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Reflorestamento:
viabilização
econômica,
implantação e
comercialização
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
256
Coleção SENAR
Reflorestamento:
viabilização econômica,
implantação e
comercialização
EQUIPE TÉCNICA
Marcelo Nunes / Valéria Gedanken
COLABORAÇÃO
José Felipe Ribeiro (Embrapa Cerrados) / Mateus Moraes Tavares /
Rafael Diego da Costa
FOTOGRAFIA
Adriano Brito / Helton Damin / Toni Oliveira
ILUSTRAÇÃO
Plínio Quartim
AGRADECIMENTOS
Ao Grupo S&D Florestal de Martinho Campo - MG, à empresa REMASA de Bi-
turuna - Paraná por disponibilizarem infraestrutura, máquinas, equipamentos e
pessoal para a produção fotográfica e à Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope-
cuária – Embrapa (Embrapa Cerrados/Brasília-DF ).
CDU 634.0.23
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Apresentação
Um excelente aprendizado!
www.senar.org.br
Introdução
Vale ressaltar que esse conteúdo, pela sua generalidade, não leva em
conta espécies com características específicas e adaptadas em cada
um dos biomas nacionais. Independentemente disso, espera-se que
ele possa servir como um guia de orientação para os produtores ru-
rais que desejarem atuar nessa atividade.
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I Entender o que é
reflorestamento
Atenção
1. Conheça a classificação do
reflorestamento
• Reflorestamento ambiental
RL
APP
Atenção
• Reflorestamento comercial
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Atenção
• Benefícios econômicos
Produção de mourões tratados Produção de carvão vegetal
• Benefícios ambientais
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• Benefícios sociais
» a geração de emprego;
Consumo Produtores
doméstico de ferro-ligas
Florestas
Consumo
final
Celulose
Celulose de mercado
Embalgens,
e pastas I&E,
Papel livros,
cadernos,
Madeira jornais,...
em toras PMVA
(molduras,
portas,...)
Madeira
sólida
Madeira Móveis,
serrada, construção
compensados civil, ...
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A vegetação dessa área não pode ser retirada e, caso tenha sido des-
matada, o produtor deverá fazer a recomposição com espécies na-
tivas típicas da região. Caso contrário, estará sujeito às penalidades
previstas em lei.
Atenção
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Atenção
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Atenção
Atenção
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Conhecer os benefícios
econômicos, sociais
IV e ambientais do
reflorestamento
Área diversificada
Atenção
Uma floresta comercial deve ser composta por uma espécie florestal
com grande adaptação às condições de clima e de solo da região
onde foi plantada. Além disso, as árvores geralmente apresentam
maior capacidade de tolerância às adversidades do clima do que as
culturas anuais a exemplo das lavouras de grãos.
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Madeira para fabricação de celulose Madeira para energia
Madeira para fabricação de Madeira serrada
mourão tratado
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• Qualificação profissional
• Mitigação do desmatamento
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Modelo misto de recomposição florestal Agrofloresta sucessional
Floresta energética
» Construção de hidrelétricas;
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» Construção de estradas; e
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Escolher as espécies
V florestais
• Características gerais
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Gerais
Silviagrícolas
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Silvipastoris
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Atenção
Atenção
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Atenção
Atenção
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Implantar o
VII florestamento
comercial
Sistema de alto fuste
Atenção
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Deve ser feita uma avaliação quanto ao acesso, ao tipo de solo (fertili-
dade, compactação e drenagem) e à declividade, entre outros fatores.
Deve-se dar preferência a áreas com bom acesso, com solos férteis
e profundos, sem presença de camadas compactadas que possam
impedir o crescimento radicular das árvores. Devem ter boa drena-
gem para evitar o encharcamento e declividade baixa ou moderada.
Atenção
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Atenção
Estrada principal
15m
4,5m
4,5m
4,5m
4,5m
4,5m
10m
10m
4,5m
10m
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• O espaçamento
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Atenção
As mudas devem
ser adquiridas,
preferencialmente, de
viveiro idôneo, credenciado
no Registro Nacional
de Sementes e Mudas
(RENASEM) do Ministério
da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.
Atenção
Precaução
Alerta ecológico
O plantio é uma etapa que requer muita atenção, pois as mudas de-
vem ser plantadas em solo com boa umidade, na profundidade ade-
quada, isto é, a altura do coleto (ponto basal do caule da muda) deve
ficar rente ao solo. O solo ao redor da muda deve ser compactado
para evitar a formação de bolsas de ar, que dificultam o seu “pega-
mento”. Em situações de plantio, na estação seca e/ou em solo com
baixa umidade, são necessárias irrigações de salvamento, podendo-
-se fazer uso de gel de plantio (hidrogel).
Atenção
Posição da muda no plantio Irrigação de salvamento
com gel de plantio
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• Estacas; e
• Plantadeira.
Plantadeiras utilizadas no plantio manual comercial
Atenção
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Atenção
Atenção
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Atenção
Precaução
Alerta ecológico
Atenção
Adubação de cobertura
Desrama em pinus
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• Primeira desrama- deve ser feita por volta dos 15 a 18 meses de ida-
de ou quando as árvores atingirem de 6 a 8 cm de DAP (Diâmetro à
Altura do Peito, medido a 1,30 m do nível do solo);
Atenção
Atenção
Precaução
a) Reúna o material
• Tesoura de poda; e
• Serrote de poda.
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Atenção
Atenção
Precaução
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Gráfico de acompanhamento
do crescimento das árvores
FAZER O DESBASTE
Média do DAP medido
15,0 cm
14,5 cm
12,5 cm
9,0 cm
6,0 cm
5,0 cm
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Ano
Desbaste seletivo
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Desbaste sistemático
Desbaste misto
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Implantar um
VIII reflorestamento
ambiental
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• Transposição de galharia
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Transposição de galharia
• Chuva de sementes
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Atenção
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• Estimativa de área;
• Descrição da topografia;
• Mapeamento da propriedade;
• Descrição de acessos;
• Aspectos legais
• Aspectos técnicos
Derrubada com motosserra Desgalhamento
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Arraste Traçamento
Carregamento Transporte de toras
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Atenção
V = h x (DAP)2 x 0,7854 x f
Onde:
V = volume (m3);
h = altura (m);
DAP = diâmetro à altura do peito (m); e
f = fator de forma
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Colheita semimecanizada
Precaução
Colheita mecanizada
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Sistema de toras curtas
Sistema de árvores inteiras
Sistema de cavaqueamento
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• Harvester
Harvester
• Forwarder
Forwarder
• Skidder
Skidder
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• Fellerbuncher
Fellerbuncher
• Slingshot
• motosserra;
• harvester;
• slingshot;
• garra traçadora, processador e slasher.
Descascadores móvel e fixo
Harvester
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Trator agrícola adaptado com Caminhão
caçamba ou guincho
Forwarder Skidder
• Motosserra e autocarregável
• Harvester e forwarder
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• Danos às árvores
• Danos ao solo
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• Danos à fauna
Atenção
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Povoamento florestal divido Área com aceiros de
em talhões proteção contra o fogo
Brigada de incêndio
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Considerações finais
Referências
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Quadro 1- Espécies florestais utilizadas no reflorestamento
Nome
Nome científico Família Bioma Grupo sucessional
comum
CAA
Pau-de-
Aegiphila sellowiana Verbenaceae MATL, CER P a SI
gaiola
Anadenanthera Angico-
Mimosaceae MATL, PAN, CER P, SI, Cel
colubrina var. colubrina Branco
Anadenanthera Angico-
Mimosaceae MATL, CER, CAA P a SI
peregrina var. falcata cascudo
Angelim-
Andira anthelmia Fabaceae MATL, CER, CAA P, ST
lombriga
COLEÇÃO SENAR • Nº 256
Angelim-
Andira fraxinifolia Fabaceae MATL, CER SI, ST
doce
Aspidosperma Peroba-
Apocycanceae MATL, CER SI, ST, Cel
olivaceum vermelha
Blepharocalyx
Murta Myrtaceae MATL, CER, PAM ST, Cel
salicifolius
Campomanesia
Sete-capotes Myrtaceae MATL, CER SI, ST
guazumifolia
Campomanesia
Guaviroveira Myrtaceae MATL, CER SI, ST, Cts
xanthocarpa
Guaçatunga-
Casearia lasiophylla Salicaceae MATL, CER Cel
graúda
COLEÇÃO SENAR • Nº 256
Cecropiaceae
Cecropia pachystachya Embaúba MATL, CER, PAN P
(Moraceae)
Cedrela fissilis Cedro Meliaceae MATL, AMAZ, CER SI, ST, C, Cel
Centrolobium
Araruva Fabaceae MATL, CER SI, ST, Cel
tomentosum
Carne-de-
Clethras cabra Clethraceae MATL, CER P, SI
vaca
Colubrina glandulosa
Sobrasil Rhamnaceae MATL, CER SI
var. reitzil
Enterolobium
Timbaúva Mimosaceae MATL, CAA, CER SI, ST, C
contortisiliquum
Canudo-de-
Escallonia bifida Saxifragaceae MATL, CER P
pit
Arecaceae
Euterpe edulis Palmiteiro MATL, CER Clímax
(Palmae)
Figueira-
Ficus enormis Moraceae MATL, CER, PAN, SI, ST
brava
COLEÇÃO SENAR • Nº 256
Canela-de-
Helietta apiculata Rutaceae MATL, CER, SI, ST
veado
Hymenaea courbarilVar.
Jatobá Caesalpiniaceae MATL, CER ST, Cel
stilbocarpa
Jatobá-do-
Hymenae astignocarpa Caesalpiniaceae MATL, CER, CAA ST
cerrado
Angico-
Leucochloron incuriale Fabaceae MATL, CER P
rajado
Lonchocarpus
Falso-timbó Fabaceae MATL , CER P, SI, ST
guilleminianus
Miguel-
Matayba elaeagnoides Sapindaceae MATL, CER, PAM SI, ST, Cel
pintado
Braúna-
Melanoxylon brauna Fabaceae CAA, CER, MATL SI
preta
Guamirim-
Myrcia rostrata Myrtaceae MATL, CER P, SI, Cel
chorão
Nectandra Canela-
Lauraceae MATL, CER SI, ST
megapotamica Imbuia
Canela-
Ocotea corymbosa Lauraceae MATL, CER SI, Cel
fedorenta
Canela-do-
Ocotea pulchella Lauraceae MATL, CER SI
brejo
Pau-de-
Persea pyrifolia Lauraceae MATL, CER ST
Andrade
Quadro 1- Espécies florestais utilizadas no reflorestamento
Nome
Nome científico Família Bioma Grupo sucessional
comum
Physocalym
Pau-de-rosas Lythraceae CER P, Cel
mascaberrimum
Pinheiro-
Podocarpus sellowii Podocarpaceae MATL, AMAZ, CER SI
bravo
Pseudobombax
Embiruçu Bombacaceae MATL, CER P, SI
grandiflorum
Pau-terra-
Qualea grandiflora Vochysiaceae CER, PAN, AMAZ SI
grande
COLEÇÃO SENAR • Nº 256
Limão-do-
Randia ferox Rubiaceae MATL, CER ST, Cts
mato
Araticum-da-
Rolliniasylvatica Annonaceae MATL, CER, CAA SI, Cel
mata
Carvalho-
Roupala brasiliensis Proteaceae MATL, CER SI, ST, Cel
brasileiro
Carvalho-do-
Roupala montana Proteaceae MATL, AMAZ, CER SI
cerrado
Mandiocão-
Schefflera macrocarpa Araliaceae MATL, CER P
do-cerrado
Quadro 1- Espécies florestais utilizadas no reflorestamento
Nome
Nome científico Família Bioma Grupo sucessional
comum
Braúna-do-
Schinopsis brasiliensis Anacardiaceae MATL, CER P
sertão
Caesalpiniaceae
Sclerolobium (Leguminosae;
Táxi-branco MATL, AMAZ, CER P, SI, Cel
paniculatum Caesalpinioi-
deae)
Cajá-da-
Spondias mombin Anacardiaceae MATL, AMAZ, CER ST
mata
Chichá-do-
Sterculia striata Malvaceae MATL, CER, PAN P a SI
Cerrado
COLEÇÃO SENAR • Nº 256
Ipê-Amarelo-
Tabebuia chrysotricha Bignoniaceae MATL, CER ST
miúdo
Capitão-do-
Terminalia argentea Combretaceae MATL, CER, PAN P
campo
Melastomata-
Tibouchina sellowiana Quaresmeira MATL, CER P
ceae
Quadro 1- Espécies florestais utilizadas no reflorestamento
Nome
Nome científico Família Bioma Grupo sucessional
comum
Vassourão-
Vernonia discolor Asteraceae MATL, CER P
preto
Ucuúba-do-
Virola sebifera Myristicaceae AMAZ, MATL, CER P, Cel
Cerrado
Pau-de-
Vochysia tucanorum Vochysiaceae MATL, CER P, SI
tucano
MATL – Mata Atlântica; CER – Cerrado; AMAZ – Amazônia; PAN – Pantanal; PAM – Pampa; CAA –Caatinga.
Grupo sucessional: P – pioneira; SI – secundária inicial; ST – secundária tardia; C – clímax; Cel – clímax
Cedro -
Toona ciliata X X X
australiano
Khayaivorensis, K.
Mogno africano X X X
senegalensis
Schizolobium
Paricá X X X
amazonicum
Acácia negra
Acacia mearnsii X X X
negramangio
AMAZ – Amazônia; MATL – Mata Atlântica; CER – Cerrado; CAA – Caatinga; PAM – Pampa; PAN – Pantanal.
Quadro 3 - Relação de espécies potenciais para cultivo misto
Grupo
Nome científico Nome comum Família Bioma
sucessional
Angelim-
Andira anthelmia Fabaceae MATL, CER, CAA P, ST
Anexo 3
lombriga
MATL, AMAZ,
Apeiba tibourbou Pau-de-jangada Malvaceae P, Cel
CAA, CER
Aspidosperma
Peroba-vermelha Apocynaceae MATL, CER SI, ST, Cel
olivaceum
MATL, AMAZ,
Cedrela fissilis Cedro Meliaceae SI, ST, C, Cel
CER
Centrolobium
Pau-rainha Fabaceae AMAZ, CER P, SI
paraense
Centrolobium
Araruva Fabaceae MATL, CER SI, ST, Cel
tomentosum
Colubrina glandulosa
Sobrasil Rhamnaceae MATL, CER SI
var. reitzil
MATL, AMAZ,
Cordia alliodora Louro-freijó Boraginaceae P, Cel
CER, PAN
Arecaceae
Euterpe edulis Palmiteiro MATL, CER C
(Palmae)
MATL, AMAZ,
Guazuma ulmifolia Mutamba Sterculiaceae P, SI, Cel
CER, CAA, PAN
Hymenaea
courbarilvar. Jatobá Caesalpiniaceae MATL, CER T, Cel
stilbocarpa
Hymenaea Jatobá-do-
Caesalpiniaceae MATL, CER, CAA ST
stignocarpa Cerrado
Machaerium
Jacarandá Fabaceae MATL, CER SI, ST. C, Cel
brasiliense
COLEÇÃO SENAR • Nº 256
Nectandra
Caneleira Lauraceae MATL, CER ST, Cts
grandiflora
Nectandra
Canela-Imbuia Lauraceae MATL, CER SI, ST
megapotamica
Physocalym
Pau-de-rosas Lythraceae CER P, Cel
mascaberrimum
Piptadenia
Pau-jacaré Mimosaceae MATL, CER P, Cel, SI
gonoacantha
Carvalho-
Roupala brasiliensis Proteaceae MATL, CER SI, ST, Cel
brasileiro
AMAZ, MATL,
Simarouba amara Marupá Simaroubaceae SI, Cel
CER
Chichá-do-
Sterculia striata Malvaceae MATL, CER, PAN P, ST
Cerrado
AMAZ, MATL,
Tabebuia aurea Caraúba Bignoniaceae P
CER, CAA, PAN
Tabebuia Ipê-amarelo-
Bignoniaceae MATL, CER ST
chrysotricha miúdo
Tabebuia
Ipê-rosa Bignoniaceae MATL, CER, PAN ST-Cel
impetiginosa
MATL AMAZ,
Tapirira guianensis Cupiúva Anacardiaceae P, SI, Cel
CER, PAN
MATL, CER,
Vitex megapotamica Tarumã Verbenaceae SI, ST, C
PAMs
MATL – Mata Atlântica; CER – Cerrado; AMAZ – Amazônia; PAN – Pantanal; PAM – Pampa; CAA
–Caatinga; P – pioneira; SI – secundária inicial; ST – secundária tardia; C – clímax; Cel – clímax
exigente em luz; Cts – clímax tolerante à sombra.
Presidente do Conselho Deliberativo
João Martins da Silva Junior
Diretor Executivo
Daniel Klüppel Carrara