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Hablar con Dios

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30 DE NOVEMBRO

43. SANTO ANDRÉ


APÓSTOLO
Festa

– O primeiro encontro com Jesus.

– Apostolado da amizade.

– A chamada definitiva.
Desprendimento e prontidão no
seguimento do Senhor.

O Apóstolo Santo André era natural de


Betsaida, irmão de Simão e pescador
como ele. Foi discípulo de São João
Batista e depois um dos primeiros a
conhecer Jesus; foi ele que levou Pedro
ao encontro do Mestre e que, na
multiplicação dos pães, disse ao
Senhor que havia um rapaz com uns
pães e uns peixes. Conforme a
Tradição, pregou o Evangelho na Grécia
e morreu na Acaia, numa cruz em
forma de xis.

I. FORAM E VIRAM onde habitava, e


ficaram com Ele naquele dia. Era cerca
da hora décima1.

André e João foram os primeiros


Apóstolos chamados por Jesus,
conforme nos relata o Evangelho. O
Mestre iniciou o seu ministério público
e já no dia seguinte começou a chamar
aqueles que permaneceriam ao seu
lado. São João Batista encontrava-se
em companhia dos seus discípulos
quando, vendo Jesus que ia passando,
disse: Eis o Cordeiro de Deus2. E os
dois discípulos foram atrás do Senhor.
Jesus voltou-se e, vendo que o
seguiam, disse-lhes: Que buscais? Eles
disseram: Rabi (que quer dizer Mestre),
onde moras? Jesus disse-lhes: Vinde e
vede. Na realidade, era um amável
convite para que o acompanhassem.

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Durante aquele dia, Jesus falou-


lhes certamente de mil coisas cheias
de sabedoria divina e encanto humano;
e os dois ficaram para sempre unidos à
sua Pessoa. André, irmão de Simão
Pedro, era um dos dois que tinham
ouvido o que João dissera e tinham
seguido Jesus. O Apóstolo São João,
passados muitos anos, pôde anotar no
seu Evangelho a hora do encontro: Era
então cerca da hora décima, das quatro
da tarde. Nunca esqueceu aquele
momento em que Jesus lhes disse:
Que buscais? André também se
lembraria sempre daquele encontro
definitivo.

Nunca se esquece o encontro


decisivo com Jesus. Aceitar a chamada
do Senhor, passar a pertencer ao
círculo dos mais íntimos, é a maior
graça que se pode receber neste
mundo. Constitui esse dia feliz,
inesquecível, em que somos invadidos
pelo convite claro do Mestre – um dom
imerecido, valiosíssimo, porque vem de
Deus –, que dá sentido à vida e ilumina
o futuro.

Há chamadas de Deus que são um


convite doce e silencioso; outras, como
a de São Paulo, fulminantes como um
raio que rasga as trevas; e outras, enfim,
em que o Mestre simplesmente nos
põe a mão sobre o ombro e diz: Tu és
meu! Segue-me! Então o homem,
cheio de alegria, vai, vende tudo
quanto tem e compra aquele campo3,
pois nele está o seu tesouro. Descobriu,
entre os muitos dons da vida – como
um especialista que procura pérolas
finas4 – a pérola de maior valor5.

Vinde e vede. Foi no


relacionamento pessoal com o Senhor
que André e João conheceram por
experiência direta aquilo que as meras
palavras não lhes teriam permitido
entender por completo6. É na oração
pessoal, na intimidade com Cristo, que
chegamos a conhecer os múltiplos
convites e apelos do Senhor para que o
sigamos mais de perto. Agora,
enquanto falamos com Ele, podemos
perguntar-nos se temos o ouvido
atento à sua voz inconfundível, se
estamos respondendo plenamente
àquilo que Ele nos pede, porque Cristo
passa ao nosso lado e nos chama. Ele
continua presente no mundo, tão real
como há vinte séculos, e procura
colaboradores que o ajudem a salvar
almas. Vale a pena dizer “sim” a essa
missão divina.

II. DISSE ANDRÉ a seu irmão Simão:


Encontramos o Messias! (que significa
Cristo). E levou-o a Jesus7.

O encontro com Jesus deixou


André com a alma cheia de felicidade e
de alegria; uma alegria nova que tinha
de comunicar a alguém imediatamente,
como se não a conseguisse reter. A
primeira pessoa que procurou foi seu
irmão Simão, e deve ter-lhe falado da
sua descoberta com muito entusiasmo:
Encontramos o Messias!, disse-lhe com
essa ênfase especial de quem está
convencido, pois conseguiu que Pedro,
talvez cansado depois de uma jornada
de trabalho, fosse até o Mestre, que já o
esperava: E levou-o a Jesus.

Esta é a nossa tarefa: levar a Cristo


os nossos parentes, amigos e
conhecidos, falando-lhes com essa
convicção pessoal que arrasta. Esse
anúncio é próprio da alma “que se
enche de felicidade com a sua aparição
e que se apressa a anunciar aos outros
algo tão grande. Essa é a prova do
verdadeiro e sincero amor fraternal: o
intercâmbio de bens espirituais”8.
Verdadeiramente, quem encontra
Cristo, encontra-o para todos.

Nós vimos tratando intimamente


com Cristo, que um dia – talvez há não
poucos anos! – passou perto da nossa
vida: “Como André, também nós, pela
graça de Deus, descobrimos o Messias
e o significado da esperança que
devemos transmitir a todos”9. O Senhor
serve-se com freqüência dos laços do
sangue, da amizade..., para chamar
outras almas. Esses vínculos podem
abrir a porta do coração dos nossos
parentes e amigos, talvez fechados
para Cristo devido aos preconceitos, à
ignorância, ao medo ou à preguiça.
Quando a amizade é verdadeira, não
são necessários grandes esforços para
falar de Cristo: a confidência surgirá
naturalmente. Entre amigos, é fácil
trocar pontos de vista, comunicar
descobertas... Seria tão pouco natural
que não falássemos de Cristo, sendo
Ele a descoberta mais importante que
fizemos na vida e o motor de todas as
nossas ações!

A amizade, com a graça de Deus,


pode ser o caminho – natural e divino
ao mesmo tempo – para um
apostolado profundo, capilar, feito um a
um. As palavras cheias de esperança e
de alegria farão com que muitos
venham a descobrir que Cristo está
perto, como o descobriu Pedro, como
talvez nós mesmos o tenhamos
descoberto. “Um dia – não quero
generalizar; abre o teu coração ao
Senhor e conta-lhe a tua história –,
talvez um amigo, um simples cristão
igual a ti, te fez descobrir um panorama
profundo e novo, e, ao mesmo tempo,
antigo como o Evangelho. Sugeriu-te a
possibilidade de te empenhares
seriamente em seguir a Cristo, em ser
apóstolo de apóstolos. Talvez tenhas
perdido então a tranqüilidade e não a
tenhas recuperado, convertida em paz,
enquanto livremente, porque te
apeteceu – que é a razão mais
sobrenatural –, não respondeste sim a
Deus. E veio a alegria, forte, constante,
que só desaparece quando te afastas
dEle”10 – essa alegria que só
encontramos quando seguimos os
passos do Mestre, e da qual desejamos
que muitos participem.

III. ALGUM TEMPO mais tarde,


caminhando Jesus ao longo do mar da
Galiléia, viu dois irmãos, Simão,
chamado Pedro, e André, seu irmão,
que lançavam a rede ao mar (porque
eram pescadores), e disse-lhes: Segui-
me, e eu vos farei pescadores de
homens. E eles, imediatamente,
deixaram as redes e seguiram-no11. É a
chamada definitiva, culminância
daquele primeiro encontro com o
Mestre. André, como os outros
Apóstolos, respondeu imediatamente.
São Gregório Magno, ao comentar essa
chamada definitiva de Jesus àqueles
pescadores e a forma como lhe
corresponderam, desfazendo-se de
tudo o que possuíam, ensina que o
reino dos céus “vale tudo quanto tens”
12. Diante de Jesus que passa, não
podemos ficar com nada. Pedro e
André deixaram muito, “já que ambos
deixaram o desejo de possuir”13. O
Senhor necessita de corações limpos e
desprendidos. E cada cristão deve viver
esse espírito de entrega, de acordo
com a sua vocação. Não pode haver
nada na nossa vida que não seja de
Deus. Que havemos de reservar para
nós, quando o Mestre está tão perto,
quando o vemos e convivemos com
Ele todos os dias?

Este desprendimento permitir-nos-


á acompanhar Jesus que prossegue o
seu caminho com passo rápido; não
seria possível acompanhá-lo com
demasiados fardos. O passo de Deus
pode ser ligeiro, e seria triste que
ficássemos para trás por causa de
quatro bugigangas que não valem a
pena. Ele passa sempre perto de nós e
chama-nos: umas vezes, na juventude,
outras na maturidade ou mesmo
quando falta pouco para partirmos
desta vida, como podemos observar na
parábola dos trabalhadores que foram
contratados a diversas horas do dia
para trabalhar na vinha14. Em qualquer
caso, é necessário responder a essa
chamada com a alegria estremecida de
que os Evangelistas nos dão notícia ao
recordarem a chamada que receberam.
É o mesmo Jesus quem passa agora e
quem nos convida a segui-lo.

Conta a tradição que Santo André


morreu louvando a cruz, pois ela o
levava definitivamente para junto do
seu Mestre. “Ó cruz boa, que foste
glorificada pelos membros do Senhor,
cruz por tão longo tempo desejada,
ardentemente amada, procurada sem
descanso e oferecida aos meus
ardentes desejos [...], devolve-me ao
meu Mestre, para que por ti me receba
Aquele que por ti me redimiu”15. Se
virmos Jesus por trás dela, nada nos
importarão os maiores sacrifícios.

(1) Jo 1, 39; (2) Jo 1, 37; (3) Mt 13, 44; (4)


Mt 13, 45; (5) J. L. R. Sanchez de Alva, El
evangelio de San Juan, 3ª ed., Madrid,
1987, nota a Jo 1, 35-51; (6) São Tomás,
Comentário ao Evangelho de São João;
(7) Jo 1, 41-42; Antífona da comunhão da
Missa do dia 30 de novembro; (8)
Liturgia das Horas, Segunda Leitura;
São João Crisóstomo, Homilias sobre o
Evangelho de São João, 19, 1; (9) João
Paulo II, Homilia, 30-XI-1982; (10)
Josemaría Escrivá, É Cristo que passa,
n. 1; (11) Mt 4, 18-20; (12) São Gregório
Magno, Homilias sobre os Evangelhos,
I, 5, 2; (13) ib.; (14) cfr. Mt 20, 1 e segs.; (15)
Paixão de Santo André.

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