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Efeito semelhante ocorre se a fonte sonora estiver em uma posição fixa e um anteparo, em
movimento, reflete o som. Se este estiver se aproximando da fonte sonora, o eco produzido tem
uma freqüência maior que a original. Ao contrário, se o anteparo estiver se afastando da fonte
sonora, o eco produzido tem uma freqüência menor que a original.
Os termos Dopplermetria e Dopplerfluxometria devem ser sempre escritos com a primeira letra
maiúscula, pois são uma homenagem ao autor da teoria. A Dopplermetria (ou Dopplervelocimetria)
é o estudo do perfil de velocidades das hemácias em um leito vascular. Já o termo
Dopplerfluxometria denomina a medida do fluxo sangüíneo em termos de volume em função do
tempo (por exemplo, ml/s), o que raramente é utilizado na clínica diária.
1. Doppler contínuo
2. Doppler pulsado
3. Doppler colorido
4. Doppler angiográfico
O Doppler contínuo
O Doppler contínuo consiste em dois cristais piezoelétricos, sendo que um emite
continuamente ultra-sons em uma freqüência fixa, bastante estável, gerada por um
oscilador eletrônico, denominada freqüência original (Fo). Um segundo cristal
piezoelétrico capta continuamente os ecos produzidos pelas hemácias em movimento.
Esta freqüência recebida (Fr) é continuamente comparada com a freqüência
originalmente emitida por um circuito eletrônico denominado comparador. Este circuito
faz continuamente um cálculo matemático bastante simples, ou seja,
F = Fr - Fo
Fr - Fo = (2Fo.V.cos) / C
ou seja,
V = (Fr - Fo).C / (2Fo. cos)
Desta maneira, a velocidade das hemácias pode ser determinada, já que todos os outros
parâmetros são conhecidos.
O ângulo de insonação entre o vaso estudado e o feixe Doppler é crítico para determinar
a velocidade real das hemácias. Se este ângulo não for informado ao aparelho, este
assumirá que o ângulo é de 0°, o que resulta em um cosseno que vale 1, desapare cendo
da fórmula. Isto eqüivale ao transdutor estar paralelo ao vaso, o que é raramente
possível. Experimentos demonstraram que ângulos acima de 60° provocam erros
inaceitáveis para a medida de velocidades.
Embora o Doppler contínuo possa medir altas velocidades das hemácias e porisso
mesmo utilizado em cardiologia extensamente, tem a grande desvantagem de não ser
seletivo. Desta maneira, produz um perfil das velocidades das hemácias de todos os
vasos no seu trajeto de insonação.
O Doppler pulsado
LN = PRF / 2
Outro detalhe importante é que a amostragem não deve ser superior a 75% do calibre
do vaso estudado. Os indicadores de amostragem (sample) devem ser posicionados no
centro do vaso, evitando assim as baixas velocidades das hemácias próximas às
paredes, as quais tornam as faixas espectrais mais amplas, borrando (spectral
broadening) o gráfico de velocidades.
O Doppler colorido
A varredura Doppler colorida é usada simultaneamente com o modo B, sendo que este
último continua a ser apresentado em escala de cinzas. A varredura Doppler colorida é
selecionada através de uma janela e, ponto a ponto, a direção e a velocidade das
hemácias são plotadas em uma área em escala de cores, com proce ssamento semelhante
ao do Doppler pulsado. As hemácias que estão se aproximando do transdutor são
representadas em uma cor e as que estão se afastando em outra cor. Embora as cores
possam ser alteradas pelo observador, geralmente a cor vermelha é utilizada para
representar as artérias e a cor azul para as veias, tornando assim a interpretação
facilitada e mais elegante. Não obstante, um mesmo vaso pode apresentar cores
diferentes se o sentido do fluxo se modificar em relação ao transdutor, como, por
exemplo, em um vaso tortuoso. O mesmo ocorre no mapeamento, por exemplo, para
determinar a vascularização de um tumor, onde os sinais arteriais e venosos são
misturados, proporcionando uma ampla gama de cores. Os fluxos arteriais, de mais alta
velocidade, podem ser “filtrados” ao se utilizar um PRF mais elevado.
Da mesma maneira que o Doppler pulsado, a varredura colorida requer uma angulação
com os vasos estudados. Esta angulação pode ser provida por meios mecânicos (bolsa de
água em forma de cunha) ou eletronicamente (steering), onde os feixes de insonação
Doppler são emitidos com um ângulo de até 45° em relação aos feixes de modo B.
Por ser um Doppler pulsado, a varredura colorida também está sujeita ao fenômeno do
aliasing. Entretanto, aqui este fenômeno é desejável e até deve ser forçado pelo
examinador, porque permite o reconhecimento mais fácil dos pontos de velocidades mais
altas. Por exemplo, nas regiões estenosadas dos vasos, as velocidades são mais altas e
são prontamente detectadas pelo fenômeno do aliasing, onde a cor fica invertida. Desta
maneira, o Doppler pulsado é posicionado nestas regiões para diagnosticar o grau de
estenose, tornando o tempo de exame menor e mais acurado.
O Doppler Amplitude
F=V.A
A PRF (pulse repetition frequency) ou freqüência de repetição do pulso, delimita a
máxima velocidade (ou F - variação de freqüência Doppler) que o aparelho é capaz de
registrar. Obviamente, nos fluxos venosos, deve ser o mais baixo possível.
A PRF pode ser apresentada na tela em cm/s, m/s ou ainda em KHz/s. A PRF é
importantíssima para anular o efeito do aliasing no Doppler pulsado.
ÂNGULO DE INSONAÇÃO
ALIASING
Como já foi descrito anteriormente, às vezes é necessário congelar o modo B para evitar
o aliasing em fluxos de alta velocidade. Vários equipamentos apresentam este recurso,
geralmente denominados B Fresh, B Mode Stop ou B Mode Update. A finalidade deste
recurso é a de liberar o microprocessador para analisar apenas os sinais Doppler,
agilizando tanto o gráfico de velocidades como a varredura colorida. O B Fresh ou o B
Mode Update atualizam a imagem do modo B quando o B Mode Stop está acionado, ou
seja, congelando a imagem bidimensional para permitir um processamento mais rápido
do Doppler pulsado ou colorido.
INVERSÃO DO ESPECTRO
Quando o espectro Doppler está invertido deve ser acionado o comando invert (inversão
do espectro), para que a análise do gráfico fique facilitada, como já foi comentado no
item LINHA DE BASE.
Como já foi descrito, é difícil a determinação dos fluxos vasculares. Desta maneira,
usualmente são utilizados índices que, de certa maneira, independem da angulação do
feixe Doppler com o leito do vaso estudado até 60º. Os parâmetros mais utilizados são
1. O índice de resistência
(S /D)
(S - D / S)
3. O índice de pulsatilidade
(S - D / Vm)
O índice de resistência S/D tem a desvantagem de ser incalculável quando a diástole tem
valor zero e, por esta razão, pouco utilizado. O índice de resistência de Pourcelot tem a
vantagem de nunca ter um denominador zero, porém fica restrito a uma magnitude entre
zero e um, limitando a faixa de interpretação. O índice de pulsatilidade é constantemente
utilizado porque, além de nunca ser incalculável, apresenta uma ampla gama de valores,
ao invés do limitado índice de Pourcelot.
A maioria dos vasos periféricos apresentam um perfil de velocidades onde a sístole (que
representa a contratilidade cardíaca) é de curta duração e a diástole é de mais longa
duração (representando a resistência ou a complacência do leito vascular).
O aumento da resistência periférica tem pouca influência na fase sistólica, porém afeta
profundamente a fase diastólica. Um aumento discreto na resistência periférica provoca,
inicialmente, uma incisura entre a sístole e a diástole.
Uma maior resistência periférica reduz mais ainda a fase diastólica, que pode chegar à
linha de base (diástole zero), onde as hemácias ficam estacionadas na fase diastólica.
Uma grande resistência do leito vascular provoca uma diástole reversa, onde as
hemácias são impulsionadas na fase sistólica e retrocedem na fase diastólica.
O corpo lúteo gravídico desempenha uma função fundamental durante as primeiras semanas
do desenvolvimento embrionário. Até que a placenta não adquire a sua maturidade funcional, a
secreção lútea é a responsável pela manutenção da gestação, sendo o seu déficit funcional uma das
prováveis causas de aborto espontâneo. Pode-se avaliar o fluxo intra-ovariano pelo Doppler da
mesma maneira que durante o ciclo menstrual normal (7). A OVF intra-ovárica é obtida alocando-se
o cursor sobre o parênquima ovariano onde se localizou previamente o corpo lúteo gestacional.
Utilizando-se a via vaginal, a recuperação e formação do sonograma é fácil
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