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Joinville/SC – 26 a 29 de Setembro de 2017

UDESC/UNISOCIESC
“Inovação no Ensino/Aprendizagem em
Engenharia”

AUMENTO DA ATRATIVIDADE DA CARREIRA DE


ENGENHARIA PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Gisele Diesel – giselediesel@gmail.com


Universidade Tecnológica Federal do Paraná
General Carneiro, 799, apto 404, Centro
84010-370 – Ponta Grossa – Paraná

Juliana Lika Makuda – julianamakuda@gmail.com


Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Fernandes Pinheiro, 216, Centro
84010-135 – Ponta Grossa - Paraná

Maria Vitória Silva Nicolini – ma.coli@hotmail.com


Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Augusto Severo, 2135, Nova Rússia
CEP – Ponta Grossa - Paraná

Thais Sayuri Berberich – sayuriberberich@hotmail.com


Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Rua Francisco de Assis Andrade,426
84172-400 – Castro - Paraná

Elis Regina Duarte – erduarte@utfpr.edu.br


Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento de Engenharia Química
Monteiro Lobato, km 4
84016-210 – Ponta Grossa – Paraná

Resumo: Esse artigo apresenta o projeto intitulado ‘Venha Ser Engenheiro’ realizado
por discentes participantes do Programa de Educação Tutorial de Engenharia Química
(PET-EQ) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná campus Ponta Grossa
(UTFPR-PG). Tal projeto tem como o objetivo principal encorajar alunos do ensino
médio a cursarem engenharia. Para isso os alunos têm a oportunidade de conhecer a
UTFPR-PG, bem como o método de admissão e as atividades que são desenvolvidas na
mesma, também é realizado um experimento com o propósito de demonstrar conceitos
teóricos de um modo prático. Este artigo aborda os resultados das edições realizadas
entre junho/2016 a maio/2017.

Palavras-chave: Engenharia Química, Motivação, Ensino Médio, Carreira.


Joinville/SC – 26 a 29 de Setembro de 2017
UDESC/UNISOCIESC
“Inovação no Ensino/Aprendizagem em
Engenharia”

1. INTRODUÇÃO
O projeto “Venha Ser Engenheiro” desenvolvido pelo PET-EQ, foi criado com a
intenção de aumentar a motivação dos alunos do ensino médio na escolha da carreira de
engenharia. Bohoslavsky (1977) define a escolha profissional como o estabelecimento do
que fazer, de quem ser e a que lugar pertencer no mundo através do trabalho.
Os desejos de cada profissão são construídos antes da sua formação, são resultados
das experiências pessoais que moldam a personalidade profissional. Neste contexto, a
motivação entra como parte importante na construção. É ela que dá rumo às ações para
que um objetivo seja alcançado. (TAPIA & FITA, 1999).
No que diz respeito a isso o PET que é um programa do governo federal brasileiro
financiado pelo Ministério da Educação e embasado em três pilares, ensino, pesquisa e
extensão, permitiu a construção de conhecimento articulados em diversas áreas da
engenharia para alunos do ensino médio, com uma abordagem dinâmica, assim
propiciando experiências pessoais que talvez possam moldar a personalidade e fazê-los
optar por engenharia como uma escolha profissional.

1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1. Dificuldade com matérias de exatas


Há muito se percebe a contrariedade entre os alunos, neste caso do ensino médio, e
a aprendizagem em ciências exatas, como os dados da última edição do Sistema de
Avaliação da Educação Básica (SAEB) comprovam, uma vez que em 2015 os alunos do
ensino médio obtiveram a pior média da prova que avalia os conhecimentos de
matemática, em dez anos, atingindo uma nota de 267, enquanto o índice adequado é de
350. Segundo a escala isso indica que eles não seriam capazes de realizar cálculos simples
de probabilidade.
Atentando também às taxas de insucesso publicadas pelo Censo Escolar de Educação
Básica 2016, identifica-se o fato de que o primeiro ano do ensino médio em escolas
públicas possuiu a maior taxa de abandono somado a reprovação que os outros anos
incluindo ensino fundamental e médio.
Haja vista estes aspectos da educação brasileira torna-se possível compreender como
a escolha de ingresso em uma instituição de ensino superior (IES) converte-se em uma
problemática para os estudantes, que ou não optam por cursar uma graduação, basta ver
que apenas 16% dos trabalhadores brasileiros têm ensino superior, ou optam por uma
universidade de ciências humanas.
De maneira que
Um dos construtos psicológicos importantes no processo de orientação
profissional são os interesses. Eles são definidos como padrões de
gostos, neutralidade ou aversão frente a certas atividades ou
características profissionais (Lent, Brown e Hackett, 1994).
É visível a influência de gostos a frente de características profissionais, isso acaba
refletindo na escolha profissional.
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Baseando-se nisso, quando essa referência é utilizada para escolher um curso de


graduação e o aluno tem uma falta de interesse em ciências exatas o curso tende a outras
aptidões.
Tendo em vista dados já previamente mencionados e a citação de Lent, Brown e
Hackett é admissível que ao cruzarmos os dados da avaliação da SAEB e a quantidade de
estudantes inscritos na IES em uma formação de engenharia, que em 2015 foi de 2,2 vezes
menor que os inscritos no curso mais escolhido, administração, que é considerado um
curso de ciências humanas, pode-se relacionar que o má índice do Sistema de Avaliação
da Educação Básica em matemática influencia diretamente a escolha da graduação na
mesma área.

1.2. Dados comparativos do curso de Engenharia com outros cursos


Segundo dados do censo da educação de 2015 divulgado pelo Ministério da
Educação, temos que foram oferecidas 6.142.149 vagas novas em cursos de graduação
presenciais e a distância, sendo que destas 5.570.255 são em instituições privadas e
571.894 em instituições públicas.
Deste total de vagas, 581.470 vagas foram destinadas para os cursos de engenharia.
As vagas para engenharia representam aproximadamente 10 % das vagas totais.
Mesmo tendo uma quantidade expressiva de novas vagas, a carreira de engenharia ocupa
a sétima posição no ranking de cursos mais procurados no Sistema de Seleção Unificada
(SISU) do ano de 2015, sendo esse curso o de engenharia civil, o único entre os 10 mais
procurados. Nota-se também que a quantidade de inscrições no curso de engenharia civil
é menos que a metade do curso de administração, primeiro colocado.

Quadro 1 - Comparativo dos dez cursos mais


procurados no SISU 2015
Ordem Curso Inscrição Vagas
1 Administração 312.991 7541
2 Direito 262.255 5741
3 Pedagogia 249.348 8338
4 Medicina 237.267 3758
Educação
5 192.866 4093
Física
Ciências
6 141.182 7200
Biológicas
Engenharia
7 141.139 3821
Civil
8 Enfermagem 123.532 3238
9 Psicologia 112.306 2036
Ciências
10 109.550 4365
Contábeis

1.3. Escolha do curso de graduação no ensino médio


Segundo o portal Brasil, tendo como base os dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), em 2014, 58,5 % dos estudantes na faixa etária de 18 e
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24 anos estavam na faculdade. Esse valor se compara do ano de 2004 corresponde a um


aumento de quase 30 pontos percentuais.
Ao questionar os alunos sobre a escolha do curso, BORGES & CARNIELLI, (2005),
tiveram como resultado que a seleção do curso tem como base teste vocacional, vocação,
facilidade de inserção no mercado de trabalho, menor número de candidatos, prestígio
social da carreira e influência dos pais/familiares.
Ribeiro e Klein (1982), em seus estudos, mostraram que a escolha das carreiras tem forte
relação com o condicionamento social da educação, e que isso contribui decisivamente
para o encaminhamento e distribuição dos candidatos pelos diversos cursos superiores.
Na sua pesquisa sobre os fatores que atuam sobre a escolha do curso de graduação,
Moreira & Faria concluíram que um dos fatores é a vocação que o estudante atribui a si,
com relação a isso a satisfação pessoal vem na primeira posição. Também citam que “um
ambiente formador ainda no ensino médio pode contribuir para o aumento da visão dos
estudantes sobre profissões”. Outro fator citado é a escolaridade e a carreira dos pais além
da situação do mercado de trabalho.

2.4. Quantidade de engenheiros que são formados no Brasil


Segundo estimativas do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
(Confea), o Brasil forma cerca de 40 mil engenheiros por ano, também informa que no
país há 600 mil engenheiros, o equivalente a 6 profissionais para cada mil trabalhadores.
Dos 40 mil engenheiros que se diplomam anualmente no Brasil, a maioria vai para área
de engenharia civil, a qual deixa restritos setores como os de petróleo, gás e
biocombustível que sofrem com a escassez desses profissionais.
As instituições de engenharia no Brasil oferecem 302 mil vagas, as quais apenas 120
mil estão ocupadas de acordo com levantamento do governo federal evidenciando o baixo
interesse dos jovens pelas carreiras da engenharia.
Levantamento do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
(Confea) indica que o Brasil precisaria de 20 mil novos engenheiros por ano, esse dado
torna-se evidente a necessidade de aumentar o interesse dos estudantes do ensino médio
pelas engenharias, e também a necessidade de verificação da diminuição da evasão do
curso nas universidades e cada vez mais melhorar a formação de futuros profissionais
dessa área.

2. METODOLOGIA
Baseado em dados vistos anteriormente o Programa de Educação Tutorial de
Engenharia Química (PET – EQ) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR) campus Ponta Grossa aplica uma atividade que incentiva os estudantes em fase
de decisão de carreira a ingressar em um curso de engenharia. A atividade foi intitulada
‘Venha Ser Engenheiro’ e tem como objetivo despertar em alunos do Ensino Médio o
desejo de cursar engenharia, bem como divulgar a UTFPR e o curso de Engenharia
Química.
Para tal, foram realizadas visitas guiadas, que possuem duração de aproximadamente
quatro horas, estas são divididas em três momentos, um deles é feita uma apresentação
(Figura 1) na qual é exibido o método de ingresso na universidade, os cursos do campus
de Ponta Grossa, o curso de engenharia química e as atividades extracurriculares que
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podem ser realizadas, em um segundo momento os alunos são levados para conhecer toda
a estrutura da UTFPR, Figura 2, e por fim realizam um experimento que demonstra a
parte prática da engenharia, utilizando de conceitos teóricos de disciplinas do curso.

Figura1 – apresentação do Curso. Fonte: ASCOM

Figura 2 – Conhecendo a UTFPR -PG . Fonte: ASCOM

Os experimentos realizados foram diferentes para cada grupo de visitação, dentre


estes confeccionaram um medidor de vazão de fluidos, nomeado como tubo de Venturi,
bem como um climatizador de ambientes, efetuaram experimentos com reações químicas
e produziram um ciclone, que é um separador de partículas. Todas as experiências
tornaram-se válidas tendo em vista que são derivadas de matérias significativas que
compõe a graduação de Engenharia Química e cumpriram o que foi proposto que foi
exemplificar conceitos teóricos de um modo visual, para a realização das mesmas é
primeiramente explicado o conceito teórico que envolve os experimentos e exemplifica-
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se de qual maneira deve ser feito os mesmos. As experiências são realizadas em sua
totalidade pelos alunos, porém eles têm assistência do grupo PET-EQ.

2.1 Experimento Ciclone


Os ciclones são equipamentos normalmente utilizados na separação de partículas
sólidas em correntes gasosas. Esse equipamento apresenta uma forma clássica de
construção cone-cilindro. Possuem uma entrada lateral na parte cilíndrica e duas saídas
no eixo vertical do equipamento, uma na base para a separação das partículas maiores e
uma no topo para a saída da corrente gasosa com as partículas menores, como mostra a
Figura 3.[CREMASCO, 2012]
Devido a sua geometria e o comportamento do fluido no interior do equipamento,
o ciclone é classificado como um separador tipo centrífugo. As partículas presentes na
fase gasosa assumem um movimento em espiral e se chocam com as paredes do ciclone,
esse movimento se estende até a base do ciclone. No percurso descrevem um caminho
helicoidal sob a ação do arraste da gravidade e do atrito com os limites do equipamento,
as partículas maiores são coletadas na saída inferior do ciclone (underflow). A fase fluida
sobe com movimento espiral, até a saída superior (overflow), (Figura 3). [CREMASCO,
2012].

Figura 3: Comportamento No Interior Do Ciclone. Fonte: Cremasco, 2012.


A separação das partículas é feita devido a ação do campo centrífugo que resulta
da configuração da geometria do equipamento. Existem diversas configurações de
ciclones, A Figura 4 mostra tais configurações para os tipos Lapple e Stairmand.
[CREMASCO, 2012]
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Figura 4: Configuração Dos Ciclones. Fonte: Cremasco, 2012.


O principal objetivo na construção de um protótipo desse equipamento no projeto
foi a aplicação de conceitos da engenharia química em problemas reais da indústria, além
da visualização dos movimentos das correntes no interior do equipamento.
Para a construção da carcaça do protótipo (Figura 5) foram utilizadas garrafas
PET. Usamos para a geometria do nosso protótipo a configuração do tipo Lapple,
deixando algumas medidas como o diâmetro da parte cilíndrica e a altura do cone fixos
para facilitar a confecção por parte dos alunos. Para a corrente gasosa foi usado o ar
proveniente de um secador de cabelo e para as partículas utilizamos lantejoulas coloridas.
Para a admissão das partículas no interior do ciclone foi feito uma abertura no cano de
alimentação.
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Figura 5 – Testando o Protótipo de Ciclone. Fonte : Autoria Própria

2.2 Experimento Tubo de Venturi


O tubo de Venturi é um medidor de vazão por obstrução. O conceito envolvido é
o de que uma obstrução levará a uma variação na velocidade. E que essa variação leva a
uma variação de pressão. Essa variação de pressão pode ser medida, e a vazão pode ser
encontrada a partir de uma análise teórica ou de uma correlação experimental para o
dispositivo[FOX, 2014].
Os medidores por obstrução são amplamente utilizados para medir correntes
liquidas e gasosas. A Figura 6 mostra alguns tipos mais comuns de medidores por
obstrução. [ÇENGEL, 2007]
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Figura 6: Tipos Comuns De Medidores Por Obstrução. Fonte: Çengel, 2007.


O tubo de Venturi, Figura 7, foi inventado pelo engenheiro Clemens Herschel e
batizado por ele em homenagem à Giovani Venturi. É o medidor mais preciso do grupo.
Sua contração e expansão evita a separação do escoamento e evita a turbulência. E apenas
tem perdas de atrito nos limites internos do tubo. [ÇENGEL, 2007]

Figura 7: Tubo de Venturi. Fonte: FOX, 2014


Como possuem baixas perdas de carga, devem ser utilizados em aplicações que
não tenham grandes variações de pressão. [ÇENGEL, 2007]
O principal objetivo na construção de um protótipo desse equipamento no projeto
foi a aplicação de conceitos de engenharia de forma prática e visível.
Para a construção do tubo de Venturi (Figura 8) foram utilizadas garrafas PET.
Testou-se então, e através das seringas mediu-se a diferença de altura, com essa diferença
de altura, utilizou-se as equações abaixo, para calcular a velocidade e depois a vazão.
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𝑃1 𝑣 21 𝑃2 𝑣 2 2
+ + 𝑍1 = + + 𝑍2
𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔
𝑄 =𝑣∗𝐴

Figura 8: Protótipo Tubo de Venturi. Fonte: Autoria Própria

2.3 Experimento Climatizador

O climatizador é um equipamento utilizado para diminuir a temperatura do


ambiente. O grupo PET-EQ baseado em matérias do curso de engenharia química,
desenvolveu um protótipo do mesmo que funciona sob princípios da transferência de
calor de modo que o ar externo mais quente entra no climatizador, passa por um
gradeamento com gelo, neste momento corre uma troca térmica e o ar interno sai em uma
temperatura menor. Figura 9.
A confecção do mesmo é feita pelos alunos do ensino médio e para a estrutura
usamos caixas de isopor de 3 litros, um cooler de 12Volts, uma bateria 9 Volts e palitos
de churrasco e para isolar termicamente a caixa usamos papel alumínio. O climatizador
foi testado medindo a temperatura de saída para confirmar a sua eficiência.

Figura 9: Climatizador. Fonte: Autoria Própria


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2.4 Experiências Químicas

A experiência escolhida foi a confecção de um foguete movido a reação do vinagre


com bicarbonato de sódio. A reação (1) é dada pela mistura de ácido acético, um
componente do vinagre, e bicarbonato de sódio a mesma libera gás carbônico, água e
acetato de sódio, reação.

NaHCO3(s) + CH3COOH(aq) NaCH3COO (aq) + H2O (l) + CO2 (g) (1)

Para a realização do foguete (Figura 10) foi utilizada uma garrafa PET, cartolinas e
os reagentes, os alunos confeccionaram de modo a deixar a garrafa mais aerodinâmica
para assim completar um voo mais longo. Para o lançamento colocou-se os reagentes
dentro da garrafa e vedou-a com uma rolha. Assim que a reação ocorre a liberação de gás
carbônico (CO2) este faz com que a pressão interna do sistema aumente, por ser sistema
fechado, e quando chega ao seu limite expulsa a rolha, assim impulsionando o foguete.

Figura 10: Foguete construído pelos alunos. Fonte: Autoria Própria

Para finalizar aplica-se um questionário no qual uma das perguntas foi se os


estudantes têm interesse em ingressar em uma instituição de ensino superior e se sim,
qual graduação eles fariam.

3. RESULTADOS

Foram atendidos 166 alunos entre junho/2016 e maio/2017, destes 95% pretendem
cursar uma graduação, 3% não visam uma formação de ensino superior e 2% estão
indecisos. Observa-se também que apenas 34% têm interesse em cursar alguma
engenharia Com estes dados percebe-se que para os alunos atendidos no projeto a maioria
gostaria de iniciar um curso superior, mas poucos querem engenharia.
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Claramente, por analisar os dados como uma única população amostral há desvios,
visto que são estudantes de diferentes escolas, cidades, idades e realidades, porém
analisando individualmente cada visita a porcentagem de alunos que querem cursar
engenharia permanece praticamente constante, bem como os que querem adentrar em um
curso de ensino superior, assim, dando validade à análise feita com todos os alunos sendo
como uma única amostra.
É notável que os alunos agregaram conhecimento com essa atividade, visto que as
respostas com relação ao tema ‘atividade agregou conhecimento?’ foram em sua
totalidade afirmativas.
Levando em consideração a última visita realizada no período de analise citado,
tivemos 88 % de respostas afirmativas dos alunos na pergunta “a visita guiada fez você
querer saber mais ou até mesmo cursar engenharia?”. Como essa porcentagem foi
elevada, a atividade foi eficaz.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em decorrência às análises feitas é justificável considerar que a atividade ‘Venha Ser


Engenheiro’ cumpriu com seu principal objetivo que era de motivar alunos do ensino
médio a cursarem engenharia e com seus objetivos secundários que eram divulgar a
UTFPR e o curso de engenharia química.
Também se pode notar que a atividade ofertada confirmou ser necessária para
estabelecer contato com a comunidade e além disso por apenas 34% dos alunos optarem
por engenharia vê-se que deve existir uma maior divulgação em escolas sobre a mesma e
a atuação profissional do engenheiro, para que haja um aumento do número de alunos
interessados nessa área.
Desenvolveu-se mais um objetivo, que é investigar a razão pela qual os alunos não
tem a intenção de seguir carreira na área de engenharia.

Agradecimentos
À Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Ao Programa de Educação Tutorial.
Ao Ministério da Educação.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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satisfação com a escolha profissional de universitários em meio de curso. Revista
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TAPIA, J. A.; FITA, E. C. A motivação em sala de aula. O que é e como se faz. São
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INCREASED ATTRACTIVENESS OF THE ENGINEERING


CAREER FOR HIGH SCHOOL STUDENTS
Abstract: This article presents a Project entitled “Venha ser engenheiro” develop by the
students of Federal Technological University of Paraná campus Ponta Grossa (UTFPR-
PG), participants of the Chemical Engineering Tutorial Education Program (Pet-
Joinville/SC – 26 a 29 de Setembro de 2017
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Engenharia”

EQ). The main goal of the project is to encourage high school students enter engineering
courses. The students had the opportunity to know the UTFPR-PG, as well as the method
of admission and the activities that are developed in the institution; they also perform an
experiment with the purpose of demonstrating theoretical concepts in a practical way.
This article approaches the results of issues between June/2016 and May/2017.

Key-words: Chemical Engineering, Motivation, High School, Career

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