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Álgebra Linear e Geometria Analítica

Álgebra Linear e Geometria Analítica I


2021/22

Subespaços vectoriais

Aula 15
FCUL  10/11/2021

Subespaços vectoriais ALGA / ALGA1, 2021/22 Aula 15, 10/11/2021 1 / 10


Proposição
Seja V um espaço vectorial sobre K. Para quaisquer u, v ∈ V e α, β ∈ K,
tem-se:
1 α 0V = 0V ;
2 0K u = 0V ;
3 (−α)u = −αu = α(−u);
4 α(u − v ) = αu − αv ;
5 (α − β)u = αu − βu ;
6 αu = 0V se e só se α = 0K ou u = 0V .

Dem.: Na página seguinte.

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Dem.:
?
1 α 0V = 0V
Temos

α0V = α(0V + 0V ) (0V é el. neutro para +)


= α0V + α0V

Logo

α0V + α0V = α0V =⇒ − α0V + (α0V + α0V ) = −α0V + α0V


=⇒ (−α0V + α0V ) + α0V = −α0V + α0V
=⇒ 0V + α0V = 0V (denição de simétrico)
=⇒ α 0V = 0V (0V é el. neutro para +)

2 TPC

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Dem. (cont.):
? ?
3 (−α)u = −αu = α(−u)

TPC

Queremos ver que (−α)u é o simétrico de αu : (−α)u + αu = 0V ?


Temos
(−α)u + αu = (−α + α)u = 0K u = 0V ,

por 2.

pelo que (−α)u = −αu .

4 TPC
5 TPC

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Dem. (cont.):
?
6 αu = 0V se e só se α = 0K ou u = 0V .
Temos de provar que
(i) αu = 0V =⇒ α = 0K ou u = 0V
(ii) α = 0K ou u = 0V =⇒ αu = 0V

(ii) resulta de 2 e 1. Provemos (i):


Suponhamos que αu = 0V . ? α = 0K ou u = 0V ?
?
Suponhamos que α 6= 0K . u= 0V

Então
1 1
αu = 0V =⇒ α (αu) = α 0V
=0V , por 1.
1
u = 0V

=⇒ αα
=⇒ 1K u = 0V
=⇒ u = 0V
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Subespaços vectoriais

Denição
Seja V um espaço vectorial sobre K e seja F ⊆ V.
Dizemos que F é um subespaço vectorial de V , escrevendo-se F 6 V , se,
ao restringirmos a F a operação de adição em V e a operação de
multiplicação escalar de K sobre V, F também for um espaço vectorial.

Para quaisquer u, v ∈ V e α ∈ K,
(u, v ) 7−→ u + v ∈ V
(α, u) 7−→ αu ∈ V
Seja F ⊆ V . Se F for um subespaço vectorial de V , então
 F 6= ∅, pois F tem elemento neutro para a adição;
 ∀u, v ∈ F , u + v ∈ F ;
 ∀α ∈ K, u ∈ F , αu ∈ F .
Reciprocamente, se estas três condições se vericarem, então F é um
subespaço vectorial de V (proposição seguinte).
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Proposição
Seja V um espaço vectorial sobre K e seja F ⊆ V. Temos que F é um
subespaço vectorial de V se e só se as condições seguintes são satisfeitas:
(S1) F 6= ∅;
(S2) ∀u, v ∈ F , u + v ∈ F (F é fechado para a adição);
(S3) ∀α ∈ K, u ∈ F , αu ∈ F (F é fechado para a multiplicação escalar).

Dem.:

Se F 6 V , então F satisfaz as condições (S1), (S2) e (S3).


Reciprocamente, suponhamos que F satisfaz as condições (S1), (S2) e (S3).
Por (S1), existe um elemento w em F .
Então, por (S3), temos 0K w ∈ F , isto é 0V ∈ F .
Logo a adição em F tem elemento neutro, que é 0V .
Dado u ∈ F , temos
−u = − (1K u) = (−1K )u ∈ F

por (S3)

Portanto F 6 V (ter presente a denição de espaço vectorial para esta


conclusão).
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Atendendo à demonstração da proposição anterior, podemos concluir o
seguinte.
Proposição
Seja V um espaço vectorial sobre K e seja F ⊆ V. Temos que F é um
subespaço vectorial de V se e só se as condições seguintes são satisfeitas:
(S1) 0V ∈ F ;
(S2) ∀u, v ∈ F , u + v ∈ F (F é fechado para a adição);
(S3) ∀α ∈ K, u ∈ F , αu ∈ F (F é fechado para a multiplicação escalar).

Da denição de subespaço vectorial tem-se o seguinte.


Proposição
Se V for um espaço vectorial sobre K, então {0V } e V são subespaços
vectoriais de V.

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Exemplos:

Cn é um espaço vectorial real e, considerando Cn como espaço


vectorial real, temos que
Rn é um subespaço vectorial de Cn .

Cn é um espaço vectorial complexo, mas neste caso


Rn não é um subespaço vectorial de Cn :
Rn não é fechado para a multiplicação escalar, pois, por exemplo,
tomando u = (1, 0, . . . , 0), tem-se u ∈ Rn , mas iu 6∈ Rn .

R[x] é um espaço vectorial real e


Rn [x] é um subespaço vectorial de R[x] (n ∈ N).

Dado n ∈ N, n > 2,
Rn [x] é espaço vectorial real e
Rn−1 [x] é um subespaço vectorial de Rn [x].

F(R) é um espaço vectorial real e


C(R) é um subespaço vectorial de F(R).
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Exemplos (cont.):
Mn (K) é um espaço vectorial sobre K.
O conjunto TSn (K) das matrizes triangulares superiores de ordem n
de entradas em K é um subespaço vectorial de Mn (K).
O conjunto Dn (K) das matrizes diagonais de ordem n de entradas
em K é um subespaço vectorial de Mn (K) e de TSn (K).

R2 é um espaço vectorial real.


As rectas de R2 que passam pela origem são subespaços vectoriais
de R2 .

R3 é um espaço vectorial real.


As rectas de R3 que passam pela origem e os planos de R3 que
passam pela origem são subespaços vectoriais de R3 .

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