Você está na página 1de 3

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES


CURSO DE BACHARELADO EM FILOSOFIA

PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO * 2022

Prof. CAUE CRUGER

CAIO LEONARDO DIAS;

A CONSCIÊNCIA NA CONTEMPORANEIDADE

O presente ensaio objetiva apresentar de maneira clara e precisa a relação


entre o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) “A certeza da consciência de ser
toda a realidade em Hegel” com o pensamento contemporâneo. Apontando
identificações acerca de uma compreensão do conceito de consciência, bem como
da possiblidade de uma atualização e ratificação contributiva do pensamento
filosófico moderno hegeliano.
Haja visto a limitação do ensaio, ademais a compreensão de Hegel atribuindo
à consciência a certeza de ser toda realidade parte da dialética da certeza sensível,
a percepção e o entendimento que resulta na percepção do objeto pela sua
oposição no sujeito. A partir disto podemos perguntar-nos como podemos ter certeza
que a realidade de fato existe? Sem tendenciar a um subjetivismo absoluto devido a
correspondência do objeto em seu caráter objetivo acrescentamos a compreensão
da consciência o caráter cognitivo, também presente em Hegel e atual ao debate
contemporâneo no que tange o conceito.
Reafirmamos aqui também a posição hegeliana de que o real é racional e o
racional é real (HEGEL, 1997, p. 36), logo se existe é conhecível e é conhecido
porque existe. Interessante notar que a partir dos debates filosóficos sobre filosofia
da mente, transhumanismo, pós-humanismo, etc. a tecnologia mudou notavelmente
a percepção do homem sobre a realidade. É comum a praticidade de todas as
informações necessárias com rápidas buscas nos smartphones e notebooks,
circulando muito mais informações em um dia do que séculos passados.
Esse fato tecnológico pode ser tanto uma praticidade como um caminho
obscuro e perigoso pela doutrinação ou disseminação das populares fake news.
Segundo Sennet (2015), não é difícil cair na crença de um herói acreditável devido
as circunstâncias pelas quais se apresenta nas redes sociais. Nesta situação há
uma passividade por parte do telespectador que aceita as informações, por vezes,
tendenciosas, mas que parecem ser atrativas e são de fato um tanto convincentes.

1
Ademais, o próprio Sennet (2015) adverte sobre como quando assistimos televisão
ficamos no silêncio diante do que nos é apresentado.
É pontual que o conceito de consciência não possui um consenso sobre sua
definição conceitual (DE DEUS CARDOSO; ALMADA, 2013, p. 2), entretanto nos
referimos aqui da articulação da consciência em seu sentido de aquisição de
conhecimento, de tomar ciência de uma realidade e funcionamento existente. Esta
posição é correspondente ao idealismo hegeliano, bem como se sustenta na
definição de Inwood (1997), ao exemplificar a concepção do autor sobre o conceito.
Tendo apontado a definição e as implicações contemporâneas pelo âmbito
tecnológico inferente na concepção e modo de percebemos a realidade,
questionamos sobre quais as correspondências a partir de fatos como estes? Em
que informações, nem sempre verdadeiras, formulam o juízo dos indivíduos e
refletem no que se pode apontar como a massiva divisão política gerada no próprio
Brasil, após as eleições presidenciais de 2022.
Segundo dados da CNN Brasil (2022), a disputa entre os candidatos Lula e
Bolsonaro foi a mais acirrada da história do país, porém, qual a relação deste fato
hodierno com o tema do presente ensaio acerca da consciência? Ora, é sabido que
a oposição entre ambos os candidatos, solidificado pelo caráter ideológico

2
Referências
DE DEUS CARDOSO, Thiago Rezende; ALMADA, Leonardo Ferreira. O QUE É
CONSCIÊNCIA? UMA ANÁLISE A PARTIR DA PERSPECTIVA DE SEARLE.
Kínesis-Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia, v. 5, n. 10, p. 222-
243, 2013.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Princípios da filosofia do direito. 1997.

INWOOD, Michael. Dicionário Hegel. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro:


Jorge Zahar, 1997.

Você também pode gostar