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COSTA, et al.

AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs) COMO


FERRAMENTAS PARA O ENSINO DE GENÉTICA EM AULAS NÃO PRESENCIAS

LAS TECNOLOGÍAS DE LA INFORMACIÓN Y COMUNICACIÓN (TIC) COMO


HERRAMIENTAS PARA LA ENSEÑANZA DE GENÉTICA EN CLASES FUERA DE
PRESENCIA

INFORMATION AND COMMUNICATION TECHNOLOGIES (ICTs) AS TOOLS


FOR THE TEACHING OF GENETICS IN CLASSES NOT IN PRESENCE
Apresentação: Pôster
Vanessa Sousa da Costa1; Felix Gomes da Costa2; Tyago Henrique Alves Saraiva Cipriano3; Ícaro Fillipe de
Araújo Castro4

INTRODUÇÃO
As Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs) surgiram como uma forma de
auxiliar e efetivar o trabalho humano. Nesse sentido, tais tecnologias caracterizam-se como
facilitadoras no que diz respeito a comunicação e o alcance dos envolvidos nesse processo, a
exemplo de computadores, softwares, redes e aparelhos móveis de comunicação (SILVA;
SILVA; COELHO, 2016). Na educação, o uso das TICs oportuniza a interação e criação através
de mecanismos que estimulam a aprendizagem, caracterizando-se, assim, como uma efetiva
forma de ensino/aprendizagem (BATISTA, 2020).
Nessa perspectiva, o uso das TICs na educação básica, mostra-se como uma excelente
ferramenta para reorganização do currículo escolar, de modo que o docente possa reinventar
suas estratégias metodológicas, aproximando cada vez mais o discente do conteúdo abordado,
além de ser uma das poucas estratégias educacionais que permitem a realização de aulas nesse
período de pandemia. Posto isso, o objetivo desse estudo é evidenciar as percepções de
estudantes da rede estadual de Bertolínia-PI em relação as contribuições das TICs frente ao

1
Acadêmica do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, campus Uruçuí do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Piauí, e-mail: sousavanessac19@gmail.com
2
Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, campus Uruçuí do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Piauí, e-mail: felixcosta518@gmail.com
3
Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, campus Uruçuí do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Piauí, e-mail: tyagohenrique98@gmail.com
4
Professor Doutor do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, campus Uruçuí do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, e-mail: icaro.castro@ifpi.edu.br
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ensino de Biologia, bem como analisar o redimento dos mesmo em uma aula online de Genética,
utilizando-de a ferramenta Google Meet.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Na educação básica, ensinar biologia não é uma tarefa fácil, tendo em vista que a
disciplina é composta por uma gama de conceitos e termos abstratos, que se distanciam muito
da realidade vivenciada pelos alunos (SANTOS; SILVEIRA; DEUS, 2020). Visando estreitar
os laços entre o discente e o conteúdo trabalhado em sala, é necessário que o professor disponha
de estratégias metodológicas capazes de suprir tais déficits.
Dentre os diversos conteúdos que permeiam a disciplina de biologia, durante o ensino
médio, aqueles voltados para a genética normalmente são vistos pelos estudantes como
conteúdos complexos e de difícil compreensão. Para Araujo e Gusmão (2017), o ensino de
genética é assolado por uma gama de termos específicos, os quais, dificultam a assimilação pelo
discente, sendo necessárias práticas que auxiliem no processo de ensino/aprendizagem.
Além dos aspectos supracitados, a genética encontra-se integrada com outras áreas do
conhecimento, como a matemática, a física, a interpretação, a lógica, a razão, entre uma
infinidade de outras áreas que norteiam o seu estudo, o que acaba intensificando a complexidade
da disciplina (BORGES; SILVA; REIS, 2017). Apesar disso, de acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs), o professor deve dispor de estratégias que tornem o
aprendizado significativo (BRASIL, 2000).
Segundo Peixe et al. (2017), o avanço tecnológico vem proporcionando o
aprimoramento e a complementação em espaços didáticos e, nesse sentido, os conteúdos de
genética tem se destacado no que tange à utilização das TICs, a partir da experimentação com
base em recursos tecnológicos.

METODOLOGIA
No que se refere à classificação, trata-se de uma pesquisa básica, de natureza
observacional, com abordagem quali-quantitativa e de campo. Segundo Fontelles et al. (2009),
é básica em virtude do acúmulo de conhecimento, sem que haja a necessidade de uma
investigação prévia; de natureza observacional porque o pesquisador caracteriza-se como um
mero observador; quali-quantitativa pois os aspéctos estudados são observados mediante a
descrição dos fatos, sendo considerados os números/estatísticas como peça importante na
análise dos dados; e de campo porque as tecnicas observacionais para a coleta de dados, foram
desenvolvidas mediante a utilização de questionários.
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Os sujeitos da pesquisa foram alunos de Ensino Médio da rede estadual do município


de Bertolínea-PI. A participação foi voluntária e exigiu a concordância dos partícipes, a qual se
deu por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que é responsável por
apresentar os objetivos da pesquisa, sendo requerida a assinatura ou digital do indivíduo que
aceitar participar do estudo. Para coleta de dados, utilizou-se a ferramenta Google Forms e,
nesse sentido, os questionários foram apresentados aos alunos em dois momentos distintos.
Inicialmente, foi solicitado que os partícipes (38 alunos) respondessem ao pré-questionário, o
qual continha 12 questões fechadas, que buscavam informações referentes à utilização das TICs
no âmbito educacional, bem como ao conhecimento prévio dos alunos no que diz respeito aos
conteúdos de genética. A partir das respostas, realizou-se uma aula que buscava sanar as
principais dúvidas dos discentes na resolução do questionário 1.
Apesar de 38 alunos terem respondido o questionário 1, somente 16 participaram da
aula. Os principais motivos para a não participação de muitos alunos, segundo a professora de
biologia, foram: internet ruim; falta de interesse na participação do trabalho e execução de
atividades não escolares no período da aula. Após a aula, o mesmo questionário foi aplicado
aos alunos, acrescidos de duas questões relacionadas a satisfação dos mesmos em relação a
referida aula. Devido a quantidade de alunos diferentes nos dois questionários, as comparações
foram realizadas pela porcentagem de acertos nos dois questionários em cada uma das questões.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao todo, participaram desse estudo 38 alunos da Rede Municipal e Estadual de
Bertolínia-PI. Os participantes tinham idade entre 15 e 21 anos, sendo 6 dos alunos do sexo
masculino e 32 das alunas pertencentes ao sexo feminino. Indagou-se inicialmente aos
participantes sobre o seu acesso a internet, 65,8% afirmaram que tem acesso a internet sempre
que precisa, 26,3% tem acesso a internet quase sempre, 7,9% tem acesso internet as vezes.
Sobre para qual finalidade os alunos usavam a internet, 55,3% afirmaram ser para estudo, 18,4%
interações sociais, 18,4% para conteúdos informativos, 2,6% jogos e 5,3% para outras coisas.
Os dados permitem inferir que nem todos os alunos possuem acesso a internet com a
mesma frequência, e quando possuem seu uso na maioria das vezes é para estudos,
consequentemente a falta de acesso destacar-se como umas das principais dificuldades ao
ensino remoto. Para Ferraz-Campos e Bernardes-Paula (2020), a internet se configura como um
dos aspectos essenciais para o uso de recursos tecnológicos educacionais ao mesmo tempo que
os processos de ensino aprendizagem pode ser prejudicadas com o acesso precário a mesma.
Quando questionados sobre quais recursos mais utilizavam para estudar fora do
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ambiente escolar, 55,3% afirmaram ser por videoaulas, 23,7% afirmaram ser por meio de
anotações em caderno, 15, 6% afirmaram ser por meio de sites, 5,3% ser por livros e nenhum
dos alunos afirmaram ter outros meios de estudar fora do ambiente escolar. Indagados sobre se
gostavam de como são utilizadas as TICs em sala de aula, 84, 2% dos alunos responderam que
“Sim, porque facilitam a compreensão dos conteúdos”, 7,9 % responderam “Acho que não
fazem diferença nenhuma no meu aprendizado” e nenhum dos alunos afirmaram que “Não,
porque as TICs tiram meu foco das aulas presenciais”.
Observa-se cada vez mais a presença de TICs na educação, principalmente no atual
momento da pandemia em que o ensino tornou-se remoto, visto isso, segundo Almeida (2020)
a inserção das TICs, permite aplicar estratégias metodológicas para que o ensino-
aprendizagem se torne o mais próximo possível da realidade dos alunos, facilitando o
processo de ensino-aprendizagem, na proporção em que os estimula a perceber a relação entre
os conteúdos didáticos ministrados na sala de aula e a sua materialização na vida. As TICs
proporcionam tanto para o docente quanto para o discente, a oportunidade de se estudar o
mesmo objeto com mais praticidade, interesse e eficiência (KILAU; RUFINO, 2020).
Na aula remota ministrada, foram abordados diferentes conceitos do conteúdo de
introdução à genética. Diante disso, foram utilizadas questões de vestibular sobre o conteúdo
supracitado para avaliar o conhecimento dos alunos prévio e posterior a aula. Questionou-se
inicialmente qual o nível de conhecimento dos participantes relacionado aos conteúdos de
genética, 48% ser regular, 47% bom, 2,4% excelente e 2,6% ruim.
A primeira pergunta de vestibular indagava qual das alternativas apresentadas se
referiam a um cromossomo, antes da aula 47,4% “uma única molécula de DNA com informação
genética para algumas proteínas”, 44,7% “um conjunto de moléculas de DNA com todas as
informações genéticas da espécie”, 5,3% “um segmento de molécula de DNA com informação
para uma cadeia polipeptídica” e 2,6% “uma sequência de três bases nitrogenadas do RNA
mensageiro correspondente a um aminoácido na cadeia polipeptídica”. Após a aula, 62,5%
acertaram “uma única molécula de DNA com informação genética para algumas proteínas”.
Em seguida, solicitou-se que os alunos respondesse qual das alternativas era verdadeira
em relação ao processo de divisão celular, antes da aula remota 47,4% dos alunos responderam
“a meiose é um processo que dá origem a quatro células haploides”, 31, 6% dos alunos
responderam que “mitose consiste em duas divisões celulares sucessivas”, 18, 4% dos alunos
responderam que “os óvulos e espermatozoides são produzidos por divisões mitóticas”, 2, 6%
responderam que durante “a mitose as cromátides irmãs não se separam e nenhum dos alunos
responderam que durante a meiose não ocorre a permutação ou “crossing-over”.” Após a aula
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com pós questionário 68,8% dos alunos responderam corretamente sendo “a meiose é um
processo que dá origem a quatro células haploides”.
Na terceira questão, foi solicitado aos alunos que marcasse a alternativa que
correspondia a denominação de um indivíduo cujo as células, para um determinado lócus,
apresentam o mesmo Alelo em ambos os cromossomos homólogos, 65,8% marcaram
homozigoto, 18,4% heterozigoto, 7,9% haploide, 5,3% heterogâmico e 2,6% homozigoto. Após
aula, todos alunos marcaram corretamente, homozigoto.
A última questão referente à biotecnologia, indagava o que as bactérias modificadas por
Herbert Boyer perceberam para passarem a produzir insulina humana, 60,5% marcaram “a
sequência de DNA codificante de insulina humana” 23,7% “a proteína sintetizada por células
humanas” 10,5% “um RNA recombinante de insulina humana” 5,3% “a proteína sintetizada
por células humanas”. Após a aula, 87,5% marcaram corretamente “a sequência de DNA
codificante de insulina humana”.
No segundo questionário, foi acrescentado duas perguntas avaliativas que tinham por
finalidade conhecer a opinião dos participantes sobre a aula remota ministrada. Em uma delas
questionou como os alunos classificaram a aula que acabaram de assistir, 68,8% afirmaram
excelente, 25% boa, 6,3% razoável. Todos os alunos afirmaram que a utilização de aulas nessa
perspectiva para os alunos da Educação Básica é viável em se tratando do processo de ensino
aprendizagem. Segundo Rothen, Nóbrega e Santos Oliveira (2020) o processo educativo é
inacabado permitindo ocorrer de diversas formas bem como em ambientes variados.
Nesse sentido, o feedback se constitui como um importante mecanismo que permite a
comunicação e interação entre aluno e professor (HATTGE; RIBAS; PAULO, 2014) sendo
essencial para identificar se objetivos propostos na aula foram alcançados ao mesmo tempo que
proporciona o desenvolvimento profissional docente bem como do aluno.

CONCLUSÕES
A partir da análise dos dados, observa-se que todos os alunos participantes possuem
acesso a internet, e que a maioria dos discentes a utilizam para os estudos. Além disso,
observou-se que as TICs desempenham um importante papel na educação, facilitando a
compreensão de conteúdos, principalmente no cenário de pandemia, em que o ensino se tornou
remoto nas diversas Instituições de Ensino brasileiras. Os dados evidenciam também um bom
aproveitamento da aula ministrada, uma vez que o rendimento dos alunos nas questões referente
a genética foi maior após a aula para todas as questões; e que na perspectiva dos alunos, a
utilização de TICs para o aprendizado de genética se mostra satisfatória.
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