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2a Prova de Álgebra Linear I

Curso de Matemática
Prof. Marcio Antônio de Andrade Bortoloti
31 de Outubro de 2019

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Atenção: Os celulares devem estar desligados durante a realização da prova. Todas


as questões devem ser respondidas de maneira organizada, justificando adequada-
mente suas respostas. Cada questão abaixo tem o valor máximo de 2.0 pontos. Bom
trabalho!

1. Prove que uma transformação linear A : E → F transforma todo conjunto convexo C ⊂ E em


um conjunto convexo A(C) ⊂ F .
Solução: Um conjunto K é convexo se para qualquer u, v ∈ K tivermos αu + (1 − α)v ∈ K,
qualquer que seja α ∈ [0, 1]. Assim, tome u, v ∈ A(C) . Logo existem u0 , v 0 ∈ C tais que
A(u0 ) = u e A(v 0 ) = v. Vamos mostrar que para todo α ∈ [0, 1] tem-se αu + (1 − α)v ∈ A(C).
De fato, sendo C convexo, tem-se para todo α ∈ [0, 1] que αu0 + (1 − α)v 0 ∈ C. Assim, podemos
escrever
αu + (1 − α)v = αA(u0 ) + (1 − α)A(v 0 ) = A(αu0 + (1 − α)v).
Como para todo α ∈ [0, 1] tem-se αu0 + (1 − α)v 0 ∈ C, segue que A(αu0 + (1 − α)v 0 ) ∈ A(C).

2. Dado o operador A : R2 → R2 , com A(x, y) = (3x − 2y, 2x + 7y), ache um vetor não nulo
v = (x, y) tal que Av = 5v.
Solução: Temo que A(x, y) = (3x − 2y, 2x + 7y). Vamos determinar (a, b) tal que A(a, b) =
5(a, b). Temos então
(3a − 2b, 2a + 7b) = (5a, 5b).
Qualquer uma das equações implica em b = −a. Logo, se tomarmos (a, b) = (1, −1) obtemos
A(1, −1) = 5(1, −1).

3. Dada a transformação linear não nula f : E → R, prove que existe um vetor u ∈ E não nulo
tal que f (u) = 1. Prove que E = F ⊕ Ker(f ), onde F é o subespaço gerado por u.
Solução: Inicialmente, note que o fato de f ser não nula, existe v ∈ E tal que f (v) 6= 0. Desse
modo, basta tomar u = v/f (v) e observar que
 v   1  1
f (u) = f =f ·v = · f (v) = 1.
f (v) f (v) f (v)

Note que 1/f (v) é um escalar e f é linear. Agora vamos mostrar que E = F ⊕ Ker(f ). Nota-se
que a inclusão F + Ker(f ) ⊂ E é óbvia, pois F ⊂ E e Ker(f ) ⊂ E. Vamos mostrar que
E ⊂ F + Ker(f ).Agora tome v ∈ E. Podemos escrever v = f (v)u + (v − f (v)u). Tem-se que
f (v)u ∈ F . Por outro lado, f (v − f (v)u) = f (v) − f (v)f (u) = f (v) − f (v) = 0. Isto nos diz que
v − f (v)u ∈ Ker(f ). Assim, v ∈ F + Ker(f ). Logo, E = F + Ker(f ). Agora, vamos mostrar
que F ∩ Ker(f ) = {0}. Para isso, tome v ∈ F ∩ Ker(f ). Isso implica que v ∈ F e v ∈ Ker(f ).
Se v ∈ F então v = λu, para algum λ ∈ R e se v ∈ Ker(f ) então f (v) = 0. Temos então que

0 = f (v) = f (λu) = λf (u) = λ.

Portanto v = λu = 0. Desse modo E = F ⊕ Ker(f ).

4. Seja A : E → E uma transformação linear. Prove que A2 = 0 se, e somente se, A(E) ⊂ Ker(A).
Note que 0 : E → E representa a transformação linear nula.
Solução: Suponha que A2 = 0. Para mostrar que A(E) ⊂ Ker(A), tome u ∈ A(E), tome
u ∈ A(E). Isso implica que existe um v ∈ E tal que Av = u. Desse modo

A(u) = A(A(v)) = A2 (v) = 0.

Logo v ∈ Ker(A). Reciprocamente, suponha que A(E) ⊂ Ker(A). Tome u ∈ E. Temos que
A2 (u) = A(A(u)). Nota-se que A(u) ∈ A(E) ⊂ Ker(A). Assim, A(u) ∈ Ker(A) e portanto
A(A(u)) = 0.

5. Determine a dimensão da imagem e a dimensão do núcleo da transformação linear T : P2 → P3


definida por
T (p(x)) = xp(x),
onde Pk é o espaço dos polinômios de grau menor que ou igual a k.
Solução: Seja p(x) = ax2 + bx + c ∈ P2 . Vamos determinar uma base para T (P2 ). Note que
T (p(x)) = ax3 + bx2 + cx. Assim, {x3 , x2 , x} é uma base para T (P2 ). Logo, dim T (P2 ) = 3.
Como dim P2 = 3, pelo Teorema do Núcleo e da Imagem, tem-se

dim Ker(A) = dim P2 − dim T (P2 ) = 3 − 3 = 0.

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