PERRY, J.W. (1970), Emotions and Object Relations. Journal of Analytical Psychology, 15: 1-12. https://doi.org/10.1111/j.1465-5922.1970.00001.x
A teoria da emoção tem sido um dos grandes emaranhados do campo da
psicologia, e estou muito ciente dos perigos de me intrometer neste domínio especial e escolhendo um caminho através dele, se isso for feito na tentativa para satisfazer os requisitos do acadêmico ou do pesquisador de laboratório. Por outro lado, em psicologia analítica, vemos as emoções como a própria matriz de crescimento e desenvolvimento e a fonte de significado e envolvimento na vida, e, portanto, seríamos culpados se nos permitíssemos estar tão intimidados pela dificuldade das teorias da emoção a ponto de permitir sermos reduzidos a um silêncio respeitoso sobre o assunto. Doutor Hillman (1960) fez um excelente trabalho ao cobrir o tópico de A a Z e colocando as variedades de formulações em um equilíbrio. perspectiva que deve apenas tornar mais fácil para outros prosseguir com as investigações, sabendo o lugar de suas conclusões no quadro total do campo. Meu próprio trabalho com o tópico of a esquizofrenia tornou necessário para me confrontar com a psicologia dos afetos em todos os pontos, uma vez que é no cerne da síndrome. Muitos anos deste trabalho clínico, combinados com a formulação e o ensino a psicologia dos complexos, tem me habilitado a formular uma teoria da ação das emoções no dia a dia.; Eu vejo esta contribuição, então, como um acréscimo à teoria geral de emoção que já se tornou/cresceu tão complicada. Que sso já está claro no trabalho de Jung sobre as emoções e, portanto, em nosso modelo atual e geralmente aceito da psique, é o que emoções são a atividade do inconsciente, o não-ego (Jung, 1907). Isto está em marcante contradição com a teoria psicanalítica que encontra as emoções sendo parte das funções do ego (Brenner, 1955); nesse modelo, as emoções clássicas são aqueles de luta e fuga, ou raiva e medo, e o ego é a zona inteira de a psique preocupada com a adaptação. Jung, por outro lado, apontou para o obviamente para o fato de que as emoções são autônomas e acontecem ao ego sem seu comando, e que o ego é o destinatário do impacto de das emoções (Jung, 1939, 1943). Portanto, em nosso modelo, pensamos no inconsciente como sendo a psique autônoma, e também pode ser chamada de psique emocional. Tanto quanto esta psique autônoma é estruturado na forma de complexos, Jung falou sobre o jogo das emoções como sendo idêntico a ativação dos complexos (Jung, 1943, 1926, 1907). Além disso, ele também visualizou o núcleo dinâmico de qualquer complexo a ser composto (em parte)**(O núcleo é composto por um arquétipo e representação do objeto que primeiro o evocou.) de um arquétipo, que ele considerou como sua "base afetiva" (Jung, 1928, 1957, 1958, 1959). Os arquétipos, em si mesmos são psicóides e sobre os quais pouco pode ser conhecido, entram em atividade manifesta na forma de imagem e emoção, simultaneamente (Jung, 1927/1931). A imagem fornece o significado da emoção; a emoção dá dinamismo à imagem (Jung, 1963). Dentro tal modelo, visualizamos tantas emoções quantas são as imagens. Por fim, é geralmente aceito em nosso modelo que o sentimento é diferente ordem daquela da emoção; sentimento é uma função da consciência, e para o grau em que é diferenciada - possui a qualidade de escolha e intencionalidade em seus julgamentos de valor. Esse é o modelo até o momento, e meu esforço agora está sendo em especificar tão claramente quanto possível os componentes de uma ocorrência ou evento emotional. Primeiro de tudo, deve ser a interação dinâmica de dois elementos, de um sujeito e de um objeto, seja o objeto externo ou interno em relação ao sujeito. 'Eu' posso ter medo de suportar a raiva (bear´s angry – Bear = urso/suportar – um jogo de linguagem) ou da minha própria raiva; o eu próprio poderia ser simbolizado como um urso raivoso em meus sonhos, e assim, a imagem de um urso (bear= suportar/carregar/urso) pode ser a apercepção de uma de duas coisas: um objeto externo, ou um componente interno em minha própria composição/configuração. Mas acabamos de observar que uma emoção não surge do ego, porque é autônoma. Quem, então, é esse 'sujeito' que tem medo? É dito do esquimó que ele sabe que se ele se mantiver firme sem medo no abordagem de um urso ele não será ferido. Quem, então, é o corajoso e quem é o sujeito temível? E qual é a percepção do objeto como assustador ou tão inofensivo? (E, a propósito, o que é que o urso sabe, que provavelmente costumava ser óbvio para nós quando ainda vivíamos em árvores, mas que começou a escapar de nós quando nos tornamos inteligentes?) Deixe-nos ouvir o urso do sonho primeiro. Se 'eu' estou com medo no meu sonho, o urso é assustador; ele ruge em sua raiva, enquanto Eu choramingo em minha fraqueza. Então eu me lembro em meu sonho que o manual do esquimó diz para não ter medo, e então assumo uma atitude de coragem, e para meu alívio vejo o urso torne-se circunspecto e quieto. É o urso a imagem do medo que eu estou experienciando no sonho? Jung disse uma vez sobre o dragão que é o espectro do medo do homem, seu pavor do poder do domínio terrível da mãe, que requer a coragem do herói para superar (Jung, 1911 / 1912); mas a qualidade afetiva da imagem do dragão não é medo, mas uma combatividade assustadora e ameaçadora). Se em meu sonho eu choramingar, carrego a imagem do medo, como uma autoimagem, enquanto o Urso carrega a imgem da agressão. Eu então prossigo para assumir o controle dele a imagem da agressão assertiva como uma melhoria/desenvolvimento da minha auto-imagem, e eu deixo para ele o meu papel rejeitado de inocuidade/inofensividade. Minha auto-imagem alvez tenha modificado daquele menino de calça no joelho que não consegue resistir a nada forte, para uma com tanta força quanto um homem pode possuir . Minha força agressiva pode até que tenha por vez permanecido inconsciente para mim, autônoma e fora de alcance da minha intenção, e assim apareceu na imagem do animal como uma representação de sua distância da consciência. O fato de eu tomar essa qualidade (a força) qualidade do urso seria comparável ao progresso do herói mitico que assume as qualidades dos animais que ele superou. È assim , então, com o objeto externo. Se minha apercepção do animal em a floresta é que ele é uma força selvagem absoluta, minha apercepção de mim mesmo (do meu Eu) pode ser de que estou totalmente impotente para lidar com isso. Eu estaria projetando sobre o urso minha imagem de minha agressão autônoma, e projetando sobre mim mesmo,, por então comentar, a imagem do menino indefeso, despojado de sua agressividade. Minha emoção, ou a emoção com a qual me identifico, é representada dentro a imagem e contida (albergada) em um complexo. De acordo com o esquimó, posso com segurança reverter a polaridade desta troca/mudança; Posso me colocar no papel do complexo heroico e projetar o papel do complexo de desamparo no urso. No primeiro caso, Eu sinta emoção, medo (ou 'fuga (flight) '), e no segundo, a emoção, coragem (ou 'luta' (fight)). A emoção não surge do ego, mas fora do complexo com o qual o ego se identifica ou talvez para dizer mais apropriadamente, se alinha com ele. Este evento emocional não é, portanto, da parte de um ego claramente consciente em relação para um igualmente e claramente objeto real, mas surge por parte do complexo ao qual este ego se alinha, em relação a um outro complexo que é projetado sobre o objeto. Ele está, de fato, relacionado não tanto ao objeto real em si quanto à imagem que ele carrega Portanto, proponho que peguemos novamente a definição de Jung do afeto-ego (Jung, 1907): quando um complexo é ativado e uma emoção está sendo experimentada, o ganho em valor energético pelo complexo é balanceado igualmente pela perda do valor energético pelo ego (Jung, 1943):
(Para este fenômeno, Jung usou o termo de Janet, o 'abaissement du niveau
mental') (Jung, 1952). Durante o período de ativação do complexo, ou seja, no jogo da emoção, o ego estava cedendo sua regencia ao complexo. Então, o sujeito que produz a emoção não é o ego em sua identidade usual, mas o complexo ao qual o ego se permitiu ceder. Pela mesma razão, o objeto para o qual a emoção a se dirige não é o real como é em si mesmo, mas a imagem que foi projetada nele. A interação emocional essencial a não é entre sujeito e objeto, mas entre dois complexos dentro da psique. Especialmente no caso do urso, e outros semelhantes, acho o termo projeção um pouco equivocado, apesar dos esquimós. Afinal, não é impróprio considerar um animal selvagem como perigoso. No entanto, ainda é a imagem carregada por ele que na verdade desenha/configura a emoção. Portanto, eu proponho um termo para acompanhar o conceito de ego-afeto, para descrever sua contraparte: um objeto-afeto. Este é o objeto visto através do véu de uma ilusão, colorido pelo significado que o inconsciente lhe atribui. Qualquer emocional o evento descobre que o ego não é exatamente ele mesmo e o objeto não é ele mesmo. Nesso sentido, uma emoção é uma inadaptação, como Jung apontou, ('Afeta sempre ocorrem quando há uma falha de adaptação ') (Jung, 1921, p. 597). Visto em outro quadro de referência, no entanto, fornece a ocasião para adaptabilidade incrementada. Voltando agora às ocorrências emocionais que estamos mais acostumados no trabalho analítico, podemos citar o exemplo familiar de um jovem com um problema de autoridade, baseado, digamos, em um complexo paterno. O que ele encontra é que professores, treinadores, ministros, policiais ou seus oficiais superiores no exército o atormentam inexplicavelmente, no momento em que ele percebe neles qualquer afirmação de domínio/comando positivo. Ele se torna petulante e queixoso, e de repente parece muito mais jovem e inepto do que se poderia esperar de seu comportamento habitual. É visível em tal momento que duas coisas estão acontecendo simultaneamente: a projeção de seu complexo paterno no homem mais velho, e seu próprio deslizamento na posição de filho rebelde. Dois complexos foram ativados ao mesmo tempo, e o ego alinha em si com ele vis-a-vis (pareando) com o outro, com o filho vis-a-vis (pareando) o pai. Em outras ocasiões, será observado, que o mesmo indivíduo frequentemente toca (se comporta) isto da outra forma, e em um momento de autoridade, quando ele pode ser o chefe, ele parecerá bastante transformado e se comportará de forma autoritária em relação a um indivíduo a quem ele considera um pouco menos do que ele mesmo; aqui o ego alinha-se com o complexo do pai vis-a-vis (pareado) com o filho. Assim claramente, não é o ego em sua identidade usual/normal que está produzindo a emoção de rebeldia ou de autoridade, mas o ego em alinhamento com um de um par de complexos. Este par que eu compreendo ser uma entidade que é bipolar, o vínculo pai-filho vinculo, em uma ligação/relação/vínculo negativo. Neste caso, o que mantém o problema vivo, e que mantém o complexo paterno intacto como um componente autônomo no inconsciente, é a inclinação do ego em assumir a identidade do filho rebelde. O potencial do individuo para a idade adulta é a margem e excluído da personalidade consciente, relegado à sua prisão no complexo paterno. Seu próprio potencial para a paternidade ou a plena masculinidade é assim renunciada, e ele a experimenta a principalmente em suas reações negativas aos homens mais velhos. Por um lado, isso torna o complexo paterno um problema constante. mas por outro lado, fornece a ele a condição de um crescimento psicológico potencial. Isto é um elemento perdido para sua composição consciente, desde que ele permaneça autônomo. Nós podemos entretanto conceber que todos esses complexos devem ser, em seus aspectos mais favoráveis, componentes do desenvolvimento (Jung, 1939). (A 'compulsão de repetição', como tem sido apontado tantas vezes, fornece ao ego de novo e novamente a esses componentes rejeitados de desenvolvimento para finalmente assimilar eles em algum momento favorável) Isso nos leva à questão da necessidade do ego de se alinhar com tais complexos. Tal como a juventude, que na verdade, projeta uma imagem não apenas sobre o homem mais velho, mas igualmente sobre si mesmo. Há tanta ilusão em sua visualização dele mesmo como um menino, quando ele poderia estar vinte anos de fato, como há em sua percepção um modesto homem mais velho como um tirano rude. Segue-se, então, que se o sentido de identidade não é firme e claro, a autoimagem pode ser tão flutuante e caleidoscópico como as imagens de objetos no mundo exterior. O sentido de realidade aplica-se igualmente tato ao sujeito como ao objeto. Portanto pelo que temos observado experiência do sujeito em relação para com o objeto. Obviamente, quando há uma interação emocional acontecendo, a outra parte não permanece impassível e algo comparável e algo comparável está acontecendo no final do encontro. Se o jovem com o problema de autoridade está sendo irritante em sua frieza com o homem mais velho, este último de fato responde com alguma indignação em que ele pode muito bem tentar chamar o jovem para baixo e suprimi-l/reprimi-lo. Existe então o fenômeno marcante de uma imagem sendo atribuída ao homem pelo jovem, e ativando no homem este mesmo complexo de autoritarismo. A maneira como a pessoa 'aparece' emocionalmente tende to determinar a natureza da resposta emocional da outra pessoa (as vezes chamado a profecia auto-realizável). Assim, o jovem em questão se encontra de fato rodeado por uma matriz de homens impacientes, professores tornando-se disciplinadores, ministros tornando-se severamente dogmáticos e oficiais superiores gritandoo asperamente; o sujeito então encontra suas expectativas justificadas, e sua antipatia pela imagem do pai se intensifica, e assim alinhamento com o filho a imagem torna-se igualmente reforçada. Nese modelo, ambos complexos de pai e filho tornam-se firmemente entrincheirados, aumentam em magnitude e em sua carga energética, e assim estão mais prontamente ativado e projetados em qualquer provocação cada vez mais leve. Se o complexo do filho rebelde for adotado como um identidade sustentada, temos os ingredientes de uma desordem de caráter. Neste relato, como eu percebo isto, a psicologia do pessoal auto-imagem é crucial no esforço de superar quaisquer complexos profundamente enraizados. O complexo paterno, é o qual o jovem contém potencial dele próprio para paternidade ou plena masculinidade, como componente do desenvolvimento. Se a juventude pode permitir-se adotar esta imagem de plena masculinidade e incorporá-la em sua autoimagem, não haveria mais necessidade de se defender contra o imagem do pai e manter o complexo paterno autônomo. Mas para isso acontecer, uma transformação da autoimagem é necessária, e não é suficiente apenas para analisar ou obter insights sobre a projeção da figura paterna. Somente com o desenvolvimento total da autoimagem, o problema será finalmente resolvido. Um paciente meu em seus vinte e poucos anos com uma relação tão antagônica à figura do pai e uma inclinação para permanecer comoo filho resistente, experimentou parte dessa mudança por uma atividade espontânea do inconsciente em um certo ocasião. Ele era solteiro e ainda não se sentia à vontade com namoradas. Como católico, ele encontrou pais negativos em muitos de seus padres. Ao visitar um casal com quem ele era intimamente conhecido, ele teve uma experiência emocional impressionou profundamente. Ele pegou o filho pequeno deles em seu braços para acariciá-lo, e sentiu pela primeira vez em sua vida o surgimento de um emoção parental profundamente calorosa e terna em relação à criança, comovendo-o tanto profundamente que beirava as lágrimas. Ele teve um sonho naquela noite que mostrou claramente as mudanças que estavam se formando abaixo da superfície. Ele sonhou que estava perto de um rio na companhia de um padre de quem ele não gostou. Acima havia uma ponte, e sobre ela uma procissão avançado, trazendo um palanquim dentro que sentou o Papa João. O Papa olhou para o sonhador, sorriu com uma expressão gentil de reconhecimento, e jogou para baixo para ele um bebê que estava segurando em seus braços; o sonhador sentiu um amor terno pela criança. Nem é preciso dizer que o sonho traduz o significado da emoção brotando no dia anterior, e que esta é a emoção da paternidade. O Papa João, mais do que qualquer outro, é o papa amoroso, um homem de Eros, um chefe supremo e pai que personifica para o sonhador as qualidades que ele mais poderia esposar na masculinidade, mas também estar próximo do feminino, como uma espécie de pai-mãe. O papa não perturba como um símbolo de pai para ele, mas um filho: o sonhador é pai em um novo vínculo com o filho, que é exatamente o que ele experiênciou na tarde anterior. Papa João, como o centro da cristandade, que é para o paciente uma figura altamente numinosa, representa a personificação real sacerdotal do centro, o arquétipo central do self, neste sonho efetuando uma transformação da autoimagem, particularmente a nível pessoal. Somente quando a auto-imagem de uma pessoa se desenvolveu a um grau suficiente, ela estar em posição de perceber o eu das outras pessoas como elas realmente são. Se um não está neste estado mais realizado/afortunado, a pessoa tende a experimentar as pessoas através do véu das próprias imagens, em projeções emocionais positivas e negativas, e a pessoa fica então cercada por um mundo de objetos afetivos, não objetos como eles são. Pois o ego ainda tenderia a se alinhar com complexos em relação para esses objetos-afeto, adotando auto-imagens que não representam adequadamente o ego em si mesmo. Ora aqui está uma dificuldade sobre o termo, relação de objeto, destinado a designar exatamente o que a coisa não é. Quando um homem está completamente apaixonado por uma jovem senhora, o objeto de sua paixão é mais a imagem da sua própria anima do que ela outra pessoa em si mesma. Isso pode se tornar um relacionamento com o objeto a si mesmo, no tempo, quando é menos turbulentamente emocional .. A paixão é uma experiência emocional arquetípica, na qual o sujeito não é o verdadeiro sujeito, nem a objeto o verdadeiro objeto, mas que pode fornecer o solo fértil favorável para um relacionamento realmente amoroso, ou pelo menos para um novo desenvolvimento significativo em profundidade. A vida emocional ocorre em um mundo de não-objetos, em um terreno preenchido com reflexos das próprias imagens provenientes da psique emocional. Como o Buda diria, o mundo do apego é um mundo de 'nossas próprias formas-pensamento'. Os objetos, como realmente são, surgem apenas com o crescimento da consciência e da diferenciação do ego, libertando-o do emaranhado de alinhamentos com os vários complexos que se movem através desse estágio afetivo. As relações de objeto verdadeiras (reais) são o objetivo de nossos esforços para compreender nossas emoções, quando nós entregamos ao objeto o que é do objeto e ao sujeito (outro) o que é do sujeito (outro). As relações objetais, então, só pertencem ao nível egóico, e ao sentimentor ao invés de emoção: só então alguém é capaz de amar o outro como a pessoa que ele ou ela realmente são, ao invés de como alguém precisa que ele seja. Tudo isso significa que, em termos de experiência natural do tipo cotidiano, o inconsciente é encontrado 'lá fora' no estado de projeção da vida emocional. É quase axiomático para nós que tudo o que é ativado no inconsciente é encontrado na projeção. Eu modificaria isso para dizer, na projeção sobre o objeto e sobre o sujeito.. Portanto, nosso mundo emocional externo é uma imagem espelhada do nosso interior, e buscamos o conteúdo do inconsciente tanto ao nosso redor quanto lá dentro, por assim dizer. Lá fora em nesse mundo existem diferentes dimensões da realidade. Existe a realidade mundana, completa/rígida (stark), ou convencional, ou realidade de senso comum, visão/percepção clara do objetos como eles são em si mesmos. Depois, há a dimensão de profundidade em que o objeto é mais do que ele mesmo, visto imagem totalmente e pleno com valores que nos mobilizam e significados que iluminam nossa compreensão: que é o poeta apaixonado pelo mundo, no qual a totalidade exterior se torna uma metáfora da experiência humana. Nem é preciso dizer que o nível dos objetos como eles são consiste em imagens pelos quais percebemos os dados da experiência externa, mas estes são de uma ordem diferente de representações do que as imagens-afeto. Aquele é claro e sintonizado cada vez mais para a natureza do mundo fenomenal, o outro não-racional e sintonizado ao significado das coisas para a vida psíquica. Isso significa que quando crescemos e desenvolvemos nossos horizontes de consciência assimilando conteúdos do inconsciente - da psique emocional - na verdade estamos recuperando a maior parte deles do mundo exterior do nosso envolvimento emocional. Na verdade, colhemos o que semeamos: a psique em sua sabedoria distribui nossos componentes de desenvolvimento em nosso mundo de envolvimentos/vinculos/relacionamentos, cada um em sua época devida, e vamos realizando a nossa colheita deste campo emocional para nutrir nossa consciência. Jung recorre à metáfora do fogo em uma passagem que considero não apenas bonita mas talvez o mais característico de sua atitude em relação à vida: '
O despertar o conflito é uma virtude luciferiana no sentido da palavra. O conflito
gera fogo, o fogo dos afetos e emoções, e como cada outro fogo, tem dois aspectos, o da combustão e o da criação luz ... pois a emoção é a principal fonte de consciência. Não há mudança da escuridão à luz ou da inércia ao movimento sem emoção .... Um complexo só pode ser realmente superado se for vivido em sua plenitude. Dentre outras palavras, se quisermos nos desenvolver ainda mais, temos que nos atrair e beber até a última gota o que, por causa de nossos complexos, temos mantido em um distância '(Jung, 1938/1954, pp. 96-9) · Do fogo da vida apaixonada cresce a luz da consciência, mas a atuação efetiva da atitude do ego decide os ganhos ou perdas. Se o ego é passivo e permite que o conteúdo permaneça abrigado habitualmente em sua forma emocional, pode haver ganho apenas do lado do inconsciente. Em sua forma emotional as imagens permanecem meramente sugestões de significado; pode-se falar da verdadeira compreensão apenas quando o significado é reconhecido por uma consciência de ego ativa e assumida em sua estrutura de valores e significados. Em vez de de permitir passivamente que um ego-afeto se relacione com o objeto-afeto, sem o esforço de compreensão, o ego ativo intervém, insistindo em uma assimilação do significado durante um período de tempo. A questão que surge naturalmente é se esta formulação em termos de complexos como os ingredientes de nossa psique emocional se aplicam igualmente questões e afetos/interesses (concern) arquetípicos. Na minha opinião, se um componente arquetípico surge em seu tempo e lugar naturais, e entra na experiência, por definição automaticamente começa a formar um complexo em torno de si, ou seja, a se revestir dos conteúdos da experiência. Afinal, assim que um arquétipo é capaz de se representar em todos em um sonho, ele empresta algumas representações do mundo familiar para constituir ele mesmo de forma específica em uma imagem, e esse é o início ainda pequeno de um complexo. Tal complexo é pensado como ainda pertencente ao nível do inconsciente coletivo. Com isso, Jung quer dizer que sua existência não deriva da experiência pessoal das figuras pessoais da vida emocional. No entanto, ele também acrescenta que, quando ativado, el tende a entrar em contato na experiência pessoal na vida emocional (Jung, 1945/1948,1926). Pode então ser dado reconhecimento pela consciência e gradualmente se torna assimilado, ou pode encontrar-se com um ego resistivo e depois cair de volta no inconsciente como um complexo autônomo. Parece- me, portanto, ser incumbência do o terapeuta em procurar/pesquisar/compreender o contexto emocional pessoal de qualquer arquétipo que aparece em sonhos ou fantasia, se ele quiser fazer justiça ao arquétipo. Uma vez que o termo arquétipo parece trazer confusão para o americano médio uma nuvem de confusão e conotações obscuras de Platão e Agostinho, em minhas relações com associados profissionais, passei a usar o termo imagem-afeto, em vez dos fenômenos arquetípicos que encontramos na terapia O termo tem a vantagem de significar exatamente o que diz e tornar seu próprio significado. O termo arquétipo, na minha opinião, poderia muito bem ser reservado para um construção hipotética maior que tenta descrever a propensão inata, o psicóide, antes de torna-rse manifesto na forma de afeto, imagem e comportamento (Jung 1947/1954). Mesmo para as experiências arquetípicas mais profundas, como as do arquétipo central do Self o arranjo bipolar se aplica como acontece com qualquer outroc onteúdo emocional. No entanto, neste caso, a possibilidade extraordinária surgee abraçando/abarcando/integrando a polaridade em uma única imagem unificadora. Eu estou concontinuamente impressionado com the consistência com que este afeto- imagemarquetípico emerge na estrutura do relacionamento: a instância mais familiar é a transferência na terapia, mas eu veja pouca diferença quando ele está fazendo seu aparecimento em situações ordinárias da vida aparência e além deste procedimento terapêutico. Em relação ao arquétipo central (Self) como imagem de deus, o maior testemunho para esta dinâmica é, claro , “The Idea of the Holy” [o Sagrado] (Otto, 1950), de Rudolph Otto. O título na verdade serias 'A Experiência Emocional do sagrado ', como uma documentação das relações afetivas entre o humano e o totalmente outro, the Tremendum ou Numinosum. Com suas relações recíprocas de domínio/esmagamento/imensidão pareado com (vis a vis) com temor/terror da criação (creaturely dread), da majestade vis a vis com temor/admiração/reverência, sagrado vis a vis com reverência. Isto é talvez o contorno mais claro do par bipolar de afeto - imagens que podemos invocar Portanto, eu vejo toda a psique como estruturada, não apenas dentro complexos, mas em sistemas ou arranjos bipolares, a ocorrência de uma emoção requer a interelação de de dois complexos, e as emoções habituais pertencem ao par habitual. Para o meu complexo materno tem de existir uma criança ou filho, para cada anima de princesa tem de haver um amor de principe, para cada pai maravilhoso um filho, e para cada monstro assustador/opressor um humano medroso. O problema de conceituar o evento emocional é uma questão de entender o que acontece na interface entre os dois pólos,. onde o ego adota e experimenta um afeto e relega o membro oposto do par bipolar a seu objeto. Portanto, não visualizo um modelo do inconsciente no qual os complexos são arranjados aleatoriamente, mas sim um em que os complexos são arranjados em sistemas bipolares ou pares; eles podem ser vistos como entidades opostas (bem como os dentes superiores e inferiores em sua oposição). Voltando agora ao meu ponto de partida do cenário clínico em que surgem essas questões sobre a natureza da emoção, pode-se perguntar se faz alguma diferença formular esses processos dessa maneira. As implicações mais práticas, a meu ver, estão na área da gênese dos complexos e. do papel do afeto na psicopatologia, especialmente na esquizofrenia. Em matéria de gênese, temos o hábito, por exemplo, de olhar para o mãe como fonte de influência da especificaçãoific qualidades da anima, e para o pai para aquelas do animus. Este seria o pensamento habitual em termos de relações de objeto, onde o pai é considerado como uma figura unitária servindo de modelo para essas funções complexos. Mas a psique emotional da criança não é afetada por essas personalidades do ego dos pais em qualquer momento tanto quanto pelos componentes inconscientes dos pais. Ela está no nível de 'participação mística' e envolvimento emocional e interação no qual complexos são formados. Isso significa que a fonte de influência muito mais frequente dando forma, por exemplo, à anima é a sombra da mãe e o anima do pai; e para o animus, a sombra do pai e animus da mãe. A gênese dos complexos ocorre no nível do não-ego do criança e do não ego dos pais, onde as realmente poderosas e misteriosas figuras dos pais são as inversas, o pseudo-pai e a pseudo-mãe; este é, o animus da mãe e a anima do pai. Em relação a essas figuras a criança é apta a deslizar para posições do ego-afeto e responder com seus próprios complexos nas interações emocionais. Assim é como os outros vários complexos que tomam forma ao longo do caminho: eles são o produto de relacionamentos emocionais, tendo a impressão de aspectos não egoicos e subliminares das personalidades desses figuras significativas. Eles surgem de objeto- afeto, não de objetos verdadeiros. Na área do desenvolvimento do self, o mesmo princípio se aplica. Eu tenho apontado em outro lugar que o self evolui por meio de uma série de estágios que não apenas do arquétipo central em si, mas particularmente em como aparece nos relacionamentos (Perry, 1962). Cada estágio da evolução do arquétipo central começa em a configuração de um vínculo de amor, e dentro dele conforma um emparelhamento bipolar de imagens: Madonna e filho, grande mãe e filho-amante, pai e filho, herói e Grupo de pares, Principe e Princesa, e assim por diante. O arquétipo central (Self) fornece o núcleo dinâmico dessas relações intensas em sua sequência, aparentemente existe um rito de passagem arquetípico de um para o outro. Se o afeto- objeto não cumpre sua função nesses vínculos. daí resulta o que chamei de lesão central, na medida em que danifica a autoimagem nesse estágio e deixa um problema a ser resolvido no crescimento do arquétipo central (Perry, 1957). Todas essas questões estão no cerne do problema da esquizofrenia de adultos jovens. Nesta síndrome, houve uma lesão central em um nível inicial, entre mãe e filho. Disto resulta um mal funcionamento do modo “Eros” de se relacionar com o mundo. Então, os envolvimentos emocionais profundos que são necessários para o enriquecimento de seus horizontes de consciência, que conteria/abrigaria os componentes de desenvolvimento e forneceria a campo emotional para a rica colheita de incremento da consciência pode ser recolhido no início. O sujeito é relutante em arriscar no relacionamento, pois em seus riscos, ele só pode terminar em feridas e decepção. Em vez disso, a gama de possibilidades emocionais permanecem bloqueadas em alguns complexos. As imagens arquetípicas que deveriam estar embutidas nas situações de vida, imbuindo-as de urgência e sentido, permanecem ativas principalmente como preocupações fantasiosas subjetivas, sobrecarregando o equilíbrio energético do lado do inconsciente. No episódio psicótico agudo, um processo mítico de renovação toma forma, mas precisa encontrar seu caminho nas questões da vida pessoal; isso significa que as imagens afetivas precisam encontrar seu lugar adequado nos complexos comuns da vida emocional comum (Perry, 1961). Para resumir, acho que a ocorrência de qualquer emoção consiste na interação entre dois complexos. Toda a vida emocional está estruturada em sistemas bipolares ou pares desses complexos. O sujeito experimenta o afeto que pertence ao complexo com o qual o ego se alinha e atribui o outro pólo ao objeto. Durante a emoção, o valor energético do ego é diminuído, e o do complexo, aumentado, e nesta situação deve-se falar de uma inter-relação de um ego-afeto e um objeto-afeto. Nesse momento, há uma modificação da apercepção tanto do sujeito quanto do objeto, projetando sobre cada um as imagens que pertencem ao par de complexos bipolares: a autoimagem é alterada, e também a imagem do objeto. O sujeito do relacionamento não é o verdadeiro ego, o objeto não é o verdadeiro objeto. No entanto, é pela interação desses complexos, como componentes do desenvolvimento, que ocorre o crescimento da consciência e o desabrochar da personalidade plena. A resolução de complexos parece depender principalmente do desenvolvimento adequado da autoimagem, que à medida que ela se torna firmemente estabelecida, permite menos e menores escaramuças ilusórias em estados de ego-afeto inadequados em relação a objeto-afeto. REFERÊNCIAS