CISCEANews

Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo - Ano 2022 | 7ª Edição

Construção da nova TWR de Recife 1

 Índice

4 Missão, Atuação e Estrutura

17 Programa DECEA-EUROCONTROL - Histórico e
contribuições para importantes setores do SISCEAB
Por Ten Cel Deoclides Fernandes Barbosa Vieira e
Regio Marcos de Abreu

5 Editorial
Por Brigadeiro Engenheiro Alexandre Arthur Massena
Javoski
21 CISCEA implementa SITC
em Aeroportos do País
Por Mario Roberto de Franco e Renato Queiroz Di Iulio

6 Implantação do Primeiro Concentrador de

Controle de Aproximação do Brasil
Por Capitão David de Azevedo Dantas
24
Desafios e oportunidades para a utilização da
Nova Lei de Licitações e Contratos na CISCEA
Por Maj Int Alberto de Almeida Gomes e Eng Ivantuil de
Andrade Franchini

8 O Radar de Forte Príncipe da Beira

27 Divisão de Logística

10 ATN-Br no CRCEA-SE - O desafio de suportar o

maior tráfego aéreo das Américas
Por Engenheiro Renato Fonseca
28 As Forças Armadas - Assessoria Ambiental
Por M. Sc. Biol. Alexandre Hiroyuki Kubota e M. Sc. Eng. Ftal.
Ricardo Jatobá Figueiredo

13 CISCEA implanta conceito

R-AFIS no CINDACTA IV
Por Eng Mario Roberto de FRANCO
32 Aconteceu na CISCEA
Por Tenente QOCON ADM Ana Carolina Verta da Silva Costa

15 Atualização do aplicativo FPL BR – EFB viabiliza

planejamento de voo e navegação
Por Eduardo Barbosa Erthal
44 Quem
faz acontecer
Caroline Duarte Garcez

16 Sistema WEBRADAR em fase de

implantação no DTCEATM-RJ
Por Martim Roberto Matschinske
46 Engenheiros da CISCEA viabilizam soluções
para gestão de dados da organização
Por Engenheiro de Telecomunicações João Guilherme
Nogueira de Medeiros

2
 Expediente
Presidente da CISCEA
Brigadeiro Engenheiro Alexandre Arthur Massena Javoski

Vice-Presidente da CISCEA
Coronel Aviador Marcelo da Costa Antunes

Coordenação
2º Tenente QOCON ADM Ana Carolina Verta da Silva Costa

Revisão
2º Tenente QOCON JOR Raphaela Valiñas Martorano
Daniel Marinho (ASCOM/DECEA) - RJ 25768/JP

Projeto Gráfico e Diagramação

Filipe Bastos (ASCOM/DECEA) - RJ 26888 JD

Fotografias
Fábio Ribeiro Maciel (ASCOM/DECEA) - RJ 33110 RF
Luiz Eduardo Perez (ASCOM/DECEA) - RJ 201930 RF

Contatos
Home page: www.ciscea.decea.mil.br
Intraer: www.ciscea.intraer
E-mail: secom@ciscea.gov.br
Endereço: Av. General Justo, 160 – Centro
CEP: 20021-130 – Rio de Janeiro/RJ
Telefone: (21) 2123-6571 / 2123-6400

Editado
Junho/2023

Capa:
Foto da construção da nova TWR de Recife

3
 CISCEA
Comissão de Implan
do Sistema de Contr

Missão
“Executar as atividades relacionadas com a implantação de projetos voltados para o desenvolvimento do Sistema
de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e de outros projetos de interesse do Comando da Aeronáutica
(COMAER) que lhe forem atribuídos, bem como a modernização de sistemas já implantados”.

Atuação
A Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) é uma Organização do Comando da
Aeronáutica, subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que foi criada com a missão de
desenvolver concepções, estudos, especificações, tecnologia e/ou equipamentos, aquisições, desapropriações,
construções, instalações elétricas e atividades decorrentes e correlatas, necessárias à implantação de um
determinado sistema no âmbito do SISCEAB.

Assim, a CISCEA mantém, há 41 anos, o SISCEAB em permanente estado de atualização, sempre atendendo à
crescente demanda do tráfego aéreo, nacional e internacional, e implantando as mais modernas tecnologias.
Toda e qualquer mudança no cenário do espaço aéreo brasileiro, uma vez decidida, é entregue a esta unidade
para ser executada.
Muitos não sabem, mas a instalação de um novo auxílio à navegação aérea, a substituição de um equipamen-
to antigo por um novo ou a realocação desses é um trabalho que se faz, muitas vezes, com um mínimo de três
anos de planejamento. Do momento da decisão até que o equipamento esteja funcionando operacionalmente,
o tempo consumido no processo envolve desapropriação de terrenos, elaboração de projetos, celebração dos
contratos, acompanhamentos de garantias, licitações para obras etc. - o que demanda um planejamento ágil, fle-
xível e eficaz, tudo com um cronograma muito preciso, de modo que, no tempo necessário, as operações estejam
funcionando a contento.
No DECEA, a CISCEA é entendida como uma organização com elevada capacidade de executar o seu plano de
trabalho anual, o que em termos de órgão governamental é incomum.

Estrutura
A CISCEA dispõe hoje de um quadro de pessoal extremamente qualificado. Uma estrutura seleta de recur-
sos humanos com cerca de 360 profissionais especializados, regularmente reciclados, entre engenheiros,
arquitetos, técnicos e profissionais de outras áreas.
Situada no complexo da sede do DECEA, ao lado do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, sua es-
trutura organizacional distribui-se por cinco divisões especializadas: logística, infraestrutura, operacional,
técnica e administrativa.

4
 Editorial
O trabalho desenvolvido pela Comissão de Implantação
do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), unidade
subordinada ao Departamento de Controle do Espaço
Aéreo (DECEA), é referência no que tange à implantação
de infraestrutura de controle de tráfego aéreo, com grande
prestígio nacional e internacional. Desde a sua criação, em 1980,
a CISCEA realizou a implantação dos Centros Integrados de
Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA); Centros
de Controle de Aproximação (APP); sistemas de tratamento e
visualização de dados, radares e sistemas de telecomunicações
aeronáuticas.
A exemplo de sua história, a Comissão segue inovando e
aperfeiçoando seus processos em todas as suas Divisões
(Administrativa, Infraestrutura, Logística, Operacional e
Técnica), possibilitando a conquista de empreendimentos que
representam verdadeiras quebras de paradigma para o Sistema
de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).
A capa desta edição da CISCEA News apresenta um dos mais
recentes projetos: a implantação do primeiro concentrador de
APP do Brasil, que atenderá Recife e outras Áreas de Controle
Terminal (TMA) distantes do espaço aéreo sob sua jurisdição, como Fortaleza, Maceió e Natal. Um grande
orgulho para esta Comissão fazer parte deste grande marco, através da sua Divisão de Infraestrutura.
Neste ano de 2022, a Força Aérea Brasileira (FAB) incorporou mais um radar para a defesa e controle do espaço
aéreo brasileiro. O radar de Forte Príncipe da Beira, implantado pela Divisão Técnica da CISCEA, cobre parte da
fronteira do estado de Rondônia, proporcionando ao Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do
Tráfego Aéreo (CINDACTA IV) a possibilidade de identificar e interceptar aeronaves não-colaborativas. Mais
uma vez, temos nossos militares e civis envolvidos em um grande projeto de apoio ao SISCEAB.
Já na área operacional, a CISCEA coordenou a contratação e o desenvolvimento do sistema WEBRADAR,
que possibilita a operação e o controle remoto de todos os radares meteorológicos do SISCEAB. O sistema,
gerenciado pelo Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica (CIMAER), deve elevar significativamente o
patamar das atividades operacionais de meteorologia, contribuindo para maior segurança e eficiência dos
voos.
Diante de tantas realizações, é fundamental exaltar a importância de todo o efetivo, que vem escrevendo essa
história de sucesso da CISCEA. Graças ao empenho incansável de cada militar e civil, seguimos cumprindo a nossa
missão de implantar projetos voltados para o desenvolvimento e a modernização do SISCEAB. Continuamos
olhando para o futuro, firmes na busca por novas tecnologias e nos aperfeiçoando constantemente para
lidarmos com os desafios do presente e do futuro, em prol da eficiência no gerenciamento da navegação
aérea.
Convido a todos a embarcarem nas páginas desta edição para conhecerem um pouco mais das realizações,
da capacidade e dos trabalhos desenvolvidos por essa Comissão no ano de 2022. Tenham uma boa leitura!

Brigadeiro Engenheiro Alexandre Arthur Massena Javoski

Presidente da CISCEA

5
 Implantação do Primeiro
Concentrador de Controle
de Aproximação do Brasil
Empreendimento será o primeiro Centro de
Controle de Aproximação (APP) que atenderá
Recife e outras Áreas de Controle Terminal (TMA)
fora do espaço aéreo sob sua jurisdição

Por Capitão David de Azevedo Dantas

As obras de infraestrutura com logística associada para a

construção das novas instalações do Destacamento de Con-
trole do Espaço Aéreo de Recife (DTCEA-RF) já desviam as
atenções de quem utiliza os serviços e trabalha nas atividades
aeroportuárias. A implantação do novo empreendimento do
Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) de-
monstra o nível de detalhamento de engenharia de infraestru-
tura e de integração das instalações que um sistema sensível
requer, tanto no atendimento às atividades de controle das
movimentações de aeronaves em solo, como no controle de
aproximação de aeroportos distintos da Região Nordeste.
Com o advento de novas tecnologias, não há mais neces-
sidade dos órgãos de controle de tráfego aéreo responsáveis
pela prestação do serviço de controle de aproximação no
Brasil estarem localizados no interior das respectivas Área de executando a fase de construção da complexa infraestrutu-
Controle Terminal (TMA). Sendo assim, o empreendimento ra. Trata-se de uma área total de 5.638,50m², estrutura mista,
será o primeiro Centro de Controle de Aproximação (APP) que pavimentações, redes de dutos para interligações elétricas e
atenderá Recife e outras TMA distantes do espaço aéreo sob eletrônicas aos auxílios à navegação, além de nova subestação
sua jurisdição, como Fortaleza, Maceió e Natal. KF com equipamentos elétricos, eletrônicos e mecânicos de
Para o cumprimento da missão, a Comissão de Implanta- grande porte, que irão assegurar a perenidade das atividades
ção do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) vem da Torre de Controle (TWR) e do APP.

6
 A edificação principal agrega a Torre de Controle, que per- Com o advento de novas
mite a instalação de recursos para a execução das tarefas
operacionais na área sob sua jurisdição. Denominado Edifício tecnologias, não há mais necessidade
Técnico-Operacional (ETO), o prédio apresenta também uma dos órgãos de controle de tráfego
sala APP integrada, dotada de infraestrutura civil adequada
aéreo responsáveis pela prestação do
para a instalação de recursos que viabilizarão a execução das
atividades Air Traffic Management (ATM) afetas à Circulação serviço de controle de aproximação
Aérea Geral (CAG) nos espaços aéreos sob a responsabilidade no Brasil estarem localizados no
dos APP Fortaleza, Maceió, Natal e Recife.
Apesar de ter início em 2020 durante o difícil período de
interior das respectivas Área de
pandemia, a CISCEA vem acompanhando todo o processo de Controle Terminal (TMA).
construção do empreendimento. A Divisão de Infraestrutura
(DI), desde então, se mantém presente no acompanhamento
e na fiscalização, assegurando a qualidade, a segurança e o
cumprimento das especificações e dos projetos.
A conclusão das obras está prevista para novembro de em 2016 instruiu o Departamento de Controle do Espaço Aé-
2023, quando serão instalados os mobiliários, hardwares e sof- reo (DECEA) a iniciar estudos envolvendo os Centros de Con-
twares que irão configurar um grande marco para o SISCEAB: trole de Aproximação localizados nas diversas regiões do Bra-
a centralização dos APP. Tal implantação está em consonância sil, para análise da viabilidade de se concentrar a implantação
consonância com o Comando da Aeronáutica (COMAER), que e a operação de mais de um APP em um mesmo espaço físico.

7
 O Radar de Forte Príncipe da Beira
O espaço aéreo sob responsabilidade do Brasil se esten-
de além de suas fronteiras. Ultrapassando a área sob seu
território e alcançando uma significativa parte do Oceano
Atlântico, perfaz um total de 22 milhões de km². A Força
Aérea Brasileira (FAB) executa atividades e tarefas com o
objetivo de defender, controlar e integrar toda essa exten-
são. Cabe ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo
(DECEA), órgão central do chamado Sistema de Controle
do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), a responsabilidade
de planejar e gerenciar as atividades relacionadas ao con-
trole do espaço aéreo, à proteção ao voo, ao serviço de busca
e salvamento e as telecomunicações do Comando da Aero-
náutica (COMAER). Para garantir a segurança no espaço aéreo
sob responsabilidade do Brasil, o tráfego aéreo é coordenado
diariamente por quatro grandes organizações operacionais,
os chamados Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle
de Tráfego Aéreo (CINDACTA), que são distribuídos estrate-
gicamente pelo país.
Os CINDACTA utilizam diversos equipamentos para cum-
prir a missão de defender, controlar e integrar o tráfego
aéreo, dentre eles estão os radares de vigilância e tráfego
aéreo. Esses equipamentos têm como principal objetivo
indicar a localização, altitude e velocidade das aeronaves
que cruzam os céus sob responsabilidade dos Centros de
Controle e Centros de Aproximação (APP), garantindo que
os controladores de voo tenham todas as informações ne-
cessárias para assegurar a fluidez e segurança do tráfego
aéreo, bem como identificar voos não autorizados.
8
Com o intuito de fechar o “cinturão de proteção” da
fronteira Oeste do Brasil, o DECEA definiu a necessidade
de implantação de um Sistema Radar próximo ao impo-
nente Forte Príncipe da Beira – a maior edificação militar
portuguesa fora do território europeu –, que outrora fora
construído para proteção de nossa fronteira terrestre e
que hoje dá nome à localidade. Esta iniciativa reforça o
trabalho incessante da FAB em aprimorar a sua capacidade
de controle e defesa do espaço aéreo brasileiro, visando à
manutenção da soberania nacional nessa importante área.
Para atender a esta necessidade, o DECEA designou a
Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Es-
paço Aéreo (CISCEA) para a implantação do Sistema Radar
na localidade de Forte Príncipe da Beira. Subordinada ao
DECEA, a CISCEA tem por missão a implantação, a subs-
tituição e a modernização dos sistemas de controle do
espaço aéreo brasileiro. Ano após ano, essa Organização
Militar tem sido a responsável pela concepção, construção,
instalação e fiscalização de toda a infraestrutura de apoio
ao SISCEAB.
Durante a implantação do Sistema Radar às margens do
Rio Guaporé, foi identificado um fator primordial para o
sucesso da instalação do equipamento: a parceria com o
Comando do Exército Brasileiro, que definiu o Pelotão de
Fronteira, situado no Forte Príncipe da Beira, como o local
que receberia o equipamento. Além da posição estratégi-
ca, o posicionamento dentro da área do Exército Brasileiro
garantia a segurança física do Sistema.
 Para a implantação do Ra- comunicação internacionalmente
dar, foi contratada a empresa adotados para comunicações de
OMNISYS Engenharia Ltda., in- dados radar.
tegrante da Base Industrial de Nesse projeto, foi adotado o
Defesa (BID) do Brasil. A em- conceito de “shelterização” dos
presa forneceu três outros rada- radares primário e secundário de
res idênticos ao equipamento vigilância de rota. Este conceito
instalado em Forte Príncipe da consiste em dispor os compo-
Beira, responsáveis pela prote- nentes do radar em shelters pa-
ção da Fronteira Oeste do Mato drão ISO, com vantagens como a
Grosso do Sul, que foram ins- redução do tempo de transporte
talados nas localidades de Co- do equipamento da fábrica até o
rumbá, Porto Murtinho e Ponta destino final, bem como do tem-
Porã.
po necessário para a implantação
A fabricação nacional dos siste-
do equipamento no sítio.
mas, realizada na sede da empre-
Por fim, a implantação do radar
sa, em São Bernardo do Campo
aumentou a capacidade de vigi-
(SP), permite rápido acesso a toda
lância aérea na Zona de Identifi-
a cadeia produtiva, agilizando
cação de Defesa Aérea (ZIDA), por
os procedimentos de assistência
meio da detecção de aeronaves
técnica por parte do fabricante.
cooperativas e não cooperativas.
Adicionalmente, está prevista a
absorção do conhecimento técnico pelo COMAER, visan- A implantação de mais um sensor
do à realização das atividades de manutenção preventiva com tecnologia no estado da arte faz parte do trabalho
e corretiva, minimizando os custos de logística, de forma a incessante da FAB em aprimorar a sua capacidade de con-
garantir um alto nível de disponibilidade dos equipamen- trole e defesa do espaço aéreo, visando à manutenção da
tos instalados. soberania nacional na fronteira Oeste do país.
O sistema radar instalado em Forte Príncipe da Beira se Com a instalação do radar de Forte Príncipe da Beira,
destina ao controle do espaço aéreo em rota, permitindo o Brasil passa a contar com uma vigilância aérea que co-
que o Controlador de Tráfego Aéreo visualize aeronaves brirá parte da fronteira do estado de Rondônia, propor-
dentro da área de cobertura do radar. Esse sistema está pre- cionando ao Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea
parado para operar 24 horas por dia, 365 dias por ano, estando e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA IV) a execução
conectado aos CINDACTA por meio de uma grande gama de de ações de interceptação de forma mais efetiva, evi-
meios de telecomunicações, utilizando os protocolos de tando tráfegos aéreos ilícitos.

9
 ATN-Br no CRCEA-SE
O desafio de suportar o maior
tráfego aéreo das Américas
Por Engenheiro Renato Fonseca

A crise pandêmica da COVID-19 afetou o setor aeroviário de forma

expressiva em 2020. Segundo dados da Agência Nacional de Aviação
Civil (ANAC), houve redução de cerca de 56% dos números de voo
de 2019, quando foram registrados mais de 119 milhões de passa-
geiros transportados. Mesmo diante desse cenário tão desfavorável,
o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) manteve sua
estrutura de navegação aérea operando dentro de elevados padrões
de segurança e eficiência, reforçando o compromisso de manter o
Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) adequado
às necessidades.
Por sua vez, e como componente fundamental na implantação e
renovação desse Sistema tão importante, a Comissão de Implanta-
ção do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) cumpriu e vem
cumprindo seu papel junto ao DECEA, para nutrir o SISCEAB com a
vanguarda da tecnologia.
Dentre outros programas em andamento, o trabalho contínuo da
CISCEA se reflete também na evolução do projeto ATN-Br – Brazilian
Aeronautical Telecommunications Network – em território nacional.
Após entrar em operação no Terceiro Centro Integrado de Defesa Aé-
rea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA III), em agosto de 2019,
e no CINDACTA II, em outubro de 2021, essa avançada solução de
comunicações agora volta seus olhos para o Centro Regional de Con-
trole do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE).
Identificado como Serviço Regional de Proteção ao Voo de São
Paulo (SRPV-SP) até abril de 2021, o recém-renomeado CRCEA-SE
pode ser considerado o Centro Regional mais importante
do SISCEAB em termos de volume de tráfego aéreo. Encarregado
de controlar as operações no eixo Rio-São Paulo, o CRCEA-SE é res-
ponsável por 30% de todo o tráfego aéreo nacional. É o setor mais
movimentado das Américas e o quinto mais voado do mundo. O
CRCEA-SE controla 40 mil voos por ano, com mais de 40 milhões de
passageiros, segundo dados do DECEA.
Com esse perfil tão desafiador, o projeto ATN-Br no CRCEA-SE
terá como meta prover recursos de telecomunicações eficientes e Estação VSAT do 1º GCC em operação durante testes de aceitação em ju-
nho de 2021. A partir de qualquer localização no território brasileiro, utili-
resilientes para atender ao crítico tráfego de dados dos serviços de zando o sistema VSAT, as estações transportáveis são capazes de ter acesso
comunicação do CRCEA-SE. Para tanto, e seguindo a mesma compo- aos serviços de comunicação do SISCEAB trafegados pela ATN-Br.

10
 de transmissão nas estações VSAT, saltando dos atuais 128 kbps (128
mil bits por segundo) por modem no sistema TELESAT para até 5
Mbps (5 milhões de bits por segundo) por modem em sítios remotos,
e até 10 Mbps (10 milhões de bits por segundo) em sítios centrais
(regionais).
Ainda comparando o TELESAT com o VSAT, também vale destacar
a significativa redução na quantidade de ativos indoor necessários ao
funcionamento do novo Sistema, que ocupa menos espaço físico.
Ainda sobre as funcionalidades que essa nova plataforma tem a
oferecer, a estação HUB no Destacamento de Controle do Espaço Aé-
reo e Telemática do Rio de Janeiro (DTCEATM-RJ) centraliza o controle
de toda a rede de comunicações do sistema VSAT. Por meio dos sof-
twares de gerenciamento lá disponíveis, é possível acessar remota-
mente os ativos em cada estação, proceder a eventuais reconfigura-
ções conforme demanda, monitorar os parâmetros de operação das
portadoras, estabelecer novos links de comunicação entre estações,
bem como retirar ou incluir estações no espectro de frequências em

Equipamentos indoor da estação VSAT do Regional CINDACTA II. Do lado

esquerdo, em bastidor único, equipamentos da nova solução Heights Ne-
tworking Platform, comportando o tráfego via satélite de todas as esta-
ções conectadas àquele Regional, e do lado direito parte dos equipamen-
tos do sistema TELESAT

sição técnica adotada para os Regionais CINDACTA II e CINDACTA III,

a ATN-Br irá contar, também, com a integração ao novo sistema VSAT
– Very Small Aperture Terminal – de comunicações via satélite, cuja
base tecnológica é a solução Heights Networking Platform, fornecida
pela empresa contratada COMTECH SYSTEMS, Inc.
As comunicações por satélite serão utilizadas como terceiro meio
de comunicação WAN – Wide Area Network – na estrutura de resili-
ência da ATN-Br, junto a outros dois meios WAN MPLS – Multiproto-
col Label Switching –, também previstos para o CRCEA-SE. Essa nova
plataforma VSAT proporcionará, dentre outras funcionalidades, o uso
mais eficiente do espectro de frequências disponível nos transpon-
ders alocados à Força Aérea Brasileira (FAB).
Atualmente, a FAB contrata os serviços de três transponders no
satélite C3 da empresa provedora StarOne para acomodar todo o trá-
fego do sistema legado TELESAT. Após a expansão da solução Heights
Networking Platform para todas as 115 estações VSAT espalhadas por
todo o Brasil, incluindo quatro do tipo transportável em uso pelo Pri-
meiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC), os novos padrões
de compressão e modulação permitirão que apenas um transponder
seja suficiente para proporcionar toda a comunicação. Bastidor da estação HUB no DTCEATM-RJ em operação durante testes de
Além desse eficiente aproveitamento no uso do espectro satelital, aceitação. A modularidade dos multirreceptores na estação HUB permite
a recepção simultânea do tráfego de 48 estações. A HUB também conta
pelo qual se pretende alcançar considerável economia nos custos com uma estação remota, instalada no mesmo bastidor de equipamentos,
operacionais do sistema, a nova solução Heights Networking Platform com a finalidade de facilitar atividades de troubleshooting e simulação de
trará outras vantagens técnicas. Um exemplo é o aumento das taxas cenários.

11
 operação, dentre outras atividades. O acesso de usuários a todos
esses recursos é moderado pela integração da nova plataforma aos
serviços de controle de acesso em servidor LDAP – Lightweight Di-
rectory Access Protocol – da ATN-Br, o que permite estabelecer níveis
hierárquicos de credenciamento, garantindo a segurança necessária.
Firmado em junho de 2021 entre a CISCEA e a empresa COMTECH
SYSTEMS, para levar ao CRCEA-SE a solução Heights Networking Pla-
tform por meio do sistema VSAT, o contrato contempla o fornecimen-
to de serviços e equipamentos para estações de comunicação saté-
lite em sete Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA):
São Paulo, São José dos Campos e Guaratinguetá (SP), Santa Cruz e
Galeão (RJ) e Três Marias (MG), além da Estação de Apoio ao Controle
do Espaço Aéreo de Mombaça (EACEA-RMO).
Seguindo a evolução de atividades deste contrato, em junho de
2022, foi realizado o evento FAT – Factory Acceptance Test. Requisitado
no escopo de fornecimento para avaliar, ainda em fábrica, as funcio-
nalidades dos equipamentos e sistemas adquiridos, buscando pre-
ver e mitigar eventuais problemas durante as etapas de implantação,
o evento teve resultados positivos e contou com a participação de
representantes da CISCEA, do Subdepartamento Técnico (SDTE) do
DECEA e da FREQUENTIS.
Após os testes em fábrica, a COMTECH entregou os equipamentos
no Brasil em setembro de 2022. Uma vez concluída a fase de desem-
baraço alfandegário, atividade coordenada pela equipe da Divisão de
Logística da CISCEA, todos os itens adquiridos serão entregues em
seus devidos locais de instalação. A programação é de que, até feve-
reiro de 2023, as estações VSAT dos sete sítios contemplados estejam
plenamente operantes.
Laboratório de testes nas dependências da COMTECH montado para o evento FAT. Além da simulação de cenários operacionais de comunicação de rede,
considerando requisitos técnicos previamente estabelecidos, o evento também propiciou a realização de testes livres.
12
Pensando nas iniciativas de manutenção deste novo sistema para
sua próspera continuidade, o contrato para o CRCEA-SE também for-
necerá capacitação ao corpo técnico da FAB, mediante treinamentos
focados nos equipamentos e sistemas de software da nova platafor-
ma. Ainda nesse sentido, o fornecimento conta com um conjunto de
itens sobressalentes que irá suprir eventuais demandas de substitui-
ção de ativos, considerando elementos indoor e outdoor nas esta-
ções contempladas.
Com todos esses recursos e funcionalidades tecnológicas, cabe
destacar que o sistema VSAT será o braço de comunicação WAN mais
pertencente ao SISCEAB, uma vez que os meios MPLS são fornecidos
pelas empresas provedoras e as estações VSAT são integralmente
operadas e mantidas pelas equipes técnicas da FAB. Este pressuposto
faz do VSAT elemento-chave para a continuidade das operações da
ATN-Br e, consequentemente, para os serviços de comunicação do
CRCEA-SE.
A CISCEA compreende a importância da expansão do projeto
ATN-Br para as unidades do SISCEAB. As tecnologias de comunica-
ção evoluem diariamente e o Sistema precisa estar preparado para
acompanhar estas novas perspectivas. Ao mesmo tempo em que se
encaixa perfeitamente como mecanismo na retomada de crescimen-
to do Brasil para superar a pandemia da COVID-19, o SISCEAB tem a
ATN-Br como engrenagem destinada a impulsioná-lo para o futuro
das comunicações.
Os caminhos do CINDACTA II e CINDACTA III já estão trilhados, e o
próximo passo será do CRCEA-SE. Os obstáculos são muitos, mas as
dificuldades impulsionam o mundo, e a CISCEA é movida a desafios.
 CISCEA implanta conceito
R-AFIS no CINDACTA IV
Por Eng Mario Roberto de FRANCO
A Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço
Aéreo (CISCEA) concluiu, no dia 15 de agosto de 2022, a implan-
tação das primeiras posições operacionais do novo conceito de
Serviço de Informação de Voo de Aeródromo Remoto (R-AFIS), no
Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego
Aéreo (CINDACTA IV).
O CINDACTA IV passa, agora, a operar remotamente o AFIS dos
aeródromos de Oiapoque (AP), Vilhena (RO), Tiriós (PA), São Ga-
briel da Cachoeira (AM), Tabatinga (AM) e Guajará-Mirim (RO).
A modalidade remota de prestação de serviço de informação
de voo de aeródromo é composta por um console e sistemas de-
senvolvidos especialmente para o cenário.
O console contempla:
- A mesa técnica, desenvolvida especificamente para o R-AFIS.
Constituída a partir do contrato com a empresa Ellan;
- O novo sistema COSMOS, que busca informações do Siste-
ma Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego
Aéreo e Relatório de Interesse Operacional (SAGITARIO) do
Centro de Controle de Área (ACC) Amazônico e apresenta
a posição das aeronaves em tempo real, representadas em
uma tela ultrawide de 34 polegadas. Constituído a partir do
contrato com a empresa Atech;
- O TATIC R-AFIS, que apresenta as strips eletrônicas de plano
de voo de cada localidade. Constituído a partir do contrato
com a empresa Saipher;
- Os dados das Estações Meteorológicas de Superfície (EMS)
de cada localidade. Constituído a partir do contrato com a
empresa Hobeco;
- A central de áudio, que possibilita as comunicações móveis
(operadores - aeronaves) e fixas (operadores - órgãos ATS).
Constituído a partir do contrato com a empresa SITT
- A visualização das imagens dos respectivos aeródromos por
meio de câmeras instaladas nos pátios de estacionamento
(implantada pelo CINDACTA IV).
O novo sistema permite aos operadores melhor atuação na
prestação do serviço de informação de voo aos aeronavegantes
que sobrevoam os aeródromos, com o mesmo nível de confiabi-
lidade dos serviços prestados pelas estações AFIS locais.
Desse modo, a operação remota do serviço de informações de
voo de aeródromo consolidada no CINDACTA IV, com a operação
do novo sistema de consciência situacional (COSMOS), além de
uma integração dos sistemas de comunicação VHF, de meteoro-
logia e do sistema de gerenciamento de strips eletrônicas (TATIC),
resulta em uma posição operacional limpa e de elevada eficiên-
cia, como pode ser visto nas imagens.
13
 Da esquerda para a direita: Daniele Bragança (CISCEA), Jones Brandão (SAIPHER), Bruna Dottling Batista (CISCEA), 3S Gabriela Barbosa Malagueta, Solange
Barreto(CISCEA) , SO Alexandre Gomes de Sá (CINDACTA IV) e Alexandre Coelho (CISCEA).

O modelo padronizado de R-AFIS implantado pela CISCEA via-

bilizará a uniformização de treinamentos operacionais e de ma-
nutenção, as atualizações dos sistemas envolvidos, bem como a
atuação remota na prestação do serviço de informação de voo,
eliminando a necessidade de deslocamento e permanência nas
localidades afastadas. Mais ações que se refletirão em mais qua-
lidade de vida para os profissionais, mais economia para a Admi-
nistração Pública.
Para a Analista Daniele Bragança, da Divisão Operacional da
CISCEA, responsável pela implantação do Projeto R-AFIS, esse
trabalho exigiu coordenações técnicas e gerenciais complexas,
já que envolveu cinco empresas diferentes: Ellan, Atech, Saipher,
Hobeco e SITTI: “Inseriu-se tecnologia de ponta em ambiente
operacional, sem interrupção ou redução de performance. Tudo
isso aliado às dificuldades e aos desafios impostos na coordena-
ção das diferentes empresas, cada uma com seu cronograma, o
que exigiu um grande esforço da equipe. Nos sentimos orgulho-
sos e com a sensação de dever cumprido”, declarou.
O R-AFIS está sendo implantado nos demais órgãos operacio-
nais regionais do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro
(SISCEAB). Em breve, os Serviços de Informação de Voo de Aeró-
dromo de Uruguaiana (RS) e Corumbá (MS), no CINDACTA II, Fer-
nando de Noronha (PE), no CINDACTA III, e Barbacena (MG), no
CINDACTA I, também passarão a ser executados remotamente.

Operação do R-AFIS no CINDACTA IV

14
 Atualização do aplicativo FPL BR – EFB viabiliza
planejamento de voo e navegação.
Por Eduardo Barbosa Erthal

Com o foco em facilitar a roti- o cronograma de desenvolvimento do

na do usuário do espaço aéreo projeto.
brasileiro, ao proporcionar a Selo de Modernização do Estado
consulta de informações aero- Os aplicativos FPL-BR e FPL BR-EFB re-
náuticas digitais, o Departamen- ceberam o Selo Prata de Modernização
to de Controle do Espaço Aéreo do Estado, concedido pelo Governo Fe-
(DECEA) lançou, no segundo deral. No total, oito iniciativas da Força
semestre de 2022, a versão atu- Aérea Brasileira (FAB) foram premia-
alizada do aplicativo FPL BR-EFB das, sendo cinco oriundas do DECEA.
– Eletronic Flight Bag. Desenvolvi- O objetivo do prêmio é incentivar as
do pela Comissão de Implantação instituições a participar da agenda
do Sistema de Controle do Espaço nacional para modernização dos pro-
Aéreo (CISCEA), em parceria com a jetos, produtos, serviços e processos
Atech – Negócios em Tecnologias executados no âmbito da Adminis-
S/A do Grupo Embraer, o aplicativo, tração Federal.
que permite gerir e planejar voos
em tempo real, consolida um marco
na atividade.
O novo FPL BR-EFB é dotado de
funcionalidades de georreferencia-
mento de cartas de rotas, bem como
de informações aeronáuticas, plo-
tagem de rota, anotações em cartas
aeronáuticas, compartilhamento das
cartas, mensagens SIGMET e cartas
SIGWX. O aplicativo também pode ser
integrado ao FPL-BR (Plano de Voo) para
submissão de planos de voo a partir do
planejamento previamente realizado.
Para prover melhor atendimento às dúvidas quanto ao uso dos
novos recursos, o DECEA disponibilizou, em seu portal do Serviço
de Atendimento ao Cidadão (SAC), um espaço destinado ao envio
de sugestões para a evolução da ferramenta. Elas serão analisadas e, Figura acima: Georreferenciamento das informações no FPL BR/EFB
caso aprovadas, implementadas nas versões futuras, de acordo com Figura abaixo: Certificado do Selo de Prata de modernização do Estado

15
 Sistema WEBRADAR em fase de
implantação no DTCEATM-RJ
Por Martim Roberto Matschinske

O Sistema WEBRADAR é uma solução web contratada pela Força
Aérea Brasileira (FAB) para possibilitar a operação e o controle remoto
de todos os radares meteorológicos do Sistema de Controle do Es-
paço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), substituindo as estações de trabalho
específicas, até então requeridas para a operação dos dezesseis rada-
res em operação. Com o objetivo de atender à operação centralizada
e ao controle dos radares meteorológicos pelo Centro Integrado de
Meteorologia Aeronáutica (CIMAER), o sistema deve elevar significa-
tivamente o patamar das atividades operacionais de meteorologia,
contribuindo para maior segurança e eficiência dos voos.
Os avanços tecnológicos, especialmente na área da tecnologia da
informação, permitem reduzir a utilização de sistemas (softwares) em
ambiente desktop (estações de
trabalho), passando a ser utilizados sistemas web nos quais o
operador faz uso virtualmente de qualquer sistema operacional e
plataforma. Além disso, os sistemas disponíveis via web, como o
WEBRADAR, têm grande portabilidade, versatilidade e menor im-
pacto ao operador em caso de manutenção ou evolução.
Tal modelo operacional possibilita, além do acesso centralizado
aos dados gerados pela Rede de Radares Meteorológicos, a consulta
integrada às diversas fontes de dados, a exemplo do Banco de Dados
de Informações Operacionais de Meteorologia (Banco OPMET): Tem-
po Severo Convectivo, Síntese de Tráfego Aéreo
e demais sistemas e produtos afins. O objetivo é
dar suporte operacional ao CIMAER na coorde-
nação do Serviço de Meteorologia Aeronáutica
no âmbito do SISCEAB, com vistas à segurança e
eficiência do tráfego aéreo.
entregas (builds) possibilitou agilizar a realização de diversos even-
tos de recebimento em campo, criando também a possibilidade do
CIMAER utilizar o sistema à medida que os módulos eram entregues.
Isso proporcionou maior interação entre CISCEA, IACIT e os usuários
finais do sistema, o que contribui bastante para o desenvolvimento e
a implantação do WEBRADAR com qualidade.
Segunda Fase
A segunda fase, em andamento, consiste na implantação do har-
dware no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo e Telemática
do Rio de Janeiro (DTCEATM-RJ). Ele foi especificado em conformida-
de com a solução proposta, possibilitando a ampliação do escopo de
funcionalidades, maior disponibilidade da aplicação para o usuário,
além de garantir a segurança dos dados meteorológicos e dos dados
dos usuários.
Adicionalmente, com a integração do Sistema WEBRADAR à Rede
de Telecomunicações Aeronáuticas do Sistema de Controle do Es-
paço Aéreo Brasileiro (ATN-Br), o hardware passará a receber o dado
bruto dos radares, volumétrico (3D), propiciando o uso pleno da in-
formação, em vez de imagens em dois planos, até então utilizadas.

Projeto em duas fases

O projeto foi composto por duas fases prin-

cipais, sendo a primeira marcada pelo desen-
volvimento do software. Com a implantação de
um servidor de homologação na sala técnica do
CIMAER, fornecido pela empresa IACIT, foi pos-
sível iniciar o desenvolvimento do software por
módulos. No total, foram gerados cinco módulos
com funcionalidades específicas, seguindo as
customizações propostas pela equipe operacio-
nal do CIMAER. Acompanhamento da instalação do hardware (CISCEA -Maj Talita e Eng. Paulo Cezar, DTCEATM-
O modelo de concepção por módulos e em -RJ – Sgt Quarteroli, SGT André Luiz e Tec Marcos Vinícius , da IACIT Eng. Ronaldo)

16
Programa
DECEA-EUROCONTROL
Histórico e contribuições para
importantes setores do SISCEAB
Por Ten Cel Deoclides Fernandes Barbosa Vieira e REGIO MARCOS DE ABREU
No Brasil, cabe ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo
(DECEA) a implementação de soluções que atendam à crescente de-
manda, tanto do tráfego aéreo nacional como internacional, e que
sigam os mais rigorosos padrões de Segurança Operacional.
Para tal, no Plano de Implementação de Gerenciamento de Tráfego
Aéreo (ATM) Nacional (DCA 351-3) orienta-se a integração das tecno-
logias para o desenvolvimento de soluções e aplicação de procedi-
mentos que permitam a evolução dos serviços de navegação aérea
em todo o espaço aéreo sob responsabilidade brasileira.
Alinhado com essas diretrizes, o marco do início de um trabalho
promissor foi a assinatura de dois importantes acordos de coopera-
ção entre o DECEA e a Organização Europeia para a Segurança da
Navegação Aérea (EUROCONTROL): a “Gestão de Recursos Humanos
ATCO, filosofias e ferramentas” e o acordo de “Cooperação Mútua no
Campo da Navegação Aérea”.
Para se atingir os objetivos propostos nessa parceria, é necessário
o envolvimento de profissionais de diferentes áreas de atuação, de
todos os setores relacionados ao Gerenciamento de Tráfego Aéreo
(ATM), do DECEA e das empresas e organizações do setor aéreo na-
cional e internacional, destacando-se a Comissão de Implantação do
Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), no que tange ao de-
senvolvimento e à implantação de sistemas concebidos em conjunto
com essa organização.
Relação DECEA – EUROCONTROL
Importante Provedor de Serviços de Navegação Aérea (ANSP) e re-
presentante sul-americano, o DECEA mantém, há cerca de dez anos,
estreita relação com a EUROCONTROL.
Alavancado pelos acordos mencionados acima, o Departamento
passou a dispor de produtos, serviços e transferência de conheci-
mentos de uma organização responsável por um dos espaços aéreos
mais densos no mundo. Nesse contexto, essa relação envolve áreas
de alta complexidade, entre outros:
Total ATM - Gestão de Recursos Humanos ATCO (Controlador de
Tráfego Aéreo)
Engenharia de sistemas relacionados – PCICEA (Plataforma de
Compartilhamento de Informações Correntes do Espaço Aéreo
Segurança Operacional (Safety)
Fatores Humanos
Estudos da Capacidade
Meio Ambiente
Meteorologia
A-CDM (Airport Collaborative Decision Making)
Gerenciamento de Informação Aeronáutica (AIM), entre outros.
Nessas áreas envolvidas, o DECEA conta com projetos que se en-
contram sob a gestão da CISCEA, tanto para suporte técnico quanto
para o desenvolvimento de sistemas em apoio ao Sistema de Contro-
le do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).
Entre eles está o Projeto Total ATM – TEMPS (Long Term ManPower
Planning System), cujo objetivo é aprimorar a integração entre o
planejamento operacional e a distribuição tática e estratégica dos
recursos humanos (controladores e supervisores). Essa metodologia
aplicada ao gerenciamento do espaço aéreo, inteiramente relaciona-
da à alta produtividade na prestação dos serviços de tráfego aéreo,
17
 considera não só as capacidades, mas também as limitações dos se-
res humanos no desempenho de atividades que requerem alta per-
formance.
Desse modo, espera-se a elevação dos níveis de segurança opera-
cional no ATM. Para isso o Projeto Total ATM conta com a importan-
te assessoria do Centro de Conhecimento de Maastricht (Maastricht
Knowledge Centre – MAKC), da EUROCONTROL, para a construção
de um sistema integrado entre o Subdepartamento de Operações
do DECEA, os Centros de Controle de Área Regionais, os Controles
de Aproximação (APP) e as Torres de Controle, o que possibilitará o
aumento da eficiência na gestão de RH dos controladores de tráfego
aéreo do DECEA, com foco nas necessidades operacionais. O prin-
cipal objetivo é desenvolver uma política e ferramentas de planeja-
mento de mão de obra (ATCO) dos níveis estratégicos ao tático, para
atender aos sistemas ATM atual e futuro.
Outro projeto que envolve os serviços de engenharia de sistemas
ATM é a Plataforma de Compartilhamento de Informações Correntes
do Espaço Aéreo (PCICEA), uma iniciativa apoiada técnica e operacio-
nalmente pelo Centro de Operações de Gerência de Rede (Network
Manager Operations Centre – NMOC) da EUROCONTROL. A PCICEA
possui a finalidade de viabilizar o intercâmbio de informações de
navegação aérea, bem como a de identificar e de implementar meto-
dologias para a medição da performance relacionadas ao fluxo ope-
racional de nível tático, de acordo com a Organização da Aviação Civil
Internacional (OACI).
A PCICEA também disponibiliza informações/dados de navegação
aérea, o que é realizado, em conjunto, pelo Centro de Gerenciamen-
to da Navegação Aérea (CGNA) e o NMOC. Cabe ressaltar que esses
tipos de dados também são utilizados pelos sistemas do SISCEAB.
Assim, a PCICEA se destaca como o principal meio de provisão de in-
formações para o Sistema Aeroporto – Tomada Colaborativa de De-
cisões (Airport Collaborative Decision Making – A-CDM), desenvolvido
com o intenso apoio conceitual da EUROCONTROL.
O projeto A-CDM foi elaborado integralmente no Brasil e entrou
em operação no aeroporto internacional de Guarulhos – SP, em no-
vembro de 2020. Em síntese, o A-CDM representa uma sensível mu-
dança de cultura sobre os conceitos tradicionais da operação aérea
de “turn-round” no aeroporto, ocasião em que são envolvidas a DNB
(Torre de Controle, Dependência da NAV Brasil), a GRU Airport e as
empresas aéreas. Ou seja, esse modelo provê informações importan-
Processo de “Turn-round” A-CDM
18
tes de capacidade aeroportuária, bem como o sequenciamento de
decolagens e previsibilidade para os órgãos decisórios de controle e
gerenciamento do SISCEAB, que fazem parte da gestão do Gerencia-
mento de Fluxo de Tráfego Aéreo e de Capacidade (ATFCM).
Percebe-se que o A-CDM é muito mais do que um conjunto de sis-
temas funcionando de forma integrada, é um conceito, um modelo
de trabalho que propicia o aumento da eficiência nas operações do
aeroporto, gerando benefícios a todos os stakeholders. Por isso, im-
plica não apenas uma mudança de rotinas, mas uma alteração de
mindset (configuração da mente) por toda a cadeia de tomada de
decisões.
Os benefícios surgem desde as primeiras interações. Observou-se,
por exemplo, entre 2019 e 2022, uma redução no tempo total de táxi
da ordem de 272 horas (16.303 minutos). Foi possível constatar que
o A-CDM gerou uma economia diretamente ligada ao tempo de táxi,
entre agosto de 2021 a agosto de 2022, da ordem de R$ 8.477.000,00.
Além desses benefícios alcançados, o A-CDM possui uma impor-
tante interface com o Sistema de Informações Aeronáuticas de Ge-
renciamento de Informações Aeronáuticas (AIM-BR). E passaremos a
tratar de uma de suas contribuições por meio do Sistema CRONOS
– NOTAM e das suas evoluções previstas no Programa DECEA-EURO-
CONTROL.
Outra área muito importante, nesse contexto, é a de intercâmbio
de informações aeronáuticas com o continente europeu, realizado
pelo Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), por meio da Divisão
de Serviços de Banco de Dados AIS Europeu (European AIS Database
– EAD) da EUROCONTROL. O EAD é o maior sistema AIS do mundo
e sua última geração está totalmente integrada, sendo usada inter-
nacionalmente por provedores de serviços de navegação aérea de
54 países.
Desse modo, o DECEA conta com o serviço International NOTAM
Operations (INO) Data User (usuário), disponibilizado pela EURO-
CONTROL e implementado no ICA. Em breve a CISCEA realizará a
migração desses serviços Data User para o modelo Data Provider
(Provedor de Dados), uma vez que esses serviços de interface com a
EAD já foram aprovados nos testes de fábrica, em 3 de junho de 2022.
O serviço INO – Data Provider (Provedor de Dados) é um projeto
que se encontra em fase de integração entre os sistemas CRONOS
do AIM-BR e o EAD da EUROCONTROL. Essa interface tem a finalida-
de de difundir, estruturada por essa parceria, os NOTAM internacio-
nais gerados pelo ICA para todos os membros
participantes dos serviços do EAD. Além disso,
tem como objetivo prover e receber essas infor-
mações mediante integração automática entre
servidores dessas entidades (AIM-BR CRONOS e
EAD/EUROCONTROL) sob o protocolo AIXM 5.1.
Esses serviços do EAD encontram-se certificados
pelo controle de qualidade da Agência Europeia
para a Segurança da Aviação (EASA).
As iniciativas estão embasadas no conceito SWIM
– System-Wide Information Management), que con-
siste em padrões, infraestrutura e governança que
permitem o gerenciamento de informações relacio-
nadas ao ATM e trocas de dados entre suas partes
qualificadas por meio de serviços interoperáveis. Ou
seja, os requisitos dos sistemas aqui apresentados,
O equilibrista, símbolo do conceito SMIF
sob a gestão do Programa DECEA-EUROCONTROL,
encontram-se norteados por esses conceitos de
protocolos estabelecidos para cada área, também
conforme as orientações contidas na DCA 351-5,
SWIM no ATM Nacional.
Destaca-se que parte fundamental para que
Por isso, a área de Fatores Humanos teve abordagem especial du-
toda essa engrenagem tecnológica ATM funcio-
rante a fase de levantamento de requisitos para o Sistema Total ATM,
ne, sob as condições estabelecidas pela Segurança Operacional,
do Programa DECEA-EUROCONTROL. Foi apresentado, aos analis-
é o Fator Humano. Nesse contexto, destacamos a grande con-
tas da Assessoria de Segurança Operacional no Controle do Espaço
tribuição que este Programa vem promovendo para o contínuo
Aéreo (ASEGCEA), o importante modelo operacional SMIF – Safety
aperfeiçoamento do HMI (Interface Humano Máquina) para o de-
Management Implementation Functions – Gestão da Segurança Ope-
senvolvimento do Total ATM.
racional para a Implementação de Funções –, desenvolvido pelo
Centro de Controle de Área Superior (Maastricht Upper Area Control
Centre – MUAC). Em resumo, o objetivo do SMIF não é somente miti-
gar os principais riscos à segurança, mas também garantir o aperfei-
çoamento e a manutenção de aspectos que possuem o potencial de
interferir no desempenho operacional.
Se analisarmos o modelo teórico de Fatores Humanos, Human
Factors Pie, da EUROCONTROL, veremos que esses aspectos dizem
respeito à interação dos seres humanos com os outros elementos
do Sistema, incluindo a Interface Humano Máquina dos diversos
sistemas automatizados. Sendo assim, destacam-se as característi-
cas do ambiente de trabalho; a organização e a gestão de pessoal; o
estabelecimento de procedimentos, funções e responsabilidades do
pessoal operacional; o desenvolvimento e treinamento contínuos; a
comunicação e o trabalho em equipes, sendo uma das prioridades o
desempenho humano no sistema ATC.
Na verdade, o conceito SMIF lembra as apresentações de equilibris-
tas que colocam os pratos girando sobre as hastes fixas no chão. Ao
colocarem mais pratos a girar têm que retornar aos demais para que
continuem girando e não se espatifem no chão. Assim, este concei-
to estabelece que os indicadores com excelentes resultados devem
continuar a evoluir mesmo que os antigos precisem de melhorias ou
ocorra a implementação de outros indicadores de novos sistemas ou
de novas funcionalidades.
No campo da automação, o conceito de Fatores Humanos trata de
questões que auxiliam o desenvolvimento de novos sistemas com
Interface HMI ênfase nos usuários, sob uma abordagem antropocêntrica, priorizan-

19
 do uma HMI que busque apoiá-los nas
tarefas de controle, poupando tempo e
Projetos EUROCONTROL DECEA
esforço mental dos controladores e per- NMOC/PCICEA 8 anos 2 anos
mitindo que o ser humano realize suas A-CDM 9 anos 3 anos
tarefas prioritárias. Ou seja, controlar as Perfomance Report 6 anos 3 anos
aeronaves de acordo com as regras vi- TimeZone/ Método de Planeja-
gentes. 6 anos 2 anos
mento Operacional
Atualmente, a automação é intrínseca SOT (Sector Opening Table) -- 2 anos
à atividade de gerenciamento de tráfego, Fonte: Documentação EUROCONTROL
em tarefas como: assumir a posição ope-
racional, resolver resolução de conflitos,
coordenação de tráfego, monitoramento
visual, manutenção da consciência situa-
cional, gerenciamento da carga de trabalho mental etc. No âmbito
Próximos produtos/serviços
do gerenciamento da segurança operacional, as tecnologias, junta-
 Desenvolvimento do Sistema Total ATM-BR (em fase de contrata-
mente com as normas e os treinamentos, são consideradas impor-
ção).
tante barreira de defesa de segurança operacional e cumprem papel
Implementação do Setor de Pós-operações Total ATM-BR, in-
fundamental no gerenciamento do erro humano. Elas possuem o po-
tegrando o Centro de Controle de Área - Curitiba (ACC-CW) com o
tencial de otimizar a percepção de estímulos visuais críticos e contam
Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA).
com funcionalidades capazes de apoiar os usuários na identificação
Implementação das filosofias e boas práticas do Total ATM-BR
de conflitos. Além disso, também viabilizam ferramentas capazes de
no Terceiro Centro de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo
capturar o erro humano e permitir que ações corretivas sejam toma-
(CINDACTA III), pelo efetivo do Segundo Centro de Defesa Aérea e
das antes mesmo de qualquer consequência no ATC.
Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), orientado pela EUROCON-
Outra área beneficiada foi a de Performance ATM, por meio do
TROL.
projeto de Benchmarking (estudo comparativo) entre o DECEA
INO DATA PROVIDER – Integração do Serviço de Aviso aos Aero-
e a EUROCONTROL. As organizações têm trabalhado juntas para
navegantes (NOTAM) do AIM-BR entre o ICA e a EUROCONTROL EAD
produzir relatórios de desempenho operacional dos sistemas de
(EUROPEAN AIS DATABASE).
navegação aérea brasileiro e europeu. O objetivo é desenvolver um
Implementação da Fase 3 da PCICEA, com dados oriundos da
entendimento comum sobre as métricas e definições acordadas para
EUROCONTROL, enviados para o CGNA e demais aeroportos nacio-
comparar, entender e melhorar o desempenho dos serviços relacio- nais.
nados à navegação aérea brasileira. SWIM – Suporte para o desenvolvimento e integração do SWIM
Com base na disponibilidade de dados associados, o projeto utili- BR com as plataformas da EUROCONTROL e agências nacionais e in-
za um subconjunto dos principais indicadores de desempenho (KPI) ternacionais.
coordenados pela ICAO, no âmbito do Plano Global de Navegação Performance Benchmarking atualizado entre o DECEA e a
Aérea (GANP). O desejo é que se desenvolvam processos de forma EUROCONTROL.
a permitir a coleta de dados de todos os KPI automaticamente, até
mesmo para viabilizar comparações posteriores, utilizando-se outros
indicadores.
A iniciativa possui interface com o Projeto Total ATM, tendo em
vista a importância da coleta de dados para viabilizar a previsão de
demanda de tráfego aéreo de modo confiável, a correlação dos ob-
jetivos estratégicos com os realizados e a efetivação do ciclo PDCA
– Plan-Do-Check-Act. As interações com o setor de performance da
EUROCONTROL permitiram a geração de competências que viabili-
zaram a criação do site Performance do SISCEAB, com o objetivo de
disponibilizar o acesso aos indicadores que possibilitarão à socieda-
de, em especial a Comunidade Aeronáutica, acompanhar o desem-
penho das áreas que compõem o SISCEAB.
Nessa troca de experiências, o Brasil se beneficiou com a absorção
de conhecimentos de última geração, transmitidos por uma organi-
zação europeia com mais de 60 anos de existência, centro de exper-
tise ATM mundial. Isso permite ao SISCEAB reduzir o tempo de tran-
sição, custos, riscos e os impactos naturais das mudanças, conforme
Slide da apresentação da PRU apresentando os benefícios
exposto na tabela a seguir: de se medir performance

20
 Worklog 2021 - Participação presencial

CISCEA implementa SITC

em Aeroportos do País

Por Mario Roberto de Franco e Renato Queiroz Di Iulio

Dando continuidade ao programa de implantação do

Sistema Integrado de Torre de Controle (SITC), a Comis-
são de Implantação do Sistema de Controle do Espaço
Aéreo (CISCEA) realizou, no período de 13 a 17 de junho
de 2022, uma série de reuniões relacionadas à imple-
mentação do projeto na Torre de Controle de Anápolis.
Os trabalhos foram realizados nas instalações físicas da
empresa ACAMS, em Oslo, Noruega, e abordaram, entre
outros assuntos, dois importantes conceitos: CDR (Criti-
cal Design Review) e o FAT (Factory Acceptance Test).
Também está implantando o SITC na TWR de Guaru-
lhos, do maior aeroporto do Brasil, estando entre os ae-
roportos com maior movimento, de extrema relevância
para a aviação nacional.

CDR (Critical Design Review) e FAT

(Factory Acceptance Test) da TWR de Anápolis
A reunião de CDR visa a validar as funcionalidades
do SITC, sua arquitetura, a Interface Humano-Máquina
(IHM), os módulos do sistema, a plataforma de hardware,
layout de telas e os equipamentos fornecidos. Já os Tes-
tes de Aceitação em Fábrica (FAT) verificam as funciona-
lidades do SIT e seus equipamentos , simulando a TWR
de Anápolis.
Participantes do evento da esquerda para direita: Sr. Kim Ronny (ACAMS),
Sr. Renato Di Iulio (CISCEA), TCel Deoclides (DO - CISCEA), Sr. Leiv Kreiberg
(ACAMS), Sr. Odd Thodesen (ACAMS), Sr. Mario Franco (CISCEA), Sr. Rafael
Rodrigues (ATC Systems/ACAMS), Cap Osvaldo (CISCEA) e Sr. Felipe
Carvalho (ATC Systems/ACAMS)

21
 As atividades foram realizadas pelas equipes da CISCEA, ACAMS
e ATC SYSTEM, as fotos abaixo apresentam os ambientes nos quais
foram executados os testes em fábrica - FAT.
Ambiente de testes na ACAMS
Rack dos equipamentos do SITC
Esses eventos fazem parte do Contrato 006/CISCEA/2021, cele-
brado pela CISCEA, por demanda do Departamento de Controle
do Espaço Aéreo (DECEA), junto à empresa ACAMS AS,. Além do
aeródromo de Anápolis, o objeto tem por objetivo a implementa-
ção do SITC para a modernização dos aeródromos de Bacacheri-
-PR e Recife-PE.
22
A iniciativa também prevê a revitalização e a atualização dos
Sistemas Integrados de Torres de Controle dos Aeródromos de
Brasília-DF, Ponta Pelada-AM e Salvador-BA, incluindo os serviços
especializados para as torres de controle, e o fornecimento de Trei-
namento Técnico/Operacional do SITC do Aeródromo de Congo-
nhas-SP.
A ACAMS AS é uma empresa norueguesa, com sede em Oslo, e é
representada no Brasil pela ATC SYSTEMS. Conta com uma equipe
técnica treinada na fábrica e é responsável pela instalação, treina-
mento, manutenção e assistência técnica dos SITC,implantados
no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). Os
sistemas são fornecidos, implantados, comissionados e atingem
plena operacionalidade, estritamente dentro do cronograma esta-
belecido pela CISCEA. Ademais, todas as etapas da execução, dos
levantamentos em campo à operação assistida, são executadas em
parceria com os controladores de voo , objetivando atender as ne-
cessidades operacionais estabelecidas.
A implantação do Sistema Integrado de Torre de Controle – SITC
na TWR de Anápolis está prevista para ser finalizada e já entrar em
operação em dezembro de 2022.
O SITC integra os auxílios de rádio, visuais, luminosos e mete-
orológicos instalados nos aeródromos, disponibilizando as infor-
mações destes recursos nos monitores dos controladores, que
passam por treinamento operacional desse novo sistema. O STIC
possui também integração com importantes sistemas do SISCE-
AB, como o Sistema TATIC (Controle Total da Informação de Tráfego
Aéreo) e o SAGITARIO (Sistema Avançado de Gerenciamento de In-
formações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional).
O principal objetivo é permitir que os controladores de voo os
operem sem a necessidade de deixarem seus postos de trabalho,
proporcionando condições ideais para o desempenho de suas
atividades, com a consequente redução da carga de trabalho, au-
mentando a segurança operacional enquanto se reduz o tempo de
resposta às operações de controle de voo.
Cabe ressaltar que a Base de Anápolis é sede do Primeiro Grupo
de Defesa Aérea (1º GDA), operando as aeronaves F-39E Gripen,
recentemente adiquiridas.
O Gripen é reconhecido por seu baixo custo de operação, sua
eficiência, bem como sua elevada disponibilidade e capacidade
tecnológica avançada. O caça é utilizado por diferentes forças aé-
reas em todo o mundo como vetor responsável pela soberania e
proteção dessas nações. Dispondo de importantes recursos em-
barcados, o Gripen viabilizará um salto qualitativo e tecnológico
para a Força Aérea Brasileira. ,
Sistema Integrado de Torre de Controle em Guarulhos
A Torre de Controle do Aeroporto de Guarulhos (TWR-GRU) con-
tará também com o Sistema Integrado de Torre de Controle (SITC),
cujo término da implantação está previsto para dezembro de 2022.
Isso porque a CISCEA celebrou, em dezembro de 2019, a as-
sinatura de um contrato com a ACAMS, prevendo a implantação
do SITC nos aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP), Santos
Dumont (RJ), bem como sua atualização em Congonhas (SP).
 A conclusão da implantação do SITC na TWR
de Guarulhos está prevista para dezembro de
2022. Dada sua operação ininterrupta, o con-
trole de tráfego da torre original do aeroporto
será transferido para um torre provisória da NAV
Brasil, ao longo do processo de modernização.
A Torre de Controle do Aeroporto de de Gua-
rulhos é de extrema relevância para o país O Re-
latório de Performance ATM do SISCEAB – 2021,
desenvolvido pela Seção de Performance ATM,
do Subdepartamento de Operações (SDOP) do
DECEA, destaca o Aeroporto Internacional de
Guarulhos como o mais movimentado do país,
ocupando o primeiro lugar no ranking.
Alinhado a isso, o documento destaca entre as
rotas que mais cresceram na comparação entre
2021 e 2020 (em 3º e 4º lugares respectivamen-
te): Guarulhos-Recife (52,2%) e Recife-Guaru-
lhos (47,9%). Dados revelam o aeroporto como
a “porta” da região Sudeste para o Nordeste. O
aeroporto de Guarulhos é o principal destaque
do ranking, com 12 participações no Top 20 das
rotas mais voadas. Ranking de movimento dos aeroportos de 2021

23
 Desafios e oportunidades para a
utilização da Nova Lei de Licitações e
Contratos na CISCEA
Por Maj Int Alberto de Almeida Gomes e Eng DACTA 1301 Ivantuil de Andrade Franchini
“A mudança é a lei da vida. Aqueles que olham apenas para
o passado ou para o presente serão esquecidos no futuro”.
Com esta frase John F. Kennedy ilustra de forma clara e precisa a
realidade da vida e, por que não dizer, da atualidade da Adminis-
tração Pública. No momento em que a mudança é na legislação
de compras públicas, Lei nº 8.666/1993, em vigor há 30 anos, to-
dos os gestores se deparam com desafios e oportunidades.
A Lei nº 14.133/21, denominada Nova Lei de Licitações e Con-
tratos, entrou em vigor no dia 1º de abril de 2021. Embora o le-
gislador tenha estabelecido um período de dois anos de convi-
vência da nova legislação com as atuais normas em vigor – a Lei
nº 8.666/1993, a Lei nº 10.520/2002 (que institui a modalidade de
licitação denominada Pregão) e a Lei nº 12.462/2001 (que institui
o Regime Diferenciado de Contratações Públicas) –, a quase tota-
lidade das normas de regulamentação ainda não foram publica-
das, inviabilizando, assim, a utilização plena do novo regramento,
dada a presença de dispositivos com eficácia limitada, pendente
de regulamentação.
Até o momento, no Comando da Aeronáutica, a nova legisla-
ção tem sido aplicada apenas para contratações/aquisições re-
gidas pela modalidade “dispensa de licitação”, de acordo com a
Instrução Normativa SEGES/ME nº 67, de 8 de julho de 2021.
A Nova Lei de Licitações e Contratos trouxe inovações que im-
pactam a Administração em todas as esferas e impõe diversos
desafios para a Administração Pública. Neste artigo, serão ana-
lisados três aspectos em especial, os quais são apresentados a
24
seguir: governança, capacitação de recursos humanos e planeja-
mento – pilares da nova Lei de Licitações e Contratos.
Governança e Integridade (Compliance)
A governança é um desafio e uma oportunidade. Os principais
fundamentos da Nova Lei de Licitações e Contratos impõem a
responsabilização da alta gestão da Administração pelo planeja-
mento e pela integridade das contratações, conforme parágrafo
único do artigo 11, verbis:
A alta administração do órgão ou entidade é responsável pela
governança das contratações e deve implementar processos e
estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos, para
avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios e os res-
pectivos contratos, com o intuito de alcançar os objetivos estabe-
lecidos no caput deste artigo, promover um ambiente íntegro e
confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao planeja-
mento estratégico e às leis orçamentárias e promover eficiência,
efetividade e eficácia em suas contratações.
A governança impõe o dever, e não uma faculdade, para a alta
gestão. É ela que deverá implementar processos e estruturas com
o objetivo de garantir a integridade das contratações públicas.
Editada em 20de julho de 2021, a Portaria SEGES/ME nº
8.678/2021 regulamentou a governança nas contratações públi-
cas no âmbito Federal, leitura obrigatória para a implantação da
Nova Lei de Licitações e Contratos por parte da alta administra-
ção da Organização.
 Da análise detalhada da nova Lei, a CISCEA identificou a opor-
tunidade de implantação de uma nova cultura organizacional no
âmbito da Organização. Segundo Gabrielle Armbrust (2022) , au-
tora do livro Cultura Organizacional: o que é, importância, tipos
e exemplos, “cultura organizacional é um conjunto de elementos
(crenças, valores e normas) que influenciam o clima de uma em-
presa. Essa cultura empresarial é importante para as organiza-
ções por guiar e alinhar os comportamentos dos funcionários no
trabalho”.
Com base no exposto, a CISCEA tem desenvolvido diversas fer-
ramentas com a finalidade de atender às novas demandas. Des-
taque para a identificação dos principais indicadores de desem-
penho e a confecção de Análise SWOT, de modo a elaborar um
planejamento de gestão estratégica para otimizar e desenvolver
a atuação da Organização.
Capacitação dos Recursos Humanos
O artigo 7º, inciso II, da Lei nº 14.133/2021 impõe a qualificação
técnica dos agentes públicos como imprescindível para dificultar
que erros ou fraudes possam ocorrer durante o andamento do
certame ou na execução do objeto contratado.
Entretanto, mister destacar que o procedimento de contra-
tação, no âmbito da Força Aérea Brasileira, é, desde 2017, des-
centralizado, estando as atividades necessárias à contratação
divididas entre as organizações solicitantes (UG Apoiadas) e as
organizações executoras (UG Apoiadoras).
Nesse cenário, compete à CISCEA a execução das etapas de
Planejamento da Contratação e, posteriormente, a fiscalização
da execução das contratações. Assim, em decorrência da exten-
são e da complexidade da Lei nº 14.133/2021, a organização vem,
durante o período de transição previsto para a plena utilização na
nova legislação, investindo na qualificação de seu efetivo.
A capacitação é uma oportunidade de aprimoramento do de-
senvolvimento profissional dos recursos humanos da organiza-
ção para o desempenho das funções advindas da nova Lei. Vale
destacar que a capacitação não pressupõe investimentos vulto-
sos, porém os resultados são grandes. Nesse caminho, o efetivo
da Seção de Gerenciamento de Obtenções (AGO) participou do
curso “Licitando de A a Z: o que você precisa saber sobre a Nova
Lei de Licitações e Contratos”, treinamento remoto e gratuito,
disponibilizado pela Escola Nacional de Administração Pública
(ENAP), no período de 18 a 22 de outubro 2021.
Pouco depois, o Instituto Licitar ministrou o curso “Nova Lei de
Licitações – O mega desafio trazido pela nova Lei de Licitações
e Contratos”, no período de 22 de novembro a 1º de dezembro
de 2021, treinamento que contou com a participação de diversos
colaboradores da CISCEA.
Mais recentemente, a participação de sete representantes da
CISCEA na 3ª edição do Congresso Brasileiro de Compras Públi-
cas, realizado pelo Instituto Negócios Públicos, entre os dias 8
e 11 de agosto de 2022, coroou os esforços da Organização em
manter-se atualizada com as novas regulamentações e a experi-
ência de outros órgãos públicos na utilização da nova Lei.
Por fim, destaca-se a previsão da publicação de normas com-
plementares atreladas à nova Lei, o que demandará, naturalmen-
te, qualificação contínua.
Planejamento como regra e cultura da Administração
O planejamento é um princípio expresso no artigo 5º da Lei nº
14.133/2021.
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade,
25
 da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, Em consequência, a CISCEA, cumprindo as orientações cons-
da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da tantes do decreto supracitado e das orientações da DIREF, proce-
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do deu à inclusão de todas as suas demandas planejadas para 2023
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da no Sistema de Planejamento e Gerenciamento de Contratações
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da eco- no prazo estabelecido.
nomicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim Além disso, a confecção do Estudo Técnico Preliminar, do Ter-
como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro mo de Referência/Projeto Básico e a Compatibilidade Orçamen-
de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). (grifo tária já são práticas rotineiras e incorporadas há bastante tempo
nosso) no Sistema Integrado de Logística de Materiais e Serviços (SI-
Além disso, o artigo 11 trata da necessidade de que as con- LOMS), assim como o envio dos processos para análise jurídica
tratações sejam compatíveis com o Plano Anual de Contratações da legalidade pelos órgãos competentes.
Públicas, que, por sua vez, deverá estar de acordo com o planeja- Finalmente, considerando a complexidade dos projetos sob
mento estratégico do órgão e com a sua Lei Orçamentária Anual. sua responsabilidade, a CISCEA sempre primou pela busca da
Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos: identificação tanto das oportunidades quanto das formas para
I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de evitar ou mitigar perdas, situação que culminou com a publica-
contratação mais vantajoso para a Administração Pública, inclu- ção de Norma Padrão de Ação específica para tratar dos princi-
sive no que se refere ao ciclo de vida do objeto; pais riscos envolvidos nos processos de contratação.
II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem
como a justa competição; Considerações finais
III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços mani- Estabelecidas essas diretrizes e pontuadas as principais inova-
festamente inexequíveis e superfaturamento na execução dos ções que a Lei nº 14.133/2021 trouxe quanto à governança, à ca-
contratos; pacitação e ao planejamento das contratações públicas, caberá
IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sus- observar o desenvolvimento prático da aplicação dos temas no
tentável. dia a dia da CISCEA.
Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade Somente com essa experimentação será possível obter dados
é responsável pela governança das contratações e deve im- concretos que permitirão uma conclusão mais assertiva quanto
plementar processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos e à capacidade das modificações em incrementar a eficiência e a
controles internos, para avaliar, direcionar e monitorar os proces- efetividade contratual.
sos licitatórios e os respectivos contratos, com o intuito de alcan- O que se espera, como consequência, é que essas discussões
çar os objetivos estabelecidos no caput deste artigo, promover sejam contínuas e permitam que o texto legal seja assimilado na
um ambiente íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das mesma intensidade, trazendo impactos positivos para o cumpri-
contratações ao planejamento estratégico e às leis orçamen- mento da missão institucional da CISCEA.
tárias e promover eficiência, efetividade e eficácia em suas con- Encarar os desafios como oportunidades de crescimento é
tratações. (grifo nosso) uma necessidade. Segundo Peter Drucker: “Se você quer algo
novo, você precisa parar de fazer algo velho.”
A partir da análise da Lei nº
14.133/2021, observamos que o
planejamento caminha por seis eta-
pas:
− O Plano Anual de Contratações
(Art. 12, VII);
− O Estudo Técnico Preliminar
(Art. 18, I);
− O Termo de Referência, Ante-
projeto ou Projeto Básico (Art. 18, II);
− A Compatibilidade Orçamentá-
ria (Art. 18, III);
− Análise de Risco (Art. 18, X);
− Aprovação Jurídica (Art. 53).
O Decreto nº 10.947/2022 regula-
mentou o inciso VII do caput do ar-
tigo 12 da Lei nº 14.133 para dispor
sobre o plano de contratações anual
e instituiu o Sistema de Planejamen-
to e Gerenciamento de Contrata-
ções no âmbito da Administração
Direta, autárquica e fundacional.

26
Divisão de
Logística

Por

A Divisão de Logística (DL) da Comissão de Implantação do Siste-

ma de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) tem a missão de coorde-
nar o transporte logístico dos equipamentos e sistemas que serão
implantados pela CISCEA, bem como gerir as atividades de Treina-
mento, Operação Assistida, Garantia Técnica, Documentação Técnica
e Integração com o Centro de Gerenciamento Técnico (CGTEC).
Em conjunto com a Seção de Suporte à Implantação, a Divisão atua
na logística pré-implantação realizando o desembaraço alfandegário
dos equipamentos importados e supervisionando o transporte des-
ses materiais para os locais de instalação. Na logística pós-implanta-
ção, por intermédio da Seção de Integração Logística, a Divisão in-
terage com as empresas contratadas para que os equipamentos se
mantenham operacionais durante o período de garantia técnica.

Suporte à Implantação
No último ano, a DL realizou o desembaraço alfandegário de cente-
nas de itens destinados à evolução do Sistema de Controle do Espaço
Aéreo Brasileiro (SISCEAB), como o recebimento dos componentes
do Sistema Radar MSSR da empresa Indra, no porto de Santos (SP). Reunião entre as equipes da CISCEA, do CGTEC
e Engenharia do PAME-RJ
Integração Logística
Desde 2019, a DL realiza reuniões com as organizações do SISCEAB
para dar mais agilidade no reparo de equipamentos em garantia por
meio do Sistema de Garantia Técnica (SISGAT) , que está integrado ao
Módulo de Controle de Inoperâncias (MCI) do Sistema Integrado de
Logística de Material e de Serviços (SILOMS). Desta forma, as ocorrên-
cias são registradas pelo Destacamento ou Regional responsável e as
empresas tomam ciência dos problemas e iniciam as medidas corre-
tivas para restabelecer os equipamentos no menor tempo possível.
Em 2021, a Divisão participou do Workshop de Logística do SIS-
CEAB em conjunto com o Parque de Material de Eletrônica da Ae-
ronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ) e Regionais, com o propósito
de nivelar o conhecimento dos processos logísticos praticados pelo
Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) durante o Ciclo
de Vida dos equipamentos e sistemas.
Ao longo do primeiro trimestre de 2022, o PAME-RJ recebeu os
Analistas Logísticos em um ciclo de visitas com o intuito de aprimorar
o entendimento dos procedimentos logísticos praticados pelas Ofici-
nas Técnicas e pelo CGTEC.

27
 Por M.Sc. Biol. Alexandre Hiroyuki Kubota
M.Sc. Eng. Ftal. Ricardo Jatobá Figueiredo
Assessoria Ambiental
Por M. Sc. Biol. Alexandre Hiroyuki Kubota e M. Sc. Eng. Ftal. Ricardo Jatobá Figueiredo
Controle Ambiental nas Organizações Militares
As Forças Armadas, constituídas pela Aeronáutica, pelo Exército e
pela Marinha, são instituições permanentes no Brasil. Conforme a Lei
Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, Organizações Militares
(OM) que tenham a função institucional para o “preparo e o emprego”
das Forças Armadas estão isentas de licenciamento ambiental.
Caso um determinado empreendimento militar seja passível de
licenciamento ambiental, a competência seria do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA), de acordo
com o artigo 7º da Lei Complementar nº 140/2011. Artigo futuro
abordará com mais detalhes o que é o licenciamento ambiental e sua
aplicação em OM.
A Portaria Normativa nº 15-MD, de 23 de fevereiro de 2016, do Mi-
nistério da Defesa, estabelece as diretrizes para a declaração do cará-
ter militar de atividades e empreendimentos destinados ao preparo e
emprego das Forças Armadas, e cabe ao comandante da Aeronáutica
declarar o caráter militar das atividades e empreendimentos, incluí-
dos os seus imóveis já existentes, destinados ao preparo e emprego
no âmbito do Comando da Aeronáutica (COMAER).
O tema que trataremos neste artigo é a necessidade de compre-
ensão de que independentemente de uma OM estar isenta ou não
de licenciamento ambiental, ela sempre estará sujeita ao controle
ambiental em suas atividades cotidianas. Ou seja, sempre haverá a
necessidade de identificação dos aspectos e impactos ambientais
associados às características e atividades desenvolvidas pela OM. Tal
afirmação é ratificada pela Instrução do Comando da Aeronáutica
28
As Forças Armadas
(ICA) 83-1: “Vale ressaltar que a dispensa do licenciamento ambien-
tal não afasta a obrigatoriedade da adoção de medidas de controle
e proteção ambiental, assim como a mitigação e a recuperação de
áreas degradadas e/ou contaminadas, conforme as leis e normas am-
bientais vigentes. ” Também é citada no artigo 5º da Portaria Norma-
tiva nº 15-MD: “O caráter militar dos empreendimentos e atividades
destinados ao preparo e emprego das Forças Armadas não exclui,
mitiga ou afasta a adoção de mecanismos de proteção apropriados,
por parte desta Pasta e dos Comandos da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, para a manutenção do patrimônio histórico, cultural e
ambiental que forem aplicáveis em cada caso, observados os prejuí-
zos para a capacidade operacional das Forças.”
A identificação de impactos é importante para possibilitar a cria-
ção de planos e ações com a intenção de mitigar os impactos iden-
tificados, promovendo a inserção de critérios de sustentabilidade no
cotidiano da OM.
De forma exemplificativa, citamos a definição do Exército Brasilei-
ro que denomina OM como uma organização que possui designação
Oficial, Quadro de Organização (QO), ou Quadro de Lotação de Pes-
soal Militar (QLPM) e Quadro de Distribuição de Efetivos (QDE) pró-
prios. Na relação das Organizações Militares do Exército estão incluí-
das as seguintes informações: nome, sigla, logradouro, bairro, cidade,
UF e CEP (https://dados.gov.br/dataset/organizacao-militar).
As OM desempenham papéis diversificados para atender aos
objetivos demandados pela Força Militar à qual pertencem. Desta
maneira, existe uma pluralidade de características e uma heteroge-
neidade entre as atividades desenvolvidas.
 Política Nacional do Meio Ambiente.
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), promulgada no
Brasil por meio da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, estabeleceu
diversos objetivos ambientais relacionados ao meio ambiente. Além
da manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio am-
biente como um patrimônio público a ser assegurado e protegido,
tendo em vista o uso coletivo, a lei estabelece também a necessidade
do controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente
poluidoras.
Afinal, o que seria poluição?
Na Lei no 6.938/81, poluição é definida como a degradação da
qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indireta-
mente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões am-
bientais estabelecidos.
Então, o que poderíamos entender como poluidor?
Seria o poluidor, qualquer pessoa física ou jurídica, de direito públi-
co ou privado, responsável, direta ou indiretamente pelo desenvolvi-
mento de atividades que possam ocasionar degradação ambiental.
Causar poluição pode ser considerado crime?
Sim, a Lei no 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, estabeleceu que é
crime causar poluição:
Art. 54 - Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que
resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que pro-
voquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da
flora: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Importante destacar que no Brasil, antes da Lei Federal de Crimes
Ambientais (1998), a tipificação de delito por atos relacionados à po-
luição encontrava-se mais dispersa na legislação. Conforme nosso
ordenamento jurídico, “não haverá crime sem lei anterior que o defi-
na, nem pena sem prévia cominação legal” (princípio da legalidade e
princípio da anterioridade disposto na Constituição Federal de 1988).
Impacto Ambiental
Segundo o Artigo 1º da Resolução n.º 01/86 do Conselho Nacio-
nal do Meio Ambiente (CONAMA), Impacto Ambiental é: qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do meio am-
biente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante
das atividades humanas que afetem diretamente ou indiretamente:
• A saúde, a segurança e o bem-estar da população;
• As atividades sociais e econômicas;
• A biota;
• As condições estéticas e sanitárias ambientais;
• A qualidade dos recursos ambientais.
O Controle Ambiental.
Diante do exposto, entende-se a importância da existência do con-
trole ambiental mesmo nos casos em que a OM seja isenta de licen-
ciamento ambiental, haja vista que qualquer atividade está sujeita a
causar poluição ou impactos ambientais associados. Para o pleno en-
tendimento das causas e dos efeitos, bem como a aplicação de possí-
veis soluções, é necessário que um profissional habilitado conheça as
particularidades das atividades da OM.
De modo a facilitar a leitura e compreensão do artigo, alguns
exemplos de controle ambiental serão listados e detalhados: lança-
mento de efluentes líquidos sanitários, resíduos sólidos, emissões
atmosféricas e licitações sustentáveis.
Estação de Tratamento de Esgotos.
Padrões de lançamento, de forma geral, estão relacionados ao
processo de licenciamento ambiental e de fiscalização de empreen-
dimentos, principalmente indústrias.
Em âmbito federal, a Resolução CONAMA nº 430/2011 dispõe so-
bre as condições e padrões de lançamento de efluentes sanitários e
industriais, determinando parâmetros técnicos de liberação líquida
no meio ambiente. Parâmetros como a Demanda Bioquímica de Oxi-
gênio (DBO), Demanda Química de Oxigênio (DQO), Sólidos Suspen-
sos Totais (SST), Nitrogênio Total (N) e Amoniacal (NH3), Fósforo Total
(P) e Coliformes Tolerantes (C Term) são os principais indicadores de
poluição dos recursos hídricos.
Estados brasileiros como o Rio de Janeiro possuem legislação pró-
pria de padrão de lançamento de efluentes líquidos. A Norma Técnica
202 R10, de 4 de dezembro de 1986, estabelece parâmetros seme-
lhantes aos relacionados na norma federal (Resolução CONAMA nº
430/2011) em termos de critérios de padrão de lançamento. Há tam-
bém a Diretriz (DZ) 942, aprovada pela Deliberação CECA nº 1.995, de
10 de outubro de 1990, que estabelece o Programa de Autocontrole
de Efluentes Líquidos – Procon Água. Nos procedimentos de licen-
ciamento ambiental, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) pode
estabelecer controles em relação aos efluentes sanitários e industriais
cujas análises e reporte são de responsabilidade do empreendedor.
Uma OM pode estabelecer alguns critérios técnicos da DZ 942, de
forma a facilitar o controle ambiental e, assim, ter parâmetros estabe-
lecidos e passíveis de serem atingidos.
Resíduos Sólidos
A Lei no 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sóli-
dos, estabelecendo princípios, objetivos e instrumentos, assim como
diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resídu-
os sólidos.
i Destacamos:
• O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) – identi-
fica quais são os resíduos passíveis de geração de uma determinada
atividade e como deve ser a sua gestão, baseado nos princípios da
não geração (quando tecnicamente possível), reuso e reciclagem.
Identifica de forma clara também se há resíduos perigosos e que ne-
29
 cessitem de uma gestão mais cuidadosa. O PGRS deve possuir res-
ponsável técnico, metas e ser revisado anualmente ou sempre que
essa necessidade técnica for identificada. No item metas, podem
ser estabelecidos valores (kg/toneladas anuais) de um determinado
resíduo e essa metragem pode ser um indicador de gestão. Reuso,
reciclagem e não geração devem ser aspectos indicados no PGRS.
• Logística reversa – instrumento de desenvolvimento econômico
e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sóli-
dos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em
outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente
adequada. Resíduos como (i) agrotóxicos (embalagens), (ii) pilhas
e baterias, (iii) pneus, (iv) óleos lubrificantes, seus resíduos e emba-
lagens, (v) lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e
Ilustração da Escala de Ringelmann no padrão Companhia Ambiental do
de luz mista e (vi) produtos eletroeletrônicos e seus componentes Estado de São Paulo – CETESB. Fonte: CETESB.
devem ser destinados aos fabricantes. Não entraremos em maiores
detalhes, pois o assunto seria objeto de um artigo dedicado, mas
segue-se o que já estava estabelecido na legislação (i, iii e iv) e nos
acordos setoriais (ii, v e vi).
• No ano de 2020, foi promulgada a Portaria no 280 em 29 de ju-
nho e instituiu o Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) emitido
pelo Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos
Sólidos - SINIR. O sistema visa basicamente garantir a rastreabilidade
dos resíduos gerados nas organizações, transportados e destinados
a locais regulares ambientalmente junto ao órgão ambiental com-
petente. Destaca-se que alguns estados já têm sistemas próprios de
MTR como: Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande
do Sul e São Paulo.
Para os resíduos de serviços de saúde tem-se a Resolução Conama
no 358/2005, mas a legislação adotada atualmente é a Resolução de
Figura 2 – https://cetesb.sp.gov.br/blog/2019/07/18/cetesb-realiza-acoes-
Diretoria Colegiada no 222/2018 da Agência Nacional de Vigilância -educativas-no-terminal-de-cargas-fernao-dias. Acesso em: 23/02/2021.
Sanitária. Atenção nesse item pois operadores de serviço de saúde
também precisam do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Servi- No estado do Rio de Janeiro o Programa de Autocontrole de Fuma-
ço de Saúde, devendo ser elaborado e executado pela OM ou exigido ça Preta, estabelecido pela Resolução CONEMA no 70/2016, verifica a
do prestador de serviços. combustão dos veículos automotores. Destaca-se que, à exemplo da
Emissões Atmosféricas DZ 942 (PROCON – ÁGUA), o programa é um autocontrole do empre-
Fontes fixas ou móveis devem ser objeto de monitoração ambiental. endedor. Mesmo que uma OM seja isenta de licenciamento ambien-
Quando falamos de fontes fixas, estamos falando de chaminés, tal, pode-se adotar o Procon Fumaça Preta, com auxílio de empresas
fornos e outros equipamentos que utilizam óleo combustível na rea- especializadas.
lização de atividades da OM. Com relação às fontes móveis, conside- Licitações Sustentáveis
ramos os veículos pesados como ônibus e caminhões, que também O Guia Nacional de Compras Sustentáveis (AGU, 2020) define li-
utilizam óleo diesel combustível e mesmo a queima de resíduos de citação como o procedimento administrativo formal utilizado no
varrição pode ser considerada uma fonte móvel. âmbito da Administração Pública que visa escolher, entre os diversos
Assim, no monitoramento periódico de equipamentos e veículos, interessados, aquele que apresentar a proposta mais vantajosa para a
pode-se utilizar sistemas simples como a Escala de Ringelmann ou celebração de determinado contrato (fornecimento, serviços, obras),
o Opacímero. A OM deve verificar a legislação ambiental do estado de acordo com critérios objetivos de julgamento previamente esta-
onde está localizada, visto que alguns estados brasileiros possuem belecidos em edital.
legislação própria sobre o assunto. Não havendo, pode-se seguir a Licitação sustentável, por sua vez, é a licitação que integra con-
Portaria MINTER no 100/80 e a Portaria Ibama no 85/1996. siderações socioambientais em todas as suas fases, com o objetivo

30
de reduzir impactos negativos sobre o
meio ambiente e, via de consequência,
aos direitos humanos.
Sob essa perspectiva, as licitações
sustentáveis (ou compras sustentáveis
ou licitações verdes) são aquelas em
que se inserem critérios e/ou aspectos
ambientais nas especificações conti-
das nos editais de licitação, para a aqui-
sição de produtos, para a contratação
de serviços, execução de obras, de for-
ma a minimizar os impactos ambien-
tais adversos gerados por essas ações.
Em licitações com esse viés, leva-se em
conta a sustentabilidade dos produtos
e processos a ela relativos.
Assim, a licitação com requisitos de
sustentabilidade pode ser um impor-
tante instrumento em que, a partir da
Administração Pública, são exigidos
requisitos de sustentabilidade socio-
ambiental das empresas que preten-
dem contratar com o Poder Público,
conforme a legislação aplicável às compras e licitações sustentáveis
no Brasil, conforme o Portal A3P do MMA (mma.gov.br).
Em suma , a legislação aplicável às licitações sustentáveis podem
ser acessadas no site do Ministério do Meio Ambiente (MMA), que
instituiu a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) que tra-
ta da compreensão de que o Governo Federal possui um papel estra-
tégico na revisão dos padrões de produção e consumo e na adoção
de novos referenciais em busca da sustentabilidade socioambiental,
incentivando a adoção de tecnologias mais eficientes, que poupem
matéria-prima e incentivem a reutilização de insumos.
Ressalta-se que nos casos em que a execução de um determinado
serviço necessite da obtenção de uma autorização ambiental prévia
do órgão ambiental competente, ou que o exercício de tal atividade
seja necessário ao contratado, tais requisitos deixam de ter caráter
opcional, conforme a Lei nº 8.666/93, que será substituída pela Lei nº
14.133/2021, após dois anos de transição.
Os critérios de sustentabilidade a serem estabelecidos nos projetos
básicos, projetos executivos e termos de referência tornam todos os
setores da instituição responsáveis por especificá-los, além de exigir
do agente tomador de decisão, na elaboração, uma análise acurada
de todos os aspectos que envolvem a contratação, tais como motiva-
ção da aquisição, características do produto ou serviço, impactos da
utilização e descarte responsável (Contratações Sustentáveis, 2014).
O Tribunal de Contas da União esclarece que: a inclusão do Aspecto
Ambiental não deve ser realizada como condição de habilitação do
certame, mas, sim, na correta e motivada especificação do objeto; a
inclusão da variável ambiental quan-
do da definição das características do
bem a ser adquirido, descrevendo-a
como qualidade do produto que a ad-
ministração deseja comprar; o critério
de julgamento permanecerá o mesmo,
qual seja, menor preço.
Todavia, a escolha da proposta mais
vantajosa se dará entre aqueles bens
e serviços oferecidos pelos licitantes
que satisfazem o interesse da admi-
nistração cuja definição e justificativa
constavam previamente no edital do
certame. Assim, desde que as decisões
sejam devidamente motivadas com a
definição adequada pertinente, não
haverá óbice quanto à legalidade das
licitações verdes. A inclusão da variável
ambiental nos instrumentos convoca-
tórios deve ser realizada de forma que
os critérios sustentáveis sejam objetiva-
mente definidos.
Torres (2012) , em seu artigo Licita-
ções sustentáveis: sua importância e
seu amparo constitucional e legal, argumenta que é frequente a ale-
gação de que os produtos ambientalmente mais sustentáveis seriam
mais caros do que os ‘tradicionais’, o que dificultaria ou impediria a
contratação, além de estarem em jogo outros valores, não apenas o
preço. É fundamental que se considere, na avaliação econômica a ser
feita a respeito da aquisição desse tipo de produto, não só o preço de
compra, mas os custos envolvidos em todo o ciclo de vida do produ-
to. O autor conclui que o aumento na demanda por esse tipo de pro-
duto tende a gerar maior volume de produção, estímulo à inovação
tecnológica, de tal forma que a escala de produção e comercialização
desses produtos aumentem, propiciando uma redução no preço de
venda.
Desenvolvimento sustentável e adequado
Os órgãos governamentais são grandes consumidores de recursos
naturais, de bens e serviços nas suas atividades. A revisão de seus pa-
drões de produção, de contratação e de consumo, através da adoção
de sistemas de Controle Ambiental, são uma fonte de indução de no-
vos critérios e práticas ambientais. As instituições públicas, portanto,
devem ser referências nas medidas que tenham em vista a redução
de impactos socioambientais negativos, no consumo consciente
com racionalização de recurso financeiro, na diminuição da geração
de resíduos e na melhoria das condições de trabalho.
Concluímos que os mecanismos de Controle Ambiental citados
nesse artigo podem ser aplicados aos outros controles existentes que
se façam necessários pela OM, de forma que a organização possa ca-
minhar na busca por um desenvolvimento sustentável e adequado.
31
 Aconteceu na CISCEA
Por Tenente Ana Carolina Verta da Silva Costa
Comitiva do DECEA
Realiza Visita de Inspeção na CISCEA
A Comissão de Implantação do Sistema
de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) re-
cebeu, no dia 15 de fevereiro de 2022, a
comitiva do Departamento de Controle
do Espaço Aéreo (DECEA) para a visita
anual de inspeção da unidade.
Abrindo os trabalhos, o Vice-Diretor
do DECEA, Major-Brigadeiro do Ar Már-
cio Bruno Bonotto destacou a satisfação
de estar nesta Organização Militar reco-
nhecida pela sua competência. “Nosso
objetivo aqui é conhecer a estrutura,
compreender os óbices, conferir o an-
damento dos projetos aqui desenvolvi-
dos e analisar como poderemos auxiliar
na solução das questões que se apre-
sentem. Quando acaba uma inspeção,
32
temos mais ações para nós mesmos do
que para as próprias unidades”, explicou.
Durante a visita, a CISCEA apresentou
os projetos em andamento, dentre os
quais destacam-se o concentrador dos
Centros de Controle de Aproximação do
Nordeste (APP Nordeste) e Centro-Oeste
(APP Centro-Oeste); a implantação do
Conceito BIM (Building Information Mo-
delling) nos projetos em desenvolvimen-
to, como a Torre de Controle de Bacache-
ri; a realização de obras físicas, reformas
e instalação e manutenção de auxílios à
navegação aérea; a modernização dos
sistemas operacionais – SIGMA, SAGITARIO,
TATIC, DACOM, R-AFIS, WEBRADAR, OP-
MET, AIM-BR e A-CDM; dentre outros.
Participaram da inspeção o Diretor-
-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do
Ar João Tadeu Fiorentini; o Vice-Diretor,
Major-Brigadeiro do Ar Márcio Bruno
Bonotto; os Chefes dos Subdepartamen-
tos de Administração (SDAD), Brigadei-
ro do Ar José Augusto Peçanha Camilo;
de Operações (SDOP), Brigadeiro do Ar
Eduardo Miguel Soares; e Técnico (SDTE),
Coronel Engenheiro Alessander de An-
drade Santoro; o Presidente da CISCEA,
Major-Brigadeiro do Ar Sergio Barros de
Oliveira; o Vice-Presidente, Coronel Avia-
dor Raul Carlos Camara Borges; além dos
militares e civis da comitiva de inspeto-
res do DECEA.
 Acesse o conteúdo completo em www.ciscea.decea.mil.br

Mulheres do efetivo da CISCEA são homenageadas

O Presidente da CISCEA, Major-Brigadeiro do Ar Sergio Barros de
Oliveira, acompanhado pelo Vice-Presidente, Coronel Aviador Raul
Carlos Camara Borges e pelo futuro Vice-Presidente, Coronel Aviador
Marcelo da Costa Antunes, homenagearam as mulheres do efetivo
no Dia Internacional da Mulher, durante um café da manhã realizado
no salão nobre da unidade.
Na ocasião, o Brigadeiro Sergio parabenizou as mulheres e afirmou
que essa era uma data que não poderia deixar de ser comemorada.
“Não poderia deixar de prestar uma singela homenagem às mulhe-
res que fazem a diferença na vida de cada um de nós, como mães,
esposas, companheiras, filhas, profissionais de trabalho, amigas. Pa-
rabéns pelo seu dia e por todas as qualidades que vocês apresentam
e agregam em nossas vidas”, disse o Oficial-General.

Coronel Antunes assume a Vice-Presidência da CISCEA

A Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço
Aéreo (CISCEA) realizou, no dia 11 de março de 2022, a transmissão
do cargo de Vice-Presidente, do Coronel Aviador Raul Carlos Camara
Borges ao Coronel Aviador Marcelo da Costa Antunes.
O Coronel Antunes é natural do Rio de Janeiro, ingressou na Força
Aérea Brasileira (FAB) em 1º de fevereiro de 1990 e foi promovido ao
atual posto em 31 de agosto de 2018. Possui mais de 3.000 horas de
voo nas aeronaves T- 25, T-27, AT-26, A-29, A-1, EMB 135 e EMB 145 (A,
B E C). Seus principais cargos foram os de Comandante da Ala 12 e
da Base Aérea de Santa Cruz, Assessor Militar da Vice-Presidência da
República e Comandante do Terceiro Esquadrão do Terceiro Grupo
de Aviação de Caça. O Oficial já foi condecorado com 12 medalhas
nacionais e uma internacional.

CISCEA participa da primeira reunião de governança do Programa

Estratégico do DECEA de 2022
A primeira Reunião de Governança do Programa Estratégico
do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) de 2022,
Programa Sirius Brasil, foi realizada no mês de março e foi presi-
dida pelo Vice-Diretor do DECEA, Major-Brigadeiro do Ar Marcio
Bruno Bonotto.
O Programa Sirius Brasil reúne um conjunto de empreendimentos
de diferentes áreas, como Segurança Operacional, Gerenciamento de
Tráfego Aéreo, Comunicação, Navegação e Vigilância, Meteorologia
Aeronáutica, Informações Aeronáuticas, Operações Militares, Busca
e Salvamento e Recursos Humanos. Esses empreendimentos sinteti-
zam os objetivos estratégicos que contribuem para a modernização
do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e a con-
solidação dos benefícios esperados pela sociedade com a evolução
do Sistema de Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM) Nacional.

33
 Aconteceu na CISCEA
Por Tenente Ana Carolina Verta da Silva Costa

CISCEA promove treinamento Despedida de Oficiais

sobre o Sistema de Gestão
da Qualidade

No mês de abril, a Comissão de Implantação do Sistema de Controle do

Espaço Aéreo (CISCEA) se despediu do Coronel Intendente Paulo Rober-
No mês de abril, a Comissão de Implantação do Sistema de to Ferreira Vieira; do Major Aviador Marcio Rodrigues Ribeiro Gladulich;
Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) promoveu um treinamento da Capitão QOEA Serviços de Informática Ana Lúcia De Jesus Silva; e do
básico sobre o Sistema de Gestão de Qualidade, para apresentar Segundo-Tenente QOCON Engenheiro Mecânico Júlio Victor Martins Ma-
seus fundamentos, conceitos e benefícios. Administrado pela en- galhães. Os eventos ocorreram no Salão Nobre da CISCEA e contou com
genheira Caroline Garcez, da Assessoria de Qualidade da CISCEA, a presença do Presidente, do Vice-Presidente, dos Chefes de Divisão, dos
o treinamento teve por objetivo incentivar a criação de uma cul- Assessores e Gerentes de Projeto, civis e militares da unidade.
tura de gestão por processos na unidade.
O novo modelo promove uma cultura descentralizada, que
visa a participação de todos, para o atingimento de metas e ob-
jetivos da qualidade. “A partir deste treinamento, a Assessoria de
Qualidade pretende estreitar a relação com o efetivo participante
do escopo do SGQ, possibilitando assim uma troca de experiên-
cias, a consolidação da cultura da qualidade e adoção de práticas
que visem a melhoria contínua dos processos”, explicou Caroline.
A CISCEA passa anualmente pela manutenção de sua certifi-
cação ISO 9001:2015, visando a busca constante da excelência
em seus processos. Obter esta certificação demonstra o compro-
misso da organização com a qualidade do serviço e a melhoria
contínua dos processos internos.

Mães da CISCEA são homenageadas

O Presidente da Comissão de Implantação do Sistema de Con-
trole do Espaço Aéreo (CISCEA), Major-Brigadeiro do Ar Sergio
Barros de Oliveira, homenageou as mães da com um café da
manhã na unidade. O Oficial-General parabenizou todas as mães
presentes, afirmando ser uma singela homenagem para um dia
tão especial.
“Ser mãe é uma tarefa, mas sim uma dádiva. O compromisso da
mãe começa antes do nascimento, é um laço afetivo muito forte.
As mães se revestem de uma importância muito grande desde
o nascimento da criança, guiando, passando segurança, orienta-
ções. Nada mais justo do que fazer essa homenagem”, afirmou o
Brigadeiro Sergio.

34
 Acesse o conteúdo completo em www.ciscea.decea.mil.br

Oficial da CISCEA Palestra no 1º Workshop de

Fomento da Indústria Aeroespacial
O 1º Workshop de Fomento da Indústria Aeroespacial
contou com a participação da Comissão de Implantação
do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), com
a participação da Chefe da Seção de Gerenciamento de
Obtenções, Primeiro-Tenente Intendente Amanda Prisci-
la de Moura Gabriel. O evento ocorreu no mês de maio,
no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e foi pro-
movido pelo Instituto de Fomento e Coordenação Indus-
trial (IFI), por meio de sua Divisão de Desenvolvimento
Industrial (CDI).
A Oficial ministrou a palestra “Offset na CISCEA: casos
e prospectiva para o futuro”, apresentando o histórico e a
estrutura da Comissão, as características e peculiaridades
dos acordos de compensação firmados pela CISCEA e a
comparação das políticas mundiais de offset.
O evento, que fez parte do Curso de Introdução aos Acordos de A programação foi organizada em torno de quatro palestras e de
Compensação (CIAC), teve como tema os desafios e os fatores de su- uma mesa-redonda com representantes do Estado-Maior da Aero-
cesso dos projetos de offset no Comando da Aeronáutica (COMAER). náutica (EMAER), do IFI, do ITA e da CISCEA.

CISCEA finaliza substituição do ILS

do Aeroporto Internacional de Fortaleza
O Sistema de Pouso por Instrumentos (ILS,
do inglês Instrument Landing System) do
Aeroporto Internacional de Fortaleza - Pinto
Martins (CE) foi totalmente substituído pela
Comissão de Implantação do Sistema de
Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), em um
longo processo que terminou no mês de
maio de 2022.
Além do Sistema ILS, foi substituído o
Equipamento Medidor de Distância (DME,
do inglês Distance Measuring Equipment),
que permite a substituição dos Marcadores
Externo (OM) e Médio (MM), equipamentos
integrantes do sistema, eliminando proble-
mas de segurança e dificuldades para ma-
nutenção nestes sítios, uma vez que estas
instalações, devido à distância em relação ao
aeródromo, ficam em locais remotos e isola-
dos, sujeitos a atos de vandalismo.
Participaram do processo de substitui-
ção, o Instituto de Cartografia Aeronáutica
(ICA), que faz o levantamento das coorde-
nadas geográficas necessárias, e o Grupo Especial de Inspeção responsável por todo o gerenciamento do projeto.
em Voo (GEIV), que faz a aferição e homologação dos equipa- A homologação dos equipamentos foi feita com sucesso pelo
mentos e auxílios à navegação e pouso com análise e aprovação GEIV. No início de junho, o sistema foi liberado para operação pelo
dos procedimentos operacionais. As duas Organizações Militares Subdepartamento de Operações do Departamento de Controle do
contaram com a coordenação técnico-administrativa da CISCEA, Espaço Aéreo (DECEA).

35
 Aconteceu na CISCEA
Por Tenente Ana Carolina Verta da Silva Costa

CISCEA promove uma semana dedicada ao Meio Ambiente

A Comissão de Implantação do ma on-line para todo o efetivo, que ao
Sistema de Controle do Espaço Aéreo fim respondeu a um Quiz para testar
(CISCEA) promoveu de 06 a 10 de ju- os conhecimentos adquiridos.
nho de 2022 a Semana do Meio Am- Durante a semana foi proposto o
biente, em alusão ao Dia Mundial do desafio em que todos deveriam ado-
Meio Ambiente, comemorado em 05 tar uma caneca e não utilizar copos
de junho. O evento faz parte do Plano plásticos descartáveis. Também foi
de Gestão de Logística Sustentável lançado o Projeto Carona Solidária,
(PLS) e teve o objetivo de conscienti- um link onde os interessados pude-
zar o efetivo sobre como as ações de ram cadastrar suas rotas e disponibi-
sustentabilidade ambiental podem lidades, incentivando assim, além da
auxiliar na preservação da natureza e integração do efetivo, a diminuição
aprimorar os aspectos social, ambien- na emissão de CO₂.
tal e econômico no âmbito de traba- O evento contou também com
lho da CISCEA, buscando o desenvol- uma grande Gincana de recolhimen-
vimento de suas atividades de forma to de resíduos, que ao fim somaram
sustentável. mais de 5 mil tampinhas plásticas, 219
Foram realizadas diversas ações resíduos eletrônicos e 21 litros de óleo
informativas e de engajamento do usado. Os materiais recolhidos foram
efetivo da CISCEA. Temas como Co- destinados às ONGs/empresas ONG
leta Seletiva, Qualidade de Vida, Rio Eco Pets, Tech Trash e Grande Rio,
Qualidade das Águas e Alimentação que além de reciclarem e descartarem
e Compras Sustentáveis foram traba- corretamente os materiais, fazem um
lhados através de materiais e vídeos trabalho social com geração de renda
informativos disponibilizados de for- e inclusão socioambiental.

CISCEA Finaliza com sucesso O Factory Acceptance Test (Fat) de

Integração de Informações Aeronáuticas à Europa
No dia 30 de junho de 2022, foram apresentados os
resultados dos Testes de Aceitação em Fábrica (FAT) da
integração do Sistema AIM-BR (Gerenciamento de In-
formações Aeronáuticas do Brasil) com o Banco de Da-
dos Europeu de Serviços de Informações Aeronáuticas
(INO EAD - International NOTAM Operations European
AIS Database), realizados pela Comissão de Implanta-
ção do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA),
na sede da IDS Air Nav, em Roma (Itália).
Essa integração é fruto do Programa DECEA
-EUROCONTROL e permite que o sistema CRO-
NOS de emissão de NOTAM realize transmissões
automáticas entre o Brasil e o continente Europeu.
Esse serviço otimiza os processos tradicionais com
tecnologias atuais, objetivando atingir o mais alto
nível de automação dos processos de informação
aeronáutica, conforme as orientações da Organiza- IDS Brasil e da CISCEA, em uma comitiva formada pela Ad-
ção da Aviação Civil Internacional (OACI). junto da Divisão Operacional (DO), Major Engenheira Talita
Os testes foram conduzidos pela empresa IDS AirNav, com acom- da Cunha Mattos, pelo Gerente de empreendimentos Marcos
panhamento de membros do ICA, da EUROCONTROL, da empresa Abreu e pelo analista Tiago Cunha.

36
 Acesse o conteúdo completo em www.ciscea.decea.mil.br

CISCEA recebe DIRINFRA

A Diretoria de Infraestrutura da de infraestrutura da CISCEA, e
Aeronáutica (DIRINFA) realizou, em tiveram a oportunidade de de-
julho de 2022, uma visita institu- bater, entre outros assuntos, as
cional à Comissão de Implantação obras e reformas em curso no
do Sistema de Controle do Espaço âmbito do Sistema de Controle
Aéreo (CISCEA). A comitiva, for- do Espaço Aéreo Brasileiro (SIS-
mada pelo Diretor e Subdiretor CEAB) e a implementação do
de Engenharia e Patrimônio da conceito de Modelagem de In-
DIRINFA, Major-Brigadeiro do formação na Construção, o BIM.
Ar Cesar Faria Guimarães e Co- Na ocasião, a equipe da CISCEA
ronel Aviador Steven Meier, res- apresentou o atual status da im-
pectivamente, foi recebida pelo plementação do BIM, suas carac-
Presidente da CISCEA, Major-Bri- terísticas e seus benefícios.
gadeiro do Ar Sergio Barros de Muito mais do que software
Oliveira. O objetivo do encon- específico, o BIM é um conceito
tro foi apresentar as práticas de de virtualização, modelagem e
projetos de engenharia da Comissão ambientadas no conceito de gerenciamento das atividades inerentes a um projeto/construção
Modelagem de Informação na Construção (Building Information Mo- de obras de engenharia. A metodologia envolve várias ferramentas,
deling – BIM). tecnologias e contratos para a geração e a gestão de representações
Os militares da DIRINFRA se reuniram com profissionais da Divisão digitais das características físicas e funcionais de construções.

CISCEA comemora 42 anos de existência

A Comissão de Implantação tando sistemas, do Oiapoque
do Sistema de Controle do Es- ao Chuí, e de Cruzeiro do Sul,
paço Aéreo (CISCEA) celebrou, no Acre, a Fernando de Noro-
no dia 3 de agosto de 2022, o nha, alavancando a aviação,
seu 42º aniversário de criação. além do desenvolvimento
A cerimônia militar, realizada econômico, da indústria aero-
no auditório do Departamento espacial, do turismo e do de-
de Controle do Espaço Aéreo senvolvimento social”, afirmou
(DECEA), foi presidida pelo Di- o Oficial-General.
retor-Geral do DECEA, Tenen- Ao efetivo, o Presidente da
te-Brigadeiro do Ar João Tadeu CISCEA proferiu seu reconhe-
Fiorentini, acompanhado pelo cimento pelo empenho e pro-
Presidente da CISCEA, Major- fissionalismo. “Há um time ex-
-Brigadeiro do Ar Sergio Barros tremamente competente de
de Oliveira. engenheiros, arquitetos e técnicos em diversas áreas que suportam
Durante a cerimônia, foram entregues as Medalhas de Ouro aos a atividade aérea. Por isso, não posso deixar de citar todas as pessoas
militares, que completaram 30 anos de serviços prestados à Força que trabalham de forma direta ou indireta nas atividades adminis-
Aérea Brasileira (FAB): o Coronel Intendente Aldo José Pereira da Rosa trativas, que elaboram, fiscalizam e coordenam aspectos contratuais,
e o Tenente-Coronel Especialista em Comunicações Ricardo Antunes jurídicos e de relacionamento institucional”, declarou.
Gomes. Foi agraciada, também, com a Medalha de Bronze, por 10 Em seguida, o Tenente-Brigadeiro Fiorentini saudou o efetivo em
anos de serviços prestados, a Primeiro Tenente Intendente Amanda reconhecimento e agradecimento pelo comprometimento com a
Priscila de Moura Gabriel. missão da Organização e ressaltou a vital importância da Comissão.
Em seu discurso, o Major-Brigadeiro Sergio destacou a trajetória e “Parabenizo a todos pelos 42 anos de atividades e exalto a relevância
a importância da atuação da CISCEA para o País. “Desde o último dia dos serviços prestados, não apenas ao Sistema de Controle do Espa-
23 de julho, passamos a contabilizar 42 anos de história da Comissão ço Aéreo Brasileiro, mas também ao nosso Brasil. Continuem fazendo
de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo. Militares esse trabalho de grande importância para nossa nação”, destacou o
e civis e os ex-integrantes implementaram e continuam implemen- Diretor-Geral do DECEA.

37
 Aconteceu na CISCEA
Por Tenente Ana Carolina Verta da Silva Costa

CISCEA Participa do 3° Congresso de Compras Públicas

Representantes da Comissão de Im- e Contratos. O objetivo é mitigar even-
plantação do Sistema de Controle do tuais impactos no cumprimento de sua
Espaço Aéreo (CISCEA), participaram missão, promover as atividades relacio-
da 3ª edição do Congresso Brasileiro nadas com a implantação de projetos
de Compras Públicas, realizado entre voltados para o desenvolvimento do
os dias 8 e 11 de agosto de 2022, em
Sistema de Controle do Espaço Aé-
Foz do Iguaçu/PR. Diante do desafio
reo Brasileiro (SISCEAB) e de outros
de aplicar um novo regime jurídico de
projetos de interesse do Comando da
compras públicas, a CISCEA tem inves-
tido na capacitação de seu efetivo, por Aeronáutica (COMAER) que lhe forem
intermédio do aprofundamento do atribuídos, bem como a modernização
estudo sobre a Nova Lei de Licitações de sistemas já implantados.

Despedida de Oficial
No dia 1º de setembro de 2022, a Comis-
são de Implantação do Sistema de Controle
do Espaço Aéreo (CISCEA) e a Força Aérea
Brasileira (FAB), se despediram do Chefe do
Controle Interno (ACI) desta Comissão, o Co-
ronel Intendente Aldo José Pereira da Rosa,
após 31 anos de serviço.
Natural do Rio de Janeiro, o Coronel Pe-
reira ingressou na Escola de Especialistas da
Aeronáutica em 1991 e serviu em diversas
unidades, como o Serviço Regional de Pro-
teção ao Voo de São Paulo (atual Centro Re-
gional de Controle do Espaço Aéreo Sudes-
te - CRCEA-SE); a Academia da Força Aérea
Brasileira (AFA); a Base Aérea dos Afonsos
(BAAF); o Terceiro Comando Aéreo Regional
(III COMAR); dentre outras.

Promoção de Oficiais
Três militares do efetivo da Comis-
são de Implantação do Sistema de
Controle do Espaço Aéreo (CISCEA)
foram promovidos no dia 31 de agos-
to de 2022. São eles, o Primeiro-Te-
nente Engenheiro Osvaldo José de
Jesus Lima, que assumiu o posto de
Capitão, e os Aspirantes a Oficial Ana
Carolina Verta da Silva Costa e Paulo
Fernando Magalhães Leite, que assu-
miram o posto de Segundo-Tenen-
te. Os oficiais foram presenteados
com um kit de insígnias e luvas
referente ao novo posto assumido,
entregues pelo Vice-Presidente da
CISCEA, Coronel Aviador Marcelo
da Costa Antunes.

38

CISCEA participa de treinamento na empresa INDRA
Integrantes da Comissão de Implan-
tação do Sistema de Controle do Espaço
Aéreo (CISCEA) e do Parque de Material
de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Ja-
neiro (PAME-RJ) concluíram, em setembro
de 2022, o treinamento teórico e prático
avançado de otimização, configuração e
extração do plot e de rastreamento (tra-
cking), na fábrica da INDRA, em Madri, na
Espanha.
O treinamento em questão teve dura-
ção de dez dias e o principal objetivo foi
capacitar a equipe atuante do Sistema de Controle do Espaço Aéreo
Brasileiro (SISCEAB) nos conhecimentos específicos de parametriza-
ção, ajustes, configuração e melhoria de performance das duas uni-
dades de radares transportáveis IRS-20MP/S, recentemente moderni-
zadas por meio do contrato no 154/CAE-PAME-RJ/2020.
SIPAT 2022
A Comissão de Implantação do Sis-
tema de Controle do Espaço Aéreo
(CISCEA), realizou, no mês de setem-
bro, a Semana Interna de Prevenção
de Acidentes 2022 (SIPAT). Coorde-
nada pela Comissão de Prevenção de
Acidentes (CIPA), a ação teve como
tema principal a Saúde Emocional,
que é de grande valia para a manu-
tenção da qualidade de vida pessoal
e profissional de todo efetivo militar e
civil desta Comissão.
No primeiro dia de palestra a CIS-
CEA contou com a experiência da psicóloga Kelly Jabbour, forma-
da pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ),
CIPA promove instrução do plano de emergência contra incêndio
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA), promoveu a Instrução Teórica do Plano de Emer-
gência Contra Incêndio (PECIP), em outubro de 2022,
no Auditório Santos Dumont. O conteúdo do Plano foi
apresentado pelo Presidente da CIPA, Primeiro-Tenente
Arquiteto Fabrício Annichini Flores, e pela Consultora
Yona de Oliveira Di Sarli, membro da Comissão.
Conforme preconiza a legislação e com o objetivo
de mitigar os riscos em momentos de sinistros, além da
instrução teórica também ficou planejada a realização
de uma simulação de incêndio, para que todos possam
entender na prática como funciona a mobilização em
caso de necessidade.
Acesse o conteúdo completo em www.ciscea.decea.mil.br
O processo de modernização foi ide-
alizado e planejado para atender as de-
mandas futuras do SISCEAB. Para isso,
optou-se pela implantação de um sistema
de recepção e tratamento de sinais ADS-B
(Automatic Dependent Surveillance - Bro-
adcast), composto por três antenas, que
permitem a detecção das aeronaves de
forma concomitante com o sistema dos
radares, melhorando assim a qualidade
dos sinais recebidos e aumentando a pro-
babilidade de detecção de aeronaves.
De posse das duas unidades de radares modernizados e do conhe-
cimento adquirido no treinamento avançado realizado em fábrica, a
equipe do SISCEAB poderá prestar assessoria interna sobre as possí-
veis aplicações do radar, como também passará a atuar de maneira
independente tecnicamente do fabricante.
abordando o tema “Gestão de Tempo
e Controle de Ansiedade”, que foi esco-
lhido pelo efetivo através do Quiz rea-
lizado na Semana do Meio Ambiente
da CISCEA.
O tema “Suicídio: compreender
para prevenir”, foi o assunto apre-
sentado pela Segundo-Tenente
Pillar Luzia da Silva Freitas Campos,
psicóloga do Instituto de Psicologia
da Aeronáutica (IPA). Para encerrar o
evento, a também psicóloga do IPA,
Segundo-Tenente do Jennifer Silva
Camargo, palestrou sobre a prevenção ao uso abusivo de álcool,
tabaco e outras substâncias psicoativas.
39
 Aconteceu na CISCEA
Por Tenente Ana Carolina Verta da Silva Costa

CISCEA participa de Factory Acceptance Test (FAT) na Alemanha

Integrantes da Comissão de Implantação do Sistema de Controle
do Espaço Aéreo (CISCEA) participaram do Recebimento em Fábrica
(FAT – Factory Acceptance Test) do primeiro lote de estações DLRS de
3ª Geração (Third Generation Data Link Remote Station - DLRS-III). O
evento FAT foi realizado no período de 17 a 21 de outubro de 2022,
na fábrica da empresa contratada, Rohde & Schwarz, em Munique e
Memmingen, Alemanha.
A atividade é fruto de um esforço em conjunto do Departamento
de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e da CISCEA para modernizar
as estações DLRS, com o objetivo de solucionar a obsolescência de
algumas partes instaladas há mais de 20 anos, algumas delas em
processo de descontinuidade pelo fabricante, chegando ao fim do
suporte logístico. A modernização permitirá à Força Aérea Brasileira
(FAB) manter a capacidade de manutenção dos equipamentos, ga-
rantindo a disponibilidade da operação corrente.

Treinamento WEBRADAR
O projeto do Sistema WEBRADAR, em outubro de 2022, aos treinamen-
que está sendo implantado pela Co- tos Técnico e Operacional.
missão de Implantação do Sistema de O treinamento técnico foi dire-
Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), cionado exclusivamente à equipe
tem como principal objetivo cen- de mantenedores do DTCEATM-RJ
tralizar o controle e a operação dos e foi ministrado nas dependências
Radares Meteorológicos, em aten- da CISCEA. Sua finalidade principal
dimento ao Centro Integrado de foi apresentar orientações técnicas
Meteorologia Aeronáutica (CIMAER). gerais sobre o sistema, dentre eles:
Em complemento, a mesma solução os relacionados aos módulos de
possibilitou agregar o acesso a ou- Administração, Banco de Dados, lin-
tros dados demandados visando o guagens de programação utilizadas,
suporte operacional do Serviço de ambiente de instalação (e todas as
Meteorologia Aeronáutica. ferramentas que fazem parte do
Com a conclusão das duas primeiras fases do projeto WEBRADAR, ecossistema para a operação e alta disponibilidade), ambiente de vir-
correspondente ao desenvolvimento do software e a implantação tualização do WEBRADAR, e uma visão dos produtos meteorológicos
dos servidores no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo e Te- disponibilizados e associados às ferramentas de análise meteoroló-
lemática do Rio de Janeiro (DTCEATM-RJ), a empresa IACIT deu início, gica do sistema.

CISCEA recebe alunos do curso de Inspeção em Voo

A Comissão de Implantação do Siste-
ma de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA)
recebeu os alunos do Curso de Inspeção
em Voo (CNS 103) do Grupo Especial de
Inspeção em Voo, em novembro de 2022.
A visita teve como objetivo identificar as
atividades relacionadas à implantação de
projetos voltados para o desenvolvimento
do Sistema de Controle do Espaço Aéreo
Brasileiro (SISCEAB) e de outros projetos
de interesse do Comando da Aeronáutica
(COMAER), atribuídos à CISCEA.

40
 Acesse o conteúdo completo em www.ciscea.decea.mil.br

Plano de Capacitação Administrativa 2022

A Assessoria de Controle Interno
(ACI) da Comissão de Implantação do
Sistema de Controle do Espaço Aéreo
(CISCEA) iniciou, em novembro de
2022, o Plano de Capacitação Admi-
nistrativa com a realização de pales-
tras. O objetivo é aprimorar as habili-
dades profissionais de todo o efetivo.
Durante a abertura, foi apresenta-
da a nova Lei de Licitações e Contra-
tos, Lei nº 14.133/2021, e suas prin-
cipais mudanças em relação à Lei nº
8.666/1993. Ao longo do evento, tam-
bém foram apresentados os novos Pa-
drões de Fiscalização; Controle e Res-
ponsabilização Trabalhista, de acordo
com a Lei 14.133/2021; Fiscalização de
Contratos; Termos Aditivos e demais
Instrumentos de Alteração Contratual
da NLCC.

Modernização do painel da aeronave do GEIV

O Contrato firmado entre a e ao upgrade do sistema de Inspeção em
Comissão de Implantação do Voo UNIFIS 3000 na última aeronave rece-
Sistema de Controle do Espaço bida, o FAB 6053. A realização dos testes
Aéreo (CISCEA) e a LÍDER AVIA- totalizou aproximadamente 18 horas de
ÇÃO, teve por objetivo a mo- voo, conduzidos por uma tripulação com-
dernização de quatro aeronaves posta de pilotos e operadores de Sistema
IU-93A do Grupo Especial de de Inspeção em Voo do GEIV, acompanha-
Inspeção em Voo (GEIV). Foram dos por representantes da CISCEA e da LÍ-
modernizadas as aeronaves DER AVIAÇÃO.
com as matrículas FAB 6050, Ao término do período de verificações
FAB 6051, FAB 6052 e FAB 6053, funcionais, a Aeronave FAB 6053 foi consi-
visando melhorar a consciência derada aceita técnica e operacionalmente,
situacional em cada uma das fa- aumentando a disponibilidade do GEIV
ses do voo, empregando quatro para o cumprimento das missões de Ins-
displays de cristal líquido (LCDs) peção em Voo.
de 10 x 8 polegadas (25 x 20 cm).
O escopo contratual contem-
plou o fornecimento dos equi-
pamentos e serviços relativos
à instalação, integração, levan-
tamento em campo e testes de
aceitação técnica e operacional,
bem como a logística associada. Após a modernização dos painéis, as
aeronaves passaram a ter a capacidade de realizar inspeções em voo
dos novos procedimentos de aproximação do tipo RNP AR e proce-
dimentos RNAV.
Em outubro de 2022, foram realizados, na sede da LÍDER, em Belo
Horizonte (MG), os testes relativos à aceitação do sistema Pro LINE 21

41
 Aconteceu na CISCEA
Por Tenente Ana
QOCON
Carolina
ADM Ana
VertaCarolina
da SilvaVerta
Costada Silva Costa Acesse o conteúdo completo em www.ciscea.decea.mil.br

CISCEA participa do V Congresso de Orçamento e Formação de

Preços de Obras Públicas
A Comissão de Implantação do Siste-
ma de Controle do Espaço Aéreo (CIS-
CEA) participou do V Congresso Brasilei-
ro de Orçamento e Formação de Preços
de Obras Públicas, que ocorreu em Foz
do Iguaçu/Paraná, entre os dias 16 e 18
de novembro de 2022. Algumas das
novidades abordadas foram os últimos
aprimoramentos do Sistema Nacional
de Pesquisa de Custos e Índices da Cons-
trução Civil (SINAPI); as disposições da
nova Lei de Licitações e Contratos sobre
a estimativa de custos e contratações;
dentre outros assuntos.

Presidente da CISCEA recebe Medalha Tiradentes

A Assembleia Legislativa do Estado do
Rio de Janeiro (ALERJ) prestou uma ho-
menagem alusiva ao Dia da Força Aérea
Brasileira e ao Dia do Aviador, comemo-
rado no dia 23 de outubro. Na ocasião, o
Presidente da CISCEA, Major Brigadeiro
do Ar Sergio Barros de Oliveira, foi agra-
ciado com a Medalha Tiradentes, uma
honraria concedida pelo Governo e des-
tinada a premiar pessoas que prestaram
relevantes serviços à causa pública do
Estado do Rio de Janeiro. A medalha foi
instituída pela Resolução Nº 359 de 1989,
em 8 de agosto de 1989, e sua entrega é
realizada apenas uma vez por ano.

Treinamento da brigada de incêndio

Quarenta e cinco Brigadistas Voluntários de
Incêndio (BVI) da Comissão de Implantação de
Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) realizaram
o curso de formação ministrado pela empresa
Red Safety - Segurança Contra Incêndio. No to-
tal, foram 18 horas de aulas teóricas e 8 horas
de aulas práticas, realizadas entre os meses de
novembro e dezembro de 2022.
De acordo com a Nota Técnica 2-11 do Cor-
po de Bombeiros Militar do Estado do Rio de
Janeiro (CBMERJ), todos os integrantes de uma
Brigada de Incêndio devem obter treinamento
para que estejam habilitados a exercerem as
funções em sua plenitude, quando necessário.

42
Acesse o conteúdo completo em www.ciscea.decea.mil.br

43
 Quem
faz acontecer
Caroline
Duarte Garcez

44
 “A CISCEA é um solo fértil, as ideias afloram a todo
tempo”. É assim que a engenheira eletricista e de se-
gurança do trabalho, Caroline Duarte Garcez, define
o seu ambiente de trabalho na Comissão de Implan-
tação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo. Há
dois anos integrando a equipe de Assessoria de Ges-
tão de Qualidade (AGQ), a profissional relembra seu
principal desafio ao chegar à unidade: fazer com que
a qualidade fosse vista como uma responsabilidade
de todos e não apenas do setor.
“Era preciso quebrar este paradigma e, pensando
nisso, realizamos treinamentos de conscientização
sobre o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Utili-
zamos vídeos explicativos e promovemos dinâmicas,
o que tornou o processo mais leve”, relembra Caroline,
que chegou à CISCEA com o objetivo de reformular
esse conceito, em parceria com o engenheiro Paulo
Carvalho.
Juntos, eles são responsáveis pela manutenção e
consolidação do SGQ e por todas as disciplinas que
o envolvem, como as gestões de indicadores, de ris-
co e de mudanças; pesquisa de satisfação de clientes;
mapeamento e otimização de processos; identifica-
ção de não conformidades e identificação de melho-
rias; solução de problemas e aplicação dos ciclos de
auditorias internas; acompanhamento das auditorias
externas. Os engenheiros ainda prestam apoio à alta
direção em tomadas de decisões e no direcionamen-
to estratégico da CISCEA.
Filha de Sargento da Marinha do Brasil e irmã de
Major do Exército Brasileiro, o ambiente militar sem-
pre foi presente na vida de Caroline. Antes de fazer
parte do time da CISCEA, a engenheira prestou servi-
ço no Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA). Com
bom humor, ela diz que seu ingresso como prestado-
ra de serviço da Força Aérea Brasileira tornou sua mãe
a Ministra da Defesa.
O entusiasmo de Caroline é percebido e elogiado
pelos colegas de trabalho. A engenheira ambiental
Samy Soares Correa e colaboradora da CISCEA revela
que, além da proatividade no trabalho, a engenhei-
ra está sempre com um sorriso no rosto e disposta a
ajudar. “Ela é uma profissional capacitada, dedicada e
desenvolta em suas atividades diárias, gerando admi-
ração de todos a sua volta”, assegura.
Nestes dois anos de CISCEA, Caroline destaca e
agradece a parceria e o apoio que recebe de todo o
efetivo. “Os profissionais valorizam o meu desempe-
nho e o meu conhecimento, fazendo com que eu me
sinta motivada em propor novas ideias, em desenvol-
ver novos trabalhos e sugerir melhorias aos processos
estabelecidos”, conclui a engenheira.
45
 Engenheiros Em um ambiente cada vez mais tomado por tecnoló-
gicos e informacionais, a gestão e o monitoramento efi-
ciente dos dados de uma organização são, cada vez mais,

da CISCEA fundamentais para a tomada de decisões estratégicas. Por

meio da coleta, análise e interpretação das informações, é
possível tomar decisões mais embasadas, reduzindo riscos

viabilizam e majorando a eficiência dos processos internos e exter-

nos. Os benefícios são evidentes, entre eles: assertividade
das decisões, otimização de recursos, aumento de produti-

soluções
vidade e aprimoramento dos serviços prestados.
Para tanto, a Comissão de Implantação do Sistema de
Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) conta com profissio-

para gestão
nais qualificados e dedicados da área de Tecnologia da
Informação, que vêm desenvolvendo soluções baseadas
em sistemas inovadores e eficientes para apoiar e gerir os
dados gerados pela organização.

de dados da É o caso do chefe da Seção de Telecomunicações (TTL)

e da Seção de Planejamento e Controle (TPC) da Divisão
Técnica da CISCEA, Tenente-Coronel Engenheiro Denniel

organização Sancho Zorzal Rossi. O profissional fomentou e orientou

os trabalhos para o desenvolvimento de uma plataforma

46
de informações gerenciais que vem representando um im-
portante recurso para a Instituição.
“O embrião da plataforma de informações gerenciais
foi criado com o propósito de realizar cálculos recorrentes
dentro da Divisão Técnica da CISCEA, bem como facilitar
a apresentação desses cálculos. Assim, a primeira versão
nasceu da necessidade de se reunir, em uma única plani-
lha, o perfil de desembolso financeiro dos contratos, em
função dos compromissos assumidos, notas de empenho,
restos a pagar, cotações de moedas etc., atualizáveis a par-
tir das informações que havia no SIGA”, esclarece o Tenen-
te-Coronel Rossi.
Formado em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecno-
lógico de Aeronáutica (ITA) e Mestre em Telecomunicações
pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
e pela Universidade de Loughborough (Reino Unido), o
oficial havia observado que a realização desses cálculos
manualmente demandava esforço demasiado, com alta
probabilidade de erro e desatualização. O objetivo, desse
modo, foi viabilizar à Divisão Técnica a capacidade de com-
pilar as informações de cada projeto/contrato com preci-
são, o que reduziu significativamente o esforço envolvido
e aprimorou a qualidade dos resultados.
“Entendo que o Comando da Aeronáutica e a CISCEA
beneficiar-se-ão enormemente pelo uso sistematizado
de recursos tecnológicos inovadores e de procedimentos
baseados em informação, sendo essa plataforma, baseada
em Business Intelligence, uma oportunidade para se de-
monstrar a magnitude desse benefício”, afirma o Tenente-
-Coronel Rossi.
Não bastasse os impactos positivos para a Divisão
técnica da CISCEA, a solução digital também sofreu
uma evolução importante nas mãos da Engenheira An-
drea Teixeira de Oliveira, estendendo-se aos processos
em curso para toda a organização.
A aplicação passou a dar suporte aos gestores possibili-
tando uma fácil e rápida visibilidade, apoio e controle no
negócio administrativo da CISCEA. Utilizando-se primor-
dialmente dos dados armazenados no Sistema Integrado
de Gestão Administrativa (SIGA), que é o sistema oficial
utilizado pelo DECEA para gerenciar seus processos ad-
ministrativos, a plataforma extrai esses dados por meio de
relatórios específicos e os organiza conforme a programa-
ção estabelecida, dentre as quais busca-se gerar gráficos
intuitivos e planilhas que sintetizam as necessidades dos
usuários. Ele fornece dashboards para apresentação e vali-
dação de não conformidades, análise de contratos, análise
de projetos, integração financeira, entre outros recursos.
“Em função do trabalho consistente da Andrea, a fer-
ramenta tomou a forma atual, permitindo que a alta ge-
rência da CISCEA pudesse construir indicadores objetivos
sobre a evolução dos projetos e dos contratos nas diversas
Divisões da Comissão”, ressalta o Tenente-Coronel Rossi.
E acrescenta: “Essa experiência demonstra o potencial da
ferramenta e a importância de se construir bases de dados
capazes de suportar as análises de desempenho às quais a
Administração Pública deve responder.
Com nove anos de CISCEA, Andrea tem mais de trinta
anos de experiência na área de TI. Vem atuando na elabo-
ração, criação, implantação, desenvolvimento de sistemas,
análise de dados, gestão de banco de dados, apresentan-
do soluções de business intelligence, implantação de solu-
ções de TI para grandes empresas privadas e públicas. Pos-
sui MBA em Gestão de Negócio e TI pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV), Pós-Graduação em Banco de Dados e Análise
de Sistemas (Universidade Estácio de Sá) e Tecnólogo em
Processamento de Dados (Universidade Celso Lisboa).
47
48