-tronco embrionárias, como o uso das células-tronco
pluripotentes induzidas, que são células adultas, como células da pele, reprogramadas para
um estado não diferenciado que se tornam pluripotentes, ou o uso das células-tronco adultas,
que são multipotentes, podendo dar origem a alguns outros tipos de células especializadas.
Células-tronco adultas podem ser encontradas no sangue, na medula óssea, no tecido adiposo
e até na polpa do dente, e têm sido intensamente estudadas. Uma grande vantagem dessas
outras fontes de células é que o seu uso não envolve os dilemas éticos discutidos até aqui. No
entanto, mesmo com os avanços obtidos com essas outras células-tronco, muitos cientistas
defendem que a pesquisa com células-tronco embrionárias ainda é necessária, pois cada tipo
celular tem características próprias e elas seriam o controle perfeito para estudar os processos
de diferenciação celular.

As células-tronco são definidas por sua grande capacidade de proliferação e


autorrenovação (Alves, Muotri, 2014). Os cientistas as dividem em dois grandes grupos: as
células-tronco embrionárias e as células-tronco adultas (Rehen, Paulsen, 2007). As primeiras
derivam da massa celular de um embrião, com quatro ou cinco dias de fecundação, e são
capazes de originar muitas variedades de células e tecidos. As células-tronco adultas são
constituídas em estágios posteriores do desenvolvimento e encontram-se em regiões
diferenciadas do corpo, podendo gerar subtipos celulares de tecidos dos quais derivam.
As pesquisas com células-tronco embrionárias surgiram no início da década de 1980, nos
EUA. A constatação da capacidade de transformação dessas células em variados tipos
celulares mobilizou a comunidade científica em relação à aplicação terapêutica em humanos.
No entanto, entraves éticos e legais vinculados ao uso de embriões criados para fins de
reprodução assistida limitaram os avanços desse campo (Diniz, Avelino, 2009).
Os transplantes de células-tronco adultas são realizados desde os anos 1950, como o de
medula óssea. As pesquisas com células-tronco adultas avançaram com a descoberta das
denominadas células-tronco tecido-específicas, que dão origem a células do tecido e do órgão
de que derivam. Atualmente é possível reconhecer a presença dessas células no fígado, na
polpa dentária, nos vasos sanguíneos, no músculo esquelético, no pâncreas, no epitélio da
pele e do sistema digestivo, na córnea, na retina, na medula espinhal e no cérebro (Rehen

As pesquisas com células-tronco dividem-se em três níveis sucessivos: básica, pré-clínica


e clínica. A pesquisa básica consiste na identificação das células, seus mecanismos e
potenciais. A fase pré-clínica envolve testes de potencialidade e segurança em animais. Na
etapa clínica são realizados testes de segurança e compatibilidade em humanos.
Pesquisadores do campo apontam dificuldades de empreender a passagem do âmbito das
pesquisas básicas para ações terapêuticas efetivas. Os defensores da terapia celular apostam
no sucesso dessa tecnologia regenerativa no enfrentamento de diversas vicissitudes, como
envelhecimento, traumas e doenças crônico-degenerativas.
Em contrapartida, a análise das publicações de pesquisadores brasileiros revelou aspectos
controversos no advento dessa biotecnologia, especialmente vinculados à tensão entre
promessas e realidades, achados e expectativas. Nesse cenário de incertezas encontram-se
enfermos e familiares, mobilizados por novas modalidades de esperança em torno das
promessas da “medicina do futuro”.
As interrogações teóricas que norteiam este trabalho partem do campo de estudos sociais
em biociências e ciências da vida, particularmente em diálogo com autores como Nikolas
Rose e Carlos Novas, dedicados à análise de processos históricos e culturais que compõem e
alicerçam a constituição de uma nova arena biopolítica e a produção de novas representações
em torno do corpo, da vida e da saúde.

Segundo ela, as células-tronco são células especiais, com capacidade quase infinita de se
multiplicar e que podem também se transformar em células especializadas, como neurônios,
células do fígado ou mesmo músculo cardíaco. “A gente classifica as células-tronco entre
dois grupos principais: as adultas e as embrionárias. As adultas estão presentes no indivíduo
após o nascimento, então o sangue do cordão umbilical do recém-nascido também entra nessa
categoria de adulta, apesar de estar num recém-nascido. Já as células-tronco embrionárias são
um grande curinga. Elas conseguem se transformar em qualquer tipo de célula do nosso
corpo, dependendo do estímulo que receber. A essa versatilidade tão grande damos o nome de
pluripotência”, explica.
Por ter a capacidade de se transformar em qualquer tipo celular, as células-tronco
embrionárias têm sido largamente utilizadas para pesquisas. Elas são retiradas de embriões
com cinco dias de desenvolvimento, fruto de fertilizações in vitro. Para a pesquisadora, o
estudo da capacidade da célula se dividir e se organizar para dar origem a um ser vivo pode
ser a chave para a cura de diversas doenças e até mesmo o fim da fila para transplantes.
“Ao entender como uma célula consegue virar fígado, quem sabe os cientistas consigam fazer um
medicamento que faça as células do próprio paciente começarem a se multiplicar e ele regenerar
aquele órgão, por exemplo? Tem muita coisa de ciência básica que a gente pode aprender com essas
células que um dia pode ser traduzida em uma terapia que nem envolve uma célula, que envolve, por
exemplo, um medicamento ou uma pequena molécula”, diz ela

​ Doenças metabólicas, como obesidade, diabetes, doenças hepáticas, leucodistrofia


metacromática, síndrome de Günther, adrenoleucodistrofia, doença de Krabbe e
síndrome de Niemann Pick, por exemplo;

​ Imunodeficiências, como hipogamaglobulinemia, artrite reumatoide, doença
granulomatosa crônica e síndrome linfoproliferativa ligada ao cromossomo X;

​ Hemoglobinopatias, que são doenças relacionadas à hemoglobina, como talassemia e
anemia falciforme;

​ Deficiências relacionadas à medula óssea, que é o local em que as células tronco são
produzidas, como anemia aplástica, doença de Fanconi, anemia sideroblástica,
síndrome de Evans, hemoglobinúria paroxística noturna, dermatomiosite juvenil,
xantogranuloma juvenil e doença de Glanzmann, por exemplo;

​ Doenças oncológicas, como leucemia linfoblástica aguda, leucemia mieloide crônica,
doença de Hodgkin, mielofibrose, leucemia mieloide aguda e tumores sólidos, por
exemplo.

Como é feito o tratamento com células-tronco


O tratamento com células tronco deve ser feito em um hospital ou clínica especializada nesse tipo de
procedimento e é feito com a aplicação das células tronco diretamente no sangue da pessoa em
tratamento, resultando na estimulação do sistema imune e formação de células especializadas.
A célula tronco utilizada normalmente é coletada após o nascimento, ficando congelada em um
laboratório especializado em histocompatibilidade e criopreservação ou em um banco público por
meio da Rede BrasilCord, em que as células tronco são doadas para a sociedade.

A fertilização in vitro, ou FIV, é uma técnica de reprodução assistida que consiste na


fecundação do óvulo pelo espermatozoide em laboratório, que depois é implantado dentro do
útero, sendo todos os procedimentos realizados em uma clínica de fertilidade, sem que exista
relação sexual envolvida.

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