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MECÂNICA E GRAVITAÇÃO
GUARULHOS – SP
SUMÁRIO
5 Cinemática vetorial................................................................................................ 34
6 Forças centrais...................................................................................................... 62
Fonte: ifsc.usp.br
Fonte: ifsc.usp.br
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Quando a velocidade instantânea é constante num determinado intervalo de
tempo, dizemos que o movimento é uniforme e que v (t) = . Por outro lado,
quando a velocidade não é constante no tempo, o movimento é chamado de
acelerado. Neste caso, a variação da velocidade com o tempo é caracterizada por
uma grandeza denominada aceleração. Se a velocidade do corpo no instante t 1 é v1
e no instante t2 é v2, a aceleração média é definida como:
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O movimento do corpo pode ser classificado de acordo com a maneira em que
a aceleração se comporta no tempo. Quando a aceleração é constante, o movimento
é chamado de uniformemente acelerado e se constitui numa classe importante de
situações que analisaremos. Antes de prosseguirmos, vamos mostrar alguns
exemplos dos conceitos que acabamos de ver.
Exemplo 1: Seja um corpo deslocando-se de tal forma que sua posição é dada
por x(t) = 4t2 , com t dado em s e x em cm. Na Fig. 2.4(a) vemos o gráfico desta função.
A velocidade do corpo em cada instante de tempo pode ser encontrada tomando-se a
derivada de x(t) e assim,
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A velocidade média do corpo entre os instantes t = 1s e t = 3s pode ser calculada
através da expressão:
de onde tiramos que o corpo está na posição x = 1 nos instantes t = 0 (posição inicial)
é t = 4/3 s, que corresponde ao tempo necessário para a partícula voltar à posição
inicial.
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A velocidade é dada por v(t) = dx/dt = -6t + 4 (cm/s), que está mostrada na Fig.
2.6. Notamos que: v > 0 para t < 2/3 s, v = 0 para t = 2/3 s e v < 0 para t > 2/3 s. O
gráfico da velocidade do corpo corresponde à uma reta com coeficiente angular
negativo. O tempo t = 2/3 s define o ponto de retorno. A aceleração é dada por:
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realizar uma integração, pois estamos procurando a função cuja derivada é conhecida.
Assim,
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Exemplo 2: Dado a(t) = 3t, calcular v(t) e x(t)
Vemos que para conhecer v(t) precisamos saber a velocidade inicial. Para achar x(t)
fazemos:
Deste exemplo podemos concluir que para a determinação de v(t) a partir de a(t)
é necessário o conhecimento do valor inicial v0 da velocidade. A determinação precisa
de x(t) a partir de v(t) implica no conhecimento da posição x0 inicial. x0 e v0 são
denominados de condições iniciais do movimento.
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Podemos eliminar o tempo da primeira equação: v = v0 + at e substituí-lo na
segunda:
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2 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS2
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Teorema 1 Se as funções p1, p2, . . . , pn e g forem contínuas no intervalo aberto I,
então existe somente uma solução y = φ(x) da equação diferencial (1.2) que obedece
às condições iniciais (1.4). Esta solução existe sobre todo o intervalo I.
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não seja nulo em x = x0. Uma vez que x0 pode ser qualquer ponto do intervalo I, é
necessário e suficiente que W (y1, · · ·, yn) não seja nulo em todo ponto do intervalo.
Pode-se mostrar que se y1(x), y2(x), · · ·, yn(x) forem soluções da equação diferencial
(1.5), então W(y1, · · · , yn) ou é nulo para todo x no intervalo I, ou nunca se anula
nesse intervalo.
Teorema 2 Se as funções p1, · · · , pn forem contínuas no intervalo I, e se as funções
forem soluções da equação (1.5) e se
para pelo menos um ponto de I, então qualquer solução da equação (1.5) pode ser
expressa como combinação linear das soluções
Um conjunto de soluções da equação (1.5) cujo
wronskiano não é nulo é um conjunto fundamental de soluções.
3 EQUAÇÕES NÃO-LINEARES3
em função de θ.
Em outras palavras, se definirmos
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seja válida.
Apesar de essa equação admitir solução usando-se identidades trigonométricas,
vamos encará-la como uma equação que não admite solução fechada. Nesse caso
precisamos de um método que nos permita resolver equações gerais, além daquelas
que conseguimos resolver manualmente usando manipulações algébricas. Esse é o
objetivo das próximas aulas.
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3.2 Existência e unicidade de soluções
(-2.2,2.2,-5.215660458552187,7.215660458552187)
Note que essa condição é apenas uma condição necessária para a existência
de zero. É claro que uma função pode ter o mesmo sinal nos extremos de um
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intervalo e mesmo assim ter zeros dentro dele. Considere o caso acima no intervalo
[−2, 1.5].
Já para garantir a unicidade é preciso exigir mais da função f . Uma hipótese razoável
é que ela seja constantemente crescente ou decrescente dentro do intervalo. Para
isso basta exigir que a derivada da função não troque de sinal.
Teorema Seja diferenciável em um intervalo
e a derivada de f tem sinal constante (a, b), então existe um único
Aqui note que temos que considerar os valores da derivada em todo o intervalo e não
apenas nos extremos. Exercício. Estude os zeros da função acima, encontre
intervalos que contém os três zeros apresentados de forma única usando os teoremas
apresentados.
Nesse caso demos sorte, de fato o ponto médio é uma raiz que foi
encontrada.
2. Sinal de f(m) é o mesmo sinal de f(a). Nesse caso podemos concluir, usando o
teorema de Bolsano, que há uma raiz no intervalo [m, b]. Note que esse intervalo é
bem menor que o original, tendo metade do seu comprimento.
3. Sinal de f(m) é o mesmo sinal de f(b). Nesse caso podemos concluir, usando o
teorema de Bolsano, que há uma raiz no intervalo [a, m]. Note que esse intervalo é
bem menor que o original, tendo metade do seu comprimento
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Ou seja, ao avaliarmos f(x) conseguimos no mínimo melhorar a aproximação
obtida, obtendo a cada passo um intervalo cada vez menor, dividindo o seu tamanho
por 2. Note que o ponto médio do intervalo está à distância máxima de (b – a)/2 de
uma raiz real do problema, já que existe raiz no intervalo. Dessa forma é natural parar
o método quando a largura do intervalo for pequena o suficiente para aceitar o ponto
médio como uma boa aproximação da raiz.
Isso sugere o seguinte método:
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Como foi possível ver acima essa convergência ainda é um pouco lenta.
Vamos estudar as seguir um outro método com comportamento, em geral, bem mais
rápido.
Agora imagine que o ponto já conhecido, xk , está próximo da raiz, de modo que
a aproximação de Taylor apresentada acima é muito boa para prever o
comportamento de f de xk até a raiz. Podemos então pensar em substituir f por essa
aproximação linear, achar a raiz da aproximação e tomá-la como nova estimativa da
raiz original. Ou seja, queremos encontrar xk+1 tal que
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Veja o gráfico abaixo para ter uma ideia do que está ocorrendo. Nela o ponto
xk = −1/2 e a aproximação linear da curva azul é a reta verde. O ponto x k+1 é então
ponto em que a aproximação linear cruza o eixo x.
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Nesse caso é muito fácil calcular a derivada e a iteração
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em que ξk está no intervalo que une xk e x∗. Por outro lado podemos deduzir alguns
limitantes interessantes se fizermos hipóteses sobre a distância de xk até x∗.
O fato da distância à solução, uma vez que cai abaixo de 1, diminuir elevando
o valor anterior ao quadrado explica o comportamento observado no exemplo, com o
número de casas decimais corretas duplicando a cada iteração.
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Um fato importante é que o teorema acima só garante a convergência quando
o ponto inicial x0 estiver perto de uma raiz com derivada não nula. Caso contrário não
há garantias para a convergência, em particular se o ponto inicial estiver longe das
raízes. De fato, a convergência pode falhar.
Colocar um exemplo de divergência baseado em uma função sigmoide.
Existem algumas alternativas para se obter um método que convirja a partir de
qualquer ponto inicial (globalização do método):
Outro problema que também pode ocorrer é encontrar um ponto de derivada nula
(ou de derivada muito pequena). Esse tipo de situação pode também ser resolvido
com estratégias parecidas com as estratégias descritas acima.
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duas bolas no chão: uma de vôlei e uma de boliche. É claro que a bola de vôlei será
chutada com mais facilidade que a de boliche, que apresenta uma maior resistência
para sair do lugar, maior tendência em se manter em equilíbrio, ou ainda, apresenta
uma maior inércia. Define-se inércia como uma resistência natural dos corpos a
alterações no estado de equilíbrio.
A primeira lei de Newton trata dos corpos em equilíbrio e pode ser enunciada da
seguinte forma:
Quando as forças atuantes em um corpo se anulam, ele permanecerá em
repouso ou em movimento retilíneo uniforme
Um objeto que repousa sobre sua mesa, por exemplo, está em equilíbrio
estático, e tende a ficar e permanecer nessa situação indefinidamente. No caso dos
corpos em movimento, podemos imaginar um carro em movimento que freia
bruscamente. Os passageiros serão lançados para frente porque tendem a continuar
em movimento.
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Caso 2 - Forças perpendiculares
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4.2 A Segunda lei de Newton
Onde é o símbolo de proporção. Para que possamos trocar a proporção por uma
igualdade, precisamos inserir na equação acima uma constante de proporcionalidade.
Essa constante é a massa do corpo em que é aplicada a força resultante. Por isso, a
segunda lei de Newton é representada matematicamente pela fórmula.
A segunda lei de Newton também nos ensina que força resultante e aceleração
serão vetores sempre com a mesma direção e sentido.
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Fonte: educacao.uol.com.br
A terceira lei de Newton nos mostra como é a troca de forças quando dois corpos
interagem entre si, seja essa interação por contato ou por campo. Segundo a terceira
lei, se um corpo faz uma força em outro, imediatamente ele receberá desse outro
corpo uma força de igual intensidade, igual direção e sentido oposto à força aplicada,
como é mostrado na figura a seguir.
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5 CINEMÁTICA VETORIAL5
Observe-se que se uma ou duas dessas velocidades forem nulas num instante,
isso não implica que a velocidade v seja nula, pois a terceira velocidade pode ter valor
No seu livro de 1638, "Diálogos Acerca de Duas Novas Ciências", Galileu Galilei
explicou, pela primeira vez, que o movimento de um projétil no ar pode ser
decomposto na sobreposição de dois movimentos: o movimento da projeção do
projétil num eixo horizontal e o movimento da sua projeção num eixo vertical. A
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figura 1.10 é igual à figura 108 no livro de Galileu e representa um objeto que foi
lançado numa plataforma horizontal, abandonando a plataforma no ponto b.
Fonte: ifsc.usp.br
Exemplo 2.1
Atira-se uma pedra desde uma ponte que está 5 m acima de um rio, com velocidade de
15 m/s e dirigida 36.9° para cima da horizontal. Determine a velocidade que terá a
pedra quando entrar na superfície do rio e a altura máxima da sua trajetória, medida
desde a superfície do rio (admita que a resistência do ar pode ser desprezada).
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Resolução. A componente horizontal da velocidade inicial é 15 c o s 3 6.9◦=12.0 m/s
e a componente vertical é 15 sen 3 6.9º=9.0 m/s. é conveniente escolher o eixo
dos x na horizontal, seguindo a direção da projeção horizontal da velocidade, e o eixo
dos y na vertical e apontando para cima. A origem pode ser escolhida no ponto onde
a pedra foi lançada, mas neste caso vamos escolhê-la diretamente por baixo desse
ponto e sobre a superfície do rio. Nesse sistema de coordenadas, a posição inicial
é x=0 e y=5 (unidades SI), as componentes da velocidade são vx=12, vy=9 e as
componentes da aceleração são ax=0 , ay=−9.8 .
A seguir, integra-se o lado esquerdo da equação, desde a altura inicial y=5, até à
altura final y=0 e o lado direito integra-se desde a velocidade inicial vy=9 até o seu
valor final, vf , ainda desconhecido
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Calculam-se estes dois integrais (no máxima usa
se integrate (9.8, y, 5, 0) e integrate (vy, vy, 9, vf)) e o resultado é
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5.3 Vetores
Uma grandeza que tem sempre o mesmo valor, quando é medida por diferentes
observadores em diferentes referenciais, chama-se escalar. Algumas das grandezas
usadas no capítulo anterior são escalares; por exemplo, o deslocamento ∆s e o
intervalo de tempo ∆t.
Alguns exemplos de grandezas físicas que não são escalares são as
componentes da posição, velocidade e aceleração ao longo de um eixo. Alterando a
direção, o sentido ou a origem desse eixo, os valores dessas grandezas também se
alteram.
É útil escrever as equações da física de forma a que sejam iguais em qualquer
referencial e os vetores permitem atingir esse objetivo. Um exemplo típico de vetor é o
vetor deslocamento, que é um segmento de reta orientado entre dois pontos P1 e
P2 no espaço, em que o primeiro ponto é considerado a origem do segmento e o outro
ponto o fim.
Por exemplo, na figura 2.2 está representado o vector com origem num ponto
P1 e fim num ponto P2; a seta indica qual é o ponto final e por cima da letra usada para
representar o vetor coloca-se também uma seta, para que fique claro que se trata
de um vetor e não de uma variável algébrica comum.
Fonte: def.fe.up.pt
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5.4 Propriedades dos vetores
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Fonte: def.fe.up.pt
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Fonte: def.fe.up.pt
Fonte: def.fe.up.pt
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Existem duas formas diferentes de definir os sentidos positivos dos três
eixos x, y e z. A forma habitual consiste em seguir a regra da mão direita: fecha-se
o punho direito, esticam-se os dedos maior, indicador e polegar, de forma a formarem
ângulos retos entre si; o indicador apontará no sentido do eixo do x, o dedo maior no
sentido do eixo do y e o polegar no sentido do eixo do z. Um referencial cartesiano
pode ser definido indicando o ponto que define a origem e 3 versores perpendiculares,
que definem as direções e sentidos dos 3 eixos.
Qualquer vetor pode ser obtido somando 3 deslocamentos ao longo dos 3 eixos; por
exemplo,
Ou seja, a soma de dois vetores é outro vetor com componentes iguais à soma das
componentes dos vetores originais. Observe que a direção, o sentido e o módulo de
um vetor são independentes do sistema de eixos usado e da escolha da origem
O; no entanto, as suas componentes (ax, ay , az ) são diferentes em diferentes
sistemas de eixos. Se dois vetores são iguais, as suas componentes, no mesmo
sistema de eixos, também devem ser iguais.
O vetor posição de um ponto P, com coordenadas (x , y , z ), é o vetor que vai
desde a origem O até o ponto P e pode ser obtido somando 3 deslocamentos ao longo
dos 3 eixos (ver figura 2.6):
Cada uma das três componentes, x(t) , y(t) e z(t) , é uma função do tempo. Num
intervalo de tempo ∆t=t2−t1 o deslocamento do ponto (ver figura 2.7) é igual a
Fonte: def.fe.up.pt
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O vetor obtido dividindo o deslocamento é o vetor velocidade média,
com a mesma direção e sentido do deslocamento Define-se o vetor
velocidade em cada instante, igual ao deslocamento dividido por no limite em
que se aproxima de zero,
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As equações 2.15 e 2.18 são as mesmas 6 equações 2.1 e 2.2, combinadas em duas
equações vetoriais, usando o facto que a igualdade de dois vetores implica a
igualdade das suas componentes.
As restantes 3 equações 2.3 também podem ser combinadas numa equação vetorial:
ondeo ponto "· " representa o produto escalar, que será introduzido no fim
do capítulo. No entanto, para resolver equações diferenciais usando o método de
separação de variáveis usado no capítulo anterior, é mais útil usar as 3
equações 2.3 por separado.
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As funções diff e integrate aceitam também uma lista com expressões, derivando (ou
integrando) cada um dos elementos da lista. Assim sendo, a aceleração (derivada da
velocidade em ordem ao tempo) é,
usou-se o comando assume para indicar que t é positiva; se não tivesse sido usado,
Máxima teria perguntado o sinal de t , já que o resultado do integral depende desse
sinal.
O vetor posição, a velocidade e a aceleração aos 15 segundos são,
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Ou seja, a partícula atinge velocidade constante afastando-se até infinito.
Para traçar o gráfico da trajetória, usa-se a opção parametric da função plot2d. As
componentes x e y do vetor posição devem ser dadas por separado, porque a
função plot2d não admite que sejam dadas numa lista. O primeiro elemento da
lista r (componente x ) identifica-se usando a sintaxe r [1] e o segundo elemento
(componente y ) com r[2]
O intervalo de tempo desde 0 até 60 foi indicado usando a notação [t, 0, 60]. O
resultado mostra-se na figura 2.7.
Fonte: def.fe.up.pt
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pode também ser analisado de forma vetorial. Escolhendo o eixo dos y na direção
vertical, com sentido positivo para cima, tal como na secção
o vetor aceleração será:
A única exceção a essa regra é quando não tiver componente horizontal; nesse
caso, são paralelos, não definem nenhum plano e a trajetória é uma reta
vertical.
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nesse instante, a componente z do vetor posição determina a altura máxima:
Para calcular o instante em que a bala bate no chão, calcula-se o tempo t em que a
componente z da posição é igual a zero,
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Fonte: def.fe.up.pt
Os vetores velocidade dos dois pontos são as derivadas dos seus vetores posição,
em ordem ao tempo
Como tal, derivando os dois lados da equação 2.21, em ordem ao tempo, obtém se a
relação entre as 3 velocidades:
Isto é, a velocidade do ponto P é igual à sua velocidade relativa a outro ponto Q, mais
a velocidade desse ponto Q. E a velocidade do ponto P, relativa a outro ponto Q, é
igual à velocidade de P menos a velocidade de Q.
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A relação entre as velocidades pode ser derivada novamente, em ordem ao tempo,
obtendo-se uma relação semelhante para a aceleração relativa:
Assim, por exemplo, se viajarmos num comboio que se desloca com velocidade
e observarmos um objeto com velocidade dentro do comboio, a velocidade
desse objeto em relação à Terra será igual a Mas como a Terra se
desloca em relação ao Sol, a velocidade do objeto em relação ao Sol seria
em que é a velocidade da Terra relativa ao Sol. Em relação à
Galáxia teríamos de somar também a velocidade do Sol na galáxia e assim
sucessivamente.
O princípio de adição de acelerações relativas é aproveitado para treinar os
candidatos a astronautas. Se o astronauta, a bordo de um avião, tropeça e cai para o
chão, a sua aceleração durante a queda, em relação à Terra, é o vetor
que aponta para o centro da Terra e com valor igual à aceleração da gravidade. Se o
avião também estiver em queda livre, a sua aceleração em relação à Terra será o
mesmo vetor (figura 2.10). A aceleração do astronauta em relação ao avião é igual
à diferença entre essas duas acelerações em relação à Terra, que é zero. Ou seja,
em relação ao avião, o astronauta não acelera em nenhuma direção, mas flutua no
meio do avião durante os segundos que o piloto conseguir manter o avião em queda
livre.
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Fonte: def.fe.up.pt
em que r1 e r2 são os raios das duas roldanas. O fio toca um quarto do perímetro da
roldana fixa e metade do perímetro da roldana móvel Tendo em
conta que L, d, r1 e r2 são constantes, e derivando a equação anterior em ordem ao
tempo, obtém-se,
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Ou seja, o valor da velocidade do carrinho será sempre o dobro do valor da velocidade
do cilindro. O sinal negativo na equação acima indica que se o cilindro desce o
carrinho desloca-se para a direita e vice-versa.
Derivando novamente essa última equação em ordem ao tempo, conclui-se que a
aceleração tangencial do carrinho é também o dobro da aceleração tangencial do
cilindro:
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O comprimento do fio é,
em que a constante é a soma de metade dos perímetros das roldanas, que não é
importante conhecer, já que vai desaparecer quando a equação for derivada e só
altera as posições num valor constante.
A derivada da equação anterior em ordem ao tempo é,
Neste caso existem vários possíveis movimentos; por exemplo, se o cilindro A estiver
a subir e o cilindro C estiver a descer com a mesma velocidade, o cilindro B
permanecerá estático; ou um dos cilindros poderá estar a descer e os outros dois a
subir. O que sim não é possível é que os 3 cilindros estejam simultaneamente a descer
ou a subir.
A derivada da equação 2.30 conduz à relação entre as acelerações,
Exemplo 2.4
No sistema da figura, calcule o valor da velocidade com que sobe o cilindro, quando
o anel A for puxado para baixo com velocidade de valor 2 m/s.
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e substituindo, encontra-se a relação entre vy1 e vy4 ,
isto é, o valor da velocidade com que desce o anel é 8 vezes o da velocidade com que
o cilindro sobe. Assim sendo, o cilindro sobe com velocidade de valor 0.25 m/s.
O produto escalar entre dois vetores indicado por meio de um ponto entre
os vetores, define-se como o produto entre os módulos dos dois vetores e o
cosseno do ângulo θ entre eles:
A figura 2.13 mostra dois vetores e o ângulo θ entre eles. A projeção do vetor
na direção paralela ao vetor é igual a e a projeção do vetor
na direção paralela ao vetor Assim sendo, o produto escalar
entre os dois vetores é igual ao produto do módulo de um dos vetores pela projeção
do outro vetor na direção do primeiro.
Fonte: def.fe.up.pt
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Este produto denomina-se escalar porque os módulos dos dois vetores e o
ângulo entre as direções são grandezas escalares, que não dependem do referencial
usado para os medir; consequentemente, o produto é também um escalar,
independente do sistema de eixos usado.
Duas retas que se cruzam num ponto definem dois ângulos θ e (18 0◦−θ). No caso de
vetores, não existe ambiguidade na definição do ângulo, porque deslocando os
vetores para um vértice comum, mede-se o ângulo na região por onde passa o vetor
(ver figura 2.14).
O produto escalar entre dois vetores com módulos a e b está sempre no
intervalo [−ab, ab ]. Se o ângulo entre os vetores é agudo, co sθ>0, o produto é
positivo. Se o ângulo é obtuso, co sθ<0 , o produto é negativo e se os vetores são
perpendiculares, co sθ=0 , o produto é nulo (figura 2.14). O valor mínimo do
produto, −ab , obtém-se quando os vetores têm a mesma direção, mas com sentidos
opostos. O valor máximo, ab , obtém-se quando os vetores têm a mesma direção e o
mesmo sentido.
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6 FORÇAS CENTRAIS6
Um corpo sob ação de uma força central tem momento angular constante ou
conserva-se o momento angular de um corpo sob ação de forças centrais
Este princípio tem uma aplicação muito geral, uma vez que muitas das forças
na Natureza são centrais. Os planetas do nosso sistema solar orbitam em torno do
Sol sob o efeito da atração gravítica, que tem sempre a direção do vector que une os
dois corpos. O centro da trajetória é o Sol, um dos corpos. Cada planeta tem, portanto,
momento angular constante. Aliás, as órbitas de (quase) todos os planetas estão
assentes no mesmo plano. Tal deve-se à conservação do momento angular do
sistema, que começou por ser uma única nuvem de gás girando sobre si própria. Outro
exemplo é o do electrão do átomo de hidrogénio, que gira em torno do núcleo com
momento angular constante.
Se considerarmos agora a área varrida pelo vector enquanto o corpo percorre o
arco d , é igual a metade do paralelogramo formado por e rd
7 MOVIMENTO CIRCULAR7
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Além disso, chamamos de período (T) o tempo necessário para que o móvel
complete uma volta em torno de seu eixo de rotação. Podemos, assim, reescrever a
equação da velocidade para o MCU da seguinte forma:
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pelo período (T) dessa volta. Além disso, devemos lembrar que período (T)
e frequência (f) de rotação são grandezas inversas. Há, portanto, mais de uma forma
de calcularmos a velocidade angular de um movimento circular:
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A fórmula acima permite relacionar a velocidade escalar à velocidade angular
de um móvel que executa um MCU.
Confira abaixo um quadro-resumo que pode nos ajudar a entender o MCU:
Força centrípeta é toda força central (que aponta para o centro) que age em
direção perpendicular à velocidade de um móvel, mudando, assim, sua direção e seu
sentido sem alterar o módulo de sua velocidade. A força centrípeta pode ser calculada
por meio da expressão abaixo:
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Quando o corpo em movimento circular
apresenta alguma outra aceleração constante além da centrípeta, dizemos que seu
movimento é circular e uniformemente variado (MCUV), como no caso da figura
abaixo:
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A aceleração angular, por sua vez, pode ser calculada por meio da seguinte
fórmula:
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7.5 Resumo sobre MCUV
→ MCU
Uma roda gigante com 10 m de diâmetro gira a uma frequência de 15 rpm.
Determine:
a) a frequência dessa roda gigante em Hz.
b) o período de oscilação dessa roda gigante.
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c) sua velocidade angular.
d) a velocidade escalar das extremidades da roda gigante.
e) o espaço percorrido por uma pessoa sentada na extremidade da roda
gigante durante uma volta completa.
Resolução
a) Para determinarmos a frequência dessa roda gigante em Hz, basta
lembrarmos que 1 minuto tem 60 segundos. Com isso, dividimos sua
frequência de 15 rpm por 60 s, resultando 0,25 Hz.
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d) A velocidade escalar da roda gigante depende da distância do ponto em
que se deseja calcular a velocidade até o eixo de rotação desse corpo. De
acordo com o enunciado do exercício, o diâmetro dessa roda gigante é de
10 m, e a medida de seu raio é de 5 m:
→ MCUV
Um ponto material move-se em MCUV com velocidade angular inicial de 0,5
rad/s e, então, passa a acelerar a 0,5 rad/s² durante 1,0 s. Sendo o raio de sua
trajetória igual a 5,0 m, determine:
a) a velocidade angular desse ponto material ao final do tempo de 1,0 s.
b) o deslocamento angular sofrido por esse ponto material durante o tempo de
1,0 s.
c) o deslocamento escalar sofrido pelo ponto material.
Resolução
a) A velocidade angular final do móvel pode ser calculada por meio da fórmula
abaixo:
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Considerando os dados fornecidos pelo enunciado do exercício, teremos a
seguinte resolução:
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8 MOVIMENTO UNIFORME8
v — velocidade média
ΔS — deslocamento
Δt — intervalo de tempo
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v — velocidade média
ΔS — deslocamento
Δt — intervalo de tempo
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velocidade pelo fator 3,6, como mostra a figura a seguir:
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Exemplos:
72 km/h / 3,6 = 20 m/s
108 km/h /3,6 = 30 m/s
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8.5 Gráficos do movimento uniforme
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A — área
b — aresta da base
h — altura
Resolução
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O resultado indica que o móvel desloca-se 5 metros a cada segundo.
b) Para determinar a função horária desse movimento, basta identificarmos a
sua posição inicial e velocidade. Em seguida, substituímos esses valores na função
horária da posição:
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No gráfico, vemos duas retas, uma vermelha e uma azul, que representam o
movimento de dois móveis. Estes partem do repouso (v0 = 0) e passam a acelerar de
forma constante. Um segundo após sua partida, o móvel em azul está com uma
velocidade de 4 m/s, enquanto o móvel vermelho está a 2 m/s. Analisando a inclinação
das retas, é fácil perceber que a aceleração do móvel azul é maior que a do móvel em
vermelho.
É possível perceber, com base na leitura do gráfico, que a velocidade do móvel
em azul aumenta 4 m/s, a cada segundo que se passa, enquanto a velocidade do
móvel B aumenta em apenas 2m/s, para o mesmo intervalo de tempo. Desse modo,
podemos escrever as funções horárias dos movimentos representados pelas retas
azul e vermelha, confira:
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Perceba que o movimento retardado, representado pela reta azul, inverte o seu
sentido no instante t = 8 s, uma vez que sua velocidade passa a assumir valores
negativos.
Além de obtermos a aceleração do móvel, com base nos gráficos de
velocidade, também é possível que se calcule a distância percorrida pelo móvel. Para
isso, devemos calcular qual é a área do gráfico abaixo da reta. Essa área pode ser
facilmente encontrada considerando-se a área de um trapézio e pode ser obtida
diretamente pela fórmula seguinte, especialmente útil para quando não se conhece a
aceleração do móvel:
87
SF - posição final
S0 - posição inicial
v0 - velocidade inicial
ΔS - deslocamento
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9.1 Equação de Torricelli
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Exercícios resolvidos
1- Um móvel tem a sua função horária de deslocamento dada por S = 5 + t². Assinale
a alternativa que indica a velocidade inicial e a aceleração desse móvel,
respectivamente:
a) 5 m/s e 1 m/s²
b) 0 m/s e 2 m/s²
c) 1 m/s e 5 m/s²
d) 5 m/s e 2 m/s²
e) 3 m/s e 5 m/s²
Gabarito: Letra B
Resolução:
Sabemos que as funções horárias de deslocamento seguem o formato ax² + bx +c =
0, mas também sabemos que o coeficiente b equivale à velocidade inicial do móvel e
que o coeficiente a equivale à metade de sua aceleração. Desse modo, temos
que: v0 = 0 e a = 2 m/s².
90
uma parábola com a sua concavidade voltada para baixo. Em relação a esse gráfico,
assinale a alternativa correta:
a) Trata-se de um movimento acelerado.
b) Trata-se do gráfico de um movimento retrógrado.
c) Trata-se do gráfico de um movimento retardado.
d) Trata-se de um gráfico de aceleração variável.
e) Trata-se de um gráfico de velocidade crescente.
Gabarito: Letra C
Resolução:
Quando o gráfico de posição em função do tempo tem o formato de uma
parábola, sabemos que esse movimento apresenta aceleração constante. O que nos
diz se o movimento representado pelo gráfico é retardado ou acelerado é a
concavidade da parábola, que, nesse caso, é voltada para baixo. Portanto, o gráfico
em questão representa um movimento retardado.
10 LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS10
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11 HISTÓRIA DA ASTRONOMIA11
12 A ASTRONOMIA PRÉ-HISTÓRICA
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12.3 A Astronomia entre os Egípcios
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O ápice da ciência antiga se deu na Grécia, de 600 a.C. a 400 d.C., a níveis só
ultrapassados no século XVI. Do esforço dos gregos em conhecer a natureza do
cosmos, e com o conhecimento herdado dos povos mais antigos, surgiram os
primeiros conceitos de Esfera Celeste, uma esfera de material cristalino, incrustada
de estrelas, tendo a Terra no centro. Desconhecedores da rotação da Terra, os gregos
imaginaram que a esfera celeste girava em torno de um eixo passando pela Terra.
Observaram que todas as estrelas giram em torno de um ponto fixo no céu e
consideraram esse ponto como uma das extremidades do eixo de rotação da esfera
celeste.
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Pitágoras de Samos (572-497 a.C.) acreditava na esfericidade da Terra, da Lua
e de outros corpos celestes. Achava que os planetas, o Sol, e a Lua eram
transportados por esferas separadas da que carregava as estrelas. Foi o primeiro a
chamar o céu de cosmos.
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Heraclides de Pontus (388-315 a.C.) propôs que a Terra girava diariamente
sobre seu próprio eixo, que Vênus e Mercúrio orbitavam o Sol, e a existência de
epiciclos.
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Aristarco de Samos (310-230 a.C.) foi o primeiro a propor que a Terra se movia
em volta do Sol, antecipando Copérnico em quase 2.000 anos. Entre outras coisas,
desenvolveu um método para determinar as distâncias relativas do Sol e da Lua à
Terra e mediu os tamanhos relativos da Terra, do Sol e da Lua.
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100
Eratóstenes de Cirere (276-194 a.C.), bibliotecário e diretor da Biblioteca
Alexandrina de 240 a.C. a 194 a.C., foi o primeiro a medir a circunferência da Terra.
Ele notou que, na cidade egípcia de Siena (atualmente chamada de Asuan), no
primeiro dia do verão, ao meiodia, a luz solar atingia o fundo de um grande poço, ou
seja, o Sol estava incidindo perpendicularmente à Terra em Siena. Já em Alexandria,
situada ao norte de Siena, isso não ocorria; medindo o tamanho da sombra de um
bastão na vertical, Eratóstenes observou que em Alexandria, no mesmo dia e hora, o
Sol estava aproximadamente sete graus mais ao sul. A distância entre Alexandria e
Siena era conhecida como de 5.000 estádios. Um estádio era uma unidade de
distância usada na Grécia antiga. Como 7 graus corresponde a 1/50 de um círculo
(360 graus), Alexandria deveria estar a 1/50 da circunferência da Terra ao norte de
Siena e a circunferência da Terra deveria ser 50×5.000 estádios. Infelizmente, não é
possível se ter certeza do valor do estádio usado por Eratóstenes, já que os gregos
usavam diferentes tipos de estádios. Se ele utilizou um estádio equivalente a 1/6 km,
o valor está a 1% do valor correto de 40.000 km.
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Hiparco de Nicéia (160-125 a.C.), considerado o maior astrônomo da era pré-
cristã, construiu um observatório na ilha de Rodes, onde fez observações durante o
período de 160 a 127 a.C. Como resultado, ele compilou um catálogo com a posição
no céu e a magnitude de 850 estrelas. A magnitude, que especificava o brilho da
estrela, era dividida em seis categorias, de 1 a 6, sendo 1 a mais brilhante, e 6 a mais
fraca visível a olho nu. Hiparco deduziu corretamente a direção dos pólos celestes, e
até mesmo a precessão, que é a variação da direção do eixo de rotação da Terra
devido à influência gravitacional da Lua e do Sol, que leva 26.000 anos para completar
um ciclo.
Para deduzir a precessão, ele comparou as posições de várias estrelas com
aquelas catalogadas por Timocharis e Aristyllus 150 anos antes (cerca de 300 a.C.).
Estes eram membros da Escola Alexandrina do século III a.C. e foram os primeiros a
medir as distâncias das estrelas de pontos fixos no céu (coordenadas eclípticas).
Foram, também, dos primeiros a trabalhar na Biblioteca de Alexandria, que se
chamava Museu, fundada pelo rei do Egito, Ptolémée Sôter Ier, em 305 a.C. Hiparco
também deduziu o valor correto de 8/3 para a razão entre o tamanho da sombra da
Terra e o tamanho da Lua e também que a Lua estava a 59 vezes o raio da Terra de
distância; o valor correto é 60. Ele determinou a duração do ano com uma margem de
erro de 6 minutos.
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102
astronomia, conhecida como o Almagesto, que é a maior fonte de conhecimento sobre
a astronomia na Grécia. A contribuição mais importante de Ptolomeu foi uma
representação geométrica do sistema solar, geocêntrica, com círculos e epiciclos, que
permitia predizer o movimento dos planetas com considerável precisão e que foi
usado até o Renascimento, no século XVI.
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104
Tycho Brahe (1546-1601) descobriu erros nas Tabelas Alfonsinas. Em 11 de
novembro de 1572, Tycho notou uma nova estrela na constelação de Cassiopéia. A
estrela era tão brilhante que podia ser vista à luz do dia, e durou 18 meses. Era o que
hoje chamamos de super nova. Publicou suas observações no De Nova et Nullius Aevi
Memoria Prius Visa Stella, em Copenhague em 1573. Com seus assistentes, Tycho
conseguiu reduzir a imprecisão das medidas, de 10 minutos de arco deste o tempo de
Ptolomeu, para um minuto de arco. Foi o primeiro astrônomo a calibrar e checar a
precisão de seus instrumentos periodicamente, e corrigir as observações por refração
atmosférica. Também foi o primeiro a instituir observações diárias, e não somente
quando os astros estavam em configurações especiais, descobrindo assim anomalias
nas órbitas até então desconhecidas.
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105
embora invertidos, que é o princípio do telescópio astronômico. Em relação a Kepler,
devem ser mencionados também seu telescópio astronômico e suas Tábuas
Rodolfinas.
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Sir Isaac Newton (1643-1727). Sua obra monumental fixa as bases da mecânica
teórica. Da combinação de suas teorias com sua lei de gravitação, surge a
confirmação das leis de Kepler e, num só golpe, o estabelecimento, em bases
científicas, da mecânica terrestre e celeste. No domínio da óptica, Newton inventou o
telescópio refletor, discutiu o fenômeno da interferência, desenvolvendo as ideias
básicas dos principais ramos da física teórica, nos dois primeiros volumes do Principia,
com suas leis gerais, mas também com aplicações a colisões, o pêndulo, projéteis,
fricção do ar, hidrostática e propagação de ondas. Somente depois, no terceiro
volume, Newton aplicou suas leis ao movimento dos corpos celestes.
107
O Principia é reconhecido como o livro científico mais importante escrito. Os
trabalhos astronômicos de Newton são apenas comparáveis aos de Gauss, que
contribuiu para a astronomia com a teoria da determinação de órbitas, com trabalhos
importantes de mecânica celeste, de geodésica avançada e a criação do método dos
mínimos quadrados. Nunca outro matemático abriu novos campos de investigação
com tanta perícia, na resolução de certos problemas fundamentais, como Gauss.
São dessa época os notáveis trabalhos de mecânica celeste desenvolvidos por
Euler, Lagrange e Laplace, e os dos grandes observadores como F.W. Herschel,
J.F.W. Herschel, Bessel, F.G.W. Struve e O.W. Struve. Vale a pena lembrar uma data
histórica para a astronomia - a da primeira medida de paralaxe trigonométrica de uma
estrela e, consequentemente, da determinação de sua distância, por Bessel (61
Cygni) e F.G.W. Struve (Vega), em 1838. Este notável feito da técnica de medida
astronômica é basicamente o ponto de partida para o progresso das pesquisas do
espaço cósmico.
108
13 GRAVITAÇÃO UNIVERSAL
Legenda:
|F| – módulo da força de atração gravitacional (N – Newton)
G – constante de gravitação universal (6,67408.10-11 N.kg²/m²)
M – massa gravitacional ativa (kg – quilogramas)
m – massa gravitacional passiva (kg – quilogramas)
d² – distância entre as massas ao quadrado (m²)
Legenda:
P – módulo da força peso (N – Newton)
m – massa gravitacional passiva (kg – quilogramas)
g – módulo da gravidade local (m/s² – metro por segundo ao quadrado)
Para tanto, basta recordar que a força de atração gravitacional aponta sempre
na direção que liga os dois corpos, tratando-se, portanto, de um tipo de força central,
assim como a força centrípeta, que atua nos corpos em movimento circular. Assim:
111
Legenda:
113
Os valores de aceleração calculados acima mostram que, apesar de as forças
de atração serem iguais para a Terra e para a Lua, a aceleração adquirida por cada
uma é diferente. Além disso, fazendo a razão entre os dois valores, vemos que a
aceleração que a Lua sofre é cerca de 81 vezes maior que a sofrida pela Terra.
Peso é uma força exclusivamente atrativa que surge entre dois corpos com massa.
Fonte: brasilescola.uol.com.br
14 LEIS DE KEPLER12
As Leis de Kepler são três leis, propostas no século XVII, pelo astrônomo e
matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630), na obra Astronomia Nova (1609).
Elas descrevem os movimentos dos planetas, seguindo modelos
heliocêntricos, ou seja, o Sol no centro do sistema solar.
Fonte: todamateria.com.br
A 2ª lei de Kepler assegura que o segmento (raio vetor) que une o sol a um
planeta varre áreas iguais em intervalos de tempo iguais.
Uma consequência deste fato é que a velocidade do planeta ao longo da sua
trajetória orbital é diferente.
Sendo maior quando o planeta se encontra mais próximo do seu periélio (menor
distância entre o planeta e o Sol) e menor quando o planeta se encontra próximo do
seu afélio (maior distância do planeta ao Sol).
Fonte: todamateria.com.br
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Terceira Lei de Kepler
A 3ª lei de Kepler indica que o quadrado do período de revolução de cada
planeta é proporcional ao cubo do raio médio de sua órbita.
Por isso, quanto mais distante o planeta estiver do sol, mais tempo levará para
completar a translação.
Matematicamente, a terceira Lei de Kepler é descrita da seguinte maneira:
Onde:
T: corresponde ao tempo de translação do planeta
r: o raio médio da órbita do planeta
K: valor constante, ou seja, apresenta o mesmo valor para todos os corpos que
orbitam ao redor do Sol. A constante K depende do valor da massa do Sol.
Portanto, a razão entre os quadrados dos períodos de translação dos planetas
e os cubos dos respectivos raios médios das órbitas será sempre constante, conforme
apresentado na tabela abaixo:
116
14.1 Leis de Kepler e a Gravitação Universal
Sendo,
F: força gravitacional
G: constante de gravitação universal
M: massa do Sol
m: massa do planeta
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15 BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Classical Dynamics of particles and systems, Marion Thornton, (4th edition, Saunders
College Publishing, 1995).
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