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MINISSIMULADO AMC FORTALEZA

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MINISSIMULADO AMC FORTALEZA – D. PENAL E PROC. PENAL

1. Segundo a teoria tripartite, majoritariamente adotada, o delito é composto de fato típico,


ilicitude e culpabilidade. São elementos do fato típico:

A) tipicidade, ilicitude, imputabilidade.


B) conduta dolosa ou culposa, ausência de situações justificantes, imputabilidade.
C) conduta dolosa ou culposa, resultado, nexo causal e tipicidade.
D) tipicidade, ausência de situações justificantes, culpabilidade.

2. São elementos do fato típico, exceto:

A) conduta.
B) resultado.
C) tipicidade.
D) antijuricidade.

3. Dênis participou do processo para obtenção da carteira nacional de habilitação, tendo


sido aprovado e obtido o documento do órgão de trânsito competente. Posteriormente,
após ser abordado por autoridade policial em fiscalização de trânsito, houve a
constatação de que o documento de habilitação seria falso. Dênis aduziu que
desconhecia essa falsidade diante dos fatos que arrolou. Nos termos do Código Penal, o
caso é de:

A) erro putativo
B) erro de proibição
C) erro sobre pessoa
D) erro sobre elementos do tipo

4. O erro sobre elemento do tipo

A) caracteriza erro na execução.


B) é uma excludente de ilicitude.
C) isenta a pena, caso fosse inevitável.
D) exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

5. Becket saca de um revólver e desfere seis tiros em Bebezão para resolver um


desentendimento ocorrido em determinado bar. Nenhum dos tiros atinge a vítima. Nesse
caso, deve ser classificada a tentativa como:

A) cruenta
B) vermelha
C) branca
D) inadmissível

6. Segundo o Código Penal Brasileiro, o crime é considerado tentado quando:

A) Iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.


B) O agente, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução.
C) O agente, voluntariamente, impede que o resultado se produza.
D) O agente repara o dano ou restitui a coisa à vítima.

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7. Mário estava em uma festa e ficou completamente embriagado após ingerir um


refrigerante sem saber que o barman tinha incluído uma substância entorpecente em sua
bebida. Nessa situação, Mário subtraiu o celular de Alice e foi embora do local.
Posteriormente, foi constatado, na perícia, que Mário estava completamente embriagado
e sem capacidade de determinar o caráter ilícito do fato.

Nesse caso, é correto afirmar que Mário

A) não responderá por crime, tendo em vista que houve exclusão da ilicitude, em razão
do exercício regular de direito.
B) não responderá por crime, tendo em vista que houve exclusão da culpabilidade, em
razão do exercício regular de direito.
C) não responderá por crime, tendo em vista que, em razão da imputabilidade do agente,
existe uma excludente de culpabilidade.
D) não responderá por crime, tendo em vista que, em razão da inimputabilidade, houve
exclusão da culpabilidade.

8. Conforme prevê o Código Penal Brasileiro, são penalmente inimputáveis os menores


de:

A) 21 anos.
B) 18 anos.
C) 16 anos.
D) 12 anos.

9. O agente municipal de trânsito, Miguel, observando o pátio cheio de veículos


automotores esperando por seus respectivos proprietários, resolveu escolher um desses
para ficar utilizando de maneira temporária, enquanto ninguém aparecia para buscar o
carro, pois tinha acesso fácil aos documentos e chaves, em face do seu cargo.

Com esse tipo de atitude, assinale CORRETAMENTE em qual tipo de crime Miguel
incorreu:

A) Concussão.
B) Peculato.
C) Apropriação indébita.
D) Roubo.

10. Eduardo foi aprovado no concurso para o cargo de médico em um hospital municipal
e já foi convocado para a posse, que ocorrerá em duas semanas. O diretor do hospital,
Alexandre, que também é concursado e exerce função pública, chama Eduardo para uma
reunião e diz que, assim que Eduardo tomar posse, lhe promoverá a cargo de confiança
com jornada de trabalho reduzida, mas, em contrapartida, Eduardo terá que emitir
atestados médicos falsos para os familiares e amigos de Alexandre. Eduardo aceita a
promessa de Alexandre e se compromete, mesmo antes de assumir o cargo público, a
emitir os atestados falsos em favor dos familiares e amigos do diretor do hospital. As
condutas dos agentes envolvidos nos fatos narrados configuram:

A) crime de corrupção passiva, pois, ainda que Eduardo não estivesse no exercício da
função, aceitou vantagem em razão dela, condição suficiente para a configuração do
delito.
B) nenhuma infração penal, pois Eduardo ainda não havia assumido o cargo, de modo
que se trata de crime impossível.

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C) crime de corrupção passiva na modalidade tentada, pois Eduardo ainda não havia
assumido o cargo, de modo que a conversa entre ele e Alexandre configura tentativa e,
caso a ação ocorra no futuro, crime consumado.
D) crime de corrupção passiva, mas Alexandre não pode se: responsabilizado, pois a
vantagem indevida será para os amigos e familiares dele.

11. No que tange ao inquérito policial, assinale a alternativa correta.

A) O inquérito policial, nos crimes em que a ação pública incondicionada preceda de


representação, terá prazo de 6 meses para sua conclusão.
B) Nos crimes de ação pública incondicionada, a autoridade policial somente poderá
proceder ao inquérito mediante requerimento de quem tenha capacidade postulatória
para intentá-la.
C) Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em
que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade
policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
D) Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá
colher as provas no local e proceder ela mesma com a perícia.

12. De acordo com a legislação penal vigente, dadas as afirmativas a respeito do inquérito
policial,

l. A autoridade policial somente deverá fazer a reprodução simulada dos fatos, quando
esta prática não contrariar a ordem pública.

Il. O inquérito deverá terminar no prazo de 15 dias, se o indiciado tiver sido preso, ou no
prazo de 45 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

III. O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não
poderá sem ela ser iniciado.

IV. Nos crimes de ação pública, o inquérito policial não poderá ser iniciado de ofício.

Verifica-se que está(ão) correta(s)

A) Ill, apenas.
B) l e ll, apenas.
C) Il e IV, apenas.
D) I, ll e IV, apenas.

13. Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito policial caberá


recurso para o

A) chefe de Polícia.
B) juiz da Comarca.
C) Ministério Público.
D) Tribunal de Justiça.

14. O Código de processo penal é didático ao definir, em seu art. 24, que nos crimes de
ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá,
quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. Assim, no caso de morte do

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ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial passará o direito de


representação:

A) Ao cônjuge, ascendente, descendente, companheiro em união estável ou irmão,


exclusivamente.
B) Ao cônjuge, ascendente, companheiro em união estável ou descendente,
exclusivamente.
C) Ao conjunge ou ascendente, exclusivamente.
D) Ao conjunge ou descendente, exclusivamente.

15. A ação penal pública incondicionada é de promoção privativa:

A) da Administração Pública.
B) da vítima.
C) do Ministério Público com o consentimento da vítima.
D) do Ministério Público.

16. Assinale a alternativa correta de acordo com o Código de Processo Penal.

A) É vedada a substituição do exame de corpo de delito pela prova testemunhal.


B) Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo.
C) A autópsia do cadáver deverá será feita em até seis horas depois da constatação do
óbito.
D) O exame de corpo de delito somente poderá ser feito de segunda a sexta feira, no
horário de expediente do instituto de perícias local.

17. De acordo com o Professor Renato Brasileiro de Lima (Manual de Processo Penal,
Salvador: Ed. JusPodivm, p. 873), “corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais ou
sensíveis deixados pela infração penal. A palavra corpo significa o conjunto de vestígios
sensíveis que o delito deixa para trás, estando seu conceito ligado à própria materialidade
do crime”.

Diante disso, assinale a alternativa correta acerca dos vestígios deixados pela infração e
a necessidade do exame de corpo de delito, de acordo com o Código de Processo Penal.

A) Será indispensável o exame de corpo de delito, somente direto, não podendo supri-lo
a confissão do acusado.
B) Será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-
lo a declaração do ofendido.
C) Será indispensável o exame de corpo de delito indireto, podendo ser dispensado o
direto e supri-lo a confissão do acusado.
D) Será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-
lo a confissão do acusado.

18. Acerca das regras de competência, o Código de Processo Penal estabelece:

A) Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio


ou residência da vítima.
B) Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a
jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á por sorteio.

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C) A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição


judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente.
D) No concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,
prevalecerá a competência da jurisdição comum.

19. Jurisdição consiste na função estatal de compor litígios e de declarar e realizar o


direito. Sobre a jurisdição, marque a alternativa incorreta:

A) A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração,


ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
B) Compete à Justiça Federal processar e julgar as causas em que for parte o Banco do
Brasil S/A.
C) Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar por crime de
promover ou facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal.
D) Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo
da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou
que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência,
continuará competente em relação aos demais processos

20. A Guarda Municipal do Município Alfa recebeu denúncia de que determinada escola
municipal acabara de ser invadida por indivíduos encapuzados que, em ação rápida e
organizada, depredaram bens móveis, fizeram inscrições de cunho nazista nas
dependências da unidade de ensino e furtaram diversos equipamentos eletrônicos.
Considerando a preservação do local do crime e meios de prova, nos moldes do Código
de Processo Penal, é correto afirmar que:

A) Nas infrações que deixam vestígios, a confissão do acusado dispensa a necessidade


de exame de corpo de delito.
B) A remoção de vestígios no local de crime, antes de liberada pelo perito responsável,
constitui mera infração administrativa.
C) Denomina-se fixação o ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo-se
isolar e preservar o ambiente da investigação.
D) O agente público deve preservar o local do incidente, sendo este procedimento o início
da cadeia de custódia de vestígios do crime.

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C D D D C A D B B A
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C A A A D B D C B D

GABARITO COMENTADO

1. Alternativa C
Segundo a teoria tripartite, majoritariamente adotada, o delito é composto de fato típico,
ilicitude e culpabilidade. São elementos do fato típico:

c) conduta dolosa ou culposa, resultado, nexo causal e tipicidade.


(CORRETA). São 4 (quatro) os elementos do fato típico: conduta, resultado
naturalístico, relação de causalidade (nexo causal) e tipicidade.

2. Alternativa D
Pela teoria tripartida, a caracterização de um CRIME depende a ocorrência de FATO
TÍPICO, ANTIJURÍDICO e CULPÁVEL. Logo, a ANTIJURICIDADE é um ELEMENTO
DO CRIME (e não do fato típico).

A configuração do FATO TÍPICO depende de alguns elementos:

• CONDUTA (ação ou omissão) - LETRA A


• TIPICIDADE - LETRA C.
• RESULTADO - LETRA B.
• NEXO CAUSAL - LETRA D.

3. Alternativa D
d) erro sobre elementos do tipo
(CORRETA). O elemento subjetivo do tipo (uso de documento falso - CP, art. 304)
é o dolo, consistente na vontade livre e consciente de fazer uso dos documentos
referidos no tipo. Abrange o conhecimento da falsidade documental, porém Dênis
desconhecia essa falsidade diante dos fatos que arrolou, ou seja, houve erro sobre
elementos do tipo.

Uso de documento falso


Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem
os arts. 297 a 302:

Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.


4. Alternativa D
d) exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
CORRETO. É o que dispõe o art. 20, caput, do Código Penal.

Art. 20, caput, do CP. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

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5. Alternativa C
A tentativa incruenta ou branca é aquela na qual a vítima não chega a ser
fisicamente atingida, ou seja, quando ela fica incólume. Difere da tentativa
vermelha ou cruenta, na qual a vítima sofre lesões, sendo certo que, porém, o
crime não chega a ser consumado.

Se o agente tenta matar a vítima com uma faca, mas esta consegue dominá-lo no
momento exato do golpe a ponto de escapar dele, será exemplo de tentativa branca.
Acaso ocorram lesões em decorrência das facadas, configurará tentativa cruenta ou
vermelha.

A tentativa incruenta ou branca ganha relevância no contexto prático porque será


necessário analisar cuidadosamente qual era o dolo do agente com a prática da
conduta. Como ela não atinge fisicamente a vítima, somente o caso concreto poderá
dizer qual era realmente o dolo do agente, se de matar ou lesionar. E até mesmo, se
não se tratava de uma atitude jocosa.

Cumpre informar que a diferenciação entre tentativa cruenta ou incruenta é válida para
crimes individuais ou pessoais. Para crimes cuja vítima é a coletividade, como os
crimes massificados (crimes contra o consumidor, meio ambiente), tal
diferenciação é inviável, uma vez que não é possível individualizar a vítima.

FONTE: https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/121923672/o-que-se-entende-por-
tentativa-incruenta

6. ALTERNATIVA A

a) Iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do


agente.
(CORRETA). Com base na regra do art. 14, inciso II, do CP, a tentativa é o início
da execução de um crime que somente não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.

Art. 14 - Diz-se o crime:


[...]
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
b) O agente, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução.
(ERRADA). Trata-se da desistência voluntária, de acordo com o art. 15, 1ª parte, do
CP.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz


Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
c) O agente, voluntariamente, impede que o resultado se produza.
(ERRADA). Tem-se aqui o arrependimento eficaz, conforme previsão do art. 15, 2ª
parte, do CP.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz


Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução
ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
d) O agente repara o dano ou restitui a coisa à vítima.

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(ERRADA). Refere-se ao arrependimento posterior, a teor do art. 16 do CP.


Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado
o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
7. Alternativa D
d) não responderá por crime, tendo em vista que, em razão da inimputabilidade, houve
exclusão da culpabilidade. CORRETA.

De fato, Mário encontrava-se completamente embriagado, após ingerir substância sem


conhecimento, de modo que não possuía capacidade de determinar o caráter ilícito do
fato.

Assim sendo, não responderá por crime, tendo em vista que, em razão da
inimputabilidade, houve exclusão da culpabilidade, nos termos do artigo 28, § 1º do
Código Penal, vejamos mais uma vez:

Art. 28. § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa,


proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.

8. Alternativa B
Segundo o Código Penal Brasileiro (Lei nº 2.848/1940):

Menores de dezoito anos

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando


sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.
Portanto, a única alternativa correta é a letra "B", gabarito da questão.

9. Alternativa B
b) Peculato.

(CORRETA). No peculato apropriação (CP, art. 312, caput), o núcleo do tipo é


“apropriar-se”, ou seja, posicionar-se em relação à coisa como se fosse seu proprietário
(animus domini). O sujeito comporta-se como se fosse dono do objeto material,
retendo-o, consumindo-o, destruindo-o, alienando-o etc ([...] resolveu escolher um
desses para ficar utilizando de maneira temporária).

Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.


10. Alternativa A
a) crime de corrupção passiva, pois, ainda que Eduardo não estivesse no exercício da
função, aceitou vantagem em razão dela, condição suficiente para a configuração do
delito.

(CORRETA). O delito de corrupção passiva (CP, art. 317) é considerado crime


próprio, isto é, somente pode ser cometido pelo funcionário público em razão da sua

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função, ainda que esteja fora dela (por exemplo, férias, licenças etc.) ou antes de
assumi-la (por exemplo, candidato já aprovado em concurso público e regularmente
nomeado, mas ainda não empossado, como no caso de Eduardo).

"Aceitar" a promessa significa o comportamento do funcionário público de anuir com o


recebimento da vantagem indevida ([...] lhe promoverá a cargo de confiança com
jornada de trabalho reduzida). Há uma proposta concretizada por terceira pessoa
(extraneus), com a qual concorda o intraneus.

Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem:
11. Alternativa C
c) Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em
que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade
policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar
inquérito. CORRETA.

De fato, trata-se do teor extraído do artigo 5º, § 3º do Código de Processo Penal,


vejamos:

Art. 5º § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de


infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito,
comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das
informações, mandará instaurar inquérito.

12. Alternativa A
l. A autoridade policial somente deverá fazer a reprodução simulada dos fatos, quando
esta prática não contrariar a ordem pública.
(ERRADA). Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos
fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública (CPP, art. 7º).

Sobre a reprodução simulada dos


fatos: https://www.tecconcursos.com.br/blog/noticias/a...

II. O inquérito deverá terminar no prazo de 15 dias, se o indiciado tiver sido preso, ou
no prazo de 45 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
(ERRADA). O inquérito deverá terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado tiver
sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30
(trinta) dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela (CPP, art. 10, caput).

III. O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não
poderá sem ela ser iniciado.
(CORRETA). Transcrição literal do art. 5º, § 4º, do CPP.

Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:


[...]
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação,
não poderá sem ela ser iniciado.
IV. Nos crimes de ação pública, o inquérito policial não poderá ser iniciado de ofício.
(ERRADA). Se o delito for de ação penal pública incondicionada, a autoridade policial
deverá agir ex officio (CPP, art. 5º, inciso I).

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Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
13. Alternativa A
a) chefe de Polícia.
(CORRETA). De acordo com o art. 5º, § 2º, do CPP.

§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso


para o chefe de Polícia.
14. Alternativa A
Para a resolução da presente questão é recomendável que os(as) candidatos(as)
tenham conhecimento do artigo 24 do Código de Processo Penal, in verbis:

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério
Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou
de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial,


o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

Destaca-se, por oportuno, que se estende aos companheiros em união estável as


mesmas disposições referente ao cônjuge.

Assim, no caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial
passará o direito de representação ao CADI - isto é, cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão, estendendo-se, por conseguinte, tal direito ao companheiro
em união estável.

15. Alternativa D
Prezado concurseiro, a ação penal pública, seja ela condicionada à representação
ou incondicionada (aquela na qual o Ministério Público não precisa de autorização de
ninguém para oferecer a denúncia. Ou seja, na ação penal pública incondicionada não
é necessário que a vítima se manifeste no processo) é de promoção privativa do
Ministério Público.

É o que dispõe a Constituição Federal, vejamos:


Constituição Federal
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
16. Alternativa B
b) Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo.
(CORRETA). Transcrição literal do art. 159, § 2º, do CPP.

§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente


desempenhar o encargo.
a) É vedada a substituição do exame de corpo de delito pela prova testemunhal.
(ERRADA). Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido
os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta (CPP, art. 167).

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c) A autópsia do cadáver deverá será feita em até seis horas depois da constatação do
óbito.
(ERRADA). A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo
se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes
daquele prazo, o que declararão no auto (CPP, art. 162, caput).

d) O exame de corpo de delito somente poderá ser feito de segunda a sexta feira, no
horário de expediente do instituto de perícias local.
(ERRADA). O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer
hora (CPP, art. 161).

17. Alternativa D
d) Será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-
lo a confissão do acusado. CORRETA.

De fato, trata-se da literalidade extraída do artigo 158, caput, do Código de Processo


Penal, observe:

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

18. Alternativa C
a) Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio
ou residência da vítima. INCORRETA.

Distintamente do afirmado, o CPP dispõe que, não sendo conhecido o lugar da infração,
a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu, vejamos:

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á


pelo domicílio ou residência do réu.
Dessa forma, INCORRETA a afirmativa.

b) Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta
a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á por sorteio. INCORRETA.

Na realidade, incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta
a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção, a saber:

Art. 70. § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando
incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas
ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Portanto, INCORRETA a afirmativa.

c) A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição


judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente. CORRETA.

De fato, trata-se da previsão literal contida no artigo 75 do Código de Processo Penal,


a saber:

Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma


circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente.
Logo, CORRETA a afirmativa.

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d) No concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,


prevalecerá a competência da jurisdição comum. INCORRETA.
Ao contrário do afirmado, no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão
da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri, observe:

Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão


observadas as seguintes regras:

I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição


comum, prevalecerá a competência do júri;
Dessa maneira, a afirmativa também está INCORRETA.

19. Alternativa B
a) A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de
execução. CORRETA.

De fato, trata-se da regra geral concernente à competência no processo penal pátria,


nos termos do artigo 70, caput, do Código de Processo Penal, in verbis:

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se


consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o
último ato de execução.

Logo, CORRETA a afirmativa.

b) Compete à Justiça Federal processar e julgar as causas em que for parte o Banco
do Brasil S/A. INCORRETA.
Ao contrário do afirmado, compete à Justiça Estadual processar e julgar as causas em
que for parte o Banco do Brasil S/A, consoante entendimento sumulado pelo Supremo
Tribunal Federal, a saber:

Súmula 508, STF: Compete à Justiça Estadual, em ambas as instâncias,


processar e julgar as causas em que for parte o Banco do Brasil S.A.

Dessa maneira, INCORRETA a afirmativa.

c) Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar por crime de
promover ou facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal. CORRETA.

Em verdade, a presente afirmativa traz a literalidade contida na súmula 75 do Superior


Tribunal de Justiça, observe:

Súmula 75, STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial
militar por crime de promover ou facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal.
Vale destacar, por oportuno, que a referida súmula está superada, na medida em que
a Lei 13.491/17 alterou o artigo 9º, inciso II, do CPM, e, a partir do seu advento, a
conduta praticada pelo agente, para ser crime militar, com base no inciso II do art. 9º,
pode estar prevista no Código Penal Militar ou na legislação penal comum.

Assim, a conduta descrita no artigo 351, mesmo estando prevista no Código Penal
comum, pode agora ser considerado crime militar (julgado pela Justiça Militar) com base
no art. 9º, II, do CPM.

Portanto, atualmente entendemos que a assertiva está INCORRETA.

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MINISSIMULADO AMC FORTALEZA

A banca examinadora, por sua vez, considerou a assertiva CORRETA, levando em


consideração apenas o teor da súmula supracitada.

d) Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no


processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença
absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua
competência, continuará competente em relação aos demais processos. CORRETA.

Trata-se da literalidade prevista no artigo 81, caput, do Código de Processo Penal,


vejamos:

Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no
processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença
absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua
competência, continuará competente em relação aos demais processos.
20. Alternativa D
a) Nas infrações que deixam vestígios, a confissão do acusado dispensa a necessidade
de exame de corpo de delito. INCORRETA.

Distintamente do afirmado, o Código de Processo Penal estabelece que, quando a


infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado, vejamos:

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Dessa forma, INCORRETA a afirmativa.

b) A remoção de vestígios no local de crime, antes de liberada pelo perito responsável,


constitui mera infração administrativa. INCORRETA.

Ao contrário do afirmado, a remoção de vestígios no local de crime, antes de liberada


pelo perito responsável, constitui o crime de fraude processual, nos termos do artigo
158-C, § 2º do Código de Processo Penal, in verbis:

Art. 158-C. § 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de


quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito
responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização.
Dessa maneira, a afirmativa também está INCORRETA.

c) Denomina-se fixação o ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo-se
isolar e preservar o ambiente da investigação. INCORRETA.

Na realidade, a assertiva trouxe o conceito de isolamento, previsto no artigo 158-B,


inciso II, do Código de Processo Penal, de modo que a fixação está inserida no inciso
III, do mesmo artigo, vejamos:

Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes


etapas:

(...)

II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e
preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de
crime;

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MINISSIMULADO AMC FORTALEZA

III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou


no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por
fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial
produzido pelo perito responsável pelo atendimento;
Portanto, INCORRETA a afirmativa.

d) O agente público deve preservar o local do incidente, sendo este procedimento o


início da cadeia de custódia de vestígios do crime. CORRETA.

De fato, o Código de Processo Penal dispõe que o agente público que reconhecer um
elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial fica
responsável por sua preservação, vejamos:

Art. 158-A. § 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial


interesse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação.

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