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Importância Biológica da Mitose

Crescimento e Regeneração de Tecidos

Garante que, a partir de uma célula, se formem duas células geneticamente


idênticas entre si e à progenitora e cada célula-filha pode sofrer novas
divisões. Dependem da mitose fenómenos de:

1.multiplicação: desde que em meios de cultura apropriados, é possível a


multiplicação in vitro de espécies com interesse económico nomeadamente na área da
agricultura, silvicultura, horticultura, floricultura...

A produção de indivíduos geneticamente idênticos chama-se clonagem. Os métodos


tradicionais de reprodução assexuada podem ser incluídos nesta designação na medida
em que conduzem à formação de indivíduos geneticamente iguais ao seu único
progenitor. Diz, sobretudo, respeito ao processo de obtenção de indivíduos iguais
obtidos em laboratório, através de técnicas de manipulação de células e tecidos.
Clonagem é a produção de genes/ células/ tecidos/ organismos
geneticamente iguais. A clonagem é o processo natural (ex.
reprodução assexuada em hidras, leveduras, plantas…) ou artificial
de produção de clones.

Clone - um conjunto de células geneticamente idênticas formadas a partir da mesma


célula-mãe. Os componentes de um clone têm sempre a mesma constituição genética
desde que não ocorram quaisquer mutações.

Nas plantas utiliza-se a clonagem ou técnica de micropropagação em culturas in vitro.


É utilizada na floricultura e fruticultura.
(Gâmeta feminino)
Outros mamíferos obtidos por clonagem:

A taxa de sucesso da clonagem em animais é pequena, ocorrendo, muitas vezes,


o nascimento de indivíduos com deformações.
2.crescimento: o ciclo celular pode repetir-se inúmeras vezes pelo que de
uma célula – ovo ou zigoto – se pode obter um organismo pluricelular
A partir de uma única célula, o ovo ou zigoto, formam-se, por mitoses sucessivas os
milhões de células que constituem normalmente os indivíduos multicelulares

3.renovação e regeneração celulares:


• os glóbulos vermelhos duram cerca de 120 dias sendo produzidos diariamente pela
medula óssea 150 a 200 milhares de milhão

• a epiderme é totalmente renovada em algumas dezenas de dia


• as células do fígado renovam-se em 10 dias e do intestino em algumas horas
cicatrização de lesões e regeneração de zonas afectadas por acidentes
• os peixes regeneram barbatanas e outros órgãos
• os anfíbios reconstituem membros completos e a cauda
• as estrelas-do-mar regeneram braços…

4.reprodução assexuada
 as primeiras divisões do ovo originam células indiferenciadas –
semelhantes entre si e semelhantes à célula inicial que lhe deu origem
 à medida que os ciclos celulares se repetem, as células iniciam um
processo de diferenciação até se tornarem células especializadas
ou diferenciadas
Diferenciação Celular
• as células somáticas de um organismo pluricelular contêm no seu núcleo exactamente o mesmo número de
cromossomas, ou seja, a mesma informação genética

• nos organismos pluricelulares, diferentes tipos de células constituem tecidos e órgãos tão diversos que
assumem formas e funções diferentes

• após a fecundação forma-se uma célula – ovo ou zigoto – que, por mitoses e citocineses sucessivas, origina um
organismo pluricelular, isto é, uma célula é capaz de originar células-filhas geneticamente idênticas entre si,
as quais por sua vez poderão originar diferentes tipos de células

• ao longo do desenvolvimento ocorre um conjunto de processos através dos quais células geneticamente
idênticas se especializam, no sentido de desempenharem várias funções – diferenciação celular –

• Será que a informação genética comum a todas as células se altera?

• Será que uma parte dessa informação hereditária está adormecida por “inibições”?

 todas as células de um mesmo indivíduo possuem o mesmo património hereditário mas os


genes que estão em atividade nas células dos diferentes tecidos podem não ser os
mesmos, o que explica as diferenças verificadas de tecido para tecido

 é necessário saber que sequências de DNA estão ctivas numa determinada célula e quais
os mecanismos reguladores que determinam essa atividade

 uma porção significativa de genes tem como função controlar a atividade de outros
genes de modo a manterem ativos os necessários para o tipo de célula em questão

 o controlo da expressividade dos genes pode fazer-se ao nível da transcrição ou da


tradução e é sensível a elementos provenientes do ambiente: em alguns casos, estes
elementos ativam a expressividade dos genes, noutros reprimem-na
Regulação da Expressividade de Genes em Procariontes

https://www.youtube.com/watch?v=lK
4LadkOll0
Embora todas as células de um mesmo indivíduo possuam o mesmo património hereditário (Ovo
ou Zigoto);

Os genes que estão em atividade nos diferentes tecidos não são os mesmos.
Diferentes células, diferentes funções, diferentes genes ativos
Há genes:
estruturais que codificam a produção das proteínas
reguladores responsáveis pela produção de um repressor
operadores onde se fixa o repressor, impedindo a transcrição dos genes estruturais
promotores onde se liga a RNA-polimerase para iniciar a transcrição dos genes estruturais
Os genes que se expressam num determinado contexto dependem das relações
que se estabelecem entre o DNA e o ambiente que caracteriza esse contexto.

Muitos genes que constituem o património genético destinam-se a regular a


expressão de outros genes.

Muitos dos genes das células diferenciadas encontram-se inibidos e nunca


chegam a expressar-se.

As potencialidades genéticas dos indivíduos superam largamente as


características que eles expressam.
Diz-se que o ovo é uma célula totipotente – tem todas as potencialidades para originar todas as outras
células
Um grupo restrito de células apresenta um grau de diferenciação menor do que as restantes – células
estaminais –
As células estaminais originam, por mitose, células-filhas idênticas morfológica e fisiologicamente à
célula-mãe
Estas células-filhas resultantes de células estaminais sofrem uma diferenciação, garantindo a
renovação de células envelhecidas e a regeneração de regiões de tecidos lesados
As células somáticas de um organismo adulto, mesmo que sejam células estaminais, não são totipotentes
Mas a maioria das células estaminais não são totipotentes: uma célula estaminal da medula óssea
origina glóbulos vermelhos mas não origina células epiteliais
A maioria dos tecidos de um organismo no estado adulto não é constituída exclusivamente por células
especializadas

As células-tronco, também conhecidas como células-mãe ou células estaminais, são células que
possuem:

• a capacidade de se dividir dando origem a células semelhantes às progenitoras


• e de se transformar (num processo conhecido por diferenciação celular) noutros tecidos do corpo,
como ossos, nervos, músculos e sangue.

Mas uma célula diferenciada pode reverter o processo de diferenciação tornando-se novamente
indiferenciada e, desta forma, pode originar todos os tipos de células especializadas necessárias para a
produção de um novo organismo – adquire novamente totipotência –, desde que não envolva alterações
irreversíveis na molécula de DNA (cromatina)
Existem diferentes tipos de células estaminais consoante o seu potencial
de diferenciação:

totipotentes – são capazes de originar


qualquer tipo de célula desse organismo.
embrionárias Ex. o ovo e as 1ªs células que dele derivam.

pluripotentes – já não são capazes de


originarem, sozinhas, a totalidade do
organismo.
Células estaminais
multipotentes – têm um potencial de
adultas diferenciação restrito (são constituintes
de tecidos específicos)

unipotentes – só são capazes de


originar um tipo de célula
Quanto a sua natureza, podem ser:

embrionárias: só podem ser encontradas nos embriões humanos e são classificadas como
totipotentes ou pluripotentes, dado o seu alto capacidade em se diferenciarem;

São primitivas (indiferenciadas) de embrião que têm potencial para se tornarem uma variedade de
tipos celulares especializados de qualquer órgão ou tecido do organismo, sendo capazes de se
multiplicar de forma rápida.

As células estaminais embrionárias


existem numa fase inicial do
desenvolvimento embrionário, o
blastocisto (3 a 5 dias após a fertilização
do ovo), anterior à sua implantação na
parede do útero. Estas células são
pluripotentes, ou seja, podem diferenciar-
-se em células derivadas das diferentes
camadas embrionárias (mesoderme,
endoderme e ectoderme). Cada uma
destas camadas dá origem a diferentes
tipos de tecidos especializados.
 adultas: são células maduras indiferenciadas, encontradas num tecido diferenciado, que tem um
elevado grau de perda celular

Têm a capacidade de se auto-renovar durante toda a vida do organismo – multipotentes –. Esta


capacidade permite a ocorrência de processos de regeneração dos tecidos do nosso organismo, onde
se encontram presentes

Podem ser extraídas de


diversos tecidos humanos, tais
como medula óssea, sistema
nervoso, epitélio, sangue,
fígado, retina, córnea, polpa
gengival, pele, tracto intestinal,
pâncreas, cordão umbilical,
placenta etc. (estas duas
últimas são consideradas
células adultas, uma vez que a
sua diferenciação é limitada).
Estudos demonstram que a sua
capacidade de diferenciação é
limitada e que a maioria dos
tecidos humanos não podem ser
obtidas a partir delas
A maioria dos tecidos de um organismo adulto não é constituída
apenas por células especializadas mas possuem também células
estaminais multipotentes e unipotentes

Nas plantas existem células indiferenciadas


que estão agrupadas em MERISTEMAS. Estes
por divisão conduzem ao crescimento de
órgãos ou à renovação de tecidos lesados.
Fontes de Células Estaminais

• embriões recém-fecundados (blastocistos), criados por fertilização in vitro - aqueles que não
serão utilizados no tratamento da infertilidade (chamados embriões disponíveis) ou criados
especificamente para pesquisa;

Estas células estaminais estão contidas nos embriões humanos recém-concebidos. Este tipo de células
são chamadas pluripotenciais porque podem se converter em praticamente qualquer órgão e permitem
ao embrião desenvolver-se e converter-se num corpo totalmente formado. Cada blastocisto ou
blástula, quer dizer, um embrião de cinco dias de concebido, é uma esfera oca formada por volta de
100 células. As células da capa externa formarão a placenta e outros órgãos necessários para
sustentar o desenvolvimento fetal no útero. Enquanto isto, as células internas formarão quase todos
os tecidos do corpo.

É por isso que, teoricamente, aprendendo como fazê-las crescer e manipulando-as, se poderia originar
tecidos ou órgãos novos em laboratório para implantá-los em pacientes e curar enfermidades.

· embriões recém-fecundados criados por inserção do núcleo celular de uma célula adulta em um
óvulo que teve seu núcleo removido - reposição de núcleo celular (denominado clonagem);
• células germinativas ou órgãos de fetos abortados;

• células sanguíneas de cordão umbilical no momento do nascimento;

• alguns tecidos adultos (tais como a medula óssea);

• células maduras de tecido adulto reprogramadas para ter comportamento de células-tronco.

As células retiradas da medula e do cordão-umbilical possuem


algumas limitações, pois não se podem diferenciar em qualquer célula.
Já as células de embriões são conhecidas como totipotentes e
podem-se transformar em qualquer tipo de célula.

Certas células-mãe na medula óssea produzem glóbulos


vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas do sangue.
Investigações recentes indicaram que as células-mãe
adultas podem-se converter em muitos outros tipos
celulares, mais do que se acreditava antes ser possível.
http://www.netxplica.com/diapositivos/biologia11/10.crescimento.regeneracao.tecidos/#
Imagine que tinha uma doença que estava a
Clonagem terapêutica destruir lentamente partes do seu cérebro.

Os tratamentos atuais apenas reduzem os


sintomas enquanto a doença continua a provocar
lesões no cérebro.

A clonagem oferece a esperança de uma cura.


Os cientistas iriam produzir um embrião clonado
utilizando o ADN das suas células epidérmicas.
Em seguida, iriam retirar células estaminais
deste embrião, transformavam-nas em células
cerebrais e fariam um transplante para o seu
cérebro.

A clonagem terapêutica humana não pretende


avançar para além dos primeiros estágios do
desenvolvimento embrionário; o seu objetivo é a
obtenção de células estaminais pluripotentes
(através das quais podem ser reproduzidas
virtualmente em qualquer outro tipo de célula do
corpo) que constituem uma fonte de células de
substituição para a Engenharia de Tecidos e
Terapia de Transplantação.
Clonagem terapêutica

Como obter células estaminais?


Que consequências?
Em que ponto de situação se
encontram as investigações?

Clonagem terapêutica
Clonagem de OGM
OGM é a sigla de Organismos
Geneticamente Modificados, organis-
mos manipulados geneticamente, de modo
a favorecer características desejadas, como
a cor, tamanho etc. Os OGMs possuem
alteração em secções do genoma realizadas
através da tecnologia do RNA/DNA
recombinante ou engenharia genética.
Um transgénico é um organismo que possui
uma sequência de DNA (ou parte do DNA)
de outro organismo, que pode até ser de
uma espécie diferente. Já um OGM é um
organismo que foi modificado
geneticamente mas não recebeu nenhuma
região de outro organismo. Por exemplo,
uma bactéria pode ser modificada para
expressar um gene por mais vezes. Isso não
quer dizer que ela seja uma bactéria
transgénica, mas apenas um OGM, já que
não foi necessário inserir material externo.
Somente ao inserirmos material genético
(DNA/RNA) exógeno em um organismo é
que ele passa a ser transgénico.
Plasmídeos ou plasmídios são moléculas circulares duplas de DNA capazes de se reproduzir
independentemente do DNA cromossómico. Ocorrem geralmente em bactérias.
A replicação do DNA plasmídico é feita pela mesma maquinaria celular
que realiza a replicação do DNA cromossómico, à mesma velocidade ou
a uma velocidade superior.

(1) DNA cromossómico. (2) Plasmídeos


Os plasmídeos contém geralmente um ou dois marcadores selecionáveis
que conferem uma vantagem seletiva à bactéria que os abriga, por
exemplo, a capacidade de construir uma resistência a antibióticos. A
resistência advém da presença de pelo menos um gene que codifique
uma enzima capaz de neutralizar um determinado antibiótico. A
existência de plasmídeos com diversos genes de resistência a diferentes
antibióticos é um problema no tratamento de doenças bacterianas: com a
utilização generalizada de antibióticos, os plasmídeos evoluíram de
forma a conferir multirresistências aos seus hospedeiros bacterianos,
tornando essas doenças de difícil tratamento. Muitos destes plasmídeos
contêm adicionalmente "genes de transferência", que codificam proteínas
capazes de formar pili através dos quais as bactérias transferem
plasmídeos entre si, contribuindo para a proliferação de estirpes
(1) DNA cromossómico. (2) Plasmídeos.
(3) Divisão celular. (4) DNA cromossómico multirresistentes.
com plasmídeos integrados
Clonagem reprodutiva

É vista como uma opção reprodutiva para casais estéreis

Diferente da FIV
DIFERENCIAÇÃO CELULAR E CANCRO

Ao longo do desenvolvimento de um
individuo ocorre, em regra, um conjunto de
processos através dos quais células
geneticamente idênticas se especializam
no sentido de desempenharem uma ou
várias funções.

Durante os processos de divisão e diferenciação celulares, ocorrem


por vezes, erros que levam à formação de células cancerosas.

Alguns factores externos, como por exemplo, radiações, certas


substâncias tóxicas e determinados vírus, podem ser responsáveis
por estas alterações

Uma das mais preocupantes alterações que ocorre nas células é a


perda dos mecanismos de regulação celular, resultantes da alteração
na expressão dos genes.
APOPTOSE
Conhecida como "morte celular programada é um tipo de "autodestruição celular" que
ocorre de forma ordenada e implica o consumo de energia para a sua execução. Este
fenómeno é fundamental para o normal desenvolvimento do organismo, nomeadamente no
seu processo de morfogénese.
DIFERENCIAÇÃO CELULAR E CANCRO
DIFERENCIAÇÃO CELULAR E CANCRO
NECROSE

É o estado de morte de um tecido ou parte dele num organismo vivo. A necrose é


sempre um processo patológico e desordenado de morte celular causado por
factores que levam à lesão celular irreversível e consequente morte celular.

CANCRO OU NEOPLASIA MALIGNA

Quando a regulação do ciclo celular é afectada, a célula pode dividir-se


indefinidamente, consumindo elevada quantidade de nutrientes, originando uma
massa de células que constituem os tumores.

BENIGNOS – Quando a massa de células anormais que os


constituem permanecem no local onde é formada, não
invadindo outras regiões do organismo
TUMORES

MALIGNOS – São formados por células com capacidade


invasiva, que metastizam, estabelecendo-se noutras regiões
do organismo e formando novos tumores.
METAPLASIAS

Mudanças reversíveis num determinado tipo de


células que são substituídas por células de outro tipo
Os elementos provenientes do ambiente ativam a
expressividade de determinados genes em
detrimento de outros, alterando, assim, o tipo de
célula e a sua função.
Cancro - Metástases

52
Evolução de um cancro no Intestino

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