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BRUNO WEYNE
IAN DA SILVA ROMEIRO
RONDONÓPOLIS – MT
2015
BRUNO WEYNE
IAN DA SILVA ROMEIRO
RONDONÓPOLIS – MT
2015
TERMO DE APROVAÇÃO
BRUNO WEYNE
IAN DA SILVA ROMEIRO
Resultado Final:
Apto
Não apto
____________________________________
Coordenador
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Prof.º Paula Juliana Ribeiro Campos
____________________________________
Prof.º
____________________________________
Prof.º Paulo Cezar Rosa Jr.
RONDONÓPOLIS, 13 de agosto de 2015
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Bruno Weyne1
Ian da Silva Romeiro2
Profª. Paula Juliana Ribeiro Campos3
RESUMO
O revestimento asfáltico é a camada superior destinada a resistir diretamente às ações do
tráfego e transmiti-las de forma atenuada às camadas inferiores, impermeabilizar o
pavimento, além de melhorar as condições de rolamento como conforto e segurança.
Pavimento é uma estrutura construída após a terraplenagem, destinada a resistir e distribuir ao
subleito os esforços verticais oriundos dos veículos, a melhorar as condições de rolamento
quanto ao conforto e segurança e a resistir aos esforços horizontais tornando mais durável a
superfície e rolamento.
Este trabalho tem como propósito de documentar os riscos para a saúde de trabalhadores na
parte de preparação e aplicação da pavimentação com asfalto. Diversos agentes químicos
prejudiciais à saúde humana foram identificados nas emissões provenientes de materiais
asfálticos e muitos deles são comprovadamente cancerígenos, reconhecidos até mesmo pelo
Ministério do Trabalho e Emprego. A exposição às emissões de asfalto em pavimentação de
ruas e estradas se dá tanto por gases e vapores, quanto por material particulado. Todos esses
tipos de emissões são prejudiciais à saúde humana, trazendo riscos à saúde a pequeno, médio,
e longo prazo.
Mediante pesquisas feitas ao longo do trabalho conclui-se que são necessárias mediadas
preventivas como treinamentos, diálogos diários de segurança, revisão do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais PPRA além de palestra especifica sobre os riscos diretos,
uso de Equipamento de Proteção Individual EPI, conscientização dos trabalhadores e dos
1
Estudante do curso de Habilitação técnica em Segurança do Trabalho na Instituição SENAI
Rondonópolis-MT. E-Mail: weyne_bruno@hotmail.com
2
Estudante do curso de Habilitação técnica em Segurança do Trabalho na Instituição SENAI
Rondonópolis-MT. E-Mail: yan.17@hotmail.com
3
Instrutora do curso de Habilitação técnica em Segurança do Trabalho na Instituição SENAI
Rondonópolis-MT. E-Mail: paula.campos@senaimt.edu.br
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lideres de equipe quanto à utilização dos EPI, doenças ocupacionais causadas a pequeno,
médio e longo prazo e riscos químicos que o trabalhador fica exposto no campo de trabalho.
1. INTRODUÇÃO
O asfalto tem grande utilidade quando se apresenta na forma de uma rua asfaltada e
nivelada, dando conforto aos passageiros e motoristas dos veículos mas, apesar dessa
utilidade para os trabalhadores em pavimentação a história tem sido um pouco diferente.
Observou-se que os pavimentadores – motoristas de rolo compressor, motoristas da máquina
de aplicar a camada asfáltica e motoristas de caminhão basculante, além, é claro, da equipe de
aplicação propriamente dita – não utilizam proteções respiratórias e, assim, inalam compostos
químicos tóxicos.
A exposição às emissões de asfalto em pavimentação de ruas e estradas se dá tanto por
gases e vapores, quanto por material particulado. E todos esses tipos de emissões são
prejudiciais à saúde humana. Entre o material particulado, a maioria das partículas é de
tamanho minúsculo que não se pode ver a olho nu (< 2,5 μm 4), o que facilita não apenas a sua
inalação, mas também a sua chegada às partes mais profundas do pulmão (alvéolos),
diminuindo a capacidade respiratória do indivíduo e aumentando os processos inflamatórios.
Alguns estudos confirmam que os compostos químicos tóxicos conseguem se diluir na
região do alvéolo e passam para a circulação sanguínea. Diversos agentes químicos deletérios
à saúde humana foram identificados nas emissões de asfalto, e muitos deles são
comprovadamente cancerígenos, reconhecidos até mesmo pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) como tais. Além disso, enquadram-se entre os fatores de insalubridade,
como exposto na Norma Regulamentadora (NR) 15 – Atividades e operações insalubres, “Nas
atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a
caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância.”
(NR15.ANEXO Nº 11, 1. 2013, p.291), “O presente Anexo tem como objetivo regulamentar
ações, atribuições e procedimentos de prevenção da exposição ocupacional ao benzeno,
visando à proteção da saúde do trabalhador, visto tratar-se de um produto comprovadamente
cancerígeno.” (NR15.ANEXO Nº 13-A, 1. 2013, p.307). Uma questão muito seria levantada
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Milímetro
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O ASFALTO
O asfalto é um dos materiais mais antigos utilizado pelo homem. Dados arqueológicos
mostram que ele já havia sido utilizado em épocas anteriores a nossa Era. Ele já havia sido
utilizado na Mesopotâmia, onde fazia o papel de aglutinante em trabalhos de alvenaria e
construção de estradas. Salas de banho e reservatórios de água eram impermeabilizadas com
asfalto. E até mesmo os egípcios utilizavam o asfalto em trabalhos de mumificação. A
primeira estrada a ser pavimentada com asfalto foi entre 625 a 604 A.C, na Babilônia.
Durante os primeiros quatro séculos da nossa Era, os Romanos construíram um sistema de
estradas na Grã- Bretanha, que até hoje são consideradas como modelos a serem seguidos. A
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primeira fonte de asfalto disponível na América foi o famoso lago de piche da Ilha da
Trindade, que é o maior lago natural de asfalto do mundo. Depois dele foi descoberto também
o Lago Bermudez, que fica localizado na Venezuela. O Trindad Lake Asphalt TLA é o asfalto
extraído do maior lago natural e comercialmente viável do mundo esse produto é
comercializado há mais de 100 anos, utilizado em pontes, aeroportos, portos, túneis e rodovias
em quase todos os continentes. O TLA é um ligante extremamente viscoso, utilizado como
modificador de asfaltos de petróleo, aumentando a resistência a deformações e vida útil do
asfalto também por ser oxidado naturalmente ele possui características químicas bem
definidas, o que garante a sua qualidade e o torna mais resistente as ações de combustíveis. O
TLA foi descoberto em 1559 por Walter Raleigh. A primeira pavimentação feita com o
asfalto do Lago de Trinidad foi em 1870 em frente à City Hall in Newark, New Jersey, em um
segmento da Fifth Avenue. A técnica chegou ao Reino Unido no final do Século XIX.
Fonte-http://www.1000dias.com/ana/santuario-de-piche-e-passaros
Imagem 1-Maior lago de Betume Natural do Mundo
A seguir com base em datas e feitos relacionados a historia do Brasil, faremos uma
sucinta historia do asfalto com datas e especificações do que foi realizado.
Em 1906 inicia-se o Calçamento asfáltico em grande escala na cidade do Rio de
Janeiro mais adiante tivemos em larga escala a ligação para o Porto de Santos no ano de 1913
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É importante entender a diferença entre perigo e risco. Perigo - Fonte, situação ou ato
com potencial para o dano em termos de lesões, ferimentos ou danos para a saúde ou uma
combinação destes.
Exemplo de perigos - Torno mecânico, forno de pintura em operação, atividade de carga
e descarga de materiais, processo de soldagem.
Risco - Combinação da Probabilidade da ocorrência de um acontecimento perigoso ou
exposição e da severidade das lesões, ferimentos, ou danos para a saúde, que pode ser causada
pelo acontecimento ou pela(s) exposição.
Exemplo de riscos: cortar a mão, perder uma perna, causar problemas na coluna, matar
por intoxicação todos os trabalhadores da fábrica. Note que o risco é o resultado ou a
consequência do perigo. Não existiriam riscos se não existissem perigos.
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Atividades ou operações perigosas são aquelas que implicam no contato permanente com
inflamáveis e/ou explosivos, conforme a natureza ou o método de trabalho. Caracteriza-se, neste
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caso, a presença de risco de uma explosão ocorrer, e o perigo de esta explosão danificar
materiais ou lesionar pessoas. Classificam os riscos ambientais segundo a sua natureza e a
forma com que atuam no organismo humano, como é citado abaixo:
Agentes físicos: As diversas formas de energia, tais como ruído, vibrações, pressões
anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes.
Agentes químicos: As substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no
organismo pela via respiratória, nas formas de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou
vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser
absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
2.6 TOXICOLOGIA
Quanto aos efeitos crônicos, relatando o risco de câncer, dentre eles: leucemia, câncer
na boca e faringe e de pulmão. Também há relatos de câncer gastrintestinal e de
próstata/bexiga.
2.7 LEGISLAÇÃO
pode liberar gás sulfídrico, sendo um alerta nestes casos uma vez que a NR-15 aponta este
agente químico na tabela de limites de tolerância, caracterizando como grau máximo de
insalubridade caso a concentração durante a exposição seja superior a 8 ppm.
Os profissionais da área de segurança do trabalho já dispõem de publicações na
Internet que confirmam as doenças às quais estão expostos os pavimentadores. Foram
identificadas funções que obviamente se encontram mais expostas às emissões de asfalto e
que merecem grande atenção por parte do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do
Trabalho (SESMT) das empresas, pois se espera maior adoecimento respiratório desses
trabalhadores por se encontrarem em tal situação. Os exames clínicos e laboratoriais desses
trabalhadores devem receber uma revisão e maior atenção, e espera-se que apareçam casos de
câncer de pulmão, bexiga, de pele.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) devem também sofrer revisão, pois tais agentes
químicos ainda não são reconhecidos pelo SESMT da maioria das empresas, seja por
ignorância, seja por falta de conhecimento técnico.
Um Programa de Proteção Respiratória (PPR) com os respectivos equipamentos de
proteção deve ser implantado para esses trabalhadores, uma vez que há anos os que se
dedicam a essas atividades permanecem sem nenhum tipo de respirador purificador. Os
uniformes devem merecer atenção do SESMT das empresas, uma vez que não se pode
permitir trabalho com exposição a agentes que causam câncer de pele. Como especificamos
anteriormente vale frisar as especificações da NR 06 o SESMT- Serviço de Especializado em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, deverá orientar o trabalhador sobre os
riscos causados ao não usar segundo a norma: Calçado de segurança, camiseta manga longa,
calças compridas com faixas refletivas de sinalização, luvas de vaqueta, óculos, mascaras
químicas próprias para o trabalho, pois a não utilização desses EPI poderão causar
queimaduras graves, intoxicação por agentes químicos e outros agentes se faz necessário
utilizar também creme de proteção para a pele e banho logo após o término do trabalho.
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com o desenvolver deste trabalho chegamos a vários fatores conclusivos dentre eles, a
exposição às emissões de asfalto em pavimentação se dá tanto por gases e vapores, quanto a
material particulado e essas de emissões são prejudiciais à saúde humana. São numerosos os
gases e vapores que podem estar presentes na atmosfera dos ambientes de trabalho e que,
quando inalados, desenvolvem efeitos irritantes, principalmente nas vias respiratórias.
O local de ação é em geral determinado pela sua solubilidade. Aqueles que são muito
solúveis na água são rapidamente absorvidos pelas vias aéreas superiores onde agem como
irritantes. Os de baixa solubilidade agem mais adiante, no pulmão. A ação daqueles de
solubilidade intermediária se faz ao longo de todo o aparelho respiratório.
Dentre o material particulado, a maioria das partículas é de um tamanho minúsculo (<
2,5 μm), o que facilita não apenas a sua inalação, mas também a sua chegada às partes mais
profundas do pulmão (alvéolos), diminuindo a capacidade respiratória do indivíduo e
aumentando os processos inflamatórios.
Alguns estudos indicam que os compostos químicos presentes no material particulado
conseguem se diluir na região do alvéolo e passam para a circulação sanguínea. No caso de
hidrocarbonetos aromáticos, que são os compostos 31 presentes em maior quantidade nas
emissões do asfalto, o tamanho das partículas se situa entre 1 e 3 μm, portanto conseguem
entrar na corrente sanguínea e se fixar nos glóbulos vermelhos.
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Muitos dos agentes químicos que foram identificados, por pesquisadores, nas emissões
de asfalto são comprovadamente carcinogênicos, reconhecidos pelo Ministério do Trabalho e
Emprego.
A presença de vários HAP´s reconhecidamente tóxicos (sendo alguns também
mutagênicos e/ou carcinogênicos) é agravada pela presença de outros HAP´s diferentes (HAP
´s com cadeias alifáticas laterais) daqueles usualmente estudados pelos padrões analíticos, o
que dificulta a quantificação e o estabelecimento de limites de exposição dos mesmos.
Além disso, eles também podem agir, quando no estado líquido, sobre a pele
determinando queimaduras ou inflamações. O controle dos riscos causados por estas
substâncias se faz através da detecção de sua presença no ambiente de trabalho e das
observações clínicas de seus sintomas em trabalhadores expostos.
Quanto aos efeitos crônicos, há estudos, como o da NIOSH - Health Effects of
Occupational Exposureto Asphalt (NIOSH, 2000) - relatando o risco de câncer, dentre eles:
leucemia, câncer na boca, faringe e pulmão. Também há relatos de câncer gastrointestinal e de
próstata/bexiga. Vide Anexo1
necessidade do uso dos EPI para prevenção dos riscos e o bom andamento do trabalho
inibindo e prevenindo os riscos neste trabalho citados.
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 1.339 de 18 nov. 1999. In: Doenças relacionadas
ao trabalho. Brasília, 2001. 580p. http://portal.mte.gov.br/legislacao/ acessado em:02/02/2015
as 19:00h
ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (US). Air emissions from scrap tire
combustion. 1997.
ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (US). Summary of the Dioxin
Reassessment Science Information Sheet. 2001.
GUIMARÃES, F. J. R. P. Apostila de riscos químicos. Santos (SP): Senac, 2003.
INSTITUTO BRASILEIRO DE PETRÓLEO (IBP). Informações básicas sobre materiais
asfálticos. 5.ed. Rio de Janeiro, 1990. 68p. Fernandes, P R N; de Alencar, A E V; Soares, J B;
Cavalcante, R M; do Nascimento http://www.ibp.org.br/main.asp?Team={BA470CA3-BF25-
4AAC-9BFB-FBBF89F31F85}
LONDON SCHOOL OF HYGIENE AND TROPICAL MEDICINE. Cancer risk
following exposure to Polycyclic Aromatic Hidrocarbons (PAHs): a meta-analysis. London,
2003.
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ANEXO 01-Estudo Epidemiológico sobre as exposições aos fumos de asfalto (NIOSH, 2000).