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COMPENDIUM
Um livro vai para além de um objeto. É um encontro entre duas pessoas através da palavra
escrita. É esse encontro entre autores e leitores que a Chiado Books procura todos os
dias, trabalhando cada livro com a dedicação de uma obra única e derradeira, seguindo
a máxima pessoana “põe quanto és no mínimo que fazes”. Queremos que este livro seja
um desafio para si. O nosso desafio é merecer que este livro faça parte da sua vida.
www.chiadobooks.com
Itália
Via Sistina 121 – 00187 Roma
Impressão e acabamento:
Chiado
P r i n t
O PODER
DO
AUTOCONHECIMENTO
“Conhece-te a ti mesmo”.
Esse aforismo grego está inscrito no pórtico do oráculo de Delfos
e nos mostra que a importância do autoconhecimento não é destaque ou
diferencial apenas dos dias de hoje.
Basta uma pesquisa rápida e será possível encontrarmos centenas
de resultados vinculados a essa máxima que tanto ouvimos nos dias de
hoje.
O que gerou o nascimento da ideia e nos levou ao desafio de ten-
tarmos compor uma obra capaz de auxiliar os aventureiros que desejam
finalmente encontrar sua essência foi uma jornada e processo pessoal de
autodescobrimento.
A tarefa do autoconhecimento não é fácil. Apesar de tanto ouvirmos
por aí sobre a importância do processo, existe muito pouco de atividades
práticas bem fundamentadas disponíveis.
Assim, unindo esforços e muitos estudos nas áreas da psicanálise,
da programação neurolinguística, da hipnologia, da neuropsicologia e das
neurociências em geral, atrevemo-nos a ofertar uma proposta modesta
que pode ajudar no caminho heroico da autodescoberta.
Precisamos deixar claro que nossa proposta não tem a pretensão de
esgotar um tema tão complexo e apaixonante.
Mas, afinal, por que o Autoconhecimento é tão importante?
Não sei se você já ouviu uma frase de Carl Gustav Jung, que foi um
brilhante psiquiatra e um dos maiores pensadores e estudiosos da psique
humana, em que ele disse que a psiconeurose é a doença de uma alma que
ainda não encontrou seu significado existencial.
Isso nos remete a outra pergunta: “Como encontrarmos um signifi-
cado existencial se não sabemos o que somos de fato?”
Você pode se esquivar nesse momento e pensar que se conhece
bem, mas vamos tentar provar durante essa trajetória literária que existe
muita coisa embaixo das cascas que criamos ao longo da nossa existência.
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O Poder do AutoConhecimento
Que fique claro que essa jornada proposta foi e ainda está sendo
realizada por nós. Não nos acomodamos em utilizar apenas os materiais
já estudados, mas também adicionamos estratégias utilizadas em nossos
atendimentos profissionais.
Acredite, as perguntas que serão feitas e os exercícios que disponi-
bilizamos para ajudá-lo em seu processo de descoberta e transformação
serão como seres vivos que se manterão em crescimento.
Deixe-nos explicar melhor. Conforme for dando os passos em di-
reção ao seu “eu real”, muitas lembranças e insights surgirão em sua
mente e você poderá retornar às respostas que já deu para ampliá-las e
alterá-las.
Essa proposta que estamos lhe ofertando é para ser mantida sem-
pre com você e será uma grande aliada para enfrentar seus medos e de-
mônios mais escondidos.
Se passar pela sua cabeça que essa aventura que estamos propondo
tratará apenas de assuntos superficiais com receitas prontas, convidamos
você a acreditar que falaremos de muitas coisas que são novidade, inclu-
sive no meio científico.
Desceremos juntos com uma lanterna potente aos porões de seu
ser, encorajando-o a iluminar a sombra densa que possui em seu universo
íntimo através do conhecimento lúcido e racional.
Queremos aparelhar você com mecanismos saudáveis e dinâmicos
para que possa romper com as exigências do mundo das fantasias e da
aparência que esconde a força divina que existe em você.
O Autoconhecimento é como se fosse um espectro contínuo e po-
derá trazer a você uma satisfação incrível perante a vida e seus desafios.
Não bastará olhar para tudo aquilo que vivemos, o que passamos e como
isso nos impactou na forma como somos ou estamos nesse momento.
Estamos tratando de uma empreita profunda que o levará a outro
nível de consciência sobre o que somos em um aspecto holístico, inte-
gral. Um mundo novo será apresentado a você onde poderá finalmen-
te definir estratégias para controlar e eliminar seus medos e angústias,
dando o conhecimento para fazer escolhas que impactam inclusive sua
estrutura genética.
Não há sequer um único átomo em nossos corpos que não são re-
sultado do que experimentamos em nossas vidas, e isso vale tanto para
as questões materiais do corpo como para os conteúdos que estão incrus-
tados em nossas mentes.
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O Poder do AutoConhecimento
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Índice
Agradecimentos 5
Autoconhecimento 7
Prepare-se para a jornada 15
Quem sou eu? 21
O seu mundo psíquico 35
Algo maior pensa em você 45
A Sombra 49
Como identificamos a Sombra 55
Estágios de relacionamento com a Sombra 67
Somos todos complexos 75
Anima x Animus 103
As relações 107
Os mecanismos de defesa do ego 113
Os gigantes da alma 123
Crenças e valores 137
Emoções e sentimentos 143
A sua própria biografia 155
Prepare-se para a jornada
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O Poder do AutoConhecimento
Pedimos que não se furte da leitura cuidadosa das etapas que trouxe-
rem conteúdo conceitual porque serão fundações sólidas e muito importan-
tes para abreviar muitas angústias que podem surgir em sua experiência.
Dedique o tempo que precisar para sentir-se satisfeito com cada eta-
pa. Não se preocupe em terminar essa leitura rapidamente. Lembre-se que
se trata de um processo, e a velocidade será ditada pela sua bravura em não
fugir do que precisa ser encontrado e revivido dentro de você.
Você não estará sozinho nessa história. Todos estaremos torcendo
muito por você e também fazendo nossos próprios mapas de autoconhe-
cimento.
Permita-se viver tudo isso de forma intensa e transparente. As an-
gústias e medos fazem parte de nossas vidas e têm um papel importante
para nos alertar da vida que não estamos vivendo de verdade. Pouco a
pouco será preciso superar o medo do desconhecido e do novo.
As inibições e as excitações também precisarão ser superadas.
Insistimos que evite buscar fora o que você precisa vasculhar dentro
de seu ser. Ninguém será tão capaz quanto você mesmo para descortinar o
que nossas armaduras tentam esconder.
Sinceridade e honestidade serão seus aliados incansáveis em sua
meta desbravadora. Muitas vezes só temos a energia necessária para mos-
trar a nós mesmos o que paira em nossa instância mental, sem filtros e sem
desculpismos.
Não pode existir jornada de autoconhecimento sem autoavaliação
consciente.
Temos de sair da condição de vítimas ou de juízes da vida alheia
para direcionar essa energia preciosa em nossa própria missão.
Apesar de parecer contraditório, durante o processo você precisará
desenvolver a capacidade de distanciamento de si mesmo, exercendo mui-
ta reflexão e autoanálise. Saiba que o ser humano é o único ser vivo na face
da Terra que tem condições de realizar a autocrítica.
Não confunda autocrítica com o seu crítico interior destrutivo, esse
precisa ser calado. Tratamos aqui de uma autocrítica amorosa e construti-
va, e não um comportamento equivocado de vitimização e adubo da baixa
autoestima.
Ninguém poderá fazer por nós os passos em direção ao amadureci-
mento tão necessário em nossa trajetória pela vida.
Tomar conhecimento de si mesmo é um exercício de muito esforço
e paciência.
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Quem sou eu?
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O Poder do AutoConhecimento
Linha do Tempo
Nascimennto__________________________________________HOJE
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Primeiras Perguntas
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Histórias felizes
Ex. 1) Quando recebi a notícia de que seria pai, foi um dia mágico.
Estava chovendo e as coisas foram tumultuadas em meu trabalho,
estava um tanto ansioso e nervoso por conta dos problemas
profissionais. Quando estava chegando até minha casa senti uma
energia maravilhosa sem saber o porquê, afinal os fatos até àquele
momento não eram animadores. Abro a porta de minha casa e vejo
minha esposa chorando com um envelope em mãos. Sem dizer nada
abri o mesmo e lá estava o resultado do exame de gravidez com a
frase: “Parabéns, você vai ser papai”. Não me contive e as lágrimas
rolaram pelo meu rosto… abracei fortemente minha esposa e ainda
lembro do seu cheiro. Acabei esquecendo todo o resto, tudo ficou
muito pequeno diante da notícia que iria estremecer meu mundo.
Histórias infelizes
Ex. 1) Era madrugada, por volta das 3 horas da manhã. Ainda morava na
casa de meus pais, era o ano do meu casamento. Recordo que o telefone
tocou e prontamente abri meus olhos assustado. Ouço meu pai atendendo
o telefone e já percebo que a notícia não era boa. Meu tio, que sempre
conviveu e esteve muito próximo a mim, havia sofrido um ataque cardíaco
na estrada e tinha falecido. Lembro que ficamos todos em choque, sem
saber na verdade como agir ou sentir. Foi um momento de sofrimento
que se estendeu por todo o dia no aguardo do corpo que estava em outra
cidade. O momento de seu sepultamento foi muito intenso para mim e
chorei, chorei muito. Foi a primeira vez que a morte mostrou sua face
para mim. Meu primo substituiu meu tio como padrinho ao lado de
minha tia na data de meu casamento, que ocorreu poucos meses depois.
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O Poder do AutoConhecimento
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O Poder do AutoConhecimento
40. O que você tem feito de positivo para outras pessoas ultima-
mente?
41. O que você gostaria de fazer de positivo para outras pessoas,
mas ainda não consegue? Por quê?
42. Tem o desejo de fazer a diferença no mundo onde vivemos?
43. O que acha de trabalho voluntário?
44. O que impede de fazer mais pelos demais?
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O seu mundo psíquico
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PERSONA
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EGO
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SELF
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SOMBRA
Tudo aquilo que não temos consciência que está dentro de nós. Assim
como projetamos uma sombra física, também projetamos uma sombra
psíquica. Essa sombra psíquica contemplaria tudo aquilo que esquece-
mos, que guardamos, desconhecemos que já vivemos, e tudo que não
queremos reconhecer que está dentro de nós.
Não se engane, não imagine que só existem coisas ruins na sombra. É
muito possível que muitas coisas boas também estejam lá. Nessa jorna-
da que estamos empenhados não há como conhecer-se sem passar pelo
“vale da sombra” que existe dentro de cada um de nós. Justamente aqui
é que nosso maior esforço será aplicado a cada nova etapa onde cava-
remos mais fundo seu mundo interior.
Em uma comparação mais simplificada, o que temos consciência, ou
seja, tudo aquilo que é percebido pelo Ego está à luz, e por isso é con-
teúdo consciente. O que não é percebido ou admitido pela consciência
estaria com ausência de luz, dessa forma na escuridão da psique.
É como se fosse o quarto escuro onde guardamos as coisas velhas e
antigas.
Essa é certamente a parte mais importante de que falaremos, especial-
mente porque nosso foco principal nessa obra é ajudá-lo a descobrir-se
por completo. Portanto, terá capítulo exclusivo mais adiante.
ANIMA – ANIMUS
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O Poder do AutoConhecimento
Que fique claro aqui que existem outros temas importantes que
estariam associados ao diagrama que apresentamos, mas omitimos para
não causar alguma confusão mental, que poderia atrapalhar ao invés de
ajudar.
Para ilustrar melhor e ficar mais claro, levando em conta que nosso
mundo atual praticamente gira em torno de smartphones, queremos fa-
zer uma analogia interessante sobre Ego, Self, Persona, Sombra, Anima,
Animus e o cérebro.
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O Poder do AutoConhecimento
de ser quem somos. Nessa aventura que estamos apresentando será ne-
cessário viver o desencontro da Persona, perder-se em relação ao mundo
em geral, para encontrar o essencial.
Nosso verdadeiro “eu” deve ser o reflexo dos verdadeiros desejos
do Self, entendendo suas próprias qualidades e defeitos, honesto com
seus sentimentos e propósitos. Você é valioso demais para se desperdiçar
em busca de ser quem não é.
Será necessário entrar em acordo com tudo que foi vivido no pas-
sado, tornar-se responsável por sua própria biografia. O Ego precisará
aprender a dividir espaço entre a busca externa e interna.
Um Ego desestruturado, além de aproximar-se cada vez mais das
necessidades primitivas de poder e de posse, fica à mercê do mundo in-
consciente, sendo alvo constante dos conflitos e complexos que o levam
ao desequilíbrio psíquico.
Por outro lado, um Ego estruturado capaz de reconhecer suas defi-
ciências e potencialidades, voltado para o trabalho de autoconhecimento
e aprimoramento contínuo, é o que almejamos para você. Não existe
transformação sem a morte constante do Ego imaturo. Temos de forjar
um Ego que seja capaz de tolerar a verdade e lidar com as frustrações.
Quem abrir mão das satisfações imediatas do Ego, de viver uma vida
egoica, faltamente encontrará o si mesmo. As ilusões do Ego sobrevive-
rão somente até o momento que nos conhecermos verdadeiramente.
No decorrer dessa caminhada, falaremos mais sobre essas partes
que compõem nosso universo psíquico e a cada novo passo novas peças
serão juntadas ao seu grande quebra-cabeças.
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Algo maior pensa em você
CONSCIENTE
É o território da Consciência.
Consciência é toda percepção imediata do que se passa dentro ou
fora de cada um de nós.
É como se fosse o ato psíquico pelo qual enxergamos nossa
presença no mundo.
O território onde o administrador é principalmente o Ego de que
já falamos anteriormente.
Aqui podemos trabalhar conceitos importantes, pois é a área em
que percebemos efetivamente nossos pensamentos, utilizamos a força
intencional da vontade, consultamos e gerimos nosso sistema de cren-
ças e valores, definimos foco e planejamento.
Aproveitando a ocasião, podemos fazer algumas sugestões a
respeito das integrações possíveis entre Psicanálise e Neurociência,
áreas de nosso convívio profissional. Poderíamos dizer que o Cons-
ciente é a área onde o Ego faz uso da maquinaria disponível, especial-
mente no córtex cerebral, seja nos lobos frontais, parietais, temporais
ou occipitais.
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INCONSCIENTE
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Consciente Inconsciente
Cuida da integridade física e
Vida de relação, relacionar
psicológica
Raciocínio lógico (estratégias) Tem uma lógica própria
Fatos bem organizados Atemporal, organiza os fatos por
cronologicamente qualidade
Compreende linguagem figurada É literal
Precisa de descanso Não tem descanso
Diferencia realidade da Não diferencia o real do
imaginação imaginário
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A Sombra
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A formação da Sombra
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O Poder do AutoConhecimento
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Como identificamos a Sombra
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O Poder do AutoConhecimento
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O Poder do AutoConhecimento
• Em nossas projeções
○○ Quais são os comportamentos dos outros que mais te inco-
modam? Existe alguma crença pessoal que lhe impeça de
aceitar esse mesmo comportamento em você?
• Em nossos vícios
○○ Quais são os seus vícios e comportamentos compulsivos
que tentam amortecer sentimentos ou preencher algo que
lhe falta interiormente?
• No nosso humor
○○ Costuma fazer piadas cruéis à custa dos sentimentos alheios?
Costuma achar graça de comentários feitos fora do momen-
to apropriado ou dos erros cometidos por outras pessoas? Se
sim, por que você acha que isso acontece?
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• As redes sociais
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O Poder do AutoConhecimento
sociedade através dos conteúdos que circulam nas redes sociais. Como nossa
proposta é pessoal, nosso desejo é contribuir em sua jornada exaltando o rico
material que pode aproveitar observando como é a sua própria interação com
esses universos digitais.
Você ficaria surpreso com a variedade e profundidade de informações
que pode obter sobre você caso dedique um tempo no estudo desse material.
É possível detectar pontos muito importantes sobre seu mundo interior não
conhecido e/ou não aceito. Carências, personas, crenças e desejos são só
uma amostra do que poderá encontrar. Um pouco mais adiante serão apre-
sentados os Gigantes da Alma e os Mecanismos de Defesa do Ego – lembre-
-se especialmente deste item quando lá estiver porque as redes sociais serão
solo fértil para detectá-los.
Com um olhar mais honesto e desejoso para identificar o conteúdo
que traz em sua sombra, estamos confiantes que poderá descobrir muito so-
bre você mesmo, ou melhor, sobre seu “eu” real.
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Estágios de relacionamento com a Sombra
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Nesse estágio fazemos de conta que ela não existe. Assim, ela fará
uma avalanche de escolhas para nós.
Não raro, somos tomados por uma emoção que nos descontrola em
algum momento ou contexto. Jung chamou isso de complexos. É
uma forma da manifestação da sombra.
Quando estamos nesse estágio, sofremos repetições de padrões in-
desejáveis de relacionamentos afetivos, no trabalho, com amigos
e assim por diante.
Quanto maior for a tentativa da consciência em forçar anulação,
maior será a reação da personalidade sombria. O desconhecido que
trazemos dentro de nós nos leva ao fanatismo, ao extremismo.
Para ilustrar vamos lançar mão de um exemplo. Uma mulher na
altura de seus 25 anos já não suportava mais fazer novas amizades.
Após uma análise de suas últimas relações amigáveis foi percebi-
do um padrão de comportamento dessa mulher.
Ela apegava-se demasiadamente à nova amizade, sugando literal-
mente o tempo e energia de cada nova amiga, ligando a todo o mo-
mento, contando suas experiências rotineiras e pedindo posições
a respeito.
Obviamente, as pessoas acabam se afastando, gerando nesta mu-
lher uma sensação de traição e abandono. Nessa fase somos reféns
da sombra, buscando e escolhendo parceiros afetivos que possuem
um padrão de conduta que criticamos veementemente.
Geralmente nos programas de autoconhecimento, esse primeiro
estágio é predominante.
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O Poder do AutoConhecimento
3.º estágio – Nós nos identificamos com ela e a vivemos, não sendo
capazes de uma autocrítica.
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4.º estágio – Admitimos que aquilo que não nos deixa confortáveis
é, apesar de tudo, nosso, então crescemos em nossa capacidade de
trabalhar com as essas energias e assimilá-las de forma consciente.
Esse é o estágio mais desejável sob nosso ponto de vista e onde pre-
tendemos que você esteja ao final dessa aventura literária.
O momento que conseguimos sintetizar os primeiros três estágios
reconhecendo que passamos por eles.
Obviamente ainda ficamos incomodados com nossos opostos que
estavam escondidos, mas conseguimos canalizar energia para res-
significarmos todas essas características. É no enfrentar da Sombra
que venceremos as nossas tentações.
É a fase do amadurecimento, o momento que já começamos a vis-
lumbrar nosso autoconhecimento de forma mais consistente e liber-
tador.
Muito bem, como dissemos não podemos dizer que não caibam
mais formas e etapas de nos relacionarmos com a Sombra além das descri-
tas nos quatro estágios apresentados.
Além disso, não se trata de um processo exato porque em alguns
momentos acreditamos estar no 4.º estágio e não tarda para perceber que
ainda transitamos pelos demais estágios em determinados contextos. O
importante é detectarmos esses estágios em nossa vivência diária de forma
honesta.
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O Poder do AutoConhecimento
Tudo isso você já sabia desde que falamos de sua preparação para
esse desafio, mas não custava repetir.
Em uma óptica mais madura, percebemos também que existe algo
de muito positivo no oposto indesejável. É justamente por sua existência
que podemos encontrar o almejado equilíbrio e ajustar nossos compor-
tamentos.
Enquanto as nossas inquietações mais profundas e origem de auto-
destruição não forem tratadas, seremos reféns dos processos avassalado-
res de baixa autoestima e desvalorização.
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O Poder do AutoConhecimento
É a história de um neto e de seu avô. Para resumir esse conto, tudo trata
sobre uma relação muito amorosa e divertida que um neto tinha com seu
avô. O avô era um homem muito divertido, afetuoso, sempre sorridente,
brincalhão e feliz. Contudo, subitamente passou a ficar calado, impaciente
e entristecido. Então, o neto não sabendo o porquê dessa mudança na forma
de ser de seu avô, tomou coragem e foi perguntar ao avô: “Vô, por que tem
estado tão quieto e triste nesses últimos tempos?” O avô ficou surpreso e um
tanto desconfortável, respirou profundamente, começou a coçar seu próprio
queixo e pôs-se em estado pensativo. Passaram-se alguns minutos e o velho
senhor começou a gargalhar. Seu neto, sem entender muito bem o que esta-
va acontecendo, manteve-se à frente de seu estimado avô, e então recebeu a
seguinte resposta:
“Sabe, meu neto, está acontecendo dentro de mim uma verdadeira batalha
entre dois lobos. Um dos lobos é preguiçoso, agressivo, impaciente, invejo-
so, ciumento, teimoso, raivoso, violento e egoísta, o outro é animado, afetuo-
so, paciente, inspirado, seguro, perseverante, calmo, carinhoso e caridoso.”
O neto, espantado, então perguntou: “Mas e então, vovô, qual dos lobos vai
vencer?”
Sorridente e já se levantando de sua cadeira, respondeu o avô: “Vai vencer
aquele lobo que eu alimentar!”
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Somos todos complexos
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OS COMPLEXOS CAPITAIS
Complexo materno
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O Poder do AutoConhecimento
Não para por aí, a menina quando se torna mãe acaba de certa
forma inflando mais esse balão (Complexo Materno) com as novas expe-
riências que terá sendo a genitora e protetora de um novo ser.
Perceba que não temos como nos conhecer ou nos entender se não
vasculharmos o que temos dentro destes balões. Muitas das respostas
que necessitamos estarão dentro deles.
Você precisa agora buscar em seu mundo interior tudo que pode
estar relacionado a este complexo. Mas como fazer isso?
Bom, para facilitar, queremos propor alguns desafios e perguntas
que serão úteis nesse processo:
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Renato Lessa Pereira
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O Poder do AutoConhecimento
37. Onde sua mãe errou com você? Onde ela acertou?
38. E onde você errou com sua mãe? Onde você acertou?
39. O que você faz só para agradar sua mãe?
40. Consegue ser você mesmo na presença de sua mãe?
Complexo paterno
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O Poder do AutoConhecimento
27. Admira mais o pai de outra pessoa que o seu próprio pai? Por quê?
28. Caso seja casado(a), tem ou teve bom relacionamento com seu
sogro?
29. Conviveu ou convive com seu(s) avô(s)? Se sim, do que mais se
lembra a respeito deles? O que admira ou não gosta neles?
30. Gosta da forma como seu pai se relaciona com seus avós?
31. Costuma ficar emocionado em filmes ou livros que tratam sobre
relações entre pais e filhos? Essas emoções são mais fortes quando
o tema é vinculado à morte, abandono, culpa, reconhecimento ou
não valorização?
32. Sente que seu pai admira você?
33. Você se lembra de alguma situação onde seu pai desejou que algo
de ruim acontecesse a você sob o pretexto de aprendizado?
34. Se casado(a), gosta da forma como sua esposa(marido) se relacio-
na com seu sogro? E com o seu pai?
35. Quando conhece alguém com características parecidas com seu
pai, como você costuma reagir? Você gosta? Sente-se bem? Sabe
dizer por quê?
36. Percebe-se replicando algum hábito que era ou é realizado por seu
pai?
37. Caso tenha filho(s), quais são os comportamentos que você tem
com ele(s) e que seu pai tinha ou tem com você? Em que circuns-
tâncias isso mais incomoda você?
38. Onde seu pai errou com você? Onde ele acertou?
39. E onde você errou com seu pai? Onde você acertou?
40. O que você faz só para agradar seu pai?
41. Consegue ser você mesmo na presença de seu pai?
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Complexo de superioridade
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O Poder do AutoConhecimento
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O Poder do AutoConhecimento
Complexo de inferioridade
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O Poder do AutoConhecimento
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Complexo de poder
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O Poder do AutoConhecimento
Complexo de abandono
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O Poder do AutoConhecimento
Complexo de heroísmo
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O Poder do AutoConhecimento
Mas longe de nós dizermos que esse complexo não serve para
nada, muito pelo contrário. Cremos que se há um complexo capaz de
mudar o mundo de verdade, é esse o tal.
Se esse balão estiver inflado no ponto certo, quem tiver esse pri-
vilégio pode ser alguém muito importante na coletividade. Geralmente
são aquelas pessoas que lutam pela igualdade de direitos, por condições
melhores para os mais necessitados, que protegem os mais vulneráveis
e que tentam sempre compartilhar conhecimentos para o equilíbrio co-
letivo.
Saindo do plural e indo para o singular nesse momento, vou contar
para você o meu caso. Acho que posso dar esse testemunho com a missão
de explicar a você como o complexo de heroísmo pode impactar nossas
vidas.
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era minha responsabilidade. Hoje tento fazer as coisas por amor, com pro-
pósito real, e não mais sendo refém de meu balão heroico. Ainda luto com
isso, é claro. Não foi do dia para a noite que consegui esse equilíbrio nesse
quesito. Levou tempo para aprender a separar a ajuda sincera, da explora-
ção e da acomodação alheia. Ainda resisto às vezes aos pensamentos que
me levam ao estereótipo do grande herói. Mas hoje raramente me submeto
à necessidade de valorização potencializada pelo complexo de heroísmo.
Hoje sei que a primeira alma que devo salvar é a minha, sem ser egoísta,
mas para então estar apto e merecedor de salvar mais alguma outra alma.
Enquanto isso, estou tentando fazer o melhor que posso, buscando e ad-
quirindo algum conhecimento para compartilhar visando uma missão mais
simples, sem a necessidade de uma máscara e um símbolo no peito.
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O Poder do AutoConhecimento
Complexo de vitimização
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O Poder do AutoConhecimento
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Desafio rápido
100
O Poder do AutoConhecimento
Complexos Avaliação de 0 a 10
Materno
Paterno
De superioridade
De inferioridade
De abandono
De heroísmo
De poder
De vitimização
101
Anima x Animus
RECURSO 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Bondade
Compreensão
Empatia
Gentileza
Justiça
Emoção
Intuição
Capacidade de amar
(não apenas familiares)
Cuidar
Sensibilidade
Ouvir
Criatividade
Beleza
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Espiritualidade
Coragem
Persistência
Força de vontade
Razão
Ação
Pensamento claro
Raciocínio lógico
Concentração
Cumprimento de metas
Discernimento
Empreendedorismo
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O Poder do AutoConhecimento
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As relações
Temos certeza que já ouviu o dito popular que associa nossa iden-
tidade com o tipo de pessoas com as quais nos relacionamos.
Concordamos apenas em parte com isso porque acreditamos
existir muito mais complexidade em nossas relações.
Temos diversos tipos de relacionamentos em nossas vidas, indo
desde a família até pessoas que não conhecem mais do que apenas os
nossos nomes. Alguns são escolhas, outros laços sanguíneos e temos até
os acidentais.
Mas o que de fato importa nesse momento é conseguirmos iden-
tificar em nossas relações o que faz parte de nossa essência verdadeira.
Precisamos buscar pistas em nossos relacionamentos que nos le-
vem até respostas mais profundas das razões de estarmos relacionados
com as pessoas que orbitam nossas vidas.
Existem relações por amor, por interesse, por afinidade de objeti-
vos, por afinidade de pensamentos, por similaridade de sentimentos, por
sincronicidade de momentos de vida e daí por diante.
Como já vimos anteriormente na obra Formando Seres Integrais,
quando falamos da pirâmide das necessidades de Maslow, temos a neces-
sidade de pertencer ao grupo. O ser humano é um ser gregário, ou seja, pre-
cisa dos demais para existir. Isso pode explicar muitas de nossas relações
que não são satisfatórias, mas nos garantem fazer parte do grupo.
Aproveitamos o ensejo para mencionar as Personas novamente.
Perceba que não é raro nos vermos vestidos das máscaras do que o grupo
deseja que sejamos somente para não ficarmos sós.
O fato é que um olhar mais aprofundado em torno de nossas re-
lações e das sensações que temos diante das dinâmicas de convívio em
cada uma delas pode nos apresentar um panorama riquíssimo sobre o que
trazemos em nosso mundo interior.
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O Poder do AutoConhecimento
13. Sente inveja de alguma pessoa que faça parte de suas relações?
14. Consegue ficar vulnerável em quais relações? Sente que as
pessoas conseguem ficar vulneráveis perante você?
15. Tem medo da solidão? Por quê?
16. Diga o que você pensa a respeito da frase: “Antes só do que
mal acompanhado”.
17. Quando se sente muito incomodado na presença de uma pes-
soa que faz parte de seu rol de relacionamentos, procura se
afastar? Já consegue saber o que essa pessoa tem que tam-
bém pode estar dentro de você e não consegue admitir? Ou
consegue saber quais são seus complexos associados a esse
incômodo?
18. Quanto de seu tempo você dedica às relações que mais te dei-
xam feliz?
19. Você tem alguma relação (de qualquer natureza) apenas por
interesse? Como se sentiria se soubesse que alguém se relacio-
na com você por interesse?
20. Tem a tendência de se relacionar com muitos superficialmente
ou com poucos profundamente?
21. Considera alguma de suas relações abusiva? Se for o caso, por
que não consegue interromper o abuso?
22. Muito bem, para finalizar esse pequeno grupo de perguntas a
respeito de suas relações, queríamos propor a você um desafio
avaliativo para cada uma das pessoas que elencou em seu rol
de relações. De 1 a 5, onde 1 é quase nada e 5 é muito, pontue
individualmente a intensidade de suas emoções vinculadas a
cada pessoa. Para facilitar, utilize essas: amor, felicidade, paz,
raiva, angústia, medo, tristeza, nojo, indiferença, inveja e
ciúmes.
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Os mecanismos de defesa do ego
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buscando serenidade tentar analisar se não tem sido refém desse defensor
traiçoeiro. Estamos falando basicamente do sistema que nos difere no
reino animal, a razão. Assim, jamais subestime esse mecanismo de de-
fesa porque ele sozinho é capaz de causar uma dinâmica consistente de
autoengano e pode deixar você correndo em círculos.
Uma estratégia bastante eficaz para ter um espectro mais trans-
parente é o diálogo sincero com pessoas que fazem parte de seu grupo
afetivo. Lembra-se da Janela de Johari que vimos em etapas anteriores?
Pois então, talvez ali já estejam alguns sinais que podem presenteá-lo
com o descobrimento ou facilitar o desmascaramento dessa ferramenta
do Ego. É um desafio respeitável não ser vítima da racionalização, afinal
somos seres racionais e isso por si só já nos coloca à mercê da construção
de ideias que visam nos proteger a qualquer custo.
Temos de estar atentos para não acreditarmos que erros graves po-
dem ser justificados por ações externas ao nosso controle. Estamos assis-
tindo nos dias de hoje um mundo repleto de impasses ideológicos, riscos
diplomáticos e guerras localizadas justificadas por erros do passado ou
pelo medo, uma ilusão óptica onde todos têm razão e ninguém tem razão,
afinal existem lideranças que conseguem encontrar motivos lógicos para
perpetuação do ódio e da vingança. Faça constantemente o exercício de
questionar como você julgaria a situação se outra pessoa realizasse o
mesmo comportamento que você.
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Os gigantes da alma
Necessidade de valorização
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Responda para si mesmo: “O que existe por trás das minhas me-
lhores intenções?”
Não queremos dizer que sua postura deva ser egoísta ou viver sua
vida de forma egocêntrica. Fatalmente em suas melhores intenções existirá
uma considerável fatia que serve a esse gigante, mas certamente não é a
única potência executora que lhe move diante das tarefas que buscam o
bem coletivo.
Mesmo encontrando a necessidade de valorização por trás de suas
“boas ações”, não deixe de fazê-las, apenas perceba sua existência e não
se mutile emocionalmente para ser valorizado pelos demais. É nesse ponto
que creio que o autoamor e a autoaceitação fará sua parte e ajudará você
passo a passo a educar esse gigante para torná-lo um aliado e não mais um
algoz.
A inveja
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A culpa e a lamentação
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Raiva e ressentimento
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Crenças e valores
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Valor Porque
Se Deus aparecesse para mim de forma
1.º Deus inquestionável e pedisse que eu abandonasse
tudo, eu o faria
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Exemplo:
Não consigo praticar esportes porque me sinto culpado por deixar minha
família sozinha. Ok? Veja que esse é um exemplo simples, mas rico porque
foi temperado inclusive por um gigante da alma, a culpa, e também afronta-
-se com o valor “família”. Através dos questionamentos sucessivos pode-
mos chegar ao real bloqueio que nos mantém paralisados diante dos desejos
que temos. Agora é sua vez, descubra quais são suas crenças limitantes.
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Emoções e sentimentos
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»»Mas você sabe quais são as emoções que dirigem suas reações?
»»Consegue identificar suas emoções no momento que as vivencia?
»»Sabe controlar e canalizar a energia psíquica e fisiológica que
cada uma delas proporciona a você?
»»Do que você tem nojo? O que te faz subitamente alegre ou triste?
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Por mais incrível que possa parecer, o sentimento é uma função psí-
quica racional. Exatamente, são derivadas de nossa vontade e ação cons-
ciente. Lembre-se que nós podemos pensar sobre aquilo que sentimos e a
recíproca é verdadeira, ou seja, podemos sentir de acordo com aquilo que
pensamos.
Os sentimentos são as experiências percebidas pela emoção de ma-
neira sóbria e consciente. Como dissemos, a emoção é o efeito espontâneo
do organismo diante de qualquer fato. A emoção é primária e produz o
sentimento que pode ser prazeroso ou frustrante.
Enquanto a emoção não passa pela razão, o sentimento é absoluta-
mente ligado a ela. O sentimento é calmo, é filtrado, ou melhor, caminha
pela consciência.
Um bom exemplo que podemos dar, aproveitando a referência que
fizemos mais cedo nesta etapa: o amor é um sentimento e poderia ser um
bom exemplo de construção sequencial da paixão, que podemos categori-
zar como emoção.
O amor é um sentimento complexo, quiçá o mais complexo da alma
humana e o mais poderoso também, que passa pelos pilares da admiração
e do respeito. Podemos dizer que não será amor um sentimento que não
estiver alicerçado anteriormente na admiração e no respeito pelo alvo.
Simone de Beauvoir, a respeitada escritora e filósofa, é dona da se-
guinte reflexão: “Quando se respeita alguém não queremos forçar a sua
alma sem o seu consentimento.”
Conforme nosso Ego vai se estruturando e amadurecendo, o que
é um dos troféus da jornada de autoconhecimento, o sentimento vai se
aprimorando e se tornando mais elevado.
O que você tem feito para ampliar sua consciência?
Quando nossa consciência está desperta e ampliada, mais elabora-
dos serão nossos sentimentos. Albert Einstein sabiamente já disse que uma
vez ampliada, a consciência jamais voltará ao seu tamanho original.
Assim podemos usar como álibi esse incrível gênio produzido pela
humanidade para atestar nossa reflexão de que grande parte do poder do
autoconhecimento é usufruir dos sentimentos mais elevados e nobres ca-
pazes de iluminar nossas almas ao ponto de trazer momentos de plenitude.
Einstein também conseguiu produzir uma sublime reflexão na etapa
final de sua vida em uma carta que enviou à sua filha. Ele disse que o amor
é uma força universal para qual a ciência ainda não tinha encontrado uma
explicação formal, e ainda não encontrou.
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»»Você tem usado sua razão para produzir que tipo de sentimentos?
»»Quais são os pensamentos que mais povoam sua mente e quais
sentimentos eles desencadeiam?
»»Já se sente preparado para alternar seu padrão de pensamentos
para alcançar sentimentos elevados?
»»Quem é credor de seu amor, em sua opinião? Identifica o respeito
e a admiração nas pessoas que diz que ama?
»»Com que frequência utiliza a gratidão em sua vida?
»»Quando e por quem sente ternura?
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Diário de emoções
17/07/2017
Emoção Intensidade* Fato
Quando meu colega de
Raiva 6
trabalho pisou no meu pé
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2011 – Gráfico: O que realmente está por trás de minhas boas ações?
Item Proporção em %
Crenças e valores 15%
Necessidade de valorização 10%
Medo de não fazer o certo 5%
Legado 5%
Sensação de especialidade 5%
Síndrome de ajuda 10%
Complexo de heroísmo 35%
Amor 15%
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2018 – Gráfico: O que realmente está por trás de minhas boas ações?
Item Proporção em %
Crenças e valores 15%
Necessidade de valorização 5%
Medo de não fazer o certo 0%
Legado 35%
Sensação de especialidade 0%
Síndrome de ajuda 5%
Complexo de heroísmo 5%
Amor 35%
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O ano de 2.011 mostra uma realidade que pude reconhecer diante dos
enfrentamentos internos que estava vivendo até àquele momento. Conforme
fui desbravando minha jornada de autoconhecimento, que devo dizer que
ainda está em pleno processo de execução, as proporções do que me motiva-
va a realizar as chamadas “boas ações” foram transformando-se.
Isso só foi possível após eu ter tomado conhecimento do que estava
escondido dentro de mim de verdade. É um processo, uma jornada.
Essa técnica pode ser usada para qualquer comportamento que pos-
sua. Você pode colocá-lo à prova sob qualquer circunstância, basta querer.
Você pode utilizar essa técnica para descobrir o que está por trás de um com-
portamento destrutivo ou apenas indesejado. Tomando conhecimento do
mesmo é possível iniciar a transformação compondo estratégias pontuais.
Você poderia, por exemplo, colocar à prova nesta técnica o porquê
de usar uma determinada Persona em um grupo evitando ser você mesmo.
Poderia encontrar respostas com itens muito significativos como medo de
rejeição, necessidade de pertencimento, complexo de inferioridade, dentre
outros.
No caso que apresentei, perceba que os itens são variados. Podemos
encontrar presentes o sistema de crenças e valores, o gigante da alma – ne-
cessidade de valorização, o complexo de heroísmo, a transcendência – lega-
do e até o sentimento mais nobre, o amor.
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Nossas ações nunca são motivadas por uma única força psíquica,
até as situações de sobrevivência que poderiam justificar alguns de seus
comportamentos certamente possuiriam uma parcela de outros compo-
nentes, sejam complexos, emoções, sentimentos, mecanismos de defesa
do ego, gigantes da alma, síndromes etc.
É importante também destacar que pouco importa o grau de deta-
lhamento que fará na composição de seu gráfico. Por exemplo, seria pos-
sível ao invés de utilizar o item síndrome de ajuda utilizar o complexo de
superioridade ou de poder. Portanto, não se apegue aos nomes e dê aten-
ção ao item que conseguir identificar sem preocupar-se com extremo de-
talhamento. Fatalmente os principais serão um, dois ou no máximo três
itens muito significativos que precisará trabalhar em sua reforma íntima.
Apesar de existirem vários itens não tão significativos por trás de
um comportamento, é muito importante detectá-los, por menores que
sejam. Isso lhe dará maior senso de humanidade e potencializará o de-
senvolvimento de empatia.
Lembramos que as proporções variam de acordo com a profun-
didade do processo de autoconhecimento e o amadurecimento do Ego;
assim, aconselhamos que refaça o gráfico e compare após alguns meses
da leitura dessa obra.
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A sua própria biografia
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O Poder do AutoConhecimento
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Impresso em Lisboa, Portugal, por: