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ART03157 – História da Música III – ERE 2021/1

Celso Giannetti Loureiro Chaves

Unidade III
Música e a história da recepção. A história da recepção vista através da polêmica Wagner.
O período 1850-1890: ópera; retorno da sinfonia; nacionalismos; história da recepção.

Dados da Playlist da Unidade III

Johannes Brahms (1833-1897) – Sinfonia nº 2, em ré maior, op. 73


Estreada em Viena em 30 de dezembro de 1877 pela Filarmônica de Viena regida por Hans Richter. A
sinfonia está distribuída em quatro movimentos, seguindo a disposição da grande forma clássica [sonata]:
I. Allegro non troppo; II. Adagio non troppo; III. Allegretto grazioso (quase andantino); IV. Allegro con
spirito. A crítica de Eduard Hanslick, cujo texto está da Unidade I, dá estrutura para a polêmica Wagner x
Brahms, contrapondo a música “sobre antigas formas” (Brahms) e a música que recorre a elementos
externos (Wagner).

Richard Wagner (1813-1883) – A valquíria [Die Walküre] (início do 3º ato: “A cavalgada das
valquírias”)
O drama lírico A Valquíria (1870) (Wagner não chamava suas óperas de “óperas”) é o segundo dos quatro
dramas líricos que integram a tetralogia O anel do nibelungo (1. O ouro do Reno; 2. A valquíria; 3. Siegfried;
4. O crepúsculo dos deuses), sobre personagens e histórias da mitologia nórdica. “A cavalgada das
Valquírias”, no início do 3º ato, descreve a chegada destes seres míticos ao Valhalla, a casa dos deuses e
dos heróis, trazendo os heróis mortos em batalha para que ali habitem. O libreto é do próprio Richard
Wagner.

Giuseppe Verdi (1813-1901) – Rigoletto


Ópera em três atos estreada em 11 de março de 1851 no Teatro La Fenice de Veneza, com regência de
Gaetano Mares e Felice Varesi no papel título. O libreto é de Francesco Maria Piave (1810-1876), baseado
na peça teatral Le roi s’amuse [O rei se diverte] (1832) de Victor Hugo (1802-1885). Rigoletto é um dos
melhores exemplos da ópera italiana de meados do século 19, com sua sequência de árias, duetos, trios,
quintetos e coros. Abaixo está o anúncio para a estreia de 1851:

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Antônio Carlos Gomes (1836-1896) – Il Guarany
Ópera em quatro atos, estreada no teatro Alla Scala de Milão, em 19 de março de 1870 e, no Rio
de Janeiro, em 2 de dezembro de 1870. Libreto de Antonio Scalvini e Carlo D’Ormeville, baseado
no romance O Guarani (1857) de José de Alencar (1829-1877). A temática indigenista (sob a ótica
do Brasil imperial) é brasileira, o idioma é o da ópera italiana, com a inovação (especificamente
na ópera italiana) de fazer com que as danças sejam parte integrante da ação, o que permite que
a ópera seja caracteriza como opera-ballo (“ópera com danças”).

José de Alencar Antônio Carlos Gomes

Antonín Dvořák (1841-1904) – Sinfonia nº 9, em mi menor, op. 95, “Do novo mundo”
Estreada no Carnegie Hall de Nova York em 16 de dezembro de 1893 com a Filarmônica de Nova York
regida por Anton Seidl. Assim como no caso de Brahms, a sinfonia também adere à estrutura em quatro
movimentos da grande forma clássica: I. Adagio-Allegro molto; II. Largo; III. Scherzo: Molto vivace; IV.
Finale: Allegro com fuoco. A sinfonia supostamente faz referência à música indígena nativo-norte
americana e aos spirituals da música afro-norte-americana, de onde decorre o subtítulo “Do novo
mundo”. Abaixo, o esboço do 3º movimento:

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Alberto Nepomuceno (1864-1920) – “Batuque” da Série brasileira (1887)
Nepomuceno é representante da música nacional na playlist da Unidade III, junto com Dvořák. O
“Batuque” pertence a (e praticamente inicia) uma extensa tradição da música de concerto que é a
apropriação de motivos e temas folclóricos e/ou étnicos, trazendo-os para dentro, por exemplo, da música
sinfônica. Na época de Nepomuceno e no período posterior, este era um procedimento composicional
normal – e até esperado – embora hoje ele possa ser visto com restrições, pois pode significar o
apagamento das origens dos materiais utilizados e dos aspectos sociais que os cercam.

Alberto Nepomuceno em 1908 (data aproximada)

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