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Há 12 anos estamos desenvolvendo nosso

universo: Anthares.
A antologia será apenas com contos que se
passam dentro desse universo, mas ele é
muito amplo, tanto em termos de território
quanto em cronologia.
Vamos primeiro à parte difícil: da produção
física do projeto e os valores.
A questão é a seguinte: nós mesmos vamos
bancar o projeto, isso inclui a mim, Lucas,
idealizador do universo e da antologia, que
vou participar com um conto também e
ajudar a pagar a produção. A propósito,
todo o projeto gráfico (direção, revisão,
diagramação, catalogação e capa) são por
minha conta. Mas a impressão é dividida da
seguinte forma:
Cada autor precisará arcar com pelo menos
10 exemplares, sendo 12 reais cada (120) +
o frete. Chegando perto da data da
impressão, vou conferir outra vez quantos
exemplares cada autor vai querer. Já sei que
um dos autores vai pedir 50, porque vai
tentar ganhar algo com isso. Eu, por
exemplo, vou pedir 30, mas ninguém
precisa ficar com mais de 10 se não quiser.
Dos direitos autorais:
Eu não acredito em “propriedade
intelectual”, nem copyright, ao menos para
as minhas produções. No caso dessa
antologia, proponho o seguinte: todos os
textos são de todos os autores, já que se
passam todos em um mesmo universo e,
por consequência, estão interlaçados até
certo ponto. Cada um de nós estará
compondo um pedacinho pequeno de um
grande todo, que será usado livremente por
outros escritores agora e no futuro. Você
pode usar o texto da forma como quiser, o
que inclui imprimir à vontade por conta
própria, exceto no uso do projeto gráfico do
grupo (o meu), cuja impressão terá que
passar por mim.
Do espaço:
Serão 7 páginas (me peça os arquivos com a
simulação do tamanho final do texto). Sim,
é pouca coisa. O conto poderá passar de 7
páginas, mas as páginas adicionais custarão
a mais também, na proporção. Mas há
outras saídas também. Alguns autores (4
até o momento) vão fazer livros inteiros
com suas histórias, dentro também do
nosso universo. O livro de um deles terá 3
grandes arcos e a parte que vai para a
antologia é o comecinho do terceiro arco.
Outro autor vai fazer o livro a partir do
conto, ou seja, cronologicamente, o conto
que vai para a antologia é anterior à história
do livro. Os outros autores não sei como
farão. De qualquer forma, nesses casos
todos, eles usarão então a antologia como
forma de fazer um gancho para os livros.
Mesmo tendo começo, meio e fim, muitos
outros autores farão seus contos de forma
que possam continuá-los na segunda
antologia ou até numa terceira. Esse é o
caso do meu conto, por exemplo. Alguns
autores simplesmente vão deixar seus
contos pela metade, pra literalmente
terminar no segundo volume. Ou seja, cada
um vai usar esse espaço das 7 páginas de
uma forma e com uma proposta diferente.
O conto de um dos caras, que é músico,
(olha que doideira) vai ter um QRcode no
livro, que leva pra uma página no site que
estamos fazendo. Lá, o visitante vai acessar
uma música cuja letra descreve o pano de
fundo do personagem principal do conto
dele. É assim que ele vai compensar a falta
de espaço. Achei isso tão interessante que
vou deixar só o conto dele com isso. Porém,
todos os autores terão páginas no site com
informações que quiserem disponibilizar, o
que inclui livros próprios, outros tipos de
trabalhos e até patrocínio, que é o que esse
cara também vai fazer, e gostei muito da
ideia.
Das limitações ficcionais:
Cada autor pode usar o gênero literário que
preferir: acho que a maioria será de fantasia
mesmo, mas teremos até uma comédia,
alguns dramas, uma ata de governo (isso
mesmo) e talvez um conto de terror. Uma
das limitações para as histórias é a alegoria.
Infelizmente, não há espaço pra alegorias
sobre coisas históricas. Por exemplo: As
Crônicas de Nárnia não caberiam no nosso
universo, assim como o Jesus histórico não
cabe em Nárnia, porque lá já existe uma
representação de Jesus, que é Aslam. No
nosso universo, como o Jesus histórico é
fato, não dá pra fazer outra ideia com
alguém que “represente Jesus”. No nosso
universo, as coisas podem até ser
representações, contanto que os elementos
sejam, primeiramente, literais (ficando a
alegoria por conta da interpretação do
leitor). Na dúvida, pergunte.
A nossa linha de tempo leva em conta a
teoria da “Terra jovem” (entre 6 e 8 mil
anos), e vai da criação do espaço-tempo
(com início na dimensão espiritual) até
aproximadamente 350 anos à frente do
nosso tempo: em torno do ano 2370, que é
quando Jesus volta no nosso universo.
Ou seja, as histórias podem ser em
realmente qualquer pegada e podem se
passar em qualquer período da história.
Então, além de qualquer categoria literária
(drama, suspense, terror, comédia, fantasia,
aventura, épico, etc.), elas podem (e
provavelmente precisem) ser localizadas
temporal e geograficamente, combinando
com o contexto: pré ou pós-diluviano,
período bíblico (seja em que lugar for do
globo), idade média, o nosso período, no
futuro, etc.
Além disso, são 3 universos com essa idade
(explicação mais adiante), e as histórias
podem ser em qualquer um desses
universos.
Um exemplo sobre uma limitação óbvia aos
contos: se alguém quer escrever um conto
que se passa na Alemanha nazista,
especificamente no período de Hitler, então
precisa, no mínimo, levar em conta que isso
tudo estava acontecendo, ainda que não
trate, nem cite nada disso.
Nós estabelecemos como certas coisas
funcionam (magia, anjos, releitura de
mitologias, etc.) e algumas ideias que não
vão ser fomentadas sob hipótese nenhuma:
ideias que pareçam confirmar a noção
neopentecostal sobre as coisas;
comunismo, socialismo e derivados;
arminianismo; etc. (salvo em casos nos
quais a ideia vai ser posta em xeque pela
própria narrativa dos fatos). Mas a maioria
das coisas eu só entro em detalhes de
acordo com a história que o autor me diz
que quer contar, senão teria que explicar
muita coisa que não teria utilidade em cada
caso.
As histórias podem ser sobre qualquer coisa
que não contrarie o que está estabelecido.
Então, eis algumas coisas estabelecidas:
• Deus, o Deus-Trino da Bíblia, criou toda a
realidade.
• No instante imediatamente anterior à
criação da realidade, Deus fez a Grande
Equação, estabelecendo como tudo seria,
inclusive com ajustes finos que nós
chamamos de “providência” (o que inclui
todas as suas intervenções, sejam por meios
ordinários ou não).
• A realidade criada consiste em
exclusivamente 3 dimensões: o nosso
universo material, um outro universo
semelhante e a dimensão espiritual. Só, não
existem outros além desses.
• A dimensão espiritual foi criada antes.
Primeiro, todo o espaço celestial, depois, os
seres celestiais. Ou seja, seres da substância
dessa dimensão (tal como o homem é “do
pó da terra”).
• Na sequência, os dois universos materiais
foram feitos. Diferente da dimensão
espiritual, esses universos não foram
criados já com seus tamanhos finais. Eles
estão em expansão.
• Os três universos coexistem no mesmo
lugar (exceto que, em termos de tamanho,
os dois universos estão “dentro” do espaço
da dimensão espiritual). Eles não se tocam
especificamente porque são os três de
substâncias diferentes.
• Um dos universos é este aqui, o nosso, o
mundo real. Então, absolutamente tudo
que aconteceu até hoje na história, tudo
que é fato, é canônico também no nosso
universo ficcional. Isso inclui a Bíblia. Todos
os itens históricos da Bíblia e fora dela são
canônicos: de Adão a Jesus, de Nero a
Bolsonaro.
• No outro universo material, existe uma
outra raça aparentemente consciente. São
animais, abaixo dos homens, mas acima de
todos os outros em termos de habilidade e
inteligência. São seres complexos e com
estrutura social entre a nossa e à de
colônias como abelhas, formigas e cupins.
São humanoides um pouco maiores que
nós. Além disso, o que temos sobre eles é
isto:
No início, havia um portal que dava acesso
de um universo ao outro. Quando Caim saiu
de perto de sua família, ele foi para perto do
portal, descobriu essa raça e começou a
fazer comércio com ela. Tempos depois, os
anjos tiveram relações com humanas e
geraram gigantes (sim, essa interpretação
maluca de Gênesis 6 é canônica no nosso
universo), e Deus mandou que um anjo
ficasse de guardião no portal, impedindo
que qualquer gigante passasse para o lado
de lá.
Essa raça do lado de lá foi culpada pelos
humanos por incentivar que eles tentassem
seduzir os anjos e incentivar que os anjos
caíssem na sedução. Quando a iniquidade
aumentou brutalmente e Deus decretou o
Dilúvio, os tais anjos (que eram um pequeno
grupo dentro do grupo de anjos caídos)
perderam a capacidade de transitar entre
os universos, permanecendo
materializados. No decreto do Dilúvio, Deus
mandou o guardião fechar o portal. Pra
fazer isso, o guardião proclamou ao mundo
inteiro (do lado de lá) que estava
amaldiçoando todos eles. Ele disse que “um
dia o portal se abriria para puni-los pelo que
eles fizeram”, mas era um blefe. A maldição
em si era o próprio fato deles ficarem
ansiosos esperando que um dia o portal se
abrisse e eles fossem punidos.
Como essa raça do lado de lá era culpada
por tudo isso pelos humanos, a raça
praticamente não saiu daquela região em
torno do portal. Na verdade, toda a sua
cultura (arte, música, religião, filosofia,
tecnologia, etc.) acabou sendo motivada e
permeada pela eminência da abertura do
portal.
É só isso que temos sobre eles.
• Do lado de cá do portal, quando veio o
Dilúvio, todos os gigantes e muitos dessa
raça que estavam do lado de cá antes do
portal fechar morreram afogados com todo
o resto. A Terra se partiu (daí a divisão dos
continentes) e engoliu os anjos, que estão
até hoje aprisionados no centro da Terra.
Eles estão numa contenção que suga a
energia deles o tempo inteiro e expele para
o planeta inteiro. Eu escrevi um livro onde
explico bastante sobre isso. Posso enviar se
quiser.
• Quando o portal fechou, também haviam
muitos humanos do lado de lá que ficaram
presos. Fora os que estavam sozinhos e as
pequenas parcerias de viajantes, eram 5
famílias grandes, já estabelecidas. Três
delas se tornaram uma única comunidade.
O livro que citei acima é especificamente
sobre essas 5 famílias, que formaram 3
cidades no início.
• Tempos depois do Dilúvio, a iniquidade
avançou outra vez. Vem Babel e a confusão
das línguas. As famílias do lado de lá do
portal, sem saber de nada, nem ter nada a
ver com isso, a não ser pelo fato de serem
humanas, também tiveram seus idiomas
mudados. Não foi cada pessoa com uma
língua diferente, mas cada família. Dois
desses idiomas (de famílias do lado de lá) já
estão realmente bastante desenvolvidos,
caso precise: o Sandira e o Teangö.
Um pouco sobre magia:
• Todos os sistemas mágicos funcionam no
nosso universo, e o motivo é este: todos
eles, de alguma forma, sem que o usuário
entenda direito, acessam a linguagem da
programação da realidade.
• A realidade tem uma linguagem da
programação. Quando alguém usa a
linguagem exata, está inserindo comandos
na realidade. Assim, o usuário pode
interagir ou manipular a realidade.
• Até a Torre de Babel, o uso dessa
interação com a natureza era comum. Na
confusão das línguas, o homem não sabia
mais como fazer, mas como eles lembravam
que isso existia, muitos começaram a
pesquisar um jeito de voltar a conseguir.
Assim foram surgindo “gambiarras” que
funcionavam até certo ponto, que deram
origem aos sistemas mágicos, tais como:
alquimia, voodoo, wicca, etc.
• O sistema enoquiano é basicamente o uso
da linguagem original que dava acesso à
manipulação da realidade, e já tem toda
uma explicação mitológica pra ele existir, se
precisar.
• Os sistemas como Quimbanda e Magia
Negra, por exemplo, já são de outro tipo,
porque existe 3 formas de alguém ter
poderes sobrenaturais: acessando a
linguagem da programação (seja
diretamente ou com essas gambiarras),
pelo poder de Deus (mas não do jeito
neopentecostal; a confissão positiva não
funciona) ou por pacto com demônios (aqui
entra a Magia Negra e outros sistemas
assim). Fiz um vídeo inteiro sobre detalhes
sobre isso: https://youtu.be/Vl9RcWc-kEc
• Fora isso, vamos usar uma aproximação
do que se usa nos RPGs: há 3 tipos de
usuários de magia: o mago, o feiticeiro e o
druida. A gente não vai usar essa
nomenclatura pra diferenciar, é só na
prática mesmo, o que importa são as
categorias. O mago é o cara que estuda
magia, é um sábio da arte mágica. O
feiticeiro é o cara que não entende nada,
mas aprendeu alguns truques, talvez
muitos. O druida é o cara que sabe um
pouco por outro motivo: é tipo um
sensitivo; ele tem uma afinidade mais
próxima com a natureza, por isso consegue
fazer certas coisas (mas eles são raros).
Enfim, eu posso falar muito mais sobre
todos esses itens e ainda uma outra
pancada de coisas. Posso contar algumas
histórias que vão rolar também. Mas aí você
me diz.

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