Você está na página 1de 6

19/02/2019 Opera Orfeu e Euridice

Orfeo ed Euridice
(Orfeu e Eurídice)

Argomento Enredo
È noto Orfeo, e celebre il suo lungo dolore nell’immatura morte Orfeu é conhecido, e célebre sua duradoura dor pela morte
della sua sposa Euridice. Morì ella nella Tracia; io per comodo prematura da esposa Eurídice. Ela faleceu na Trácia; por
dell’unità del luogo la suppongo morta nella Campagna felice comodidade, para manter a unidade de lugar, desloquei o local
presso al lago d’Averno, in vicinanza del quale finsero i Poeti de sua morte para o Campo feliz perto do lago d’Averno, em
trovarsi uma spelonca, che apriva il cammino all’inferno. cuja vizinhança os Poetas imaginaram encontrar-se uma
L’infelice amante mosse a pietà gli Dei, che gli concessero di caverna que abria caminho para o inferno. O infeliz amante
penetrar negli Elisi per ripigliarsi la sua deletta, col patto però di moveu os Deuses à piedade, e estes lhe permitiram penetrar
non guardarla finchè non fosse tornato sulla Terra. Non seppe il nos Campos Elísios para trazer de volta a amada, com a
tenero sposo frenar tanto gli affetti, ed avendo contravvenuto al condição, porém, de não olhar para ela enquanto não chegasse
divieto perdè per sempre Euridice. Per adattar la favola alle de novo à Terra. Não conseguindo conter tanto o afeto, o terno
nostre scene ho dovuto cambiar la catastrofe. Leggasi Virgilio al esposo desrespeitou a proibição, perdendo Eurídice para
libro IV, delle Georgiche, al 6to dell’Eneide. sempre. Para adaptar a lenda a nossos palcos, achei por bem
mudar esse fim catastrófico. Leia-se Virgílio, livro IV das
Geórgicas, VI da Ilíada.

Mutazioni di Scene Mudanças de Cenas


Prima. Ameno, ma solitario boschetto di allori e di cipressi, che Primeira. Pequeno bosque de loureiros e ciprestes, agradável,
ad arte diradato racchiude in un piccolo piano il sepolcro mas solitário, que, desbastado com arte, circunda a tumba de
d’Euridice. Eurídice em uma pequena planície.
Seconda. Orrida e cavernosa di là dal fiume Cocito, offuscata poi Segunda. Horrenda e cavernosa, para além do rio Cocito,
in lontananza da um tenebroso fumo illuminato dalle fiamme, ofuscado à distância por um tenebroso vapor, iluminado pelas
che ingombrano tutta quella orribile abitazione. chamas que enchem todo esse lugar atroz.
Terza. Deliziosa per i boschetti che vi verdeggiano, i fiori che Terceira. Deliciosa, pelos pequenos bosques que verdejam ali,
rivestono i prati, ritiri ombrosi che vi si scuoprono, i fiumi ed i pelas flores que revestem os prados, os retiros sombreados que
ruscelli, che la bagnano. se descobrem, os rios e regatos que os banham.
Quarta. Oscura spelonca, che forma um tortuoso laberinto Quarta. Caverna escura, que forma um labirinto tortuoso
ingombrato di massi, staccati dalle rupi, che sono tutte coperte di atulhado de pedras, arrancadas de penhascos cobertos de
sterpi, e di piante selvagge. espinhos e de plantas selvagens.
Quinta. Magnifico Tempio dedicato ad Amore. Quinta. Magnífico Templo consagrado ao Amor.

Personaggi: Personagens
Orfeo Orfeu
Euridice Eurídice
Amore Amor

Cori Coros
Di Pastori e di Ninfe De Pastores e Ninfas
Di Furie e Spettri nell’Inferno De Fúrias e Espectros no Inferno
Di Eroi ed Eroine negli Elisi De Heróis e Heroínas nos Campos Elísios
Di Seguaci d’Orfeo De Seguidores de Orfeu
La Musica è del Signor Cav. Cristofano Gluck, al servizio delle Música composta por Christoph Wilibald Glück, a serviço de sua
MM.LL.JJ.RR. Inventore, e Direttore de’Balli il Signor Gaspero Majestade Real. E diretor-coreógrafo o Senhor Gaspero
Angiolini. Inventore delle scene il Signor Gio. Maria Quaglio. Angiolini. Diretor de cena: G. Maria Quaglio.
Primo Ballo. Primeira Dança.
Di Pastori, e Ninfe seguaci d’Orfeo. Pastores e Ninfas que acompanham Orfeu.
Si rappresentano in questo Ballo le feste funebri che Representam-se nesta Dança as festas fúnebres que os antigos
celebravano gli antichi intorno ai sepolcri de’ morti. Consistevano celebravam em torno dos sepulcros dos mortos. Consistiam em
in sacrifizi, in profumi, in sparger fiori e circondarne la tomba, in oferecer sacrifícios, acender incensos, esparzir flores à roda da
versar latte e vino sulla medesima, in ballar all’intorno com atti di tumba, em verter leite e vinho sobre ela, em dançar em volta
dolore, e in cantar le lodi del defonto. S’introducevano nelle più com gestos de dor, e cantar louvores ao defunto. Nas mais
solenni de’ giovanetti in abito di Geni dando loro e attributi ed solenes, jovens caracterizados como Gênios representavam
azioni convenienti alla persona, e alla qualità del sepolto. Così in atributos e ações conformes à pessoa e à qualidade do morto.
questo Ballo intorno all’urna di Euridice piangono de’ Geni che Assim, nesta Dança em volta da urna de Eurídice, choram os
rappresentano degli Amorini, et uno in figura d’Imeneo spenge la Gênios que representam Cupidos, e um deles, fantasiado de
sua face, simbolo dell’unione conjugale separata dalla morte. Himeneu, apaga seu archote, símbolo da união conjugal
Secondo Ballo. desfeita pela morte.
Di spettri nell’Inferno che procurano di spaventare Orfeo. Segunda Dança.
Terzo Ballo. Espectros no Inferno, que tentam amedrontar Orfeu.
D’ombre fortunate negli Elisi. Terceira Dança.
L’Idea di questo Ballo è presa da Virgilio al libro VI, dell’Eneide. Sombras felizes nos Campos Elísios.
Quarto Ballo. A idéia desta Dança é tomada de Virgílio, livro VI da Ilíada.
Di Eroi, ed Eroine com Amore, Orfeo ed Euridice. Quarta Dança.
Si festeggia il ritorno di Euridice, si celebra il Trionfo d’Amore. La Heróis e Heroínas, com Amor, Orfeu e Eurídice.
face conjugale che fu spenta da Imeneo nel 1º. Ballo in Festeja-se o retorno de Eurídice, celebrando o Triunfo de Amor.
quest’ultimo è riaccesa da Amore, colla fiamma della sua. Amore A tocha conjugal de Himeneu, apagada na primeira Dança, é
ed Imeneo si scambiano vicendevolmente le loro faci, e termina novamente acendida nesta última por Amor, com a chama da
la festa con allegro Ballo. sua. Amor e Himeneu trocam seus archotes, e a festa termina
com um alegre Baile.
Atto Primo

Scena I
(Orfeo ed il Coro) Primeiro Ato
Ad alzarsi della tenda al suono di mesta sinfonia si vede
occupata la scena da uno stuolo di Pastori e Ninfe seguaci di Cena I
Orfeo, che portano serti di fiori e ghirlande di mirto, e mentre (Orfeu e o Coro)
uma parte di loro arder fa dei profumi, incorona di marmo, e Quando sobe a cortina, ao som de triste sinfonia, vê-se no palco
sparge fiori intorno alla tomba, intuona l’altra il seguente Coro, um grupo de Pastores e Ninfas, seguidores de Orfeu, que

http://www.coralsp.org.br/opera/libreto.asp 1/6
19/02/2019 Opera Orfeu e Euridice
interrotto da’lamenti d’Orfeo che disteso sul davanti sopra d’um carregam coroas de flores e guirlandas de mirto. Enquanto
sasso, va di tempo in tempo replicando appassionatamente il parte deles queima incensos, cinge o mármore de coroas e
nome di Euridice. espalha flores em torno da tumba, outros entoam o coro que se
segue, interrompido pelos lamentos de Orfeu, que, inclinado
para a frente sobre uma pedra, repete apaixonadamente, a
Coro intervalos, o nome de Eurídice.
Ah, se intorno a quest’urna funesta, Euridice, ombra bella,
ombra bella, t’aggiri, odi i pianti, i lamenti, i sospiri, che dolenti, si Coro
spargon per te, ed ascolta il tuo sposo infelice, che piangendo ti Ah, se vagueias em torno desta urna funesta,
chiama, e si lagna. Come quando la dolce compagna, tortorella Eurídice, sombra bela, ouve o pranto, os lamentos, os suspiros
amorosa perdé. que, doloridos, se derramam por ti. E escuta teu esposo infeliz,
Orfeo que te chama chorando e se queixa, como a amorosa rolinha
Euridice, Euridice! quando perde o doce companheiro.
Orfeo (Recitativo) Orfeu
Basta, basta, o compagni! Il vostro luto aggrava il mio! Spargete Eurídice, Eurídice! (durante o coro)
purpure i fiori, inghirlandate il marmo, partitevi da me! Restar Orfeu (Recitativo)
vogl’io solo fra quest’ombre funebri e oscure coll’empia Basta, basta, companheiros! Vossa dor agrava a minha!
compagnia di mie sventure! Espalhai flores de cor púrpura, enfeitai de guirlandas o
mármore, ide embora! Quero ficar só entre as sombras fúnebres
Coro e escuras, na cruel companhia de minhas desventuras!
Ah, se intorno a quest’urna funesta, Euridice, ombra bella, Coro
ombra bella, t’aggiri, odi i pianti, i lamenti, i sospiri, che dolenti si Ah, se vagueias em torno desta urna funesta,
spargon per te, ed ascolta il tuo sposo infelice, che piangendo ti Eurídice, sombra bela, ouve o pranto, os lamentos, os suspiros
chiama, e si lagna. Come quando la dolce compagna, tortorella que, doloridos, se derramam por ti. E escuta teu esposo infeliz,
amorosa perdé. que te chama chorando e se queixa, como a amorosa rolinha
Orfeo (Aria) quando perde o doce companheiro.
1. Chiamo il mio ben così, quando si mostra il dì, quando Orfeu (Ária)
s’asconde! Ma oh vano mio dolor! L’idol del mio cor non mi Chamo tanto por meu bem, quando se mostra o dia, quando se
risponde! esconde! Mas, oh, é inútil minha dor! A idolatrada de meu
Euridice, Euridice, ombra cara, ove sei? Piange il tuo sposo, ti coração não me responde!
domanda agli Dei, a’mortali ti chiede e sparse ai venti son le Eurídice, Eurídice, onde estás, sombra querida? Teu esposo
lagrime sue, i suoi lamenti! chora, te reclama aos Deuses, pergunta por ti aos mortais, e
2. Cerco il mio ben così, in queste, ove morì, funeste sponde. Masuas lágrimas, seus lamentos se dispersam ao vento!
solo al mio dolor, perché conobbe amor, l’eco risponde. Procuro tanto meu bem, nestas praias funestas onde morreu.
Euridice, Euridice! Ah, questo nome san le spaggie, e le selve; Mas só o eco, que conheceu o amor, responde à minha dor.
l’appresero da me! In ogni valle Euridice risuona, in ogni tronco Eurídice, Eurídice! Ah, as praias e as florestas conhecem este
scrisse il misero Orfeo: Orfeo infelice, Euridice, idol mio, cara nome; aprenderam-no de mim! Em cada vale ressoa Eurídice,
Euridice! em cada tronco o mísero Orfeu escreveu: Orfeu infeliz, Eurídice,
3. Piango il mio ben così, se il sole indora il dì, se va nell’onde. idolatrada minha, Eurídice querida!
Pietoso al pianto mio va mormorando il rio e mi risponde. Choro tanto o meu bem, se o sol doura o dia, se se põe nas
ondas. Compassivo diante de meu pranto, o rio vai murmurando
(Recitativo) Numi! Barbari Numi d’Acheronte e d’Averno pallido e me responde.
abitator, la di cui mano avida delle morti mai disarmò mai (Recitativo) Numes! Bárbaros Numes do Aqueronte e do
tratener non seppe beltà nè gioventù, Voi mi rapiste la mia bella Averno! A mão ávida de morte do pálido habitante das regiões
Euridice oh memoria crudel! Sul fior degli anni! La rivoglio da voi, infernais jamais foi desarmada ou detida, nem mesmo pela
Numi Tiranni! Ho core anch’io per ricercar sull’orme de’più beleza ou juventude! Arrebatastes-me minha bela Eurídice, oh
intrepidi Eroi, nel vostro orrore la mia sposa, il mio ben! cruel lembrança! Na flor dos anos! Quero-a de volta, Divindades
Tiranas! Ainda tenho coragem para buscar minha esposa, o
meu bem em vossas plagas horrendas, nas pegadas dos mais
intrépidos heróis!
Scena II
(Amore, e detto) Cena II
Amor (Amor e Orfeu)
T’assiste Amore! Orfeo, della tua pena Giove sente pietà. Ti si Amor
concede le pigre onde di Lete vivo varcar! Del tenebroso abisso Amor vem em teu socorro! Jove apiedou-se de tua aflição,
sei sulla via: se placar puoi col canto le furie, i mostri, e l’empia Orfeu. Foi-te concedido transpor as indolentes ondas do Letes,
morte, al giorno la diletta Euridice farà teco ritorno. vivo! Estás a caminho do tenebroso abismo: se teu canto puder
aplacar as fúrias, os monstros e a ímpia morte, pela manhã tua
Orfeo
amada Eurídice voltará contigo.
Ah come? Ah quando? E possibil sarà? Spiegati!
Orfeu
Amor
Ah, como? Ah, quando? E será possível? Explica!
Avrai valor che basti a questa prova estrema?
Amor
Orfeo
Terás coragem bastante para essa prova extrema?
Mi prometi Euridice, e vuoi ch’io tema?
Orfeu
Amor
Prometes-me Eurídice e imaginas que eu tema?
Sai pero con qual patto I’impresa hai da compir.
Amor
Orfeo Toma conhecimento, porém, da condição para cumprir a tarefa.
Parla!
Amor Orfeu
Euridice ti si vieta il mirar finchè non sei fuor dagli antri di Stige!Fala!
E il gran divieto rivelarle non dei; se nò, la perdi e di nuovo e per Amor
sempre; e in abbandono al tuo fiero desio sventurato vivrai! Estás proibido de olhar Eurídice até deixares os antros do
Pensaci, addio! Estige! E não lhe deves revelar o grande interdito; se não, hás
de perdê-la de novo, e para sempre; e viverás infeliz,
(Aria) Gli sguardi trattieni, affrena gli accenti, rammenta, se peni, abandonado a teu desejo veemente! Pensa nisso, adeus!
che pochi momenti hai più da penar! Non sai che talora smarriti, (Ária) Contém os olhares, refreia as inflexões; recorda-te, se
tremanti con chi gl’innamora, son ciechi gli amanti, non sanno isso te faz sofrer, que faltam apenas alguns momentos de
parlar! padecimento! Tantas vezes os amantes, cegos de amor, ficam
confusos, trêmulos, não conseguem falar com aquela que os
Orfeo (Recitativo) encanta – não o sabes?
Che disse? Che ascoltai? Dunque Euridice vivrà, l’avrò Orfeu (Recitativo)
presente? E doppo i tanti affanni miei in quel momento, in quella O que dizes? Ouvi isso mesmo? Então Eurídice viverá, vou tê-la
guerra d’affetti, io non dovrò mirarla, non stringerla al mio sen! comigo? E, depois de tanta aflição, naquele momento, naquele
Sposa infelice! Che dirà mai? Che pensarà? Preveggo le smanie tumulto do coração, não poder contemplá-la, nem apertá-la ao
sue, comprendo le angustie mie! Nel figurarlo solo sento gelarmi meu seio! Infeliz esposa! O que dirá ela? Antecipo-lhe a
il sangue, tremarmi il cor! impaciência, justifico minha angústia! Só de imaginá-lo, sinto
Ma lo potrò! Lo voglio! Hò risoluto! Il grande l’insoffribile de’mali ègelar-me o sangue, o coração estremecer!
l’esser privo dell’ unico dell’ alma amato oggetto. Mas conseguirei! Eu o quero! Estou decidido! O grande mal, o
(Si vede un lampo, si sente un tuono, e parte Orfeo.) insuportável é ser privado do único objeto amado pela alma.
Orfeo (Vê-se um clarão, ouve-se um trovão, e Orfeu parte.)
Assistetemi, o Dei! La legge accetto. Orfeu
Auxiliai-me, ó Deuses! Aceito vossa lei.

Atto Secondo Segundo Ato

http://www.coralsp.org.br/opera/libreto.asp 2/6
19/02/2019 Opera Orfeu e Euridice
Scena I Cena I
(Orfeo ed il Coro) (Orfeu e o Coro)
Appena aperta la scena, al suono di orribile sinfonia commincia il Assim que se abre a cena, ao som de horrível sinfonia, começa
Ballo di Furie e Spettri che viene interrotto per l’armonia della lira o Baile das Fúrias e Espectros, interrompido pela harmonia da
d’Orfeo, il quale comparendo poi sulla scena, tutta quella turba lira de Orfeu; em seguida, quando ele entra em cena, toda a
infernale intuona il seguente. turba infernal canta:

Coro Coro
Chi mai dell’ Erebo fralle caligini sull’orme d’Ercole e di Piritoo Na escuridão do Érebo, quem ousaria seguir as pegadas de
conduce il piè? Hércules e Piritó?
D’orror l’ingombrino le fiere Eumenide, e lo spaventino gli urli di Que as ferozes Eumênides o encham de horror, e o apavorem
Cerbero, se un dio non è! D’orror l’ingombrino le fiere Eumenidi, os urros de Cérbero, se não for um deus!
e lo spaventino gli urli di Cerbero, se un dio non è!
Orfeo
Deh placatevi con me, Furie, Larve, Ombre sdegnose! Vi renda Orfeu
almen pietose il mio barbaro dolor! Oh! Sede mais brandas comigo, Fúrias, Espectros, Sombras
iracundas! Que ao menos minha bárbara dor vos torne
Coro compassivas!
Nò! Nò! Nò! Nò! Coro
Coro Não! Não! Não! Não! (em meio ao canto de Orfeu)
Misero giovane, che vuoi, che mediti? Altro non abita che lutto e Coro
gemito in queste orribili soglie funeste! Che vuoi misero Mísero jovem, o que queres, o que planejas? Nestes umbrais
giovane? Che? horríveis, funestos, nada há além de luto e gemidos! O que
Orfeo desejas, infeliz jovem? O quê?
Mille pene, ombre moleste, come voi sopporto anch’io! Ho con Orfeu
me l’inferno mio, me lo sento in mezzo al cor. Assim como vós, sombras importunas, sofro mil penas! Trago
Coro em mim o inferno, sinto-o dentro do coração.
Ah, quale incognito affetto flebile dolce a sospendere vien Coro
l’implacabile nostro furor? Ah, que afeto desconhecido, doce e lacrimoso, vem interromper
Orfeo nosso furor implacável?
Men tiranne, ah! voi sareste al mio pianto, al mio lamento, se Orfeu
provaste un’ sol momento cosa sia languir d’amor! Ah! Se tivésseis experimentado, por um momento sequer, o que
significa desfalecer de amor, seríeis menos terríveis diante de
Coro meu pranto, meu lamento!
Ah quale incognito affetto flebile dolce a sospendere vien
l’implacabile nostro furor? Coro
Le porte stridano sui neri cardini e il passo lascino sicuro e libero Ah, que afeto desconhecido, doce e lacrimoso, vem interromper
al vincitor! nosso furor implacável?
(Cominciano a ritirarsi le Furie ed i Mostri e dileguandosi per Ranjam as portas sobre os negros gonzos e dêem passagem
entro le scene, ripetono l’ultima strofa del coro, che continuando segura e livre ao vencedor!
sempre frattanto, che si allontanano finisce finalmente in un (Fúrias e Monstros começam a retirar-se do palco, repetindo a
confuso mormorio. Sparite le Furlie, sgombrati i Mostri, Orfeo última estrofe do coro enquanto se distanciam, até terminar em
s’avanza nell’inferno.) um murmúrio confuso. Desaparecidas as Fúrias, afastados os
Monstros, Orfeu penetra no inferno.)
Scena II
(Orfeo, e indi Coro di Eroi ed Eroine, poi Euridice) Cena II
(Orfeu, em seguida o Coro de Heróis e Heroínas, depois
Orfeo (Aria)
Eurídice)
Che puro ciel, che chiaro sol, che nuova serena luce è questa
mai! Che dolce lusinghiera armonia formano insieme il cantar Orfeu (Ária)
degli augelli, il correr de’ ruscelli, dell’aure il susurrar. Que céu puro, que sol claro, que luz nova e serena é esta,
Questo è il soggiorno de’ fortunati Eroi! nunca vista! Que doce, sedutora harmonia vem do canto dos
Qui tutto spira un tranquillo contento, ma non per me. pássaros, do sussurro da brisa, dos riachos a correr!
Se l’idol mio non trovo, sperar non posso! É esta a morada dos felizes Heróis!
I suoi soavi accenti, gli amorosi suoi sguardi, il suo bel riso, sono Tudo aqui inspira um contentamento tranquilo, mas não para
il mio solo, il mio diletto Eliso! mim. Se não encontro minha idolatrada, não posso ter
(Guardando per la scena.) esperança! Sua voz suave, seus olhares amorosos, seu belo
Mà in qual parte ei sarà? riso são meu único, meu muito amado Elísio!
Chiedasi a questo che mi viene a incontrar stuolo felice. (Procurando no palco)
(Inoltrandosi verso il Coro.) Euridice dov’è? Mas onde estará?
Vou perguntar a este grupo alegre que vem ao meu encontro.
(Adiantando-se em direção ao Coro) Onde está Eurídice?
Coro Coro
Giunge Euridice! Vai reunir-te com Eurídice!
Vieni a’ regni dei riposo, grand’eroe, tenero sposo, raro esempio Vem às plagas do repouso, grande herói, terno esposo,
in ogni età! Euridice amor ti rende, già risorge, già riprende la exemplo raro em qualquer época! Eurídice retribui o teu amor, e
primiera sua beltà. já ressurge, já recupera a antiga beleza.
(Segue il ballo degli Eroi.) (Segue-se a dança dos Heróis.)
Orfeo (Recitativo) Orfeu (Recitativo)
Anime avventurose, ah tollerate in pace le impazienze mie! Se Almas venturosas, ah, tende paciência com o meu ímpeto! Se
foste amanti, conoscerete a prova quel focoso desio, che mi amásseis, conheceríeis por experiência o intenso desejo que
tormenta, che per tutto è con me. me atormenta, que está sempre comigo.
Nemmeno in questo placido albergo esser poss’io felice se non Nem mesmo aqui, neste abrigo tranquilo, posso ser feliz se não
trovo il mio bene. encontro meu bem.
Coro
Coro Eurídice está chegando! (quarteto solista)
Viene Euridice! Volta, ó bela, a teu consorte, que o céu piedoso não vos quer
Torna, o bella al tuo consorte, che non vuoi che più diviso sia da separados.
te pietoso il ciel. Não lamentes tua sorte: um esposo tão fiel é como outro Elísio.
Non lagnarti di tua sorte, che può dirsi un altro Eliso uno sposo si (Eurídice é conduzida por um Coro de Heroínas até Orfeu, que,
fedel. sem olhá-la e com extremo desvelo, toma-a pela mão e a leva
(Da un Coro di Eroine vien condotta Euridice vicino ad Orfeo, il imediatamente embora. Depois a Dança dos Heróis e Heroínas
quale senza guardarla, e con atto di somma premura la prende continua, e o Coro retoma o canto – que deveria continuar até
per mano, e la conduce subito via. Seguita poi il Ballo degli Eroi Orfeu e Eurídice estarem completamente fora dos Campos
ed Eroine, e si ripiglia il canto del Coro supposto continuarsi fino Elíseos.)
a tanto che Orfeo ed Euridice non sono affatto fuora degli Elisi.)
Terceiro Ato
Atto Terzo
Cena I
Scena I (Orfeu e Eurídice)
(Orfeo ed Euridice)
Orfeu
Orfeo (para Eurídice, que ele leva pela mão, sempre sem fitá-la)
(ad Euridice, che conduce per mano, sempre senza guardarla) Vem, segue meus passos, único, amado objeto de meu fiel
Vieni, siegui i miei passi, unico, amato oggetto del fedele amor amor!
mio!
Euridice Eurídice

http://www.coralsp.org.br/opera/libreto.asp 3/6
19/02/2019 Opera Orfeu e Euridice
(con sorpresa) (surpresa)
Sei tu? M’inganno? Sogno? Veglio? O deliro? És tu? É uma ilusão? Estou sonhando? Acordada? Ou deliro?
Orfeo Orfeu
(con fretta) Amata sposa, Orfeo son io, e vivo ancor! Ti venni fin (apressado) Esposa amada, sou eu, Orfeu, e estou vivo! Vim
negli Elisi a ricercar. Fra poco il nostro cielo, il nostro sole, il até os Campos Elísios para buscar-te. Logo verás de novo
mondo, di bel nuovo vedrai! nosso céu, nosso sol, o mundo!
Eurídice
(como suspensa)
Euridice Tu vives? Estou viva? O quê?! Mas por qual arte? Mas de que
(sospesa) modo?
Tu vivi? Io vivo? Come! Ma con qual arte? Ma per qual via?
Orfeu
Orfeo Eu te contarei tudo. Por enquanto (com urgência) não perguntes
Saprai tutto da me. Per ora (con premura) non chieder più! Meco mais! Apressa-te comigo, e expulsa da alma esse temor inútil e
t’affretta, e il vano importuno timor dall’alma sgombra! Ombra tu importuno! Já não és uma sombra, eu também não o sou.
più non sei, io non son ombra. Eurídice
Será verdade o que estou ouvindo? Numes Piedosos, que
Euridice
contentamento jamais sentido é este! Então, nos braços
Che ascolto? Sarà ver? Pietosi Numi, qual contento è mai
daquele que idolatro, viverei nova vida, entre os mais suaves
questo! Io dunque in braccio all’ idol mio fra’ più soavi lacci
laços de Amor e de Himeneu!
d’Amore e d’Imeneo nuova vita vivrò!
Orfeu
Orfeo Sim, esperança minha! Mas já basta de demora, vamos em
Sì, mia speranza! Ma tronchiam le dimore, ma seguiamo il frente. A Fortuna tem sido tão cruel comigo, que ainda não
cammin. Tanto è crudele la fortuna con me, che appena io credo acredito possuir-te, mal posso confiar.
di possederti, appena sò dar fede a me stesso. Eurídice
Euridice (Triste e ressentida, retirando sua mão da de Orfeu.)
(Mesta, e risentita, ritirando la mano da Orfeo.) E te aborreces com a doce expressão de meu terno amor neste
E un dolce sfogo del tenero amor mio nei primo istante che tu primeiro instante em que me reencontras, em que te revejo,
ritrovi me, ch’io ti riveggo, t’annoia, Orfeo! Orfeu!
Orfeu
Orfeo Ah, não é assim, mas... Sabe... Escuta... (Oh, decreto cruel!)
Ah non è ver, ma... Sappi... Senti... (Oh legge crudel!) Bella Bela Eurídice, adianta os passos teus!
Euridice, inoltra i passi tuoi! Eurídice
Euridice O que poderia atormentar-te em momento tão alegre?
Che mai t’affanna in sì lieto momento? Orfeu
Orfeo
(Che dirò? Lo previddi! Ecco il cimento!) (O que dizer? Eu o previa! Eis o perigo!)
Euridice Eurídice
Non m’abbracci? Non parli? Guardami almen. (tirandolo, perchè Não me dás um abraço? Não falas comigo? Olha-me ao menos
la guardi) Dimmi, son bella ancora, qual era un dì? Vedi, che (puxando-o, para que a veja). Dize-me, ainda sou bonita? Olha,
forse è spento il roseo del mio volto? Odi, che forse s’oscurò será que a cor rósea de meu rosto perdeu o brilho? Ouve,
quel che amasti e soave chiamasti, splendor de’ sguardi miei? acaso se extinguiu o esplendor de meu olhar que amavas, que
Orfeo dizias ser meigo?
(Più che l’ascolto, meno resisto. Orfeo, coraggio!) Orfeu
Andiamo, mia diletta Euridice! Or non è tempo di queste (Quanto mais a ouço, menos resisto. Coragem, Orfeu!)
tenerezze, ogni dimora è fatale per noi. Vamos, minha Eurídice amada! Agora não há tempo para estas
Euridice ternuras, qualquer demora pode ser-nos fatal.
Ma... uno sguardo solo... Eurídice
Orfeo Mas... um olhar apenas...
È sventura il mirarti. Orfeu
Euridice Contemplar-te nos desgraçaria.
Ah, infido! E queste son l’accoglienze tue! Mi nieghi un sguardo, Eurídice
quando dal caro amante e dal tenero sposo aspettarmi io dovea Ah, infiel! É essa a tua acolhida! Recusas-me um simples olhar,
gli amplessi e i baci. quando eu devia esperar abraços e beijos do amante querido e
Orfeo terno esposo.
(Che barbaro martir!) Orfeu
(Sentendola vicina prende la sua mano e vuol condurla.) (Que suplício terrível!)
Ma vieni e taci! (Sentindo-a próxima, segura-lhe a mão e tenta conduzi-la.)
Vem e cala-te!
Euridice Eurídice
Ch’io taccia! E questo (ritira la mano con sdegno) ancora mi Que eu me cale! E ainda (retira a mão, encolerizada) me faltava
restava a soffrir? Dunque hai perduto la memoria, l’amore, la sofrer isto? Então perdeste a memória, o amor, a constância, a
costanza, la fede? E a che svegliarmi dal mio dolce riposo, or crença? Para que despertar-me de meu doce repouso, se
ch’hai pur spente quelle a entrambi si care d’Amore e d’Imeneo apagaste os castos archotes de Amor e Himeneu, tão caros a
pudiche faci! Rispondi traditor! nós? Responde, traidor!
Orfeo Orfeu
Ma vieni, e taci! Mas vem, e cala-te!
(Duetto) (Dueto)
Vieni, appaga il tuo consorte! Vem, contenta o teu companheiro!
Euridice Eurídice
Nò, più cara è a me la morte, che di vivere con te! Não, mais cara é para mim a morte, que viver contigo!
Orfeo Orfeu
Ah crudel! Ah, cruel!
Euridice Eurídice
Lasciami in pace! Deixa-me em paz!
Orfeo Orfeu
Nò, mia vita, ombra seguace verrò sempre intorno a te! Não, vida minha, viverei sempre junto a ti, qual sombra
companheira!
Euridice Eurídice
Ma perchè sei sì tiranno? Mas por que és tão mau?
Orfeo Orfeu
Ben potrò morir d’affanno, mà giammai dirò perchè. Posso até morrer de aflição, mas jamais direi por quê.
Euridice Eurídice
Grande, o Numi, è il dono vostro! Lo conosco e grata io sono! Grandioso, ó Numes, é o vosso dom! Reconheço-o e sou grata!
Orfeo ed Euridice Orfeu e Eurídice
Grande, o Numi, è il dono vostro! Lo conosco e grato io sono! Grandioso, ó Numes, é o vosso dom! Reconheço-o e sou grato!
Ma il dolor che unite al dono è insoffribile per me! Mas a dor que associais a ele é insuportável!
Eurídice
Euridice Mas por que és tão mau?
Ma perchè sei sì tiranno? Orfeu
Orfeo Posso até morrer de aflição, mas jamais direi por quê...
Ben potrò morir d’affanno, mà giammai dirò perchè... Eurídice
Euridice Mas por quê?
Ma perchè? Orfeo
Orfeo ... jamais direi por quê.

http://www.coralsp.org.br/opera/libreto.asp 4/6
19/02/2019 Opera Orfeu e Euridice
...giammai dirò perchè. Orfeu e Eurídice
Orfeo ed Euridice Grande, ó Numes, é o vosso dom! Reconheço-o e sou grato!
Grande, o Numi, è il dono vostro!Lo conosco e grato io sono! Mas a dor que associais a ele é insuportável!
Ma il dolor, che unite al dono, è insoffribile per me! (Ao terminar o dueto, os dois se apoiam em uma árvore, cada
(Nel terminare il duetto ambedue, ciascuno dalla sua parte, si um por seu lado.)
appogiano ad un albero.)

Euridice (Recitativo) Eurídice (Recitativo)


Qual vita è questa mai che a vivere incomincio! Que vida é esta que começo a viver! E que segredo funesto,
E qual funesto, terribile segreto Orfeo m’asconde! Perchè terrível, Orfeu me esconde? Por que chora e se angustia? Ah,
piange,e s’affligge? Ah, non ancora troppo avvezza agli affanni, não tendo ainda me acostumado de novo aos tormentos dos
che soffrono i viventi, a sì gran colpo manca la mia costanza; aglivivos, um golpe tão grande me tira a firmeza; a luz se extravia
occhi miei si smarrisce la luce, oppresso in seno mi diventa de meus olhos, o alento se torna difícil, o peito, oprimido.
affannoso il respirar. Tremo, vacillo, e sento fra I’angoscia e il Tremo, vacilo, e sinto o coração vibrar com uma palpitação
terrore da un palpito crudel vibrarmi il core. cruel, entre a angústia e o terror.
(Aria) Che fiero momento, che barbara sorte passar della morte (Aria) Que momento terrível, que destino bárbaro, sair da morte
a tanto dolor! Avvezzo al contento d’un placido oblio, fra queste para tanta dor! Habituada à alegria do tranquilo esquecimento,
tempeste si perde il mio cor! meu coração se perde em meio a tais tempestades!
Hesito, estremeço... Que terrível momento, que destino bárbaro,
Vacillo, tremo... Che fiero momento, che barbara sorte, passar passar da morte a tanta dor!
della morte a tanto dolor! Orfeu
Orfeo Eis um novo suplício!
Ecco un nuovo tormento! Eurídice
Euridice Esposo amado, então me abandonas? Desfaço-me em pranto e
Amato sposo, m’abbandoni così? Mi struggo in pianto; non mi não me consolas? A dor me oprime os sentidos e não me
consoli? Il duol m’opprime i sensi, non mi soccorri? Un’altra socorres? Devo, então, morrer uma vez mais, oh! destino, sem
volta, oh stelle, dunque morir degg’io senza un amplesso tuo, um abraço teu, sem um adeus?
senza un’ addio? Orfeu
Orfeo Já não consigo conter-me, pouco a pouco a razão me
Più frenarmi non posso, a poco a poco la ragion m’abbandona, abandona, esqueço a lei, Eurídice, e a mim mesmo!
oblio la legge, Euridice, e me stesso! (Prestes a voltar-se, arrepende-se em seguida.)
(In atto di voltarsi, e poi pentito.) Eurídice
Euridice E... Orfeu, esposo! Ah... vou... desmaiar.
E... Orfeo, consorte! Ah... mi sento ... languir. (Cai sentada em uma pedra.)
(Si getta a sedere sopra un sasso.) Orfeu
Orfeo Não, esposa! Escuta! (pronto a voltar-se para olhá-la, com
Nò, sposa! Ascolta! (In atto di voltarsi a guardaria, e con impeto.) ímpeto) Se soubesses... Ah, que foi?
Se sapessi... Ah che fò? Até quando devo sofrer neste inferno horrendo?
Ma fino a quando in questo orrido inferno dovrò penar? Eurídice
Euridice Meu bem, recorda-te... de... mim!
Ben mio, ricordati... di... me! Orfeu
Orfeo Quanto penar! Ah, meu coração está despedaçado! Já não
Che affanno! Oh, come mi si lacera il cor! Più non resisto... resisto... Desejo tão ardente... frêmito... delírio... Ah! Meu
Smanio... fremo... deliro... Ah! Mio tesoro! tesouro! (Volta-se, arrebatado, e olha para ela.)
(Si volta con impeto e la guarda.) Eurídice
Euridice Deuses justos, o que aconteceu? O chão me falta, estou
Giusti Dei, che m’avenne? Io manco, io moro. morrendo. (Levanta-se com esforço e torna a cair.)
(Alzandosi con forza e tornando a cadere.) Orfeu
Orfeo Ai de mim! Aonde me deixei levar pela paixão? Para onde me
Ahimè! Dove trascorsi? Ove mi spinse un delirio d’amor? impeliu o delírio de amor? (Corre para a amada.)
(Le s’accosta con fretta.) Esposa! Eurídice!
Sposa! Euridice! (Sacode-a.)
(La scuote.) Eurídice! Companheira! Ah, não está mais viva, chamo-a em
Euridice! Consorte! Ah più non vive, la chiamo in van! Misero vão! Desgraçado de mim! Perdi-a, e para sempre! Oh, Lei! Oh,
me! La perdo, e la perdo per sempre! Oh Legge! Oh morte! Oh morte! Oh, lembrança cruel! Ninguém me socorre, nem me
ricordo crudel! Non hò socorso, non m’avanza consiglio! Io aconselha! Só eu vejo (ah, visão terrível!) o lutuoso aspecto de
veggo solo (Ah fiera vista!) il luttuoso aspetto dell’orrido mio meu medonho estado! Farta-te, sorte iníqua! Estou
stato! Saziati, sorte rea! Son disperato! desesperado!
(Aria) Che farò senza Euridice? Dove andrò senza mio ben?
(Ária) Que farei sem Eurídice? Aonde irei sem meu bem?
Euridice, Euridice! Oh Dio! Rispondi! Io son pure il tuo fedel! Ah,
Eurídice, Eurídice! Oh, Deus! Responde! Sou sempre fiel a ti!
non m’avanza, più soccorso, più speranza, nè dal mondo, nè dal
Ah, não recebo mais auxílio ou esperança, nem do mundo, nem
ciel!
do céu!
(Recitativo) Ah finisca e per sempre colla vita il dolor! Del nero
Averno già sono insù la via! Lungo cammino non è quel che
(Recitativo) Ah, que a dor termine, e para sempre, com a vida!
divide il mio bene da me. Sì, aspetta, o cara ombra dell’idol mio!
Do negro Averno já me encontro a caminho! Não é longa a
Aspetta! Nò, questa volta senza lo sposo tuo non varcherai
estrada que me separa de meu bem. Sim, espera, sombra
I’onde lente di Lete.
querida de minha idolatrada! Espera! Não, desta vez não
(Vuol ferirsi.)
atravessarás as lentas ondas do Letes sem teu esposo.
Scena II (Tenta ferir-se.)
(Amore e detti)
Cena II
Amor (Amor e os anteriores)
Orfeo, (lo disarma) che fai?
Amor
Orfeo
Orfeu, (desarma-o) o que estás fazendo?
E chi sei tu, che trattenere (con impeto e fuori di se) ardisci le
Orfeu
dovute a miei casi ultime furie mie?
(com ímpeto e fora de si) E quem és tu, que ousas impedir as
Amor
últimas fúrias devidas em minha desgraça?
Questo furore calma, deponi, e riconosci Amore!
Amor
Orfeo
Acalma esse furor, para e reconhece Amor!
Ah sei tu? Ti ravviso! Il duol finora tutti i sensi m’oppresse. A che
Orfeu
venisti in sì fiero momento? Che vuoi da me?
Ah, és tu? Agora te reconheço! A dor oprimiu-me todos os
Amor sentidos. Para que vens neste momento tão assombroso? O
Farti felice! Assai per gloria mia soffristi, Orfeo, ti rendo Euridice que queres de mim?
il tuo ben. Amor
Di tua costanza maggior prova non chiedo. Fazer-te feliz! Já sofreste bastante para minha glória, Orfeu.
(Si alza Euridice come svegliandosi da un profundo sonno) Devolvo-te Eurídice, teu bem.
Ecco: risorge a riunirsi con te. Não necessitas dar outras provas de tua fidelidade.
(Eurídice levanta-se, como se despertasse de um sono
Orfeo profundo.)
Che veggo! Oh Numi! Sposa! Ei-la que ressuscita para unir-se a ti.
(con sorpresa, e corre ad abbracciare Euridice) Orfeu
Euridice O que vejo! Ó Numes! Esposa!
Consorte! (surpreso, corre para abraçar Eurídice)
Orfeo Eurídice

http://www.coralsp.org.br/opera/libreto.asp 5/6
19/02/2019 Opera Orfeu e Euridice
E pur t’abbraccio? Consorte!
Euridice Orfeu
E pure al sen ti stringo! Será verdade que te abraço?
Orfeo Eurídice
(ad Amore) Ah quale riconoscenza mia... E que te aperto ao seio?
Amor Orfeu
Basta! Venite, avventurosi amanti, usciamo al mondo, ritornate a (para Amor) Ah, como me sinto grato...
godere! Amor
Orfeo Basta! Vinde, amantes afortunados, saiamos para o mundo,
Oh fausto giorno, oh Amor pietoso! voltai a gozar!
Euridice Orfeu
Oh lieto, fortunato momento! Oh, dia auspicioso, oh, Amor compassivo!
Amor Eurídice
Compensa mille pene un mio contento! (Partono.) Oh, jubiloso, feliz momento!
Amor
Scena III e ultima A alegria que dou compensa mil sofrimentos! (Saem.)
Magnifico tempio dedicato ad Amore. Amore, Orfeo ed Euridice, Cena III e última
preceduti da numeroso drappello di Pastori e Pastorelle che
vengono a festeggiare il ritorno di Euridice e cominciando un Templo magnífico consagrado a Amor. Amor, Orfeu e Eurídice,
allegro ballo, che s’interrompe da Orfeo che intuona il seguente precedidos de numeroso séquito de Pastores e Pastorinhas que
coro. vêm festejar o retorno de Eurídice e começam uma dança
alegre, interrompida por Orfeu, que entoa o coro a seguir.

Orfeo Orfeu
Trionfi Amore, e il mondo intiero serva all’impero della beltà! Di Que Amor triunfe e o mundo inteiro sirva ao império da beleza!
sua catena talvolta amara mai fù più cara la libertà! De suas cadeias às vezes amargas jamais foi tão cara a
liberdade
Coro !
Trionfi Amore, e il mondo intiero serva all’impero della beltà! Coro
Que Amor triunfe e o mundo inteiro sirva ao império da beleza!
Amor
Talor dispera, talora affanna d’una tiranna la crudeltà! Ma poi la
pena obblia l’amante nel dolce istante della pietà! Amor
Às vezes a crueldade de uma mulher apaixonada desespera,
Coro
outras aflige! Mas depois, no doce instante da compaixão, o
Trionfi Amore e il mondo intiero serva all’impero della beltà.
amante esquece a dor!
Euridice Coro
La gelosia strugge e divora, ma poi ristora, la fedeltà. E quel Que Amor triunfe e o mundo inteiro sirva ao império da beleza!
sospetto che il cor tormenta al fin diventa felicità!
Eurídice
Coro O ciúme consome e devora, mas depois a fidelidade conforta. E
Trionfi Amore, e il mondo intiero serva all’impero della beltà! a suspeita que atormentava o coração por fim se torna
felicidade!

Coro
Que Amor triunfe e o mundo inteiro sirva ao império da beleza!

Tradução:
Maria Eugênia da Rocha Nogueira

www.coralsp.org.br

Desenvolvido por Rede Digital

http://www.coralsp.org.br/opera/libreto.asp 6/6

Você também pode gostar