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EQUIPE 112

ALEGAÇÕES INICIAIS DA REQUERENTE

ALENTEJO BRASIL HOLDINGS S.A.

CONTRA A REQUERIDA:

BACAMASO TRADER AGRÍCOLA S.A.

Alegações Iniciais submetidas em 30.8.2019


ÍNDICE

ÍNDICE ...................................................................................................................................... 2
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 4
➢ FONTES PRIMÁRIAS ............................................................................................. 4
➢ FONTES SECUNDÁRIAS....................................................................................... 5
DOUTRINA NACIONAL ...................................................................................................... 5
DOUTRINA INTERNACIONAL .......................................................................................... 36
JURISPRUDÊNCIA NACIONAL ........................................................................................... 44
JURISPRUDÊNCIA INTERNACIONAL ................................................................................ 53
MISCELÂNEA .................................................................................................................... 56
ABREVIAÇÕES E DENOMINAÇÕES ................................................................................. 58
I. Breve histórico dos fatos .................................................................................................... 1
II. O TRIBUNAL ARBITRAL PODE E DEVE JULGAR OS PLEITOS DA
REQUERENTE ......................................................................................................................... 2
A. A existência de cláusula compromissória no Estatuto da BACAMASO não enseja o
arquivamento do Procedimento 00/19 ................................................................................... 2
A.1. Os pleitos da Requerente são abarcados pela cl. 6.2 do SPA...................................... 3
A.2. Os pedidos da Requerente estão fora do escopo da cláusula estatutária ..................... 4
A.3. A Requerente não se vincula à cláusula compromissória estatutária .......................... 4
A.4. A suposta prática de atos ultra vires pelo Sr. Colorado não interefere na competência
do Tribunal Arbitral ............................................................................................................... 5
B. Não há prejudicialidade entre o Procedimento CVM e o Procedimento 00/19 .......... 7
C. A Arbitragem CAM-B3 não impede a instauração do Procedimento 00/19 ............... 7
C.1. A Arbitragem CAM-B3 não poderia ter sido instaurada ............................................ 7
C.2. A matéria a ser discutida no Procedimento 00/19 é diferente da que está sendo
discutida na Arbitragem CAM-B3 ......................................................................................... 8
C.3. A Requerente não será contemplada pela decisão da Arbitragem CAM-B3 .............. 9
C.3.1. A decisão da Arbitragem CAM-B3 vinculará apenas os acionistas que a
propuseram ............................................................................................................................. 9
C.3.2. A Requerente não se vincularia à decisão da Arbitragem CAM-B3 ..................... 10
C.4. Não há risco de decisões conflitantes entre o Procedimento 00/19 e a Arbitragem
CAM-B3............................................................................................................................... 11
III. O TRIBUNAL ARBITRAL NÃO PODE E NÃO DEVE RECUSAR COMO PROVA
DOCUMENTOS PRODUZIDOS PELA ENTERPRISE ........................................................ 11
A. O Tribunal Arbitral não pode interferir na indicação do Sr. Figo como assistente
técnico da Alentejo............................................................................................................... 11
B. O Tribunal Arbitral não deve recusar como prova os documentos produzidos pela
Enterprise ............................................................................................................................. 12
B.1. Inexiste conflito de interesses por parte do Sr. Figo ou da Enterprise ...................... 12
B.1.1. O Sr. Figo não teve acesso às informações obtidas pela Profª Marta e não tem
dever de sigilo perante a Requerida ..................................................................................... 13
B.1.2. A Enterprise adotou medidas adequadas para impedir que Sr. Figo viesse a
conhecer as informações obtidas pela Profª Marta .............................................................. 14
B.1.3. Mesmo que o Sr. Figo tivesse acesso às informações obtidas pela Profª Marta, não
haveria conflito de interesses ............................................................................................... 14
B.2. Impedir que o Sr. Figo atue no procedimento 00/19 implicaria custos irrazoáveis .. 15
B.3. A rejeição de documentos produzidos pela Enterprise como prova violaria o direito
da Alentejo à ampla defesa e ao contraditório ..................................................................... 16
IV. A REQUERIDA VIOLOU A CLÁUSULA DE DECLARAÇÕES E GARANTIAS
DO SPA E, PORTANTO, DEVE INDENIZAR A REQUERENTE NO VALOR TOTAL DO
DANO CAUSADO .................................................................................................................. 17
A. A Requerida violou a cl. 3.2.1. do SPA ao inserir informação falsa ......................... 17
A.1. A Requerida deveria ter divulgado seu envolvimento na Operação Spinaci nos
termos da IN358 ................................................................................................................... 17
A.2. A divulgação da investigação não representava risco a interesse legítimo da
companhia ............................................................................................................................ 18
A.3. A investigação não estava protegida por qualquer sigilo .......................................... 19
A.4. No momento do closing, não havia como a Requerida desconhecer o fato de que não
havia cumprido a IN358 ....................................................................................................... 20
B. A Requerida deve indenizar a Requerente pelos danos causados em virtude da
violação da cláusula de declarações e garantias................................................................... 20
B.1. A violação da cl. 3.2.1 tem como consequência a indenização da Requernte por
perdas e danos ...................................................................................................................... 20
B.2. A Requerente mitigou os danos decorrentes da violação da cl. 3.2.1 ....................... 22
V. HOUVE CULPA DA REQUERIDA EM FACE À OMISSÃO DE FATOS QUANDO
DA ASSINATURA DO TERMO DE FECHAMENTO ......................................................... 23
A. A Requerida descumpriu os deveres laterais de conduta decorrentes da boa-fé
objetiva ao omitir fatos quando da assinatura do Termo de Fechamento ............................ 23
A.1. A Requerida violou o dever de informar ................................................................... 23
A.2. A requerida faltou com o dever de proteção ............................................................. 24
B. A Requerida deve indenizar a Requerente pela violação positiva do Contrato ........ 25
VI. PEDIDOS ...................................................................................................................... 25
BIBLIOGRAFIA

➢ FONTES PRIMÁRIAS

Código Civil Lei Federal n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002.

Citado como: CC

Código de Processo Civil Lei Federal nº 13.105, de 16 de março de 2015.

Citado como: CPC

Instrução Normativa CVM nº 358 Instrução Normativa CVM nº 358, de 3 de janeiro


de 2002.

Citado como: IN358

Lei Anticorrupção Lei n° 12.846, de 1º de agosto de 2013.

Citado como: Lei Anticorrupção

Lei de Arbitragem Lei Federal nº 9.307, de 23 de setembro de 1996.

Citado como: Larb

Lei das Sociedades Anônimas Lei Federal nº 6404, de 15 de dezembro de 1976.

Citado como: LSA

Lei das Organizaçãoes Criminosas Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013.

Citado como: Lei das Organizações Criminosas


Norma Brasileira de Contabilidade – NBC Norma Brasileira de Contabilidade – NBC PG
PG 100 100, de 24 de janeiro de 2014.

Citado como: NBC 100

Regulamento CAMARB Regulamento de Arbitragem da Câmara de


Arbitragem Empresial – Brasil, de 5 de agosto de
2019.

Citado como: Regulamento Camarb

Regulamento do Novo Mercado Regulamento do Novo Mercado, de 05 de


setembro de 2019.

Citado como: Regulamento do Novo Mercado

➢ FONTES SECUNDÁRIAS

DOUTRINA NACIONAL

ALMEIDA, Caroline Sampaio de Governança Corporativa: Arbitragem, Administração


de Conflitos Societários e Desenvolvimento Econômico e
Social. Dissertação de Mestrado orientada pela
Prof. Dra. Márcia Carla Pereira Ribeiro,
apresentada na Pontifícia Universidade Católica
do Paraná, Curitiba, 2007.

Citado como: Almeida


ALVES, Francisco José dos Santos Adesão do contabilista ao código de ética da sua
profissão: um estudo empírico sobre percepções. Tese de
Doutorada orientada pelo Prof. Dr. Lázaro
Plácido Lisboa, apresentada na Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005

Citado como: Alves

ALVIM NETTO, José Manoel de Ação declaratória incidental. Revista de Processo, v.


Arruda 20. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1980, p. 9-
55.

Citado como: Alvim Netto

AMARAL, José Pedro Pacheco do Responsabilidade do cedente de quotas pelo passivo oculto
da sociedade limitada. Dissertação de Mestrado
orientada pela Profa. Dra. Maria Eugênia Reis
Finkelstein, apresentada na Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo,
2017.

Citado como: Pacheco do Amaral

ANDRADE, Fábio Siebeneichler de Mitigação de prejuízo no direito brasileiro: entre a


RUAS, Celina Diehl concretização do princípio de boa-fé e consequência dos
pressupostos da responsabilidade contratual. Revista de
Direito Civil Contemporâneo, v. 7. São Paulo,
abr-jun/2016, p. 138.

Citado como: Andrade e Ruas


ANDRADE, Lívia Paula da Silva Direito Civil: Contratos. Porto Alegre: Síntese,
1999.

Citado como: Andrade

ANDRADE, Marcus Vinícius dos Comentários ao Código Civil Brasileiro: Do direito das
Santos obrigações (arts. 304 a 420). Rio de Janeiro:
FILHO, Castro Forense, 2006.
MESQUITA, Eduardo Melo de
SCAVONE JÚNIOR, Luiz Antonio Citado como: Filho, Andrade, Mesquita e Scavone Jr.
ARAÚJO, Nadia de A nova lei de arbitragem brasileira e os “princípios
uniformes dos contratos comerciais internacionais”,
elaborados pelo UNIDROT. In: CASELLA, Paulo
Borba (coord.). Arbitragem: A nova lei brasileira
(9.307/96) e a praxe internacional. São Paulo:
LTr, 1996, p. 70 – 102.

Citado como: Araújo

ARENHART, Sérgio Cruz A tutela coletiva de interesses individuais. São Paulo:


Revista dos Tribunais, 2013.

Citado como: Arenhart

ARMELIN, Donaldo Ação de Nulidade da Senteça Arbitral. In:


BERTASI, Maria Odete Duque; CORRÊA
NETTO, Oscavo Cordeiro (coords.).
Arbitragem em Desenvolvimento. São Paulo:
Quartier Latin, 2009, p. 110-138.

Citado como: Armelin


ATHAYDE, Amanda Manual dos acordos de leniência no Brasil: teoria e
prática - CADE, BC, CVM, CGU, AGU, TCU e
MP. Belo Horizonte: Fórum, 2019.

Citado como: Athayde

AYMONE, Priscila Knöll A Problemática dos Procedimentos Paralelos: Os


Princípios da Litispendência e da Coisa Julgada em
Arbitragem Internacional. Tese de Doutorado
orientada pelo Prof. Luiz Olavo Baptista,
apresentada à Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

Citado como: Aymone

BAPTISTA, Luiz Olavo Arbitragem Comercial e Internacional. São Paulo: Lex


Editora, 2011.

Citado como: Baptista

BARRETTO, Marco Antônio Scalabrini Aspectos práticos da Carta de Intenções nas operações de
fusões e aquisições. Dissertação de LL.M orientda
pelo Prof. Daniel M. Boulos, apresentada
perante o Instituto de Ensino e Pesquisa -
Insper, São Paulo, 2014.

Citado como: Barretto

BARROSO, Luís Roberto A Proteção Coletiva dos Direitos No Brasil e Alguns


Aspectos da Class Action Norte-Americana.
Doutrinas Essenciais de Direito Constitucional,
v. 10/2015. São Paulo: Revista dos Tribunais,
ago/2015, p. 1957-1981.
Citado como: Barroso

BDINE JÚNIOR. Hamid Charaf Código Civil Comentado. São Paulo: Manole, 2007.

Citado como: Bdine Jr.

BENETTI, Giovana. Dolo no Direito Civil. Uma análise da omissão de


informações. São Paulo: Quartier Latin, 2019.

Citado como: Benetti


BERALDO, Leonardo de Faria Curso de Arbitragem: nos termos da Lei nº 9.307/96.
São Paulo: Atlas, 2014.

Citado como: Beraldo

BOECHEM, Felipe Tavares Análise da jurisprudência da CVM sobre o dever de


RIOS, Alexandre Carvalho Pinto divulgação de fatos relevantes. Revista de Direito
Empresarial, v. 5. São Paulo, 2014, p. 123-151.

Citado como: Boechem e Rios

BUENO, Cassio Scarpinella As class actions norte-americanas e as ações coletivas


brasileiras: pontos para uma reflexão conjunta.
Revista de Processo, v. 82. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1996, p. 92-151.

Citado como: Scarpinella

BUSCHINELLI, Gabriel Saad Kik Compra e venda de participações societárias de controle.


São Paulo: Quartier Latin, 2018.

Citado como: Buschinelli


CAHALI, Francisco José Curso de Arbitragem, 7ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2018.

Citado como: Cahali

CANTAL, Ana Maria Borges Frontão A Nova Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013).
Revista de Direito Empresarial, v. 12, nov-
dez/2015, p. 301-308.

Citado como: Cantal

CANTIDIANO, Luiz Leonardo Reforma da Lei das S/As comentada. Rio de Janeiro:
Renovar, 2002.

Citado como: Cantidiano


CARDOSO, Camila Mendes Vianna Dec. 8.465/2015: fomento à arbitragem envolvendo a
MARQUES, Lucas Leite administração pública no setor portuário. Revista de
FARIA, Marco Antônio Carvalho Arbitragem e Mediação, v. 48. São Paulo:
MENDES, Munique de Souza Revista dos Tribunais, jan/mar 2016, p. 167-
183.

Citado como: Cardoso, Marques, Faria e Mendes

CARMONA, Carlos Alberto Arbitragem e Processo: um comentário à Lei no


9.307/96, 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.

Citado como: Carmona 1

CARMONA, Carlos Alberto A arbitragem no Brasil: em busca de uma nova lei.


Doutrinas Essenciais Arbitragem e Mediação, v.
1/2014. São Paulo: Revista dos Tribunais,
setembro/2014, p. 285-320.

Citado como: Carmona 2


CARMONA, Carlos Alberto Arbitragem e Jurisdição. Revista de Processo, v. 58.
São Paulo: Revista dos Tribunais, abril-junho/
1990, p. 33-40.

Citado como: Carmona 3

CARVALHOSA, Modesto Cláusula Compromissória Estatutária. In: LOGO,


Jorge (coord.). Reforma da Lei das Sociedades
Anônimas, 2a ed. Rio de Janeiro: Forense., 2000,
p. 321-343.

Citado como: Carvalhosa 1

CARVALHOSA, Modesto Comentários à Lei de Sociedades Anônimas – V. 3, 4ª


ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

Citado como: Carvalhosa 2

CARVALHOSA, Modesto Tratado de direito empresarial: mercado de capitais –


V.6. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.

Citado como: Carvalhosa 3

CARVALHOSA, Modesto Considerações sobre a lei anticorrupção das pessoas


jurídicas: lei nº 12.864 de 2013. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2015.

Citado como: Carvalhosa 4

CARVALHOSA, Modesto Parecer Jurídico. In: CARVALHOSA, Modesto


Souza Barros; LEÃES, Luiz Gastão Paes
Barros; WALD, Arnoldo. A Responsabilidade
Civil da Empresa Perante os Investidores:
Contribuição à Modernização e Moralização do
Mercado de Capitais. São Paulo: Quartier Latin,
2018, p. 26-47.

Citado como: Carvalhosa 5

CITOLINO, Carolina Bosso Indenização pelo descumprimento da clausula de


declarações e garantias no Brasil. Dissertação de
LLM orientda pelo Prof. André Antunes Soares
de Camargo, apresentada perante o Instituto de
Ensino e Pesquisa - Insper, São Paulo, 2013.

Citado como: Citolino

CRETELLA NETO, José Curso de arbitragem. Rio de Janeiro: Forense, 2004.

Citado como: Cretella Neto

CUKIER, Daniel Ber A arbitragem aplicada ao direito societário. Revista de


Arbitragem e Mediação, v. 41. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2014, p. 225-236.

Citado como: Cukier

CUNHA, Juliana Bonazza Teixeira A qualificadora “no melhor conhecimento” em contratos


de compra e venda em participação societária. Tese de
Doutorado orientada pela Prof. Dra. Lie Uema
do Carmo, apresentada perante a Escola de
Direito da Fundação Getúlio Vargas, São Paulo,
2016.

Citado como: Cunha

CUNHA, Leonardo Carneiro da A atentabilidade dos Fatos Supervenientes no Processo


Civil. Coimbra: Almedina, 2012.
Citado como: Carneiro da Cunha

DAVIDOVICH, Marcos A grande muralha e o conflito de interesses na common


law. Revista de Direito Bancário e do Mercado
de Capitais, v. 16, n. 61. São Paulo: Revista dos
Tribinais, 2013, p. 15-44.

Citado como: Davidovich

DE SÁ, Antônio Lopes Perícia contábil, 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2011.

Citado como: De Sá

DI CELIO, Paulo Salles Cristofaro Extensão subjetiva da cláusula compromissória:


consentimento e realidade comercial. Monografia
orientada pelo Prof. Lauro da Gama e Souza Jr.,
apresentada na Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.

Citado como: Di Celio

DIDIER JR., Fredie Curso de direito processual civil: Teoria Geral do


Processo e Processo de Conhecimento, 21ª ed., v. 1.
Salvador: Juspodivm, 2019.

Citado como: Didier Jr. 1

DIDIER JR., Fredie Multa coercitiva, boa-fé processual e supressio: aplicação


do duty to mitigate the loss no processo civil. Revista de
Processo, v. 171. São Paulo, 2009, p. 35-48.

Citado como: Didier Jr. 2


DINAMARCO, Cândido Rangel Instituições de direito processual civil, 6ª ed., v. II. São
Paulo: Malheiros, 2009.

Citado como: Dinamarco 1

DINAMARCO, Cândido Rangel A reforma do código de processo, 5ª ed. São Paulo:


Malheiros, 2001.

Citado como: Dinamarco 2

DOURADO, Maurício Custódio Questões estratégicas das companhias e o dever de


divulgação de fato relevante. Revista de Direito
Bancário e do Mercado de Capitais, v. 78. São
Paulo, out-dez/2017, p. 15-45.

Citado como: Dourado

DUBEUX, Julio A divulgação de fatos relevantes pelas companhias. In:


LOBO, Carlos Alexandre SIQUEIRA, Marcelo. PEREIRA, Atademes
Branco. TREIGER, José Marcos. Brasil S/A:
guia de acesso ao mercado de capitais para
companhias brasileiras. Rio de Janeiro: RR
Donnelley, 2014, p. 119-127.

Citado como: Lobo e Dubeux

EIZIRIK, Nelson Arbitrabilidade Objetiva nas Sociedades Anônimas e


Instituições Financeiras. IN: CASTRO, Rodrigo
R. Monteiro de; ARAGÃO, Leandro Santos
de. Direito Societário – Desafios Atuais. São
Paulo: Quartier Latin, 2009, p. 31-44.

Citado como: Eizirik 1


EIZIRIK, Nelson A Lei das S/A Comentada - Vol. III, 2ª ed. São
Paulo: Quartier Latin do Brasil, 2015.

Citado como: Eizirik 2

ENEI, José Virgílio Lopes Project Finance: financiamento com foco em


empreendimentos (parceiras púlibco-privadas, “leveraged
buy-outs” e outras figuras afins). São Paulo: Saraiva,
2007.

Citado como: Enei

FARIA, Marcela Kohlbach de A produção de prova no procedimento arbitral.


Doutrinas Essenciais Arbitragem e Mediação, v.
3/2014. São Paulo: Revista dos Tribunais,
set/2014, p. 461-480.

Citado como: Faria 1

FARIA, Marcela Kohlbach de Ação anulatória da sentença arbitral: aspectos e limites.


Brasília: Gazeta Jurídica, 2014.

Citado como: Faria 2

FARIA, Marcela Kohlbach de A Possibilidade Da Instituição Da Arbitragem Em


Demandas Coletivas - Pl 5.139/2009. Análise Da
Experiência Norte-Americana. Revista de
Arbitragem e Mediação, v. 34. São Paulo:
Revista dos Tribunais, jul-set/2012, p. 233-251.

Citado como: Faria 3


FERNANDES, Antonio Scarance Prejudicialidade: conceito, natureza jurídica, espécies de
prejudiciais. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1988.

Citado como: Fernandes

FICHTNER, José Antônio A confidencialidade na arbitragem: regra geral e exceções.


MANNHEIMER, Sergio Nelson Revista de Direito Privado, v. 49. São Paulo:
MONTEIRO, André Luís Revista de Direito Privado, jan-mar/ 2012, p.
227-285.

Citado como: Fichtner, Mannheimer e Monteiro

FIGUEIRA JÚNIOR, Joel D. Arbitragem, jurisdição e execução: análise crítica da Lei


9.307, 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999.

Citado como: Figueira Jr.

FIGUEIREDO, Flávio Fernando de Participação dos peritos e assistentes técnicos. In:


NETO, Francisco Maia, FIGUEIREDO,
Flávio Fernando de (coords.). Perícias em
arbitragem. São Paulo: Livraria e Editora
Universitária de Direito, 2012, p. 107-117.

Citado como: Figueiredo

FONSECA, Rodrigo Garcia da Impugnação da sentença arbitral. In: CARMONA,


Carlos Alberto; LEMES, Selma Ferreira;
MARTINS, Pedro Batista (coords.). 20 anos da
lei de arbitragem: homenagem a Petrônio R.
Muniz. São Paulo: Atlas, 2017, p. 651-666.

Citado como: Fonseca


GAGLIARDI, Rafael Villar Mitigação de danos pelo credor: fundamento e perfil
dogmático. Tese de Doutorado orientada pelo
Prof. Dr. Giovanni Ettore Nanni, apresentada
perante a Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo, São Paulo, 2016.

Citado como: Gagliardi

GARCIA NETO, Paulo Macedo Processos arbitrais relacionados: poderes dos árbitros
para decidir sobre questões de conexidade. Tese de
Doutorado orientada pelo Prof. Carlos Alberto
de Salles apresentada na Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.

Citado como: Garcia Neto

GIDI, Antônio A class action como instrumento de tutela coletiva dos


direitos – as ações coletivas em uma perspectiva
comparada. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2007.

Citado como: Gidi

GIUSTI, Gilberto A arbitragem e as partes na arbitragem internacional.


Revista de Arbitragem e Mediação, v. 9. São
Paulo, abr-jun/2016, p. 120-133.

Citado como: Giusti

GOMES JUNIOR, Francisco Considerações sobre o Instituto da Responsabilidade


Objetiva na Lei Anticorrupção (Lei n. 12846/13).
São Paulo: OAB, 2014. Disponível em: <
http://www.oabsp.org.br/comissoes2010/gest
oes-anteriores/direito-empresarial/artigos/>.
Acesso em 29.8.2019.

Citado como: Gomes Jr.

GONÇALVES, Eduardo Damião O papel da arbitragem na tutela de direitos difusos e


coletivos. In: LEMES, Selma Ferreira;
CARMONA, Carlos Alberto; MARTINS,
Pedro Batista. Arbitragem: estudos em memória
do Prof. Guido Fernandes da Silva Soares, in
memoriam. São Paulo: Atlas, 200, p. 134-161.

Citado como: Damião

GONÇALVES, Eduardo Damião A perícia na arbitragem - a produção de provas técnicas


SILVA, Rafael Bittencourt no âmbito do procedimento arbitral e novas tendências.
Revista do Advogado, n. 119, abril/2013, p. 35-
41.

Citado como: Damião e Bittencourt

GRECO, Leonardo Instituições de processo civil, v. I, 4ª ed. Rio de


Janeiro: Forense, 2013.

Citado como: Greco 1

GRECO, Leonardo O princípio do contraditório. Revista Dialética de


Direito Processual, v. 24. São Paulo: Dialética,
2005, p. 71-79.

Citado como: Greco 2

GRINOVER, Ada Pellegrini Da Class Action For Damages à Ação De Classe


Brasileira: Os Requisitos De Admissibilidade. Revista
de Processo, v. 101. São Paulo: Revista dos
Tribunais, jan/2011, p. 11-27.

Citado como: Pellegrini

HAICAL, Gustavo Luís da Cruz O inadimplemento pelo descumprimento exclusivo de


dever lateral advindo da boa-fé objetiva. Revista dos
Tribunais, v. 900. São Paulo, 2010, p. 45-84.

Citado como: Haical

HIOKI, Regiane Yuriko Barreiras de informação – chinese wall em bancos de


investimentos: estudo comparado das regulamentações no
Brasil, Estados Unidos e Inglaterra. Dissertação de
mestrado orientada pela Profª. Dra. Neusa
Maria Bastos Fernandes Santos, apresentada na
Pontíficia Universidade Católica de São Paulo,
São Paulo, 2012.

Citado como: Hioki

HUCK, Hermes Marcelo Arbitragem societária e seus fantasmas. In: BERGER,


Renato; CARVALHO, Rafael Villac Vicente de;
LEITE, Leonardo Barém (coords.). 40 anos da
Lei das S.A.: experiências, histórias e
homenagens. São Paulo: Quartier Latin, 2016, p.
311-316.

Citado como: Huck

JABARDO, Cristina Saiz Extensão da cláusula compromissória na arbitragem


comercial internacional: o caso dos grupos societários.
Dissertação de Mestrado orientada pelo Prof.
Luiz Olavo Baptista apresentada na Faculdade
de Direito da Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2009.

Citado como: Jabardo

LADEIRA, Ana Clara Viola Conexão na Arbitragem. Dissertação de Mestrado


orientada pelo Prof. Carlos Alberto Carmona
apresentada na Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.

Citado como: Ladeira

LAMANERES, Patrícia Paoliello. Arbitragem no Direito Societário: reflexões sobre a


eficácia subjetiva da cláusula compromissória inserida em
contrato e estatuto sociais. Revista Brasileira de
Arbitragem, v. 10. São Paulo: Comitê Brasileiro
de Arbitragem – CBAr & IOB. Haia: Kluwer
Law International, abr-jun/2013, p. 46-64.

Citado como: Lamaneres

LAMY FILHO, Alfredo Direito das Companhias, 2ª ed. Rio de Janeiro:


BULHÕES PEDREIRA, José Luiz Forense, 2017.

Citado como: Lamy e Bulhões

LEÃES, Luiz Gastão Paes de Barros A adoção do chinese wall e a repressão ao insider trading.
Doutrinas Essenciais de Direito Empresarial, v.
8. São Paulo, dez/2010, p. 719-736.

Citado como: Leães

LEITE, Clarisse Frechiani Lara Prejudicialidade no processo civil. São Paulo: Saraiva,
2008.
Citado como: Frechiani
LIMA, Maria Cristina de Brito Arbitragens Coletivas. Revista da Escola de
Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, v. 5,
n. 19. Rio de Janeiro: EMERJ, 2002, p. 189-199.

Citado como: Lima

LUCON, Paulo Henrique dos Santos Relação entre demandas. Brasília: Gazeta jurídica,
2016.

Citado como: Lucon


LUIZE, Marcelo Shima Cláusulas de Indenização e Resolução Contratual em
Operações de Fusão e Aquisição: Necessidade ou Mera
Reprodução do Modelo Anglo-Saxão? In:
KLEINDIENST, Ana Cristina (coord).
Estudos aplicados de Direito Empresarial -
Societário. São Paulo: Almedina, 2016.

Citado como: Luize

LUMMERTZ, Henry Gonçalves O princípio do contraditório no processo civil e a


jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. In:
OLIVEIRA, Carlos Alberto Álvaro de (org.),
Processo e constituição, Rio de Janeiro:
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VARN, Larry. L. The Multi-service Securities Firm and the Chinese Wall:
A New Look in the Light of the Federal Securities Code.
Nebraska Law Review, v. 63, i. 2. Lincoln:
University of Nebraska Lincoln School of Law,
1984, p. 197-287.

Citado como: Varn

WAINCYMER, Jeffrey Procedure and Evidence in International Arbitration.


Haia: Kluwer Law International, 2012.

Citado como: Waincymer

JURISPRUDÊNCIA NACIONAL

Comissão de Valores Mobiliários CVM, Proceso Administrativo Sancionador


18/01, rel. Eli Loria, j. em 4.11.2004.

Citado como: CVM, PAS 18/01

Comissão de Valores Mobiliários CVM, Processo Administrativo Sancionador


17/2003, rel. Sergio Weguelin, j. em
1.8.2006.

Citado como: CVM, PAS 17/03

Comissão de Valores Mobiliários CVM, Processo Administrativo Sancionador


CVM Nº RJ2006/4776, Rel. Pedro
Marcilio de Sousa, j. em 17.1.2007.

Citado como: CVM, PAS RJ2006/4776


Comissão de Valores Mobiliários CVM, Processo Administrativo Sancionador
CVM Nº RJ2006/5928, Rel. Pedro Oliva
Marcilio de Sousa, j. em 17.4.2007.

Citado como: CVM, PAS RJ2006/5928

Comissão de Valores Mobiliários Processo Administrativo Sancionador CVM Nº


RJ2008/12124, rel. Otávio Wazbek, j. em
22.6.2010.

Citado como: CVM, PAS RJ2008/12124


Comissão de Valores Mobiliários Processo Administrativo Sancionador CVM Nº
RJ2010/8784, Rel. Ana Dolores Moura
Carneiro de Novaes, j. em 11.6.2013

Citado como: CVM, PAS RJ2010/8784

Comissão de Valores Mobiliários CVM, Processo Administrativo Sancionador


11654/13, rel. Ana Dolores Moura
Carneiro de Novaes, j. em 23.9.2014.

Citado como: CVM, PAS RJ 2013/11654

Comissão de Valores Mobiliários CVM, Processo Administrativo Sancionador


CVM Nº RJ2014/3402, Rel. Dir. Gustavo
Machado Gonzalez, j. em 13.12.2018.

Citado como: CVM, PAS RJ2014/3402

Comissão de Valores Mobiliários CVM, Processo Administraivo Sancionador


CVM Nº RJ2014/12838, Rel. Henrique
Balduino Machado Moreira, j. em
27.05.2019
Citado como: CVM, PAS RJ2014/12838

Conselho de Recursos do Sistema Financeiro CRSFN, Recurso 8253, rel. Felisberto


Nacional. Bonfim Pereira, j. em 27.2.2008.

Citado como: CRSFN, Recurso 8253

Conselho de Recursos do Sistema Financeiro CRSFN, Recurso 13264, rel. Marcos Martins
Nacional Davidovich, j. em 25.9.2013.

Citado como: CRSFN, Recurso 13.264

Superior Tribunal de Justiça STJ, Recurso Especial nº 125.706, rel. Min.


Ruy Rosado de Aguiar, j. em 21.10.1999.

Citado como: STJ, REsp 125.706

Superior Tribunal de Justiça STJ, Recurso Especial nº 256.274, rel. Min.


Ruy Rosado de Aguiar, j. em 26.9.2000.

Citado como: STJ, REsp 256.274

Superior Tribunal de Justiça STJ, Recurso Especial nº 448.471, rel. Min.


Nancy Andrighi, j. em 20.3.2003.

Citado como: STJ, REsp 448.471

Superior Tribunal de Justiça STJ, Recurso Especial n° 595.631, rel. Min.


Nancy Andrighi, j. em 29.9.2003.

Citado como: STJ, REsp 595.631

Superior Tribunal de Justiça STJ, Recurso Especial nº 693.219, rel Min.


Nancy Andrighi, j. em 19.4.2005.
Citado como: STJ, REsp 693.219

Superior Tribunal de Justiça STJ, Recurso Especial, nº 655.747, rel. Min.


Jorge Scartezzine, j. em 16.8.2005.

Citado como: STJ, REsp 655.747

Superior Tribunal de Justiça STJ, AgRg no Agravo de Instrumento nº


1.159.272, rel. Min. Vasco Della Giustina,
j. em 13.4.2010.

Citado como: STJ, AgRg no AI 1.159.272

Superior Tribunal de Justiça STJ, Recurso Especial nº 704.546, rel. Min.


Luis Felipe Salomão, j. em 1.6.2010.

Citado como: STJ, REsp 704.546

Superior Tribunal de Justiça STJ, Recuso Especial nº 758.518, rel. Min.


Vasco Della Giustina, j. em 17.6.2010.

Citado como: STJ, REsp 758.518

Superior Tribunal de Justiça STJ, Recurso Especial n° 1.276.311, rel. Min.


Luis Felipe Salomão, j. em 20.9.2011.

Citado como: STJ, REsp 1.276.311

Superior Tribunal de Justiça STJ, Agravo em Recurso Especial nº 113.260,


rel. Min. Humberto Martins, j. em
16.2.2012.

Citado como: STJ, AREsp 113.260


Superior Tribunal de Justiça STJ, Recurso Especial nº 1.726.227, rel. Min.
Marco Aurélio Bellizze, j. em 5.6.2012.

Citado como: STJ, REsp 1.726.227

Superior Tribunal de Justiça STJ, Recurso Especial nº 1.349.233, rel. Min.


Luis Felipe Salomão, j. em 6.11.2014.

Citado como: STJ, REsp 1.349.233

Superior Tribunal de Justiça STJ, Recurso Especial n° 1.554.986/SP, rel.


Min. Marco Aurélio Bellizze, j. em
08.03.2016.

Citado como: STJ, REsp 1.554.986

Superior Tribunal de Justiça STJ, Recurso Especial nº 1.201.672, rel. Min.


Lázaro Guimarães, j. em 21.11.2017

Citado como: STJ, REsp 1.201.672

Superior Tribunal de Justiça STJ, Recurso Especial n° 1.655.139/DF, rel.


Min. Nancy Andrighi, j. em 5.12.2017.

Citado como: STJ, REsp 1.655.139

Superior Tribunal de Justiça STJ, Agravo Interno em Agravo de Recurso


Especial nº 1.096.912, rel. Min. Luis Felipe
Salomão, j. em 20.2.2018.

Citado como: STJ, AgInt 1.096.912


Superior Tribunal de Justiça STJ, Agravo Interno no Agravo em Recurso
Especial nº 425955, rel. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, j. em 25.2.2019.
Citado como: STJ, AgInt 425.955

Supremo Tribunal Federal STF, Sentença Estrangeira Contestada n° 6.753,


rel. Min. Maurício Corrêa, j. em 13.6.2002.

Citado como: STF, SE 6.753

Supremo Tribunal Federal STF, Conflito de Competência nº 7.706, rel.


Min. Dias Toffoli, j. em 12.3.2015.

Citado como: STF, CC 7.706

Supremo Tribunal Federal STF, Petição nº 5.789, rel. Min. Edson


Fachin, j. em 10.12.2015.

Citado como: STF, PET 5.789

Supremo Tribunal Federal STF, Recurso Especial nº 1.537.856, rel. Min.


Nancy Andrighi, j. em 31.8.2018.

Citado como: STJ, REsp 1.537.856

Tribunal de Justiça de Goiás TJGO, Embargos de Declaração na Apelação


Cível nº 65345-40.2014.8.09.0051, rel. Des.
Walter Carlos Lemes, j. em 23.8.2016.

Citado como: TJGO, ED na Ap. 65345-


40.2014.8.09.0051
Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJMG, Apelação Cível nº 1.0035.09.169452-
7/001, rel. Des. Gutemberg da Mota e
Silva, j. em 13.4.2010.

Citado como: TJMG, Ap.


1.0035.09.169452-7/001

Tribunal de Justiça de Santa Catarina TJSC, Apelação Cível nº 2006.034036-6, rel.


Des. Marco Aurélio Gastaldi Buzzi, j. em
19.2.2013.

Citado como: TJSC, Ap. 2006.034036-6

Tribunal de Justiça de Santa Catarina TJSC, Apelação Cível nº 0009982-


95.2011.8.24.0038, rel. Des. Luiz Zanelato,
j. em 5.7.2018

Citado como: TJSC, Ap. 0009982-


95.2011.8.24.0038

Tribunal de Justiça de São Paulo TJSP, Apelação Cível nº 406.300-4/6-00, rel.


Des. Francisco Loureiro, j. em 4.9.2008.

Citado como: TJSP, Ap. 406.300-4/6-00

Tribunal de Justiça de São Paulo TJSP, Apelação Cível nº 9228154-


81.2006.8.26.0000, rel. Des. Edgard Rosa,
j. em 21.7.2010.

Citado como: TJSP, Ap. 9228154-


81.2006.8.26.0000
Tribunal de Justiça de São Paulo TJSP, Apelação Cível n° 0001327-
71.2014.8.26.0201, rel. Des. Gilson
Miranda, j. em 30.3.2017.

Citado como: TJSP, Ap. 0001327-


71.2014.8.26.0201

Tribunal de Justiça de São Paulo TJSP, Agravo de Instrumento nº 2164915-


47.2014.8.26.0000, rel. Des. Ana de Lourde
Coutinho Silva da Fonseca, j. em 20.9.2017

Citado como: TJSP, AI 2164915-


47.2014.8.26.0000

Tribunal de Justiça de São Paulo TJSP, Apelação Cível nº 1062314-


34.2015.8.26.0100, rel. Des. Francisco
Loureiro, j. em 7.2.2018.

Citado como: TJSP, 1062314-


34.2015.8.26.0100

Tribunal de Justiça de São Paulo TJSP, Agravo de Instrumento nº 2020201-


52.2018.8.26.0000, rel. Des. Alexandre
Lazzarini, j. em 25.7.2018

Citado como: TJSP, AI 2020201-


52.2018.8.26.0000

Tribunal de Justiça de São Paulo TJSP, Apelação Cível nº 1047918-


84.2017.8.26.0002, rel. Maurício Campos
da Silva Velho, j. em 15.8.2018.

Citado como: TJSP, Ap. 1047918-


84.2017.8.26.0002
Tribunal de Justiça de São Paulo TJSP, Apelação Cível nº 1013119-
73.2016.8.26.0576, Rel. Des. Theodureto
Camargo, j. em 30.5.2019.

Citado como: TJSP, Ap. 1013119-


73.2016.8.26.0576

Tribunal de Justiça de São Paulo TJSP, Apelação Cível nº 1026695-


09.2016.8.26.0100, rel. Des. Francisco
Loureiro, j. em 9.8.2019.

Citado como: TJSP, Ap. 1026695-


09.2016.8.26.8.0100

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul TJRS, Apelação Cível nº 0135248-


35.17.8.21.7000, rel. Des. Liége Puricelli
Pires, j. em 29.6.2017

Citado como: TJRS, Ap. 0135248-


35.17.8.21.7000

Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região TRT-24, Apelação Cível nº


00245111920145240086, rel. Des. Nicanor
de Araújo Lima, j. em 8.7.2015.

Citado como: TRT-24, Ap. 0024511-


19.2014.5.24.0086

Tribunal Regional Federal da 5ª Região TRF-5, Apelação nº 0003718-


46.2004.4.05.8000, rel. Des. Luiz Alberto
Gurgel, j. em 4.9.2007.

Citado como: TRF-5, Ap. 0003718-


46.2004.4.05.8000
JURISPRUDÊNCIA INTERNACIONAL

Arbitragem ad hoc Londres, Ronald S. Lauder v. The Republic of Czech,


Caso nº 205, j. em 3.9.2001.

Citado como: Lauder v. Czech Republic

Centro Internacional para a Arbitragem de ICSID, CME Czech Republic BV v. Czech Republic,
Disputas sobre Investimentos Caso nº IIC 62, j. em 14.3.2003.

Citado como: CME v. Czech Republic

Centro Internacional para a Arbitragem de ICSID, CMS Gas Transmission Co. v. Republic of
Disputas sobre Investimentos Argentina, Caso nº ARB/01/8, j. em 12.5.2005.

Citado como: CMS v. Argentina

Centro Internacional para a Arbitragem de ICSID, LG&E Energy Corp., LG&E Capital
Disputas sobre Investimentos Corp. and LG&E International Inc. v. Republic of
Argentina, Caso nº ARB/02/1, j. em 3.10.2006.

Citado como: LG&E v. Argentina

Centro Internacional para a Arbitragem de ICSID, Flughafen Zürich A. G. y Gestión e Ingeniería


Disputas sobre Investimentos IDC S. A. c. República Bolivariana de Venezuela,
Caso nº 10/19, Decisión sobre la inhabilitación
del Sr. Ricover como experto en este
procedimento, sobre la exclusion del Informe
Ricover-Wingrad y sobre la Petición
Documental, j. em 2012.

Citado como: Flughafen Zürich v. Venezuela


Centro Internacional para a Arbitragem de ICSID, Bridgestone Licensing Services, Inc. and
Disputas sobre Investimentos Bridgestone Americas, Inc. v. Republic of Panama,
Caso nº 16/34, Ruling on claimant’s application
to remove the respondent’s expert witness as to
Panamanian law, j. em 2018.

Citado como: Bridgestone v. Panama

Corte Internacional de Arbitragem da CCI, Caso nº 11789, j. em 2013


Câmara de Comércio Internacional
Citado como: CCI, 11789

Estados Unidos da América EUA, Texas Comission of Appeals, Hexter et al.


V. PRATT et al., Caso nº 901-4654, j. em
21.11.1928.

Citado como: Hexter v. Pratt

Estados Unidos da América EUA, Supreme Court of the United States,


Hansberry v. Lee, Caso nº 311-32, j. em
12.11.1940.

Citado como: Hansberry v. Lee

Estados Unidos da América EUA, North Carolina Court of Appeals, RDJ


Properties v. Lauralea-Dilton Enterprises, LLC, Caso
nº 165 N.C. App. 737, j. em 1.8.2004.

Citado como: RDJ props v. Lauralea-Dilton

Estados Unidos da América Supreme Court of the United States, Lamps Plus
Inc. v. Varela, Caso nº 587, j. em 25.4.2018.

Citado como: Lamps Plus v. Varela


Estados Unidos da América U.S. District Court for the District of New
Jersey. Cordy v. Sherwin Williams Co., 975 F. Supp.
639, j. em 31.03.1997.

Citado como: Cordy v. Sherwin Williams

Estados Unidos da América United States Court of Appeals Tenth Circuit.


Union Carbide and Carbon Corporation v. Nisley, 300
F.2d 561, j. em 26.04.1962.

Citado como: Union v. Nisley

Estados Unidos da América United States Court of Appeals, Fifth Circuit.


Koch Refining Company v. Jennifer Boudreaux MV, 85
F.3d 1178, j. em 25.06.1996.

Citado como: Koch v. Jennifer

Estados Unidos da América United States District Court for the Southern
District of Ohio, Eastern Division. Paul v.
Rawlings Sporting Goods Co., C2-86-0274, j. em
08.11.1998.

Citado como: Paul v. Rawlings

Filipinas Supreme Court of the Republic of the


Philippines, Eddie b. Sabandal v. Hon. Felipe s.
Tongco, Caso nº 124498, j. em 5.10.2001.

Citado como: Sabandal v. Tongco


Filipinas Supreme Court of the Republic of the
Philippines, Dreamwork construction, inc., vs. Cleofe
s. Janiola and bon. Arthur a. Famini, Caso nº
184861, j. em 30.6.2009.

Citado como: Dreamwork v. Janiola

MISCELÂNEA

Código de Ética Profissional do Contabilista Norma Brasileira de Contabilidade PG 01, de 7


de fevereiro de 2019.

Citado como: CEPC

Comissão de Valores Mobiliários CVM, Comunicado ao Mercado n° 2, de 2 de junho


de 2016.

Citado como: Comunicado CVM 2/2016

Conselho de Justiça Federal do Superior III Jornada de Direito Civil, Enunciado 169,
Tribunal de Justiça Brasília: CJF, 2016

Citado como: III Jornada de Direito Civil, Enunciado


169

ICC Comission on Arbitration and ADR Commission Report – Issues for Arbitrators to Consider
Regarding Expertise (2010). In: VERBIST,
Herman; SCHFER, Erik, et al., ICC Arbitration
in Practice, 2ª ed. Haia: Kluwer Law
International, 2015, p. 471-492.

Citado como: ICC-CAADR


International Arbitration Survey 2010 International Arbitration Survey: Current and
Preferred Practices in the Arbitral Process. White &
Case e Queen Mary University of London, 2012.

Citado como: 2012 International Arbitration Survey

Ministério Público Federal Orientação Conjunta Nº 1/2018 - Acordos de


Colaboração Premiada.

Citado como: Or. MPF 1/2018

Ministério Público Federal Orientação Nº 07/2017 - Acordos de Leniência

Citado como: Or. MPF 7/2017


ABREVIAÇÕES E DENOMINAÇÕES

ALENTEJO Alentejo Brasil Holdings S.A., sociedade anônima de


capital fechado, ou REQUERENTE

ARBITRAGEM CAM-B3 Procedimento arbitral iniciado por acionistas da


BACAMASO, representando cerca de 16% do quadro
acionário contra a empresa perante a CAM-B3

art. Artigo

B3 Bolsa de valores oficial do Brasil (“Brasil, Bolsa,


Balcão”)

BACAMASO BACAMASO Trader Agrícola S.A., sociedade


anônima de capital aberto, ou REQUERIDA

CAMARB Câmara de Mediação e Arbitragem Empresarial –


Brasil

CAM-B3 Câmara de Arbitragem do Mercado

CEO Chief Executive Officer

CFO Chief Financial Officer

cl. Cláusula

CVM Comissão de Valores Mobiliários

ENTERPRISE Enterprise Perícias Ltda.

Escl. Esclarecimento

GRÃOS ARAGUAIA Grãos Araguaia S.A., produtora brasileira de grãos


controlada pela ALENTEJO Brasil

IN358 Instrução Normativa nº 358 da CVM, de 3.1.2002


MP Ministério Público

NBC Norma Brasileira de Contabilidade

NDA Non Disclosure Agreement

OGM Organismos geneticamente modificados

OPERAÇÃO SPINACI Operação da Polícia Federal que investiga possíveis


crimes de corrupção envolvendo fiscais da Secretaria
do Agronegócio e Abastecimento do Estado de Vila
Rica

PAPIER FROID Papier Froid Participações, Intermediações


Estruturações e Serviços LTDA, empresa de
Consultoria Financeira

PARTES ALENTEJO e BACAMASO

PROCEDIMENTO 00/19 Procedimento Arbitral nº 00/19, instaurado pela


ALENTEJO contra a BACAMASO em 31.1.2019 sob
administração da CAMARB

PROCEDIMENTO CVM Procedimento Administrativo da CVM para apuração


de violações de regras do mercado pelo SR.
COLORADO e pela SRA. CORALINA

PROFª MARTA Economista vinculada à ENTERPRISE

REGULAMENTO DO NOVO MERCADO Regulamento do Novo Mercado da B3 S.A. – Brasil,


Bolsa, Balcão
REQUERENTE Alentejo Brasil Holdings S.A., sociedade anônima de
capital fechado, ou ALENTEJO

REQUERIDA BACAMASO Trader Agrícola S.A., sociedade


anônima de capital aberto, ou BACAMASO

SCOTUS Supreme Court of the United States

SPA Share Purchase Agreement assinado celebrado por e entre


a ALENTEJO e a BACAMASO, com interveniência e
anuência da GRÃOS ARAGUAIA, em 13.8.2018, ou
CONTRATO

SR. COLORADO Peter Colorado, ex-Direitor-Presidente (CEO) da


BACAMASO

SR. FIGO Contador vinculado à ENTERPRISE

SRA. CORALINA Conceição Coralina, atual Diretora-Presidente (CEO)


e ex-Diretora Financeira e de Relações com
Investidores (CFO) da BACAMASO

SRA. LLANSON Presidente da ALENTEJO

TERMO DE FECHAMENTO Termo de Fechamento celebrado por e entre


ALENTEJO e BACAMASO, com interveniência e
anuência da GRÃOS ARAGUAIA, em 29.11.2018

TRIBUNAL ARBITRAL Tribunal arbitral constituído no PROCEDIMENTO


00/19, formado pelos árbitros A. Jus, Z. Lóu e T. Droi
1. Em atenção ao item 10.2.1 do TERMO DE ARBITRAGEM, a REQUERENTE vem apresentar suas
ALEGAÇÕES INICIAIS, com base nos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.
I. BREVE HISTÓRICO DOS FATOS
2. Em 2018, a REQUERENTE decidiu vender ações de emissão da GRÃOS ARAGUAIA, empresa da
qual era controladora. Para isso, a SRA. LLANSOL, Presidente da ALENTEJO, contatou a SRA.
CORALINA, CFO da REQUERIDA.
3. Após negociações, as PARTES assinaram o SPA, que definiu a transferência de 90% das ações
da GRÃOS ARAGUAIA para a REQUERIDA. Como contraprestação, a REQUERIDA transferiria 5%
de suas ações, que seriam precificadas de acordo com o método previsto na cl. 1.3 do SPA,
observando-se a cotação média dessas ações no período de 90 dias anteriores ao closing, e um valor
remanescente em dinheiro de forma a completar o preço contratual de R$ 1,26 bilhão. Nessa
oportunidade, a REQUERIDA, por meio da cl. 3.2.1 do SPA, atestou que havia cumprido os deveres
de divulgação de fato relevante, da maneira prevista na IN358.
4. No período entre o signing e o closing, foi iniciada operação para investigar crimes de corrupção
ligados ao agronegócio, incluindo delação de esquema de repasses por meio da PAPIER FROID. A
REQUERIDA foi intimada a apresentar documentos concernentes a pagamentos feitos à PAPIER
FROID. No dia anterior ao closing da operação com a REQUERENTE, a REQUERIDA propôs acordo
de leniência e o SR. COLORADO, seu CEO, propôs delação premiada ao MP.
5. Naquela data, a REQUERIDA divulgou como fato relevante apenas o afastamento do SR.
COLORADO, cujo cargo seria ocupado pela SRA. CORALINA, sem revelar os motivos. No dia
seguinte, ocorreu o closing, no qual a REQUERIDA apenas reafirmou as declarações da cl. 3.2.1 do
SPA, inclusive quanto ao cumprimento do dever de divulgar fato relevante.
6. Em 10.12.2018, a imprensa divulgou escândalo envolvendo a REQUERIDA e o SR. COLORADO,
que declarou, em delação premiada, que repassara propina ao SR. GIRAFALES, governador de Vila
Rica, visando a diminuição de custos do transporte de produtos exportados pela REQUERIDA. Tal
fato não havia sido divulgado pela REQUERIDA ao mercado.
7. À luz dos atos de corrupção praticados pela BACAMASO, a CVM instaurou procedimento
administrativo sancionador para apurar violações a regras de mercado pelos administradores da
REQUERIDA – o SR. COLORADO, na qualidade de CEO da companhia, e a SRA. CORALINA, como
CFO da empresa.
8. Com a notícia, verificou-se queda drástica no preço das ações da REQUERIDA. Assim, a
REQUERENTE, considerando a tendência de continuidade da queda do preço e os danos à sua
imagem, vendeu as ações recebidas, com deságio de 20% em relação ao preço pago pelas ações.
9. Em paralelo à apuração pela CVM, acionistas representantes de 16% do quadro societário da

1
REQUERIDA insitituíram a ARBITRAGEM CAM-B3, com fundamento na cláusula compromissória
constante do Estatuto Social da REQUERIDA, buscando ressarcimento pelos danos causados aos
acionistas da BACAMASO pela violação de normas societárias pela REQUERIDA.
10.Diante desse cenário, e da existência de cláusula compromissória no SPA, a REQUERENTE
instaurou o PROCEDIMENTO 00/19 contra a REQUERIDA, buscando indenização pelos danos
causados pela violação da cl. 3.2.1 do CONTRATO pela REQUERIDA e pela omissão de informações
quando do closing.
11.Após a constituição do TRIBUNAL ARBITRAL, a REQUERIDA soube que a REQUERENTE havia
contratado o SR. FIGO, contador vinculado à ENTERPRISE, como assistente técnico no presente
procedimento arbitral. Diante disso, a REQUERIDA informou que teria tido contato prévio com a
PROFª MARTA, economista também vinculada à ENTERPRISE, para uma possível atuação – que
nunca se concretizou – na ARBITRAGEM CAM-B3. A REQUERIDA alega que tal fato deveria ensejar
um afastamento do SR. FIGO do procedimento arbitral, mediante a rejeição da apresentação como
prova de documentos produzidos por ele.
II. O TRIBUNAL ARBITRAL PODE E DEVE JULGAR OS PLEITOS DA
REQUERENTE
A. A EXISTÊNCIA DE CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA NO ESTATUTO DA BACAMASO NÃO

ENSEJA O ARQUIVAMENTO DO PROCEDIMENTO 00/19

12.Ao contrário do alegado pela REQUERIDA [Caso, p. 51, item 3.1.2], a existência de cláusula
compromissória no Estatuto Social da BACAMASO não enseja o arquivamento do presente
procedimento arbitral.
13.Somente as controvérsias que têm incidência sobre o pacto social estão sujeitas à cláusula
compromissória estatutária [Almeida, p. 79-80; Haas, p. 579; Vilela, p. 245]. Assim, a existência de
cláusula compromissória no estatuto social da companhia não impede a inclusão de cláusula
compromissória própria em negócio jurídico para cessão ou aquisção de participação societária
[Vilela, p. 210; Frey e Müller, p. 1139; CCI, 11789].
14.Em se tratando de obrigações contratuais, definidas como aquelas que versam sobre as relações
derivadas da manifestação de vontade dos contratantes [Eizirik 1, p. 34; Theodoro Jr. 2, p. 15; Andrade,
p. 20], a cláusula compromissória incluída no contrato se sobrepõe à cláusula compromissória
constante do estatuto social da companhia caso o conflito diga respeito ao direito material que
vincula as partes [Vilela, p. 245; Magalhães e Baptista, p. 21; Duve e Wimalasena, p. 958].
15.As PARTES incluíram no CONTRATO a cl. 6.2, reproduzida no TERMO DE FECHAMENTO [Caso,
p. 28, cl. 2.2], a qual prevê que “eventuais controvérsias decorrentes ou relacionadas ao (...) SPA serão dirimidas,
em caráter exclusivo e definitivo, por arbitragem a ser administrada pela Câmara de Arbitragem e Mediação

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Empresarial – Brasil (‘CAMARB’)” [Caso, p. 19, cl. 6.2], determinando, assim, a competência
exclusiva de TRIBUNAL ARBITRAL constituído sob administração da CAMARB para dirimir
quaisquer litígios relacionados ao SPA.
16.Dessa forma, o PROCEDIMENTO 00/19 não deve ser arquivado, já que os pedidos da
REQUERENTE são abarcados pela cláusula compromissória do SPA (A.1), não são abarcados pela
cláusula compromissória estatutária (A.2) e, de toda forma, a REQUERENTE não se vincula à
cláusula compromissória estatutária da REQUERIDA (A.3). Ademais, a suposta prática de atos ultra
vires pelo SR. COLORADO não interfere na competência do TRIBUNAL ARBITRAL (A.4).
A.1. OS PLEITOS DA REQUERENTE SÃO ABARCADOS PELA CL. 6.2 DO SPA
17.O que a REQUERENTE pretende discutir no PROCEDIMENTO 00/19 são questões contratuais,
contempladas pela cláusula compromissória do SPA e que, portanto, se inserem no escopo
jurisdicional do TRIBUNAL ARBITRAL.
18.A arbitragem é procedimento voluntário para solução de litígios [Beraldo, p. 8; Cahali, p. 96; Sali,
p. 77] baseado no princípio da autonomia da vontade [Carmona 1, p. 15; Ricci, p. 73-74; Silva da Silva,
p. 183; Muniz, p. 245; STF, SE 6.753], tendo as partes a faculdade de afastar a jurisdição do poder
judiciário em prol da arbitragem [Strenger, p. 275; Valladão, p. 185; STJ, AgInt 1.096.912]. Assim, a
jurisdição dos árbitros é concedida pelas partes contratantes por meio de cláusula compromissória
constante em um contrato [LArb, art. 4; Redfern e Hunter, p. 18; Baptista, p. 136].
19.A redação da cláusula compromissória delimita o escopo objetivo das matérias a serem
submetidas à arbitragem [Carmona 3, p. 34; Visconte 2, p. 66; Pina, p. 152]. Nesse sentido, via de regra,
ao incluir uma cláusula compromissória em um contrato, as partes visam submeter todas as
questões decorrentes dele ou a ele relacionadas à arbitragem [Figueira Jr., p. 191; Oporto e Vasconcelos,
p. 24; STJ, AgInt 425.955].
20.Para além da escolha pela arbitragem em si, as partes também podem escolher a câmara arbitral
na qual o procedimento se efetivará [Batista Martins 1, p. 187; Araújo, p. 87]. A escolha do
regulamento integra a convenção arbitral, sendo vinculante às partes [Parente, p. 125; Carmona 1, p.
79]. Qualquer designação de câmara arbitral ou regulamento distinto do eleito acarreta a nulidade
do procedimento arbitral [Carmona 1, p. 321; Cretella Neto, p. 123; STJ, AREsp 113.260].
21.O pedido da REQUERENTE no PROCEDIMENTO 00/19 decorre do SPA, já que tem como
fundamento a violação, pela REQUERIDA, da cl. 3.2.1 do CONTRATO [Caso, p. 51, item. 3.1.1], a qual
faz menção expressa à IN358 [Caso, p. 18, cl. 3.2.1]. Cabe notar que, ao contrário do alegado pela
REQUERIDA, o pleito não diz respeito à violação da IN358 pela REQUERIDA no âmbito de suas
relações societárias, mas sim da obrigação contratual que dela deriva, à luz da garantia expressa,
quando do signing e do closing, de que a REQUERIDA cumpria com todas as suas obrigações perante

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a CVM – e da superveniente descoberta de falsidade de tais declarações e garantias.
22.Portanto, os pleitos da REQUERENTE devem ser julgados exclusivamente por este TRIBUNAL
ARBITRAL, constituído sob a administração e o REGULAMENTO CAMARB, nos termos pactuados
pelas PARTES quando da assinatura do CONTRATO.
A.2. OS PEDIDOS DA REQUERENTE ESTÃO FORA DO ESCOPO DA CLÁUSULA ESTATUTÁRIA
23.A cláusula compromissória constante do Estatuto Social da BACAMASO não abarca os
pedidos formulados pela REQUERENTE no PROCEDIMENTO 00/19.
24.A LSA prevê a possibilidade de inclusão de cláusula compromissória estatutária para solucionar
divergências entre os acionistas e a companhia, ou entre os acionistas controladores e minoritários
[LSA, art. 109, §3º]. Especificamente no que se refere a companhias sujeitas ao REGULAMENTO DO
NOVO MERCADO, há a obrigatoriedade de submissão de todas as disputas de natureza societária à
arbitragem perante a CAM-B3 [REGULAMENTO DO NOVO MERCADO, art. 49; Huck, p. 69; Cukier,
p. 225]. Assim, a cláusula compromissória estatuária abarca as demandas relativas às obrigações
societárias de uma companhia perante seus acionistas [Soares Mendes, p. 540; Meyer e Carvalho, p. 29;
TJSP, AI 2020201-52.2018.8.26.0000].
25.A discussão do PROCEDIMENTO 00/19 é estritamente contratual [item II.A.1, supra e II.C.2, infra]
e em nada decorre da condição da REQUERENTE como acionista da BACAMASO – até porque, no
momento de instauração da arbitragem, a REQUERENTE não mais era acionista da REQUERIDA, já
que vendeu sua participação societária [Caso, p. 5, ¶22]. A indenização pretendida pela
REQUERENTE decorre do fato de que “a BACAMASO violou o SPA ao omitir fatos relacionados à
Operação Spinaci ocorridos antes do closing” [Caso, p. 5, ¶24], não tendo natureza societária.
26.Desse modo, os pleitos da REQUERENTE estão fora do escopo da cláusula compromissória
estatutária, não devendo ser levados à CAM-B3.
A.3. A REQUERENTE NÃO SE VINCULA À CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA ESTATUTÁRIA
27.De toda forma, a requerente não se vincula à cláusula compromissória estatutária da
BACAMASO. Isso porque, apesar de ter adquirido ações da BACAMASO por meio do SPA, a
REQUERENTE não consentiu expressamente com a cláusula compromissória estatutária.
28.Somente aqueles que consentiram com a cláusula compromissória estão vinculados a ela [Born,
p. 1450; Brekoulakis, p. 1166; Jabardo, p. 89; Scaletscky, p. 23; Giusti, p. 121; Di Celio, p. 17]. Nesse
sentido, “o efeito severo de afastar a jurisdição do estado não pode ser deduzido, imaginado, intuído ou estendido”
[Carmona 1, p. 83]. Assim, o consentimento geral e genérico aos termos de um acordo ou contrato
não implica em anuência com a cláusula compromissória que o integra [Nigro, p. 192; Tschanz, p.
750] à luz do princípio da separabilidade [Lew, Mistelis e Kröll, ¶6.9; Waincymer, p. 131].
29.Assim, somente se vinculam às cláusulas compromissórias estatutárias, os acionistas que

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manifestaram sua anuência expressa [Carvalhosa 1, p. 391; Rosselin, p. 199; Tellechea, p. 358; Cantidiano,
p. 119; TJMG, Ap. 1.0035.09.169452-7/001], não estando vinculados aqueles que adquiriram ações
da sociedade após a inclusão da cláusula de arbitragem no estatuto social sem terem concordado
expressamente com ela [Carvalhosa 1, p. 395; Lamaneres, p. 46; Nigro, p. 192].
30.A BACAMASO incluiu cláusula compromissória em seu estatuto ao aderir ao REGULAMENTO
DO NOVO MERCADO [Caso, p. 1, ¶6], tendo adotado a cláusula modelo da CAM-B3 [Caso, p. 1, ¶6
e p. 13, art. 47]. Entretanto, a ALENTEJO apenas se tornou acionista da BACAMASO ao assinar o
TERMO DE FECHAMENTO, em 29.11.2018, e adquirir 5% das ações da REQUERIDA [Caso, p. 3, ¶16],
não tendo se manifestado no sentido de aderir à cláusula compromissória estatutária.
31.Nesse sentido, não havendo concordância expressa, a REQUERENTE não se vincula à cláusula
compromissória constante do Estatuto Social da BACAMASO.
A.4. A SUPOSTA PRÁTICA DE ATOS ULTRA VIRES PELO SR. COLORADO NÃO INTEREFERE NA
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL ARBITRAL

32.Por fim, ao contrário do alegado pela REQUERIDA na Resposta ao Requerimento de Arbitragem


[Caso, p. 42, ¶14-15], os supostos atos ultra vires praticados pelo SR. COLORADO não interferem na
competência do TRIBUNAL ARBITRAL.
33.Segundo a REQUERIDA, os pleitos da REQUERENTE deveriam ser levados à apreciação de
tribunal arbitral constituído segundo o REGULAMENTO CAM-B3, já que o litígio envolveria
“administradores da Companhia por medidas tomadas no exercício deste múnus” [Caso, p. 42, ¶15]. Isso porque,
supostamente, a causa dos danos sofridos pela REQUERENTE seria a prática “de ato ultra vires, que
extrapola os direitos assegurados ao Sr. Peter, no exercício da função de Presidente da Companhia” [Caso, p. 42,
¶14]. No entanto, tal fator não afeta a competência do TRIBUNAL ARBITRAL no presente caso.
34.Primeiro, o suposto ato ultra vires praticado pelo SR. COLORADO é, conforme apontado pela
própria REQUERIDA, “seu envolvimento com atos de corrupção relativos aos custos fiscais do transporte de
transgênicos nas fronteiras do Estado de Vila Rica” [Caso, p. 42, ¶10]. No entanto, independentemente da
veracidade ou não das alegações da BACAMASO de que a companhia não tinha conhecimento
dos atos de seu então CEO, a REQUERENTE não pretende que os atos de corrupção do SR.
COLORADO sejam tratados nesta arbitragem.
35.O pleito indenizatória da REQUERENTE tem como fundamento a violação da cl. 3.2.1 do
CONTRATO pela REQUERIDA, à luz da falsidade da declaração e garantia de que a REQUERIDA
cumpria com todas as normas da CVM – e, especialmente, com a IN358. Nesse sentido, não se
discute se houve ou não prática de ato de corrupção, ou quem é o indíviduo, dentro da
BACAMASO, responsável pelas práticas ilícitas – fatos os quais estão sendo apurados pelas
autoridades competentes. Tais fatos em nada afetam as obrigações da REQUERIDA para com a

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REQUERENTE, ou seu dever de divulgação de informação nos termos da IN358. O que a
REQUERENTE visa discutir é a violação de uma cláusula contratual, o que não tem relação alguma
com o fato do ato praticado pelo SR. COLORADO ter ou não sido praticado ultra vires.
36.Não se discute, portanto, se houve ou não envolvimento da BACAMASO nos pagamentos
ilícitos ao SR. GIRAFALES, governador de Vila Rica, mas sim a conduta da REQUERIDA perante a
REQUERENTE no âmbito de suas relações privadas.
37.Segundo, mesmo que se buscasse discutir, ainda que incidentalmente, os atos praticados pelo SR.
COLORADO, e mesmo que se considerasse que o ato foi realmente praticado com abuso de poderes,
a teoria ultra vires não afastaria a responsabilidade da REQUERIDA perante a REQUERENTE – e,
portanto, a jurisdição do TRIBUNAL ARBITRAL, a qual advém da cláusula compromissória do SPA.
38.Apesar de, de fato, a teoria ultra vires ser capaz de afastar, na teoria, a responsabilidade da
companhia quando o administrador age em excesso de poderes, a empresa continua sempre
responsável perante terceiros de boa-fé, em conformidade com a teoria da aparência [Carvalhosa 5,
p. 33; Lamy e Bulhões, p. 88; STJ, REsp 448.471; STJ, Resp 704.546; STJ, REsp 1.349.233].
39.Nesse sentido, entende o STJ que, nos termos do art. 1.015 CC, o excesso de mandato só pode
ser oposto ao terceiro beneficiário, caso (i) a limitação de poderes do admnistrador estiver inscrita
no registro próprio; (ii) o terceiro conhecia do excesso de mandato; e (iii) a operação for
evidentemente estranha ao objeto social da pessoa jurídica [STJ, REsp 448.471].
40. A REQUERENTE não tinha conhecimento dos atos praticados pelo SR. COLORADO quando
assinou o SPA, especialmente considerando que a REQUERIDA prestou declaração e garantia de
que cumpria com todas as normas da CVM. Portanto, é indubitável que a REQUERENTE não tinha
conhecimento de que o SR. COLORADO havia realizado pagamentos ilícitos ao governador de Vila
Rica. É fato incontroverso que a REQUERENTE não sabia – e não tinha como saber – que a
BACAMASO estava envolvida em escândalo de corrupção.
41.Sendo assim, não há dúvidas de que a REQUERENTE é um terceiro de boa-fé e que, portanto, a
teoria ultra vires é inaplicável ao presente caso. Dessa forma, os pleitos da REQUERENTE não estão
inseridos no escopo da cláusula compromissória estatutária da REQUERIDA, mas sim da cláusula
compromissória do SPA.
42.Terceiro, mesmo que a teoria ultra vires pudesse ser aplicada em abstrato, a LEI ANTICORRUPÇÃO
determina a responsabilidade objetiva da companhia por atos de corrupção [Lei Anticorrupção, art.
2; Cantal, p. 302; Gomes Jr., p. 4].
43.Assim, considerando que o suposto ato ultra vires se trata de ato de corrupção, que inclusive está
sendo investigado pela Polícia Federal no âmbito da 2ª Fase da OPERAÇÃO SPINACI, a REQUERIDA
é objetivamente responsável pelos pagamentos ilícitos, não importando se o ato foi ou não

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praticado por seu administrador.
44.Portanto, tendo em vista que o objeto desta arbitragem está relacionado exclusivamente ao SPA,
em nada importando qual administrador da REQUERIDA praticaram o ato de corrupção, a cláusula
compromissória que deve ser observada é a que foi acordada entre as PARTES no CONTRATO.
B. NÃO HÁ PREJUDICIALIDADE ENTRE O PROCEDIMENTO CVM E O PROCEDIMENTO 00/19
45.A decisão do PROCEDIMENTO CVM não é prejudicial ao PROCEDIMENTO 00/19, já que não há
sobreposição lógica entre eles, uma vez que versam sobre matérias distintas.
46.A prejudicialidade consiste na aptidão de uma demanda para influir, de maneira lógica, no
resultado de outra [Dinamarco 1, p. 160; Barbosa Moreira 1, p. 43-44; Fernandes, p. 53; Ladeira, p. 121],
sendo denominada externa quando a questão prejudicial e a prejudicada são discutidas em
processos distintos [Fernandes, p. 85-86; Garcia Neto, p. 56; Lucon, p. 126-127]. A prejudicialidade
implica no julgamento do processo prejudicial antes do prejudicado, de modo a evitar decisões
contraditórias [Lucon, p. 130; Frechiani, p. 229-230; TJSP, AI 2164915-47.2014.8.26.0000; Dreamwork
v. Janiola], por meio da suspensão do procedimento prejudicado [Alvim Netto, p. 34; Barbosa Moreira
1, p. 48-49; Ladeira, p. 121; Sabandal v. Tongco].
47.A BACAMASO alega que, em face do PROCEDIMENTO CVM, o TRIBUNAL ARBITRAL não
poderia julgar os pleitos da REQUERENTE [Caso, p. 6, ¶25 e p. 41, ¶1]. Contudo, o PROCEDIMENTO
CVM não é prejudicial ao PROCEDIMENTO 00/19, já que não há influência lógica de sua decisão
sobre esta arbitragem. O PROCEDIMENTO CVM visa apurar eventuais violações de regras de
mercado pelo SR. COLORADO e pela SRA. CORALINA, na qualidade de administradores da
BACAMASO [Caso, p. 5, ¶ 23], enquanto o PROCEDIMENTO 00/19 visa discutir se houve violação
do SPA pela BACAMASO, bem como quais as consequências dessa violação [Caso, p. 7, ¶32].
48.Assim, a conexão por prejudicialidade, que ensejaria a suspensão deste procedimento, não é
aplicável ao caso em tela, já que não se denota qualquer relação material ou lógica entre o
PROCEDIMENTO CVM e o PROCEDIMENTO 00/19.
C. A ARBITRAGEM CAM-B3 NÃO IMPEDE A INSTAURAÇÃO DO PROCEDIMENTO 00/19
49.A existência da ARBITRAGEM CAM-B3 em nada afeta a instauração e prosseguimento do
PROCEDIMENTO 00/19, uma vez que a ARBITRAGEM CAM-B3 nem poderia ter sido instaurada
(C.1). Ademais, ainda que se considere possível o prosseguimento da ARBITRAGEM CAM-B3, esta
ainda não surtiria efeitos no PROCEDIMENTO 00/19, já que a matéria discutida neste é distinta
daquela discutida na ARBITRAGEM CAM-B3 (C.2), a REQUERENTE não será contemplada pela
decisão da ARBITRAGEM CAM-B3 (C.3), e não há risco de decisões conflitantes entre o
PROCEDIMENTO 00/19 e a ARBITRAGEM CAM-B3 (C.4).
C.1. A ARBITRAGEM CAM-B3 NÃO PODERIA TER SIDO INSTAURADA

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50.A ARBITRAGEM CAM-B3 não poderia ter sido instaurada pelos 16% do capital social, uma vez
que nem o ordenamento jurídico brasileiro, nem a cláusula compromissória constante do Estatuto
Social da BACAMASO preveêm a possibilidade de instauração de arbitragens coletivas.
51.As ações coletivas, instituto originado em países de common law, especialmente populares nos
EUA sob a denominação de “class actions”, são procedimentos através do qual um indivíduo ou um
grupo reduzido de indivíduos, passa a representar, além de seu próprio interesse, o de um grupo
ou classe maior que deste compartilham [Lima, p. 185; Scarpinella, p. 95; Union v. Nisley].
52.No Brasil, referido instituto foi utilizado como base primária para o desenvolvimento do
processo coletivo nacional: as Ações Civis Públicas [Arenhart, p. 53; Barroso, p. 1970]. Importante
ressaltar que o modelo das class actions, regulado no direito norte-americano pela Regra 23 do Federal
Rules of Civil Procedure e pelas leis próprias de cada estado [Cooper, p. 25], foi utilizado apenas como
inspiração inicial e que as escolhas do legislador brasileiro culminaram na existência de relevantes
diferenças entre os dois modelos [Barroso, p. 1975; Wald 1, p. 235; Faria 3, p. 249].
53.A arbitragem coletiva, ou “class arbitration”, em virtude destas diferenças, não é abarcada pelo
ordenamento jurídico brasileiro em termos de direitos coletivos civis [Wald 1, p. 236; Silveira,
Guimarães e Zacarias, p. 74]. Enquanto nos EUA a estrutura dos procedimentos coletivos serve
majoritariamente à tutela de intesses individuais, no Brasil as demandas coletivas se estruturam com
base na noção de interesse público [Damião, p. 154; Faria 3, p. 250].
54.Ademais, ainda que essa noção fosse dilatada de modo a permitir que arbitragens coletivas
abarquem direitos individuais, estas só serão válidas e eficazes se expressamente previstas na
cláusula compromissória firmada entre as partes que serão vinculadas pela coisa julgada adjacente
ao procedimento [Giorgi, p. 340; Mendes, p. 93; Fernandes Nery, p. 278].
55. Nos EUA, recente decisão da SCOTUS determinou que a instauração de arbitragens coletivas
depende de previsão expressa na cláusula compromissória, sendo eventual omissão insuficiente
para levar a conclusão de que as partes desejaram optar por este procedimento, já que “class
arbitration is markedly different from the ‘traditional individualized arbitration’” [Lamps Plus v. Varela].
56.Na ARBITRAGEM CAM-B3, abordam-se questões relativas a direitos individuais patrimoniais,
portanto, incompatíveis com a arbitragem coletiva no Brasil. Ademais, a cláusula compromissória
estatutária não prevê a possibilidade de instauração de uma arbitragem coletiva.
57.Assim, a ARBITRAGEM CAM-B3 não impede a instauração do PROCEDIMENTO 00/19, pois, por
si só, nem deveria ter sido instaurada.
C.2. A MATÉRIA A SER DISCUTIDA NO PROCEDIMENTO 00/19 É DIFERENTE DA QUE ESTÁ

SENDO DISCUTIDA NA ARBITRAGEM CAM-B3

58.O pleito formulado pela REQUERENTE no PROCEDIMENTO 00/19 engloba pedido diferente

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daquele formulado pelos acionistas minoritários na ARBITRAGEM CAM-B3, sendo que estes se
fundamentam em causas de pedir distintas.
59.O pedido de um procedimento consiste na solicitação de um ato do árbitro para a alteração ou
confirmação de determinada realidade fática ou, ainda, a condenação de alguém a algo [Machado, p.
65; Theodoro Jr. 1, p. 774; STJ, REsp 693.219]. Já a causa de pedir corresponde ao fato ou fundamento
jurídico sobre os quais as partes fundamentam suas pretensões [Dinamarco 1, p. 296; Nery Jr., p. 205].
60.Tanto o pedido quanto a causa de pedir da ARBITRAGEM CAM-B3 são distintos aos do
PROCEDIMENTO 00/19. A ARBITRAGEM CAM-B3 discute supostos prejuízos sofridos pelos
acionistas da BACAMASO em razão da violação, pela BACAMASO, de seus deveres societários
para com seus acionistas, em particular o dever de divulgação de informação e de agir
diligentemente para evitar ilícitos [Caso, p. 5, ¶23]. Assim, pedem “o ressarcimento a investidores de danos
causados pelo pagamento de propina realizado pelo Sr. Colorado” [Caso, escl. 18]. Por outro lado, o
PROCEDIMENTO 00/19 tem discussão estritamente contratual [item II.A.1, supra] e não relacionada
à condição da ALENTEJO como acionista da BACAMASO [item II.A.3, supra], sendo que a
REQUERENTE pleiteia ressarcimento pelas perdas financeiras sofridas em virtude da queda do valor
de suas ações [Caso, p. 6, ¶24].
61.Assim, a causa de pedir dos procedimentos é distinta. De um lado, a causa de pedir do
PROCEDIMENTO 00/19 é a violação do SPA pela BACAMASO. De outro, a causa de pedir da
ARBITRAGEM CAM-B3 é a violação, por parte da BACAMASO e do SR. COLORADO, de deveres
societários decorrentes do Estatuto Social.
62.Portanto, ao analisar os pedidos em questão, tem-se que os acionistas minoritários e a
REQUERENTE se propõem a discutir questões diferentes, relacionadas a deveres de natureza distinta
- um societário e o outro contratual.
C.3. A REQUERENTE NÃO SERÁ CONTEMPLADA PELA DECISÃO DA ARBITRAGEM CAM-B3
63.De todo modo, a REQUERENTE não seria contemplada pela decisão da ARBITRAGEM CAM-B3,
pois a decisão da ARBITRAGEM CAM-B3 vincula apenas os acionistas que a propuseram (C.2.1).
Além disso, mesmo que se considerasse que a decisão da ARBITRAGEM CAM-B3 beneficiaria
também os demais acionistas, a ALENTEJO não estaria vinculada a tal decisão (C.2.2).
C.3.1. A DECISÃO DA ARBITRAGEM CAM-B3 VINCULARÁ APENAS OS ACIONISTAS QUE A

PROPUSERAM

64.Como os acionistas que propuseram a ARBITRAGEM CAM-B3 não tem legitimidade ativa para
representar os demais, eventual sentença vinculará apenas os proponentes.
65.A legitimidade ativa daquele que deseja instaurar procedimento arbitral coletivo refere-se à
capacidade deste de representar interesses de terceiros e postular por seus direitos [Mariani, p. 118-

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119; Mendes, p. 279]. Em matéria societária, ganha especial relevância a discussão da legitimação
extraordinária de um acionista para defender em juízo interesses que não são unicamente
titularizados por ele, mas também pelos demais acionistas [Roque, p. 79].
66.Em procedimentos coletivos propostas por parcela do capital social de uma companhia, os
demais sócios são vinculados quando, primeiro, os autores forem em número suficiente para que
sejam considerados “portadores do interesse comum” [Mendes, p. 30; Roque, p. 111; Alexander, p. 4]
e, segundo, o interesse destes seja adequadamente representado por aqueles que movem o
procedimento [Mancuso, p. 67; Hansberry v. Lee; Pennsylvania, p. 1227; Alexander, p. 4].
67.Na ARBITRAGEM CAM-B3, no entanto, o total do quadro acionário que move o procedimento
arbitral corresponde à ínfima parcela de 16%, ou seja, menos de um sexto do total do capital social
[Caso, p. 5, ¶23]. Ademais, inexistem garantias de que a representação do interesse dos demais
realizada por essa parcela seria adequada, de modo que impedir que estes movam suas próprias
ações seria cércea-lhes o direito de acesso à justiça. Inclusive, considerando se tratar de
procedimento confidencial [Caso, escl. 18], os demais acionistas nem mesmo poderiam ter acesso
ao andamento do procedimento, muito menos à qualidade da defesa.
68.Portanto, a parcela de 16% do quadro acionário não possui legitimidade ativa para requerer a
instauração de procedimento arbitral coletivo que vincule os demais acionistas.
C.3.2. A REQUERENTE NÃO SE VINCULARIA À DECISÃO DA ARBITRAGEM CAM-B3
69.Mesmo que se considerasse que a ARBITRAGEM CAM-B3 produziria efeitos também sobre os
acionistas que não a instauraram, a REQUERENTE não estaria vinculada a tal decisão, já que seu
direito não é homogêneo ao dos demais acionistas.
70.A possibilidade de vinculação de terceiros ao resultado de uma ação coletiva tem como base a
homogeneidade dos direitos individuais discutidos aos direitos da parte a ser vinculada [Pellegrini, p.
18; Fernandes Nery, p. 177; Quintão e Pereira, p. 1]. Por mais que a existência de particularidades
individuais não obste a homogeneidade dos direitos [Mariani, p. 42; Gidi, p. 58], a tutela coletiva se
torna impossível quando as particularidades “se tornarem relevantes para o julgamento do mérito do pedido
formulado na ação coletiva” [Mariani, p. 42; TRT-24, Ap. 0024511-19.2014.5.24.0086]. Assim, para
caracterização dos direitos individuais homogêneos, é necessário tanto a homogeneidade quanto a
origem comum [Mariani, p. 42; Pellegrini, p. 6; STJ, REsp 1.537.856].
71.O direito de indenização da REQUERENTE decorre da violação, pela REQUERIDA, de termos do
CONTRATO [item IV.B.1, infra], em função das falsas declarações prestadas pela BACAMASO
quando da assinatura do TERMO DE FECHAMENTO [item IV.A.1, infra]. Assim, sua origem é
contratual [item II.A.1, supra] e, portanto, distinta da origem meramente societária da indenização
pleiteada pelos acionistas na ARBITRAGEM CAM-B3 [item II.C.2, supra].

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72.Nesse sentido, como a indenização pleiteada e a origem do dano são distintas, o direito
individual da ALENTEJO não é homogêneo aos dos demais acionistas e, portanto, não poderia ser
objeto de arbitragem coletiva como a ARBITRAGEM CAM-B3.
C.4. NÃO HÁ RISCO DE DECISÕES CONFLITANTES ENTRE O PROCEDIMENTO 00/19 E A

ARBITRAGEM CAM-B3
73.De toda forma, não há qualquer óbice para que o PROCEDIMENTO 00/19 e a ARBITRAGEM
CAM-B3 corram em paralelo, inexistindo risco de decisões conflitantes.
74.Quando há ações paralelas perante distintos tribunais versando sobre controvérsias idênticas ou
relacionadas, há risco de decisões contraditórias [Cremades e Madalena, p. 507; Mayer, p. 407; Aymone,
p. 21-22; STF, CC 7.706], o qual se concretiza quando esses tribunais proferem decisões
logicamente incompatíveis [Mayer, p. 408-409; Spoorenberg e Viñuales, p. 93; CMS v. Argentina/LG&E
v. Argentina; CME v. Czech Republic/Lauder v. Czech Republic].
75.O PROCEDIMENTO 00/19 e a ARBITRAGEM CAM-B3 não possuem conexão que possibilite
risco de decisões conflitantes. Os dois procedimentos discutem tipos diferentes de violação, tendo
partes, pedido e causa de pedir distintos, sem prejuízo recíproco [itens II.A.1 e II.A.2, supra].
76.Assim, não há qualquer risco de decisões conflitantes e, portanto, nenhum óbice para que os
procedimentos corram em paralelo.
77.CONCLUSÃO: O TRIBUNAL ARBITRAL pode e deve julgar os pleitos formulados pela
REQUERENTE com base na violação da IN358 e da cláusula de declarações e garantias relacionadas
ao cumprimento do dever de divulgação de informação. Primeiro, estes se inserem nos escopos
objetivo e subjetivo da cláusula compromissória contratual, afastando a incidência de cláusula
estatutária. Segundo, o PROCEDIMENTO CVM não é prejudical ao PROCEDIMENTO 00/19. Terceiro, a
ARBITRAGEM CAM-B3 não é impedimento para a existência do PROCEDIMENTO 00/19.
III. O TRIBUNAL ARBITRAL NÃO PODE E NÃO DEVE RECUSAR COMO
PROVA DOCUMENTOS PRODUZIDOS PELA ENTERPRISE
A. O TRIBUNAL ARBITRAL NÃO PODE INTERFERIR NA INDICAÇÃO DO SR. FIGO COMO

ASSISTENTE TÉCNICO DA ALENTEJO

78.O TRIBUNAL ARBITRAL não tem ingerência na escolha dos assistentes técnicos pelas partes.
79.Os assistentes técnicos são profissionais de experiência e habilitação científica que emitem
laudos e pareceres técnicos acerca dos temas em litígio, auxiliando o tribunal arbitral a decidir a
causa [Verçosa, p. 245; Burianski e Lang, p. 270; Rosen, p. 379] No entanto, ao contrário dos peritos
do tribunal, que tem dever de imparcialidade [Muller, Timi e Heimoski, p. 78; Damião e Bittencourt, p.
39; STJ, REsp 1.726.227; STJ, REsp 655.747], os assistentes técnicos são indicados pelas partes, no
exercício de sua autonomia da vontade [Chateaubriand, p. 406; Müssnich e Barros, p. 154].

11
80.O assistente técnico atua como um advogado técnico da parte [Pinheiro Neto, p. 9], defendendo
seus interesses e auxiliando na tomada de decisões e providências técnicas no procedimento
[Dinamarco 2, p. 105; Peleias, Silveira, Ornelas e Weffort, p. 144; Ornelas, p. 38; Figueiredo, p. 111].
81.A indicação de assistentes técnicos pelas partes não só é muito comum em procedimentos
arbitrais [Damião e Bittencourt, p. 38; Verçosa, p. 245; 2012 InternationalArbitrationSurvey], como também
no judiciário, onde os assistentes técnicos, por serem da confiança da parte, não estão sujeitos a
impedimento ou suspeição [CPC, art. 166, §1; Dinamarco 2 p. 101; Muller, Timi e Heimoski, p. 77; STJ,
REsp. 125706; TRF-5, Ap. 0003718-46.2004.4.05.8000].
82.Assim, os árbitros não têm poderes para interferir na escolha dos assistentes técnicos pelas
partes [Dinamarco 2, p. 111; Born, p. 2279; Waincymer, p. 936].
83.O SR. FIGO, renomado contador vinculado à ENTERPRISE [Caso, p. 6, ¶26 e p. 48] foi contratado
pela ALENTEJO em março de 2019 [Caso, p. 44-45] para auxiliar na quantificação dos danos sofridos
pela REQUERENTE em virtude da quebra de contrato pela REQUERIDA [Caso, p. 45] no
PROCEDIMENTO 00/19 [Caso, p. 48]. A ALENTEJO escolheu especificamente o SR. FIGO, confiando
em sua capacidade técnica, não sendo razoável que ela seja privada dessa escolha.
84.Dessa forma, o TRIBUNAL ARBITRAL não tem poderes para interferir na atuação do SR. FIGO
como assistente técnico da ALENTEJO.
B. O TRIBUNAL ARBITRAL NÃO DEVE RECUSAR COMO PROVA OS DOCUMENTOS PRODUZIDOS
PELA ENTERPRISE

85.Mesmo que o TRIBUNAL ARBITRAL pudesse intervir na escolha do assistente técnico da


REQUERENTE, ele não deveria fazê-lo. Primeiro, o afastamento do SR. FIGO seria injustificado, já
que inexiste conflito de interesses (B.1). Segundo, afastar o SR. FIGO implicaria em custos irrazoáveis
(B.2). Terceiro, a rejeição de documentos produzidos pela ENTERPRISE como prova violaria o direito
da ALENTEJO à ampla defesa e ao contraditório (B.3).
B.1. INEXISTE CONFLITO DE INTERESSES POR PARTE DO SR. FIGO OU DA ENTERPRISE
86.Não há conflito de interesses por parte do SR. FIGO e/ou da ENTERPRISE que possa justificar o
afastamento desses do PROCEDIMENTO 00/19 ou a negativa da apresentação, como prova, de
documentos por eles produzidos.
87.No âmbito da ética profissional, conceitua-se conflito de interesses como uma situação em que
um interesse próprio entra em conflito com a obrigação legal ou ética de atuar no interesse de outra
parte [Boatright, p. 217; Carson, p. 164-165; Davis, p. 21; Stark, p. 152-153; McVea, p. 35].
88.Nesse sentido, nota-se que o profissional que obtiver acesso a informações de uma parte,
contraindo obrigação ética de sigilo perante essa, poderá constituir conflito de interesses ao ser
contratado pela parte contrária [ICC-CAADR, p. 478; Bridgestone v. Panama; Koch v. Jennifer; Paul v.

12
Rawlings; Cordy v. Sherwin-Williams], visto que coexistirão interesses conflitantes.
89.Diante disso, para que a objeção ao assistente técnico justifique o seu impedimento, é necessário
determinar “whether the expert previously obtained trade secrets or other confidential information from the objecting
party” [ICC-CAADR, p. 478] e se o assistente técnico “is precluded by contract or applicable law from using
or disclosing that information” [ICC-CAADR, p. 478].
90.Assim, inexiste conflito de interesses por parte do SR. FIGO e da ENTERPRISE. Primeiro, o SR.
FIGO, assistente técnico da REQUERENTE, não teve acesso às informações obtidas pela PROFª
MARTA e, por isso, não tem dever de sigilo perante a REQUERIDA (B.1.1). Segundo, a ENTERPRISE
adotou as medidas adequadas para impedir que o SR. FIGO tenha acesso às informações obtidas
pela PROFª MARTA (B.1.2). Terceiro, mesmo que o SR. FIGO tivesse acesso a tais informações, essas
não interfeririam em sua atuação no PROCEDIMENTO 00/19 (B.1.3).
B.1.1. O SR. FIGO NÃO TEVE ACESSO ÀS INFORMAÇÕES OBTIDAS PELA PROFª MARTA E NÃO
TEM DEVER DE SIGILO PERANTE A REQUERIDA

91.O SR. FIGO não tem conflito de interesses para atuar no PROCEDIMENTO 00/19, já que não teve
acesso a nenhuma informação confidencial da REQUERIDA e, assim, não se sujeitou a dever de
sigilo perante a REQUERIDA
92.Enquanto o assistente técnico da REQUERENTE é o SR. FIGO [Caso, p. 6, ¶27], todos os contatos
da REQUERIDA com a ENTERPRISE foram feitos por meio da PROFª MARTA [Caso, p. 6, ¶27, 46 e
47]. Tais profissionais são de equipes de trabalho distintas [Caso, p. 49, a] – o SR. FIGO sequer tinha
ciência de que a PROFª MARTA dialogava com a REQUERIDA [Caso, p. 49, b]. Além disso, os próprios
profissionais envolvidos, bem como o diretor-executivo da ENTERPRISE, apresentaram declaração
assinada, afirmando categoricamente que os dois profissionais não tiveram “qualquer comunicação,
conversa, reunião, troca de mensagens ou acesso a documentos e materiais confidenciais relacionados ao caso (...),
sendo essa realidade extensível a todos os membros das equipes dos respectivos declarantes” [Caso, p. 49, a].
93.Tais circunstâncias fáticas em muito se assemelham ao caso Flughafen Zurich v. Venezuela, em que
um assistente técnico teve contato com uma das partes antes de ser contratado pela outra e prestou
declaração cujo conteúdo é similar à apresentada pelo SR. FIGO e seus colegas. Ao constatar com
base nessa declaração que ele não teve acesso a informações sigilosas da contraparte, o tribunal
entendeu pela inadmissibilidade do pleito de exclusão do assistente técnico ou das provas
produzidas por esse. Nesse sentido, entende-se que o TRIBUNAL ARBITRAL deve entender
improcedente o pedido feito pela REQUERIDA.
94.No que se refere ao dever de sigilo, constata-se que contadores devem sigilo àqueles que lhes
fornecerem informações privativas [Silva, p. 35; De Sá, p. 89; Ornelas, p. 40; Alves, p. 87; CEPC, 4.c;
ICEPA, 110.1.A.1(d)]. No âmbito dessa profissão, há ainda previsão expressa de que o sigilo

13
profissional abarca potenciais clientes [NBC 100, art. 140.3; ICEPA, R114.1(c)].
95.Como o SR. FIGO não teve acesso a informações privativas da REQUERIDA, ele não se sujeitou
a esse dever, permanecendo livre para atuar no PROCEDIMENTO 00/19.
96.Assim, independentemente da natureza das informações recebidas pela PROFª MARTA, não
restam dúvidas de que o SR. FIGO não tem conflito de interesses, já que, primeiro, não teve acesso a
nenhuma informação conflidencial da REQUERIDA e, segundo, por não ter tido qualquer contato
com a BACAMASO, não assumiu qualquer dever de sigilo com ela.
B.1.2. A ENTERPRISE ADOTOU MEDIDAS ADEQUADAS PARA IMPEDIR QUE SR. FIGO VIESSE A
CONHECER AS INFORMAÇÕES OBTIDAS PELA PROFª MARTA

97.Além do SR. FIGO não ter conhecido as informações obtidas pela PROFª MARTA, foi instaurada
chinese wall que o impede de conhecê-las e, consequentemente, de sujeitar-se a um deverde sigilo,
previnindo conflitos de interesses.
98.A chinese wall é um conjunto de regras e práticas adotadas para segregar informações entre
pessoas dentro de uma mesma organização [Posner, p. 92-93; Leães, p. 229; Davidovich, p. 16; Midgley,
p. 822; CVM, PAS 18/01; CVM, PAS RJ2013/11654], de modo a impedir o fluxo de informações
de natureza sigilosa [Müssnich, p. 44; Davidovich, p. 16; Hioki, p. 51; McVea, p. 158; CVM, PAS
17/2003; CVM, PAS RJ2013/11654]. A chinese wall é capaz de evitar situações de conflito de
interesses [Müssnich, p. 45; Hioki, p. 51; CRSFN, Recurso 8253; CRSFN, Recurso 13264; CVM, PAS
18/01; CVM, PAS 17/2003; CVM, PAS RJ2013/11654], já que o controle apropriado de uma
informação previne seu mau uso [McVea, p. 159; Varn, p. 212].
99.Para evitar conflito, a ENTERPRISE ativou seu protocolo de conflito de interesses assim que o
SR. FIGO confirmou junto à gerência da ENTERPRISE a assinatura do contrato com a ALENTEJO
[Caso, p. 6, ¶28 e p. 49]. Imediatamente, as conversas da PROFª MARTA com a BACAMASO foram
encerradas e uma chinese wall interna foi constituída, de modo a impedir interações entre os
diferentes profissionais da ENTERPRISE quanto ao PROCEDIMENTO 00/19 [Caso, p. 6, ¶28 e p. 49].
100. A chinese wall instaurada pela ENTERPRISE seguiu padrões de mercado, de modo que, além de
medidas digitais, todos os funcionários da empresa foram devidamente informados de que não
poderiam conversar entre si sobre os assuntos relativos à contratação com a ALENTEJO ou as
conversas com a BACAMASO [Caso, escl. 20].
101. Dessa forma, afastou-se qualquer potencial conflito de interesses, visto que a ENTERPRISE
adotou as medidas adequadas para impedir o compartilhamento das informações sigilosas.
B.1.3. MESMO QUE O SR. FIGO TIVESSE ACESSO ÀS INFORMAÇÕES OBTIDAS PELA PROFª
MARTA, NÃO HAVERIA CONFLITO DE INTERESSES

14
102. Ainda, mesmo que o SR. FIGO tivesse tido acesso às mesmas informações que a PROFª MARTA,
o conflito de interesses não estaria constituído, já que os documentos compartilhados pela
BACAMASO se referem à ARBITRAGEM CAM-B3.
103. O afastamento de um assistente técnico por conflito de interesses depende da existência de
contato com informações confidenciais que sejam efetivamente capazes de interferir na atuação do
profissional no procedimento [ICC-CAADR, p. 478; Coffrey, p. 10; Bridgestone v. Panama; Flughafen
Zurich v. Venezuela; Koch v. Jennifer; Paul v. Rawlings; Cordy v. Sherwin-Williams].
104. Todas as informações fornecidas à PROFª MARTA pela BACAMASO se referem à
ARBITRAGEM CAM-B3 [Caso, p. 6, ¶27] e não ao PROCEDIMENTO 00/19. A ARBITRAGEM CAM-
B3 tem objetos, pedidos e partes distintos daqueles do PROCEDIMENTO 00/19 [itens II.A.1 e II.A.2,
supra], já que visa a discutir a violação de deveres societários da BACAMASO, e não deveres
contratuais entre a REQUERENTE e a REQUERIDA [item II.A.2, supra],
105. As reuniões com a PROFª MARTA discutiram a quantificação de danos referentes à eventual
indenização de investidores da BACAMASO [Caso, p. 6, ¶27], cálculo bastante distinto da
indenização solicitada pela REQUERENTE, que concerne os danos sofridos pela ALENTEJO à luz da
desvalorização das ações da BACAMASO [Caso, p. 5, ¶23; B.1].
106. Por fim, há de se ressaltar que mesmo no que tange à ARBITRAGEM CAM-B3, a PROFª MARTA
teve acesso bastante limitado – conheceu somente alguns poucos documentos e ouviu argumentos
em uma única reunião preliminar [Caso, escl. 21].
107. Assim, ainda que se considerasse que o SR. FIGO teve acesso às mesmas informações que a
PROFª MARTA– o que não é verdade [itens III.B.1.1 e III.B.1.2, supra] – não existiria conflito de
interesses, já que esses dados não interfeririam na sua atuação no PROCEDIMENTO 00/19.
B.2. IMPEDIR QUE O SR. FIGO ATUE NO PROCEDIMENTO 00/19 IMPLICARIA CUSTOS

IRRAZOÁVEIS

108. Obrigar a REQUERENTE a trocar seu assistente técnico implicaria em gastos desnecessários de
tempo e de dinheiro, o que deve ser evitado pelo TRIBUNAL ARBITRAL.
109. Tem-se como uma das principais características da arbitragem a celeridade processual [Fichtner,
Mannheimer e Monteiro, p. 228; Cardoso, Marques, Faria e Mendes, p. 6; Nohara e Vilela, p. 27; Moreira dos
Santos, p. 344; Faria 1, p. 215], devendo tal princípio atuar como guia no exercício da função de
árbitro [CF, Art. 5º, LXXVIII; Montoro, p. 217; Carmona 2, p. 54]. Ademais, os árbitros têm o dever
de agir com diligência no desempenho de sua função [LArb, art. 13, §6º; Carmona 2, p. 63; Wald e
Carneiro, p. 342; Batista Martins 2, p. 247; Szklarowsky, p. 243; Maciel, p. 319], evitando, portanto, a
criação de custos desnecessários às partes.

15
110. A REQUERENTE já arcou com honorários elevados para a prestação de serviços pela
ENTERPRISE [Caso, p. 7, ¶29], totalizando R$500.000,00 [Caso, escl. 22], estando os trabalhos já em
estágio avançado [Caso, p. 7, ¶27]. Obrigar a REQUERENTE a substituir o SR. FIGO ou impedí-la de
juntar como prova os documentos por ele produzidos implicaria, necessariamente, na contratação
de outro profissional à altura do renomado contador, gerando dispêndio de tempo e dinheiro por
parte da REQUERENTE, além do reinício dos trabalhos já iniciados pela ENTERPRISE.
111. Portanto, a não aceitação de documentos produzidos pelo SR. FIGO acarretaria dispêndios de
tempo e dinheiro indesejados tanto pelas PARTES quanto pelo TRIBUNAL ARBITRAL.
B.3. A REJEIÇÃO DE DOCUMENTOS PRODUZIDOS PELA ENTERPRISE COMO PROVA VIOLARIA O
DIREITO DA ALENTEJO À AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO

112. Eventual rejeição pelo TRIBUNAL ARBITRAL de documentos produzidos pela ENTERPRISE
como prova violaria os direitos da ALENTEJO à ampla defesa e ao contraditório, podendo até
mesmo acarretar anulação da sentença a ser proferida pelo TRIBUNAL ARBITRAL.
113. O contraditório e a ampla defesa são princípios fundamentais do processo arbitral [LArb, art.
21, § 2º; Carmona 1, p. 293; Visconte 1, p. 51], sendo parte integral do devido processo legal [Lew,
Mistelis e Kröll, ¶21; Valença Filho, p.130; Faria 2, p.146], permitindo às partes produzirem provas,
aduzirem suas razões e agirem em prol de seus interesses [Carmona 1, p. 295; Portanova, p. 161; Arruda
Alvim Wambier, p. 66; Rodovalho, p. 179; Carneiro da Cunha, p. 57-58; Lummertz, p. 56], de modo a
influenciar e incidir ativamente no desenvolvimento e êxito do processo [Freitas, p. 108-109; Greco
2, p.74; Didier Jr. 1, p. 52; Comoglio, p. 219].
114. A negativa da produção de provas pode ser considerada violação a tais direitos [Waincymer, p.
793; Carmona 1, p. 410], podendo acarretar a anulação da sentença proferida pelos árbitros [LArb,
art. 32; NYC, art. V(B); Greco 1, p. 338; Carmona 1, p. 327; Fonseca, p. 659; Armelin, p.131; TJSP, Ap.
1062314-34.2015.8.26.0100; TJGO, ED na Ap. 65345-40.2014.8.09.0051; SSC, Ö 3626-17], o que
deve ser evitado pelo tribunal arbitral [Redfern e Hunter, §1.101; Horvath, p. 135; Platte, p. 308].
115. Considerando que não há qualquer justificativa para o afastamento do SR. FIGO do
PROCEDIMENTO 00/19 [item III.B.1, supra] e que tal medida geraria custos irrazoáveis à
REQUERENTE [item III.B.2, supra], a negativa da produção como prova de documentos produzidos
pelo assistente técnico da REQUERENTE limita indevidamente a possibilidade da ALENTEJO de
atuar ativamente em prol de seus interesses.
116. Assim, a defesa da ALENTEJO ficaria prejudicada, em violação do princípio legal da ampla
defesa e contraditório, o que poderia, inclusive, ensejar eventual anulação da sentença arbitral – o
que não é de interesse nem das PARTES nem do TRIBUNAL ARBITRAL.
117. Exposto isso, o TRIBUNAL ARBITRAL não deve recusar como prova os documentos

16
produzidos pela ENTERPRISE, de modo a não violar os princípios do devido processo legal e ensejar
eventual anulação da sentença proferida pelo TRIBUNAL ARBITRAL.
118. CONCLUSÃO: O TRIBUNAL ARBITRAL não pode e não deve recusar os documentos
produzidos pela ENTERPRISE como prova. Primeiro, o TRIBUNAL ARBITRAL não pode interferir na
indicação do SR. FIGO como assistente técnico da ALENTEJO. Segundo, mesmo que tivesse tais
poderes, o TRIBUNAL ARBITRAL não deveria recusar como prova os documentos produzidos pelo
SR. FIGO, tendo em vista que não há conflito de interesses na atuação do SR. FIGO em representar
a ALENTEJO no PROCEDIMENTO 00/19. Terceiro, o afastamento do SR. FIGO causaria custos
irrazoáveis à REQUERENTE. Quarto, a rejeição como prova dos documentos produzidos pela
ENTERPRISE violaria o devido processo legal.
IV. A REQUERIDA VIOLOU A CLÁUSULA DE DECLARAÇÕES E GARANTIAS
DO SPA E, PORTANTO, DEVE INDENIZAR A REQUERENTE NO VALOR
TOTAL DO DANO CAUSADO
A. A REQUERIDA VIOLOU A CL. 3.2.1. DO SPA AO INSERIR INFORMAÇÃO FALSA
119. Ao falsear as informações contidas na cl. 3.2.1, a REQUERIDA violou a cláusula de declarações
e garantias do SPA.
120. As cláusulas enunciativas asseguram a realização do negócio nos termos pactuados [Mulholland,
p. 93; TJSC, Ap. 2006.034036-6; TJSP, Ap. 406.300-4/6-00], servindo como componente de
composição do preço [Luize, p. 167; Wald 2, p. 102; Lipshaw, p. 432-433], pois se presumem
verdadeiras as informações prestadas [Tepedino, Barboza e Moraes, p. 455; Enei, p. 232].
121. Ademais, entende-se que a cláusula enunciativa situa o comprador acerca da situação jurídica
da empresa, garantindo que inexistem violações da legislação aplicável [Rocha e Nunes, p. 98; Luize,
p. 151; Barretto, p. 25]. Nesse sentido, as cláusulas de declarações e garantias devem justamente
informar o comprador de situações delicadas ou adversas [Citolino, p. 55; Pontes, 63].
122. A REQUERIDA informou, no signing e no closing, que havia cumprido todas as normas da CVM
e, em especial a IN358, por meio da inserção e ratificação da cl. 3.2.1 no Contrato. No entanto, tal
informação era inverídica, já que o envolvimento da REQUERIDA na OPERAÇÃO SPINACI constituía
fato relevante que deveria ter sido divulgado nos termos da IN358 (A.1). Além disso, não poderia
se tratar de hipótese de afastamento do dever de divulgação pois não havia risco a interesse legítimo
da companhia (A.2); a investigação não estava protegida por sigilo (A.3); e a REQUERIDA tinha
conhecimento suficiente sobre o fato (A.4).
A.1. A REQUERIDA DEVERIA TER DIVULGADO SEU ENVOLVIMENTO NA OPERAÇÃO SPINACI
NOS TERMOS DA IN358

123. O envolvimento da REQUERIDA nos procedimentos da OPERAÇÃO SPINACI constituía fato

17
relevante e, portanto, deveria ter sido divulgado nos termos da IN358.
124. O fato relevante é aquele que pode influenciar de forma significativa as cotações mobiliárias
de uma empresa e, consequentemente, a decisão dos investidores de manter ou não determinada
participação em certa companhia [LSA, art. 157, §4º; IN358, art. 2; Carvalhosa 2, p. 342-343].
125. Isso é, a definição de relevância não se limita ao que efetiva e necessariamente afete o valor de
mercado de uma empresa, mas abrange tudo aquilo que possua o potencial de fazê-lo, englobando
os fatores que circulam o evento [Pitta, p. 238-239; CVM, PAS RJ2006/4776; PAS RJ2008/12124],
inclusive aqueles externos à empresa, produzidos por terceiros [IN358, art. 2; Comunicado CVM
2/2016; Carvalhosa 2, p. 341].
126. Ademais, o regime informacional aplicável às companhias abertas no Brasil, conforme previsto
no art. 157, §4º, da LSA e no art. 3º da IN358, consiste em um sistema de full disclosure, em que
qualquer informação que configure ato ou fato relevante deve ser divulgada imediatamente ao
mercado pelos administradores da companhia em questão [Carvalhosa 3, p. 596; Lamy e Bulhões, p.
859; Eizirik 2, p. 166-167; Carvalhosa 2, p. 341; Pitta, p. 237; Lobo e Dubeux, p. 122].
127. Até mesmo os fatos relevantes não definitivos, sobre eventos ou negócios ainda em
andamento, estão sujeitos à obrigação de divulgação imediata, a qual pode ser realizada de modo
paulatino, de acordo com o desenrolar dos eventos subsequentes [Lamy e Bulhões, p. 864; Pitta, p.
241; Boechem e Rios, p. 4; CVM, PAS RJ2006/5928].
128. Com a intimação da REQUERIDA, em momento anterior ao closing do SPA, iniciou-se
efetivamente o envolvimento da REQUERIDA nas investigações da OPERAÇÃO SPINACI. Tal fato,
ainda que não definitivo, era concreto e, ao se tratar de investigação de empresa produtora de grãos
por atos de corrupção [Caso, p. 2, ¶11; Caso, p. 20], possuía a capacidade de afetar o balanço do
mercado imobiliário, como de fato o fez posteriormente, quando revelado [Caso, p. 5, ¶22].
129. Desse modo, é indubitável que a REQUERIDA tinha a obrigação legal de divulgar o seu
envolvimento em investigações policiais relacionadas à OPERAÇÃO SPINACI, pois este constitui fato
relevante nos termos da IN358.
A.2. A DIVULGAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO NÃO REPRESENTAVA RISCO A INTERESSE LEGÍTIMO DA
COMPANHIA

130. Ademais, a investigação da REQUERIDA e de seus representantes no âmbito da OPERAÇÃO


SPINACI não se encaixa na hipótese de exceção à divulgação imediata para preservação de interesse
legítimo da companhia, de modo que a regra de full disclosure não poderia ser afastada.
131. A exceção de não divulgação imediata de fato relevante para proteger legítimo interesse da
companhia, prevista no art. 157, § 5º, da LSA e no art. 6º da IN358, diz respeito à possibilidade de
uma companhia manter uma informação temporariamente sob sigilo [Lamy e Bulhões, p. 855-856;

18
Calixto Salomão, p. 180-182; Carvalhosa 3, p. 602; Pitta, p. 242; Lobo e Dubeux, p. 122; Boechem e Rios, p.
7; Dourado, p. 39; CVM, PAS RJ2006/4776; CVM, PAS RJ2010/8784] quando, em determinado
momento, a sua divulgação puder provocar danos à sua imagem ou reputação [Lamy e Bulhões, p.
856; Calixto Salomão, p. 180-182; Dourado, p. 39].
132. Os fatos a serem mantidos em sigilo, portanto, devem ser reversíveis, de modo a que a
postergação da sua divulgação preserve a companhia de um dano desnecessário, o qual seria
causado pelo momento temporal da divulgação, e não pela informação em si [Calixto Salomão, p.
182]. Desse modo, a lei não permite que as companhias deixem de divulgar informações por seu
simples impacto negativo [Pitta, p. 242; Boechem e Rios, p. 7; CVM, PAS RJ2006/4776; CVM, PAS
RJ2010/8784; CVM, PAS RJ2014/12838].
133. O envolvimento da REQUERIDA e de seus representantes na investigação policial não está
dentro de tal exceção legal de não divulgação imediata, pois o momento de divulgação de tal
informação em nada influencia no dano à imagem ou reputação da companhia. Trata-se de
informação cuja própria natureza é negativa e irreversível, como ficou comprovado com a queda
de 20% do preço das ações da REQUERIDA nos dias seguintes à divulgação do seu envolvimento
na investigação policial [Caso, p. 5, ¶22].
134. Desse modo, a investigação da REQUERIDA e de seus representantes não se encaixa na
hipótese de exceção à divulgação imediata para preservação de interesse legítimo da companhia,
estando, portanto, dentro da regra geral de full disclosure.
A.3. A INVESTIGAÇÃO NÃO ESTAVA PROTEGIDA POR QUALQUER SIGILO
135. Ainda que a REQUERIDA alegue que as informações repassadas para fins de celebração de
acordo de leniência ou delação premiada deveriam permanecer sigilosas até determinação judicial
em contrário, o envolvimento da companhia na OPERAÇÃO SPINACI é alheio a tais acordos e,
portanto, não estava protegido por qualquer sigilo.
136. O sigilo imposto a um acordo de delação premiada, previsto no art. 7º, § 3º, da LEI DAS

ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS, se limita a abranger apenas o teor do acordo e os depoimentos e


provas obtidos durante sua execução até a decisão de recebimento da denúncia [Orientação MPF
1/2018; STF, PET 5.789; STJ, REsp 1.554.986]. Já nos termos do art. 16, § 6º, da LEI
ANTICORRUPÇÃO, em acordos de leniência o sigilo previsto restringe-se apenas à sua proposta,
sendo levantado imediatamente após a sua assinatura [Orientação MPF 7/2017; Athayde, p. 367;
Carvalhosa 4, p. 374-375; STJ, REsp 1.554.986].
137. No caso em questão, a partir do momento em que a REQUERIDA foi intimada pela Receita
Federal para apresentar documentos sobre o repasse de recursos para a PAPIER FROID [Caso, p. 23-
25], surgiu dever de divulgação de fato relevante: seu envolvimento na OPERAÇÃO SPINACI. Nota-

19
se que o fato em nada diz respeito ao acordo de delação premiada ou à proposta de acordo de
leniência. Inclusive, o fato relevante é anterior aos acordos, de modo que em determinado espaço
de tempo os deveres de sigilo nem mesmo existiam.
138. Assim, os deveres de sigilo relativos à delação premiada do SR. COLORADO e ao acordo de
leniência da REQUERIDA não se estendem ao envolvimento da REQUERIDA na OPERAÇÃO SPINACI.
A.4. NO MOMENTO DO CLOSING, NÃO HAVIA COMO A REQUERIDA DESCONHECER O FATO DE
QUE NÃO HAVIA CUMPRIDO A IN358

139. Apesar de a cl. 3.2.1 do SPA limitar a garantia de cumprimento das normas da CVM pela
expressão “tanto quanto é de seu conhecimento”, a REQUERIDA não tem como alegar desconhecimento
de evidente violação à IN358.
140. No âmbito de cláusulas de declarações e garantias, a qualificadora “no melhor conhecimento”,
existe como forma de proteção da parte que se obriga, pois gera presunção de desconhecimento
de certo vício ou circunstância não informada [Pacheco do Amaral, p. 121; Citolino, p. 51; RDJ Props v.
Lauralea-Dilton]. Entretanto, é importante ressaltar que essa escusa de não conhecimento é relativa
[Motta Jr., p. 67] e leva em conta também o que a parte deveria ter conhecimento, ou seja, o que
por um esforço investigativo de razoável diligência seria conhecido senão por ignorância por
negligência [Tepedino, p. 26; Cunha, p. 44; Peterson, p. 14; Hexter v. Pratt].
141. Quando, três dias antes do closing [Caso, p. 3, ¶13], a REQUERIDA foi intimada pela Receita
Federal para apresentar documentos relevantes referentes aos pagamentos feitos à PAPIER FROID,
tornou-se incontestável que ela estava ciente que omitia do mercado o informaçõe relevantes e,
consequentemente, descumpria a IN358. Portanto, a garantia de que “tanto quanto é de seu
conhecimento, cumpriu integralmente as regras da CVM” [Caso, p. 18] era falsa e a REQUERIDA sabia.
142. Vale também ressaltar que, ainda que a BACAMASO não soubesse ao certo qual seu
envolvimento no esquema de corrupção, a OPERAÇÃO SPINACI já constituía por si só fato relevante
[item IV.A.1, supra] que deveria ter sido divulgado nos termos da IN358.
143. Dessa forma, vez que o conhecimento da REQUERIDA quanto a intimação em momento
anterior ao closing é um fato incontroverso [Caso, p. 3, ¶13], não é possível à REQUERIDA alegar
ignorância para se esquivar das consequências geradas pela falsidade da cl. 3.2.1 do SPA.
B. A REQUERIDA DEVE INDENIZAR A REQUERENTE PELOS DANOS CAUSADOS EM VIRTUDE
DA VIOLAÇÃO DA CLÁUSULA DE DECLARAÇÕES E GARANTIAS

144. A REQUERENTE deve ser indenizada pelo prejuízo gerado pela violação da cl. 3.2.1(B.1),
especialmente considerando que a REQUERENTE mitigou os danos por ela sofridos (B.2).
B.1. A VIOLAÇÃO DA CL. 3.2.1 TEM COMO CONSEQUÊNCIA A INDENIZAÇÃO DA REQUERNTE
POR PERDAS E DANOS

20
145. Ao falsear a cláusula de declarações e garantias, a REQUERIDA prejudicou o método de
precificação das suas ações, contido no SPA, causando prejuízo milionário à REQUERENTE.
146. Segundo a art. 389 CC, é impositiva a reparação por perdas e danos causados em decorrência
do inadimplemento de uma obrigação [Caio Mário, p. 150; Filho, Andrade, Mesquita e Scavone Jr., p.
420; Nery Jr. e Rosa Nery, p. 736; Bdine Jr., p. 275; STJ, AgRg no AI 1.159.272]. A indenização por
perdas e danos serve para colocar a parte prejudicada na situação em que ela se encontraria se o
prejuízo não tivesse ocorrido [Martins-Costa 2, p. 323; Bdine Jr., p. 277; Tepedino, p. 701].
147. O descumprimento da cláusula de declarações e garantias implica nas mesmas consequências
legais dos demais inadimplementos contratuais. Nesse caso, a imposição do dever de indenizar as
perdas decorrentes de falsidade ou inexatidão das declarações concedidas [Buschinelli, p. 213; Citolino,
p. 61; Wald 2, p. 95; Medeiros, p. 235; Mercante, p. 34; Nejm e Bruna, p. 218; Potenza, p.149],
especialmente considerando que uma das funções desse tipo de disposição é qualificar o objeto do
contrato [Pereira, p. 101; Luize, p. 150; Cunha, p. 14; Reed, Lajoux e Nesvold, p. 470].
148. Conforme método de precificação previsto na cl. 1.3 do SPA, ficou acordado que a
REQUERIDA transferiria 5% das ações de sua emissão para a REQUERENTE, avaliadas de acordo
com a sua cotação média nos 90 dias anteriores ao closing, pagando o restante em dinheiro até
completar o preço contratual de R$ 1,26 bilhão [Caso, p. 2, ¶8; Caso, p. 17, item 1.3]. O objetivo deste
método é garantir que, independentemente do valor atribuído aos 5% de ações da BACAMASO,
o restante pago em dinheiro necessariamente completaria R$ 1,26 bilhão.
149. Por meio da cl 3.2.1, a REQUERENTE buscou certificar-se de que não estava recebendo ações
de uma empresa qualquer, mas sim de uma empresa que cumpria com as regras da CVM,
especialmente com relação às regras da IN358. Havia, desse modo, uma qualificadora importante
no objeto garantido pelas declarações e garantias prestadas: o fato de que tanto o mercado quanto
a REQUERENTE teriam informações suficientes a respeito da BACAMASO, de forma a possibilitar
uma plena avaliação da companhia.
150. No entanto, ao não divulgar o fato relevante e violar a cláusula de declarações e garantias, a
REQUERIDA acabou por inutilizar o método de precificação das ações da BACAMASO
contratualmente acordado. Isso porque, a não divulgação do seu envolvimento na OPERAÇÃO
SPINACI, fez com que a desvalorização das ações ocorresse somente após o closing, inflando
artificialmente o valor médio da cotação nos 90 dias anteriores.
151. Se a violação da cl. 3.2.1 não tivesse ocorrido, as ações da REQUERIDA teriam refletido a
precificação de um mercado devidamente informado, permitindo que a sua avaliação para fins de
precificação no SPA fosse correta.
152. Ocorre que, após a divulgação da notícia na imprensa [Caso, p. 4, ¶20], a REQUERENTE foi

21
compelida a vender suas ações no mercado para mitigar os danos oriundos da queda das ações,
pois nesse momento constatou que o valor precificado pelas ações da BACAMASO estava inflado
em consequência de uma cotação mercadológica desinformada.
153. Quanto à extensão do dano, faz-se necessário salientar que seria impossível determinar no
momento atual qual seria a cotação média das ações da BACAMASO se esta tivesse divulgado os
fatos relevantes em conformidade com as regras da CVM. Porém, considerando que a cl. 1.3
garantia à REQUERENTE o valor de R$ 1,26 bilhão, independentemente da cotação das ações, deve-
se adotar o valor correspondente à diferença entre o preço inflado (R$ 560 milhões) e o valor de
venda das ações no mercado (R$ 448 milhões), resultando em um prejuízo de R$ 112 milhões.
154. Por essas razões, o TRIBUNAL ARBITRAL deve condenar a REQUERIDA ao pagamento de
indenização pelo descumprimento da cláusula de declarações e garantias, de acordo com o art. 389
CC, tendo como referencial para o quantum o valor perdido pela REQUERENTE por conta da
inutilização do método de precificação pela REQUERIDA, i.e., R$ 112 milhões.
B.2. A REQUERENTE MITIGOU OS DANOS DECORRENTES DA VIOLAÇÃO DA CL. 3.2.1
155. Ao vender as ações da BACAMASO, a REQUERENTE atuou de forma a minimizar os danos
que foram a ela causados, cumprindo com o dever de mitigação exigível ao credor e vinculando a
necessidade da indenização total exigida.
156. Segundo o princípio da boa-fé objetiva, o dever de mitigação é o ônus jurídico do credor de
contribuir para diminuição dos prejuízos do devedor [Martins-Costa 1, p. 606; STJ, REsp 758.518;
STJ, Resp 256.274; III Jornada de Direito Civil, Enunciado 169; TJRS 376824-68.2010.8.21.7000]. O
quantum indenizatório pode ser reduzido se verificado que o credor não contribuiu para refrear o
dano, adotando postura inerte ou não colaborativa [Martins-Costa 1, p. 606; Didier Jr. 2, p. 48; Andrade
e Ruas, p. 138; Gagliardi, p. 299; STJ, REsp 758.518; TJSP, Ap. 1047918-84.2017.8.26.0002].
157. Para a aferição do cumprimento do dever de mitigação devem ser observados os limites de
razoabilidade [Andrade Martins, p. 200; STJ, REsp 1.201.672], de modo que apenas poderia ser
exigível medida isenta de periculosidade e onerosidade [Andrade Martins, p. 203].
158. Diante de prejuízo gerado a partir da desvalorização em 20% das ações da REQUERIDA [Caso,
p. 4; 22] a ALENTEJO agiu de maneira adequada à situação em que se encontrava. Ao optar por
vender as ações da REQUERIDA a REQUERENTE evitou que, em decorrência de uma maior espera,
as ações pudessem sofrer maior desvalorização e, consequentemente, o valor exigido como perdas
e danos fosse superior.
159. Também se reforça que a espera por melhor momento para a venda de ações exigiria da
REQUERENTE uma assunção de riscos, estes onerosos, que ultrapassam os padrões exigíveis pela
razoabilidade. Esta assunção desproporcional de riscos torna-se comprovada quando observados

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os andamentos da OPERAÇÃO SPINACI, que, embora ainda em seu início, já induzia à possibilidade
de descobertas de outras irregularidades realizadas pela REQUERIDA.
160. Desta forma, REQUERENTE mitigou com todos os seus danos e, por isso, deve ser restituída
integralmente pelo dano causado pela REQUERIDA
161. CONCLUSÃO: Houve violação das declarações e garantias do SPA pela REQUERIDA quanto
ao dever de divulgação de fato relevante nos termos da IN358 e, por consequência, o TRIBUNAL
ARBITRAL deve condenar a REQUERIDA perdas e danos. Pois: primeiro, o envolvimento da
REQUERIDA na OPERAÇÃO SPINACI constitui fato relevante que deveria ter sido divulgado assim
que a REQUERIDA tomou conhecimento por meio da intimação da Receita Federal; segundo, não
havia qualquer tipo de exceção legal que pudesse obstaculizar a concretização do dever de
divulgação; terceiro, a violação da REQUERIDA acabou por inviabilizar o método de precificação do
SPA, causando danos a serem indenizados pela REQUERIDA à REQUERENTE.
V. HOUVE CULPA DA REQUERIDA EM FACE À OMISSÃO DE FATOS
QUANDO DA ASSINATURA DO TERMO DE FECHAMENTO
A. A REQUERIDA DESCUMPRIU OS DEVERES LATERAIS DE CONDUTA DECORRENTES DA BOA-
FÉ OBJETIVA AO OMITIR FATOS QUANDO DA ASSINATURA DO TERMO DE FECHAMENTO

162. Positivado no art. 422 CC, o princípio da boa-fé objetiva se apresenta como exigência de um
padrão ético mínimo nas relações contratuais [CC, art. 422; Martins-Costa 1, p. 411]. É ele o
responsável por suplementar as disposições contratuais, constituindo deveres anexos de igual força
cogente [STJ, REsp 595.631; Menezes Cordeiro, p. 616]. No caso dos deveres indiretamente
relacionados, seu descumprimento culposo [Ferreira da Silva, p. 268] configura violação positiva do
contrato [Frada, p. 32; Schunck, p. 93; Peteffi, p. 150; STJ, REsp 1.655.139; TJSC, Ap. 0009982-
95.2011.8.24.0038; TJSP, Ap. 1026695-09.2016.8.26.0100].
163. Ao seguir com o closing, reiterando as declarações e garantias assumidas anteriormente, a
REQUERIDA cometeu violação positiva do contrato ao descumprir os deveres anexos de
informação (A.1.) e proteção (A.2.).
A.1. A REQUERIDA VIOLOU O DEVER DE INFORMAR
164. Ao não alertar a REQUERENTE de seu envolvimento na 2ª Fase da OPERAÇÃO SPINACI, a
REQUERIDA faltou com o dever de informação.
165. O dever de informar, como dever lateral advindo da boa-fé [Schunck, p. 93; TJSP, Ap. 1013119-
73.2016.8.26.0576; TJSP, Ap. 9228154-81.2006.8.26.0000], impõe às partes o dever de fornecer
informações relevantes à execução contratual [Menezes Cordeiro, p. 605; Rezende dos Santos, p. 246;
Santos, p. 215; TJRS, Ap. 0135248-35.2017.8.21.7000]. A informação objeto deste dever, se
concernente a aspectos fundamentais da relação contratual [Schunck, p. 145] - como é o preço

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[Pereira, p. 79] – pode inclusive ser incipiente; devendo ser relatada, desde que seja feita a ressalva
quanto a existência de incerteza [Lamy e Bulhões, p. 864; CVM, PAS RJ2014/3402].
166. Em contratos com fechamento diferido, “na fase intermediária entre o signing e o closing, o princípio
da boa-fé objetiva incide em graus de crescente intensidade” [Martins-Costa 1, p. 432]. Nesse sentido, evidente
que as exigências impostas pelo dever de informar aumentam gradativamente, conforme a relação
entre as partes se fortalece e adquire maior grau de proximidade e confiança [Benetti, p. 294].
167. Em 26.11.2018, a REQUERIDA foi intimada pela Receita Federal a apresentar “documentos
relevantes que lastreassem certos pagamentos feitos pela empresa à PAPIER FROID [Caso, p. 3, ¶13].
Com vistas a minimizar as consequências negativas à empresa, no dia anterior ao closing, a
REQUERIDA não só propôs um acordo de leniência, como também, seu CEO, o SR. COLORADO,
acordou uma delação premiada [Caso, p. 3, ¶14].
168. Ainda que possivelmente não tivesse conhecimento dos atos ilícitos cometidos pelo SR.
COLORADO, ao propor o acordo de leniência e iniciar as diligências por este impostas, a SRA.
CORALINA passou a ter plena consciência de seu envolvimento na 2ª Fase da OPERAÇÃO SPINACI
[¶129, supra]. Assim sendo, cabia a ela, na condição de única representante da REQUERIDA no closing,
divulgar esse fato à REQUERENTE, de modo a alertá-la a respeito da verdadeira condição na qual
se encontrava a empresa, conforme exige a boa-fé.
169. Cumpre ressaltar que, por terem assinado acordo de confidencialidade [Caso, p. 1, ¶3 e p. 41,
¶4], as informações prestadas à REQUERENTE não poderiam ser divulgadas ao resto do mercado,
de modo que a REQUERIDA tampouco teria de se preocupar com eventual sigilo legal.
170. Por outro lado, o que ocorreu foi que a REQUERENTE, desconhecendo o envolvimento da
REQUERIDA nas investigações, prosseguiu com o negócio, sendo prejudicada pela avaliação
inadequada das ações para fins de precificação do CONTRATO.
171. Evidente, portanto, a violação à ao dever de informação, que inclusive se encontrava
aumentado graças à proximidade do closing, momento de maior confiança entre as partes.
A.2. A REQUERIDA FALTOU COM O DEVER DE PROTEÇÃO
172. Ao dar continuidade às negociações no signing sem fazer qualquer ressalva quanto à sua
participação na OPERAÇÃO SPINACI, a REQUERIDA também descumpriu dever geral de conduta
leal decorrente da boa-fé objetiva.
173. Constituindo dever proveniente de situação de confiança suscitada e fundada na boa-fé
[Menezes Cordeiro, p. 635], o dever de proteção e cooperação se apresenta como uma obrigação de
não só não causar dano ao patrimônio daquele com quem se contrata [Menezes Cordeiro, p. 639;
Martins-Costa 1, p. 244], como também agir de maneira ética e leal ao fim comum estabelecido pelo
contrato [Martins-Costa 1, p. 574-575; Haical, p. 53; Barbosa Moreira 2, p. 135].

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174. Mesmo se a REQUERIDA de fato estivesse convicta da existência de impedimento legal para a
divulgação de seu envolvimento na OPERAÇÃO SPINACI, a mesma deveria ter adotado conduta
compatível com seu dever de cooperação e proteção. Isto é, a REQUERIDA não deveria ter
prosseguido com o closing do SPA, mas sim sustado as negociações até que o sigilo fosse levantado
e, consequentemente, a REQUERENTE obtivesse real conhecimento a respeito das circunstâncias
nas quais se encontrava a empresa da qual iria adquirir participação societária considerável.
175. No entanto, mesmo consciente dos impactos negativos que o envolvimento em uma
investigação midiática contra a corrupção traria à imagem da empresa e ao valor de suas ações, a
REQUERIDA ainda assim escolheu ignorar a boa-fé em detrimento do fechamento do negócio.
176. Nesse sentido, a REQUERIDA incorre em clara hipótese de violação positiva do contrato, por
ter violado o dever de proteção e cooperação, devendo, por isso arcar com o pagamento da
indenização pela queda no valor das ações.
B. A REQUERIDA DEVE INDENIZAR A REQUERENTE PELA VIOLAÇÃO POSITIVA DO

CONTRATO
177. A violação positiva do contrato tem como consequência a aplicação das normas próprias da
responsabilidade contratual [Rezende dos Santos, p. 255], inclusive dando causa ao pagamento de
indenização por parte do contraente faltante [Martins, p. 156; Schunck, p. 200; STJ REsp 1.276.311;
TJSP, Ap. 0001327-71.2014.8.26.0201].
178. Ao descumprir culposamente os deveres anexos de informação e proteção, a REQUERIDA
causou violação positiva do contrato que, por sua vez, gerou os danos a serem indenizados [B.1].
179. CONCLUSÃO: Houve culpa da REQUERIDA em face às alegações de omissão de fatos
quando da assinatura do TERMO DE FECHAMENTO do SPA. Primeiro, a REQUERIDA descumpriu
deveres laterais de conduta, de dever de informação e de proteção, decorrentes da boa-fé objetiva.
Segundo, tal descumprimento culposo da REQUERIDA configura violação positiva do contrato, que
tem como consequência dever da REQUERIDA de indenizar a REQUERENTE pelos danos causados.
VI. PEDIDOS
180. Diante do exposto, a REQUERENTE pede que, preliminarmente: (a) que o o pleito da
REQUERIDA de exclusão do PROCEDIMENTO 00/19 seja indeferido; e (b) que o TRIBUNAL
ARBTIRAL aceite como prova os documentos produzidos pela ENTERPRISE. No mérito, pede que
o TRIBUNAL ARBITRAL condene a REQUERIDA a indenizar a REQUERENTE, à luz (c) da violação
das declarações e garantias do SPA e (d) da culpa da REQUERIDA em face à omissão de fatos quando
da assinatura do TERMO DE FECHAMENTO.
Pede deferimento.
Beagá, Vila Rica, 30 de agosto de 2019

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