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CONCEITOS MECÂNICOS

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Caro estudante,

A disciplina de Conceitos Mecânicos, oferecida no módulo segundo do curso


Técnico em Mecatrônica lhe dará uma visão ampla acerca dos principais
conceito aplicados no universo da mecânica. Dessa forma, você entenderá
como funciona os corpos em movimento e em repouso, a sua dinâmica, que
constitui a maior parte de componentes de máquinas. Em relação as máquinas,
será apresentado uma introdução estabelecendo uma visão sobre o seu
principio de funcionamento.

Fique atento às atividades propostas nesta apostila, pois os exercícios são uma
parte importante para a fixação dos conteúdos. Por fim, espero que você tenha
um bom aproveitamento deste material, que vai servir como um companheiro
de consultas para o resto de sua vida. Lembramos que você não está sozinho.
Uma ampla rede de profissionais estará disponibilizada para interagir com
você.

Autor: Prof. Engº. Diego Rosa dos Santos

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Sumário
1. INTRODUÇÃO À MECÂNICA ......................................................................................... 4
2. CINEMÁTICA ...................................................................................................................... 4
2.1 Velocidade e Aceleração média ........................................................................... 4
2.2 Movimento Uniforme ............................................................................................... 5
2.3 Movimento Uniformemente Variado.................................................................... 6
3. FORÇA................................................................................................................................. 7
3.1 Leis de Newton.......................................................................................................... 7
3.2 Peso ............................................................................................................................. 7
3.3 Decomposição de força .......................................................................................... 8
4. FORÇA CENTRÍFUGA E CENTRIPETA ..................................................................... 11
5. IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO ........................................................... 13
6. MOMENTO DE UMA FORÇA ........................................................................................ 14
7. TRABALHO ...................................................................................................................... 16
7.1 Trabalho de uma força constante ...................................................................... 16
7.2 Trabalho da força peso ......................................................................................... 17
7.3 Trabalho da força elástica.................................................................................... 17
8. POTÊNCIA ........................................................................................................................ 19
9. ENERGIA........................................................................................................................... 21
9.1 Energia cinética ...................................................................................................... 22
9.2 Energia potencial.................................................................................................... 22
9.3 Energia mecânica ................................................................................................... 22
10. INTRODUÇÃO À MÁQUINA...................................................................................... 25
10.1 Rendimento .............................................................................................................. 26
11. RESISTÊNCIAS PASSIVAS ...................................................................................... 28
11.1 Atrito de escorregamento .................................................................................... 29
11.2 Veículos em curva .................................................................................................. 34
11.2.1 Derrapagem....................................................................................................... 34
11.2.2 Tombamento ..................................................................................................... 34
11.3 Atrito de rolamento ................................................................................................ 35
11.4 Enrolamento e desenrolamento ......................................................................... 38
11.5 Resistência do meio .............................................................................................. 38
12. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 40

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1. INTRODUÇÃO À MECÂNICA

A mecânica é a parte da física que estuda o movimento e o equilíbrio dos


corpos e, suas causas. Por sua vez divide-se em:
a. CINEMÁTICA: que estuda o movimento dos corpos,
independentemente das causas que o produzem ou o modificam;
b. ESTÁTICA: que estuda o equilíbrio das forças sobre um corpo em
repouso;
c. DINÂMICA: que estuda o movimento dos corpos em relação às
causas que o produzem.

2. CINEMÁTICA

Em cinemática não nos preocupamos com as causas dos movimentos. Só


nos interessa descrever o movimento, determinar a posição, a velocidade e a
aceleração do móvel, num determinado instante de tempo.
Um ponto material (corpo de dimensões desprezíveis) está em movimento
em relação a um determinado referencial, quando sua posição medida nesse
referencial varia no decorrer do tempo. O ponto material está em repouso num
referencial, quando sua posição, medida nesse referencial, não varia no
decorrer do tempo.

2.1 Velocidade e Aceleração média

Velocidade média é a relação entre a distância (d) percorrida por um


corpo num intervalo de tempo Δt, ou seja:

Para transformar de km/h para m/s dividimos por 3,6 e de m/s para km/h
multiplica-se por 3,6. Quando obtivermos uma velocidade positiva, chamamos
o movimento de progressivo, e no caso contrário chama-se de retrógrado.
Aceleração média é a grandeza associada ao movimento que mede a
variação da velocidade do corpo na passagem do tempo.

Dizemos que o movimento é acelerado quando o módulo da velocidade


aumenta no decurso do tempo. Quando o módulo da velocidade diminui o
movimento é retardado.

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2.2 Movimento Uniforme

Consideremos uma partícula em movimento uniforme, com velocidade


escalar V. Suponhamos que, ao iniciarmos a contagem dos tempos (to = 0), a
partícula tenha abscissa (ou espaço) So; essa abscissa será chamada de
espaço inicial. Algum tempo depois, no instante t, a partícula terá abscissa (ou
espaço) S.

Como o movimento é uniforme, a velocidade instantânea coincide com a


velocidade média num intervalo de tempo qualquer. Assim, entre os instantes to
e t, temos:

Essa é denominada equação horária dos espaços.

EXERCÍCIO
1) Em uma estrada, um automóvel A, com velocidade escalar 80 Km/h,
persegue um automóvel B, cuja velocidade escalar é 60 Km/h, de modo
que os dois automóveis se movem no mesmo sentido, como mostra a
figura. Num determinado instante, a distância que os separa é de 30 Km.

a) Depois de quanto tempo o automóvel A alcançara o automóvel B?


b) Qual a posição do encontro?

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2.3 Movimento Uniformemente Variado

Consideremos uma partícula em movimento uniformemente variado em


uma linha sobre a qual foi estabelecido um sistema de abscissa (figura acima).
Suponhamos que, no instante inicial (to = 0), a partícula esteja passando pelo
ponto de espaço So, com velocidade escalar Vo. Depois de algum tempo, num
instante qualquer t, a partícula estará passando pelo ponto de espaço S, com
velocidade escalar V. Sendo a a aceleração escalar, pode-se demonstrar que:

EXERCÍCIO
1) É dado o movimento cujo espaço, medido na trajetória (em metros) a
partir de uma origem, varia em função do tempo, segundo:

onde os instantes de tempo t estão medidos em segundos. Determine:

a) O espaço e a velocidade iniciais e a aceleração;


b) A função horária da velocidade;
c) Verifique se o móvel muda de sentido; se mudar determine sua posição
nesse instante.
2) Um carro com 90 Km/h é freado uniformemente com aceleração de 2,5
m/s2 (em módulo), até parar. Determine o espaço percorrido pelo móvel
do início da freagem até parar.
3) Um automóvel, partindo do repouso, atinge a velocidade de 20 m/s após
percurso de 100 m. A aceleração média e a duração foram?

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3. FORÇA

É toda causa capaz de produzir ou modificar um movimento. Os


elementos de uma força são: ponto de aplicação, direção, intensidade e
sentido. Portanto, a força é uma grandeza vetorial.

3.1 Leis de Newton

a) Primeira lei de Newton ou princípio da inércia: todo corpo continua em


seu estado de repouso ou de movimento retilíneo uniforme, a menos
que seja obrigado a mudar esse estado por forças aplicadas sobre ele.
b) Segunda lei de Newton ou princípio fundamental da dinâmica: a
resultante ⃗⃗⃗⃗ das forças aplicadas a um ponto material é igual ao
produto de sua massa m pela aceleração adquirida a, ou seja,
⃗⃗⃗⃗
c) Terceira lei de Newton ou princípio da ação e reação: toda vez que um
corpo A exerce uma força ⃗⃗⃗⃗ num corpo B, este também exerce em A
uma força ⃗⃗⃗⃗ , tal que |⃗⃗⃗⃗ | | ⃗⃗⃗⃗ |, isto é, as forças tem a mesma
intensidade, a mesma direção, mas sentidos opostos.

3.2 Peso

Abandonando-se um corpo de massa m acima da superfície terrestre, numa


região onde se fez vácuo, a força resultante sobre o corpo é o próprio peso ⃗ .
Assim, de acordo com a segunda lei de Newton, temos a seguinte
correspondência:

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onde g é a aceleração da gravidade local da terra equivalente a


aproximadamente 9,81 m/s2. O peso é uma força e é medido em Newtons (N)
ou quilograma-força (Kgf) com correspondência:

3.3 Decomposição de força

Consiste na determinação da resultante de um sistema, podendo ser


resolvida gráfica ou analiticamente:

EXERCÍCIO
1) Um vagão de 10 t se movimenta horizontalmente. Desprezando as
resistências passivas, determinar a força necessária para adquirir uma
aceleração de 2 m/s2.
2) Um carro de 480 Kg passa da velocidade de 54 Km/h para 72 Km/h em
16 s. Qual é a força de aceleração?
3) Um carro de 1500 Kg corre a 90 Km/h. Determinar a força dos freios
para pará-lo em 100 m?
4) Um carro em movimento retilíneo uniforme, com velocidade de 72 Km/h,
é freado com uma força de 100 Kgf em 10 s. Determinar o peso do
carro.
5) Uma força F de intensidade 50 N é aplicada horizontalmente sobre um
bloco A de massa 3 Kg, o qual, por sua vez, empurra um bloco B de
massa 2 Kg, conforme figura. Se os blocos estão sobre um plano
horizontal sem atrito, qual a força que um bloco exerce sobre o outro.
6) Três corpos A, B e C de massas 1 Kg, 3 Kg e 6 Kg, respectivamente,
estão apoiados numa superfície horizontal perfeitamente lisa. A força
constante 5 N, horizontal, é aplicada ao primeiro bloco A. Determine:
a) A aceleração adquirida pelo conjunto;
b) A intensidade da força que A exerce em B;
c) A intensidade da força que B exerce em C.

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7) Dois corpos A e B de massas iguais a 2 Kg e 4 Kg, respectivamente,
estão apoiados numa superfície horizontal perfeitamente lisa. O fio que
liga A e B é ideal, isto é, de massa desprezível e inextensível. A força
horizontal F têm intensidade 12 N, constante. Determine:
a) A aceleração do sistema;
b) A intensidade da força de tração do fio.

8) Os corpos A e B da figura têm massas respectivamente iguais a 6 Kg e


2 Kg. O plano de apoio é perfeitamente liso e o fio é inextensível e de
peso desprezível. Não há atrito entre o fio e a polia, considerada sem
inércia. Adote g = 10 m/s2. Determine:
a) A aceleração do conjunto;
b) A tração no fio.

9) No arranjo experimental da figura os corpos A, B e C têm massas


respectivamente iguais a 5 Kg, 2 Kg e 3 Kg. A aceleração da gravidade
é 10 m/s2. Os fios são inextensíveis e de inércia desprezível; não há
atrito entre os fios e as polias. O plano horizontal é perfeitamente liso.
Determine:
a) A aceleração do sistema de corpos;
b) As trações nos fios.

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10) Três corpos A, B e C estão interligados por fios inextensíveis e de peso
desprezíveis. As massas dos corpos são, respectivamente, iguais a 20
Kg, 30 Kg e 50 Kg e a aceleração da gravidade local é de 10 m/s2.
Supondo inexistência de atritos e desprezíveis a inércia da polia,
determine:
a) A aceleração do sistema;
b) A tração no fio que liga o corpo B ao C;
c) A tração no fio que liga o corpo A ao B;
d) A força resultante sobre o corpo B.
11) Determine as componentes ortogonais FX e FY de uma carga F de 100N
que forma 40º com a horizontal. Dado: sen40° = 0,642 e cos40° = 0,766.

12) A construção representada na figura está em equilíbrio. Calcular as


forças normais atuantes nos cabos (1), (2) e (3). Dados: α = 60°, P =
1000 N, sen60° = 0,866 e cos60° = 0,5.

13) Considerando a figura em equilíbrio, calcular as forças normais atuantes


nos cabos (1), (2) e (3). Dados: P = 1500 N, sen45° = cos45° = 0,707.

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14) Uma carga de 1000kgf está suspensa conforme a figura. Determinar as
forças normais atuantes nas barras (1), (2) e (3).

4. FORÇA CENTRÍFUGA E CENTRIPETA

Pela cinemática, estudando o movimento circular uniforme, verificamos a


existência de uma aceleração centrípeta:

Para imprimir esta aceleração a um corpo de massa m, é necessária uma


força de intensidade:

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O corpo que percorre a trajetória circular é continuamente desviado da
direção tangencial, que seguiria, por uma força dirigida para o centro, chamada
força centrípeta, Fcp.

À ação da força centrípeta Fcp o corpo em rotação reage com uma força
igual e contrária (3a lei de Newton). Essa reação é chamada força centrífuga
Fcf.

Lembrando que V = ωR (ω = velocidade angular em rad/s), teremos:

Sabendo-se que a velocidade periférica é dada por sendo n o


número de rotações por minuto (rpm), temos:

EXERCÍCIOS
1) Uma hélice de avião de 2 pás metálicas, pesando cada uma 16 Kg e
com o baricentro a 570 mm do eixo de rotação, gira com 1550 rpm.
Calcular a força centrífuga que tende a arrancar as pás do cubo.

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2) Determinar a mínima velocidade necessária para que uma moto cumpra
o “giro da morte” em uma pista circular de 5 m de raio.

3) Um motociclista descreve uma circunferência vertical num “globo da


morte”, de raio 3,6 m, numa região em que g = 10 m/s 2. Para que o
motociclista não perca o contato com o globo ao passar pelo ponto mais
alto, qual o valor mínimo da velocidade?

4) Um corpo descreve um movimento no interior de uma esfera de raio


igual a 3 m. Adote g = 10 m/s2. Determine a mínima velocidade que o
corpo deve ter para não perder contato com a esfera.

5. IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO

Considere uma força constante F atuando num ponto material durante um


intervalo de tempo Δt. O impulso dessa força nesse intervalo de tempo é:

Agora considere um corpo de massa m com velocidade V num


determinado referencial. A quantidade de movimento desse corpo é a grandeza
vetorial:

Então, para que uma força movimente um corpo é necessário que atue
durante um tempo t, infinitesimal, mas não nulo, ou seja:

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EXERCÍCIOS
1) Um corpo de 42 Kg é catapultado verticalmente para o alto, por uma
força de 300 Kg aplicada por 2 s. Calcular a velocidade alcançada pelo
corpo devido à força.
2) Um projetil de 70 Kg sai da boca de um canhão com a velocidade de
600 m/s. Determinar a força de propulsão desenvolvida pela carga de
explosivo, sabendo que o projétil leva 1/100 s para percorrer o cano do
canhão.
3) Determinar o tempo necessário para que um carro de 700 Kg alcance 76
km/h, sabendo-se que o motor desenvolve uma força motora de 100 Kg.

6. MOMENTO DE UMA FORÇA

O momento de uma força (ou torque) em relação a um ponto qualquer de


referência é definido como sendo o produto entre a intensidade de carga
aplicada e a respectiva distância em relação ao ponto. Observa-se que a
direção da força e a distância estarão sempre defasadas de 90º. Na figura
abaixo, o momento da força F em relação ao ponto A será obtido através do
produto “F.c”, da mesma forma que o produto da carga P em relação a A será
obtido através de “P.b”. Adotaremos positivo (+), o momento que obedecer ao
sentido horário.

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EXERCÍCIOS

1) Determinar o momento torcedor que o indivíduo aplica ao parafuso


atuando com uma força de 20 Kgf em cada braço, sabendo – se que a
distância entre os manípulos é de 60 cm.

2) Determinar o peso que se pode levantar com uma força de 20 Kg,


segundo o esquema da figura abaixo.

3) Determinar a intensidade da força F, para que atue no parafuso o torque


de 40 Nm. À distância a (centro do parafuso ao ponto de aplicação da
carga F) será determinada por:

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7. TRABALHO

Todos os dias ouvimos frases do tipo “fulano trabalha 12 horas por dia,
enquanto sicrano não trabalha”. Nessas frases há o termo TRABALHO, que
também comparece em física, mas com significado muito preciso e diferente
dos anteriores.

Em física, TRABALHO está relacionado a forças e não a corpos: diz-se


“trabalho de uma força” e nunca “trabalho de um corpo”.

7.1 Trabalho de uma força constante

Consideremos um corpo que se move em trajetória retilínea, efetuando


um deslocamento d. seja F uma das forças que atuam no corpo e suponhamos
que essa força seja constante (em módulo direção e sentido) e forme um
ângulo θ com o deslocamento d. O trabalho da força F é definido por:

Quando θ é agudo, isto é, 0 < θ < 90°, teremos cosθ > 0, e o trabalho será
positivo (trabalho motor). Quando θ é obtuso, isto é, 90° < θ < 180°, teremos
cosθ < 0, e o trabalho é negativo (trabalho resistente). Quando θ = 90°, o
trabalho é nulo. Observe as ilustrações à seguir:

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7.2 Trabalho da força peso

Consideremos uma região próxima da superfície da Terra, de modo que a


aceleração da gravidade possa ser considerada constante. Suponhamos que
uma partícula vá de um ponto A a um ponto B, como ilustra a figura abaixo.
Usando-se o cálculo integral é possível demonstrar que o trabalho realizado
pelo peso P da partícula é dado por:

onde h é o desnível entre os pontos A e B, independentemente da trajetória


seguida. Quando o corpo desce o trabalho será positivo e na subida será
negativo e nulo em deslocamento horizontal.

7.3 Trabalho da força elástica

Quando uma mola sofre deformações em regime elástico, aplicando-lhe


uma força F aparece em sentido oposto a força elástica Felast, que tende a
trazer a mola à sua situação de repouso.

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A intensidade da força elástica é proporcional à deformação x, definida
pela lei de Hooke:

onde k é a constante elástica da mola medida em N/m.


O trabalho da força elástica pode ser motor ou resistente, independe da
trajetória e pode ser determinado pela equação:

EXERCÍCIOS
1) Um cavalo puxa uma carroça com uma força de 50 Kg por um percurso
de 2 Km. Qual o trabalho mecânico executado pelo animal?
2) Calcular o trabalho teórico absorvido por um veículo de 500 Kg, que se
movimenta por 800 m, sobre uma rua inclinada de 6°.

3) A mola ideal da figura varia seu comprimento de 12 cm para 17 cm


quando penduramos em sua extremidade um corpo A (em repouso) de
peso 10 N.
a) Qual a constante elástica da mola, em N/m?
b) Qual o comprimento dessa mola, quando ela sustentar em equilíbrio
um corpo B de peso 20 N?

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4) O sistema montado na figura apresenta-se em equilíbrio. As molas
verticais são leves (pesos desprezíveis) e cada uma possui constante
elástica k = 50 N/m e comprimento natural (não deformada) de 20 cm.
Cada bloco tem peso de 5,0 N. Quais os comprimentos a e b das
molas?

8. POTÊNCIA
É o trabalho realizado na unidade de tempo:

Na indústria costuma-se expressar a potência em:


W – Watt
CV – cavalo vapor
HP – horse power
Conversões mais utilizadas:
1 CV = 735 W

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1 HP = 746 W
1 CV 1 HP
1 Kwh = 3,6x106 = 1,36 CVh
Analisando o movimento circular, podemos determinar o torque em função
da potência e do número de rotações por minuto pela relação:

EXERCÍCIOS

1) Determinar o trabalho e a potência para elevar um peso de 750 Kg a 10


m de altura, em 20 s.
2) Determinar a potência teórica do motor de uma bomba necessária para
encher em ¼ de hora, um reservatório de água de 9 m 3 conforme
esquema em figura.

3) Determinar a força de tração de uma locomotiva que absorve uma


potência de 500 CV para arrastar um trem à velocidade de 36 Km/h.
4) Calcular a força tangencial transmitida por uma engrenagem cilíndrica
de dentes retos, com diâmetro primitivo de 120 mm, chavetada sobre um
eixo de um motor de 2,0 CV com 1720 rpm.

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5) Um avião utiliza a potência de 420 CV e voa a 250 Km/h. Qual é o valor
da força de arrasto gerada pela hélice?
6) Para encher em 3 min um reservatório de água de 800 litros situado a 12
m acima do canal de alimentação, deve – se empregar uma potência de:

9. ENERGIA

Energia de um corpo é o trabalho que ele pode efetuar.

Uma definição informal de energia, mas que é adequada para um grande


número de fenômenos com que nos defrontamos no dia a dia, é a seguinte:
consideremos um sistema formado por um ou mais corpos. Diremos que esse
sistema possui energia se, de alguma forma, puder movimentar “coisas”, fazer
com que as “coisas” funcionem.

Cotidiano e aplicações: tomemos por exemplo o caso de um automóvel.


Para que ele se movimente é necessário que seja abastecido com combustível
(gasolina ou álcool, por exemplo). O vapor do combustível é misturado com ar
dentro de um cilindro, onde há um pistão móvel. Uma faísca elétrica produzida
por um sistema elétrico provoca uma reação química denominada combustão
que causa uma pequena explosão do gás; este se expande, empurrando o
pistão. O movimento do pistão é, então, transmitido às rodas do automóvel,
fazendo-o movimentar.

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9.1 Energia cinética

Pela dinâmica sabemos que uma força F constante, atuando sobre um


corpo livre, de massa m, inicialmente em repouso, o movimentará com
movimento retilíneo uniformemente acelerado. Depois de um certo tempo t, o
corpo terá percorrido o espaço s. Logo a força terá realizado um trabalho, que
o físico inglês Thomas Young chamou de energia cinética, definida por:

O corpo, continuando seu movimento com velocidade V, conservará a


energia adquirida na partida devolvendo-a durante o movimento de parada.
Desejando variar a velocidade, de V1 para V2, de um corpo em movimento, é
necessário fornecer-lhe um trabalho igual à variação da energia cinética:

9.2 Energia potencial

Em mecânica consideramos duas energias potenciais: a associada ao


trabalho do peso, chamada energia potencial gravitacional e a associada ao
trabalho da força elástica, chamada energia potencial elástica:

9.3 Energia mecânica

Um corpo atirado para cima com velocidade inicial Vo retorna à mesma


posição com a mesma velocidade em sentido contrário, se desprezarmos a
resistência do ar. Isto é, na ausência de força dissipativa, a energia cinética
inicialmente fornecida ao corpo é a mesma na posição final. Porém, no
fenômeno descrito, essa energia se transforma. Quando o corpo sobe, diminui
sua velocidade e sua energia cinética; porém, o corpo ganha altura e portanto
energia potencial. Na altura máxima, tem somente energia potencial pois sua
velocidade é nula. No retorno perde energia potencial pois perde altura, mas
adquire energia cinética. No final recupera sua energia cinética inicial.

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Concluímos do exemplo, que: a energia mecânica permanece constante na
ausência de forças dissipativas, apenas se transformando em suas
formas cinética e potencial. Logo, podemos representar por

EXERCÍCIOS

1) Calcular o valor teórico da energia disponível em uma represa de


8000000 m3, localizada à 1650 m de altitude, destinada a alimentar uma
central hidroelétrica localizada a 50 m do nível do mar.

2) Responda:
a) Qual a energia que deverá ser fornecida a um trem de 225 t para que
alcance a velocidade de 30 Km/h?

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b) Qual a energia que deverá ser fornecida para que passe de 30 Km/h
para 36 Km/h?
c) Qual a energia que deverá ser fornecida para que a sua velocidade
aumente ainda de 6 Km/h?
d) Qual a energia que deverá ser dissipada na freagem?
3) Quanta energia deverá gastar um ciclista para passar de 15 Km/h a 20
Km/h em estrada horizontal? O peso total, ciclista e bicicleta é de 84 Kg.
4) Uma pedra de 5 g cai de uma altura de 5 m em relação ao solo. Adote g
= 10 m/s2 e despreze a resistência do ar. Determine a velocidade da
pedra quando atinge o solo.
5) A figura representa um conjunto de planos perfeitamente lisos, onde
deve-se mover uma bola de massa 2 Kg. A bola é abandonada do
repouso, em A. Adote g = 10 m/s2. Analisando o movimento, determine a
velocidade com que a loba passa pelo ponto C.

6) A figura representa um carrinho de massa m deslocando-se sobre o


trilho de uma montanha russa num local onde a aceleração da gravidade
tem módulo 10 m/s2. Considerando que a energia mecânica do carrinho
se conserva durante o movimento e, em P, o módulo de sua velocidade
é 8,0 m/s, teremos no ponto Q uma velocidade de módulo igual a:

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7) A mola (k = 100 N/m) está comprimida 0,10 m. Se ela for liberada, o
carrinho de massa 0,10 Kg atingirá a altura h, em metros, de:

10. INTRODUÇÃO À MÁQUINA

Máquina é todo dispositivo que permite uma melhor utilização da força. As


máquinas se classificam em:

 Máquinas simples: alavancas, polias, planos inclinados, ...


 Máquinas compostas: tornos, plainas, furadeiras, turbinas, ...
As máquinas compostas se dividem em:
 Motores: são aqueles que transformam a energia natural (calor,
eletricidade, ...) em energia mecânica (motores elétricos, motores a
explosão, turbinas, máquinas a vapor, ...).
 Máquinas operatrizes: são aquelas que transformam a energia
mecânica recebida pelos motores em trabalho útil (tornos, furadeira,
plainas, ...). As vezes os motores são substituídos por animais ou pelo
homem (máquinas manuais).

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10.1 Rendimento

O conceito de rendimento é bastante intuitivo. De toda a energia gasta


para acionar uma máquina, apenas uma parte é recuperada sob forma de
trabalho útil, enquanto a parte restante é gasta para vencer as resistências
passivas, e se perde sob forma de calor.

Rendimento de uma máquina é a relação entre o trabalho útil (ou potência


útil) e o trabalho motor (potência total):

onde Tm é o trabalho motor que a máquina recebe, T u é o trabalho útil que a


máquina fornece, TP é o trabalho perdido por causa das resistências passivas,
Nu é a potência efetivamente utilizado e Nt é a potência total recebida.
As perdas são inevitáveis, por isso teremos sempre η < 1. Se a máquina
for composta de vários elementos, teremos:

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ELEMENTOS DE MÁQUINAS η
Mancais de escorregamento......................... 0,95 a 0,98
Mancais de roletes........................................ 0,98
Mancais de rolamentos................................. 0,99
Engrenagens cilíndricas fundidas.................. 0,93
Engrenagens cilíndricas frezadas................. 0,96
Engrenagens cilíndricas Cônicas, fundidas... 0,92
Engrenagens cilíndricas Cônicas, frezadas.. 0,95
Correias planas............................................. 0,96 a 0,97
Correias em V................................................ 0,97 a 0,98
Correntes silenciosas.................................... 0,97 a 0,99
Correntes Renold.......................................... 0,95 a 0,97
Cabos............................................................ 0,94 a 096
Rosca sem fim (aço-bronze) com 1 entrada. 0,50 a 0,60
Rosca sem fim (aço-bronze) com 2 entradas 0,70 a 0,80
Rosca sem fim (aço-bronze) com 3 entradas 0,80 a 0,85
Parafuso de movimento com 1 entrada......... 0,25 a 0,30
Parafuso de movimento com 2 entradas....... 0,40 a 0,60
Talhas com 2 roldanas.................................. 0,94
Talhas com 3 roldanas.................................. 0,92
Talhas com 4 roldanas.................................. 0,91
Talhas com 5 roldanas.................................. 0,89
Talhas com 6 roldanas.................................. 0,87
Talhas com 7 roldanas.................................. 0,86
Talhas com 8 roldanas.................................. 0,83
Talhas com 9 roldanas.................................. 0,82
Talhas com 10 roldanas................................ 0,80
Tabela: Valores aproximados dos rendimentos dos elementos de máquinas.

EXERCÍCIOS

1) Numa talha, cujo mecanismo de funcionamento é desconhecido, com


uma força de 30 Kg conseguimos suspender um peso de 540 Kg,
notando que puxando a corrente de manobra de 40 cm, a carga se
suspende de 1 cm. Qual é o rendimento da talha?

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2) Uma máquina consome 5 HP em sua operação. Sabendo-se que 3 HP
são perdidos por dissipação, qual o rendimento da máquina?
3) A água é retirada de um poço de 18 m de profundidade com o auxílio de
um motor de 5 HP. Determine o rendimento do motor se 420000 L de
água são retirados em 7 h de operação. Dados: 1 HP = 0,75 KW, g = 10
m/s2.

11. RESISTÊNCIAS PASSIVAS

Até agora estudamos os fenômenos mecânicos, considerando os corpos


submetidos apenas às forças externas e às forças de inércia, movimentando-se
sobre superfícies ideais, sem rugosidade, e em espaço perfeitamente vazio.

Na realidade, o ar atmosférico, a rugosidade e a deformabilidade das


superfícies de contato, originam forças que se opõem aos movimentos dos
corpos. Estas forças se chamam resistências passivas. Entre elas podemos
enumerar:

 Atrito de escorregamento – devido à rugosidade das superfícies em


contato com os corpos em translação. Ex.: cabeçote de limadora.
 Atrito de rolamento – devido à deformação das superfícies em contato
com os corpos em rotação. Ex.: rodas sobre trilhos.
 Resistência ao enrolamento e desenrolamento – devido à rigidez dos
corpos enrolados sobre superfícies cilíndricas. Ex.: cabo sobre tambor.
 Resistência ao meio – devido à impenetrabilidade do meio em que os
corpos se movimentam. Ex.: foguete no espaço.

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11.1 Atrito de escorregamento

Consideremos um corpo apoiado sobre um plano horizontal com uma


única força N atuando sobre ele. A reta de ação de N é perpendicular ao plano
de apoio.

Pelo princípio fundamental da Dinâmica, este corpo deveria permanecer


em movimento uniforme sem necessidade de fornece-lhe energia, isto é, sem
aplicar-lhe nenhuma força. No entanto, a experiência nos ensina que, para
mantê-lo em movimento, é necessário aplicar-lhe uma força F para vencer a
resistência de atrito Fatr.

A resistência por atrito se manifesta quando uma superfície escorrega


sobre outra, é dirigida em sentido oposto ao movimento e, é devida a inevitável
rugosidade das superfícies em contato. Coulomb e Morin, baseados em
resultados experimentais, concluíram que:

1º. A força de atrito é sempre contrária ao movimento;


2º. A força de atrito só existe se o corpo está ou tende a se por em
movimento; e
3º. O deslocamento de um corpo é mais difícil no início que durante o
movimento.
Seja N a componente normal da resultante do sistema de forças atuando
sobre o corpo. A força de atrito é proporcional à força N que pressiona uma
superfície contra outra, ou seja,

onde µ é um coeficiente de proporcionalidade chamado coeficiente de atrito


(adimensional).
A força de atrito1 depende:

1º. Da natureza dos corpos em contato; e


2º. Do grau de acabamento das superfícies em contato e do estado de
lubrificação das mesmas.

1
“a força de atrito se opõe ao movimento e aparece sempre e apenas durante o movimento, ou quando
este se inicia”, mas não é capaz de provocar movimento.
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A força de atrito independe:

1º. Da velocidade relativa das superfícies em contato, sempre que a


velocidade não ultrapasse 4 m/s; e
2º. Da extensão das superfícies em contato sempre que a pressão entre
elas não supere 0,5 Kgf/mm2.
Podemos classificar o coeficiente de atrito em:

 Estático (µe) – de repouso ou de saída;


 Dinâmico (µd) – de movimento ou de regime; e

Já o atrito podemos classificar em:

 Seco – ausência de lubrificação. O coeficiente de atrito depende dos


materiais e do estado das superfícies em contato;
 Fluido – com lubrificação. O coeficiente de atrito independe dos
materiais e do acabamento das superfícies em contato, mas depende
da viscosidade do lubrificante; e
 Semi fluido – ou misto, que intermediário entre os dois casos
anteriores.

µ0 no início do µ durante o
Materiais em contato
movimento movimento
Mo- Mo-
Seco Lubr. Seco Lubr.
lhado lhado
Aço - aço 0,15 0,1 0,12 0,009
Aço – aço (correntes) 0,2
Aço - alumínio 0,14
Aço – ferro fundido/bronze 0,18 0,1 0,16 0,015
Aço - gelo 0,027 0,014
Aço – metal patente 0,23 0,1 0,22 0,015
Aço - pedra 0,9
Borracha – madeira/metal 0,6
Bronze - bronze 0,2 0,15
Bronze - ferro 0,16
Bronze – ferro fundido 0,21
Corda de cânhamo - aço 0,25
Corda de cânhamo - madeira 0,7 0,5 0,35
Couro – ferro fundido 0,5 0,36 0,28 0,12 0,38
Couro - madeira 0,47 0,3
Fibra – ferro fundido 0,4

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Ferro - ferro 0,44 0,3
Ferro - madeira 0,61 0,08
Ferro fundido - ferro 0,18
Ferro fundido – ferro fundido 0,22 0,15
Ferro fundido - ferrodo 0,35 0,2
Madeira - gelo 0,03
Madeira dura – madeira dura 0,65 0,2 0,7 0,25 0,16 0,36
Metal - ferro 0,19
Metal – madeira dura 0,5 0,1 0,4 0,06 0,25
Pedra - ferro 0,5 0,45
Pedra - madeira 0,6 0,4 0,07
Pedra - tijolo 0,6
Pneus - estrada 0,5
Rodas - trilhos 0,18 0,1 0,16 0,015
Tabela: coeficiente de atrito de escorregamento.
As ranhuras em V (trapezoidais) constituem um caso muito interessante
do atrito de escorregamento.

Pelo triângulo das forças, a resistência de atrito total é:

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EXERCICIO
1) Dois corpos A e B de massas 1 Kg e 2 Kg, respectivamente, estão
ligados por uma corda de peso desprezível que passa sem atrito pela
polia C. Entre A e o apoio existe atrito de coeficiente 0,5. Adote g = 10
m/s2. Determine:
a) A aceleração dos corpos;
b) A tração no fio.

2) Dois corpos A e B de massas iguais a 10 Kg estão ligados por um fio de


peso desprezível, que passa por uma polia sem atrito como indica a
figura. Entre A e o apoio existe atrito de coeficiente 0,6. Determine a
aceleração dos corpos e a tração do fio. Adote: g = 10 m/s2.

3) Os corpos A, B e C da figura possuem massas respectivamente iguais a


20 Kg, 10 Kg e 8 Kg e os fios que os liga tem inércia desprezíveis. O
coeficiente de atrito entre B e o apoio é 0,2. Determine a aceleração do
conjunto e as trações nos fios (g = 10 m/s2).

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4) Um prisma de 80 Kg desliza sobre guias lubrificadas, com µ = 0,07.
Determinar a resistência de atrito no caso das guias serem planas ou
trapezoidais com ângulo de semi abertura de 30°.

5) Uma força de 20 Kg vence o atrito entre duas superfícies em contato


com coeficiente de atrito de 0,15. Qual é o valor da força normal que
pressiona as duas superfícies?

6) A mesa de uma plaina pesa 1000 Kg e desliza sobre guias em V a 90°.


A carga da mesa é de 1600 Kg. Calcular a resistência de atrito, supondo
µ = 0,015. Se as guias forem dotadas com esferas de aço de φ = 1”,
qual seria a força de atrito?

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11.2 Veículos em curva
11.2.1 Derrapagem

Um veículo, de peso P, em curva está solicitado por:

Para que o corpo não escorregue radialmente é necessário que:

Nota: a derrapagem dos corpos em curva não depende do peso do corpo e,


sim de sua velocidade e do raio de curvatura e do atrito rodas/estrada.

11.2.2 Tombamento

O tombamento é evitado se:

Nota: o tombamento de um veículo em curva não depende do atrito


rodas/estrada.

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EXERCÍCIOS

1) Um carro, pesando 1800 Kg, descreve uma curva horizontal de raio 50


m com velocidade de 60 Km/h. Qual deverá ser o valor do coeficiente de
atrito pneus/estrada para se evitar a derrapagem em curva?

11.3 Atrito de rolamento

Atrito de rolamento é a resistência que se opõe ao rolamento de um corpo


cilíndrico ou esférico sobre uma superfície.
As causas que originam esta resistência não são bem definidas. Parecem
provir do seguinte: quando uma esfera ou cilindro roda sobre uma superfície, a
força atuando sobre eles produz uma depressão na superfície, geralmente
muito pequena, que faz com que o contato não se dê mais por um ponto
(esfera) ou uma reta (cilindro) e, sim, por uma zona de contato.

Durante o rolamento, a resultante das reações do plano, se desloca,


para a frente, de δ, formando com N um binário de momento Nδ a que se deve
opor o momento Fr. Logo:

Podemos afirmar que a resistência de atrito ao rolamento:

1º. Depende da deformabilidade dos dois corpos em contato. Convém usar


superfícies duras;
2º. É proporcional à força normal que atua entre o rolo e a superfície.
Convém usar muitos rolos; e
3º. É inversamente proporcional à força normal que atua entre o rolo e a
superfície. Convém usar rolos de grandes diâmetros.
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Onde δ é chamado coeficiente de atrito ao rolamento e, a diferença de
µ, que é um número puro, tem como dimensão linear. Os valores de δ são
determinados experimentalmente. A tabela abaixo mostra alguns desses
valores:

Valores práticos de δ (cm)


Aço - aço 0,005
Aço - couro 0,2
Aço – concreto/asfalto 1
Aço - madeira 0,1
Aço – terra batida 4
Esferas – anéis(rolamentos) 0,001
Ferro - ferro 0,008
Ferro fundido – ferro fundido 0,02
Madeira - asfalto 0,07
Madeira - madeira 0,05-0,08

A condição para que o cilindro role sem escorregar é:

EXERCÍCIOS

1) Um prisma de aço de 800 Kg desliza sobre roletes de aço com φ = 30


mm e estes rolam sobre um plano também de aço. Determinar:
a) A força de rolamento
b) A força de escorregamento
c) O diâmetro mínimo dos roletes para que haja rolamento e não
escorregamento.

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2) Uma embalagem de madeira de 200 Kg desliza sobre roletes de aço
com φ = 11 cm e estes rolam sobre um plano de concreto. Determinar a
força de rolamento.

3) Nas pontes metálicas, afim de dar liberdade de movimento, cada arco é


articulado em uma extremidade e apoiado na outra. Os apoios são
construidos de rolos como em figura. Se a carga sobre o apoio é de 480
t, pergunta – se:
a) Qual o valor do empuxo lateral para que haja movimento no apoio, se
este for construido de rolos de ferro fundido com φ = 17 cm e chapa
de ferro fundido?
b) Qual o valor do empuxo lateral caso o apoio fosse construido apenas
com chapas de ferro fundido sobre chapa de ferro fundido?

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11.4 Enrolamento e desenrolamento

Os elementos flexíveis ao serem enrolados sobre um cilindro, oferecem


uma certa resistência chamada rigidez ou rijeza.

Uma corda ou um cabo só em se enrolar sobre uma polia apresenta uma


certa resistência, razão pela qual se verifica um desvio do eixo na corda da
tangente da polia. As causa principais que originam a rijeza são:

1º. Compressão das fibras situadas mais próximas da polia e tração das
fibras mais afastadas;
2º. Atrito de escorregamento entre fibras da corda ou dos fios dos cabos; e
3º. Deformação elástica do material.

Indicando com F a força motora, Q a força movida e δ o desvio da carga


Q; desprezando o valor de r por ser muito pequeno em relação a R, teremos
que as perdas por rijeza de enrolamento são:

EXERCÍCIO

1) Um cabo de aço com enrolamento oposto e d C = 20 mm suspende uma


carga de 1800 Kg enrolando-se sobre um tambor com 500 mm de
diâmetro que gira com 50 rpm. Calcular a potência perdida por causa da
rijeza do cabo? Calcular a potência do motor redutor, considerando as
perdas nos mancais, por meio dos rendimentos? Dado: δ = 0,15d C2.

11.5 Resistência do meio

Os fluídos são constituídos de partículas dotadas de grande mobilidade.


Podem ser líquidos ou gasosos. Eles se deixam atravessar em qualquer
direção por outros corpos, todavia apresentam as propriedades gerais da
matéria: impenetrabilidade e inércia.

Quando um corpo se movimenta em um fluído, deslocará uma parte do


mesmo, haverá portanto uma aceleração. A massa do fluído reage resistindo
ao avanço do corpo no seu meio. Esta resistência se chama resistência ao
meio.

Experimentalmente, conclui-se que, a resistência do meio depende da:

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1º. Densidade do fluído em que o corpo se movimenta;
2º. Velocidade relativa entre o corpo e o meio;
3º. Área da seção mestra;
4º. Forma do corpo; e
5º. Acabamento superficial.

Podemos expressar a resistência ao meio por meio da equação:

onde k é o coeficiente de resistência do meio, S é a área da seção mestra em


m2 e V velocidade relativa em m/s.

EXERCÍCIO
1) Um submarino tem seção mestra de 6,5 m 2 e se locomove a 5 m/s. Qual
potência absorve a resistência da água, supondo κ = 350?
2) Para puxar um barco ao longo de um canal navegável com velocidade
de 1 m/s foi necessário aplicar – lhe uma força de tração de 60 Kg. A
seção mestra da parte submersa é de 5,40 m 2. Calcular a potência
necessária para rebocar tal barco à velocidade de 10 Km/h.

3) Calcular a potência necessária para imprimir a um navio, com seção


mestra submersa de 50 m2 uma velocidade de 36 Km/h. Adote κ = 40.
4) Um homem e seu para quedas tem a massa total de 180 Kg. O
diâmetro do círculo do para quedas é aproximadamente 6,5 m. O
coeficiente aerodinâmico do para quedas é da ordem de 1,2 unidades
SI. Adote g = 10 m/s2 e determine a velocidade limite de queda.
5) Determinar a área de um paraquedas para um homem de 90 Kg atinja o
chão com velocidade de 4 m/s. considere k = 1.

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12. BIBLIOGRAFIA

BOSQUINHA, Alessandra. Manual Compacto de Física – Teoria e Prática.


Ed. Rideel, 2003.
OMOTE, Noriyasu. Física – Caderno de Atividades. Ed. Moderna LTDA,
1982.
PROVENZA, Francesco. Mecânica Aplicada I. Ed. F. Provenza, 2005.
RAMALHO JUNIOR, Francisco. Os Fundamentos da Física. Ed. Moderna
LTDA, 2005.
SAMPAIO, José Luis e CALÇADA, Caio Sérgio. Física. Ed. Atual, 2003.

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