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Movimentos

uniformes e
uniformemente
variados
DA AULA
Prof. Toni Burgatto
Aula 01
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SUMÁRIO
Introdução ............................................................................................................................. 4
1. Movimento uniforme ......................................................................................................... 5
1. Definição ........................................................................................................................................ 5
1.2. Função horária do espaço .......................................................................................................... 5
1.3. Gráficos no MU........................................................................................................................... 6
2. Movimento uniformemente variado................................................................................. 14
2.1. Aceleração escalar média ........................................................................................................ 14
2.2. Aceleração escalar instantânea ............................................................................................... 14
2.3. Movimento acelerado e retardado .......................................................................................... 15
2.4. Função horária da velocidade no MUV .................................................................................... 18
2.5. Função horária do espaço no MUV .......................................................................................... 18
2.6. Cálculo da velocidade média no MUV...................................................................................... 21
2.7. A equação de Torricelli ............................................................................................................. 22
2.8. Movimento vertical no vácuo ................................................................................................... 26
2.9. Altura máxima .......................................................................................................................... 29
2.10. Tempo de subida até altura máxima ..................................................................................... 30
2.11. Tempo de subida e tempo de descida entre dois pontos A e B .............................................. 30
2.12. Velocidade v para uma altura h qualquer: ............................................................................ 31
3. Análises gráficas............................................................................................................... 34
3.1. Velocidade escalar média......................................................................................................... 34
3.2. Velocidade escalar instantânea ............................................................................................... 35
3.3. Aceleração escalar média ........................................................................................................ 35
3.4. Aceleração escalar instantânea ............................................................................................... 36
3.5. Variação do espaço no gráfico v × t ........................................................................................ 38
3.6. Variação da velocidade escalar no gráfico a × t ..................................................................... 38
3.7. Gráficos no MU......................................................................................................................... 40
3.8. Gráficos no MUV ...................................................................................................................... 42
4. Movimento circular .......................................................................................................... 50
4.1. Grandezas angulares ................................................................................................................ 50
4.2. Movimento circular uniforme (MCU) ....................................................................................... 53
4.3. Movimento circular uniformemente variado (MCUV) ............................................................. 57

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4.4. Transmissão de movimento circular ........................................................................................ 59


5. Lista de exercícios............................................................................................................. 62
6. Gabarito sem comentários ............................................................................................... 93
7. lista de exercícios comentada........................................................................................... 94
8. Considerações finais da aula .......................................................................................... 158
9. Referências bibliográficas............................................................................................... 159
10. Versão da aula ............................................................................................................. 160

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Introdução
Nesta aula iniciaremos do Movimento Uniforme (MU), Movimento Uniformemente Variado
(MUV), Movimento Circular Uniforme (MCU), Movimento Circular Uniformemente Variado (MCUV).
Além disso, faremos análises gráficas dos movimentos.
A Escola Naval adora cobrar os temas dessa aula e gosta de questões que envolvem
transmissão de movimento em movimentos circulares. Além disso, questão envolvendo problemas
em três dimensões.
Fique à vontade para tirar dúvidas comigo no fórum de dúvidas ou se preferir:

@proftoniburgatto

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1. Movimento uniforme
1. Definição

Caracteriza-se como movimento uniforme aquele que possui velocidade de módulo


constante e diferente de zero, isto é,
Δ𝑠
𝑣𝑚 = 𝑣 = ,𝑣 ≠ 0
Δ𝑡
De outra forma, podemos dizer que: Δ𝑠 = 𝑣. Δ𝑡.
Escrevendo dessa forma, podemos ver que a variação do espaço (Δ𝑠) é diretamente
proporcional ao intervalo de tempo correspondente (Δ𝑡). Além disso, vemos que Δ𝑠 varia
linearmente com Δ𝑡. Portanto, para intervalos de tempos iguais, as variações de espaços também
são iguais, como mostra a figura abaixo:

Figura 1: Carro realizando um MRU.

Quando o movimento uniforme for em uma reta, chamamos de MRU – Movimento Retilíneo
Uniforme. Quando o movimento uniforme for em uma circunferência, chamamos de MCU –
Movimento Circular Uniforme.
Lembrete: velocidade é uma grandeza vetorial!

1.2. Função horária do espaço


Definido o espaço inicial como 𝑠0 correspondente ao instante 𝑡0 , para um instante 𝑡 temos
que o espaço será 𝑠, com Δ𝑡 = 𝑡 − 𝑡0 e Δ𝑠 = 𝑠 − 𝑠0 .
A partir de Δ𝑠 = 𝑣. Δ𝑡, concluímos que:
𝑠 − 𝑠0 = 𝑣 (𝑡 − 𝑡0 ) ⇒ 𝑠 = 𝑠0 + 𝑣 (𝑡 − 𝑡0 )
Geralmente, adotamos como tempo inicial 𝑡0 = 0, quando zeramos cronômetro e passamos
a contar o tempo a partir do zero. Dessa forma, a função do espaço para o MRU se reduz a:
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣𝑡
Isto é, a função horária do espaço é uma função do primeiro grau em 𝑡.

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A principal característica do movimento retilíneo uniforme é fato da velocidade escalar ser


constante, isto é, a aceleração escalar é nula.
Para verificar se um movimento é MU, devemos observar se o movimento respeita qualquer
uma destas três características:
Δ𝑠
1) A velocidade escalar instantânea é constante: 𝑣 = 𝑣𝑚 = ,𝑣 ≠ 0
Δ𝑡

2) O espaço obedece a uma função horária do primeiro grau em 𝑡: 𝑠 = 𝑠0 + 𝑣𝑡


3) A aceleração escalar instantânea é nula: 𝑎 = 𝑎𝑚 = 0

1.3. Gráficos no MU
Dado que a função horária do espaço é dada por 𝑠 = 𝑠0 + 𝑣𝑡, então a função de 𝑠(𝑡) é uma
função do primeiro grau, análoga a 𝑓(𝑥) = 𝑏 + 𝑎𝑥. Então, dada a 𝑠(𝑡 ) = 𝑠0 + 𝑣𝑡 temos que 𝑠0 é o
coeficiente linear da função e 𝑣 é o coeficiente angular da função.
Da matemática, lembramos que o coeficiente linear caracteriza o ponto onde a função toca
quando passa pelo eixo y. Já o coeficiente angular nos mostra a inclinação da reta, isto é, a taxa
como cresce ou descreve a função.

1.3.1. Diagrama 𝒔 × 𝒕
Como visto na Aula 00, no movimento progressivo (𝑣 > 0) o espaço cresce (Δ𝑠 > 0) com o
tempo (figura 2) e, no movimento retrógrado (𝑣 < 0), o espaço decresce (Δ𝑠 < 0) com o tempo
(figura 2)

Figura 2: Gráfico 𝑠𝑥𝑡 no MU, com v>0.


Δ𝑠
Dado que 𝑣 = e, segundo a trigonometria, tangente é uma função que é definida pela razão
Δ𝑡
do cateto oposto pelo cateto adjacente, temos que:
𝑁
𝑣 = 𝑡𝑔𝛼
Isto é, a tangente da inclinação da reta é igual numericamente a velocidade.

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Figura 3: Gráfico 𝑠𝑥𝑡 no MU, com v<0.

Para o caso do movimento retrógrado, a 𝑡𝑔𝛽 𝑁=|𝑣 |. Entretanto, temos que neste caso a
velocidade é negativa, então, devemos lembrar de colocar o sinal de menos após calcular a tangente
para de fato determinar a velocidade.

1.3.2. Diagrama 𝒗 × 𝒕
O MU é caracterizado por ter velocidade constante, dessa forma, o módulo da velocidade não
se altera com o decorrer do tempo. Logo a função da velocidade com o tempo é uma reta paralela
ao eixo dos tempos.
Para o movimento progressivo temos 𝑣 > 0, logo, a reta é paralela e está acima do eixo dos
tempos. Para o movimento retrógrado temos 𝑣 < 0, portanto, a reta é paralela e está abaixo do eixo
dos tempos, conforme as figuras abaixo:

Figura 4: Gráfico 𝑣𝑥𝑡 no MU, com v>0.

Figura 5: Gráfico 𝑣𝑥𝑡 no MU, com v<0.

Como dito anteriormente, neste movimento não existe aceleração, logo o gráfico da
aceleração pelo tempo coincide com o eixo dos tempos.

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Figura 6: Gráfico axt no MU.

1)
A função horária do espaço de um móvel é 𝑠 = 12 − 3𝑡, com 𝑠 e 𝑡 em unidades SI.
a) determine o espaço inicial e a velocidade escalar do movimento.
b) classifique o movimento.
c) determine o espaço no instante 𝑡 = 2 𝑠.
d) em que instante o móvel passa pela origem dos espaços?
e) faça o gráfico do espaço pelo tempo.

Comentários:
a)
Vamos comparar a função dada com a função segundo a teoria:
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣𝑡
{ ⇒ 𝑠0 = 12 𝑚 𝑒 𝑣 = −3 𝑚/𝑠
𝑠 = 12 − 3𝑡
b)
O movimento é retrógrado, pois 𝑣 = −3 𝑚/𝑠, isto é, 𝑣 < 0.
c)
Para 𝑡 = 2 𝑠, temos que: 𝑠(2) = 12 − 3.2 = 12 − 6 ⇒ 𝑠(2) = 6 𝑚 .
d)
No momento em que o móvel passa pela origem dos espaços, o espaço do móvel é nulo, isto é,
𝑠(𝑡) = 0. Portanto:
𝑠(𝑡 ) = 0 ⇒ 12 − 3𝑡 = 0 ⇒ 𝑡 = 4 𝑠
e)
Já conhecemos o espaço inicial (coeficiente linear), a velocidade (coeficiente angular) e ainda
sabemos quando passamos pela origem dos espaços, então, temos que:

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Notemos que 𝑡𝑔𝛼 = = 3 e que 𝑣 𝑁=−𝑡𝑔𝛼 = −3 𝑚/𝑠.
4

2)
Dois automóveis A e B percorrem uma mesma trajetória, com as seguintes funções horárias: 𝑠𝐴 =
20 + 60𝑡 e 𝑠𝐵 = 40 + 40𝑡. Onde o tempo é medido em horas e o espaço em quilômetros.
a) Determine o instante de encontro.
b) Qual a posição de encontro.
c) Em um mesmo gráfico, coloque a função horária de casa automóvel.
Comentários:
a)
Quando falamos de encontro, dado que se trata de pontos materiais, a posição dos automóveis
devem ser a mesma, isto é:
No instante do encontro, os espaços os móveis devem ser iguais.
Logo:
𝑠𝐴 = 𝑠𝐵 ⇒ 20 + 60𝑡 = 40 + 40𝑡 ⇒ 20𝑡 = 20 ⇒ 𝑡 = 1 ℎ

b)
Para encontrarmos a posição, basta substituir em uma das funções horárias:
𝑠𝐴 = 20 + 60.1 = 80 𝑘𝑚 = 𝑠𝐵
c)
Gráfico das funções horárias:

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Este exercício pode ser resolvido pelo conceito de velocidade relativa (nós abordaremos mais
desse assunto mais a frente). Vamos colocar o nosso referencial no automóvel mais a frente(B).
Dessa forma, o automóvel B vê o automóvel se aproximar dele com velocidade, em valor absoluto,
de 20𝑘𝑚/ℎ (60𝑘𝑚/ℎ − 40𝑘𝑚/ℎ).
Tudo se passa como o móvel B estivesse parado. Assim, devemos pegar a distância relativa entre
B e A também, pois, uma vez que parámos o móvel B, sua distância até o móvel A, em valor absoluto,
é de 20 𝑘𝑚 (40 𝑘𝑚 − 20 𝑘𝑚).
Dessa forma, poderíamos escrever a função horária do movimento relativo:
|Δ𝑠𝑟𝑒𝑙 | = |𝑣𝑟𝑒𝑙 |. Δ𝑡
Assim:
20 = 20. Δ𝑡 ⇒ Δ𝑡 = 1 ℎ
3)
Um trem de 250 𝑚 de comprimento, com velocidade escalar constante de 108 𝑘𝑚/ℎ, atravessa
uma ponte de 350 𝑚 de comprimento. Em quanto tempo o trem demora na travessia?

Comentários:

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Notamos que o início da travessia começa a ser contado (𝑡0 = 0), quando a frente do trem está
no início da ponte e o término da travessia finaliza quando a traseira do trem está no limite de sai
da ponte.
Portanto, tomando como 𝑠0 = 0 a traseira do trem, quando ele terminar a travessia, sua traseira
estará na posição 𝑠 = 𝑡𝑎𝑚𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑒𝑚 + 𝑡𝑎𝑚𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒 ⇒ 𝑠 = 250 + 350 = 600 𝑚.
Assim, podemos escrever que:
108
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣𝑡 ⇒ 600 = 0 + . 𝑡 ⇒ 𝑡 = 20 𝑠
3,6
4) (Trens se aproximando)
Um trem de 200 𝑚 de comprimento, com velocidade de 20 𝑚/𝑠, desloca-se de A para B enquanto
um segundo trem de 100 𝑚 de comprimento, desloca-se em uma linha paralela de B para A, com
velocidade de 40 𝑚/𝑠.
Determine quanto tempo durará o cruzamento dos dois trens. Quanto que o trem B percorre
durante o cruzamento, em relação a um referencial na Terra?

Comentários:

Vamos considerar como instante zero o momento quando as frentes dos dois trens estão na
mesma posição. Neste instante, vamos considerar o segundo trem como nosso referencial e então,
determinar a velocidade escalar de A em relação a B.
Para isso, imagino que você está no trem B, se você estivesse nele e parado, você estaria vendo
o trem A se aproximando com a própria velocidade 20 𝑚/𝑠 mais a velocidade que o trem b deveria
estar, isto é, você veria o trem A se aproximar com 20𝑚/𝑠 + 40𝑚/𝑠 = 60𝑚/𝑠. Logo, a velocidade
relativa de A em relação a B, dado nosso referencial de A para B é 𝑣𝑟𝑒𝑙 = 60𝑚/𝑠.
Para determinar a distância percorrida pelo trem A (o trem B está parado), notamos que a
traseira do trem A deve passar pela traseira do caminhão B, ou seja, seu deslocamento relativo será:
Δ𝑠𝑟𝑒𝑙 = 200 + 100 = 300 𝑚
Portanto, o tempo de do cruzamento dos dois trens é dado por:
300
Δ𝑠𝑟𝑒𝑙 = 𝑣𝑟𝑒𝑙 . Δ𝑡 ⇒ Δ𝑡 = ⇒ Δ𝑡 = 5 𝑠
60
Para determinarmos a distância percorrida por B, basta utilizarmos a definição de variação de
espaço para o MRU, pois já sabemos quanto tempo durou o cruzamento dos trens:

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𝛥𝑠𝐵 = 𝑣𝐵 . 𝛥𝑡 ⇒ 𝛥𝑠 = 40.5 = 200 𝑚.

5)
Um carro se aproxima, em vias paralelas, de um trem, num trecho retilíneo. Os dois realizam um
MRU e as velocidades são 𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚 e 𝑣𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 , com 𝑣𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 > 𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚 . Dado que o trem tem um
comprimento 𝐿 e o carro pode ser considerado um ponto material, determine o tempo que o carro
leva para passar o trem e quanto deslocou o trem nessa passagem, para um referencial na Terra.

Comentários:
Novamente, vamos considerar o referencial em um dos dois móveis. Neste caso, consideremos
o referencial no trem. Então, para calcular o tempo que o carro leva para passar pelo trem devemos
calcular a velocidade do carro em relação ao trem e, também, o deslocamento relativo.
Novamente, se você estivesse no trem, você veria o carro se aproximando com 𝑣𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 − 𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚 .
Tudo se passa como se o trem estivesse parado e a velocidade do carro é decrescida da velocidade
do trem.
Pense na seguinte situação, você está viajando na rodovia a 100 km/h e vê um carro na frente
viajando a 90 km/h. Se você fixar o seu olhar no carro da frente, sua sensação é que está se
aproximando lentamente do automóvel a sua frente (100 − 90 = 10𝑘𝑚/ℎ).
Por outro lado, quando você fixa seu olhar nos carros questão vindo em sentido contrário, a
sensação é que os carros estão muito mais rápidos. Isto ocorre porque a sua velocidade relativa com
relação a esses carros é a soma das velocidades, ou seja, uma velocidade relativa alta.
Portanto, para o carro passar pelo trem ele precisa atravessar todo o trem, isto é, Δ𝑠𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 =
𝐿.
Logo:
𝐿
Δ𝑠𝑟𝑒𝑙 = 𝑣𝑟𝑒𝑙 ⋅ Δ𝑡 ⇒ Δ𝑡 =
𝑣𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 − 𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚
Para determinarmos o deslocamento do trem em relação a Terra, devemos fazer que:
Δ𝑠𝑡𝑟𝑒𝑚 = 𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚 ⋅ Δ𝑡
𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚 . 𝐿
⇒ Δ𝑠𝑡𝑟𝑒𝑚 =
𝑣𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 − 𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚
6) (Super vespa)
São José e Jacareí são ligadas por uma estrada reta de d comprimento e, em um dado momento,
dois trens partem um ao encontro do outro, com velocidades escalares iguais a 𝑣 𝑇 . No instante da
partida, uma vespa parada na parte dianteira de um dos trens parte voando, em linha reta, ao
encontro do outro trem, com velocidade de 𝑣𝑣 . Ao chegar no outro trem, a vespa volta
imediatamente ao primeiro trem, e assim prossegue até que os dois trens se colidem e esmagam a
vespa. Determine a distância percorrida pela vespa.

Comentários:
Inicialmente, precisamos determinar quanto tempo os trens levam para se chocarem. Dado que
os trens se locomovem com velocidades iguais, não é difícil de ver que ele se encontrar no ponto
médio de São José a Jacareí.
Logo, o tempo que os trens levam para se chocarem é:
𝑑
Δ𝑠𝑡𝑟𝑒𝑚 = 𝑣 𝑇 . Δ𝑡 ⇒ Δ𝑡 =
2𝑣𝑇

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Portanto, a vespa se moveu com uma velocidade 𝑣𝑣 durante este tempo, então:
𝑑
𝑑𝑣𝑒𝑠𝑝𝑎 = 𝑣𝑣 .
2𝑣𝑇

7) (Fuvest-1992)
Tem-se que uma fonte sonora no vértice A de uma pista triangular equilátera e horizontal, de 340 m
de lado. A fonte emite um sinal que após ser refletido sucessivamente em B e C retorna ao ponto A.
No mesmo instante em que a fonte é acionada, um corredor parte do ponto X, situado entre C e A,
em direção a A, com velocidade constante de 10 m/s. Se o corredor e o sinal refletido atingem A no
mesmo instante, a distância AX é de:

a) 10 m c) 30 m e) 1020 m
b) 20 m d) 340 m
Dado: velocidade do som no ar = 340 m/s.

Comentários:
O tempo que o som leva para sair de A e ser refletido por B e por C é o mesmo tempo que o
corredor leva para sair de X e chegar a A.
Então, vamos calcular o tempo que o sinal sonoro leva para realizar o seu percurso.
𝑑 3𝑥340
𝛥𝑡𝑠𝑜𝑚 = 𝑠𝑜𝑚 = =3𝑠
𝑣𝑠𝑜𝑚 340
Portanto, a distância deslocada pelo corredor será: 𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑑𝑜𝑟 = 𝑣𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟 . Δ𝑡𝑠𝑜𝑚 = 10.3 =
30 𝑚.
Gabarito: C

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2. Movimento uniformemente variado


Até agora, vimos apenas movimentos uniformes onde não existia aceleração tangencial, isto
é, o módulo da velocidade era constante ou ainda, simplesmente dizemos que a aceleração
tangencial é constante e igual a zero.
Contudo, na natureza e na realidade, sabemos que a velocidade (ou módulo ou direção ou
sentido) varia com o tempo. Diversos fenômenos ocorrem com aceleração ou desaceleração, ou
simplesmente quando estamos viajando em uma rodovia somos obrigados a acelerar e desacelerar.
Assim, é fundamental estudarmos as causas e as consequências nessas variações de velocidade.

2.1. Aceleração escalar média


Do mesmo modo que definimos velocidade escalar média, podemos definir aceleração
escalar média:
Δ𝑣
𝑎𝑚 = ,𝑎 ≠ 0
Δ𝑡 𝑚
Ou ainda:
Δ𝑣 = 𝑎𝑚 . Δ𝑡
Como a variação de tempo é sempre positiva, o sinal da aceleração escalar média (𝑎𝑚 ) é o
mesmo sinal da variação da velocidade (Δ𝑣).
Exemplo: Um carro parte do repouso e atinge a velocidade de 30 m/s em 10 segundos. Qual
a sua aceleração escalar média nesse intervalo de tempo?
O móvel está inicialmente em repouso, isto é, 𝑣0 = 0. Dessa forma, a partir da definição,
temos que:
Δ𝑣 30 − 0
𝑎= = = 3 𝑚/𝑠 2
Δ𝑡 10 − 0

2.2. Aceleração escalar instantânea


De forma análoga ao pensamento da velocidade escalar instantânea, podemos definir a
aceleração escalar instantânea como:
Δ𝑣
𝑎 = lim
Δ𝑡→0 Δ𝑡

Da mesma forma, este limite mostra que a aceleração escalar instantânea é a derivada da
velocidade escalar em relação ao tempo. Denota-se por:
𝑑𝑣
𝑎=
𝑑𝑡

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Diante disso, notamos que a derivada do espaço resulta na velocidade escalar instantânea e
a derivada desta resulta na aceleração escalar instantânea:
𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎
𝑠→ 𝑣→ 𝑎
Por exemplo: Dada a função horária da velocidade de um móvel definida por 𝑣 (𝑡 ) = 10 +
4𝑡 − 5𝑡 2 , para determinarmos a aceleração, basta derivarmos, como foi feito com a velocidade
escalar instantânea na Aula 00.
𝑑𝑣
= 4 − 10𝑡 ⇒ 𝑎(𝑡 ) = 4 − 10𝑡 (𝑆𝐼)
𝑎=
𝑑𝑡
Notamos que, tanto na definição de aceleração escalar média quanto na definição de
aceleração escalar instantânea, a aceleração escalar é definido como um quociente de velocidade
pelo tempo. Então, a unidade de aceleração é dada por:
𝑢(𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒)
𝑢(𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜) =
𝑢(𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜)
𝑚
Logo, no SI, temos que a unidade de aceleração escalar é dada por 𝑠
= 𝑚/𝑠 2 .
𝑠

2.3. Movimento acelerado e retardado

2.3.1. Movimento acelerado


Chamamos de movimento acelerado quando o módulo da velocidade escalar aumenta com
o decorrer do tempo. Em outras palavras:
𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 ⟷ |𝑣 | 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
Como sabemos da teoria de módulo de um número real, 𝑣 pode ser maior ou menor que
zero, mas |𝑣| > 0 sempre.
Dessa, existem dois tipos de movimentos acelerados:
1)Movimento acelerado é progressivo:
Nesse tipo de movimento 𝒗 > 𝟎 e se |𝑣 | aumenta com o tempo, resulta que 𝑣 também
aumenta com o tempo. Assim, Δ𝑣 é positivo, em qualquer intervalo de tempo, o que implica
𝒂 > 𝟎.
Exemplo: Móvel viajando na Dutra de São Paulo para Rio de Janeiro com velocidade escalar
de 80 km/h passa para 100 km/h em alguns minutos.
A velocidade do móvel é positiva se adotarmos o eixo de São Paulo para o Rio de Janeiro.
Portanto, sabemos que a velocidade é sempre positiva, o que nos mostra um movimento
progressivo (o móvel está se deslocando na direção do aumento da posição 𝑠). Ao calcularmos
a variação da velocidade, encontramos que: Δ𝑣 = 𝑣2 − 𝑣1 = 100 − 80 = 20 𝑘𝑚/ℎ. Logo,
Δ𝑣 > 0. Portanto, 𝑎𝑚 > 0. Dessa forma, temos o movimento acelerado progressivo: 𝑣 >
0 𝑒 𝑎 > 0.
2)Movimento acelerado é retrógrado

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Nesse tipo de movimento 𝒗 < 𝟎 e se |𝒗| aumenta como tempo, então 𝑣 diminui. Assim, Δ𝑣 <
0 em qualquer intervalo de tempo, o que implica 𝒂 < 𝟎.
Exemplo: Agora vamos dizer que o carro está na Dutra indo do Rio de Janeiro para São Paulo,
mas você não alterou o eixo da posição, de forma que o móvel tem uma velocidade -80 km/h
(negativa para indicar que está indo no sentido contrário ao adotado para o espaço 𝑠) aplica
uma aceleração no carro e chega a -100 km/h em alguns minutos.
Neste caso, trata-se de um movimento retrógrado, pois o móvel está na direção contrária ao
eixo adotado pelo espaço, isto é, 𝑣 < 0. Além disso, podemos ver que Δ𝑣 = −100 −
(−80) = −20 𝑘𝑚/ℎ, ou seja, Δ𝑣 < 0, mas vimos que o módulo da velocidade aumentou
(|−100| > |−80|). Assim, temos que no movimento acelerado retrógrado 𝒗 < 𝟎 e 𝒂 < 𝟎.
Podemos resumir da seguinte forma:
𝒑𝒓𝒐𝒈𝒓𝒆𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐: 𝒗 > 𝟎 𝒆 𝒂 > 𝟎
𝒎𝒐𝒗𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒂𝒄𝒆𝒍𝒆𝒓𝒂𝒅𝒐 { 𝒐𝒖
𝒓𝒆𝒕𝒓ó𝒈𝒓𝒂𝒅𝒐: 𝒗 < 𝟎 𝒆 𝒂 < 𝟎
Assim, concluímos que no movimento acelerado 𝒗 e 𝒂 têm mesmo sinal. De outra forma:
𝑣. 𝑎 > 0 caracteriza o movimento acelerado.

2.3.2. Movimento retardado


Chamamos de movimento retardado quando o módulo da velocidade escalar diminui com o
decorrer do tempo. Em outras palavras:
𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑎𝑟𝑑𝑎𝑑𝑜 ⟷ |𝑣 | 𝑑𝑖𝑚𝑖𝑛𝑢𝑖 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
Como sabemos da teoria de módulo de um número real, 𝑣 pode ser maior ou menor que
zero, mas |𝑣| > 0 sempre.
Dessa, existem dois tipos de movimentos retardados:
1) Movimento retardado é progressivo:
Nesse caso 𝒗 > 𝟎 e se |𝒗| diminui com o tempo, então 𝑣 também diminui com o tempo.
Assim, Δ𝑣 é negativo, em qualquer intervalo de tempo, o que implica 𝒂 < 𝟎.
Exemplo: Móvel viajando na Dutra de São Paulo para Rio de Janeiro com velocidade escalar
de 100 km/h passa para 80 km/h em alguns minutos.
A velocidade do móvel é positiva se adotarmos o eixo de São Paulo para o Rio de Janeiro.
Portanto, sabemos que a velocidade é positiva, o que nos mostra um movimento progressivo
(o móvel está se deslocando na direção do aumento da posição 𝑠). Ao calcularmos a variação
da velocidade, encontramos que: Δ𝑣 = 𝑣2 − 𝑣1 = 80 − 100 = −20 𝑘𝑚/ℎ. Logo, Δ𝑣 < 0.
Portanto, 𝑎𝑚 < 0. Dessa forma, temos o movimento retardado progressivo: 𝑣 > 0 𝑒 𝑎 < 0.
2) Movimento retardado é retrógrado
Nesse caso 𝒗 < 𝟎 e se |𝒗| diminui como tempo, então 𝑣 aumenta. Assim, Δ𝑣 > 0 em
qualquer intervalo de tempo, o que implica 𝒂 > 𝟎.

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Exemplo: Agora vamos dizer que o carro está na Dutra indo do Rio de Janeiro para São Paulo,
mas você não alterou o eixo da posição, de forma que o móvel tem uma velocidade -100 km/h
(negativa para indicar que está indo no sentido contrário ao adotado para o espaço 𝑠) aplica
uma desaceleração no carro e chega a -80 km/h em alguns minutos.
Neste caso, trata-se de um movimento retrógrado, pois o móvel está na direção contrária ao
adotado pelo espaço, isto é, 𝑣 < 0. Além disso, podemos ver que Δ𝑣 = −80 − (−100) =
+20 𝑘𝑚/ℎ, ou seja, Δ𝑣 > 0, mas podemos perceber que o módulo da velocidade diminuiu
(|−80| < |−100|). Assim, temos que no movimento retardado retrógrado 𝒗 < 𝟎 e 𝒂 > 𝟎.

Podemos resumir da seguinte forma:


𝒑𝒓𝒐𝒈𝒓𝒆𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐: 𝒗 > 𝟎 𝒆 𝒂 < 𝟎
𝒎𝒐𝒗𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒓𝒆𝒕𝒂𝒓𝒅𝒂𝒅𝒐 { 𝒐𝒖
𝒓𝒆𝒕𝒓ó𝒈𝒓𝒂𝒅𝒐: 𝒗 < 𝟎 𝒆 𝒂 > 𝟎
Assim, concluímos que no movimento retardado 𝒗 e 𝒂 têm sinais contrários. De outra forma:
𝑣. 𝑎 < 0 caracteriza o movimento retardado.
A partir de agora, estudaremos movimentos onde existe mudança de velocidade causa por
uma aceleração. Mas ainda nos restringiremos a mudanças uniformes nas velocidades, isto é,
mudança de velocidade a uma taxa constante. Por isso, caracterizamos este movimento como
uniformemente variado.
Assim, dizemos que o móvel sofre variações de velocidades iguais em intervalos de tempos
iguais. Em outras palavras, dizemos que no MUV a aceleração escalar média também é a aceleração
escalar instantânea, isto é:
Δ𝑣
𝑎𝑚 = 𝑎 =
Δ𝑡
Assim, dizemos que o móvel sofre variações de velocidades iguais em intervalos de tempos
iguais.

Figura 7: Representação de um MRUV.

Quando a trajetória do MUV for uma reta chamamos de MRUV – movimento retilíneo
uniformemente variado. Quando a trajetória do MUV for uma circunferência, chamamos de MCUV
– movimento curvilíneo uniformemente variado.

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2.4. Função horária da velocidade no MUV


Neste movimento, temos como principal característica:
Δ𝑣
𝑎𝑚 = 𝑎 =
Δ𝑡
Se um móvel com velocidade 𝑣0 no instante 𝑡0 passa a ter uma velocidade 𝑣 em um instante
𝑡, podemos escrever que:
𝑣 − 𝑣0
𝑎= ⇒ 𝑣 − 𝑣0 = 𝑎(𝑡 − 𝑡0 ) ∴ 𝑣 = 𝑣0 + 𝑎(𝑡 − 𝑡0 )
𝑡 − 𝑡0
Para simplificar nossa vida, vamos contar o início do movimento na origem dos tempos, isto
é, 𝑡0 = 0. Então:
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎. 𝑡
A partir desse resultado, podemos concluir que:
1) a função horária da velocidade no MUV é uma função do primeiro grau em 𝑡.
2) 𝑣0 é a velocidade para o instante 𝑡 = 0, sendo o coeficiente linear da nossa função do
primeiro grau em 𝑡.
3) 𝑎 é a aceleração escalar instantânea diferente de zero, sendo o coeficiente angular da nossa
função do primeiro grau em 𝑡. O valor de |𝑎| é quem determina a taxa de crescimento ou
diminuição da nossa velocidade.
4) 𝑣 é a velocidade em um dado instante 𝑡.

2.5. Função horária do espaço no MUV


Para chegarmos à função horária do espaço no MUV, vamos utilizar o caso de um móvel com
velocidades positivas e aceleração positiva, isto é, descrevendo um movimento acelerado
progressivo. Sem perdas de generalidade, podemos desenhar o gráfico da função horária de sua
velocidade da seguinte forma:

Figura 8: Representação da área no gráfico 𝑣𝑥𝑡.

Para a dedução da função horária do espaço no MUV vamos utilizar o conceito de áreas de
gráficos na cinemática, que será nosso próximo capítulo. Antecipando algumas definições, temos

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que a área azul do gráfico de 𝑣 × 𝑡 é numericamente igual à variação do espaço para o tempo
correspondente, isto é:
Δ𝑠 𝑁= á𝑟𝑒𝑎 𝑎𝑧𝑢𝑙
Nossa área em questão é um trapézio retângulo, com base menor igual a 𝑣0 , base maior igual
a 𝑣 e altura igual a Δ𝑡 = 𝑡 − 𝑡0 . Assim:
(𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 + 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟)
á𝑟𝑒𝑎 𝑎𝑧𝑢𝑙 = . 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎
2

(𝑣 + 𝑣0 )
∴ Δ𝑠 = . Δ𝑡
2
Essa relação é extremamente importante para a dedução de algumas equações, a
chamaremos de equação coringa.
No MUV, sabemos que a velocidade obedece a seguinte equação: 𝑣 = 𝑣0 + 𝑎(𝑡 − 𝑡0 ). Logo:
(𝑣0 + 𝑎(𝑡 − 𝑡0 ) + 𝑣0 ) 2𝑣0 (𝑡 − 𝑡0 ) 𝑎(𝑡 − 𝑡0 )2
Δ𝑠 = . (𝑡 − 𝑡0 ) ⇒ 𝑠 − 𝑠0 = +
2 2 2
𝑎(𝑡 − 𝑡0 )2
∴ 𝑠 = 𝑠0 + 𝑣0 (𝑡 − 𝑡0 ) +
2
Ou ainda, quando tomamos a contagem do tempo na origem dos tempos, ou seja, 𝑡0 = 0,
temos finalmente que:
𝑎. 𝑡 2
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣0 . 𝑡 +
2
Dessa forma, a função horária do espaço no MUV é uma função do segundo grau em 𝑡 (𝑎 ≠
0), onde:
1) 𝑠0 é o espaço inicial quando 𝑡 = 0.
2) 𝑣0 é a velocidade inicial, isto é, velocidade para 𝑡 = 0.
3) 𝑎 é a aceleração escalar instantânea.
4) 𝑠 o espaço para um dado instante 𝑡.
Notamos que 𝑠0 , 𝑣0 𝑒 𝑎 são constantes no MUV.
Neste momento podemos observar que conhecendo a função horária do espaço, podemos
determinar a função horária da velocidade e podemos determinar a aceleração do movimento.
Pausa na teoria de MUV e vamos ver uma pouco mais de teoria de cinemática com Cálculo.

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Como vimos na Aula 00, a velocidade escalar instantânea é a derivada do espaço em relação
ao tempo. Se aplicarmos esse conceito, podemos dizer que:
𝑎𝑡 2
𝑑𝑠 𝑑 (𝑠0 + 𝑣0 . 𝑡 + ) 𝑎𝑡 2−1
2
𝑣= ⇒𝑣= = 1. 𝑣0 . 𝑡 1−1 + 2. ⇒ 𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡
𝑑𝑡 𝑑𝑡 2
Vale lembrar que a derivada de uma constante é zero e 𝑠0 é constante.
Da mesma forma, sabemos que a aceleração escalar instantânea é a derivada da velocidade
em relação ao tempo. Ou seja:
𝑑𝑣 𝑑 (𝑣0 + 𝑎𝑡 )
𝑎== = 1. 𝑎. 𝑡 1−1 = 𝑎
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Tudo conforme visto anteriormente:
𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎
𝑠→ 𝑣→ 𝑎.
Por outro lado, dado a função horária da velocidade, para determinar a função horária do
espaço é necessário fazer o processo inverso da derivação, isto é, fazer uma integração. Para o caso
de funções polinomiais, basta pensarmos no processo inverso para cada termo. Para o MUV, dado
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡, podemos extrair quem são 𝑣0 e 𝑎.
Depois, para escrever a função de 𝑠, você precisa saber alguma informação da questão sobre
a posição inicial (𝑠0 ) e, assim, determinará completamente a função horária do espaço.
Para o caso de a função horária da velocidade não ser de um MUV, por exemplo, 𝑣 = 2𝑡 +
2
3𝑡 , vamos resolver, de forma informal, esse problema.
Não vamos ser rigorosos matematicamente, apenas operacional para encontrar a nossa
resposta.

Dizemos que:
𝑑𝑠
𝑣= ⇒ 𝑠 = ∫ 𝑣𝑑𝑡
𝑑𝑡
Não se assuste com este símbolo, é apenas mais um símbolo matemático. Volto a dizer que
no primeiro do ano da Escola Naval, você terá toda formalidade e conceito para resolver qualquer
integral, mas no nosso curso de cinemática, apenas nos atentaremos para o caso de integrar uma
função polinomial (função do tipo 𝑓 (𝑥) = 𝑎0 + 𝑎1 𝑥 + 𝑎2 𝑥 2 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 ).
Assim, escrevemos que 𝑠 = ∫(2𝑡 + 3𝑡 2 )𝑑𝑡 e pensamos no processo inverso. Quando existia
a função 𝑠 e derivamos para saber 𝑣, usamos a regra do tombo e eliminamos a constante. Agora
vamos elevar o grau do expoente e dividir o número pelo grau do expoente para o qual o termo foi.
2. 𝑡 1+1
2. 𝑡 → = 𝑡2
(1 + 1)

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2
𝑡 2+1
3. 𝑡 → 3. = 𝑡3
(2 + 1)
Além disso, devemos adicionar uma constante de integração (ao derivar eliminamos a
constante), o espaço inicial. Dessa forma, temos que a função horária do espaço é dada por:
𝑠 = 𝑠0 + 𝑡 2 + 𝑡 3
Note que, ao derivarmos a expressão de 𝑠 chegaremos em 𝑣 conforme o enunciado do
exemplo.
Se quisermos a aceleração, basta derivarmos a velocidade:
𝑑𝑣
𝑎= = 1.2. 𝑡 1−1 + 2.3. 𝑡 2−1 = 2 + 6𝑡
𝑑𝑡

2.6. Cálculo da velocidade média no MUV


Apenas no MU a velocidade escalar média (𝑣𝑚 ) é igual à velocidade escalar instantânea (𝑣).
Entretanto, o conceito de velocidade não muda no MUV:
Δ𝑠
𝑣𝑚 =
Δ𝑡
Dessa forma, podemos usar nossa equação coringa para calcular de forma simples a
velocidade média no MUV:
(𝑣 + 𝑣0 ) Δ𝑠 𝑣 + 𝑣0
Δ𝑠 = . Δ𝑡 ⇒ =
2 Δ𝑡 2
Ao analisarmos está última relação, apenas manipulando algebricamente a equação coringa,
podemos observar que para dois instantes genéricos (𝑡 = 0 e 𝑡), a velocidade escalar média é a
média aritmética das velocidades escalares instantâneas nos correspondentes instantes, então:
(𝑣 + 𝑣0 )
𝑣𝑚 =
2

Neste momento não podemos confundir as condições do MU e do MUV. No MU não


podíamos simplesmente calcular a velocidade média entre dois instantes como a média aritmética
das velocidades. Apenas para trechos iguais calculávamos a velocidade escalar média como a média
harmônica das velocidades de cada trecho.
No MUV, a velocidade escalar média em dois instantes é sim a média das velocidades para
estes dois instantes. Para o caso de a velocidade instantânea variar de forma não linear com o
tempo, a velocidade média deverá ser unicamente calculada pela forma tradicional:
Δ𝑠
𝑣𝑚 =
Δ𝑡

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Graficamente, temos que:

Figura 9: Cálculo da área no gráfico 𝑣𝑥𝑡, dado que ela é numericamente igual à variação do espaço.

Vamos calcular a área do trapézio (𝐴𝑡𝑟𝑎𝑝é𝑧𝑖𝑜 ) retângulo definido por 𝑣1 , 𝑣2 , 𝑡1 𝑒 𝑡2 , e, a área


do retângulo (𝐴𝑟𝑒𝑡â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 ) delimitado por 𝑣𝑚 , 𝑡1 𝑒 𝑡2 . Logo:
(𝑣1 + 𝑣2 )
𝐴𝑡𝑟𝑎𝑝é𝑧𝑖𝑜 = . (𝑡2 − 𝑡1 )
2
𝐴𝑟𝑒𝑡â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 = 𝑣𝑚 . (𝑡2 − 𝑡1 )
(𝑣1 +𝑣2 )
Como, 𝑣𝑚 = , temos que:
2
(𝑣1 + 𝑣2 )
𝐴𝑡𝑟𝑎𝑝é𝑧𝑖𝑜 = . (𝑡2 − 𝑡1 ) = 𝑣𝑚 . (𝑡2 − 𝑡1 ) = 𝐴𝑟𝑒𝑡â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜
2
Isto é, calcular a velocidade escalar média obter uma velocidade que satisfaça a condição do
móvel percorrer a mesma variação de espaço no intervalo de tempo correspondente.

2.7. A equação de Torricelli

Figura 10: Móvel realizando um MRUV dois momentos onde sabemos suas velocidades, a variação de espaço e a aceleração.

Novamente, vamos utilizar a função horária da velocidade e isolar o Δ𝑡, com o objetivo de
encontrar uma equação que relaciona velocidade, aceleração e deslocamento, sem ter o tempo
como termo da equação:
𝑣 − 𝑣0
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎. Δ𝑡 ⇒ Δ𝑡 =
𝑎
Observação: como estamos no MUV, a aceleração escalar instantânea é diferente de zero,
logo, não há problemas fazer está manipulação matemática.

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A partir desse resultado, vamos utilizar novamente nossa equação coringa e substituir o
Δ𝑡 que acabamos de encontrar:
(𝑣 + 𝑣0 ). Δ𝑡 (𝑣 + 𝑣0 ) (𝑣 − 𝑣0 )
Δ𝑠 = ⇒ Δ𝑠 = . ⇒ 𝑣 2 − 𝑣02 = 2. 𝑎. Δ𝑠
2 2 𝑎
∴ 𝑣 2 = 𝑣02 + 2. 𝑎. Δ𝑠

2.7.1. Discussão dos sinais da velocidade escalar v quando usamos Torricelli


Quando utilizamos a equação de Torricelli, a primeira dúvida que surge é quanto ao sinal da
velocidade, pois:

𝑣 2 = 𝑣02 + 2. 𝑎. Δ𝑠 ⇒ 𝑣 = ±√𝑣02 + 2. 𝑎. Δ𝑠

Assim, obtivemos duas possíveis velocidades escalares: uma positiva e outra negativa. No
entanto, escolher dentre as duas qual será a velocidade do móvel dependerá da orientação da
trajetória e do tipo de movimento: acelerado ou retardado.
a) Movimento acelerado:
1) movimento progressivo: Para o movimento acelerado, o móvel passará por B uma única
vez e terá velocidade positiva se estiver indo no sentido da trajetória. Portanto:

𝑣2 = +√𝑣12 + 2. 𝑎. Δ𝑠

2) movimento retrógrado: Se o móvel estiver indo no sentido contrário da trajetória


(movimento retrógrado) e for acelerado, então passará por B ou por A uma única vez e
sua velocidade será negativa:

𝑣2 = −√𝑣12 + 2. 𝑎. Δ𝑠

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Note que a aceleração é negativa, mas a variação do espaço também, de forma que o
produto 𝑎. Δ𝑠 será positivo. Portanto, |𝑣 | aumentará, característica de movimento
acelerado.
b) Movimento retardado
1) Inicialmente progressivo: Analisando o movimento retardado, se inicialmente o móvel vai
de A para B (sentido da trajetória) sabemos que sua velocidade é positiva, mas sua
aceleração será negativa, então nesse intervalo, o móvel possui velocidade positiva. Logo,
utilizamos:

𝑣2 = +√𝑣12 + 2. 𝑎. Δ𝑠

Entretanto, sabemos que a velocidade está diminuindo devido ao fato de a aceleração


estar em sentido contrário ao da velocidade, até chegar o momento em que velocidade
se anula e o móvel muda de sentido. A característica da mudança de sentido é o fato de a
velocidade ser nula nesse instante.

Note que o produto 𝑎 ∙ Δ𝑆 < 0, logo |𝑣2 | < |𝑣1 |.


Após esse momento, o movimento passa a ser retrógrado acelerado, isto é, ele vai para
a esquerda acelerado, portanto, sua velocidade será negativa:

𝑣2 = −√𝑣12 + 2. 𝑎. Δ𝑠

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Neste caso, temos que o movimento é retrogrado acelerado e o produto 𝑎. Δ𝑠 será


positivo, isto é, |𝑣 | aumenta nessa fase do movimento.
2) Inicialmente retrógrado: Agora, se o móvel se desloca no sentido de B para A (contrário
a trajetória, movimento retrogrado) mas retardado, ou seja, sua velocidade vai
diminuindo de B para A, pois a aceleração é contraria a velocidade, o móvel chegará
novamente ao momento onde inverte seu sentido. Até esse momento, sua velocidade
será negativa (contraria ao movimento), dado por:

𝑣2 = −√𝑣12 + 2. 𝑎. Δ𝑠

Notamos que a aceleração é positiva, mas a variação do espaço é negativa, logo, o produto
𝑎. Δ𝑠 será negativo, isto é |𝑣 | diminui nessa fase do movimento, conforme visto na teoria
anteriormente.
Após o instante em que a velocidade é nula, a velocidade inverte de sentido e agora passa
a ser um movimento progressivo acelerado (teremos 𝑎. 𝑣 > 0). Nesta fase do movimento,
teremos que a velocidade será positiva e dado por:

𝑣2 = +√𝑣12 + 2. 𝑎. Δ𝑠

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Notamos que a aceleração é positiva e a variação do espaço é positiva, logo, o produto


𝑎. Δ𝑠 será positivo, portanto, |𝑣 | aumenta nessa fase do movimento, conforme visto na
teoria anteriormente.

2.8. Movimento vertical no vácuo


Segundo a história, por volta de 1590, Galileu Galilei realizou um experimento na torre de
Pisa que o tornou famoso. Ele subiu no alto da torre e abandonou simultaneamente duas pequenas
esferas de pesos diferentes e elas chegaram juntas ao solo.
Galileu ainda observou que para variações de tempos iguais, as variações de espaços das
esferas não eram linearmente proporcionais as variações de tempo, isto é, o movimento era
acelerado e, ainda, elas estavam sempre lado a lado, chegando ao solo juntas, conforme a figura
abaixo:

Figura 11: Esferas diferentes caindo simultaneamente do alto da torre de Pizza.

Hoje sabemos que o resultado obtido por Galileu é verdadeiro somente se abandonarmos os
corpos em queda livre, ou seja, no vácuo ou num local desprovido de qualquer resistência.

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Dessa forma, concluímos que, próximo a superfície da Terra, todo corpo em queda livre tem
aceleração constante, chamada aceleração da gravidade ou aceleração gravitacional, onde o módulo
é representado pela letra 𝑔. Futuramente, quando estudarmos Gravitação, veremos o que de fato é
o campo gravitacional e como a aceleração da gravidade varia com o raio da Terra, com a latitude e
com a altitude.
Para o nosso estudo de queda livre, geralmente, os problemas estão delimitados em regiões
pequenas, onde os fatores que alteram a gravidade pouco influenciam na mudança e, por isso,
consideramos a aceleração da gravidade constante.
Muitas vezes os exercícios fornecem o módulo da aceleração da gravidade, outras vezes você
deve apenas considerar que o módulo é 𝑔 e, em alguns casos, é aconselhado usar |𝑔⃗| = 10𝑚/𝑠 2 para
facilitar as contas na questão. Além disso, veremos em gravitação como se comporta o campo
gravitacional e como se orienta a aceleração da gravidade.
Por enquanto, aceitaremos que a aceleração da gravidade está orientada para o centro da
Terra. Logo, para os corpos se movimentando na vertical próximo da Terra, sempre adotamos que a
aceleração gravitacional está sempre apontando para baixo, na direção do centro da Terra.
Dessa forma, se lançamos um objeto para cima, ele terá velocidade para cima e aceleração
da gravidade para baixo durante a subida, ou seja, o objeto está em um movimento retardado, até
chegar no ponto onde a velocidade vertical dele se anula. Após este instante, o objeto inverte sua
trajetória e passa a ser acelerado para baixo, aumentando novamente o módulo da velocidade,
como visto na figura abaixo:

Figura 12: Lançamento de uma esfera a partir do solo.

Consideração: No nosso estudo de lançamento vertical, não levamos em consideração outros


movimentos que existem, como a rotação da Terra, ventos e resistência do ar, por isso, podemos

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afirmar nossa trajetória apenas na vertical. Somente em um curso universitário você verá outros
efeitos sobre um corpo lançado verticalmente para cima.
Como já mencionado, para resolvermos os problemas de cinemática, sempre adotamos uma
orientação para a trajetória e verificamos os sinais das nossas grandezas físicas de acordo com essa
orientação. Neste movimento, sempre vamos adotar uma orientação (fica a seu critério) e, a partir
disso, escrever nossas equações matemáticas que representam o fenômeno físico da questão.
Existem duas orientações possíveis, entretanto, falaremos apenas da orientação positiva para
cima para você não se confundir nos estudos.
Orientação positiva para cima: quando o móvel está subindo, sua velocidade é positiva (𝑣 >
0, sentido da trajetória) mas a aceleração da gravidade para baixo. Logo, teremos um movimento
retardado progressivo (𝑣. 𝑎 < 0).
Fisicamente, isto mostra que o módulo da velocidade ( |𝑣 |) da bolinha está diminuindo (ela
está sendo freada) até que chegue em um ponto onde sua velocidade é zero. Neste ponto, dizemos
que a bolinha atingiu a altura máxima, pois, a partir desse instante, a bolinha terá velocidade
negativa (𝑣 < 0), indicando que ela inverteu o sentido do movimento (orientação da trajetória para
cima).
Em seguida, a bolinha começa a descer, isto é, ela está sendo acelerada para baixo e o módulo
da velocidade (|𝑣 |) começa a aumentar à medida que ela está descendo, inicia-se o movimento
acelerado retrógrado (𝑣. 𝑎 > 0).

Figura 13: Na subida temos um movimento retardado, até a velocidade zerar e a esfera inverter o sentido. Após este instante, a esfera
desce em um movimento acelerado. Repare que todo movimento é simétrico.

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Assim, para o movimento vertical no vácuo, vamos utilizar nossas equações do MUV, com as
devidas alterações para se encaixar no movimento do problema.

2.9. Altura máxima


Vamos estudar o lançamento vertical de um corpo, a partir do solo, com velocidade inicial 𝑣0 ,
sujeito exclusivamente a ação da gravidade durante o movimento, isto é, vamos desprezar quaisquer
resistências.

Figura 14: Lançamento vertical de um corpo para cima até atingir a altura máxima.

A altura máxima que o corpo pode atingir, quando lançado como uma velocidade 𝑣0 , pode
ser determinada diretamente pela equação de Torricelli, da seguinte maneira:
𝑣 2 = 𝑣 2 + 2. 𝑎. Δ𝑠
Em que:
1) 𝑎 = −𝑔, pois, a aceleração da gravidade é contrária ao sentido adotado;
2) 𝑣0 > 0, pois, quando lançamos a velocidade está na direção da orientação;
3) Δ𝑠 > 0, dado que a orientação é para cima, o deslocamento vertical pode ser
escrito como Δ𝑠 = ℎ𝑚á𝑥 − ℎ0 , onde ℎ0 está situado na origem do eixo adotado,
portanto, ℎ0 = 0;
4) 𝑣 = 0, pois, quando a bolinha atinge a altura máxima, sua velocidade é nula
(característica de inversão de trajetória).
Dessa forma, temos que:
𝑣 2 = 𝑣02 + 2. (−𝑔). (ℎ𝑚á𝑥 − ℎ0 ) ⇒ 02 = 𝑣02 − 2𝑔ℎ𝑚á𝑥

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𝑣02
∴ ℎ𝑚á𝑥 =
2𝑔

2.10. Tempo de subida até altura máxima


Para determinar o tempo de subida, precisamos de uma equação que correlacione tempo e
alguma informação que já sabemos. Dessa forma, a função horária da velocidade é perfeita para
determinar o tempo de subida, pois sabemos que a velocidade escalar quando atinge a altura
máxima é nula. Logo:
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎. 𝑡
A aceleração da gravidade aponta para baixo, logo, 𝑎 = −𝑔. Então
𝑣 = 𝑣0 − 𝑔. 𝑡 ⇒ 0 = 𝑣0 − 𝑔. 𝑡𝑠𝑢𝑏𝑖𝑑𝑎
𝑣0
∴ 𝑡𝑠𝑢𝑏𝑖𝑑𝑎 =
𝑔

2.11. Tempo de subida e tempo de descida entre dois pontos A e B


Vamos tomar dois pontos da vertical A e B, como visto abaixo:

Figura 15: Intervalo de tempos iguais na subida e na descida entre dois níveis horizontais.

Pela função horaria da velocidade, podemos escrever a equação da velocidade em B a partir


do ponto A no momento de subida, isto é:
𝑣𝐴 − 𝑣𝐵
𝑣𝐵 = 𝑣𝐴 − 𝑔. (𝑡𝐵 − 𝑡𝐴 ) ⇒ (𝑡𝐵 − 𝑡𝐴 ) = 𝑡𝑠𝑢𝑏𝑖𝑑𝑎 𝐴→𝐵 =
𝑔
No momento da descida, o corpo vai de B para A, sentido contrário à orientação adotada,
logo:
𝑣𝐴 − 𝑣𝐵
−𝑣𝐴 = −𝑣𝐵 − 𝑔. (𝑡𝐴′ − 𝑡𝐵′ ) ⇒ (𝑡𝐴′ − 𝑡𝐵′ ) = 𝑡𝑑𝑒𝑠𝑐𝑖𝑑𝑎 𝐵→𝐴 =
𝑔

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Dessa forma, vemos que entre dois pontos da trajetória, o tempo de subida é igual ao tempo
de descida, isto é, o movimento é simétrico. Então, o tempo de subida até a altura máxima é igual
ao tempo de descida da altura máxima até o solo, ou seja:
𝑣0
𝑡𝑠𝑢𝑏𝑖𝑑𝑎 = 𝑡𝑑𝑒𝑠𝑐𝑖𝑑𝑎 =
𝑔
Logo, o tempo total de voo do corpo lançado do solo para cima com velocidade escalar 𝑣0 no
vácuo é dado por:
𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑡𝑠𝑢𝑏𝑖𝑑𝑎 + 𝑡𝑑𝑒𝑠𝑐𝑖𝑑𝑎
2𝑣0
𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
𝑔

2.12. Velocidade v para uma altura h qualquer:


Para um corpo lançado verticalmente para cima, com velocidade inicial 𝑣0 , podemos
determinar a velocidade a uma altura h pela equação de Torricelli.

Figura 16: Aplicação de Torricelli no lançamento vertical.

Se orientarmos a trajetória para cima, podemos aplicar Torricelli:


𝑣 2 = 𝑣02 − 2𝑔(ℎ − 0)

𝑣 = ±√𝑣02 − 2. 𝑔. ℎ

Quando esquematizamos dessa forma, existem dois valores possíveis para velocidade pois
existem dois momentos possíveis onde o corpo pode estar a uma altura h: o corpo pode ainda estar
subindo quando passa por h ou o corpo pode já estar descendo.

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Entretanto, podemos que o módulo da velocidade é o mesmo na subida e na descida quando


passa por h. Assim, determinar o sinal dependerá da condição do problema, mas dada nossa
orientação, já sabemos que:
• Subida: 𝑣𝑠 = +√𝑣02 − 2. 𝑔. ℎ, 𝑣𝑠 > 0.
• Descida: 𝑣𝑑 = −√𝑣02 − 2. 𝑔. ℎ, 𝑣𝑑 < 0.

8) (IME – 1994)
De dois pontos A e B situados sobre a mesma vertical, respectivamente, a 45 metros e a 20 metros
do solo, deixa-se cair no mesmo instante duas esferas, conforme mostra a figura abaixo. Uma
prancha se desloca no solo, horizontalmente, com movimento uniforme. As esferas atingem a
prancha em pontos que distam 2,0 metros. Sendo 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 e desprezando a resistência do ar,
determine a velocidade da prancha.

Comentários:
Primeiramente, vamos considerar que a velocidade da prancha não se altera quando uma esfera
atinge ela. O assunto de colisões será abordado bem mais para frente, mas a título de curiosidade,
esse resultado pode ser obtido quando consideramos que a massa da prancha é muito maior que a
massa das esferas, considerando choque inelástico.
Diante disso, podemos calcular o tempo de queda de cada esfera:
2ℎ𝐴 2.45
𝑡𝐴 = √ =√ =3𝑠
𝑔 10

2ℎ𝐵 2.20
𝑡𝐵 = √ =√ =2𝑠
𝑔 10
Então, o intervalo de tempo de cada choque é de 1 segundo. Por outro lado, a diferença dos
pontos onde as esferas atingem na prancha é de 2 m, ou seja, a prancha andou 2 m em 1 s. Portanto:
Δ𝑠𝑝𝑟𝑎𝑛𝑐ℎ𝑎 2
𝑣𝑝𝑟𝑎𝑛𝑐ℎ𝑎 = = = 2 𝑚/𝑠
Δ𝑡 1
9) (ITA)
De uma estação parte um trem A com velocidade constante 𝑉𝑎 = 80 𝑘𝑚/ℎ. Depois de certo tempo,
parte dessa mesma estação um outro trem B, com velocidade constante 𝑉𝑏 = 100 𝑘𝑚/ℎ. Depois
de um tempo de percurso, o maquinista de B verifica que o seu trem se encontra a 3 km de A; a
partir desse instante ele aciona os freios indefinidamente, comunicando ao trem uma aceleração de
𝑎 = −50 𝑘𝑚/ℎ². O trem A continua seu movimento anterior. Nessas condições:
a) não houve encontro dos trens.
b) depois de duas horas o trem B para e a distância que o separa de A é de 64 km.
c) houve encontro dos trens depois de 12 min.

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d) houve encontro dos trens depois de 36 min.


e) não houve encontro dos trens; continuam caminhando e a distância que os separa agora é de 2
km.

Comentário:
Tomando como origem de tempo quando o trem A parte da estação e como origem de espaço
a estação, podemos que a equação horária para cada trem:
𝑠𝐴 = 3 + 𝑣𝐴 . 𝑡
𝑡2
𝑠𝐵 = 𝑣𝐵 𝑡 + 𝑎𝐵 .
2
Quando os trens se encontram:
𝑠𝐴 = 𝑠𝐵
𝑡2
3 + 𝑣𝐴 . 𝑡 = 𝑣𝐵 . 𝑡 + 𝑎𝐵 .
2
Substituindo valores, temos que:
50𝑡 2 1 3
3 + 80𝑡 = 100𝑡 − ⇒ 25𝑡 2 − 20𝑡 + 3 = 0 ⇒ 𝑡1 = ℎ = 12 𝑚𝑖𝑛 ou 𝑡2 = ℎ = 36 𝑚𝑖𝑛.
2 5 5
Matematicamente, encontramos dois instantes onde os trens terão a mesma posição,
entretanto, no primeiro instante ocorre a colisão, não havendo fisicamente a segunda colisão.

10) (ITA-2001)
Um elevador está descendo com velocidade constante. Durante este movimento, uma lâmpada, que
o iluminava, desprende-se do teto e cai. Considere 𝑔 = 9,8 𝑚/𝑠 2 . Sabendo-se que o teto está a 3 m
de altura acima do piso do elevador, qual o tempo que a lâmpada demora para atingir o piso?
a) 0,61 s
b) 0,78 s
c) 1,54 s
d) infinito, pois a lâmpada só atingirá o piso se o elevador sofre uma desaceleração.
e) indeterminado, pois não se conhece a velocidade do elevador.

Comentários:
Vamos considerar que inicialmente o piso do elevador está a uma altura ℎ0 do solo, descendo,
e a lâmpada está a uma altura ℎ0 + 𝐿, onde 𝐿 é a altura do elevador. Quando a lâmpada tocar o piso
do elevador eles estarão na mesma altura. Adotando o referencial do movimento para cima,
teremos que:
𝑔𝑡 2
𝑠𝑙𝑎𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 = ℎ0 + 𝐿 − 𝑣. 𝑡 −
2
𝑠𝑒𝑙𝑒𝑣𝑎𝑑𝑜𝑟 = ℎ0 − 𝑣. 𝑡
Encontro da lâmpada com o piso do elevador:
𝑡2 𝑡2
𝑠𝑙𝑎𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 = 𝑠𝑒𝑙𝑒𝑣𝑎𝑑𝑜𝑟 ⇒ ℎ0 + 𝐿 − 𝑣. 𝑡 − 𝑔. = ℎ0 − 𝑣. 𝑡 ⇒ 𝐿 = 𝑔.
2 2
2.𝐿
⇒𝑡=√ ⇒ 𝑡 ≅ 0,78 𝑠
𝑔

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3. Análises gráficas
Inicialmente, vamos estudar os conceitos envolvendo os gráficos de 𝑠 × 𝑡, 𝑣 × 𝑡 e 𝑎 × 𝑡, com
foco no significado da reta tangente em cada gráfico. Em seguida, vamos estudar as relações das
áreas dos gráficos.

Não podemos confundir o gráfico com a trajetória. A curva de um gráfico é apenas um


conjunto de valores definidos por uma relação matemática entre duas variáveis. Por outro lado,
trajetória é o conjunto de posições do móvel que são ocupadas pelo móvel.

3.1. Velocidade escalar média


Vamos relembrar a definição matemática de velocidade escalar média:
Δ𝑠
𝑣𝑚 =
Δ𝑡
Assim, dado um movimento qualquer de um corpo, não precisamos especificar o tipo do
movimento, podemos escrever a curva do espaço pelo tempo e a partir de dois pontos determinar
a velocidade escalar média pelo gráfico:

Figura 17: Cálculo da velocidade média a partir do gráfico 𝑠𝑥𝑡.

De acordo com o gráfico, podemos calcular 𝑡𝑔𝛼 no triângulo ABC:


𝐵𝐶 𝑠2 − 𝑠1
𝑡𝑔𝛼 = =
𝐴𝐵 𝑡2 − 𝑡1
∴ 𝑡𝑔𝛼 𝑁=𝑣𝑚
Assim, podemos concluir que dado o gráfico do espaço pelo tempo (𝑠 × 𝑡), podemos obter a
velocidade escalar média entre dois pontos calculando a tangente do ângulo formado pela reta que
liga os pontos e a horizontal, independente de qual seja o tipo do movimento do corpo.

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3.2. Velocidade escalar instantânea


Para determinarmos a velocidade escalar em um dado instante, temos que usar a definição
de velocidade escalar instantânea:
Δ𝑠
𝑣 = lim
Δ𝑡→0 Δ𝑡

Essa definição mostra que devemos calcular a velocidade escalar média em dois instantes
muito próximos. Vamos ilustrar essa operação matemática utilizando o gráfico abaixo:

Figura 18: Representação da velocidade em um gráfico sxt.

Quando fazemos o Δ𝑡 tender a zero, estamos aproximando 𝑡2 de 𝑡1 , isto é, pegando intervalos


de tempo cada vez menores. Assim, a reta secante que une os pontos A e C vai se tornando a reta
tangente no ponto A. Dessa forma, a deixamos de calcular a velocidade escalar média e obtemos a
velocidade escalar instantânea no ponto A.
Assim, podemos dizer que a velocidade escalar instantânea, em 𝑡1 , é numericamente igual a
tangente do ângulo que passa por A, isto é:
𝑣 𝑁=𝑡𝑔𝜃
Para o caso do MU, sabemos que a velocidade escalar instantânea é igual a velocidade escalar
média, portanto, em qualquer ponto do gráfico de 𝑠 × 𝑡, a reta terá a mesma inclinação, ou seja, o
mesmo coeficiente angular. Esse resultado já era esperado, já que no MU a função horária do espaço
é dada por:
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣. 𝑡
Em que 𝑣 é constante.

3.3. Aceleração escalar média


Devido as semelhanças nas definições, a análise gráfica da aceleração escalar média é análoga
a velocidade escalar média (sempre tome cuidado com os eixos dos gráficos e tome cuidado para
não confundir e calcular errado).

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Figura 19: Representação da aceleração média no gráfico 𝑣𝑥𝑡.

Assim, no gráfico da 𝑣 × 𝑡, podemos calcular a aceleração escalar média entre dois pontos (A
e C), por:
𝑣2 − 𝑣1
𝑎𝑚 =
𝑡2 − 𝑡1
𝐵𝐶 𝑣2 −𝑣1
Mas, 𝑡𝑔𝛼 é dada por: 𝑡𝑔𝛼 = =
𝐴𝐵 𝑡2 −𝑡1

Portanto, concluímos que:


𝑎𝑚 𝑁=𝑡𝑔𝛼
Novamente, se desejamos calcular a aceleração escalar média entre dois instantes de um
movimento qualquer, é necessário conhecer o valor da tangente do ângulo formado entre a reta
que liga os pontos do gráfico (no nosso caso A e C) e o eixo dos tempos.

3.4. Aceleração escalar instantânea


Diante das semelhanças nas definições, a análise gráfica da aceleração escalar instantânea
segue o mesmo modelo da velocidade escalar instantânea:
Δ𝑣
𝑎 = lim
Δ𝑡→0 Δ𝑡

Assim, a aceleração escalar instantânea, em um gráfico 𝑣 × 𝑡, corresponde numericamente a


tangente do ângulo entre a reta tangente e o eixo do tempo. Graficamente:

Figura 20: Representação da aceleração no gráfico 𝑣𝑥𝑡.

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Observação: para simplificar e se tornar mais visual a reta tangente, não desenhamos as retas
secantes, como feito no gráfico da velocidade escalar instantânea.
Portanto, dizemos que:
𝑎 𝑁=𝑡𝑔𝜃
Concluímos que para calcular a aceleração escalar instantânea no gráfico 𝑣 × 𝑡, basta
acharmos a tangente do ângulo da reta tangente no instante desejado.
No caso do MUV, sabemos que a velocidade escalar é dada por:
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎. 𝑡
Ou seja, função horária da velocidade é uma reta, portanto, tem inclinação constante, logo,
a aceleração escalar instantânea coincide com o coeficiente do gráfico. Sendo assim, a aceleração
escalar instantânea é igual a aceleração escalar média, característica desse movimento.
Vimos anteriormente que para calcular a velocidade a partir da função horária do espaço,
basta derivarmos a função em relação ao tempo. O mesmo processo é feito para calcular a
aceleração a partir da função horária da velocidade. No Cálculo Diferencial Integral é demonstrado
o significado da derivada, que nada mais é a reta tangente a função, num dado ponto desejado.
Assim, dado um gráfico de 𝑠 × 𝑡, basta traçarmos a reta tangente num ponto desejado e
verificamos como a velocidade se comporta:
a) inclinação para cima: velocidade positiva
b) inclinação para baixo: velocidade negativa
Outro fato importante é a inclinação da reta tangente: quanto mais inclinada a reta tangente,
mais cresce a função derivada. Isto é, se tomarmos dois pontos com inclinações diferentes, podemos
dizer se uma cresce mais que a outra ou dizer qual inclinação é maior.

Figura 21: Como comparar a velocidade em dois pontos em um gráfico 𝑠𝑥𝑡.

Pelo gráfico, temos que 𝑡𝑔𝛼 > 𝑡𝑔𝛽, logo: 𝑣𝐵 > 𝑣𝐴 .


A mesma análise é válida para o gráfico 𝑣 × 𝑡, analisando a aceleração em instantes
diferentes.

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A partir de agora, vamos estudar qual a representação da área do gráfico com as grandezas
físicas da cinemática:

3.5. Variação do espaço no gráfico 𝒗 × 𝒕


Vamos utilizar o gráfico do MU para ilustrar o resultado do cálculo da área no gráfico 𝑣 × 𝑡.

Figura 22: Cálculo da variação do espaço a partir do gráfico 𝑣𝑥𝑡.

Sabemos que:
Δ𝑠
𝑣 = 𝑣𝑚 =
Δ𝑡
De outra forma: Δ𝑠 = 𝑣. Δ𝑡.
Calculando a área do gráfico de 𝑣 × 𝑡, para o caso do MU, encontramos que:
𝐴 = 𝑣. (𝑡2 − 𝑡1 )
Como Δ𝑡 = 𝑡2 − 𝑡1 , podemos afirmar que a área é numericamente igual a variação do espaço:
Δ𝑠 𝑁= A
Embora mostremos para um caso particular de movimento, o resultado é valido para
qualquer movimento. Infelizmente, para demonstrar este fato com rigor matemático é necessário
recursos do Cálculo Diferencial Integral que não são os objetivos desse curso.

3.6. Variação da velocidade escalar no gráfico 𝒂 × 𝒕


De forma análoga aos resultados obtidos para a variação do espaço, vamos mostrar a
representação da área no gráfico 𝑎 × 𝑡, especificando para o MUV, onde a aceleração escalar é
constante.

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Figura 23: Cálculo da variação da velocidade a partir do gráfico 𝑎𝑥𝑡.

Pela teoria de MUV, sabemos que:


Δ𝑣
𝑎=
Δ𝑡
Ou ainda Δ𝑣 = 𝑎. Δ𝑡.
Quando calculamos a área delimitada pela região azul do gráfico logo acima, concluímos que:
𝐴 = 𝑎. (𝑡2 − 𝑡1 ) = 𝑎. Δ𝑡
𝑁
∴ Δ𝑣 = 𝐴
No caso de a curva da aceleração não ser constante, serão necessários outros métodos para
obtenção da área. Para o caso de a aceleração variar linearmente com o tempo, a velocidade pode
ser determinada pela área, com os auxílios da geometria plana. Para outras curvas, apenas com
Cálculo para determinar a área embaixo da curva.
Observação: se ao construir o gráfico de 𝑣 × 𝑡 a área estiver abaixo do eixo dos tempos, a
variação de espaço é igual a área, entretanto, coloca-se o sinal negativo. Contudo, quando se deseja
o deslocamento total do móvel, utilizamos os módulos das variações de espaço. Isso é valido para o
caso do gráfico de 𝑎 × 𝑡, conforme o exemplo a seguir:

Calcule a variação de espaço e o deslocamento de 2 a 8 segundos.


Para calcular a variação de espaço e o deslocamento de 2 a 8 segundos, precisamos calcular
as áreas de cada intervalo.
Entre 2 e 6 segundos:

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8. (6 − 2)
𝐴1 = = 16
2
Entre 6 e 8 segundos:
8. (8 − 6)
𝐴2 = =8
2
Logo, a variação de espaço do móvel foi de:
Δ𝑠 = Δ𝑠1 + Δ𝑠2 = 16 + (−8) = 8 𝑚.
Para determinar o deslocamento, devemos somar os módulos de cada deslocamento:
𝑑 = |Δ𝑠1 | + |Δ𝑠2 | = 16 + 8 = 24 𝑚.
No momento em que o móvel passa pelo eixo dos tempos (no nosso exemplo 𝑡 = 6 𝑠), sua
velocidade altera o sentido, isto é, houve inversão no sentido do movimento.
Após esses conceitos iniciais, podemos estudar os gráficos do MUV.

3.7. Gráficos no MU

3.7.1. 𝒔 × 𝒕
Da teoria, sabemos que a função horária do espaço é dada por:
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣. 𝑡
Trata-se de uma função do primeiro grau, portanto uma reta, onde o coeficiente linear é 𝑠0 e
o coeficiente angular é 𝑣.
Como o coeficiente angular é igual a 𝑣 e, pela teoria da equação da reta sabemos que o
coeficiente angular é igual a tangente do ângulo de inclinação da reta com o eixo horizontal,
portanto, temos que 𝑣 𝑁= 𝑡𝑔𝛼 .

Figura 24: Gráfico de 𝑠𝑥𝑡, para 𝑣 > 0.

Para 𝑣 > 0, temos o movimento progressivo e a função é crescente, pois coeficiente angular
é positivo, então temos os seguintes gráficos possíveis:

Figura 25: Gráficos de 𝑠𝑥𝑡 no MU para 𝑣 > 0.

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Para 𝑣 < 0, temos o movimento retrógrado, e a função é decrescente, pois o coeficiente


angular é negativo, então temos os seguintes gráficos possíveis:

Figura 26: Gráficos de 𝑠𝑥𝑡 no MU para 𝑣 < 0.

3.7.2. 𝒗 × 𝒕
Devido ao fato de a velocidade ser constante nesse movimento, temos que o gráfico da
velocidade pelo tempo sempre será uma reta paralela ao eixo do tempo.
Para o caso de movimento progressivo, isto é, 𝑣 > 0, a reta paralela está acima do eixo do
tempo.

Figura 27: Gráfico de 𝑣𝑥𝑡 no MU para v>0.

Para o caso de movimento retrógrado, ou seja, 𝑣 < 0, a reta paralela está abaixo do eixo do
tempo.

Figura 28: Gráfico de 𝑣𝑥𝑡 no MU para v<0.

Como a aceleração escalar linear é nula no MU, então a reta da função horária da aceleração
é nula, isto é, uma reta que coincidente com o eixo do tempo, independentemente de ser
progressivo ou retrógrado.

Figura 29: Gráfico de 𝑎𝑥𝑡 no MU.

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3.8. Gráficos no MUV

3.8.1. 𝒔 × 𝒕
Como visto anteriormente, a função horária do espaço é dada por:
𝑎. 𝑡 2
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣0 . 𝑡 +
2
Em que 𝑎, 𝑣0 𝑒 𝑠0 são constantes.
De acordo com a teoria de função do segundo grau, sabemos que a função 𝑠(𝑡) é uma
parábola cuja concavidade depende do valor de 𝑎.
1) Caso 𝒂 > 𝟎:

Figura 30: Gráfico de 𝑠𝑥𝑡 no MUV, com a<0.

Para ilustrar, tomamos que 𝑠0 > 0 mas o espaço inicial poderia ser menor que zero, apenas
estaria deslocada para baixo a curva, sem afetar os resultados teóricos aqui obtidos.
No caso de a aceleração escalar positiva, o vértice da parábola representa o espaço mínimo
(𝑠𝑉 ) alcançado pelo móvel no correspondente instante de tempo (𝑡𝑉 ). Notamos que:
• De 0 a 𝑡𝑉 : o espaço do móvel decresce, a inclinação da reta tangente nesse intervalo é
negativa, isto é, a velocidade é negativa. Entretanto, 𝑎 > 0 para todo movimento. Como
𝑎. 𝑣 < 0, implica movimento retardado. Logo, o módulo da velocidade diminui com o tempo,
como esperado uma vez uma vez que a inclinação é negativa e está tendendo a zero.
Quando chegamos no instante 𝑡𝑉 , a reta tangente no gráfico neste ponto é horizontal,
paralela ao eixo dos tempos, isto é, sua inclinação é nula. Portanto, a velocidade nesse ponto
é nula. Após este instante, o móvel muda de sentido e seu espaço começa a crescer e a
inclinação é positiva, portanto, temos 𝑣 > 0 e 𝑎 > 0, característica de movimento acelerado.

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Figura 31: Gráfico de 𝑠𝑥𝑡 no MUV, com a > 0, mostrando as fases do movimento.

2) Caso 𝒂 < 𝟎:

Figura 32: Gráfico de 𝑠𝑥𝑡 no MUV, com a < 0.

Novamente, pegamos o caso de 𝑠0 > 0, mas os resultados são validos para qualquer espaço
inicial.
Para o caso de 𝑎 < 0, temos que o gráfico acima representa uma parábola com concavidade
para baixo, mostrando que o móvel atinge um espaço máximo no vértice da parábola, quando atinge
o instante 𝑡𝑉 .
Notamos que o espaço é crescente até o instante 𝑡𝑉 , isto é, velocidade positiva nesse
intervalo de tempo e, como 𝑣 > 0 e 𝑎 < 0, trata-se de um movimento retardado, ou seja, o módulo
da velocidade diminui, como visto também pelo fato da inclinação da reta tangente diminuir a
medida que nos aproximamos de 𝑡𝑉 .
No instante 𝑡𝑉 a velocidade é nula, característica de mudança de sentido. Para 𝑡 > 𝑡𝑉 , o
espaço do móvel começa a decrescer, o que significa velocidade negativa. Então, trata-se de um
movimento acelerado, pois, 𝑎 < 0 e 𝑣 < 0 (𝑎. 𝑣 < 0). Assim, podemos afirmar que o módulo da
velocidade está aumentando, o que também é visto pelo fato de a inclinação da reta tangente estar
aumentando, em módulo, com o passar do tempo.

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Figura 33: Gráfico de 𝑠𝑥𝑡 no MUV, com a < 0, mostrando as fases do movimento.

Sendo assim, concluímos que em ambos os casos para 𝑡 < 𝑡𝑉 teremos movimento retardado
e para 𝑡 > 𝑡𝑉 teremos movimento acelerado.
Além disso, podemos observar toda vez que a reta tangente é paralela ao eixo dos tempos, a
velocidade naquele instante é nula. Isto é valido não só para o MUV, mas para todo movimento
variado.

3.8.2. 𝒗 × 𝒕
Para o MUV, sabemos que a função horária da velocidade é dada por:
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎. 𝑡
Com 𝑣0 e 𝑎 são valores constantes.
Sabemos que essa função é uma reta, onde:
𝑣0 : coeficiente linear
𝑎: coeficiente angular
1) Caso 𝒂 > 𝟎:
Trata-se de uma função do primeiro grau crescente, cujo gráfico é dado por:

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Figura 34: Gráfico de 𝑣𝑥𝑡 no MUV, com a > 0, mostrando as fases do movimento.

Analisando o gráfico acima, podemos ver que para 0 < 𝑡 < 𝑡𝑉 , a velocidade é negativa. Logo,
como 𝑎 > 0, trata-se de um movimento retardado, pois temos que 𝑎. 𝑣 < 0.
Para 𝑡 = 𝑡𝑉 , temos que a velocidade do móvel é nula (mudança de sentido). A partir deste
instante, a velocidade é positiva. Logo, como 𝑎 > 0, trata-se de um movimento acelerado, pois
temos que 𝑎. 𝑣 > 0.
Vale lembrar que a aceleração é numericamente igual a tangente de alfa (𝑎 𝑁=𝑡𝑔𝛼).
2) Caso 𝒂 < 𝟎:
Trata-se de uma função do primeiro grau decrescente, cujo gráfico é dado por:

Figura 35: Gráfico de 𝑣𝑥𝑡 no MUV, com a < 0, mostrando as fases do movimento.

Analisando o gráfico acima, podemos ver que para 0 < 𝑡 < 𝑡𝑉 , a velocidade é positiva. Logo,
como 𝑎 < 0, trata-se de um movimento retardado, pois temos que 𝑎. 𝑣 < 0.
Para 𝑡 = 𝑡𝑉 , temos que a velocidade do móvel é nula (mudança de sentido). A partir deste
instante, a velocidade é negativa. Logo, como 𝑎 < 0, trata-se de um movimento acelerado, pois
temos que 𝑎. 𝑣 > 0.
Vale lembrar que a aceleração é numericamente igual a tangente de alfa (𝑎 𝑁=𝑡𝑔𝛼).

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Neste caso, embora a tangente de alfa ser positiva, a aceleração escalar é negativa, pois trata-
se de uma reta decrescente (o cálculo da tangente é apenas para determinação do módulo).

3.8.3 𝒂 × 𝒕
No MUV, sabemos que a aceleração é constante, portanto, existe dois gráficos para a
aceleração:

Figura 36: Gráficos de 𝑎𝑥𝑡 no MUV.

Observação: se a aceleração é nula, então não estamos no MUV, trata-se de um movimento


uniforme.

11) (Fuvest – 1996)


Dois veículos A e B deslocam-se em trajetórias retilíneas e paralelas uma à outra. No instante t = 0 s
eles se encontram lado a lado. O gráfico adiante representa as velocidades dos dois veículos, em
função do tempo, a partir desse instante e durante os 1200 s seguintes. Os dois veículos estarão
novamente lado a lado, pela primeira vez, no instante?

Comentários:
Pelo gráfico de 𝑣 × 𝑡 temos que a área abaixo da curva com eixo do tempo é numericamente
igual ao espaço, dessa forma precisamos pegar um instante onde temos certeza de que a área será
a mesma para A e para B.
Como a figura tem uma certa simetria, isto ocorre quando 𝑡 = 800 𝑠.

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12) (Fuvest)
A figura representa o gráfico posição-tempo do movimento de um corpo lançado verticalmente
para cima com velocidade inicial 𝑣0 , na superfície de um planeta.

Qual o valor:
a) da aceleração da gravidade na superfície do planeta?
b) da velocidade inicial 𝑣0 ?

Comentários:
Pelo gráfico da questão, podemos encontrar a função horária do espaço:
𝑎.𝑡 2
𝑠(𝑡 ) = 𝑠0 + 𝑣0 . 𝑡 +
2
Como o gráfico da posição pelo tempo sai da origem, dizemos que seu espaço inicial é nulo, isto
é, 𝑠0 = 0.
Além disso, consideremos nossa orientação de trajetória para cima.
Agora, vamos utilizar nossos conhecimentos de função do segundo grau e determinar os coeficientes
𝑣0 e 𝑎. Para isto, vamos utilizar a forma fatorada da função do segundo grau:
𝑠𝑔𝑟𝑎𝑓𝑖𝑐𝑜 (𝑡 ) = 𝛼(𝑡 − 𝑟1 )(𝑡 − 𝑟2 )
Onde 𝑟1 e 𝑟2 são as raízes da função, no nosso caso: 𝑟1 = 0 e 𝑟2 = 6.
Logo:
𝑠𝑔𝑟𝑎𝑓𝑖𝑐𝑜 (𝑡 ) = 𝛼. 𝑡. (𝑡 − 6)
Basta agora substituir em ponto bem determinado:
𝑠𝑔𝑟𝑎𝑓𝑖𝑐𝑜 (3) = 𝛼. 3. (3 − 6) = 9 ⇒ 𝛼 = −1 𝑚/𝑠 2
Note que 𝑎 < 0, como esperado, pois, a função do segundo grau tem concavidade para baixo.
Logo, a função do espaço pelo tempo para este móvel é:
𝑠𝑔𝑟𝑎𝑓𝑖𝑐𝑜 (𝑡 ) = −1. 𝑡 (𝑡 − 6) = 6. 𝑡 − 1. 𝑡 2
Fazendo comparação entre:
𝑎.𝑡 2
𝑠(𝑡 ) = 𝑠0 + 𝑣0 . 𝑡 + 𝑒 𝑠𝑔𝑟𝑎𝑓𝑖𝑐𝑜 (𝑡) = 6. 𝑡 − 1. 𝑡 2
2
Logo:
𝑠0 = 0, 𝑣0 = 6 𝑚/𝑠 e 𝑎 = −2 𝑚/𝑠 2

13) (UFPB – 2010)


Enquanto espera o ônibus, um garoto fica brincando com a sua bola de tênis, lançando-a com a mão
para cima e pegando-a de volta no mesmo ponto do lançamento. Ele consegue lançar a bola para
cima, completamente na vertical, com uma velocidade em módulo de 10 𝑚/𝑠. A partir dessas

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informações, entre os gráficos a seguir identifique os que podem representar o movimento de


subida e descida da bola:
I.

II.

III.

IV.

V.

Comentários:
Nessa questão vamos adotar o sentido da trajetória para baixo, para mostrar que os resultados
independem da orientação, apenas alteram os sinais das grandezas.
Pelas condições enunciado, podemos dizer que a origem do espaço está no ponto de
lançamento da bola e, ainda, a velocidade inicial da bolinha tem módulo igual a 10 m/s. Portanto,
de acordo com a origem adotada, teremos que:
𝑣0 = −10 𝑚/𝑠

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Então, pela equação horária da velocidade, podemos determinar o tempo até a bolinha parar
(movimento retardado), isto é, atingir a altura máxima e, depois, inverter o sentido (movimento
acelerado).
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎. 𝑡
𝑣 = −10 + 10. 𝑡
10
0 = −10 + 10. 𝑡 ⇒ 𝑡 = = 1 𝑠
10
Logo, o gráfico da figura I representa corretamente a função horária da velocidade.
Para determinar a função horária do espaço, podemos calcular a área do gráfico 𝑣 × 𝑡, ou
simplesmente integrar a função 𝑣(𝑡). No nosso curso vamos sempre procurar métodos sem utilizar
Cálculo para sempre estimular o cérebro a resolver pelos assuntos do ensino médio.
Área do gráfico 𝑣 × 𝑡, até um instante 𝑡:
Δ𝑠 𝑣 +𝑣 −10+10.𝑡−10
= 1 0 ⇒ Δ𝑠 = . 𝑡 ⇒ Δ𝑠 = −10. 𝑡 + 5. 𝑡 2
Δt 2 2
Considerando o espaço inicial igual a zero:
𝑠 = −10. 𝑡 + 5. 𝑡 2
O gráfico da segunda figura está acordo com esta função horária.
De acordo com a função horária da velocidade, temos que a aceleração é de 10m/s² constante.
Portanto, a terceira figura também está correta.
O que exclui a figura IV. Além disso, de acordo com a função horaria do espaço, podemos excluir
também a figura V.

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4. Movimento circular
Até aqui descrevemos movimentos por intermédio de grandezas escalares lineares, onde as
grandezas eram definidas em relação a medidas de comprimentos. A partir de agora, vamos
introduzir o conceito de grandeza escalar circular (espaço angular, velocidade escalar angular e
aceleração escalar angular), tomando como medidas ângulos na circunferência.

4.1. Grandezas angulares


Considere uma partícula realizando um movimento circular da figura.

Figura 37: Representação de grandezas angulares.

Na figura acima, A é a posição inicial da partícula e B é a posição final da partícula. Considere


a origem O e adota-se o sentido anti-horário como positivo, dizemos que:
𝑠0 : 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑠: 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Devido a trajetória ser circular, podemos escrever a posição inicial e final do ponto material
utilizando ângulos:
𝜑0 : 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝜑: 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Vale lembrar a relação da geometria plana para ângulos em radianos:

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Figura 38: Definição de radianos.

Então, estabelecemos uma relação entre ângulo central e comprimento do arco de


circunferência:
Ângulo Arco
1 rad - R
𝜶 - s
Logo:
1. 𝑠 = 𝛼. 𝑅
∴ 𝑠 = 𝛼. 𝑅
Atenção: ângulo 𝛼 em radianos. Além disso, como a definição de radianos envolve a divisão
entre duas grandezas de distâncias, radianos se torna essencialmente adimensional.
Assim, podemos escrever a variação angular da partícula, como:
Δ𝜑 = 𝜑 − 𝜑0
Dessa forma, define-se velocidade angular média como a razão entre a variação do espaço
angular e a variação do tempo correspondente:
Δ𝜑
𝜔𝑚 =
Δ𝑡
Analogamente a velocidade escalar, define-se velocidade angular instantânea como o limite
da velocidade angular média para Δ𝑡 tendendo a zero:
Δφ
𝜔 = lim 𝜔𝑚 ou 𝜔 = lim
Δ𝑡→0 Δ𝑡→0 Δ𝑡

Portanto, a velocidade angular instantânea é a derivada do espaço angular em relação ao


tempo:
𝑑𝜑
𝜔=
𝑑𝑡

Como os espaços angulares são expressos em radianos e o tempo em segundos, a unidade de


velocidade angular é expressa em radianos por segundo (𝑟𝑎𝑑/𝑠).

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Semelhante a definição de aceleração escalar média, define-se aceleração angular média


como a razão entre a variação da velocidade angular e o intervalo de tempo correspondente:
Δ𝜔
𝛾𝑚 =
Δ𝑡
Como a velocidade angular é expressa em 𝑟𝑎𝑑/𝑠 e o tempo em segundos, a unidade de
aceleração angular é 𝑟𝑎𝑑/𝑠².
A aceleração angular instantânea é definida pelo limite da aceleração angular média quanto
Δ𝑡 tende a zero:
Δ𝜔
𝛾 = lim 𝛾𝑚 𝑜𝑢 𝛾 = lim
Δ𝑡→0 Δ𝑡→0 Δ𝑡

Portanto, a aceleração angular instantânea é a derivada da velocidade angular em relação ao


tempo:
𝑑𝜔
𝛾=
𝑑𝑡
Pela geometria plana, podemos escrever algumas relações entre as grandezas escalares
lineares e as grandezas angulares:
o Relação de ângulo com comprimento de arcos na circunferência:
𝑠0 𝑠 Δ𝑠
𝜑0 = 𝜑= Δ𝜑 =
𝑅 𝑅 𝑅

o Relação ente velocidade linear média e velocidade angular média:


Δ𝑠
Δ𝜑 1 Δ𝑠 1
𝜔𝑚 = = R = . = .𝑣
Δ𝑡 Δ𝑡 𝑅 Δ𝑡 𝑅 𝑚
𝑣𝑚
∴ 𝜔𝑚 =
𝑅
Para velocidades instantâneas, também vale a relação:
𝑣
𝜔= ou 𝑣 = 𝜔. 𝑅
𝑅
o Relação entre aceleração linear média e aceleração angular média:
Δ𝑣
Δ𝜔 1 Δ𝑣 1
𝛾𝑚 = = 𝑅 = . = .𝑎
Δ𝑡 Δ𝑡 𝑅 Δ𝑡 𝑅 𝑚
𝑎𝑚
∴ 𝛾𝑚 =
𝑅
Para acelerações instantâneas, também vale a relação:
𝑎
𝛾= ou 𝑎 = 𝛾. 𝑅
𝑅

Movimentos uniformes e uniformemente variados 52


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14)
A hélice de um ventilado está girando com velocidade angular de 10 rad/s, quando uma pessoa
desliga o ventilador e a hélice para em 10 s. Determine:
a) a aceleração angular média do ventilador entre o instante em que foi desligado até a hélice parar
totalmente;
b) a aceleração linear média dos pontos que distam 0,20 m do eixo de rotação, nesse mesmo
intervalo de tempo.

Comentários:
a)
Pelas condições do problema, temos que a velocidade angular inicial é 10 𝑟𝑎𝑑/𝑠 e a velocidade
angular final é zero.
Logo:
Δ𝜔 0−10
𝛾𝑚 = = ⇒ 𝛾𝑚 = −1,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2
Δ𝑡 10−0
b)
A aceleração linear média pode ser calculada pela relação:
𝑎𝑚 = 𝛾𝑚 . 𝑅
𝑎𝑚 = (−1,0). 0,2 ⇒ 𝑎𝑚 = −0,20 𝑚/𝑠 2

4.2. Movimento circular uniforme (MCU)


Chamamos de MCU o movimento realizado por um ponto material percorrendo uma
circunferência de raio 𝑅 em movimento uniforme, isto é, o ponto material varre ângulos iguais em
intervalos de tempos iguais. Dessa forma, dizemos que o MCU é periódico, pois, a cada volta
completada pelo móvel, as características do movimento se repetem em intervalos de tempo iguais.

4.2.1. Período e frequência


Define-se período, representado pela letra 𝑇 como sendo o intervalo de tempo mínimo para
o movimento repetir-se, com as mesmas características.
Por exemplo: no MCU, período é o intervalo de tempo que o ponto material leva para
percorrer uma volta completa. Ou seja, se ele leva 0,5 s para realizar uma volta no MCU, seu período
é dado por: 𝑇 = 0,5 𝑠.
De forma correlacionada, define-se frequência como sendo o número de vezes que o
movimento se repete na unidade de tempo. Ou seja:
𝑛
𝑓=
Δ𝑡
Em que 𝑛 número de repetições e Δ𝑡 intervalo de tempo considerado.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 53


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Para o MCU, 𝑓 é o número de voltas (ou ciclos) que o ponto material realiza na unidade de
tempo. Por exemplo: se uma partícula completa 5 voltas em 10 segundos, então, sua frequência
será:
5
𝑓=
= 0,5 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠/𝑠
10
A unidade de ciclos/s recebe o nome de hertz, denotada por 𝐻𝑧. Esta é a unidade de
frequência no SI.
Logo, dizemos que nossa frequência do exemplo é de 0,5 𝐻𝑧.
Em alguns lugares aparece o termo “cada volta” é chamado de rotação. Por isso encontramos
em alguns lugares o termo 𝑟𝑝𝑠 (rotações por segundo), outro nome para unidade hertz.
Diante da definição de período e de frequência, podemos encontrar uma relação entre as
duas grandezas, por uma regra de três simples e direta:
nº de voltas Intervalo de tempo
1 - T
f - 1
1.1 = 𝑓. 𝑡

1 1
𝑓= ou 𝑇 =
𝑇 𝑓

Essa relação é extremamente importante no estudo de movimentos periódicos.


1
No exemplo anterior, para uma frequência de 0,5 𝐻𝑧, o período é de: 𝑇 = = 2 𝑠.
0,5

Apesar da unidade de frequência ser hertz (𝐻𝑧), é comum aparecer a unidade rotações por
minuto (𝑟𝑝𝑚). A relação entre as unidades é dada por:
𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜 1
1𝑟𝑝𝑚 = 1 =1 = 𝐻𝑧
𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜 60 𝑠 60
×60
𝐻𝑧 → 𝑟𝑝𝑚
÷60
𝑟𝑝𝑚 → 𝐻𝑧
Com isso, podemos relacionar período e frequência com as velocidades do ponto material no
MCU.
Para uma volta completa, o espaço angular do móvel foi de 2𝜋 e o intervalo de tempo
corresponde ao período 𝑇. Logo:
Δ𝜑 = 2𝜋 e Δ𝑡 = 𝑇

Movimentos uniformes e uniformemente variados 54


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Portanto, podemos escrever a velocidade angular em função do período ou em função da


frequência:
2𝜋
𝜔= ou 𝜔 = 2𝜋𝑓
𝑇

Como 𝑣 = 𝜔. 𝑅, podemos escrever a velocidade linear como:


2𝜋𝑅
𝑣= ou 𝜔 = 2𝜋𝑓𝑅
𝑇

4.2.2. Função horária do espaço angular


Considere um móvel realizando um MCU, no sentido anti-horário, como visto abaixo:

Figura 39: Representação de uma partícula realizando um MCU entre A e B.

Como característica deste movimento, a velocidade escalar linear é constante, portanto,


𝑣
como 𝜔𝑚 = 𝑚 , concluímos que a velocidade escalar angular também é constante, logo:
𝑅

Δ𝜑
𝜔 = 𝜔𝑚 ⇒ 𝜔 =
Δ𝑡
Se no instante 𝑡0 (início do movimento) o ponto material está no espaço angular 𝜑0 e, em um
instante qualquer 𝑡, o ponto material tem espaço angular 𝜑, então:
Δ𝜑 = 𝜑 − 𝜑0 e Δ𝑡 = 𝑡 − 𝑡0
Portanto:
𝜑 − 𝜑0
𝜔= ⇒ 𝜑 = 𝜑0 + 𝜔(𝑡 − 𝑡0 )
𝑡 − 𝑡0
Para simplificar a expressão, vamos começar a contabilizar o início do movimento na origem
dos tempos, isto é, 𝑡0 = 0, temos que:
𝜑 = 𝜑0 + 𝜔. 𝑡

Movimentos uniformes e uniformemente variados 55


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Como esperado, a função horária do espaço angular no MCU é uma expressão do primeiro
grau em 𝑡, onde:
o 𝜑0 é o espaço angular inicial quando 𝑡 = 0.
o 𝜔 é a velocidade escalar angular instantânea (𝜔 ≠ 0).
o 𝜑0 e 𝜔 são valores constantes.
De imediato, como 𝜔𝑚 = 𝜔, dizemos que a velocidade escalar angular não varia, ou seja,
dizemos que neste movimento não existe aceleração escalar angular (𝛾 = 0).
Outra forma de obter a função horária do espaço angular é dividir a função horária do espaço
linear pelo raio da circunferência onde o móvel descreve o MCU:
÷𝑅 𝑠 𝑠0 𝑣
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣. 𝑡 → = + . 𝑡 ⇒ 𝜑 = 𝜑0 + 𝜔. 𝑡
𝑅 𝑅 𝑅

15)
Um corpo em movimento circular tem frequência de 500 rpm. Se a trajetória tem 20 cm de raio,
calcule:
a) a frequência em hertz.
b) o período em segundos.
c) a velocidade angular.
d) a velocidade linear.

Comentários:
a)
Basta transformar a unidade da frequência:
500 25
𝑓= = = 8,33 𝐻𝑧
60 3
b)
O período é o inverso da frequência:
1 3
𝑇 = = = 0,12 𝑠
𝑓 25
c)
Podemos calcular a velocidade angular a partir da frequência:
25 50𝜋
𝜔 = 2𝜋𝑓 = 2𝜋. = 𝑟𝑎𝑑/𝑠
3 3
d)
Para chegarmos à velocidade linear, basta lembrarmos da relação entre as velocidades:
50𝜋 1000𝜋
𝑣 = 𝜔. 𝑟 = . 20 = 𝑐𝑚/𝑠
3 3
16)
Dois carros percorrem uma circunferência de raio R no mesmo sentido e com módulos de
velocidades constantes 𝑣1 e 𝑣2 , com 𝑣2 > 𝑣1 . No instante inicial, 𝑡0 = 0, os dois carros estão no
mesmo ponto. Determine o instante em que ocorre o próximo encontro.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 56


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Comentários:
Vamos adotar como origem dos espaços o ponto onde 𝑡0 = 0. Dessa forma, temos que 𝑠01 =
𝑠02 .
No ponto de encontro, o mais rápido terá andado uma volta de vantagem sobre o mais lento:
𝑠2 = 𝑠1 + 2𝜋. 𝑅
𝑣2 . 𝑡𝐸 = 𝑣1 . 𝑡𝐸 + 2𝜋. 𝑅
2𝜋.𝑅
∴ 𝑡𝐸 =
𝑣2 −𝑣1

4.3. Movimento circular uniformemente variado (MCUV)


O movimento circular uniformemente variado tem como característica a aceleração angular
instantânea coincidir com a aceleração angular média:
𝛾 = 𝛾𝑚
Para um móvel realizando um movimento circular, conforme a figura x, podemos escrever as
equações do móvel da seguinte forma:
𝑎. 𝑡 2
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣0 . 𝑡 +
2
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎. 𝑡
𝑣 2 = 𝑣02 + 2. 𝑎. Δ𝑠

Figura 40: Representação de uma partícula realizando um MCUV entre os pontos A e B.

Como visto anteriormente, podemos pegar cada expressão e dividir pelo raio da
circunferência descrita pelo móvel:
𝑠 𝑠0 𝑣0 1 𝑎 𝛾. 𝑡 2
= + . 𝑡 + . . 𝑡 2 ⇒ 𝜑 = 𝜑0 + 𝜔0 . 𝑡 +
𝑅 𝑅 𝑅 2 𝑅 2

Movimentos uniformes e uniformemente variados 57


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𝑣 𝑣0 𝑎
= + . 𝑡 ⇒ 𝜔 = 𝜔0 + 𝛾. 𝑡
𝑅 𝑅 𝑅
𝑣 2 𝑣02 𝑎 Δ𝑠
= + 2. . ⇒ 𝜔2 = 𝜔02 + 2. 𝛾. Δ𝜑
𝑅2 𝑅2 𝑅 𝑅
𝑎
𝛾= ou 𝑎 = 𝛾. 𝑅
𝑅

Como podemos notar, o MCUV é movimento não periódico, pois a aceleração linear não-nula,
por isso, cada volta é realizada em um intervalo de tempo diferente da outra, não sendo possível
definir período ou frequência para esse movimento.
Para análise de gráficos, a teoria abordada no MU pode ser aplicada ao MCU, enquanto a
teoria abordada no MUV pode ser aplicada ao MCUV, pois, devido as características dos movimentos
circulares, basta apenas dividir a grandeza escalar linear pelo raio da circunferência para chegar à
grandeza escalar angular. Portanto, basta substituir 𝑠 por 𝜑, 𝑣 por 𝜔 e 𝑎 por 𝛾.

17)
Um móvel descrevendo um MCUV tem velocidade angular igual a 10 𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠 em 𝑡 = 0 e velocidade
angular igual a 24 𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠, em um intervalo de tempo igual a 7 segundos. Calcule:
a) a aceleração angular;
b) a função horária da velocidade angular;
c) quantas voltas o móvel executa nesse Δ𝑡.

Comentários:
a)
Utilizando a definição de aceleração angular média, pois no MCUV, 𝛾 = 𝛾𝑚 , temos que:
Δ𝑣 24𝜋−10𝜋
𝛾= = = 2𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2
Δ𝑡 7−0
b)
A função horária da velocidade angular é dada por:
𝜔 = 𝜔0 + 𝛾. 𝑡
𝜔 = 10𝜋 + 2𝜋. 𝑡
c)
Vamos calcular o espaço descrito pelo móvel, utilizando a equação de Torricelli:
𝜔2 = 𝜔02 + 2. 𝛾. Δ𝜑
(𝜔−𝜔0 )(𝜔+𝜔0 )
Δ𝜑 = ⇒ Δ𝜑 = 119𝜋
2.𝛾
A cada 2𝜋 ele realiza uma volta, então, em 119𝜋 = 118𝜋 + 𝜋 = 59.2𝜋 + 𝜋
Logo o móvel dá 59 voltas mais meia volta.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 58


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4.4. Transmissão de movimento circular

4.4.1. Correia comum a duas rodas ou por contato direto.


É comum utilizar a transmissão de movimentos para fins de amplificar ou reduzir uma
grandeza física. O exemplo mais comum nas nossas vidas está em uma bicicleta, onde o ciclista
estabelece uma velocidade na correia dos pedais, que é transmitida por uma corrente para a correia
da roda de trás. Podemos representar essa transmissão pela figura abaixo:

Figura 41: Transmissão de movimento entre duas coroas ligadas por uma corrente.

Se não existe escorregamento entre a corrente e as coroas, podemos dizer que a velocidade
linear das duas coroas é igual a velocidade da corrente, ou seja, a velocidade linear é a mesma em
qualquer ponto da corrente. Portanto:
𝑣𝑃1 = 𝑣𝑃2
Dessa forma, podemos encontrar uma relação para as velocidades angulares e as frequências
para este conjunto:
𝑣𝑃1 = 𝑣𝑃2 ⇒ 𝜔𝐵 . 𝑅𝐵 = 𝜔𝐴 . 𝑅𝐴
Como 𝜔 = 2𝜋𝑓, então:
2𝜋𝑓𝐵 . 𝑅𝐵 = 2𝜋𝑓𝐴 . 𝑅𝐴 ⇒ 𝑓𝐵 . 𝑅𝐵 = 𝑓𝐴 . 𝑅𝐴
Assim, podemos concluir que se 𝑅𝐴 > 𝑅𝐵 , então 𝜔𝐴 < 𝜔𝐵 e 𝑓𝐴 < 𝑓𝐵 .
De forma análoga, podemos chegar as mesmas conclusões para o caso das coroas (ou
engrenagem) em contato direto:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 59


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Figura 42: Representação de duas coroas em contato direto.

Caso não haja escorregamento e como as duas coroas se encontram em um ponto em


comum, a velocidade linear das duas coroas deve ser a mesma:
𝑣𝑃 = 𝑣𝑃1 = 𝑣𝑃2
Então:
𝜔𝐵 . 𝑅𝐵 = 𝜔𝐴 . 𝑅𝐴 e 𝑓𝐵 . 𝑅𝐵 = 𝑓𝐴 . 𝑅𝐴
Novamente, podemos concluir que se 𝑅𝐴 > 𝑅𝐵 , então: 𝜔𝐴 < 𝜔𝐵 e 𝑓𝐴 < 𝑓𝐵 .
Caso o móvel esteja realizando um MCUV: 𝑎𝐴 = 𝑎𝐵 e 𝛾𝐴 . 𝑅𝐴 = 𝛾𝐵 . 𝑅𝐵

4.4.2. Engrenagens com mesmo eixo de rotação


Considerando a transmissão entre duas engrenagens ligadas por um mesmo eixo, como na
figura a seguir:

Figura 43: Representação de duas engrenagens com o mesmo eixo de rotação.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 60


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Nesse caso, podemos ver que está amarrada a variação angular de cada coroa, isto é, se
pegarmos um ponto na coroa B, sua projeção na coroa A terá a mesma variação angular. Dessa
forma, podemos deduzir que:
Δ𝜑𝐵 = Δ𝜑𝐴
Assim, as velocidades angulares e as frequências serão as mesmas:
Δ𝜑𝐴 = Δ𝜑𝐵 ⇒ 𝜔𝐴 . Δ𝑡 = 𝜔𝐵 . Δ𝑡 ⇒ 𝜔𝐴 = 𝜔𝐵
Como 𝜔 = 2𝜋𝑓, temos que: 𝜔𝐴 = 𝜔𝐵 ⇒ 2𝜋𝑓𝐴 = 2𝜋𝑓𝐵 ⇒ 𝑓𝐴 = 𝑓𝐵
Para velocidades lineares, encontramos que:
𝑣𝐴 𝑣𝐵
𝜔𝐴 = 𝜔𝐵 ⇒ =
𝑅𝐴 𝑅𝐵
Concluímos que se 𝑅𝐴 > 𝑅𝐵 , então: 𝑣𝐴 > 𝑣𝐵 .
𝑎𝐴 𝑎𝐵
Caso o móvel esteja realizando um MCUV: 𝛾𝐴 = 𝛾𝐵 e = .
𝑅𝐴 𝑅𝐵

Até aqui, deduzimos todas as equações para o caso de transmissão no MCU. Entretanto, toda
análise feita é válida para qualquer tipo de movimento circular.

18)
Dois discos fixados a um mesmo eixo, que gira com frequência igual a 𝑓. A distância entre os discos
é d. Um projétil é disparado, em uma linha paralela ao eixo, com uma velocidade 𝑣𝑝 , perfurando os
dois discos de tal forma que o ângulo formado pelo eixo comum com o furo do primeiro disco e o
plano formado pelo eixo comum com o furo do segundo disco é 𝜑. Calcule a velocidade do projétil.

Comentários:
Inicialmente, vamos calcular o tempo que o projétil gasta para percorrer a distância entre os
dois discos:
𝑑
Δ𝑡 =
𝑣𝑝
Nesse intervalo de tempo, o eixo teve uma variação angular de 𝜑, logo:
Δ𝜑 𝜑 𝜑 2𝜋𝑓𝑑
𝜔= ⇒ 2𝜋𝑓 = ⇒ 2𝜋𝑓 = 𝑑 ⇒ 𝑣𝑝 =
Δ𝑡 Δ𝑡 𝜑
𝑣𝑝

Movimentos uniformes e uniformemente variados 61


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5. Lista de exercícios
1. (EN – 2019)
Analise o gráfico abaixo.

Uma aeronave de patrulha 𝐴 segue, com velocidade escalar constante 𝑉𝐴 , rumo ao ponto 𝑃
com a finalidade de interceptar outra aeronave, 𝐵, a qual mantém altitude e velocidade escalar
constante e, inicialmente, encontra-se 1,00 𝑘𝑚 ao norte (sentido positivo de 𝑥) e 2,00 𝑘𝑚
acima de 𝐴. Sabendo que a aeronave 𝐵 percorre 5,00 𝑘𝑚 em 30,0 segundos antes de ser
interceptada no ponto 𝑃, a diferença, 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 , entre as velocidades escalares das duas
aeronaves, em 𝑘𝑚/ℎ, é igual a:
a) 450
b) 300
c) 150
d) 120
e) 90,0

2. (EN – 2018)
Analise os gráficos abaixo.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 62


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Uma partícula executa um movimento, ao longo de uma trajetória retilínea, descrito pelos
gráficos acima. Estando todas as unidades no sistema internacional, com relação à descrição
desse mesmo movimento, assinale a opção que completa corretamente as lacunas da sentença
abaixo.
"A partícula executa um movimento retilíneo,_________________, __________, cujas funções
de movimento são: para posição ____________________________, para velocidade
___________________________ e para aceleração _______________.”
a) retrógrado / acelerado / 𝑠(𝑡 ) = 2,0𝑡 2 − 24𝑡 / 𝑣 (𝑡 ) = 4,0𝑡 2 − 24 / 𝑎(𝑡 ) = 8,0𝑡
b) progressivo / desacelerado / 𝑠(𝑡 ) = 2,0𝑡 3 − 24𝑡 / 𝑣 (𝑡 ) = 5,0𝑡 2 − 24 / 𝑎(𝑡 ) = 10𝑡
c) retrógrado / desacelerado / 𝑠(𝑡 ) = 2,0𝑡 3 − 24𝑡 / 𝑣 (𝑡 ) = 6,0𝑡 2 − 24 / 𝑎(𝑡 ) = 12𝑡
d) progressivo / acelerado / 𝑠(𝑡 ) = 2,0𝑡 3 − 24𝑡 / 𝑣 (𝑡 ) = 6,0𝑡 − 24 / 𝑎(𝑡 ) = 12𝑡
e) retrógrado / acelerado / 𝑠(𝑡 ) = 2,0𝑡 2 − 24𝑡 / 𝑣 (𝑡 ) = 6,0𝑡 2 − 24 / 𝑎(𝑡 ) = 8,0𝑡

3. (EN – 2016)
Analise a figura abaixo.

A figura acima mostra duas partículas 𝐴 e 𝐵 se movendo em pistas retas e paralelas, no sentido
positivo do eixo 𝑥. A partícula 𝐴 se move com velocidade constante de módulo 𝑣𝐴 = 8,0 𝑚/𝑠.
No instante em que 𝐴 passa pela posição 𝑥 = 500 𝑚, a partícula 𝐵 passa pela origem, 𝑥 = 0,
com velocidade de 𝑣𝐵 = 45 𝑚/𝑠 e uma desaceleração constante cujo módulo é 1,5 𝑚/𝑠 2 .
Qual dos gráficos abaixo pode representar as posições das partículas 𝐴 e 𝐵 em função do
tempo?

a) d)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 63


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b) e)

c)

4. (EN – 2015)
Analise o gráfico abaixo.

O trajeto entre duas cidades é de 510 𝑘𝑚. Considere um veículo executando esse trajeto. No
gráfico acima, temos a velocidade média do veículo em três etapas. Com base nos dados
apresentados no gráfico, qual a velocidade média, em 𝑘𝑚/ℎ, estabelecida pelo veículo no
trajeto todo?
a) 48
b) 51
c) 54
d) 57

Movimentos uniformes e uniformemente variados 64


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e) 60

5. (EN – 2015)
Analise a figura abaixo.

Na figura acima temos um dispositivo 𝐴 que libera partículas a partir do repouso com um
período 𝑇 = 3 𝑠. Logo abaixo do dispositivo, a uma distância 𝐻, um disco contém um orifício
que permite a passagem de todas as partículas liberadas pelo dispositivo. Sabe-se que entre a
passagem de duas partículas, o disco executa 3 voltas completas em torno de seu eixo. Se
elevarmos o disco a uma altura 𝐻/4 do dispositivo, qual das opções abaixo exibe o conjunto
de três velocidades angulares 𝑤′, em rad/s, possíveis para o disco, de forma tal, que todas as
partículas continuem passando pelo seu orifício? Dado: considere 𝜋 = 3.
a) 2/3, 5/3, e 8/3
b) 2, 3 e 5
c) 4/3, 8/3, e 12/3
d) 4, 7 e 9
e) 6, 8 e 12

6. (EN – 2014)
Considere uma partícula se movimentando no plano 𝑥𝑦. As coordenadas 𝑥 e 𝑦 da posição da
partícula em função do tempo são dadas por 𝑥 (𝑡 ) = −2𝑡 2 + 2𝑡 + 1 e 𝑦(𝑡 ) = 𝑡 2 − 𝑡 + 2, com
𝑥 e 𝑦 em metros e 𝑡 em segundos. Das opções abaixo, assinale a que pode representar o gráfico
da trajetória da partícula de 𝑡 = 0 a 𝑡 = 4 𝑠.

a) b)

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c) d)

e)

7. (EN – 2014)
Observe o gráfico a seguir.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 66


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0 gráfico da figura acima mostra a variação do raio da Terra (𝑅) com a latitude (𝜙). Observe
que foram acrescentadas informações para algumas latitudes, sobre a menor distância entre o
eixo da Terra e um ponto 𝑃 na superfície da Terra ao nível do mar, ou seja, 𝑅 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝜙.
Considerando que a Terra gira com uma velocidade angular 𝜔 𝑇 = 𝜋/12 (𝑟𝑎𝑑/ℎ), qual é,
aproximadamente, a latitude de 𝑃 quando a velocidade de 𝑃 em relação ao centro da Terra se
aproxima numericamente da velocidade do som?
Dados: 𝑣𝑠𝑜𝑚 = 340 𝑚/𝑠 e 𝜋 = 3.
a) 0°
b) 20°
c) 40°
d) 60°
e) 80°

8. (EN – 2013)
Os gráficos abaixo foram obtidos da trajetória de um projétil, sendo 𝑦 a distância vertical e 𝑥 a
distância horizontal percorrida pelo projétil. A componente vertical da velocidade, em 𝑚/𝑠, do
projétil no instante inicial vale:
𝑚
Dado: 𝑔 = 10
𝑠2

a) zero
b) 5,0

Movimentos uniformes e uniformemente variados 67


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c) 10
d) 17
e) 29

9. (EN – 2013)
Um garoto atira uma pequena pedra verticalmente para cima, no instante 𝑡 = 0. Qual dos
gráficos abaixo pode representar a relação velocidade 𝑥 tempo?

a) b)

c) d)

e)

10. (EN – 2009)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 68


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Um carro de testes parte do repouso com uma aceleração constante de 6,00 𝑚/𝑠 2 em uma
pista retilínea. Ao atingir a velocidade de 216 𝑘𝑚/ℎ, é submetido a uma desaceleração
constante até parar. Qual foi o módulo da desaceleração, em 𝑚/𝑠 2 , considerando que a
distância total percorrida pelo carro foi de 750 𝑚?
a) 3, 50
b) 4,00
c) 4, 50
d) 5,00
e) 5, 50

11. (AFA – 2009)


O diagrama abaixo representa as posições de dois corpos A e B em função do tempo.

Por este diagrama, afirma-se que o corpo A iniciou o seu movimento, em relação ao corpo B,
depois de
a) 2,5 s
b) 5,0 s
c) 7,5 s
d) 10 s

12. (AFA – 2009)


Uma bola rola com velocidade 𝑣⃗, constante, sobre uma superfície de vidro plana e horizontal,
descrevendo uma trajetória retilínea. Enquanto a bola se desloca, a sua sombra percorre os
planos representados pelos trechos 1 e 2 da figura abaixo, com velocidades escalares médias
𝑣1 e 𝑣2 , respectivamente.

Considerando que a sombra está sendo gerada por uma projeção ortogonal à superfície de
vidro, pode-se afirmar que o seu movimento é
a) acelerado no trecho 1 e retardado no trecho 2, sendo 𝑣1 > 𝑣 > 𝑣2

Movimentos uniformes e uniformemente variados 69


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b) acelerado nos dois trechos, sendo 𝑣1 = 𝑣2 > 𝑣


c) uniforme nos dois trechos, sendo 𝑣1 = 𝑣2 > 𝑣
d) uniforme nos dois trechos, sendo 𝑣1 = 𝑣2 = 𝑣

13. (AFA – 2009)


Dispõe-se de quatro polias ideais de raios 𝑅𝐴 = 𝑅, 𝑅𝐵 = 3𝑅, 𝑅𝐶 = 𝑅/2 e 𝑅𝐷 = 𝑅/10 que
podem ser combinadas e acopladas a um motor cuja frequência de funcionamento tem valor
𝑓. As polias podem ser ligadas por correias ideais ou unidas por eixos rígidos e, nos
acoplamentos, não ocorre escorregamento. Considere que a combinação dessas polias com o
motor deve acionar uma serra circular (𝑆) para que ela tenha uma frequência de rotação igual
a 5/3 da frequência do motor. Sendo assim, marque a alternativa que representa essa
combinação de polias.

a) b)

c) d)

14. (AFA – 2010)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 70


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O gráfico da posição (S) em função do tempo (t) a seguir


representa o movimento retilíneo de um móvel.
A partir do gráfico é correto afirmar que,
a) no primeiro segundo, o seu movimento é progressivo.
b) entre 1 s e 3 s, a aceleração é negativa.
c) no instante 2 s, a velocidade do móvel é nula.
d) nos instantes 1 s e 3 s, os vetores velocidades são
iguais.

15. (AFA – 2011)


Dois automóveis 𝐴 e 𝐵 encontram-se estacionados paralelamente ao marco zero de uma
estrada. Em um dado instante, o automóvel 𝐴 parte, movimentando-se com velocidade escalar
constante 𝑣𝐴 = 80 𝑘𝑚/ℎ. Depois de certo intervalo de tempo, ∆𝑡, o automóvel 𝐵 parte no
encalço de 𝐴 com velocidade escalar constante 𝑣𝐵 = 100 𝑘𝑚/ℎ. Após 2 ℎ de viagem, o
motorista de 𝐴 verifica que 𝐵 se encontra 10 𝑘𝑚 atrás e conclui que o intervalo ∆𝑡, em que o
motorista 𝐵 ainda permaneceu estacionado, em horas, é igual a
a) 0,25
b) 0,50
c) 1,00
d) 4,00

16. (AFA – 2011)


Duas partículas, 𝐴 e 𝐵, que executam movimentos retilíneos
uniformemente variados, se encontram em 𝑡 = 0 na mesma
posição. Suas velocidades, a partir desse instante, são representadas
pelo gráfico abaixo.
As acelerações experimentadas por 𝐴 e 𝐵 têm o mesmo módulo de
0,2 𝑚/𝑠 2 . Com base nesses dados, é correto afirmar que essas
partículas se encontrarão novamente no instante
a) 10 s
b) 50 s
c) 100 s
d) 500 s

17. (AFA – 2012)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 71


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Aula 01

Considere um móvel deslocando-se numa trajetória horizontal e descrevendo um movimento


retilíneo uniformemente acelerado e retrógrado. A alternativa que contém o gráfico que
melhor representa o movimento descrito pelo móvel é

a) c)

b) d)

18. (AFA – 2012)


Um bloco se movimenta retilineamente, do ponto A até o ponto C, conforme figura abaixo.

Sua velocidade 𝑣 em função do tempo 𝑡, ao longo da trajetória, é descrita pelo diagrama 𝑣 𝑥 𝑡


mostrado abaixo.

Considerando que o bloco passa pelos pontos 𝐴 e 𝐵 nos instantes 0 e 𝑡1 , respectivamente, e


para no ponto 𝐶 no instante 𝑡2 , a razão entre as distâncias percorridas pelo bloco nos trechos
̅̅̅̅ e 𝐴𝐵
𝐵𝐶 ̅̅̅̅ , vale
𝑡2 +𝑡1
a)
𝑡1
(𝑡2 −𝑡1 )2
b)
𝑡22
𝑡2 −𝑡1
c)
2𝑡1
𝑡2 +𝑡1
d)
2𝑡2

Movimentos uniformes e uniformemente variados 72


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19. (AFA – 2013)


A figura 1 abaixo apresenta um sistema formado por dois pares de polias coaxiais, 𝐴𝐵 e 𝐶𝐷,
acoplados por meio de uma correia ideal e inextensível e que não desliza sobre as polias 𝐶 e 𝐵,
tendo respectivamente raios 𝑅𝐴 = 1 𝑚, 𝑅𝐵 = 2 𝑚, 𝑅𝐶 = 10 𝑚 e 𝑅𝐷 = 0,5 𝑚.

A polia 𝐴 tem a forma de um cilindro no qual está enrolado um fio ideal e inextensível de
comprimento 𝐿 = 10𝜋 𝑚 em uma única camada, como mostra a figura 2.

Num dado momento, a partir do repouso, o fio é puxado pela ponta 𝑃, por uma força 𝐹⃗
constante que imprime uma aceleração linear a, também constante, na periferia da polia 𝐴,
até que o fio se solte por completo desta polia. A partir desse momento, a polia 𝐶 gira até parar
após 𝑛 voltas, sob a ção de uma aceleração angular constante de tal forma que o gráfico da
velocidade angular da polia 𝐷 em função do tempo é apresentado na figura 3.

Nessas condições, o número total de voltas dadas pela polia 𝐴 até parar e o módulo da
aceleração 𝑎, em 𝑚/𝑠 2 , são, respectivamente,
a) 5𝑛, 𝜋
b) 5𝑛, 5𝜋
c) 2(𝑛 – 1), 3𝜋
d) 5(𝑛 + 1), 5𝜋

20. (AFA – 2013)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 73


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Duas partículas, 𝑎 e 𝑏, que se movimentam ao longo de um mesmo trecho retilíneo tem as suas
posições (𝑆) dadas em função do tempo (𝑡), conforme o gráfico abaixo.

O arco de parábola que representa o movimento da partícula 𝑏 e o segmento de reta que


representa o movimento de a tangenciam-se em 𝑡 = 3 𝑠. Sendo a velocidade inicial da
partícula 𝑏 de 8 𝑚/𝑠, o espaço percorrido pela partícula a do instante 𝑡 = 0 até o instante 𝑡 =
4 𝑠, em metros, vale
a) 3,0
b) 4,0
c) 6,0
d) 8,0

21. (AFA – 2016)


Dois móveis, A e B, partindo juntos de uma mesma posição, porém com velocidades diferentes,
que variam conforme o gráfico abaixo, irão se encontrar novamente em um determinado
instante.

Considerando que os intervalos de tempo 𝑡1 − 𝑡0 , 𝑡2 − 𝑡1 , 𝑡3 − 𝑡2 , 𝑡4 − 𝑡3 e 𝑡5 − 𝑡4 são todos


iguais, os móveis A e B novamente se encontrarão no instante
a) 𝑡4
b) 𝑡5
c) 𝑡2
d) 𝑡3

22. (AFA – 2018)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 74


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O gráfico seguinte representa a velocidade escalar 𝑣 de uma partícula em movimento retilíneo.

Considerando que, em 𝑡 = 0, a partícula está na origem dos espaços (𝑆0 = 0), o gráfico que
melhor representa a posição (S) dessa partícula até o instante 𝑡 = 5 𝑠 é

23. (AFA – 2019)


Três partículas, 𝐴, 𝐵 e 𝐶, movimentam-se, com velocidades constantes, ao longo de uma
mesma direção. No instante inicial, 𝑡0 = 0, a distância entre 𝐴 e 𝐵 vale 𝑥, e entre 𝐵 e 𝐶 vale 𝑦,
como indica a figura a seguir.

Em 𝑡 = 2 𝑠, a partícula 𝐴 cruza com a partícula 𝐵. Em 𝑡 = 3 𝑠, a partícula 𝐴 cruza com a


partícula 𝐶. A partícula 𝐶 alcançará a partícula 𝐵 no instante dado pela relação
6𝑦
a)
2𝑦−𝑥
6(𝑦−𝑥)
b)
2𝑦−3𝑥
𝑦−𝑥
c)
3𝑥
3𝑦
d)
𝑦−𝑥

24. (EFOMM – 2017)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 75


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Um trem deve partir de uma estação 𝐴 e parar na estação 𝐵, distante 4 km de 𝐴. A aceleração


e a desaceleração podem ser, no máximo, de 5,0 𝑚/𝑠 2 , e a maior velocidade que o trem atinge
é de 72 𝑘𝑚/ℎ. O tempo mínimo para o trem completar o percurso de 𝐴 a 𝐵 é, em minutos, de:
a) 1,7
b) 2,0
c) 2,5
d) 3,0
e) 3,4

25. (EFOMM – 2017)

Considere uma polia girando em torno de seu eixo central, conforme figura abaixo. A
velocidade dos pontos 𝐴 e 𝐵 são, respectivamente, 60 𝑐𝑚/𝑠 e 0,3 𝑚/𝑠. A distância 𝐴𝐵 vale
10 𝑐𝑚. O diâmetro e a velocidade angular da polia, respectivamente, valem:

a) 10 𝑐𝑚 e 1,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠
b) 20 𝑐𝑚 e 1,5 𝑟𝑎𝑑/𝑠
c) 40 𝑐𝑚 e 3,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠
d) 50 𝑐𝑚 e 0,5 𝑟𝑎𝑑/𝑠
e) 60 𝑐𝑚 e 2,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠

26. (EFOMM – 2015)

Um carro se desloca, partindo do repouso, segundo o gráfico dado:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 76


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O espaço total percorrido é de


a) 48,3 km.
b) 52,8 km.
c) 55,7 km.
d) 59,4 km.
e) 61,5 km.

27. (EFOMM – 2014)

No circuito da figura dada, a distância entre as linhas 𝐴 e 𝐵, é de 512 𝑚. O carro número 1,


que estava parado na linha 𝐴, como indicado na figura, parte com aceleração de 4 𝑚/𝑠 2 , que
mantém constante até cruzar a linha 𝐵. No mesmo instante em que o carro número 1 parte
(podemos considerar 𝑡 = 0 𝑠), o carro número 2 passa em MRU (Movimento Retilíneo
Uniforme) com velocidade de 120 km/h, que mantém até cruzar a linha B. A velocidade,
aproximada, do carro número 1 ao cruzar a linha B e o carro que a cruza primeiro são,
respectivamente,
a) 230 km/h e carro número 2.
b) 230 km/h e carro número 1.
c) 120 km/h e carro número 1.
d) 120 km/h e carro número 2.
e) 180 km/h e carro número 1.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 77


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28. (EFOMM – 2012)

Devido à resistência do ar, após algum tempo descendo sem pedalar um longo plano inclinado
de 30°, o ciclista da figura atingiu uma velocidade escalar máxima constante 𝑣, com as rodas
de raio igual a 25,0 𝑐𝑚 girando, sem deslizar, com frequência angular de 10 𝑟𝑎𝑑/𝑠. Nessa
velocidade, considerando uma altura inicial ℎ igual a 75,0 𝑚, a roda dianteira tocara o plano
horizontal num intervalo de tempo, em segundos, igual a

a) 375
b) 240
c) 150
d) 60,0
e) 33,3

29. (EFOMM – 2008)

Na figura acima, temos um sistema de transmissão de movimento de um dos motores


auxiliares de um navio, formado por três discos 𝐴, 𝐵 e 𝐶. Os raios dos discos 𝐵 e 𝐶 são iguais e
correspondem à metade do raio do disco 𝐴. Sabe-se que o disco 𝐴 move-se solidariamente
com o disco 𝐵 através de uma correia, e que os discos 𝐴 e 𝐶 estão ligados ao mesmo eixo
central. Analise as afirmativas abaixo.
I. A velocidade angular do disco 𝐶 é metade do disco 𝐵.
II. A velocidade escalar de um ponto do perímetro do disco 𝐴 é o dobro da velocidade escalar
de um ponto do perímetro do disco 𝐶.
II. Os discos 𝐵 e 𝐶 têm a mesma velocidade escalar em pontos de seus perímetros.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 78


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III. O período do disco 𝐶 é o dobro do período do disco 𝐵.


IV. As frequências dos discos 𝐴 e 𝐵 são iguais.
Com base nessas informações, assinale a alternativa correta.
a) Apenas a afirmativa I é verdadeira.
b) As afirmativas II e I são verdadeiras.
c) As afirmativas III e IV são verdadeiras.
d) As afirmativas I, II, IV são verdadeiras.
e) As afirmativas I e IV são verdadeiras.

30. (EFOMM – 2007)

0 gráfico acima mostra a evolução da velocidade escalar instantânea de uma partícula no


tempo que em 𝑡 = 0 encontrava-se na posição 𝑥 = 20 𝑘𝑚. Sobre a descrição do movimento
da partícula no instante 𝑡𝑝 , referente ao ponto 𝑃 marcado na curva, analise as afirmativas
abaixo.
I - A partícula se dirige para a origem das posições.
II - A partícula se afasta da origem das posições.
III - A aceleração é nula.
IV - O movimento é progressivo e desacelerado.
V - O movimento é retrógrado e desacelerado.
Assinale a alternativa correta.
a) As afirmativas I e II são verdadeiras.
b) As afirmativas I e V são verdadeiras.
c) As afirmativas II e III são verdadeiras.
d) As afirmativas III e IV são verdadeiras.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 79


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e) As afirmativas IV e V são verdadeiras.

31. (VUNESP 1991)


Uma caixa de papelão vazia, transportada na carroceria de um caminhão que trafega a 90km/h
num trecho reto de uma estrada, é atravessada por uma bala perdida. A largura da caixa é de
2,00m, e a distância entre as retas perpendiculares às duas laterais perfuradas da caixa e que
passam, respectivamente, pelos orifícios de entrada e de saída da bala (ambos na mesma
altura) é de 0,20m.

a) Supondo que a direção do disparo é perpendicular as laterais perfuradas da caixa e ao


deslocamento do caminhão e que o atirador estava parado na estrada, determine a velocidade
da bala.

b) Supondo, ainda, que o caminhão se desloca para a direita, determine qual dos orifícios é o
de entrada da bala.

32. (UFC – modificada)


Uma lâmpada pende de um teto ficando a uma altura H do solo. Um atleta de altura h passa
sob a lâmpada se deslocando em linha reta com velocidade constante V. Determine a
velocidade com que a sombra da parte superior da cabeça do atleta se desloca no solo.

33. (ITA)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 80


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Um avião a jato passa sobre um observador, em voo horizontal. Quando ele está exatamente
na vertical que passa pelo observador, o som parece vir de um ponto atrás do avião, numa
direção inclinada 30º com a vertical. Sendo 𝑣𝑠 a velocidade do som, calcule a velocidade escalar
do avião.

34. (ITA-2016)
No sistema de sinalização de trânsito urbano chamado de “onda verde”, há semáforos com
dispositivos eletrônicos que indicam a velocidade a ser mantida pelo motorista para alcançar
o próximo sinal ainda aberto. Considere que de início o painel indique uma velocidade de 45
km/h. Alguns segundos depois ela passa para 50 km/h e, finalmente, para 60 km/h. Sabendo
que a indicação de 50 km/h no painel demora 8,0 s antes de mudar para 60 km/h, então a
distância entre os semáforos é de:
a) 1,0 × 10−1 km.
b) 2,0 × 10−1 km.
c) 4,0 × 10−1 km.
d) 1,0 km.
e) 1,2 km.

35. (ITA – 1992)


Dois automóveis que correm em estradas retas e paralelas, têm posições a partir de uma
origem em comum, dadas por:
𝑥1 = (30𝑡 )𝑚
𝑥2 = (1,0.103 + 0,2𝑡 2 )𝑚
Calcule o(s) instante(s) 𝑡 (𝑡′) em que os dois automóveis devem estar lado a lado. Na resposta,
faça um esboço gráfico de 𝑥1 (𝑡) e 𝑥2 (𝑡).
𝑡 (𝑠) e 𝑡′(𝑠)
a) 100 e 100
b) 2,5 e 7,5
c) 50 e 100
d) 25 e 75
e) nunca ficarão lado a lado

36. (ITA – 1996)


Um automóvel a 90 km/h passa por um guarda num local que a velocidade máxima é 60 km/h.
O guarda começou a perseguir o infrator com sua motocicleta, mantendo aceleração constante
até que atinge 108 km/h em 10 s e continua com essa velocidade até alcançá-lo, quando lhe
faz parar. Pode-se afirmar que:
a) o guarda levou 5 s para alcançar o carro.
b) o guarda levou 60 s para alcançar o carro.
c) a velocidade do guarda ao alcançar o carro era de 25m/s.
d) o guarda percorreu 750m desce que saiu em perseguição até alcançar o motorista infrator.
e) nenhuma das respostas acima é correta.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 81


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37. (ITA-2001)
Uma partícula, partindo do repouso, percorre, no intervalo de tempo t, uma distância D. Nos
intervalos de tempo seguintes, todos iguais a t, as respectivas distâncias percorridas são iguais
a 3D, 5D, 7D, etc. A respeito desse movimento pode-se afirmar que:
(A) a distância da partícula desde o ponto em que inicia seu movimento cresce
exponencialmente com o tempo.
(B) a velocidade da partícula cresce exponencialmente com o tempo.
(C) a distância da partícula desde o ponto em que inicia seu movimento é diretamente
proporcional ao tempo elevado ao quadrado.
(D) a velocidade da partícula é diretamente proporcional ao tempo elevado ao quadrado.
(E) nenhuma das opções acima está correta.

38. (ITA – 2016)


A partir do repouso, um foguete de brinquedo é lançado verticalmente do chão, mantendo
uma aceleração constante de 5,00 𝑚/𝑠 2 durante os 10,0 primeiros segundos. Desprezando a
resistência do ar, a altura máxima atingida pelo foguete e o tempo total de sua permanência
no ar são?
a) 375 m e 23,7 s.
b) 375 m e 30,0 s.
c) 375 m e 34,1 s.
d) 500 m e 23,7 s.
e) 500 m e 34,1 s.

39. (ITA – 2005)


Um avião de vigilância aérea está voando a uma altura de 5,0 km, com velocidade de
50√10 𝑚/𝑠 no rumo norte, e capta no radiogoniômetro um sinal de socorro vindo da direção
noroeste, de um ponto fixo no solo. O piloto então liga o sistema de pós-combustão da turbina,
40√10
imprimindo uma aceleração constante de 6,0 𝑚/𝑠 2 . Após 𝑠, mantendo a mesma direção,
3
ele agora constata que o sinal está chegando da direção oeste. Neste instante, em relação ao
avião, o transmissor do sinal se encontra a uma distância de:

a) 5,2 km.
b) 6,7 km.
c) 12 km.
d) 13 km.
e) 28 km.

40. (ITA 2002)


Billy sonha que embarcou em uma nave espacial para viajar até o distante planeta Gama,
situado a10,0 anos-luz da terra. Metade do percurso foi percorrida com aceleração de 15m/s²,

Movimentos uniformes e uniformemente variados 82


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e o restante com desaceleração da mesma magnitude. Desprezando a atração gravitacional e


efeitos relativos, estime o tempo total em meses de ida e volta da viagem do sonho de Billy,
justifique sua resposta.

41. (ITA – 1980)


Um móvel A parte da origem O, com velocidade inicial nula, no instante𝑡0 = 0 e percorre o
eixo Ox com aceleração constante 𝑎. Após um intervalo de tempo Δ𝑡, contada a partir da saída
de A, um segundo móvel B parte de O com aceleração igual a 𝑛. 𝑎, sendo 𝑛 > 1. B alcançara A
no instante:
√𝑛
a) 𝑡 = ( + 1) . ∆𝑡.
√𝑛−1
√𝑛
b) 𝑡 = ( − 1) . ∆𝑡.
√𝑛−1
√𝑛−1
c) 𝑡 = ( ) . ∆𝑡.
√𝑛
√𝑛+1
d) 𝑡 = ( ) . ∆𝑡.
√𝑛
√𝑛
e) 𝑡 = ( ) . ∆𝑡.
√𝑛−1

42. (ITA – 2009)


Dentro de um elevador em queda livre num campo gravitacional g, uma bola é jogada para
baixo com velocidade v de uma altura h. Assinale o tempo previsto para a bola atingir o piso
do elevador.
𝑣
a) 𝑡 =
𝑔

b) 𝑡 =
𝑣
2ℎ
c) 𝑡 = √
𝑔
√𝑣 2 +2𝑔ℎ−𝑣
d) 𝑡 =
𝑔
√𝑣 2 −2𝑔ℎ−𝑣
e) 𝑡 =
𝑔

43. (IME)
O trem I desloca-se em linha reta, com velocidade constante de 54 km/h, aproximando-se do
ponto B, como mostra a figura. Determine quanto tempo após a locomotiva do trem atingir o
ponto A, deve o trem II partir do repouso em C, com aceleração constante de 0,2 m/s² de forma
que, 10 segundos após terminar sua passagem pelo ponto B o trem I inicie no mesmo ponto.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 83


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NOTAS:
1) Ambos os trens medem 100 metros de comprimento, incluindo suas locomotivas, que viajam
à frente.
2) As distâncias ao ponto B são:
AB = 3.000 m
CB = 710 m

44. (ITA – 1968)


Três carros percorrem uma estrada plana e reta com velocidades em função do tempo
representadas pelo gráfico. No instante t = 0 os três carros passam por um farol. A 140 m desse
farol há outro sinal luminoso permanentemente vermelho. Quais dos carros ultrapassarão o
segundo farol?

a) Nenhum dos três.


b) 2 e 3.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 1, 2 e 3.

45. (ITA-1972)
Um móvel descreve uma trajetória retilínea tendo seu espaço x em função do tempo t descrito
pelo gráfico. Sendo k e b constantes, o espaço x poderá ser expresso analiticamente por:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 84


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a) 𝑥 = 𝑘(𝑡 − 𝑡0 ).
b) 𝑥 = 𝑘𝑡 2 .
c) 𝑥 = 𝑘 (𝑡 + 𝑡0 )2 .
d) 𝑥 = 𝑘(𝑡 − 𝑡0 )2 .
e) 𝑥 = 𝑘 cos (𝑏𝑡).

46. (ITA – 1975)


O gráfico a seguir refere-se ao movimento de dois móveis (a) e (b) numa estrada.

Com respeito às distâncias percorridas pelos dois carros podemos afirmar:


a) O carro (a) dois minutos após o início da contagem dos tempos estará na frente do carro (b)
pois sua velocidade naquele instante é o dobro da velocidade de (b).
b) No instante t = 0 temos o carro (a) atrás de (b) e no instante t = 2 min o carro (a) está na
frente de (b).
c) Nada se pode afirmar quanto à posição relativa dos carros na estrada.
d) Depois de 2 min o carro (b) percorreu 120 km.
e) Nenhuma das anteriores.

47. (ITA-1976)
Duas partículas, A e B, deslocam-se ao longo do eixo 𝑂𝑥 com velocidades dadas pelo gráfico,
sendo que no instante 𝑡 = 0 ambas estão na origem do sistema de coordenadas. No instante
𝑡 = 2 𝑠, A e B estão, respectivamente nos pontos de abscissas 𝑥1 e 𝑥2 , com acelerações 𝑎1 e
𝑎2 .

Movimentos uniformes e uniformemente variados 85


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a) 𝑎1 = 𝑎2 .
b) 𝑎1 > 𝑎2 .
c) 𝑥1 = 𝑥2 .
d) 𝑥1 < 𝑥2 .
e) Nenhuma das anteriores.

48. (ITA – 1977)


A curva da figura a seguir é a representação gráfica da equação horária de um movimento
retilíneo. Ela é constituída por um trecho de um ramo de parábola cujo vértice está localizado
no eixo dos espaços.

Neste movimento:
a) a velocidade inicial é nula e a aceleração escalar vale – 6,0 𝑚 . 𝑠 –2 .
b) a velocidade inicial é de 48 𝑚 . 𝑠 –1 e a aceleração escalar é de 6,0 𝑚 . 𝑠 –2 .
c) a aceleração escalar é de 39 𝑚 . 𝑠 –2 .
d) a velocidade escalar média no intervalo de zero a 2,0 𝑠 é de 9,0 𝑚 . 𝑠 –1 .
e) o espaço inicial vale 45 𝑚, a velocidade escalar inicial é nula, e a aceleração escalar é de +6,0
m/s².

49. (ITA-1978)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 86


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Duas partículas, A e B, partem do repouso, em movimento retilíneo, segundo o gráfico abaixo.


Pode-se afirmar que as distâncias, em metros, entre as partículas A e B, nos instantes 2s, 3s,
4s, 5s e 7s, têm, respectivamente, os valores indicados na alternativa:

a) 3, 11, 13, 20, 30.


b) 4, 7, 9, 20, 13.
c) 4, 9, 15, 20, 24.
d) 4, 6, 9, 10, 13.
e) 3, 7, 9, 10, 13.

50. (ITA-1979)
Um estudante observou o movimento de um móvel durante certo tempo. Verificou que o
móvel descrevia um movimento retilíneo e anotou os valores de espaço (e) e de tempo (t)
correspondentes, construindo o gráfico a seguir.

Pode-se afirmar que:


a) A velocidade do móvel é constante e vale 1,0 m/s, tendo em vista que faz com o eixo dos
tempos é 45°.
b) A velocidade do móvel é constante e vale m/s.
c) A velocidade do móvel é constante e vale 1,4 m/s, aproximadamente.
d) Faltam dados para calcular a velocidade do móvel.
e) A aceleração e a velocidade do móvel estão indeterminadas.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 87


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51. (ITA-1986)
O gráfico a seguir representa as posições das partículas (1), (2) e (3), em função do tempo.
Calcule a velocidade de cada partícula no instante 𝑡 = 4 𝑠.

𝑣1 (𝑚/𝑠) 𝑣2 (𝑚/𝑠) 𝑣3 (𝑚/𝑠)


a) 50 25 100
b) -75 zero 35
c) -75 25 -20
d) -50 zero 20
e) +75 25 35

52. (ITA-1989)
Os gráficos representam possíveis movimentos retilíneos de um corpo, com e = espaço
percorrido e t = tempo de percurso. Em qual deles é maior a velocidade média entre os
instantes 𝑡1 = 5 𝑠 e 𝑡2 = 7 𝑠?
a)

b)

c)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 88


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d)

e)

53. (ITA-1972)
No movimento circular e uniforme de uma partícula, considerando-se como vetores as
grandezas físicas envolvidas, podemos afirmar que:
a) Força, aceleração, velocidade tangencial e velocidade angular são constantes.
b) Aceleração, velocidade tangencial e velocidade angular são constantes.
c) Velocidade tangencial e velocidade angular são constantes.
d) Velocidade angular é constante.
e) Nenhuma das grandezas é constante.

54. (ITA-1985)
Uma roda de bicicleta tem raio de 25 cm. Em 5 s o ciclista alcança a velocidade de 10 m/s. A
aceleração angular da roda, suposta constante, é:
a) 20 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2 .
b) 0,08 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2 .
c) 2 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2 .
d) 8 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2 .
e) 0,5 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2 .

55. (ITA-1988)
Um disco gira, em torno de seu eixo, sujeito a um torque constante (aceleração linear
constante). Determinando-se a velocidade angular média entre os instantes 𝑡 = 2,0 𝑠 e 𝑡 =

Movimentos uniformes e uniformemente variados 89


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6,0 𝑠, obteve-se 10 𝑟𝑎𝑑/𝑠, e, entre os instantes 𝑡 = 10 𝑠 e 𝑡 = 18 𝑠, obteve-se 5,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠.


A velocidade angular inicial 𝜔0 (em 𝑟𝑎𝑑/𝑠), e a aceleração angular (em 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2 ) valem,
respectivamente:
a) 12 e -0,5.
b) 15 e -0,5.
c) 20 e 0,5.
d) 20 e -2,5.
e) 35 e 2,5.

56. (ITA-1989)
Num plano horizontal, sem atrito, uma partícula 𝑚1 move-se com movimento circular
uniforme de velocidade angular 𝜔. Ao passar pelo ponto P, outra partícula, 𝑚2 , é lançada do
ponto O com velocidade 𝑣⃗. Qual é o módulo de ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑣0 para que 𝑚1 e 𝑚2 colidam em Q?

a) 2𝜋. 𝑟. 𝜔
2𝜔
b)
𝜋𝑟
2𝑟𝜔
c)
𝜋
𝑟𝜔
d)
𝜋
e)𝜋. 𝑟. 𝜔

57. (ITA-1991)
Considere dois carros que estejam participando de uma corrida. O carro A consegue realizar
cada volta em 80 s enquanto o carro B é 5,0% mais lento. O carro A é forçado a uma parada
nos boxes ao completar a volta de número 6. Incluindo aceleração, desaceleração e reparos, o
carro A perde 135 s. Qual deve ser o número mínimo de voltas completas da corrida para que
o carro A possa vencer?
a) 28.
b) 27.
c) 33.
d) 34.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

58. (ITA-2001)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 90


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Uma partícula move-se ao longo de uma circunferência circunscrita em um quadrado de lado


L, com velocidade angular constante. Na circunferência inscrita nesse quadrado, outra partícula
move-se com a mesma velocidade angular. A razão entre os módulos das respectivas
velocidades tangenciais dessas partículas é:
a) √2
b) 2√2
√2
c)
2
√3
d)
2
√3
e)
3

59. (ITA-2001)
No sistema convencional de tração de bicicletas, o ciclista impele os pedais, cujo eixo
movimenta a roda dentada (coroa) a ele solidária. Esta, por sua vez, aciona a corrente
responsável pela transmissão do movimento à outra roda dentada (catraca), acoplada ao eixo
traseiro da bicicleta. Considere agora um sistema duplo de tração, com 2 coroas, de raios R1 e
R2 (R1< R2) e duas catracas de raios R3 e R4 (R3 < R4), respectivamente. Obviamente, a
corrente só toca uma coroa e uma catraca de cada vez, conforme o comando da alavanca de
câmbio. A combinação que permite a máxima velocidade da bicicleta, para uma velocidade
angular dos pedais fixa, é:
a) Coroa R1 e catraca R3.
b) Coroa R1 e catraca R4.
c) Coroa R2 e catraca R3.
d) Coroa R2 e catraca R4.
e) Indeterminada já que não se conhece o diâmetro da roda traseira da bicicleta.

60. (ITA-2001)
Em um farol de sinalização, o feixe de luz acoplado a um mecanismo rotativo realiza uma volta
completa a cada T segundos. O farol se encontra a uma distância R do centro de uma praia de
comprimento 2L, conforme a figura. O tempo necessário para o feixe de luz "varrer" a praia,
em cada volta, é:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 91


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𝐿 𝑇
a) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) .
𝑅 2𝜋
2𝐿 𝑇
b) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) .
𝑅 2𝜋
𝐿 𝑇
c) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) .
𝑅 𝜋
𝐿 𝑇
d) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) .
2𝑅 2𝜋
𝐿 2𝑇
e) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) .
𝑅 𝜋

Movimentos uniformes e uniformemente variados 92


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6. Gabarito sem comentários


1) D 31) 250 m/s e orifício A
𝑉.𝐻
2) D 32) 𝑣𝑠𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎 =
𝐻−ℎ
3) A 33) 𝑣𝑎𝑣𝑖ã𝑜 = 𝑣𝑠 /2
4) B 34) D
5) E 35) C
6) B 36) D
7) C 37) C
8) E 38) A
9) C 39) D
10) E 40) 122,5 meses
11) B 41) E
12) C 42) B
13) A 43) 100 s
14) C 44) B
15) B 45) D
16) D 46) C
17) D 47) E
18) C 48) E
19) D 49) C
20) D 50) D
21) A 51) D
22) D 52) B
23) A 53) D
24) E 54) D
25) C 55) A
26) A 56) C
27) A 57) C
28) D 58) A
29) Sem alternativa 59) C
30) B 60) C

Movimentos uniformes e uniformemente variados 93


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7. lista de exercícios comentada

1. (EN – 2019)
Analise o gráfico abaixo.

Uma aeronave de patrulha 𝐴 segue, com velocidade escalar constante 𝑉𝐴 , rumo ao ponto 𝑃
com a finalidade de interceptar outra aeronave, 𝐵, a qual mantém altitude e velocidade escalar
constante e, inicialmente, encontra-se 1,00 𝑘𝑚 ao norte (sentido positivo de 𝑥) e 2,00 𝑘𝑚
acima de 𝐴. Sabendo que a aeronave 𝐵 percorre 5,00 𝑘𝑚 em 30,0 segundos antes de ser
interceptada no ponto 𝑃, a diferença, 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 , entre as velocidades escalares das duas
aeronaves, em 𝑘𝑚/ℎ, é igual a:
a) 450
b) 300
c) 150
d) 120
e) 90,0

Comentários:
A velocidade de 𝐵 é dada por:
5,00
𝑉𝐵 = = 600 𝑘𝑚/ℎ
30,0
3600
Nesse intervalo de tempo, 𝐴 percorre a distância 𝐴𝑃, que é dada por:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 94


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5,02 = 3, ,02 + 𝑦 2
𝑦 = 4,0 𝑚

𝐴𝑃 = √4,02 + 4,02 + 2,02


𝐴𝑃 = √36 = 6,0 𝑚
Logo:
𝐴𝑃 6,0
𝑉𝐴 = = = 720 𝑘𝑚/ℎ
Δ𝑡 30
3600
Portanto:
𝑉𝐵 − 𝑉𝐴 = 120 𝑘𝑚/ℎ
Gabarito: D

2. (EN – 2018)
Analise os gráficos abaixo.

Uma partícula executa um movimento, ao longo de uma trajetória retilínea, descrito pelos
gráficos acima. Estando todas as unidades no sistema internacional, com relação à descrição
desse mesmo movimento, assinale a opção que completa corretamente as lacunas da sentença
abaixo.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 95


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"A partícula executa um movimento retilíneo,_________________, __________, cujas funções


de movimento são: para posição ____________________________, para velocidade
___________________________ e para aceleração _______________.”
a) retrógrado / acelerado / 𝑠(𝑡 ) = 2,0𝑡 2 − 24𝑡 / 𝑣 (𝑡 ) = 4,0𝑡 2 − 24 / 𝑎(𝑡 ) = 8,0𝑡
b) progressivo / desacelerado / 𝑠(𝑡 ) = 2,0𝑡 3 − 24𝑡 / 𝑣 (𝑡 ) = 5,0𝑡 2 − 24 / 𝑎(𝑡 ) = 10𝑡
c) retrógrado / desacelerado / 𝑠(𝑡 ) = 2,0𝑡 3 − 24𝑡 / 𝑣 (𝑡 ) = 6,0𝑡 2 − 24 / 𝑎(𝑡 ) = 12𝑡
d) progressivo / acelerado / 𝑠(𝑡 ) = 2,0𝑡 3 − 24𝑡 / 𝑣 (𝑡 ) = 6,0𝑡 − 24 / 𝑎(𝑡 ) = 12𝑡
e) retrógrado / acelerado / 𝑠(𝑡 ) = 2,0𝑡 2 − 24𝑡 / 𝑣 (𝑡 ) = 6,0𝑡 2 − 24 / 𝑎(𝑡 ) = 8,0𝑡

Comentários:
Como bem sabemos, a velocidade é a derivada do espaço em relação ao tempo e a aceleração
é a derivada da velocidade em relação ao tempo. Portanto, devemos verificar essas relações nas
alternativas.
Note que a velocidade é negativa e a aceleração é positiva, segundo os gráficos. Portanto, o
produto é 𝑎 ⋅ 𝑣 é negativo, o que caracteriza o movimento desacelerado (retardado) e retrógrado.
Assim, vemos apenas que a alternativa C está correta. Além disso, nela verificamos que:
𝑑𝑠 𝑑
𝑣= = (2,0𝑡 3 − 24𝑡 ) = 6,0𝑡 2 − 24
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑣 𝑑
𝑎= = (6,0𝑡 2 − 24) = 12𝑡
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Gabarito: C

3. (EN – 2016)
Analise a figura abaixo.

A figura acima mostra duas partículas 𝐴 e 𝐵 se movendo em pistas retas e paralelas, no sentido
positivo do eixo 𝑥. A partícula 𝐴 se move com velocidade constante de módulo 𝑣𝐴 = 8,0 𝑚/𝑠.
No instante em que 𝐴 passa pela posição 𝑥 = 500 𝑚, a partícula 𝐵 passa pela origem, 𝑥 = 0,
com velocidade de 𝑣𝐵 = 45 𝑚/𝑠 e uma desaceleração constante cujo módulo é 1,5 𝑚/𝑠 2 .
Qual dos gráficos abaixo pode representar as posições das partículas 𝐴 e 𝐵 em função do
tempo?

a) d)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 96


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b) e)

c)

Comentários:
De acordo com o enunciado, temos as seguintes funções horárias do espaço:
𝑥𝐴 = 500 + 8 ⋅ 𝑡
1,5 2
𝑥𝐵 = 0 + 45 ⋅ 𝑡 −
𝑡
2
Para possíveis condições dos móveis estarem na mesma posição, temos:
𝑥𝐴 = 𝑥𝐵
1,5 2
500 + 8 ⋅ 𝑡 = 45 ⋅ 𝑡 − 𝑡
2
0,75𝑡 2 − 37𝑡 + 500 = 0
Δ = 372 − 4 ⋅ 0,75 ⋅ 500
Δ = −131 < 0
Logo, não é possível que os móveis ocupem a mesma posição, logo, as funções horárias não
se interceptam. Como 𝑥𝐴 é uma reta e 𝑥𝐵 é uma parábola com concavidade para baixo, a única
representação possível das curvas está na letra A.
Gabarito: A

4. (EN – 2015)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 97


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Analise o gráfico abaixo.

O trajeto entre duas cidades é de 510 𝑘𝑚. Considere um veículo executando esse trajeto. No
gráfico acima, temos a velocidade média do veículo em três etapas. Com base nos dados
apresentados no gráfico, qual a velocidade média, em 𝑘𝑚/ℎ, estabelecida pelo veículo no
trajeto todo?
a) 48
b) 51
c) 54
d) 57
e) 60

Comentários:
De acordo com o gráfico 𝑣 × 𝑡, sabemos que a área corresponde numericamente o
deslocamento do móvel. Portanto:
510 = 55,5 ⋅ 𝑡 + 72 ⋅ (𝑡 + 6 − (𝑡 + 2))
510 = 55,5 ⋅ 𝑡 + 72 ⋅ 4
222 = 55,5 ⋅ 𝑡
𝑡 =4ℎ
Logo, a velocidade média do corpo é dada por:
Δ𝑆 510 510
𝑣= = =
Δt 𝑡 + 6 4 + 6
𝑣 = 51 𝑘𝑚/ℎ
Gabarito: B

5. (EN – 2015)
Analise a figura abaixo.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 98


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Na figura acima temos um dispositivo 𝐴 que libera partículas a partir do repouso com um
período 𝑇 = 3 𝑠. Logo abaixo do dispositivo, a uma distância 𝐻, um disco contém um orifício
que permite a passagem de todas as partículas liberadas pelo dispositivo. Sabe-se que entre a
passagem de duas partículas, o disco executa 3 voltas completas em torno de seu eixo. Se
elevarmos o disco a uma altura 𝐻/4 do dispositivo, qual das opções abaixo exibe o conjunto
de três velocidades angulares 𝑤′, em rad/s, possíveis para o disco, de forma tal, que todas as
partículas continuem passando pelo seu orifício? Dado: considere 𝜋 = 3.
a) 2/3, 5/3, e 8/3
b) 2, 3 e 5
c) 4/3, 8/3, e 12/3
d) 4, 7 e 9
e) 6, 8 e 12

Comentários:
Como a cada 3 segundos uma bolinha é liberada, independente da altura de queda, a
passagem entre duas bolinhas consecutivas deve ser de 3 segundos. Portanto, o disco deve executar
no mínimo, uma volta a cada 3 segundos, ou valores inteiros desse valor. Assim, as frequências
possíveis são dadas por:
1 2 3 4
𝑓 = ( , , , , … ) 𝐻𝑧
3 3 3 3
Sabendo que 𝜔 = 2𝜋 ⋅ 𝑓, considerando 𝜋 = 3, temos as possíveis velocidades angulares do
disco:
1 2 3 4
𝜔 = 2 ⋅ 3 ⋅ ( , , , ,…)
3 3 3 3
𝜔 = (2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, … )𝑟𝑎𝑑/𝑠

Movimentos uniformes e uniformemente variados 99


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Dentro das alternativas, apenas a letra E possui algum destes valores.


Gabarito: E

6. (EN – 2014)
Considere uma partícula se movimentando no plano 𝑥𝑦. As coordenadas 𝑥 e 𝑦 da posição da
partícula em função do tempo são dadas por 𝑥 (𝑡 ) = −2𝑡 2 + 2𝑡 + 1 e 𝑦(𝑡 ) = 𝑡 2 − 𝑡 + 2, com
𝑥 e 𝑦 em metros e 𝑡 em segundos. Das opções abaixo, assinale a que pode representar o gráfico
da trajetória da partícula de 𝑡 = 0 a 𝑡 = 4 𝑠.

a) b)

c) d)

e)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 100


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Comentários:
De acordo com as equações horárias, temos:
𝑥 (𝑡 ) = −2𝑡 2 + 2𝑡 + 1
𝑦 (𝑡 ) = 𝑡 2 − 𝑡 + 2
Fazendo 2 ⋅ 𝑦 + 𝑥, vem:
2 ⋅ 𝑦 + 𝑥 = 2 ⋅ (𝑡 2 − 𝑡 + 2) + (−2𝑡 2 + 2𝑡 + 1)
2𝑦 + 𝑥 = 2𝑡 2 − 2𝑡 + 2 ⋅ 4 − 2𝑡 2 + 2𝑡 + 1
2𝑦 + 𝑥 = 5
Uma reta decrescente, que passa por 𝑦 = 5/2 e 𝑥 = 5. Portanto, apenas o gráfico da letra B
é possível.
Gabarito: B

7. (EN – 2014)
Observe o gráfico a seguir.

0 gráfico da figura acima mostra a variação do raio da Terra (𝑅) com a latitude (𝜙). Observe
que foram acrescentadas informações para algumas latitudes, sobre a menor distância entre o
eixo da Terra e um ponto 𝑃 na superfície da Terra ao nível do mar, ou seja, 𝑅 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝜙.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 101


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Considerando que a Terra gira com uma velocidade angular 𝜔 𝑇 = 𝜋/12 (𝑟𝑎𝑑/ℎ), qual é,
aproximadamente, a latitude de 𝑃 quando a velocidade de 𝑃 em relação ao centro da Terra se
aproxima numericamente da velocidade do som?
Dados: 𝑣𝑠𝑜𝑚 = 340 𝑚/𝑠 e 𝜋 = 3.
a) 0°
b) 20°
c) 40°
d) 60°
e) 80°

Comentários:
Segundo o enunciado, temos:

Logo:
𝑉𝑃 = 𝜔 𝑇 ⋅ 𝑅 ⋅ cos 𝜙
Colocando a velocidade em km/h, temos:
𝜋
340 ⋅ 3,6 =
⋅ 𝑅 ⋅ cos 𝜙
12
340 ⋅ 3,6 ⋅ 12
𝑅 ⋅ cos 𝜙 = = 4896 𝑘𝑚
3
De acordo com o gráfico, a latitude é de 40°.
Gabarito: C

8. (EN – 2013)
Os gráficos abaixo foram obtidos da trajetória de um projétil, sendo 𝑦 a distância vertical e 𝑥 a
distância horizontal percorrida pelo projétil. A componente vertical da velocidade, em 𝑚/𝑠, do
projétil no instante inicial vale:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 102


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𝑚
Dado: 𝑔 = 10
𝑠2

a) zero
b) 5,0
c) 10
d) 17
e) 29

Comentários:
De acordo com o gráfico de 𝑦, temos:
𝑔 2
𝑦 = 𝑉0𝑦 ⋅ 𝑡 −
𝑡
2
Para 𝑥 = 4, o tempo é determinado pelo gráfico de 𝑥:
𝑥 =5⋅𝑡
4 = 5 ⋅ 𝑡1
𝑡1 = 0,8 𝑠
Como em 𝑥 = 4 𝑚 temos 𝑦 = 20 𝑚, então:
20 = 𝑉0𝑦 ⋅ 0,8 − 5 ⋅ 0,82
𝑉0𝑦 = 29 𝑚/𝑠
Gabarito: E

9. (EN – 2013)
Um garoto atira uma pequena pedra verticalmente para cima, no instante 𝑡 = 0. Qual dos
gráficos abaixo pode representar a relação velocidade 𝑥 tempo?

a) b)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 103


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c) d)

e)

Comentários:
No lançamento vertical no vácuo, desprezando a resistência do ar, temos que a aceleração
da gravidade é constante e para baixo. Portanto, a função da horária da velocidade é dada por:
𝑣 (𝑡 ) = 𝑣0 − 𝑔 ⋅ 𝑡
Portanto, apenas o gráfico da letra C é corresponde a uma função semelhante a 𝑣(𝑡).
Gabarito: C

10. (EN – 2009)


Um carro de testes parte do repouso com uma aceleração constante de 6,00 𝑚/𝑠 2 em uma
pista retilínea. Ao atingir a velocidade de 216 𝑘𝑚/ℎ, é submetido a uma desaceleração
constante até parar. Qual foi o módulo da desaceleração, em 𝑚/𝑠 2 , considerando que a
distância total percorrida pelo carro foi de 750 𝑚?

Movimentos uniformes e uniformemente variados 104


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a) 3, 50
b) 4,00
c) 4, 50
d) 5,00
e) 5, 50

Comentários:
Para chegar à velocidade de 216 𝑘𝑚/ℎ, que corresponde a 60,0 𝑚/𝑠, com uma aceleração
de 6,00 𝑚/𝑠 2 , o móvel leva um tempo dado por:
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎 ⋅ 𝑡
60,0 = 0 + 6,00 ⋅ 𝑡
𝑡 = 10,0 𝑠
Se plotarmos o gráfico da velocidade em função do tempo, temos:

Como a distância total percorrida foi de 750 𝑚, temos:


60,0 ⋅ 𝑡
750 =
2
𝑡 = 25,0 𝑠
Assim, a desaceleração do carro é dada por:
Δ𝑣 0 − 60,0
𝑎= =
Δ𝑡 25,0 − 10,0
𝑎 = −4,00 𝑚/𝑠 2
|𝑎| = 4,00 𝑚/𝑠 2
Gabarito: E

11. (AFA – 2009)


O diagrama abaixo representa as posições de dois corpos A e B em função do tempo.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 105


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Por este diagrama, afirma-se que o corpo A iniciou o seu movimento, em relação ao corpo B,
depois de
a) 2,5 s
b) 5,0 s
c) 7,5 s
d) 10 s

Comentários:
De acordo com o gráfico, a função horária do espaço de 𝐵 é dada por:
𝑆𝐵 (𝑡 ) = 𝑆0 𝐵 + 𝑣𝐵 ⋅ 𝑡
𝑆𝐵 (0) = 𝑆0 𝐵 = 40 𝑚
0 − 40
𝑣𝐵 = = −4 𝑚/𝑠
10 − 0
Então:
𝑆𝐵 (𝑡 ) = 40 − 4 ⋅ 𝑡
Por outro lado, a função horária do espaço de A é expressa por:
𝑆𝐴 (𝑡 ) = 𝑆0 𝐴 + 𝑣𝐴 ⋅ 𝑡
𝑆𝐴 (10) = 𝑆0 𝐴 + 𝑣𝐴 ⋅ 10
𝑆𝐴 (10) = 20
𝑆0 𝐴 + 𝑣𝐴 ⋅ 10 = 20 (𝑒𝑞. 1)
Mas, quando o ponto onde 𝑆𝐴 = 𝑆𝐵 é igual a 10 𝑚, então, por 𝐵, podemos determinar o
tempo quando isto ocorre:
𝑆𝐵 (𝑡 ) = 10
40 − 4 ⋅ 𝑡 = 10
𝑡 = 7,5 𝑠
Portanto:
𝑆𝐴 (7,5) = 𝑆0𝐴 + 𝑣𝐴 ⋅ 7,5
𝑆𝐴 (7,5) = 10
𝑆0𝐴 + 𝑣𝐴 ⋅ 7,5 = 10 (𝑒𝑞. 2)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 106


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Fazendo 1 – 2, temos:
𝑆0 𝐴 + 𝑣𝐴 ⋅ 10 − (𝑆0𝐴 + 𝑣𝐴 ⋅ 7,5) = 20 − 10
2,5 ⋅ 𝑣𝐴 = 10
𝑣𝐴 = 4,0 𝑚/𝑠
Substituindo em 1, temos:
𝑆0 𝐴 + 𝑣⏟𝐴 ⋅ 10 = 20
4,0

𝑆0𝐴 = −20
Logo:
𝑆𝐴 (𝑡 ) = −20 + 4 ⋅ 𝑡
Quando 𝑆𝐴 = 0, temos a origem do movimento de 𝐴, que ocorre em 𝑡 igual a:
𝑆𝐴 (𝑡 ) = 0
−20 + 4 ⋅ 𝑡 = 0
𝑡 = 5,0 𝑠
Gabarito: B

12. (AFA – 2009)


Uma bola rola com velocidade 𝑣⃗, constante, sobre uma superfície de vidro plana e horizontal,
descrevendo uma trajetória retilínea. Enquanto a bola se desloca, a sua sombra percorre os
planos representados pelos trechos 1 e 2 da figura abaixo, com velocidades escalares médias
𝑣1 e 𝑣2 , respectivamente.

Considerando que a sombra está sendo gerada por uma projeção ortogonal à superfície de
vidro, pode-se afirmar que o seu movimento é
a) acelerado no trecho 1 e retardado no trecho 2, sendo 𝑣1 > 𝑣 > 𝑣2
b) acelerado nos dois trechos, sendo 𝑣1 = 𝑣2 > 𝑣
c) uniforme nos dois trechos, sendo 𝑣1 = 𝑣2 > 𝑣
d) uniforme nos dois trechos, sendo 𝑣1 = 𝑣2 = 𝑣

Comentários:
Podemos relacionar os deslocamentos da bolinha e de suas sombras através da geometria do
problema.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 107


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Em que 𝜃 é a inclinação formada pelos trechos com a horizontal. Vamos admitir que cada
trecho forma o mesmo ângulo 𝜃 com a horizontal. Assim, podemos relacionar os deslocamentos da
bolinha e das sombras:
Δ𝑆𝑏𝑜𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 = Δ𝑆𝑠𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎 ⋅ cos 𝜃
Tomando intervalos de tempos iguais nos dois trechos, temos que:
Δ𝑆𝑏𝑜𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 Δ𝑆𝑠𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎 ⋅ cos 𝜃 Δ𝑆𝑠𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎
𝑣= = = ⋅ cos 𝜃
Δ𝑡 Δ𝑡 ⏟ Δ𝑡
𝑣1 𝑜𝑢 𝑣2

Note que em tempos iguais, as sombras andam distâncias iguais, dado a simetria da figura,
portanto:
𝑣1 = 𝑣2
E:
𝑣 = 𝑣1 ⋅ cos 𝜃 = 𝑣2 ⋅ cos 𝜃
Como cos 𝜃 < 1, então:
𝑣 < 𝑣1 = 𝑣2
Dado a relação geométrica imposta pelo problema, os movimentos das sombras também
deve ser uniforme.
Gabarito: C

13. (AFA – 2009)


Dispõe-se de quatro polias ideais de raios 𝑅𝐴 = 𝑅, 𝑅𝐵 = 3𝑅, 𝑅𝐶 = 𝑅/2 e 𝑅𝐷 = 𝑅/10 que
podem ser combinadas e acopladas a um motor cuja frequência de funcionamento tem valor
𝑓. As polias podem ser ligadas por correias ideais ou unidas por eixos rígidos e, nos
acoplamentos, não ocorre escorregamento. Considere que a combinação dessas polias com o
motor deve acionar uma serra circular (𝑆) para que ela tenha uma frequência de rotação igual
a 5/3 da frequência do motor. Sendo assim, marque a alternativa que representa essa
combinação de polias.

a) b)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 108


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c) d)

Comentários:
Para polias com o mesmo eixo de rotação, temos:
𝑓1 = 𝑓2
Para polias com correia em comum, temos:
𝑣3 = 𝑣4
𝜔3 ⋅ 𝑅3 = 𝜔4 ⋅ 𝑅4
2𝜋 ⋅ 𝑓3 ⋅ 𝑅3 = 2𝜋 ⋅ 𝑓4 ⋅ 𝑅4
𝑓3 ⋅ 𝑅3 = 𝑓4 ⋅ 𝑅4
Ou seja, quando maior o raio, menor a frequência. Segundo o enunciado, queremos a
combinação que leva a seguinte relação:
5
𝑓𝑠𝑒𝑟𝑟𝑎 = ⋅𝑓
3 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟
3 ⋅ 𝑓𝑠𝑒𝑟𝑟𝑎 = 5 ⋅ 𝑓𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟
De acordo com a relação dos raios mostrada, vemos que 𝐴 e 𝐵 tem raios na razão:
𝑅𝐴 = 𝑅 e 𝑅𝐵 = 3𝑅
𝑅𝐵 = 3𝑅𝐴
Portanto, A e B devem estar ligados por uma correia, pois assim:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 109


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𝑓𝐴 = 𝑓𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 = 3𝑓𝐵
Por outro lado, se relacionarmos C e D, vemos que:
𝑅 𝑅
𝑅𝐶 =
𝑒 𝑅𝐷 =
2 10
Se ligarmos 𝐶 e 𝐷 por uma corrente, temos:
𝑓𝐶 ⋅ 𝑅𝐶 = 𝑓𝐷 ⋅ 𝑅𝐷
𝑅 𝑅
𝑓𝐶 ⋅ = 𝑓𝐷 ⋅
2 10
𝑓𝐷 = 5𝑓𝐶
Repare que assim, produzimos o termo 5 ⋅ 𝑓 desejado na combinação. Então, é desejado que
𝐷 esteja em eixo comum com a serra, para que 𝑓𝐷 = 𝑓𝑠𝑒𝑟𝑟𝑎 . Por outro, lado, devemos ter 𝐵 e 𝐶 em
eixo comum, pois:
𝑓𝐵 = 𝑓𝐶
𝑓𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 𝑓𝑠𝑒𝑟𝑟𝑎
=
3 5
5
𝑓𝑠𝑒𝑟𝑟𝑎 = 𝑓𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟
3
Logo, a combinação em 𝐴 fornece a relação desejada.
Gabarito: A

14. (AFA – 2010)


O gráfico da posição (S) em função do tempo (t) a seguir
representa o movimento retilíneo de um móvel.
A partir do gráfico é correto afirmar que,
a) no primeiro segundo, o seu movimento é progressivo.
b) entre 1 s e 3 s, a aceleração é negativa.
c) no instante 2 s, a velocidade do móvel é nula.
d) nos instantes 1 s e 3 s, os vetores velocidades são
iguais.

Comentários:
Se o gráfico do movimento tem concavidade para cima, isto é, aceleração positiva. Como visto
em teoria, podemos traçar a reta tangente ao longo da curva e analisar a inclinação da reta. Sabemos
que de 0 a 2 segundos, a reta possui inclinação negativa, ou seja, temos um movimento retardado,
pois 𝑣 ⋅ 𝑎 < 0.
Por outro lado, de 2 a 3 segundos, a inclinação é positiva, ou seja, temos um movimento
aceleração nesse trecho, já que 𝑎 ⋅ 𝑣 > 0.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 110


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No primeiro segundo, vemos que a velocidade é negativa, portanto, o movimento é


retrógrado.
Nos instantes 1 s e 3 s, os módulos da velocidade são iguais, pois possuem as mesmas
inclinações. Entretanto, para dois vetores serem iguais eles devem possuir o mesmo módulo, a
mesma direção e o mesmo sentido. Nos instantes 1 s e 3 s as velocidades têm sentidos opostos.
Portanto, os vetores não são iguais.
Quando traçamos a reta tangente no instante 2 s, que é o ponto que ao mínimo da função do
espaço, temos que a inclinação da reta tangente é nula com a horizontal, portanto, a velocidade é
nula neste instante.
Gabarito: C

15. (AFA – 2011)


Dois automóveis 𝐴 e 𝐵 encontram-se estacionados paralelamente ao marco zero de uma
estrada. Em um dado instante, o automóvel 𝐴 parte, movimentando-se com velocidade escalar
constante 𝑣𝐴 = 80 𝑘𝑚/ℎ. Depois de certo intervalo de tempo, ∆𝑡, o automóvel 𝐵 parte no
encalço de 𝐴 com velocidade escalar constante 𝑣𝐵 = 100 𝑘𝑚/ℎ. Após 2 ℎ de viagem, o
motorista de 𝐴 verifica que 𝐵 se encontra 10 𝑘𝑚 atrás e conclui que o intervalo ∆𝑡, em que o
motorista 𝐵 ainda permaneceu estacionado, em horas, é igual a
a) 0,25
b) 0,50
c) 1,00
d) 4,00

Comentários:
Colocando o marco zero quando 𝐵 inicia seu movimento, temos que o espaço inicial de 𝐴 é
dado por:
𝑆0 𝐴 = 𝑣𝐴 ⋅ Δ𝑡
Logo:
𝑆𝐴 = 𝑣𝐴 ⋅ Δ𝑡 + 𝑣𝐴 ⋅ 𝑡
𝑆𝐵 = 𝑣𝐵 ⋅ 𝑡
Após 2h de viagem, temos que 𝐵 encontra-se 10 km atrás de A, então:
𝑆𝐴 = 𝑆𝐵 + 10
𝑣𝐴 ⋅ Δ𝑡 + 𝑣𝐴 ⋅ (2 − Δ𝑡 ) = 𝑣𝐵 ⋅ (2 − Δ𝑡 )
Como colocamos a origem do tempo após o intervalo de tempo Δ𝑡, então devemos contar o
tempo de deslocamento como 𝑡 − 𝑡0 = 𝑡 − Δ𝑡. Então:
2 ⋅ 𝑣𝐴 = 2 ⋅ 𝑣𝐵 − 𝑣𝐵 ⋅ Δ𝑡 + 10

Movimentos uniformes e uniformemente variados 111


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𝑣𝐵 − 𝑣𝐴 10
Δ𝑡 = 2 ⋅ +
𝑣𝐵 𝑣𝐵
100 − 80 10
Δ𝑡 = 2 ⋅ + = 0,5 ℎ
100 100
Gabarito: B

16. (AFA – 2011)


Duas partículas, 𝐴 e 𝐵, que executam movimentos retilíneos
uniformemente variados, se encontram em 𝑡 = 0 na mesma
posição. Suas velocidades, a partir desse instante, são representadas
pelo gráfico abaixo.
As acelerações experimentadas por 𝐴 e 𝐵 têm o mesmo módulo de
0,2 𝑚/𝑠 2 . Com base nesses dados, é correto afirmar que essas
partículas se encontrarão novamente no instante
a) 10 s
b) 50 s
c) 100 s
d) 500 s

Comentários:
Como os corpos parte da mesma origem e a área do gráfico 𝑣 × 𝑡 fornece o deslocamento do
móvel, no instante em que 𝐴 tiver velocidade de −50 𝑚/𝑠 e 𝐵 tiver velocidade de 50 𝑚/𝑠, as áreas
abaixo de cada curva serão iguais. Dado que as acelerações são iguais em módulo, podemos usar
qualquer um dos moveis para determinar o tempo até chegarem nessas respectivas velocidades:
Δ𝑣
𝑎=
Δ𝑡
50 − (−50)
0,2 =
𝑡−0
100
𝑡=
0,2
𝑡 = 500 𝑠
Gabarito: D

17. (AFA – 2012)


Considere um móvel deslocando-se numa trajetória horizontal e descrevendo um movimento
retilíneo uniformemente acelerado e retrógrado. A alternativa que contém o gráfico que
melhor representa o movimento descrito pelo móvel é

Movimentos uniformes e uniformemente variados 112


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a) c)

b) d)

Comentários:
No movimento acelerado, sabemos que o produto 𝑎 ⋅ 𝑣 é maior que zero, então temos duas
possibilidades: 𝑎 > 0 e 𝑣 > 0 ou 𝑎 < 0 e 𝑣 < 0, como o movimento é retrógrado também, então
𝑣 < 0, o que implica 𝑎 < 0. Portanto, um gráfico que representaria este movimento retilíneo
uniformemente acelerado e retrógrado está na letra 𝐷.
Na alternativa A, temos que a aceleração é positiva e a velocidade é negativa de 0 até o
instante em que o espaço se torna nulo, caracterizando um movimento retardado nesse trecho. Em
seguida, a velocidade se torna positiva, dando início a um movimento acelerado progressivo.
Na letra B, a velocidade é sempre positiva assim como a aceleração. Então, o movimento é
acelerado progressivo.
Na letra C, a função horária do espaço com o tempo é uma reta, o que corresponde a um
movimento retilíneo uniforme, mas nosso movimento é uniformemente variado.
Gabarito: D

18. (AFA – 2012)


Um bloco se movimenta retilineamente, do ponto A até o ponto C, conforme figura abaixo.

Sua velocidade 𝑣 em função do tempo 𝑡, ao longo da trajetória, é descrita pelo diagrama 𝑣 𝑥 𝑡


mostrado abaixo.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 113


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Considerando que o bloco passa pelos pontos 𝐴 e 𝐵 nos instantes 0 e 𝑡1 , respectivamente, e


para no ponto 𝐶 no instante 𝑡2 , a razão entre as distâncias percorridas pelo bloco nos trechos
̅̅̅̅ e 𝐴𝐵
𝐵𝐶 ̅̅̅̅ , vale
𝑡2 +𝑡1
a)
𝑡1
(𝑡2 −𝑡1 )2
b)
𝑡22
𝑡2 −𝑡1
c)
2𝑡1
𝑡2 +𝑡1
d)
2𝑡2

Comentários:
De acordo com o gráfico 𝑣 × 𝑡, a área do sob a curva corresponde numericamente a variação
do espaço. Então:
̅̅̅̅ = 𝑣0 ⋅ 𝑡1
𝐴𝐵
Para ̅̅̅̅
𝐵𝐶 , temos:
𝑣0 ⋅ (𝑡2 − 𝑡1 )
̅̅̅̅
𝐵𝐶 =
2
Fazendo a relação desejada, vem:
𝑣0 ⋅ (𝑡2 − 𝑡1 )
̅̅̅̅
𝐵𝐶
= 2
̅̅̅̅
𝐴𝐵 𝑣0 ⋅ 𝑡1
̅̅̅̅
𝐵𝐶 (𝑡2 − 𝑡1 )
=
̅̅̅̅
𝐴𝐵 2𝑡1
Gabarito: C

19. (AFA – 2013)


A figura 1 abaixo apresenta um sistema formado por dois pares de polias coaxiais, 𝐴𝐵 e 𝐶𝐷,
acoplados por meio de uma correia ideal e inextensível e que não desliza sobre as polias 𝐶 e 𝐵,
tendo respectivamente raios 𝑅𝐴 = 1 𝑚, 𝑅𝐵 = 2 𝑚, 𝑅𝐶 = 10 𝑚 e 𝑅𝐷 = 0,5 𝑚.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 114


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A polia 𝐴 tem a forma de um cilindro no qual está enrolado um fio ideal e inextensível de
comprimento 𝐿 = 10𝜋 𝑚 em uma única camada, como mostra a figura 2.

Num dado momento, a partir do repouso, o fio é puxado pela ponta 𝑃, por uma força 𝐹⃗
constante que imprime uma aceleração linear a, também constante, na periferia da polia 𝐴,
até que o fio se solte por completo desta polia. A partir desse momento, a polia 𝐶 gira até parar
após 𝑛 voltas, sob a ção de uma aceleração angular constante de tal forma que o gráfico da
velocidade angular da polia 𝐷 em função do tempo é apresentado na figura 3.

Nessas condições, o número total de voltas dadas pela polia 𝐴 até parar e o módulo da
aceleração 𝑎, em 𝑚/𝑠 2 , são, respectivamente,
a) 5𝑛, 𝜋
b) 5𝑛, 5𝜋
c) 2(𝑛 – 1), 3𝜋
d) 5(𝑛 + 1), 5𝜋

Comentários:
De acordo com o sistema físico proposto, sabemos que 𝐶 e 𝐷 possuem eixo em comum, ou
seja, eles possuem a mesma velocidade angular, 𝜔𝐶 = 𝜔𝐷 e, após o fio se soltar, 𝜔𝐷 = 2𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠.
As polias 𝐶 e 𝐷 estão ligadas por uma correia, então elas possuem a mesma velocidade linear.
Portanto:
𝑣𝐶 = 𝑣𝐵 ⇒ 𝜔𝐶 ⋅ 𝑅𝐶 = 𝜔𝐵 ⋅ 𝑅𝐵

Movimentos uniformes e uniformemente variados 115


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2𝜋 ⋅ 10 = 𝜔𝐵 ⋅ 2
𝜔𝐵 = 10𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠
Agora, perceba que A e B estão conectadas axialmente, conferindo a elas a mesma velocidade
angular. Então:
𝜔𝐵 = 𝜔𝐴 = 10𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠
Assim, a velocidade linear em A, após o fio se soltar, é dada por:
𝑣𝐴 = 𝜔𝐴 ⋅ 𝑅𝐴
𝑣𝐴 = 10𝜋 ⋅ 1
𝑣𝐴 = 10𝜋 𝑚/𝑠
Aplicando a equação de Torricelli, vem:
𝑣𝐴2 = 02 + 2 ⋅ 𝑎 ⋅ L
(10𝜋)2 = 2 ⋅ 𝑎 ⋅ (10𝜋)
𝑎 = 5𝜋 𝑚/𝑠 2
Note que a velocidade angular de A e de B é 5 vezes maior que a de C e de D, então a polia A
dará 5𝑛 voltas se a polia 𝐶 girar 𝑛 voltas até parar. Entretanto, inicialmente, A andou o comprimento
dado pelo comprimento do fio 𝐿 = 10𝜋 𝑚, que corresponde a 5 ⋅ 2𝜋, isto é, 5 voltas completas.
Portanto, A andou 5𝑛 + 5 voltas.
Gabarito: D

20. (AFA – 2013)


Duas partículas, 𝑎 e 𝑏, que se movimentam ao longo de um mesmo trecho retilíneo tem as suas
posições (𝑆) dadas em função do tempo (𝑡), conforme o gráfico abaixo.

O arco de parábola que representa o movimento da partícula 𝑏 e o segmento de reta que


representa o movimento de a tangenciam-se em 𝑡 = 3 𝑠. Sendo a velocidade inicial da
partícula 𝑏 de 8 𝑚/𝑠, o espaço percorrido pela partícula a do instante 𝑡 = 0 até o instante 𝑡 =
4 𝑠, em metros, vale
a) 3,0
b) 4,0

Movimentos uniformes e uniformemente variados 116


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c) 6,0
d) 8,0

Comentários:
De acordo com o gráfico de 𝑏, sabemos que corresponde a um movimento uniformemente
variado e no vértice da parábola corresponde ao ponto de inversão de movimento. Então, podemos
aplicar a função horária da velocidade neste ponto:
𝑣𝑏 = 𝑣𝑏 0 + 𝑎𝑏 ⋅ 𝑡
0 = 8 + 𝑎𝑏 ⋅ 4
𝑎𝑏 = −2 𝑚/𝑠 2
Quando a reta tangencia a parábola, as velocidades das partículas são iguais. Então:
𝑣𝑎 = 𝑣𝑏 = 𝑣𝑏0 + 𝑎𝑏 ⋅ 𝑡
𝑣𝑎 = 𝑣𝑏 = 8 − 2 ⋅ 3 = 2 𝑚/𝑠
A distância percorrida pela partícula 𝑎, que descreve um MRU, é dada por:
Δ𝑆𝑎 = 𝑣𝑎 ⋅ 𝑡
Δ𝑆𝑎 = 2 ⋅ 4 = 8 𝑚
Gabarito: D

21. (AFA – 2016)


Dois móveis, A e B, partindo juntos de uma mesma posição, porém com velocidades diferentes,
que variam conforme o gráfico abaixo, irão se encontrar novamente em um determinado
instante.

Considerando que os intervalos de tempo 𝑡1 − 𝑡0 , 𝑡2 − 𝑡1 , 𝑡3 − 𝑡2 , 𝑡4 − 𝑡3 e 𝑡5 − 𝑡4 são todos


iguais, os móveis A e B novamente se encontrarão no instante
a) 𝑡4
b) 𝑡5
c) 𝑡2
d) 𝑡3

Movimentos uniformes e uniformemente variados 117


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Comentários:
Como no gráfico 𝑣 × 𝑡 a área é numericamente igual a variação do espaço e dado que eles
saem da mesma posição, pela simetria do gráfico, notamos que eles iram se encontrar, isto é, terão
percorrido a mesma distância (mesma área sob a curva) em 𝑡4 .
Gabarito: A

22. (AFA – 2018)


O gráfico seguinte representa a velocidade escalar 𝑣 de uma partícula em movimento retilíneo.

Considerando que, em 𝑡 = 0, a partícula está na origem dos espaços (𝑆0 = 0), o gráfico que
melhor representa a posição (S) dessa partícula até o instante 𝑡 = 5 𝑠 é

Comentários:
O aluno esperto, notaria que entre 4 e 5 segundos a velocidade é nula, portanto, a posição
do espaço deve permanecer constante, o que daria apenas o gráfico da alternativa d.
Entre 0 e 2 segundos, a velocidade cresce linearmente com o tempo, temos aceleração
positiva, caracterizando um movimento uniformemente variado. Portanto, é esperado que o gráfico
da posição em função do tempo seja uma parábola com concavidade para cima. Além disso, note
que em 𝑡 = 1 𝑠, a velocidade do corpo é nula, portanto, descartamos a alternativa b.
Entre 2 e 3 segundos, temos que a velocidade é constante e positiva, portanto, é esperado
que o espaço aumente linearmente com o tempo, como mostram apenas a e d.
Entretanto, note que entre 4 e 5 segundos, a velocidade é nula, ou seja, não há variação do
espaço, portanto, sobra apenas a letra d.
Gabarito: D

Movimentos uniformes e uniformemente variados 118


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23. (AFA – 2019)


Três partículas, 𝐴, 𝐵 e 𝐶, movimentam-se, com velocidades constantes, ao longo de uma
mesma direção. No instante inicial, 𝑡0 = 0, a distância entre 𝐴 e 𝐵 vale 𝑥, e entre 𝐵 e 𝐶 vale 𝑦,
como indica a figura a seguir.

Em 𝑡 = 2 𝑠, a partícula 𝐴 cruza com a partícula 𝐵. Em 𝑡 = 3 𝑠, a partícula 𝐴 cruza com a


partícula 𝐶. A partícula 𝐶 alcançará a partícula 𝐵 no instante dado pela relação
6𝑦
a)
2𝑦−𝑥
6(𝑦−𝑥)
b)
2𝑦−3𝑥
𝑦−𝑥
c)
3𝑥
3𝑦
d)
𝑦−𝑥

Comentários:
Inicialmente, vamos escrever a função horária do espaço para cada móvel:
𝑠𝐴 = 𝑣𝐴 ⋅ 𝑡
{ 𝑠𝐵 = 𝑥 + 𝑣𝐵 ⋅ 𝑡
𝑠𝐶 = 𝑥 + 𝑦 + 𝑣𝐵 ⋅ 𝑡
Em 𝑡 = 2 𝑠, a partícula A cruza com a partícula B, isto é, elas possuem a mesma posição do
espaço:
𝑠𝐴 = 𝑠𝐵
𝑣𝐴 ⋅ 𝑡 = 𝑥 + 𝑣𝐵 ⋅ 𝑡
𝑣𝐴 ⋅ 2 = 𝑥 + 𝑣𝐵 ⋅ 2 (𝑒𝑞. 1)
Em 𝑡 = 3 𝑠, a partícula A cruza com a partícula C, ou seja, elas possuem a mesma posição do
espaço:
𝑠𝐴 = 𝑠𝐶
𝑣𝐴 ⋅ 𝑡 = 𝑥 + 𝑦 + 𝑣𝐶 ⋅ 𝑡
𝑣𝐴 ⋅ 3 = 𝑥 + 𝑦 + 𝑣𝐶 ⋅ 3 (𝑒𝑞. 2)
Quando a partícula C alcançar a partícula B, temos:
𝑠𝐶 = 𝑠𝐵
𝑥 + 𝑦 + 𝑣𝐶 ⋅ 𝑡𝑒 = 𝑥 + 𝑣𝐵 ⋅ 𝑡𝑒

Movimentos uniformes e uniformemente variados 119


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𝑦
𝑡𝑒 =
𝑣𝐵 − 𝑣𝐶
Dividindo a equação 1 por 2, temos:
2𝑣𝐴 𝑥 + 𝑣𝐵 ⋅ 2
=
3𝑣𝐴 𝑥 + 𝑦 + 𝑣𝐶 ⋅ 3
2𝑥 + 2𝑦 + 6𝑣𝐶 = 3𝑥 + 6𝑣𝐵
2𝑦 − 𝑥
𝑣𝐵 − 𝑣𝐶 =
6
Portanto:
𝑦
𝑡𝑒 =
2𝑦 − 𝑥
6
6𝑦
𝑡𝑒 =
2𝑦 − 𝑥
Gabarito: A

24. (EFOMM – 2017)


Um trem deve partir de uma estação 𝐴 e parar na estação 𝐵, distante 4 km de 𝐴. A aceleração
e a desaceleração podem ser, no máximo, de 5,0 𝑚/𝑠 2 , e a maior velocidade que o trem atinge
é de 72 𝑘𝑚/ℎ. O tempo mínimo para o trem completar o percurso de 𝐴 a 𝐵 é, em minutos, de:
a) 1,7
b) 2,0
c) 2,5
d) 3,0
e) 3,4

Comentários:
Devemos notar que para realizar o percurso no menor tempo possível, o trem deve
permanecer o maior tempo possível com velocidade máxima. Ele parte do repouso da estação 𝐴 e
deve para na estação 𝐵. Portanto, para alcançar a velocidade máxima ele deve utilizar a aceleração
máxima e para conseguir parar em 𝐵, ele deve usar a desaceleração máxima, pois assim ele consegue
permanecer por mais tempo com velocidade máxima.
Se fizermos um gráfico da velocidade pelo tempo, teríamos algo como:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 120


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Note que o módulo da aceleração representa tangente de 𝛼. Como a aceleração máxima é de


2
5 𝑚/𝑠 , então ele leva 4 segundos para alcançar a velocidade de 20 𝑚/𝑠 (72 𝑘𝑚/ℎ). No gráfico
𝑣 × 𝑡 a área representa numericamente a variação do espaço, então:
Δ𝑆 = 𝐴1 + 𝐴2 + 𝐴3
4 ⋅ 20 20 ⋅ (𝑡 + 4 − 𝑡 )
4000 = + 20 ⋅ (𝑡 − 4) +
2 2
𝑡 = 200 𝑠
𝑡 ≅ 3,4 𝑚𝑖𝑛
Gabarito: E

25. (EFOMM – 2017)

Considere uma polia girando em torno de seu eixo central, conforme figura abaixo. A
velocidade dos pontos 𝐴 e 𝐵 são, respectivamente, 60 𝑐𝑚/𝑠 e 0,3 𝑚/𝑠. A distância 𝐴𝐵 vale
10 𝑐𝑚. O diâmetro e a velocidade angular da polia, respectivamente, valem:

a) 10 𝑐𝑚 e 1,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠
b) 20 𝑐𝑚 e 1,5 𝑟𝑎𝑑/𝑠
c) 40 𝑐𝑚 e 3,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠
d) 50 𝑐𝑚 e 0,5 𝑟𝑎𝑑/𝑠
e) 60 𝑐𝑚 e 2,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠

Comentários:
Se a polia está girando em torno do eixo, portanto a velocidade angular do ponto 𝐴 e do
ponto 𝐵 são iguais. Transformando as unidades para o SI, temos:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 121


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𝑉𝐴 𝑉𝐵
𝜔= =
𝑅𝐴 𝑅𝐵
0,6 0,3
=
𝑅𝐴 𝑅𝐵
0,6 0,3
=
𝑅𝐴 𝑅𝐴 − 0,1
2𝑅𝐴 − 0,2 = 𝑅𝐴
𝑅𝐴 = 0,2 𝑚
𝐷 = 0,4 𝑚 = 40 𝑐𝑚
Logo:
0,6
𝜔= = 3 𝑟𝑎𝑑/𝑠
0,2
Gabarito: C

26. (EFOMM – 2015)

Um carro se desloca, partindo do repouso, segundo o gráfico dado:

O espaço total percorrido é de


a) 48,3 km.
b) 52,8 km.
c) 55,7 km.
d) 59,4 km.
e) 61,5 km.

Comentários:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 122


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No gráfico 𝑣 × 𝑡, a área é numericamente igual a variação do espaço do móvel, mas note que
o tempo está em minutos, devemos dividir por 60 para passar para horas. Portanto:
1 (30 + 25) ⋅ 80 (35 − 30) ⋅ (100 + 80) (40 − 35) ⋅ 100
𝐴= ⋅( + + )
60 2 2 2
1
𝐴= ⋅ (2200 + 450 + 250)
60
2900
𝐴= = 48,3 𝑘𝑚
60
Gabarito: A

27. (EFOMM – 2014)

No circuito da figura dada, a distância entre as linhas 𝐴 e 𝐵, é de 512 𝑚. O carro número 1,


que estava parado na linha 𝐴, como indicado na figura, parte com aceleração de 4 𝑚/𝑠 2 , que
mantém constante até cruzar a linha 𝐵. No mesmo instante em que o carro número 1 parte
(podemos considerar 𝑡 = 0 𝑠), o carro número 2 passa em MRU (Movimento Retilíneo
Uniforme) com velocidade de 120 km/h, que mantém até cruzar a linha B. A velocidade,
aproximada, do carro número 1 ao cruzar a linha B e o carro que a cruza primeiro são,
respectivamente,
a) 230 km/h e carro número 2.
b) 230 km/h e carro número 1.
c) 120 km/h e carro número 1.
d) 120 km/h e carro número 2.
e) 180 km/h e carro número 1.

Comentários:
Escrevendo a equação horária de cada móvel, colocando como origem a linha A e orientado
para B, temos:
𝑎1 𝑡 2
𝑆1 = 𝑆01 + 𝑣01 ⋅ 𝑡 +
2
2
4𝑡
𝑆1 = 0 + 0 ⋅ 𝑡 + = 2𝑡 2
2

Movimentos uniformes e uniformemente variados 123


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𝑆2 = 𝑆0 2 + 𝑣2 ⋅ 𝑡
120
𝑆2 = 0 +⋅𝑡
3,6
100
𝑆2 = ⋅𝑡
3
O tempo que cada um leva para chegar ao ponto 𝐵 é dado por:
512 = 2𝑡12
𝑡1 = 16 𝑠
100
512 = ⋅ 𝑡2
3
𝑡2 = 15,36 𝑠
A equação horária da velocidade de 1 é dada por:
𝑣1 = 𝑣01 + 𝑎1 ⋅ 𝑡
Logo, na chegada o móvel 1 chega em B com velocidade de:
𝑣1 = 0 + 4 ⋅ 16
𝑣1 = 64 𝑚/𝑠 ou 𝑣1 = 230,4 𝑘𝑚/ℎ
Portanto, o carro 2 chega primeiro ao ponto B, com velocidade igual a 120 km/h e o carro 1
chega em B com velocidade de 230,4 km/h.
Gabarito: A

28. (EFOMM – 2012)

Devido à resistência do ar, após algum tempo descendo sem pedalar um longo plano inclinado
de 30°, o ciclista da figura atingiu uma velocidade escalar máxima constante 𝑣, com as rodas
de raio igual a 25,0 𝑐𝑚 girando, sem deslizar, com frequência angular de 10 𝑟𝑎𝑑/𝑠. Nessa
velocidade, considerando uma altura inicial ℎ igual a 75,0 𝑚, a roda dianteira tocara o plano
horizontal num intervalo de tempo, em segundos, igual a

a) 375
b) 240

Movimentos uniformes e uniformemente variados 124


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c) 150
d) 60,0
e) 33,3

Comentários:
Como a roda gira sem deslizar, podemos dizer que a velocidade tangencial da roda é dada
por:
𝑣 = 𝜔 ⋅ 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎
Da geometria do problema, a distância percorrida no plano inclinado é dada por:

Δ𝑠 =
𝑠𝑒𝑛(𝜃)
Em que 𝜃 é a inclinação do plano com a horizontal. Portanto, o tempo gasto é de:

Δ𝑠 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
Δ𝑡 = =
𝑣 𝜔 ⋅ 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎

Δ𝑡 =
𝜔 ⋅ 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
Substituindo valores:
75
Δ𝑡 =
1
10 ⋅ 0,25 ⋅
2
Δ𝑡 = 60,0 𝑠
Gabarito: D

29. (EFOMM – 2008)

Na figura acima, temos um sistema de transmissão de movimento de um dos motores


auxiliares de um navio, formado por três discos 𝐴, 𝐵 e 𝐶. Os raios dos discos 𝐵 e 𝐶 são iguais e
correspondem à metade do raio do disco 𝐴. Sabe-se que o disco 𝐴 move-se solidariamente
com o disco 𝐵 através de uma correia, e que os discos 𝐴 e 𝐶 estão ligados ao mesmo eixo
central. Analise as afirmativas abaixo.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 125


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I. A velocidade angular do disco 𝐶 é metade do disco 𝐵.


II. A velocidade escalar de um ponto do perímetro do disco 𝐴 é o dobro da velocidade escalar
de um ponto do perímetro do disco 𝐶.
II. Os discos 𝐵 e 𝐶 têm a mesma velocidade escalar em pontos de seus perímetros.
III. O período do disco 𝐶 é o dobro do período do disco 𝐵.
IV. As frequências dos discos 𝐴 e 𝐵 são iguais.
Com base nessas informações, assinale a alternativa correta.
a) Apenas a afirmativa I é verdadeira.
b) As afirmativas II e I são verdadeiras.
c) As afirmativas III e IV são verdadeiras.
d) As afirmativas I, II, IV são verdadeiras.
e) As afirmativas I e IV são verdadeiras.

Comentários:
Diante do sistema em questão, temos que:
𝑅𝐴
𝑅𝐵 = 𝑅𝐶 =
2
Além disso, de acordo com sistema de transmissão criado, temos:
𝜔𝐴 = 𝜔𝐶
𝑣𝐴 = 𝑣𝐵
𝜔𝐴 𝜔𝐵 𝜔𝐴 𝜔𝐵
= ⇒ = ⇒ 𝜔𝐴 = 𝜔𝐶 = 2𝜔𝐵
𝑅𝐴 𝑅𝐵 2𝑅𝐵 𝑅𝐵
Portanto, o item I está errado.
Como 𝜔𝐴 = 𝜔𝐶 , então:
𝑣𝐴 𝑣𝐶 𝑣𝐴 𝑣𝐶
𝜔𝐴 = 𝜔𝐶 ⇒ = ⇒ = ⇒ 𝑣𝐴 = 2𝑣𝐶
𝑅𝐴 𝑅𝐶 2𝑅𝐶 𝑅𝐶
Mas:
𝜔𝐶 = 2𝜔𝐵
𝑣𝐶 2𝑣𝐵
= ⇒ 𝑣𝐶 = 2𝑣𝐵
𝑅𝐶 𝑅𝐵
Logo, o item II está incorreto.
Como 𝜔𝐴 = 𝜔𝐶 = 2𝜔𝐵 , então:
𝜔𝐴 = 𝜔𝐶 = 2𝜔𝐵
2𝜋 2𝜋 2𝜋
= =2
𝑇𝐴 𝑇𝐶 𝑇𝐵

Movimentos uniformes e uniformemente variados 126


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𝑇𝐵 = 2𝑇𝐶 = 2𝑇𝐴
Assim, o período de B é o dobro de C.
Por fim, como 𝜔𝐴 = 2𝜔𝐵 , então:
𝜔𝐴 = 2𝜔𝐵
2𝜋𝑓𝐴 = 2 ⋅ 2𝜋𝑓𝐵
𝑓𝐴 = 2𝑓𝐵
O item IV também está incorreto. Provavelmente esta questão foi anulada.
Gabarito: sem alternativa.

30. (EFOMM – 2007)

0 gráfico acima mostra a evolução da velocidade escalar instantânea de uma partícula no


tempo que em 𝑡 = 0 encontrava-se na posição 𝑥 = 20 𝑘𝑚. Sobre a descrição do movimento
da partícula no instante 𝑡𝑝 , referente ao ponto 𝑃 marcado na curva, analise as afirmativas
abaixo.
I - A partícula se dirige para a origem das posições.
II - A partícula se afasta da origem das posições.
III - A aceleração é nula.
IV - O movimento é progressivo e desacelerado.
V - O movimento é retrógrado e desacelerado.
Assinale a alternativa correta.
a) As afirmativas I e II são verdadeiras.
b) As afirmativas I e V são verdadeiras.
c) As afirmativas II e III são verdadeiras.
d) As afirmativas III e IV são verdadeiras.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 127


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e) As afirmativas IV e V são verdadeiras.

Comentários:
Pelo gráfico, ao traçarmos a reta tangente à curva no ponto P, vemos que a reta tangente tem
inclinação para positiva, isto é, a aceleração é positiva. Como a velocidade é negativa no ponto P, ao
fazer o produto 𝑎 ⋅ 𝑣 vemos que ele é negativo, ou seja, o movimento é retardado. Como a
velocidade é negativa (-20 km/h), então estamos em um movimento retardado retrógrado.
Portanto, o móvel está se aproximando da origem, pois temos um movimento retardado retrógrado.
Logo, os únicos itens corretos são I e V.
Por exclusão, os outros itens devem já estão errados.
Gabarito: B

31. (VUNESP 1991)


Uma caixa de papelão vazia, transportada na carroceria de um caminhão que trafega a 90km/h
num trecho reto de uma estrada, é atravessada por uma bala perdida. A largura da caixa é de
2,00m, e a distância entre as retas perpendiculares às duas laterais perfuradas da caixa e que
passam, respectivamente, pelos orifícios de entrada e de saída da bala (ambos na mesma
altura) é de 0,20m.

a) Supondo que a direção do disparo é perpendicular as laterais perfuradas da caixa e ao


deslocamento do caminhão e que o atirador estava parado na estrada, determine a velocidade
da bala.

b) Supondo, ainda, que o caminhão se desloca para a direita, determine qual dos orifícios é o
de entrada da bala.
Comentários:
a)
Inicialmente, devemos notar que a bala incide perpendicularmente a lateral do caminhão e
considerando a velocidade da bala muito grande, isto é, o tempo de perfuração na lataria do
caminhão é muito pequeno e, portanto, a bala não sofre desvio em sua trajetória, a bala percorre

Movimentos uniformes e uniformemente variados 128


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uma linha reta mas ela sai em um orifício em uma linha diferente a perpendicular que entrou devido
ao fato do caminhão ter uma velocidade para a direita.
De imediato, percebemos que a bala perdida entrou pelo orifício A, pois, como o caminhão
está indo para a direita, quando a bala sai pela outra lateral, todo o caminhão deslocou para a direita.
A figura dá uma falsa ideia de que a bala andou em diagonal, o que não ocorreu de fato.
Sendo assim, o tempo que a bala leva para atravessar o caminhão é o mesmo tempo que o
caminhão deslocou para a direita. A distância que o caminhão percorreu é definida pelas linhas
pontilhadas perpendiculares a lateral do caminhão.
Dessa forma:
Δ𝑠𝑐𝑎𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎𝑜 0,2 2
Δ𝑡𝑏𝑎𝑙𝑎 = = = 𝑠
𝑣𝑐𝑎𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎𝑜 90 250
3,6
Δ𝑠𝑏𝑎𝑙𝑎 2
Logo, a velocidade da bala será: 𝑣𝑏𝑎𝑙𝑎 = = 2 ⇒ 𝑣 = 250 𝑚/𝑠
Δ𝑡𝑏𝑎𝑙𝑎
250

b)
Conforme explicado no item a), a bala entra pelo orifício A e sai pelo orifício B.
Gabarito: a) 250 m/s b) orifício A

32. (UFC – modificada)


Uma lâmpada pende de um teto ficando a uma altura H do solo. Um atleta de altura h passa
sob a lâmpada se deslocando em linha reta com velocidade constante V. Determine a
velocidade com que a sombra da parte superior da cabeça do atleta se desloca no solo.

Comentários:
Vamos considerar como instante inicial o momento em que o atleta está exatamente abaixo
da lâmpada e um instante 𝑡, em que existe uma projeção da cabeça do atleta no solo.
Fazendo um desenho esquemático, podemos dizer que:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 129


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Dessa forma, podemos dizer que o triângulo ABC é semelhante ao triângulo DEC, portanto:
𝐻 Δ𝑠𝑠𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎 𝐻 𝑣𝑠𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎 . 𝑡 𝑉. 𝐻
= ⇒ = ⇒ 𝑣𝑠𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎 =
𝐻−ℎ Δ𝑠𝑎𝑡𝑙𝑒𝑡𝑎 𝐻−ℎ 𝑣𝑎𝑡𝑙𝑒𝑡𝑎 . 𝑡 𝐻−ℎ
𝑽.𝑯
Gabarito: 𝒗𝒔𝒐𝒎𝒃𝒓𝒂 =
𝑯−𝒉

33. (ITA)
Um avião a jato passa sobre um observador, em voo horizontal. Quando ele está exatamente
na vertical que passa pelo observador, o som parece vir de um ponto atrás do avião, numa
direção inclinada 30º com a vertical. Sendo 𝑣𝑠 a velocidade do som, calcule a velocidade escalar
do avião.
Comentários:
Vamos fazer um desenho esquemático para representar o problema:

O tempo que o som leva quando o avião está em O até chegar ao observador é o mesmo
tempo que o avião leva para ir de O para P.
Portanto:
𝑡𝑎𝑣𝑖ã𝑜𝑂→𝑃 = 𝑡𝑠𝑜𝑚 𝑂→𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑜𝑟

Movimentos uniformes e uniformemente variados 130


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𝑑3 𝑑2
=
𝑣𝑎𝑣𝑖ã𝑜 𝑣𝑠
1 𝑑3
Da geometria do problema, temos que: 𝑠𝑒𝑛(30°) = = .
2 𝑑2

Logo, temos que:


𝑑3
𝑣𝑎𝑣𝑖ã𝑜 = ( ) . 𝑣𝑠
𝑑2
𝑣𝑠
𝑣𝑎𝑣𝑖ã𝑜 =
2
𝒗𝒔
Gabarito: 𝒗𝒂𝒗𝒊ã𝒐 =
𝟐

34. (ITA-2016)
No sistema de sinalização de trânsito urbano chamado de “onda verde”, há semáforos com
dispositivos eletrônicos que indicam a velocidade a ser mantida pelo motorista para alcançar
o próximo sinal ainda aberto. Considere que de início o painel indique uma velocidade de 45
km/h. Alguns segundos depois ela passa para 50 km/h e, finalmente, para 60 km/h. Sabendo
que a indicação de 50 km/h no painel demora 8,0 s antes de mudar para 60 km/h, então a
distância entre os semáforos é de:
a) 1,0 × 10−1 km.
b) 2,0 × 10−1 km.
c) 4,0 × 10−1 km.
d) 1,0 km.
e) 1,2 km.

Comentários:
Considere que um primeiro carro vai do primeiro para o segundo semáforo com velocidade
de 45 km/h. Então, podemos dizer que a distância entre os semáforos será:
𝑑 = 45. 𝑇 (1)
Um segundo carro, andando a 50 km/h passa pelo primeiro semáforo (indicação do painel) e
dentro de 8 segundos o painel alterará sua velocidade para 60 km/h. Portanto, o segundo carro terá
8
𝑇− para percorrer a mesma distância com velocidade de 50 km/h. Então, podemos escrever a
3600
distância percorrida pelo segundo carro:
8
𝑑 = 50. (𝑇 −) (2)
3600
Isolando 𝑇 em (1) e substituindo em (2), temos:
𝑑 8 50 50.8 5 50.8
𝑑 = 50. ( − ) ⇒ 𝑑. −𝑑 = ⇒ 𝑑. = ⇒ 𝑑 = 1 𝑘𝑚
45 3600 45 3600 45 3600
É uma questão difícil de interpretar.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 131


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Gabarito: D

35. (ITA – 1992)


Dois automóveis que correm em estradas retas e paralelas, têm posições a partir de uma
origem em comum, dadas por:
𝑥1 = (30𝑡 )𝑚
𝑥2 = (1,0.103 + 0,2𝑡 2 )𝑚
Calcule o(s) instante(s) 𝑡 (𝑡′) em que os dois automóveis devem estar lado a lado. Na resposta,
faça um esboço gráfico de 𝑥1 (𝑡) e 𝑥2 (𝑡).
𝑡 (𝑠) e 𝑡′(𝑠)
a) 100 e 100
b) 2,5 e 7,5
c) 50 e 100
d) 25 e 75
e) nunca ficarão lado a lado

Comentários:
Dado que as estradas são linhas retas e paralelas e os espaços são tomados a partir de uma
origem comum, podemos escrever que as posições dos automóveis serão coincidentes quando:
𝑥1 = 𝑥2
30𝑡 = 1,0.103 + 0,2𝑡 2
Assim, encontramos que 𝑡 = 50 𝑠 e 𝑡 ′ = 100 𝑠.
Graficamente, temos que:

Gabarito: C

36. (ITA – 1996)

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Um automóvel a 90 km/h passa por um guarda num local que a velocidade máxima é 60 km/h.
O guarda começou a perseguir o infrator com sua motocicleta, mantendo aceleração constante
até que atinge 108 km/h em 10 s e continua com essa velocidade até alcançá-lo, quando lhe
faz parar. Pode-se afirmar que:
a) o guarda levou 5 s para alcançar o carro.
b) o guarda levou 60 s para alcançar o carro.
c) a velocidade do guarda ao alcançar o carro era de 25m/s.
d) o guarda percorreu 750m desce que saiu em perseguição até alcançar o motorista infrator.
e) nenhuma das respostas acima é correta.

Comentários:
Considerando que o guarda começa seu movimento no instante em que o automóvel passa
por ele, podemos escrever o gráfico 𝑣 × 𝑡 e vamos utilizar o conceito da área do gráfico 𝑣 × 𝑡 ser
numericamente igual a variação do espaço. Atenção com as unidades! As unidades do enunciado
estão em 𝑘𝑚/ℎ, mas vamos transformá-las em 𝑚/𝑠, como estão as respostas:
108
𝑣𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎 = = 30 𝑚/𝑠
3,6
90
𝑣𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟𝑖𝑠𝑡𝑎 = = 25 𝑚/𝑠
3,6

No instante 𝑡 em que o guarda alcança o motorista infrator, podemos escrever que seus
espaços são iguais e ainda dizer que a variação de espaço foi a mesma pois ambos têm a mesma
origem de espaço (momento em que o infrator passa pelo guarda). Logo:
𝑠𝐺𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎 = 𝑠𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟𝑖𝑠𝑡𝑎 ⇒ 𝑠𝐺𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎 − 𝑠0 = 𝑠𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟𝑖𝑠𝑡𝑎 − 𝑠0
⇒ Δ𝑠𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎 = Δ𝑠𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟𝑖𝑠𝑡𝑎
Calculando a área abaixo de cada figura até o instante 𝑡, temos que:
𝑡 + (𝑡 − 10)
Δ𝑠𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎 = . 30 = 15(2𝑡 − 10)
2

Movimentos uniformes e uniformemente variados 133


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Δ𝑠𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟𝑖𝑠𝑡𝑎 = 25. 𝑡
Então:
15(2𝑡 − 10) = 25. 𝑡
𝑡 = 30 𝑠
Dessa forma, o deslocamento do guarda é dado por:
Δ𝑠𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎 = 25.30 ⇒ Δ𝑠𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎 = 750 𝑚
Gabarito: D

37. (ITA-2001)
Uma partícula, partindo do repouso, percorre, no intervalo de tempo t, uma distância D. Nos
intervalos de tempo seguintes, todos iguais a t, as respectivas distâncias percorridas são iguais
a 3D, 5D, 7D, etc. A respeito desse movimento pode-se afirmar que:
(A) a distância da partícula desde o ponto em que inicia seu movimento cresce
exponencialmente com o tempo.
(B) a velocidade da partícula cresce exponencialmente com o tempo.
(C) a distância da partícula desde o ponto em que inicia seu movimento é diretamente
proporcional ao tempo elevado ao quadrado.
(D) a velocidade da partícula é diretamente proporcional ao tempo elevado ao quadrado.
(E) nenhuma das opções acima está correta.

Comentários:
Vamos atacar essa questão de duas formas: por gráfico e por função horária do espaço:
1) Gráfico:
Vamos admitir que o movimento é um MUV, portanto:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 134


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Então:
𝑎𝑡 2
Δ𝑠1 = =𝐷
2
(2𝑡 − 𝑡) 𝑎𝑡 2
Δ𝑠2 = (𝑎𝑡 + 2𝑎𝑡 ). = 3. = 3𝐷
2 2
(3𝑡 − 2𝑡 ) 𝑎𝑡 2
Δ𝑠3 = (2𝑎𝑡 + 3𝑎𝑡 ). = 5. = 5𝐷
2 2
Portanto, podemos dizer que o movimento possui as características, de fato, de um MUV,
𝑎𝑡 2
logo, o deslocamento é 𝐷 = .
2

2) função horária do espaço: vamos dizer que o espaço do móvel é dado por:
𝑠 = 𝑘. 𝑡 𝑛
Ou seja, a distância é proporcional a 𝑡 𝑛 , ainda não sabemos a natureza do movimento, por
isso não podemos assumir um tipo de movimento, apenas sabemos que ele percorre distâncias em
progressão aritmética, isto é:
0 → 𝑡: 𝑠1 − 0 = 𝑘. 𝑡 𝑛 − 0 ⇒ 𝑠1 = 𝑘. 𝑡 𝑛 = 𝐷
𝑡 → 2𝑡: 𝑠2 − 𝑠1 = 𝑘. (2𝑡 )𝑛 − 𝑘. 𝑡 𝑛 ⇒ 𝑘. 𝑡 𝑛 (2𝑛 − 1) = 3𝐷
2𝑡 → 3𝑡: 𝑠3 − 𝑠2 = 𝑘 (3𝑡 )𝑛 − 𝑘 (2𝑡 )𝑛 ⇒ 𝑘. 𝑡 𝑛 (3𝑛 − 2𝑛 ) = 5𝐷
E assim sucessivamente.
Pegando as duas primeiras, verificamos que:
𝑘. 𝑡 𝑛 = 𝐷 𝑒 𝑘. 𝑡 𝑛 (2𝑛 − 1) = 3𝐷
⇒ 𝐷. (2𝑛 − 1) = 3𝐷
2𝑛 = 22
∴𝑛=2
Logo, temos que a função horária do espaço é dada por 𝑠 = 𝑘. 𝑡 2 , demonstrando que se trata
de uma partícula num MUV. Essa relação das distâncias percorridas em tempos iguais, partindo do
repouso, é conhecida como regra de Galileu.
A alternativa a) está errada pois afirma que o espaço da partícula cresce exponencialmente,
mas sabemos que o espaço cresce como uma função quadrática.
Como se trata de um MUV, a velocidade cresce linearmente com o tempo, logo, as
alternativas b) e d) estão incorretas. Como a alternativa c) está correta, não pode ser a alternativa
e). Antigamente o ITA tinha o costume de colocar como última alternativa “nenhuma das opções
acima está correta”. Nos dias atuais o ITA não faz mais isto.
Gabarito: C

38. (ITA – 2016)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 135


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A partir do repouso, um foguete de brinquedo é lançado verticalmente do chão, mantendo


uma aceleração constante de 5,00 𝑚/𝑠 2 durante os 10,0 primeiros segundos. Desprezando a
resistência do ar, a altura máxima atingida pelo foguete e o tempo total de sua permanência
no ar são?
a) 375 m e 23,7 s.
b) 375 m e 30,0 s.
c) 375 m e 34,1 s.
d) 500 m e 23,7 s.
e) 500 m e 34,1 s.
Comentários:
Vamos dividir o problema em 2 etapas:
1) subida acelerada: o foguete sobe com uma aceleração de 5 m/s² durante 10 s, portanto, ele
alcança uma altura de:
𝑎𝑡 2
ℎ1 = ℎ0 + 𝑣0 . 𝑡 +
2
No nosso problema, temos que ℎ0 = 0 e 𝑣0 = 0, logo:
5.102
ℎ1 = = 250 𝑚
2

𝑣12 = 𝑣02 + 2. 𝑎. ℎ1 = 2.5.250


𝑣1 = 50 𝑚/𝑠
2) foguete continua subindo, mas num movimento retardado, pois a aceleração da gravidade está
desacelerando o corpo, até que ele pare atingindo uma altura ℎ2 , então por Torricelli:
𝑣22 = 𝑣12 − 2. 𝑔. ℎ2
0 = 2500 − 2.10. ℎ2
ℎ2 = 125 𝑚
Portanto, a altura em relação ao solo é:
𝐻 = ℎ1 + ℎ2 = 250 + 125 = 375 𝑚
3) tempo para o foguete que está a uma altura ℎ1 chegar ao solo, dado que ele tem uma velocidade
𝑣1 , e está sujeito a uma aceleração gravitacional g para baixo:
Como sempre adotamos nossa orientação da trajetória para cima, podemos construir a
equação do espaço:
𝑎𝑡 2
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣0 . 𝑡 +
2
𝑔. 𝑡22
0 = ℎ1 + 𝑣1 . 𝑡2 −
2
2
5𝑡2 − 50𝑡2 − 250 = 0
𝑡22 − 10𝑡2 − 50 = 0
𝑡22 − 2.5. 𝑡2 + 52 − 75 = 0

Movimentos uniformes e uniformemente variados 136


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(𝑡2 − 5)2 = 75
𝑡2 − 5 = ±√75
𝑡2 = 5 ± √75
Como √75 > 5, não podemos pegar o caso de 5 − √75. Logo, nosso tempo nessa parte do
movimento é 5 + √75.
Portanto, o tempo total é de 𝑡𝑇 = 10 + 5 + √75 = 15 + 5√3. Considerando raiz de 3 igual
a 1,7 (é comum está consideração no vestibular do ITA), temos que o tempo total será:
𝑡𝑇 ≅ 15 + 5.1,7 ≅ 23,7 𝑠
Gabarito: A

39. (ITA – 2005)


Um avião de vigilância aérea está voando a uma altura de 5,0 km, com velocidade de
50√10 𝑚/𝑠 no rumo norte, e capta no radiogoniômetro um sinal de socorro vindo da direção
noroeste, de um ponto fixo no solo. O piloto então liga o sistema de pós-combustão da turbina,
40√10
imprimindo uma aceleração constante de 6,0 𝑚/𝑠 2 . Após 𝑠, mantendo a mesma direção,
3
ele agora constata que o sinal está chegando da direção oeste. Neste instante, em relação ao
avião, o transmissor do sinal se encontra a uma distância de:

a) 5,2 km.
b) 6,7 km.
c) 12 km.
d) 13 km.
e) 28 km.

Comentários:
Inicialmente, o piloto está voando para o norte, vamos calcular seu deslocamento para o
norte, mantendo-se a altura de 5,0 km:
2
40√10
6. ( )
𝑎. 𝑡 2 √10 3
∆𝑠 = 𝑣0 . 𝑡 + = 50√10. 40. +
2 3 2
∆𝑠 = 12000 𝑚 = 12 𝑘𝑚
Portanto, em relação ao transmissor, o avião está a 12 km para o norte e a 5 km de altura,
logo, pelo teorema de Pitágoras, temos que a distância do avião ao transmissor é:
𝑑 2 = 122 + 52
𝑑 = 13 𝑘𝑚
Gabarito: D
40. (ITA 2002)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 137


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Billy sonha que embarcou em uma nave espacial para viajar até o distante planeta Gama,
situado a10,0 anos-luz da terra. Metade do percurso foi percorrida com aceleração de 15m/s²,
e o restante com desaceleração da mesma magnitude. Desprezando a atração gravitacional e
efeitos relativos, estime o tempo total em meses de ida e volta da viagem do sonho de Billy,
justifique sua resposta.

Comentários:
Vamos lembrar o que é um ano-luz: um ano –luz é a distância percorrida pela luz no vácuo
dentro de um ano. Embora muitas pessoas façam confusão, anos-luz não é medida de tempo, é uma
medida de distância.
Diante disso, podemos dizer que a distância de 1 ano-luz, considerando a velocidade da luz
no vácuo igual a 3.108 , é:
1𝑎𝑛𝑜 − 𝑙𝑢𝑧 = 3.108 . 365.24.3600 ≅ 946.1013 𝑚
A primeira metade é percorrida com aceleração escalar constante de 15 𝑚/𝑠 2 . Então:
1 2
∆𝑠1 = 𝑎𝑡
2 1
1
5.946.1013 = . 15. 𝑡12
2
𝑡1 = 7,94.107 𝑠
O tempo total (ida e volta) do percurso é 4. 𝑡1 . Portanto, o tempo total é:
𝑇 = 4𝑡1
𝑇 = 31,76.107 𝑠
𝑇 = 122,5 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
Gabarito: 122,5 meses.

41. (ITA – 1980)


Um móvel A parte da origem O, com velocidade inicial nula, no instante𝑡0 = 0 e percorre o
eixo Ox com aceleração constante 𝑎. Após um intervalo de tempo Δ𝑡, contada a partir da saída
de A, um segundo móvel B parte de O com aceleração igual a 𝑛. 𝑎, sendo 𝑛 > 1. B alcançara A
no instante:
√𝑛
a) 𝑡 = ( + 1) . ∆𝑡.
√𝑛−1
√𝑛
b) 𝑡 = ( − 1) . ∆𝑡.
√𝑛−1
√𝑛−1
c) 𝑡 = ( ) . ∆𝑡.
√𝑛
√𝑛+1
d) 𝑡 = ( ) . ∆𝑡.
√𝑛
√𝑛
e) 𝑡 = ( ) . ∆𝑡.
√𝑛−1

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Comentários:
O considerando que o móvel A sair em 𝑡0 = 0 e B sai no 𝑡0 = ∆𝑡, podemos escrever a equação
horária para cada móvel:
𝑎
𝑠𝐴 = 𝑡 2
2
𝑛. 𝑎. (𝑡 − ∆𝑡 )2
𝑠𝐵 =
2
Momento do encontro:
𝑠𝐴 = 𝑠𝐵
𝑎 2 𝑛. 𝑎. (𝑡 − ∆𝑡 )2
𝑡 =
2 2
Como 𝑡 > 0 sempre, então:
𝑡 = √𝑛(𝑡 − ∆𝑡 )

√𝑛
𝑡= . ∆𝑡
√𝑛 − 1
Gabarito: E

42. (ITA – 2009)


Dentro de um elevador em queda livre num campo gravitacional g, uma bola é jogada para
baixo com velocidade v de uma altura h. Assinale o tempo previsto para a bola atingir o piso
do elevador.
𝑣
a) 𝑡 =
𝑔

b) 𝑡 =
𝑣
2ℎ
c) 𝑡 = √
𝑔
√𝑣 2 +2𝑔ℎ−𝑣
d) 𝑡 =
𝑔
√𝑣 2 −2𝑔ℎ−𝑣
e) 𝑡 =
𝑔

Comentários:
Vamos escrever a equação horária do espaço na vertical para o elevador e para a bolinha:
𝑔. 𝑡 2
𝑦𝑒 = 𝑦0 −
2
𝑔. 𝑡 2
𝑦𝑏𝑜𝑙𝑎 = 𝑦0 + ℎ − 𝑣. 𝑡 −
2

Movimentos uniformes e uniformemente variados 139


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Como de costume, colocamos a orientação da trajetória para cima!


Quando a bola encontra o piso do elevador:
𝑦𝑒 = 𝑦𝑏𝑜𝑙𝑎
𝑔. 𝑡 2 𝑔. 𝑡 2
𝑦0 − = 𝑦0 + ℎ − 𝑣. 𝑡 −
2 2

𝑡=
𝑣
Gabarito: B

43. (IME)
O trem I desloca-se em linha reta, com velocidade constante de 54 km/h, aproximando-se do
ponto B, como mostra a figura. Determine quanto tempo após a locomotiva do trem atingir o
ponto A, deve o trem II partir do repouso em C, com aceleração constante de 0,2 m/s² de forma
que, 10 segundos após terminar sua passagem pelo ponto B o trem I inicie no mesmo ponto.

NOTAS:
1) Ambos os trens medem 100 metros de comprimento, incluindo suas locomotivas, que viajam
à frente.
2) As distâncias ao ponto B são:
AB = 3.000 m
CB = 710 m

Comentários:
𝑘𝑚 54
Inicialmente, vamos transformar a velocidade de 𝑣1 para m/s: 𝑣1 = 54 = = 15 𝑚/𝑠.
ℎ 3,6

De acordo com a condição do problema, quando o trem I chegar em B, o último vagão do


trem II deve estar saindo de B.
Dessa forma, o deslocamento do trem II é 𝐵𝐶 + 100 = 810 𝑚.
Logo, o tempo que o trem II será:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 140


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𝑎. 𝑡𝐼𝐼2 0,2. t 2II


Δ𝑠𝐼𝐼 = ⇒ 810 = ⇒ 𝑡𝐼𝐼 = 90 𝑠
2 2
Por outro lado, o tempo que o trem I leva para chegar em B é:
Δ𝑠𝐼 3000
𝑡𝐼 = = ⇒ 𝑡𝐼 = 200 𝑠
𝑣𝐼 15
Assim, para o trem II chegar com o final do último vagão em B demora 90 s e para o trem I
chegar com sua frente em B demora 200 s, então, se quisermos que ambos aconteçam
simultaneamente, basta que o trem II saia 110 s depois. Entretanto, o enunciado impõe que o trem
II passa pelo ponto B 10 s antes, portanto, o trem II tem que sair 110 − 10 = 100 𝑠 antes para que
isso ocorra.
Gabarito: 100 s.

44. (ITA – 1968)


Três carros percorrem uma estrada plana e reta com velocidades em função do tempo
representadas pelo gráfico. No instante t = 0 os três carros passam por um farol. A 140 m desse
farol há outro sinal luminoso permanentemente vermelho. Quais dos carros ultrapassarão o
segundo farol?

a) Nenhum dos três.


b) 2 e 3.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 1, 2 e 3.

Comentários:
De acordo com a teoria aqui estudada, quando calculamos a área do gráfico 𝑣 × 𝑡,
numericamente ela representa a variação do espaço.
Logo, vamos calcular a área abaixo de cada curva:
a) Variação de espaço para o móvel 1:
30𝑥6
á𝑟𝑒𝑎1 = = 90 𝑢. 𝑎.
2
∴ Δ𝑠1 = 90 𝑚

Movimentos uniformes e uniformemente variados 141


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b) Variação de espaço para o móvel 2:


30𝑥10
á𝑒𝑟𝑎2 = = 150 𝑢. 𝑎.
2
∴ Δ𝑠2 = 150 𝑚
c) Variação de espaço para o móvel 3:
12.40
á𝑟𝑒𝑎3 = = 240 𝑢. 𝑎.
2
∴ Δ𝑠3 = 240 𝑚
Logo, os móveis 2 e 3 terão variação de espaço maior que 140 m.
Gabarito: B

45. (ITA-1972)
Um móvel descreve uma trajetória retilínea tendo seu espaço x em função do tempo t descrito
pelo gráfico. Sendo k e b constantes, o espaço x poderá ser expresso analiticamente por:

a) 𝑥 = 𝑘(𝑡 − 𝑡0 ).
b) 𝑥 = 𝑘𝑡 2 .
c) 𝑥 = 𝑘 (𝑡 + 𝑡0 )2 .
d) 𝑥 = 𝑘(𝑡 − 𝑡0 )2 .
e) 𝑥 = 𝑘 cos (𝑏𝑡).

Comentários:
Trata-se de uma questão conceitual, mostrando o caso de tomarmos a origem do tempo
diferente de zero, isto é, 𝑡0 ≠ 0.
Pela figura temos que quando 𝑡 = 𝑡0 , o espaço é igual a zero, isto é, 𝑠0 = 0.
Além disso, podemos que em 𝑡0 temos que a reta tangente nesse ponto possui inclinação
nula em relação ao eixo t. Logo, a velocidade inicial é nula.
Portanto, a curva deve ser algo como:
𝑥 = 𝑘 (𝑡 − 𝑡0 )𝑛

Movimentos uniformes e uniformemente variados 142


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Onde 𝑛 ≠ 1, pois, com 𝑛 = 1 teríamos uma reta, não servindo na nossa questão. Assim, a
única curva possível é a 𝑥 = 𝑘 (𝑡 − 𝑡0 )2 .
Gabarito: D

46. (ITA – 1975)


O gráfico a seguir refere-se ao movimento de dois móveis (a) e (b) numa estrada.

Com respeito às distâncias percorridas pelos dois carros podemos afirmar:


a) O carro (a) dois minutos após o início da contagem dos tempos estará na frente do carro (b)
pois sua velocidade naquele instante é o dobro da velocidade de (b).
b) No instante t = 0 temos o carro (a) atrás de (b) e no instante t = 2 min o carro (a) está na
frente de (b).
c) Nada se pode afirmar quanto à posição relativa dos carros na estrada.
d) Depois de 2 min o carro (b) percorreu 120 km.
e) Nenhuma das anteriores.

Comentários:
Vamos calcular a variação de espaço dos móveis até o instante 𝑡 = 2 𝑚𝑖𝑛:
2
(
).120
Δ𝑠𝑎 = 60 = 2 𝑘𝑚
2
2
Δ𝑠𝑏 = ( ) . 60 = 2 𝑘𝑚
60
Eles terão deslocado 2km nos 2 primeiros minutos.
Entretanto, ao calcular a área do gráfico abaixo de cada curva, apenas encontramos a variação
de espaço, mas nada podemos afirmar sobre as posições iniciais de cada móvel.
Dessa forma, a alternativa C está correta neste aspecto.
Gabarito: C

47. (ITA-1976)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 143


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Duas partículas, A e B, deslocam-se ao longo do eixo 𝑂𝑥 com velocidades dadas pelo gráfico,
sendo que no instante 𝑡 = 0 ambas estão na origem do sistema de coordenadas. No instante
𝑡 = 2 𝑠, A e B estão, respectivamente nos pontos de abscissas 𝑥1 e 𝑥2 , com acelerações 𝑎1 e
𝑎2 .

a) 𝑎1 = 𝑎2 .
b) 𝑎1 > 𝑎2 .
c) 𝑥1 = 𝑥2 .
d) 𝑥1 < 𝑥2 .
e) Nenhuma das anteriores.

Comentários:
Como cada uma das partículas partiram da origem do eixo 𝑂𝑥, então a variação do espaço de
cada partícula é o próprio 𝑥 (Δ𝑥 = 𝑥 − 𝑥0 = 𝑥 − 0 = 𝑥).
Dessa forma para relacionar as áreas das partículas, apenas analisamos a área abaixo de cada
curva. Visualmente, vamos que a área abaixo da reta da velocidade de A é maior que a área abaixo
da curva da velocidade de B. Logo, 𝑥1 > 𝑥2 .
A aceleração no gráfico 𝑣 × 𝑡 corresponde a reta tangente ao gráfico da velocidade. Para o
caso de 𝑡 = 2 𝑠, temos que a reta tangente a curva em B tem inclinação maior que a inclinação da
reta A, logo, 𝑎𝑏 > 𝑎𝑎 ou 𝑎2 > 𝑎1 .
Portanto, nenhuma das respostas estão corretas.
Gabarito: E

48. (ITA – 1977)


A curva da figura a seguir é a representação gráfica da equação horária de um movimento
retilíneo. Ela é constituída por um trecho de um ramo de parábola cujo vértice está localizado
no eixo dos espaços.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 144


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Neste movimento:
a) a velocidade inicial é nula e a aceleração escalar vale – 6,0 𝑚 . 𝑠 –2 .
b) a velocidade inicial é de 48 𝑚 . 𝑠 –1 e a aceleração escalar é de 6,0 𝑚 . 𝑠 –2 .
c) a aceleração escalar é de 39 𝑚 . 𝑠 –2 .
d) a velocidade escalar média no intervalo de zero a 2,0 𝑠 é de 9,0 𝑚 . 𝑠 –1 .
e) o espaço inicial vale 45 𝑚, a velocidade escalar inicial é nula, e a aceleração escalar é de +6,0
m/s².

Comentários:
Inicialmente, observamos que no final do enunciado ele menciona que o vértice da parábola
está no eixo dos espaços, mas sabemos que no vértice da parábola, a derivada é nula, pois a reta
tangente é para ao eixo dos tempos, isto é, o ângulo de inclinação com o eixo dos tempos é zero.
Como a velocidade é numericamente igual a tangente da inclinação no ponto em questão,
sabemos que no vértice da parábola a velocidade é nula. Logo, 𝑣0 = 0.
A partir dessas informações e a função horária ser uma parábola para um objeto em
movimento retilíneo, trata-se de um objeto em MRUV. Então:
𝑎. 𝑡 2
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣0 . 𝑡 +
2
Vamos utilizar dois pontos do gráfico bem determinados:
𝑎. 12 𝑎
𝑠 (1) = 48 ⇒ 48 = 𝑠0 + ⇒ 48 = 𝑠0 +
2 2
2
𝑎. 2
𝑠 (2) = 57 ⇒ 57 = 𝑠0 + ⇒ 57 = 𝑠0 + 2𝑎
2
Subtraindo as duas equações temos que:
3
𝑎 ⇒ 𝑎 = 6 𝑚/𝑠 2
9=
2
Substituindo em qualquer uma das duas, encontramos o espaço inicial:
57 = 𝑠0 + 2.6 ⇒ 𝑠0 = 45 𝑚

Movimentos uniformes e uniformemente variados 145


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Gabarito: E

49. (ITA-1978)
Duas partículas, A e B, partem do repouso, em movimento retilíneo, segundo o gráfico abaixo.
Pode-se afirmar que as distâncias, em metros, entre as partículas A e B, nos instantes 2s, 3s,
4s, 5s e 7s, têm, respectivamente, os valores indicados na alternativa:

a) 3, 11, 13, 20, 30.


b) 4, 7, 9, 20, 13.
c) 4, 9, 15, 20, 24.
d) 4, 6, 9, 10, 13.
e) 3, 7, 9, 10, 13.

Comentários:
Nos primeiros 2 s, temos as seguintes variações de espaço:
2.4
Δ𝑠𝐴 = =4𝑚
2
Δ𝑠𝐵 = 0
Nos primeiros 3 s, temos as seguintes variações de espaço:
Δ𝑠𝐴 = 4 + 4(3 − 2) = 8 𝑚
(−2)(3 − 2)
Δ𝑠𝐵 = 0 + = −1 𝑚
2
A distância são de Δ𝑠𝐴 − Δ𝑠𝐵 = 8 − (−1) = 9 𝑚.
A única opção correta é a letra C, não precisamos repetir o processo para os demais tempos.
Na prova, é importante ter essas malandragens para ganhar tempo de prova para questões
mais difíceis.
Gabarito: C

Movimentos uniformes e uniformemente variados 146


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50. (ITA-1979)
Um estudante observou o movimento de um móvel durante certo tempo. Verificou que o
móvel descrevia um movimento retilíneo e anotou os valores de espaço (e) e de tempo (t)
correspondentes, construindo o gráfico a seguir.

Pode-se afirmar que:


a) A velocidade do móvel é constante e vale 1,0 m/s, tendo em vista que faz com o eixo dos
tempos é 45°.
b) A velocidade do móvel é constante e vale m/s.
c) A velocidade do móvel é constante e vale 1,4 m/s, aproximadamente.
d) Faltam dados para calcular a velocidade do móvel.
e) A aceleração e a velocidade do móvel estão indeterminadas.

Comentários:
De acordo com os dados do problema, o movimento é retilíneo e pelo gráfico é uma reta,
logo, estamos no MRU. Neste movimento, o coeficiente angular da reta é numericamente igual a
velocidade. Entretanto, o ITA não especificou como estava graduado os eixos, então, não podemos
afirmar se a figura é realmente uma reta.
Se for uma escala logarítmica, é possível chegarmos a um gráfico semelhante, mas as escalas
estão em logs. Então, não podemos utilizar o fato de a tangente do ângulo ser numericamente igual
a velocidade escalar.
Gabarito: D

51. (ITA-1986)
O gráfico a seguir representa as posições das partículas (1), (2) e (3), em função do tempo.
Calcule a velocidade de cada partícula no instante 𝑡 = 4 𝑠.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 147


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𝑣1 (𝑚/𝑠) 𝑣2 (𝑚/𝑠) 𝑣3 (𝑚/𝑠)


a) 50 25 100
b) -75 zero 35
c) -75 25 -20
d) -50 zero 20
e) +75 25 35

Comentários:
Dado que estamos em um gráfico de 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 × 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜, temos que ver a inclinação da reta
tangente nas curvas quando 𝑡 = 4 𝑠. Logo, temos que:
𝑣2 = 0
0 − 500
𝑣1 = = −50 𝑚/𝑠
10 − 0
200 − 100 100
𝑣3 = = = 20 𝑚/𝑠
7−2 5
Portanto a alternativa correta é d).
Gabarito: D

52. (ITA-1989)
Os gráficos representam possíveis movimentos retilíneos de um corpo, com e = espaço
percorrido e t = tempo de percurso. Em qual deles é maior a velocidade média entre os
instantes 𝑡1 = 5 𝑠 e 𝑡2 = 7 𝑠?
a)

b)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 148


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c)

d)

e)

Comentários:
Pela definição de velocidade média, temos que:
Δ𝑠
𝑣𝑚 =
Δ𝑡
Num gráfico de espaço pelo tempo, temos que:
𝑣𝑚 = 𝑡𝑔(𝜃)
Logo, temos que ver qual gráfico tem a maior tangente, quando fazemos:
𝑠7 − 𝑠5
𝑡7 − 𝑡5
Isto ocorre na alternativa b, pois ao ligar os pontos do gráfico, observamos que esta tem a
maior inclinação com a horizontal.
Gabarito: B

Movimentos uniformes e uniformemente variados 149


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53. (ITA-1972)
No movimento circular e uniforme de uma partícula, considerando-se como vetores as
grandezas físicas envolvidas, podemos afirmar que:
a) Força, aceleração, velocidade tangencial e velocidade angular são constantes.
b) Aceleração, velocidade tangencial e velocidade angular são constantes.
c) Velocidade tangencial e velocidade angular são constantes.
d) Velocidade angular é constante.
e) Nenhuma das grandezas é constante.

Comentários:
Vamos lembrar que no movimento circular uniforme, MCU, a velocidade angular é constante,
entretanto, ainda não falamos sobre as causas que tornam o movimento circular possível.
Quando dizemos que a aceleração linear é nula, estamos pensando na aceleração que altera
a velocidade linear, que está diretamente ligada a velocidade angular pela relação 𝑣 = 𝜔. 𝑅.
Entretanto, ainda existe uma aceleração no movimento circular que garante o formato da
trajetória, a famosa aceleração centrípeta. Vamos discutir sua importância no movimento na
próxima aula.
Portanto, o único fato que temos certeza de considerar no MCU é a velocidade angular ser
constante.
Gabarito: D

54. (ITA-1985)
Uma roda de bicicleta tem raio de 25 cm. Em 5 s o ciclista alcança a velocidade de 10 m/s. A
aceleração angular da roda, suposta constante, é:
a) 20 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2 .
b) 0,08 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2 .
c) 2 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2 .
d) 8 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2 .
e) 0,5 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2 .

Comentários:
A velocidade linear da bicicleta é de 10 m/s dado o raio de 25 cm, então:
𝑣 10
𝜔= = = 40 𝑟𝑎𝑑/𝑠
𝑅 0,25
Portanto:
Δ𝜔 40
𝛾= ⇒𝛾= ⇒ 𝛾 = 8 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2
Δ𝑡 5

Movimentos uniformes e uniformemente variados 150


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Gabarito: D

55. (ITA-1988)
Um disco gira, em torno de seu eixo, sujeito a um torque constante (aceleração linear
constante). Determinando-se a velocidade angular média entre os instantes 𝑡 = 2,0 𝑠 e 𝑡 =
6,0 𝑠, obteve-se 10 𝑟𝑎𝑑/𝑠, e, entre os instantes 𝑡 = 10 𝑠 e 𝑡 = 18 𝑠, obteve-se 5,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠.
A velocidade angular inicial 𝜔0 (em 𝑟𝑎𝑑/𝑠), e a aceleração angular (em 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2 ) valem,
respectivamente:
a) 12 e -0,5.
b) 15 e -0,5.
c) 20 e 0,5.
d) 20 e -2,5.
e) 35 e 2,5.

Comentários:
Se a aceleração linear constante podemos dizer que a aceleração angular também é
constante, pois, 𝑎 = 𝛾. 𝑅.
Novamente, vamos usar nossa equação coringa do MUV aplicada ao MCUV:
Δ𝜑 𝜔1 + 𝜔2
=
Δ𝑡 2
Entre os instantes 2 e 6 segundos:
𝜔1 + 𝜔2
= 10 ⇒ 𝜔1 + 𝜔2 = 20
2
Para os instantes 10 e 18 segundos:
𝜔3 + 𝜔4
= 5 ⇒ 𝜔3 + 𝜔4 = 10
2
Dado que estamos no MCUV, a função horária da velocidade angular é dada por:
𝜔 = 𝜔0 + 𝛾. 𝑡
Então podemos escrever que:
𝜔1 = 𝜔0 + 𝛾. 2
𝜔2 = 𝜔0 + 𝛾. 6
𝜔3 = 𝜔0 + 𝛾. 10
𝜔4 = 𝜔0 + 𝛾. 18
Portanto:
(𝜔0 + 2𝛾 ) + (𝜔0 + 6𝛾 ) = 20
(𝜔0 + 10𝛾 ) + (𝜔0 + 18𝛾 ) = 10
Subtraindo as equações, temos que:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 151


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20𝛾 = −10 ⇒ 𝛾 = −0,5 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2


Logo:
2𝜔0 + 8(−0,5) = 20 ⇒ 𝜔0 = 12 𝑟𝑎𝑑/𝑠
Gabarito: A

56. (ITA-1989)
Num plano horizontal, sem atrito, uma partícula 𝑚1 move-se com movimento circular
uniforme de velocidade angular 𝜔. Ao passar pelo ponto P, outra partícula, 𝑚2 , é lançada do
ponto O com velocidade 𝑣⃗. Qual é o módulo de ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑣0 para que 𝑚1 e 𝑚2 colidam em Q?

a) 2𝜋. 𝑟. 𝜔
2𝜔
b)
𝜋𝑟
2𝑟𝜔
c)
𝜋
𝑟𝜔
d)
𝜋
e)𝜋. 𝑟. 𝜔

Comentários:
O tempo gasto pela partícula 1 para sair de P e chegar em Q, realizando um MCU é o mesmo
tempo para a partícula que sai de O para Q.
𝜋
Δ𝜑1
Δ𝑡1 = = 2
𝜔1 𝜔
Δ𝑠2 𝑅
Δ𝑡2 = =
𝑣2 𝑣0
Como Δ𝑡1 = Δ𝑡2 , temos que:
𝜋 𝑅 2𝜔𝑅
= ⇒ 𝑣0 =
2𝜔 𝑣0 𝜋
Gabarito: C

57. (ITA-1991)

Movimentos uniformes e uniformemente variados 152


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Considere dois carros que estejam participando de uma corrida. O carro A consegue realizar
cada volta em 80 s enquanto o carro B é 5,0% mais lento. O carro A é forçado a uma parada
nos boxes ao completar a volta de número 6. Incluindo aceleração, desaceleração e reparos, o
carro A perde 135 s. Qual deve ser o número mínimo de voltas completas da corrida para que
o carro A possa vencer?
a) 28.
b) 27.
c) 33.
d) 34.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

Comentários:
Definindo 𝑣𝐴 e 𝑣𝐵 as velocidades escalares médias em cada volta dos carros A e B, temos do
enunciado que:
𝑣𝐵 = 0,95 𝑣𝐴
2𝜋𝑅 0,95.2𝜋𝑅
= ⇒ 𝑡𝐵 ≅ 84,2 𝑠
𝑡𝐵 𝑡𝐴
Este resultado mostra que a diferença entre os períodos é de 4,2 segundos.
Quando A para ao completar a 6ª volta, o carro A tem uma vantagem sobre B é de:
6𝑥4,2 = 25,2 𝑠
Dessa forma, podemos dizer que a desvantagem de A, quando parar nos boxes é de 135 s.
Logo, a desvantagem de A em relação a B é de:
135 − 25,2 = 109,8 𝑠
O número de voltas necessárias para que A alcance B é de:
109,8
≅ 26,1 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠
4,2
Dessa forma, são necessárias mais 27 voltas desde a parada para A vencer. Como já foram 6
voltas, a corrida deve ter no mínimo 33 voltas.
Gabarito: C

58. (ITA-2001)
Uma partícula move-se ao longo de uma circunferência circunscrita em um quadrado de lado
L, com velocidade angular constante. Na circunferência inscrita nesse quadrado, outra partícula
move-se com a mesma velocidade angular. A razão entre os módulos das respectivas
velocidades tangenciais dessas partículas é:
a) √2
b) 2√2
√2
c)
2

Movimentos uniformes e uniformemente variados 153


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√3
d)
2
√3
e)
3

Comentários:
Inicialmente, vamos relembrar a relação da geometria:

Diante da construção geométrica, temos que 𝛼 = 45°, então:


𝑅1
cos(45°) =
𝑅2

𝑅2 = 𝑅1 √2
Ambas têm a mesma velocidade angular:
𝑣1 = 𝜔. 𝑅1
𝑣2 = 𝜔. 𝑅2
Dividindo a segunda pela primeira, temos que:
𝑣2 𝜔. 𝑅2
= = √2
𝑣1 𝜔. 𝑅1
Gabarito: A

59. (ITA-2001)
No sistema convencional de tração de bicicletas, o ciclista impele os pedais, cujo eixo
movimenta a roda dentada (coroa) a ele solidária. Esta, por sua vez, aciona a corrente
responsável pela transmissão do movimento à outra roda dentada (catraca), acoplada ao eixo
traseiro da bicicleta. Considere agora um sistema duplo de tração, com 2 coroas, de raios R1 e
R2 (R1< R2) e duas catracas de raios R3 e R4 (R3 < R4), respectivamente. Obviamente, a
corrente só toca uma coroa e uma catraca de cada vez, conforme o comando da alavanca de
câmbio. A combinação que permite a máxima velocidade da bicicleta, para uma velocidade
angular dos pedais fixa, é:
a) Coroa R1 e catraca R3.
b) Coroa R1 e catraca R4.
c) Coroa R2 e catraca R3.

Movimentos uniformes e uniformemente variados 154


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d) Coroa R2 e catraca R4.


e) Indeterminada já que não se conhece o diâmetro da roda traseira da bicicleta.

Comentários:
Em uma bicicleta, temos que:
𝑣𝑏𝑖𝑐 = 𝜔𝑟𝑜𝑑𝑎 . 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 (1)
Como a velocidade angular da roda é a mesma da catraca, podemos reescrever a equação
anterior:
𝑣𝑏𝑖𝑐 = 𝜔𝑐𝑎𝑡𝑟𝑎𝑐𝑎 . 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 (2)
Por outro lado, podemos relacionar a velocidade angular da catraca com a velocidade da
corrente:
𝑣𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
𝜔𝑐𝑎𝑡𝑟𝑎𝑐𝑎 =
𝑅𝑐𝑎𝑡𝑟𝑎𝑐𝑎
De (2) em (1), temos que:
𝑣𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑣𝑏𝑖𝑐 = . 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 (3)
𝑅𝑐𝑎𝑡𝑟𝑎𝑐𝑎

Analisando a coroa, escrevemos que:


𝑣𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝜔𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 . 𝑅𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 (4)
Substituindo (4) em (3), vem que:
𝜔𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 . 𝑅𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎
𝑣𝑏𝑖𝑐 = . 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎
𝑅𝑐𝑎𝑡𝑟𝑎𝑐𝑎
Dessa forma, como 𝜔𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 e 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 são constantes, a velocidade da bicicleta será máxima
quando o raio da roda for máximo e o raio da catraca é mínimo.
Assim, 𝑅𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 = 𝑅2 e 𝑅𝑐𝑎𝑡𝑟𝑎𝑐𝑎 = 𝑅3 .
Gabarito: C

60. (ITA-2001)
Em um farol de sinalização, o feixe de luz acoplado a um mecanismo rotativo realiza uma volta
completa a cada T segundos. O farol se encontra a uma distância R do centro de uma praia de
comprimento 2L, conforme a figura. O tempo necessário para o feixe de luz "varrer" a praia,
em cada volta, é:

Movimentos uniformes e uniformemente variados 155


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𝐿 𝑇
a) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) .
𝑅 2𝜋
2𝐿 𝑇
b) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) .
𝑅 2𝜋
𝐿 𝑇
c) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) .
𝑅 𝜋
𝐿 𝑇
d) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) .
2𝑅 2𝜋
𝐿 2𝑇
e) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) .
𝑅 𝜋

Comentários:
Se 𝜃 é o ângulo varrido pelo farol, então, temos que:

Pela trigonometria, temos:


𝜃 𝐿 𝐿
𝑡𝑔 ( ) = ⇒ 𝜃 = 2𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
2 𝑅 𝑅
Assim, a velocidade angular do feixe luminoso é dada por:
2𝜋 𝜃
𝜔= =
𝑇 Δ𝑡
𝐿 𝑇
∴ Δ𝑡 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) .
𝑅 𝜋
Gabarito: C

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8. Considerações finais da aula


Chegamos ao final da nossa segunda aula de cinemática. Falta apenas mais uma aula de
cinemática para fecharmos todo o conteúdo abordado no Escola Naval.
Tente fazer todas as questões da lista sem olhar o gabarito. O caminho para passar no Naval é
difícil, por isso é muito importante fazer as questões e não abandonar nenhuma dúvida.
Conte comigo nessa jornada. Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões entre em contato pelo
fórum de dúvidas do Estratégia ou se preferir:

@proftoniburgatto

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9. Referências bibliográficas
[1] Calçada, Caio Sérgio. Física Clássica. 1. ed. Saraiva Didáticos, 2012. 576p.
[2] Bukhovtsev, B.B. Krivtchenkov, V.D. Miakishev, G.Ya. Saraeva, I. M. Problemas Selecionados de
Física Elementar. 1 ed. MIR, 1977.518p.
[3] Brito, Renato. Fundamentos de Mecânica. 2 ed. VestSeller, 2010. 496p.
[4] Newton, Gualter, Helou. Tópicos de Física. 11ª ed. Saraiva, 1993. 303p.
[5] Toledo, Nicolau, Ramalho. Os Fundamentos da Física 1. 9ª ed. Moderna. 490p.
[6] Resnick, Halliday. Fundamentos de Física. 8ª ed. LTC. 349p.

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10. Versão da aula


Versão da Aula Data de atualização
1.0 21/12/2019

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