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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

Roberto Ferreira da Silva

R. A. 003200400154

A APLICAÇÃO DOS REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS PARA

PREVENÇÃO DE LESÕES AOS

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

São Paulo
2009
UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

Roberto Ferreira da Silva

R. A. 003200400154

A APLICAÇÃO DOS REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS PARA

PREVENÇÃO DE LESÕES AOS

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Coordenação do Curso de Direito da
Universidade São Francisco, como requisito
parcial para a obtenção do Título de Bacharel
em Direito, orientada pelo Professor Cícero
Germano da Costa.

São Paulo
2009
Roberto Ferreira da Silva
R.A. 003200400154

A APLICAÇÃO DOS REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS PARA

PREVENÇÃO DE LESÕES AOS

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado em ___/___/_____, na Universidade São


Francisco, pela banca Examinadora constituída pelos professores:

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PROFESSOR :_______________________________________________________

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PROFESSOR :______________________________________________________

______________________________
PROFESSOR :______________________________________________________
Ao Senhor Deus, todo poderoso, que até aqui
me ajudou. A Kátia amada esposa, a Monique
e Richard filhos amados, que me
acompanharam e me apoiaram neste momento
de tão grande importância para nossas vidas.
“Assim diz o Senhor Deus: Executai o

direito e a justiça e livrai o oprimido

das mãos do opressor...”. (Biblia

Sagrada, Livro de Jeremias 22:3).


SILVA, Roberto Ferreira da. A aplicação dos remédios constitucionais para prevenção de
lesões aos direitos e garantias fundamentais. 00 pg., Curso de Direito, USF, São Paulo,
2009.

RESUMO

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xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx..

Palavras-chave: xxxxxxxxxxxxx; xxxxxxxxxxxxxxxx; xxxxxxxxxxxxxxxx;


xxxxxxxxxxxxx; xxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO

SEÇÃO 1 – RESUMO HISTÓRICO DOS DIREITOS E GARANTIAS FUN


DAMENTAIS
1.1 A Magna carta inglesa– 1215
1.2 Declaração de direitos (Bill of Rights) – 1689
1.3 Declaração dos direitos do homem e do cidadão Francesa – 1789
1.4 Carta das nações unidas – 1942
1.5 Declaração universal dos direitos humanos – 1948
1.6 Os pactos internacionais de direitos humanos – 1966

SEÇÃO 2 – O CONCEITO E A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS E DAS


GARANTIAS FUNDAMENTAIS NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
2.1 Conceito de direitos fundamentais
2.2 Conceito de garantias fundamentais
2.3 A evolução histórica nas constituições brasileiras
2.4 A constituição cidadã de 1988

SEÇÃO 3 – DOS REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: HABEAS-CORPUS, MANDADO


DE SEGURANÇA E AÇÃO POPULAR, PARA PREVENIR LESÕES AOS DIREITOS
E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
3.1 Habeas-corpus
3.1.1 Origem
3.1.2 Conceito e finalidade
3.1.3 Natureza jurídica
3.1.4 Legitimidade ativa e passiva
3.1.5 Espécies de habeas corpus
3.1.6 Aplicação processual
3.2 Mandado de segurança
3.2.1 Considerações gerais
3.2.2 Conceito e finalidade
a) Tipo individual
b) Tipo Coletivo
3.2.3 Natureza jurídica
3.2.4 Espécies (Preventivo e Repressivo)
3.2.5 Legitimidade ativa e passiva
3.2.6 Aplicação processual
3.3 Ação Popular
3.3.1 Origem
3.3.2 Conceito e finalidade
3.3.3 Natureza jurídica
3.3.4 Legitimidade ativa e passiva
3.3.5 Aplicação processual
3.4 Mandado de Injunção
3.4.1 Conceito
3.4.2 Natureza
3.4.3 Legitimidade ativa e passiva
3.4.4 Direitos tutelados
3.5 Habeas data
3.5.1 Conceito e finalidade
3.5.2 Natureza
3.5.3 Espécies
3.5.4 Considerações de ordem geral
3.6 Ação Civil Pública
3.6.1 Da ação civil pública
3.6.2 Objeto
3.6.3 Natureza
3.6.4 Legitimidade

SEÇÃO 4 – CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO

A realização do presente trabalho tem como foco explorar o ramo do Direito


Constitucional, complementado com algumas breves incursões nas searas do Direito Civil e
do Direito Processual Civil.
Um dos objetivos do trabalho é propiciar ao leitor o despertar do seu conhecimento
sobre o tema “Direitos e Garantias Fundamentais”, os seus aspectos históricos, e as formas de
defesa destes direitos abarcadas na Constituição da República Federativa do Brasil
promulgada em 1988. Este é um tema que vem sendo estudado e defendido em diversas
constituições democráticas, por envolver grandes transformações nos aspectos da história da
humanidade, tanto passada como presente e a futura, visto que tudo o que aconteceu no
passado, foi base para o presente, e o que fizermos hoje será base para o futuro.
É um tema complexo, que não permite esgotar todas as afirmações ou proposições, em
um trabalho tão breve, pois de tempos em tempos uma nova faceta se demonstra para que o
mundo jurídico lhe de uma interpretação adequada e coerente com a sua época. É possível
avaliar a importância do conceito de “Direitos e Garantias Fundamentais”, analisando um
pequeno trecho do texto de Oreste Ranelletti, citado por Dalmo de Abreu Dallari:
“O homem é induzido fundamentalmente por uma necessidade natural, porque
o associar-se com outros seres humanos é para ele condição essencial de vida.
Só em tais uniões e com o concurso dos outros é que o homem pode conseguir
todos os meios necessários para satisfazer as suas necessidades e, portanto,
conservar e melhorar a si mesmo, conseguindo atingir os fins de sua
existência. Em suma, só na convivência e com a cooperação dos semelhantes o
homem pode beneficiar-se das energias, dos conhecimentos, da produção e da
experiência dos outros, acumuladas através de gerações, obtendo assim os
meios necessários para que possa atingir os fins de sua existência,
desenvolvendo todo o potencial de aperfeiçoamento, no campo intelectual,
moral ou técnico.”(Dallari, 2002,p.11)
O que seria mais natural, do que se ter direitos e garantias fundamentais? O tema em si
vem se transformando ao longo dos anos, progressivamente, espalhando-se para todas as
nações na face da Terra, considerando que o desenvolvimento das instituições jurídicas de
defesa da pessoa humana, tem como foco a busca do equilíbrio entre os diferentes, porém
homens iguais.
Portanto este trabalho, como já expresso irá apresentar conceitos, fatos e fundamentos
históricos, meios de utilização dos remédios constitucionais previstos na constituição, para
proteger tais direitos e garantias fundamentais, a sua influência nas relações humanas e
conseqüentes reflexos no mundo jurídico e vice-versa.
Uma questão se faz necessária neste princípio: existem realmente direitos e garantias
fundamentais, nos quais não pode haver influência do poder do Estado conduzindo-os? É algo
real ou ficção para controlar?
Portanto o despertar dos leitores para uma visão crítica sobre a aplicação e busca da
defesa dos direitos e garantias fundamentais do homem, é o objetivo a ser perseguido. No
Brasil veremos o que expressa a Constituição da República Federativa do Brasil, a
Constituição Cidadã, promulgada sob a égide da democracia, desta forma, são expressos no
Capítulo I do Art. 5º, os Direitos e as Garantias Fundamentais do cidadão Brasileiro.
Em plano contínuo será apresentado com vistas à prevenção de lesões que possam afetar
os direitos e garantias fundamentais, as formas de se repelir possíveis abusos contra estes
direitos e garantias fundamentais. É o que encontramos nos chamados por Remédios
Constitucionais1 , Tutela Constitucional das Liberdades 2”. Estes instrumentos visam
promover a defesa contra atos lesivos ao direito natural ou positivado, delimitando a relação
entre Estado e cidadão.
Ao final pretende-se demonstrar que os direitos e garantias fundamentais, têm um duplo
caráter, conforme as palavras de CANOTILHO:
“a função de direitos de defesa dos cidadãos sob uma dupla perspectiva: (1)
constituem, num plano jurídico-objetivo, normas de competência negativa para os
poderes públicos, proibindo fundamentalmente as ingerências destes na esfera
jurídica individual; (2) implicam, num plano jurídico subjetivo, o poder de exercer
positivamente direitos fundamentais (liberdade positiva) e de exigir omissões dos
poderes públicos, de forma a evitar agressões lesivas por parte dos mesmos
(liberdade negativa)”.3

1
Ferreira Filho, Manoel Gonçalves, 2000,p.38.
2
Moraes, Alexandre de. 2005. p.108.
3
CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito..Op. cit.p.541 .in MORAES, Alexandre de – Direito Constitucional – 18ª
ed. P.25
SEÇÃO 1 – Resumo Histórico dos Direitos e Garantias Fundamentais

São vastas as informações sobre a origem dos direitos e garantias fundamentais do


homem, para tanto é de suma importância avaliar o este desenvolvimento, por meio dos
documentos históricos que em determinada época nos apresentaram o conceito de direitos e
garantias fundamentais.
Considerando o que é descrito nos documentos históricos percebemos que o
reconhecimento da importância da dignidade da pessoa humana e de seus direitos,
normalmente estão associados com o resultado da dor física e do sentimento de sofrimento
moral, em face da incapacidade do homem contra o Estado. O descabido surto de crescimento
da violência afastou o homem, à vista da degradação social, provocado pelas torturas,
mutilações em massa, assassinatos em massa, explorações dos menos favorecidos, dentre
outros.

1.1 A Magna Carta Inglesa

Devemos imprimir um destaque especial a Magna Carta de 1215, peça básica da


constituição inglesa, refletindo em todo o constitucionalismo atual. Esta carta política
outorgada pelo Rei João sem Terra, marco histórico constitucional da Inglaterra, consistente
no resultado de um acordo entre o rei e os barões insatisfeitos, apoiados pelos burgueses das
cidades londrinas.
Se essa Carta, não se preocupava com os direitos do homem mas sim com os direitos
dos ingleses, decorrentes da imemorial “Lei da Terra” – law of the land, de uma outra forma
consistia na enumeração das prerrogativas garantidas a todos os súditos da monarquia. Tal
reconhecimento importava numa clara limitação do poder, inclusive com a definição de
garantias específicas em caso de violação dos mesmos. 4
Uma característica muito importante presente na Magna Carta é a judicialidade, um dos
princípios do Estado de Direito. Exigindo-se o crivo do juiz relativamente à prisão do homem
livre, obrigatoriamente devendo este passar pelo julgamento de seus pares de conformidade
com a lei da terra, impedindo que alguém fosse detido, preso, retirado os seus bens, exilado
ou prejudicado de qualquer maneira na sua vida privada. Também são encontrados expressos
na carta referências à: liberdade de ir e vir, direito a propriedade privada, graduação da pena
4
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves, p. 11.
proporcional ao delito praticado, limites de taxação do governo. Tudo isto deu origem a
institucionalização do Parlamento.

1.2 Declaração de direitos (Bill of Rights) – 1689

O aparecimento do “bill of Rights”, se deu durante o século XVII, na Inglaterra, a qual


enfrentava um momento agitado da história, envolta em rebeliões, guerras civis e desafetos
religiosos em todo o seu território.
Nesse período, sob a influência da religião católica, religião que os governantes
tentavam restabelecer como a religião do Estado, o rei Carlos I foi deposto e condenado a
morte. A Ditadura Cromwell (1649-1658), também chamada por República Puritana ou
Protectorado de Cromwell aconteceu após a morte do Rei Carlos I e o fim da monarquia na
Inglaterra, a qual voltaria anos mais tarde. Desta forma em 1653, Cromwell tornou-se lorde
protector da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda, um cargo vitalício e hereditário. Por sua
grande habilidade político-diplomática, sua eficácia nas medidas de controle econômico,
fizeram com que os ingleses se submetessem à ditadura. No seu governo, a Burguesia
dominou o comércio, a indústria e os cargos públicos. Com isso, acabou-se o feudalismo na
Inglaterra.
Cromwell desejava promover na Inglaterra o expansionismo naval, tornando-a uma
grande potência naval. Após a morte de Oliver Cromwell, sucedeu-lhe o seu filho, Ricardo,
que abdicou do seu cargo ao fim de um ano de governo, o resultado catastrófico desta
abdicação foi que a Inglaterra entrou num período de anarquia que só terminou em 1660, com
a restauração da Monarquia, sendo o novo soberano Carlos II de Inglaterra, filho de Carlos I.
Em face desta linha sucessória da monarquia, que desagradou os políticos, bem como o
nascimento de herdeiros da linhagem real que garantiriam a permanência da monarquia.
Alguns nobres do parlamento, dos partidos Whigs e Tories, convidaram ao Príncipe
Guilherme de Orange para que assumisse o trono inglês. Desta forma o Parlamento declarou
vago o trono inglês, oportunidade na qual ofereceram a coroa ao Príncipe Guilherme casado
com Maria de Stuart, herdeira de Jaime II, a qual professava a religião protestante, porém a
coroação era baseada na aceitação integral de uma Declaração de Direitos, que fora proposta
pelo parlamento, a conhecida “Bill of Rights”. Mas o essencial do documento consistiu na
instituição da separação de poderes, com a declaração de que o Parlamento é um órgão
precipuamente encarregado de defender os súditos perante o Rei, e cujo funcionamento não
pode, pois, ficar sujeito ao arbítrio deste. Ademais, o Bill of Rights veio fortalecer a
instituição do júri e reafirmar alguns direitos fundamentais dos cidadãos, os quais são
expressos até hoje, nos mesmos termos, pelas constituições modernas, como o direito de
petição e a proibição de penas inusitadas ou cruéis.5

1.3 Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão Francesa – 1789

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 26 de agosto de 1789, é na


história das declarações dos direitos do homem a mais famosa. Em virtude do preâmbulo da
Constituição de 1958. Não só em face deste aspecto é verificada sua importância, mas
também pelo fato de ter sido por mais de um século o modelo das demais declarações, e ainda
hoje reflete seus princípios nas constituições modernas.
O valor da Declaração dos Direitos da Revolução Francesa, esta diretamente ligada ao
seu sucesso como modelo adotado pelo constitucionalismo liberal. Desta forma sendo
incontestável a sua influência sobre as declarações que seguiram após sua vigência.
Outro aspecto importante é verificado em relação ao estilo da Declaração de 1789, de
caráter abstrato, em contraposição ao que era expresso no Bill of Rights dos Estados Unidos.
Este buscava mais ao fortalecimento da independência americana e estabelecer um próprio
regime político, muito diferente do objetivo de se buscar a liberdade do homem e de outros
povos.
A preparação da Declaração dos Direitos da Revolução Francesa teve o seu processo
inicial através de La Fayette, que desde 1783, já proclamava a idéia de a França estabelecer
uma declaração dos direitos fundamentais, direitos estes reivindicados as vésperas da
revolução. Estas reivindicações constavam de documentos nominados de “cahiers de
doléaces” 6. Nos cadernos de queixas preparados para a assembléia dos Estados Gerais
convocada para 1789, que se transformaria na Assembléia nacional revolucionária, registra-se
com freqüência essa postulação. E, se isso era comum nos cadernos da burguesia, não
faltavam, nos da nobreza e, também, conquanto mais raramente, nos do clero. 7
A finalidade é em última análise, proteger os direitos do Homem contra os atos do
Governo, e é expressa a menção ao Poder Legislativo e ao Poder Executivo. O objetivo

5
COMPARATO, Fabio Konder, “Afirmação Histórica dos Direitos Fundamentais”, p. 93
6
Cahiers de doléances, conhecidos como “cadernos de queixas”, textos que serviam de instruções aos deputados
eleitos para os Estados Gerais. Como se sabe, estes estavam sujeitos ao mandato imperativo, de que foram
libeados por Lui’s XVI, por uma ordenação de 24/01/1789 (Cf., do autor, Do Processo Legislativo, cit., p.65 e
s.)
7
Ferreira Filho, Manoel Gonçalves, 2000. p.21.
imediato é de caráter pedagógico: instruir os indivíduos de seus direitos fundamentais,
“recordando-os” deles. 8

1.4 Carta das nações unidas – 1942

8
Idem.p. 22.
SEÇÃO 2 – O Conceito e a Evolução Histórica dos Direitos e das Garantias
Fundamentais nas Constituições Brasileiras

Analisando as várias opiniões e expressões manifestadas pelos doutrinadores brasileiros


e estrangeiros sobre uma definição sobre o que é Direitos Fundamentais, é de difícil tarefa,
uma vez que estes podem ter várias outras expressões, tais como: direitos naturais, direitos
humanos, direitos do homem, direitos individuais, direitos públicos subjetivos, liberdades
fundamentais, liberdades públicas e direitos fundamentais do homem.9
Dentro deste divergente espectro conceitual, podemos definir os direitos fundamentais
na seguintes classes:
Direitos naturais diz-se dos direitos inerentes à natureza do ser humano; aqueles
inatos, que pertencem ao homem só pelo fato de ser homem. Entretanto sofre este conceito, o
ataque contrário a sua naturalidade, sendo que alguns doutrinadores entendem que somente
pelo meio do direito positivo é que existe a afirmação de ser o direito natural do homem,
independentemente de sua razão ou origem das coisas.
Direitos humanos é a expressão referida nos documentos internacionais. Contra ela,
assim como contra a terminologia direitos dos homens, objeta-se que não há direito que não
seja humano ou do homem, afirmando-se que só o ser humano pode ser titular de direitos.
Direitos individuais dizem-se os direitos do indivíduo isolado. Denota um grupo dos
direitos fundamentais, correspondente ao que se tem denominado direitos civis ou liberdades
civis, estes por sua vez ressoam concernentes ao direito à vida, à igualdade, à liberdade, à
segurança e à propriedade.
Direitos públicos subjetivos considera-se como uma prerrogativa estabelecida de
conformidade com as regras de direito objetivo. Cabendo o seu uso única e exclusivamente
por meio da manifestação da vontade do seu titular, que também poderá dele dispor, dele
renunciar, transferir a outrem. Também em certos aspectos cabe relacionar esta definição para
caracterizar a relação jurídica subjetiva do indivíduo com o Estado.
Liberdades fundamentais é também uma forma de definição de direitos fundamentais,
tem forma limitada, restringindo-se a apenas algumas formas de liberdades como: liberdade
em geral de ir e vir, de segurança, de locomoção, liberdade de opinião, liberdade de
expressão, de propriedade, presunção de inocência, legalidade processual.

9
Cf. Para as dificuldades assinaladas e a variedade de terminologia, cf. Peces-barba. In José Afonso da Silva,
Direito Constitucional Positivo, p.175;
Liberdades públicas é um tipo de liberdade, defendida na doutrina francesa, que busca
igualar esta com os direitos fundamentais em geral, principalmente, no que diz respeito a
liberdade-autonomia, ou seja, igualdade dos direitos individuais clássicos, liberdade-
participação, conhecida como liberdade política, que assegura o gozo dos direitos políticos do
cidadão.
Direitos fundamentais do homem constituem a expressão mais adequada, por se
referir a princípios que resumem a concepção do mundo e informam a ideologia política de
cada ordenamento jurídico. Portanto entende-se como a designação das prerrogativas e
instituições que concretizam as garantias de uma convivência digna, livre e igual de todas as
pessoas. Em seu alicerce encontramos a condição “fundamentalista”, que designa a
indisponibilidade no mundo jurídico, condição basilar de realização da convivência do
homem.
SEÇÃO 3 – DOS REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: HABEAS-CORPUS, MANDADO
DE SEGURANÇA E AÇÃO POPULAR, PARA PREVENIR LESÕES AOS DIREITOS
E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

3.1 Habeas-corpus

A Lei de habeas-corpus teve sua origem durante o reinado da família dos Stuart,
soberanos católicos da Inglaterra. Durante o reinado desta família, o Parlamento na sua grande
maioria formado por protestantes, que lutavam contra o poder monárquico, com a intenção de
lhe colocarem algum controle, principalmente, no que dizia respeito aos seus opositores
políticos, que não gozavam do direito do processo criminal regular.
O hábeas-corpus já existia na Inglaterra, mesmo antes da Magna Carta, possuía o nome
de WRIT nos casos de mandado de prisão judicial arbitrária, entretanto não possuía os efeitos
esperados, como um remédio jurídico, em virtude da inexistência de adequadas regras
processuais
BIBLIOGRAFIA

CAMPANHOLE, Adriano
Constituições do Brasil, 8ª ed. – São Paulo: Ed. Atlas, 1985.

COMPARATO, Fabio Konder, 1936 –


A Afirmação histórica dos direitos humanos / Fabio Konder Comparato. – 2ª ed.
rev. e ampl. – São Paulo: Saraiva 2001.

DALLARI, Dalmo de Abreu, 1931 –


Elementos de Teoria geral do Estado / Dalmo de Abreu Dallari. – 21ª. ed. atual. –
São Paulo: Saraiva, 2000.

FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves, 1934 –


Direitos Humanos Fundamentais / Manoel Gonçalves Ferreira Filho. – 4ª.ed. rev. e
ampl. – São Paulo: Saraiva, 2000.

GRECCO FILHO, Vicente


Direito Processual Civil Brasileiro – Vol.3, 18ª ed. –
São Paulo: Ed. Saraiva, 2006.

HENKENHOFF, João Baptista


Direitos Humanos, uma idéia, muitas vozes.
Amparecida, SP: Ed.Santuário, 1998.

LOPES, Mauro Luis Rocha


Mandado de Segurança. Doutrina, Jurisprudência, Legislação.
Niterói, RJ: Ed. Impetus, 2004.

MENDES, Gilmar Ferreira, 1955


Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade: estudos de direito
constitucional / Gilmar Ferreira Mendes. – 2ª.ed. rev. e ampl. – São Paulo: Celso Bastos
Editor: Instituto Brasileiro de Direito Constitucional, 1999.

MORAES, Alexandre de
Direito constitucional / Alexande de Moraes. – 18ª.ed. – São Paulo – Ed. Atlas, 2005.

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