Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes

Departamento de Antropologia

Bruno Latour e a Antropologia

Tópicos Teóricos de Antropologia I
Prof. Jean Segata
2015-2

Ementa
O pensamento de Bruno Latour na antropologia e na sociologia brasileira. Os Science Studies e a
Antropologia Simétrica. Coletivos humanos e não humanos. Conceitos-chave da Teoria Ator-
Rede: rede, mediação, tradução, híbrido, actante e agência. O mapeamento de controvérsias:
rastrear e descrever associações. Antropologia dos modernos e o antropoceno.

Conteúdo Programático
1. Dos fatos aos feitos: o construtivismo de Bruno Latour;
2. Projetos políticos: a Antropologia Simétrica e o Antropoceno;
3. Do ator ao vínculo: a Teoria Ator-Rede.

Objetivo Geral
Desenvolver um panorama geral sobre pensamento de Bruno Latour e seu emprego na
antropologia e na sociologia brasileira.

Objetivos Específicos
a) Conhecer a formação da Teoria Ator-Rede e outros aspectos destacados do pensamento de
Bruno Latour;
b) Caracterizar conceitos centrais da Teoria Ator-Rede: actantes, redes sociotécnivcas,
mediação, tradução, híbridos, actantes, agência, associação;
c) Debates contemporâneos: a antropologia dos modernos e o antropoceno.

Metodologia das Aulas e Avaliação

A disciplina acontece em 18 sessões. Nelas busca-se o equilíbrio entre a exposição teórica e
contextual e o debate crítico com a participação ativa dos alunos sob a forma de seminários e a
leitura dos textos indicados no Plano de Aulas.

Avaliação
A avaliação é compreendida processualmente e visa consolidar etapas do processo de ensino e
aprendizagem. Isso exige a frequência e a participação de todos nas aulas.
Diretamente, ela acontece sob três formas (unidades/notas):
a) Apresentação de Seminário;
b) Resenha;
c) Ensaio Bibliográfico.
 Programa Detalhado da Disciplina

Unidade I
Dos fatos aos feitos: o construtivismo de Bruno Latour

Sessão Tópico Leitura

1 Apresentação Plano de Aula

STENGERS, Isabelle. “As ciências e seus intérpretes”. In: ______.

A Invenção das Ciências Modernas. São Paulo: Editora 34,
2002, p. 11-29.
A ciência e seus cientistas
2
como objeto LATOUR, Bruno. “Introdução: abrindo a caixa-preta de Pandora”.
In: ______. Ciência em Ação: como seguir cientistas e
engenheiros mundo afora. São Paulo: Editora Unesp, 2000, p.
11-36.

LATOUR, Bruno; WOOLGAR, Steve. “A etnografia das ciências”

e “A Ordem criada a partir da desordem”. In: ______. A Vida de
3 A produção dos fatos
Laboratório: a produção dos fatos científicos”. Rio de Janeiro:
Relume Dumará, 1997, p. 9-34, 265-295.

LATOUR, Bruno. “Da fabricação à realidade: Pasteur e seu

fermento de ácido láctico” e “A historicidade das coisas: por onde
4 Quando é realidade? andavam os micróbios antes de Pasteur?”. In: ______. A
Esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos
científicos. Bauru: EdUSC, 2001, p. 133-200.

MORAES, Marcia. A ciência como rede de atores: ressonâncias

A ciência, suas redes e
5 filosóficas. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, vol. 11(2): 321-333,
atores
maio-ago, 2004.

Unidade II
Projetos políticos: a Antropologia Simétrica e o Antropoceno

6 LATOUR, Bruno. Jamais Fomos Modernos: ensaio de

antropologia simétrica. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2009.
7 Simetria
LATOUR, Bruno. Por uma antropologia do centro. Mana, 10(2):
8 397-414, 2004

LATOUR, Bruno. “Como os modernos fabricam fetiches entre

aqueles com quem entram em contato”, “Como os modernos
Fe(i)tiche ou o dispositivo conseguem construir seus próprios fetiches” e “Como os
10
da crença modernos esforçam-se para distinguir os fatos e os fetiches sem,
contudo, consegui-lo”. In: ______. Reflexão sobre o culto
moderno dos deuses fe(i)tiches. Bauru: EdUSC, 2002, p. 15-36.

LATOUR, Bruno. “Como reunir o coletivo”. In: ______. Políticas

11 Coletivos da Natureza: como fazer ciência na democracia. São Paulo:
EdUSC, 2004, p. 107-162.

LATOUR, Bruno. Para distinguir amigos e inimigos no tempo do

Política, gaia e o
12 antropoceno. Revista de Antropologia. São Paulo: USP, 2014, vol
antropoceno
57(1), 12-35.
 Programa Detalhado da Disciplina

Unidade III
Do ator ao vínculo: a Teoria Ator-Rede

LATOUR, Bruno. “Introdução: como retomar a tarefa de

descobrir associações”; “Introdução à parte I: como se alimentar
de controvérsias” e “Primeira fonte de incerteza: não há grupos,
12 Associações
apenas formação de grupos”. In: ______. Reagregando o Social:
uma introdução à teoria do Ator-Rede. Bauru/Salvador: EdUSC/
EdUFBA, 2012, p. 17-69.

LATOUR, Bruno. “Segunda fonte de incerteza: a ação é assumida”

e “Terceira fonte de incerteza: os objetos também agem”. In:
13 Ação, Agência
______. Reagregando o Social: uma introdução à teoria do Ator-
Rede. Bauru/Salvador: EdUSC/EdUFBA, 2012, p. 71-128.

LATOUR, Bruno. “Quarta fonte de incerteza: questão de fato vs.

questão de interesse” e “Quinta fonte de incerteza: escrever relatos
14 Rastrear e descrever de risco”. In: ______. Reagregando o Social: uma introdução à
teoria do Ator-Rede. Bauru/Salvador: EdUSC/EdUFBA, 2012, p.
130-203.

LATOUR, Bruno. “Segundo Movimento: redistribuindo o local”.

15 Do ator ao vínculo In: ______. Reagregando o Social: uma introdução à teoria do
Ator-Rede. Bauru/Salvador: EdUSC/EdUFBA, 2012, p. 277-313.

LATOUR, Bruno. “Um coletivo de humanos e não humanos: no

labirinto de Dédalo”. In: ______. A Esperança de Pandora:
16 Mediação
ensaios sobre a realidade dos estudos científicos. Bauru: EdUSC,
2001, p. 201-246.

17 Revisão e Feedback Todo o Conteúdo

18 Recuperação Avaliação/Quarta Nota

Referências

LATOUR, Bruno; WOOLGAR, Steve. A Vida de Laboratório: a produção dos fatos científicos”. Rio
de Janeiro: Relume Dumará, 1997

LATOUR, Bruno. A Esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos científicos. Bauru:
EdUSC, 2001.

LATOUR, Bruno. Reflexão sobre o culto moderno dos deuses fe(i)tiches. Bauru: EdUSC, 2002.

LATOUR, Bruno. Políticas da Natureza: como fazer ciência na democracia. São Paulo: EdUSC,
2004.

LATOUR, Bruno. Jamais Fomos Modernos: ensaio de antropologia simétrica. 2. ed. São Paulo:
Editora 34, 2009.

LATOUR, Bruno. Reagregando o Social: uma introdução à teoria do Ator-Rede. Bauru/Salvador:

EdUSC/EdUFBA, 2012.