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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA

LUCIANO MACIEL DOS SANTOS

MARCOS RAMON MOURA LOBATO

CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR LICENCIADO EM COMPUTAÇÃO COMO


SUPORTE PEDAGÓGICO NO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA EM UMA
ESCOLA NO MUNICÍPIO DE PORTO DE MOZ/PARÁ

ALMEIRIM/PA
2017
1

LUCIANO MACIEL DOS SANTOS

MARCOS RAMON MOURA LOBATO

CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR LICENCIADO EM COMPUTAÇÃO COMO


SUPORTE PEDAGÓGICO NO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA EM UMA
ESCOLA NO MUNICÍPIO DE PORTO DE MOZ/PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


curso de Licenciatura em Computação da
Universidade Federal Rural da Amazônia como
requisito para obtenção de grau de Licenciatura
Plena em Computação. Área de concentração:
Educação. Orientador: Esp. Robson Gonçalves
Pompeu

ALMEIRIM/PA
2017
2

Santos, Luciano Maciel dos

Contribuição do professor licenciado em computação


como suporte pedagógico no laboratório de informática
em uma escola no município de Porto de Moz/Pará /
Luciano Maciel dos Santos, Marcos Ramon Moura
Lobato. – Almeirim, PA, 2017.
55 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura Plena


em Computação) - Plano Nacional de Formação de
Professores, Universidade Federal Rural da Amazônia,
2017.
Orientador: Robson Gonçalves Pompeu.

1. Informática – Professores. 2. Tecnologias


Educacionais. 3. Computação – Licenciatura. 4.
Docência – Laboratórios de Informática. I. Lobato,
Marcos Ramon Moura II. Pompeu, Robson Gonçalves,
(orient.) III. Título

CDD – 371.334384
3

LUCIANO MACIEL DOS SANTOS


MARCOS RAMON MOURA LOBATO

CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR LICENCIADO EM COMPUTAÇÃO COMO


SUPORTE PEDAGÓGICO NO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA EM UMA
ESCOLA NO MUNICÍPIO DE PORTO DE MOZ/PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Licenciatura em


Computação da Universidade Federal Rural da Amazônia como requisito para
obtenção de grau de Licenciatura Plena em Computação. Área de concentração:
Educação

Data de Aprovação: 21/05/2017

Banca Examinadora:

_________________________________ Orientador
Prof. Esp. Robson Gonçalves Pompeu
Centro Universitário do Estado do Pará - CESUPA

_________________________________ Membro 1
Prof. Esp. Marcos José Silva de Paula
Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA

_________________________________ Membro 2
Prof. Ma. Mônica de Nazaré Corrêa Nascimento
Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
4

Dedicamos este trabalho


especialmente a Deus. As nossas
famílias, principalmente nossos pais
que sempre incentivaram nossos
estudos e acreditaram no nosso
potencial.
5

AGRADECIMENTOS

Aos nossos pais que são exemplos de pessoas dignas e honestas que nos
ensinaram a buscar incessantemente o que sonhamos.

À Universidade Federal Rural da Amazônia pela oportunidade de realizar este curso.

Aos nossos professores da UFRA pelo compartilhamento de seus conhecimentos


conosco, contribuindo para nossa primeira formação.

Aos amigos de turma que pelo vínculo criado, tornaram-se uma segunda família.

Ao nosso amigo Edilson Cardoso da Silva, exemplo de pessoa alegre e receptiva.

Aos amigos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste


trabalho.

À direção escolar em que realizamos nossa pesquisa e nos recebeu da melhor


forma.
6

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo analisar a docência no laboratório de informática de


uma escola no município de Porto de Moz-Pa. A inserção da informática na
educação gera uma mudança no papel dos professores de todas as disciplinas. O
computador é uma ferramenta com um grande potencial e pode trazer uma mudança
no conceito de ensinar de todos os professores e na aprendizagem dos alunos. Na
elucidação de tais questões na escola em referência, a presente pesquisa apresenta
abordagem quali-quantitativo, do tipo exploratório, a qual se ancorou na pesquisa de
campo e bibliográfica. Como instrumento de pesquisa, aplicaram-se questionários
contendo perguntas abertas aos professores e a gestora educacional e para os
alunos do 6º ano do ensino fundamental contendo apenas perguntas fechadas. Para
tanto, os principais resultados obtidos na pesquisa, indicou-se que o principal
aspecto negativo foi à formação dos professores, tendo somente o ensino médio e
cursos básicos de informática. A formação específica para a docência nos
laboratórios de informática, tendo em vista a qualidade do ensino, não requer
apenas conhecimentos técnicos, mas sim buscar uma formação profissional que
qualifique para a docência, pois o licenciado em computação tem os conhecimentos
didático-pedagógicos necessários para utilizar os recursos computacionais, fazendo
das aulas mais dinâmicas, informatizando conteúdos de diferentes áreas do saber.

Palavras-chave: Informática. Professores. Formação. Docência.


7

ABSTRACT

This work aims to analyze teaching in the computer lab of a school in the municipality
of Porto de Moz-Pa. The inclusion of informatics in education generates a change in
the role of teachers of all disciplines, the computer is a tool with great potential and
can bring about a change in the concept of teaching of all teachers and in students'
learning. In the elucidation of such questions in the school in reference, the present
research presents a qualitative-exploratory approach, which was anchored in field
and bibliographic research. As a research tool, we applied questionnaires containing
questions open to teachers and the educational manager and to students in the 6th
grade of elementary school containing only closed questions. For this, the main
results obtained in the research, it was indicated that the main negative aspect was
the training of teachers, having only high school and basic computer courses. The
specific training for teaching in computer labs, in view of the quality of teaching, does
not only require technical knowledge, but rather to seek professional training that
qualifies for teaching. Because the degree in computer science has the didactic-
pedagogical knowledge necessary to use the computational resources, making the
classes more dynamic, computerizing contents of different areas of knowledge.

Keywords: Informatics. Teachers. Training. Teaching.


8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – O que o aluno utiliza diariamente....................................................... 35


Gráfico 2 – O que os alunos mais gostam nas aulas de informática.................... 36
Gráfico 3 – A utilização pelo professor de outros tipos de ferramentas além do
37
computador.............................................................................................................
Gráfico 4 – As aulas de informática ajudaram a entender melhor os assuntos
38
de outras disciplinas...............................................................................................
Gráfico 5 – Formação dos professores de informática entrevistados................... 42
9

LISTA DE SIGLAS
CREA - Conselho Regional De Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

CR-LC - Currículo De Referência De Licenciatura em Computação.

ENIAC - Eletronic Numerical Integrantor and Computador.

IBGE - Instituto Brasileiro De Geografia e Estatísticas.

LDB - Lei De Diretrizes e Base De Educação Nacional.

MEC - Ministério da Educação e Cultura.

PARFOR - Programa Nacional de Formação para Professores da Educação


Básica.

PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais.

PPP - Projeto Político Pedagógico.

PROINFO - Programa Nacional de Tecnologias na Educação.

SBC - Sociedade Brasileira De Computação.

TCC - Trabalho de Conclusão de Curso.

UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia.


10

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10
1.1 Problemática..................................................................................................... 10
1.2 Justificativa ...................................................................................................... 10
1.3 Objetivos ........................................................................................................... 11
1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................... 11
1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................... 11
1.4 Metodologia ...................................................................................................... 12
1.5 Estrutura do trabalho ....................................................................................... 13
2 HISTÓRIA DA INFORMÁTICA NO CONTEXTO GERAL ....................................... 14
2.1 Informática Educativa no Brasil...................................................................... 15
2.2 Informática no contexto das Escolas Públicas do Estado do Pará ............. 17
3 O PERFIL DO PROFESSOR LICENCIADO EM COMPUTAÇÃO .......................... 19
3.1 Caracterização do perfil profissional do professor de informática ............. 20
3.2 A importância desse profissional nas salas de informática das Escolas
Públicas .................................................................................................................. 27
4 LICENCIATURA E DEMAIS CURSOS DE COMPUTAÇÃO ................................... 30
4.1 Sistemas de informação .................................................................................. 31
4.2 Ciência da computação ................................................................................... 31
4.3 Engenharia de computação ............................................................................ 31
5 ESTUDO DE CASO ................................................................................................ 33
5.1 Cenário .............................................................................................................. 33
5.2 Coleta de dados ............................................................................................... 34
5.3 Elaboração do questionário ............................................................................ 34
5.4 Apresentação e análise dos resultados ......................................................... 35
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 46
REFÊNCIAS................................................................................................................ 47
APÊNDICE
10

1 INTRODUÇÃO

1.1 Problemática

Atualmente a informática cresce em uso e relevância em todo o mundo


possibilitando trazer inúmeros desenvolvimentos de atividades diferenciadas para a
sala de aula. As atividades utilizando recursos computacionais podem contribuir de
forma efetiva para o processo de ensino aprendizagem, desde que haja
comprometimento de professor e aluno.
Um dos cenários propícios seria a utilização do laboratório como instrumento
pedagógico. Nesse sentido é necessário que o professor esteja aberto a mudanças
e disposto a buscar uma formação específica para compreensão do uso das novas
tecnologias em sala de aula.
Para a melhoria da qualidade do ensino frente às novas mudanças impostas
pelo mercado de trabalho faz-se necessário que o candidato que pleiteie a aquisição
de um cargo frente a um laboratório de informática possua requisitos mínimos para a
sua área de atuação. Contudo existem diversos desafios a serem vencidos como,
por exemplo, qual a contribuição de professores licenciados em computação em
contribuir o desenvolvimento intelectual dos alunos dentro do contexto dos
laboratórios de informática em uma escola no município de Porto de Moz/Pará.
Uma etapa importante seria garantir um profissional competente e qualificado
como, por exemplo, o professor formado no curso de licenciatura em computação
para possibilitar que as aulas sejam dinâmicas, interessantes e tornar a
aprendizagem dos alunos mais significativa.

1.2 Justificativa

De acordo com pesquisas recentes feitas por grandes teóricos


contemporâneos, a população mundial da última década tem cada vez mais
procurando se familiarizar com a tecnologia, pois esta ferramenta quando bem
manuseada contribui satisfatoriamente com os processos educativos dos
educandos. Neste sentido, Almeida e Carvalho (2012) afirma que:
O fato de a informática estar inserida em grande parte das mais variadas
atividades profissionais determina, em certa medida, que os profissionais
saibam utilizar efetivamente o computador e demais recursos inovadores
11

para que possam atuar satisfatoriamente no mercado de trabalho Almeida e


Carvalho.

Observa-se, assim, que os referidos autores, enfatizam sobre a importância


da informática na atualidade, uma vez que o mundo se torna cada dia mais
globalizado. Portanto, é fundamental que os profissionais que atuam na educação
também recebam formação adequada na área para desenvolverem metodologias
capazes de colaborar com a formação dos alunos.
Assim sendo, a formação de profissionais para trabalhar na área da educação
mediante o uso da tecnologia, torna-se cada vez mais indispensável. Outro aspecto
importante a ser analisado é o número bem reduzido de profissionais qualificados
com formação em licenciatura em computação.
Segundo dados extraídos da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) pela
pesquisa Educação Superior em Computação - Estatísticas de 2015 revelam que
dos cursos em computação, abrangendo Ciência da Computação, Engenharia de
Computação, Sistemas de Informação, Licenciatura em Computação, Engenharia de
Softwares e Cursos de Tecnologia. A Licenciatura em Computação representava
103 cursos vigentes, ou seja, 4,30% de um total de 2.396 dos cursos especificados
anteriormente.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Analisar a contribuição do professor licenciado em computação no laboratório


de informática em uma escola no município de Porto de Moz/Pará.

1.3.2 Objetivos específicos

 Verificar a formação dos professores (as) da sala de informática;


 Investigar os professores sobre como é feito o planejamento das aulas de
informática;
 Averiguar por meio de entrevistas com os alunos a metodologia utilizada
pelos docentes do laboratório de informática;
12

 Examinar se no projeto político pedagógico da escola está contemplado o


ensino de informática;

1.4 Metodologia

Para a viabilização desse processo, a priori foi realizado um levantamento


bibliográfico, para a escolha do referencial teórico, por meio de leitura de livros,
artigos científicos, trabalho de monografia e outros. Com o objetivo de ampliar o
conhecimento a respeito da temática pesquisada. Neste sentido, optou-se pela
pesquisa de campo, por meio de um estudo de caso realizado em uma escola no
município de Porto de Moz.
Na investigação aplicada neste trabalho, procura-se responder às questões
de partida colocada na proposta de trabalhos, recorrendo à coleta de dados por
meio de questionário a ser submetido ao público alvo – gestor educacional, alunos e
professores que atuam em uma instituição de ensino sobre a área que constitui o
objeto de estudo.
Para tanto, será feita uma pesquisa de campo de abordagem quali-
quantitativo, a qual exige contato direto e pessoal com o objeto de estudo,
permitindo, assim, penetrar na cultura dos indivíduos, conhecer áreas e dimensões
sociais e aprofundar-se na observação das múltiplas realidades.
Como instrumentos desta pesquisa, utilizaram-se formulários com perguntas
abertas e fechadas, com alunos do 6º ano do ensino fundamental em uma escola no
município de Porto de Moz, com a finalidade de analisar qual a compreensão dos
mesmos em relação ao tema e, de que forma, a metodologia do professor de
informática contribui para melhorar o processo ensino e aprendizagem dos
educandos.
Em seguida, as questões respondidas serão tabuladas, agrupando-as
conforme as respostas do gestor educacional, professores e alunos, bem como
interpretadas, subsidiando uma relação com os teóricos abordados no texto, após
ser feita a tabulação dos dados, será realizada a análise, que terá como objetivo
facilitar a escrita do trabalho de conclusão de curso (TCC) e por fim, a apresentação
pública.
13

1.5 Estrutura do trabalho

Esta monografia encontra-se dividida em 7 seções, a saber:


Seção 1 - Refere-se à Introdução onde se mostra a problemática sobre o
tema abordado, a justificativa para o desenvolvimento da monografia, os objetivos
que vão ser alcançados a cada capítulo, a metodologia que foi utilizada para a
construção do trabalho e por fim uma breve explicação da estrutura do mesmo;
Seção 2 – A história da Informática no contexto geral, onde se relata sobre a
origem da palavra informática e como se perpetua seu uso na sociedade.
Seção 3 - O perfil do professor licenciado em computação mostra-se quem é
este profissional que atua no campo da educação, suas atribuições pedagógicas e
sua importância nas salas de informática das escolas públicas.
Seção 4 - A licenciatura e demais cursos de computação, aborda-se sobre o
conceito de graduação em Licenciatura e bacharelado em computação,
demonstrando as principais especificidades de cada um, descrevendo os cursos
voltados a área, mostrando a relevância para o campo da educação.
Seção 5 - Estudo de Caso detalha-se o cenário escolhido para o estudo, a
coleta de dados, a elaboração do questionário, a análise dos resultados e
recomendações.
Seção 6 - Considerações finais destacam-se os resultados obtidos.
Seção 7 - Referências Bibliográficas tem-se todas as referências que foram
utilizadas para a elaboração do trabalho.
14

2 HISTÓRIA DA INFORMÁTICA NO CONTEXTO GERAL

A informática é a ciência que tem como objetivo estudar o tratamento da


informação através do computador. Este conceito ou esta definição é amplo devido a
que o termo informática é um campo de estudo igualmente amplo.
A informática ajuda ao ser humano na tarefa de potencializar as capacidades de
comunicação, pensamento e memória. A informática é aplicada em várias áreas da
atividade social, e podemos perfeitamente usar como exemplo as aplicações
multimídia, arte, desenho computadorizado, ciência, vídeo, jogos, investigação,
transporte público e privado, telecomunicações, robótica de fabricação, controle e
monitores de processos industriais, consulta e armazenamento de informação.
O primeiro computador eletrônico considerado na história surgiu na década de
40 e foi chamado de ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer) que
significa Computador Integrador Numérico Eletrônico, era formado por válvulas a
vácuo e sua finalidade era fazer cálculos importantes para a guerra, seu
processamento de dados é superado pelas calculadoras atuais, porém já era um
grande avanço para a época de sua criação.
A informática se popularizou no final do século XX, quando somente era
usada para processos industriais e de uso muito limitado, e passou a ser usada de
forma doméstica estendendo seu uso a todo aquele que pudesse possuir um
computador.
Atualmente, os computadores são tão utilizados que se tornaram
fundamentais na sociedade e não se pode mensurar o uso desse equipamento,
desse modo, algumas atividades recorrentes do dia a dia são totalmente
dependentes do computador, como ir ao caixa eletrônico do banco ou utilizar o
cartão de crédito, tornando impossível viver alheio a essa tecnologia.
Dessa forma, a introdução da informática no Brasil, especialmente no sistema
educacional, foi o de gerar transformações “[...] pedagógicas profundas ao invés de
"automatizar o ensino" ou preparar o aluno para ser capaz de trabalhar com o
computador [...]” (VALENTE; ALMEIDA, 1997, p. 14). Assim, a educação seria uma
porta de entrada para o mudo informatizado e possibilitaria o conhecimento básico
na área das tecnologias, dando, deste modo, oportunidade de acesso às pessoas
menos abastardas de adentrar no mundo globalizado.
15

A partir da década de 90, houve um grande avanço em todas as esferas da


sociedade, com a abertura do mercado, tornou-se necessário os conhecimentos no
campo da informática, deste modo, os autores Diniz; Araújo; Brandão ressaltam que,

Em um mundo globalizado e competitivo, torna-se fundamental que as


pessoas tenham noções básicas da informática para estarem inseridas no
contexto social e econômico tendo em vista que o computador já está
presente nos mais diversos setores da economia, educação, entre outros, e
estar incluído digitalmente é um critério definitivo para se inserir no mercado
de trabalho (DINIZ; ARAÚJO; BRANDÃO, s/d, p. 2203).

A partir desta necessidade do atual contexto social, entende-se que a


informática torna-se cada vez mais importante neste cenário, no entanto, embora as
mudanças ocorridas no mundo e alguns investimentos na inclusão digital das
pessoas muito ainda se precisam fazer para efetivar a igualdade de acesso a tal
conhecimento, para que todos tenham as mesmas oportunidades de direitos a bens
e serviços da sociedade.
Outro aspecto importante a ser destacado é que, embora, as obras realizadas
para implementação da informática no Brasil tenham alcançado êxito, porém não
conseguiram superar os problemas das questões voltadas para este campo, isto
porque, as ações desenvolvidas são incipientes e não contemplam todas as
necessidades do atual contexto social, político e econômico.

2.1 Informática Educativa No Brasil

As novas tecnologias exercem influência em todas as esferas sociais e não


seria diferente com a educação. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) do ano 2000, apesar do desenvolvimento na educação não ser tão rápido
quanto o desenvolvimento tecnológico os processos educacionais se modificam com
a inserção de novas formas de se comunicar e interagir com o mundo.
A presença do computador no contexto escolar traz diversas modificações,
segundo diagnostica o texto de Diniz; Araújo; Brandão (2013)
O computador é definido dentro do ambiente escolar como uma ferramenta
pedagógica capaz de potencializar a aprendizagem de campos conceituais
nas diferentes áreas de conhecimento, de introduzir elementos
contemporâneos na qualificação profissional e de modernização da gestão
escolar.
16

Dependendo da forma como o computador está presente na escola e na sala


de aula ele pode ser usado apenas para a instrução técnica dos alunos, para diminuir
o analfabetismo computacional, onde a informática seria uma disciplina isolada das
outras, ou pode ser uma nova forma de ensinar através dos potenciais e diversas
habilidades que ele pode oferecer, através do envolvimento de várias disciplinas
potencializando a prática pedagógica de vários professores, sobre esse fato descreve
Valente (1997),
[...] torna-se claro que a promoção dessas mudanças pedagógicas não
depende simplesmente da instalação dos computadores nas escolas. É
necessário repensar a questão da dimensão do espaço e do tempo da
escola. A sala de aula deve deixar de ser o lugar das carteiras enfileiradas
para se tornar um local em que professor e alunos podem realizar um
trabalho diversificado em relação a conhecimento e interesse. O papel do
professor deixa de ser o de "entregador" de informação para ser o de
facilitador do processo de aprendizagem. O aluno deixa de ser passivo, de
ser o receptáculo das informações para ser ativo aprendiz, construtor do seu
conhecimento. Portanto, a ênfase da educação deixa de ser a memorização
da informação transmitida pelo professor e passa a ser a construção do
conhecimento realizada pelo aluno de maneira significativa sendo o professor
o facilitador desse processo de construção (VALENTE, 1997, p.15).

Pode-se perceber que a inserção da informática na educação gera uma


mudança no papel dos professores de todas as disciplinas. O computador é uma
ferramenta com6[]um grande potencial e pode trazer uma mudança no conceito de
ensinar de todos os professores e na aprendizagem dos alunos. A respeito disso,
Froes apud Lopes (2002) elucida que para o professor tomar posse dessa tecnologia
deve,
Mobilizar o corpo docente da escola a se preparar para o uso do Laboratório
de Informática na sua prática diária de ensino-aprendizagem. Não se trata,
portanto, de fazer do professor um especialista em Informática, mas de criar
condições para que se aproprie, dentro do processo de construção de sua
competência, da utilização gradativa dos referidos recursos informatizados:
somente uma tal apropriação da utilização da tecnologia pelos educadores
poderá gerar novas possibilidades de sua utilização educacional (FROES
apud LOPES, 2002, p.4).

Diante do exposto, pode-se pensar que a escola pode e deve contribuir para
ampliar a formação profissional de seus membros, sendo que, de acordo com os
supracitados autores o “corpo docente” precisa saber como manusear esse
instrumento. Nesse sentido, torna-se necessário entender que para a construção de
uma sociedade menos desinformada é fundamental que todos estejam apropriados
dos devidos conhecimentos tecnológicos.
Mas, quem seria o responsável por criar essas condições aos professores?
Quem ajudaria na procura de softwares que auxiliassem os professores das outras
17

disciplinas? Quem promoveria cursos de atualização para a comunidade escolar


conforme o avanço das tecnologias? É nesse âmbito que está presente a figura do
professor de informática.
Na verdade, a introdução da informática na educação segundo a proposta de
mudança pedagógica, como consta no programa brasileiro, exige uma
formação bastante ampla e profunda do professor. Não se trata de criar
condições para o professor dominar o computador ou o software, mas sim
auxiliá-lo a desenvolver conhecimento sobre o próprio conteúdo e sobre como
o computador pode ser integrado no desenvolvimento desse conteúdo. Mais
uma vez, a questão da formação do professor mostra-se de fundamental
importância no processo de introdução da informática na educação, exigindo
soluções inovadoras e novas abordagens que fundamentem os cursos de
formação [...] (VALENTE; ALMEIDA, 1997, p. 23-24).

2.2 Informática no contexto das Escolas Públicas do Estado do Pará

Nesta seção, apresenta-se a introdução da informática nas escolas públicas do


Estado do Pará, a partir da leitura dos textos de Moraes (1997) e Diniz; Araújo e
Brandão (s/d) que subsidiarão teoricamente a pesquisa. Desta forma, busca-se
compreender de que forma as instituições escolares ao longo do tempo vem
introduzindo as novas tecnologias no contexto educacional. Assim, iniciam-se as
discussões em torno da temática ressaltando os avanços nesse campo no Estado do
Pará.
Desta forma, os autores Diniz; Araújo e Brandão (s/d) em seus estudos que
analisa a necessidade da presença de um profissional licenciado em informática nos
diversos níveis do ensino, apresentando uma caracterização do perfil do profissional
graduado e sua respectiva atuação no processo educativo ressalta sobre os avanços
nas políticas públicas voltadas para a educação.
Neste contexto, o Brasil já tem um histórico de criação de políticas públicas
de apoio à formação de professores na área da informática para educação
desde a década de 80, segundo implementa o projeto pedagógico de curso
(PPC) de licenciatura em computação da UFERSA, a criação das políticas
públicas iniciou-se (DINIZ; ARAÚJO; BRANDÃO, s/d, p. 2203).

Muitas mudanças aconteceram no campo da educação, mudanças essas que


possibilitaram a inclusão de cursos de licenciaturas em várias áreas, especialmente
na no campo da computação. Essas transformações aconteceram em todas as
regiões e Estados brasileiros, como descreve Moraes (1997),

Na região Norte, destaca-se o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo


Estado do Pará, onde 35 escolas públicas, da capital e interior, já
desenvolvem atividades de informática na educação, sendo que 436
professores já estão capacitados na área. Deste total, a Secretaria
18

Municipal de Educação de Belém implantou 21 laboratórios nas escolas


públicas, que vêm atendendo um total de 6 400 alunos. Os projetos
desenvolvidos pelas escolas paraenses visam à melhoria da qualidade do
processo de aprendizagem, tendo como objetivo converter a informática
num instrumento a serviço da inteligência, do raciocínio e da criatividade
dos alunos (MORAES, 1997, p. 24).

No que se refere à região Norte, muitas transformações tem acontecido na


área educacional, às escolas públicas tem passado por grandes alterações em seus
espaços educativos, assim como descreve Moraes (1997) sobre a implantação de
vários projetos voltados para o campo da computação, melhorando, assim, a
qualidade da educação.
Os laboratórios de informática implantados nas escolas públicas favoreceram
o processo educativo dos educandos e, igualmente contribuiu para melhorar a
qualidade no ensino e o acesso à inclusão digital das camadas sociais menos
favorecidas. Sendo assim, a inclusão de informática nas escolas públicas no Estado
do Pará, ampliou as práticas pedagógicas, inovou as instituições que se propuseram
a repensar e a transformar a sua estrutura cristalizada em uma estrutura flexível,
dinâmica e articuladora.
Na próxima seção apresentará o perfil do professor licenciado em
computação para atuar na educação e nos diferentes espaços, apontando as
principais características do curso e a função desse profissional no ambiente escoar.
19

3 O PERFIL DO PROFESSOR LICENCIADO EM COMPUTAÇÃO

Nesta seção, será abordado o perfil do professor licenciado em computação


elucidando, no primeiro momento quem é este profissional que atua no campo da
educação e quais suas atribuições pedagógicas nesta área. No segundo momento,
é feito uma caracterização do perfil profissional do professor de informática de
acordo com a ementa do curso de licenciatura em computação. Logo em seguida,
tratará da importância desse profissional nas salas de informáticas das escolas
públicas, enfatizando a contribuição pedagógica na ampliação dos conteúdos, por
meio de um planejamento que possibilite o trabalho interdisciplinar das diferentes
áreas do conhecimento.
Nesta direção, na ementa do curso de licenciatura em computação da
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA descreve que:
O Licenciado em Computação é o professor que planeja, organiza e
desenvolve atividades e materiais relativos ao Ensino de Informática. Sua
atribuição central é a docência na Educação Básica, que requer sólidos
conhecimentos sobre os fundamentos da Informática, sobre seu
desenvolvimento histórico e suas relações com diversas áreas; assim como
sobre estratégias para transposição do conhecimento em Informática em
saber escolar. Além de trabalhar diretamente na sala de aula, o licenciado
elabora e analisa materiais didáticos, como livros, textos, vídeos, programas
computacionais, ambientes virtuais de aprendizagem, entre outros. Realiza
ainda pesquisas em Ensino de Informática, coordena e supervisiona
equipes de trabalho. Em sua atuação, prima pelo desenvolvimento do
educando, incluindo sua formação ética, a construção de sua autonomia
intelectual e de seu pensamento crítico. (UFRA, 2017, p.1).

Para o referido documento, a formação de professores de computação no


nível superior, ofertado pela UFRA, especialmente no Plano Nacional de Formação
para Professores da Educação Básica – PARFOR são cursos no geral, de
licenciatura com o objetivo de formar educadores nos diferentes âmbitos da
educação. No caso do curso de computação é neste requisito que ele se enquadra.
Nesta perspectiva, verificou-se que segundo os dados extraídos da ementa
do curso de licenciatura em computação da UFRA, o mesmo tem por objetivo formar
professores qualificados para atuar junto às salas de aulas de informática e nos
diferentes ambientes que exijam um conhecimento especifico desta área. Assim,
este profissional está habilitado não somente para o trabalho interno da escola, mas
também para desenvolver atividades em outros espaços, sejam eles públicos ou
privados.
20

Segundo o CR-LC/2002 os cursos visam formar um profissional docente


que incorpora competências, saberes e habilidades de criatividade e
inovação, de cooperação e de trabalho em equipe, de gestão e tomada de
decisões, de aquisição e produção de conhecimentos, de expressão e
comunicação, não sendo somente reprodutor de conhecimentos já
estabelecidos (GRÜBEL, 2010, p. 19).

Conforme descrito no Currículo de Referência de Licenciatura em


Computação (CR-LC) do ano de 2002, os professores de informática na educação
são profissionais que aliam capacidades importantes frente ao uso adequado das
novas tecnologias, criando métodos capazes de melhorar o sistema educacional
facilitando as práticas pedagógicas nas salas de informática. Por exemplo, por meio
da utilização de computadores, o professor permite uma aprendizagem mais ampla
para os alunos, que estão em um permanente processo de mudanças e
aprendizagens.
Sendo, portanto, essas mudanças ocorridas no cotidiano dos alunos, que
propiciaram os conhecimentos significativos, nesse sentido, o contato do aluno com
o computador poderá contribuir tanto para a formação dos educandos, quanto para o
educador, auxiliando-os na resolução das dificuldades que encontra na assimilação
dos conteúdos curriculares das áreas de conhecimentos, assim, como na de
informática.
Nesta perspectiva, as atividades realizadas pelos professores de informática
nos espaços de atuação destes profissionais, contribuíram para melhorar a
qualidade do ensino e a prática docente será efetivada por meio de métodos
pedagógicos eficazes, inovadores e criativos em sala de aula.

3.1 Caracterização do perfil profissional do professor de informática.

Neste tópico, ressalta-se sobre a característica do perfil profissional do


professor de informática, abordando sua formação no curso de licenciatura em
computação e o seus ambientes de atuação. Deste modo, segundo a ementa do
referido curso, no site da Universidade Federal Rural da Amazônia, que descreve
sobre a formação deste profissional da seguinte forma:
O Licenciado em Computação trabalha como professor em instituições de
ensino que oferecem cursos de nível fundamental e médio; em editoras e
em órgãos públicos e privados que produzem e avaliam programas e
materiais didáticos para o ensino presencial e a distância. Além disso, atua
em espaços de educação não formal, como escolas de informática; na
administração de laboratórios de informática de instituições educacionais;
em empresas que demandem sua formação específica e em instituições
21

que desenvolvem pesquisas educacionais. Também pode atuar de forma


autônoma, em empresa própria ou prestando consultoria (UFRA, 2017, p.1).

Conforme a ementa do curso de licenciatura em computação, o profissional


formado nesta área, atua como professor na educação básica, trabalha nos mais
diferentes órgão públicos ou privados no qual produzem e avaliam programas dentre
outras atividades acima expostas. Portanto, o perfil profissional deste trabalhador da
educação é a docência, ou seja, o exercício do trabalho pedagógico e também
técnico cientifico específico de sua formação.

[...] As interações entre professor, aluno, conteúdo, contexto e método


revelam, efetivamente, as principais finalidades educativas permitindo a
formação de recursos humanos qualificados nas atividades docentes de
ensino da computação, bem como na possibilidade de aplicação, projeto e
construção de software educacional com objetivo de melhorar o processo
de ensino-aprendizagem como também a gestão do processo educacional
(ALMEIDA; CARVALHO, p. 8-9).

Para os referidos autores, é essencial que os vínculos afetivos entre professor


e aluno se estabeleçam no ambiente educativo, permitindo assim, uma relação
recíproca de estímulos positivos capazes de possibilitar a interação entre o conteúdo
ensinado nos laboratórios de informática e o aluno. Do mesmo modo, verificar as
possíveis contribuições desse profissional qualificado, isto é, examinar a importância
de mão de obra qualificada para o processo de ensino aprendizagem dos alunos.
É importante destacar que o perfil deste profissional é muito rico para a
educação, pois elenca algumas características fundamentais para os novos tempos
em que a sociedade se encontra, sendo assim, o Currículo de Referência para
Cursos de Licenciatura em Computação – CR – LC/2002, elabora pela Sociedade
Brasileira de Computação (SBC), que tem como objetivo a formação profissional
docente em computação, com uma ênfase nas metodologias diversas para abranger
as múltiplas aprendizagens.
Conforme o CR – LC/2002 o professor licenciado em computação, é alguém
capaz de trabalhar à docência como qualquer outro profissional formado na área da
educação, no entanto, sua prática pedagógica atende uma especificidade do campo
educacional, isto é, dinamizar o processo educativo por meio de estratégias
essenciais para contemplar as mudanças sociais, políticas e econômicas da
sociedade globalizada e informatizada.
Desta forma, o CR – LC/2002 afirma que o professor formado em licenciatura
em computação,
22

Trata-se de um profissional capaz de: atuar na docência visando à


aprendizagem multi-dimensional do aluno e compreender a prática
pedagógica como um processo de investigação, de desenvolvimento e de
aprimoramento contínuo; estabelecer relações entre as áreas do
conhecimento e o contexto social que atua; desempenhar um papel
transformador da realidade de forma a contribuir para o desenvolvimento da
ciência, tecnologia, arte, cultura e o trato da diversidade; promover a
formação de cidadãos para uma sociedade fundada no conhecimento, no
trabalho e na necessária reflexão sobre valores éticos, de justiça e de
integração social (CR-LC, 2002, p. 4).

Neste sentido, os estudos realizados sobre o papel do licenciado em


computação, ainda que seja um número bem reduzido, já tem ampliado a concepção
em relação ao campo de atuação deste profissional. Ressaltando que é um
profissional formado para a docência apontando para uma aprendizagem multi-
dimensional, ou seja, trabalhar de forma integrada com as outras áreas do saber.
Embora, a formação acadêmica seja voltada para a docência, esta não se
limita apenas a este campo, mas também ao espaço empresarial. O campo de
atuação do Licenciado em Computação é extenso e proporciona uma ampla gama
de possibilidades para o trabalho deste profissional.
Outro importante instrumento usado para direcionar e caracterizar o curso de
licenciatura em computação é a:
PORTARIA N° 303 DE 27 de dezembro de 2012, que ampara legalmente o
ensino da tecnologia na educação e também a Resolução nº 33 de 10 de
dezembro de 2009, que aprova o projeto pedagógico do curso de
graduação em licenciatura em computação. A qual estabelece diretriz e
bases da educação nacional, para incluir no currículo das escolas públicas o
ensino por meios dos recursos tecnológicos.

De acordo com a portaria nº 303/2012 e a Resolução nº 33/09 o ensino da


tecnologia na educação tornou-se a partir de então amparado legalmente,
igualmente o profissional formado nesta área. Neste sentido, o curso de licenciatura
em computação ganha espaço no mercado de trabalho, especialmente na
educação, pois a carência de professores formados com conhecimentos específicos
desta área se torna cada dia mais importante, uma vez que a inclusão digital se
torna muito mais necessária atualmente.
Quando se fala de inclusão digital de todas as pessoas, enfatiza-se que a
relevância deste profissional no ambiente das escolas públicas pode significar uma
mudança importante para a melhoria da educação dos menos favorecidos, pois a
possibilidades de tornar o conhecimento do mundo das tecnologias mais acessíveis
a esse público, advém em grande parte das escolas, daí a necessidade de termos
nos espaços escolares profissionais qualificados nos devidos campo do saber.
23

Nesta direção, chama-se atenção para a formação dos professores de


licenciatura em computação e a relevância de sua formação acadêmica no âmbito
da educação, assim como também estes serão percebidos pela sociedade em
relação a sua profissão. Deste modo, se torna essencial que se esclareça a
necessidade destes profissionais no mercado de trabalho, especialmente no
ambiente escolar, para que possamos permitir de fato uma educação comprometida
com a qualidade no processo de ensino aprendizagem dos educandos.
As diretrizes referentes ao curso introduz uma nova concepção deste
profissional na área da educação, sendo, portanto, reconhecido a partir daí como um
professor em nível superior formado na área da computação para atuar no espaço
educacional. Do mesmo modo, que as diretrizes do curso ressaltam as atribuições
dos educadores formados nos cursos de licenciatura em computação, os PCN
também esclarecem sobre a importância para o atual contexto sócio educacional, no
qual estamos inseridos, afirmando que,

Cabe a escola em parceria com o mercado, estado e a sociedade, fazer do


jovem um cidadão e um trabalhador mais flexível e adaptável as rápidas
mudanças que a tecnologia vem impondo à vida moderna. A educação
permanente será uma das formas de promover o contínuo aperfeiçoamento
e as adequações necessárias às novas alternativas de ocupação
profissional (PCN, 2000, p. 61).

Isto porque, para a legislação educacional, a Lei de Diretrizes e Base de


Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/96, o profissional para atuar na educação
como docente necessita ter uma licenciatura na área escolhida para trabalhar, deste
modo, no capítulo VI que trata dos profissionais da educação no artigo 62, ressalta
que,

Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em


nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em
universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação
mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro
primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na
modalidade Normal.

Neste sentido, a educação nacional passa a ter regras especificas que


direcionam os profissionais da educação nas distintas áreas do saber, assim é
importante enfatizar que o trabalho docente deverá ser realizado por profissionais
formados em cursos de licenciatura em nível superior, como demonstra o artigo 62
da LDB. De acordo com Almeida e Carvalho (2012), ressaltando sobre a formação
dos professores na área de Licenciatura em computação, eles afirmam que,
24

Conforme portal do Ministério da Educação, especificamente o sistema e-


MEC criado para fazer a tramitação eletrônica dos processos de
regulamentação de cursos e acessível através do endereço
http://emec.mec.gov.br/, é possível constatar que existem poucos cursos de
Licenciatura em Computação no Brasil e inversamente proporcional a este
número está o fato da crescente demanda mercadológica oriunda da
inclusão de disciplinas de computação no nível de ensino médio e cursos de
capacitação profissional, exigindo educadores qualificados e preparados
para atuar nessa área. Paralelamente a esta demanda surge, no contexto
dos cursos técnicos integrados ao ensino médio, a necessidade de
avaliação contínua das formas de integração possíveis entre a extensa
matriz de disciplinas dos cursos desta modalidade e uma forma de
implantação de atividades interdisciplinares que envolvam a computação e
as outras áreas do saber (ALMEIDA; CARVALHO, p. 2).

São os professores, os profissionais responsáveis pelo processo educacional


no país. Os avanços no campo da educação vêm contribuindo para melhorar a
qualidade do ensino. Nesse sentido, as formações continuadas, os novos cursos na
área da educação, a introdução das tecnologias de informação e comunicação,
possibilitaram mudanças significativas no trabalho pedagógico dos professores,
especialmente a qualificação dos professores que trabalham nas salas de
informáticas das escolas públicas. É nesse sentido, que o profissional formado nesta
área se torna fundamental para à educação. Portanto, melhorar a qualidade do
ensino deve ser a prioridade das políticas públicas criadas pelos governantes e a
sociedade. Afirmar que há um número reduzido de professores licenciados em
computação, é mais que uma realidade presente nas escolas do país, cabe,
portanto, enfatizar que é necessário que as escolas estejam cada vez mais
preparadas para atender as demandas da sociedade.
O profissional que se forma atende às necessidades da sociedade, no que
diz respeito ao ensino de computação e ao uso do computador e de
tecnologias subjacentes, como ferramentas pedagógicas. Atua como
professor de informática, ou de forma multidisciplinar com professores ou
colegas de outras áreas que utilizam a informática como recurso de
aprendizagem; assessora ou faz consultorias em órgãos ou instituições de
ensino e empresas; integra equipes técnicas para construir ambientes de
aprendizagem informatizados e planeja o seu uso (GRÜBEL, 2010, p. 22-
23)

Pensando em uma educação de qualidade, deve-se primeiramente valorizar


os profissionais formados em suas áreas de atuação, buscando organizar as escolas
com quadros profissionais cada vez mais qualificados. No entanto, vale ressaltar que
precisa-se de instituições escolares mais abertas as mudanças sociais, do mesmo
modo, que necessita-se de governantes que respeitam os profissionais em sua
formação acadêmica e valorize os conhecimentos que tais profissionais têm para
contribuir na formação cidadã das pessoas.
25

Assim, há uma grande necessidade da sociedade de modo geral,


compreender a importância de termos profissionais formados e exercendo sua
profissão, igualmente, os autores Diniz; Araújo e Brandão afirmam que,

A inserção de novos conhecimentos na esfera escolar traz a demanda de


profissionais formados nas áreas específicas que serão inseridas, assim se
as escolas encontram-se cada dia mais ligadas à informática são
necessários cada vez mais profissionais capazes de criar e desenvolver
propostas de ensino-aprendizagem para que os estudantes sejam
apropriados dos conhecimentos necessários para serem incluídos
digitalmente na sociedade (DINIZ; ARAÚJO; BRANDÃO, s/d, 2204).

Conforme os supracitados autores, o trabalho se torna cada dia mais eficaz


quando se têm profissionais trabalhando em suas respectivas áreas de formação,
isto é, as demandas escolares por profissionais formados nas diversas áreas para
atender as necessidades das escolas é extremamente grande e, por isso se torna
viável que se valorize cada profissional. Neste sentido, os autores abaixo
esclarecem que,

[...] Os cursos de nível superior em Ciência da Computação, Sistemas de


Informação e Tecnólogo em Processamento de Dados, apesar de conter
excelente grade curricular de disciplinas da área de computação e pesquisa
científica, não habilitam seus egressos com conhecimentos específicos que
lhes permitam atuações suficientemente satisfatórias na prática pedagógica
em computação (ALMEIDA; CARVALHO, p. 2).

Vale ressaltar, que à docência exercida por profissionais licenciados e deve


ser pensada a partir de uma reflexão das ações que serão desenvolvidas na
educação, trazendo para o diálogo o papel do professor em sala de aula como um
mediador do processo educativo, assim como esclarece os autores Almeida e
Carvalho (2012),

Neste sentido, Gadotti (2004) descreve o professor como um mediador do


conhecimento, um aprendiz permanente frente ao aluno que tem papel de
sujeito de sua própria formação. Ênfase deve ser dada aos saberes e neste
contexto identificam-se alguns fatores principais: o gosto de aprender; o
prazer em ensinar e o amor ao discente. Para Gadotti (2003), somente
aprendemos quando o que aprendemos é “significativo” para nós e nos
envolvemos profundamente no que aprendemos. Para Lévy (1999) quanto
mais os processos de inteligência coletiva se desenvolvem melhor é a
apropriação das alterações técnicas por indivíduos e grupos e
consequentemente menores são os efeitos da exclusão resultante da
aceleração do movimento tecnossocial. Neste sentido, a inteligência coletiva
proposta pela cibercultura pode ser considerada um veneno para aqueles
que dela não participam e um remédio para aqueles que mergulham em
seus turbilhões (ALMEIDA; CARVALHO, 2012, p. 3).

Conforme Almeida e Carvalho (2012) o profissional formados nos cursos de


licenciaturas, deve ser considerado como um mediador do processo educativo, não
26

importa o tipo de licenciatura que tenha feito, sua formação acadêmica é justamente o
de mediar o conhecimento para os alunos de forma significativa, que torne a
aprendizagem mais próxima do cotidiano dos educandos.
Se o papel do professor é o de mediador, então o profissional formado no curso
de licenciatura em computação, permite o desenvolvimento de atividades educativas
mais abrangentes possíveis, além de promover as articulações pedagógicas e
técnicas, por meio de projetos, oficinas e didáticas diferenciadas nas salas dos
laboratórios de informática.
A participação dos alunos da Licenciatura em Computação na realidade das
escolas estaduais vem permitindo-lhes a aquisição de experiências práticas
docentes na busca constante por melhorias do processo ensino-
aprendizagem. O relato destas experiências tem permitido a reflexão dos
docentes do curso no direcionamento das atividades práticas como
componentes curriculares [...]. (ALMEIDA; CARVALHO, 2012, p. 8).

Neste sentido, os cursos de licenciatura em computação são fundamentais


para contribuir com uma formação mais qualificada de profissionais capazes de
trabalhar à docência de forma ampla, contemplando uma dinâmica pedagógica
apropriada para as salas do laboratório de informática das escolas públicas do país,
no sentido de melhorar o ensino e assegurar o direito de uma educação de
qualidade que atenda as diferentes dimensões do ser humano.
É importante enfatizar que o professor de computação pode e deve realizar
um trabalho integrado com as demais áreas do conhecimento, buscando melhorar
as metodologias educativas das escolas com o objetivo de ampliar as possibilidades
de acesso ao saber, assegurando o direito dos alunos em terem nas salas de
informáticas profissionais qualificados em suas respectivas funções.
Isso é uma realidade que precisa ser mudada nas escolas de todo o país, os
profissionais formados em suas devidas áreas precisam ter seus espaços
assegurados e que os mesmos possam exercer suas funções com eficiência e
eficácia. Desenvolvendo suas práticas pedagógicas de forma a possibilitar uma
aprendizagem significativa e autônoma para os alunos, dando condições de acesso
a um conhecimento menos fragmentado e mais contextualizado com a realidade dos
sujeitos.
27

3.2 Importância desse profissional nas salas de informática das Escolas


Públicas.

Neste tópico, aborda-se da importância do professor de computação, como


um profissional formado na área de licenciatura em computação e sua relevância
para o campo da educação, destacando seu papel nas salas de informáticas das
escolas públicas do Brasil. Nesta direção, verificou-se qual a importância da
informática no contexto do currículo escolar. Após, essas discussões buscou-se
entender de que forma esta realidade permite uma compreensão da necessidade no
processo da Informática Educativa, profissionais altamente capacitados.

O principal objetivo, defendido hoje, ao adaptar a Informática ao currículo


escolar, está na utilização do computador como instrumento de apoio às
matérias e aos conteúdos lecionados, além da função de preparar os alunos
para uma sociedade informatizada (LOPES, 2004, p. 2).

Observando o texto citado acima, entende-se que a informática atualmente no


currículo escolar se torna cada vez mais indispensável, isso porque, no cenário
educacional em que vivemos, há uma necessidade dos profissionais estarem
qualificados neste campo do saber. O uso do computador não é considerado um
luxo, mas uma necessidade constante no ambiente escolar e também deve ser
compreendido como um auxiliador do trabalho pedagógico do professor, ou seja,
deve permitir a interação em sala de aula entre o conteúdo e o as metodologias
adotadas pelos educadores.
Nesta direção, os métodos usados pelos professores a partir da utilização dos
recursos tecnológicos, poderão ser entendidos como subsídios no processo de
ensino aprendizagem dos alunos. As tecnologias se fazem presentes no cotidiano
do sujeito cada dia mais cedo, as crianças na atualidade, estão conectadas com os
instrumentos tecnológicos diariamente, seja o computador, o celular, o tablete dentre
outros, não são na maioria das vezes consideradas novidades para os alunos.
Por isso, se torna indispensável uma formação de qualidade e principalmente
voltada para as licenciaturas em computação, que qualifica os docentes para
desenvolverem estratégias a partir do uso de recursos tecnológicos que permitam a
dinamização do trabalho pedagógico em aula de aula e, sobretudo, possibilite o
processo de ensino aprendizagem por meio desses aparatos tecnológicos de forma
adequada e com qualidade.
28

Neste sentido Lopes (2004) assinala que:


Diante dessa nova situação, é importante que o professor possa refletir
sobre essa nova realidade, repensar sua prática e construir novas formas
de ação que permitam não só lidar, com essa nova realidade, com também
construí-la. Para que isso ocorra! O professor tem que ir para o laboratório
de informática dar sua aula e não deixar uma terceira pessoa fazer isso por
ele (LOPES, 2004, p. 4).

Com as mudanças sociais, políticas, econômicas e educacionais, há uma


grande necessidade de ampliação do universo educacional em relação ao uso das
tecnologias na educação. Hoje o mundo vive um processo constante de
transformações nos mais diferentes campos da sociedade, como já fora mencionado
anteriormente, porém, verifica-se que, embora, os avanços no campo da educação
tenha se intensificado, ainda há preocupações em relação à formação dos
profissionais da educação.
É importante destacar que, embora, os cursos das licenciaturas tenham
aberto espaços para as discussões a respeito do uso das tecnologias na educação,
não é o suficiente para permitir um trabalho pedagógico que integre conteúdo e
recursos tecnológicos, e quando são feitos, ainda assim, apresentam deficiências
em suas metodologias. Por esta razão, os cursos de licenciatura em computação
tem possibilitado uma qualificação docente mais próxima desses objetivos
educacionais, que é usar os recursos tecnológicos como ferramentas pedagógicas
no processo de ensino aprendizagem dos alunos.
No entanto, Lopes faz uma reflexão sobre este assunto, esclarecendo que
“[...] Não basta haver um laboratório equipado e software à disposição do professor;
precisa haver o facilitador que gerencie o processo pedagógico” (LOPES, 2004, p.
4). Neste sentido, a necessidade não é apenas de escolas com laboratórios
equipados, mas também de profissionais qualificados que possam fazer uso
adequado dessas ferramentas em favor de uma educação de qualidade, melhorando
assim o nível de aprendizagem dos alunos.
Nesta perspectiva, Valente e Almeida fazem importantes reflexões sobre a
formação de professor, dizendo que:

A formação do professor deve prover condições para que ele construa


conhecimento sobre as técnicas computacionais, entenda por que e como
integrar o computador na sua prática pedagógica e seja capaz de superar
barreiras de ordem administrativa e pedagógica (VALENTE; ALMEIDA,
1997, p. 25).
29

Verificou-se que segundo Valente e Almeida (1997), a formação de


professores é extremamente relevante para que tenhamos uma educação de
qualidade, os conhecimentos adquiridos nestas formações continuadas farão
enorme diferença na constituição de práticas educativas menos desiguais e mais
aproximadas da realidade do aluno. Desta forma, o uso das tecnologias na
educação só poderão alcançar os objetivos propostos pelos cursos de licenciaturas
em computação quando forem compreendidos em sua essência.
Isto é, quando os professores forem valorizados em suas áreas de atuações,
e a formação continuada for entendida como prioridade para que a educação avance
no sentido de qualidade educativa, pois a falta de formação qualificada intervém nas
metodologias dos professores quanto à introdução dos recursos tecnológicos na
educação.
Desta forma, Araújo ao estudar sobre o uso das tecnologias na educação,
observou a relevância do profissional formado nesta área do saber. A autora
assinalou o seguinte a respeito da utilização dos recursos tecnológicos:
Assim, aos poucos a escola vem ampliando o uso da informática em sua
prática pedagógica, à medida que se aumenta a busca pelas novas
tecnologias, observa-se movimentos a favor do uso do computador como
ferramenta colaborativa no processo de ensino-aprendizagem (ARAÚJO,
2014, p. 15).

Aqui o computador em especial, é visto como uma ferramenta que permite


uma ampliação do contexto educativo no cotidiano dos educandos, melhorando as
práticas pedagógicas dos professores, promovendo uma reflexão sobre o uso do
computador como ferramenta pedagógica da escola. A partir desta perspectiva, a
supracitada autora afirma que o uso adequado destes instrumentos tecnológicos
favorece o processo de ensino aprendizagem.

Nesse sentido, os cursos voltados para a formação do professor devem ser


contínuos, possibilitando ao docente conhecer o suporte teórico e técnico da
tecnologia, bem como a construção de conhecimentos sobre as novas
tecnologias, para que incorpore de maneira eficaz e eficiente a tecnologia
no seu fazer pedagógico [...] (ARAÚJO, 2014, p. 18).

De acordo com Araújo a formação de professores é importantíssima para


melhorar o contexto da qualidade dos índices educativos do Brasil, sobretudo, nas
escolas públicas do país, deste modo, no próximo capítulo discutiremos sobre a
licenciatura e demais cursos de computação.
30

4 LICENCIATURA E DEMAIS CURSOS DE COMPUTAÇÃO

Nesta seção, será apresentado o conceito de graduação em licenciatura e


bacharelado, demonstrando as principais especificidades de cada um. Logo em
seguida, será descrito algumas características do curso voltadas à área de
computação, com o objetivo de mostrar a sua relevância para o campo da educação.
Embora, compreende-se que os cursos de licenciatura em computação sejam
“novos” no contexto educacional, no entanto, existem alguns conflitos em relação às
graduações ou os egressos desse curso que precisam ser esclarecidas.
Desta forma, busca-se por meio deste trabalho esclarecer as dúvidas
frequentes em relação ao curso e sua formação acadêmica. Neste sentido, elucida-
se de que maneira os profissionais formados no curso de licenciatura em
computação, atuarão no ambiente escolar e como efetivarão seu trabalho neste
local.
Assim, a falta de informação a respeito do curso, é um dos problemas
percebido durante a trajetória da formação acadêmica, deste modo, faremos um
breve histórico sobre os cursos de formação superior no Brasil, trazendo para as
discussões a diferença entre Licenciatura e Bacharelado, assim também como,
ressaltam-se as particularidades entre os distintos cursos na área da computação,
tais como: Cursos Sistema de Informação, Ciência da Computação, Engenharia de
Software e Engenharia de Computação.
Segundo definição do Ministério da Educação (MEC), os cursos de
licenciatura habilitam o profissional a atuar como professor na Educação Infantil, no
Ensino Fundamental e Médio. A principal diferença entre o curso de licenciatura e
bacharelado, é que o primeiro tem ênfase na atuação como docente, enquanto o
segundo tem formação mais generalista.
O bacharel pode trabalhar em áreas mais diversas, exceto para docência na
educação básica, a não ser que tenha cursado durante a graduação, além das
matérias do bacharelado, as disciplinas voltadas à área de educação.
A diferença curricular entre o bacharelado e a licenciatura é a presença de
matérias de cunho pedagógico, ou seja, disciplinas ligadas à didática, psicologia e
pedagogia. A seguir, serão especificadas as principais definições e diferenças
existentes entre os cursos de computação.
31

4.1 Sistemas de informação

Este é um curso focado no planejamento e desenvolvimento de sistemas de


informação e automação. Também é, de certo modo, uma graduação parecida com
Ciência da Computação, no entanto, o estudante de Sistemas da Informação recebe
preparo para ter entrada mais "direta" no mercado, de forma que possa atuar tanto
no desenvolvimento de software quanto em atividades relacionadas, como suporte,
por exemplo.
De modo geral, o profissional de Sistemas de Informação é mais focado em
aplicar recursos de computação na solução de problemas - especialmente de
atividades corporativas - do que desenvolvê-los.
O curso tem duração de 4 anos (8 semestres) e o conteúdo técnico abordado
ao longo do curso irá conferir ao egresso a habilitação em Bacharel em Sistemas de
Informação.

4.2 Ciência da computação

O estudante de Ciência da Computação é preparado para resolver problemas


reais aplicando soluções que envolvam computação, independente de qual seja o
ambiente (comercial, industrial ou científico). Quem se forma neste curso se depara
com uma variedade grande de carreiras para seguir, uma vez que a computação é
aplicada em diversas áreas do conhecimento.

4.3 Engenharia de computação

Quem se forma em Engenharia da Computação se torna apto a projetar e a


programar tecnologias de hardware e software em equipamentos, aplicações
industriais, redes de comunicação, sistemas embarcados em dispositivos dos mais
variados portes, entre outros. As áreas em que um engenheiro da computação pode
atuar são no campo da automação industrial e robótica. Ele desenvolve robôs e sistemas
digitais para fábricas e indústrias. Também é comum este profissional atuar no suporte
e gerenciamento de redes de computadores em empresas de grande porte.
A carreira acadêmica é outra opção para um engenheiro da computação, que
pode ministrar aulas para cursos técnicos e profissionalizantes. Para os que optam por
32

continuar seus estudos fazendo mestrado e doutorado existe a opção de trabalhar em


universidades como professores e pesquisadores.
Para exercer a profissão de engenheiro da computação é necessário, além do
diploma de bacharel em uma instituição credenciada pelo MEC, obter um registro junto
ao CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia).
Ao examinar os objetivos e os perfis profissionais dos diferentes cursos de nível
superior em computação, constata-se que de acordo com a formação destes
profissionais em suas áreas específicas, as graduações se diferem no sentido de
capacitação profissional, ou seja, de acordo com o curso escolhido existe um perfil
profissional a ser formado, embora, seja uma formação superior em computação, não
significa que ambas as formações apontam para a mesma direção. Portanto, verificou-se
que os bacharéis assumem papeis diferentes dos licenciados, pois este último rege a
profissão docente, sobretudo, a de professor, assegurado na LDB como já fora citado no
texto anteriormente.
O curso de licenciatura em computação é voltado para a área da educação, isto
é, formação dos educadores que trabalham na docência, neste sentido, ele se diferencia
dos demais por ser um curso de nível superior voltado para atender as necessidades da
educação básica, no entanto, ele não se limita apenas a sala de aula, mas se amplia no
sentido de permitir inúmeros contextos de trabalhos, um exemplo, é o de trabalhar em
órgãos ligados as empresas públicas e também privadas nos mais diversos ambientes
que exijam conhecimentos deste campo do saber.
Sendo assim, é importante ressaltar que os cursos na área da computação, ainda
que sejam com finalidades diversas, apontam para um caminho específico, que são as
transformações sociais que acontecem a todos os momentos, fazendo com que o
cotidiano das pessoas sejam afetados por essas mudanças provenientes das
tecnologias, mas que ao mesmo tempo, são necessárias para o desenvolvimento da
sociedade.
33

5 ESTUDO DE CASO

5.1 Cenário

O ambiente que servirá de cenário para o experimento será uma instituição de


ensino fundamental onde o gestor educacional, professores e alunos responderão a
um questionário sobre a temática em questão. A escola está localizada no bairro:
centro, na Travessa Duque de Caxias, nº 330, Porto de Moz/Pará. Fica próxima a
praças dos Cabanos, do Ginásio poliesportiva Chico Cruz, ao lado do estádio de
futebol municipal e à própria quadra de esportes da escola. As ruas próximas são
movimentadas e pavimentadas.
Imagem 1 – Área frontal da escola

Fonte: Próprio autor


34

Imagem 2 – Área interna do laboratório de informática

Fonte: Próprio autor

5.2 Coleta de dados

Na investigação aplicada a este trabalho, procura-se responder às questões


de partida colocada na proposta do trabalho, recorrendo à técnica de coleta de
dados, no caso o questionário a ser submetido à gestora educacional, professores e
alunos da instituição de ensino mais especificamente uma escola sobre a área que
constitui a base de especificação do objeto de estudo.
No processo de elaboração do questionário, procura-se que as questões
colocadas sejam suficientes para permitirem a obtenção de dados que possam
constituir-se como um complemento fundamental para a compreensão da
problemática associada à informática na educação, se caso houver, e para
elaboração de recomendações.

5.3 Elaboração do questionário

O questionário em apêndice faz parte do estudo de caso e é componente de


uma pesquisa feita junto aos professores e alunos em busca de algumas
informações de vital importância para o uso da sala de informática como fonte de
35

pesquisa e aprendizagem, observando até que ponto os professores que trabalham


nas salas de informática do ensino fundamental elaboram seus planejamentos, que
didáticas utilizam para orientar seus alunos nas pesquisas e no uso correto dos
equipamentos tecnológicos, de que forma o docente da sala de informática
contextualiza o conteúdo trabalhado na sala de aula regular no seu espaço de
trabalho. Nesta direção, elaboraram-se os questionários para compreender como
serão ministradas as aulas neste espaço para garantir a qualidade das informações
obtidas, bem como a obtenção do conhecimento significativo para os alunos.
Em apêndice destaca-se o questionário, que está organizado do começo ao
fim dentro do contexto da pesquisa feita no estudo de caso, ele é composto de
quinze (15) questões, sendo quatro (04) para gestora educacional, sete (07) para
professores do laboratório de informática e quatro (04) para alunos do 6º ano do
ensino fundamental.

5.4 Apresentação e análise dos resultados

Optou-se por realizar o estudo de caso, na mesma escola em que ocorreu o


estágio supervisionado. Devido a problemas nas máquinas, não foi possível realizar
a pesquisa, pois não havia iniciado as aulas no laboratório de informática. Nesse
sentido, tomamos a decisão junto ao orientador de realizar o questionário com os
professores do ano de 2016, pois nesse período, houve aulas de informática na
escola pesquisada.
Entrou-se em contato com professores para solicitar sua colaboração, os
mesmos foram gentis e cederam as informações necessárias para a realização das
análises e interpretações de dados. Utilizaram-se de questionários semiestruturados
com perguntas abertas e fechadas. Para os alunos, o questionário estruturado
segue um roteiro de entrevistas com perguntas fechadas.
Deste modo, para obtenção dos resultados, elaboraram-se gráficos e escrita
de textos para facilitar a compreensão dos leitores.
Conforme mencionado anteriormente, aplicou-se o questionário no mês de
março, com o objetivo de diagnosticar o conhecimento dos participantes aprendizes
sobre o uso dos instrumentos tecnológicos e a qualidade das aulas no laboratório,
ou seja, buscava-se saber se os professores conseguem realizar metodologias
36

capazes de dinamizar o processo educativo dos alunos, bem como estabelecer o


perfil dos professores pesquisados.
Para tanto, fica evidente que o professor de licenciatura em computação
precisa ser reconhecido e valorizado nesse ambiente sendo fundamental
compreender o papel desse profissional da educação.
Desta forma, a seguir apresentar-se-ão os resultados sobre os questionários
realizados com os alunos do 6º ano do ensino fundamental na escola. E, logo em
seguida, a entrevista com a gestora educacional, posteriormente far-se-á a
apresentação das entrevistas com os professores de informática da referida escola,
discutindo sobre a relevância deste profissional no laboratório de informática.
No gráfico 1 observa-se a partir das respostas dos alunos, o que eles utilizam
no seu cotidiano enquanto ferramenta tecnológica. Conforme suas respostas são
apresentadas os percentuais.
Gráfico 1 - O que você utiliza no seu dia a dia?

Tablet
13% Computador
15%

Notebook
12%

Celular
60%

Fonte: Próprio autor

Neste gráfico, os alunos descrevem os equipamentos tecnológicos mais


utilizados por eles no seu cotidiano. As respostas foram diversas, na qual, 12%
afirmaram que usavam muito em casa o notebook, pois os auxiliavam em pesquisas
e elaboração de trabalhos escolares, assim também, uma parcela de 13%
respondeu que usavam o tablet, um importante instrumento tecnológico que é
aproveitado para jogos e pesquisas.
37

Outra ferramenta tecnológica bem utilizada no cotidiano dos alunos, é o


computador, sendo que cerca de 15% dos entrevistados ressaltaram que este
aparelho tecnológico é ainda um dos recursos com maior funcionalidade e
capacidade de armazenamento. Embora, o computador seja uma ferramenta comum
entre os participantes, não se pode negar a supremacia dos aparelhos celulares,
60% dos alunos afirmaram que o uso do celular é necessário diariamente, isto se
justifica pela grande necessidade que este instrumento tem atualmente.
Os alunos usam o celular para pesquisar, jogar, entreter, mandar mensagens,
tirar fotos, fazer vídeos, acessar a internet e principalmente se comunicar. Estas
variedades de funções que este instrumento apresenta é uma das causas de sua
expansão entre as pessoas, especialmente entre os jovens e adolescentes que não
vivem sem esse recurso tecnológico. Embora a pesquisa apresente, o celular como
o grande campeão no dia-a-dia, o computador ainda, continua sendo a única
ferramenta tecnológica oferecida aos estudantes nos espaços escolares,
especificamente no laboratório de informática.
Outra pergunta relevante que foi feita aos alunos, está descrita no gráfico 2,
que fala da importância das aulas de informática no ambiente escolar.
Gráfico 2 O que você mais gosta nas aulas de informática?

Outros
0%

Digitação
33%
Pesquisa na
internet
36%

Jogos educativos
31%

Fonte: Próprio autor

Segundo os alunos, o que eles gostam de usar nas aulas de informática é a


pesquisa na internet. 36% responderam que as pesquisas na internet possibilitam
38

maior interação dentro do laboratório. Outro elemento interessante que eles gostam
de utilizar é a digitação, sendo que cerca de 33% dos entrevistados, afirmam que no
momento das aulas de digitação, é muito bom, pois eles aprendem a usar o software
(programa) word que é o mais empregado na digitação de trabalhos, assim como
31% também responderam que os jogos são bastante usados neste ambiente
educativo. Sobre os jogos educativos, os alunos apresentaram muito interesse por
este instrumento metodológico do professor de informática, para eles é muito útil no
ensino.

Na terceira pergunta feita aos alunos, questionou-se sobre os recursos


metodológicos utilizados pelo professor no laboratório de informática, os mesmos
responderam conforme está agrupado no gráfico 3:
Gráfico 3 - Nas aulas de informática o professor utilizou outros tipos de
ferramentas além do computador?

Celular
0%

Datashow
24%

Câmera digital
0%
Outros
0%

Nenhum
76%

Fonte: Próprio autor.

De acordo com as respostas dos alunos, se o professor utiliza outras


ferramentas além do computador, apenas 24% utilizaram o Datashow, assim como
76% dos entrevistados afirmaram que nenhuma ferramenta tecnológica além do
computador foi utilizada em sala de aula pelos professores de informática. Em pleno
século XXI pode-se notar que ainda há limitações no ambiente escolar por falta de
39

compreensão do verdadeiro papel do educador, assim também como pela falta de


responsabilidades de muitos profissionais da educação.
Além disso, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
indicam que os smartphones se tornaram os principais meios de acesso à internet
em domicílio (Brasil, 2016).
Em plena era digital, o professor não fazer uso do celular que está mais
presente na vida dos alunos do que o próprio computador é desperdiçar um recurso
tecnológico que poderia ser utilizado para potencializar o ensino e aprendizagem
como, por exemplo, a utilização de grupos de argumentações e fórum via whatsapp
e outros.
Quando as aulas de informática não são tratadas como um ambiente
educativo, um espaço de ampliação das aprendizagens humanas, infelizmente serão
sempre minimizadas a meros espaços de lazer ou faz de conta. Porém, não é isso
que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) Lei nº 9394/96 preconiza sobre
o direito aos bens e serviços prestados pelo poder público à sociedade.
Para tanto, na quarta pergunta aborda-se sobre como as aulas de informática
ajudaram os alunos a entender melhor os assuntos de outras áreas do
conhecimento. No gráfico 4 os alunos responderam os seguintes:

Gráfico 4 - As aulas de informática ajudaram você a entender melhor os


assuntos de outras disciplinas?

Não
18%

Sim
43%

Pouco
39%

Fonte: Próprio autor.


40

Nas respostas dos alunos sobre no que as aulas de informática ajudaram a


entenderem melhor os assuntos de outras disciplinas, 43% responderam que as
aulas contribuíram para compreender melhor conteúdos de diferentes áreas, 39%
responderam que pouco ajudaram e 18% responderam que não houve. Assim
percebe-se que de acordo com os resultados obtidos durante as aulas o percentual
negativo em relação à compreensão dos conteúdos é maior do que deveria ser
levando em consideração a proposta de ensino de informática da escola.
Os gráficos foram importantes, tanto para a coleta dos dados como para a
interpretação e análise dos mesmos. Acredita-se que o questionário aplicado
possibilitou obter resultados aproximados da realidade que se pretende expor.
Igualmente, é feita a análise das entrevistas que foram realizadas com a gestora
educacional e os professores de informática dos anos finais do ensino fundamental.
A entrevista com a gestora educacional foi muito importante para ampliar o
conhecimento, em relação à visão que a escola tem do profissional licenciado em
computação. Deste modo, quando entrevistou-se a gestora, a mesma foi enfática ao
responder a seguinte pergunta: de que forma eram selecionados os profissionais
para trabalharem no laboratório de informática? Ela respondeu, os educadores que
trabalham no laboratório de informática são selecionados por meio de “indicação”.
Dessa forma, indagou-se sobre os requisitos que eram necessários para que
o docente trabalhasse no laboratório de informática, a gestora respondeu o seguinte:
“na falta do profissional da área, no mínimo tem que ser pedagogo com
conhecimentos básicos de informática”. Quando ela menciona que tem que ser no
mínimo pedagogo, acreditávamos que na sua maioria os docentes do laboratório de
informática tinham nível técnico ou superior, no entanto, não é o que mostra o
gráfico 5 abaixo, que fala sobre a formação docente.
Percebe-se ao longo das perguntas, que a gestora educacional tinha boa
vontade em nos ceder às informações necessárias para o sucesso da pesquisa,
porém muitas dúvidas ainda permaneceram por um bom tempo. Quando foi
questionada se a mesma considerava as aulas de informática importante em relação
ao aprendizado do aluno e por quê? A sua resposta foi imediata “sim, se for
adaptada com conteúdo dado em sala de aula, a informática ajuda o aluno a
entender com maior facilidade e relacionar com a realidade o conteúdo”.
Na presente pesquisa, revela um conjunto substancioso de experiências e
vivências da gestora educacional em relação à importância do laboratório de
41

informática que merecem ser discutidas com afinco por aqueles que se dedicam à
educação escolar, sobretudo, ao uso de atividades interdisciplinares. Para ela, o
laboratório de informática é um importante espaço no ambiente escolar que quando
bem utilizado possibilita inúmeras aprendizagens aos alunos.
No entanto, quando indagada sobre os projetos desenvolvidos pela escola e
pelos professores em geral, trabalhavam em sintonia com o laboratório de
informática, a gestora respondeu que:
Nem sempre, pois a maioria dos profissionais não tem qualificação
adequada e isso acaba dificultando. Os profissionais davam apoio ajudando
a baixar vídeos, textos, montar peças, etc. Ficavam a disposição dos
professores, mas não é a mesma coisa que se ter um profissional
qualificado (GESTORA EDUCACIONAL, 2017).

Conforme observado, as práticas de planejamento escolar integrado pouco se


fazem presentes no dia a dia desses profissionais que, por sua vez, também
revelam um conjunto significativo de diferentes problemáticas identificadas ao longo
da pesquisa de campo. Muitos, segundo a gestora educacional, têm dificuldades
para executarem planejamentos conjuntos, devido o tempo ser escasso para todos,
esse é um grande problema encontrado no seio do processo educativo.
Na aplicação do questionário realizado com os professores de informática,
verificou-se que os mesmos em suas respostas sempre afirmavam que um dos
problemas enfrentados é a falta de formação, pois segundo eles, tinham poucos
conhecimentos sobre a informática e isso dificultava sua prática pedagógica, assim
como também limitava suas estratégias metodológicas no laboratório de informática.
Examinar-se-á com mais afinco as respostas dos professores a partir do
gráfico 5, que fala especificamente sobre a formação profissional dos docentes que
trabalham no laboratório de informática da escola pesquisada, conforme pode ser
verificado abaixo.
42

Gráfico 5 – Formação dos professores de informática entrevistados.

25% Curso Básico de Informática

Técnico de Informática
50%
Ensino Médio e Curso Básico
e Avançado de Informática
25%

Fonte: Autores.

Ao questionar-se sobre a formação docente, identificou-se que a maioria dos


professores de informática (50%) revelam que têm apenas o curso básico de
informática, apresentando justificativas - razões que os levam a ter essa formação
profissional, diversas são as razões que os docentes do laboratório de informática
aponta para não terem avançado nos estudos. Justificam por meio da situação
financeira e ainda pela ausência de reconhecimento dos profissionais nessa área de
atuação.
Para os docentes do laboratório de informática, ter o curso com noções
básicas já é o suficiente para atuarem como profissionais desse campo, assim eles
explicam que uma formação em nível superior precisaria de tempo e dinheiro e com
o salário que recebem dá somente para sustentar sua família. O tempo também é
outro fator que implica nessa formação, assim como a ausência de Universidades na
cidade de Porto de Moz, que acaba contribuindo para estreitar ainda mais as
possibilidades de progredir na vida estudantil.
Como pode ser observado no gráfico 5, o nível de escolaridade entre os
docentes varia muito, aqueles que têm apenas o ensino técnico somam uma parcela
de 25%, enquanto os outros 25% apresenta nível médio e o curso básico e
avançado de informática. Na opinião de ambos, uma formação em nível superior é
muito importante, pois contribuiria para ampliar os conhecimentos teóricos e
43

possibilitar um melhor domínio dos conteúdos trabalhados nos laboratórios de


informática, assim como favorecer o processo de ensino aprendizagem dos
educandos.
Ao perguntar se eles recebiam alguma capacitação para exercer docência em
laboratórios de informática, os mesmos foram enfáticos ao afirmar que receberam
apenas o curso de Linux Educacional, apesar de acharem que não seja um curso
voltado para a docência, mas foi o que ofereceram como capacitação para atuarem
no laboratório de informática. No entanto, foi o que ajudou os professores do
laboratório de informática a melhorar sua prática pedagógica.
Em relação a realização do planejamento escolar (plano de ensino, plano de
aula) para as aulas de laboratório de informática, os docentes afirmam que não
recebem orientação nem da direção e nem dos coordenadores pedagógicos. Eles
realizam seus planejamentos a partir de seus próprios conhecimentos e também
com o auxílio de pesquisas feitas na internet.
Para os educadores, a utilização da informática na educação, contribui muito
para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Eles
acreditam que a informática é um importante instrumento que permite ampliar os
conhecimentos dos educandos em suas diferentes dimensões, principalmente por
proporcionar a inclusão escolar, onde todos os alunos têm disponíveis os mesmos
recursos e se encontram no mesmo nível no processo de aprendizagem.
Outra importante discussão traçada no texto é sobre os projetos
desenvolvidos pela escola e pelos professores em geral, se trabalham em sintonia
com o laboratório de informática, entretanto, os docentes responderam que não, eles
acreditam que o motivo é a falta de comunicação entre os professores do laboratório
com o restante da escola, parece que a sala de informática é um ambiente isolado
da escola, quando na verdade deveria ser tratada como um espaço para as
múltiplas discussões a respeito dos conteúdos trabalhados em sala de aula.
Com relação a avaliação do aprendizado de alunos por meio do laboratório de
informática, os docentes acreditam que seja uma boa aprendizagem, porém poderia
ser bem melhor, os programas são defasados e o sistema é muito limitado (Linux),
as escolas pararam no tempo em relação a seus equipamentos tecnológicos, os
computadores dos laboratórios ainda são aqueles obsoletos, sem muitos recursos
didáticos e tecnológicos.
44

Observa-se que os professores do laboratório de informática entrevistados


não se sentem capacitados para trabalhar com a informática na educação por não
terem formação docente na área. Relatam que os cursos técnicos de informática e
outros não são suficientes, e que lhes faltam conhecimentos didático-pedagógico.
Aliado a isso, o planejamento de aula em nenhum momento foi exigido pela
coordenação pedagógica, sendo que no Projeto Político Pedagógico (PPP) da
escola é enfatizado o ensino de informática, ou seja, o objetivo é promover para
todas as etapas do ensino fundamental, a utilização do computador como um meio
facilitador da aprendizagem. No PPP da escola há um planejamento curricular e
metas a serem alcançadas a cada modalidade de ensino (anos iniciais e finais do
ensino fundamental) que são:
Discriminar e reconhecer as partes do computador e suas funções;
Desenvolver o raciocínio lógico-matemático; Ampliar o vocabulário;
Desenvolver um espírito de investigação e pesquisa; Realizar atividades
multidisciplinares; Desenvolver hábitos de conservação e higiene do
computador; Conhecer e utilizar softwares básicos para o seu dia-a-dia;
Trabalhar a ética frente às novas tecnologias. (PPP da escola D. Bosco p.
30 atualizado 2017)

No entanto, as respostas obtidas com a aplicação dos questionários,


percebe-se que não se trata com devida importância a elaboração dos conteúdos
por parte de coordenação pedagógica e professores de informática.
Uma vez identificado que na instituição possui um planejamento sobre o
ensino de informática como em qualquer outra disciplina, porém, o simples fato de
não ser cobrado um plano de aula demonstra assim a falta de interesse no que é
ensinado no laboratório de informática.
Sobre as respostas, o professor A ressaltou com propriedade, sobre a
formação dos professores do laboratório de informática, afirmando que as formações
ofertadas pela secretaria de educação do município de Porto de Moz, é apenas o
curso básico de informática (Linux) oferecido pelo Programa Nacional de
Tecnologias na Educação - PROINFO, que em muitos casos nem são usados pelos
professores, devido à limitação de suas ferramentas.
Outro aspecto destacado é que os professores são unanimes em afirmar
que eles executam seus planejamentos de acordo com o que acham melhor para o
aprendizado dos alunos.
Perguntou-se ainda sobre a parceria entre o professor da sala de informática
e da sala regular de ensino, segundo os entrevistados o diálogo é precário, quase
45

não existe. Isso tem dificultado o trabalho docente dos professores da sala de
informática, pois o trabalho deveria acontecer de forma integrada e harmônica para
possibilitar uma interação melhor entre os conteúdos e as ferramentas tecnológicas.
Daí a necessidade de termos profissionais qualificados nesses ambientes
educativos. Assim como descreve a gestora escolar que a falta de profissionais
qualificados tem dificultado o trabalho docente de qualidade dos laboratórios de
informática das escolas públicas.
Quando se examinou as respostas dos professores, teve-se um panorama
mais abrangente da situação das aulas de informática na escola pesquisada. As
práticas pedagógicas em sua grande maioria, não seguem o que está proposto no
Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, como pode ser comprovado na análise
da tabela com as respostas dos educadores e até mesmo da gestora escolar.
Para a gestora escolar uma ação pedagógica dinâmica, é o que qualquer
professor deve promover em sala de aula, seja o da sala regular de ensino ou do
laboratório de informática, pois ambos os profissionais recebem formações para
desenvolver metodologias capazes de suprir as mais diversas necessidades dos
alunos.
É uma questão bastante pertinente na atualidade, a formação de
professores para exercer a docência na educação básica, uma vez que o problema
se apresenta mais acentuado, sobretudo, nesta etapa do ensino.
46

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, vive-se em uma sociedade na qual as informações são


instantâneas e mundializadas, tudo isso com o aperfeiçoamento e avanços dos
recursos tecnológicos. Neste sentido, faz-se necessário, principalmente que
profissionais de educação estejam a todo o momento se aperfeiçoando e se
aprimorando para que possam utilizar as tecnologias e suas facilidades.
Tendo em vista os aspectos observados pela pesquisa foi possível
compreender de forma clara e explícita a grande importância que o curso
denominado licenciatura em Computação tem para aplicar de forma qualitativa a
informática na educação dentro do contexto escolar, pois os conhecimentos
pedagógicos aliados ao conhecimento das tecnologias emergentes fazem com que o
curso seja atrativo, o que acaba gerando uma integração com as práticas
pedagógicas, maximizando a probabilidade de aprendizagem por parte dos alunos.
Como o laboratório de informática é uma extensão da sala de aula, logo o
computador passa a ter uma função importante como ferramenta que exige um
profissional que tenha condições como habilidades e competências para poder
manuseá-las.
Dado o exposto, o licenciado em computação tem os pré-requisitos exigidos
como conhecimentos didático-pedagógicos necessários para utilizar os recursos
computacionais, fazendo das aulas mais dinâmicas, informatizando e diminuindo a
abstração de conteúdos na busca do principal objetivo da educação que é a
aprendizagem.
Dentre os resultados mais significativos obtidos por meio da aplicação do
questionário com os professores de informática, verificou-se que a falta de formação
específica é a principal dificuldade encontrada, pois segundo eles, tinham poucos
conhecimentos para trabalharem com a informática na educação e isso dificultava
sua prática pedagógica, assim como também limitavam suas estratégias
metodológicas no laboratório de informática.
47

REFERÊNCIAS

______. Decreto nº 6.300, de 12 de dezembro de 2007. Dispõe sobre o Programa


Nacional de Tecnologia Educacional – ProInfo. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6300.htm>. Acesso em: 27
de maio 2016.

______. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (LDBEN). Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. Brasília, DF: MEC, 1996.

______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação à distância. Programa


Nacional de Informática na Educação: Proinfo, diretrizes. Brasília, DF: MEC/
SEED, 1997 a. Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arqui-
vos/File/pdf/proinfo_diretrizes1.pdf>. Acesso em: 28 de dezembro. 2016.

ALMEIDA Cristina C; CAVALHO Luciano P. A formação de professores no


curso de licenciatura em computação: um relato das práticas educacionais de
iniciação a docência. Minas Gerais, 2012.

BRANDÃO, Maria de Fátima Ramos (coord. GT-LC). Currículo de Referência para


Cursos de Licenciatura em Computação. (2002) Disponível em: <
http://www.sbc.org.br/index.php?language=1&subject=32>. Acesso em: 21 abr.
2017.

BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E


TECNOLÓGICA. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília:
Ministério da Educação, 2000. 71 p.

BRASIL. Acesso à internet e posse de telefone móvel celular para uso pessoal.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/acessoainternet/. Acesso em 21
de abril 2017.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de


outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/cons-
tituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 5 maio 2016.

CARVALHO; MONTEIRO. Reflexões Sobre Implementação e uso de Laboratórios


de Informática na Escola Pública. Joaçaba, 2012.

CHINARELLI, Marcele. O que é Licenciatura. Disponível em:


http://www.passeiweb.com/carreiras/artigos/o_que_e_licenciatura/. Acesso em 22 de
abril 2017.

DINIZ, D. J., ARAÚJO, S. S. M. e BRANDÃO, X. S. G. Uma análise do perfil


profissional do licenciado em informática. Disponível em:
http://www2.ifrn.edu.br/ocs/index.php/congic/ix/paper/viewFile/1406/338. Acesso em
10 de janeiro 2017
48

GRÜBEL, Joceline Mausolff. Análise da atuação do licenciado em computação na


aplicação da informática nas escolas. Porto Alegre, 2010.

ODORICO Elizandra K. et al. Análise do não uso do laboratório de informática nas


escolas públicas e estudo de caso._Instituto de Ciências Exatas – Universidade
Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) 37.130-000 – Alfenas – MG, 2012.

PORTO, Gabriella. Diferenças entre tecnólogo, bacharelado e licenciatura.


Disponível em: http://www.infoescola.com/educacao/diferencas-entre-tecnologo-
bacharelado-e-licenciatura/. Acesso em 22 de abril 2017.

SANTOS, Fábio dos. Levantamento da Utilização dos Laboratórios de Informática


Nas Escolas Estaduais de Foz do Iguaçu. Curso de Especialização em Mídias
Integradas na Educação, SEPT/UFPR Polo UAB de Apoio Presencial em Foz do
Iguaçu/PR, 2015.

UFRA. Curso de graduação em computação (licenciatura) Disponível em:


https://novo.ufra.edu.br/. Acesso em 21 de março 2017.

VALENTE, José Armando; ALMEIDA, Fernando José de. Visão Analítica da


Informática na Educação no Brasil: A questão da formação do professor. Revista
Brasileira de Informática na Educação – Número 1 – 1997.
49

APÊNDICE
50

QUESTIONÁRIO APLICADO À GESTORA EDUCACIONAL

1) - De que forma eram selecionados os profissionais para trabalharem no laboratório de


informática?

2) - Em sua opinião, quais os requisitos necessários para que o docente atue no


laboratório de informática?

3) – Você considera as aulas de informática importantes em relação ao aprendizado do


aluno?

4) - Nos projetos desenvolvidos pela escola e pelos professores em geral, trabalhava-se


em sintonia com o laboratório de informática?
51

QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES DE


LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

Caros Colegas,
Este questionário é parte do nosso trabalho de conclusão do Curso e tem como
objetivo conhecer as práticas pedagógicas e a formação dos profissionais que atuam
no laboratório de informática da escola. Por isso solicito que seja o mais autêntico
possível em suas respostas para que nossos estudos sejam aprofundados e as
análises elaboradas de acordo com a realidade vivida em nosso cotidiano escolar.
OBS: Não há necessidade de se identificar.

Muito obrigado por sua participação.

Público Alvo - Professores de Laboratórios de Informática

1- Qual sua formação profissional?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2 - Você se sente preparado para trabalhar com a informática na educação? Se sim,


justifique.
( ) não ( ) sim
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3 - Você recebeu alguma capacitação para exercer docência em laboratórios de


informática? Se sim, descreva quais os cursos.
( ) não ( ) sim
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
52

4 - Na realização de seu planejamento escolar (plano de ensino, plano de aula) para


as aulas de laboratório de informática, você recebe alguma orientação?
( ) não ( ) sim
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________

5 - Em sua opinião, a utilização da informática na educação, contribui de fato para o


desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem dos alunos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________

6 - Os projetos desenvolvidos pela escola e pelos professores em geral, trabalham


em sintonia com o laboratório de informática?
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

7 - De que forma você avalia o aprendizado de seus alunos?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
53

Questionário aplicado aos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental da


Escola D. Bosco

1ª Questão:
Responda
( ) Idade
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

1) O que você utiliza no seu dia a dia?


( ) Computador ( ) Celular
( ) Notebook ( ) Tablet
( ) Outros: __________________________

2) O que mais você gosta nas aulas de informática?


( ) pesquisa na internet ( ) jogos educativos
( ) digitação ( ) outros: ________________________

3) Nas aulas de informática o professor utilizou outros tipos de ferramentas além do


computador?
( ) celular ( ) câmera digital
( ) datashow ( ) outros: _______________________
( ) nenhum desses

4) As aulas de informática ajudaram você a entender melhor os assuntos de outras


disciplinas?
( ) Sim
( ) Pouco
( ) Não

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