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DATAFOLHA: 98% DOS

ALUNOS DE ESCOLAS
PÚBLICAS DO ENSINO
MÉDIO QUEREM OPÇÕES DE
FORMAÇÃO QUE OS
PREPARE PARA O MERCADO
DE TRABALHO
12/08/2022 | ESTUDOS E PESQUISAS, IMPRENSA

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Quase todos os jovens brasileiros (98%) que estão hoje


no Ensino Médio das redes públicas querem uma escola que os
prepare para o mercado de trabalho e 9 em cada 10 gostariam
de escolher uma área para aprofundar estudos durante a etapa,
enquanto apenas 1% afirma que não teria condições de eleger
uma área para se aprofundar na última etapa
da Educação Básica. Além disso, a grande maioria acredita
que a tecnologia pode melhorar a aprendizagem e 2 em cada 3
jovens querem cursar o Ensino Superior. Estes são alguns dos
destaques de uma ampla pesquisa de opinião encomendada
pelo Todos Pela Educação em parceria com a Fundação
Telefônica Vivo, o Instituto Natura e o Instituto Sonho Grande,
realizada pelo Datafolha entre 8 de fevereiro e 18 de abril
deste ano, com representatividade nacional, regional e para
cada uma das 27 Unidades da Federação (confira o
levantamento do seu estado ou DF ao final da página).
< BAIXE A PESQUISA NACIONAL
AQUI >

Para Gabriel Corrêa, líder de Políticas Educacionais do Todos


Pela Educação, “os jovens de escolas públicas querem uma
escola que os prepare para o mercado de trabalho e abra portas
para o Ensino Superior. Ou seja, querem uma escola que amplie
seu leque de oportunidades, que ofereça escolhas que lhes
permitam trilhar diferentes caminhos de vida. Ressignificar
essa etapa deve ser uma grande prioridade para a atuação das
próximas gestões , tanto no governo federal, quanto nos
estados.”

++SAIBA MAIS: CONVERSAMOS COM JOVENS DE TODO O


BRASIL SOBRE A PESQUISA, VEJA COMO FOI

“Viabilizar iniciativas que desenvolvam competências digitais


de estudantes e educadores é uma pauta necessária para
tornar a escola um espaço mais conectado com o mercado e
atraente para o aluno. Quando os temas se conectam,
passamos a enxergar melhorias claras de aprendizagem de
conteúdos básicos, diminuição da evasão escolar e,
consequentemente, aumento nos índices de empregabilidade
dos jovens”, explica Americo Mattar, diretor-presidente da
Fundação Telefônica Vivo.

O levantamento aponta ainda que os jovens pretendem


continuar estudando após concluir o Ensino Médio. São 65% os
que desejam cursar uma faculdade (36% somente a faculdade e
29% conciliando com trabalho), embora dados do IBGE apontam
que apenas 24% dos jovens de 18 a 24 anos estão no Ensino
Superior. Além disso, 22% dos estudantes querem fazer um
curso técnico após o Ensino Médio (12% só o curso técnico e
10% conciliando com trabalho).

“As mudanças curriculares em curso, trazidas pelo chamado


Novo Ensino Médio, precisam ser aprimoradas e implementadas
pelas próximas gestões, juntamente com outros fatores
estruturais, como a expansão das escolas em tempo integral, a
valorização e a formação de professores, avanços na
infraestrutura e na gestão escolar e o apoio dado pelas
Secretarias de Educação às escolas”, complementa Gabriel.

Outro número interessante diz respeito ao Ensino Médio em


Tempo Integral. De maneira geral, mais de 80% dos jovens
enxergam como alta a probabilidade de estudar em escolas com
características iguais às de tempo integral. “O
desenvolvimento do Protagonismo e do Projeto de Vida são dois
aspectos chaves desse modelo e que chamam atenção dos
estudantes por serem componentes curriculares que os
preparam melhor para o futuro ao mesmo tempo em que
consideram a experiência pessoal de cada um. Não à toa, um
em cada três estudantes que já estudam no Ensino Integral
considera que Projeto de Vida é sua característica preferida”,
destaca Ana Paula Pereira, diretora-executiva do Instituto
Sonho Grande.

“O Ensino Médio em Tempo Integral é uma política que tem


como fundamento em sua proposta curricular e abordagem
pedagógica a centralidade no projeto de vida dos
estudantes”, afirma David Saad, diretor-presidente do Instituto
Natura. “Evidências mostram que seu impacto vai além da
melhora na aprendizagem dos estudantes, provocando efeitos
positivos em áreas como segurança e economia.”

Veja abaixo outras informações da


pesquisa
Ensino Médio em Tempo Integral

Os alunos de Ensino Médio que estudam em escolas integrais


estão mais satisfeitos com a escola em relação àqueles
matriculados em escolas de tempo regular. Eles demonstram
isso na avaliação que fazem em diversas dimensões, tais como
os aprendizados serem úteis para a vida, a qualidade das aulas
e o ambiente seguro. Uma parte significativa dos estudantes de
ensino integral (73%) reforça ainda que sente maior apoio da
escola para pensar sobre seus próximos passos e se preparar
para o futuro, enquanto no ensino regular essa realidade é de
57%.

A importância dos professores para a qualidade do ensino

A relação com os professores também aparece como um


aspecto importante do sucesso escolar na opinião dos
estudantes. 79% concordam que já tiveram um professor que os
ajuda a construir seus sonhos, embora 49% avaliem que os
professores não são reconhecidos e valorizados pela sociedade.
Nas respostas espontâneas e múltiplas sobre o que é mais
importante para melhorar a qualidade das escolas de Ensino
Médio, a qualidade do corpo docente foi a opção mais citada,
aparecendo em 29% das respostas. Embora os estudantes
reconheçam a centralidade dos professores para uma
aprendizagem de qualidade, 46% apontam que nem sempre têm
todas as aulas, por conta de problemas de falta de
professores.

Evasão e trabalho

Os estudantes também foram questionados sobre abandono e


evasão escolar, fenômenos que se intensificaram por conta da
pandemia e o longo período de fechamento das escolas. São
17% os estudantes que pensam em parar de frequentar a escola
nos seis meses anteriores à pesquisa. Desses, 48% dizem que o
motivo é a necessidade de trabalhar. Outros 17% alegam
estresse ou cansaço.

Outro dado mostra o quanto os alunos se dividem entre os


estudos e o trabalho. Entre os estudantes de Ensino Médio de
escolas públicas, 32% trabalham fora de casa. Entre os que
trabalham, os principais motivos são: 71% para ter
independência financeira dos pais e 20% para ajudar
financeiramente a família.

Tecnologia

A pesquisa revela que 94% dos estudantes concordam que a


utilização de tecnologia nas aulas pode ajudar a melhorar a
qualidade da escola, ainda que o acesso a ela ainda não seja
realidade para todos. 43% dos estudantes discordam que a
escola tem computadores com acesso à internet para as aulas.
Em casa, o acesso à internet mais disseminado é através do
celular, que 98% afirmam possuir.

O estudo utilizou metodologia quantitativa por meio de


abordagem pessoal na proximidade das escolas. A pesquisa
teve abrangência nacional, respeitando a distribuição de
estudantes com base nos dados do Inep. A margem de erro para
os dados nacionais é de 2 pontos percentuais. Além disso, a
pesquisa permite leitura estadual dos resultados para todas as
Unidades da Federação.

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