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NR20

TRABALHO COM INFLAMÁVEIS


E COMBUSTÍVEIS
NR 20 - TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS

1.INTRODUÇÃO.................................................................................................3

2.INFLAMÁVEIS................................................................................................3
2.1.PERIGOS E RISCOS DOS INFLAMÁVEIS............................................................3

3.CONTROLES COLETIVOS E INDIVIDUAIS...............................................4


3.1.SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA..........................................................................6
3.2. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL...............................................7

4.PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO COM INFLAMÁVEIS..........................7


4.1.CLASSES DE INCÊNDIO.........................................................................................7
4.2.RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR......................................................8

5.FONTES DE IGNIÇÃO...................................................................................8

6.PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA.......9


ÍNDICE

7. EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO BENZENO...........................................9


7.1.IMPACTOS À SAÚDE.............................................................................................10
7.2 IMPACTOS AMBIENTAIS.....................................................................................10
7.3 LEGISLAÇÃO...........................................................................................................12

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NR 20 - TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS

1 - INTRODUÇÃO Gases inflamáveis:


gases que infla-
Esta Norma Regulamentadora - NR mam com o ar a
estabelece requisitos mínimos para a 20º C e a uma
gestão da segurança e saúde no pressão padrão de
trabalho contra os fatores de risco de 101,3 kPa, exem-
acidentes provenientes das atividades plos: hidrogênio,
de extração, produção, armazena- acetileno.
mento, transferência, manuseio e ma- Líquidos combustíveis: são líquidos
nipulação de inflamáveis e líquidos com ponto de fulgor > 60º C e ≤ 93º
combustíveis. Abrangendo às ativida- C, como por exemplo: álcool, óleo
des de: diesel.
Projeto, construção, montagem,
operação, manutenção, inspeção e 2.1 - Perigos e Riscos dos Inflamáveis
desativação da instalação.
Queimam com facilidade;
Podem produzir atmosferas explo-
sivas em locais com deficiência de
ventilação;
Um derrame de líquido inflamável
pode gerar um incêndio que irá se
movimentar, acompanhando o
desnível existente no piso;
Incêndios em líquidos normal-
mente são mais difíceis de serem
combatidos do que em materiais
2 - INFLAMÁVEIS: CARACTERÍSTICAS, sólidos, visto que é necessário
PROPRIEDADES, PERIGOS E RISCOS extinguir o fogo toda superfície
atingida;
Sob o ponto de vista legal da A projeção violenta do agente
periculosidade vale somente a extintor sobre um líquido infla-
definição dada pela NR 20, onde o mado pode provocar respingos ou
ponto de fulgor (PF) que é a menor seu transbordamento, cuja conse-
temperatura em que um líquido quência poderá ser a propagação
fornece vapor suficiente para formar do incêndio;
uma mistura inflamável isso acontece Em caso de gases, quando não é
quando existe uma fonte de ignição possível cortar o suprimento, o
(faísca, chamas abertas, etc.). Sendo vazamento seguirá gerando maio-
assim o ponto de fulgor é referência res volumes de mistura inflamável,
principal para caracterizar um que fatalmente encontrará uma
determinado líquido como inflamável fonte de ignição em suas proxi-
ou combustível. midades, provocando uma explo-
Líquidos inflamá- são;
veis: são líquidos
que possuem pon-
to de fulgor ≤ 60º
C, tais como: gaso-
lina, solventes in-
flamáveis;

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Um produto inflamável poderá ofe- tos de segurança e saúde no trabalho,


recer maior ou menor risco em conformidade com as especi-
dependendo de: ficações do projeto das instalações
classes I, II e III e com as reco-
Seu ponto de fulgor, por exemplo: a mendações das análises de riscos. E
gasolina é mais perigosa que o estas devem:
álcool por ter um ponto de fulgor Ser estruturadas com base em
mais baixo; metodologias apropriadas, escolhi-
A quantidade e o tipo de arma- das em função dos propósitos da
zenamento (tanques ou recipien- análise, das características e com-
tes); plexidade da instalação;
Superfície de contato com a Ser coordenadas por profissional
atmosfera, no caso de líquidos e habilitado;
volume possível de mistura com o Ser elaboradas por equipe multi-
ar, no caso dos gases; disciplinar, com conhecimento na
A natureza do próprio produto aplicação das metodologias, dos
(poder calorífico, volatilidade e to- riscos e da instalação, com parti-
xicidade dos produtos de combus- cipação de, no mínimo, um tra-
tão); balhador com experiência na
Possibilidade de vazamento ou instalação, ou em parte desta, que é
transbordamento; objeto da análise;
Manipulação (transferência, pulve- Deve ser elaborada Análise Preli-
rização, condições de ventilação do minar de Perigos/Riscos (APP/APR)
local, etc.); para instalações classes I;
Materiais e instalações existentes Devem ser utilizadas metodologias
nas proximidades. de análise definidas pelo profissi-
onal habilitado,devendo a escolha
3 - CONTROLES COLETIVOS E INDI- levar em consideração os riscos, as
VIDUAIS PARA TRABALHO COM características e complexidade da
INFLAMÁVEIS instalação para instalações classe II
e III;
As instalações para extração, produção, O profissional habilitado deve
armazenamento, transferência, manu- fundamentar tecnicamente e re-
seio e manipulação de inflamáveis e gistrar na própria análise a escolha
líquidos combustíveis devem ser da metodologia utilizada e estas
projetadas considerando os aspectos devem ser revisadas na periodi-
de segurança, saúde e meio ambiente cidade estabelecida para as
que impactem sobre a integridade renovações da licença de operação
física dos trabalhadores previstos nas da instalação, no prazo recomen-
Normas Regulamentadoras, normas dado pela própria análise, caso
técnicas nacionais e, na ausência ou ocorram modificações significativas
omissão destas, nas normas inter- no processo ou processamento, por
nacionais, convenções e acordos solicitação do SESMT ou da CIPA,
coletivos, bem como nas demais por recomendação decorrente da
regulamentações pertinentes em vigor. análise de acidentes ou incidentes
O empregador deve elaborar, docu- relacionados ao processo ou
mentar, implementar, divulgar e processamento e quando o
manter atualizados procedimentos histórico de acidentes e incidentes
operacionais que contemplem aspec- assim o exigir.

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As análises de riscos devem estar


articuladas com o Programa de
Gerenciamento de Riscos (PGR) da
instalação.
Deve ser elaborado, em articulação
com a CIPA, um cronograma de
inspeções em segurança e saúde no
ambiente de trabalho, de acordo com
os riscos das atividades e operações
desenvolvidas. As inspeções devem ser A capacitação deverá:
documentadas e as respectivas Ser realizada a cargo e custo do
recomendações implementadas, com empregador e durante o expedi-
estabelecimento de prazos e de ente normal da empresa;
responsáveis pela sua execução. A não Os trabalhadores devem receber
implementação da recomendação no informações sobre os perigos, riscos
prazo definido deve ser justificada e e sobre procedimentos para situa-
documentada. ções de emergências;
Os relatórios de inspeção devem ficar Os trabalhadores que laboram em
disponíveis às autoridades compe- instalações classes I, II ou III e
tentes e aos trabalhadores. Todos os adentram na área ou local de
manuais devem ser disponibilizados extração, produção, armazenamen-
em língua portuguesa. O plano de to, transferência, manuseio e ma-
inspeção e manutenção e suas nipulação de inflamáveis e líquidos
respectivas atividades devem ser combustíveis, mas não mantêm
documentados em formulário próprio contato direto com o processo ou
ou sistema informatizado e serem processamento, devem realizar o
realizadas por trabalhadores capaci- curso de Integração;
tados e com apropriada supervisão. Para trabalhadores que mantêm
Deve ser elaborada permissão de contato direto com o processo ou
trabalho para atividades não rotineiras processamento e laboram em
de intervenção nos equipamentos, instalações de classes I,II e III facear
baseada em análise de risco, nos necessário treinamentos específi-
trabalhos: cos de acordo com o item 11 da NR-
Que possam gerar chamas, calor, 20 e seus subitens;
centelhas ou ainda que envolvam o Os instrutores da capacitação dos
seu uso; cursos de Integração, Básico, Inter-
Em espaços confinados, conforme mediário, Avançados I e II e
Norma Regulamentadora n.º 33; Específico devem ter proficiência
Envolvendo isolamento de equi- no assunto sendo que para os
pamentos e bloqueio/etiquetagem; cursos Avançados I e II e Específico
Em locais elevados com risco de devem ter um profissional habi-
queda; litado como responsável técnico;
Com equipamentos elétricos, Deve ser emitido certificado para os
conforme Norma Regulamentadora trabalhadores que, após avaliação,
n.º 10; tenham obtido aproveitamento
Cujas boas práticas de segurança e satisfatório;
saúde recomendem

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O certificado deve conter o nome balmente Harmonizado de Classifica-


do trabalhador, conteúdo progra- ção e Rotulagem de Produtos Quí-
mático, carga horária, data, local, micos (GHS), da Organização das
nome do(s) instrutor(es), nome e Nações Unidas. A rotulagem pre-
assinatura do responsável técnico ventiva é um conjunto de elementos
ou do responsável pela organização com informações escritas, impressas
técnica do curso; ou gráficas, relativas a um produto
O certificado deve ser fornecido ao químico, que deve ser afixada,
trabalhador, mediante recibo, e impressa ou anexada à embalagem
uma cópia arquivada na empresa; que contém o produto. Ela deve conter
Os participantes da capacitação os seguintes elementos:
devem receber material didático, Identificação e composição do
que pode ser em meio impresso, produto químico;
eletrônico ou similar; Pictograma(s) de perigo;
O empregador deve estabelecer e Palavra de advertência;
manter sistema de identificação Frase(s) de perigo;
que permita conhecer a capaci- Frase(s) de precaução;
tação de cada trabalhador, cabendo Informações suplementares.
a este a obrigação de utilização
visível do meio identificador. O fabricante ou, no caso de
importação, o fornecedor no mercado
nacional deve elaborar e tornar
disponível ficha com dados de
segurança do produto químico para
todo produto químico classificado
como perigoso. O formato e conteúdo
da ficha com dados de segurança do
produto químico devem seguir o
estabelecido pelo Sistema Global-
3.1 - Sinalização de Segurança mente Harmonizado de Classificação e
Rotulagem de Produtos Químicos
Devem ser adotadas cores para (GHS), da Organização das Nações
segurança em estabelecimentos ou Unidas. No caso de mistura deve ser
locais de trabalho, a fim de indicar e explicitado na ficha com dados de
advertir acerca dos riscos existentes. As segurança o nome e a concentração,
cores utilizadas nos locais de trabalho ou faixa de concentração, das
para identificar os equipamentos de substâncias que:
segurança, delimitar áreas, identificar Representam perigo para a saúde
tubulações empregadas para a dos trabalhadores, se estiverem
condução de líquidos e gases e advertir presentes em concentração igual
contra riscos, devem atender ao ou superior aos valores de
disposto nas normas técnicas oficiais. A corte/limites de concentração
rotulagem preventiva do produto estabelecidos pelo GHS para cada
químico classificado como perigoso classe/categoria de perigo;
para a segurança e saúde dos Possuem limite de exposição
trabalhadores deve utilizar proce- ocupacional estabelecidos;
dimentos definidos pelo Sistema Glo-

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O empregador deve assegurar o acesso 4 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO


dos trabalhadores às fichas com dados COM INFLAMÁVEIS
de segurança dos produtos químicos
que utilizam no local de trabalho. Os A NR-23 estabelece critérios de
trabalhadores devem receber treina- segurança para evitar e combater os
mento: incêndios. Sabemos que o incêndio é
Para compreender a rotulagem fogo descontrolado! O fogo por sua vez
preventiva e a ficha com dados de é definido como a rápida oxidação de
segurança do produto químico; um material combustível. Ele libera
Sobre os perigos, riscos, medidas calor, luz e produtos de reação, tais
preventivas para o uso seguro e como o dióxido de carbono e a água.
procedimentos para atuação em Então o fogo é uma mistura de gases a
situações de emergência com o altas temperaturas, formada em
produto químico. reação exotérmica de oxidação, que
emite radiação eletromagnética nas
3.2 - Equipamentos de Proteção Indi- faixas do infravermelho e visível.
vidual
Considera-se Equipamento de Prote- 4.1 - Classes de Incêndio
ção Individual - EPI, todo dispositivo ou
produto, de uso individual utilizado Os incêndios são classificados de
pelo trabalhador, destinado à proteção acordo com as características do seu
de riscos suscetíveis de ameaçar a combustível. Cada material tem
segurança e a saúde no trabalho. A características próprias de inflamabi-
empresa é obrigada a fornecer aos lidade, de teor combustível, e também
empregados, gratuitamente, EPI ade- em relação aos produtos que des-
quado ao risco, em perfeito estado de prendem ao serem queimados. As
conservação e funcionamento, nas se- classes de incêndio são:
guintes circunstâncias:
Sempre que as medidas de ordem Classe A: Fogo em materiais sólidos,
geral não ofereçam completa pro- queimam em superfície e profundi-
teção contra os riscos de acidentes dade e deixam resíduos. Exemplos:
do trabalho ou de doenças profis- madeira, tecidos, papel, borracha e
sionais e do trabalho; plásticos;
Enquanto as medidas de proteção Classe B: Fogo em combustíveis
coletiva estiverem sendo impla- líquidos inflamáveis, queimam em
ntadas; e, superfície e após a queima não
Para atender a situações de emer- deixam resíduos. Exemplos: graxas,
gência. tintas, gasolina, álcool, GLP e GNP;
Classe C: Fogo em materiais e
equipamentos energizados, quei-
mam em superfície e profundidade
e após a queima deixam resíduos.
Exemplos: máquinas elétricas,
transformadores, geradores, moto-
res, computadores, quadros de
força e cabos;

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Classe D: Fogo em metais piro-


fóricos (alumínio, magnésio etc.),
são difíceis de serem controlados e
extintos e a extinção é feita pelo
método de abafamento;
Classe K: Fogo envolvendo gordura
animal ou óleo vegetal, são difíceis
de serem controlados e extintos e
são empregados extintores de
5 - FONTES DE IGNIÇÃO
acetato de potássio desenvolvidos
especialmente para esse tipo de
Todas as instalações elétricas e
incêndio.
equipamentos elétricos fixos,
móveis e portáteis, equipamentos
4.2 - Responsabilidades do Empre-
de comunicação, ferramentas e
gador
similares utilizados em áreas
classificadas, assim como os equi-
Os empregadores devem adotar
pamentos de controle de descargas
medidas de prevenção de incêndios,
atmosféricas, devem estar em
em conformidade com a legislação
conformidade com a Norma Regu-
estadual e as normas técnicas
lamentadora n.º 10;
aplicáveis. O empregador deve
O empregador deve implementar
providenciar para todos os
medidas específicas para controle
trabalhadores informações sobre:
da geração, acúmulo e descarga de
eletricidade estática em áreas
Utilização dos equipamentos de
sujeitas à existência de atmosferas
combate ao incêndio;
inflamáveis;
Procedimentos para evacuação dos
Os trabalhos envolvendo o uso de
locais de trabalho com segurança;
equipamentos que possam gerar
Dispositivos de alarme existentes.
chamas, calor ou centelhas, nas
áreas sujeitas à existência de
Os locais de trabalho deverão dispor de
atmosferas inflamáveis, devem ser
saídas, dispostas de modo que aqueles
precedidos de permissão de tra-
que se encontrem nesses locais
balho;
possam abandoná-los com rapidez e
O empregador deve sinalizar a
segurança. As aberturas, saídas e vias
proibição do uso de fontes de
de passagem devem ser claramente
ignição nas áreas sujeitas à exis-
assinaladas por meio de placas ou
tência de atmosferas inflamáveis;
sinais luminosos, indicando a direção
Os veículos que circulam nas áreas
da saída. Nenhuma saída de
sujeitas à existência de atmosferas
emergência deverá ser fechada à
inflamáveis devem possuir carac-
chave ou presa durante a jornada de
terísticas apropriadas ao local e ser
trabalho.
mantidos em perfeito estado de
conservação.

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6 - PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM SI- 7 - EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO


TUAÇÕES DE EMERGÊNCIA COM BENZENO EM INSTALAÇÕES DE
INFLAMÁVEIS ABASTECIMENTO DE COMBÚSTIVEIS

O empregador deve elaborar e O Benzeno é um hidrocarboneto


implementar plano de resposta a aromático, proveniente de produtos à
emergências que contemple ações base de Petróleo, incolor, de
específicas a serem adotadas na ocor- aroma/odor doce e extremamente
rência de vazamentos ou derra- prejudicial à saúde e à segurança.
mamentos de inflamáveis e líquidos Além de suas características favoráveis
combustíveis, incêndios ou explosões. à combustão, o benzeno possui rápida
O plano de resposta a emergências das vaporização no ar. A temperaturas um
instalações classe I, II e III deve ser pouco mais altas, oferece risco de
elaborado considerando as caracte- incêndios e explosões por ser
rísticas e a complexidade da instalação altamente inflamável.
e conter, no mínimo:

Nome e função do(s) respon-


sável(eis) técnico(s) pela elaboração
e revisão do plano; Nome e função
do responsável pelo gerenciamen-
to, coordenação e implementação
do plano;
Designação dos integrantes da
equipe de emergência, respon-
sáveis pela execução de cada ação e O benzeno está presente nos derivados
seus respectivos substitutos; de petróleo, como deter-gentes,
Estabelecimento dos possíveis remédios, plásticos e etc.
cenários de emergências, com base Na gasolina sua composição é de
nas análises de riscos; aproximadamente 1% da sua com-
Descrição dos recursos necessários posição. Como o Diesel é subproduto
para resposta a cada cenário con- da destilação da gasolina, pode
templado; apresentar quantidade inferior ao
Descrição dos meios de comuni- percentual presente na gasolina.
cação; O benzeno é um produto tóxico e
Procedimentos de resposta à cancerígeno. Por isso, exposição a altas
emergência para cada cenário con- concentrações por um período curto
templado; ou a baixas concentrações em um
Procedimentos para comunicação período longo de tempo podem causar
e acionamento das autoridades diversos problemas à saúde, levando
públicas e desencadeamento da até mesmo a leucemia e ao ben-
ajuda mútua, caso exista; zenismo.
Procedimentos para orientação de Todos os trabalhadores expostos,
visitantes, quanto aos riscos exis- sejam atendentes em postos de
tentes e como proceder em situa- abastecimento, operadores de termi-
ções de emergência; nais, profissionais que se relacionam
Cronograma, metodologia e regis- direta ou indiretamente com bombas
tros de realização de exercícios de combustíveis (especialmente a
simulados. Gasolina) em postos de revenda ao

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consumidor final, devem ser Devido ao contato com a gasolina, os


protegidos, e essa proteção é dada pelo trabalhadores de postos de combus-
anexo 02 na norma regulamentadora tíveis estão mais expostos ao benzeno
nº 20. e aos malefícios provenientes desta
exposição. Nesses ambientes também
7.1 - Impactos a Saúde há, além do benzeno, outras subs-
tâncias nocivas à saúde humana, como
Os postos de combustíveis, ou mesmo solventes contendo tolueno, xileno,
o ar ao redor desses locais, são aguarrás, querosene e fumaças de
ambientes que podem apresentar altos carros, caminhões e motocicletas.
níveis de benzeno. A gravidade do Dentre os principais efeitos do contato
envenenamento provocado por ben- dessa substância com nosso
zeno depende da quantidade, via de organismo podemos citar:
contato (respiração, pele ou ingestão) e O benzeno em altas concentrações
tempo de exposição (duração do é uma substância bastante irritante
contato com o agente), bem como a para as mucosas (olhos, nariz, boca,
idade e a condição de saúde da pessoa etc.), quando respirado pode
exposta. provocar inflamação pulmonar, e
sangramento nas áreas de contato.
Também provoca efeitos tóxicos
para o sistema nervoso central
causando: sonolência, excitação,
tontura, dor de cabeça, enjoo,
náusea, taquicardia, dificuldade
respiratória, tremores, convulsões,
perda da consciência e morte.
Quanto aos efeitos da exposição
em longo prazo (crônicos) ao
benzeno, podem ocorrer alterações
na medula óssea, no sangue, nos
cromossomos, no sistema imuno-
lógico e pode causar vários tipos de
câncer.

7.2 - Impactos Ambientais


Ar: Produto volátil de odor carac-
terístico. Seus vapores são prejudiciais
ao meio ambiente;
Água: Produto tóxico a vida aquática
mesmo em baixas concentrações.
Pode transmitir qualidades indesejá-
veis à água prejudicando o seu uso;
Solo: Pode afetar o solo e, por
percolamento, degradar a qualidade
das águas do lençol freático;

7.3 - Medidas de Prevenção


Estudos comprovam que em média os
limites de Benzeno no ambiente dos

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postos de combustíveis estão muito Disponibilizar água potável para os


abaixo dos valores considerados funcionários.
nocivos à saúde, chegando a menos de Manter atualizados os exames
1%, mas, considerando-se as carac- médicos (periódico a cada seis
terísticas do benzeno como toxicidade meses), com análise de hemo-
e seu potencial cancerígeno, as ações grama completo, número de pla-
preventivas são as que se apresentam quetas e reticulócitos.
como sendo de maior relevância na Observar a localização dos suspiros,
proteção da saúde. de modo a não direcioná-los para
Assim as intervenções nos ambientes e ambientes fechados (tais como
processos de trabalho devem visar a lojas de conveniência ou outros).
eliminação de exposições Fornecer gratuitamente uniforme e
ocupacionais. Medidas de proteção calçados de trabalho adequados
coletiva, adotadas no processo de aos riscos, bem como garantir a
trabalho, minimizando a exposição ou higienização desses semanal-
eliminando o agente, e medidas de mente.
proteção individual contribuem
decididamente na prevenção da Empregados:
intoxicação. Não encha o tanque dos veículos
Desta forma, o que podemos fazer para até a boca, mesmo que o cliente
diminuir a exposição ao benezeno? peça.
Não encoste o ouvido nos carros
Empregador: dos clientes, pois o benzeno
Adequar o estabelecimento às prejudica a audição.
legislações e normas vigentes; Não coloque o rosto (nem para
Substituir equipamentos que olhar, nem para cheirar) na direção
configurem risco por outros que do tanque de combustível do
sejam mais seguros à saúde do veículo ou do tanque do subsolo do
trabalhador e que diminuam a posto, pois o benzeno irrita os olhos
exposição aos agentes químicos. e as vias respiratórias.
Realizar a manutenção do bico Não cheire a tampa do veículo
automático das bombas de antes de abastecer.
abastecimento. Não encoste o “paninho” (flanela)
Implementar a utilização de peças molhado de combustível em
protetoras contra respingo nas qualquer parte do seu corpo.
bombas de abastecimento. Troque o seu uniforme, caso esteja
Implementar o leitor eletrônico nos molhado de combustível.
tanques do subsolo, para eliminar a Utilize luvas, aventais e calçados
leitura manual com o uso da régua. impermeáveis.
Garantir aventais e luvas Jamais lave as mãos com
impermeáveis para os lavadores de combustível, nem mesmo com o
carro. etanol, pois outros agentes quími-
Oferecer curso de capacitação cos nocivos à saúde também são
(carga horária mínima de 4h) para misturados a esse combustível.
todos os funcionários quanto aos Lave bem as mãos com água e
riscos e às normas de segurança a sabão/sabonete antes de cada
serem adotadas no ambiente de refeição, mesmo que seja um
trabalho. lanche

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7.4 - Legislação Fique atento!


Os limites do Benzeno em ambiente O câncer é a segunda doença que
de trabalho para o Ministério do mais mata no Brasil e no mundo. É
Trabalho e Emprego (acordo e silencioso e pode levar vários anos para
legislação sobre o Benzeno - 1995) é de se desenvolver. Quanto maior for a
1000mg/m para a Petroquímica, e de exposição (contato) ao agente
2500mg/m para Siderúrgica, consi- cancerígeno, maior será o risco da
derando exposição de 8 horas tra- pessoa desenvolver essa doença.
balhadas. Para órgãos internacionais Quando descoberto tardiamente,
esses índices variam de 500 - 1000 dificilmente o câncer tem cura.
mg/m., lembrando que os limites Empregadores e empregados, tenham
citados são referentes a níveis de hábitos preventivos! Cuidem de sua
Benzeno no ar, e os resultados de vida, cuidem de sua saúde!
estudos com lavagem de fardamento
de frentistas deram entre 0,0025 -
0,0050 mg/m, muito abaixo dos valores
considerados de risco. Devemos ainda
considerar que, a concentração de
hidrocarbonetos totais e outros
voláteis, o instrumento utilizado para
aferição detecta 450 gases voláteis,
sendo assim a concentração encon-
trada em estudos com lavagem de
fardamento entre 0,0025 - 0,0050 ppm
(partícula por milhão) não corres-
pondem apenas ao Benzeno. Essa
concentração é insignificante e está na
margem de erro do instrumento.
Vale salientar que a exposição ocupa-
cional ao Benzeno está regulamentada
no anexo 13 da NR-15. Segundo essa
norma, as regras prescritas aplicam-se
a todas as empresas que produzem,
transportam, armazenam, utilizam ou
manipulam Benzeno e suas misturas
liquidas. No mesmo sentido, o art. 1 da
Convenção n 136 da 0/T, ratificada pelo
Brasil e promulgada pelo Decreto
1.253/1994, determina que as exposi-
ções ao Benzeno são aquelas que
expõem os trabalhadores a hidrocar-
bonetos aromático (Benzeno) ou aos
produtos cuja taxa em Benzeno
ultrapassar 1 (um) por cento em
volume. Essa é uma das razões de que
os uniformes não são contaminados
por Benzeno."

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