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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


COLEGIADO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

FRANCISCO ERIBERTO DE LIMA NASCIMENTO

PERCEPÇÃO ENTOMOLÓGICA DE EDUCANDOS DA ESCOLA FAMÍLIA


AGRÍCOLA DE VALENTE (BAHIA) E PROPOSTA DE JOGO DIDÁTICO
PARA AUXILIAR O ENSINO SOBRE OS INSETOS.

FEIRA DE SANTANA - BAHIA


2013
FRANCISCO ERIBERTO DE LIMA NASCIMENTO

PERCEPÇÃO ENTOMOLÓGICA DE EDUCANDOS DA ESCOLA FAMÍLIA


AGRÍCOLA DE VALENTE (BAHIA) E PROPOSTA DE JOGO DIDÁTICO
PARA AUXILIAR O ENSINO SOBRE OS INSETOS.

Monografia apresentada ao curso de


Ciências Biológicas da Universidade
Estadual de Feira de Santana, com o
requisito parcial para obtenção do título
no curso 723 – Ciências Biológicas –
Licenciatura.

Orientadora: Rozilda Ribeiro dos Santos

Feira de Santana - Bahia


2013
FRANCISCO ERIBERTO DE LIMA NASCIMENTO

PERCEPÇÃO ENTOMOLÓGICA DE EDUCANDOS DA ESCOLA FAMÍLIA


AGRÍCOLA DE VALENTE (BAHIA) E PROPOSTA DE JOGO DIDÁTICO
PARA AUXILIAR O ENSINO SOBRE OS INSETOS.

Monografia apresentada ao curso de


Licenciatura em Ciências Biológicas da
Universidade Estadual de Feira de
Santana, com o requisito parcial para
obtenção do grau no curso 723 –
Ciências Biológicas – Licenciatura.

________________________________________
Profa. Priscila Paixão Lopes – UEFS/DCBio

_________________________________________
Profa. Leomárcia Caffé Oliveira Uzeda – UEFS/DEDU

_________________________________________
Profa. Rozilda Ribeiro dos Santos – UEFS/DEDU
(Orientador)
AGRADECIMENTOS

Ao curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS),


a todos aqueles que contribuíram com meu trabalho, em especial às professoras: Ana
Claudia Barizan, Alessandra Freixo e a minha orientadora Rozilda Ribeiro. Agradeço a
minha colega de curso Nanah Silva pelo auxílio na oficina ministrada e por fim à minha
família, que mesmo distante, me apóiam em todas as minhas escolhas.
“Pouco conhecimento faz com que as
criaturas se sintam orgulhosas.
Muito conhecimento, que se sintam
humildes. É assim que as espigas sem
grãos erguem desdenhosamente a
cabeça para o céu, enquanto que as
cheias a baixam para a terra, sua
mãe”. (Leonardo da Vinci)
RESUMO

As Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) Brasileiras, surgiram no final da década de 1960,


e fez uso de inúmeros meios para promover a aprendizagem dos jovens rurais. A
formação dos estudantes nas EFAS é uma alternativa ao modelo de ensino urbano e
vem a ser uma relevante ferramenta de transformação política e social desse espaço,
sendo que, é nesse contexto que o ensino de ciências assumiu uma importância, pois o
homem do campo está em um contínuo e intenso contato com o meio ambiente e seus
fenômenos. Para que ocorra uma aprendizagem significativa, não basta o emprego de
aulas expositivas utilizando, como recurso metodológico o livro didático, são
necessárias outras estratégias e outros recursos didáticos que venham a explorar os
conhecimentos prévios do aluno ajudando-o a relacionar teoria e prática no seu dia-a-dia
como os jogos didáticos. O tema tratado se constitui em um grupo de animais que
suscita um interesse tanto pelos alunos quanto pela maioria das pessoas, “os Insetos”. A
abordagem desses pode vir a conscientizar sobre sua importância, desmistificando tais
como informações equivocadas. No presente trabalho foi aplicado um jogo de
tabuleiro, com questões abertas e fechadas que trataram de forma divertida e dinâmica o
tema “insetos” buscando conhecer os saberes prévios de alguns estudantes da EFA de
Valente (Bahia) através de um questionário. Levando em consideração que a
aprendizagem ocorre através da assimilação de novos conceitos que devem ser
integrados com os já existentes na mente do aluno e que é a tarefa do professor detectar
tais conhecimentos antes e organizar adequadamente seu ensino de modo a motivar e
aperfeiçoar o aprendizado, estando assim, de acordo com uma perspectiva ausubeliana
de aprendizagem significativa.

PALAVRAS-CHAVE: Lúdico, Ensino de Ciências, Meio rural, Insetos


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Registro fotográfico do início da oficina mundo dos insetos...........................19


Figura 2: Tabuleiro do jogo “vida dos insetos”...............................................................20
Figura 3: foto do início do jogo vida dos insetos............................................................20
Figura 4: Quebra cabeça confeccionado com imagens de insetos...................................22
Figura 5: Dado do jogo vida dos insetos.........................................................................24
Figura 6: número de participantes por faixa etária..........................................................25
Figura 7: Proporção de animais assinalados como insetos Importância dos insetos.......27
Figura 8: Fotos da montagem do quebra cabeça.............................................................31
Tabela 8: Respostas das questões de múltipla escolha respondidas pelas equipes.........32
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Faixa etária dos participantes segundo as siglas utilizadas.............................24


Tabela 2: Categorias assinaladas pelos estudantes a respeito da importância dos
insetos..............................................................................................................................27
Tabela 3: Categorias assinaladas pelos estudantes sobre atitudes e sentimentos para
com os insetos..................................................................................................................27
Tabela 4:Respostas da pergunta: Você gosta de insetos ? Por quê?................................28
Tabela 5: Respostas da questão: Cite exemplos de insetos que você gosta, por quê?.....28
Tabela 6: Respostas da questão: Cite exemplos de insetos que você não gosta, por
quê?..................................................................................................................................28
Tabela 7: Respostas da questão: Cite exemplos de insetos que você não sente nada por
eles, por quê?...................................................................................................................30
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................10
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................12
2.1 O ensino de ciências no meio rural............................................................................12
2.2 Os insetos na educação..............................................................................................13
2.3 Aprendizagens significativas.....................................................................................15
2.4 O lúdico na escola......................................................................................................16
3. METODOLOGIA........................................................................................................17
3.1 O objeto de estudo.....................................................................................................17
3.2 Públicos alvo..............................................................................................................17
3.3 Local da pesquisa.......................................................................................................18
3.4 Coletas dos dados......................................................................................................18
3.5 Descrições das atividades desenvolvidas..................................................................18
3.6 Sobre o jogo...............................................................................................................19
3.7 As casas do jogo........................................................................................................22
3.8 Sobre o dado..............................................................................................................23
4. RESULTADO E DISCUSSÃO..................................................................................23
4.1 Perfis dos participantes..............................................................................................23
4.2 O conceito de “inseto” na concepção dos estudantes da efa.....................................25
4.3 O reconhecimento visual de um inseto......................................................................25
4.4 Atitudes e sentimentos para com os insetos..............................................................27
4.5 Sentimentos e atitudes para com os insetos...............................................................27
4.6 Aplicação e resultados do jogo vida dos insetos.......................................................29
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................34
6. REFERÊNCIAS..........................................................................................................35
APENDICE.....................................................................................................................39
ANEXO...........................................................................................................................41
10

1. INTRODUÇÃO

O meio rural é responsável por mover grande parte da economia brasileira, uma
vez que, por meio dele se dá a produção de alimentos que abastecem o país (AZEVEDO
E PESSOA, 2011). Uma melhoria na vida do homem no campo também se reflete numa
melhoria de produtividade melhorando com isso a economia de todo o país (BRASIL,
2002). Diante disso, a educação é a principal ferramenta propulsora de uma melhoria na
vida dos habitantes rurais e é com esse intuito que na década de 60 nasceram as Escolas
Famílias Agrícolas (EFAs) fazendo com que teoria e prática sejam relacionadas no dia a
dia dos habitantes rurais (CRUZ, 2010).
Nesse contexto, o ensino de ciências naturais, assume papel relevante, pois,
permite entender e conhecer os fenômenos naturais que são percebidos de forma intensa
no meio rural (QUEIROZ, 2006). O professor deverá trabalhar para que a aprendizagem
ocorra significativamente utilizando tanto ferramentas didáticas tradicionais como livros
quanto ferramentas lúdicas, fazendo com que os alunos relacionem tais conteúdos com
as situações corriqueiras (LABINAS, 2010).
No entanto, seja no meio rural como no urbano, o ensino de ciências vem sendo
tratado de forma mais teórico do que prático, comumente são apenas reproduzidos
textos do livro didático e trazidos alguns questionamentos que diz respeito ao tema
tratado fazendo com que os assuntos fiquem apenas em sala de aula (AZAMBUJA,
2010).
Para um ensino de Ciências não basta apenas à utilização do livro didático ou
uma apostila, faz-se imprescindível que o professor tenha a preocupação de se valer de
estratégias e recursos didáticos que possibilitem aos estudantes uma aprendizagem mais
significativa. Torna-se importante proporcionar situações de aprendizagem que
possibilitem aos estudantes expor seus conhecimentos prévios, levantar hipóteses acerca
do assunto tratado, especular sobre as possibilidades dos resultados e, acima de tudo,
fazer relações e atribuir significados, dando-lhes oportunidade para o desenvolvimento
de ideias, conceitos e fatos (LABINAS et al., 2010).
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de ciências
no nível fundamental (BRASIL, 1998), os professores devem utilizar métodos práticos,
experimentações, jogos, para despertar o interesse dos estudantes pelos conteúdos,
dando assim, sentido ao estudo de ciências de uma forma que os livros didáticos não
trazem.
11

Alguns temas despertam curiosidades e interesses das pessoas se tratando


portanto de preciosas ferramentas para promover uma aprendizagem. Entre esses, está o
estudo dos insetos, pois tais animais geralmente fascinam e despertam a curiosidade de
pessoas das mais diversas faixas etárias, tanto pela sua aparência como pela história,
pois sempre estiveram presentes na cultura de diversos povos em diferentes épocas
(SANTOS et al., 2006).
Em relação à importância econômica e ecológica dos insetos, desde o principio
da humanidade, eles estiveram de uma maneira ou de outra, relacionados com o ser
humano, ao ponto de se poder afirmar que a sobrevivência do homem depende do
equilibro deste grupo de animais, pois o maior inimigo dos insetos são os próprios
insetos (BUZZI e MIYAZAKI 1993).O desequilíbrio de uma parte do sistema formado
pelos insetos, pode afetar vários setores da nossa sociedade como a produção agrícola, o
espaço florestal, além de desencadear uma serie de doenças como a doença das chagas
(SOUZA et al., 2010).
No ambiente escolar, pode-se ensinar tanto a morfologia, possibilitando aos
estudantes conhecerem e identificarem os insetos sabendo diferenciar, por exemplo, um
louva-deus de uma esperança ou uma vespa de uma abelha, como a interação
inseto/ambiente explicando aspectos ecológicos e ambientais. Um estudo aprofundado
pode desmistificar preconceitos e informações errôneas que se tem sobre os insetos.
Pesquisas como a realizada por Modro et al., (2009) evidenciaram que alunos e
professores do município de Santa Cruz possuem uma visão dos insetos como sendo
seres pequenos, perigosos ou nojentos, percebendo-se assim que de maneira geral a
identificação dos insetos está ligada, principalmente, à atributos negativos.
Juntamente com essa desinformação, cria-se uma visão negativista que pode
suscitar atitudes excessivamente violentas para com esses artrópodes (BORROR e
DELONG, 1969; MORALES et al., 1997; COSTA NETO e PACHECO, 2004). Desta
maneira, é imprescindível que no ensino formal exista uma sensibilização e um
profundo estudo em relação à importância dos insetos, e que para tal haja discussões a
respeito das práticas pedagógicas e do conhecimento acadêmico junto à comunidade
docente local (MODRO et al., 2009).
Assim, através do presente trabalho, buscou-se identificar e responder de forma
qualitativa a seguinte questão: Quais as percepções entomológicas dos estudantes da
Escola Família Agrícola de Valente (Bahia)?
12

Para uma aprendizagem numa perspectiva ausubeliana, é essencial identificar os


conhecimentos prévios e isso no ensino de ciências é importante para introduzir o
pensamento científico e estimular a educação ambiental e social visto que alguns jogos
serão realizados em grupos. Nessa perspectiva, o presente trabalho vem a oferecer um
material alternativo ao professor onde ele poderá trabalhar utilizando materiais
disponíveis e de baixo custo que trará informações sobre a morfologia, história e relação
dos insetos com o seu habitat.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O Ensino de Ciências no meio rural

Segundo Azevedo e Pessoa (2011), o meio rural, com seus pequenos e médios
produtores fornece a maior parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. O
desenvolvimento e a melhoria da vida dos agricultores são refletidos numa melhoria da
qualidade dos produtos (BRASIL, 2002). Para que ocorra tal melhoria, é indispensável
que haja um ensino que venha a propiciar uma melhor e mais completa formação dos
habitantes rurais.
Com o intuito de uma melhor profissionalização no campo, surgiram no final da
década de 1960, as Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) cujo objetivo era relacionar
teoria e prática, propiciando a construção de um conhecimento que pudesse ser
relacionado com o cotidiano rural (CRUZ, 2010). Nesse sentido, o ensino de ciências
naturais, ganha uma relevante importância, pois precisa ter como meta, propiciar ao
aluno, conhecer afundo os fenômenos que ocorrem no seu cotidiano (QUEIROZ, 2006).
Para cumprir tal tarefa é necessário proporcionar de forma dinâmica, experiências
que permitam os alunos entenderem e compreenderem de uma forma significativa, além
de tais conteúdos os processos científicos (LABINAS, 2010). Segundo Silva (2008) a
utilização de jogos e brincadeiras ajuda no processo ensino-aprendizagem, pois
proporciona experiências que ampliam o conhecimento, além de melhorar a interação
entre colegas, tornando a sala de aula um ambiente fértil e agradável onde o aluno se
expressa e aprende.
Para que se possam obter resultados da aplicação de jogos, é necessário um bom
planejamento, tendo clareza que essa prática não é apenas um passatempo, mas um
método eficaz de ensino (AVELLAR, 2010). Jogos que atuam para uma melhor
13

interação entre os alunos contribuindo na formação de cidadãos comprometidos e


capazes de intervir na sociedade, pois tais interações plantam valores que podem
contribuir para a construção de um mundo melhor (FONTOURA et al, 2009)
Nessa perspectiva a utilização de materiais didáticos relacionados aos insetos é
bastante interessante, sendo que esses animais normalmente fascinam e despertam a
curiosidade tanto de adultos como de crianças, seja pela sua curiosa morfologia ou pela
sua relação histórica, sendo que desde os primórdios estiveram presentes na cultura de
vários povos (SANTOS et al., 2006). Segundo Wolff et al. (2009), o estudo dos insetos
compreende de forma profunda os princípios da ecologia pois podem ser abordados
temas sobre diversidade, interdependência, reciclagem e a interações entre os
organismos.

2.2 Os insetos na educação

Os insetos correspondem cerca de 80% da diversidade do Reino Animal, ou


seja, são os animais mais abundantes da Terra, os mesmos apresentam importância
ecológica e ambiental atuando na manutenção do ecossistema. Estão presentes em todos
os ecossistemas com exceção do ambiente marinho (MICHAEL, 1999). Os insetos estão
intimamente ligados à vida humana, por conta de vários aspectos como, por exemplo,
sua valiosa ação polinizadora fornecendo uma variedade de produtos como mel, a cera
da abelha. Além disso, servem de alimento para homens e outros animais. Algumas
espécies são usadas também para o controle de pragas e outros servem inclusive como
fonte de recursos para fármacos e para a pesquisa científica (BORROR e DELONG,
2011).
Apesar do estudo sobre os insetos apresentar uma significativa contribuição para
o ensino de ciências, os livros didáticos pouco tratam sobre o grupo. Lasbinas et al.
(2010) ao tratar do tema cita que os livros didáticos comumente aborda de forma
superficial tratando apenas das abelhas, por serem insetos bastante influentes na
economia, e os demais são citados como transmissores de doenças. O resultado de uma
visão negativista a respeito dos insetos é reforçado pela mídia onde frequentemente traz
esses animais apenas como organismos perigosos, repugnantes, vetores de doenças e
pragas agrícolas (LAGE et al., 2012).
Sobre a importância da temática nos primeiros anos escolares, Sousa et al.
(2010) em uma pesquisa realizada em Escolas no Município de Anápolis no estado de
14

Goiás, mostra que há significativas diferenças da percepção entomológica entre alunos


que tiveram alguma instrução entomológica, e os que não tiveram contato com o tema
podendo tal estudo influenciar na conscientização desses alunos que poderão apresentar
atitudes agressivas, ou de respeito a esses animais e o meio ambiente.
A utilização desse tema em sala de aula vem a ser um importante recurso para
diminuir o preconceito, além de servir como ferramenta pedagógica que vem a
estimular várias habilidades importantes para o contexto escolar como: observação,
argumentação, curiosidade, postura crítica e criatividade (LAGE et al., 2012).
No trabalho realizado por Silva e Delmônico (2011), 44 alunos do município de
Ribeirão do Pinhal na Paraíba foram submetidos a um questionário onde se pode
observar que os entrevistados apresentaram uma percepção incompleta sobre os insetos
sendo que apenas 18,2% dos alunos acertaram todas as questões. De acordo com os
resultados, foram identificadas carências no conhecimento desses discentes sendo que
os mesmos não possuíam conhecimentos gerais, morfológicos assim como a relação
inseto/ser humano.
A visão negativista em relação aos insetos pode ter suas consequências maiores
ao influenciar os sentimentos e as atitudes em relação a estes organismos, levando os
indivíduos a desempenhar atitudes agressivas, como o desejo de exterminar
imediatamente o “inseto”, quando deparado com o mesmo. O conhecimento sobre a
biologia e ecologia dos insetos pode auxiliar na compreensão do papel deste grupo no
ambiente, assim como mudar as relações humanas com ELE (BORROR e DELONG,
1969; MORALES et al., 1997; COSTA NETO e PACHECO, 2004).
Segundo Morales et al. (1997), tais atitudes podem decorrer devido a fatores
como: abundancia do animal, visão religiosa, sensação tátil, ideia de sujeira que o
animal traz, fragilidade ou resistência, ligação a doenças, desconforto que o animal
possa gerar, sua aparência e um conhecimento ou desconhecimento sobre o mesmo.
Costa Neto e Pacheco (2004), ao realizarem um trabalho no povoado de Pedra Branca,
Santa Terezinha, Estado da Bahia puderam constatar uma visão predominantemente
negativa a respeito dos insetos pelos moradores dessa localidade:

O modo como os moradores de Pedra Branca percebem e se


expressam em relação aos “insetos” evidencia sentimentos e reações
de desprezo, medo e aversão que as comunidades humanas, em graus
variados, demonstram pelos animais que compõem essa etnocategoria.
(COSTA NETO e PACHECO, 2004, p 85).
15

No trabalho intitulado “Ciência na escola, os princípios da ecologia profunda


através do estudo dos insetos e do meio ambiente” de Wolff et al. (2009), foi realizado
um curso de montagem, identificação e coleta de insetos para alunos e professores na
Escola Estadual de Ensino médio Padre Reus e na Escola Estadual de Educação básica
Presidente Roosevelt, e também para alunos de cursos superior de biologia da Pontifícia
Universidade do Rio Grande do Sul (PUCRS), UNILASALLE, e Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em seus resultados puderam constatar que ao
realizarem o pré-teste grande parte desses alunos possuía uma visão negativa para com
esses invertebrados. Segundo suas perspectivas os insetos eram animais perigosos, que
podem trazer prejuízos aos seres humanos e ao meio ambiente. Ao concluírem o
projeto, foram observadas e constatadas mudanças positivas na visão dos alunos e
professores, passaram a reconhecer sua importância econômica e a relevante atuação
nos ecossistemas. Aprenderam também a entender melhor a responsabilidade para com
os seres vivos em geral.

2.3 Aprendizagens significativas

A aprendizagem significativa é o alicerce da teoria do psicólogo da


educação estadunidense David Paul Ausubel, que segundo o mesmo, é o processo pelo
qual um determinado conhecimento, se relaciona de forma não arbitrária e substantiva
(não-literal) à estrutura cognitiva do aprendiz. Segundo Ausubel et al (1980) as pessoas
interpretam as experiências de acordo com suas próprias estruturas cognitivas e são
esses conceitos a “matéria prima” para uma aprendizagem significativa.
A “não-arbitrariedade” significa que tal conteúdo venha a interagir em
conhecimentos especificamente relevantes na estrutura cognitiva e a substantividade diz
respeito à incorporação do novo conteúdo nos conhecimentos prévios dos indivíduos
que é a substância e não fique embasado apenas em palavras (MOREIRA, 1997). No
prefácio do livro “Psicologia Educacional” Ausubel comenta:

Se eu tivesse que reduzir toda a psicologia educacional em um único


princípio, diria isto: O fator isolado mais importante que influencia a
aprendizagem é aquilo que o aprendiz já conhece. Descubra o que ele
sabe e baseie nisso os seus ensinamentos. (AUSUBEL, 1980, p. viii).
16

Buscando-se uma aprendizagem significativa que venha mudar preconceitos e


atitudes, é necessário conhecer a percepção que cada aluno apresenta sobre os insetos,
pois numa perspectiva ausubeliana, para que ocorra uma aprendizagem significativa é
necessário que um novo conhecimento interaja de forma não arbitrária e substantiva aos
conhecimentos prévios existentes na estrutura cognitiva do sujeito, produzindo assim
transformações, tanto no novo conteúdo quanto nos conhecimentos que o sujeito já
portava (MOREIRA, 1997).
Nessa perspectiva, o professor assume grande importância no processo de
aprendizagem do aluno, pois cabe a ele organizar da melhor forma o novo conteúdo
fazendo-se necessário a ele descobrir os conhecimentos prévios do aluno. Para Santos
(2007), o principal papel dos professores, na construção de uma aprendizagem
significativa é desafiar os conceitos pré-existentes, para que eles se estabeleçam de
forma consistente.
No conceito de aprendizagem, além do resultado alcançado na escola estão
incluídos hábitos, valores adquiridos, conhecimentos culturais, sociais, e tudo que o
indivíduo adquiriu no decorrer de sua vida incluindo interferências intelectual,
psicomotoras e físicas (PINTO e TAVARES, 2010).

2.4 O lúdico na escola

As experiências lúdicas em salas de aulas são um valoroso recurso por


aperfeiçoar a aprendizagem do indivíduo por explorar seus saberes assim como sua
compreensão de mundo e inclui a utilização de jogos, brinquedos e dinâmicas
(SANTOS, 2010). Para Campos et al. (2003) a aprendizagem significativa é facilitada
quando são utilizadas atividades lúdicas, por entusiasmar os alunos com a proposta de
aprender de uma forma dinâmica:

Neste sentido, o jogo ganha um espaço como a ferramenta ideal da


aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do
aluno, desenvolve níveis diferentes de experiência pessoal e social,
ajuda a construir suas novas descobertas, desenvolve e enriquece sua
personalidade, e simboliza um instrumento pedagógico que leva o
professor à condição de condutor, estimulador e avaliador da
aprendizagem. Ele pode ser utilizado como promotor de aprendizagem
das práticas escolares, possibilitando a aproximação dos alunos ao
conhecimento científico, levando-os a ter uma vivência, mesmo que
virtual, de solução de problemas que são muitas vezes muito próximas
17

da realidade que o homem enfrenta ou enfrentou (CAMPOS, 2003, p.


48).

Sobre a utilização de jogos para o ensino sobre os insetos, Silva (2008), propôs
um jogo feito por dois estudantes intitulado “O Beijo da Morte” que busca mostrar as
doenças cujos vetores são insetos, assim como os sintomas, como se proliferam
propondo ao participante aprender de forma lúdica algumas doenças conscientizando
assim os alunos sobre tal problemática da saúde mundial. Sob outra perspectiva, Santos
(2009) relatou uma experiência de uma atividade sobre os insetos que buscou identificar
os conhecimentos prévios dos alunos sobre os insetos confeccionar um jogo e aplicá-lo,
sendo que em seguida faz uma avaliação sobre a aprendizagem por meio do jogo. A
autora relata que

A atividade desenvolvida mostrou-se bastante estimulante à


participação dos alunos, pois eles se divertiam ao mesmo tempo em
que descreviam as características, respondiam às questões e
descobriam que muitos animais que eles achavam ser insetos não
eram. A mobilização foi grande. Eles diferenciavam, discutiam com
os grupos acerca das espécies de insetos, os locais onde poderiam ser
encontrados ou colocados no ambiente reproduzido no tabuleiro etc.
(SANTOS, 2009, p. 3)

3. METODOLOGIA

3.1 O objeto de estudo

A aquisição das percepções entomológicas e o conhecimento das relações dos


alunos do sétimo ano pertencente à Escola Família Agrícola de Valente (Bahia) para
com os insetos. Buscou-se identificar algumas atitudes e sentimentos demonstrados no
dia à dia frente a esse grupo de animais.

3.2 Público alvo

O público alvo são estudantes do 7° ano do ensino fundamental da Escola


Família Agrícola (EFA) Avaní de Lima Cunha localizada na Fazenda Madeira
localizada no município de Valente (Bahia).
18

3.3 Local da pesquisa

As atividades foram desenvolvidas no município de Valente (Bahia) no II


Circuito de Ciência, Cultura e Tecnologia (CCT), vinculado ao projeto de extensão
“Observatório de Juventudes Rurais na Região Sisaleira da Bahia” coordenado pela
professora Alessandra Freixo da Universidade Estadual de Feira de Santana (Bahia).

O evento (II CCT) contou com a participação de estudantes, pais, professores,


ligados a EFA de Valente, assim como estudantes de graduação da UEFS que ajudaram
na organização e desenvolvimento de várias atividades como: oficinas, exposições e
palestras. As atividades aqui descritas se deram no período da tarde na oficina “Mundo
dos Insetos” e contou com a participação de sete estudantes.

3.4 Coleta dos dados

Analisou-se os conhecimentos prévios dos alunos através de um questionário


(APENDICE A) baseado no modelo proposto por Sousa et al. (2010), sendo o mesmo
composto por questões abertas e objetivas, buscando identificar as curiosidades e
equívocos sobre o tema. Em seguida, foi apresentado o conteúdo utilizando data show e
buscando estimular a curiosidade e as experiências dos jovens. Tal apresentação
abordou as principais ordens de insetos, sua morfologia e biologia, sublinhando além do
papel ecológico, sua relação com o homem, sejam benéficas como, por exemplo, o caso
da abelha como polinizador, seja como transmissores de doenças como no caso do
barbeiro (Hemíptera, Insecta) e a relação de alguns insetos na história da humanidade.
Foram abordadas algumas atitudes excessivamente violentas para com alguns insetos,
destacando o importante papel de cada organismo vivo e seu direito a vida, e foram
trazidas algumas prevenções e formas de combate contra insetos vetores de doenças
como o barbeiro e o mosquito da dengue.

3.5 Descrição das atividades desenvolvidas

As atividades foram divididas em três momentos, a entrega dos questionários, a


abordagem do conteúdo e a aplicação do jogo: vida dos insetos.
Inicialmente foi entregue um questionário para cada aluno contendo seis
questões objetivas e abertas sobre a temática dos insetos.
19

Por meio de recursos digitais (data show), foram abordadas as principais ordens de
insetos, sua morfologia, sua biologia, sublinhando além do papel ecológico de cada
animal, sua relação com o homem, seja essa benéfica como, por exemplo, o caso da
abelha como polinizador, seja como transmissor de doenças como no caso do barbeiro
(Hemíptera, Insecta) e a relação de alguns insetos na história da humanidade (Fig.1)
Atitudes excessivamente violentas para com alguns insetos foram abordadas,
sublinhando o importante papel de cada organismo vivo e seu direito a vida, e
demonstradas formas de prevenções e combate contra insetos vetores de doenças como
o barbeiro e o mosquito da dengue.
Apresentaram-se algumas imagens de insetos contidas em desenhos animados, pois
segundo o trabalho de Silva e Delmônico (2011), alguns alunos possuíram dificuldade
em responder a perguntas como: em quantas partes um inseto é dividido? Quantas
pernas um inseto possui? Sendo que a indústria cinematográfica muitas vezes apresenta
os insetos a partir de uma visão distorcida da realidade.

Figura 1: Registro fotográfico do início da oficina mundo dos insetos

3.6 Sobre o jogo

Na ultima etapa da oficina, foi proposto o jogo de tabuleiro “vida dos insetos”
(fig.2).
20

Figura 2: Tabuleiro do jogo “vida dos insetos”

O jogo abordou de forma dinâmica os conteúdos sobre a morfologia, biologia e


outras curiosidades dos insetos e buscou explorar os saberes que cada participante
trazia.
Foram organizadas equipes contendo três membros cada, e seguindo a ordem de
jogada, cada equipe ao parar numa determinada “casa”, teve que executar uma
determinada tarefa de acordo com a carta do bloco correspondente a casa em que caíram
(fig. 3).

Figura 3: foto do início do jogo vida dos insetos.


O jogo trouxe conteúdos sobre a morfologia, biologia e outras curiosidades dos
insetos e buscou explorar os saberes dos participantes assim como agregar novos
conteúdos de forma divertida e dinâmica. O jogo foi elaborado de forma cuidadosa para
que ao adaptar e simplificar o conteúdo, tais informações não fossem distorcidas.
21

Para iniciar o jogo, todas as equipes tiveram que “montar um Inseto”, que se trata de
uma atividade bastante simples: O organizador recortou e misturou as partes de todos os
insetos e expôs as mesmas de forma que todos tivessem acesso visual (fig.4). Em
seguida os participantes tiveram que encaixar cada parte, tentando descobrir de que
inseto se trata. A equipe que concluiu primeiro iniciou o jogo lançando o dado e a
ordem dos demais foi de acordo com o tempo que cada equipe monta seu inseto.

Figura 4: Quebra cabeça confeccionado com imagens de insetos


Tal atividade tem o objetivo fazer com que o aluno reconheça um individuo da
classe Insecta, sua morfologia e possa identificar alguns grupos comuns que fazem parte
do seu dia a dia. A ideia de criar tal atividade, nasceu decorrente de analises de
levantamentos prévios de trabalhos como a de Silva e Delmônico (2011) e Sousa et
al.(2010), onde uma parte dos alunos apresentavam dificuldades em reconhecer os
indivíduos do grupo dos insetos. A atividade também poderá introduzir conceitos de
Sistemática e Taxonomia, pois, ao perceberem que todos os insetos apresentam
características em comum e algumas diferenças entre eles poderão compreender
conceitos como: sinapomorfia1, apomorfia2, plesiomorfia3 etc... conseguindo agregar
conteúdos científicos aos seus conhecimentos prévios.
Após determinadas a sequência em que as equipes deverão jogar o dado, um

1
Termo utilizado para caracteres homólogos compartilhados por dois ou mais táxons.
2
Termo designado para definir uma característica mais recente derivada de uma característica primitiva
de uma espécie ancestral.
3
Termo empregado em cladística para designar uma característica considerada primitiva que foi
modificada a outra mais recente dentro de uma linhagem.
22

jogador da equipe vencedora deverá lançá-lo e na casa em que o jogador parar, foi dada
uma tarefa que tiveram que executar sendo que tal tarefa é selecionada de acordo com a
carta do bloco correspondente a casa em questão. A equipe que executou corretamente a
atividade, jogava novamente, executando a próxima tarefa, e ao executar a atividade de
forma incorreta, ou caia na casa “penalidade”, foi apresentada a resposta correta e a vez
de jogar era dada a próxima equipe.

3.7 As casas do jogo

Casa amarela “Pergunta”: Ao cair nessa casa, o jogador deverá escolher uma
das cartas do bloco em questão do qual haverá 32 questões fechadas contendo
alternativas. Para jogar novamente o dado, deverá responder corretamente a questão da
carta que pegou.
Casa lilás “raciocínio”: Nessa casa, os jogadores deverão escolher uma das
cartas do bloco em questão que conterá 16 questões abertas relacionadas com seu dia a
dia. Para jogar novamente o dado, deverão responder a questão da carta corretamente,
caso contrário, a vez de jogar o dado passará para próxima equipe.
Casa azul “Recompensa”: A equipe ao cair nessa casa, deverá escolher uma das
cartas do bloco em questão. Nas cartas estarão algumas atitudes de respeito e proteção
para com os insetos. O jogador será recompensado avançando uma casa.
Casa vermelha “Punição”: Nesta casa a equipe escolherá uma das cartas
correspondente a casa em questão, sendo que nessas cartas estarão contidas algumas
noções equivocadas e atitudes violentas que fará com que o jogador retorne uma casa.
Casa verde “Quem sou eu?”: Ao cair nessa casa, a equipe deverá escolher uma
das cartas do bloco contendo um tipo de inseto. Um membro da equipe deverá imitar tal
inseto para que o(s) outro(s) membro(s) adivinhe e jogue o dado novamente.

3.8 Sobre o dado

O dado do jogo foi confeccionado segundo o modelo abaixo No dado há: uma face
“Passa a vez”, que, caso fique voltado para a parte de cima depois de o dado ser
lançado, a equipe deverá permanecer onde está e passar o dado para a equipe seguinte;
uma face “permaneça onde está” onde a equipe também passará o dado para a equipe
seguinte sem sair do lugar, uma face “avance uma casa” e nas demais faces contiam um
23

número cada, que vai de um à três indicando o numero de casas que a equipe poderá
avançar (Fig. 5).

Figura 5: Dado do jogo vida dos insetos

Após o jogo, deu-se início a exposição de insetos depositados na coleção


Entomológica Johann Becker do Museu de Zoologia UEFS. Foram apresentadas cinco
gavetas entomológicas contendo diversos espécimes de insetos das principais ordens de
insetos.

4. RESULTADO E DISCUSSÃO

4.1 Perfis dos participantes

Os participantes da oficina, foram alunos do 7° ano do ensino fundamental com


faixas etárias de 11 a 14 anos sendo que o maior número de alunos, com quatro
representantes, apresentavam faixa etária de 12 anos seguido pelos de 13 anos com dois
participantes e 2 alunos com faixa etária de 11 e 14 anos respectivamente (Fig. 6)
24

Figura 6: número de participantes por faixa etária

Para a apresentação dos dados coletados, usam-se siglas em que a letra “P”
seguida do número representa cada participante: P.1 (Participante 1) e a letra maiúsculo
representa a faixa etária dos mesmos (Tabela 1).
Tabela 1: faixa etária dos participantes segundo as siglas utilizadas.
P. 1 A P.2 B P.3 B P.4 B P.5 B P.6 C P.7 C P.8 D
11 12 12 12 12 13 13 14
anos anos anos anos anos anos anos anos

Observou-se que os alunos já traziam certo conhecimento sobre a temática dos


insetos, e isso, provavelmente, devem-se as relações que já possuíam com os mesmos,
através das práticas agrícolas, do convívio familiar e em comunidade.
A turma mostrou-se bastante interessada e atenta durante toda a oficina. Alguns
demonstravam um comportamento extrovertido demonstrando entusiasmo nas
atividades, como foi observado em alguns dos participantes que comentava suas
relações com alguns insetos no seu dia-a-dia:
“Lá em casa apareceu um cascudo que fedia” (P.2 B)
“Uma vez eu fui mordido por um maribondo” (P.3 B)
“Lá em casa é cheio de formigas” (P.6 C)
25

Já outros participantes eram um pouco mais tímidos, demonstrando curiosidade


ao observar os exemplares de insetos expostos. Todos participaram de forma íntegra de
todos os momentos da oficina.
Ao participarem do jogo, os participantes mostravam certa euforia associado a
um espírito de competição, o que ajudou no desenvolvimento da prática. Foram feitas
quatro equipes com três participantes. Por ser uma turma bastante heterogênea,
contando com a participação de estudantes do ensino fundamental e médio, na medida
em que os assuntos eram abordados, alguns demonstravam certo domínio, sendo esses
alunos, aqueles que já estudaram ou estão estudando os insetos que um conteúdo
abordado geralmente no 7° ano. Já outros, demonstravam certo desinteresse, ficando
claro que estavam participando para acompanhar os amigos.
Diversas vezes durante a apresentação, alguns alunos, principalmente os do 7°
ano, interrompiam a apresentação para falar sobre uma situação particular envolvendo
algum inseto, e na medida em que a socialização dessas experiências era acolhida e
estimulada, aqueles mais tímidos também buscavam participar.
De um ponto de vista geral, todos os participantes demonstraram certa
dificuldade com o tema da oficina, sendo essas dificuldades ligadas mais ao campo
teórico, por exemplo, poucos alunos souberam conceituar um inseto, sendo que a
maioria tratava aranhas e miriápodes como insetos. Quando questionados sobre os
insetos que lhes trazem algum sentimento de repugnância, aversão ou medo, alguns
citaram as aranhas.

4.2 O conceito de “inseto” na concepção dos estudantes da EFA

Ao serem questionados sobre como se reconhece um inseto, apenas o


participante P.2B respondeu que os insetos são animais pequenos, possuem muitas patas
e vivem debaixo do solo. Todos os demais participantes assinalaram que se trata de
animais com seis patas, corpo dividido em três partes pode ter asas e vivem em diversos
ambientes.

4.3 O reconhecimento visual de um inseto


Ao apresentarmos várias imagens de animais contendo representantes de
diversos táxons, os participantes circularam os exemplos de insetos. A maioria dos
participantes circulara animais, que não correspondem com o conceito de inseto que os
26

mesmos assinalaram na questão anterior, ex. aranha e centopéia. Os besouros foram


assinalados em maior proporção sendo que todos os alunos identificaram tal animal
como um inseto, as baratas estão em segundo lugar, apenas um estudante não assinalou
e gafanhoto e aranhas foram assinalados na mesma proporção, por oito participantes
(Fig 7).
Um aspecto a levar em consideração, é a criação de insetos com características
humanas (braços, pernas, bocas e olhos semelhantes aos humanos) apresentadas por
filmes como “Vida de Inseto” e “Bee movie – A história de uma abelha”. A indústria
cinematográfica corrobora com a construção de uma percepção antropocêntrica sobre os
insetos através de imagens caricaturais (antropomorfizadas) e também projetando
imagens sinistras de perigo ou morte, imagens chocantes que provocam medo e pavor
(MERTINS, 1986 apud SILVA e DELMÔNICO, 2011).

Figura 7: Proporção de animais assinalados como insetos Importância dos insetos

A fim de conhecermos a opinião dos estudantes da EFA sobre a importância dos


insetos para o homem (benéfica ou prejudicial), como para o ambiente em que vivem,
foi feito a seguinte pergunta: Para que servem os insetos? As respostas foram
categorizadas em: 1°Aspecto negativa: Transmitir doenças, pragas de plantações e
pragas urbanas; 2° Aspectos positivos: Produzir alimentos, alimento para outros seres
vivos, pesquisa para descoberta de cura de doenças e controle de pragas, e 3° nenhuma
importância: Não servem para nada (Tab.2). O participante P.2B assinalou apenas
27

aspectos negativos, o participante P.7C apenas aspectos positivos e os demais


participante 80%, marcaram ambos os aspectos. Para o participante P.4B os insetos não
servem para nada, sendo sua única opinião.

Tabela 2: categorias assinaladas pelos estudantes a respeito da importância dos insetos


P. 1 P. 2 P.3 P.4 P.5 P.6 P.7 P.8
A B B B B C C D
Positivo X X X X X X
Negativo X X X X X X
Indiferente X

4.4 Atitudes e sentimentos para com os insetos

As respostas para a pergunta: O que você faz quando vê um inseto em sua casa?
foram categorizadas em Reações X: Coleciona; admira e fica feliz; Reações Z: Grita;
chora; corre e mata e Reações Y: Chama alguém; nada e observa (Tab.3). Por
conveniência não foram utilizadas as palavras, positivo ou negativo, pois alguns insetos
são vetores de doenças e o melhor a se fazer é matá-los. seis participantes assinalaram
as reações Y, quatro as reações Z e Apenas um participante (P.7 C) Assinalou X.

Tabela 3: Categorias assinaladas pelos estudantes de atitudes e sentimentos assinaladas


P. 1 A P.2 B P.3 B P.4 B P.5 B P.6 C P.7 C P.8 D
Reações X X
Reações Z X X X X
Reações Y X X X X X X

4.5 Sentimentos e atitudes para com os insetos

São apresentadas as respostas da pergunta : Você gosta de insetos ? Por quê?


Metade dos participantes responderam que sim pois traziam algum benefício ao meio
ambiente e eram interessantes, brilhantes ou bonitos. Três alunos responderam que não
gostavam dos insetos pois picavam, fediam ou eram chatos. Dois participantes
apontaram aspectos positivos e negativos, reconhecendo alguma importância e
problemas que os insetos poderiam causar ao homem.
28

Tabela 4:Respostas da pergunta: Você gosta de insetos ? Por quê?

Quando foi requerido para os participantes exemplificarem insetos que gostavam


e o porquê, três participantes provavelmente não entenderam a questão, dando
respostas semelhantes às respostas da questão 1. Entre os insetos que gostam estão:
borboletas, pois são bonitas e alegram grilo por que cantam e formigas pois trabalham
bastante. O Participante P.10F exemplificou aranhas, pois controlam pragas e um aluno.

Tabela 5: Respostas da questão: Cite exemplos de insetos que você gosta, por quê?
P. 1 A Não. Por que são horríveis
P.2 B Por que fazem parte da natureza.
P.3 B Borboletas por que são cheias de cores e me alegram.
P.4 B Por que alguns são nojentos e outros perigosos
P.5 B Formigas, por que trabalham muito.
P.6 C Borboletas, por que são bonitas.
P.7 C Eu acho interessante
P.8 D Grilo, por que ficam cantando.

Entre os exemplos de insetos que não gostam (Questão 3), foram mencionados:
Moscas, pernilongos e besouros (cascudos) pois transmitem doenças, picam e fedem
respectivamente. As aranhas (caranguejeiras) também foram mencionadas (P.3B), por
que são horríveis.
29

Tabela 6: Respostas da questão: Cite exemplos de insetos que Você não gosta, por quê?
P. 1 A Moscas e pernilongos. Por que eles mordem e a mosca passa doença
P.2 B Não responderam!
P.3 B Caranguejeiras. Por que são horríveis.
P.4 B Por que alguns são coloridos.
P.5 B Gosto
P.6 C Não responderam!
P.7 C Muriçoca, por que ela morde.
P.8 D Cascudos por que fedem.

Nos exemplos de insetos que não demonstravam nenhum sentimento (Questão


4), apenas um aluno exemplificou um animal, sendo esse a lagosta, os demais
provavelmente não possuíram interesse em responder ou não entenderam a questão.

Tabela 7: Respostas da questão: Cite exemplos de insetos que você não sente nada por
eles, por quê?
P. 1 A Por alguns, outros não. Por que alguns são horríveis.
P.2 B Não responderam!
P.3 B Lagosta
P.4 B Só medo de alguns
P.5 B Sinto por que tem gente que vê eles e matam.
P.6 C Não responderam!
P.7 C Não responderam!
P.8 D Não por que não valem nada

4.6 Aplicação e resultados do jogo vida dos insetos


Para a aplicação do jogo, considerando o número de participantes, foram
organizadas quatro equipes com três integrantes. A formação de equipes segundo
Luciana et al. 2003, ajuda o aluno a adquirir novas experiências pessoais e sociais,
compreender a realidade externa a ele, a respeitar regras controlar os seus instintos,
aprendendo através do “saber ganhar e no saber perder”, que o que ganha não é melhor
que aquele que perde. A formação de equipes, portanto, colocou os alunos em situações
que podem enfrentar ou que já vivenciam em suas vidas.
30

Na primeira parte do jogo, em que cada equipe deveria “montar” um inseto,


foram observas dificuldades em cumprir tal tarefa e isso pode ser devido a dois motivos:
o primeiro é a falta de conhecimento morfológico dos insetos, pois mesmos fazendo
parte do dia-a-dia, o seu pequeno tamanho, a dificuldade da captura e a falta de interesse
nos mesmos faz com que desconheçam sua morfologia. O segundo motivo
provavelmente foi uma visão antropocêntrica para com esses animais. Como observado
nas fotos feitas durante o jogo (Fig. 8), os insetos aparecem com quatro membros e
alguns com uma postura ereta. Ao final dessa etapa, nenhuma equipe concluiu a tarefa
até o fim, sendo que aquela que mais acertou o número de partes no inseto devido,
começou o jogo.

Figura 8: Fotos da montagem do quebra cabeça

No decorrer do jogo, os alunos ao caírem nas casas amarelas (perguntas) e lilás


(raciocínio) eles precisaram discutir e entrar em um consenso sobre a resposta a ser dada
e isso em um tempo de um minuto.
Das 32 questões elaboradas, 14 delas foram sorteadas durante o jogo sendo que
essas abordam desde morfologia, ecologia até a associação de alguns insetos com o
homem (Ver anexo B para consultar as questões). Das 14 questões, apenas duas delas
foram respondidas de forma incorreta (tab. 8).
31

Tabela 8: Respostas das questões de múltipla escolha respondidas pelas equipes


Equipe 1 Equipe 2 Equipe 3 Equipe 4
1° questão Correta
2° questão Correta
3° questão Correta
4° questão Correta
5° questão Correta
14° questão Incorreta
15° questão Correta
17° questão Correta
24° questão Correta
25° questão Correta
26° questão Correta
27° questão Correta
30° questão Correta
31° questão Incorreta Correta
32° questão Correta

A questão 14° que trata de identificar o inseto ao qual um personagem da TV


faz referências com o seu nome e as suas roupas, não foi tratada durante a oficina e o
programa em que tal personagem fazia parte, foi exibido em uma época que não condiz
com a faixa etária dos alunos. Tais fatores podem ter influenciado na escolha errônea. A
questão 31° questionava qual o termo para o hábito de consumir insetos na alimentação
(entomofagia) e foi mencionada e discutida durante a oficina. Tal termo, desconhecido
muitas vezes até por integrantes do curso de biologia, muito provavelmente não foi
tratado durante as aulas do 7° ano, pois como se sabe, o tema requer certo conhecimento
específico e um tempo de estudo que muitas vezes os professores não possuem.
As questões com problemas abertos contidas na casa lilás (raciocínio) sorteadas
apresentavam tanto situações do cotidiano dos participantes que exigiam resoluções
elaboradas, quanto questões que buscavam relacionar o conhecimento teórico com os
aqueles populares. Das oito questões elaboradas, cinco delas foram sorteadas durante o
jogo. Segue as respostas dos participantes às questões:

Questão Problema 01. Equipe 3


O Sr. Kafe Kafe comprou um sitio para aplicar seus conhecimentos acerca de
zootecnia e agricultura. O sitio tem um rio e uma pequena mata virgem. Insatisfeito com
o espaço que perderia para seus cultivos agrícolas, eles desmatou e queimou a mata.
Nesta mata havia cerca de 20 ninhos de abelha sem ferrão que foram dizimadas. Qual a
consequência para as plantas locais?
32

Resposta: Afeta a polinização


Os participantes utilizaram os conhecimentos adquiridos com a experiência do
campo, as aulas da escola agrícola e a oficina pouco tempo ministrada. Todos os
participantes foram unânimes ao responder.

Questão Problema 02. Equipe 4


O Sr. Kafe Kafe resolveu então revitalizar o solo e fez uma adubação verde
usando como leguminosa o feijão de corda. Um detalhe que ele não se preocupou foi
que no feijão havia larvas de mariposa e borboleta, fato que contaminou o local. Como é
chamada a larva da borboleta ou mariposa?

Resposta: Lagarta
Nessa reposta, evidenciou-se a transposição dos conhecimentos teóricos com os
saberes pessoais, deixando claro que o grupo entendeu o conteúdo e pode interpretar no
dia-a-dia.
Questão Problema 03. Equipe 2
O Sr. Kafe Kafe plantou neste local uma horta orgânica. Ele teve um prejuízo grande,
pois sua plantação foi atacada por lagartas. Qual o tipo de aparelho bucal das lagartas?

Resposta: Aparelho mastigador


A oficina apenas ministrada foi um fator chave para a resposta de tal pergunta, por se
tratar de algo específico do estudo dos insetos e que raramente é tratado em aula. O
reconhecimento do aparelho bucal nos insetos ajuda a entender seus hábitos.

Questão Problema 05. Equipe 1


O Sr. Kafe Kafe abandonou os princípios orgânicos e comprou inseticida para
pulverizou toda a área do sitio. Qual a relação direta desta ação com os insetos?

Resposta: Afeta o desenvolvimento das plantas e a saúde das pessoas.


Ficou evidente o aprendizado adquirido nas aulas da escola agrícola, uma vez
que, não foram abordados questões acerca de tal temática. Os participantes tinham
consciência das boas práticas agrícolas para se ter alimentos de qualidade.

O tempo para que tais questões fossem respondidas foi maior, visto que exigiam
discussões mais aprofundadas. Ao discutirem, os participantes utilizavam os
conhecimentos obtidos com a prática do campo como as equipes 3 e 1. A equipes 4 ao
responder que a larva de uma mariposa ou de uma borboleta é conhecida como lagarta,
33

soube relacionar os conhecimentos obtidos de seus estudos e da oficina com aqueles que
já possuíam e a partir dos danos causados pelas lagartas a equipe 2 soube reconhecer o
tipo de aparelho bucal das lagartas.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desse trabalho foi analisar a percepção entomológica dos estudantes


da Escola Família Agrícola de Valente, suas relações e sentimentos a respeito desse
grupo de animais, propiciando através do lúdico, uma oportunidade dos mesmos,
valorizarem seus conceitos prévios e relacionarem tais saberes àqueles adquiridos com
os estudos.

Com base na proposta dos teóricos analisados, evidenciou-se que o uso do lúdico
contribui de maneira significativa para a formação de um cidadão instruído dos saberes
formais relacionando-os com os saberes adquiridos fora do espaço formal. A utilização
de jogos, dinâmicas e outros, são valorosos recursos para que o professor reconheça os
saberes que os estudantes possuem, dando uma base para se possam trabalhar os saberes
formais diminuindo os conflitos cognitivos.
A utilização do lúdico, como o esperado, ainda contribui para a formação social,
fazendo com que os estudantes entendam que para um bom convívio é necessário
respeitar certas regras e cumprir certos deveres.
Por fim, conclui-se que os estudantes da Escola Família Agrícola de Valente
(BA), possuem visões distorcidas sobre a temática dos insetos, relacionando-os sempre
a causadores de doenças e pragas a serem exterminadas ou apenas a animais à serem
observados por que são bonitos.
A abordagem do assunto dos insetos é uma excelente ferramenta para instruir os
estudantes a observarem e respeitarem as mais diversas formas viventes, mesmo que,
aos nossos olhos não sejam tão “bonitos”, possuem seu valor de ser vivo
desempenhando seu papel no meio ambiente e com isso, contribuindo para o bem estar
dos homens.
É necessário que os educadores reconheçam tais percepções e que os saberes a
medida do possível, sejam trabalhados de forma dinâmica, divertida e que valorizem e
utilizem tais percepções como uma ferramenta para construir uma aprendizagem
significativa.
34

6. REFERÊNCIAS

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37

APENDICE
Questionário
(adaptado de Sousa et al. 2010)

1. Como você sabe que um ser vivo é um inseto?


( )quando são pequenos, possuem muitas patas, vivem debaixo do solo.
( )quando tem 6 patas, corpo dividido em 3 partes, antenas, podem ter asas e vivem em
diversos ambientes
( )quando tem 8 patas, asas, corpo dividido em 2 partes e só vivem no solo

2. Você gosta de insetos? Por quê?


____________________________________________________________________

3. Circule os exemplos de insetos.

4. Para que servem os insetos?


( )transmitir doenças
( )pragas de plantações
( )produzir alimentos
( )alimento para outros seres vivos
( )pesquisa para descoberta de cura de doenças
( )controle de pragas
( )pragas urbanas
( )nada

5. O que você faz quando vê um inseto em sua casa?


( )chora
( ) fica feliz
( )chama alguém
( )mata
( )observa
( )coleciona
( ) grita
( ) admira
( )corre
( )nada
38

6. Cite exemplos de insetos que:


a) Você gosta, por quê?
b) Você não gosta, por quê?
c) Não sente nada por eles, por quê?
39

ANEXO

Questões da casa “Pergunta”.

1° questão: Em um cupinzeiro, podem ser encontrados cupins com diferentes formas:


operários, soldados, machos alados e fêmeas aladas. O que melhor se relaciona com a
existência dessas diferentes formas.

a) Esses animais não vivem em sociedade.


b) Esses animais disputam diferentes funções.
c) Esses animais possuem divisão de trabalho.
d) São necessários cuidados diferenciados com o alimento fungo.
e) As diferentes funções levam à necessidade de diferentes formas.
Resposta: C

2° questão: Os insetos que possuem aparelho bucal representado nas figuras I, II, III e
IV a seguir são, respectivamente:

a) abelha, pernilongo, borboleta e gafanhoto.


b) abelha, mosca, barata, pernilongo.
c) barata, borboleta, abelha, gafanhoto.
d) borboleta, pernilongo, gafanhoto, mosca.
e) pernilongo, abelha, borboleta, barata.
Resposta: A

3° questão: As formigas saúvas constituem sociedades organizadas em que as formigas


rainhas, içás, vivem cerca de quinze anos e produzem até quatro milhões de formigas-
filhas. A fertilização das rainhas é realizada

a) pelas operárias, no solo.


b) pelos soldados, no ar.
c) pelos soldados, no solo.
d) pelos machos, bitus, no ar.
e) pelos machos, bitus, no solo.
Resposta: D

4° questão: Um grupo de estudantes em um passeio pela EFA e encontra um tipo de


animal que apresenta as seguintes características:corpo dividido em cabeça, tórax e
abdome, 6 patas, e um par de antenas bem visíveis. Que animal é este?
40

a) inseto
b) crustáceo
c) molusco
d) aracnídeo
Resposta: A

5° questão: Foram observados dois insetos, chamados de A e B, com as seguintes


características:

A - apresenta dois pares de asas, tem aparelho bucal triturador.


B - apresenta um par de asas, tem aparelho bucal picador.
Os insetos A e B, anteriormente referidos, podem ser, respectivamente:

a) gafanhoto e formiga.
b) formiga e barata.
c) mosca e besouro.
d) gafanhoto e pernilongo.
Resposta: D

14° questão: O chapolin colorado é um personagem baseado em que inseto?


a) Louva-a-deus
b) Besouro
c) Barata
d) Gafanhoto
Resposta: D

15° questão: Metamorfose é a transformação do estágio jovem para o adulto. Alguns


insetos têm metamorfose completa (holometábolos), em outros a metamorfose é
incompleta (hemimetábolos), outros já nascem com a forma adulta (ametábolos)

A figura mostra respectivamente:


a)Hemimetábolo, ametábolo, holometábolo
b)ametábolo, holometábolo, hemimetábolo
c)holometábolo,hemimetábolo, ametábolo
41

d)ametábolo, hemimetábolo, holometábolo


Resposta: D

17° questão: Possuem mandíbulas e maxilas alongadas e perfurantes, permitindo que


suguem sangue.

a) gafanhotos
b) borboletas
c) cigarrinhas
d) pernilongos
Resposta: D

24° questão: De repente você encontra num cantinho de sua casa aquele pozinho
marrom...
É um dos primeiros sinais.
E logo pensa: “Cupins à vista! Praga! É preciso aniquilá-los”.
A erradicação dessa praga é dificultada porque os cupins

a) sofrem constantes mutações e mudam seus hábitos alimentares.


b) conseguem digerir qualquer tipo de material de construção, desde cimento até
plástico.
c) são artrópodes, do grupo dos aracnídeos, dotados de esqueleto externo quitinoso e,
por isso, são resistentes aos inseticidas.
d) realizam reprodução assexuada, o que aumenta a variabilidade genética das espécies
garantindo a resistência aos inseticidas.
e) vivem em ninhos de difícil acesso, penetrando na madeira e digerindo a celulose
graças aos microorganismos presentes em seu intestino.
Resposta: E

25° questão: Uma das medidas mais eficientes de combate à dengue é a eliminação de
águas paradas, onde podem proliferar as larvas dos mosquitos Aedes aegypti.Com base
no enunciado, pode-se concluir que o Aedes agypti é uma espécie de inseto que tem seu
desenvolvimento biológico do tipo:

a) holometábolo, com um estágio intermediário denominado de pupa.


b) hemimetábolo, com um estágio intermediário denominado de ninfa.
c) ametábolo, com um estágio intermediário denominado de lagarta.
d) hemimetábolo, com um estágio intermediário sexuado que se desenvolve no
organismo humano.
Resposta: A

26° questão: Quanto ao hábito alimentar, é possível encontrar no solo a mais variada
gama de insetos, especialmente: detritívoros, predadores, micófagos, e herbívoros. É
provável que os detritívoros sejam os mais numerosos e diversos neste ambiente. Esta
hipótese tem fundamento no fato do solo ser o local onde se acumula toda sorte de
detritos: folhiço, madeira em decomposição, excrementos, e carcaças servindo como um
excelente habitat onde esses organismos podem viver toda ou parte da vida.
De acordo com o texto, o que são insetos de solo?

a) São aqueles insetos que vivem ou, pelo menos, buscam seus recursos no solo.
42

b) São os insetos sem asas que precisam fazer suas casas no solo.
c) São os insetos menores que buscam abrigo contra predadores.
d) São os insetos causadores da doença de chagas.
Resposta: A

27° questão: Qual a importância benéfica dos insetos de solo para a agricultura?

a) Produção de húmus e aeração do solo


b) Aumento de produção de mel
c) Cavam buracos que servem de abrigo para outros animais.
d) Evitam ataque das lagartas
Resposta:A

30° questão: A polinização das plantas é realizada principalmente por qual grupo de
insetos?
Bicho-pau
Pulga
Abelhas
Baratas
Resposta:C

31° questão: Embora tendo níveis de proteína equivalentes aos das lagartas, a carne
moída magra e o bacalhau ficam para trás em níveis de ferro e vitaminas.
A afirmativa esta tratando da prática da utilização dos insetos como alimento. Essa
prática é conhecida como:

a) Insetofagia
b) lagartofagia
c) entomofagia
d) aracnofagia
Resposta: C

32° questão: O que é a casquinha de cigarra que encontramos no tronco das arvores?

a) É apenas o esqueleto velho de uma fase em que ela era menor e mais jovem.
b) Ela produz um som tão forte que seu corpo não aguenta e estoura.
c) É um tipo de múmia, que quando chove, volta a vida.
d)É uma casinha que ela constrói para se abrigar.
Resposta: A

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