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TEORIA DA

ARQUITETURA E
DA PAISAGEM
O paisagismo em
espaços residenciais
Edson Maia Villela Filho

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Identificar o paisagismo em diferentes escalas de projetos residenciais.


>> Comparar os elementos utilizados no paisagismo de diferentes espaços
residenciais.
>> Apresentar exemplos de paisagismo residencial.

Introdução
Ao se pensar uma residência, seja pequena, destinada a um núcleo familiar
reduzido, seja grande, para abrigar um grande número de usuários, é importante
considerar que o projeto a ser realizado é composto por inúmeras discipli-
nas que, juntas, vão formar um todo coeso e trazer qualidade para o espaço
projetado. O paisagismo em espaços residenciais é tão importante quanto os
elementos físicos da casa, como paredes, cobertura e mobiliário. Ele se confi-
gura como uma etapa projetual fundamental, trazendo vida e qualidade para
a casa, e permite requalificar espaços e criar ambientações (NIEMEYER, 2019).
Às vezes, o paisagismo é confundido com a definição das espécies vege-
tais que farão parte do jardim da residência. Na verdade, ele é um conjunto
de diretrizes e elementos que podem ser encontrados em todos os ambientes
da casa, inclusive no interior. A iluminação, o revestimento de piso e parede,
o mobiliário e a cobertura vegetal são alguns itens que constituem o paisagismo
residencial. Quanto mais bem explorados em conjunto eles forem, melhor será
o resultado.
2 O paisagismo em espaços residenciais

Neste capítulo, você vai conhecer como é feito o paisagismo residencial e as


diferentes escalas e formas que podem ser encontradas. Além disso, vai ver os
elementos do projeto paisagístico e como identificá-los. Por fim, vai estudar,
por meio de exemplos, as qualidades do paisagismo residencial.

Paisagismo residencial em diferentes


escalas
De acordo com Macedo (1999), o termo paisagismo é usado de maneira genérica
para designar diversas ações e estudos sobre a paisagem, o que vai desde a
especificação de uma espécie vegetal até a concepção de praças e parques.
Ao andar pela cidade ou por um bairro, é natural encontrar diferentes tipos
de residências, feitas com diversos materiais e inúmeros formatos específicos.
Um dos pontos que chama a atenção, a princípio, é a dimensão do projeto,
e é preciso ter em mente que tamanho não é sinônimo de qualidade. Pensar
que quanto maior a residência melhor será o espaço projetado é um erro,
pois não é a escala do projeto que determina sua qualidade, e sim o projeto
realizado para ela. Uma residência pequena, quando bem projetada, é acon-
chegante e acolhedora. Uma casa grande, feita sem o cuidado necessário,
pode apresentar inúmeros espaços subutilizados e trazer desconforto para
os habitantes. Com o paisagismo, isso não é diferente. Nos últimos anos,
ele tornou-se um indicador de qualidade de vida e assumiu um papel de des-
taque nas discussões sobre sustentabilidade ambiental e urbana, priorizando
espaços e materiais mais interativos e dinâmicos (ALENCAR; CARDOSO, 2015).
O projeto paisagístico pode envolver diferentes escalas projetuais:
a macroescala, que trabalha com um projeto de grandes proporções, e a
microescala, que trabalha com definições e ideias menores. Niemeyer (2019)
estabelece que o projeto paisagístico em microescala envolve o conceito
de “escala do usuário”, e é sob essa perspectiva que a atividade humana se
desenvolve e as relações se estabelecem. As definições de paginação de piso,
iluminação e vegetação são pensadas nessa escala pontual. É importante
destacar que o projeto em macroescala pode ser considerado uma junção
de vários ambientes com características próprias, e o projeto de paisagismo
final é, na verdade, um conjunto de diversos pequenos projetos em menor
escala. O resultado final de todas as ideias elencadas é a soma das definições
estabelecidas para cada ambiente projetado.
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Para diferentes escalas, precisam ser estruturados diferentes tipos de


projetos, e o tamanho, muito mais que a qualidade, vai definir como o projeto
deve ser realizado. Projetos grandes demandam, normalmente, uma maior
quantidade de itens para compor a ideia proposta. Entretanto, isso não é uma
regra. O que será executado em determinado projeto paisagístico é definido
pelo cliente, e até mesmo uma ideia minimalista para um espaço grande, com
poucos elementos, pode resultar em um bom projeto de paisagismo. Basta
que ele seja estruturado e pensado dessa forma.
Algo que também define a escala do projeto é o local onde a residência
está inserida. Ao imaginar uma casa, é possível concebê-la de forma isolada
dentro de um lote em um bairro ou junto a outras residências e apartamentos,
dentro de um condomínio. Assim, o espaço exterior ao redor da residência
definirá como o projeto deve ser desenvolvido. Para o caso dos condomínios,
por exemplo, o paisagismo abrange um espaço muito maior que o espaço
privativo das residências, se estendendo para as áreas comuns. Nos condo-
mínios horizontais, o paisagismo privativo pode seguir a mesma linguagem
do paisagismo adotado nas demais áreas, a fim de configurar um todo coeso.
Contudo, para os condomínios verticais (prédios), essa ideia é dificultada,
uma vez que são poucos os edifícios que apresentam área privativa externa
conectada às áreas comuns. Para eles, o paisagismo se configura essencial-
mente como algo interno ao ambiente residencial, podendo se estender,
algumas vezes, ao espaço externo da sacada.
A partir desse exemplo dos condomínios verticais podemos entender que
o paisagismo, para sua execução, não demanda, necessariamente, um espaço
exterior. Ambientes internos podem abrigar espaços pontuais de paisagismo,
nos quais o tratamento de jardim pode ser aplicado, por meio da adaptação
de espaços. Veja um exemplo de paisagismo externo na Figura 1.
É possível observar na Figura 1 que um amplo espaço externo foi transfor-
mado em área de lazer utilizando, sobretudo, forrações, coberturas vegetais e
diferentes níveis entre os canteiros, graças à topografia. O ambiente da Figura 2,
um espaço menor e limitado, foi idealizado como espaço de estar pelo uso
de vegetação em vaso, priorizando a organização e limpeza do espaço,
e mobiliário específico, compatível com uma varanda.
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Figura 1. Paisagismo residencial externo.


Fonte: Viacheslav Lopatin/Shutterstock.com.

Figura 2. Paisagismo residencial interno.


Fonte: Cinematographer/Shutterstock.com.
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A partir das Figuras 1 e 2, é possível notar que o espaço disponível é um


dos fatores que determinará como o paisagismo residencial será desenvol-
vido. Cabe ao projetista adequar tal espaço às necessidades dos futuros
usuários, utilizando os itens necessários para criar um espaço harmônico e
aconchegante.

Paisagismo residencial: elementos de


composição
Segundo Hardt (2010), além da escala do projeto, outro entendimento que
deve ser associado ao projeto de paisagismo e que servirá como subsídio
para definir as diretrizes projetuais a serem adotadas é o tipo de abrangência
espacial do local, ou seja, qual o tipo de espaço onde o paisagismo será in-
serido e para qual tipo de função o local é destinado. Para cada uma dessas
condicionantes, um conjunto de elementos de composição paisagístico será
utilizado.
De acordo com Cocco e Kozloski (2020), quatro princípios de composição
e estética devem ser considerados no paisagismo residencial: elementos
de composição, harmonia cromática, análise plástica e tipos de traçados.
A união desses elementos contribui com o desenvolvimento e a indicação de
soluções projetuais na escala de um espaço residencial. Seguindo essa linha
de pensamento, Lira Filho (2002) divide os elementos disponíveis para um
paisagista iniciar um projeto em naturais e arquitetônicos. Os naturais são
divididos entre componentes físicos, como solo e água, e biológicos, como
plantas e animais. Os arquitetônicos são as edificações, as vias de acesso,
os playgrounds e tudo o que for construído pelo ser humano.
Em resumo, o projeto de paisagismo engloba alguns elementos-chave. Dentro
de cada um deles, há sub-ramificações que permitem uma grande variedade de
itens. A rigor, o projeto deve ser desenvolvido se atentando a uma infinidade
de elementos, mas aqui destacaremos alguns deles: a iluminação, a cobertura
vegetal, os revestimentos (piso, parede e teto), o mobiliário e a materialidade.

O projeto de paisagismo, assim como o arquitetônico, é dinâmico e


permite inúmeras combinações de diferentes elementos de composi-
ção. Nem todo projeto requer a presença de todas as categorias apresentadas.
O importante é garantir que os itens selecionados atendam à necessidade
prevista para aquele ambiente projetado.
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A seguir veremos mais detalhadamente cada um dos itens que compõem


as categorias de elementos de composição do paisagismo residencial.

Iluminação — Dentro de um ambiente, a iluminação pode assumir dois aspectos


principais: o funcional, como a necessidade de fornecer luz para determinado
espaço, e o cênico, que tem um caráter mais decorativo. Lustres, arandelas,
balizadores e outros elementos luminosos podem desempenhar essas funções.
Cabe destacar que, muitas vezes, a função e a decoração caminham juntas.
Um mesmo elemento luminoso pode assumir os dois aspectos, como os
balizadores de caminho e escada. Além da função estética, eles servem para
direcionar o caminho do usuário. A iluminação muitas vezes é determinante
no sucesso do paisagismo, pois determina a plena utilização dos espaços em
qualquer período do dia.

Cobertura vegetal — Muitas vezes confundida com o próprio projeto de pai-


sagismo, a vegetação talvez seja o item mais característico do paisagismo
residencial. Pode ser utilizada em escala menor, com forração de grama,
ou em maior, com árvores e arbustos. O tipo de vegetação utilizado dependerá
fundamentalmente das características físicas do local onde ela será inserida.
Devem ser selecionados diferentes tipos de vegetação para ambientes exter-
nos e internos. O clima do local e a presença de iluminação natural também
são fatores condicionantes. É importante sempre considerar a escolha de
espécies nativas da região, pois, além de serem encontradas mais facilmente,
já estão adaptadas às condições do ambiente.

Revestimentos (piso, parede e teto) — Conforme já visto, a cobertura vegetal


não é o único item dentro do paisagismo residencial. Em inúmeras situações,
é necessário utilizar pisos e outros revestimentos em espaços específicos
destinados a determinado uso. Por exemplo, ao pensar em um caminho,
é necessário que um piso próprio seja definido. Em ambientes internos,
paredes e forro também podem ser itens de composição. Madeira, pedra e
concreto são, geralmente, os principais revestimentos utilizados. Dentro de
um projeto de paisagismo, além de espaços de passagem, as áreas em que se
propõe um revestimento são caracterizadas como áreas de permanência. Por
isso, elas demandam um tratamento específico que traga maior resistência
a esses espaços.

Mobiliário — O projeto de determinado espaço é sempre realizado em função


da utilização prevista para aquele lugar. O projeto de paisagismo é, nor-
malmente, destinado ao uso de lazer. É essencial complementar o espaço
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com mobiliário específico que potencialize a função de lazer da proposta.


Nesses espaços, são utilizados bancos, cadeiras, redes, mesas, entre outros
elementos, de variados tipos e tamanhos.

Materialidade — Pode ser considerado um item presente em todas as cate-


gorias anteriores. Diz respeito aos materiais selecionados para compor tanto
o mobiliário quanto os revestimentos e a iluminação. Pode ser explorado
de diferentes maneiras. Em algumas situações, pode-se optar por escolher
um único tipo de material para todos os espaços, como madeira no revesti-
mento de piso, parede e teto e no mobiliário. Há também o uso de sistema
híbrido, com combinação de diferentes materiais, como a mistura de madeira,
concreto e aço.

Observe, na Figura 3, a aplicação desses elementos em um projeto no


qual o leiaute proposto para o ambiente é desenhado e definido tanto pela
cobertura vegetal quanto pelos revestimentos de piso. Esse exemplo eviden-
cia, sobretudo, a importância da materialidade no projeto, que possibilita
desenhos e formas evidenciados e alcança os objetivos propostos. Perceba
que a diferença de materiais entre cada um dos elementos (grama, pedra e
madeira), além de destacar e orientar os caminhos e definir as formas, traz
harmonia para o projeto como um todo.

Figura 3. Exemplo de aplicação de elementos de paisagismo.


Fonte: Wilm Ihlenfeld/Shutterstock.com.
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Ao se conceber qualquer projeto de paisagismo, é importante que o pro-


fissional saiba que cada espaço da residência demanda atenção específica.
Nem todo espaço comporta todos os elementos vistos anteriormente. Por
exemplo, em alguns pontos do terreno, o revestimento de piso com a utili-
zação de deck ou o piso em concreto e porcelana podem não ser indicados
ou permitidos. Um projeto de uma residência deve atender a uma série de
parâmetros determinados pela legislação vigente da cidade na qual se encon-
tra. Ele não pode atuar contra essas regulamentações. Caso um cliente opte,
por exemplo, por fazer um tratamento de vegetação na calçada em frente à
sua casa, é preciso alertá-lo que, na maioria dos casos, isso não permitido.
Outro ponto que diz respeito a essa questão burocrática e legal diz respeito
à área permeável do lote. É comum que uma área mínima permeável seja
exigida, e caso a própria residência já ocupe o máximo de espaço permitido,
uma proposição de deck ou qualquer outro piso impermeável não pode ser
construído. São inúmeras as possibilidades e os elementos que compõem
o paisagismo, mas é necessário estar atento. Deve-se projetar exatamente
o que o cliente deseja, porém dentro das condicionantes daquele local.
Vale destacar que cada vez mais os elementos do paisagismo são pensados
e executados de forma conjunta. Um mesmo elemento de composição pode
abrigar diferentes funções. Por exemplo, um mobiliário pode ser, ao mesmo
tempo, um elemento de iluminação. Um revestimento de parede também pode
ser uma cobertura vegetal, como os muros e paredes verdes. Juntos, além
de permitirem maior gama de possibilidades, possibilitam que se trabalhe
as configurações de materialidade. Observe esse fenômeno na Figura 4,
na qual um banco (mobiliário) também é utilizado como suporte para vege-
tação. Ainda, ele utiliza diferentes materiais de estruturação e revestimento.

Figura 4. Composição híbrida de elementos de paisagismo residencial.


Fonte: Popovphoto/Shutterstock.com.
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Atualmente, o paisagismo vem deixando de ser considerado um item


pensado essencialmente para o lazer. Alencar e Cardoso (2015) apresentam
o conceito de paisagismo funcional, no qual a função do espaço é explorada.
Um exemplo de uso apresentado pelos autores é o paisagismo para culinária.
Para eles, esse tipo de pensamento pode ampliar o caráter de sustentabilidade
dentro do projeto.

Exemplos de paisagismo residencial


Cada vez mais o projeto de paisagismo residencial se configura como uma
disciplina essencial dentro de um projeto de residências ou condomínios.
Grandes ou pequenos espaços externos e internos sem uso aparentemente
definido são configurados com espaços nos quais o paisagismo entrará como
elemento definidor de função. Atualmente, inúmeros profissionais, sobretudo
arquitetos, se especializam nesse tipo de projeto. Eles procuram descobrir
soluções que permitam ressignificar, transformar e dar utilidade a determi-
nados espaços.
Contudo, o julgamento estético em relação ao projeto ser bom ou ruim
assume um caráter mais subjetivo, pois envolve escolhas e decisões projetuais
pessoais e específicas de cada cliente. Algo que é muito considerado é se o
espaço produzido atende ou não à função estabelecida no projeto. Ao atingir
seu objetivo final, podemos dizer que o projeto obteve sucesso e, portanto,
foi bem-desenvolvido.
Conforme visto, a quantidade de itens que podem fazer parte do paisa-
gismo é muito grande, e as diversas combinações desses elementos permitem
diferentes tipos de projetos de paisagismo residencial. Para o profissional,
é importante saber identificar e qualificar os projetos de paisagismo. Quanto
mais exemplos o profissional conhecer, maior será a facilidade de desenvol-
ver um projeto futuro, pois esse conhecimento permite que o profissional
desenvolva um banco de referências e ideias.
A seguir, serão apresentados exemplos que permitirão o melhor entendi-
mento da escala projetual e dos elementos de composição.
A Figura 5 apresenta um projeto paisagístico concebido em microescala,
uma vez que representa a definição espacial de um lugar específico, e a escolha
dos componentes é feita de forma pontual para o espaço. É possível notar
que todos os grupos que compõem o paisagismo residencial estão presentes.
Os revestimentos de piso, parede e teto são realizados com um material
específico (nesse caso, madeira), e a iluminação está presente, sobretudo,
na forma funcional, inserida dentro do espaço coberto. A cobertura vegetal
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é diversificada, compreendendo cobertura de grama, pequenos arbustos e


palmeiras. Em relação ao mobiliário, é interessante notar que são encontradas
duas tipologias, e a localização e os materiais de composição diferenciam cada
uma delas. Em relação à materialidade do espaço, é possível concluir que,
ainda que piso, parede e teto apresentem o mesmo material, o conjunto como
um todo é composto por uma gama maior de materiais, englobando metal na
estrutura do ambiente coberto e materiais plásticos nos bancos externos.

Figura 5. Exemplo de paisagismo residencial.


Fonte: Efired/Shutterstock.com.

O ambiente da Figura 6 se difere do anterior principalmente pela proposta


de projeto apresentada. Enquanto na Figura 5 todos os elementos de composi-
ção eram encontrados, na Figura 6 há apenas a utilização de cobertura vegetal,
com diferentes tipos de plantas e flores. Ainda que apenas um elemento
seja encontrado, isso não faz desse exemplo pior ou melhor que o outro.
Se no ambiente da Figura 5 é observado o uso claro para lazer e descanso,
na Figura 6 o uso contemplativo é o direcionamento previsto. Conforme visto,
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o que definirá o projeto é uso proposto para ele. Nesses dois casos em que
usos diferentes são pensados, o projeto final também é claramente diferente.
Para esse tipo de projeto, é essencial que se escolham vegetações que se
adaptem a esse espaço e convivam em harmonia.

Figura 6. Exemplo de paisagismo residencial.


Fonte: Antonina Potapenko/Shutterstock.com.

O exemplo da Figura 7 mostra que até em situações em que determinadas


condicionantes legais podem dificultar o projeto existem soluções inteligen-
tes. No ambiente, é possível perceber que o piso da área de estar é elevado
alguns centímetros do chão. Em uma situação em que não se possa perder
área permeável do projeto, essa estratégia pode ser utilizada, uma vez que
a área permeável (nesse caso, a terra) não é afetada pelo projeto. A água da
chuva escorre normalmente embaixo do deck. Em relação aos demais itens
que compõem o paisagismo, a materialidade é, principalmente, a combinação
da madeira com elementos naturais, como as pedras que servem de escada.
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Figura 7. Exemplo de paisagismo residencial.


Fonte: Jamie Hooper/Shutterstock.com.

Esses foram apenas alguns exemplos das possibilidades que o paisa-


gismo residencial permite. A análise de cada um dos elementos possibilita a
criação de referências próprias e a descoberta de soluções que podem ser
empregadas em um projeto futuro.
Conforme visto, o paisagismo residencial é o resultado da combinação de
uma série de elementos, formas e materiais que, juntos, formarão um todo
coeso, um espaço equilibrado que convide as pessoas a permanecerem ali.
A escala do projeto é uma condicionante fundamental, e diferentes propor-
ções e tipos de ambientes resultarão em projetos diferentes. Para projetos
pequenos ou grandes, os elementos selecionados para cada espaço, como
a iluminação, o tipo de revestimento, a cobertura vegetal, o mobiliário e a
materialidade, serão os responsáveis por definir formas e espaços dentro
do paisagismo residencial.

Referências
ALENCAR, L. D.; CARDOSO, J. C. Paisagismo funcional: o uso de projetos que integram
mais que ornamentação. Revista Ciência, Tecnologia & Ambiente, v. 1, n. 1, p. 1-7, 2015.
Disponível em: https://www.revistacta.ufscar.br/index.php/revistacta/article/view/4.
Acesso em: 15 mar. 2021.
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COCCO, R. M.; KOZLOSKI, C. L. A formação de arquitetos e urbanistas como facilitadores de


aprendizagem em curso técnico em paisagismo: desafios da docência, planejamento de
ensino e autoavaliação. Paisagem e Ambiente, v. 31, n. 46, e168874, 2020. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/paam/article/view/168874/169507. Acesso em: 15 mar. 2021.
HARDT, L. P. A. Elaboração de projetos paisagísticos. In: SEMINÁRIO DE ATUALIZAÇÃO
FLORESTAL, 2.; SEMANA DE ESTUDOS FLORESTAIS, 11., 2010, Irai. Anais [...]. Irati: UNICEN-
TRO, 2010. p. 1-10. Disponível em: https://anais.unicentro.br/sef/iisef/pdf/palestras/
Hardt.pdf. Acesso em: 15 mar. 2021.
LIRA FILHO, J. A. Paisagismo: elementos de composição e estética. Viçosa: Aprenda
Fácil, 2002.
MACEDO, S. S. Quadro do paisagismo no Brasil. São Paulo: FAUUSP, 1999.
NIEMEYER, C. A. C. Paisagismo no planejamento arquitetônico. 3. ed. Uberlândia: EdUFU,
2019.

Leitura recomendada
PIMENTEL, B. A. F. Os espaços livres residenciais na cidade de São Paulo. Paisagem
e Ambiente, n. 11, p. 13-40, 1998. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/paam/
article/view/135305. Acesso em: 15 mar. 2021.

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