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Esse metódo teve início com Ritter, em 1899, que propôs uma analogia de treliça
para analisar as vigas de concreto armado. O seu desenvolvimento teve sequência,
principalmente, na Universidade de Stuttgart com Mörsch (início do século 20), F.
Leonhardt e foi generalizado por J. Schlaich e seus colegas (1987).
Fundamentação teórica
Teorema estático ou do limite inferior da teoria da plasticidade
Qs ≤ QR
O teorema do limite inferior assume que qualquer equilíbrio é uma solução desde
que a deformação plástica infinita seja possível. No entanto, o aço e especialmente
o concreto permitem apenas deformações plásticas limitadas, sendo necessário
adotar modelos adequados que produzam deformações reduzidas e não violem a
capacidade de rotação plástica em nenhum ponto da estrutura.
Figura 2 - Exemplo de MBT baseado na trajetória das tensões principais em solução elástica.
Fonte: adaptado de Schlaich e Schäfer (1991)
A aplicação da teoria da plasticidade para o
dimensionamento de estruturas de concreto
implica a inexistência de apenas um modelo
possível de ser adotado (ao contrário da teoria
da elasticidade, em que a solução é única) e é
muito comum o mesmo problema ser resolvido
de maneiras diferentes. Logo, a primeira e mais
importante tarefa de um engenheiro de
estruturas é encontrar um modelo para uma
determinada geometria e conjunto de cargas
que seja adequado ao concreto estrutural. Para
isso, Schlaich et al. (1987) apresentaram
diversas propostas de modelagem de uma
região D.
Figura 3 - Campos de tensão de
Em Schlaich et al. (1987), é recomendado que, compressão básicos: (a) prisma, (b) leque e
(c) garrafa
para garantir os requisitos de ductilidade, os
modelos de bielas e tirantes sejam baseados nas direções das tensões principais
determinadas por uma solução elástica (figura 2).
Por fim, pode-se aplicar o método da trajetória de forças, que não será tratado
neste artigo.
f cd,bie = αc ∙ fcd
Figura 4 - Tipos de
A NBR 6.118 não prescreve explicitamente as nós: a) CCC,b) CCT e c) CTT
resistências de bielas (e nós), embora permita ou
prescreva o método de bielas e tirantes. Os autores, após análise dos limites de
diversas normas e códigos internacionais para a resistência da biela, propõem para
as normas brasileiras os valores databela 1.
Foi proposto apenas um limite de resistência da biela com tração transversal, pois
(exceto em alguns casos bem específicos) é difícil garantir a ortogonalidade da
tração em todo o comprimento da biela.
Nós
A análise dos nós é fundamental nos modelos de bielas
e tirantes. Esses elementos possuem estados de
tensões diferentes e precisam ser verificados
separadamente.
Tirantes
Os tirantes são elementos encarregados de suportar a tração do modelo de treliça
e, normalmente, são representados por barras de aço (passivo ou ativo).
Aplicação em consolos
Modelo principal
y = d - √(d2 - 2 ∙ a1 ∙ a) (11)
Figura 7 - Modelo refinado para determinação das armaduras secundárias: (a) a/z < 0,5 e (b) a/z ≥ 0,5
Figura 8 - Modelo de bielas e tirantes para carga
Figura 9 - Modelo refinado baseado em Bosc (2008)
concentrada próxima ao apoio extremo
I) Segundo o MC90, a força horizontal no caso de consolo muito curto (a/z < 0,5) é
determinada pela expressão (figura 7a):
II) Segundo a FIP (1999), Reineck (2005), e MC90, no caso de consolo curto, a
força vertical que deve ser resistida por estribos verticais fechados é:
Onde:
0,5 ≤ a/z ≤ 2
Como as espessuras da bielas nos nós são diferentes, no caso usual de zona de
descontinuidade total, Bosc (2008) propõe que seja considerada uma espessura
média, ou seja:
Uma vez que a tração é ortogonal ao eixo da biela principal, Bosc (2008) determina
as forças horizontais e verticais secundárias como sendo:
Conclusões
O artigo revisa resumidamente o modelo de bielas e tirantes aplicado a estruturas
de concreto e mostra que esse método aplicado a consolos de concreto é simples,
claro e intuitivo. Os modelos propostos neste trabalho servem de diretrizes para o
adequado projeto de consolos de concreto.
Figura 10 - Parâmetros para a determinação das forças de tração transversais num campo de tensões de
compressão com armaduras distribuídas. Fonte: adaptado de EC 2
Figura 11 - Detalhes do modelo de bielas e tirantes de região de descontinuidade
total: (a)modelo, (b) tensões transversais e (c) tensões na direção da força aplicada. Fonte: adaptado de
Bosc (2008)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS