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CENTRO DE ENSINO GRAU TÉCNICO

TÉCNICO DE ENFERMAGEM

CAROLINA ACACIO, GIOVANNA LIMA, JOÃO LUIZ, JOSÉ ABRAÃO


KETLEN BARROS, LIZANDRA COELHO E MARISA SALES

A DESCOBERTA DAS CÉLULAS-TRONCO, E O USO DELAS NA SAÚDE


HUMANA

FORTALEZA – CE
2022
KETLEN BARROS, JOÃO LUIZ DIAS, MARISA SALES
ANA CAROLINA ACACIO, LIZANDRA COELHO E ABRAÃO

A DESCOBERTA DAS CÉLULAS-TRONCO, E O USO DELAS NA SAÚDE


HUMANA

Trabalho sobre Células-tronco do curso


de Técnico de Enfermagem na Instituição
Grau técnico
Orientador (a)
FORTALEZA – CE
2022
SUMÁRIO

RESUMO
O avanço científico não tem fim. A era dos homens vive, nesse novo
milênio, um momento esplêndido na história das ciências. Quando se fala em
pesquisa e terapia com células-tronco embrionárias, está se falando da possível
cura de doenças que foram e ainda são causas de milhares de morte em todo o
mundo. A promessa que ela traz é a única esperança para aqueles que vivem há
anos ou décadas em uma cadeira de rodas ou com Mal de Parkinson ou diabetes, e
várias outras que no decorrer dessa pesquisa serão demonstradas. Essa esperança
nasceu a partir da Lei nº. 11.105, de 24 de março de 2005, a chamada Lei de
Biossegurança. Para muitos será chamada Lei da Esperança. Essa lei permite, em
seu artigo 5º, a pesquisa e terapia com células-tronco a partir de embriões inviáveis,
desde que atendidos todos os requisitos exigidos no dispositivo. Há dez anos
acontecia nos Estados Unidos o primeiro contato do homem com células-tronco
embrionárias, e não seria apenas mais uma pesquisa cientifica. Hoje, aquele estudo
representa a esperança de muitas pessoas tanto no Brasil, quanto em qualquer
parte do planeta onde as respectivas legislações lhes forem favoráveis. Pessoas que
sofrem com moléstias em que as células-tronco de embriões reconstituem os tecidos
lesados, dando vida nova, com dignidade e todas as demais garantias
constitucionais. Todos sabem que o Brasil, agora, se junta aos países onde as
pesquisas com células-tronco embrionárias são liberadas, e partir desse trabalho,
saberão todos os motivos e fundamentos que levaram os responsáveis a decidir
favoravelmente à esperança de milhares de pessoas.

1. CÉLULAS-TRONCO: AVANÇOS E DASAFIOS


A evolução da biotecnologia entre as décadas de 80 e 90 ocorreu com a
introdução de técnicas de segmentação, alteração do material genético e métodos
para o crescimento de células humanas em laboratório. Esses avanços abriram as
portas para a investigação e cultivo de células-tronco humanas em laboratório.
Essas décadas foram importantes, pois o progresso na pesquisa cresceu de
maneira acelerada. Vários trabalhos voltados ao assunto são apresentados,
pesquisados, aplicados e aprimorados a cada momento.
Há mais ou menos cinco décadas atrás, depois de extirpar um tumor do
saco escrotal de um rato, o pesquisador Leroy Stevens percebeu que nele continha
cabelos e dentes. Foi a partir dessa constatação que se deu início ao estudo com
células-tronco. Possivelmente estas mesmas células com problemas poderão ser
substituídas em órgãos deficientes e regenerá-los. Mas, foram 30 (trinta) anos
depois 13 que pesquisadores e cientistas conseguiram isolar células-tronco
embrionárias a partir do blastocisto do roedor. E assim, passo a passo, nasceu a
pesquisa que trás esperança para a medicina e aplicação na qualidade de vida de
seres humanos.
O primeiro relato de estudos utilizando células-tronco de embriões
humanos é de 1998, nos Estados Unidos. Pesquisas com as chamadas células-
tronco adultas, como as provenientes da medula óssea e as do cordão umbilical de
recém-nascidos, já não são tão novas, mas apenas em 1968 foi realizado o primeiro
transplante de medula óssea com sucesso no mundo.
O primeiro transplante de células-tronco originárias de sangue do cordão
umbilical, foi realizado em 1988, ou seja, 20 anos depois, em Saint Louis, na França.
A professora também diz que até então, essas células eram utilizadas no tratamento
de doenças do sangue, como a leucemia. Foi só no fim da década de 1990 que se
começou a pesquisar a aplicação dessas células em outros tipos de doenças. A
época coincidiu com a descoberta das células-tronco embrionárias. Elas, foram
descobertas em camundongos: nesta época que se soube que existiam em
humanos.
O uso de células-tronco adultas em pesquisas não causa polêmica e elas
são as mais utilizadas pela medicina. O problema é que esse tipo de células tem
uma capacidade mais limitada de formar diferentes tecidos, não possuindo a
flexibilidade das embrionárias. Por outro lado, os estudos com células-tronco
provenientes de embriões humanos esbarram em questões éticas e religiosas.
Para alguns, a vida humana começa a partir da fecundação e, portanto,
não se podem destruir os embriões em favor de pesquisas. Em contrapartida, outros
acreditam que as células embrionárias escondem possibilidades para a cura de 14
doenças como as do coração, alguns tipos de cânceres, e ainda distrofia muscular,
Alzheimer e Parkinson, entre outras.
A discussão é mundial e atualmente apenas alguns países permitem
pesquisas com o uso de células-tronco embrionárias humanas, entre eles destacam-
se Inglaterra, Japão, Austrália, Canadá, Coréia do Sul e Israel. Nos Estados Unidos,
os estudos foram permitidos durante o governo Clinton. Tem-se como principal
objetivo das pesquisas e uso de células-tronco, a potencial recuperação de tecidos e
órgão danificados por doenças ou traumas.
2. CONCEITO
As células-tronco, definida como células com capacidade de gerar
diferentes tipos celulares e reconstituir diversos tecidos, apresenta a propriedade de
auto-renovação, ou seja, gerar uma cópia idêntica a si mesma.
No início do desenvolvimento humano, todas as células são
indiferenciadas, sendo que só posteriormente dão origem aos diversos tecidos que
irão compor os vários órgãos, aparelhos e sistemas do corpo humano. As células-
tronco são células indiferenciadas, capazes de se diferenciar, dando origem a
células de funções específicas.
2.1 Classificação
As células-tronco se classificam em totipotentes ou embrionárias,
pluripotentes ou multipotentes, oligopotentes e unipotentes.
As células-tronco totipotentes ou embrionárias são capazes de
diferenciar-se em todos os tecidos que formam o corpo humano, incluindo a placenta
e anexos embrionários, são encontradas nos embriões nas primeiras fases de
divisão.
As células-tronco pluripotentes ou multipotentes são células que
conseguem se diferenciar em quase todos os tecidos humanos, excluindo a placenta
e anexos embrionários. Algumas pesquisas classificam as multipotentes como
células capazes de formar um número menor de tecidos do que as pluripotentes,
outros entendem que as duas definições são sinônimas.
As células-tronco oligopotentes, são células com capacidade de se
diferenciar em poucos tecidos.
As células-tronco unipotentes são células que conseguem diferenciar-se
em um único tecido. Esse tipo de célula pode ser encontrado no tecido cerebral
adulto e na próstata, por exemplo.
As células-tronco também podem ser classificadas de acordo com a sua
natureza, elas podem ser células-tronco embrionárias ou células-tronco adultas.
As células-tronco adultas encontram-se na placenta, cordão umbilical,
tecidos do corpo humano já as embrionárias, estas encontradas nos embriões de
primeira semana, são especialmente versáteis, podendo converter-se em qualquer
um dos tecidos do organismo.
As células-tronco adultas, devido à habilidade limitada em face das
embrionárias, não são o foco de estudo dos cientistas no momento, principalmente
no Brasil, com a recente declaração de constitucionalidade da Lei de Biossegurança.
Apesar de não serem objeto de estudo neste trabalho, as células-tronco adultas
possuem uma vantagem sobre as células-tronco embrionárias no uso terapêutico
podendo ser isoladas de tecidos do próprio paciente, eliminando o problema da
rejeição em caso de transplante, compatibilidade histoquímica com o organismo
receptor e o problema da destruição de embriões
Portanto, aí está a justificativa para o trabalho dos cientistas do mundo
inteiro, estudar as células embrionárias, pois são especialmente versáteis, podendo
converter-se em qualquer um dos tecidos do organismo. Com o uso delas poderiam
ser tratadas doenças neuromusculares degenerativas, que afetam uma em cada mil
pessoas, apenas no Brasil, estimam-se, duzentas mil.

3. CONCEITO DE CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS


Menor ainda do que a ponta de uma agulha é o embrião na sua primeira
semana, que traz dezenas de células-tronco embrionárias. São derivadas de um
pré-embrião - a massa de células na primeira fase do desenvolvimento humano,
portanto, células-tronco embrionárias, ora denominadas células embrionárias trazem
a capacidade de se desenvolverem em diversos tipos celulares.
As células-tronco embrionárias são totipotentes, isto é, capazes de
originarem qualquer tipo de célula existente no nosso corpo. Seu potencial quase
ilimitado fez das células-tronco um foco significante nas pesquisas médicas. Imagine
ter a habilidade de devolver a memória a um paciente com Alzheimer, repor pele
perdida durante um terrível acidente ou habilitar uma pessoa em cadeira de rodas a
andar novamente, são potencialmente úteis em terapias de combate a doenças
cardiovasculares, neurodegenerativas, diabetes, acidentes vasculares cerebrais,
traumas na medula óssea espinhal, doenças hematológicas entre outras.
As células-tronco embrionárias são definidas por sua origem, e são
derivadas do estágio do blastocisto do embrião. O blastocisto corresponde às
células entre o quarto e quinto dia após a fecundação, mas antes ainda da
implantação no útero, que ocorre a partir do sexto dia
As células-tronco embrionárias apresentam grande plasticidade. A
propriedade de plasticidade refere-se à capacidade da célula em originar diferentes
tipos de tecidos. A grande plasticidade das células-tronco embrionárias deve-se ao
fato do blastocisto ser capaz de originar todos os órgãos do corpo humano. Após a
fecundação, o zigoto divide-se e diferencia-se até produzir um organismo adulto que
consiste em mais de 200 tipos de células. Entre esses, neurônios, células
musculares (miócitos), células epiteliais, células sanguíneas, células ósseas
(osteócitos), cartilagem (condrócitos) e outras. Eis a chave milagrosa para a cura de
inúmeras doenças.
Os cientistas de todo mundo ainda estão atrás dessa capacidade de
direcionar o processo de diferenciação das células-tronco embrionárias, controlar
essa função milagrosa, pois esse processo permitiria que a partir das células
embrionárias, fossem cultivados controladamente os mais diferentes tipos celulares
abrindo a possibilidade de construir tecidos e órgãos in vitro, na placa de cultura,
tornando viável a chamada bioengenharia.
3.1 COMO SÃO OBTIDAS AS CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS
Já foi dito que quando uma célula-tronco embrionária se divide, ela pode
formar qualquer um dos mais de 200 tipos diferentes de células no corpo humano,
além da capacidade de auto-renovação, ou seja, ela pode se reproduzir muitas
vezes.
As células-tronco embrionárias deverão ser extraídas do embrião antes do
início da diferenciação, fenômeno que ocorre por volta do sexto ou sétimo dia, ao fim
da primeira semana. Essa diferenciação celular consiste na etapa em que as células
começam a especializarem na formação dos diversos tecidos e órgãos.
O zigoto,
as primeiras células
do embrião e as
células da massa
celular interna do
blastocisto são todas
totipotentes
No
começo dos anos 80,
cientistas aprenderam como extrair células-tronco embrionárias de um rato e as
desenvolveram em laboratório. Em 1998, eles reproduziram as primeiras células-
tronco humanas embrionárias. Os embriões humanos que os cientistas conseguem
para pesquisa podem ser feitos ou via reprodução - fundindo esperma e óvulo, por
clonagem, ou cultivo. Na primeira modalidade de obtenção, os embriões são os
fertilizados em clínicas e não utilizados pelos casais que produzem inúmeros desses
embriões em laboratórios, e que apenas de um a três deles servirão para a
implantação uterina.
Muitos dos embriões que não foram aproveitados na fecundação in vitro
com transferência de embriões para o útero estão sendo usados atualmente para
fornecer as células-tronco embrionárias. Os genitores podem doar os que sobram à
ciência, podendo ser objetos de estudo desde que seja atendido as exigências da
Lei da Biossegurança.

Outra maneira de criar embriões é pela técnica da clonagem terapêutica.


Esta técnica funde uma célula (de um paciente que precisa de terapia com células-
tronco) com um óvulo doador. O núcleo é removido do ovo e substituído pelo núcleo
da célula do paciente. Este ovo é estimulado a se dividir química ou eletricamente e
o embrião resultante carrega o material genético do paciente, o que reduz
significativamente os riscos de que seu corpo rejeite as células-tronco uma vez
implantadas.
O cultivo de células de embriões humanos em laboratório funciona da
seguinte forma:
• As células-tronco são as células internas do blastocisto. Elas irão se
desenvolver em cada célula, tecido e órgão no corpo.
• Os cientistas removem as células-tronco dos blastocistos e as cultivam
(fazem-nas crescer em uma solução rica em nutrientes) numa placa de Petri no
laboratório.
• Após as células se copiarem várias vezes e se tornarem muito
numerosas para a placa de cultura, elas são removidas e coladas em várias outras
placas. Em alguns meses, várias células-tronco podem se transformar em milhões
de células-tronco.
​É provável que os cientistas possam até desenvolver órgãos inteiros em
laboratórios, desde que aprendam a direcionar a diferenciação das células-tronco.
Já há muitos anos trabalham em camundongos e aprenderam, a transformar as
células-tronco em células nervosas, produtoras de insulina, músculo cardíaco ou da
medula óssea entre outras. Quando essas células derivadas das embrionárias são
transplantadas em animais doentes, elas exercem um efeito terapêutico em modelos
27 de várias doenças, incluindo Parkinson, paralisia por trauma da medula espinhal,
diabetes e leucemia.
Com isso, a terapia com as células-tronco embrionárias já está
comprovada em animais, e por isso o enorme entusiasmo da comunidade cientifica
em torná-las uma realidade em seres humanos.
4. CÉLULAS-TRONCO ADULTAS
As células-tronco adultas são células indiferenciadas que possuem a
função de renovar e reparar os tecidos do corpo. Porém, elas são menos versáteis
do que as células-tronco embrionárias.
Assim, em relação às células-tronco embrionárias, as células adultas não
são derivadas de tecidos embrionários e possuem a capacidade de se
transformarem em menor escala
As células-tronco adultas são encontradas em todas as partes do corpo
humano, especialmente na medula óssea e sangue do cordão umbilical, sendo
retiradas dos próprios pacientes para fins medicinais.
Em outras palavras, as células-tronco adultas apresentam maior
dificuldade para se dividirem que as embrionárias e, por isso, as pesquisas atuais
utilizam em grande parte as célula-tronco embrionárias, com o intuito de produzirem
outras.

4.1 CÉLULAS-TRONCO INDUZIDAS


As primeiras células-tronco humanas induzidas foram produzidas em
2007, a partir da pele. E tem sido daí que são retiradas as células para
reprogramação, mesmo que teoricamente, qualquer tecido do corpo possa ser
reprogramado.
O processo de reprogramação se dá através da inserção de um vírus
contendo 4 genes. Estes genes se inserem no DNA da célula adulta, como, por
exemplo, uma da pele, e reprogramam o código genético. Com este novo programa,
as células voltam ao estágio de uma célula-tronco embrionária e possuem
características de auto-renovação e capacidade de se diferenciarem em qualquer
tecido, como na figura mais abaixo.
Estas células são chamadas de células-tronco de pluripotência induzida ou pela
sigla iPS (do inglês induced pluripotent stem cells).

4.2 A

TERAPIA COM CÉLULAS-TRONCO


A terapia celular é a troca de células doentes por células novas e
saudáveis, e este é um dos possíveis usos para as células-tronco no combate a
doenças. Em teoria, qualquer doença em que houver degeneração de tecidos do
nosso corpo poderia ser tratada através da terapia celular.
Para pesquisas de células-tronco, todos os tipos são necessários para
análise pois cada uma delas têm um potencial diferente a ser explorado e, em
muitos casos, elas podem se complementar.
Mesmo após a criação das células iPS, não podemos deixar de utilizar as
células-tronco embrionárias, pois sem conhecê-las seria impossível desenvolver a
reprogramação celular. Além disso, embora os resultados sejam muito promissores,
as iPS e as embrionárias ainda não são 100% iguais e o processo de
reprogramação ainda sofre com um mínimo de insegurança por conta da utilização
dos vírus. Existem outras opções sendo estudadas, mas é muito importante que
possamos ter e comparar esses 2 tipos celulares.

5. OBSTÁCULOS A SEREM ENFRENTADOS PARA QUE AS CÉLULAS-


TRONCO POSSAM SER USADAS NO TRATAMENTO DE DOENÇAS
Mesmo com os resultados testes sendo positivos ou, pelo menos,
promissores, as pesquisas de células-tronco e suas aplicações para tratar doenças
ainda estão em estágio inicial. É preciso utilizar métodos rigorosos de pesquisa e
testes para garantir segurança e eficácia a longo prazo.
Quando as células-tronco são encontradas e isoladas, é necessário
proporcionar as condições ideais para que elas possam se diferenciar e se
transformar nas células específicas necessárias no tratamento escolhido, e, para
esse processo, é necessário bastante experimentação e testes. Além de tudo, é
necessário o desenvolvimento de um sistema para entregar as células à parte
específica do corpo e estimulá0las a funcionar e se integrar como células naturais do
corpo humano.

CONCLUSÃO

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