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COLETÂNEA DE

MENSAGENS
EXTRAÍDAS DO
MOMENTO ESPÍRITA
e de outras fontes

Volume 4

350 Mensagens úteis para Reflexão, Aprendizado e como fonte de


pesquisa para Estudos
2

ÍNDICE

01. A FORÇA DOS BONS 1


02. TESOURO INIGUALÁVEL 2
03. COMBATENDO O PRECONCEITO 3
04. SEGURANDO UM BEBÊ NOS BRAÇOS 4
05. O DEVER QUE NOS COMPETE 6
06. SACUDIR O PÓ 7
07. AMOR ALÉM DO TEMPO 8
08. VOZES DOS IMORTAIS 9
09. BUSCANDO SER MAIS ÚTIL 10
10. ESSE NOVO MUNDO... 11
11. ADOTAR UMA POSTURA POSITIVA DIANTE DA VIDA 13
12. SACRIFÍCIO 14
13. OFERECENDO A OUTRA FACE 16
14. SOLUCIONANDO CONFLITOS 17
15. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E AUTO-CONHECIMENTO 18
16. FAZER A NOSSA PARTE NA CONSTRUÇÃO DO BEM 19
17. A FÉ QUE TRANSPORTA MONTANHAS 20
18. DIANTE DE PRESSENTIMENTOS 21
19. FILHOS DE DEUS 22
20. DE QUE TAMANHO É O AMOR DE MÃE? 24
21. ALÉM DA VIDA 25
22. MÃES SOLTEIRAS 26
23. EMOÇÕES QUE NOS GOVERNAM 27
24. UMA VITÓRIA REAL 28
25. ESPERANÇA E FÉ 30
26. UMA DECISÃO ACERTADA 31
27. O LIVRO DA NATUREZA 33
28. O SUCESSOR MAIS APTO 34
29. UMA FONTE INESGOTÁVEL 35
30. AS CRISES E NÓS 37
31. AS RELAÇÕES ESTÃO BANALIZADAS 38
32. O AMOR QUE EMOCIONA 39
33. A BENÇÃO DA DOR 41
34. O MAU HUMOR 42
35. LÍRIOS AO VENTO... 43
36. A MAGIA DO AMOR 45
37. TRÊS CONCLUSÕES 46
38. ANALFABETOS DE CÉU 47
39. EM BUSCA DA FELICIDADE 48
40. TEMPESTADES EM COPO DE ÁGUA 49
3

ÍNDICE - 2

41. ORAR EM FAMÍLIA 50


42. OBSERVAR A INUTILIDADE DO ORGULHO 51
43. ANTES DE RECLAMAR... 52
44. COM OS OLHOS DA ALMA 53
45. A ANSIEDADE 54
46. SE EU NÃO TIVESSE NASCIDO... 55
47. LIÇÕES DA VIDA 57
48. O QUE SIGNIFICA SER MÃE? 58
49. COMO AGIR DIANTE DE FRACASSOS 59
50. AMAR A QUEM NÃO AMAMOS 60
51. BILHETES DE AMOR 61
52. CULTIVAR O HÁBITO DA ORAÇÃO 62
53. O PROBLEMA DA INVEJA 63
54. ILUMINA-TE 64
55. SEM JAMAIS ESQUECER 65
56. ATITUDE CRISTÃ 66
57. COMO UM MENINO... 67
58. REFLEXÕES PARA QUANDO ESTIVERMOS PREOCUPADOS 68
59. UM RECONFORTANTE RECADO DE DEUS 69
60. TOMANDO DECISÕES 70
61. CASTELOS DE AREIA 72
62. JUVENTUDE E EDUCAÇÃO 73
63. AFETOS NÃO SE APAGAM 75
64. COMPORTAMENTOS DIANTE DO ERRO 76
65. FALANDO SOBRE O REMORSO 77
66. UM AMIGO DE VERDADE 78
67. ELES VIVEM... 80
68. SER CRISTÃO 81
69. VÍTIMAS DO HÁBITO 82
70. A IMPORTÂNCIA DOS DETALHES 83
71. SUBLIME ESTRELA 84
72. QUE LIBERDADE É ESSA? 85
73. UM AMOR SUBLIMADO 86
74. ENFRENTANDO A DEPRESSÃO 87
75. MAU USO DA RIQUEZA 89
76. DOIS DE NOVEMBRO 90
77. RETRATOS DE FAMÍLIA 91
78. ENVELHECER COM SABEDORIA... 92
79. DE HOJE EM DIANTE EU VOU SER FELIZ 93
80. MANIA DE ROTULAR PESSOAS 94
4

ÍNDICE - 3

81. REFLETINDO SOBRE A REENCARNAÇÃO 96


82. SEMEADURA DE BENÇÃOS 97
83. UM MUNDO DE DORES E BENÇÃOS 98
84. DOAÇÃO DE ACONCHEGO 99
85. FALANDO DE GRATIDÃO 100
86. A AGULHA PERDIDA 101
87. UM FAROL IMENSO 102
88. ANTES QUE O MANTO DA SAUDADE NOS ENVOLVA... 103
89. SOLIDARIEDADE PARA COM TODOS 104
90. AMAR A QUEM? 105
91. FALANDO EM HUMILDADE 106
92. AMOR À PRIMEIRA VISTA? 108
93. O SOL DA ESPERANÇA 109
94. QUANDO SURGEM OS IMPREVISTOS... 111
95. O VERBO SERVIR 112
96. COMPROMISSO PESSOAL 113
97. O TRABALHO DE DEUS 114
98. O PAI TRABALHA SEM PARAR 115
99. A BUSCA POR DEUS 116
100. OS CUIDADOS DE DEUS 117
101. GENEROSIDADE SEMPRE 118
102. ESTAMOS A CAMINHO 119
103. MENSAGEM DE UM FILHO A SEU PAI 120
104. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E AUTOCONHECIMENTO 121
105. O AMOR QUE NOS SUSTENTA 122
106. UM PEQUENO PASSO 123
107. REFLETINDO SOBRE O QUE TEMOS... 124
108. O TRABALHO QUE NÃO CESSA 125
109. JESUS E ORAÇÃO 127
110. CULTIVANDO A EMPATIA 129
111. AUTOCONHECIMENTO 130
112. O SAL DA TERRA 132
113. GUERREIRO DA LUZ 133
114. TEXTO E CONTEXTO 134
115. ANTE O ERRO 135
116. DESTINAÇÃO DIVINA 136
117. O DIA DO PADRASTO 137
118. DIETA PARA A ALMA 139
119. INTERESSE PESSOAL E DEVER 140
120. DIANTE DE UMA ONDA GIGANTE 141
5

ÍNDICE – 4

121. UMA HISTÓRIA DE AMOR 142


122. O TESOURO MAIS VALIOSO 143
123. A BENÇÃO DO TRABALHO 144
124. FAZENDO ALGUÉM FELIZ 145
125. ENSINANDO OS FILHOS A VIVER 147
126. CONSTRUINDO UM BOM DIA 148
127. JESUS E O MUNDO 149
128. CUIDE DE SEU PENSAMENTO 150
129. A COMPETIÇÃO 151
130. A BAGAGEM 152
131. QUANDO TODAS AS ESTAÇÕES ESTIVEREM COMPLETAS 154
132. REFLETINDO SOBRE NOSSA MÃE 155
133. ANTE UM MUNDO EM CONVULSÃO 156
134. COMECE BEM O SEU DIA 157
135. SÓ SE APRENDE FAZER FAZENDO 158
136. REENCONTROS 159
137. O BOM COMBATE 160
138. E SE HOJE TUDO FOSSE DIFERENTE? 161
139. MÁGOA DESNECESSÁRIA 162
140. POEIRA DE ESTRELAS 163
141. ORAÇÃO DA PALAVRA 164
142. JESUS E AS MULHERES 165
143. QUANDO ENTES QUERIDOS PARTEM 166
144. DIVIDIR PARA MULTIPLICAR 167
145. A PRECE EM NOSSAS VIDAS 168
146. ANÚNCIOS DE PRIMAVERA 169
147. LIBERTAÇÃO 170
148. ALGUNS VELHOS CONHECIDOS NOSSOS 171
149. QUE MUNDO MARAVILHOSO! 172
150. NOSSA PALAVRA 173
151. ENFERMIDADES 174
152. CONVITE À SERENIDADE 175
153. TÊMPERA 176
154. S.O.S. 177
155. UMA FÉ INIGUALÁVEL 178
156. A ESTÁTUA DE OURO 179
157. O TERCEIRO MILÊNIO 180
158. AS PROFISSÕES HONROSAS 181
159. O MAU MOMENTO 182
160. PRUDÊNCIA 183
6

ÍNDICE – 5

161. REPÓRTERES DO BEM 184


162. MARIA, MÃE DE JESUS 185
163. LEI DE PROGRESSO 186
164. UM DIA ESPERADO... 187
165. AULAS DE GENTILEZA 188
166. A PAREDE MANCHADA 189
167. AS MOEDAS 190
168. AS LEIS 191
169. AS DORES DA ALMA 192
170. AS PENAS 193
171. BRINCANDO E APRENDENDO 194
172. DEUS NA NATUREZA 195
173. HOMENAGEM A UM PAI QUE PARTIU DESTE MUNDO 196
174. QUANDO PARECE QUE NOSSAS PRECES NÃO FORAM OUVIDAS... 197
175. UM DIA QUE AGUARDAMOS... 198
176. A VONTADE DE DEUS 199
177. EXCESSOS E DESPERDÍCIOS... 200
178. UM HOMEM DE BEM 201
179. A OPÇÃO IDEAL 202
180. A FAXINA DE TODO DIA 203
181. A MAGIA DO CONVÍVIO 204
182. UM REINO FELIZ 205
183. COMO LIDAR COM O QUE NÃO NOS AGRADA? 206
184. REFLETINDO SOBRE POSSES 207
185. JUVENTUDE INTERIOR 208
186. FALANDO COM DEUS 209
187. AS LINHAS DE UMA FLOR 210
188. CRIAÇÃO E CRIADOR 211
189. LEI DIVINA - LEI DE JUSTIÇA 212
190. FUNÇÃO EDUCATIVA DA VIDA 213
191. MAIS HUMANIDADE E MAIS ÉTICA... 214
192. NOSSOS PENSAMENTOS INFLUENCIAM NOSSAS VIDAS 215
193. DIANTE DE PROVAÇÕES COLETIVAS 216
194. NOSSAS CRIANÇAS 217
195. DIANTE DE PESSOAS COMPLICADAS 218
196. PESSOAS SURPREENDENTES 219
197. NECESSIDADE DE ORAR 220
198. FALANDO DE PONTES 221
199. CONHECER A SÍ MESMO 222
200. TRES PERGUNTAS IMPORTANTES 223
7

ÍNDICE - 6

201. FAZENDO LUZ NA ESCURIDÃO 225


202. QUANDO A VIDA NOS SURPREENDE 227
203. NUANCES DO AMOR 228
204. AS NOSSAS CONQUISTAS 229
205. BUSCANDO A FRATERNIDADE E A PAZ 230
206. UM IMPORTANTE APRENDIZADO 232
207. A HORA EXATA 233
208. QUEM PERDER A SUA VIDA... 234
209. EU PRECISAVA... 235
210. PENSAMENTO E AÇÃO 236
211. FALANDO SOBRE ANJOS 237
212. FALANDO EM DESARMAMENTO 238
213. TER CAUTELA NA BUSCA DA LIBERDADE 239
214. SOMOS LIVRES, MAS SEJAMOS RESPONSÁVEIS 241
215. PRECIOSAS LIÇÕES DE FRANCISCO 242
216. LIBERDADE 243
217. ENQUANTO É HOJE... 244
218. MÃOS ESTENDIDAS 245
219. COMO ESCULPIR NOSSO ÍNTIMO 246
220. UM HOMEM DIFERENTE 247
221. UM MOMENTO DE AVALIAÇÃO... 248
222. COMPORTAMENTOS DIANTE DAS SITUAÇÕES 249
223. QUANDO O DESEJO É SERVIR... 250
224. JUVENTUDE INTERIOR 251
225. NOSSA POSTURA DIÁRIA 252
226. NOSTALGIA E DEPRESSÃO 253
227. A MAIS NOBRE PROFISSÃO 255
228. NOITES LUZIDIAS 256
229. NOSSA SAÚDE 257
230. A LIÇÃO DO CARVALHO 258
231. REFLETINDO SOBRE A IMENSIDÃO DO UNIVERSO 259
232. A SERPENTE E O VAGALUME 260
233. QUANDO A PEDRA SE TRANSFORMOU... 262
234. CIÊNCIA, AMOR E FÉ 263
235. O QUE VOCÊ FARIA? 264
236. COISAS QUE EU APRENDÍ 265
237. FRATERNIDADE 266
238. OS COLABORADORES DO ÊXITO 267
239. SEMEADURAS E COLHEITAS 268
240. JOVIALIDADE 269
8

ÍNDICE – 7

241. SER HUMANO: CORPO E ALMA 270


242. A NOSSA MAIOR CONQUISTA 271
243. A HERANÇA 272
244. PÉTALAS ARRANCADAS... 273
245. BENDITOS PROFESSORES 274
246. AMOR PARA COM OS DESAFETOS 275
247. NOSSA HERANÇA 276
248. AINDA A IMORTALIDADE 277
249. MEDO DAS PROVAS 278
250. SEMPRE É TEMPO DE DOAR 279
251. UM UNIVERSO DE AMOR 280
252. DECISÃO PELO PERDÃO 281
253. ATENÇÃO AO IDOSO 282
254. OS INSTRUMENTOS DA PERFEIÇÃO 283
255. UMA RICA OPORTUNIDADE 284
256. A METAMORFOSE 285
257. ENVELHECENDO... 286
258. DUPLA REALIZAÇÃO 287
259. O AUXILIAR QUE DESEJAMOS 288
260. O PRIMEIRO CULTO CRISTÃO NO LAR 289
261. ONDE MORA DEUS? 290
262. É MELHOR COMPREENDER 291
263. ANTE A DIFICULDADE ALHEIA 292
264. CADA UM FAZER A SUA PARTE 293
265. NOSSAS MARCAS 294
266. O LOCAL, O AGORA, A OPORTUNIDADE 295
267. O LUGAR IDEAL PARA PROGREDIR 296
268. O TESOURO MAIOR 297
269. DIAS DE MELANCOLIA 298
270. NUNCA POR BAGATELAS 299
271. COISAS IMPORTANTES... 300
272. JESUS EM MINHA VIDA 301
273. QUEM ÉS? 302
274. LÂMPADAS E INTELIGÊNCIA 303
275. DEIXAR O OUTRO FALAR... 304
276. QUEM DESLIGA? 305
277. REVISITANDO A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO 306
278. IR PARA O CÉU 307
279. JESUS SABE 308
280. JESUS E O AMOR 310
9

ÍNDICE - 8

281. A INIGUALÁVEL PALAVRA DE JESUS 311


282. A DOR E A IMPERFEIÇÃO 312
283. ESCOLHAMOS VIVER 314
284. FALANDO EM DOAÇÃO DE ÓRGÃOS... 315
285. LIBERTANDO-SE DA MÁGOA 316
286. CONFIEMOS EM JESUS 317
287. O PROBLEMA DA FALTA DE TEMPO 318
288. GLÓRIAS E INSUCESSOS 319
289. OBJETIVO DA VIDA HUMANA 320
290. REGATOS NO DESERTO 322
291. NOSSOS JOVENS 323
292. ABRAÇOS GRÁTIS 324
293. ACEITAÇÃO 325
294. COM FÉ E ALEGRIA 326
295. A VOCAÇÃO E O AMOR AO TRABALHO 327
296. AINDA E SEMPRE A GENTILEZA 328
297. O QUE NOSSO FILHO PODE FAZER 330
298. CASAMENTO E FAMÍLIA 331
299. O SEGUNDO CASAMENTO 333
300. AS CORES DA CARIDADE 334
301. AMAR OS INIMIGOS? 335
302. CARIDADE PARA COM OS INIMIGOS 336
303. A TÉCNICA DO GRITO 337
304. RECADOS DE DEUS 338
305. APRENDAMOS A NÃO JULGAR 339
306. ACREDITAR E AGIR 340
307. A RESPONSABILIDADE DE CADA UM 341
308. O HÁBITO SALUTAR DO TRABALHO 342
309. SEM RECOLHER DETRITOS 343
310. ESTABELECENDO PRIORIDADES 344
311. MORRER É VOLTAR PARA CASA 345
312. SABER MORRER 346
313. OS VALORES DO CORPO E DO ESPÍRITO 347
314. MATERIALISTAS OU ESPIRITUALISTAS 348
315. AUTOENGANO 349
316. A HORA DA MORTE 350
317. A RECONCILIAÇÃO DESEJADA 351
317. VIDA OU MORTE 352
318. SER SIMPLES 353
319. AS CORES DA VIDA 354
319. PROFISSÕES 355
320. AS MULHERES E O MUNDO 356
10

ÍNDICE - 9

321. AMOR DE VERDADE 357


322. A LIÇÃO DA CAVEIRA 358
323. O HOMEM NO MUNDO 359
324. EM BUSCA DE NOSSOS SONHOS 360
325. DAR A VOLTA POR CIMA 361
326. HÁ DOIS MIL ANOS 362
327. DAR GRAÇAS POR TUDO 363
328. ESCOLHER ENTRE UMA VIDA CURTA OU LONGA 364
329. A MULHER E A IGUALDADE 365
330. OUVIDOS DE OUVIR 366
331. REFLETINDO SOBRE O AMOR 367
332. MATERIALISTAS 369
333. QUANTO CUSTA QUERER TER SEMPRE RAZÃO? 370
334. DOAR O MELHOR DE SI 372
335. SERÁ QUE ESTAMOS DEPRIMIDOS? 373
336. UM DESERTO FLORIDO 374
337. MATAR O TEMPO 375
338. A HONRA TAMBÉM SE ENSINA 376
339. OS MUITOS FILHOS DE UM MESMO PAI 377
340. DO QUE MAIS SENTIMOS FALTA DURANTE A PANDEMIA? 378
341. ESTREANDO A VELHICE 379
343. DESPERTANDO A CONSCIÊNCIA 381
344. UM SENTIMENTO PERNICIOSO 382
345. QUAL É NOSSA DÁDIVA? 383
346. A TRAGÉDIA DA GUERRA 384
347. DEFININDO O QUE É UM AMIGO 385
348. QUEM TEM O MEU RESPEITO 386
349. O FIM DO CAMINHO 387
350. O GABINETE DA VONTADE 388
1

01. A FORÇA DOS BONS


Há um provérbio hindu que afirma:
A árvore não prova a doçura dos próprios frutos.
O rio não bebe suas próprias ondas.
As nuvens não despejam água sobre si mesmas.
A força dos bons deve ser usada para benefício de todos.
***
Percebamos as lições da natureza.
Tudo serve, tudo visa o benefício de todos e encontra seu equilíbrio, seu sentido de existir, exatamente nisso.
Imaginemos agora, no mundo das relações humanas, um igual propósito: a busca da conciliação dos
interesses próprios com as necessidades do coletivo.
Que os que são árvores frondosas disponibilizem seus frutos para todo aquele que cruzar seu caminho.
Que aqueles que são nuvens despejem suas águas sobre os rios e sobre as árvores, para que se mantenham
firmes e vivos.
Que aqueles que são rios abriguem os peixes, alimentem os lagos e mantenham o ecossistema em perfeito
balanço.
Servindo, todos cuidam de todos. Não há quem esteja em desalento.
***
O apóstolo Paulo, em sua Carta aos Romanos, recomenda: Nós que somos fortes na fé devemos ajudar os
que são fracos. Devemos ajudá-los nas suas fraquezas e não tentar somente agradar a nós mesmos.
Reflitamos sobre nossas potências, sobre nossos talentos, e analisemos como podemos empregá-los para
auxiliar os que necessitam.
Não é apenas com recursos materiais que podemos ser úteis.
A caridade material é apenas uma das facetas da virtude suprema.
O que podemos fazer pelo bem de todos?
Podemos não ser um rio Amazonas, ou um Nilo, mas certamente podemos ser um pequeno córrego, em nossa
família ou em nossa comunidade.
Despejemos nossas águas de alegria sobre aqueles que nos chegam ressecados pela tristeza, pelo desânimo.
Que cada decisão de vida, que cada ação, seja sempre temperada com esta reflexão: é o melhor para todos?
Ou apenas o melhor para nós, em detrimento do bem coletivo?
Se detemos a responsabilidade de coordenar equipes, se temos a responsabilidade de orientar colaboradores,
lembremos da máxima desta lição: a força dos bons deve ser utilizada para benefício de todos.
Orientemos, eduquemos, encaminhemos. A ignorância, o descaso, o abandono ainda são realidades severas
no mundo.
Convertamo-nos em um bom instrumento, uma alma com quem a natureza e o Criador podem contar sempre
para manter a harmonia na Terra.
***
Não esperemos reconhecimento. Não esperemos gratificação externa. Tenhamos em mente que a árvore não
se alimenta do próprio fruto.
No entanto, isso não significa que ela não receba alimento. Lembremos dos rios, das chuvas, que jamais a
deixarão sem sustento.
Dessa forma, nos momentos em que nos sentirmos inseguros, sem forças, depois de dias de sol escaldante,
busquemos no coração da natureza a inspiração para continuar.
Façamos nossa conexão com a vida através das obras do Criador. Conversemos com Ele com sinceridade,
sem formalidades.
Assim como Ele alimenta as aves do céu, veste os lírios do campo, cuida também de todas as árvores e de
seus frutos.
Somos frutos de um Deus amoroso e bom.
***
Extraído do Momento Espírita com base na CARTA AOS ROMANOS, de Paulo de Tarso, cap. 15, vers. 1 e 2 e provérbio hindu.
***
#momentoespirita #fazerobem #comportamento #responsabilidade #bondade #bem #reflexão #auxílio #Deus
2

02. TESOURO INIGUALÁVEL


É algo que, por mais pobres sejamos, nos felicita a alma e nos enriquece os dias. Ajuda-nos a viver,
proporcionando-nos alegrias, mesmo em meio a adversidades e graves problemas.
É virtude de almas nobres, embora elas mesmas nem se apercebam disso, da nobreza de que são
portadoras.
O Velho Testamento se refere aos que a encontram como tendo descoberto um grande tesouro.
A virtude se chama amizade e os amigos são essas pedras de alto valor, que nos devem merecer toda
gratidão.
Amigo é aquele ser que descobre que apreciamos determinada guloseima e a prepara, com todo carinho,
somente para nos presentear.
Quando sorrimos, agradecidos, ele apenas diz: Fico muito feliz em ver você feliz.
Pode ser um instante em um dia de dores e atribulações pesadas. Mas, foi um momento especial, de
conforto, de aconchego, de alegria.
Algo tão simples poderá melhorar nosso dia? Com certeza, porque guardamos na alma essa doçura do
carinho de alguém, que conosco se importa e nos deseja abrandar a carga dos problemas.
Existe aquele que, descobrindo as dificuldades para pagamento da faculdade da nossa filha, se propõe a
colaborar com uma parte da mensalidade.
Todo mês, como algo sagrado, nos remete o valor a fim de que o pagamento seja realizado sem atraso.
E quando dizemos de que nem sabemos como agradecer tão extraordinário auxílio, responde: Faço isso
com muita alegria pela oportunidade que vocês me dão de ver essa jovem florescer.
Não é inacreditável? O amigo nos agradece por poder nos ajudar.
***
A vida assim recheada de amigos se torna mais leve. Esse sabe que precisamos nos locomover para uma
consulta e se propõe a nos buscar, conduzir e trazer de volta para casa.
Ele deixa seu lar, seu trabalho. Cavouca, literalmente, cavouca tempo em sua agenda abarrotada.
Aqueloutro, ao saber de nossas noites indormidas, à cabeceira de um familiar hospitalizado, se propõe a nos
substituir por algumas horas, a fim de que possamos refazer energias, entregando-nos ao sono.
E há aqueles que, tão logo informados de que nosso ser querido partiu para o Além, corre ao nosso
encontro, dispondo-se a nos auxiliar nas providências, sempre necessárias, nessas horas.
Oferece seu ombro para chorarmos a partida de quem antecipamos saudades da presença física, abraça-
nos, nos traz algum alimento, fica ao nosso lado.
Não importa se ficará conosco dez minutos ou horas. Importante é que mexe em sua agenda, sacrifica seu
horário de refeição, pede um tempinho no escritório, para vir nos dizer que podemos contar com ele, para o
que der e vier.
***
Amigos. Preciosidades.
Neste mundo de provas e expiações, em que somos surpreendidos, a toda hora, por algo inusitado,
totalmente inesperado, ter amigos é imprescindível.
Ninguém pode viver sem eles. Quem se acredita tão forte a ponto de não cultivá-los, se defrontará com
dores mais graves e mais rudes.
Por tudo isso, agradeçamos a Deus por ter providenciado esses tesouros para nossa jornada.
E não economizemos agradecimentos, abraços e preces em favor deles.
Amigos são mimos de Deus. Afagos na alma. Carinho em forma de presença bonita.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #amizade #comportamento #gratidão #bondade #bem #reflexão
3

03. COMBATENDO O PRECONCEITO


Quando Gandhi trabalhava pela Independência da Índia, empenhou-se também em combater uma questão
interna: o preconceito de castas.
Tradição milenar que divide a sociedade indiana em religiosos, guerreiros, agricultores, comerciantes e
servos, as castas até hoje persistem.
Na base da pirâmide social, uma categoria desprezada: os párias.
Sem casta, os párias são considerados impuros e acredita-se que quem os toca fica impuro também. Por
isso são chamados intocáveis.
Mas Gandhi, ao estudar profundamente os ensinos de Krishna, aprendeu que Deus não faz diferença entre
Seus filhos.
Ele compreendeu que o sistema de castas havia sido modificado pelos homens, que o usaram para fins de
dominação política e social.
E foi assim que Gandhi passou a combater o preconceito contra os párias, que ele chamava harijans, palavra
que significa filhos de Deus.
Estava certo Gandhi. Somos todos filhos de Deus. Os preconceitos que carregamos são parte de um
contexto social e cultural que devemos combater.
***
À medida que a Humanidade progride, os preconceitos vão perdendo espaço.
A ciência vai demonstrando que certas teorias não têm validade e aos poucos vamos expurgando práticas
vergonhosas.
Vejamos, por exemplo, o preconceito racial. Ele é decorrente de uma visão que data da época da
colonização.
Os europeus se achavam superiores aos povos indígenas ou africanos. É uma tese absurda que o tempo se
encarregou de derrubar.
Sim, pois quando se ofereceu oportunidade, negros e índios mostraram tanta capacidade intelecto-moral
quanto os demais.
Nunca é demais lembrar que - mesmo na época do mais rigoroso preconceito racial no Brasil - houve quem
triunfasse.
É o caso do maior escritor brasileiro de todos os tempos: Machado de Assis.
Filho de uma ex-escrava, que trabalhava como lavadeira, ele trabalhava durante o dia e estudava à noite,
sob a luz de um lampião.
Demonstrou que o talento e o esforço vencem o preconceito, por mais forte que seja.
Hoje, por mais que se combata o preconceito, muitas vezes ele ainda aparece inesperadamente.
É porque estava apenas oculto, escondido sob o verniz social.
É assim na questão dos homossexuais. Os preconceitos contra eles se manifestam de forma agressiva.
Eles são ridicularizados, alvo de piadas e até de violência. Muitos são espancados e assassinados.
E tem mais: hansenianos, tuberculosos, ex-presidiários, aidéticos etc.
Será que numa sociedade em que os homens cumprissem as leis de Deus isso ocorreria?
Será que já conseguimos ver todos os demais seres humanos como irmãos que também amam, sofrem e
querem ser felizes?
***
Lembre-se do exemplo notável de Jesus, que tinha como filhos prediletos os desprezados pela sociedade.
O mestre reergueu a adúltera e a mulher prostituída. Elogiou publicanos.
Não teve medo de hospedar-se na casa de homens de má fama e elegeu como discípulo um coletor de
impostos que era mal visto.
Por outro lado, advertiu severamente os orgulhosos e os que se achavam melhores que os demais.
Repreendeu os religiosos sem compaixão e tomou a defesa dos mais frágeis.
Se Jesus - o Ser mais perfeito que já habitou a Terra - agiu assim, por que não imitá-lO?
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #preconceitos #comportamento #julgamentos #fraternidade #reflexão
4

04. SEGURANDO UM BEBÊ NOS BRAÇOS

Você já segurou um bebê recém-nascido no colo?


A maioria de nós talvez sim.
No entanto, perguntamos uma vez mais: Será que você tinha plena consciência do que segurava nos
braços?
Para os pais de primeira viagem há uma mistura de emoção com receio. Para os avós, aquela
curiosidade de saber com quem se parece.
Para os profissionais da área médica, o necessário olhar técnico: Está tudo bem com a criança?
Respira adequadamente? Cor de pele, tônus muscular, membros.
***
Convidamos você, numa próxima oportunidade, a desenvolver um olhar diferente, sem as paixões e
preocupações corriqueiras. Façamos juntos a experiência.
Percebamos primeiro o tamanho.
Incrível as dimensões de tudo nesse pequenino corpo.
Notemos a perfeição dos dedos das mãos, como eles são desenhados em ricos detalhes. Frágeis.
Parece que qualquer coisa poderá quebrá-los.
Vejamos os pés. Que escultura magnífica! Os ossos todos formados. Uns pés magrinhos, outros
rechonchudos.
Talvez não consigamos perceber, mas ali estão as características dos pés do pai, dos pés da mãe.
As heranças genéticas produzem um espetáculo lindíssimo, colocando em nós essa assinatura física,
essa parecença corporal. Sabedoria Divina, desejando que nos sintamos muito próximos de quem nos
deu a vida física.
Silenciemos um pouco e tentemos escutar a respiração. Quem sabe até as batidas cardíacas.
Respiração rápida. O coração bate de 130 a 150 vezes por minuto!
Esse reduzido organismo está cheio de energia. É o amanhecer de uma nova encarnação louvando a
vida.
Ele nasce ouvindo muito bem, uma vez que começa a desenvolver a audição a partir dos cinco meses
de gestação.
Enquanto no útero, ele escuta o som dos movimentos dos órgãos maternos e, principalmente, o
coração da genitora, numa intensidade que pode chegar a 95 decibéis - tanto barulho quanto um
helicóptero em pleno voo.
Notemos os traços do rosto. As tentativas de abrir os olhos.
Quanta fragilidade e, ao mesmo tempo, quanta força. A força da natureza que nos dá novas
oportunidades em vestes corporais.
***
Lembremos, contudo, que, embora encantadora, é apenas uma veste. Recebida no ventre da mãe e
que deverá ser entregue mais adiante, na aduana da desencarnação.
Costumamos dizer que o ser, a essência, está ali dentro. É quase isso, pois nossa linguagem e
compreensão ainda não nos permitem perceber além.
O ser, o Espírito, está no comando desse novo corpo material que lhe servirá de instrumento de
evolução em mais um capítulo de sua história sem fim.
E tudo isso, toda essa grandiosidade, está em nossos braços.
O que podemos lhe dizer? Que sentimento podemos lhe oferecer?
O que Jesus diria se tivesse uma criança em seus braços?
Talvez lembrasse de uma das suas bem-aventuranças, a que fala dos limpos de coração...
5

Ou, quem sabe, recordaria da lição das criancinhas: O reino dos céus pertence aos que são
semelhantes a elas.
Ou ainda, simplesmente lhe diria, sem palavras, alcançando-o pela escuta da alma: Tenha uma boa
vida. Estarei contigo.
***
Joanna de Ângelis traz uma reflexão interessante sobre a infância:
Quem aspira por um futuro melhor para a Humanidade, deve contribuir para a educação e a vida
infantil.
O que se aplique na criança, será devolvido com juros.
O investimento de amor retornará em forma de bênçãos salvadoras e o de abandono volverá como
delinquência e desgraça.
Se te faltam recursos mais específicos para auxiliar a criança, oferece-lhe palavras lúcidas, que não
corrompem, e exemplos que as estimulem a ser verdadeiros cidadãos mais tarde.
Constrói hoje os teus dias de amanhã.
***
Extraído do Momento Espírita
Referências: Livro VIDA FELIZ, 195, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #criança #infância #reencarnação #reflexão #amor
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05. O DEVER QUE NOS COMPETE


Você já se perguntou por que somos constrangidos, muitas vezes, a fazer alguma coisa simplesmente
porque o dever nos impõe?
De onde nos vem essa ordem, fazendo-nos agir, tomar alguma atitude, mesmo contrariando nossos instintos
egoístas?
A palavra dever se origina do latim DEBERE, compreendendo a ideia de obrigação e compromisso
adquiridos em relação à consciência ética, moral ou social.
Podemos afirmar que, de certa maneira, o dever se encontra insculpido em todo ser que pensa.
É semelhante a uma marca divina, estabelecendo seguras diretrizes para nós, os seres inteligentes da
Criação.
É a expressão da lei de Deus, inscrita na consciência de cada ser humano.
***
Mas como esse chamamento ao dever se processa em nosso eu e por que temos tanta dificuldade, por
vezes, para cumprirmos com nossos deveres?
Na ordem dos sentimentos, observamos como é difícil ser cumprido o dever, quase sempre em desacordo
com as atrações do interesse e do coração.
Além disso, as suas vitórias, sendo íntimas, não têm testemunhas, o que não nos oferece nenhum prazer.
Nosso dever íntimo fica sempre sujeito ao nosso livre-arbítrio. A consciência, como guardiã da nossa
honradez interior, pode nos advertir, nos alertar.
No entanto, muitas vezes, ela se mostra impotente ante os argumentos das nossas paixões, dos nossos
quereres.
Por isso, para bem cumprirmos nossos deveres, devemos estar atentos aos caprichos do ego, que traduzem
o orgulho e o egoísmo ainda presentes em nós, nas expressões da aparência, da posse e do poder sobre as
outras criaturas.
O cumprimento do dever é o coroamento do domínio da impulsividade do ego pela razão. É o saber porque
se age de forma correta perante a vida e com fé no porvir, mesmo em detrimento do interesse pessoal.
Mas onde começa e onde termina o nosso dever?
O dever principia, para cada um de nós, exatamente no ponto em que ameaçamos a felicidade ou a
tranquilidade do nosso próximo. Acaba no limite que não desejamos que ninguém transponha com relação a
nós.
***
Cumprir com nosso dever é uma atitude ativa e consciente, pois exige que coloquemos em prática a potência
da alma chamada vontade.
O dever se apresenta como a hora da verdade para o discípulo do Evangelho, traduzida por um chamamento
interior que transcende todas as hipóteses e teses morais.
É bravura da alma que enfrenta as angústias da luta. Exige coragem para vencermos nossas imperfeições e
renunciarmos ao interesse pessoal.
No cumprimento do dever, deixamos de ser do mundo para estar no mundo.
Enfrentamos os fantasmas do erro e da culpa, decorrentes dos prazeres de toda ordem. Enfrentamos todas
as consequências de mudar, pois temos desperta a consciência, nosso eu verdadeiro, nosso deus interior.
Quando transformamos todas as obrigações da vida, das simples às complexas, em uma oferenda de alegria
ao Criador, o dever se transforma em amor, e é quando sentimos, finalmente, a paz do dever cumprido!
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. XVII, item 7, de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #dever #responsabilidade #compromisso #comportamento #reflexão
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06. SACUDIR O PÓ
Conforme consta do Evangelho segundo Lucas, em dado momento Jesus enviou Seus discípulos para
pregar e curar.
Dentre as exortações, orientou como deveriam se comportar, caso eles e suas ideias não fossem
acolhidos em algum lugar.
Nessa hipótese, os discípulos deveriam se retirar e sacudir o pó de seus pés.
Há quem veja nessa forte expressão um anátema lançado contra os descrentes.
Contudo, isso destoa do conjunto da mensagem do Cristo.
Jesus ensinou e exemplificou a compaixão e não fugiu do contato com os equivocados do Mundo.
Afirmou mesmo que os sãos não necessitam de remédio.
Uma coerente interpretação da exortação é no sentido de que os discípulos não deveriam conservar
qualquer rancor.
Ao se despedir de quem não os havia aceitado e compreendido, deveriam seguir de alma leve.
Bater o pó dos pés equivaleria a se livrar de todo traço de impureza, no sentir e no pensar.
Trata-se de uma lição preciosa, cuja aplicação permite permanecer em paz em face da incompreensão.
***
É comum a criatura idealista desejar partilhar seus sonhos e projetos de um mundo melhor.
Ela se toma de natural tristeza quando não é compreendida.
Esse sentimento é ainda mais forte quando são seus amores que não a entendem.
Por exemplo, um pai rigorosamente honesto que não consegue convencer os próprios filhos a lhe
seguirem os exemplos.
Uma esposa tomada do ideal da caridade que encontra resistência no próprio esposo, quanto a seus atos
generosos.
Um professor apaixonado pelo saber que depara com alunos preguiçosos.
Nessas experiências decepcionantes, é preciso sacudir o pó dos pés.
Compreender que a liberdade é uma lei da vida e não esperar dos outros o que ainda não podem ou não
querem dar.
A construção de um mundo melhor não se faz sem sacrifícios.
Quem esposa o ideal de um padrão ético superior é um homem do amanhã.
Ele vive hoje o que a maioria viverá mais tarde.
Sua função é a de um semeador do bem.
Com seu exemplo, demonstra a possibilidade de ser honrado e generoso.
Com suas palavras, exorta os que o rodeiam a imitá-lo.
Mas não pode impor suas ideias.
Cada alma amadurece a seu tempo para as grandes verdades da vida.
Perante incompreensões, resta a tranquilidade da consciência pelo dever bem cumprido.
E também a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, as sementes do bem produzirão saborosos frutos.
Compete a cada homem colaborar para que o mundo se aprimore e os costumes se purifiquem.
Entretanto, o resultado de seus esforços repousa nas mãos de Deus.
Com o inesgotável recurso do tempo, Ele assegura que, no momento adequado, o bem se torne pujante,
no íntimo de cada ser.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #mundomelhor #responsabilidade #responsabilidade #comportamento #reflexão
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07. AMOR ALÉM DO TEMPO


Seguiam a nossa frente. Passos vagarosos, cadenciados. Mãos dadas. As cabeças nevadas e a
lentidão do passo lhes denunciavam a idade avançada.
Um homem. Uma mulher. Um casal de idosos. De mãos dadas, enamorados. As mãos seguravam
firme, como a dizer que um se constituía no apoio do outro. Assim no físico, assim no afeto.
Ficamos a imaginá-los, na esteira do tempo, jovens, rindo e correndo pelo parque, sob as bênçãos do
sol. Brincando no lago, jogando água um no outro, gargalhando.
Pudemos quase vê-los, de forma nítida, abraçados, quietos, olhando enlevados o concerto da
primavera em flor, mãos entrelaçadas, cabeças apoiadas, tecendo sonhos e fantasias.
Terão imaginado quiçá que alcançariam esta idade, unidos?
São eles mesmos. Atravessaram os anos e prosseguem apaixonados. Casaram, tiveram filhos,
passaram as mil dificuldades de educar, instruir e amar a prole, renunciando muito a benefício deles.
Quando os filhos se foram, um a um, como aves de arribação, deixando o ninho para construir o seu
próprio e eles ficaram sós, souberam retomar o enlevo dos primeiros dias.
***
O segredo dessa união sólida? O amor. Só o amor tem o poder de atravessar os anos e se tornar
mais intenso. Só ele pode enfrentar com dignidade o encarquilhar das mãos, o aparecimento das rugas,
o andar mais demorado.
Somente ele, porque possui lentes especiais, que transcendem o físico e alcançam a alma.
Relação assim regida prossegue para além da vida corpórea. Um parte como flor que fenece ao vento
gélido e fica aguardando o outro.
Enquanto espera o amado, a sua é a tarefa de amparar, zelar pelo que ficou nas estradas do mundo.
Nas noites de solidão, fala-lhe à intimidade do logo mais e insufla-lhe coragem para não se abater ante
os percalços que lhe faltam vencer.
Aguarda-o, no mundo espiritual, como o noivo espera a amada, em dia festivo. E, quando, finalmente,
chega o dia da partida, prepara-lhe a chegada e o retoma nos braços em suave amplexo demonstrando
que o amor vence a dor, o sofrimento e a morte.
Muitas almas que assim se amam, na Terra, intensamente, retornam mais tarde, em nova roupagem,
novamente juntos e, porque amam verdadeiramente, unem-se outra vez para idealizar grandes coisas a
bem da comunidade.
É dessa forma que encontramos casais na ciência, na arte, na devoção ao semelhante, doando-se
muito além do dever.
Tendo experienciado o amor na sua essência mais profunda aprenderam que quanto mais ele se divide,
mais se multiplica.
***
Você sabia que Amélie Gabrielle Boudet, a senhora Kardec, esposa do Codificador do Espiritismo, após
a morte dele viveu ainda por quatorze anos?
Enquanto ele esteve encarnado, ela lhe foi a companheira fiel de todas as horas, em todas as suas
atividades, fossem as pedagógicas ou as dedicadas à Doutrina Espírita.
Desencarnou aos oitenta e sete anos, lúcida e ativa, devotada à causa do Espiritismo.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #amor #espiritismo #aprendizado #comportamento #reflexão #relacionamentos
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08. VOZES DOS IMORTAIS


O Espírito Amélia Rodrigues, em seu Poema da gratidão, diz que quem ouve a voz dos imortais não
esquece nunca mais.
Reflexionando sobre a preciosa afirmativa, ficamos a cogitar como será ouvir a voz dos celestes
mensageiros.
Narra-nos o Evangelista Lucas que, em certa noite, havia, na região da Judeia, alguns pastores que
pernoitavam no campo, realizando a vigília noturna do seu rebanho.
E deles se aproximou um anjo, a glória do Senhor iluminou ao redor deles, enchendo-os de grande temor.
E o anjo assim lhes falou: Não tenhais medo! Eis que vos trago boas-novas de grande alegria, que será
para todo o povo. Nasceu para vós, hoje, um Salvador, que é o Cristo Senhor, na cidade de Davi.
Este é o sinal para vós: encontrareis um recém-nascido enfaixado e deitado numa manjedoura.
Logo, juntou-se ao anjo uma multidão do exército do céu, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas
alturas, paz sobre a Terra, boa vontade para com os homens.
Que momento extraordinário! O Senhor das estrelas nasce entre os homens e o Pai Celestial envia um
coro celeste para lhe anunciar a chegada.
***
Ao longo dos séculos, os homens, debruçando-se sobre este belo texto que nos fala daquele anúncio
jamais igualado, imaginaram como terá sido o cântico celeste.
E o tentaram reproduzir. De todas as versões, possivelmente a que melhor traduza a emoção e a
grandeza da excelsa notícia, nos campos da Judeia, seja o Adeste Fideles.
Os versos dizem mais ou menos assim: Venham todos, ó fiéis. Alegres, triunfantes.
Vinde, vinde a Belém. Vejam o recém-nascido, o Rei dos anjos. Vinde, adoremos o Senhor.
Cante agora o coro dos anjos. Cante agora a assembleia dos coros celestiais.
Glória, glória a Deus, no alto dos céus. Vinde, adoremos o Senhor. Portanto, aquele que nasceu no dia de
hoje: Jesus, a ti seja a glória do Pai eterno.
A palavra se fez carne. Vinde, adoremos o Senhor.
Alguns consideram que essa versão seria da autoria do rei português D. João IV, mecenas das artes,
pelos idos de 1640.
O que se sabe é que a música foi executada, em 1797, na embaixada portuguesa, em Londres.
***
O que importa é que, produto de homens inspirados pelos mensageiros espirituais, interpretada pelas
vozes privilegiadas de variadas épocas, sempre conduz à profunda emoção.
É como se reprisássemos aqueles momentos extraordinários em que o Celeste Amigo veio estar conosco
e os coros celestiais lhe anunciaram a chegada.
E, se nos emocionamos tanto com as vozes humanas, ficamos a pensar como serão as vozes espirituais,
os coros dos anjos.
Sim, tem razão Amélia Rodrigues: quem os escutar, não os poderá jamais esquecer.
Ficarão indelevelmente registrados na acústica da alma, elevando-a a planos superiores.
E isso tudo nos remete a dizer: Jesus, como temos saudades de ti. Como desejamos reprisar momentos
evangélicos, como sentimos Tua falta.
E oramos: Vem, Jesus, vem amenizar nossa saudade. Permite-nos ouvir de novo as vozes imortais,
embala-nos na Tua paz.
Desejamos estar Contigo e nos sentimos tão distantes. Vem, Jesus, vem até nós.
Como os discípulos, na entrada da cidade de Emaús, observamos o entardecer das nossas vidas e
dizemos: “Permanece conosco, porque está para anoitecer e o dia já declinou.”
Dá-nos a alegria da Tua presença em nossas vidas.
***
Extraído do Momento Espírita, com citações do EVANGELHO DE LUCAS, cap. 2, versículos 8 a 14 e cap. 24, versículo 29.
***
#momentoespirita #Natal #Jesus #aprendizado #imortais #reflexão #prece #oração
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09. BUSCANDO SER MAIS ÚTIL


O homem, desejando sinceramente colaborar na construção do Reino de Deus, pediu, em sua oração, que
desejava saber exatamente como deveria proceder.
Dessa forma, pôs-se a ouvir, com os ouvidos da alma, a todas as criaturas. Na manhã de sol, percebeu o
vento que cantava:
Deus mandou que eu ajudasse as sementeiras e varresse os caminhos. Mas, eu gosto também de cantar,
embalando os pássaros nos ninhos e alegrando o dia dos trabalhadores.
Um pouco adiante, o homem surpreendeu uma flor que inundava o ar de perfume. Feliz, ela lhe confidenciou:
Minha missão é preparar o fruto. Entretanto, produzo também o aroma que perfuma até mesmo os lugares
mais impuros.
Na sua caminhada, parou ao pé de uma grande árvore, que protegia um poço d´água, habitado por muitas
rãs. A árvore lhe contou:
O Senhor da Vida me estabeleceu como tarefa auxiliar o homem. Contudo, eu me dedico igualmente a
amparar as fontes, os pássaros e os animais.
O homem olhou as rãs e teve um gesto de repulsa. E ouviu a explicação:
Estas rãs são boas amigas. Hoje posso ajudá-las, mas depois serei ajudada por elas, na defesa de minhas
próprias raízes contra os vermes da destruição e da morte.
Prosseguindo em sua jornada, chegou o viandante a uma grande cerâmica.
Acariciou o barro que estava sobre a mesa e lhe escutou as explicações:
Meu trabalho é o de garantir o solo firme. Mas obedeço ao oleiro e me transformo em tijolos e telhas para as
residências. Também em vasos para ornamentação.
Retornando para seu lar, o homem entendeu que para servir na edificação do Reino de Deus é preciso
ajudar aos outros. E, sobretudo, realizar cada dia algo mais.
***
Ante o apólogo, cabe-nos reconhecer que, se os homens, ao longo dos anos, tivessem feito somente a sua
obrigação, a Humanidade não teria progredido tanto.
O progresso só se realiza porque há pessoas que fazem algo mais do que sua obrigação pura e simples.
O esforço de cada criatura, em prol do bem comum, é o que propicia a realização das conquistas maiores.
Se os homens de gênio tivessem apenas cumprido seu tempo justo de trabalho, não desfrutaríamos hoje das
grandes descobertas.
Lembramos de Pasteur, de Thomas Edison, de Pierre e Marie Curie, de Graham Bell e outros tantos
cientistas.
Lembramos dos abnegados estudiosos que se debruçam nos laboratórios de pesquisas para beneficiar o
mundo com suas vacinas e técnicas avançadas de tratamento de doenças infelicitadoras.
Por nossa vez, também podemos e devemos fazer algo mais para construir uma sociedade justa e feliz.
Além das horas diárias de trabalho profissional, da atenção à família, podemos dedicar alguns momentos
para tirar alguém do analfabetismo.
Para ensinar um serviçal a utilizar corretamente os produtos e equipamentos de trabalho.
Para fazer companhia a um ancião que vive só. Para brincar com uma criança. Para providenciar alimento
aos pássaros que nos visitam nas manhãs de luz e nas tardes de calor.
Façamos algo mais, por menor que nos pareça a ação, por mínimo que acreditemos seja o benefício que
produziremos.
Simplesmente algo mais!
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap.15, do livro Antologia da criança, por diversos Espíritos, psicografia de Francisco Cândido
Xavier, ed. IDEAL.
***
#momentoespirita #amor #espiritismo #aprendizado #comportamento #reflexão #relacionamentos
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10. ESSE NOVO MUNDO...

Vivemos na Terra um momento de muita riqueza espiritual.


Em cada lugar que vemos uma criança, impossível não perceber o potencial interior que traz em si.
Em um recente programa da mídia vimos dezenas delas com elevado talento artístico.
Sensibilidade incrível associada, especialmente, à música.
Não houve quem, em assistindo, não se admirasse do cabedal de cada uma delas.
Porém, comentários abordam não somente a sua capacidade musical e técnica, mas outras
características, como a meiguice, a beleza, a educação.
Algumas com comportamento ético-moral contagiante.
Em nossos lares, também, sem apresentarem a genialidade que possa ser admirada pelo mundo,
temos exemplos de crianças maravilhosas.
***
Como aquela menina de apenas dois anos, que se dirige para a casa da avó, todas as manhãs.
Quando encontra a porta levemente aberta, como se estivesse à sua espera, fala: Vovó, cadê você? Eu
vim para dar um beijo.
Entra e procura pela avó, que se esconde para criar mais expectativa, até que o encontro se faz entre
muitos abraços, beijos e declarações de amor.
Diz a avó que o sorriso da menina parece um sol brilhando.
E o encontro das manhãs continua com canções, brincadeiras, muitos sorrisos.
Por sua vez, surpreende a criatividade de uma pequena, que ainda não completou dois anos. Apenas
observando a irmã, consegue escrever o próprio nome e o dos pais.
Mas, aquele menino de quatro anos, atento a tudo ao seu redor, encanta pela forma como já entende o
que sejam normas de trânsito e cuidados ecológicos.
Pai, você não viu que o sinal está vermelho? Por que você não parou?
Mãe, por que você jogou fora aquele papel? Devia guardar para usar do outro lado.
E a lista das crianças excepcionais, habitantes desse mundo novo, que se delineia, não para: ali é um
garoto de seis anos, encantado pela robótica e que já construiu, sem maior esforço, alguns robozinhos.
A garotinha que nem sabe pronunciar corretamente as palavras, mas sussurra preces em que pede
bênçãos para papai, mamãe e todo mundo.
***
Encontramo-nos em plena concretização dos tempos novos:
Uma geração nova está chegando, trazendo consigo valores intrínsecos, que auxiliarão a impulsionar o
progresso em nosso planeta.
Este é o processo de renovação, idealizado pelo Pai Maior, através das leis naturais da vida.
Enquanto alguns ainda nos demoramos a adquirir valores morais e éticos, outros, com valores já
conquistados, estão chegando.
A época atual é de transição, conforme anunciado.
Por enquanto estamos ainda misturados, joio e trigo.
Porém, em breve, o trigo se apresentará em abundância, alimentando as almas com moralidade, amor
e caridade.
Assim se processa a renovação do mundo: uns partem encerrando um ciclo, outros chegam, com suas
mentalidades abertas ao progresso, iniciando uma Nova Era.
Portanto, colaboremos nós mesmos com o acelerar desse mundo novo, renovando-nos igualmente.
***
E coloquemos em prática este oportuno conselho de Joanna de Ângelis, com relação às crianças:
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Sê gentil com as crianças.


Elas necessitam de oportunidade e de amor para lograrem o triunfo.
Esses cidadãos em formação ignoram as lutas que os aguardam.
Distende-lhes o gesto de simpatia, transmitindo-lhes confiança na humanidade que representas.
Não as atemorizes, nem as maltrates.
Quem visse aquele menino, em Nazaré, no passado, entre outras crianças, brincando
descuidadamente, não poderia imaginar que era o Construtor da Terra, nosso Modelo e Guia.
***
Extraído do Momento Espírita
Referências: Livro VIDA FELIZ, 28, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #criança #infância #reencarnação #reflexão #amor #mundo #transição #leiderenovação
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11. ADOTAR UMA POSTURA POSITIVA DIANTE DA VIDA

Abrem-se os comentários da vida, habitualmente, pelas afirmativas de que as coisas em torno estão
muito ruins, quando menos, diz-se que as coisas estão mais ou menos.
É comum encontrar pessoas que se lamentam pelos familiares que não são carinhosos, que não são
atenciosos, que não são dedicados.
De outro modo, falam que estão doentes, que são doentes, que são maus.
Vêem as conjunturas políticas e sociais do mundo com tamanho pessimismo, que costuma-se
asseverar que “não há mais jeito”; “que tudo vai de mal a pior”; “nesse campo ninguém presta”.
Os amigos são para esses negativos, verdadeiros traidores, que não merecem a sua amizade;
comentam que, em toda parte, o mal vai tomando dianteira.
Se o assunto é vício, drogas etc., ouvem-se falas como “ninguém escapa”; “todo mundo usa”; “é uma
calamidade”.
O trabalho profissional é chato, cansativo, expiatório, e, então, para que trabalhar?
Todavia, vale a pena meditar um pouco sobre tudo isso. Mesmo sabendo das coisas equivocadas que
se passam no mundo a sua volta, procure extrair o melhor de cada dia.
***
Tentemos observar as coisas boas, bonitas, formosas que estão acontecendo ao nosso derredor.
Nós podemos atrair bênção ou tormentos, luz ou sombra, tristeza ou alegria. Só depende de nossa
própria disposição.
Aprendamos a extrair o que há de melhor na terra, ao redor de nossos passos.
Busquemos fazer o nosso dia brilhante, feliz, inaugurando, onde passarmos, o regime de otimismo, de
alegrias.
Busquemos sorrir, a cada manhã, diante do passeio do sol nas avenidas azuis do céu...
Agradeçamos ao Senhor supremo pela família, pela saúde, pelas chances de estudar, de trabalhar, sem
maiores problemas.
Elevemos nossa oração ao Criador e, sintonizando nas faixas felizes do bem, transformemos a
existência no mundo físico num campo de muito boas realizações.
Façamos de nosso dia um dia venturoso, realizando, cada um, a sua parte para que todo o mundo
melhore, se aprimore, com um pouco do seu esforço.
Este é o segredo de construirmos um mundo melhor, mais justo e mais fraterno! Começando por nós
mesmos!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #otimismo #pesamento #reflexão #amor #mundo #positividade
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12. SACRIFÍCIO

Que pensamentos nos sugerem a palavra sacrifício?


Possivelmente, para alguns, remeta a privações. Para outros, possa lembrar sofrimento, dor.
Talvez a relacionemos a dificuldades econômicas, a carências materiais.
Porém, a origem da palavra longe está desses significados.
Sacrifício vem da junção de duas palavras do latim: sacer e ficium.
A primeira significa sagrado, enquanto que ficium vem do verbo facere, significando fazer.
Remete a antigas celebrações ritualísticas da cultura indo-europeia, significando o ato de passar da
esfera do profano para a esfera do sagrado.
Em síntese, sacrifício é o ato de fazer, de manifestar o sagrado.
***
Nesse sentido, cada um de nós escolhe o que é importante, o que é relevante para tornar sagrado.
Quando, como pais, sacrificamos uma noite de descanso para velar o sono do filho febril, tornamos
sagrada essa noite.
Quando deixamos de comparecer a um compromisso social para fazer companhia a um parente ou
amigo em dificuldade emocional, fazemos disso momento sagrado.
Quando adiamos a viagem porque um afeto está hospitalizado, e queremos estar próximo a ele,
fazemos desse ato algo sagrado.
Dessa forma, o sacrifício não está naquilo que deixamos de fazer, mas naquilo que achamos importante
fazer, e priorizamos sobre outras tantas coisas.
Sacrificar não é o ato de deixar de fazer algo, pura e simplesmente.
É escolher e privilegiar aquilo que é significativo, profundamente respeitável, venerável, santo.
Tornando-o, portanto, sagrado.
***
De igual forma acontece com nossos sentimentos.
Se entendemos dever deixar de sermos maledicentes, de propor comentários duvidosos sobre alguém,
estaremos tornando importante um comportamento moral diferente, porque o qualificamos como mais
nobre.
Quando temos o hábito de julgar as pessoas, sem mesmo nos inteirar da correção dos fatos, e nos
dispomos a alterar esse comportamento, afirmamos que desejamos abandonar a crítica e julgamentos
apressados.
Em outras palavras, tornamos sagrada a benevolência, em detrimento do habitual comportamento
anterior.
Naturalmente, isso nos exige um certo esforço.
Deixar de lado antigos hábitos para implementarmos novas e sadias ações, requer disciplina, vigilância,
constância e vontade firme.
Insistindo nesse exercício, porque almejamos conquistar outros valores, estabelecemos sacrifícios, ou
seja, fazemos sagradas as novas atitudes.
Selecionar o que seja nobre, relevante para nossas vidas é um dever, dentro da Lei de progresso.
Elegê-lo como prioridade, em detrimento a outras possibilidades, é o passo seguinte, o sacrifício.
Verificaremos que, algumas vezes, a diversão, o convívio social ou o passeio serão adiados.
Em muitos momentos, serão nossos hábitos, comportamentos que serão reprimidos, redirecionados.
Várias vezes, estaremos repensando nossos valores, reorientando-os sob outro pensar.
Lembremos que isso tudo só ocorre porque amadurecemos o suficiente para entender o que é
realmente sagrado na vida, abrindo mão do que nos seja menos importante.
Em síntese, elegendo o que vale a pena eleger como sagrado.
15

***
Emmanuel nos traz uma interessante reflexão sobre SACRIFÍCIO:
Não avançarás ao longo do caminho, sem doar algo de ti mesmo.
Aqui, é o companheiro que te roga assistência fraterna.
Além, é o desconhecido que te pede arrimo e esperança.
Agora, é o amparo aos desvalidos.
Depois, é o socorro aos enfermos.
À maneira da embarcação que distribui os valores de que se enriquece, espalharás, seja onde fores, os
bens que o Senhor te confia.
O pão, a moeda e o agasalho são recursos da Terra em tuas mãos.
Fácil será sempre mobilizá-los e estendê-los.
Atenta, contudo, para a dádiva difícil que sai do coração.
O próprio sacrifício, em favor dos outros, é plantação de felicidade no ambiente em que respiramos.
Aprende a calar para que teu irmão fale mais alto.
Esquece as ofensas alheias, compreendendo que poderiam ter sido perpetradas por ti próprio.
Apaga-te para que a luz do próximo seja vista.
Dá de ti mesmo em humildade, paciência, brandura, abnegação e amor…
Jesus, transmitindo as bênçãos do Céu de que se fazia portador, era o Médico Providencial dos
sofredores na região em que se mantinha, mas aceitando o supremo sacrifício de si mesmo, na cruz,
converteu-se em Divino Benfeitor da Humanidade inteira.
***
Extraído do Momento Espírita
Referências: Capítulo 10 do livro MAIS PERTO, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier.
***
#momentoespirita #sacrifício #renúncia #auxilio #renovaçãointerior #autoconhecimento #evolução
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13. OFERECENDO A OUTRA FACE


Era uma família como muitas outras. O casal e três filhos viviam o cotidiano.
O pai, reconhecido e admirado profissionalmente, era quem provia financeiramente o lar, enquanto a mãe se
ocupava dos afazeres da casa e dos cuidados diários com os filhos.
Ainda auxiliava o marido em atividades bancárias e financeiras, em um tempo no qual aplicativos e internet não
haviam chegado para facilitar tais tarefas.
Corriam quase duas décadas de matrimônio, quando o esposo começou a modificar seu comportamento.
Sempre fora um tanto impaciente com os filhos. Piorara muito. Agora, chegava tarde em casa, tomava a
refeição e ia para o quarto.
Depois, permitiu-se abraçar os alcoólicos.
A princípio, nos finais de semana, nos quais os filhos passaram a ver um pai violento e agressivo, com eles e
com a mãe.
Quando a dependência ganhou lastro e invadiu a semana, as atividades profissionais sofreram graves
interferências.
Foi um período de internamentos, idas e vindas de clínicas, dias sombrios para a família.
Quando a esposa descobriu um relacionamento amoroso do companheiro, o casamento desabou por
completo.
Ele saiu de casa, descompromissando-se das obrigações com a esposa e filhos.
Foram momentos difíceis. A abundância e fartura de outrora, resumiu-se em geladeira vazia, dependendo, não
raro, da ajuda de amigos e parentes.
Logo mais, ele se mudou para outra cidade e nunca mais houve qualquer contato.
***
Os anos voaram, céleres.
Passando dos setenta anos, as décadas de tabagismo e os excessos do álcool cobraram seu preço, minando-
lhe o pulmão com um enfisema, acompanhado de um tumor.
Vieram as sessões de quimioterapia. Ele morava sozinho, agora. Necessitava de acompanhamento.
Então, os filhos foram ao encontro do pai.
Muito embora a viagem de mais de três horas entre as cidades, lá estavam eles se revezando para
acompanhar o tratamento.
Inicialmente, de maneira pontual.
Com o avançar da doença, as internações longas obrigavam a que eles permanecessem com ele por dias
seguidos.
As dificuldades eram muitas. Os deslocamentos, as noites insones no hospital, os compromissos profissionais
que os filhos não podiam deixar de atender.
Por vezes, o passado vinha-lhes à mente. Refletiam sobre o abandono que o pai lhes impusera e as marcas
dolorosas que deixara em cada um.
Entretanto, jamais se negaram a atendê-lo.
Mesmo quando ele se fazia um paciente irascível e prepotente, devolviam com zelo e paciência.
***
Observando esse quadro, lembramo-nos da recomendação do Mestre de Nazaré que prescreve oferecer a
outra face.
Exatamente o que fizeram esses rapazes maduros.
Devolveram as dores do abandono com atenção e sacrifícios, as privações sofridas com cuidados extremos,
provendo todo o necessário ao conforto e tratamento do enfermo.
Pode até ser que o pai nem se aperceba disso e nem modifique suas maneiras e seu modo de ser.
Contudo, os filhos, esses aproveitaram a oportunidade bendita da vida, modificando sentimentos, oferecendo
verdadeiramente a outra face, a da compreensão e do perdão.
Uma bela lição. Silenciosa, sacrificial, nobre. Cristã.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #renúncia #auxilio #perdão #família #amor
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14. SOLUCIONANDO CONFLITOS


Às vezes, ao querer solucionar nossos problemas, acabamos por piorá-los.
Na tentativa de amenizar ou de omitir certas dificuldades, seguimos pelo caminho duvidoso, e colocamos
tudo a perder.
Determinadas situações exigem que sejamos práticos e diretos na resolução do que nos incomoda.
Por exemplo, se precisamos de um médico, não devemos nos deter por medo antecipado do que nos
poderá ele prescrever, em termos de dietas e outros cuidados.
Ao contrário, necessitamos marcar o quanto antes a consulta para termos o correto diagnóstico e
correspondente tratamento.
Se o remédio é amargo, mas resolve o problema, quanto antes o tomarmos, melhor.
Da mesma forma, ao enfrentarmos questões emocionais.
Se nos atritamos com alguém, o melhor caminho é aclarar a situação e resolver o problema.
Se mágoas invadem nosso coração, preciso se faz analisar os motivos que as causaram, e saná-las
antes que se tornem demasiado profundas e nos causem transtornos.
Se dúvidas invadem nosso ser, busquemos as certezas que nos permitirão encontrar as soluções.
Nunca devemos nos permitir dormir sobre uma situação não resolvida.
***
Contou-nos uma senhora que, ainda criança, era comum, entre irmãos, brigarem por tolices ou por coisa
alguma.
Nessas horas, seu pai chamava os briguentos, os colocava para limpar o vidro da porta, um de cada lado.
Não havia como não olharem um para o outro. No início, muito zangados, depois, acabavam rindo,
desmanchando o clima negativo.
Sua mãe preferia colocar cada qual em um quarto para pensar.
Depois de um tempo, com os ânimos mais calmos, promovia o diálogo e o entendimento entre eles.
Dessa forma, dizia a senhora, crescemos com a certeza do valor daqueles ensinamentos, que passaram
a nos acompanhar para sempre.
Hoje, costumamos nos reunir, com muito carinho e amizade.
***
Muito bom será quando todas as famílias compreenderem o valor da boa convivência, do clima da
amizade e do respeito a ideias e maneiras de agir dos demais.
Isso porque é dentro do lar, na infância, que começamos a domar nosso orgulho, nossa vaidade e
prepotência.
Com exercícios simples de autodomínio e conscientização, a arrogância deixa de existir.
Com diálogos esclarecedores aprendemos que somos indivíduos; que cada qual tem o direito de pensar,
falar e agir, de forma diferente, e a nós cabe respeitar a maneira de ser do outro.
Com a escolha certa dos programas sociais e culturais, a que temos acesso, gravamos, no imo do ser, o
que realmente nos convém.
E, com os exemplos colhidos dentro das quatro paredes do lar, refletiremos, no mundo, o que somos na
profundidade do ser.
Aprendamos e ensinemos a solucionar os problemas da vida de maneira simples, gentil e eficiente.
Assim, não teremos do que nos arrepender.
Só com amor, perdão e compreensão é que se apresenta a melhor solução.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #conflitos #auxilio #perdão #família #amor #relacionamento #sociedade
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15. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E AUTO-CONHECIMENTO

Estamos testemunhando o avanço rápido da tecnologia. A Inteligência Artificial tem se destacado como uma
poderosa ferramenta, capaz de simular a capacidade humana de pensar e aprender.
Alguns, apressadamente, devotos das notícias que mais aterrorizam do que informam, questionam: Será que
chegou o momento da máquina substituir o homem?
Ou ainda: Será que a máquina irá se igualar e suplantar o ser humano?
Em primeiro lugar, podemos dizer que falta conhecimento da ciência a quem propõe tais questionamentos.
Em segundo lugar, certamente falta autoconhecimento ao ser que acha que poderá ser substituído por uma
Inteligência Artificial.
Ou que ela possa sequer chegar próximo às potências sublimes de que dispomos.
Concluir que possamos ser substituídos por um sistema complexo de associação de conhecimentos pré-
programados em máquinas que podem simular a Inteligência Humana, é, no mínimo, nos menosprezarmos.
É a falta de autoconhecimento que nos traz para armadilhas como essa.
Somos muito mais que meras inteligências superdesenvolvidas. Esta é uma visão puramente materialista.
Somos Espíritos, e o Espírito possui muitas outras características e potências além das do intelecto.
Pensemos, por exemplo, na capacidade de imaginar, de trazer do mundo das ideias algo que não exista
ainda, algo que podemos conceber.
Esse nosso lado criador não o utilizamos na totalidade, no momento atual. Contudo, chegará o tempo em
que a criatividade humana será devidamente estudada e estimulada nos lares e nas escolas.
O ser humano é criador. É capaz de intuir, de trazer de um outro plano, na forma de sentimento ou ideia, algo
que não poderia ser construído pela lógica, por uma mera associação de princípios.
A consciência, o livre-arbítrio, a inspiração, a bondade, a empatia. Quantas possibilidades humanas que as
Inteligências Artificiais jamais entenderão.
Juntemos a isso tudo a potência do amor e todas as suas belas nuances.
Podemos acreditar que alguma Inteligência Artificial será capaz de chegar perto do amor algum dia?
Se for alimentada de forma adequada, terá bons modos, será bem educada no trato, mas nunca alcançará a
esfera dos sentimentos.
Dessa forma, não fiquemos atemorizados. Aproveitemos a oportunidade para nos servirmos desse
instrumento para crescer, para evoluir.
Podemos, inclusive, deixar um pensamento provocativo: Que trabalhos fazíamos que poderão ser feitos
pelas máquinas e que agora elas tomam o seu devido lugar, deixando-nos cuidar das coisas da alma?
Quantos de nós nos desenvolvemos intensamente na esfera do intelecto, e nos tornamos grandes
inteligências. E só.
Somos muito mais do que isso.
***
Reflitamos:
Homem! Conhece a ti mesmo!
És uma força da natureza.
Busca dentro de ti todo esse potencial e finalmente alça voos mais altos.
Sente, cria, imagina e te compadece.
Tuas criações jamais irão te superar.
Age com prudência e bondade. Estuda, mas antes de tudo ama.
A maior inteligência que esteve na face da Terra foi aquela que mais falou e viveu o amor.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #inteligenciaartificial #mente #inteligencia #futuro #espírito #autoconhecimento
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16. FAZER A NOSSA PARTE NA CONSTRUÇÃO DO BEM

Você desejaria ser um pomar.


Ante a dificuldade de consegui-lo, torne-se uma árvore frondosa e acolhedora, florida e repleta de frutos.
Você gostaria de ser uma fonte refrescante.
Pode começar se transformando num simples copo de água fria, que aplaque a sede de alguém.
Você gostaria de ser a montanha elevada a apresentar horizontes infinitos ao homem que a conquistasse.
Diante da impossibilidade, seja um degrau humilde para quem ambiciona a glória estelar.
Você pretendia possuir um sol emboscado no coração, a fim de clarear os viandantes da noite.
Em face do impedimento, acenda uma lâmpada, uma pequenina lâmpada de esperança apenas, no caminho
de alguém abatido e cansado das dificuldades diárias.
Você programava um jardim de bênçãos para os filhos, para a esposa, para o esposo...
Não o conseguindo, converta-se numa singela flor, abençoando, ereta e perfumosa, o lar que está
construindo.
Você pensava em escrever poemas de engrandecimento à vida, enriquecendo as mentes e os corações com
painéis de luz e sabedoria.
Impedido de fazê-lo por lhe faltarem os requisitos essenciais, redija uma pequena carta, com expressões de
amor, a quem se encontra na curva de queda e perdeu a confiança na afeição dos outros.
Você esperava a melhoria das criaturas e do mundo.
Decepcionado por não enxergar essa meta, por não ver o progresso nos corações endurecidos, erga no altar
dos sentimentos um santuário para a fraternidade, esperando um pouco mais e fazendo a sua parte.
Não desista do bem, não desfaleça no bem, não duvide da vitória do bem.
Seja a prova viva de que ele está presente, sempre.
***
Quantas vezes já ouvimos a expressão: Faça a sua parte!
Por que será que ainda desmerecemos tanto essa nossa parte, essa participação necessária que nos é
ofertada?
Parece pequena...parece não mudar nada. - Dizem alguns.
Observemos bem. Ela já mudou e muito. Mudou e está mudando você.
E isso não é grande?
O mundo é feito por inúmeros outros vocês. Já pensou dessa forma?
Se cada um assumir a sua responsabilidade, a seu tempo, à sua maneira, em breve teremos mudanças
significativas.
Acontece que como o mal ainda faz tanto barulho, seu ruído estrondoso esconde a música do bem que toca
em todo lugar.
Se olharmos com atenção, veremos como temos muitos fazendo a sua parte.
Muitos que conseguem entender seu compromisso na família, na pequena comunidade onde foram
inseridos. Esses fazem a grande diferença.
***
O projeto de implantação do bem na face da Terra está em curso, e você pode estar fazendo parte dele.
Se ainda não faz, que tal hoje? Que tal agora?
Você pode. Você tem condições e sabe que é o caminho mais seguro a seguir.
Você deve. A luz do esclarecimento, como sol da manhã, alcançou seu rosto uma vez mais, neste dia.
O convite foi renovado, em nome do grande projeto do amor no planeta, iniciado por Jesus, há milhões de
anos, e que hoje conta com você também.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 8, do livro MOMENTOS DE DECISÃO, por Marco Prisco e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #bem #bondade #mundo #responsabilidade #sociedade
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17. A FÉ QUE TRANSPORTA MONTANHAS


Ele veio para as ovelhas perdidas da Casa de Israel. E as ovelhas perdidas precisam ser buscadas e
trazidas de volta ao redil, à segurança.
Por isso, Jesus peregrinou pela Galileia, pela Judeia, Peréia e adentrou as terras dos cananeus.
Os apóstolos, que seguiam com Ele, estranharam que fosse a cidades como Tiro e Sidon, conhecidas por
suas riquezas naturais e por suas manufaturas.
Também por seus cultos a diversos deuses.
Havia templos suntuosos. A todo momento, circulavam pessoas pelas ruas, com flores ou conduzindo
animais, a fim de os oferecerem em sacrifícios.
Tendo passado a noite na cidade de Tiro, situada ao norte da Galileia, pela manhã, Jesus e os apóstolos
se puseram a caminho.
Então, a comitiva foi surpreendida por uma mulher que, em altos brados, suplicava a intervenção de
Jesus para sua filha doente.
Ela o chamava filho de Davi, o que demonstra que sabia que era o Messias, o pastor de todas as ovelhas.
Enquanto eles continuavam seu caminho, ela os seguiu suplicando, sem parar.
A posição de Jesus é proposital. Ele espera que algum dos Seus interfira, tenha compaixão daquela mãe.
Pelo contrário, eles pedem que Ele a mande embora, que diga para ela parar de gritar.
Nesse momento, Jesus se detém e estabelece com ela um diálogo que, ao final, transborda de ternura.
Um diálogo no qual ela afirma, corajosa, que qualquer um é digno de socorro, mínimo que seja, não
importando sua procedência, sua raça.
Por isso, receberá de Jesus a sentença: Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu desejas.
Retornando ao lar, verificou a mãe aflita que sua filha estava curada.
***
Há sublimes lições nessa passagem evangélica e, contrariamente ao que possa parecer, elas estavam
endereçadas mais aos discípulos do que à mulher cananita.
Em síntese, as lições se fazem de oportunidade para nós, no tempo presente.
A primeira lição é a de reconhecer que todos temos problemas, que não há privilegiados na Criação.
Também que somos filhos do mesmo Pai e merecedores do Seu amor e dos Seus cuidados.
A segunda lição é a da humildade, reconhecendo nossa pequenez, necessitados da bondade de Deus, do
atendimento pelos Seus mensageiros, na Terra, ou na Espiritualidade.
A terceira lição é a da compaixão. É ela que nos move no sentido de socorrer o nosso irmão, por vezes,
às voltas com sofrimentos bem maiores do que os nossos.
E, finalmente, a lição da fé. Essa fé ativa, consciente, plena.
Fé que nos mantêm em pé, mesmo quando as enxurradas da vida nos pretendem derrubar.
Fé que nos alimenta a esperança e nos faz crer, firmemente, que amanhã será melhor, que o sol tornará a
nascer, depois da borrasca intensa e que terá fim a chuva de dores.
Afinal, por mais longa e negra seja a noite, hora chega em que a claridade afugenta as sombras e nos
permite ver o dia que amanhece.
Portanto, por mais dolorida seja a situação que estejamos vivendo, por mais intensas nos pareçam as
dores, por nos sentirmos quase ao abandono, lembremos: Deus está conosco.
E se o Pai está conosco, tenhamos certeza: o socorro haverá de nos chegar.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. A APELANTE CANANITA, do livro AS PRIMÍCIAS DO REINO, por Amélia Rodrigues e
Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #fé #Jesus #Deus #dificuldades #humildade #compaixão
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18. DIANTE DE PRESSENTIMENTOS


A tarde era de calor intenso, na pequena cidade. Ela se sentira bem até há pouco. De repente, algo mudou.
Uma sensação de desânimo a dominou.
Parecia perceber que alguma coisa não estava bem. Sentia angústia sem conseguir determinar o motivo.
Fechou o livro que estava lendo, sem ânimo para prosseguir na leitura.
Olhou para o crochê, sobre a mesa. Apenas olhou para a cesta de linhas, sem vontade alguma.
Ligou a televisão, mas seu pensamento estava longe.
Pensou em sair um pouco. Entretanto, mal atravessou a porta que dava para o jardim, deu alguns passos, e
voltou.
Parecia-lhe que alguém a chamava repetidamente, sem conseguir imaginar quem seria.
Finalmente, recordou da oração. Recolheu-se ao quarto. Na prece sentida, pediu auxílio ao seu anjo de
guarda. Também lembrou de pedir pelos necessitados, pelos que estivessem se despedindo da vida, pelos que
estivessem atravessando dores superlativas.
Sentiu-se acalmar. Depois de algum tempo, retomou seus afazeres, de forma normal.
No dia seguinte, a surpresa. Notícia do exterior lhe informava que uma amiga muito querida morrera na
véspera, vítima de um acidente.
Lendo os detalhes, Ester constatou que a hora do acidente coincidia com a do momento em que principiara a
se sentir incomodada, na tarde anterior.
***
Importante sabermos que para os pensamentos e sentimentos não existem barreiras.
No momento em que pensamos, automaticamente nos transportamos ao objeto do nosso interesse, seja
pessoa ou local.
Como nosso pensamento é alimentado e impulsionado pelos sentimentos, a carga de emoções o acompanha.
Se as emoções são positivas, cheias de energias confortadoras, essas chegarão ao destino, beneficiando
sempre.
Se as emoções forem de tristeza, as energias que despendemos chegam ao ponto que fixamos, contagiando.
Se forem pensamentos destrutivos, envoltos em nuvens negativas e destruidoras, seguem carregados de
ondas que perturbam.
Pensamento é energia.
Todos o utilizamos, embora nem todos saibamos da força que através dele movimentamos.
Força que pode ser positiva, neutra ou negativa, dependendo dos sentimentos que a impulsionam.
No caso em pauta, a amiga, ao morrer, pensara em Ester, como se a desejasse avisar do ocorrido.
Ester teve os sentimentos de tristeza, desânimo, sem definir o que ocorrera, quando o pensamento da amiga a
alcançara.
A prece, buscada na hora oportuna, teve o condão de acalmar a receptora e, igualmente, alcançar a emissora.
Por isso, adveio a tranquilidade.
***
Foi o Mestre Jesus quem nos ensinou a orar e a orar uns pelos outros.
Dessa forma, a prece, em momentos de inquietação, é excelente terapêutica.
Ao orarmos ao Pai, pedindo por nós ou por outrem, a resposta não tarda.
Orar é revestir o pensamento em muito amor, carinho, e boas intenções.
A oração nos propicia clima positivo, auxiliando, inclusive, aos que nos estão próximos ou a nós estejam
ligados, pelos laços do afeto.
Dessa forma, para louvar – oremos...
Para pedir – oremos...
Para agradecer – oremos...
Mantenhamo-nos ligados ao Bem Superior.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #pressentimento #prece #oração #pensamento #reflexão
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19. FILHOS DE DEUS

Foi num desses dias. Desses cinzentos em que a natureza parece se casar aos sentimentos que nos
vão na alma.
A manhã não me trazia novidades. Os problemas eram os de sempre e continuei a empilhá-los na mesa
do escritório.
Talvez, depois, eu busque a solução. Mas, agora, minha alma está por demais magoada, machucada
para que a mente consiga mergulhar em qualquer coisa e encontre algum desfecho satisfatório.
Como se pode viver assim?
Então, por um desses milagres que somente um poder superior pode decifrar, tentando ao menos
organizar a papelada, um cartão chamou-me a atenção.
Estava escrito com caligrafia caprichada. Nem sei bem desde quando estava ali, perdido, no mar dos
papéis, dos livros, das contas.
Tentei lembrar onde o recebera. Penso que foi em algum desses encontros de amigos, em que
costumamos oferecer algo um ao outro.
Alguém me entregara aquele cartão, feito em delicado papel.
Pelo capricho da letra me pus a ler:
Se Deus tivesse uma geladeira, sua fotografia estaria grudada ali.
Se Ele tivesse uma carteira, guardaria sua fotografia dentro dela.
Ele lhe manda flores todas as primaveras e o brilho do sol todas as manhãs.
Bom, eu pensei, hoje não tem sol. O dia está nublado. Ele deve ter esquecido de mandar o sol brilhar.
E continuei a ler:
Sempre que você tem vontade de falar, Ele ouve.
Ele pode morar em qualquer lugar do Universo, mas escolheu o seu coração.
Que tal aquele presente de Natal que Ele lhe deu em Belém?
E aquela sexta-feira no Calvário?
Acredite. Ele é loucamente apaixonado por você.
***
Eu li e reli aquelas linhas.
O sol brilhou em meu coração. Lá fora, as nuvens se abriram para que o carro solar passasse.
Como me pudera esquecer de que sou filho de um Deus todo Poder, todo Bondade, todo Justiça?
Como pude me deixar envolver em tanta tristeza, ao ponto de quase querer desistir da vida?
Como pude esquecer que sou filho do Ser mais poderoso do Universo? E seu herdeiro.
Herdeiro das estrelas que abrilhantam as noites.
Herdeiro dos mundos que me aguardam, tão logo me decida por merecê-los. Mundos solidários,
mundos de felicidade, mundos de progresso.
Moradas dos céus.
Como posso dar tanta importância a pequenos transtornos que se acumulam, somente porque não me
disponho a enfrentá-los, um a um?
Como pude esquecer tudo isso?
***
Ante as dificuldades que nos castigam, lembremos que somos filhos do Amor generoso do Dono do
Universo.
Um Universo criado para nós, seus filhos. Um jardim de mundos, de sóis, que nos aguarda, seres
imortais, em nosso trânsito, rumo à perfeição.
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Não nos permitamos desanimar quando os pedregulhos parecerem rochas de granito, impedindo-nos a
continuidade do percurso.
Não estamos sós. Acima de tudo, Deus Pai, generoso, nos envia Suas bênçãos, fortalecendo-nos.
Permitamo-nos sentir o sol das Suas bênçãos, a ternura do rocio de Sua mensagem que nos afirma:
Prossiga. Tudo passa neste mundo.
Passam as dores, as alegrias, os problemas. Tudo aqui é impermanente.
Prossiga e você vencerá.
Aguardo você, filho amado, ao final da jornada triunfal. Amo você!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Transcrição dos versos Ele é loucamente apaixonado por você, de Max Lucado, do livro HISTÓRIAS PARA O CORAÇÃO 2,
organizado por Alice Gray, ed. United Press
***
#momentoespirita #Deus #prece #oração #amor #reflexão #filhosdeDeus
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20. DE QUE TAMANHO É O AMOR DE MÃE?


Quem pode aquilatar o amor de uma mãe?
Por vezes, alguns menos emotivos acreditam que o tal sentimento é demasiado enaltecido. Afinal, não é tão
grande assim.
Contudo, diariamente, fatos comprovam que ele é maior do que possamos imaginar ou conceber.
E, um certo sábio ressaltou: Contra fatos não há argumentos.
Durante o terremoto, que abalou a Turquia, neste ano de 2023, muitas cenas testificaram a grandeza do amor
materno. E o seu alcance.
Nessas catástrofes, louve-se o trabalho abnegado das equipes de busca e salvamento. São homens e
mulheres que parecem não cansar até se esgotarem todas as possibilidades de resgatar uma vida.
Uma dessas equipes, passados cinco dias dos primeiros tremores, estavam abandonando um dos locais, onde
antes se erguia um edifício.
Não haviam detectado mais sinal algum de vida. Assim, liberaram para que os tratores movessem o concreto,
limpando a área.
Iniciada a tarefa, uma mulher, em altos brados, apareceu, dizendo que o trator não deveria avançar.
Implorou, de forma tão veemente, dizendo que seus dois filhos estavam soterrados ali e ainda viviam, que os
socorristas foram acionados para mover as pedras, de forma cuidadosa, com as próprias mãos.
Depois de algum tempo, encontraram duas crianças. Assustadas, mas vivas.
Para as acalmar, tão logo uma das socorristas conseguiu, lhes falou que não se preocupassem, não tivessem
medo.
A mãe deles estava logo adiante, esperando por eles.
Então, um dos pequenos falou: Nossa mãe morreu, moça. Faz quatro anos!
***
Talvez alguém diga que o condutor do trator sofreu uma alucinação pelo cansaço de tantas horas estafantes de
busca.
Que maravilhoso processo dessa alucinação! Ver uma mãe que já partiu da Terra e que indica, de forma
precisa, onde estão os seus filhos amados.
O coração nos diz que a Imortalidade é uma verdade, cada vez mais sendo provada e evidenciada.
O coração nos fala que as mães, mesmo do outro lado da vida, continuam a amar e proteger os seus rebentos.
Amor de mãe, sublime, abnegado.
De que tamanho é esse amor?
Quem de nós o pode aquilatar?
Somente quem já o viveu, sentiu, pode falar algo a respeito.
Somente quem recebeu o carinho de uma mulher, mãe da carne ou mãe pelo coração, pode se emocionar com
esse fato que narramos e agradecer a Deus por ter criado as mães.
Essas mulheres de fibra, de coragem, que tudo fazem pelo objeto do seu amor, mesmo que não o tenham
gerado.
Torna-se mãe a partir do momento em que o agasalha no peito.
***
Enquanto houver mulheres mães na Terra, a criança terá um colo para se aconchegar; o adolescente terá
ouvidos que ouçam a dor que sente.
O adulto saberá que sempre haverá um lugar para voltar.
O criminoso terá um coração que o visite e perdoe.
O desesperado terá uma voz que o estimule a prosseguir no caminho;
O doente terá dois braços que o afaguem, desejando que a dor amenize e a enfermidade o abandone.
Amor de mãe não tem tamanho.
É um anjo em forma de mulher, andando pela Terra, consolando, sustentando, amparando os filhos do Senhor
da vida.
Benditas sejam as mulheres mães.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #mãe #amordemãe #imortalidade #reflexão #vida
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21. ALÉM DA VIDA


O que nos espera depois da morte física?
Esta é uma pergunta que muitos se fazem. ante o desconhecimento do que os aguarda, alimentam o
terror da morte. Pessoas há que sequer ousam mencionar a palavra, como se isso fosse atrair o fato para
si ou para os seus.
Mas isso não impede que a morte chegue. O medo de morrer está muito em função do desconhecimento
de que para além da vida corporal existe a verdadeira, a vida espiritual.
Embora alguns ainda duvidem, é uma certeza. Dr. Raymond Moody Jr, com residência na Escola de
Medicina da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, possui larga experiência sobre o assunto.
Com vários livros publicados, ele relata os casos de pacientes que tiveram experiências de quase morte.
Isto é, pessoas que sofreram problemas graves, que quase lhes assinalaram a morte e retornaram,
contando o que lhes aconteceu naquele período. Embora alguns tratem tais relatos como alucinação, não
se pode conceber que ao retornarem ao corpo, após a morte aparente, tais criaturas relatem fatos,
situações, quase sempre confirmados.
Mais recentemente, Dr. Moody passou a analisar o caso de crianças que sofreram morte aparente.
Porque, diz ele, se o adulto teve tempo para ser influenciado e modelado pelas experiências de sua vida e
crenças religiosas, as crianças não estão profundamente influenciadas pelo ambiente cultural e nelas a
experiência adquire um certo frescor.
É o caso da garota de sete anos que, ao atravessar um trecho congelado do rio, caiu e bateu a cabeça.
Desmaiou e permaneceu inconsciente por doze horas. Durante esse tempo, o médico não sabia se ela
iria morrer ou viver. A garota se viu em um jardim extraordinariamente belo, com flores semelhantes a
dálias enormes. Olhou em volta e viu um ser. Sentiu-se amada e acalentada pela sua presença. Foi uma
sensação deliciosa, como jamais experimentara em sua vida.
O ser então lhe perguntou: você vai voltar?
E ela respondeu: sim.
Ele perguntou porque ela queria retornar ao seu corpo e ela disse: porque minha mãe precisa de mim.
Depois disso, sentiu-se descendo por um túnel. Acordou na cama, levantou-se e disse: oi, mamãe.
Essa é uma boa evidência de que há vida depois da morte.
Prosseguiremos a viver sim, porque o espírito é imortal e haverá de retornar, muitas vezes ainda, ao
cenário da Terra, até sua completa depuração.
***
Você sabia que, quando as crianças relatam suas experiências de quase morte, constata-se que um
número surpreendente delas se vêem em corpos espirituais adultos?
Tal fato está levando expoentes da psiquiatria, da psicologia e da psicanálise à conclusão de que o
homem não é um ser físico, vivendo experiências espirituais, mas um ser espiritual, temporariamente
ligado a um corpo físico.
É a ciência levando o homem a reconhecer as verdades já propaladas desde a remota Antigüidade e
vulgarizadas pelo Cristo.
***
Joanna de Ângelis, em Vida Feliz, 60, nos aconselha:
Vez que outra, dedica algum tempo para meditar a respeito da morte.
A morte arrebata os inimigos, os afetos, e te chegará num momento qualquer.
Prepara-te todo dia, como se ele fosse o teu último na Terra.
Acostumando-te a pensar na morte, ela não te ferirá quando passe pela tua porta ou conduza alguém que
te seja amado.
São Francisco de Assis aguardava-a com a tranquilidade com que "capinava o jardim".
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 3 do livro A Luz do Além, de Raymond Moody, Jr., Ed. Nórdica.
***
#momentoespirita #vida #vidaaposamorte #desencarne #reflexão #Alem
26

22. MÃES SOLTEIRAS

É um fenômeno mundial. No planeta inteiro, há milhares de anos, bilhões de mulheres encaram a maternidade
sozinhas.
Hoje até se tornou moda: mulheres independentes e financeiramente estáveis optam por criar os filhos
sozinhas.
Mas, na maior parte das ocasiões, a maternidade solitária não é fruto de uma escolha.
Sim, ser mãe solteira é também amargar o abandono, a confiança traída. É encarar o futuro assustada, muitas
vezes sem sequer ter saído da adolescência.
Como se sabe, na adolescência e na juventude, tudo parece ser maior, mais intenso e mais profundo do que
realmente é.
Por isso, os mais jovens se apaixonam e imaginam que vão morrer de amor. Quando rompem um namoro,
acreditam que jamais encontrarão alguém melhor. E as brigas familiares assumem proporções de tragédia.
Tudo isso é preciso ter em mente quando se analisa a questão das mães solteiras, da gravidez na adolescência
e das crises que envolvem tais situações.
É óbvio que uma gestação na adolescência não é a situação ideal. Ela atrasa estudos, interrompe sonhos e
planos, gera momentos de desconforto.
Mas o que fazer diante do fato concreto? E quando uma filha revela que está grávida, que atitude tomar?
Diante de uma gravidez, os pais entram em pânico e as filhas se desesperam ou se revoltam. Instala-se o caos.
***
É bem humano e natural que seja assim. É que criamos expectativas a respeito dos outros.
Os pais esperam que as filhas cursem uma Universidade, consigam um bom emprego, namorem, se casem e
constituam uma linda e harmoniosa família.
Por sua vez, as filhas também traçam planos que, às vezes, até coincidem com o dos pais. Mas elas também
desejam ser felizes, conseguir independência, ter um lar para chamar de seu, com algum conforto e muita
alegria.
São projetos. Mas a vida tem surpresas pelas curvas do caminho. E a mais comum situação é ver os sonhos
desaparecerem como bolhas de sabão.
E nessas ocasiões vem a pergunta: Como agir? Como ser solidário e bom com a filha grávida, sem deixar de
chamá-la à responsabilidade própria?
As respostas a essas questões envolvem duas palavras: amor e sabedoria.
Amor para compreender que a filha atravessa um momento delicado.
Muitas vezes foi abandonada, está sem chão, sem suporte. Desnorteada, não consegue ver o futuro. Pensa
apenas na gravidade da situação, nos momentos próximos em que terá nos braços um filho.
E ela mesma é pouco mais que uma criança...
***
Para os pais, a hora é igualmente difícil. Abalados, decepcionados, choram e brigam, externando a dor interna.
Mas são mais maduros.
É a hora de ganharem forças para amparar a filha necessitada.
E ajudar a filha mãe solteira não é assumir as responsabilidades dela nem a educação do neto.
Auxílio, nesse caso, é orientação, apoio psicológico e material, estímulo a continuar os estudos, cuidar do
próprio filho e seguir em frente.
Por vezes, fazemos tempestade em copo d´água. Ao contrário do que muita gente pensa, é possível ter filhos,
estudar, trabalhar e concretizar todos os sonhos.
É lógico que tudo será mais trabalhoso e difícil, mas não é impossível. A dificuldade é consequência da
invigilância.
Para isso, basta que alguém - pais, namorado, irmão, amigo, parente - faça uma pequena corrente de
solidariedade e dê apoio.
Não se trata de assumir o papel da mãe nem suas obrigações. Isso jamais. Trata-se de pequenos gestos que
farão toda a diferença no futuro.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #mãe #amordemãe #filhos #reflexão #vida #responsabilidade
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23. EMOÇÕES QUE NOS GOVERNAM

Quais são as emoções que, ultimamente, vêm nos impactando?


Quais emoções temos agasalhado em nossa intimidade?
Somos estimulados pelos mais variados fatores externos, que nos aguçam emoções que repercutem em
nosso interior.
As conversas, filmes, músicas e tudo aquilo com que ocupamos nossas horas de lazer nos impactam e
geram emoções.
Essas emoções repetidas, aos poucos, criam espaço e passam a habitar em nós, proporcionando paz ou
intranquilidade.
Importante, dessa forma, questionarmos que emoções têm ganhado espaço em nós.
Que emoção tem motivado em nós os filmes que temos assistido?
Ao desligarmos a TV ou sairmos da sala de cinema, que emoções carregamos conosco? Sentimo-nos leves,
felizes ou pesados, acabrunhados?
E as músicas que escutamos, que embalam nosso dia, que alimentam nossa playlist?
As notícias que buscamos na internet trazem sempre o mesmo teor emocional, que insistimos em
realimentar?
Nas horas de lazer, quais são as emoções que conseguimos com os jogos digitais ou nos aplicativos que
utilizamos?
***
É possível que essa breve análise nos diga qual tipo de emoção estamos privilegiando e, como
consequência, consolidando em nós.
Se o teor dessas emoções está preferencialmente vinculado à violência, à agressividade, apenas delas
estamos nos nutrindo.
Se são emoções de impacto, que estimulam a adrenalina, a externalidade das ações, serão elas que farão
efeito em nós.
Então, lembremos qual foi o último filme assistido que nos provocou boas e aprofundadas reflexões ou
conseguiu marejar nossos olhos em uma doce emoção.
De todos os momentos de música, de tudo que escutamos, quantos desses momentos nos trazem
tranquilidade, momentos de serenidade, de harmonia, de paz.
Por fim, o que nos promovem as atividades de lazer, seja o esporte, o reencontro com amigos ou os
momentos com jogos digitais ou redes sociais?
Já pensamos em reservar um tempo para um encontro conosco mesmo, a partir da meditação, da
autoanálise, do entendimento do que nos vai na alma?
Isso poderá nos levar a identificar quais as emoções que estamos privilegiando e com qual tipo de alimento
estamos nutrindo nosso íntimo.
Em decorrência, poderemos exercitar as que nos são favoráveis e buscar eliminar aquelas que nos são
prejudiciais.
Muitas vezes, por não estimularmos, perdemos o contato com emoções generosas que permanecem
esquecidas, adormecidas, em algum canto de nós.
***
Tentemos, pois, analisar a que classe pertencem as emoções de que nos estamos alimentando.
E, possivelmente, nos descubramos necessitados de notícias que tragam o otimismo, ou que destaquem
ações valorosas.
Elas nos lembrarão de que há muita gente nobre no mundo, além daquelas que provocam escândalo e dor.
Igualmente, buscando um ou outro filme com temática menos agressiva, nos permitamos contatar leveza,
delicadeza, que evocarão em nós brandura e suavidade.
Alterando algumas ações, alguns hábitos, nos permitiremos conectar com o que de mais nobre vive em nós.
Pensemos a respeito.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #emoções #sentimentos #vigiar #reflexão #comportamento #responsabilidade
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24. UMA VITÓRIA REAL

O hábito de sonhar é inerente ao ser humano.


Todo ser humano sempre possui algum projeto a realizar.
Nas várias fases da vida, os sonhos se sucedem.
A cada vitória, surge um novo projeto.
É bom que seja assim, pois a esperança de um futuro melhor dá colorido à vida.
Todos os sonhos ligam-se ao desejo humano pela felicidade.
É na busca do bem-estar e da plenitude que o homem aprimora-se.
Sem sonhos e metas para alcançar, o espírito humano fenece.
Entretanto, é preciso reconhecer que a finalidade da vida não se cinge a aspectos materiais.
Basta um lançar de olhos pela existência humana para constatar a sua transitoriedade.
Tudo o que se vincula à matéria é passageiro.
Por maior que seja a beleza física de alguém, ela passa.
A mais vigorosa saúde gradualmente periclita.
A fortuna é caprichosa e troca de mãos com frequência.
Ninguém consegue levar sua riqueza ao partir deste mundo.
As posições de prestígio perdem importância ou passam a ser desempenhadas por outros.
Nada garante que os familiares e amores de alguém ficarão ao seu lado até o final da vida.
As pessoas mudam de cidade, trocam de emprego, descobrem novas afinidades e interesses.
Ademais, inevitavelmente alguém morre primeiro.
Enfim, há sempre um certo destroçar e despedaçar envolvendo a vida na Terra.
***
Essa realidade não constitui crueldade da natureza.
Trata-se antes de um lembrete ao homem de que ele está aqui, mas não é daqui.
É bom e útil que se ocupe com o mundo que o rodeia, que faça o possível para viver bem.
Mas não pode colocar todas as suas expectativas em algo transitório, sob pena de cruéis decepções.
Quem reflete facilmente conclui que a felicidade plena não é possível na Terra.
Aqui sempre haverá um elemento de instabilidade, a causar aflição.
Contudo, o desejo da felicidade é inerente ao ser humano.
Importa, pois, descobrir metas cujo alcançar de fato conduza à plenitude do ser.
Essas metas nada podem conter de instável e incerto.
Consequentemente, não podem se vincular a questões transitórias.
Tendo em vista que todo ser humano cedo ou tarde partirá deste mundo, é preciso descobrir quais
tesouros ele poderá levar consigo.
Por certo, não serão riquezas, títulos, posições e honrarias.
***
O Espiritismo ensina que os Espíritos encarnam e reencarnam infinitas vezes, com o propósito de se
aperfeiçoarem.
Ao final do processo, todos serão plenos de amor e sabedoria.
Coerentemente, uma meta realmente importante, em termos de vida imperecível, liga-se ao alcance
desse propósito maior.
Todas as outras vitórias, grandes ou pequenas, são passageiras.
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O ser humano consciente de sua destinação superior compromete-se com o burilamento do próprio
caráter.
Ao falar sobre o amor ao próximo, Jesus indicou o caminho.
É preciso fazer ao semelhante o que se deseja que ele nos faça.
Alguém egoísta não consegue tratar o próximo como gostaria de ser tratado por ele.
Afinal, sempre se considera mais importante do que os outros.
Assim, uma meta digna de ser buscada reside na eliminação do próprio egoísmo.
A sua conquista pressupõe aproveitar todos os embates do viver para desenvolver a solidariedade e a
compaixão.
O aprendizado dessa lição constitui uma real e importante vitória na jornada espiritual.
Ela liberta o Espírito das dolorosas injunções materiais e o candidata a experiências sublimes.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #sonhos #valores #conhecimento #reflexão #comportamento #autoconhecimento #vida #evolução
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25. ESPERANÇA E FÉ

Quando os reveses se sucedem, costumamos permitir que o desânimo nos abrace.


Afinal de contas, dizemos, quem consegue aguentar tanta coisa ao mesmo tempo?
No entanto, a própria vida já nos ensinou, a todos os que temos alguns anos de experiência física, que
tudo passa.
As nuvens negras que toldam o céu pela manhã, poderão, logo mais serem espancadas pelos ventos que
sopram forte, nas primeiras horas da tarde.
A perda do emprego que, num primeiro momento, parece nos tirar o chão dos pés, se revela oportunidade
de crescimento e realização profissional ante perspectivas novas que se apresentam.
Assim é a vida na Terra. Impermanente. Hoje o panorama parece nos destroçar. Amanhã ressurge a
esperança com os verdes tons de uma primavera risonha.
Entretanto, quando a enfermidade adentra o lar e envolve seres amados, quase soçobramos.
A fé, que dizíamos possuir, desaparece entre as lágrimas da desesperança.
O futuro nos parece negro, aterrador. Antes mesmo de aguardar os resultados da medicação, da cirurgia,
dos procedimentos clínicos, nos aventuramos em desespero.
Como faz falta a esperança em nossas vidas!
***
A esperança tem sido cantada em prosa e verso no curso do tempo.
Ter esperança é esperar uma dádiva, no hoje ou no amanhã.
Nesta vida, ou depois dela.
É aguardar um resultado positivo para algo muito esperado e almejado.
Qual é a mãe que não deseja a realização de uma vida feliz para seu filho?
Quando esse filho parte para a outra vida antes dela, não guarda ela a esperança de que ele esteja bem?
As pessoas que buscam fazer o melhor durante suas vidas, mantendo a consciência em paz, não têm a
esperança de ser felizes?
Percebe-se que a esperança fica muito próxima do sentimento de fé.
Quem guarda a esperança no coração é porque confia na possibilidade almejada.
***
Confiar, ter firme convicção é ter fé.
Dessa forma é que esperamos e acreditamos em um futuro melhor.
O que não podemos esquecer é que muito do que esperamos e pretendemos alcançar é determinado
pelas nossas próprias atitudes, nossa maneira de agir, de pensar.
A perseverança no bem, os pensamentos otimistas nos auxiliam na alimentação da esperança.
Sustentados por ela, seremos vitoriosos em nossos empreendimentos.
Que a esperança esteja sempre presente em nosso íntimo, onde quer que estejamos.
Que sejamos capazes de combater em nós o que nos impede de brilhar, e façamos da esperança e da fé,
o caminho que nos levará a doces recantos de paz.
A alegria interior é renovada sempre que a esperança se alia às boas obras.
A fé se fortifica toda vez que nos detemos em momentos de reflexão, que dirigimos nosso pensamento ao
Alto e nos dispomos à oração.
Essa oração simples que nem precisa brotar dos lábios, somente basta extravasar do coração.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #esperança #fé #conhecimento #reflexão #comportamento #vida
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26. UMA DECISÃO ACERTADA

É comum se ouvir falar a respeito do altruísmo do amor materno e do que é capaz, quando se trata de
preservar a vida ou a felicidade dos filhos.
O caso de Michelle é um desses. Ela, o marido e o filho de seis anos haviam acabado de se mudar para
a casa dos seus sonhos.
Estilo colonial, cinco quartos, terreno espaçoso.
O menino começara a frequentar o jardim de infância e a ocasião era ideal para ter um segundo filho.
Nos seus seis anos, James acreditava que Deus ouvira suas preces e um irmão ou irmã estava a
caminho.
Tudo era esperança e alegria, até o médico suspeitar da existência de um tumor na mama direita de
Michelle.
Ela só conseguia pensar: Eu vou morrer. Eu quero ficar com o meu filho. Eu não vou contar aos meus
pais que tenho câncer.
O diagnóstico veio após três biópsias e uma ultrassonografia.
O tumor tinha menos de um centímetro e era receptor de estrogênio positivo.
O que deveria ser uma vantagem, no caso de Michelle, grávida, significava que ele se alimentaria da
maior quantidade possível de estrogênio em sua corrente sanguínea.
Quer dizer: ele cresceria com acelerada rapidez.
***
A especialista a quem foi encaminhada aconselhou que ela interrompesse a gravidez.
Isso lhe permitiria extirpar o tumor e se submeter à quimioterapia. Ela poderia voltar a engravidar em
cinco anos.
Por que tirar o meu bebê? - Pensava Michelle.
Por que devo eliminar meu filho para eu viver?
Por que não posso optar por uma mastectomia e ficar com meu bebê?
Finalmente, para desespero de seu marido e de sua irmã, que acompanhava o caso, Michelle optou por
se submeter a uma mastectomia.
Ela poderia amamentar seu filho, porque não faria radiação nem quimioterapia.
E encontrou um aliado em sua luta pela vida. Seu obstetra estava disposto a apoiá-la.
Essa decisão significava que não teria que eliminar a vida que pulsava em seu ventre.
E como pulsava.
Quando despertou, após realizada a cirurgia para a retirada total da mama direita, seu marido chorava
ao seu lado.
O obstetra entrou e colocou o monitor fetal para escutar as batidas cardíacas do bebê.
Estaria tudo bem com ele? A expectativa era enorme. O silêncio ainda maior.
Então, o monitor disparou e o som das batidas daquele coraçãozinho parecia gritar: Obrigado.
Obrigado.
Michael nasceu perfeito e saudável.
***
Três anos depois, até a dolorosa e demorada reconstituição da mama foi superada pela alegria dos
filhos e do marido.
Michael é um apaixonado pelo irmão. Abraça-o muitas vezes e diz: James, meu irmão!
Quando Michelle contempla essa cena, sua voz falseia.
Ela recorda que poderia ter perdido tudo isso.
32

E agradece a Deus por ter feito a correta opção. Por ter atendido ao amor e preservado, embora com
grande sacrifício, a sua e a vida de seu filho.
Quando ora a Deus, diz, de forma particular:
Obrigada, meu Deus, por eu ter escutado a voz da vida. Obrigada pela minha vida, pela vida de
Michael.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 149, nos recorda:
Deus conhece o teu destino e comanda a tua vida.
O que te ocorre, mereces, a fim de conquistares novas marcas na escala da evolução.
Deus é Pai Misericordioso e vela por ti.
Jamais te consideres desprezado, resvalando pela rebeldia e blasfêmia.
O homem deve treinar coragem e resignação, sem cujos valores permanece criança espiritual.
Deus não tem preferências e nos ama a todos.
Deixa-te conduzir pelas ocorrências que não podes mudar, e altera com amor aquelas que te irão
beneficiar.
Desesperar-te? Nunca!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Artigo CHEIA DE VIDA, de Laura Yorke, de SELEÇÕES DE READER'S DIGEST, de janeiro/2006
***
#momentoespirita #vida #aborto #altruismo #reflexão #comportamento
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27. O LIVRO DA NATUREZA


Lemos, em precioso artigo de um jornalista e navegador: Os aprendizados que vêm da natureza são simples,
poderosos e nos dão bons exemplos todos os dias. Basta enxergá-los.
Já nos recomendou um Sábio das terras galileias, há uns dois mil anos, que contemplássemos a Criação.
Serviu-se de sementes, de lírios do campo, de aves do céu, de redes e peixes para Seus ensinos.
Louvou o cordeiro, a ovelha. Também recordou da prudência das serpentes.
Dedilhou suas mais belas canções no alaúde de um imenso lago, que os homens chamaram de Mar da
Galileia.
A natureza. Um grande livro, um dicionário que decifra significados e nos mostra sinônimos.
Um livro de História antiquíssima, que guarda os feitos e os fatos das múltiplas gerações, grafando traço a
traço na casca dos troncos das árvores.
Ou na escultura das rochas milenares, grafadas pelos ventos e pelas águas.
Um livro de orações que nos convida a agradecer o nascer do sol, com o trinar dos pássaros em prece, no
alvorecer; que finda o dia cantando, feliz pelas horas vividas; que louva o Criador com o vento que sussurra
segredos entre as folhas.....
Sim, basta ter olhos de ver, ouvidos de ouvir. Ver a água transparente que inicia num pequeno olho que brota
da terra, e se dispõe a viajar, milhas e milhas, desejando alcançar o oceano.
E é o imenso oceano que nos ensina a grande lição da aceitação do outro.
O oceano não recusa o rio doce, não recusa rio algum.
A água une e dissolve. É a sua natureza.
Não há esta e aquela água, somente água.
Um par de gotas mal se encontra e já são uma só. Mal se veem e são o oceano.
E o oceano recebe homens maus, recebe traficantes de armas, refugiados, enamorados.
O oceano recebe exércitos de guerreiros. E batalhões de paz.
Homens que viajam a negócios. Pessoas que gozam férias.
***
Como seria bom se aprendêssemos a ser mais humanos, imitando o oceano.
Encontrarmos o outro e nos reconhecermos irmãos, sem preconceitos, sem erguer muros nem barreiras.
Vermo-nos como seres criados pelo mesmo Senhor absoluto dos mundos, com a mesma finalidade:
chegarmos ao oceano da perfeição.
Assim, enquanto peregrinamos pelos rios da vida, bastaria nos unirmos, entendermos que todos estamos a
caminho e formarmos uma Humanidade fraterna.
E como rios não obedecem fronteiras, lançam-se onde queiram, assim deveríamos ser também.
Sem distinção de raça, credo, nacionalidade, nos permitirmos ser cidadãos do mundo.
Quão mais simples seria a vida se nos sentíssemos assim: gotas formando rios, rios caminhando para o
oceano, transpondo fronteiras amigas.
Sermos água límpida, que sacia a sede; que lava as sujidades; que limpa a atmosfera quando despenca dos
céus, em abundantes jorros.
Simplesmente água, que tem a mesma composição no alto da montanha europeia, no interior da floresta
americana, na fonte que apenas murmura, em nascente tímida em algum lugar deste planeta.
Aprender com a natureza. Simples como as pombas, prudentes como as serpentes.
Majestosos como os lírios dos campos, confiantes como os pássaros dos céus.
Criaturas de Deus! Seres imortais!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Artigo O OCEANO RECEBE TODO RIO, de Lucas Tayuil de Freitas, da Revista VIDA SIMPLES, edição 169, de abril/2016
***
#momentoespirita #vida #simplicidade #reflexão #comportamento #fraternidade #natureza #aprendizado
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28. O SUCESSOR MAIS APTO


Nas monarquias, um dos grandes dilemas se refere à linha de sucessão. De um modo geral, bem
estabelecida.
Por vezes, algumas dificuldades se apresentam se o monarca pretende que quem o suceda dê continuidade
aos seus projetos.
Assim era o caso daquele rei, envelhecido nos anos e que começou a cogitar a qual dos quatro filhos deveria
confiar a coroa, tão logo ele partisse para o Além.
Por isso, principiou a ter longas entrevistas, em particular, buscando saber qual deles teria o melhor a
oferecer ao reino.
O primeiro entrevistado sintetizou a sua vontade de suceder ao pai. Ele era possuidor de imenso tesouro,
amealhado ao longo dos anos e estava disposto a colocar todos esses recursos a benefício do reino.
Isso significaria que o reino poderia ser considerado o mais rico dentre todos.
E poderiam ser ampliadas as fontes de comunicação com outros reinos, multiplicadas as possibilidades de
navegação e de estradas, com estabelecimento de um comércio mais intenso.
No todo, mais e mais riquezas para o reino.
***
O segundo filho, depois de muitos arrazoados e de ouvir seu pai, disse que se considerava, dentre os
irmãos, o mais inteligente.
Dessa forma, colocaria sua inteligência a serviço do reino. Poderia promover melhorias na indústria, criando
técnicas inovadoras para os serviços de toda ordem.
Com tudo que viesse a promover, tinha certeza de que o reino seria considerado, por todos os governantes,
como o mais inteligente da Terra.
O terceiro filho foi mais direto. Ele não tinha tantas riquezas quanto o primeiro irmão, nem podia dizer ser
mais inteligente do que o segundo. Mas, ele tinha um predicado muito importante. Era possuidor de muita
força.
Ele vencia todos os torneios em que a força fosse a tônica. E seria com sua força que reinaria.
Os exércitos seriam treinados para terem os soldados mais fortes, a guarda pessoal do rei seria imbatível.
Nas grandes batalhas ou nos pequenos embates, contra quem quer que fosse, o reino teria assegurada sua
vitória, pela força.
***
Finalmente, o quarto filho chegou para a entrevista. Inquirido a respeito do que teria a oferecer ao reino, foi
preciso:
- Meu pai, não tenho tesouros guardados, nem sou possuidor de inteligência extraordinária ou de grande
força.
Meus irmãos passaram anos cultivando esses valores. Eu tenho vivido no meio do povo. Não tive condições
de seguir o exemplo de qualquer um deles.
Estou com os que adoecem, com os que se mostram tristes, com os que apresentam desânimo. Trabalho
com eles, estou com eles, falo com eles.
Ofereço o medicamento para o corpo, boas palavras e ânimo para os seus dias de luta.
Portanto, a única coisa que tenho para oferecer é o meu amor pelo povo. Não ficarei desapontado se não for
nomeado seu sucessor. De qualquer forma, continuarei a fazer o que tenho feito até agora.
***
Quando o rei morreu, o povo aguardou, com ansiedade, a notícia de quem seria o novo soberano.
E uma grande alegria ecoou em todos os corações quando souberam que o quarto filho fora nomeado
sucessor.
***
Extraído do Momento Espírita, com base na história PARA QUEM DEIXAREI MEU REINO?, de Donald E. Wildmon, do livro HISTÓRIAS
PARA O CORAÇÃO 2, de Alice Gray, ed. United Press.
***
#momentoespirita #vida #liderança #reflexão #comportamento #valores #amor #aprendizado
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29. UMA FONTE INESGOTÁVEL

Num mundo material, de quantidades limitadas, de medidas em litros, quilos, é natural pensarmos que
quando se doa algo, fica-se com menos do que se tinha antes.
Imaginemos uma caixa de bombons, com vinte unidades, que precisamos repartir com cinco membros
da nossa família.
A matemática do Fundamental ensina muito bem as crianças a conhecerem o resultado, isto é, a
saberem que, nessa divisão, cada integrante deverá receber quatro doces.
Imaginemos a mesma caixa tendo que ser repartida numa família maior, com dez pessoas. Nosso
pensamento lógico logo conclui: cada um irá receber menos que no primeiro caso.
Esse tipo de raciocínio é compreensível quando estamos na esfera das coisas, dos objetos, que podem
ser medidos em unidades, quilos, metros.
***
No entanto, levemos esse mesmo pensamento para outra dimensão. Para a dimensão do amor.
Suponhamos que o amor é a nossa caixa de bombons!
Se dividirmos esse amor com duas ou três pessoas, elas recebem um tanto. Mas, se a repartirmos com
mais e mais, cada novo amor da nossa vida vai receber cada vez menos.
Vejamos como fica estranha a lógica neste caso, pois estamos falando de algo que não se mede, de um
sentimento, que não se pode colocar numa caixa, num envelope ou num vaso.
Talvez possamos imaginar que o amor que temos está numa espécie de vaso, desses valiosos, de
porcelana.
Selecionamos com quem dividir esse líquido precioso porque temos a impressão de que sua quantidade
é limitada.
O resultado será o mesmo: quanto maior o número de pessoas menor será a quantidade do líquido para
cada uma.
Comparando essas divisões com o tempo, percebemos que não teríamos tempo para todos! Não
teríamos como dar atenção a muitos.
São sinais que fazem parecer que nosso amor tem alguma limitação.
Quando pensamos assim, estamos nos servindo da lógica da caixa de bombons ou do vaso com
líquido.
***
Agora, imaginemos que, ao invés do vaso, o amor que dispomos vem de uma fonte, que jorra sempre,
sem parar.
E quanto mais nos utilizamos dessa fonte, mais forte ela jorra!
Isso muda tudo, não é mesmo?
Os que gostamos de chocolate podemos dizer: É uma caixa de bombons sem fim! Podemos pensar
dessa forma, se quisermos.
Nesse caso, dividir é multiplicar. A lei do amor funciona assim.
Pais que têm muitos filhos podem até ter dificuldade de tempo, de dividir atenção, mas nunca de amar
menos a cada um.
Filhos e irmãos que cresceram e formaram novas famílias, repartindo seu amor com a figura de um
esposo, uma esposa e outras crianças, não deixam de amar seus pais e irmãos.
Pelo contrário: a nova experiência de vida os ensina a amar mais e valorizar os que vieram antes.
Se temos muitos amigos não significa que amemos menos cada um. Ter mais amigos nos faz amar
melhor cada um deles.
Por isso, não tenhamos medo de ficar sem o amor dos nossos amores, quando eles se encontram no
caminho de aprender a dividir.
36

Não permitamos que o ciúme contagie nosso coração. Ele apenas nos fará menos receptivos ao bem
que possa nos alcançar.
O amor é uma fonte inesgotável. Quanto mais se divide, mais se multiplica.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 140, nos aconselha:
Não te canses de amar.
É possível que a resposta do amor não te chegue imediatamente.
Talvez te causem surpresa as reações que propicia. É possível que as haja desencorajadoras.
Sucede que, desacostumadas aos sentimentos puros, as pessoas reagem por mecanismos de
autodefesa.
Insistindo, porém, conseguirás demonstrar a excelência desse sentimento sem limite e mimetizarás
aqueles a quem amas, recebendo de volta a bênção de que se reveste.
Ama, portanto, sempre.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 140, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #amor #reflexão #comportamento #valores #vida #aprendizado
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30. AS CRISES E NÓS

Na grande maioria das ocasiões, justificamos nossas aflições, relacionando-as com as crises que
enxameiam no mundo.
Acreditamos que aí se encontram as raízes de todas as angústias e problemas da Humanidade.
Dizemos que ninguém pode se sentir realizado em um mundo como este onde vemos nações em lutas
encarniçadas; crise nas finanças em nível internacional; os negócios padecendo ágios absurdos.
Onde há crise no atendimento à saúde; agressões em tudo e por quase nada; falta de trabalho para muitos,
ora pela tecnologia que substitui o ser humano, ora pela própria ausência do trabalho.
Crise na compreensão dos direitos e deveres humanos; diminuição da fertilidade do solo, vida ambiental
empobrecendo, poluição e ameaças de vida; crises de opiniões dividindo e disputando predominâncias;
crises de ética, de amor, de confiança, de fraternidade.
Há muita crise pela frente e isso, dizemos, desanima.
Fixando esse pensamento, deixamos de tentar fazer algo diferente.
Entretanto, podemos modificar a paisagem que nos parece anárquica, em marcha para a desagregação.
Uma receita ao alcance de todos nós, pode ajudar nesse impasse cruel que vivemos:
• levantando o caído, em vez de acusá-lo;
• cumprindo nossos deveres, não exorbitando dos nossos direitos;
• procurando vencer o erro, em vez de censurar o errado;
• não mensurando valores por meio de medidas exteriores, mas concedendo a todos a oportunidade
de crescer;
• não espalhando o pessimismo, promovendo claridade onde estejamos;
• não desperdiçando o tempo na inutilidade, mas produzindo alguma coisa de positivo;
• cultivando a compaixão pelos irmãos combalidos e oferecendo um pouco de nós mesmos.
***
Terapêutica eficiente para a crise moral que verificamos na Terra é o exercício do amor, em que o Cristo
viveu.
Quanto às demais crises - as generalizadas - não nos preocupemos com elas demasiadamente.
Realizemos nossa parte.
Saiamos da crise interior em que nos debatemos sem rumo, iniciando um programa dignificante em favor de
nós mesmos.
Dessa forma, perceberemos que o mundo está miniaturizado em nós.
Somos, portanto, uma célula importante do organismo universal que deverá permanecer sadia a benefício
geral.
E, conforme asseverou Paulo, apeguemo-nos ao bem, sempre e invariavelmente.
***
Quando aprendermos a agir ao invés de reagir, veremos que tudo aquilo que nos parecia levar ao caminho
de uma crise, nos conduz para uma solução agradável da situação.
Cada momento ou situação difícil é oportunidade de mostrarmos a outra face.
Isso quer dizer: mostrar outra forma de enfrentar situações, nos conduzindo para melhores soluções.
De fato, não podemos resolver todas as crises da vida, mas as que conseguirmos bem direcionar ajudarão a
diminuir o montante de desespero que grassa.
Não importa que o próximo não faça a parte dele.
Façamos a nossa parte, mostrando essa nova forma de ver e de realizar o melhor.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. CRISES E VOCÊ, do livro SEMENTES DE VIDA ETERNA, por Marco Prisco e Divaldo
Pereira Franco, ed. O Clarim.
***
#momentoespirita #crises #reflexão #comportamento #valores #vida #aprendizado
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31. AS RELAÇÕES ESTÃO BANALIZADAS


No mundo moderno, as comunicações operam-se com grande rapidez e eficiência.
Internet, televisão e cinema constituem instrumentos de difusão de informações e modos de vida.
Graças a eles se tem notícia do quão liberais estão os costumes.
Valores tradicionais são colocados em xeque.
A educação baseada na proibição dá mostras de periclitar.
Os jovens exercitam a sexualidade cada vez mais cedo.
Tabus caem e nada mais parece errado.
***
Segundo uma concepção que se generaliza, o importante é ser feliz.
Essa felicidade é identificada com a realização de sonhos e a obtenção de prazeres.
Entretanto, a vivência dessa nova cultura não parece proporcionar paz e plenitude.
Problemas psicológicos, como depressão e ansiedade, se alastram.
A troca constante de parceiros traz vazio e insatisfação.
Uma série de relações sem profundidade em nada contribui para o amadurecimento afetivo.
A ausência de compromisso sério torna banais os relacionamentos.
Em clima de banalidade, é impossível surgir uma afeição genuína e profunda.
A qualquer sinal de dificuldade, o rompimento surge como uma opção simples e fácil.
Pessoas tornam-se descartáveis nas vidas umas das outras.
A procura da felicidade torna-se um processo de infantilização.
Ao invés de serem identificados e resolvidos os problemas de uma relação, foge-se deles.
É como se os seres humanos se assemelhassem a eletrodomésticos.
Quando surgem problemas, um é facilmente substituído por outro.
Trata-se de uma triste característica que se incorpora na personalidade.
Gradualmente, optar pela solução mais fácil torna-se uma segunda natureza.
***
Ocorre que a solução mais fácil nem sempre é a mais honrosa.
Em questões morais, raramente agir com correção é fácil.
Caso se opte sempre pela facilidade, corre-se o risco de perder completamente as referências éticas.
De leviandade em leviandade, o homem se converte em um monstro egoísta e imoral.
As dores e os problemas dos outros deixam de ter qualquer importância.
O relevante é não se incomodar e seguir despreocupado.
Entretanto, ação gera reação.
Quem se permite desprezar, ferir e seguir adiante, gradualmente se vê isolado.
Contudo, a dor destina-se a desenvolver a sensibilidade e não poupa ninguém.
Todo mundo, mais cedo ou mais tarde, experimenta dificuldades e necessita de apoio.
Em épocas difíceis, de dor e desolação, um ombro amigo é um tesouro de inestimável valor.
Ciente disso, não se negue a apoiar quem precisa de você.
Não banalize suas relações e nem imagine que as pessoas são descartáveis.
Não tenha como meta de vida a despreocupação.
Descubra a ventura de estabelecer vínculos afetivos sólidos e profundos.
Permita-se partilhar os problemas dos outros.
Converta-se em alguém solidário e disposto a colaborar.
***
Quando surgirem problemas em uma relação, busquemos resolvê-los como adultos, com responsabilidade e
discernimento.
Talvez nossa vida se torne um pouco menos despreocupada.
Mas ela ganhará em plenitude e maturidade.
O exercício da solidariedade e da compaixão nos fará seres humanos melhores.
E, com certeza, ser dignos e bons nos proporcionará paz e alegria.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #amor #reflexão #comportamento #relacionamentos #respeito #solidariedade #compaixão #vida #aprendizado
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32. O AMOR QUE EMOCIONA

A mídia exibiu, certa feita, cenas poucas vezes presenciadas: encontros emocionados, em um
aeroporto.
Eram pessoas tão diferentes, que chamavam a atenção.
Crianças chegavam do Congo, para encontrarem os pais adotivos, que as esperavam.
Abraços e beijos efusivos davam a impressão de já se conhecerem há muito tempo.
Eram emoções sinceras que mais pareciam reencontros depois de muito tempo.
Interessante observar determinadas situações como essas, inusitadas.
Começamos a elaborar interrogações em nossa mente.
Que sentimento de amor tão forte poderia estar oportunizando aquelas cenas?
Que explosão de amor tão contagiante era aquela?
Crianças chorando emocionadas, ao serem abraçadas fortemente por aqueles casais que também
choravam.
Casais que se abraçavam aos pequenos como se estivessem agarrando tábuas em alto e revolto mar,
buscando salvação.
Os olhares surpresos, dos que apenas observavam, contagiados, se enchiam de lágrimas, que nem
sempre rolavam.
E o que mais se destacava é que as crianças que recebiam aquele carinho tão especial de acolhimento,
não eram bebês ou pequeninas.
Eram crianças maiores, de uma etnia diferente, de um país distinto. Para elas era aquela imensa onda
de amor e de aceitação real.
***
Assistimos a uma quebra de tabu, como tantas outras que têm ocorrido, a pouco e pouco, revelando-se
aqui e ali.
Quase sempre, quem adota opta por bebês. Entretanto, tantos, independente de idade, têm sede de lar
e de amor.
Registrando essa efusão espontânea, nos sentimos motivados a reflexionar a respeito do quanto o
destino de uma vida pode estar em nossas mãos.
Uma decisão, um ato que pode ajudá-la a se tornar uma pessoa nobre, enriquecendo o mundo.
Adotar é movimentar o amor na direção do próximo, sabendo que aquele ser precisa de nós, do nosso
concurso, do nosso carinho para ajudá-lo a se tornar uma pessoa de bem.
Quando decidimos gerar um filho, idealizamos, formulamos planos.
Nada muito diferente quando nos dispomos a adotar.
É preciso gerar, em nosso interior, a vontade de ter o filho.
Necessário amor e dedicação para conceber o ato.
Abolir preconceitos e abraçar o novo ser, que passa a fazer parte da família, para sempre.
A adaptação deve ser favorecida para que o novo membro nasça para todos, e que seja bem-vindo aos
corações familiares.
Quando assistimos à cena na mídia, refletimos que o amor que nos leva a decidir pela adoção, seja em
que idade for, tem uma percepção especial: a percepção que aclara o nosso querer, para salientar a
necessidade do novo filho; a certeza de que aquela criança precisa de nós e do nosso amor.
Precisa da nossa imensa capacidade de recebê-la e tê-la conosco para toda a vida.
Portanto, seja nossa família composta por laços sanguíneos ou laços espirituais, o que conta são as
afinidades que nos unem.
E, em tudo isso, tenhamos certeza: as almas que chegam aos nossos lares, mesmo tendo corpos
gerados por outros, não chegam por acaso.
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O amor é quem dita os encontros e os reencontros. E o amor é de essência divina. Essência de que
estamos impregnados para tornar este imenso mundo de Deus cada vez melhor.
***
Joanna de Ângelis tem um conselho bastante oportuno para quem deseja ter ou adotar um filho:
O lar é o templo da família.
Os filhos são empréstimos divinos para a construção do futuro ditoso.
Todo o tempo possível deve ser aplicado na convivência familiar, através dos diálogos, dos exemplos,
tomando-se o método mais eficaz de educação.
Os hábitos adquiridos no lar permanecem por toda a existência e se transferem para além do corpo.
Educar é viver com dignidade, deixando que se impregnem dos conteúdos, com vigor, aqueles que
participam da convivência doméstica.
Tudo quanto invistas no lar, retornará conforme a aplicação feita.
Faze do teu lar a oficina onde a felicidade habita.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 186, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #amor #reflexão #comportamento #relacionamentos #família #encontros #compaixão #adoção #aprendizado
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33. A BENÇÃO DA DOR

O fato, ocorrido em um pronto-socorro, atraiu a atenção dos acadêmicos plantonistas naquele sábado frio.
Era ao cair da tarde quando chegou o casal com um garoto enrolado em um cobertor.
Pai e mãe se mostravam apavorados e o pai não parava de dizer: Ele se queimou. Ele se queimou.
O que causou surpresa aos jovens era que o menino parecia bem. Respondeu, de forma serena, dizendo
seu nome. E isso tranquilizou os plantonistas.
No entanto, quando o garoto foi colocado na maca, retirado o cobertor, viram, estarrecidos, o grande estrago.
Ele sentara sobre a chapa quente de um fogão e tinha queimaduras graves nas nádegas e na parte posterior
das coxas. Era algo para o acidentado estar gritando ou desfalecido.
No entanto, é como se nada tivesse acontecido. Foi levado para o Centro Cirúrgico para retirada do tecido
morto, entre outras providências.
Era evidente que, posteriormente, ele precisaria de um transplante de pele.
Intrigados, os acadêmicos ouviram a explicação do experiente professor: O que vocês presenciaram é um
caso raro da Síndrome de Ryley-Day.
Uma anomalia genética que afeta os neurônios sensoriais.
E concluiu: Ele não sente dor e esta é a sua desgraça.
***
Ante o fato, recordamos das orientações espirituais que afirmam que a dor é uma bênção que Deus envia a
Seus eleitos:
- Não vos aflijais, pois, quando sofrerdes. Antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo,
vos marcou para a glória do céu.
Isso nos leva a entender porque o não sentir dor física é uma desgraça, não um benefício.
O menino sentou em uma chapa quente e, por nada sentir, sofreu queimaduras de terceiro grau, que lhe
marcaram o corpo para sempre.
Sentir a dor de um espinho que nos fere a pele, um prego que nos penetra o pé, a brasa que nos queima,
nos faz, rapidamente, nos afastarmos do perigo.
E como a dor física nos é um alerta e provoca uma reação imediata, as dores emocionais que nos atingem,
nos informam que algo não está bem conosco.
A angústia, a tristeza, a raiva são sinais de alerta.
A frustração constante com o trabalho, com a profissão nos deve levar a pensar em sanar aquilo que nos
infelicita, nos fere tanto, porque resultará, logo mais, em problemas físicos.
Quando a tristeza passa dos limites esporádicos, mantendo-se como companheira constante, nos diz que
devemos investigar a causa a fim de afastá-la.
Não podemos fingir que a dor não existe. Não podemos colocar para debaixo do tapete aquilo que nos fere,
todos os dias, todas as horas.
***
Se a dor nos alcança quando alguém parte para o Além e deixa um lugar vazio à mesa, temos o direito de
chorar, de sentir a ausência. Direito a viver o período de luto.
Mas, não para a totalidade da nossa vida.
A bênção da dor nos deve estimular à busca de auxílio, seja da fé que abraçamos ou de profissionais
terapeutas, braços de Deus na face da Terra.
Bendita dor física que nos leva a procurarmos dela nos desvencilhar. Bendita dor emocional que nos lembra
que nosso grande compromisso, nesta Terra, é viver.
Viver para progredir. Para lutar. Para amar. Para seguir em frente.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Artigo UM ENSAIO SOBRE A DOR, de Eugenio Mussak, da revista VIDA SIMPLES, edição 162, de setembro 2015, ed. Abril e
no cap. IX, item 7, do livro O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #dor #reflexão #comportamento #tristeza #sofrimento #aprendizado #evolução #vida
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34. O MAU HUMOR

A revista Circulation, da Associação Americana do Coração publicou, há alguns anos, um estudo,


realizado por uma equipe da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
O título era sugestivo: VERDADE: RAIVA MATA MESMO. Relatava o aumento significativo dos riscos de
se ter um ataque cardíaco, devido ao mau humor.
O estudo, que envolveu o comportamento de treze mil homens e mulheres, entre 45 e 64 anos,
demonstrou que as pessoas que se irritam intensamente, e com frequência, têm três vezes mais
probabilidades de sofrer um infarto do coração.
Segundo esses pesquisadores, cada vez que a pessoa tem um episódio de raiva, o organismo joga no
sangue uma carga extra de adrenalina.
A concentração desse hormônio no corpo aumenta o número de batimentos cardíacos e estreita os vasos
sanguíneos, o que faz com que se eleve a pressão arterial.
A repetição dos momentos de raiva pode gerar dois problemas que se associam ao infarto. O primeiro é a
arritmia cardíaca, o que quer dizer que o coração bate de forma descompassada.
O segundo, é a dilatação das placas de gordura que existam nas artérias.
***
Por tudo isso, é bom analisarmos os nossos atos.
Por exemplo: O mau humor está se apresentando em nossas vidas de maneira quase constante?
Examinemos as suas origens, a fim de que o possamos liquidar, o mais rápido possível, do nosso
cotidiano.
Caso o problema seja de alguma dívida que esteja nos preocupando, recordemos que não será com mau
humor que conseguiremos os recursos para pagá-la.
Se a dificuldade é uma doença que nos atormenta, tenhamos em mente que enfermidade precisa de
remédio e não de intolerância, para se curar.
Se estivermos precisando da cooperação de alguém para um empreendimento, uma tarefa, com certeza,
não será mostrando uma carranca que conseguiremos simpatia e ajuda.
Se estiverem se apresentando contratempos na família, problemas de difícil solução, não serão frases
ásperas, cheias de amargura e má vontade que irão resolvê-los.
Isso significa que, em verdade, até hoje, não se tem conhecimento de ninguém que o azedume e o mau
humor tenham auxiliado.
Portanto, o melhor é tentar nos livrarmos dessa postura destruidora, cultivar a paciência e aprender a
sorrir. Ao menos, por desejarmos preservar a nossa saúde física.
Também para sermos pessoas mais toleráveis aos que precisam conviver conosco no lar, no trabalho, na
escola.
***
Ninguém consegue realizar alguma coisa sem os outros e os outros não são culpados por nossos
insucessos.
Enfrentemos o novo dia, dispostos a vencer, conquistando o espaço bom que nos está reservado no
mundo.
A boa vontade em relação aos outros retornará sempre para nós em clima de simpatia e camaradagem.
Dessa forma, comecemos hoje a colocar beleza em nossos olhos, a fim de olharmos a vida com lentes
mais claras, libertando-nos das impressões negativas da noite passada.
Notaremos então que nosso estado íntimo se renovará e tudo tomará uma cor agradável ao nosso redor.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Artigo MAU HUMOR? NEM PENSAR, do Boletim SEI nº 1678, de 27.5.2000 e cap. MAU HUMOR do livro CALMA, por
Emmanuel e Francisco Cândido Xavier, ed. GEEM.
***
#momentoespirita #temperamento #reflexão #comportamento #mauhumor #raiva #aprendizado #emoções
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35. LÍRIOS AO VENTO...

Eles são apenas meninos...


Meninos e meninas soltos nas ruas, como lírios ao vento...
Não têm lar nem carinho, não sabem o que é aconchego e proteção.
Eles cheiram mal, dizem uns. São pivetes violentos, assaltantes, alegam outros...
São apenas crianças...
Somente quem se aproxima desses pássaros indefesos, com atenção, é que pode perceber fatos
comoventes e de grande sensibilidade...
Certa vez ouvimos, dos lábios de um desses pequenos, uma oração sentida:
- Deus, meu Pai, ajude as crianças de rua, dê um lar para elas. Ajude essas pessoas que nos recebem
e nos dão alimento e carinho. Deus, meu Pai, ajude minha família, que não sei onde está, mas o Senhor
deve saber. Vá até minha família, meu Deus, e a ampare.
Somente quem se aproxima desses lírios expostos ao vento, pode perceber que são apenas crianças
abandonadas à própria sorte, sem rumo e sem esperança...
A pequena, cansada, se debruça e puxa a manga gasta do moletom, para esconder o dedo na boca,
como se fosse uma chupeta.
São crianças como outra criança qualquer... que vagueiam pelas ruas, sem direção certa...
Esses pequenos talvez cheirem mal, como qualquer pessoa que ficasse muito tempo sem tomar banho.
Talvez sejam assaltantes, viciados, violentos... Mas são apenas crianças... Sem rumo e sem esperança.
***
Sem um lar, sem a orientação dos pais, eles criam mecanismos de defesa para não sucumbirem às
circunstâncias da vida.
Agem por instinto. Instinto de sobrevivência, natural em todo ser vivo.
Muitos saíram de casa para fugir das agressões dos pais, padrastos, madrastas, ou de quem os deveria
proteger.
Agora, vivem nas ruas defendendo-se dos perigos existentes nesse meio.
Muitos são explorados por adultos delinquentes. São constrangidos a roubar, traficar, se corromper, se
prostituir.
Alguns trazem as marcas da violência sofrida no pequeno corpo em formação.
No entanto, mais profundas e doloridas são as marcas que trazem na alma dilacerada pela solidão, pelo
abandono.
Que futuro os espera?
O que será dessas criaturas frágeis, após as ásperas rajadas de granizo sobre suas vidas indefesas?
O que esperar desses pequenos lírios açoitados pelo vento e pelas tempestades que os arrasam?
***
Se um dia você encontrar um desses pequeninos, pare um pouco e lhe pergunte sobre seus sonhos,
seus anseios, suas vontades secretas.
É bem possível que ele lhe diga que quer um brinquedo, que deseja ter um lar para se abrigar das
intempéries, um colo para se aconchegar...
Talvez peça apenas para não ter mais que dormir no escuro, pois sente medo durante a madrugada.
Quem sabe diga que deseja aprender a ler, escrever, fazer parte da História da Humanidade, como um
ser humano, e não como um farrapo sem importância...
E se você puder atender um de seus desejos, pode guardar a certeza de que nesse instante a
Humanidade estará melhor...
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Se, porventura, ele receber você com indiferença ou agressividade, não leve em conta, pois ele estará
apenas usando seus mecanismos de defesa, como fazem as criaturas frágeis, quando estão feridas...
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 28, aconselha, com relação às crianças:
Sê gentil com as crianças.
Elas necessitam de oportunidade e de amor para lograrem o triunfo.
Esses cidadãos em formação ignoram as lutas que os aguardam.
Distende-lhes o gesto de simpatia, transmitindo-lhes confiança na humanidade que representas.
Não as atemorizes, nem as maltrates.
Quem visse aquele menino, em Nazaré, no passado, entre outras crianças, brincando
descuidadamente, não poderia imaginar que era o Construtor da Terra, nosso Modelo e Guia.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 28, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #crianças #reflexão #comportamento #infância #infânciaabandonada #aprendizado
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36. A MAGIA DO AMOR

Um executivo foi a uma palestra e ouviu um grande tribuno falar sobre o maior bem da vida que é a paz
interior. Podemos tê-la em qualquer lugar, sozinhos ou acompanhados.
Pois o executivo resolveu fazer uma experiência. Pegou cinco belas flores e saiu com elas pela rua, em
plena cidade de São Francisco, na Califórnia. Logo notou que as cabeças se viravam e os sorrisos se
abriam para ele.
Chegou ao estacionamento e a funcionária do caixa elogiou o seu pequeno buquê. Ela quase caiu da
cadeira quando ele lhe disse que podia escolher uma flor.
Segundos depois ele se aproximou de outra mulher, que não assistira à cena anterior, e ela falou do
perfume que ele trazia ao ambiente. Ele lhe ofereceu uma flor.
Espantada e feliz com o inesperado, saiu dali quase a flutuar, afinal, quem distribui flores perfumadas
numa garagem pública quase deserta, num domingo, perto das vinte e duas horas?
Completamente embriagado pela magia daqueles momentos, ele entrou num restaurante. Uma
garçonete, com ar de preocupação, foi atendê-lo. Ele percebeu que as flores mexeram com ela.
Como se sentia com poderes especiais para fazer os outros felizes, depois das duas experiências
anteriores, ele deu a ela uma flor e um botão por abrir e lhe disse que cuidasse bem dele, pois, ao
desabrochar, lhe traria uma mensagem de amor.
Dias depois ele voltou ao restaurante. A garçonete sorriu para ele com ar de quem tinha encontrado a
fórmula da felicidade e falou: A flor abriu. A mensagem era linda. Muito obrigada.
O executivo sorriu também. Sentia-se um mágico: com flores, amor no coração e uma mensagem
positiva, inventada ao sabor do momento, produzia alegria. Tão simples que até parecia irreal.
Na manhã seguinte, ele precisava abrir um portão para passar com o carro. Surgida nem se sabe de
onde, uma sorridente mulher desconhecida, que passava correndo, o abriu e fechou para ele,
espontaneamente.
Ele compreendeu que havia uma harmonia universal ao seu dispor. Bastava que a buscasse. E passou
a recomendar: Tente você também, desinteressadamente. Dá certo e a recompensa é doce!
***
Se você é daquelas pessoas que vive correndo, com pressa, pense um momento: Por que a pressa?
Vai salvar o mundo?
Salve este momento vivendo-o com amor ao próximo e a si mesmo. Seja mensageiro da luz,
distribuindo flores em vez de espinhos.
Pense em algo diferente, surpreendente que você possa fazer para melhorar o ambiente do seu lar, do
seu local de trabalho.
Já pensou em colocar sua mesa mais perto da janela, para ser beijado pelo sol, enquanto você
trabalha? Isso é amor a você mesmo.
Já pensou em levar flores para sua casa e as colocar na sala, perfumando o ambiente, alegrando a
todos? Isso é amor ao próximo.
Um e outro nos dão felicidade. A felicidade desde agora, não mais tarde, amanhã ou depois da morte. A
felicidade de nos sentir e fazer os outros felizes.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Artigo A MAGIA AMOROSA de Divaldo Pereira Franco, de José Luiz Emerim, correspondente do Jornal O Popular, Goiânia/GO.
***
#momentoespirita #amor #reflexão #comportamento #tempo #pressa #aprendizado
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37. TRÊS CONCLUSÕES

O tempo de que dispomos, nesta vida, pode nos parecer longo, considerando que vivemos época de grande
longevidade possível.
No entanto, não nos iludamos. Ele é curto comparado ao serviço que nos compete realizar, a bem de nós
mesmos.
Assim, justo meditar no gasto excessivo de forças, no trato com assuntos da vida dos outros.
Pensemos: Quantos milhares de minutos e de frases esbanjamos por décadas, sem a mínima utilidade,
ventilando temas e questões que não nos dizem respeito?
Percebamos os temas das nossas principais conversas em família. Notemos os assuntos pelos corredores
das repartições. Escutemos nossas falas, na maioria das reuniões de amigos. Iremos nos assustar.
***
Para termos ideia dessa perda, reflitamos em três conclusões de interesse fundamental.
Primeira: O QUE OS OUTROS PENSAM.
Aquilo que os outros pensam é ideia deles. Não podemos lhes tomar o lugar e nem a cabeça para lhes
imprimir nossos pensamentos.
Cada um tem a sua própria interpretação diante das realidades do mundo.
Um indígena e um físico contemplam a luz, mantendo conceitos absolutamente diferenciados entre si.
Acontece o mesmo na vida moral. Necessário nutrir o próprio cérebro com pensamentos limpos, mas não
está em nosso poder exigir que os semelhantes pensem como nós.
***
Segunda: O QUE OS OUTROS FALAM.
A palavra dos outros, sejam amigos, adversários, conhecidos ou desconhecidos, é criação verbal que
pertence a eles apenas.
De forma efetiva, eles se expressam como podem. Comentam as ocorrências do dia a dia com os
sentimentos dignos ou menos dignos de que são portadores.
É nosso dever cultivar a conversação criteriosa, saudável. Contudo, não dispomos de meios para interferir na
manifestação pessoal dos que nos cercam, por mais caros que nos sejam.
***
Terceira conclusão: O QUE OS OUTROS FAZEM.
A atividade dos nossos irmãos é fruto da escolha e resolução que lhes cabe.
A Sabedoria Divina não nos criou para sermos cópias ou guardiões uns dos outros. Cada consciência é um
domínio à parte.
As criaturas que nos rodeiam agem com excelentes intenções, nessa ou naquela esfera de trabalho, e se
ainda não conseguem agir melhor, ou com plena retidão, isso é problema deles e não nosso.
Cobremos sempre a ação nobre de nossa parte, mas não imponhamos esperar o mesmo do próximo. Cada
um está dando aquilo que pode dar.
As três conclusões nos ajudam a conviver melhor, a desperdiçar menos tempo com o que se refere à vida
alheia, e mais tempo com nossas próprias obrigações.
***
Podemos e devemos ajudar, cooperar, sem dúvida alguma.
Numa sociedade colaborativa, todos saem ganhando com o conviver pacífico e respeitoso.
Todavia, reflitamos sobre o tempo excessivo gasto na preocupação com aquilo que os outros pensam, falam
e fazem. A maior parte disso não nos diz respeito e não pode ser alterada por nós.
Importante dar a cada um o direito de ser como é e a nós o de ser como somos: obras em permanente
mudança.
Em síntese: respeito para os outros e obrigação para nós.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 22, item TRÊS CONCLUSÕES, do livro ESTUDE E VIVA, pelos Espíritos Emmanuel e
André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
***
#momentoespirita #julgamento #reflexão #comportamento #tempo #julgamentos #aprendizado #respeito
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38. ANALFABETOS DE CÉU

Numa escola de ensino fundamental, uma menina de sete anos faz um desenho de uma paisagem com
tintas coloridas.
Era a tarefa do dia na aula. Pintar um lugar onde eles gostariam de estar.
A menina se esmerou com a palheta de cores, e produziu, empolgada, sua obra de arte.
Ansiosa, levantou-se da cadeira e foi mostrar à professora.
Ao ver a pintura, a educadora notou algo estranho já de súbito.
Disse baixinho um muito bem, para incentivar a criança, fez um carinho e pegou o desenho em mãos.
Os trabalhinhos seriam expostos no outro dia no mural da escola.
No intervalo para o lanche, a professora não se conteve, pegou o desenho e foi mostrar às outras que se
encontravam na secretaria da escola.
Ela queria uma opinião sobre aquilo. Algumas delas eram mais entendidas em psicologia infantil, e quem
sabe poderiam ajudá-la a decifrar o que estava pintado ali.
- O que será que ela quis dizer com isso? Isso deve estar mostrando algum sentimento, algo que ela tem
guardado. O que será?
As amigas de profissão não souberam dizer. Algumas disseram que não era nada, que não deveria se
preocupar. Mas ela estava encafifada.
Voltou à sala de aula, e resolveu que, ao final do período, iria conversar com a menina e perguntar a ela o
que significava.
Chamou-a então, com discrição, à sua mesa e perguntou, com a pintura na mão:
- Querida, você pode explicar algo para mim? - A criança acenou com a cabeça.
- Se o céu é azul, por que você desenhou um céu cor-de-rosa?
- Mas o céu não é azul, professora! - Respondeu ela, com educação. Quem diz que o céu é azul é analfabeto
de céu! Ontem, no final da tarde, o céu atrás de minha casa estava assim, rosa.
Esses dias vi um céu laranja! À noite ele é sempre preto, ou azul escuro, mas de dia ele pode ser cinza claro,
cinza escuro, vermelho...
Sabe... Uma vez vi uma tempestade tão grande no céu, que ela chegou a pintar o céu de verde! Não é todo
mundo que acredita, mas eu vi, era verde.
A menina fez um verdadeiro discurso sobre as cores do céu, deixando boquiaberta a professora desatenta.
Ela nunca havia parado para pensar nisso. Aceitou tão facilmente a verdade, o clichê de que o céu é azul,
que acabou esquecendo a variedade de cores possíveis no zimbório terreno.
Percebeu então como as crianças têm uma sensibilidade admirável, e que muito tinha a aprender com elas.
Com certeza, na próxima vez, antes de achar que possa existir algum problema numa criança, iria se
analisar, para perceber se não era sua sensibilidade que precisava de escola.
***
Toda criança é especial, e merece ser tratada como tal.
Da mesma forma como nem sempre o céu é azul, cada criança tem suas particularidades, e os educadores
precisam estar atentos a elas.
Não se pode usar uma mesma fórmula, um mesmo padrão de ensino ou educação no lar, para todas as
crianças.
Faz-se necessário ajustes, adequações, atenções individualizadas.
Todo céu é belo, mesmo sendo amarelo, rosa, vermelho ou negro.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #crianças #reflexão #comportamento #infância #natureza #aprendizado #meditação
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39. EM BUSCA DA FELICIDADE

A máxima "A felicidade não é deste mundo" é bastante conhecida.


Ela traduz uma verdade, pois a integral felicidade constitui o resultado da perfeição espiritual. E isso não se
dá neste planeta.
Somente Espíritos puros vivenciam uma felicidade plena.
Qualquer falha moral é causa de sofrimento. E as temos muitas. Por outro lado, toda virtude origina felicidade.
O orgulhoso sofre com os pequenos incidentes, pois acredita que eles diminuem a sua própria importância.
O avarento se angustia, temendo que seus bens sejam dilapidados, perdidos ou apropriados por terceiros.
O homem ciumento não tem paz, pois se imagina traído a cada instante pelo cônjuge, pelo amigo, mesmo
que eles possuam dignidade e jamais cogitem disso.
***
Percebe-se que a causa do sofrimento reside nos vícios.
Cada qual traz no íntimo a origem dos padecimentos que experimenta.
E todos os vícios se originam do egoísmo.
A vaidade se baseia na excessiva importância conferida à própria personalidade.
Ganância, ciúme, inveja, tudo se relaciona com a ilusão de quem se considera mais importante do que os
semelhantes.
Se a criatura conseguisse pensar no bem-estar do próximo, antes do seu, sofreria menos.
Os vícios, portanto, são a causa da quase totalidade dos nossos sofrimentos.
Dessa forma, se desejamos ser ao menos parcialmente felizes, devemos buscar nos desvencilharmos do
egoísmo.
E o melhor antídoto é o desinteresse pessoal.
Contudo, tenhamos em mente que ninguém se transforma da noite para o dia, por um simples querer.
Cheios de vícios, não nos tornamos virtuosos por um golpe instantâneo da nossa vontade.
É necessário disciplinar a própria personalidade. Com o tempo, e os constantes esforços, tornaremos natural
o comportamento solidário, amigo, conquistando virtudes.
***
Assim, se desejamos ser felizes, adotemos o hábito de agir desinteressadamente.
Procuremos pensar mais no bem dos outros e menos no nosso próprio.
Amemos pelo prazer da felicidade do ser amado, sem esperar ou exigir retorno.
Reconheçamos no próximo o direito de ser livre e encontrar sua ventura onde e com quem quiser.
Sejamos gentis, sem o propósito de receber gentilezas ou mesmo de ser considerado bem-educado.
Encontremos alegria em servir, sem qualquer pensamento oculto.
Não aguardemos agradecimentos ou vantagens de qualquer espécie.
Enamoremo-nos do bem, do amor, da paz, da humildade.
Incorporemos comportamentos nobres em nossa vida, pois isso tornará nossa presença mais agradável aos
outros.
Abandonemos o pensamento de que somos a pessoa mais importante do Universo.
Ao adotar esse padrão de comportamento, nossos problemas gradualmente se tornarão menos significativos.
Todas as pequenas coisas que nos incomodam serão vistas sob um prisma mais realista.
O importante é ser útil, digno, bondoso, e auxiliar no que for possível.
Ao nos alegrarmos com a felicidade alheia, tiramos dos nossos ombros um peso enorme.
Presenteemo-nos com a felicidade. Esqueçamos de nós próprios e procuremos fazer felizes os outros.
É simples e funciona.
Tentemos, para conferir.
***
Extraído do Momento Espírita (Título: Desinteresse)
***
#momentoespirita #felicidade #reflexão #comportamento #liberdade #valores #aprendizado #vícios
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40. TEMPESTADES EM COPO DE ÁGUA

Muitas vezes nos desgastamos por coisas que, examinadas em detalhe, não merecem tanta atenção.
Detemo-nos em pequenos problemas e questões que supervalorizamos.
Um estranho, por exemplo, pode nos dar uma fechada no trânsito.
Ao invés de esquecê-lo e continuarmos em frente, convencemo-nos de que esse motivo é mais do que
suficiente para que passemos o dia todo sentindo raiva.
Ficamos repetindo em nossas mentes diversas vezes o ocorrido: remoendo a situação ou narrando para outras
pessoas o incidente, em vez de simplesmente esquecê-lo.
Por que não deixar para lá?
Cabe-nos, em verdade, sentir compaixão pelo mau motorista.
Quem sabe o motivo que lhe impõe tanta pressa?
Ou o que justifica sua perturbação?
Podemos manter nosso próprio senso de bem-estar, sem incorporar o problema do outro.
Há muitas outras tempestades como essa.
São exemplos que ocorrem todos os dias em nossas vidas.
Quando precisamos esperar em uma fila, quando ouvimos críticas injustas, ou quando nos vemos obrigados a
fazer a parte mais difícil de um trabalho.
Só temos a ganhar quando não nos deixamos levar por esses pequenos aborrecimentos.
Tantas pessoas gastam energia fazendo tempestades em copo d’água, desperdiçando o lado mágico e belo da
existência.
***
Nada mais comum nas atividades terrenas do que o hábito enraizado dos aborrecimentos e das disputas sem
sentido.
Nada mais corriqueiro entre os indivíduos humanos.
Assim como meninos, onde cada gesto se torna um bom motivo para mal-entendidos, com os adultos o mesmo
fenômeno ocorre.
Muitos agem como crianças de pavio curto, permitindo que as situações mais banais e corriqueiras causem
desequilíbrios descabidos.
Não estamos no mundo para nos submetermos a impulsos irracionais, mas sim para fazê-los amadurecer para
os campos da razão lúcida.
Não devemos nos deixar levar pelo destempero e pela irritação desarticuladora do equilíbrio.
Temos o dever de nos educar porque, na pauta de nossas vidas, há o compromisso de cooperar com Deus, à
medida que sejamos maduros o suficiente para isso.
Não há como considerar normal que os aborrecimentos diários nos afetem tanto, só porque algumas almas
destemperadas se entreguem a esse costume infeliz.
São ruídos desconcertantes e indesejáveis para aqueles que buscam dar conta dos abençoados compromissos
assumidos perante a vida.
São apenas tempestades em copos d’água que, logo adiante, serão facilmente percebidas dessa maneira.
Não há razão para despender tanta energia, tanto tempo com circunstâncias mesquinhas e sem importância.
Sigamos em frente, com lucidez e equilíbrio, sabendo dar valor ao que tem valor.
Observemo-nos mais.
Conheçamo-nos melhor.
Resistamos aos impulsos da fera que ainda habita nossa intimidade.
Mantenhamo-nos em paz, buscando o equilíbrio e a justiça, que tão bem nos exemplificou o Mestre Nazareno.
***
Para a superação serena e tranquila das perturbações diárias que nos atingem, sirvamo-nos sempre dos
recursos abençoados e eficazes da oração e da vigilância.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. I, do livro NÃO FAÇA TEMPESTADE EM COPO D'ÁGUA, de Richard Carlson, ed. Rocco
e no cap. 13, do livro PARA USO DIÁRIO, pelo Espírito Joanes, psicografia de José Raul Teixeira.
***
#momentoespirita #equilíbrio #reflexão #comportamento #emoções #autoconhecimento #aprendizado #irritação #vigiar
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41. ORAR EM FAMÍLIA

É lamentável perceber o esquecimento da oração, em grande número de lares, pela Terra inteira.
Mesmo em grupos familiares, que se dizem cristãos, falta o aconchego maior com as fontes fecundas de
paz em que se converte a oração.
Mais do que pode supor, a pessoa que ora, a alma que se liga às faixas luminosas do diálogo com Deus,
absorve desse estuário bendito do mundo invisível, as mais profundas dádivas de recursos, aptos a
sustentá-la, nas lides em que se movimenta no planeta.
Esse salutar costume de abrir-se para dizer ao Criador o que se sente, mesmo ciente que Ele sabe de
todas as coisas, converte-se em exercício maduro de autoconhecimento gradual, em exercício de
humildade, que eleva e bendiz a criatura.
No campo doméstico, pois, ensine a seus filhos, desde pequeninos, tão logo consigam acompanhar os
pais, a entoar as palavras da prece, que, com o tempo irão compreendendo, adicionando seus próprios
sentimentos, valendo-se, ao mesmo tempo, dessa norma feliz, como fuga das tormentas em si ou em torno
de si, ou como bálsamo medicamentoso em face dos padecimentos físicos e morais que, acaso, lhes
esbarre a caminhada terrena.
Ensine-lhes a não fazer da prece um conjunto de palavras sem valor, das quais a sincera compenetração
não faça parte.
Mostre-lhes que, por ser valiosa, a prece deve ser entoada ou emitida, em regime de unção íntima,
fazendo silêncio no aposento do coração, para que aprenda a ouvir as respostas das alturas, que podem
ser imediatas ou nos encontrar pelos caminhos.
Ensine aos seus que a prece não é um instrumento de barganha com a Divindade, num regime de trocas
infantil.
***
A prece é uma forma de comunicação. Quanto mais honesta, mais alta. Quanto mais alta, melhores os
seus resultados.
Independente da sua oração diária e íntima, aproveite o encontro de sua família, uma vez que seja por
semana, em qualquer dia, em qualquer horário que possam estabelecer para a prece em conjunto, ou para
a prática da leitura do evangelho, no lar.
Diante da mesa posta do Evangelho de Jesus, recolherão você e os seus os mais sublimes e valiosos
recursos da Divindade, para que consigam dar conta dos múltiplos compromissos da presente
reencarnação, sem perda de tempo.
Orar é nobre condicionamento, harmonizando-nos com o infinito.
***
Você sabia que a oração no lar constrói em suas cercanias uma redoma protetora, evitando que as naves
domésticas sejam invadidas por pensamentos escuros, e por entidades indesejadas?
Saúde espiritual costuma penetrar as almas que, no reduto doméstico, se aliam aos benefícios desse
diálogo com o Alto.
A prece ao lado de nossos amores fortalece os laços que nos unem, nos faz mais fortes e esperançosos
perante as realidades difíceis que ainda temos que enfrentar fora e em nós mesmos.
Portanto, oremos em família e sintamos se derramar sobre todos o cálice de venturas, nessa visita que o
Cristo nos faz ao lar, quando O invocamos.
Aprendamos a movimentar essas formidáveis bênçãos para o equilíbrio do cenário doméstico e
permitamos a constante presença da luz, nos corações dos que compomos a célula familiar.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #prece #oração #família #oraçãonolar
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42. OBSERVAR A INUTILIDADE DO ORGULHO

Orgulho é o sentimento de superioridade pessoal resultante do processo natural de crescimento.


Sem esse sentimento de valor pessoal, não encontraríamos motivação para existir e não formaríamos
um auto-conceito de dignidade pessoal.
O problema não é o sentimento, é o descontrole de seus efeitos.
***
Allan Kardec, na questão nº 908 do Livro dos Espíritos, explica que “todas as paixões têm seu
princípio num sentimento, ou numa necessidade natural(…).
A paixão (…) é uma exageração de uma necessidade ou de um sentimento”.
Portanto, a paixão “está no excesso e não na causa e este excesso se torna um mal quando tem como
consequência um mal qualquer”.
Assim, podemos qualificar o orgulho como um mal quando se torna uma “paixão por si mesmo”, ou seja,
um excesso que se acresceu à auto-estima.
Nesse diapasão, o orgulho é uma doença, da qual nos livraremos quando tivermos a coragem de
apedrejarmos os espelhos da ilusão e de quebrar as imagens fictícias de nós mesmos, mirando, então,
o espelho da realidade, no resgate do ‘eu divino’ e exuberante, ao qual todos nós estamos destinados a
ser.
O orgulho é uma perigosa ‘bactéria da alma’, que alimenta uma falsa imagem que criamos para que nos
sintamos importantes.
***
É preciso humildade para aceitarmos quem somos verdadeiramente e decidirmos interromper as
fantasias de grandeza e elevação.
“É necessário que Ele cresça e que eu diminua”, ensinou João Batista. (Jo 3:30).
Ao optarmos por sermos um pouco menores, diminuindo para que o Cristo cresça em nós, também
optamos pela felicidade.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 182, nos fala sobre emoções que devemos trabalhar, entre elas o
ORGULHO:
Há uma permanente luta íntima, quando o homem se resolve por abraçar a vida nobre.
Quais dois exércitos em fúria, no campo mental, surgem constantes confrontos.
Os guerreiros habituais — o egoísmo, o orgulho, a violência, a ambição — tentam superar os novos
combatentes — o amor ao próximo, a humildade, a pacificação, a renúncia.
O indivíduo sente-se dividido e angustiado.
Nesse terreno áspero brilha, porém, a luz da inspiração superior que lhe aclara a alma e a estimula a
insistir nos propósitos elevados.
Investe na batalha da vida os teus esforços nobres e não desistas.
Cada dia de resistência representa uma vitória até o momento da glória total.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 182, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #orgulho #humildade #comportamento #vigilância #emoções
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43. ANTES DE RECLAMAR...

O hábito de reclamar é muito comum. É possível que acreditemos, como seres humanos, ser natural.
A verdade é que, em qualquer parte do mundo, encontramos os que reclamam.
Como filhos reclamamos dos pais, como cônjuges reclamamos um do outro. Patrões e empregados parecemos
quase inimigos, com tantas reclamações.
Nossos vizinhos, amigos e até meros conhecidos não deixam de ser alvos das nossas reclamações.
Falamos que deveriam ser mais atenciosos conosco, mais educados, mais...
Acontece que pessoas genuinamente gratas são ainda um tanto raras em nosso mundo.
Quando apenas prestamos atenção no que falta, costumamos não notar o que temos.
***
Esse mau hábito é especialmente triste em se tratando da Divindade.
Isso porque Deus é o Senhor do Universo.
Dele procedem todas as bênçãos e oportunidades.
Ele cria todos os Espíritos iguais e nos concede existências incontáveis a fim de que nos possamos aprimorar.
Cerca-nos dos mais ternos cuidados.
Providencia-nos o corpo para que vivamos na Terra. Não esquece de nos cercar de amores, a fim de que,
como flores, não venhamos a secar no deserto das afeições.
Inclusive cuida de bloquear certos desatinos nossos, mais graves, para que não nos compliquemos em
excesso.
Entretanto, curiosamente, ainda nos sentimos no direito de reclamar do Eterno.
***
Imaginamos ter direito a mais do que recebemos.
Desejamos tranquilidade, riqueza, poder, fama e beleza.
Contudo, nesse querer fantasioso, nos esquecemos de perceber e agradecer o muito que nos é dado, de
forma constante.
Esquecemos a bênção dos tempos de paz, nos quais podemos perseguir nossos sonhos.
Não valorizamos a família na qual nascemos ou nos encontramos.
Os pais que nos cercaram os primeiros passos, as escolas nas quais fomos matriculados e que pudemos
frequentar.
Os professores que nos instruíram.
A saúde do corpo, a existência em um país pacífico, os amigos...
Achamos natural possuir tantos tesouros.
***
Ocorre que nem todos podem desfrutar, simultaneamente, dos mesmos dons.
A vida na Terra constitui uma estação de aprendizado.
Nela, as experiências variam ao infinito.
Devemos considerar que há os que experienciam a saúde, enquanto outros vivem a enfermidade.
Alguns desfrutam facilidades materiais e outros têm vida mais modesta.
As posições se alternam no curso dos séculos.
O papel de cada um de nós é ser digno e fraterno na posição em que nos encontramos.
Utilizar os tesouros que recebemos da vida, a fim de crescer em talentos e virtudes.
E, especialmente, entender que o próximo é um irmão de caminhada.
Ele também deseja ser feliz e viver em paz.
É, igualmente, um filho de Deus.
Tendo isso em mente, urge repensar os próprios hábitos.
Identificar os inúmeros cuidados recebidos de Deus.
Ser grato por todos eles e cessar de reclamar por bobagens.
Ao mesmo tempo, aprendermos a manifestar bondade para com o próximo como uma forma de gratidão ao
nosso Criador. Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reclamações #vida #comportamento #vigilância #emoções #Deus #ProvidênciaDivina
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44. COM OS OLHOS DA ALMA

O que aconteceria se todos nós, em nosso cotidiano, saíssemos às ruas com a câmara fotográfica da alma,
a máquina filmadora da mente e o microfone do coração?
Isso mesmo. Que tal se todos nos tornássemos repórteres de um jornal imaginário mas importantíssimo: O
nosso diário?
Estamos habituados a ler as manchetes jornalísticas que falam da violência, da queda das Bolsas de
Valores, de maldades e tragédias.
Não seria excelente se criássemos um jornal particular de coisas boas, elevadas, sadias? Será que existem?
Dia desses fizemos uma experiência. Saímos em nosso carro, levando justamente os aparelhos que
mencionamos.
Depois de rodar por ruas e esquinas, fomos surpreendidos próximo a uma favela por um movimento
diferente. Seria um protesto?
Logo, um homem enorme, de bermuda e camiseta, interrompeu o trânsito. Um grupo de moradores da
superfavela pareceu vir em nossa direção. Seria um assalto?
Eram homens, mulheres e crianças com foices e tesouras. Atravessaram a rua carregando carrinhos
pequenos e grandes cheios de mato.
Então, ligamos a câmara fotográfica da alma e o microfone do coração para registrar a cena. Eram os
moradores da superfavela.
Trabalhadores. Mulheres faxineiras, domésticas e homens habituados ao trabalho braçal, de sol a sol. Era
seu dia de folga. As crianças também não tinham aula naquele dia.
Porque o mato do lado da favela já estava a mais de um metro de altura, eles haviam resolvido limpar o
terreno que bem poderia servir para os garotos chutarem bola nos finais de semana e feriados. E para os
menores, andar de bicicleta e correr. E os bebês, tomarem sol no colo das suas mamães.
Dia de descanso. Dia de limpeza geral. Mutirão da ecologia. Lição de solidariedade. Trabalho conjunto para o
bem de todos.
Quando a longa fila terminou de desfilar, o trânsito foi liberado e prosseguimos.
***
Dia seguinte passamos por uma escola. Hora de aula, mas três garotos, de uniforme, estavam no jardim. Um
deles tinha uma mangueira e outros dois estavam com regadores.
Ligamos o microfone do coração e a filmadora da mente para não perder a cena.
As flores balançavam ao vento, agitando suas hastes, felizes pelas gotas d'água que as refrescavam do
calor do dia.
Um caco de vidro resmungou: - Por isso o Brasil não vai prá frente. Ao invés de estudar, eles ficam molhando
plantinhas.
O canteiro, cheio de rosas coloridas, atraiu uma garotinha da primeira série que se aproximou e falou:
- Eu gosto desta escola porque tem flores. João, eu posso ajudar?
Descemos do carro, recolhemos o caco de vidro e o jogamos em uma lata de lixo logo adiante. Voltamos
para casa com belas fotos, interessantes histórias e imagens maravilhosas de cenas de amor à natureza e
aos homens.
***
Quando cada qual se dispuser a realizar a parte que lhe toca, no concerto do mundo, sem se importar com o
que o outro deve fazer, o mundo terá alcançado grande progresso.
As ruas se mostrarão limpas, as calçadas livres de entulhos, as casas bem pintadas, as escolas cheias de
flores, os hospitais com belos jardins, para alegrar os que se encontram em recuperação de suas
enfermidades.
Quando todos nos empenharmos em fazer o melhor que pudermos, a nossa parte, por menor que seja,
teremos atingido o mundo melhor que todos sonhamos.
***
Extraído do Momento Espírita com base em reportagem, de Glenda Maier, publicada no Jornal O REPÓRTER, de maio/junho 1999
***
#momentoespirita #responsabilidade #vida #comportamento #vigilância #sociedade #fraternidade
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45. A ANSIEDADE

As mãos suam, o corpo treme, a respiração fica ofegante, uma sensação de náusea e aquela palpitação
inegável no coração.
Todos estes são sinais de um dos males modernos: a ansiedade.
A vida, nos dias de hoje, é repleta de cobranças: no trabalho, na família, nas relações sociais.
A cada dia estamos mais cheios de tarefas, compromissos, pendências. Uma lista enorme de coisas a fazer. E
nem sempre o tempo é suficiente.
Vem então a sensação desagradável de ter de fazer mais coisas do que damos conta.
É comum ouvirmos as pessoas se queixando: Tenho tanto a fazer e gostaria apenas de dormir.
De ficar com minha família, de assistir a um bom filme, de brincar com meus animais de estimação...
Por outro lado, as exigências da vida moderna nos obrigam a fazer cursos, aperfeiçoar os conhecimentos. É a
Era da Informação.
Como conciliar tudo isso com o natural desejo de se instruir, melhorar de vida, aproveitar oportunidades,
evoluir?
***
O caminho do equilíbrio é a solução.
É natural desejar o progresso e o aperfeiçoamento, tanto nos campos ético-moral, como intelectual.
É da natureza humana estar em permanente aprendizado, adquirindo conhecimento e agregando valor à sua
bagagem cultural.
Mas o grande problema de nossos dias é a ausência de limites. Estamos cada vez mais comandados pelas
pressões externas, subjugados pelas imposições dos diversos grupos sociais.
Raras vezes pensamos por nós. Não costumamos refletir sobre o que realmente nos interessa.
Em geral, tomamos decisões sob extrema pressão. Resultado: desejamos fazer de tudo um pouco. Queremos
ler tudo, não desejamos a pecha de desinformado.
E a consequência imediata é o stress. O corpo não suporta tanta pressão: adoece.
Nossa reação a esse mundo globalizado deveria ser serena: Vou aprender o que puder, quando puder e no meu
ritmo, sem forçar minha natureza.
Vou trabalhar no limite de minhas forças, fazendo o melhor que puder, mas sem a obrigação de provar coisas a
chefes e colegas de trabalho.
A tradução disso tudo? Estar no comando da própria vida. Uma frase de Jesus é bastante significativa para os
nossos dias: Não vos preocupeis com o que haveis de comer ou de beber. Não é o corpo mais que a veste?
***
Se você acredita em Deus, tenha em mente que você jamais estará desamparado.
Todas as coisas estarão bem se você estiver em paz. Pois a paz vai gerar saúde do corpo. Com isso, você
poderá trabalhar, sustentar a família, adquirir os bens que deseja.
Apenas seja cauteloso: não se deixe envolver a tal ponto no turbilhão do mundo, de maneira que o mundo o
arraste para o olho desse furacão de stress.
Vigie suas reações. Monitore seus planos de vida. Pergunte-se: Para que, realmente, quero isso?
Faça a diferença entre o supérfluo e o necessário e verifique se a sua opção não está contaminada pelos
excessos.
No final, você verá que, em um processo inteiramente natural, a ansiedade irá, aos poucos, desaparecer.
***
Joanna de Ângelis tem um conselho bastante oportuno para quem se sente ansioso:
Jesus disse: "Não se turbe o teu coração", ensinando que a calma e a confiança em Deus devem ser o lema de
toda criatura que deseja encontrar a felicidade.
Nunca faltam motivos para preocupações, inquietando o coração, perturbando a vida.
A existência humana é uma oportunidade de valorização dos bens eternos e de iluminação íntima.
Se colocas as tuas ansiedades em Deus e Lhe confias a tua vida, tudo transcorre normalmente, e, se algo
perturbador acontece, a serenidade assume o controle da situação e age com acerto.
Deste modo, não te permitas turbar o coração nem a mente, ante as ocorrências malsucedidas.
***
Extraído do Momento Espírita com base no livro VIDA FELIZ, 81, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #ansiedade #vida #comportamento #vigilância #emoções #psicologiaespirita
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46. SE EU NÃO TIVESSE NASCIDO...

Alguns dias em nossas vidas são realmente desanimadores. Verificamos o saldo bancário, o limite do
cartão de crédito e nos damos conta de que não temos nenhuma reserva de que possamos nos servir.
Olhamos em nosso entorno e tudo parece conspirar contra nós. Estamos na iminência de perder o
emprego. Aliás, o cargo comissionado já nos foi retirado. E que baque foi em nossas economias.
Estamos vivendo problemas afetivos que somente nos entristecem. Amigos, que acreditávamos
verdadeiros, nos deram as costas.
O dia nem está cinzento. Está preto mesmo. Nada poderia ser pior.
Nesses dias, algo que nos ocorre à mente, por vezes, é que melhor seria não ter nascido.
Para que tudo isso, afinal? Não construímos nada de grandioso, somos um fracasso profissional.
E por aí afora... Desânimo total. Um abismo de tristezas.
Quando isso acontecer, seria muito bom se parássemos um pouco e revíssemos nossa vida, em
detalhes, como fez certo personagem, que escreveu:
***
"Se eu não tivesse nascido, eu não teria salvo meu irmão de perecer afogado, quando pequeno, caiu na
piscina. Eu estava por perto. Fui muito rápido e o retirei da água.
Se eu não tivesse nascido, meus pais, agora idosos, não poderiam contar com minha ajuda para os
levar a consultas e a passear em finais de semana.
E, acima de tudo, alegrá-los com meus abraços, toda vez que os visito.
Se eu não tivesse nascido, não teria criado aquele projeto espetacular, que influencia muitas vidas, há
nada menos de trinta anos.
Um projeto que parecia simples, sem muita pretensão, mas que modificou alguns destinos.
Pessoas tristonhas que nele encontraram apoio. Pessoas acabrunhadas que nele descobriram razão
para reformular seus sentimentos.
Até pessoas que abandonaram a ideia de fuga da vida, por causa desse projeto.
Se eu não tivesse nascido, eu não teria oferecido meu voluntariado em benemérita instituição, há tantos
anos.
Sei que são somente dois braços e uma mente. Mas uma grande vontade de colaborar, ampliando os
seus possíveis benefícios.
Se eu não tivesse nascido, não teria dado à luz alguns livros, que instruem, esclarecem, oferecem
ideias renovadas para todos os que os leem.
Se eu não tivesse nascido, não teria encontrado essa pessoa especial, com quem me consorciei. Não
teria conhecido a sua delicadeza, a sua gentileza, as suas renúncias a benefício dos outros.
Eu teria mesmo perdido uma grande oportunidade.
Se eu não tivesse nascido, não teria me tornado pai de dois meninos, jamais os teria encontrado, jamais
os teria conhecido. Jamais teria podido apreciar sua beleza interior e a suavidade de suas almas.
Se eu não tivesse nascido, enfim, concluo, eu não poderia me erguer agora, por descobrir que não sou
tão infeliz como supunha.
Sou uma criatura buscando caminhos, uma criatura buscando soluções para intrincados problemas que
se apresentam mas, que no fundo, somente me tornarão mais maduro.
Então, depois de tudo isso, só me cabe dizer: Muito obrigado, meu Deus, porque eu nasci.
Obrigado pelo que sou, por tudo que tenho, pelo que me dás, todos os dias.
Obrigado, Senhor Deus!"
***
Joanna de Ângelis tem um conselho bastante oportuno para meditarmos em dias desanimadores de
nossas vidas:
56

No dia de hoje, pelo menos, coloca beleza nos teus olhos, a fim de fitares a vida com lentes mais claras.
Liberta-te das impressões negativas que te acompanharam ao leito, na noite passada, e dispõe-te a
encarar o mundo e as pessoas com uma dose de boa vontade.
Notarás que o teu estado íntimo se renovará e tudo adquirirá vida agradável ao teu redor.
A boa vontade, em relação aos outros, retorna como simpatia e camaradagem deles, em relação a ti.
Enfrenta o dia novo, disposto a vencer e conquistando o espaço bom que te está reservado no mundo.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 77, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #desânimo #dificuldades #aprendizado #vida #comportamento #reflexão #conselhos
57

47. LIÇÕES DA VIDA

A história pode ser verdadeira ou criada pela imaginação de alguém altruísta.


Pode ser algo inventado para nos dizer que o mundo é muito melhor do que imaginamos, que existe
solidariedade, que há gratidão.
Verdade ou não, lemos que aconteceu em uma noite, na década de sessenta, em uma estrada, nos Estados
Unidos da América.
Chovia de forma torrencial. Em verdade, se tratava de um tremendo temporal. Uma senhora estava ali, na
estrada. O carro dela tinha enguiçado e ela precisava, de forma desesperada, de alguém que a ajudasse.
Completamente molhada, ela começou a acenar para os carros que passavam. No entanto, todos a
ignoravam.
Finalmente, um jovem parou para ajudá-la.
De maneira gentil, ele a colocou em um lugar protegido da chuva. Providenciou ajuda mecânica, de forma
que seu carro pudesse ser rebocado até uma oficina para os consertos devidos.
Depois, providenciou um táxi, a fim de que ela conseguisse chegar ao seu destino. A senhora parecia estar
com muita pressa, apresentando-se nervosa.
Mesmo assim, ela teve o cuidado de anotar o nome e o endereço completo do rapaz e lhe agradeceu muito.
Uma semana depois, o jovem foi surpreendido por um mensageiro que bateu à porta de sua casa.
Em um bilhete bem dobrado, estava escrito:
Muito obrigada por me ajudar na estrada naquela noite. A chuva não só tinha encharcado minhas roupas,
como também meu Espírito.
Foi então que você apareceu. Por sua causa e graças ao seu auxílio, consegui chegar até meu marido, antes
que a morte o levasse. Deus o abençoe. Sinceramente, Mrs. Nat King Cole.
***
A pessoa que nos roga auxílio, em qualquer circunstância é sempre alguém que carrega consigo problemas
difíceis. É possível que não tenhamos condições de descobrir as suas necessidades maiores, nem seu
drama íntimo.
Mesmo assim, auxiliemos tanto quanto possamos. Um rosto carregado, que normalmente identificamos
como sendo de uma pessoa de mal com o mundo, pode simplesmente traduzir a dor moral de alguém que se
considera abandonado, solitário, sem ninguém.
Uma face atormentada, que imaginamos ser de alguém dado a viciações, por vezes está expressando a
tormenta íntima de quem deseja socorro e não sabe se expressar.
Dessa forma, auxiliemos sempre, a quem quer que seja, sem indagar sobre o tempo, hora ou local.
***
Sem quaisquer recursos especiais, dispomos do poder de renovar e reerguer a própria vida.
Também podemos ainda e sempre:
Avivar o clarão da alegria onde a provação esteja furtando a tranquilidade.
Ativar o calor do bom ânimo onde a coragem esteja desfalecendo.
Desanuviar um ambiente pesado, onde o sofrimento domina.
Levar esperança ao local onde o desânimo se apresente.
Colocar a flor da paciência no espinheiro da irritação.
Acenar com entendimento e compreensão onde surja a ignorância e a incompreensão.
Podemos, enfim, preparar o caminho para Jesus, nos corações distantes da verdade, simplesmente
pronunciando boas palavras de esperança e de amor.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 30, do livro SINAL VERDE, por André Luiz e Francisco Cândido Xavier.
***
#momentoespirita #caridade #dificuldades #altruísmo #vida #comportamento #fraternidade #bondade #conselhos
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48. O QUE SIGNIFICA SER MÃE?

Mãe é um pouco de sol no escuro do quarto..., disse, certa vez, um poeta inspirado, ao homenagear essa
figura inigualável que o Criador escolheu para nos receber na Terra.
Ainda há tanta escuridão nos quartos de nossa alma... que qualquer pouco de sol faz verdadeira clareira de
esperança.
São tantas incertezas, tantos medos, tantos ódios, tantos vícios... numa meia-noite, que parece congelada
no relógio.
O tempo da escuridão parece que passa lento... ou não passa.
Alguns desistem de tudo, mas depois descobrem que é impossível fugir de si mesmos, e o breu continua...
continua...
***
Mas Deus não deseja a escuridão, aliás, para Ele, ela é apenas a luz que ainda não é - o vir a ser lúmen.
Por isso enviou ao mundo as mães... Suaves raios de sol na escuridão de nossas vidas.
O amor da mãe, da mãe verdadeira, é o mais próximo que encontramos do amor do Criador, por isso é tão
luminescente.
Em primeiro lugar ele recebe, ele acolhe - quem quer que seja, sem julgar, sem questionar, sem medir
esforços.
Esse amor sustenta, não desampara, cuida, olha, amamenta, protege.
Mais tarde orienta, educa, direciona, ensina.
Muitas vezes socorre, atende, ampara.
E, enquanto vai fazendo isso, sem pedir nada em troca, vai mostrando ao mundo como se deve amar.
O raio de sol, além de iluminar, vai provocando em cada um a vontade de ser luz, como se nos lembrasse
que somos feitos para brilhar, ou feitos pra amar.
***
Quem passa pela experiência da maternidade jamais é a mesma.
Tem a oportunidade de viver o amor num grau absolutamente encantador.
Muitos ódios de séculos se desfazem através da maternidade bem atendida.
Mágoas milenares perdem forças, dia após dia, mediante a envergadura moral desse tipo de amar, um amar
que não tem volta, que jamais se esquece.
Mesmo vivendo diversas vidas, você sempre irá se lembrar desta que é hoje sua dedicada mãe. São amores
que ficam gravados nas telas da alma, como a pintura dos grandes artistas, das quais jamais se esquece.
São fotografias que tiramos com o coração e colecionamos através dos séculos e, quanto mais álbuns de
mães nós temos, mais gratos somos à vida, ao Criador.
***
Mãe é um pouco de sol no escuro do quarto.
E quem não abraça essa missão com a seriedade e paixão que ela merece, perde chance inestimável de
existência.
Perde a oportunidade de servir ao mundo como Cristo tão bem serviu, sem interesses próprios, sem
egoísmo, sem orgulho algum.
Carregar alguém nos braços, enquanto esse alguém ainda não sabe caminhar, é gesto grandioso, é gesto
divino. É simbólico também.
Simboliza o amor daquele que é maior, carregando o menor, não o desmerecendo, não o humilhando, mas o
promovendo e depois, a seu tempo, ensinando-o a andar por si só.
Jesus fez isso conosco. Jesus é o irmão mais velho, ao mesmo tempo, pai e mãe, pela experiência, e pela
segurança que transmite.
Ele ainda está conosco, e sorri emocionado toda vez que percebe a grandeza do amor no coração de uma
mãezinha do mundo.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #mãe #maternidade #vida #comportamento #Jesus #amor #conselhos
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49. COMO AGIR DIANTE DE FRACASSOS

Quando pensamos na vida de homens que revolucionaram o mundo, sempre fantasiamos que seus dias
foram cheios de fama e de êxito.
Isso é ilusão.
Por mais fantástica que seja a existência de alguém, há muito de comum na vida de todos os seres.
Os grandes feitos e invenções dependem de pessoas comuns que se destacam pela sua perseverança e
pelo seu trabalho.
Exemplo disso é Thomas Alva Edison.
Quem o visse andando em seu laboratório, em Nova Jersey, com uma mecha de cabelo caída sobre a fronte,
com manchas e queimaduras químicas na roupa desalinhada, não poderia supor de quem se tratava.
Patenteou mais de mil invenções. No entanto, não foram apenas seus inventos que marcaram sua vida, mas
sim o exemplo de imaginação e de determinação que deixou.
Não era um cientista que vivia segregado em um laboratório.
Costumava trabalhar em equipe e tinha grande habilidade para motivar seus colaboradores, estimulando-os
com o próprio exemplo.
Trabalhava dezoito ou mais horas por dia, mas encontrava tempo para conviver com a família, passeando e
brincando com os filhos.
Seus êxitos são bem conhecidos: o fonógrafo, a lâmpada elétrica, o microfone, entre outros tantos.
Tornou comercialmente práticas as invenções de outros, como o telefone, o telégrafo e a máquina de
escrever.
Além disso, concebeu um eficiente sistema de distribuição de eletricidade.
***
É natural que nos perguntemos: Terá ele, um gênio de tamanha capacidade, falhado algum dia?
Sim. Ele conheceu o fracasso repetidamente, mas isso jamais foi motivo de desestímulo.
Bobagens. – Disse ele a um colaborador desencorajado durante uma série de experiências.
Ainda não falhamos. Como conhecemos mil coisas que não dão certo, estamos tantas vezes mais perto de
encontrar uma que dê.
Nunca permitiu que a fama mudasse seu modo de viver, ou que o dinheiro ditasse seu destino.
Quando tinha capital o investia em novas pesquisas, e quando se via em dificuldades financeiras não se
abatia, empenhando-se ainda mais no trabalho árduo.
Jamais parou de trabalhar. Aos oitenta anos, dispôs-se a estudar botânica, uma ciência nova para ele,
objetivando encontrar uma forma diversa de obtenção de látex.
Morreu aos oitenta e quatro anos, deixando no mundo um rastro de luz, decorrente de seu exemplo
inquestionável de perseverança e de trabalho.
***
As grandes obras exigem sempre grandes esforços.
Os grandes êxitos são precedidos, inevitavelmente, de fracassos e de incontáveis tentativas.
Perseverar é insistir no bem, naquilo que vale a pena e que faz sentido.
Desistir ante as dificuldades é fácil.
Culpar os outros, a sorte, o destino, também.
Persistir no que se acredita é que diferencia os homens que realizam daqueles que apenas sonham.
Há muitos exemplos positivos no mundo.
Pessoas como eu, como você, que acordamos todos os dias, iluminados pelo mesmo sol e amados pelo
mesmo Pai Criador.
A diferença entre o êxito e a acomodação, é resultado de nossas próprias atitudes perante a vida.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. THOMAS EDISON do livro GRANDES VIDAS, GRANDES OBRAS, Ed. Seleções Reader's Digest.
***
#momentoespirita #coragem #persistência #vida #comportamento #fé #perseverança #êxito #acomodação
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50. AMAR A QUEM NÃO AMAMOS

Será possível amar a quem não amamos? Embora não seja simples, a resposta a esta pergunta é afirmativa.
Desde que queiramos, amar é algo que se aprende, que se desenvolve.
Esse sentimento é de tal forma poderoso, que é capaz de superar erros, pagar e apagar dívidas emocionais,
vencer limitações e modificar destinos.
Todo amor se constrói por exercícios. Alguns são mais fáceis.
Quando o casal se descobre grávido, principia a alimentar afeto e carinho pelo ser em gestação.
Das compras do enxoval às conversas próximas ao ventre materno vão tecendo esse sentimento, ponto a
ponto.
Quando vem à luz, aquela criança já é amada pelos pais e continuarão a aprender a amá-la, do jeito que ela
se mostrar.
Quando iniciamos um relacionamento, pode haver encantamento, paixão, desejo de ficar junto, alegrias
compartilhadas.
Porém, o amor irá se elaborando na medida em que um entrar no universo do outro, se interessar pelo outro,
se envolver.
Amar é assim. É um processo de construção do sentimento, a partir de um querer.
Desses amores muitos de nós vivenciamos.
***
Entretanto, Jesus nos convida a ir além. Ele nos exorta a amar aos nossos inimigos.
A pergunta que, de imediato, nos surge é: Como conseguir isso para quem nos é totalmente antagônico?
Como amar aqueles com os quais não temos afinidade, nem desejamos conviver?
A construção desse amor é bem mais desafiadora.
É proposta que exige desfazer um sentimento para construir outro.
Por que essa pessoa se tornou nossa inimiga? Por que temos dificuldade em nos relacionarmos com ela?
Analisando, descobriremos que, algumas vezes, tudo nasceu da dificuldade em perdoar uma traição ou um
comportamento infeliz.
De outras vezes, são os valores, o modo diferente de agir que geram a dificuldade da convivência.
De outras tantas, o antagonismo nasce de uma discussão, quando uma das partes exagerou no palavreado
e nas críticas.
***
AMAR AOS INIMIGOS é, portanto, inicialmente, identificar a fonte da inimizade, a origem da antipatia, da
contenda.
A partir disso, podemos investir na modificação desse sentimento.
Podemos olhar a situação de outra maneira, conferir novo significado para a atitude do outro.
Se desejarmos, aos poucos, o antigo sentimento de quase aversão, ou simples antipatia, poderá se alterar.
Não será algo repentino, como quem tira uma pedra do coração e ele se alivia.
Será algo semelhante a alguém que vai lixando uma pedra, pouco a pouco.
O tamanho irá diminuindo, seu peso irá aliviando, e lentamente, o sentimento se modificará.
Assim alcançaremos o Amar aos inimigos.
É tarefa difícil, que exige constância e vontade firme.
Mas, teremos como resultado alívio e ventura ao percebermos que, algum tempo depois, pedras e entulhos
que atravancavam nosso coração, terão se diluído.
Não alcançaremos, com certeza, o amor intenso que devotamos aos nossos amores mais amados. Será um
sentimento diverso.
Algo que nos conduza a conviver, sem maiores dificuldades, com aquele que ora nos desagrada.
Pensemos nisso. Exercitemo-nos!
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #amor #inimigos #comportamento #coragem #perseverança #emoções
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51. BILHETES DE AMOR

Uma onda de bilhetes aleatórios, com mensagens inspiradoras, tem sido mostrada, com muito sucesso, pela
Internet.
Trata-se de uma espécie de boa ação anônima. Alguém escreve breves frases de incentivo, numa pequena
folha de papel e a entrega, dobrada, para uma determinada pessoa num local público.
O entregador simplesmente desaparece na multidão, logo em seguida.
A reação de quem recebe é muito interessante. Primeiro, a natural curiosidade. Alguém que não conheço
passou por mim, não se identificou e simplesmente me deixou um bilhete. Tudo muito estranho.
Todos acabam abrindo e aí começa o momento mais precioso da experiência. Não há quem não fique tocado.
Frases como: Voe, voe alto menina. Você é do tamanho dos seus sonhos.
Uma outra: Não tenha medo, pois Deus nunca o abandonará.
Ou ainda: Deus mandou lhe dizer: Estou orgulhoso dessa sua força. Estou feliz em ver que, por mais que
esteja difícil, você não desistiu.
São alguns exemplos do que as pessoas leem, sentadas na mesa de uma lanchonete ou esperando o ônibus,
ou ainda, trabalhando como segurança num evento esportivo.
Um outro exemplo são mensagens de Bom dia e outras com frases inspiradoras e de estímulo que são
compartilhadas nas mídias sociais!
***
Percebe-se, claramente, como todos andam necessitados de um pouco de carinho, de um pequeno gesto de
atenção.
Quase todos vão às lágrimas. Sentem-se notados, queridos, importantes.
Alguns chegam a olhar para o Alto, numa espécie de reverência e gratidão ao Ser Maior que os viu, tão
pequenos.
***
É isso que ocorre toda vez que nos colocamos a serviço do bem. Tornamo-nos mensageiros, instrumentos da
amorosidade do Criador.
Quantas almas despedaçadas pelo nosso caminho...
Quantas dores inimagináveis que passam despercebidas.
Quantos lares desfeitos... Quantas violências sofridas dia após dia.
Nem sempre os semblantes demonstram tudo que vai na alma. Aprendemos a disfarçar, a fazer de conta que
está tudo bem, a nos manter firmes para sermos aceitos em sociedade.
Uma boa maquiagem, cabelo arrumado e uma vestimenta da moda, e lá estamos nós, com a vitrine
caprichada.
Um olhar mais atento, no entanto, logo desvenda o que vai no coração.
Pequenas palavras trocadas, um abraço, um breve sorriso, segundos de atenção respeitosa já podem fazer
melhor o dia de alguém.
Observemos com atenção o mundo à nossa volta. Observemos as pessoas. Olhemos nos olhos e, sempre que
pudermos, nos façamos instrumento do bem na vida do outro.
Isso não toma quase nada do nosso precioso tempo. E o torna mais valioso ainda.
Um elogio... Uma expressão de empatia... Uma forma qualquer de dizer: Eu vejo você, eu me importo com
você.
***
Não imaginamos quanto bem podemos fazer num gesto breve e descomprometido.
Pensemos que aquele sorriso sincero pode ter sido o único que aquela pessoa receberá no dia.
Que pode fazer alguns dias ou semanas que ela não recebe um simples elogio.
E que o amor de nosso Criador pode estar pedindo a nossa ajuda naquele momento, pois somos a pessoa
certa no momento certo na vida do nosso próximo. Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #amor #comportamento #coragem #bondade #emoções #esperança
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52. CULTIVAR O HÁBITO DA ORAÇÃO

Você tem o hábito de orar a Deus?


Nas suas necessidades, costuma recolher-se, a fim de vincular-se a Deus, e compartilhar com Ele suas
dificuldades?
Sempre será válido o recurso da oração, em qualquer momento da vida.
Durante a oração a alma alcança sintonias mais elevadas, e oportuniza a si momentos de inspiração,
refazimento, reequilíbrio e coragem.
Quando oramos, nova frequência mental, salutar e revigorante, penetra nossa intimidade, reposicionando
valores, proporcionando novo estado de ânimo.
A oração dispensa qualquer rito ou fórmulas adrede preparadas, lugares especiais ou momentos específicos.
Ora-se no ponto de ônibus, dentro do carro, no trânsito, ao chegar ao trabalho ou à escola, adentrando o lar ou
na via pública.
Porém, muitos somos os que nos esquecemos de colocar nossas ações de conformidade com as orações que
enviamos ao Pai Celestial.
Rogamos intensamente, pleiteamos o atendimento das nossas necessidades, elencamos a mãos cheias o que
supomos nos fazer falta...
Porém, nossas ações no dia a dia, que deveriam se constituir numa prece, não apresentam esse caráter.
***
A prece é mecanismo fundamental para o bem-estar psicoemocional do indivíduo.
Porém, por vezes, se torna petitório vazio, quando permanece sem a ação coerente por parte daquele que ora.
Por isso recomendou Jesus: Buscai e achareis.
E, na mesma metáfora cristã, recomendou bater para que a porta se abra.
Dessa forma, sempre à prece, necessário se faz juntar os melhores esforços naquilo que podemos executar.
Qual seria a validade daquele que ora para ser cercado de amor, se traz o coração incendiado pelo ódio aos
seus adversários?
Qual a coerência em se pedir aos céus os recursos materiais que carecemos, se os braços permanecem
imobilizados na preguiça ou no mau agir?
Nas preces que fazemos, a Divindade também conta com parcela que provém de nós, mesmo que de pouco
alcance ou limitada pelas nossas condições.
Muitos imaginamos na oração um mecanismo para eliminar problemas ou o aparecimento de soluções mágicas
para nossa problemática.
É apenas a visão simplista, quando não infantil a respeito da nossa relação com Deus, e da prece como
mecanismo de contato com ele.
A oração será sempre o combustível, a renovação do ânimo, o acordar da coragem.
Porém, a iniciativa, a tomada de decisão, a ação a ser executada caberá a cada um.
***
Se desejamos um lar mais pacífico, a oração nos ajudará no equilíbrio íntimo, entretanto será de cada um a
opção de mudar os próprios hábitos em prol da paz.
Se anelamos pelo sucesso profissional, pela conquista do emprego, a oração nos dará a inspiração, a coragem.
No entanto, a boa vontade, a dedicação e o suor virão de nós, no esforço pela busca do que almejamos.
Assim, não nos sirvamos da oração como simples instrumento de milagres intercessórios.
Ela efetivamente é capaz de operar prodígios, desde que façamos a nossa parte, como contrapartida do que
desejamos ver realizado em nosso caminhar.
***
Joanna de Ângelis também aponta a prece como remédio para todas as situações, conforme podemos ver em
VIDA FELIZ, 9:
Mantém o teu controle emocional em todas as situações.
Sistema nervoso alterado, vida em desalinho.
Se dificuldades ameaçarem o teu equilíbrio, utiliza-te da oração.
A prece é medicamento eficaz para todas as doenças da alma.
***
Extraído do Momento Espírita (Título: Rogar a Deus) com referência ao Livro VIDA FELIZ, 9, por Joanna de Ãngelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #prece #oração #Deus #inspiração #esperança
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53. O PROBLEMA DA INVEJA

É bastante comum as pessoas invejarem umas às outras. Algumas apreciariam ter facilidade de se
expressarem em público porque, afinal, para muitos isso parece tão fácil.
Outras gostariam de ser admiradas pela sua beleza, como tantas o são, parecendo atraírem os olhares
onde quer que estejam.
Enfim, é um desfilar contínuo de desejos de ser como o outro, de ter o que o outro tem.
***
Uma cantora e estrela da TV americana teve oportunidade de narrar uma de suas experiências de vida.
Algo, diz ela, que lhe aconteceu em torno de seus treze anos de idade e que influenciou definitivamente
sua carreira e seu modo de ser.
Foi nessa época que ela recebeu a chance de realizar uma turnê por várias cidades americanas com uma
famosa cantora.
Apresentando-se em ambientes fechados de igrejas, elas atraíam público sempre entusiasta.
Della Reese afirma que toda vez que se apresentava dava o máximo de si. Buscava entoar as notas mais
altas, sustentava-as por tempo mais longo. Enfim, era um show em que se exibia.
Esquecia-se, quase sempre, de que estava cantando em templos religiosos e entoando hinos que
deveriam ter o objetivo único de louvar ao Senhor e sensibilizar as criaturas para as coisas espirituais.
Com o tempo, ela foi observando que o seu modelo, a famosa Mahalia Jackson inspirava ao povo
sentimentos diferentes dos que ela conseguia. As pessoas a ouviam com respeito e assombro.
Qual seria o motivo, ela se perguntava. Foram necessárias muitas apresentações para conseguir
descobrir.
Foi quando, em uma determinada localidade, encontraram uma garota, uma lavradora de tranças longas
que cantava maravilhosamente.
Della Reese, de imediato, ficou enciumada. Com certeza, ela seria preterida.
No entanto, quando manifestou seu mau humor e sua raiva para a famosa Mahalia, recebeu a lição, em
poucas palavras:
Não se trata de cantar melhor, de sustentar por mais tempo as notas ou de alcançar tonalidades mais
agudas. Trata-se de sentir a presença de Deus. Não estamos numa competição. Estamos a serviço de
Deus.
E concluiu: Fique feliz por Ele ter chamado você. Mas, lembre-se de que você não é a única a quem Ele
chamou.
Della Reese afirma que jamais conseguiu cantar como cantoras extraordinárias que a inspiraram, mas
conseguiu cantar como ela mesma, dar o que tinha de seu.
E considerou que a presença daquela mulher em sua adolescência foi a dose exata da Providência Divina
se manifestando para que ela aprendesse a ser grata e valorizasse o que possuía.
***
Todos somos filhos de Deus e todos possuímos dádivas que nos foram dadas por Ele.
Todos trazemos a este mundo talentos que nos cabe aproveitar bem. Uns possuímos a inteligência
aguçada, a sabedoria, recursos materiais. Outros, a facilidade para as artes, a comunicação, as ciências.
Cada um de nós está colocado estrategicamente em um lugar especial, para ali crescer e auxiliar os
demais a crescerem, para progredir e ajudar o progresso dos que convivem conosco.
***
Extraído do Momento Espírita (Título: Com o que tenhas)
Referência: Artigo O TOQUE DE UM ANJO, de Seleções Reader´s Diagest, de abril de 1998.
***
#momentoespirita #inveja #talentos #autoconhecimento #emoções #disciplina
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54. ILUMINA-TE
Jesus, Modelo e Guia de nossas vidas, nos legou profundos ensinos. Vez ou outra, relendo os apontamentos
evangélicos, nos surpreendemos ao lhes descobrir o verdadeiro sentido.
Por vezes, essas orientações nos parecem totalmente novas. É que somente vamos entendendo seus
propósitos, na medida em que amadurecemos nossa compreensão.
Como Mestre, Jesus se preocupou em estimular Seus discípulos, Seus ouvintes, à autoestima, à
autovalorização.
É assim que nos compara ao sal da Terra, tão importante para a conservação e sabor dos alimentos.
Igualmente nos recorda da filiação divina, afirmando o quanto somos importantes para o Pai Celeste, que por
nós vela, continuamente.
Mais do que se preocupa com as aves dos céus e a erva do campo, a quem providencia o alimento e a rica
veste.
Em uma de Suas exortações, Jesus orienta: Brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam as boas
obras e glorifiquem vosso pai, que está nos céus.
Estas palavras atravessaram os séculos e permanecem atuais.
***
No tempo presente, fala-se muito em autoajuda e autoiluminação. Multiplicam-se lives, treinamentos, livros,
objetivando oferecer sugestões para o melhor viver.
No entanto, há mais de dois mil anos, o Celeste Amigo já lecionara a respeito do resplandecer a nossa luz.
O convite é desafiador. Verificamos que Ele não nos diz para acendermos nossa luz. Ele nos orienta a fazê-la
brilhar.
Isso porque somos filhos da luz. Criados à Imagem e Semelhança do Criador, trazemos a luz em nossa
intimidade, como um tesouro inigualável.
Nossa ação deve ser fazê-la brilhar, para nossa felicidade e de toda a Humanidade. Quando o vaga-lume
acende sua pequenina luz, na noite escura, clareia ao seu redor.
Quanto mais não haverá de iluminar a luz do bem, do amor, a luz que emana das nossas almas, filhos de
Deus.
***
A questão que nos acode ao pensamento é: Como podemos fazer brilhar a nossa luz?
Algumas ações nos são sugeridas.
A solidariedade generosa que contribui para diminuir a aspereza das provações humanas, dando valor ao
próximo que, sem essa ajuda, poderá se sentir esquecido e desprezado.
A empatia geradora de amizade, que contribui eficazmente para a vivência da alegria, do bem-estar, da
conquista da saúde.
Todo aquele que se preocupa com o seu próximo vivencia mais harmonia interior do que aquele que lhe é
indiferente.
Essa atitude propicia autossegurança, porque elimina a desconfiança que predomina naquele que se isola.
Naturalmente, o êxito de qualquer candidato à autoiluminação depende do esforço que aplicar para esse
resultado feliz.
Dessa forma, busquemos intensificar o brilho da nossa luz, a fim de auxiliarmos a clarear as estradas do
mundo.
Existem muitas instituições dedicadas ao bem, ao socorro em favor dos que se encontram algemados aos
vícios ou sofrimentos.
Podemos buscá-las e colaborar, da forma que pudermos, o quanto pudermos. Com nossa grande ou diminuta
cota.
Acendamos em nós a sublime claridade do discernimento na mente e do amor no sentimento, a fim de
conseguirmos a paz e os estímulos para a sublimação.
Comecemos ainda hoje. Agora!
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 5, versículo 16, do EVANGELHO DE MATEUS e no Prefácio, do livro ILUMINA-TE, por
Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco.
***
#momentoespirita #empatia #amizade #Evangelho #autoiluminação #autoajuda #caridade
65

55. SEM JAMAIS ESQUECER

Quando aquela jovem engravidou, se encheu de felicidade. Seu grande desejo era ser mãe e ela o iria
concretizar.
Plenamente consciente da grande responsabilidade, ela passou a ter interessantes conversas com seu bebê,
enquanto acariciava a barriga, crescendo a cada dia.
Meu anjinho, você está recebendo um corpo novo para viver na Terra.
Ele terá tudo o que você precisa para evoluir. Você poderá gostar dele ou não, mas será o corpo que terá por
toda a vida aqui.
Você sabe, a Terra é uma escola incrível, e você já está matriculado no curso da vida, onde vai aprender muito.
É uma escola especial onde as lições são repetidas até que aprendamos.
Meu amor, a Terra ainda faz o papel de grande oficina, onde podemos consertar nossos enganos, erros e
diferenças.
As conversas eram longas, todos os dias.
Ela desejava que seu filho pudesse chegar ao mundo físico, ciente de muitas coisas. Então, falava:
Na Terra, filhinho, nós temos as ferramentas que precisamos para burilar nossas asperezas e tornarmos bela
nossa alma.
Claro que você se servirá do seu livre-arbítrio. Poderá seguir para o progresso mais rápido ou mais lentamente.
Uma coisa que desejo não esqueça é que Deus lhe destinou um pai e uma mãe.
Um pai que o conduzirá pela mão, pelas estradas do mundo. Ainda nem sei se você será menino ou menina.
Se gostará de futebol ou de bonecas.
Se gostará de estudar ou não.
Mas, estaremos aqui, seu pai e eu para ajudá-lo, no que for preciso.
E, a não ser que o bom Deus decida nos levar antes, estamos preparados para acompanhar toda sua trajetória
de progresso nesta Terra.
Venha, meu filho, estamos aguardando você, com amor, com muita alegria.
***
Em tempos de tantos métodos anticoncepcionais e de tantos que assinalam, no seu currículo terreno, não
terem filhos, conseguir quem nos aceite oferecer um corpo para viver, entre os homens, é uma glória.
Com milhares de nascimentos diários, imaginamos que tudo deva ser muito fácil.
Mas não é. Se nascem em torno de trezentos e oitenta mil crianças por dia, no planeta, imaginemos que o
triplo de Espíritos existam, aguardando essa oportunidade.
Nascer é uma grande chance.
Somos a concretização de um ato de amor, de uma mãe, de pais. Alguém disse sim para nossa concepção.
E nos permitiu vir à luz. Com certeza, por isso, nossa primeira reação, fora do útero materno, é chorarmos.
É o nosso grito de vitória: Conseguimos.
Dessa forma, devemos ser gratos por estarmos na Terra. Não importa se nossas lutas são ferrenhas, se temos
problemas de saúde a superar, se não temos tudo o que gostaríamos.
***
Estamos vivos. E a vida é uma luta constante. Viver é lutar.
Lutar para que o ar encha nossos pulmões, que o sangue alimente o cérebro, que a bomba cardíaca realize a
sua tarefa constante.
Sejamos gratos a quem nos permitiu nascer. A quem cuidou de nós para que os dias se sucedessem e
continuássemos por aqui.
Por quem nos alimentou, banhou, agasalhou, consolou.
Gratidão deve ser nossa palavra de ordem, diária. Gratidão a quem nos gerou, a quem segue conosco, a quem
nos ampara.
Gratidão a Deus pelo dom da vida!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #vida #gratidão #amor #desafio #filhos #nascer #nascimento
66

56. ATITUDE CRISTÃ

A maioria das pessoas sabe que Jesus sintetizou na prática do amor todos os deveres dos homens.
Ele afirmou que no amor a Deus e ao próximo estão contidas todas as leis divinas.
Assim, quem se declara cristão, para ser coerente com sua fé, necessita amar a Deus e ao próximo.
Relativamente ao amor ao próximo, há um complicador, pois ele simboliza o conjunto das criaturas humanas.
Não se trata apenas da namorada, do irmão ou do amigo querido, mas de todo ser humano, incluindo os
inimigos.
Mesmo os corruptos e os criminosos estão incluídos no conceito de próximo, de semelhante.
***
Surge então a dúvida: Não é possível distinguir entre pessoas queridas e completamente desconhecidas?
Para cumprir a lei de amor é necessário sentir carinho por quem rouba nosso carro ou nos machuca?
No âmbito da legislação humana, sabe-se que uma lei não pode impor deveres muito artificiais.
Se uma determinação for muito difícil de ser cumprida, nunca será eficaz.
Por exemplo, um limite de velocidade de cinco quilômetros por hora jamais será respeitado.
Esse limite é muito artificial e impossível de ser cumprido.
Não importa a sanção que se aplique, as pessoas o burlarão tanto quanto possível.
Certamente Deus não é menos sábio do que o legislador humano.
A amizade é uma questão de afinidade de almas.
O afeto costuma se originar da semelhança de valores e de gostos.
Não é possível gostar do mesmo modo de um amigo e de um cruel criminoso.
Então, amar, no contexto das leis divinas, não implica necessariamente sentir afeto e externar ternura.
Em relação a desconhecidos ou desafetos, o amor é principalmente uma questão de atitude, de respeito.
***
O cumprimento da lei de amor pressupõe que o homem se coloque mentalmente no lugar do próximo. E
imagine como gostaria de ser tratado, se estivesse na situação dele.
Identificado esse desejo, ele deve agir desse modo.
Amar o próximo é tratá-lo como gostaríamos de ser tratados.
Como sempre desejamos o melhor para nós, temos o dever de dar ao próximo o melhor tratamento possível.
Talvez ainda não consigamos gostar dele.
Mas sempre devemos tratá-lo com correção e generosidade.
Trata-se do amor como uma atitude.
Não é necessário sermos santos para amar os inimigos e os malfeitores.
Basta termos o firme propósito de viver como cristão.
O amor é uma proposta de vida, um compromisso com a própria consciência.
No fundo é algo simples e com profundo potencial transformador da sociedade.
Se cada homem adotar o hábito de imaginar-se no lugar do outro antes de agir ou falar, certamente o padrão
de relacionamento humano melhorará muito.
Não importa se o próximo é mesquinho, viciado ou corrupto.
Não se trata de gostar ou não, mas de agir corretamente.
Isso não implica um viver irreal, no qual não se tome cuidado com os indivíduos perigosos.
***
É preciso sermos mansos como as pombas e prudentes como as serpentes, conforme o dizer de Jesus.
É necessário percebermos o mal onde ele existe, para viabilizarmos a defesa.
Mas não valorizarmos o mal na pessoa do próximo e nem desprezá-lo por suas falhas.
Ajudá-lo a recuperar-se, sempre tendo em mente o nosso próprio desejo de auxílio, caso o corrupto ou o
viciado fôssemos nós. Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #vida #amor #leideamor #relacionamentos #sociedade #Jesus #generosidade #fraternidade
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57. COMO UM MENINO...

Em tempos de guerras e violências urbanas, de tantos quereres, em tempos em que muitos


desconsideram a escola, a instrução, a família, alguns fatos nos levam a reconsiderar nossa maneira de
ver o mundo.
Na capital cearense, próximo à casa, a família sofreu um assalto.
E o que mais desgostou o menino, de apenas seis anos, ao chegar em casa, foi perceber que a sua
mochila, com todo seu material escolar, também fora levada pelo assaltante.
Desejando, ardentemente, que ela lhe fosse devolvida, porque queria fazer a atividade escolar, ele
recorreu a quem, sem dúvida, resolveria a questão.
Não pensou que a polícia pudesse, em algum momento, encontrar o ladrão e lhe devolver a mochila. Não
pensou que seu pai poderia fazer um apelo pelas redes sociais e, quem sabe, conseguir a devolução.
Ele pensou em Alguém em Quem aprendeu a depositar sua fé. Uma fé, que pode ter trazido, dentro de si,
ao renascer. Mas, que, com certeza, foi alimentada pelos pais, desde o berço.
Ele foi fazer a sua rogativa a Jesus, pedindo que Ele dissesse ao rapaz que levara sua mochila que a
devolvesse. Ele precisava do seu material.
E logo. Porque tinha dever de casa para fazer.
Um pedido muito simples, sem palavras difíceis nem longos comentários.
***
Então, um telefonema ao pai do garoto informou que a mochila fora encontrada e que, no dia seguinte,
seria entregue no colégio.
Bem, Jesus não conseguiu que ela chegasse no mesmo dia. Mas, Daniel entendeu que a sua rogativa
fora atendida.
Quem pensa que tudo acabou por aqui, se engana. Se aquele coração de menino era portador de fé,
também nele brotava robusta a árvore da gratidão.
E foi desejando agradecer que ele resolveu ofertar ao amigo algo que ele próprio gosta muito: uma maçã.
Deixou a fruta sobre a mesa, no local de orações da escola, com uma cartinha dentro de um envelope:
Obrigado, Jesus, por atender a minha prece. Espero que goste da maçã. Daniel.
Enquanto o relato nos emociona, por descobrir tanta inocência num coração de menino, cogitamos de
quanto seria bom se tivéssemos fé semelhante.
Uma fé que não tem somente o tamanho de um grão de mostarda. É bem maior.
E nos fala, igualmente, do poder da oração. Uma oração que, dirigida aos céus, encontrou eco e, de
alguma forma, chegou ao coração de quem tudo levara no assalto.
Terá jogado a mochila em alguma casa próxima da escola? Terá sido simplesmente porque descobrira
nada ali ter valor para si?
***
Os que sabemos do quanto atuam os Espíritos em nossos pensamentos, bem podemos crer que um
mensageiro do bem lhe tenha dado a ideia de se desfazer daquela mochila, de devolvê-la.
Por fim, registre-se a atitude do garoto ao receber de volta o seu tesouro. Ele não comemora
simplesmente, ele deseja demonstrar a sua gratidão.
E o que, em sua mente, tem de melhor, aquilo de que mais gosta, oferece ao amigo.
Um amigo real, com quem ele pode contar, sempre.
Bem asseverou Jesus que para adentrar o reino dos céus devemos nos assemelhar a um menino.
Um menino. Qualquer menino inocente, portador de fé e de gratidão.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Narrativa de fato ocorrido em Fortaleza, Ceará, com o garoto Daniel Oliveira.
***
#momentoespirita #vida #inocência #criança #oração #Jesus #fé #fraternidade
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58. REFLEXÕES PARA QUANDO ESTIVERMOS PREOCUPADOS

Já nos demos conta de como, em grande parte do dia, ou até na maioria deles, andamos com a máscara da
preocupação afivelada na face?
Quem nos veja, diariamente, talvez até pense que somos infelizes.
Infelizes porque precisamos trabalhar muito, porque temos muitas contas a pagar, porque os filhos estão
pedindo mais do que possamos dar, porque não nos sentimos realizados profissionalmente, porque não
fomos aprovados no concurso para o qual estudamos tanto.
Infelizes porque o namoro não deu certo, porque o Natal se aproxima, estamos de mal com a família e não
sabemos como ou onde passaremos esses dias em que o mundo inteiro festeja, sorri, brinca, troca
presentes.
Somos, em verdade, muitos os que trazemos nos ombros o peso do mundo e vamos nos dobrando para o
solo.
No entanto, deveríamos nos exercitar, na Academia de Deus, levantando o nosso rosto.
Se fizéssemos isso, poderíamos perceber as roseiras florindo no jardim do nosso vizinho, umas avezitas
recém-saídas do ninho, ensaiando seus primeiros voos, entre os arbustos.
Poderíamos perceber que o sol brilha e sentir a carícia do calor em nossa face. Simplesmente, sentir.
***
Oferecer mimos, sem data estabelecida, sem olhar para o calendário é próprio de quem ama. E ninguém nos
ama mais do que Deus, nosso Pai.
Um Pai tão amoroso que, na selva de pedra, faz brotar no minúsculo orifício do muro envelhecido uma
pequenina flor. Sozinha, mas tão viçosa.
Para todos os que passam ela se enche de cor e se exibe.
No gramado da praça, as pétalas caídas dos ipês criam aquarelas de beleza.
Quando passeamos pela alameda de árvores frondosas, um vento brando sacode a ramaria e despeja
pequenas folhas à nossa passagem.
Somos uma pessoa tão importante assim, que nos é providenciada uma chuva de confetes naturais para nos
saudar?
Sim, somos muito especiais. Filhos do Dono do Universo. Filhos gerados na Luz e abençoados todos os dias
com o dom da vida, com o acariciar do vento, a balbúrdia da tormenta, a composição artística das nuvens, o
imenso céu azul e uma noite de estrelas.
***
Tudo isso está aí, ao nosso redor. Somente continuamos entristecidos porque não alongamos o olhar, não
levantamos a face, não nos permitimos ver a beleza que nos rodeia.
Sim, estamos num mundo onde, conforme asseverou Jesus, teremos aflições.
Contudo, não somente aflições. Para arrefecer a canícula, Deus providencia a brisa ligeira.
Para amainar as dores da nossa alma, Ele nos oferece muitos mimos.
Exatamente como quem ama, o faz, a qualquer hora que o coração determine.
São tantos mimos e tão constantes, que nos esquecemos de sermos gratos, nos esquecemos de que Ele
existe e nos ama.
Quando pensarmos nisso, quando começarmos a usufruir de tantos agrados, todos os dias, sentiremos que
nossas dores ficarão menos intensas, nossas cargas menos pesadas.
Aproveitemos os mimos de Deus, agora mesmo, agradecendo o dom da audição, que nos permite ouvir esta
mensagem.
O dom da visão que nos permite enxergar as maravilhas dos céus e da Terra.
O dom da vida. Mimos de Deus. Sejamos gratos.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #vida #preocupações #aflições #Deus #Jesus #amor #reflexão
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59. UM RECONFORTANTE RECADO DE DEUS

Aqueles que dispomos da visão perfeita, com certeza não podemos avaliar a preciosidade que é ter noção
de espaço, distâncias, cores. Tudo o que os olhos nos oferecem todos os dias.
Por isso, ouvir o depoimento de uma senhora novaiorquina, cega, que mora sozinha, é emocionante.
Durante todo o inverno, ela ficou dentro de casa a maior parte do tempo. Naquele dia de final de abril, a
friagem amenizou e ela sentiu o perfume forte e estimulante da primavera.
Seus ouvidos escutaram o canto insistente de um passarinho do lado de fora da janela. Era como se a
pequena ave a estivesse convidando a sair de casa.
Preparou-se, tomou a bengala e saiu. Voltou o rosto para o sol, deu-lhe um sorriso de boas-vindas,
agradecida pelo seu calor e a promessa do verão.
Caminhando tranquila pela rua, escutou a voz da vizinha a lhe perguntar se não desejava uma carona.
Não, respondeu ela. As minhas pernas descansaram o inverno inteiro. As juntas estão precisando ser
lubrificadas e um passeio a pé me fará bem.
Ao chegar na esquina esperou, como era seu costume, que alguém se aproximasse e permitisse que ela o
acompanhasse, quando o sinal ficasse verde.
Os segundos pareceram uma eternidade. E ninguém aparecia. Nenhuma oferta de ajuda. Ela podia ouvir
muito bem o ruído nervoso dos carros passando com rapidez, como se tivessem que conduzir os seus
ocupantes a algum lugar, muito, muito depressa.
Por um momento se sentiu só, desprotegida. Resolveu cantarolar uma melodia. Do fundo da memória,
recordou-se de uma canção de boas-vindas à primavera, que havia aprendido na escola quando era criança.
***
De repente, ela ouviu uma voz masculina forte e bem modulada.
Você me parece um ser humano muito alegre. Posso ter o prazer de sua companhia para atravessar a rua?
Ela acenou afirmativamente com a cabeça, sorriu e murmurou ao mesmo tempo um sim.
Delicadamente, ele segurou o braço dela. Enquanto atravessavam devagar, conversaram sobre o tempo e
como era bom, afinal, estar vivo num dia daqueles.
Como andavam no mesmo passo, era difícil se saber quem era o guia e quem era o guiado. Mal haviam
chegado ao outro lado da rua, ouviram as buzinas impacientes dos automóveis. Devia ser a mudança de
sinal.
Ela se voltou para o cavalheiro, abriu a boca para agradecer pela ajuda e pela companhia.
Antes que pudesse dizer uma palavra, ele falou:
Não sei se você percebe como é gratificante encontrar uma pessoa tão bem disposta para acompanhar um
cego como eu, na travessia de uma rua.
***
Às vezes, quando nos sentimos sós no Universo, Deus nos manda uma imagem semelhante para diminuir
nossa sensação de isolamento e desigualdade.
É sempre reconfortante conseguir perceber que, sejam quais forem as dificuldades e limitações que
estejamos atravessando, sobre a Terra, existem outras tantas dezenas ou centenas de criaturas que, como
nós, passam por situações semelhantes.
E, o mais importante, lutam e vencem. É a mensagem viva de bom ânimo da Divindade para as nossas
próprias vidas.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro PEQUENOS MILAGRES, de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, ed. Sextante.
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#momentoespirita #vida #preocupações #aflições #Deus #reflexão
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60. TOMANDO DECISÕES

A nossa existência pode ser comparada a imenso mapa sobre o qual nos movimentamos, e onde a todo
instante tomamos decisões sobre o rumo que vamos seguir.
Nesse caminhar, as opções são inúmeras. Existem os atalhos, precipícios, atoleiros, cipoais, rios
caudalosos, campos floridos.
E, conforme a nossa decisão, teremos as consequências correspondentes.
Existem pessoas que, antes de se movimentarem, traçam com cuidado o seu trajeto. Estendem a visão
mental e abrangem todo o percurso que vão percorrer, para evitar surpresas desagradáveis.
Essas dificilmente se enroscam nos espinheiros ou ficam presas em areias movediças. E geralmente
superam com facilidade os obstáculos do caminho.
São indivíduos visionários. Ao estender o olhar para além do que as vistas alcançam, estabelecem com
acerto o melhor trajeto e as melhores estratégias para alcançar seu destino.
Mas existem pessoas que andam às voltas com os obstáculos que não enxergam, embora estejam a
poucos metros de distância.
São criaturas que não têm visão. Não programam suas atividades e por isso sofrem e fazem os outros
perderem tempo com suas trapalhadas.
É a dona de casa que decide fazer um bolo e, só depois que já está com as mãos na massa verifica que
faltam alguns ingredientes.
Se antes de começar tivesse checado se dispunha dos ingredientes necessários, teria um sofrimento a
menos.
A falta de visão também causa estresse e problemas no trânsito.
É o motorista que dirige como se estivesse no quintal da sua casa; não percebe os sinais de trânsito,
semáforos, pedestres e outros tantos motoristas que dependem de suas ações para tomar decisões.
Esse tipo causa sérios problemas, pois além de colocar a própria vida em risco, também é um perigo
para os outros.
Não usa as setas adequadamente, entra na contramão, pára em local proibido, e geralmente causa
confusão e acidentes na via pública.
***
Pessoas assim são como toupeiras, esses animaizinhos que cavam túneis sob o chão e não têm
nenhuma noção de para onde estão indo, pois são praticamente cegos.
Já as pessoas visionárias são como águias. Voam alto e, antes de mergulhar para apanhar seu
alimento, buscam uma visão panorâmica do terreno e dificilmente erram o alvo.
É assim que vamos encontrar no meio em que nos movimentamos, pessoas águias e pessoas
toupeiras.
A falta de visão tem infelicitado muitas criaturas, pois quando estas se deparam com os obstáculos
imprevistos do caminho, se desesperam e perdem o rumo.
Isto se pode constatar diariamente, tanto nos círculos de pessoas comuns quanto nos círculos de
pessoas públicas, ambiciosas, cuja cegueira não lhes permite ver que a ganância e o crime sempre
conduzem ao lodo.
São livres decisões provocando consequências inevitáveis...
Um falso movimento, uma falta de visão, e podemos entrar por caminhos de difícil retorno...
***
Por essa razão, vale pensar bem antes de iniciar a caminhada. Vale a pena se perguntar: “Aonde eu
quero chegar?
Que caminho tomarei: o mais fácil ou o correto?
Terei a meu favor os bons ventos da honestidade e da dignidade?”
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Pense que as intenções são decisivas para as conseqüências.


E como reclamar das conseqüências infelizes, senão de nós mesmos, que não tivemos a devida
atenção antes de dar os primeiros passos?
Se você tem encontrado muitos obstáculos, e suas ações resultam sempre em sofrimento para você ou
para os que o rodeiam, vale pensar um pouco mais antes de decidir.
Por mais que a pressa tente fazer com que você decida sem planejar, detenha-se um instante e lembre-
se que a pressa não é boa conselheira, principalmente quando atropela.
Se a providência requer urgência, menos apressada deve ser.
Portanto, já que caminhar é nossa rotina constante, dedicar um tempo para analisar o roteiro mais
seguro, é questão de sabedoria.
Afinal, alguns minutos dedicados ao planejamento da rota podem evitar muito tempo de sofrimento e
dissabores.
Pensemos nisso, e recordemos que o Universo se mantém em harmonia porque tem a governá-lo um
olhar soberanamente abrangente e infinitamente sábio.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #vida #decisões #escolhas #comportamento #honestidade #dignidade #reflexão
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61. CASTELOS DE AREIA

Manhã de sol. O mar dança com suas ondas ritmadas. Na praia está um menino.
Ajoelhado, ele cava a areia com uma pá de plástico e a joga dentro de um balde vermelho. Em seguida, vira
o balde sobre a superfície e o levanta.
Encantado, o pequeno arquiteto vê surgir diante de si um castelo de areia.
Ele continuará a trabalhar por algumas horas. Cavando os fossos. Modelando as paredes.
As rolhas de garrafa serão as sentinelas. Os palitos de sorvete serão as pontes. E um castelo de areia será
construído.
***
Em outro cenário, vemos a cidade grande. Ruas movimentadas. Ronco dos motores dos automóveis.
O homem de negócios trabalha em seu escritório. Janelas à prova de som para que o barulho de fora não o
incomode.
Toma ciência de pilhas de papel, as organiza. Chama funcionários e distribui tarefas. Faz chamadas
telefônicas e videoconferências.
Como num passe de mágica, contratos são assinados e, para sua felicidade, o dia se encerra com saldo
positivo de grandes negócios.
Ele trabalhará dessa forma todos os dias. Formulando planos. Prevendo o futuro.
As rendas anuais serão as sentinelas. Os ganhos de capital serão as pontes. Um império está sendo
construído.
Dois construtores de dois castelos. Ambos têm muita coisa em comum: fazem grandezas com pequeninos
grãos e com sua criatividade.
Constroem algo do nada. São diligentes e determinados. E, para ambos, a maré subirá e tudo terminará.
É aqui que as semelhanças acabam e descobrimos as grandes diferenças entre um trabalho e outro.
Ao fim do dia, na hora do crepúsculo, quando as ondas se aproximam, o menino sábio pula e bate palmas.
Não há tristeza. Nem medo. Nem arrependimento. Ele sabia que isso aconteceria. Não se surpreende.
E, quando a enorme onda bate em seu castelo e sua obra-prima é arrastada para o mar, ele sorri...
Sorri, recolhe a pá, o balde, segura a mão do pai e vai para casa.
O adulto, contudo, não é tão sábio assim. Quando a onda dos anos desmorona seu castelo, ele se
atemoriza...
Cerca seu monumento de areia, a fim de protegê-lo.
Tenta impedir que as ondas alcancem as paredes. Encharcado de água salgada e tremendo de frio, ele
resmunga para a próxima onda.
"É o meu castelo." - Diz em tom de posse.
O mar não precisa responder. Ambos sabem a quem a areia pertence...
***
Talvez não tenhamos experiência com construção de castelos de areia, na praia. Pode ser que nunca
tenhamos construído um, na nossa infância.
No entanto, as crianças nos ensinam. Por isso, observemos como elas se divertem construindo. A alegria
está em criar uma obra-prima de engenharia.
Como elas, quando chegar a hora do pôr do sol e a maré levar tudo embora, aplaudamos.
A vida tem sua dinâmica própria, e obedece a leis transcendentes que nem sempre conseguimos
compreender totalmente...
Mas o certo é que a roda da vida gira e nos oferece lições importantes para serem aprendidas e vividas.
Resta-nos conhecer e confiar. Observar e aprender.
Portanto, aplaudamos o processo da vida, seguremos a mão do Pai Eterno e nos preparemos para, um dia,
voltarmos para casa.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. CASTELOS DE AREIA, de Max Lucado, do livro HISTÓRIAS PARA O CORAÇÃO 2,
organização de Alice Gray, ed. United Press.
***
#momentoespirita #vida #tempo #posses #comportamento #crianças #aprendizado #reflexão
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62. JUVENTUDE E EDUCAÇÃO

Jacqueline tinha oito anos de idade e seu irmão Coly tinha seis, quando perderam o pai, em um
acidente automobilístico.
Então, Jacqueline, muito ligada ao pai, ficou desesperada. Ele, que era seu disciplinador dedicado, já
não estava mais presente.
Em poucos meses, tudo se transformou. A mãe, que não se preocupava com a disciplina da família,
agora se descontrolava com freqüência.
Um caos, uma revolta sem fim tomou conta da família.
Irmão contra irmão, gritos, agressões e palavrões até mesmo contra a própria mãe. Uma situação
insustentável.
Então, a mãe percebeu que necessitava de ajuda para reequilibrar e assumir o controle da família, já
que não restava outra opção.
Contratou uma educadora para auxiliá-los. Depois de muitas análises do comportamento e da rotina
familiar, a educadora traçou um plano.
Respeito, vontade, obediência e muito diálogo, foi o que receitou.
Colocou para a mãe a necessidade da liderança, para dar um norte aos filhos, e o estabelecimento de
limites.
Aquela garotinha havia perdido não só a presença e o amor do pai, mas também as barreiras em que
se apoiava para a conquista da liberdade.
Aos poucos, a mãe foi aprendendo a exigir na hora certa, a direcionar os acontecimentos com firmeza e
respeito, assumindo realmente o seu papel de mulher adulta e responsável.
O lar voltou a ter harmonia e tudo melhorou.
Jacqueline agora entendia que havia alguém de volta na sua vida que, por muito amá-la, lhe dizia o que
podia ou não fazer, o que estava certo ou errado.
Assim, ela ficou mais doce e amável, tornando-se grande companheira da mãe, como nos tempos do
pai.
***
A educação deve ser o centro das atenções nas famílias, pois a família é a célula da sociedade.
Cada detalhe ou acontecimento devem ser explicados com naturalidade, sem que o educador
negligencie ou desconsidere a inteligência da criança.
Com devotamento na educação, evita-se que os filhos fantasiem ou criem pensamentos equivocados a
respeito da vida.
Um diálogo sincero e amigo traz à tona o sentimento para se juntar à teoria, fortalecendo e criando
novos hábitos, em bases sólidas e confiáveis.
O diálogo lúcido e respeitoso impede a formação de personalidades caprichosas, que só estão
satisfeitas quando podem ditar a última palavra.
A educação correta na infância poupa desgastes no futuro e evita impactos dolorosos e marcantes no
ciclo da vida.
***
A melhor, a mais eficiente e econômica de todas as modalidades de assistência é a educação, por ser a
única de natureza preventiva. Não remedeia os males sociais; evita-os.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 186, traz orientações quanto ao lar e à educação dos filhos:
O lar é o templo da família.
Os filhos são empréstimos divinos para a construção do futuro ditoso.
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Todo o tempo possível deve ser aplicado na convivência familiar, através dos diálogos, dos exemplos,
tomando-se o método mais eficaz de educação.
Os hábitos adquiridos no lar permanecem por toda a existência e se transferem para além do corpo.
Educar é viver com dignidade, deixando que se impregnem dos conteúdos, com vigor, aqueles que
participam da convivência doméstica.
Tudo quanto invistas no lar, retornará conforme a aplicação feita.
Faze do teu lar a oficina onde a felicidade habita.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Programa SOS Babá, do Discovery Home Health, e em pensamento extraído do livro O MESTRE NA EDUCAÇÃO de Vinícius,
ed. Feb.
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#momentoespirita #juventude #família #educação #comportamento #filhos #aprendizado #reflexão
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63. AFETOS NÃO SE APAGAM

Nathan sempre sonhara ser médico. A vida lhe pediu que desistisse de seu sonho.
Cedo precisou auxiliar a sustentar seus pais e irmãos. E cada vez seu sonho se tornava mais distante.
Décadas depois viu seu neto, pelo qual tinha um carinho especial, apresentar a mesma vontade.
Mas Nathan morreu quando o menino tinha apenas nove anos de idade. Aos 23 anos, Kevin mantinha o sonho
sempre mais forte. Queria ser médico, curar as pessoas.
Como seus pais iriam pagar a faculdade era uma incógnita. O curso era muito caro. Eles eram corretores de
imóveis e faziam o possível para fechar o maior número de negócios.
Certo dia, o pai de Kevin viu, no jornal local, o anúncio de alguém que queria vender uma casa.
Embora não costumasse entrar em contato com quem anunciava por sua própria conta, algo o fez telefonar.
Os donos tinham anunciado diretamente, desejando vender a casa, sem a necessidade de pagamento de
comissão a corretores.
Mas acabaram marcando com o pai de Kevin uma visita para que ele conhecesse a casa.
Agendaram para a terça-feira. Quando Sherman falou com a esposa a respeito, ela o lembrou que ele tinha um
compromisso anteriormente marcado.
Sherman ligou para os donos da casa e mudou a visita para a segunda, às quinze horas.
Mais tarde, eles tornaram a telefonar pedindo que ele fosse na segunda, mas pela manhã, às 11 horas.
Quando chegou ao local, Sherman descobriu que aquela casa tinha sido habitada pelos seus sogros, 15 anos
antes.
Comentou isso com os proprietários mas, antes que continuassem a conversar sobre a estranha coincidência,
a campainha tocou.
Era o carteiro.
Sherman ouviu o casal informar: Não. Ninguém chamado Nathan Stein mora aqui...
Sherman se levantou rápido da cadeira e gritou: Era meu sogro!
Com as devidas explicações ao carteiro, conseguiu que a carta lhe fosse entregue, mediante assinatura de
recebimento.
Era um informativo de um banco a respeito de uma conta corrente em nome de Nathan. Dizia que tal conta
seria fechada em breve se ninguém a viesse reclamar, pois estava sem movimentação há anos.
O valor? Quinze mil dólares!
Sherman, sua esposa e seu filho tiveram, logo, a certeza. Fora Nathan que, de alguma forma, do mundo
espiritual, envidara esforços para que ele estivesse lá, naquele momento.
Fui levado até lá no momento certo, disse Sherman. Meu sogro desejava que seu neto tivesse o dinheiro para
pagar o primeiro ano da faculdade.
E a filha, mãe de Kevin, tem certeza de que seu pai que sempre cuidou dela, continua a cuidar até hoje.
***
A morte, de forma alguma rompe os laços do amor. Da espiritualidade, os nossos amores prosseguem a velar
por nós.
Pais se esmeram no cuidado aos filhos que permaneceram na carne. Filhos, esposos, amigos têm os olhos
voltados para nós, abençoando-nos ainda com seu afeto especial.
Com os Imortais aprendemos que os bons espíritos fazem todo o bem que lhes é possível. Sentem-se ditosos
com as nossas alegrias.
Afligem-se com os nossos males, quando os não suportamos com resignação, porque então nenhum benefício
tiramos deles.
Eles se compadecem dos nossos sofrimentos, como nos compadecemos dos de um amigo.
Assim, os bons Espíritos nos levantam o ânimo no interesse do nosso futuro.
Os parentes e amigos que nos precederam na outra vida, por nos votarem afeição, nos protegem como
Espíritos, de acordo com o poder de que disponham.
Eles, como nós, são muito sensíveis aos sentimentos de amor e afeição.
***
Extraído do Momento Espírita com base no livro MENSAGENS DE AMOR E AMIZADE de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, ed. Butterfly e nos itens 484
a 488a de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. Feb.
***
#momentoespirita #amor #família #filhos #espiritualidade #aprendizado #reflexão
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64. COMPORTAMENTOS DIANTE DO ERRO

Atualmente, as informações circulam de forma livre e célere.


Por conseqüência, é possível ter uma noção de conjunto dos valores e hábitos da humanidade.
Certas ocorrências repetem-se com tanta freqüência, nos mais diversos locais e ambientes, que chamam a
atenção.
E a observação do que ocorre no mundo por vezes causa estarrecimento.
Uma das coisas que impressiona é a audácia das pessoas desonestas.
Elas parecem ter uma habilidade incomum para colocar-se nas posições mais relevantes.
Na política, na educação, nos meios jurídico e empresarial, a imprensa não cessa de apontar focos de
corrupção e desonestidade.
Já é bastante ruim haver tantas pessoas desleais.
Mas o que causa estupefação é como elas assumem facilmente posições de liderança.
Ninguém consegue disfarçar sua essência por muito tempo.
Quem não possui um nível ético satisfatório evidencia isso em inúmeras oportunidades.
***
Ninguém se corrompe de repente.
Uma pessoa genuinamente honesta não acorda um dia disposta a apoderar-se do que não lhe pertence.
O ser humano revela suas mazelas morais ao longo do tempo.
Sendo assim, como é possível que seres viciosos tornem-se tão influentes?
Em todo e qualquer ambiente, há homens íntegros e inteligentes.
Por que esses não agem, para obstar a influência perniciosa?
À primeira vista, parece pouco caridoso evidenciar os vícios de um semelhante, para limitar sua ascensão.
Ocorre que a caridade não possui como bandeira a ingenuidade e a conivência.
Constitui equívoco imaginar que o homem bondoso deve ser tolo e falho de percepção.
A criatura íntegra e generosa procura ser um fator de progresso e bem-estar no mundo.
Mas age com critério e discernimento, não de forma piegas.
***
Nessa delicada questão, importa considerar o móvel da ação e quanto bem ela pode produzir.
Certamente é condenável divulgar os defeitos do próximo por malevolência, com o fito de denegri-lo.
Mas também é censurável prestigiar a comodidade de um único ser, em detrimento de inúmeros outros.
A corrupção que atinge um ambiente prejudica a todos os que se vinculam a ele.
O dinheiro público surrupiado por alguns faz falta na construção de hospitais e escolas.
O desfalque realizado em uma empresa talvez seja a causa de sua falência.
Trata-se da vantagem desonesta de uma pessoa causando a penúria de muitas outras.
A compaixão não justifica a inércia perante esse tipo de situação.
Nada há de louvável em assistir-se silenciosamente a atos desonestos que prejudicam o meio social.
Na verdade, a timidez e a acomodação dos homens íntegros favorece a preponderância dos desonestos.
***
Grande parcela de culpa pela corrupção que grassa no mundo se deve às pessoas honestas.
Caso estas desejassem, preponderariam.
Quando o vício for combatido, sem ódio, mas firmemente, ele encontrará pouco espaço para proliferar.
É preciso ter compaixão pelo delinqüente, mas jamais compactuar com seus atos.
Assuma, pois, sua responsabilidade perante o mundo em que você vive.
Por timidez ou preguiça de desempenhar tarefas e ocupar postos, não permita que eles caiam em mãos
indignas.
A título de ostentar virtude, não simule ignorância e nem seja conivente.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
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65. FALANDO SOBRE O REMORSO

Quantas vezes, ao sermos convidados para uma tarefa, uma conversa, afirmamos: Não tenho tempo!
Não posso falar agora. Estou ocupado. Não posso fazer isso. Estou sobrecarregado de atividades. Não
posso...
A pergunta seguinte seria nos questionarmos quantas vezes nos arrependemos dessa nossa atitude.
Quantas vezes até choramos por não termos consagrado alguns minutos a alguém que desejava estar
conosco, nos dizer algo.
O depoimento de um psicólogo nos chamou muito a atenção. Refere-se ele ao tempo em que estagiava na
UTI do Hospital de Base de Brasília.
Era um quase final de dia. Ele preenchia os relatórios dos pacientes. Estava apressado porque, dentro de
quinze minutos, deveria entrar no seu emprego.
Nunca chegara atrasado. E queria que isso nunca viesse a acontecer. Queria que todos o admirassem por
ser aquele que sempre chegava na hora, responsável e ativo.
Foi interrompido por uma enfermeira da ala pediátrica que lhe pediu para ir conversar com um garoto, que
acabara de ser internado.
A resposta de Fábio foi rápida. Ela poderia pedir para qualquer um dos outros estagiários da psicologia.
Mas, todos já haviam completado seu turno. Não havia ninguém, além dele.
Relutando, a princípio, decidiu ir até o leito do garoto. Pensou que não ficaria ali mais do que uns dois
minutos.
O menino tinha dez anos e era portador de uma neoplasia maligna, câncer. Estava muito assustado, ligado a
vários aparelhos. Dizia que estava com medo, com muito medo.
Fábio pensou em acalmá-lo. Então, explicou para que servia cada um daqueles aparelhos a que ele estava
conectado.
A conversa foi evoluindo até o momento em que o paciente disse que gostava muito de desenhar.
Que legal, falou Fábio. Eu também gosto de desenhar. Hoje é sexta, mas na segunda, quando eu voltar para
o meu estágio, vou trazer os meus desenhos para você ver.
Haviam se passado nada menos do que sessenta minutos. Uma hora rápida, ao ponto dele se esquecer de
que entraria atrasado. E bem atrasado em seu emprego.
Na segunda, conforme prometera, mal chegou, foi direto ao leito do garoto. Estava vazio.
Procurou a enfermagem e perguntou se ele recebera alta.
Não, foi a resposta. Ele morreu, no sábado.
Fábio ficou chocado. A primeira coisa que lhe veio à mente foi: Graças a Deus, eu vim falar com ele, vim
acalmá-lo. Como eu me sentiria mal, agora, se não o tivesse atendido. Não tinha ideia de que ele morreria
em poucas horas.
***
Na vida, não temos como nos prevenir da tristeza, da mágoa, do medo, da desilusão.
No entanto, podemos nos prevenir do remorso.
Por isso, se estivermos indecisos se vamos viajar para ver nossos pais, no final de semana em que
poderíamos descansar, não adiemos a visita.
Não sabemos por quanto tempo ainda estarão por aqui, com saúde, lúcidos.
Se temos dúvidas se reataremos a amizade que rompemos em um dia de má vontade ou de má
comunicação, façamos isso hoje, agora.
Se temos desentendimentos com alguém, que perduram de algum tempo, vamos até ele. Desculpemo-nos
mesmo que a culpa não tenha sido nossa.
Façamos isso. Livremo-nos do remorso antes que ele chegue.
***
Extraído do Momento Espírita, com base em relato de Fábio William, O GAROTO NA UTI E O PSICÓLOGO NA ENCRUZILHADA, coletado
no Instagram.
***
#momentoespirita #remorso #vida #perdão #oportunidade #reconciliação
78

66. UM AMIGO DE VERDADE

Você tem um amigo de verdade?


Existem muitos amigos, mas os amigos verdadeiros ainda são uma raridade.
Um dia desses, enquanto alguns amigos conversavam de forma descontraída, podia-se observar que
um deles, em especial, trazia no rosto um semblante calmo, e sua serenidade espalhava um hálito de
paz no ambiente.
Logo mais, aquele jovem senhor deixava o recinto para atender alguns compromissos e, com a alma
dorida, falava-nos de algumas dificuldades que estava enfrentando.
Qual espinho cravado no peito, a calúnia feita por um falso amigo lhe fustigava a alma.
E, apesar de ter o coração dilacerado, ele conseguia exalar perfume ao seu redor, poupando os demais
companheiros do seu infortúnio.
Falava-nos, com certa tristeza, mas sem rancor, que um amigo maledicente havia espalhado inverdades
a seu respeito.
Logo mais estarei com ele e sei que irá me abraçar. E mesmo sabendo o que ele diz de mim pelas
costas, retribuirei o abraço sem nada dizer. - Falava-nos aquele homem nobre.
Não negava que a atitude do amigo o incomodava, mas, em momento algum se deixou levar pelo ódio,
pela mágoa ou pelo desejo de vingança.
***
Quem não gostaria de ter um amigo assim?
Sem dúvida, ter amigos de verdade é o que todos desejamos, mas nem sempre nos propomos a ser
amigos verdadeiros.
Perdoar um amigo significa dar-lhe uma prova de amizade, pois quando cometemos algum deslize
desejamos que, pelo menos, os amigos nos entendam e nos estendam a mão.
Mas, infelizmente, nem sempre agimos com os amigos da maneira que gostaríamos que eles agissem
conosco.
E, no momento que ouvíamos aquele amigo de verdade mostrar tamanha compreensão para com o seu
caluniador, lembramo-nos de Jesus.
***
Quando Judas chegou, trazendo os guardas para o prender, Jesus dirigiu seu olhar compassivo ao
traidor e lhe perguntou: A que vieste, amigo?
Jesus não só perdoou o amigo infeliz, como também compreendeu a sua miséria moral.
Em outro momento, quando Pedro negou que o conhecia, por três vezes, e se desesperou ao perceber
que Jesus o observava, sereno, por entre as grades da prisão, o Mestre o consola: Pedro, os homens
são mais frágeis que verdadeiramente maus.
Certamente um afago que Pedro jamais esqueceria...
Um amigo de verdade, diante dos maus passos dos amigos, age com compaixão, com piedade, com
tolerância, com benevolência...
***
São amigos assim que fazem falta no mundo...
Um amigo que olhe nos olhos, sem nada para esconder...
Um amigo que defenda o seu amigo ausente diante de comentários maldosos...
Um amigo que não tenha medo de dizer que é amigo...
Que não sinta vergonha de admitir que está com saudades...
Que ligue tarde da noite só para saber se o amigo está bem, porque teve um sonho ruim com ele e quer
se certificar de que foi apenas um sonho...
Por tudo isso, vale a pena pensar um pouco sobre esse tesouro que se chama amizade.
79

E é sempre bom lembrar que não se consegue construir amizades sólidas em bases falsas e
mentirosas.
Se você acha bom ter um amigo de verdade, lembre-se de que não se pode só desejar amigos assim, é
preciso ser um amigo verdadeiro.
***
Amigos são como flores nobres semeadas ao longo do nosso caminho, para que possamos aspirar
perfume em todas as estações.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Fato ocorrido com Raul Teixeira
***
#momentoespirita #amizade #comportamento #amor #coragem #reflexão
80

67. ELES VIVEM...

A comemoração dos mortos, hoje denominada dia de finados, tem origem na Gália antiga, no território
europeu.
É comum no dia de finados a intensa visitação aos túmulos. E se observam cenas interessantes.
Existem os que se sentam sobre os túmulos dos seus amados, e ali passam o dia.
Para lhes fazer companhia. Como se, em verdade, eles ali estivessem encerrados.
Outros lhes levam comidas e bebidas. Para que se alimentem. Como se o Espírito disso necessitasse.
Outros ainda gastam verdadeiras fortunas em flores raras e ornamentações vistosas. Decoram o túmulo
como se devesse ser a morada do seu afeto.
Tais procedimentos podem condicionar o Espírito, se não for de categoria lúcida, consciente, mantendo-
o ligado aos seus despojos, ao seu túmulo.
Como cristãos, aprendemos com Jesus que a morte não existe. Assim, nossos mortos não estão
mortos, nem dormem.
Cumprem tarefas e distendem mãos auxiliadoras aos que permanecem no casulo carnal.
Prosseguem no seu auto-aprimoramento, construindo e reformulando o mundo íntimo, na disciplina das
emoções.
E continuam a nos amar.
***
A mudança de estado vibratório não os furta aos sentimentos doces, cultivados na etapa terrena.
São pais e mães queridas, arrebatados pelo inesperado da desencarnação. Filhos, irmãos, esposos -
seres amados.
O vazio da saudade alugou as dependências de nosso coração e a angústia transferiu residência para
as vizinhanças de nossa alma.
É hora de nos curvarmos à majestade da lei divina e orarmos. A prece é perfume de flor que se eleva e
funde abraços e beijos, a saudade e o amor.
Para os nossos afetos que partiram para o mundo espiritual, a melhor conduta é a lembrança das suas
virtudes, dos seus atos bons, dos momentos de alegria juntos vividos.
A prece que lhes refrigera a alma e lhes fala dos nossos sentimentos.
Não há necessidade de se ter dinheiro para honrar com fervor cristão os nossos mortos. Nem absoluta
necessidade de nossas presenças ao lado das suas tumbas. Eles não estão lá.
Espíritos libertos, vivem no mundo espiritual tanto quanto estão ao nosso lado, muitas vezes, nos
dizendo da sua igual saudade e de seu amor.
***
Você sabia que foi no ano de 998 que o dia de finados começou a ser comemorado nos mosteiros
beneditinos, na França?
E você sabia que somente no ano de 1915 se tornou oficial?
***
Se você deseja honrar seus mortos, transforme em pães e peças de vestuário para crianças e
gestantes pobres as quantias amoedadas que gastaria na ornamentação dos túmulos e em flores
exuberantes.
Oferte-as em nome e por seus amados.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #finados #vida #fé #espiritismo #desencarne
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68. SER CRISTÃO

Tempos houve em que ser cristão significava ser alguém portador de grande coragem.
Alguém que ousava desafiar a autoridade, o poder, a sociedade. Alguém que se importava muito mais em
defender os seus princípios, do que a sua própria vida.
Alguém para quem amar o Cristo significava ir às últimas conseqüências, doando a vida, sacrificando posição
social, os próprios seres amados, se necessário.
Tempo houve em que ser cristão era sinônimo de ser invencível na fé.
Se a perseguição se fazia devastadora, cristãos enchiam calabouços e anfiteatros, servindo de pasto às feras.
Serenos entregavam-se ao martírio, com a certeza de que como lenho atirado ao fogo, seus exemplos
alimentavam a chama do idealismo que iluminaria a Humanidade.
A sua fé desafiava o poder vigente que não entendia como podia se enfrentar a morte, entre cânticos de louvor.
Buscavam as catacumbas para ali, onde muitos celebravam a morte, celebrarem a vida abundante, falando da
imortalidade.
Para iluminar os caminhos escuros, na noite avançada, usavam tochas. E não temiam as estradas desertas
para chegar ao local do encontro.
Nada lhes impedia a manifestação religiosa, na intimidade do coração ou na praça pública.
O amor era a sua identificação maior. Quando os pais eram trucidados nos circos, os filhos eram adotados
pelas demais famílias cristãs.
Se um companheiro era conduzido ao sacrifício, não faltava quem lhe sussurrasse aos ouvidos ou lhe enviasse
uma mensagem: Morre em paz. Eu também sou cristão. Tua família encontrará um lar em minha casa.
Repartiam o pão, o teto, o cobertor. Respirava-se o Evangelho.
***
Séculos depois, muitos dos que nos dizemos cristãos mostramos fraqueza nas atitudes e sentimentos mornos.
Esquecemo-nos das recomendações de Jesus ao dizer que nosso falar deve ser sim, sim, não, não.
Esquecemo-nos de que o Mestre nos afirmou que seus discípulos seriam conhecidos por muito se amarem.
Não nos lembramos das exortações de que o Pai trabalha incessantemente, e nos entregamos ao comodismo
dos dias.
Por tudo isso, quando o Natal se aproxima outra vez, é um momento especial para uma rogativa Àquele que é
O Caminho, A Verdade e A Vida.
***
Senhor Jesus!
Os que Te desejamos servir, Te rogamos alento para nossas lutas, coragem para nossos atos.
Robustece-nos a fé, que ainda é tão tímida.
Ampara-nos a vida pela qual tanto tememos.
Aumenta nossa esperança de dias melhores no amanhã.
Infunde-nos vigor para as batalhas contra nossas próprias paixões.
Desejamos estar Contigo e nos sentimos tão distantes.
Vem até nós, Senhor Jesus.
Temos sede de bonança, de paz, de alegrias.
Vem até nós, Amigo Celeste, para que, ouvindo-Te a voz, outra vez, nos possamos decidir por seguir-Te, enfim.
Permite, Jesus, que esse Teu Natal seja o nosso momento de decisão, para que o novo ano nos encontre com
disposição renovada.
E então, os nossos dias se multipliquem em trabalho, progresso e paz.
Dias em que, afinal, possamos nos dizer verdadeiros cristãos, Teus irmãos e fiéis seguidores.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #cristão #comportamento #Jesus #fé #Natal #reflexão
82

69. VÍTIMAS DO HÁBITO

Algumas pessoas encontram muita dificuldade em fazer qualquer mudança em seus hábitos.
São pessoas que têm suas coisas bem arrumadas e nos lugares certos, sempre na mesma posição e, de
preferência, na mesma ordem.
Seguem sempre pelos mesmos caminhos, frequentam os mesmos restaurantes e pedem os pratos já
conhecidos.
Encontram sempre os mesmos amigos, torcedores do mesmo time, e conversam com os que trabalham
em profissões semelhantes.
Geralmente ouvem a mesma rádio, assistem os mesmos canais de televisão, e variam pouco a
programação.
De certa forma, isso as faz se sentirem seguras. Arriscar não é do seu feitio.
Por outro lado, pessoas assim acabam sendo vítimas do hábito e têm grande dificuldade para resolver
problemas. A menos que sejam problemas já conhecidos.
Quase sempre isso lhes gera ansiedade, depressão e baixa autoestima quando precisam encontrar
solução para situações inesperadas e sua criatividade é solicitada.
***
Se esses adultos pudessem se ver quando tinham a desenvoltura dos seus cinco ou seis anos de idade...
Era uma idade em que a criatividade brotava por todos os poros.
Não faltava solução para problema algum. Não havia perigo que não fosse afastado com uma bela corrida
para dentro do quintal da casa.
Não havia guerra que não pudesse ser vencida com algumas bolinhas de papel, arremessadas com um
elástico esticado na ponta dos dedos.
Agora são executivos, homens e mulheres de negócio...
Pessoas que precisam mostrar seriedade.
Todavia, se esquecem de que seriedade não quer dizer falta de um sorriso nos lábios.
***
Essas reflexões nos fazem lembrar de um garoto de setenta e poucos anos. Homem público, respeitável
profissional, reconhecido no mundo inteiro, que se diverte, por vezes, no balanço.
Podemos até imaginar a felicidade dos seus netos ao ver o avô brincando como um garoto...
Esse homem é um ilustre professor, psiquiatra, educador e escritor.
Ninguém imagina que um homem desses não seja um profissional sério só porque não sufocou o menino
que corria pelos quintais, fazia piruetas e despencava dos galhos das árvores de vez em quando.
Não podemos crer que esse profissional seja menos competente só porque todas as vezes que se sente
inseguro, chama o menino que habita sua intimidade, e este vem e lhe dá a mão.
Podemos imaginar justamente o contrário: uma grande capacidade de resolver conflitos e problemas.
Uma pessoa assim tem grande criatividade, leveza e satisfação em tudo o que faz.
Seus escritos exalam um suave perfume de jardim em flor. Suas ideias fluem com a suavidade da brisa
das manhãs primaveris.
É de pessoas assim que o mundo precisa.
Homens e mulheres confiantes, alegres, honestos, descomplicados, leves...
***
A seriedade é uma característica do Espírito. Um sorriso não a destrói. Um rosto fechado não a garante.
Pensemos nisso, e consideremos que a criança que habita em nós pode nos ajudar a encontrar a
felicidade que há muito vimos procurando.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #hábitos #comportamento #crianças #seriedade #reflexão
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70. A IMPORTÂNCIA DOS DETALHES

Você já pensou na importância dos detalhes?


Muitas pessoas falam de moralidade, virtude e bondade, mas são raras as que praticam essas qualidades no
dia-a-dia, com as pessoas com as quais convivem.
Seus olhares geralmente estão voltados para o todo, para a comunidade, mas se esquecem de que o todo é
formado pelos indivíduos.
Para que se possa efetivamente aumentar o bem-estar geral, é preciso iniciar por praticar virtudes como a de
responder gentilmente a um familiar ou colega de trabalho, no momento em que este solicita.
Quem não dá importância aos detalhes, não terá êxito nas grandes coisas, pois as coisas grandiosas são
compostas pelas pequeninas.
Pensando assim, chegaremos à conclusão de que detalhes não existem de fato.
O que nos parece um detalhe é a parte mais importante, e a que realmente faz a diferença.
É inegável que a vida se torna mais leve quando somos tratados com pequenos gestos de gentileza, cortesia
e atenção.
Ainda que possam parecer insignificantes as ações benevolentes provocam um efeito semelhante ao que
ocorre quando jogamos uma pedra num lago.
Pequenas ondulações surgem e vão se espalhando pela superfície líquida. Assim também os pequenos
gestos de bondade provocam ondulações no caráter de quem os recebe.
Essas atitudes têm um grande poder de transformação, pois quem as experimenta se deixa penetrar pelas
vibrações agradáveis e tende a repeti-las com as outras pessoas.
Por isso, se você se importa mesmo com o bem geral, comece por promover a sua melhoria íntima, nos
mínimos detalhes.
Comece a observar suas ações no dia-a-dia e se questione sempre: “Esta minha atitude está contribuindo
para que eu me transforme no tipo de pessoa que desejo ser?
Minha maneira de agir com as pessoas que cruzam o meu caminho está contribuindo para o bem-estar
geral?”
***
Um único minuto de atenção que damos a alguém pode significar muito para o bem geral.
Da mesma forma, uma palavra áspera, a indiferença diante da dor de alguém e a falta de atenção podem
gerar dissabor em grande escala.
Por todas essas razões, se você deseja construir um mundo melhor comece a prestar atenção nos detalhes.
Olhe para dentro de cada coração e descubra ali os valores existentes e use-os para gerar harmonia e bem-
estar.
Um indivíduo que se sente feliz e valorizado, será, certamente, mais um aliado seu para melhorar o mundo.
Um aliado que irá, tanto quanto você, vislumbrar o imenso horizonte a ser conquistado, a ser cultivado com
as flores da amizade, do respeito e da bondade.
Quando prestamos atenção nos detalhes e aproveitamos cada oportunidade para fazer o bem, estamos
construindo o bem comum.
Agindo assim chegaremos à essência da vida. E a essência da vida é o amor. Não um amor geral, destituído
de significado, mas um amor ativo, criativo e atencioso nos mínimos detalhes.
***
Todas as pessoas que fizeram e fazem a diferença no mundo, cuidaram dos detalhes.
Um olhar de ternura, uma resposta gentil, um pequeno favor, a atenção aos que são desprezados pela
maioria, são qualidades das pessoas de bem.
Assim, se desejamos realmente fazer o bem devemos fazê-lo nos mínimos detalhes.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #detalhes #comportamento #gentileza #fraternidade #melhoriaintima #reflexão
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71. SUBLIME ESTRELA

Chegou ao mundo nos braços de uma tecelã e de um modesto carpinteiro, cercado pela moldura da
natureza em festa.
A Sua vida se desenvolveu, desde cedo, demonstrando a que viera, quando dialogou com os doutores do
templo, aos 12 anos de idade, conforme rezam as tradições.
Conviveu com todos os tipos de criaturas, exaltando a simplicidade e a alegria de viver, a fidelidade ao bem e
a fraternidade, a responsabilidade nos atos e o amor.
Falou sobre o bem, sentindo-o.
Ensinou o bem, vivenciando-o e a ele se entregando.
Passou pela Terra como a brisa que sopra na primavera, deixando o aroma da Sua passagem, numa
verdadeira floração de bênçãos variadas.
Esteve no mundo como um marco de permanente esperança, insuflando coragem nas almas aterradas de
pavor ante as próprias deficiências.
Viveu no planeta entre a luz do Céu e as almas nebulosas da Terra, buscando levantar o coração humano
para as altitudes felizes, onde vibram os seres angélicos dos quais Ele fazia parte.
Aquilo que afirmou como fundamental à alegria e à paz tratou de expressar em sua vida, na condição de
modelo e guia de todos nós, por isso nos amou e por nós deu a própria vida.
Atendeu às necessidades das almas enfermas que o buscaram; ofereceu a água fresca da sua dedicação, a
fim de que quem dela bebesse não mais tivesse sede.
Saciou a fome de entendimento, de conhecimento e de carinho, tudo havendo transformado no sublime pão
da vida; apresentou-se atencioso e verdadeiro para com seus discípulos, ajustado à posição de mestre
inigualável.
***
Jesus trouxe os matizes da lei que a todos alcança, sem choques essenciais com as demais vertentes do
pensamento humano.
Somente Jesus Cristo conseguiu ensinar e exemplificar com seu viver as lições que nos passou.
E se ainda hoje nos vemos envoltos nessas ondas de felicidade, é porque o Senhor de Nazaré, essa
Sublime Estrela, continua a nos mostrar o caminho, a verdade e a vida.
Em Suas doces palavras encontramos alívio para nossa alma dorida, sofrida, desalentada...
Hoje, mesmo tendo se passado mais de dois milênios, ainda buscamos o Seu olhar de ternura, como o
fizeram Maria de Magdala, Judas, a mulher samaritana, Pedro, e sempre encontramos aconchego no Seu
abraço de luz.
Afinal, foi Ele mesmo que assegurou: “Aquele que vir a mim, nunca lançarei fora.”
Jesus é o mesmo, ontem, hoje e por toda a eternidade.
Como irmão maior, ele assumiu o compromisso, junto ao Pai, de conduzir as ovelhas de volta ao redil, e o
fará.
Ainda que passem os séculos, ainda que a esperança esteja distante, ainda que tudo pareça
irremediavelmente perdido, Sua voz jamais se cala: “Vinde a mim todos vós que estais sobrecarregados, e
eu vos aliviarei.”
***
Jesus é a Sublime Estrela que passou pela Terra como a brisa que sopra na primavera, deixando o aroma da
sua passagem numa verdadeira floração de bênçãos variadas.
Não se deixe caminhar na escuridão, busque a Sua luz para lhe orientar os passos, e siga confiante.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 1 do livro NO RUMO DA SUBLIME ESTRELA, Espíritos Diversos, Raul Teixeira, ed. Fráter.
***
#momentoespirita #Jesus #conhecimento #Natal #fé #aprendizado #reflexão
85

72. QUE LIBERDADE É ESSA?

"Você só é livre quando faz o que não quer".


Este pensamento é do filósofo alemão Immanuel Kant, um dos principais pensadores do Iluminismo.
Ao reler a frase: "Você só é livre quando faz o que não quer", podemos argumentar se não seria exatamente
o oposto. Liberdade não seria fazer o que se quer, quando se quer, do jeito que se deseja?
Está aí uma grande diferença de entendimento e uma prova de nossa imaturidade moral.
Para entender o ponto de vista do filósofo, lembremos a citação do Apóstolo Paulo:
"Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido, mas não deixarei que nada me
domine".
Chegamos ao ponto fundamental trazido por Kant e por Paulo de Tarso: a liberdade está em ser dono de si
mesmo e não escravo dos seus desejos, vícios ou qualquer outra influenciação externa.
Fazer o que se quer é ser escravo do desejo. Por isso, não se poderia falar em liberdade nesse contexto.
***
A liberdade verdadeira só pode ser trazida pela autonomia, pela inteligência, pelo uso correto da vontade,
como essa força que nos permite avaliar a conveniência dos desejos.
É justamente o que Paulo de Tarso alerta: Nem tudo me convém.
Assim, se a vontade, se o livre-arbítrio se sobrepuserem aos desejos para os avaliar, julgar, escolher melhor,
então, seremos realmente livres.
É o ser assumindo o controle de seus desejos e não mais sendo controlado por ele s. Eis a liberdade
conforme Kant.
A visão do pensador faz muito sentido.
Quando o homem passa a dominar seus instintos e os faz trabalhar em seu favor, pelo bom uso da
inteligência, ele passa a ter maior domínio sobre si mesmo.
Quando o homem consegue controlar suas paixões, domando esses corcéis poderosos e fazendo-os bons
condutores de sua vontade, conquista o seu mundo íntimo.
Assim, muitas vezes, fazer o que não se quer é fazer o que se deve . É estar apto a assumir o controle das
situações com maturidade, sem se deixar levar ao sabor das emoções do momento.
Educar-se. Educar seus instintos. Essa é uma das funções da encarnação em um planeta ainda inferior.
Nele, a vinculação com a matéria nos coloca em experiências educativas, que promovem justamente esse
desafio.
***
A alma imatura ainda sonha com a liberdade de fazer o que quer, sem responsabilidade, sem pensar em
consequências, simplesmente atendendo aos impulsos passageiros.
Parece belo. Parece liberdade. Parece viver. Mas, não é!
Deixar-se guiar por instintos é voltar à condição primitiva. Já vivenciamos isso, já estamos mais adiante.
Reflita com cuidado sobre essa ideia: Você só será livre quando fizer o que não quer.
O que ela representa? De que ciladas do caminho esse pensamento pode preservar você?
Ao invés de pensar no imediato, no que dá mais prazer agora, que tal pensar mais no que é melhor para
você?
Nem sempre o que é melhor para você poderá lhe trazer prazer, num primeiro momento.
Pense grande. Pense maior. Pense como alma imortal que você é, estagiando, outra vez, neste abençoado
planeta chamado Terra.
Nosso lar. Nossa escola.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: artigo Freedom: Will, autonomy, de P. Guyer e na INTRODUÇÃO do Key Concepts, de Immanuel Kant, Acumen Publishing e
transcrição da 1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, cap. 6, vers. 12.
***
#momentoespirita #Jesus #conhecimento #Natal #fé #aprendizado #reflexão
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73. UM AMOR SUBLIMADO

Quando Lúcia se descobriu grávida, ficou plena de alegria.


Ela e o marido aguardavam a gravidez há oito anos.
Lúcia passou a se imaginar com o bebê nos braços, e algumas inseguranças a tomaram de assalto.
Comentários de familiares, conhecidos, parentes, refletiram, de certo modo, negativamente, num primeiro
momento.
Alguém dizia que, com o nascimento do bebê, ela não teria mais noites de sono.
Outra sugeria que o mais difícil era tentar decifrar o choro do bebê, para saber se seria fome, fralda suja ou
alguma dor.
Então, ela buscou se informar sobre todas as questões que teria de enfrentar.
Procurou literatura apropriada, a experiência materna e a orientação médica.
Na medida em que avançava a gestação, recebeu críticas de sua irmã por nem ter ainda procurado saber o
sexo da criança e nem se preocupado com o enxoval...
Lúcia disse que logo mais trataria dessas questões.
O que ela reconhecia como imprescindível era se preparar interiormente, para proporcionar ao bebê os
melhores cuidados possíveis.
Reconhecia que Deus depositava confiança nela, entregando-lhe uma alma querida para o renascimento e
que ela devia se preparar internamente primeiro, deixando as providências acessórias para logo mais.
***
Como é belo quando a mulher, que se encontra investida da missão sagrada, é madura no seu entendimento
da vida.
Sabemos que o amor materno é um sentimento dos mais elevados, que se reveste de grave
responsabilidade.
Conduz a mulher a desejar todo o bem possível ao bebê frágil, dependente, renunciando a si mesma.
Por isso, as mães têm uma força extraordinária.
Força diretamente decorrente da capacidade de receber a vida e cooperar com ela.
E um amor incondicional, na qualidade de afeto sem quaisquer limitações.
Esse padrão de amor é encontrado no coração feminino, que se dedica, conscientemente, à tarefa divina de
ser mãe.
Mãe que entrega o próprio corpo como alimento para o filho.
Mãe que doa noites de sono, horas de lazer, relegadas para depois e depois.
Mãe, uma dedicação incrível à tarefa de amar, educar, superar.
***
Maternidade é algo que transcende ao rotineiro, ligando a mãe à essência da existência.
É entrega total, em função da nova experiência.
Se todas as mães conhecessem a realidade maior da vida, o mundo se tornaria um verdadeiro paraíso.
Se todas soubessem que somos Espíritos imortais, com aptidão para evoluir sempre; que somos capazes de
aprender com o exemplo que observamos; que já trazemos em nós o registro de muitas experiências
vivenciadas; que buscamos a oportunidade de aperfeiçoamento, a cada novo investimento na vida material;
que precisamos de limites e também, de alertas conscientes; que necessitamos de amor, mas de energia
também...
Elas nos ensinariam, desde o ventre, a vencermos em nós as mazelas, os preconceitos, os sentimentos
menores.
Elas nos apresentariam Jesus como o Modelo que merece nossa admiração e respeito; nos fariam buscar,
no mundo material, a força e o valor de ser, e não o de ter.
Finalmente, vislumbrariam serem elas as cocriadoras celestiais, pois que oferecem os corpos aos filhos de
Deus, para transitarem sobre a Terra.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #mãe #maternidade #amor #aprendizado #reflexão
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74. ENFRENTANDO A DEPRESSÃO

Considerada pelos especialistas como o Mal do Século XXI, a depressão já atinge cerca de 15% da
população mundial. A depressão é um estado d'alma que tem como causa diversos fatores. Mas o
principal deles, e muitas vezes ignorado pelos especialistas, está radicado no cerne do Espírito imortal.
O Espírito eterno é herdeiro de si mesmo. Pela Lei de Causa e Efeito ele traz, ao nascer, as experiências
acumuladas ao longo dos milênios.
O que geralmente ocorre é que o Espírito que se reconhece culpado cria, inconscientemente, um
mecanismo de autopunição. Sabe que infringiu as Leis Divinas e por isso não se permite ser feliz.
Assim, nos porões da consciência, ao que Freud chama ID, estão esses clichês mentais que, muitas
vezes, são causadores de depressões graves.
Por essa razão, nem sempre é possível reverter esse mal sem uma ação profunda e efetiva, nas raízes
do problema. O que acontece, muitas vezes, é que, sem se aperceber da gravidade da enfermidade,
muitos pais fortalecem as bases da depressão nos primeiros anos de existência dos filhos, adotando um
comportamento inadequado.
Quando a educação se baseia principalmente em questões materiais, visando uma projeção social e a
abastança financeira do ser, geralmente está se criando fortes bases para que a depressão possa se
instalar.
Um exemplo simples está no fato de pais e educadores massificarem a ideia de que o sucesso é de quem
consegue um lugar de destaque na sociedade.
E que vencer na vida significa ter um cargo importante e dinheiro sobrando.
***
Desde pequena a criança aprende a fazer cálculos, ouve falar em investimentos financeiros, juros,
aprende a comparar seus brinquedos com os do amigo, o carro do pai com o carro do vizinho etc.
É iniciada, desde cedo, num mundo de competições, de concorrências, de incentivo ao ter em detrimento
do ser.
Por tudo isso, quando essa criança se torna adulta e mergulha numa profissão, não está preparada para
lidar com as emoções e fraquezas que trouxe consigo de outras eras.
Saberá muito bem calcular o quanto seu colega ganha mais do que ele, mas não sabe subtrair uma
simples ofensa do companheiro de trabalho.
Saberá lutar pela primeira posição na empresa, mas não sabe tolerar a mínima frustração de um afeto
não correspondido.
Conseguirá traçar metas brilhantes para elevar os lucros da empresa, mas não consegue vencer o
abismo que o distancia dos entes queridos.
Criará estratégias eficientes para elevar-se na hierarquia, galgando postos de relevância, mas não
compartilha a mínima tarefa em equipe.
E quando não consegue nenhuma dessas façanhas que julga importantes, frustra-se e acredita-se
imprestável, impotente, inútil.
E, no final de tudo, aparece a depressão. Esse mal que tem origem nas raízes do ser imortal e que é
causa de muitas desgraças nos dias atuais.
***
Outro ponto falho é deixar de passar às crianças a ideia de Deus como um Pai amoroso e justo, além de
extremamente misericordioso.
Se ele cresce com a certeza da existência de Deus e do Seu amor, saberá confiar e alimentar a
esperança de dias melhores, mesmo tendo que enfrentar algumas noites sem estrelas.
A criatura que crê em Deus jamais se desespera, mesmo sabendo-se devedora das leis que regem a
vida, pois tem a certeza de que Deus não quer o castigo nem a morte daquele que dá um passo em falso.
Sabe que Deus deseja, tão somente, que acertemos o passo no compasso das Suas soberanas leis.
***
88

Se o seu coração lhe diz que você já tropeçou antes, e as feridas abertas em sua alma o impedem de ser
feliz, é momento de parar um instante para refletir.
É o momento de abrir a alma ao Criador, reconhecendo os atos insanos e rogar o Seu perdão em forma
de oportunidades para refazer o caminho.
Certamente ouvirá a resposta do Pai amoroso a lhe dizer com suavidade:
Filho, cada dia que amanhece é a renovação da Minha confiança na sua redenção, no seu aprendizado,
no seu progresso, como filho da luz que é.
E enquanto houver dias amanhecendo, você saberá que o convite do Criador está se repetindo ao seu
coração de filho bem-amado.
***
Quando nos observarmos, à beira do DESÂNIMO, aceleremos o passo para frente, proibindo-nos parar.
Oremos, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras.
Façamos algo de bom, além do cansaço em que nos vejamos.
Leiamos uma página edificante, que nos auxilie o raciocínio na mudança construtiva de ideias.
Tentemos contato de pessoas, cuja conversação nos melhore o clima espiritual.
Procuremos um ambiente, no qual nos seja possível ouvir palavras e instruções que nos enobreçam os
pensamentos.
Prestemos um favor, especialmente aquele favor que estejamos adiando.
Visitemos um enfermo, buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as
nossas.
Atendamos às tarefas imediatas que esperam por nós e que nos impeçam qualquer demora nas nuvens
do desalento.
Guardemos a convicção de que todos estamos caminhando para adiante, através de problemas e lutas,
na aquisição de experiência.
Também de que a vida concorda com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda
com a inércia em momento algum.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. TEXTO ANTIDEPRESSIVO do livro BUSCA E ACHARÁS, por Espíritos diversos e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #depressão #fracasso #vigilância #sentimentos #emoções #aprendizado #reflexão #psicologiaespirita
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75. MAU USO DA RIQUEZA


No Evangelho de Lucas encontramos a seguinte parábola proposta por Jesus:
Havia um homem rico, que vestia púrpura e linho e se tratava magnificamente todos os dias.
Havia também um pobre, chamado Lázaro, deitado à sua porta, todo coberto de úlceras - que muito
estimaria poder mitigar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico.
Mas ninguém lhas dava e os cães lhe vinham lamber as chagas.
Ora, aconteceu que esse pobre morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. O rico também
morreu e teve por sepulcro o inferno.
Quando se achava nos tormentos, levantou os olhos e via de longe Abraão e Lázaro em seu seio - e,
exclamando, disse estas palavras:
Pai Abraão, tem piedade de mim e manda-me Lázaro, a fim de que molhe a ponta do dedo na água para me
refrescar a língua, pois sofro horrível tormento nestas chamas.
Mas Abraão lhe respondeu: Meu filho, lembra-te de que recebeste em vida teus bens e de que Lázaro só
teve males; por isso, ele agora está na consolação e tu nos tormentos.
Disse o rico: Eu então te suplico, pai Abraão, que o mandes à casa de meu pai, onde tenho cinco irmãos, a
dar-lhes testemunho destas coisas, a fim de que não venham também eles para este lugar de tormento.
Abraão lhe retrucou: Eles têm Moisés e os profetas; que os escutem.
Não, meu pai Abraão, disse o rico: Se algum dos mortos for ter com eles, farão penitência.
Respondeu-lhe Abraão: Se eles não ouvem a Moisés, nem aos profetas, também não acreditarão, ainda
mesmo que algum dos mortos ressuscite.
***
Jesus aponta, com rigidez, as consequências de uma vida egoísta.
Não condena a riqueza, mas sim a atitude daqueles ricos do mundo que não sabem da responsabilidade que
têm, no uso e administração de seus bens.
Esse mau rico foi condenado aos tormentos de seu inferno íntimo - da consciência culpada que queima feito
fogo.
Esse rico, que se vestia de púrpura e que todos os dias se regalava esplendidamente, é o símbolo daqueles
que querem tratar da vida do corpo e se esquecem da vida da alma.
São os que buscam a felicidade no comer, no beber e no vestir. São os egoístas que vivem unicamente para
si.
E muitos Lázaros se arrastam ao seu redor...
Não só clamando em seus portões por migalhas de suas mesas fartas, mas, por vezes, dentro de seus lares,
na figura daqueles que carecem de atenção e de amor.
Triste fim terão esses ricos do mundo, se não despertarem a tempo...
***
A riqueza não constitui obstáculo absoluto à salvação dos que a possuem.
Certas palavras de Jesus, interpretadas segundo a letra e não segundo o espírito, podem trazer errôneo
entendimento.
Se assim fosse, Deus, que a concede, teria posto nas mãos de alguns um instrumento de perdição, sem
apelação nenhuma, ideia que repugna à razão.
Sem dúvida, pelos arrastamentos a que dá causa, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, a
riqueza constitui uma prova muito arriscada, mais perigosa do que a miséria.
É o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual. É o laço mais forte que prende o homem à
Terra e lhe desvia do céu os pensamentos.
Mas, do fato de a riqueza tornar difícil a jornada, não se segue que a torne impossível e não possa vir a ser
um meio de salvação para o que dela sabe servir-se, como certos venenos podem restituir a saúde, se
empregados a propósito e com discernimento.
***
Extraído do Momento Espírita com base no Cap. PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO, do livro PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS, de
Cairbar Schutel, ed. O Clarim e no item 7, do cap. XVI, do livro O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, ed. FEB
***
#momentoespirita #riqueza #comportamento #egoísmo #aprendizado #reflexão #evangelhosegundooespiritismo
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76. DOIS DE NOVEMBRO

O dia dois de novembro é dia mundialmente dedicado a cultuar os mortos.


O culto aos mortos foi uma das práticas fundamentais de quase todas as religiões, mesmo das mais
primitivas, e esteve, inicialmente, ligado aos cultos agrários e aos da fertilidade.
Os defuntos, como as sementes, eram enterrados com vistas a uma futura ressurreição ou nascimento.
Pensava-se que, assim como as sementes, os mortos ficavam no solo esperando uma nova vida.
Os hindus comemoravam os mortos em plena fase da colheita, justamente como a festa principal desse
período.
Assim, pesquisando as primeiras manifestações de culto aos mortos, percebemos que a prática foi se
desfigurando ao longo dos tempos.
No princípio, o Dia de Finados era uma verdadeira festa em louvor à imortalidade da alma.
Sem aspecto fúnebre, marcava o fim de uma, e o início de outra etapa para o Espírito, que deixava seu
corpo no túmulo para germinar outra vez e renascer.
***
Assim como ocorre com as sementes, que morrem para libertar a vida pulsante de sua intimidade em
forma de plantas, flores e frutos, assim também o corpo morre para libertar o Espírito nele cativo.
Fenômeno semelhante ao que ocorre com a borboleta, que deixa o casulo para surgir ainda mais bela e
mais livre, acontece com o Espírito, que deixa o casulo do corpo físico e vibra na imortalidade gloriosa.
Dessa forma, os seres amados com os quais convivemos por mais ou menos tempo, não estão cativos
no túmulo, de onde até mesmo o corpo físico já se evadiu para formar, com seus átomos, outras formas
de vida.
E para demonstrar-lhes o nosso carinho e gratidão, um único dia no ano é muito pouco, para quem
verdadeiramente não os deixou de amar.
É importante que cuidemos, com carinho, do lugar que abriga os despojos carnais dos entes queridos,
mas tenhamos mais cuidado em manter acesa a chama do afeto que nos une uns aos outros, embora
em planos diferentes da vida.
Não os recordemos somente no Dia de Finados, pois que finados eles não são.
Busquemos, sempre, lembrar os bons momentos que Deus nos permitiu desfrutar juntos do lado de cá,
para que, ao adentrarmos o mundo espiritual, possamos abraçá-los com o afeto de quem jamais os
esqueceu, embora já tenha passado algum tempo.
Tenhamos em mente que os ditos mortos registram os nossos pensamentos. E lembremos que, tanto
quanto nós, eles sentem saudades. Por isso, não deixemos para nos lembrar deles somente uma vez
por ano.
***
O dia 2 de novembro não é efetivamente o dia dos mortos, mas sim, o dia consagrado à
imortalidade da alma.
Portanto, seja o dia 2 de novembro, para nós, o dia em que prestamos homenagem especial aos seres
amados que partiram para a pátria espiritual, para onde também seguiremos um dia...
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #finados #desencarne #vida
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77. RETRATOS DE FAMÍLIA

Que felicidade da avó receber, para o almoço de domingo, seus oito netos. Quatro meninos e quatro meninas
encantadores, entre três e dezoito anos.
Depois do almoço, ela se aninhou no meio deles, para saber as novidades.
Foi um alvoroço de vozes entusiasmadas.
Variavam as conquistas efetuadas nos últimos meses.
A pequenina exibia sua motoquinha, pedalando pelos corredores do apartamento.
O mais velho, iniciando curso superior em cidade próxima, havia passado em primeiro lugar, em exame
seletivo para um trabalho, que o ajudaria a se manter.
A adolescente com os olhos brilhando, faria parte do grupo de médicos do humor.
Os dois meninos maiores, em novo período escolar, felizes com a nova escola, novos professores e amigos.
As duas irmãzinhas falavam da próxima festa escolar, onde se apresentariam caracterizadas.
O pequerrucho, que começara frequentar a creche, relatava as carinhas de avaliação, que recebia no final do
dia.
Foi quando um dos maiores disse que tinha muito orgulho de sua família.
Nesse momento, seus pais se reuniram ao grupo.
Então vovó pediu licença, e foi buscar alguns álbuns de fotos.
Disse que eles iriam conhecer mais sobre aquela linda família.
Fotos do casamento da vovó e vovô, dos pais das crianças, dos bisavós, dos trisavós, de tantos outros
parentes.
E ela contou histórias que faziam a ligação entre as gerações e as pessoas que ali se encontravam.
Que brilho nos olhos atentos!
Que vibração de felicidade no ambiente!
***
Em uma época atribulada, como a que vivenciamos, o tempo passa muito rápido.
É sempre importante dedicarmos um tempinho para oferecer aos nossos amores, um programa diferente de
seus celulares e Smartphones.
A nova geração chega a um ambiente tão árido de afeições e convívios, que precisamos aprender a captar
suas necessidades.
O vazio de contatos mais profundos pode levá-los a fugas.
Muitos mergulham nos seus aparelhos virtuais para se isolar da solidão íntima que os atinge.
Horas seguidas em busca de algo que um aparelho, por mais sofisticado, não lhes pode oferecer.
Buscam respostas a seus assuntos íntimos, e não as encontram.
Mergulham em quiméricas soluções, que não os preenche.
Contatam variedades infindáveis de receitas, em busca de melhor vida, mas não encontram.
Anseiam por alguém que os compreenda, mas todos estão atribulados com seus próprios problemas.
Se hoje os adultos se sentem alheios e alijados no meio em que vivem, que não se pode dizer de nossos
jovens e crianças.
De primordial importância que lhes ofereçamos mais atenção, carinho e participação, para não nos
surpreendermos mais tarde.
A falta de diálogo causa fome existencial.
Convidemos nossos filhos para uma volta na praça. Sentemo-nos próximos a eles e ofereçamos nosso contato
carinhoso.
Rolemos na grama, abraçados às nossas crianças.
Balancemos na rede junto a eles, afagando-os com carinho.
A falta de contato físico causa fome emocional.
Saibamos oferecer a bênção da aproximação.
Alimentemos, com nosso amor, essa fome moderna.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #familia #família #crianças #infância #compreensão #dialogo
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78. ENVELHECER COM SABEDORIA...

Era uma mulher linda. Infeliz porque seu maior pavor era perder o que considerava inigualável, um bem
supremo, sua beleza.
Atormentava-se, desde muito jovem, olhando-se ao espelho, procurando a mínima ruga, uma primeira dobra
na pele lisa.
Com o tempo, apresentaram-se as pequenas rugas, algumas manchas na pele rosada. Embranqueceram os
cabelos, exigindo-lhe cuidados constantes a fim de escondê-los.
Quando alcançou os sessenta anos, se tornara uma pessoa resmungona, que odiava o fato de estar
envelhecendo.
As pessoas lhe diziam que aparentava ter menos idade. E, embora fosse verdade, ela não acreditava.
Um amigo mais sábio lhe sugeriu: Tente imaginar que você está conquistando a maturidade e não perdendo
a juventude!
Inútil a argumentação. Aquilo não lhe parecia natural.
Decidiu recorrer a cirurgias plásticas.
As primeiras a que se submeteu lhe fizeram bem. Removeram-lhe traços amargos, sinais de cansaço
prematuro.
Entretanto, o médico, criterioso, sugeriu que aguardasse um pouco para outras intervenções. Seria
importante deixar a natureza agir, o corpo descansar.
Ela decidiu não seguir seus conselhos.
Buscou outros profissionais que fizeram suas vontades sem restrição alguma.
Dessa maneira, excedeu seus próprios limites.
Em verdade, o que lhe faltava era amor a si mesma porque continuava detestando o que o espelho lhe
mostrava.
Isolou-se, apartou-se das amizades, abandonou as festas.
Quando se permitia sair para compras, idas ao shopping, eventualmente, a um restaurante, parecia-lhe que
todos a apontavam, dizendo: Lá vai aquela velha!
Ela desejava ter o rosto dos seus brilhantes dezoito anos. Queria que o tempo tivesse congelado naquele
ano.
Suas tantas cirurgias a transformaram. Mudaram os contornos dos olhos, o nariz, o queixo, as orelhas.
Por fim, nada mais nela era dela.
Poder-se-ia dizer que estava irreconhecível.
E, contudo, continuava infeliz. Esquecera de viver cada dia, com a intensidade que a vida lhe permitia.
Usufruir do amor, das amizades, de quem lhe queria bem, avançando nos anos...
***
Há uma preferência inegável, em nossa sociedade, pela juventude e pela beleza.
Basta olharmos para os anúncios publicitários para constatarmos essa verdade.
Trata-se a juventude como se fosse o mais precioso e desejável de todos os bens.
No entanto, somente aqueles que ainda não foram surpreendidos com as primeiras marcas causadas pelos
anos podem acreditar que serão jovens para sempre.
O tempo não se dobra às ilusões e aos caprichos humanos.
Segue incansável e constante, segundo a segundo, dia após dia.
Envelhecer é natural. Não é sinônimo de decadência física. Representa, sim, o acumular de experiências.
O corpo pode não se valer da mesma forma e da mesma força dos verdes anos, mas o Espírito pode
conservar o vigor de sempre.
Desse modo, protejamos nosso corpo físico da ação inclemente do tempo porque ele é um instrumento
valioso.
Porém, não nos escravizemos, nem nos iludamos porque, afinal, essa é apenas uma pequena etapa na
longa marcha da evolução.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. VELHICE, PORQUE NÃO?, do livro PERDAS E GANHOS, de Lya Luft, ed. Record.
***
#momentoespirita #familia #família #crianças #infância #compreensão #dialogo
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79. DE HOJE EM DIANTE EU VOU SER FELIZ

Todos almejamos a felicidade. Alguns acreditamos que ela está muito distante, que talvez nunca nos
alcance.
Outros chegamos a dizer, em voz alta: Não é para mim. Minha vida é uma luta insana, todos os dias. Sempre
foi assim e, com certeza, não vai mudar.
Alguém, otimista, parece ter encontrado uma fórmula eficaz para adentrarmos pela ventura da felicidade.
Idealizou um projeto e o escreveu para se lembrar de colocá-lo em prática como uma proposta individual:
De hoje em diante, todos os dias, ao acordar, direi: "Eu, hoje, vou ser feliz!
Vou lembrar de agradecer ao sol pelo seu calor e luminosidade. Sentirei que estou vivendo, respirando.
Posso desfrutar de todos os recursos da natureza, gratuitamente.
Não preciso comprar o canto dos pássaros, nem o murmúrio das ondas do mar. Lembrarei de observar a
beleza das árvores, das flores, da relva, da natureza em geral.
Vou sorrir mais, sempre que puder. Vou cultivar mais amizades e neutralizar as inimizades.
Não vou julgar os atos dos meus semelhantes e vou aprimorar os meus.
Lembrarei de telefonar para alguém só para dizer que estou com saudades.
Reservarei alguns minutos de silêncio para ter a oportunidade de ouvir.
Não vou lamentar nem amargar as injustiças, mas vou pensar no que posso fazer para diminuir seus efeitos.
Terei sempre em mente que o tempo passado não volta mais e vou aproveitar bem todos os minutos.
Não vou sofrer por antecipação, prevendo futuros incertos, nem com atraso, lembrando de coisas sobre as
quais não posso fazer nada.
Não vou sofrer pelo que não tenho e gostaria de ter. Buscarei ser feliz com o que possuo. E o maior bem que
tenho é a própria vida.
Vou lembrar de ler uma poesia, ouvir uma canção e dedicá-las a alguém.
Vou fazer algo por alguma pessoa sem esperar nada em troca, apenas pelo prazer de vê-la sorrir.
Vou lembrar que existe alguém que me quer bem e dedicar uns minutos para pensar em Deus. Assim, Ele
saberá que está em meu coração.
Vou procurar transmitir um pouco de alegria aos outros, especialmente quando sentir que a tristeza e o
desânimo querem se aproximar.
E, quando a noite chegar, vou olhar para o céu, para as estrelas, para o luar e agradecer aos anjos e a Deus,
porque hoje eu fui feliz!"
***
Sem dúvida, este é um roteiro traçado por alguém que deseja realmente conquistar a paz de consciência e,
por consequência, a felicidade.
Podemos até dizer que tudo isso é muito difícil de alcançar. No entanto, acreditemos: é bem simples.
Trata-se de valorizarmos mais o que temos e pensar menos naquilo que gostaríamos de ter.
Existe somente uma pessoa que é capaz de nos fazer feliz.
Se a desejarmos conhecer, fiquemos em frente ao espelho, olhemo-nos bem e digamos: Olá, prazer em
conhecer você.
Eis aí a responsável única pela nossa felicidade: nós mesmos.
Lembremos que somos herdeiros de nós mesmos. Nossos pensamentos, nossa vontade nos pertencem.
Dessa forma, a nossa felicidade somente espera pela nossa decisão.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #felicidade #otimismo #reflexão #paz
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80. MANIA DE ROTULAR PESSOAS

“Transformamos as pessoas em potes de geleia”.


Sim, toda vez que julgamos precipitadamente, que criamos rótulos, estamos comparando as pessoas a
objetos.
Objetos podem, muitas vezes, ser facilmente explicados, descritos, compreendidos. Basta um desenho,
um esquema, ou algumas palavras e está tudo resolvido.
São conhecidos os jogos de mímica, nos quais os oponentes precisam adivinhar uma palavra, uma
frase, através da compreensão dos gestos do outro.
O problema está quando desejamos usar essa nossa habilidade de descrever rapidamente alguma
coisa, no convívio com as pessoas.
Pessoas são Espíritos, almas complexas, de realidades múltiplas e possibilidades infinitas.
Avaliá-las com superficialidade é desrespeitá-las em sua essência divina.
***
O grande escritor russo Léon Tolstoi afirma que um dos nossos preconceitos mais comuns e
disseminados, é o de que cada pessoa tem uma característica fixa.
Segundo ele, tal preconceito faz com que existam apenas pessoas boas ou pessoas más; pessoas
inteligentes ou pessoas estúpidas; pessoas frias ou pessoas quentes.
Muitas vezes, com o objetivo de simplificar, nós empobrecemos e menosprezamos as pessoas.
Nossos próprios hábitos de linguagem precisam ser revistos, pois muitos deles nos acostumam ao
rótulo fácil.
- Você lembra de Fulano de tal?
– Não, não lembro. – Responde o outro.
- Aquele magrinho com nariz pontudo, lembra?
- Ah, sim, claro, agora lembrei!
Aí se encontra o embrião do vício dos rótulos.
Pode ser uma observação sem maldade, que apenas ajude a lembrar mais facilmente das pessoas,
mas, por vezes, desenvolve em nós essa prática desagradável.
Logo mais, estaremos nos servindo, habitualmente, de expressões como: Beltrano é falso mesmo.
Cuidado com o que ele diz!
Obviamente que podemos identificar as dificuldades das pessoas. É algo comum na vida de
relacionamento.
Mas, avaliar toda uma personalidade, todo o universo de um Espírito reencarnado, e resumi-lo em uma
frase, em um rótulo, é pequeno e simplista demais.
***
Aplicando um rótulo a alguém, principalmente os negativos, estamos afirmando que ele não é capaz de
mudar, de crescer.
Estamos dizendo que a pessoa é assim e pronto.
Também aplicamos rótulos a nós mesmos.
Colamos na testa um adesivo dizendo:
- Sou teimoso. Não pense em vencer qualquer discussão comigo.
É uma autorrotulagem, uma expressão de acomodação perante uma imperfeição, da qual, muitas vezes
chegamos a nos orgulhar.
Até mesmo os rótulos positivos são preocupantes.
Quando, por exemplo, aquele amigo que carregava em sua fronte o rótulo de bonzinho, faz conosco
algo que mostra uma característica oposta, vem a decepção.
- Nunca esperava isso dele.
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Expressão típica de quem não conhece o outro em profundidade, e que preferiu ficar na superficialidade
da rotulagem.
***
Todos somos almas sendo automoldadas a todo instante.
Nem temos imperfeições fixas, que ficarão para sempre conosco, nem virtudes em grau de excelência,
que não nos permitam o equívoco em situação alguma.
Lembremos: rótulos são para potes de geleia, e não para pessoas.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Citações extraídas do livro PENSAMENTOS PARA UMA VIDA FELIZ, de Léon Tolstoi, ed. Prestígio, 1999.
***
#momentoespirita #julgamento #comportamento #julgar #aprendizado #reflexão #vigilância
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81. REFLETINDO SOBRE A REENCARNAÇÃO

Renascer é a viagem que fazemos, apartando-nos do mundo espiritual, para vestir um corpo de carne.
Nesse período, embora imortais, vivemos a experiência da mortalidade, da finitude.
No instante do nascimento, a ampulheta do tempo começa a sua contagem, sabendo que, após os anos
programados para a experiência da vida terrena, o retorno será inevitável.
Para alguns, ela se findará em tenra idade. Outros, serão arrebatados do corpo físico ainda na juventude.
Muitos vencerão as décadas em longa experiência.
Não importa quanto tempo a Divindade estabeleceu para essa viagem. O importante é que estamos aqui, em
experiência valiosa.
Para que viéssemos, programações foram feitas, reencontros foram previstos, missões de grande valia
foram elaboradas.
Frente à complexidade da experiência reencarnatória, muitos foram os amigos espirituais que participaram
desse planejamento.
E de tal importância se faz este momento que, dentre esses amigos, um em especial foi designado para
estar conosco em todos os dias da nossa jornada.
Ele, que se faz nosso anjo da guarda, nosso Espírito protetor, estará nos amparando, intuindo, velando
nossos dias e noites, para que possamos tirar o melhor proveito de todas as experiências.
***
Quando renascemos, as Leis Divinas nos impõem o esquecimento do passado.
Assim deve ser porque, muitas vezes, o que vivemos foi bastante cheio de tropeços e desenganos. Dessa
maneira, a lembrança, agora, nos traria dificuldades e constrangimentos.
Porém, a nossa história e todas as nossas vivências não são apagadas.
Elas se mostram nas tendências e facilidades que temos, também nas dificuldades e problemas que
apresentamos.
Como são os frutos das experiências vividas em outras jornadas reencarnatórias, carregamos conosco onde
estivermos, aonde formos.
Assim, as facilidades de aprendizado, os aspectos da inteligência bem desenvolvidos são frutos daquilo que
já conquistamos.
Por vezes, trazemos alguns traumas, complexos ou limitações emocionais que, não raro, são reflexos do
mau uso anterior das emoções e do nosso livre-arbítrio.
***
Cada existência é oportunidade de mais completo aprendizado das Leis de Deus.
Algumas vezes, são os investimentos no campo profissional que nos oferecem esse aprendizado.
De outras muitas, são as relações familiares, programadas com detalhes, significando encontros e
reencontros.
Seja como for, onde estivermos, onde a vida nos colocar, ali estará a oportunidade de aprender.
Em alguns momentos, aprenderemos com o resgate de compromissos abandonados em existência anterior.
Em outros, com as experiências resultantes de avanços nos campos intelectual e emocional.
Tudo concorrendo para o objetivo fim da nossa vida neste planeta: progredirmos, ajustarmo-nos às Leis de
Deus.
Dentre essas Leis, na forma mais sintética, como nos ensina Jesus, a Lei do Amor.
Portanto, podemos entender que renascer, neste mundo, ter a possibilidade de uma nova vida sobre a Terra,
é um imenso convite para aprendermos a amar.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 222 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS
***
#momentoespirita #reencarnação #renascimento #amor #leideamor #aprendizado #reflexão #livrodosespiritos
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82. SEMEADURA DE BENÇÃOS

Henya estava grávida e muito preocupada. O marido e o irmão, que morava com eles, estavam
desempregados.
Ela se perguntava se, após a licença maternidade, teria ainda o seu emprego, se não seria despedida.
Ela vira isso acontecer com outras companheiras, nessas circunstâncias.
Em meio a um jantar dos funcionários, o dono da empresa demonstrou interesse em saber a cidade de
origem de cada um.
Quando Henya declinou o nome da sua cidade natal, ele manifestou curiosidade maior, perguntando onde,
exatamente, ela residira, naquela cidade. Como se chamavam seus pais, seus avós.
A surpresa foi tomando conta de todos quando, emocionado, o empresário relatou:
Há muitos anos, viviam na sua cidade, dois eletricistas amigos.
Um deles conseguira um bom emprego e ia muito bem. O outro ganhava o suficiente para sobreviver.
Um dia, um infarto o levou, deixando esposa e filhos. O amigo soube e foi prestar condolências à família.
Percebeu como tudo era velho na casa: o sofá, a mobília escassa, os poucos objetos.
Viu a geladeira e as prateleiras vazias. Nos dias que se seguiram, furtivamente, entrava pela porta da
cozinha e deixava algumas provisões.
Dois meses depois, a viúva entrou em contato com ele. Contou que, no porão da casa, havia muito material
elétrico e ofereceu para venda.
Então, durante três semanas, o amigo visitou o porão, separando pilhas de equipamentos, ferramentas,
máquinas úteis e inúteis.
Ela não sabia, mas ele não tinha intenção de comprar nenhum daqueles materiais.
Quando terminou a seleção, chamou todos os empreiteiros e mestres de obras que conhecia e anunciou
uma venda de material elétrico.
Conseguiu arrecadar três vezes mais do que o preço que a viúva estipulara.
Todo o arrecadado, ele depositou nas mãos dela. A quantia deu para sustentar a família, durante meses.
Nessa altura da história, o empresário deu um suspiro e revelou:
- Henya, o eletricista que ajudou a família do amigo era seu avô. Eu era um dos órfãos. Foi meu pai que
morreu. Sua generosidade e bondade salvaram nossa família.
E, concluiu:
- Não precisa se preocupar com seu emprego. Prometo que sempre terá um em minha empresa. E caso seu
marido e irmão queiram vir ao meu escritório, terei prazer em dar emprego a ambos.
Naquela noite, Henya escreveu uma carta a seu avô, que ainda residia na mesma localidade.
Relatou toda a história e finalizou:
- Muito obrigada, vovô. Saiba que o senhor não salvou somente a família de seu amigo. Salvou a minha
também.
***
O bem que se faz sempre gera benefícios. Por vezes, nós mesmos colhemos, ainda em vida, as bênçãos da
sua semeadura, das mesmas mãos que beneficiamos.
De outras, e são muitas, o que fazemos se multiplica em dádivas para outras vidas.
Assim, semear bênçãos é sempre motivo de alegria a quem o faz.
Por isso, a sabedoria do Cristo lecionou que façamos ao outro o que desejaríamos que ele nos fizesse.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 17 do livro MILAGRES EM FAMÍLIA, de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, ed. Butterfly.
***
#momentoespirita #bem #bondade #amor #leideamor #fraternidade #reflexão #caridade
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83. UM MUNDO DE DORES E BENÇÃOS

É comum reclamarmos do mundo, das coisas que observamos acontecer, das tantas tragédias provocadas
pelo próprio homem.
Quase sempre, nossa visão acanhada toma ciência das maldades cometidas pelo homem e dizemos que o
mundo vai muito mal.
Ouvimos falar de crimes hediondos, de corrupção em vários níveis, de tantos que desafiam a lei do respeito
e da cidadania e dizemos que está tudo perdido, mesmo.
Os anos se somam acumulando séculos e o homem continua lobo do próprio homem. Por vezes, chegamos
até a duvidar que nossas atitudes corretas possam vir a produzir qualquer diferença positiva para cenário tão
triste.
No entanto, é bom que consultemos a História. É bom relembrar como éramos no ontem das nossas
existências.
Lembrar das mulheres que eram consideradas coisa alguma.
Recordar que a mulher era tida como propriedade do pai, depois do marido, que sobre seu destino decidia
sem contestação da sociedade, ou de qualquer lei que lhe pudesse garantir direitos.
Recordar que crianças bastardas tinham direito algum, podendo se lhes dar o destino que bem se quisesse.
***
Olhemos para nosso mundo hoje. Sim, ainda pleno de equívocos, de maldade, até mesmo de crueldade.
No entanto, basta que uma tragédia se instale em algum local do planeta e todos se irmanam em donativos,
em auxílio, em voluntariado para saciar a sede, a fome dos envolvidos.
O ser humano tem seu direito à vida assegurado. As mulheres conquistaram um largo espaço, podendo
frequentar a escola, ilustrar suas mentes, tornando-as ainda mais brilhantes.
Sim, há muito mal na Terra. Contudo, a soma de bens sobrepuja o que ainda persiste.
A dor é socorrida com a anestesia e o medicamento. Doenças consideradas incuráveis são combatidas,
ferozmente. A higiene é propalada como indispensável condição para a saúde e dignidade da vida.
Sim, com o Apóstolo Paulo podemos afirmar que não somos perfeitos, que muito deve ser conquistado e
melhorado mas graças a Deus, já somos o que somos.
Seres que se importam com o outro, que batalham por leis sempre mais justas, pela proteção do ser
humano, desde o ventre materno.
Por leis que assegurem a educação plena a todos, o direito ao teto e ao pão, leis que digam da correta
remuneração a quem trabalha.
Das aristocracias do passado marchamos para a verdadeira aristocracia, a do mérito, ajustando-nos ao
preceito evangélico: A cada um segundo as suas obras.
Obras de construção, de amor, de engrandecimento.
***
Com certeza, ainda é duro o mundo quando a impiedade nos alcança, quando os maus agridem, quando nos
sentimos acuados pela desonestidade e pela ironia.
No entanto, avançamos, rumo ao Alto. Estamos melhores hoje. Somos melhores hoje.
Guardemos essa certeza e continuemos a crescer para a luz. Somos filhos da Luz, nos disse o Mestre.
Iluminemos o mundo com nossa luz. Luz da compreensão, luz que ampara o caído, que socorre quem errou,
que estende a mão ao que resvala pelo caminho.
Somos seres humanos. Comportemo-nos como tal, amando-nos uns aos outros.
E, de mãos dadas, rumemos para a angelitude.
Ela pode estar bem próxima de nós, se quisermos.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #bem #bondade #provas #aprendizado #reflexão #evolução
99

84. DOAÇÃO DE ACONCHEGO

"Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não
recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus.
Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita".
Jesus ensina a discrição na prática do bem e a orientação nos chega pelas anotações evangélicas.
Tudo deve ser feito no silêncio, sem divulgação a terceiros.
Mais profundamente, o ensino recomenda que não se aguarde reconhecimento, retribuição ou gratidão, de
qualquer ordem.
Alguns de nós levamos a recomendação muito a sério. E providenciamos a cesta básica para a casa que
sabemos necessitada, o leite especial para a criança portadora de dificuldade orgânica, o medicamento ao
enfermo.
Há os que adotamos uma família por certo tempo ou período ilimitado e enviamos, toda semana, frutas,
verduras, para que as crianças tenham alimentação sadia.
Outros adotamos um estudante, auxiliando-o no pagamento das mensalidades escolares.
***
Há muito bem sobre a Terra, praticado na surdina da generosidade.
Benefícios de que somente o beneficiário é conhecedor.
Vez ou outra, no entanto, algumas ações alcançam as mídias e surpreendem pelo desprendimento de certas
pessoas.
Nessa guerra que nos machuca a alma, diariamente, acompanhamos o noticiário que informa o drama dos
que abandonam seus lares, no intuito de salvar a própria vida.
A grande maioria é de mulheres e crianças, que chegam ao país estrangeiro com pouco mais de uma
pequena valise, trazendo o extremamente essencial.
***
A Polônia, cuja fronteira com a Ucrânia dista apenas treze quilômetros, é um desses países que tem
recebido refugiados.
Em uma estação de trem polonesa, um fotógrafo capturou a imagem surpreendente, enquanto documentava
a chegada de pessoas em busca de asilo.
Ali, na estação, havia uma fila de carrinhos de bebê alinhados. Carrinhos sem bebês, mas com suprimentos,
com cobertores, com ursinhos de pelúcia.
Mães polonesas, sem se identificarem, deixaram ali para as mães ucranianas, quando chegassem.
Elas nunca saberão quem lhes ofereceu aqueles mimos. Quem doou jamais saberá em que mãos foram
parar as suas doações.
Que extraordinária prática do Evangelho.
Que gesto de delicadeza, de boas vindas. Gesto de quem, como mãe, sabe o que outra mãe apreciaria ter
para o seu bebê.
E se sentem bem recebidas as que deixam tudo para trás. Com certeza, se emocionarão ao encontrar um
carrinho aconchegante para depositar seu bem mais precioso: seu bebê.
O amor existe e suplanta tanto mal engendrado pelas bombas, pelos foguetes e pelos mísseis.
Ficamos a cogitar se os envolvidos nas lutas, ao tomarem ciência desse gesto tão acolhedor, não sentirão
vontade de parar a batalha, pensando no outro como seu irmão.
Se um gesto de amor de um único ser humano tem o condão de alçar toda a Humanidade a um patamar
mais alto, que se poderá dizer de tantos corações maternos que se unem para abraçar outros corações
maternos?
Deus abençoe essas mães polonesas.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 6, versículos 1 e 3 do EVANGELHO DE MATEUS.
***
#momentoespirita #bem #bondade #caridade #fraternidade #aprendizado #reflexão #amor
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85. FALANDO DE GRATIDÃO

Narra uma lenda antiga que havia um rei possuidor de extensas propriedades e ricos castelos. Dispunha de
muitos servos para atender todas as particularidades.
Possuía, também, dez cães selvagens, extremamente agressivos.
Por ser muito severo, bastava qualquer um dos servos praticar algo errado, e ele o mandava jogar aos
animais, para ser trucidado.
Aconteceu, certa feita, que um servo dos mais antigos, que servia ao rei, há mais de dez anos, cometeu uma
falha.
A sentença foi imediata. O soberano decretou fosse lançado aos cães.
O servo, que sempre fora fiel, suplicou lhe fossem concedidos dez dias de vida.
O rei não conseguiu entender o porquê de tal pedido. Mas, acabou aceitando.
Nesse período, o servo, entendendo-se com a guarda, conseguiu ir trabalhar no atendimento aos animais.
Foi limpar o chão e banhar os cães, alimentá-los, escová-los e exercitá-los. Tudo demonstrando carinho para
com eles.
Passados os dez dias, o rei manteve a punição e o servo foi jogado aos cães.
De forma surpreendente, o rei verificou que eles o rodearam, lambendo-lhe o rosto e roçando-lhe as pernas.
Estranhando, perguntou qual era o problema dos animais para agirem dessa forma.
E o próprio condenado esclareceu:
Meu senhor, eu servi aos cães apenas por dez dias e eles retribuem a minha atenção e cuidados.
No entanto, eu servi ao senhor por mais de dez anos, com extrema fidelidade. Bastou que eu cometesse um
único equívoco e o senhor se esqueceu de tudo, me condenando à morte.
Nesse momento, o rei caiu em si, percebeu sua atitude equivocada e ordenou a volta do servo às suas
ocupações.
***
Quantos de nós temos atitudes semelhantes ao soberano da lenda. Quantos ainda temos essa falta de
reconhecimento para com aqueles que nos servem com devoção.
Às vezes, passamos boa parte da vida sendo amparados e auxiliados por alguém com carinho e esmero.
Porém, ao primeiro ato infeliz, nos revoltamos e rompemos vínculos de amizade ou de afeto.
Cobramos por um momento infeliz do outro, ou porque ele nos negou alguma coisa, e nos esquecemos dos
anos em que desfrutamos de parceria feliz e recebemos muito mais do que esperávamos.
Esquecemos das tantas vezes em que essa pessoa se colocou à nossa disposição mesmo sem estar bem
de saúde.
Quantas vezes deixou familiares queridos, em datas especiais, apenas para nos atender.
Como podemos, de forma tão repentina, esquecer o apoio, a amizade, a dedicação que recebemos?
Como podemos ser tão ingratos?
***
Analisemos nossa consciência e se agimos dessa forma, em algum momento, retifiquemos nossa atitude.
Retornemos ao convívio de quem tanto se dedicou a nós, nos serviu ou nos auxiliou, em situações
específicas e lhe agradeçamos.
Agradeçamos por nos ter honrado com sua atenção, com seus cuidados.
Agradeçamos pela dedicação de tantos dias, pela soma de bênçãos com que nos brindou, pela amizade,
pela convivência.
Se for preciso, peçamos desculpas pela nossa ingratidão. E refaçamos o caminho, reatando laços,
expressando nossa gratidão.
Façamos isso, hoje, enquanto o dia nos permite.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #bem #bondade #julgamento #julgar #gratidão #justiça #aprendizado #reflexão
101

86. A AGULHA PERDIDA

Há uma lenda que narra que, certa noite, as pessoas viram a grande mestra Rábia procurando algo na rua,
em frente à sua cabana.
Elas se reuniram em torno dela e perguntaram:
- O que aconteceu? O que você está buscando?
E Rábia respondeu:
- Eu perdi a minha agulha.
Todos se dispuseram a ajudar na procura. Então, alguém perguntou:
- Rábia, a rua é grande, a noite está chegando e logo não haverá mais luz. Uma agulha é uma coisa tão
pequena. Se você não nos contar exatamente onde ela caiu, será difícil encontrá-la.
A resposta da mestra foi:
- Não pergunte isso. Não levante essa questão de modo algum. Se você quer me ajudar, ajude, caso
contrário, não levante essa questão.
Todos os que estavam procurando, pararam e insistiram:
- Qual é o problema? Por que não podemos perguntar isso? Se você não diz onde ela caiu, como nós
poderemos ajudar?
Ela esclareceu:
- A agulha caiu dentro da minha casa.
Quase indignados, falaram ao mesmo tempo:
- Você enlouqueceu? Se a agulha caiu dentro da sua casa, por que você está procurando aqui?
Então, veio a resposta surpreendente:
- Porque a luz está aqui. Dentro da casa não há luz nenhuma.
Alguém retrucou:
- Mesmo que a luz esteja aqui, como podemos achar a agulha se ela não foi perdida aqui? A atitude correta
seria levar a luz para dentro da sua casa, só assim você pode achar a agulha.
Rábia sorriu e chegou ao ponto que desejava:
- Vocês são pessoas tão espertas com pequenas coisas. Quando vão usar suas inteligências para suas
vidas interiores?
- Vi todos vocês buscando do lado de fora e sei perfeitamente bem, sei, pela minha própria experiência, que
aquilo que estão buscando está perdido dentro de cada um.
- A bênção que estão buscando, vocês a perderam dentro. E a estão buscando fora. A lógica de vocês é
essa porque seus olhos podem ver facilmente o lado de fora, as suas mãos podem tatear facilmente o lado
de fora. Porque a luz está fora, vocês estão procurando fora.
- Se vocês são realmente inteligentes, concluiu a mestra, então usem a sua inteligência. Por que estão
buscando a bênção no mundo exterior? Vocês a perderam ali?
Todos emudeceram, enquanto Rábia desapareceu no interior de sua casa.
***
É tão mais fácil procurar fora. A luz já está posta, basta olhar. Tudo parece bem claro e ao alcance das mãos.
Falar em olhar para dentro de si nos assusta. Há tanta escuridão, há tanto desconhecido. E ainda, ter que
iluminar? Ter que fabricar luz? Isso parece que nos daria tanto trabalho...
É por isso que grande parte de nós ainda permanece procurando a agulha perdida onde ela não está, do
lado de fora de nossa casa íntima, apenas por ser mais fácil a busca.
Lembramos quantos mestres nos falaram sobre iluminação. Trata-se dessa criação de lume interior.
Das propostas de autoconhecimento da Grécia Antiga a Buda, de Jesus, a Luz do mundo, até os dias atuais,
quando os estudos da alma falam da necessidade de luz interior.
Onde andamos procurando nossa agulha perdida? Já temos coragem e disposição para, finalmente, entrar
em nossa casa interior?
Chegou o tempo. Pensemos a respeito.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 57, do livro OSHO, HISTÓRIAS DE TRANSFORMAÇÃO, de Rajneesh, ed. Cultrix.
***
#momentoespirita #autoconhecimento #aprendizado #reflexão
102

87. UM FAROL IMENSO

Ela ainda não completara trinta anos, mas tinha uma aparência triste, cansada.
Chegou ao quarto, andando devagarzinho, e aproximou-se do berço do filho.
Olhou para aquele corpo tão pequeno e tão limitado. Suspirou, sentindo uma dor muito grande em sua
alma.
O menino completara oito anos, mas tinha o tamanho de uma criança de três.
Com lágrimas, que eram verdadeiras pérolas, a rolar pela face, perguntava a si mesma:
- Por que, meu Deus, por que meu filho não representa o meu sonho? Não fala, não anda, nem mesmo
pode se sentar, não ouve e mal enxerga vultos.
O menino se mexeu, gemendo. Ela afastou os lençóis bordados, suspendeu-o nos braços e o colocou de
encontro ao próprio coração. Quanto amor naquele gesto!
Quanta ternura no beijo que lhe depositou na face pequenina.
Seu pensamento continuou a questionar ao Pai Celestial:
- Por que, senhor, não acontece um milagre, para que eu possa ver meu filho perfeito, como os de minhas
amigas?
Entre súplicas e lágrimas, o carinho materno, em manifestação sublime, envolvia a ambos, unindo-os num
amplexo de imensa luz.
Devagarzinho, ela sentiu acalmar o coração. Sentou-se e elevou uma prece simples, revestida de
humildade, pedindo aos céus a bênção para seu menino.
Rogou a Deus lhe desse muita força e resistência, para completar sua tarefa junto àquele anjo que
recebera de suas mãos.
E fez o propósito, pela enésima vez, de sustentar seu rebento como se fora um tesouro celeste.
Com o coração aliviado pelo novo rumo dos pensamentos, sentiu envolver-se em serenidade e confiança.
Então, prometeu a si mesma que quanto mais o pequeno precisasse, mais ela se doaria para tornar os
seus dias cheios de amor e paciência.
***
Existem mães e pais muitos especiais. Criaturas que idealizam um filho saudável, perfeito. E recebem
uma criatura necessitada de tudo para tudo.
Deus sabe perfeitamente a quem confiar essas Suas criaturinhas.
Quando uma criança portadora de necessidades especiais reencarna, esse lar passa a ser centro de
atenções espirituais.
Um farol imenso ilumina o lar e os familiares, expandindo-se, alcançando os corações sensíveis e
amorosos.
E todos os que se prontificarem a auxiliar, de alguma forma e em algum momento, estarão também
envolvidos e refletindo essa luz.
Aqueles que elevarem suas preces a Deus rogando amparo e assistência ao necessitado, seus familiares
e cuidadores, estarão em sintonia com os ensinos de Jesus.
Sempre que houver dor e sofrimento sob um determinado teto, é porque Deus, através das leis maiores
da vida, assim o permitiu.
Sua vontade é soberanamente justa e repleta de sabedoria.
Sempre que vemos dificuldades e nos dispomos a ajudar, espalhando fraternidade, nos tornamos os
agentes da Providência Divina que age, no mundo, através das pessoas de boa vontade.
Somente o amor verdadeiro, o amor luz, pode remover as dificuldades que se enfrenta, no decorrer da
vida na Terra.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #provas #desafios #amor #família #dificuldades #aprendizado #reflexão
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88. ANTES QUE O MANTO DA SAUDADE NOS ENVOLVA...

Ele era o mais jovem dos três filhos. Parecia não ter muitos compromissos com a vida.
Gostava de sair com os amigos, brincar. Estudava, mas não tanto, o que era motivo constante de conversas
sérias com seu pai.
Quando não conseguiu a classificação ideal para acompanhar o irmão para a Universidade mais conceituada
do país, foi uma decepção para o pai. Para ele próprio também.
- Se tivesse se esforçado mais, teria conseguido. Foi o que ouviu do pai.
A mãe lhe disse que ele não deveria ficar tão triste consigo mesmo. Talvez, na Universidade que estava
adentrando, algo muito especial lhe estivesse reservado.
Afinal, somente Deus tem ciência do que está para vir.
Ela também disse ao filho que a vida é um presente e pode ser um passeio lindo, incrível e fantástico.
Naturalmente, nem sempre fácil.
Foi na Universidade que ele conheceu uma garota incrível. Foi amor à primeira vista, ou talvez seja melhor
dizer, à segunda vista, porque ele ficou admirado no primeiro esbarrão que deu nela.
E encantado quando aconteceu o segundo.
Por causa dela, se tornou voluntário em uma patrulha na Universidade e até resolveu conquistar sua
habilitação de motorista, para melhor auxiliar.
Foi depois de um animado final de semana com toda a família, que ele teve um desmaio, foi levado para a
emergência hospitalar e nunca mais retornou à consciência.
Ele partiu, vitimado por um aneurisma. Na despedida, ante o corpo inerte do filho, o pai, entre lágrimas,
externalizou os seus sentimentos:
"Chris, como eu gostaria que você não tivesse partido. Tão pouco tempo você esteve conosco. Somente
dezenove anos.
Olhando para esses anos, eu me pergunto porque não usufrui mais de sua companhia.
Por que perdi tanto tempo reclamando das suas notas, que poderiam ser mais altas, da carteira de motorista
que você poderia ter conseguido mais cedo, da sua falta de interesse por algumas matérias?
Reclamei, e reclamei. Poderia ter me servido desse tempo para olhar mais para você, descobrir a vida que
brilhava em seus olhos.
Olhos que se fecharam e não verei mais. Poderia ter abraçado mais você para ouvir o seu coração batendo
junto ao meu. Coração que nunca mais ouvirei.
Eu poderia ter feito tantas coisas. E me pergunto de que valeram tantas reclamações quando eu poderia ter
vivido muito mais intensamente a sua vida, meu filho".
***
A vida é curta. A vida é breve, é impermanente. Hoje estamos aqui e, logo mais, poderemos ser convidados a
tomar da bagagem das nossas conquistas pessoais e partir para o Grande Além.
De igual forma, os que amamos. Então, agora, se estamos ao lado de quem amamos, aproveitemos para
dizer como essa pessoa é importante, como lhe queremos bem, como ela faz a grande diferença em nossa
vida.
Agora, enquanto é tempo e estamos lado a lado, digamos ao nosso cônjuge, ao nosso filho, ao nosso amigo,
que o amamos.
Repitamos isso amanhã, depois e depois. A cada manhã, a cada despertar, a cada aperto de mão, a cada
abraço, a cada hora.
Usufruamos o convívio enquanto estamos a caminho. Antes que somente a saudade seja o manto que nos
envolva.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Texto inspirado no filme DOIS CORAÇÕES
***
#momentoespirita #vida #oportunidades #amor #família #aprendizado #reflexão
104

89. SOLIDARIEDADE PARA COM TODOS

Todos temos sempre algo mais a aprender. Não somos pessoas acabadas às quais nada mais possa
ser acrescentado.
É por isso que os que temos ouvidos de ouvir e olhos de ver nos encantamos com as pérolas que
descobrimos em toda parte.
Quando menos se espera, eis uma preciosidade a se apresentar.
Não foi diferente com um antropólogo que foi à África com o objetivo de estudar usos e costumes
tribais. Concluída sua tarefa, aguardava o transporte que o conduziria ao aeroporto, de retorno ao lar.
Observando as crianças que brincavam, resolveu propor uma brincadeira-desafio.
Adquiriu doces variados e os colocou em um cesto, com um belo laço de fita, debaixo de uma árvore.
Aí, chamou as crianças e lhes disse que quando ele gritasse a palavra: Já!, elas deveriam correr até o
cesto.
O vencedor ganharia todas as guloseimas que ele continha.
As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal
combinado. Quando ele disse Já!, elas se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore.
Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.
O antropólogo foi ao encontro delas e lhes perguntou por que tinham ido todas juntas se uma só poderia
ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.
Elas simplesmente responderam: UBUNTU, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras
estivessem tristes?
***
Ubuntu é uma antiga palavra africana, cujo significado é humanidade para todos. Ubuntu também quer
dizer sou o que sou devido ao que todos nós somos.
Que bela filosofia! Totalmente acorde ao amor ao próximo como a si mesmo, ensinado por Jesus.
Como posso ser feliz tendo tanto se meu irmão padece fome e frio?
Como posso ser feliz enquanto meu irmão padece por falta de medicamentos?
Por que devo desejar tudo para mim e não deixar nada para meu irmão?
Verifiquemos como, em tantas oportunidades, nós mesmos, na qualidade de pais, incentivamos nossos
filhos a apanharem tudo que podem para si.
Basta que recordemos das festinhas, onde são distribuídos brindes e guloseimas.
Alguns pais chegam a entrar na brincadeira para conseguir algo mais para os seus filhos.
Estamos incentivando o egoísmo em detrimento do amor ao próximo, do partilhar, do ficar feliz
repartindo com o outro.
Isso é um grande promotor do tudo para mim, sem me importar com o semelhante.
Pensemos nisso e principiemos a vivenciar mais o partilhar, o dividir, ensinando, ademais, nossos filhos,
desde pequeninos, a assim proceder.
Recordemos que todos ansiamos por um mundo melhor, mais justo. Façamos a nossa parte, desde o
hoje.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Fato narrado pela jornalista Lia Diskin, no Festival Mundial da Paz, em Florianópolis, SC, no ano de 2006.
***
#momentoespirita #vida #solidariedade #amor #sociedade #cooperação #reflexão #egoismo #ubuntu
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90. AMAR A QUEM?

Dia desses surpreendemos duas senhoras a conversar. E seu diálogo nos atraiu verdadeiramente a atenção.
Indagava uma à outra porque ela se envolvia tanto com campanhas para as crianças carentes assistidas por
uma determinada entidade filantrópica.
- Ora, respondeu a outra, porque disponho de tempo, porque as crianças precisam. Porque gosto de me
envolver com tarefa assistencial.
- Mas, continuou a primeira, essa instituição não é da nossa religião.
A resposta da dama que se dedicava de corpo e alma ao trabalho de assistência foi rápida:
- Mas são nossos irmãos.
A primeira ainda prosseguiu com sua argumentação, enquanto nos afastávamos do local a pensar.
***
O Mestre Nazareno, durante Sua estada entre os homens, teve oportunidade, por mais de uma vez, de
demonstrar que não importava a nacionalidade, a doutrina política, a crença religiosa, o cargo, a cor da pele.
Por isso mesmo tomou o samaritano como exemplo do homem bom que atende o caído na estrada, sem
nada lhe indagar.
Falou à samaritana, no poço de Jacó, identificando-se como o Messias, o Aguardado. E a convidou à
mudança de rumo, transformando-a numa disseminadora das luzes da Boa Nova.
Falando a respeito do centurião a quem curou o servo à distância, comentou: Jamais vi tamanha fé em
Israel!
Convidou Mateus, um coletor de impostos, para ser um dos Seus Apóstolos. Visitou o publicano Zaqueu, em
sua casa. Socorreu a equivocada de Magdala, amparou a mulher adúltera.
Jesus viajou pelas terras da Judeia, da Galileia, da Samaria. E afirmou: Nenhuma das ovelhas que o pai me
confiou se perderá.
***
Como podemos agir de forma diversa, estabelecendo limites no auxílio, condicionados à crença religiosa?
Então não somos todos filhos do mesmo Pai? Ele não nos criou crentes dessa ou daquela doutrina. Criou-
nos Seus filhos.
Todos partidos do mesmo ponto, da simplicidade e da ignorância, e com idêntico objetivo: a perfeição.
Não nos armemos uns contra os outros, mas nos amemos.
Façamos o bem a quem esteja próximo, sem distinção alguma.
E, se pudermos, estendamos a nossa ação a quem esteja distante, mesmo que não pertença à nossa raça,
que tenha nascido em outro país, que habite outros Estados.
Meditemos que, quando as rogativas sinceras chegam ao bondoso Pai, Ele não pergunta como cremos,
onde estamos.
Conforme nos ensinou Jesus, tudo o que pedirmos a Ele em Seu nome, nos será concedido.
Da mesma forma que recebemos tantas bênçãos do Criador, saibamos distribuir igualmente a todos.
Mesmo porque as questões de cor, nacionalidade, credo político ou religioso são questões transitórias, que
duram uma vida rápida, passageira, considerando-se o Espírito Imortal.
***
O bem é tudo o que estimula a vida, produz para a vida, respeita e dá dignidade à vida.
Quando não pudermos fazer o bem, pensemos nele.
Valorizemos o bem que possamos fazer e o façamos tanto quanto nos permitam as forças e as
circunstâncias, onde estivermos.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #bem #solidariedade #amor #caridade #cooperação #reflexão #religião
106

91. FALANDO EM HUMILDADE

É muito comum encontrarmos interpretações equivocadas a respeito do que seja humildade.


De um modo geral, chamamos humildes às pessoas socialmente pobres. No entanto, o fato de assim
viverem não significa, de modo algum, que sejam portadoras dessa virtude ativa.
De outras vezes, denominamos humildes as pessoas de fala mansa e macia. Também se constitui um
engano porque debaixo da voz cadenciada podem bem se ocultar temperamentos intolerantes.
A humildade é transparente e discreta, verdadeira. Sem nenhum compromisso com a pobreza material
ou com a aparência exterior da pessoa.
***
Narra um Procurador da República um episódio ocorrido, em Recife, Pernambuco, lá pelos idos de
1992.
Naquele tempo, as audiências eram digitadas. O juiz ditava para o assessor o que falavam os réus e as
testemunhas.
Nesse dia, um servidor novo estava encarregado da audiência. Apresentava-se nitidamente nervoso,
apesar de digitar muito rápido.
O juiz, Doutor Ubaldo, era alto, fisicamente forte, cara fechada e voz possante. Não por outro motivo,
era conhecido como o trovão.
Não era nem de propósito, mas sua fala era de tom naturalmente alto e sua voz grossa chegava a
intimidar quem não o conhecesse.
A audiência foi se arrastando, longa, parecendo interminável. Tudo corria normalmente, com o juiz
ditando os depoimentos para o assessor.
A partir de certo momento, no entanto, o servidor foi se cansando e não conseguia acompanhar o ritmo
do juiz.
O Procurador, que narra o fato, disse perceber que o servidor enfrentava um grande conflito porque não
queria interromper o juiz.
Mas, ao mesmo tempo, não estava dando conta e isso poderia ocasionar a nulidade do depoimento ou
mesmo de toda a audiência.
Tendo chegado ao seu máximo, o servidor, com a voz por um fio, tocou no braço do Doutor Ubaldo,
pedindo licença.
O juiz, que estava absolutamente concentrado na testemunha que fazia seu depoimento, tomou um
susto. Virou-se rapidamente para o assessor que, agora, tinha gotas de suor descendo pela testa.
- O que foi? - Perguntou.
A voz alta, parecendo exaltada, fez com que todos os presentes dessem um pulo nas suas cadeiras.
O servidor reuniu toda sua coragem, e falou:
- Desculpe, Excelência, mas não estou conseguindo acompanhar seu ritmo e tenho receio do termo não
corresponder ao que a testemunha está dizendo.
- O quê? Você está me pedindo desculpas por isso? - Indagou, em estrondo.
O assessor, desejando que a terra o tragasse, se encolheu na cadeira. Com o lábio inferior tremendo,
só teve forças para confirmar com a cabeça.
- Pois eu não desculpo, não! - Disse o juiz, soando como enorme trovão, ribombando.
O tempo parou. A sala de audiências ficou sem ar. Ninguém falava nada e o silêncio era constrangedor.
Então, voltou a voz do juiz:
- Não desculpo nada porque quem deve desculpas sou eu! Eu é que tenho que falar mais devagar!
Desculpe-me! Você tem toda razão.
O ar voltou. Os céus se abriram. A alma do servidor voltou ao seu corpo.
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Os advogados suspiraram. E o Procurador da República nunca esqueceu esse exemplo de humildade,


empatia e educação.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 54, nos proporciona uma boa definição de humildade:
Sê gentil e bondoso, sem te tornares servil.
A humildade é uma virtude nobre que não convive com as situações vis.
Íntegra, enriquece o homem de valores espirituais, que o tornam forte, na sua aparente fraqueza e
poderoso na sua pobreza.
Sócrates, Cristo e Gandhi são os exemplos máximos da humildade e os expoentes mais belos da
evolução.
Abatidos por homicidas loucos, preferiram morrer a ceder, permanecendo imortais na sua grande vitória.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Crônica intitulada O TROVÃO EM AUDIÊNCIA, de autoria de Danilo Fontenelle Sampaio e na pt. 8, cap. 42, do livro AÇÕES
CORAJOSAS PARA VIVER EM PAZ, pelo Espírito Benedita Maria, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
***
#momentoespirita #humildade #comportamento #reflexão #aprendizado
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92. AMOR À PRIMEIRA VISTA?

Os descrentes do amor afirmam que isso não existe. Tudo não passa de um entusiasmo momentâneo de
alguém que procura, ansiosamente, preencher o vazio da sua vida, na crença de que um afeto ao seu lado,
tudo solucionará.
Outros dizem que isso é coisa de romance, de novela, de filmes que desejam atrair os aficcionados em
ilusão e irrealidade.
No entanto, conhecemos tantas histórias concretas de casais que dizem que tudo aconteceu num primeiro
momento.
Foi um encontro em uma festa, uma troca de olhares inesquecíveis, o bailarem juntos em certo momento.
Um amigo nos confidenciou que viu uma jovem passar em frente à sua casa, com o uniforme da escola. Foi
olhá-la e sentir uma chama surgir do vulcão do afeto e afirmou: Vou casar com essa moça.
Alguns dizem que do namoro ao casamento tudo foi muito rápido. E lá se vão dezenas de anos juntos, no
palco das tristezas e das alegrias conjugadas.
***
A História registra muitos acontecimentos dessa ordem.
Lemos sobre o pedagogo francês Rivail (*). Tinha vinte e sete anos.
Desde que viera para a capital parisiense, dedicara-se à educação de crianças e jovens. Era o ideal de sua
vida.
Então, ele viu uma jovem que fez bater seu coração de forma diferente. Na verdade, o fez disparar como se
quisesse saltar do peito.
Onde terá sido esse encontro?
Vivendo em Paris, no mundo das letras e do ensino, era natural que um dia a senhorita Amélie deparasse
com o professor Rivail.
Ela era poetisa, professora de Belas Artes e já publicara três livros. Ele tivera sua primeira obra pedagógica
publicada aos vinte anos.
Quem sabe, terão cruzado seus olhares na apresentação da peça teatral Hernani, do grande Victor Hugo,
que estreou em Paris, em fevereiro de 1830?
Afinal, ele apreciava o poeta e escritor, tanto quanto o teatro. Ela, admirava Victor Hugo.
Amélie logo se fez notar pelo sorriso terno e bondoso, sua gentileza e graciosidade.
O que se sabe é que na primeira carta que Rivail escreveu para a amada declarou:
"Apresso-me em exprimir diretamente toda a alegria em ter autorização de vosso pai para vos escrever.
Como seria feliz se encontrasse eco em vosso coração a minha expectativa. Anseio por poder, de viva voz,
expressar as esperanças de felicidade que deposito em nossa união.
Embora só tenha tido o prazer de ver-vos uma vez, anseio vivamente que nenhum obstáculo venha retardar
a realização dos meus desejos".
Ele a vira uma vez e tão logo lhe é permitido dirigir uma carta a ela, a pede em casamento.
A união se concretizou e viveram uma vida de muitas realizações e carinho, durante trinta e sete anos, até a
morte dele.
***
Afirmamos que existe sim, amor à primeira vista... Nesta vida. Isso demonstra a existência de momentos já
vividos, em outro tempo, ao lado daquela pessoa.
Mais, de que, antes de nascerem, nesta existência, programaram esse reencontro na Espiritualidade.
Alguns, pelo amor que os une há muitos séculos. Outros, além disso, pelas missões que ambos se dispõem
a abraçar, no mundo.
Amor à primeira vista, leal, verdadeiro? Existe, sim. Acreditemos. São reencontros de almas de outras
vidas...
***
Extraído do Momento Espírita com base no artigo A PRIMEIRA CARTA DE UM NAMORADO PARA SUA NAMORADA, publicada na edição
de janeiro/2017 do Jornal Mundo Espírita, ed. FEP.
(*) - Rivail - Leon Hippolyte Denizard Rivail, que quando publicou as obras básicas assumiu o pseudônimo de Allan Kardec
***
#momentoespirita #amor #comportamento #relacionamento #namoro #Kardec #reflexão #aprendizado
109

93. O SOL DA ESPERANÇA

Por vezes, a vida nos oferece maus momentos. Sofrimento, lágrimas e infelicidade nos visitam e nos
sentimos desesperançados e infelizes.
Nesses momentos amargos, em que a alma dolorida se volta para Deus e indaga Por que passo por
essas provações?, é a hora em que devemos lembrar de uma palavra luminosa: a esperança.
Narra a tradição grega que uma jovem chamada Pandora recebeu uma bela caixa com a recomendação
de jamais abri-la.
Mas Pandora era curiosa e desobediente. Ao abrir a caixa, ela liberou todos os males, misérias e
sofrimentos no Mundo.
Desesperada, Pandora chorou. Mais tarde, viu que, após saírem todas as mazelas, havia ficado, no
fundo da caixa, a esperança.
Brilhava sozinha a esperança - um fiozinho de luz que pulsava. Mas que poder possuía!
***
O mito de Pandora deve ser refletido profundamente, em especial quando estamos atravessando
momentos difíceis.
Observe que, na lenda grega, é um ato da própria Pandora que liberta os males do Mundo. Na nossa
vida não é muito diferente: em geral, somos nós mesmos que, de alguma forma, provocamos muitos
males que nos atingem.
Por isso, cada momento difícil é uma oportunidade de meditarmos e analisarmos qual foi a nossa
contribuição para aquela situação.
No entanto, a lenda de Pandora vai além: ela mostra que - apesar da gravidade dos sofrimentos - não
estamos completamente sós: há uma luz posta por Deus para nos consolar e devolver o brilho em
nossos olhos.
Essa luz é a esperança.
Esperança que restaura as forças, reequilibra o coração, acalma as emoções.
A esperança é a mão generosa que acende a luz quando estamos mergulhados na treva profunda. É
medicamento quando nos contorcemos em dores.
Esperança é canção suave, que nos acalenta quando nos sentimos desamparados. É um olhar de
compaixão no instante em que o Mundo nos rejeita.
A esperança nasce de gestos de generosidade, de atitudes espontâneas, de palavras corretas.
Mas não se habitue apenas a aguardar que a esperança venha gratuitamente se aninhar no seu
coração. Abra as portas da alma para ela!
Para isso, é necessário educar o coração.
***
A esperança é como um visitante importante. Devemos nos preparar adequadamente para recebê-la. A
primeira atitude é retirar a poeira do pessimismo.
Depois, varrer as sujeiras acumuladas pela mágoa. Essas sujeirinhas têm vários nomes: rancor,
maledicência, desejo de vingança.
Em seguida, com a casa mental bem limpa, é hora de perfumá-la com bons pensamentos, sorrisos,
serenidade e otimismo.
Então, quando menos se espera, eis que chega a esperança. Viaja em uma carruagem dourada,
espalha flores pelo caminho e se instala no Espírito fazendo festa.
É uma presença tão forte, tão bela, que transforma de imediato o ambiente em que se hospeda:
impregna a alma de coragem e de alegria.
Esperança é um sol que nasce após uma longa noite escura. Chega trazendo calor e a luz dourada de
um dia cheio de boas realizações. Ela aponta, firme, para um futuro radioso. Basta recebê-la.
***
110

A esperança é tão importante que Joanna de Ângelis nos aconselha em VIDA FELIZ, 32:
Difunde a esperança em melhores dias.
Nunca houve tanta necessidade da verde palma, quanto nestes momentos.
A esperança dá forças aos ideais e coragem às criaturas, que se renovam, mesmo quando tudo parece
a ponto de perder-se.
È ela que sustenta o herói e mantém o santo nos propósitos superiores que abraçam.
Preservando-a em ti, nunca desfalecerás, nem te sentirás abandonado, quando as circunstâncias te
convidarem ao testemunho e à solidão.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Mito de Pandora e livro VIDA FELIZ, 32, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #mitodepandora #comportamento #esperança #reflexão #aprendizado
111

94. QUANDO SURGEM OS IMPREVISTOS...

Luiz e sua família programaram uma viagem de férias para a praia.


A família se reuniu, mais de uma vez, consultando as tantas opções de passeios.
Divertiram-se escolhendo uma praia maravilhosa: dias junto ao mar, andando na areia, tomando água de
coco...
Foram planejados os mínimos detalhes para usufruírem de todos os lindos dias de sol e calor.
A data da viagem foi se aproximando e o entusiasmo crescendo.
Finalmente, chegou o dia! A família alcançou seu destino. A praia era realmente linda, conforme tinham visto
nos folhetos de viagem.
Na primeira manhã, o dia amanheceu com muita chuva, vento e frio.
Podemos pensar que a família desanimou e começou a se lamentar: Por que a chuva hoje? Não poderia ter
chovido na semana passada? Por que estragar toda nossa programação? E agora?
Mas, não foi assim que eles se comportaram.
Estavam tão dispostos a aproveitar a viagem em família que não perderam tempo. Decidiram fazer novos
planos.
Na pesquisa na internet, descobriram várias outras opções de passeios.
A primeira, a ida a um interessante museu. Depois, aulas de cerâmica típica, ministradas por morador da
localidade. Também, descobriram um mercado municipal com várias comidas tradicionais...
Dessa forma, o passeio continuou agradável e todos aproveitaram a feliz convivência, naqueles dias de
férias, apesar da chuva, dos ventos, do frio.
***
Quantas vezes ocorrem imprevistos em nossas vidas?
Podemos cair no abismo infindável das lamentações. Podemos encontrar alguém para culpar pelo que
acontece.
Isso nos deixará ainda mais arrasados, irritados. E os primeiros a sofrer por causa disso, seremos nós
mesmos.
A lamentação somente nos levará a perder tempo e energia, não resolvendo nenhuma dificuldade.
E poderá, ainda, nos criar alguns problemas de saúde, enquanto literalmente, estragamos nosso dia. Por
vezes, dos que nos estão próximos, também.
Se preferirmos, podemos contornar o problema e procurar solucioná-lo, sem nos estressarmos e sem acusar
ninguém.
Podemos encarar os imprevistos como fazendo parte do mundo em que vivemos.
Em vez de lamúrias, uma atitude ativa, para encontrar soluções.
***
A vida é dinâmica e não temos o controle de tudo. As situações fortuitas acontecem.
A sabedoria está em encararmos tudo com disposição de quem deseja acertar, encontrar outro caminho,
solucionar, ao menos em parte, o inconveniente.
A escolha é nossa de como lidar com os imprevistos da vida.
Buscar as melhores alternativas para situações inesperadas que nos alcancem e olhar para elas como
oportunidades de aprendizado.
Talvez, nossos planejamentos devam contemplar mais alguns itens, além daqueles de que nos servimos
para essa circunstância.
Com certeza, não é fácil lidar com as frustrações, mas é através do domínio de nossas emoções que
podemos crescer e nos fortalecer moralmente.
Finalmente, conscientes dos nossos limites, entreguemo-nos a Deus e O busquemos, através da oração,
sempre que nos sintamos incapazes de superar os impedimentos.
***
Extraído do Momento Espírita com base no vídeo ENCARAR OS IMPREVISTOS, de Lufe Gomes e Cap. 27, do livro MOMENTOS DE
DECISÃO, por Marco Prisco e Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #vida #comportamento #imprevistos #escolhas #equilíbrio #reflexão
112

95. O VERBO SERVIR

Segundo a nossa gramática, servir é um verbo irregular e significa prestar serviços, cumprir determinados
deveres e funções.
Na multiplicidade de sinônimos, podemos entender servir à pátria, auxiliar alguém, dedicar a vida à caridade,
servir o jantar...
Enfim, são tantas as nuances desse verbo que nem imaginamos o quanto podemos crescer quando resolvemos
utilizar o dom de servir.
Se olharmos ao nosso redor veremos que na vida, por toda a parte, se conjuga esse verbo.
Na natureza, serve a nuvem, que se transforma em chuva para refrescar o ar, irrigar a plantação, abastecer as
usinas e nossos reservatórios.
Serve o vale e o monte, que recebem nosso plantio, multiplicando vidas na Terra.
Serve a flor, com seu perfume e beleza, enfeitando nossos jardins, nossos ambientes ou a imensa pradaria.
Serve a pedra na edificação de muros, casas, pontes.
Serve o barro que transformamos em utensílios e ornamentos.
Serve a água que nos mata a sede e higieniza corpos e habitações.
Serve o fogo na lareira amiga, no cozimento do alimento, no aquecer dos corpos.
Servir é, pois, um verbo presente em todas as horas.
Quando nos propomos a conjugá-lo, sentimos os benefícios que nos traz.
Ele nos liberta da amargura e do ressentimento, quando o utilizamos a benefício do outro.
E, no serviço a quem sofre, vamos nos dando conta de que nossas dores são menores. Ou até nos esquecemos
delas.
***
Com propriedade, versejou o poeta Casimiro Cunha:
"Se encontras pedras, injúrias,
Ofensas, erros brutais...
Não te afastes do programa
De servir um tanto mais.
Se quisermos atingir
As luzes celestiais,
Aprendamos com Jesus
Que servir nunca é demais.
***
O maior Espírito que esta Terra já acolheu, Jesus de Nazaré, exemplificou o verbo servir, em muitas
oportunidades.
Serviu aos pobres, lhes ofertando esperança; serviu a leprosos, devolvendo-lhes a chance de retorno ao mundo
dos homens.
Serviu a cegos, restituindo-lhes a visão; serviu a mutilados e deficientes, a obsediados e infelizes de toda ordem,
lhes proporcionando a recomposição do físico e da mente.
Serviu a Lázaro e à jovem filha de Jairo, chamando-os de retorno à vida ativa, presos que estavam em sono
letárgico.
Serviu aos apóstolos, lavando-lhes os pés, tarefa habitualmente realizada por escravos.
Serviu a centenas de criaturas que O ouviam, dividindo os pães e os peixes, saciando-lhes a fome.
Serviu a toda Humanidade, no exemplo da humildade e na oferta do Seu Evangelho, a Boa Nova.
Prossegue servindo, até hoje, permanecendo de braços abertos, aguardando que nos decidamos a ir ao Seu
encontro.
Segue a postos, nos sustentando em todos os momentos difíceis; quando nos debulhamos em lágrimas ante as
dores do caminho.
Segue pronto a servir quando lhe rogamos amparo ante as catástrofes que nos alcançam e as guerras que nos
destroem.
Seguindo-lhe o exemplo, estejamos sempre prontos a servir um tanto mais.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 55, do livro CORREIO FRATERNO, por Autores Diversos, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, ed. FEB.
***
#momentoespirita #vida #comportamento #servir #serviço #reflexão
113

96. COMPROMISSO PESSOAL

Todos nós deveríamos ter e manter o compromisso de aproveitar todo o tempo que tivermos para nosso
crescimento moral e intelectual.
Esse crescimento é essencial. O restante será consequência do esforço que fizermos nessas direções.
No entanto, muitos de nós nos acomodamos em posições mentais limitadas, nas quais, literalmente, nos
aprisionamos.
Vejamos quantos de nós afirmamos não saber dirigir um veículo, não saber cozinhar, não saber costurar,
não saber tocar um instrumento musical, não saber...
Se pensarmos em estudos regulares, descobrimos que muitos afirmamos não ter conseguido aprender
essa ou aquela matéria e nos damos por felizes por termos sido aprovados, não nos importando que o
conhecimento real tenha sido quase nulo.
E, um agigantado número de nós não demonstramos interesse pela própria língua pátria, cometendo
erros básicos com a maior naturalidade, na fala ou na escrita, com a justificativa de que o importante é
nos comunicarmos.
Vários dos que pertencemos a esse rol de pessoas, estranhamente, não fazemos o menor esforço para
mudar esse quadro, seja porque estamos paralisados com nossas dificuldades, ou talvez, estejamos
acomodados, em nossa preguiça.
Alguns prometemos que, ao nos aposentarmos, retornaremos à escola, para completar estudos
superiores. Ou, então, afirmamos que, assim que conseguirmos administrar nosso tempo, faremos aquele
curso de línguas, de belas artes, de trabalhos manuais.
Em verdade, as horas se multiplicam, os dias se consomem nos meses, e não tomamos a iniciativa.
***
A mente humana é maravilhosa, com enorme capacidade de aprendizado, sendo o mais perfeito
computador que a natureza poderia produzir.
É muito importante para o progresso individual, e para a autovalorização, que busquemos aprender tudo
de positivo que estiver ao nosso alcance, ao longo de nossa vida.
Nunca é tarde para voltar a estudar uma matéria que não foi adequadamente aprendida; ou para reiniciar,
com afinco, o estudo de algo que nos pareça intransponível, na busca da nossa autossuperação.
Nunca é tarde para iniciar o hábito da boa leitura que, além de cultura, nos ensina, de maneira prazerosa,
a língua pátria.
Nunca é tarde para desenvolver o interesse por bons filmes, por peças de teatro, por boa música,
mantendo-nos curiosos e de mente aberta, como num reviver dos dias mágicos da infância.
Poderemos, até mesmo, servir de exemplo para familiares e amigos.
***
Lembremos de que tudo o que aprendemos, hoje, nos servirá de base para o aprendizado no futuro, pois
o conhecimento é cumulativo.
Somente com a consciência de que a rapidez com que evoluímos é uma decisão individual, nos
decidiremos por progredir superando nossos limites e valorizando esta bela jornada chamada vida.
Confiemos em nós mesmos. Fomos criados à imagem e semelhança do Criador, portanto, com potencial
enorme para desenvolver, nos campos do intelecto e da emoção.
Cresçamos a cada dia, todos os dias.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 8 do livro PARA USO DIÁRIO, pelo Espírito Joanes e psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
***
#momentoespirita #compromisso #comportamento #responsabilidade #aprendizado #reflexão
114

97. O TRABALHO DE DEUS

Ele esteve entre nós por menos de três décadas. Mas realizou a maior revolução que um único ser humano
já conseguiu.
Foi de tal forma importante que dividiu a História do mundo entre antes e depois de Seu nascimento.
Senhor das estrelas, Rei Solar, Governador Planetário, Mestre e Senhor. De muitas e diversas formas O
denominamos.
Entre tantos ensinos preciosos, uma frase promoveu grande alvoroço entre os que estávamos acostumados
a considerar que trabalho era somente para os escravos, os considerados inferiores, os vencidos:
- Meu pai trabalha incessantemente e eu trabalho também.
Para todos os que tínhamos a ideia de que o Supremo Criador realizara a Criação em apenas seis dias e, a
partir de então, vivia o repouso, ocasionou estranheza.
O Pai trabalha incessantemente. Mas se Ele criou os sóis, os planetas, o Universo todo, que mais precisa
fazer?
Que trabalho é esse que O mantém sempre ativo?
***
Aí nos damos conta de que cabe a Deus o labor de soprar os ventos, regulando sua intensidade em cada
recanto do planeta.
A Deus cabe acender as estrelas, para que iluminem nossas noites e coroem o luar de maior encanto.
Cabe a Deus fecundar o solo, para que nossas sementes explodam em flores, frutos, abençoando-nos a
tarefa da semeadura.
Cabe a Deus agitar os mares, provocando ondas que se levantam como quem deseja expressar gratidão, e
morrem na praia, entre rendas de espumas e brandura.
Ou, então, se jogam contra as rochas, desenhando-lhes novos contornos, no transcorrer do tempo.
Cabe a Deus derramar cachoeiras montanhas abaixo, e a cada uma providenciar sonoridade diversa, para
que a monotonia não nos canse de ouvi-las.
Cabe a Deus desfolhar as árvores, para que possamos observar o rodopio das folhas, a avalanche das
pétalas que atapetam o chão.
Cabe a Deus providenciar o alimento aos pássaros que enchem nosso céu, vestir a erva do campo, conferir
as exatas cores para as flores da pradaria.
Cabe a Deus pintar o outono, colorir a primavera e providenciar uma capa de arminho para o inverno.
E, enquanto vivemos o nosso dia a dia, Ele continua a criar mundos, sóis, planetas, tornando sempre mais
infinito esse Universo, além do que possa conceber nossa mais audaciosa imaginação.
Cabe a Deus reger a orquestra de todos os mundos, providenciar a emigração e imigração das
Humanidades de uma para outra das Suas moradas.
Cabe a Deus estar atento a cada detalhe, onipresente, onisciente, manter a perfeição da Sua Criação.
Cabe a Deus olhar por todos os Seus filhos, providenciando o auxílio, tocando a generosidade dos corações
para que todos tenhamos pão, abrigo e amor.
Cabe a Deus, como excelso líder, servir-se de equipes de mensageiros do bem, delegando tarefas, ordens,
para que tudo aconteça segundo as Suas Leis.
Cabe a Deus enviar missionários às Suas moradas, para falar da Sua existência, para apontar caminhos de
progresso.
Cabe a Deus gerir a magnitude da Sua Criação.
Cabe a Deus olhar por nós.
Que imenso e interminável o trabalho de Deus, Nosso Pai.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Parte VI, cap. 31, do livro AÇÕES CORAJOSAS PARA VIVER EM PAZ, pelo Espírito Benedita Maria, psicografia de Raul
Teixeira, ed. Fráter.
***
#momentoespirita #Deus #Jesus #trabalho #responsabilidade #aprendizado #reflexão
115

98. O PAI TRABALHA SEM PARAR

Meu pai trabalha incessantemente e eu trabalho também. - Palavras do nosso Governador Planetário, Jesus.
A ciência está afirmando que essa é uma grande verdade. O Universo nos surpreende a cada dia. Os
números mostram a grandiosidade de um Criador incansável.
A enciclopédia de planetas extrassolares contabilizava, em março de 2023, aproximadamente cinco mil e
trezentos exoplanetas, em torno de oitocentos e cinquenta e quatro sistemas planetários conhecidos.
Exoplaneta é o nome dado aos planetas descobertos em torno de outras estrelas.
Hoje, técnicas de medidas muito precisas permitem descobrir continuamente novos planetas em outras
estrelas.
Esse é o caso da missão espacial Tess - sigla em inglês para "satélite de busca de exoplanetas por trânsito",
lançada em 2018.
Existem hoje quase dez mil candidatos na fila de confirmação como novos planetas. O número de seis mil
mundos descobertos é uma quantidade ínfima, se comparada à real quantidade deles em nossa galáxia.
Há evidências ainda de uma incrível quantidade de "planetas desgarrados" a vagar pelo espaço sozinhos,
sem estrelas que os abriguem.
Quando o Criador resolveu "enfeitar" o céu com as estrelas, O fez de tal forma que para a mente humana
encarnada Sua obra se mostrou incompreensível, dado o assombroso número de centenas de bilhões de
planetas.
Muitos deles considerados habitáveis.
Diante desse número, fica evidente que o nosso mundo não é o único habitado.
E vamos entendendo um tanto mais o ensino de Jesus quando dizia que na Casa do Pai há muitas moradas.
Pensamos em moradas espirituais, na maioria das vezes. No entanto, podemos concluir que se trata
também de moradas materiais.
***
No alvorecer do século XXI, a questão da pluralidade dos mundos foi resolvida em concordância com o
ensino dos Espíritos.
Quem imaginaria que nossas concepções limitadas de "céu, inferno e purgatório" seriam substituídas pela
certeza de muitos "bilhões de planetas" em lento, mas ascendente processo de crescimento espiritual!
A nossa Terra, portanto, é somente um dos inumeráveis degraus em que a alma nutre sua evolução
incessante, até atingir os mundos plenamente redimidos.
Envolvidos em nossas lutas diárias, em nossos problemas que parecem insolúveis, quase sempre nos
esquecemos dessa realidade.
***
Estamos aqui somente de passagem. Quando tivermos pago, ainda conforme Jesus, até o último ceitil, a
última moeda das nossas dívidas morais, outros mundos nos aguardam.
Deixaremos o lar Terra, agradecidos por tudo que nos permitiu crescer, progredir.
E iremos conhecer outras humanidades, em outro mundo que gira no espaço infinito, cantando a glória de
Deus.
Conheceremos outros irmãos e talvez, nesse relacionamento, lamentemos ter perdido tanto tempo com
coisas pequenas, sem real importância.
Coisas que nos detiveram em condições de inferioridade em relação aos mundos felizes, aos celestes ou
divinos.
Pensemos nisso e aceleremos nossa performance enquanto Humanidade.
Construamos, com mais rapidez, o mundo de regeneração hoje, aqui e agora.
***
Extraído do Momento Espírita com base no artigo NOVOS PLANETAS INSTIGAM A CIÊNCIA NA DESCOBERTA DE VIDA
EXTRATERRESTRE de Ademir Xavier, publicado no Correio Fraterno do ABC, junho 2023, ed. Correio Fraterno.
***
#momentoespirita #outrasmoradas #Jesus #trabalho #responsabilidade #aprendizado #evolução #conselhos #reflexão
116

99. A BUSCA POR DEUS

Em todas as épocas da Humanidade, não houve cultura, povo, tradição que não tivesse um sentimento
profundo a respeito da Divindade.
No início, esse Ser Superior era confundido com Suas obras. Por isso, a ideia de que eram muitos.
Eram deuses em ação: a tempestade, as borrascas do mar, a erupção do vulcão.
Ademais, eram concebidos como quase humanos, na sua aparência, nas suas paixões, desejos,
anseios.
Na dificuldade de transcender o pensamento, a ideia da Divindade não se afastava daquilo que estava
ao alcance dos sentidos.
Foi a maturidade perante a vida que permitiu um entendimento do monoteísmo, de um Deus Criador de
tudo e de todos.
No entanto, ainda se tinha a concepção desse Deus como vingativo, capaz de imputar castigos; um
Deus que ficava à espreita das minúcias da vida dos homens, condenando uns e outros conforme Seu
humor.
Como um ser em constante vigilância, a ideia de Deus era de alguém a se temer, considerando que, a
qualquer momento, Sua ira poderia despencar sobre a Humanidade, por qualquer infração cometida.
***
Então Jesus chegou. Veio das terras da Galileia, cantando as grandiosidades das obras de Deus, e
chamando-O de Pai.
Como o Irmão Maior ensinando a lição para os mais pequeninos, trouxe a mensagem de que o Pai é
misericórdia e bondade, provendo todas as necessidades dos Seus filhos.
A partir de Sua mensagem, deixamos de temer a Deus.
Passamos a buscá-lO como o Pai sempre pronto a auxiliar e amparar os que criou e sustenta por amor.
E é esse Jesus que nos convoca a fazer a nossa parte, a assumir nossa responsabilidade perante o
mundo, não nos acomodando em ócio improdutivo.
Alerta-nos, a fim de que não caiamos na ilusão de um Deus de milagres infantis, que dispõe de forma
favorável, cedendo a leves agrados e oferendas.
Contudo, também nos acalma o coração, nos dizendo para que não nos inquietemos com o amanhã,
pois a cada dia basta a sua própria preocupação.
***
A partir de então, começamos a compreender a grandiosidade de Deus e Sua Providência.
E, mesmo quando imaginamos que algo nos falta, a aparente carência nada mais é do que oferta da
Providência Divina a nos oportunizar crescimento.
É verdade que prosseguimos entendendo Deus das mais diversas formas, cada qual conforme seus
valores e necessidades íntimas.
Entretanto, antes do Galileu, ninguém cantara, com tal clareza, as glórias do reino dos céus, os
recursos da Providência Divina e Sua bondade inexcedível.
Também, ninguém depois dEle conseguiu viver em tal pureza os ensinos do Pai, em exemplo
incomparável.
Assim, caminhar até Deus é atração inevitável, pois que trazemos Sua essência em nossa intimidade,
como filhos dEle.
Porém, não chegaremos ao Reino dos Céus senão através do Celeste Pastor, Jesus.
Ao se apresentar como o Caminho, a Verdade e a Vida, estabelece ser o roteiro seguro para que
consigamos entender a Deus em plenitude, edificando o Seu reino na intimidade de nosso coração.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #Deus #Jesus #trabalho #reinodoscéus #aprendizado #reinodosceus #conselhos #reflexão
117

100. OS CUIDADOS DE DEUS

A mãe dava as primeiras lições de fé e entendimento a respeito de Deus para a filha, que lhe
acompanhava, atentamente, o raciocínio.
Buscando o linguajar infantil, escolhendo as palavras para que lhe fossem compreensíveis, falava a
mãe com cuidado e gentileza a respeito de Deus, Criador do Universo. O Pai de todos nós.
Ao ouvir a mãe lhe explicando que Deus é nosso Pai, a menina arregalou os olhos, surpresa. Buscando
ter certeza de que havia compreendido, perguntou:
- Pai de todo mundo? Pai de cada um de nós?
- É isso mesmo. - Respondeu a mãe, contente pelo aprendizado que se fazia.
Então, conclui a criança, deixando a mãe sem resposta, diante da sagacidade da pequena:
- Ora mãe, se ele é Pai de cada um de nós, como é que Ele cuida de todo mundo?
***
A profundidade da reflexão infantil muitas vezes não encontra resposta em nossa mente, quando não
nos habituamos a refletir um pouco a respeito das coisas de Deus.
Quantas vezes nos queixamos, a respeito da vida, dos dissabores, das desilusões e desafios, tão
pesados para nossos ombros?
Nessas horas nos deixamos levar pelo pensamento pessimista de quem se imagina sozinho no mundo,
como se ninguém cuidasse de nós, como se ninguém se importasse conosco.
Esquecemos que aprendemos a chamar Deus de Pai. Esquecemos de que não é o pai figurativo e
imaginário, mas sim Aquele que cuida e Se preocupa com cada um de Seus filhos.
Jesus, procurando nos explicar as coisas de Deus, nos leva a raciocinar de forma simples, ao dizer que
nem os maus, quando um filho lhes pede pão, são capazes de lhe dar uma serpente e assim, tanto
mais se poderá esperar do Pai que está nos Céus.
Com esse raciocínio nos fortalece a fé, nos aconselhando a deixar a cada dia as suas necessidades,
não nos preocupando com aquilo que não está ao nosso alcance, pois Deus provê a todas as nossas
necessidades.
***
E, quantas vezes os cuidados de Deus nos chegam através de um amigo, de um conselho certo nas
horas da intemperança?
Em outros momentos, são os cuidados de Deus que nos chegam através de um encontro
aparentemente fortuito ou de um telefonema inesperado, que nos faz mudar de rumo, nos demove de
um propósito infeliz ou renova nossa paisagem íntima.
Mesmo que, muitas das vezes, os desígnios de Deus passem despercebidos por nós e lhes demos o
nome de acaso, sorte ou coincidência, sempre estará a Providência Divina a cuidar dos Seus filhos.
Os cuidados de Deus com cada um de nós são tão preciosos que, antes de nascermos, Ele nos
designa um Espírito amigo que irá velar por nossa caminhada, nos proteger, ser nosso anjo da guarda.
Irá nos cuidar em nome dEle. Só mesmo um Pai seria capaz de tantos cuidados e desvelos para com
um filho.
E, mesmo que nos apresentemos ora rebeldes ou ainda ingratos para com tanto cuidado, Ele será
sempre o Pai amoroso a aguardar nosso amadurecimento a fim de que consigamos entender o quanto
Ele nos ama.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #Deus #Jesus #criança #fé #reflexão #proteção #anjoguardião
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101. GENEROSIDADE SEMPRE

Somos generosos perante a vida?


Talvez essa pergunta nos tome de surpresa. Talvez nunca tenhamos pensado nisso. Ou ainda, quem
sabe, seja algo que acreditamos não ser preciso nos preocupar.
Porém, com certeza, em algum momento, fomos presenteados com a generosidade de alguém que
cruzou nosso caminho.
A generosidade é esse sentimento de desprendimento de si mesmo.
É quando esquecemos das nossas necessidades, dos nossos problemas e ocupações para nos
ocuparmos com o próximo.
A generosidade é moeda tão cara, tesouro tão precioso, que somente consegue ser paga de igual
forma.
Assim, generosidade não se retribui com o reconhecimento de um muito obrigado. Tampouco consegue
ser paga com presentes ou valores monetários.
Menos ainda conseguimos retribuir a generosidade que nos é ofertada com um simples favor ou alguma
gentileza.
***
Apenas com generosidade se paga a generosidade que recebemos.
Por nascer em corações nobres, fruto e filha da abnegação, é moeda de alto quilate.
Por isso, é normal que aqueles menos nobres, que ainda não disponham de alguma generosidade no
coração, desconfiem de atitudes generosas.
Julgam a atitude altruísta do outro como permeada de segundas intenções, como quem deseja algo
além da própria ação.
Chegam a se constranger quando são alvo da generosidade alheia, pois em sendo brindados por esse
presente, sentem-se afetados no orgulho, na presunção e na vaidade.
Quase sempre, esquecemos que também é generosidade quando somos capazes de reconhecer na
ação do outro a sua gentileza, a sua atitude nobre.
É quando conseguimos perceber esse movimento invisível, discreto, da generosidade alheia para
conosco, que nos tornamos agradecidos, reconhecidos a quem dessa maneira nos brinda.
Dessa forma, é generoso o escritor, que alcançando um grande prêmio, lembra-se de reportá-lo à
professora que o alfabetizou, à mãe que o conduziu, ao pai que lhe formou o caráter.
É generoso o chefe, o líder empresarial que, frente a uma grande conquista profissional, é capaz de
dividi-la com funcionários e colaboradores, compartilhando louros, sabendo-se apenas representante de
uma grande equipe, reconhecendo que sozinho não alcançaria tal patamar.
Generosos somos quando compartilhamos felicidade com quem se encontre atravessando agruras,
alimento com quem padece fome, nosso tempo com o solitário, nosso sorriso com quem esteja
mergulhado em tristeza profunda.
***
Antítese do egoísmo, a generosidade é flor de raro perfume que, ao ser distribuída, mantém sempre
perfumadas as mãos daquele que a oferta.
Generoso foi o samaritano da parábola cristã, ao esquecer dos seus compromissos, ofertando o seu
tempo, seus cuidados e seus recursos amoedados para atender o ferido deitado à beira do caminho.
E, ainda, preocupando-se com os dias futuros, comprometendo-se à continuidade do auxílio.
Generosos foram Madre Teresa de Calcutá, Francisco Cândido Xavier, Gandhi, Albert Schweitzer e
tantos outros que esqueceram de si, a fim de perfumar a vida daqueles que estavam ao seu redor.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #generosidade #caridade #egoismo #reflexão #comportamento
119

102. ESTAMOS A CAMINHO

Nosso planeta viaja aceleradamente pelo espaço. Mais do que a nave espacial de Jornada nas estrelas,
estamos audaciosamente indo a rumos nunca dantes visitados.
Nada tememos porque sabemos que há uma Inteligência Suprema que tudo governa, tudo preside.
Enquanto navegamos pelo espaço, prosseguimos com nossa vida cotidiana, nossas atividades
costumeiras. E, mais de uma vez, afirmamos que estamos vivendo a rotina de todos os dias.
Ingenuidade de nossa parte. Não estamos mais onde estivemos ontem. Quantos quilômetros viajamos,
pelo espaço, nem conseguimos calcular.
Ao mesmo tempo, em nosso entorno, milhões de detalhes se modificaram. O botão de ontem
desabrochou. A flor aberta há dois dias dispensou todas suas pétalas.
O arvoredo jogou folhas ao chão, os passarinhos que nos visitam perderam algumas penas, e os voos
que realizam hoje, pelo ar, tecem arabescos diferentes do ontem.
Bem assinala certa emissora, nas suas chamadas para o noticiário: Em um minuto tudo pode mudar.
Pura verdade. Em um minuto estamos vibrando de alegria pela vitória do piloto de nossa preferência.
No minuto seguinte, nos chega a notícia de um ídolo que se foi, no rumo do Grande Além.
A notícia de que alguém ganhou uma imensa fortuna, que a emissora de nossa preferência está
perdendo pontos no Ibope.
***
E, enquanto tudo isso acontece, caminhamos para o MUNDO DE REGENERAÇÃO. Um mundo que
nos propõe que sejamos mais solidários, mais companheiros, mais amigos e irmãos uns dos outros.
Um mundo que nos acena com perfeita igualdade nas relações sociais, onde todos reconhecem Deus e
tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis.
Não é a felicidade total. É a aurora da felicidade.
Nesse mundo estaremos menos absorvidos pelas coisas materiais e mais voltados para as coisas da
alma.
Estamos vivendo esse período de transição. Estamos migrando para uma nova faixa evolutiva.
Na mesma medida em que, como seres humanos nos tornamos mais moralizados e, verdadeiramente,
mais humanos, solidários e preocupados com o nosso semelhante, materialmente progride o planeta a
fim de que alcancemos aquelas condições de trabalharmos mais as coisas da alma.
Ao contemplarmos o avanço tecnológico, podemos verificar que estamos caminhando para o tempo em
que as máquinas realizarão muitas das nossas tarefas, nos possibilitando preocuparmo-nos mais
conosco mesmo, ser imortal. Ser imortal que acionará mais suas potencialidades, para criar no campo
das artes, da beleza, do bem.
***
Quantos benefícios poderemos criar a fim de que o mundo novo seja um lar de refazimento para o
Espírito. Um lar verdadeiro em que nos sintamos irmãos.
Com certeza, não será um paraíso pleno. Apenas, a antevisão de um lugar melhor para se viver.
Poderemos nos dedicar em nos tornarmos menos egoístas, menos vaidosos, em oferecer à
Humanidade o que nossa mente tenha de melhor.
E à noite, na hora do repouso, poderemos contemplar a imensa abóbada com suas estrelas, e sóis, e
planetas e indagar: Deus, para que mundo iremos, depois daqui?
O que nos reservas, Senhor, para além do que veem os nossos limitados olhos?
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. III, item 18, de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #evangelhosegundooespiritismo #evolução #transição #regeneração #progresso #comportamento
120

103. MENSAGEM DE UM FILHO A SEU PAI

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você pegar o primeiro desenho que fiz e prendê-lo
na geladeira. Imediatamente, tive vontade de fazer outros para você.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você dando comida a um gato de rua. E aprendi
que é legal tratar bem os animais.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você fazer meu bolo favorito e aprendi que as
coisas pequenas podem ser as mais especiais na nossa vida.
Quando você pensava que eu não estava olhando, ouvi você fazendo uma oração. E aprendi que existe um
Deus com quem eu posso falar e em quem eu posso sempre confiar.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você fazer comida e levar para uma amiga que
estava doente. E aprendi que todos nós temos que ajudar a tomar conta uns dos outros.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você dando seu tempo e seu dinheiro para ajudar
as pessoas mais necessitadas. E aprendi que aqueles que têm alguma coisa devem ajudar quem nada tem.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu percebi você me dando um beijo de boa noite e me
senti uma pessoa amada e segura.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você tomando conta da nossa casa e de todos nós.
E aprendi que nós temos que cuidar com carinho daquilo que temos e das pessoas que amamos.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi como você cumpria com todas as suas
responsabilidades, mesmo quando não estava se sentindo bem. E aprendi que eu tinha que ser responsável
quando crescesse.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você se desculpar com uma amiga, embora você
estivesse com a razão. E aprendi que, às vezes, é mais importante abrir mão de um ponto de vista para
preservar a amizade e o bem-estar nos relacionamentos.
Quando você pensava que eu não estava olhando eu vi lágrimas nos seus olhos. E aprendi que, às vezes,
acontecem coisas que nos machucam, mas que não tem nenhum problema a gente chorar.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu percebi você cuidando do vovô com carinho e ternura.
E aprendi que devemos tratar bem e respeitar aqueles que nos cuidaram na infância.
Quando você pensava que eu não estava olhando, foi que aprendi a maior parte das lições que precisava
para ser uma pessoa boa e produtiva quando crescesse.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu olhava para você e queria lhe dizer: "Obrigado por
todas as coisas que eu vi e aprendi quando você pensava que eu não estava olhando!"
***
Esta é uma mensagem portadora de grandes motivos de reflexão para pais e educadores, que desejam
atingir seus nobres objetivos, no campo da educação.
É uma mensagem importante porque nos faz pensar que nossos filhos e nossos educandos estão nos
olhando e memorizando muito mais o que fazemos do que o que dizemos.
Nossos gestos e nossas ações produzem lições mais efetivas do que muitas palavras vazias, jogadas ao
vento.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 69, nos lembra:
Ser pai ou mãe é uma grande responsabilidade.
Cada criatura traz o destino que organizou para si mesma em reencarnações passadas. No entanto, ela
nunca deixará de assimilar os exemplos vividos no lar pelos pais.
A primeira escola é, pois o lar, e este, por sua vez é o resultado da conduta dos esposos que se devem
esforçar para fazê-lo agradável, honrado e rico de paz.
Abençoa o teu filho com as tuas palavras e conduta, fazendo-te amigo dele em todas as situações.
Os filhos, como todos nós, somos de Deus, e prestarás conta do empréstimo que te foi concedido para
educar.
***
Extraído do Momento Espírita com base em mensagem de autoria desconhecida e livro VIDA FELIZ, 69, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #exemplo #filhos #pais #familia #família #comportamento
121

104. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E AUTOCONHECIMENTO

Estamos testemunhando o avanço rápido da tecnologia. A Inteligência Artificial tem se destacado como uma
poderosa ferramenta, capaz de simular a capacidade humana de pensar e aprender.
Alguns, apressadamente, devotos das notícias que mais aterrorizam do que informam, questionam: Será que
chegou o momento da máquina substituir o homem?
Ou ainda: Será que a máquina irá se igualar e suplantar o ser humano?
Em primeiro lugar, podemos dizer que falta conhecimento da ciência a quem propõe tais questionamentos.
Em segundo lugar, certamente falta autoconhecimento ao ser que acha que poderá ser substituído por uma
Inteligência Artificial.
Ou que ela possa sequer chegar próximo às potências sublimes de que dispomos.
Concluir que possamos ser substituídos por um sistema complexo de associação de conhecimentos pré-
adquiridos; por máquinas que podem simular a Inteligência Humana, é, no mínimo, nos menosprezarmos.
É a falta de autoconhecimento que nos traz para armadilhas como essa.
***
Somos muito mais que meras inteligências superdesenvolvidas. Esta é uma visão puramente materialista.
Somos Espíritos, e o Espírito possui muitas outras características e potências além das do intelecto.
Pensemos, por exemplo, na capacidade de imaginar, de trazer do mundo das ideias algo que não exista
ainda, algo que podemos conceber.
Esse nosso lado criador não o utilizamos na totalidade, no momento atual. Contudo, chegará o tempo em
que a criatividade humana será devidamente estudada e estimulada nos lares e nas escolas.
O ser humano é criador. É capaz de intuir, de trazer de um outro plano, na forma de sentimento ou ideia, algo
que não poderia ser construído pela lógica, por uma mera associação de princípios.
A consciência, o livre-arbítrio, a inspiração, a bondade, a empatia. Quantas possibilidades humanas que as
Inteligências Artificiais jamais entenderão.
Juntemos a isso tudo a potência do amor e todas as suas belas nuances.
Podemos acreditar que alguma Inteligência Artificial será capaz de chegar perto do amor algum dia?
Se for alimentada de forma adequada, terá bons modos, será bem educada no trato, mas nunca alcançará a
esfera dos sentimentos.
Dessa forma, não fiquemos atemorizados. Aproveitemos a oportunidade para nos servirmos desse
instrumento para crescer, para evoluir.
Podemos, inclusive, deixar um pensamento provocativo: Que trabalho fazíamos que seria das máquinas e
que agora elas tomam o seu devido lugar, deixando-nos cuidar das coisas da alma?
Quantos de nós nos desenvolvemos intensamente na esfera do intelecto, e nos tornamos grandes
inteligências. E só.
Somos muito mais do que isso.
***
Reflitamos:
Homem! Conhece a ti mesmo!
És uma força da natureza.
Busca dentro de ti todo esse potencial e finalmente alça voos mais altos.
Sente, cria, imagina e te compadece.
Tuas criações jamais irão te superar.
Age com prudência e bondade. Estuda, mas antes de tudo ama.
A maior inteligência que esteve na face da Terra foi aquela que mais falou e viveu o amor.
***
Extraído do Momento Espírita com base em publicação de Maria Vilela no Linkedin.
***
#momentoespirita #autoconhecimento #inteligência #inteligenciaartificial #conhecimento #comportamento #materialismo
122

105. O AMOR QUE NOS SUSTENTA

Todos os seres vivos necessitamos de alimento para nossa sustentabilidade. Os Espíritos que somos,
ocupando um corpo físico, não somos exceção.
Água e componentes sólidos são exigidos para que o corpo, nosso instrumento de ação, neste planeta,
possa gozar de vigor e saúde.
E muitas são as receitas para a correta alimentação, a mais adequada, a que nos poderá conferir
melhores condições físicas, ao lado de exercícios ou caminhadas saudáveis.
O que deixamos de considerar, por vezes, é que o Sábio de Nazaré lecionou que não somente de pão
vive o homem.
Isso nos remete a receitas de meditação, de prática de yoga. Com certeza, recomendáveis.
Há, no entanto, um componente que quase sempre esquecemos. É O AMOR!
Sim, o amor é o alimento da alma, que repercute na vitalidade e na saúde do corpo físico.
***
Quando Jesus estabeleceu Amai-vos uns aos outros, não estava somente nos estimulando ao dever da
prática do bem.
Aconselhava-nos, igualmente, a nos alimentarmos uns aos outros, no campo da fraternidade e da
simpatia.
Ainda precisamos descobrir que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade recíproca, a
confiança mútua, a luz da compreensão, o interesse fraternal, patrimônios que derivam naturalmente do
amor profundo constituem sólidos alimentos para a vida em si.
Trata-se de um convite para refletirmos acerca do amor como nutrição espiritual, com repercussão
física, o que não significa que nos devamos abster dos cuidados convencionais com o corpo.
Nem que devamos abandonar os alimentos materiais para a conservação da vida biológica.
Consideremos, contudo, que podemos nos alimentar bem ou mal, espiritualmente falando.
Se vivenciamos o perdão, a gratidão, o respeito, a compaixão, a alegria de servir, geramos energias
nobres que nos conferem vitalidade, ânimo, equilíbrio, saúde no conceito integral.
E, nesse processo de nos amarmos uns aos outros, existe ainda um adicional, que é a possibilidade de
nos alimentarmos mutuamente, ofertando ao próximo uma parte de nossa nutrição espiritual.
Assim sendo, quando amamos, geramos uma vibração de boa qualidade, que é capaz de alcançar
aqueles que estão à nossa volta, facultando-lhes algum benefício físico e espiritual, tais como melhora
do ânimo, reequilíbrio emocional, diminuição ou cessação de algum desconforto do corpo.
***
Em razão da importância do amor como alimento da alma é que Jesus, nosso Modelo e Guia,
conhecedor dos reflexos do amor em nossa vida e em nossa nutrição espiritual, proclamou que nem só
de pão viverá o homem.
Dessa forma, cabe-nos todo esforço no sentido de amar, a fim de gerarmos paz, alegria e saúde moral,
oferecendo o melhor alimento ao corpo e à alma.
Portanto, da mesma maneira que optamos por esse ou aquele regime alimentar, que nos pode oferecer
maior disposição, abandonemos toda nutrição de má qualidade.
Sob a ótica espiritual, descartemos o desrespeito, a ingratidão, a inveja, a indiferença, enfim, tudo que
possa refletir de forma negativa em nós e nos outros.
Amemos a nós mesmos. Amemo-nos uns aos outros. E vivamos mais saudáveis.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 18 do livro NOSSO LAR, por André Luis e Francisco Cândido Xavier e cap. 12 do livro ILUMINANDO O TEMPO de
Alessandro Viana Vieira de Paula, ed. FEP.
***
#momentoespirita #amor #alimento #alimentação #Jesus #comportamento
123

106. UM PEQUENO PASSO

Um pequeno passo. Tudo começa com um pequeno passo. Da libertação do ódio à conquista do espaço,
tudo nasce de uma primeira iniciativa, de um esforço inicial, de uma pequena manifestação da vontade na
direção de um objetivo maior.
Vontade e não desejo pois, muitas vezes, nosso Eu gostaria ou Tenho vontade não passa de desejo
passageiro, um querer adiado, que nos invade num momento e logo desaparece, timidamente.
Observamos as pessoas virtuosas e dizemos: Gostaria de ser como ele!
Admiramos os Expoentes, contemplamos as boas almas e, num misto de lamento e inveja, expressamos:
Quem sabe um dia...
Todo virtuose começou com um primeiro passo. Todo gênio foi um dia alguém que brigou com sua
incompetência e, insatisfeito, continuou tentando até conseguir os primeiros resultados.
A famosa frase proferida pelo astronauta Neil Armstrong, ao pisar na superfície da lua, ganhou um toque
especial, quando, décadas depois, foi reanalisada.
Pesquisadores, tornando a ouvir os áudios originais com programas de última geração, encontraram o artigo
a antes da palavra man.
Assim, o dizer original tornar-se-ia: Um pequeno passo para um homem, um grande passo para a
Humanidade.
Armstrong fala de seu passo, que simbolizava também o de muitos que haviam trabalhado para que ele
estivesse ali. Porém, destacava a importância daquela pegada.
***
Vejamos o quanto cada passo pode significar, sem mesmo sabermos naquele exato instante.
Podemos estar fazendo um movimento, neste momento, uma breve iniciativa, sem perceber, mas, que terá
consequências importantíssimas em nosso futuro.
Se pensarmos como Espíritos Imortais que somos, como seres que atravessam eras e eras vivenciando
experiências educativas, cada pequeno passo é uma semeadura.
Não pensemos em colher amanhã. Não pensemos, talvez, em colher nesta vida. Alguns resultados vêm mais
tarde. No entanto, nada que for plantado no caminho do bem e do progresso se perde.
Evitemos expressões como: Eu não consigo. Eu não posso. Eu não tenho condições. Ou, É muito tarde
para mim.
São decretos perigosos que a mente aprende e que aceita. Muito trabalhoso o processo de libertação desses
conteúdos paralisantes.
Substituamos por: Ainda não aprendi, mas vou aprender. Estou aprendendo. Ou, Devagar, aos poucos,
eu vou conseguindo.
O cérebro precisa entender que somos almas em aprimoramento, que somos Espíritos em evolução
constante.
***
Inércia é morte. Estagnação é doença.
Coloquemos essa força poderosa da alma, que é a vontade, para dirigir nossa vida. Tenhamos iniciativas a
todo instante, mesmo que aparentemente insignificantes.
Perdoar alguém por algo que muito nos machucou pode começar com dizer: Eu ainda não consigo. Sim,
ainda, pois preciso trabalhar certos conteúdos em mim para conseguir.
Trocamos o nunca pelo ainda.
Um pequeno passo. Cada dia é um pequeno passo se nos propusermos a nos observar, a nos aprimorar, a
não nos deixarmos levar pelo desânimo destruidor.
Um pequeno passo que nos levará longe.
Um pequeno passo...
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #decisão #trabalho #iniciativa #coragem #comportamento #reformaintima #vida #imortalidade #vontade
124

107. REFLETINDO SOBRE O QUE TEMOS...

Não importa nossa idade, nossa ideologia, nossos meios culturais, nossa raça, nossa cor de pele.
Não importa quanto tempo nos distanciamos nem por onde andamos.
Não importa se, desejando conquistar o mundo, abandonamos fronteiras natais.
Não importa se buscamos muito longe ilustrar o nosso intelecto e angariar melhores fontes de renda.
Não importa se construímos nosso lar, se somos felizes ou infelizes ali.
Existe no mundo uma casa onde, a qualquer momento, podemos entrar sem avisar, mesmo porque, na maioria
dos casos, temos a chave.
Quando entramos, olhos amorosos nos recebem, braços se estendem em saudoso abraço.
Um abraço demorado que nos faz sentir outra vez pequeninos e protegidos, totalmente, sem vontade de nos
soltar.
Essa casa tem o poder de nos fazer lembrar dos dias que passamos despreocupados e felizes, antes de
descobrirmos que deveríamos andar com nossos próprios pés e vencer nossas batalhas.
Traz de volta a nossa infância com todos os seus folguedos e brincadeiras, todas as risadas e distrações.
Traz de volta a presença dos irmãos, amigos, familiares, vizinhos, que há muito não vemos, mas que moram
em nossos corações.
Essa casa tão especial é a casa dos nossos pais, ou somente do pai ou da mãe.
É o único lugar em que olhando seus rostos, sentimos a maior bênção do mundo. Para eles, a alegria é nos ver
e ter por perto.
É o lugar onde, por mais contemos o que fizemos, temos e conquistamos, ainda é preciso falar um pouco mais.
Porque quem nos recebe quer saber tudo, nos mínimos detalhes.
Crescemos, somos executivos, empresários, funcionários de empresas públicas ou privadas, profissionais de
variada ordem, pais de família mas, para eles, continuamos a ser os filhos que necessitam carinho e ternura.
Nesse recanto, parece que as luzes brilham mais, e podemos falar do que quisermos, sabendo que quem nos
ouve, compreende.
Mesmo que sejam atitudes erradas, ações equivocadas, eles entendem. E depois de tudo, terão palavras de
encorajamento para que busquemos acertar, doravante.
Quando formos à mesa, perceberemos que as flores colhidas no jardim são as mais belas e perfumadas.
Que o jantar, independente do que seja servido, tem o ingrediente especial do amor.
Mesmo que tenhamos chegado com o coração dilacerado, depois de chorarmos todas as lágrimas,
conseguiremos esboçar um leve sorriso.
Todos os que desfrutamos da ventura dessa casa, devemos expressar nosso reconhecimento aos que estão lá
e nos aguardam, quando queiramos comparecer.
Importante que eles saibam, antes de partir, como essa casa faz a grande diferença em nossas vidas.
***
Quem de nós desfrute da ventura de ter seu pai, sua mãe, ou ambos, ainda sobre a Terra; quem de nós tenha
essa casa permanente para voltar, na alegria, ou na tristeza, na abundância ou na carência, deve ser grato.
Grato a Deus que nos permite essa bênção.
E nesse preito de gratidão, que lembremos de retornar muitas vezes a essa casa, onde tanto recebemos.
Retornar para abraçar, beijar e dizer:
- Obrigado, meu pai, minha mãe, por vocês existirem. Vocês tornam minha vida mais feliz!
***
E quem não tiver mais esta ventura, independente de como os pais eram, lembre que foram eles que
propiciaram a oportunidade de estar aqui na Terra!
E fica a sugestão de lhes enviar uma prece de gratidão por esta oportunidade e por tudo o que fizeram...
Gratidão pela vida, gratidão pelo sustento, gratidão pelas oportunidades, gratidão pelas lições que nos
propiciaram!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #gratidão #vida #posses #valores #reflexão #familia #pais
125

108. O TRABALHO QUE NÃO CESSA

Toda ocupação útil é trabalho, aprendemos com os mensageiros dos céus. Desde então, contemplando
nossas mãos operosas, agradecemos a Deus a bênção do trabalho, que forja o progresso.
Graças ao trabalho, saímos das cavernas e das choupanas improvisadas para as casas confortáveis;
construímos edifícios que escalam os céus, tentando se perder entre as nuvens.
Graças ao trabalho, unimos abismos, transpomos mares, edificando pontes, que maravilham pela
extraordinária engenhosidade e beleza.
Graças ao trabalho da mente e das mãos concebemos foguetes que vão além da estratosfera, satélites
que sondam o espaço, espaçonaves que viajam a velocidades inimagináveis.
Graças ao trabalho, imergimos a mente na pesquisa, desvendando a existência de seres minúsculos e
suas atividades estratégicas.
Descobrimos a origem de enfermidades e providenciamos a vacina, o medicamento, os paliativos.
É o trabalho que enche nossos campos de grãos, que se transformam em alimentos que chegam à
nossa mesa e abastecem nossas despensas.
Graças ao trabalho represamos a água e a transformamos em energia; criamos canais de irrigação, a
transportamos para dentro dos nossos lares.
Graças ao trabalho, registramos os pensamentos e a nossa própria evolução em livros. Do pergaminho,
da pele de animais aos e-books, mantemos a nossa história registrada, para que o futuro nos conheça o
ontem e o hoje.
Abençoado trabalho, que nos permite o salário digno, conforme os dizeres evangélicos.
Abençoado trabalho que nos enche as horas, impedindo que a depressão nos abrace e a monotonia
nos consuma.
Abençoado trabalho que nos torna felizes a cada quadro elaborado, a cada poema escrito, a cada
pequeno artefato concebido.
***
Beleza, arte, som, tudo criamos graças ao trabalho da nossa mente que não deseja parar no tempo e
no espaço, porque seu desejo é conquistar as estrelas.
Quantos de nós ainda lamentamos o trabalho. Lastimamos as tantas horas que nos são exigidas nas
fábricas, nas usinas, nos escritórios ou nos campos.
Esquecemos de olhar para o resultado do nosso trabalho. Quando atendemos o cliente, lhe oferecendo
o de que necessita, estamos colaborando com o mundo.
Quando ofertamos nosso produto industrializado, manufaturado ou semeado, estamos colaborando com
nosso semelhante.
Quando mantemos em bom estado as ruas e estradas, estamos colaborando com a melhor e mais
apropriada movimentação dos veículos.
Quando providenciamos a limpeza da calçada em frente à nossa residência, quando efetuamos a
correta separação do lixo, quando limpamos as praias e as barrancas dos rios; quando providenciamos
a poda das árvores, a colheita dos frutos, a disponibilização no mercado; quando ofertamos os produtos
das nossas mãos em vestimentas, agasalhos, peças de artesanato de toda sorte, estamos colaborando
com o mundo melhor.
Isso afirma que somos úteis, que somos fomentadores do progresso, que somos criadores de benesses
para a Humanidade.
Aprendamos a realizar o nosso trabalho com alegria, felizes pela oportunidade de servir, de crescer.
Trabalhar é uma bênção!
***
Kardec indagou as imortais no Livro dos Espíritos:
- Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais?
126

E os irmãos espirituais responderam:


– Não. O Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.
Portanto busquemos sempre realizar algo de útil. Seja estudando, seja realizando algum trabalho útil.
Reservemos para o descanso apenas o tempo necessário à nossa recuperação, cuidando de não
permitir que o vírus da preguiça acabe se instalando.
***
Extraído do Momento Espírita com base na Questão 675 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, por Allan Kardec, editora FEB.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #trabalho #leidotrabalho #aprendizado
127

109. JESUS E ORAÇÃO

Jesus foi o grande revolucionário do comportamento humano, em Seu constante convite ao amor.
Conhecendo os propósitos divinos em toda sua extensão, Seu viver foi todo voltado a nos ensiná-los.
Servia-se das oportunidades diárias para apresentar Suas lições, deixando de lado as aparências, as
externalidades, demonstrando a essência das Leis de Deus.
Em uma cultura onde a oração se fazia cercada de rituais próprios, Ele buscava as montanhas, o lago
para se conectar com o Divino.
Foi nesse contexto que um dos Seus apóstolos, intrigado pela forma como o Mestre se dirigia a Deus,
rogou-lhe que os ensinasse a orar.
Não que eles não o fizessem, pois eram vinculados ao judaísmo e atendiam às obrigações dos dias de
sábado, as idas à sinagoga e as liturgias religiosas a que estavam afeitos.
Porém, jamais haviam visto alguém buscar Deus na natureza. Nunca tinham conhecido a oração
destituída de intermediários.
Sem um dia determinado ou local específico, sem apetrechos ou vestimentas especiais, viam o Mestre
simplesmente afastar-se, buscar o recolhimento interior, e orar.
Era isso que os intrigava e, ao mesmo tempo, fascinava.
Será possível que Deus está em toda parte? Será que nos escuta a todos, mesmo os mais simples,
pobres ou ignorantes?
Foi por isso que pediram: Mestre, ensina-nos a orar.
E, daquele momento em diante, a Humanidade aprendeu que orar é o ato de conversação íntima e
individual com Deus.
A partir daquele instante, a Humanidade pôde compreender que Deus não distingue nenhum de nós,
pois somos todos Seus filhos.
***
Aprendemos que Deus é Pai, e como todo pai, vela por todos.
Aprendemos que orar não é só a rogativa buscando amparo perante as necessidades, o que é lícito e
adequado.
Mas, também, orar é buscar a Deus para louvar e agradecer, reconhecendo Seu amparo e amorosidade
plena.
Quando nos colocamos em oração, conectamos nossas emoções com vibrações de elevado teor que,
ao repercutir em nossa intimidade, nos traz bem-estar.
Em oração, a intuição se potencializa, os medos se aplacam, o coração se acalma.
Qual brisa suave em dias tormentosos, nos tranquilizamos, aumentando nossa esperança no que esteja
por vir.
Fazer da oração hábito diário é proporcionar momentos de reestruturação, refazimento e organização
emocional para nós mesmos.
É na oração que encontramos bálsamo para as dores, fortaleza para as incertezas, coragem para as
provações.
Dessa maneira, nunca deixemos de orar.
O dia amanheceu? Guardemos uns minutos para agradecer à Divindade por estarmos reencarnados.
A noite decreta a conclusão das atividades do dia? Louvemos a Deus pelo Seu amparo e auxílio nas
labutas da jornada que termina.
Assim agindo, estaremos todos nós mais fortalecidos.
Seja perante as dores que nos chegam, ou dos males que nos visitam; seja nas alegrias das conquistas
ou nos dias de calmaria, quando vinculados a Deus pela oração, nossos dias se farão mais leves e
suaves.
128

***
E Joanna de Ângelis nos recomenda o seguinte com relação ao hábito da Oração:
Não desconsideres o valor e o poder da oração.
O corpo necessita de alimento adequado para manter-se. Assim também o Espírito, que é a fonte de
vitalização da matéria.
A prece constitui um combustível de alta qualidade para a sua harmonia.
Adquire o hábito dê orar, incorpora-o aos outros mecanismos naturais da tua existência e constatarás os
benefícios disso decorrentes.
Não te negues o pão da vida, que é a prece sincera e afervorada.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 27, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #Jesus #oração #prece #pãodavida
129

110. CULTIVANDO A EMPATIA

Os países de língua inglesa usam um termo muito interessante para explicar a empatia: Colocar seus
pés nos sapatos dos outros.
Trata-se de um exercício difícil, num primeiro momento, mas, que depois de aprendido, torna-se grande
aliado para melhorar as nossas relações com o próximo.
Essa técnica envolve a capacidade de suspender provisoriamente a insistência no próprio ponto de
vista, e encarar a situação a partir da perspectiva do outro.
Significa imaginar qual seria a situação caso se estivesse no seu lugar, como se lidaria com o fato.
Isso ajuda a desenvolver uma conscientização dos sentimentos do outro e um respeito por eles, o que é
um importante fator para a redução de conflitos e problemas nas relações.
Só vestindo o calçado do outro, saberemos se ele é apertado ou não, se machuca aqui ou ali, e assim
poderemos compreender e tomar atitudes mais eficazes para consolar e ajudar.
Quem tem a habilidade da empatia consegue desenvolver a compaixão e estender as mãos para
auxiliar.
Para que alguém esteja apto a, verdadeiramente, consolar alguém, é indispensável ter a percepção ou
mesmo a compreensão do que está sofrendo aquele que busca ou aguarda consolação.
Quem tem o comportamento empático compreende melhor, e julga menos, ou julga com menos
severidade.
Quem usa a empatia entende as razões do outro e consegue suavizar o ódio, o rancor, o ressentimento,
preparando-se melhor para o perdão.
***
A empatia ou a falta dela, pode determinar se um lar viverá em constante guerra ou harmonia.
Os pais precisam da empatia na educação dos filhos, colocando-se em seu lugar constantemente -
evitando as broncas desnecessárias, os comportamentos distanciadores e a falta de contato com as
emoções das crianças.
Os filhos devem usar de empatia com os pais, percebendo e entendendo suas preocupações, suas
dúvidas, suas inseguranças, e sua vontade de sempre acertar e de fazer o melhor para seus rebentos.
A esposa precisa colocar-se no lugar do marido, o marido no lugar da esposa. Ambos precisam
conhecer o mundo do outro, suas angústias, suas dificuldades e o que lhe dá alegria.
Puxa... Que dia terrível você teve hoje! Vou tentar ajudá-lo fazendo uma comidinha bem gostosa para
nós dois. Assim esquecemos um pouco dos problemas.
Eis o exemplo de um gesto simples, mas precioso, de empatia.
Ainda outro:
Que trabalheira você tem em casa, meu amor... Acho que você precisa sair um pouco para espairecer,
não é? Vamos sair só nós dois para jantar?
A criatividade voltada para o bem nos dará tantas e tantas ideias de como realizar esse processo
empático, indispensável para a sobrevivência dos lares.
Se desejamos harmonia e melhoria nas relações, temos que passar pela empatia, indubitavelmente.
***
Experimentemos usar o sapato do outro. Experimentemos o mundo a partir do ponto de vista do outro.
Saiamos do egocentrismo destruidor ainda hoje.
Empatia... sempre!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 18 do livro A CARTA MAGNA DA PAZ, pelo Espírito Camilo, psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter.
***
#momentoespirita #empatia #comportamento #gentileza #relacionamento #fraternidade
130

111. AUTOCONHECIMENTO

Em que momento você se decidirá olhar no espelho e enxergar além das aparências?
Quando terá tal coragem?
Quando poderá mirar-se, sem julgamentos apressados, superficiais, e perguntar: Quem sou eu? O que
quero? O que faço aqui?
Esperará a chegada da dor? Aguardará ter a alma despedaçada?
Manterá as perguntas guardadas até não suportar mais o convívio consigo mesmo ou com os outros?
Por quê?
Por que não agora? Por que não todos os dias, criando um despretensioso hábito de se conhecer
melhor?
O Conhece a ti mesmo, do Templo grego de Delfos, tão falado por Sócrates e depois por tantos
discípulos e filósofos, não era um adereço, uma peça decorativa esculpida na rocha. Era um mapa.
Exatamente isso: o mapa do sentido da vida, do sentido de tudo.
***
Conheça-se e tudo fará sentido, desde a mais profunda experiência de dor, passando pelas frustrações
dos dias, até as suas mais belas conquistas.
Conheça-se e o outro fará sentido igualmente. O próximo, que aparentemente lhe dificulta a vida, que
lhe fere os sentimentos.
Também aquele outro que o salva todos os dias apenas com um sorriso ou um abraço.
Conheça-se e encontre sua essência, sua ligação com a própria Criação - uma Paternidade e uma
maternidade além da terrena.
Conheça a si mesmo e se aceite. Perdoe-se em inúmeras situações, mas também se cobre,
autorresponsabilize-se, dê-se metas, desafios, para que não caia na perigosa inércia evolutiva.
Jamais ficar parado enquanto tudo cresce, tudo evolui, tudo segue adiante. É quase como andar para
trás...
Não tenha medo da experiência iluminativa do autoencontro. Realize-a com paciência, com calma, com
carinho. Também com seriedade.
À medida que mergulhar para dentro desse mundo desconhecido, perceberá o quão belo ele é. Belo
pois tem natureza divina, e tudo em a natureza é beleza.
À medida que mergulhar em si mesmo, perceberá como tudo se torna mais compreensível, mais claro.
E, embora seja um exercício pessoal, não necessita ser absolutamente solitário. Lembre que está ao
lado de outros que empreendem a mesma busca e que, afinal, não são assim tão diferentes de você.
Encontre similitudes, seja empático, olhe para os lados. Encontre amigos, encontre ajuda, seja humilde.
Por vezes, certas estradas da jornada são mais difíceis, então, segure nas mãos de alguém. Por que
não?
***
Ninguém está sozinho nessa empreitada. Estão com você os que o amam aqui na Terra. Estão com
você os que do Invisível torcem pela sua vitória.
Está com você o Pai Maior.
Então, me diga: Em que momento você seguirá a viagem para dentro de si?
Coragem, meu amigo! Siga em frente, sem medo. Encontrar-se é encontrar também os dias mais
felizes, é encontrar a paz de quem se sente pleno, pois se conhece mais.
Você irá se surpreender a cada dia, pois perceberá o quão grande é, o quanto de potencial dorme aí
dentro, esperando apenas um feliz despertar.
Vá em frente. Viaje para dentro. Um caminho sem fim para a beleza e a felicidade.
***
131

Aprofunda a auto-análise e tem a coragem de te desnudares perante a própria consciência.


Enumera as tuas mais graves emoções perturbadoras e raciocina sobre a sua vigência no teu
comportamento.
Enfrenta-as, uma a uma, não as justificando, nem as escamoteando sob o desculpismo habitual.
O homem que se conhece possui um tesouro no coração.
Cada vez que te resolvas por te autodescobrires, conduze uma proposta de libertação.
Começa pelos vícios sociais da mentira, da maledicência, da calúnia, do pessimismo, da suspeita,
passando aos dramas do comportamento, na inveja, no ciúme, no ressentimento, no rancor, no ódio...
Posteriormente, elabora as medidas educativas às dependências aos alcoólicos, ao tabagismo, às
drogas alucinógenas, à luxúria, aos distúrbios de conduta e às investidas das alucinações
psicológicas...
Cada passo ser-te-á uma conquista nova.
Como os condicionamentos são a segunda natureza, em a natureza humana, gerarás hábitos salutares,
que te plenificarão em forma de equilíbrio e paz.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 140 do livro JOANNA DE ÂNGELIS RESPONDE, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #autoconhecimento #comportamento #autoencontro #reflexão
132

112. O SAL DA TERRA

Em várias passagens do Evangelho, Jesus exorta Seus seguidores a que sejam o sal da Terra e a luz
do Mundo.
A mensagem cristã constitui um chamado ao desprendimento das coisas e dos valores mundanos.
Desprendimento não no sentido de desprezo, mas com o significado de dar a tudo o seu justo valor.
Sabe-se que as conquistas terrenas são fugazes e transitórias.
Tudo o que se refere à matéria possui uma grande fragilidade.
Beleza, poder, influência, fortuna, tudo isso, cedo ou tarde, fenece ou troca de mãos.
A vida é cheia de revezes e os percalços inerentes à trajetória humana podem amargurar.
Quem coloca todas as suas alegrias e expectativas nessas conquistas transitórias candidata-se a fortes
decepções.
***
A proposta evangélica é que se deve viver no Mundo, mas sem ser do Mundo.
Ocupar-se com dignidade das atividades que garantem a manutenção da vida e da ordem social.
Estudar, trabalhar, cuidar da saúde e planejar a própria existência com prudência e critério.
Contudo, perceber que a finalidade do viver terreno não se cinge a tais aspectos.
Por preciosa que seja determinada conquista material, ela um dia ficará para trás.
Ao mesmo tempo, os revezes da fortuna nem sempre permitem que se atinja o objetivo almejado.
Nem por isso a criatura humana deve se tornar angustiada ou indiferente.
***
Para bem aproveitar seu tempo na Terra, ela precisa aprender a dar a cada coisa o seu merecido valor.
Tendo em vista seu potencial de desenvolvimento da inteligência e da vontade, são positivos os mais
comuns sonhos humanos.
Entretanto, sua realização não pode constituir a meta da existência.
Ciente de que um dia o corpo físico perecerá, é importante cuidar do que a ele transcende.
Aí se encontra a possibilidade que a mensagem cristã possui de conferir um novo sabor à vida do
homem.
À semelhança do sal, ela funciona como um tempero, dá um atrativo diferente ao que de outro modo
seria insípido.
Trata-se do convite à vivência de virtudes com o potencial de tornar doce e pacífico o coração.
***
Jesus apresentou ao mundo um Deus pleno de amor e sabedoria.
A fé nesse Deus amoroso e sábio possui o condão de pacificar a alma, entre as lutas do mundo.
Também o perdão é uma força libertadora, que permite seguir tranquilo mesmo por entre agressões.
A compaixão faz com que o homem preste atenção no semelhante e sinta vontade de auxiliá-lo.
Com isso, ajuda-o a não pensar muito em seus próprios problemas e sua vida se simplifica.
O Evangelho significa Boa Nova e seu objetivo é tornar felizes os homens.
Não promete uma felicidade feita das instáveis e perecíveis conquistas humanas.
Mas assegura a vivência de doces emoções, com infinito potencial pacificador.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #saldaterra #comportamento #mensagemcristã #reflexão #desapego #perdão #paz
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113. GUERREIRO DA LUZ

A noite estava chuvosa e fria na pacata cidadezinha do Interior do Sul do Brasil. O ruído dos raios e da
chuva forte no telhado acordaram o jovem guerreiro, em meio à madrugada.
Sim, ele é um bravo guerreiro pois, ao se dar conta da intensidade da chuva, lembrou-se de que muita
gente poderia estar precisando de ajuda.
Levantou-se rapidamente e vestiu seu traje de combate. Afinal, ele é um guerreiro. Um guerreiro da luz.
É um bombeiro voluntário.
Saiu rapidamente sem se importar com o temporal ameaçador. Uma única disposição o animava: ser
útil para quem dele necessitasse.
Ao apresentar-se no quartel, ficou sabendo que sua intuição estava certa. Muita gente estava
desabrigada. Os combatentes eram poucos para a grande e urgente tarefa.
Homens, mulheres e crianças corriam perigo, em meio aos desmoronamentos provocados pela forte
enxurrada.
O guerreiro da luz não mediu esforços. Trabalhou até que todos estivessem a salvo.
Qual é o nome dele? Não importa. Por que faz isso? Não é por dinheiro, certamente, nem para obter
reconhecimento. Ele faz por prazer porque é um guerreiro da luz.
É um cidadão consciente da tarefa que lhe cabe na construção de um mundo melhor.
Durante o dia, ele trabalha para garantir o sustento. À noite e nos finais de semana ele é um bombeiro
voluntário, sempre pronto para atender a um chamado urgente.
Se, eventualmente, uma catástrofe precisa de seus braços fortes durante o dia, ele não titubeia. Pede à
empresa que o libere e desconta o dia do seu próprio salário.
Sim, porque nem sempre o empresário está disposto a contribuir em casos assim. Mesmo sabendo que
um familiar seu pode estar necessitando da ajuda desses anjos voluntários.
É assim que esses jovens guerreiros, de vinte e poucos anos, dão utilidade às horas.
Mas, isso não é divulgado pela mídia, porque não dá Ibope.
Lamentavelmente, o que dá Ibope são as ações dos guerreiros das trevas. Esses poucos jovens que se
perdem nos cipoais dos vícios e do crime.
Por essa razão, vale a pena enaltecer o bem. Enaltecer a ação desses jovens de valor, que dedicam a
sua juventude construindo um mundo justo, fraterno e solidário. E são milhares deles no Brasil.
***
Se você quer ser um guerreiro da luz mas se sente incapaz, pense que todo guerreiro da luz começou
dando o primeiro passo.
Todo guerreiro da luz já ficou com medo de entrar em combate...
Todo guerreiro da luz já traiu e mentiu, no passado.
Todo guerreiro da luz já perdeu a fé no futuro... Já trilhou um caminho que não era o seu.
Já sofreu por bobagens... Já achou que não era um guerreiro da luz.
Já falhou em suas obrigações espirituais. Já disse sim quando queria dizer não.
Todo guerreiro da luz já se omitiu quando deveria ter falado...
Todo guerreiro da luz já feriu alguém que amava.
Por isso ele é um guerreiro da luz; porque passou por esses desafios e não perdeu a esperança de ser
melhor do que era.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #guerreirodaluz #comportamento #reflexão #bondade #bem
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114. TEXTO E CONTEXTO

Quando estávamos nos bancos escolares e líamos um texto, nossos professores nos ensinavam que não
há texto sem contexto.
Logo aprendemos que contexto queria dizer as circunstâncias que acompanham um fato ou uma situação.
Assim, deveríamos conhecer o contexto no qual aquele texto fora produzido para que pudéssemos
compreendê-lo melhor.
E, com certeza, buscar compreender o contexto, esclarece e enriquece o entendimento do que se lê.
Toda pessoa que escreve algo, tem seus valores pessoais e está inserido em um momento histórico. São
esses elementos que transbordam para o texto produzido.
Por isso, quando lemos algo, é importante conhecer em que período histórico ele foi produzido, quem foi
seu autor, que ideias defendia.
Dessa forma, o texto se ampliará e ganhará novos entendimentos, permitindo-nos uma compreensão mais
nítida e completa do seu conteúdo.
Se pensarmos nas parábolas de Jesus, vamos entender a importância da análise da relação entre o texto
e o contexto, para uma interpretação adequada dos ensinos que elas contêm.
Ao lermos as parábolas, nos devemos transportar ao cenário no qual Jesus viveu, agiu e ensinou, a fim de
que escutemos Suas palavras, Seus ensinamentos como se fosse um orador daquela região.
Ouvir a voz do Mestre Galileu em toda a Sua originalidade, vigor, riqueza cultural, para compartilhar com
ele a pureza genuína dos sentimentos espirituais superiores.
Assim agindo, penetraremos com mais eficiência nos textos evangélicos, e melhor poderemos
compreender os Seus ensinos.
***
Podemos usar esse mesmo método para situações que ocorrem conosco em nosso dia a dia.
Quantas vezes alguém nos diz algo que não gostamos, nos faz uma crítica, nos dirige uma palavra
ríspida? Ou mesmo uma expressão que interpretamos como uma censura?
Isso basta para ficarmos magoados ou ressentidos com a pessoa que assim agiu.
Nessas ocasiões, podemos nos fazer algumas perguntas: Qual a situação emocional que essa pessoa
está vivenciando?
Ela estava agitada e falou sem dar tempo para refletir em suas palavras? Estava alterada, por algum
motivo?
Se procurarmos entender as circunstâncias em que tais palavras foram ditas, poderemos compreender o
contexto e, então, evitar mágoas e ressentimentos.
Podemos também fazer perguntas a nós mesmos para analisarmos como estávamos naquele momento.
Estávamos nervosos e as palavras ditas chegaram aos nossos ouvidos como uma agressão, quando a
pessoa não tinha essa intenção?
Estávamos distraídos com outros fatos e demos atenção apenas a algumas palavras e ficamos ofendidos?
Temos certos preconceitos e qualquer palavra dita interpretamos sob esse prisma?
Procuremos entender o significado das palavras e o contexto em que foram ditas. Isso facilitará nossos
diálogos e a convivência com as pessoas.
Também nos poderá ajudar na compreensão dos que estão trilhando o caminho conosco, como das
situações que uns e outros vivenciamos.
Em síntese, conseguiremos ser mais compreensivos com os outros e conosco mesmos.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 4 do livro PARÁBOLAS DE JESUS, TEXTO E CONTEXTO, de Haroldo Dutra Dias, ed. FEP.
***
#momentoespirita #entendimento #comportamento #reflexão #parabolasdeJesus #julgamento
135

115. ANTE O ERRO

O discurso mundano fornece desculpas para quase tudo.


Basta olhar em volta para identificar alguém que se permite bastante coisa.
A depender do modelo que se adota, é fácil esquecer os parâmetros morais.
Há quem justifique o abandono de sagrados deveres com a busca da felicidade.
Acredita que os prazeres constituem oportunidade rara e necessitam ser imediatamente fruídos.
Nessa linha, para viver uma alardeada grande paixão, não hesita em menoscabar o tesouro que
representa sua construção familiar.
Outro, no empenho de enriquecer, cede à tentação da desonestidade.
E assim a criatura humana se complica.
De sonho em sonho, de desatino em desatino, ela desce a ladeira moral.
***
O problema é o que vem depois da fantasia realizada.
Quando as emoções tumultuosas arrefecem, quando a paixão se apaga.
Em geral, o que parece cintilante na imaginação possui outro aspecto na vivência diária.
É então que muitas vezes o arrependimento surge com seu gosto amargo.
O que se sacrificou retoma seu natural valor e sua ausência angustia: a família desfeita, as amizades
rompidas, a sociedade esgarçada, o bom nome perdido.
Mais grave ainda é a culpa pelo agir equivocado.
Antes de se lançar em atitudes radicais e egoístas, convém pensar nos anos que se lhes seguirão.
Dentro de algum tempo, como se verá esse comportamento?
Outra reflexão interessante é como seria classificada conduta semelhante em um desafeto.
Malgrado todos os sonhos que agitam a alma humana, algumas realidades não podem ser ignoradas.
Uma delas é que não há felicidade sem paz de consciência.
***
É impossível construir a própria ventura enquanto se semeia a tragédia nos caminhos alheios.
Ninguém fere sem se ferir, em igual medida.
Talvez se logre calar a consciência um tempo.
No tumulto da paixão, quiçá tudo o mais pareça de pouca importância.
Contudo, é inevitável um encontro com a própria realidade íntima.
Cedo ou tarde, ele se produz, para júbilo ou desgraça da criatura.
Para quem se agita muito, costuma demorar um pouco mais.
Mas a vida trata de produzi-lo.
Ela dispõe de altos meios para desencadear salutares reflexões.
Talvez propicie a vivência de uma traição semelhante à praticada.
Ou surja na figura de uma enfermidade que tire todo o sabor das conquistas indignas.
De todo modo, no ocaso da vida, quando as ilusões perdem a força, a consciência se agiganta no imo do
ser.
Para evitar amargos arrependimentos, convém pensar hoje nas consequências do que se faz.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #causaeefeito #comportamento #reflexão #desculpas #julgamento #semearecolher
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116. DESTINAÇÃO DIVINA

Narra-se que um caçador, em terras canadenses, surpreendeu certo dia um ninho de águias, construído
em rocha alta, nas vizinhanças da cabana onde se abrigava, durante a temporada de caça.
Resolveu tirar do ninho um dos filhotes e levá-lo consigo. A ave, ainda implume se deixou conduzir.
O caçador, finda a temporada, retornou ao próprio lar e aos demais afazeres de sua vida.
Porque fosse também afeiçoado à criação de algumas espécies animais, mantinha em seu vasto terreiro,
um expressivo número de pintinhos.
Foi ali, junto aos demais filhotes de galinha, que a pequena águia passou a viver, esquecendo-se de sua
origem.
O tempo passou. As penas cresceram no corpo da ave de rapina, fazendo com que ela se destacasse do
grupo.
Contudo, passava os dias a ciscar, tal qual o faziam os pintainhos.
Certo dia, quando a pequena águia repousava tranquila, avistou uma grande águia que sobrevoava o
vasto terreno. Observou-lhe o voo majestoso, o domínio dos céus. Era um ponto negro movendo-se pelo
anil do firmamento.
Então, uma estranha agitação tomou conta da aguiazinha. Desdobrou as asas, ficou na ponta das suas
patas e começou a correr. Depois, soltou um grito estridente e alçou voo, em direção à sua irmã.
Em breve, também ela não passava de um pequenino ponto escuro na linha do horizonte.
Descobrira, enfim, que não nascera para viver nas estreitas vias de um quintal, limitada.
Seu destino era o infinito, a amplidão, conquistar as rochas mais altas, buscar os rochedos agudos.
Enfim, era a vida total, plena, de uma águia para lá das nuvens e das tempestades.
***
À semelhança da pequena águia, muitos dos que vivemos na Terra nos esquecemos de nossa origem
Divina.
Olvidamos que fomos criados pelo amor de Deus e destinados às alturas da perfeição.
Consequentemente, da felicidade.
Aquartelamo-nos na estreiteza do mundo material que nos cerca e nos ocupamos com pequenas rixas,
disputas por coisas passageiras.
Isso porque, no mundo, os valores que não são reais mudam constantemente, valendo hoje muito e
amanhã mais nada.
No entanto, como a aguiazinha, chegará um dia, breve ou distante, em que haveremos de redescobrir
nossa filiação Divina e então, atraídos pelas vozes sublimes, desejaremos atingir as amplidões da
verdade.
Só assim alcançaremos a felicidade suprema, quando sentiremos nos abrasar pelas chamas do amor de
Deus e, qual uma águia empreenderemos o garboso voo rumo à perfeição, para o Alto, para cima.
***
Você sabia que é no hemisfério norte que habita a águia que é considerada a rainha dos céus? Chama-se
águia real e atinge dois metros de envergadura.
E que a águia-do-mar é a ave símbolo dos Estados Unidos? Ela foi escolhida pela sua coragem e beleza.
Pode ser encontrada na América do Norte e na Sibéria.
Mais imponente do que o voo das águias é o da alma, quando se deixa levar pelas grandiosas
realizações da vida, que ultrapassam a estreiteza de uma jornada na Terra, curta e breve ante a
eternidade.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. A AGUIAZINHA DESPERTA do livro LENDAS DO CÉU E DA TERRA, de Malba Tahan, ed. Conquista.
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#momentoespirita #espírito #comportamento #reflexão #alma #evolução #destino
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117. O DIA DO PADRASTO

Todo ano, quando chega agosto, as homenagens se fazem presentes aos pais.
As lojas fazem promoções, os restaurantes apelam para as homenagens ao velho pai, as escolas
elaboram trabalhos e encenações para o evento.
Pai é o protetor da candura, da infância, do lar. Pense-se em proteção e a imagem que surge,
habitualmente, é a de um homem forte, zelando pela prole.
A questão é atávica, pois sempre se imputou ao homem, pela sua força e coragem, a questão de
proteção aos seus filhos.
***
No entanto, quando se fala de Dia dos Pais, desejamos lembrar de almas valentes que devem se
encaixar em famílias já prontas.
Desejamos lembrar da figura heróica do PADRASTO. Essa criatura que adentra um lar já formado e
precisa ter o cuidado e o esmero de consagrado cirurgião.
Ele se casa com uma mulher e o filho mais velho o enfrenta, no primeiro dia: Se fizer qualquer coisa que
magoe minha mãe, mando você para o hospital.
O adolescente lhe diz, sem rebuços:
- Se você pensa mandar em mim, só porque casou com minha mãe, pode esquecer. Você não é meu
pai.
Esse homem deve conviver em bom relacionamento com sua esposa e mãe daqueles dois garotos.
E ele procura, todos os dias, não esquecer disso, atendendo ao que faz e ao que diz. Ele sabe que pisa
em terreno frágil.
Então, um dia, o rapaz telefona para casa e diz que bateu o carro. Ele está a cinquenta quilômetros de
distância. É madrugada.
Mas o padrasto, sem pestanejar, o tranquiliza:
- Não se preocupe, já estou indo.
Outro dia, o moço se prepara para uma festa e exclama:
- Preciso de uma gravata para combinar com esta camisa!
O padrasto, sem levantar os olhos do jornal, oferece:
- Escolha uma das minhas. Veja no meu armário.
O adolescente chega em casa com o boletim ruim e depois da bronca da mãe, escuta o padrasto:
- Eu entendo de Física. Posso ajudar, se quiser, estudando com você, para a prova de recuperação.
E assim vai. Dia a dia, passo a passo, aquela figura estranha do padrasto vai conquistando espaço nos
corações dos filhos da sua esposa.
- O que achou da minha namorada? – Pergunta um.
- O que acha de eu ter colocado brinco na orelha? – Indaga o outro.
Com extraordinária habilidade, aquele homem vai dizendo o que pensa e o que seria melhor, desde que
lhe pedem a opinião.
Não avança o sinal. Conquista o respeito, de forma paulatina e contínua.
Ah, padrastos de coração de ouro e paciência inesgotável.
Dão carona para o cinema, vão assistir o jogo da escola, vão torcer pelo time dos garotos.
***
Então, acontece: o adolescente sai e pergunta a que horas deve retornar para casa.
O rapaz convida para juntos viajarem em férias.
138

Por fim, um dia, aquele moço arrogante que o enfrentou, ameaçando-o de mandar ao hospital, caso ele
magoasse a sua mãe, diz para ela: Mamãe, ele é um cara superlegal. Nunca faça nada que o possa
machucar. Precisamos dele.
Esse é o dia da recompensa do padrasto. O dia do reconhecimento por tanta dedicação.
Por ter assumido filhos que não são da sua carne e de seu sangue, como se seus filhos fossem.
Por isso, quando pensamos em homenagear os pais, decidimos homenagear essa figura ímpar do
padrasto.
Daquele que ainda se encontra em vias de conquista do afeto dos enteados.
Daquele que já alcançou lugar privilegiado nos corações dos filhos da sua amada.
Daquele que mãe e filhos descobriram que é tão importante, a sua presença tão especial que parece
que ele sempre esteve ali.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #padrasto #comportamento #reflexão #gentileza #respeito #família
139

118. DIETA PARA A ALMA

Alice foi a um especialista em nutrição. Realizou vários exames para averiguar como estavam os seus níveis
de minerais, proteínas, hormônios, açúcares e outras substâncias no sangue.
Preocupava-se com a saúde e queria cuidar do corpo.
A nutróloga receitou, inicialmente, uma dieta detox, para eliminar toxinas.
A seguir, indicou outra dieta que consistia numa reeducação alimentar, priorizando a ingestão de alimentos
naturais e orgânicos, retirando do cardápio o que seria prejudicial à saúde, como frituras, refrigerantes,
doces, salgadinhos, alimentos processados, entre outros.
Ela começou a dieta desintoxicante empolgada. Sentiu o corpo reagir com mais disposição.
Depois, iniciou a reeducação alimentar, mas foi perdendo o ânimo ao longo das semanas, sentindo-se
privada das coisas de que gostava de comer.
Foi ficando mal-humorada, irritadiça. Por fim, abandonou tudo, culpando o médico por não ter conseguido
alcançar sua meta.
Em pouco tempo, estava novamente ingerindo os alimentos que não lhe faziam bem à saúde.
***
Da mesma forma que o nosso corpo, para estar bem, necessita de alimentos saudáveis, devemos agir de
igual forma com a alimentação da alma.
Nossos pensamentos são nutridos pelo que vemos, ouvimos e sentimos.
Se apreciamos discussões e fofocas, alimentamos nossa alma com emoções e sentimentos tóxicos.
Se damos atenção a filmes violentos, notícias escandalosas, músicas cujas letras veiculam a vulgaridade, o
preconceito, leituras que reforçam materialismo e desesperança, contaminamos nossos pensamentos.
***
Da mesma forma que é preciso fazer uma dieta detox seguida de uma reeducação alimentar para equilibrar
o corpo, é necessário também um detox para a alma.
Como fazer isso?
Reduzindo cada vez mais a sintonia e a interação com o que é negativo, como discursos que estimulam
revoltas, ódio, brigas, fofocas...
Olhando para dentro de nós, eliminando mágoas e ressentimentos arraigados.
Percebendo o quanto somos orgulhosos e egoístas no convívio com familiares, amigos, colegas de trabalho.
Da mesma forma que o corpo precisa de nutrição sadia para que suas funções sejam equilibradas, nossa
alma precisa de pensamentos, emoções e sentimentos positivos para se manter em harmonia.
Diferentemente de Alice, que se deixou arrastar pelos hábitos antigos, precisamos perseverar para não voltar
a agir, sentir e pensar como antes de iniciar a dieta.
Bebemos água fresca para limpar o organismo. Para limpar a alma é preciso beber na fonte mais poderosa
do Universo: o amor.
Se nas dietas do corpo fazemos trocas para melhorar a saúde, façamos trocas também nessa reeducação
do sentir.
Em vez de sentir raiva, olhemos o outro com compaixão, sem as toxinas do orgulho e do egoísmo. Nosso
orgulho ferido nos faz ver as coisas de maneira distorcida.
Da mesma forma que lutamos para não ingerir guloseimas e gorduras, lutemos contra desejos de vingança,
de rebater as ofensas e evitemos armazenar esses desejos em nós.
Não nos alimentando do que faz mal ao corpo e ao Espírito, teremos uma vida mais longa, saudável,
equilibrada e feliz!
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #alimento #comportamento #reflexão #pensamento #sintonia #vigilância #vigiar
140

119. INTERESSE PESSOAL E DEVER

Frequentemente o dever entra em conflito com o interesse pessoal.


A criatura deseja ardentemente fazer algo, mas sente que não deve.
Ou quer fugir de uma situação, abster-se de determinada conduta, quando a consciência indica não ser essa
a melhor solução.
Surge a dúvida: por que não é possível a satisfação do desejo?
Qual a razão para o senso do dever contrariar os sonhos e as fantasias? Há alguma lógica nisso?
Há uma lógica, que decorre de uma compreensão mais ampla da vida.
Os Espíritos reencarnam infinitas vezes.
A evolução é uma conquista individual, por meio da qual se transita da ignorância para a sabedoria.
Em suas primeiras experiências terrenas, os Espíritos são grandemente guiados pelos instintos.
De modo gradual, desenvolvem a vontade e conquistam a liberdade de optar.
Em decorrência de sua ignorância, as opções que fazem nem sempre são felizes.
Todos trazem as leis divinas gravadas na consciência.
Com o tempo, inteiram-se do teor dessas leis.
Equívocos, maldades, leviandades, tudo é registrado na consciência.
***
Somente goza de perfeita harmonia quem aprendeu a respeitar e valorizar a vida.
A paz interior é conquista daquele que se acertou com os estatutos divinos.
Isso apenas é possível mediante a recomposição dos tesouros dilapidados ao longo do tempo.
Onde se construiu a guerra, impõe-se o trabalho pela paz.
Quem induziu os outros ao abismo dos vícios, deve auxiliá-los na recuperação.
Se ontem as bênçãos do trabalho foram desconsideradas, o tempo perdido deve ser recuperado.
Por outro lado, alguns hábitos da época da ignorância se cristalizam no ser, dificultando a evolução.
Embora o processo de evoluir seja vagaroso, é necessário fazer esforços para transformar os hábitos
viciosos e conquistar virtudes.
Também se impõe o amadurecimento do senso moral.
A lucidez espiritual se traduz por uma conduta baseada no trabalho, no estudo, na lealdade e na compaixão.
Essa transição da infância para a maturidade espiritual não se faz sem esforço.
***
É preciso romper com o homem velho e seus hábitos infelizes.
Esse é o propósito da existência terrena.
Antes de renascer, o Espírito faz um balanço de suas vivências. Identifica os vícios que necessita vencer, os
erros que precisa reparar, e projeta sua nova vida.
Todo homem traz em seu íntimo o resultado das experiências vividas.
Falta a lembrança do que ocorreu, mas há intuições e tendências.
Esse o motivo da contradição entre o dever e as fantasias, pois a consciência cobra o dever.
De um lado há o passado: paixões, interesse, egoísmo, preguiça e vaidade.
De outro, os projetos para o futuro, na forma de disciplina, renúncia, devotamento ao próximo ou a uma
causa.
Cada qual é livre para escolher seu caminho, mas o trabalho não feito hoje ressurgirá mais tarde,
provavelmente acrescido de novos encargos.
A paz e a plenitude pressupõem o dever cumprido, a tarefa feita, a lição aprendida.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #evolução #comportamento #reflexão #dever #responsabilidade #vigilância #vigiar
141

120. DIANTE DE UMA ONDA GIGANTE

Um pesadelo assustador para muitos, certamente: uma onda gigante vindo em sua direção, imponente,
engolindo tudo pela frente.
Em nós, misturam-se sentimentos: impotência, pavor, desorientação. Não há o que fazer, não há para onde
ir. Tudo parece condenado.
Diante das grandes ameaças, dos grandes problemas dos dias, muitas vezes nos sentimos assim, e os
sonhos, à noite, acabam por produzir tais representações aterradoras.
Agora procuremos imaginar uma outra cena: um paredão de água do mar com cerca de vinte e quatro
metros de altura, prestes a quebrar na costa.
No alto de toda essa imponência, na crista, vislumbramos algo que nos surpreende: lá está uma pessoa.
Trata-se de um surfista que se projeta muralha abaixo, desafiando aquela que passaria a ser a maior onda já
surfada no mundo.
Os que observamos, à distância, nem sequer respiramos naqueles breves segundos. Enxergamos o
pequeno risco veloz desenhado na água do mar, enquanto atrás, o grande muro parece querer desabar a
qualquer momento.
O oceano silencia aguardando a arrebentação, como se prendesse o fôlego antes do rugido ensurdecedor
da vaga quebrada no raso.
Após o grande estrondo, então, lá está o esportista, ileso, em pé em sua prancha, vitorioso sobre a espuma
da onda vencida.
***
Grandes problemas podem ser vistos como grandes oportunidades.
O mundo de provas e expiações é também o mundo dos aprendizados constantes, é o mundo escola.
Cada experiência, por mais assustadora que possa parecer, guarda em si uma lição para o Espírito em
crescimento.
Importante não enxergarmos as ondas gigantes da vida como grandes males, grandes desgraças.
Abandonemos essa visão imediatista, simplista, que julga os acontecimentos apressadamente, sem perceber
suas consequências mais adiante. A vida do Espírito é a vida do longo prazo.
Quantas ondas assustadoras já encaramos na vida e nas vidas, sobrevivendo ao final?
Não é a primeira vez nem a última que iremos enfrentar desafios dessa monta, por isso é hora de pensarmos
diferente.
Por que não surfarmos nas imensas vagas que se apresentam? Será que não é esse o convite do oceano da
vida?
Pensemos, estudemos, analisemos, preparemo-nos melhor.
O mar não é o inimigo, assim como as Leis de Deus também não o são.
Convidemos a coragem para estar conosco todos os dias. O medo é natural. Não nos envergonhemos dele.
Prossigamos com ele ao nosso lado, porém, não permitamos que ele nos controle.
Nada poderá nos destruir. Somos maiores do que as ondas gigantes, embora não possa parecer.
***
Enquanto nos encontramos no plano de exercício, qual a crosta da Terra, sempre seremos defrontados pela
dificuldade e pela dor.
A lição dada é caminho para novas lições.
Atrás do enigma resolvido, outros enigmas aparecem.
Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçõar.
Enchamo-nos, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações. Fomos colocados entre obstáculos mil
de natureza estranha, para que, vencendo inibições fora de nós, aprendamos a superar as nossas
limitações.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 61 do livro FONTE VIVA, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier.
***
#momentoespirita #problemas #comportamento #reflexão #dificuldades #aprendizado #lições
142

121. UMA HISTÓRIA DE AMOR

Um soldado se encontrava em uma frente de batalha, quando foi chamado pelo seu comandante, que
lhe informou que seu pai estava para morrer.
Dessa forma, ele seria rapidamente enviado de volta ao lar, para assistir os últimos momentos do seu
genitor, desde que ele era o único familiar existente.
Com o coração em sobressalto, amargurado, o jovem soldado chegou à sua cidade e logo se dirigiu ao
hospital.
Conduziram-no à Unidade de Terapia Intensiva e lhe indicaram um leito.
O rapaz se aproximou e observou o ancião, semiconsciente e cheio de tubos. Parecia estar sofrendo
muito.
Ao aproximar-se um tanto mais e contemplar o rosto dorido do enfermo terminal, o soldado percebeu
que alguém havia cometido um tremendo engano ao chamá-lo. Aquele homem não era o seu pai.
Aproximou-se do médico e perguntou: Quanto tempo lhe resta de vida?
Algumas horas, quando muito. Você chegou a tempo.
O soldado tornou a postar-se ao lado do leito. Pensou no filho daquele velho, que deveria estar lutando
sabe Deus a quantos quilômetros dali.
Pensou que, possivelmente, aquele ancião estaria se aferrando à vida com a única esperança de ver o
seu filho, uma última vez, antes de morrer.
Tomou então, uma decisão. Inclinou-se sobre o moribundo, tomou uma de suas mãos e lhe disse,
suavemente:
- Pai, estou aqui, voltei.
O ancião, agarrando com força aquela mão, abriu seus olhos sem vida, para lançar um último olhar à
sua volta. Um sorriso de satisfação iluminou seu rosto e assim permaneceu até que, ao fim de quase
uma hora, morreu pacificamente.
***
Assim é o amor. É um sentimento que brota de forma espontânea.
Floresce através de ações benéficas, capazes de gerar bem-estar e alegria.
Manifesta-se como gesto de ternura, doando-se a quem necessita.
Em todos os tempos, a Humanidade registrou a abnegação de homens e mulheres notáveis, cujas
vidas, iluminadas pelo amor, tornaram-se exemplos edificantes e inesquecíveis.
E todos os que experimentam o amor, nunca mais tornam a ser os mesmos, porque o amor é de
essência Divina.
Na verdade, todos os seres, do primeiro ao último, têm, no fundo do coração, a centelha desse fogo
sagrado.
Quando descobrirmos que o amor é a meta que devemos alcançar e nos entregarmos à sua realização,
haveremos de felicitar nossas vidas e toda a Humanidade.
***
O fruto do silêncio é a oração, o fruto da oração é a fé, o fruto da fé é o amor, e o fruto do amor é servir
aos demais.
Assim, sintamos o que vamos dizer com carinho, digamos o que pensamos com esperança, pensemos
o que fazemos com fé e façamos o que devemos, com amor.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 16 do livro MOMENTOS DE ILUMINAÇÃO, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco e cap. UM SOLDADO, do livro UM
PRESENTE ESPECIAL de Roger Patrón Luján, ed. Aquariana.
***
#momentoespirita #amor #comportamento #reflexão #vida #fé #serviço
143

122. O TESOURO MAIS VALIOSO

Em uma das suas parábolas, Jesus compara o reino dos céus a um tesouro escondido em um campo.
Um homem o encontra e, desejando-o para si, vende tudo o que tem e compra aquele campo.
A parábola nos convida a realizarmos uma reflexão acerca do que consideramos tesouro.
Para alguns de nós, os tesouros são as coisas materiais: a casa bonita, os móveis novos, o carro último
tipo, uma conta corrente expressiva, roupas caras, perfumes raros.
A possibilidade de comparecer a restaurantes sofisticados e solicitar pratos requintados. A chance de
percorrer o mundo, conhecendo as obras raras do ontem e do hoje.
Para outros, tesouros são livros. E não nos cansamos de buscá-los, em especial as edições esgotadas,
mais valiosas.
Outros colecionamos obras de arte e as exibimos aos amigos com alegria. Cada obra adquirida, mais um
ponto para o nosso tesouro.
Recordamos de certo filme que apresentava uma família excessivamente rica. Tão rica que, para
guardar seus maiores tesouros, mandou cavar um cofre no seio de uma alta montanha, onde até foram
esculpidas as faces da mãe, do pai e do filho.
Certo dia, ladrões audaciosos adentraram aquele lar, amarraram os pais e sob ameaças de lhes ferir o
filho, os fizeram dizer qual o segredo para adentrar na fortaleza. Os ladrões desejavam as riquezas que
ali se encontravam.
Qual não foi sua surpresa ao descobrirem que os tesouros tão propalados não passavam de coisinhas
tolas, como o bercinho onde dormira o bebê pela primeira vez, o primeiro brinquedo, o primeiro troféu, o
primeiro sapatinho.
Para aqueles pais, tão ricos, o que consideravam como de maior valor era tudo aquilo que se referia ao
filho. Ele lhes era o maior tesouro.
***
E o nosso tesouro? Qual será?
Recordamos Jesus que se referia aos tesouros da intimidade, que o ladrão não rouba, nem a traça
corrói.
É isso mesmo. O maior tesouro é aquele que podemos amealhar dentro de nós: nossa riqueza interior.
O que possamos crescer em intelecto, em moral, isso ninguém nos haverá de furtar.
E mesmo após a morte do corpo físico, são aqueles que seguirão conosco.
Nosso conhecimento, nossas virtudes, nossas qualidades morais. Tesouros que utilizaremos na vida
espiritual e nas próximas reencarnações, seja na Terra ou em qualquer outro mundo, qualquer outra
morada de nosso Pai.
***
Você sabia que para os Apóstolos Paulo de Tarso e Barnabé o maior tesouro eram os escritos de Levi,
depois chamado Evangelista Mateus?
E você sabia que, por falarem muito a respeito do grande tesouro que possuíam, certa noite, ambos
foram assaltados a fim de terem furtada aquela preciosidade?
E que, após o assalto, deram graças a Deus, considerando que aqueles escritos, nas mãos dos ladrões,
com certeza os haveriam de transformar para o bem?
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #tesouro #comportamento #reflexão #vida #valores #aprendizado #sabedoria
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123. A BENÇÃO DO TRABALHO

O trabalho é uma lei natural.


Da mesma forma que a alimentação e o sono, ele é imprescindível para uma vida equilibrada e saudável.
A necessidade de laborar constitui um precioso auxiliar do progresso.
Ao movimentar seu corpo e sua inteligência para atingir um objetivo, o homem aprimora-se.
No setor profissional a criatura vê-se obrigada a certas disciplinas que depois carreia para os demais setores
de seu viver.
Em sua profissão, a pessoa precisa observar horários, ser gentil e cordata, acatar determinações dos
superiores.
Essa disciplina, com o tempo, burila os aspectos mais ásperos da personalidade.
A obediência gradualmente vai reduzindo o âmbito de atuação da vaidade e do orgulho.
A pontualidade torna-se um saudável hábito, que evidencia respeito pelos semelhantes.
A gentileza, a princípio forçada, lentamente torna-se um modo de ser.
A inteligência, ao concentrar-se na solução de específicos problemas, ganha novo brilho e expande-se.
Assim, sob os aspectos intelectual e moral, o trabalho é uma bênção.
***
Mesmo quem possui fortuna, necessita trabalhar como um imperativo de equilíbrio.
É que o desempenho de um ofício dá ao homem a possibilidade de ser um elemento útil na sociedade.
Essa sensação de utilidade faz bem ao ser humano, permitindo-lhe vislumbrar uma finalidade maior em sua
existência.
Contudo, muitas pessoas consideram o trabalho como se fosse um castigo.
O final de semana é aguardado como uma libertação, ao passo que a segunda-feira é amplamente lastimada.
Grande contingente de homens deseja aposentar-se o mais cedo possível.
Eles não se preocupam se com isso se tornarão pesados para a sociedade, por inúmeras décadas.
No anseio de livrar-se do dever de trabalhar, contam em anos, meses e dias o tempo que falta para sua
aposentadoria.
Tal modo de pensar e sentir evidencia uma percepção equivocada do viver.
A vida não possui como objetivo o descanso.
Descansar de forma periódica e temporária é necessário para a restauração das forças.
Mas a finalidade da vida é o aperfeiçoamento contínuo, proporcionado pela utilização dos próprios talentos na
construção de um mundo melhor.
***
Ao tornar-se inativo, todo organismo vivo tende para a decrepitude. O movimento e a atividade garantem a
manutenção do vigor.
O problema é que muitos se equivocam na escolha de suas atividades.
A ganância, frequentemente, faz com que a profissão seja escolhida mais pela boa remuneração que
proporciona do que pela vocação.
Ocorre que desempenhar voluntariamente uma atividade de que não se gosta, podendo-se optar por outra,
constitui um enorme peso colocado sob os próprios ombros.
O trabalho não se destina somente a garantir a sobrevivência. Ele também deve proporcionar satisfação
íntima.
É o que se dá quando alguém sabe que faz bem algo de que gosta e que possui utilidade para os outros.
Mas mesmo quando não se ama a profissão exercida, é possível desempenhá-la com competência e boa
vontade.
Basta que o profissional sinta que está fazendo sua parte na construção de um mundo melhor.
Que ele vislumbre a importância do que faz para a harmonia do meio social em que se insere.
Assim, ame o seu trabalho.
Considere-o uma bênção que o auxilia a ser melhor a cada dia.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #trabalho #leidotrabalho #comportamento #reflexão #valores #ociosidade
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124. FAZENDO ALGUÉM FELIZ

Naquela manhã, Alice acordou cansada. Os problemas de saúde se agravavam e os medicamentos não
estavam conseguindo diminuir os sintomas.
Juntou forças, levantou-se e se olhou no espelho. As olheiras e a palidez denunciavam o quanto estava
debilitada.
Mesmo se sentindo mal, agradeceu ao Pai por estar viva, por ainda conseguir ter autonomia, andar,
falar, se alimentar. Agradeceu por ter uma casa, uma família.
E pensou: Por mais que eu esteja debilitada, ainda posso fazer algo para ajudar alguém, fazer alguém
sorrir, ficar feliz.
Mais tarde, foi a um posto de saúde para tomar um medicamento na veia, procedimento que só é feito
em hospitais ou unidades de saúde.
O lugar estava bastante cheio.
Alice fez a ficha e aguardou que a chamassem.
Quando chegou sua vez, foi levada a uma sala, sentou-se e observou a enfermeira que providenciava a
aplicação. Notou que ela também tinha olheiras e parecia cansada e abatida.
Pacientemente, Alice ficou recebendo o medicamento, enquanto observava o ir e vir de pacientes.
Alguns chegavam nervosos e mal falavam. Outros vinham mais tranquilos. Havia também os que
demonstravam grande irritação com a demora e eram ríspidos.
A todos a enfermeira recebia com serenidade. Explicava os protocolos e executava sua tarefa.
De quando em quando, ela se aproximava e perguntava sorrindo:
- Como está se sentindo? Precisa de algo?
Alice ouviu trechos da conversa entre ela e uma colega e foi compreendendo seu abatimento. Estava
com sérios problemas em casa.
Mesmo assim, recebia e atendia com gentileza a todos.
Terminado o soro medicamentoso, Alice olhou nos olhos da profissional e agradeceu pela atenção.
No caminho para casa, teve uma ideia. Resolveu telefonar para o Órgão responsável pela
administração dos postos de saúde e disse que gostaria de registrar um agradecimento.
- Como? - Perguntou, confusa, a moça que a atendeu.
- Quero registrar um elogio e um agradecimento.
Diante do silêncio da atendente, Alice explicou a forma gentil com que fora tratada no posto de saúde e
reiterou o desejo de deixar registrado seu agradecimento à pessoa que a havia atendido.
Se fosse uma reclamação eu poderia preencher um formulário, não é mesmo? Quero fazer a mesma
coisa, mas com um agradecimento.
Seu relato sobre a forma educada, eficiente e gentil com que aquela enfermeira a havia atendido foi
finalmente registrado.
O elogio foi repassado à profissional naquele mesmo dia. Ela se emocionou e chorou, pois realmente
estava num período muito difícil de sua vida. Aquele gesto foi como um abraço carinhoso depois de
muitas pancadas.
E assim Alice fez alguém feliz naquele dia.
***
Por mais tristes, cansados, nervosos ou preocupados estejamos, sempre poderemos fazer algo para
ajudar alguém que está se sentindo como nós, ou talvez pior.
Façamos um esforço para ver no nosso próximo um ser que precisa de amor, e façamos por ele algo
que gostaríamos que fizessem por nós, mesmo que seja apenas um sorriso.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 11, nos aconselha:
146

Torna-te amigo de todas as pessoas.


A amizade é um tesouro do espírito, que deve ser repartido com as demais criaturas.
Como um sol, irradia-se e felicita quantos a recebem.
Há uma imensa falta de amigos na Terra, gerando conflitos e desconfianças, desequilíbrio e
insegurança.
Quando a amizade escasseia na vida, o homem periga em si mesmo.
Sê tu o amigo gentil, mesmo que, por enquanto, experimentes incompreensão e dificuldades.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Capítulo 11 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângeliz e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #felicidade #gratidão #comportamento #reflexão #elogios #amizade #fraternidade
147

125. ENSINANDO OS FILHOS A VIVER

Você considera fácil a arte de educar os filhos?


Salvo raríssimas exceções, os educadores bem intencionados enfrentam grandes dificuldades para
atingir suas metas referentes à educação.
Por essa razão, vale a pena lançar mão das experiências de alguns pais que obtiveram bons resultados
com lições simples e eficientes.
Esta é uma das tantas histórias de pais que se debatem com filhos preguiçosos ou desanimados.
Certa tarde, o paizão saiu para um passeio com as duas filhas, uma de oito e a outra de quatro anos.
Em determinado momento da caminhada, Helena, a filha mais nova, pediu ao pai que a carregasse,
pois estava muito cansada para continuar andando.
O pai respondeu que estava também muito fatigado e, diante da resposta, a garotinha começou a
choramingar e fazer corpo mole.
Sem dizer uma só palavra, o pai cortou um pequeno galho de árvore e o entregou à Helena dizendo:
- Olhe aqui um cavalinho para você montar, filha! Ele irá ajudá-la a seguir em frente.
A menina parou de chorar e pôs-se a cavalgar o galho verde tão rápido, que chegou em casa antes dos
outros.
Ficou tão encantada com seu cavalo de pau, que foi difícil fazê-la parar de galopar.
A filha mais velha ficou intrigada com o que viu e perguntou ao pai como entender a atitude da irmã.
O pai riu e respondeu dizendo:
- Assim é a vida, minha filha. Às vezes, a gente está física e mentalmente cansado, certo de que é
impossível continuar. Mas encontramos então um “cavalinho” qualquer que nos dá ânimo outra vez.
Esse cavalinho pode ser um bom livro, um amigo, uma canção... Assim, quando você se sentir cansada
ou desanimada, lembre-se de que sempre haverá um cavalinho para cada momento, e nunca se deixe
levar pela preguiça ou o desânimo.
***
A educação é uma arte e, como tal, necessita de sensibilidade e dedicação por parte de quem educa.
Medidas singelas podem dar resultados excelentes quando movidas pelo amor legítimo e a vontade
sincera de fazer crescer espiritualmente o educando.
Ao contrário do que se pensa, as crianças são maleáveis aos ensinos que lhe são ministrados, desde
que sintam, juntamente com a teoria, as vibrações de afeto e carinho por parte dos educadores.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 195, nos aconselha:
Quem aspira por um futuro melhor para a Humanidade, deve contribuir para a educação e a vida
infantil.
O que se aplique na criança, será devolvido com juros.
O investimento de amor retornará em forma de bênçãos salvadoras e o de abandono volverá como
delinquência e desgraça.
Se te faltam recursos mais específicos para auxiliar a criança, oferece-lhe palavras lúcidas, que não
corrompem, e exemplos que as estimulem a ser verdadeiros cidadãos mais tarde.
Constrói hoje os teus dias de amanhã.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Capítulo 195 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângeliz e Divaldo Franco e Seleções do Reader's Digest de agosto de 1946.
***
#momentoespirita #criança #educação #comportamento #amor
148

126. CONSTRUINDO UM BOM DIA

Deus concedeu ao homem o livre-arbítrio para que pudesse construir seus dias na caminhada da vida.
Dessa forma, ao iniciar um novo dia em que o Criador nos permite despertar, importante meditar sobre a
bênção desse tempo na construção do bem, da alegria e da paz que almejamos.
Não importa se o dia amanheceu nublado ou chuvoso, ensolarado ou borrascoso.
Não nos devemos preocupar se o clima está frio ou se o calor promete escaldar.
Nada disso tira do dia o seu valor e a sua oportunidade.
Saudemos o dia que começa com a oração do reconhecimento.
Estamos vivos.
Enquanto a vida se expressa, multiplicam-se as oportunidades de crescer e sermos felizes.
***
Cada dia é uma bênção nova que Deus nos concede, dando-nos prova de amor.
Acompanhemos a sucessão das horas, cultivando otimismo e bem-estar.
Uma busca constante do ser humano é o encontro da felicidade e da paz.
Para isso, pedimos, imploramos, suplicamos, mas deixamos de nos perguntar de onde, realmente, elas nos
chegam.
Necessário compreender que não as encontraremos fora de nós.
Elas se encontram no interior de cada um.
A paz que almejamos, a felicidade que merecemos nos chegam através de nossas próprias atitudes.
Um sorriso que direcionamos com simpatia, um abraço que damos sinceramente, um gentil aperto de mão, a
atenção com que ouvimos o desabafo de alguém, são atitudes simples, que permitem que a felicidade e a
paz nos envolvam.
Como é bom receber um abraço. Quanta energia positiva está contida ali.
Quantas vezes, em nosso dia, um sorriso que recebemos vale tanto que é capaz de mudar nossa postura
diante da vida.
Atitudes tão simples, mas que valem muito. Tanto oferecer como receber.
***
É na simplicidade que encontraremos a felicidade e a paz.
Importante, também, o cuidado de alimentar nosso íntimo com ideias edificantes e ações construtivas.
Lembremo-nos de que a mente ociosa cria imagens infelizes que não permitirão bons planos de ação.
Não nos permitamos o tempo vazio para que não nos tornemos depósito de lixo mental.
Sabendo da grande importância que representa mais um dia em nossas vidas, construamos com ele sempre
o melhor ao nosso alcance.
Quando as dificuldades parecerem maiores que nossas disposições; quando nossa mente se apresentar
sem condições de claramente decidir pelo melhor, busquemos nos reabastecer da forma mais natural ao
nosso alcance.
Caminhemos um pouco ao ar livre.
Busquemos um parque, um jardim, onde tranquilamente redescubramos a natureza que nos abençoa a vida.
Saiamos do turbilhão em que nos encontramos e deixemos a imaginação voar.
Evitemos os lugares movimentados para o nosso passeio, e aspiremos o oxigênio balsâmico da natureza...
Refletindo, refaçamos conceitos, acalmemo-nos e abençoemos a vida na forma como se nos apresente.
Nossa existência é rica do que necessitamos para sermos felizes.
Façamos bom uso da nossa liberdade de escolha e construamos um dia venturoso a cada amanhecer.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Frases dos capítulos 1 e 64 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângeliz e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #livre-arbitrio #liberdade #comportamento #conselhos #ociosidade #trabalho
149

127. JESUS E O MUNDO

É comum os que nos afirmamos cristãos, demonstrarmos desânimo com a corrupção do mundo.
Entretanto, o Cristo é o maior exemplo de confiança na regeneração dos homens.
Infinitamente superior a todos os seres que passaram pelo planeta, Ele ensinou e exemplificou o bem.
Renunciou, temporariamente, de sua natural morada junto aos anjos, para conviver com seres rudes.
Suportou demonstrações de ignorância e crueldade, ao ponto de aceitar a dor do martírio.
Assim O fez certamente por acreditar no progresso da Humanidade.
Jesus, o Modelo da Perfeição, não recusou o convívio com os doentes do corpo e da alma.
Ele afirmou que os que gozam de saúde não necessitam de médico. Portanto, como Divino Médico das
almas, Ele veio para os que se encontravam equivocados.
Por consequência, nós, os Seus seguidores não devemos agir de modo diferente.
Assim, não é viável perdermos a esperança ou desanimarmos, diante das pequenas e abençoadas lutas que
o céu a todos nos concede.
***
As sombras das experiências humanas são provas purificadoras.
Desta bendita escola saíram, diplomados em santificação, Espíritos sublimes.
Hoje eles se constituem em abençoados patronos da evolução terrestre.
Os que seguimos na retaguarda, por entre dificuldades morais, não podemos menosprezar o plano de
aprendizado que a vida nos oferece.
Se compreendemos um pouco as leis superiores que regem o Cosmo necessitamos dar a nossa cota de
exemplo e sacrifício.
Se o melhor não auxiliar o pior, inutilmente aguardaremos a melhoria da Humanidade.
Se o bom desamparar o mau, a fraternidade não passará de uma ilusão.
Se o sábio não auxiliar o ignorante, a educação não passará de uma perigosa mentira.
Caso o humilde fuja do orgulhoso, o amor se converterá em palavra inútil.
O aprendiz da gentileza não pode desprezar o prisioneiro da impulsividade e da grosseria.
Se assim fizermos, o desequilíbrio terminará por comandar a existência humana.
A virtude precisa socorrer as vítimas dos vícios e o bem necessita amparar os que se lançam nos
despenhadeiros do mal.
Caso contrário, a admiração e o encanto pela figura do Cristo de nada nos servirá.
O Mestre não era deste mundo, mas a ele veio para a redenção de todos.
Sabia que Seus apóstolos não pertenciam ao acervo moral da Terra.
Mas os enviou para que, sob sua influência, o planeta se convertesse em um reino de luz.
***
Se, como cristãos, fugimos ao contato do mundo, a pretexto de nos preservarmos do erro, seremos como
uma flor improdutiva na árvore do Evangelho.
A Seara do Senhor não necessita de cânticos e ladainhas, mas de trabalhadores abnegados e fiéis.
Do nosso esforço é que deverá brotar a sementeira renovada de um amanhã pleno de paz e fraternidade.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Capítulo 29 do livro CORAGEM, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier.
***
#momentoespirita #Jesus #mundo #comportamento #experiência #provas #desafios #trabalho
150

128. CUIDE DE SEU PENSAMENTO

O organismo é excelente máquina constituída por equipamentos delicados, que são comandados pelo
Espírito através do cérebro.
É igualmente laboratório de gigantescas possibilidades, sempre suscetível de auto-desarranjar-se ou auto-
recompor-se conforme as vibrações emitidas pela mente.
Quando o indivíduo tem a propensão para o pessimismo, o ressentimento, o desamor, cargas nocivas são
elaboradas e atiradas nos mecanismos encarregados de preservar-lhe a organização física, produzindo-lhe
inúmeros males.
Igualmente, as disposições otimistas e afetuosas produzem energias refazentes, que recuperam os
desarranjos momentâneos dos complexos órgãos que constituem o corpo humano.
A mente dispara o gatilho e o seu conteúdo vibratório, quando negativo, com emoções de ressentimento ou
de raiva, de inveja, de ciúme ou anseio de vingança, desarmonizará o sistema imunológico, eliminando as
substâncias que lhe são próprias, permitindo a instalação de doenças.
***
O estado natural de nosso corpo é o de equilíbrio, o de saúde.
É o Espírito, com sua invigilância e descaso, que o torna doente.
A alma adoecida, fragiliza e faz adoecer a vestimenta carnal.
Toda doença é sinal de que algo não está bem no paciente, que deve procurar o desencadeador moral da
problemática. É um sinal, um aviso claro.
De nada adianta nos encharcarmos de medicamentos sem procurar solucionar a causa real de cada
desequilíbrio físico.
Desde as seguidas dores de cabeça, os problemas gastrointestinais recorrentes, passando pelos problemas
de pressão sanguínea, até as doenças cardíacas, cânceres, todos têm sua causa, inicialmente, na esfera do
nosso pensamento.
Não somos simples vítimas indefesas das enfermidades que nos alcançam.
E será somente através da mudança de postura mental que poderemos estabelecer o processo da autocura,
isto é, o refazimento do equilíbrio moral, que naturalmente causará o reequilíbrio físico.
Não se trata de um processo imediato, em muitos casos. Dependendo da profundidade da questão, do
caráter da lesão que criamos, será necessário um bom tempo, uma vida toda, às vezes mais.
Não acreditemos que anos e anos de raiva contínua, de comportamento amargo, de ideias depravadas ou
pessimistas, poderão ser resolvidos com uma boa dose de drogas e breves meses de terapia especializada.
O corpo é máquina delicada, sensível, e para reajustar o que desajustamos precisamos de uma mudança
profunda e permanente.
Essa mudança passa pela renovação mental completa, pela adoção dos pensamentos gentis e nobres para
com todos, buscando alegria em seu próprio viver e levando essa alegria a quem quer que seja que passe
por nós.
***
Renovação, substituição são palavras chave.
Renovação de atitudes, de postura; substituição dos pensamentos nocivos pelos pensamentos edificantes,
de concórdia e compreensão.
Pensemos nisso. Pensemos melhor e cuidemos do nosso pensar.
Nosso pensamento é força poderosa que aguarda direcionamento.
Cuidemos do nosso pensamento e não nos permitamos as tantas doenças que infelicitam o corpo físico.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Revista REFORMADOR, setembro de 1995, ed. FEB e Cap. 4, do livro SEJA FELIZ HOJE, por Joanna de Ângelis e Divaldo
Pereira Franco.
***
#momentoespirita #pensamento #saúde #comportamento #renovação #reformaintima #emoções #vigilância #vigiar
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129. A COMPETIÇÃO

Eram dois grupos de jovens de comunidades religiosas diferentes. A competição era constante. Cada
coordenador procurava evidenciar o seu grupo juvenil.
Competiam em jogos de futebol, em maratonas de conhecimentos bíblicos.
Certo dia, um dos grupos estudava o capítulo treze do Evangelho de João, aquele que narra o episódio de
Jesus lavando os pés dos discípulos.
O coordenador achou muito oportuno pedir aos jovens que saíssem e encontrassem uma maneira prática de
ajudar alguém.
Para isso, os dividiu em cinco equipes e lhes recomendou:
- Quero que vocês sejam como Jesus, nesta cidade, durante as próximas duas horas. Imaginem: se Jesus
estivesse aqui, o que Ele faria por este povo?
Entusiasmados, saíram os jovens. Duas horas passadas e eles retornaram à sala de estudos para relatar o
que tinham feito.
Uma equipe disse que trabalhara durante aquele período, na limpeza do jardim de um senhor idoso, que
morava sozinho.
Outra equipe relatou que visitara um membro da comunidade que se encontrava hospitalizado. Além da
presença, levaram um cartão para alegrá-lo.
A terceira equipe informou que comprara sorvetes e os servira a algumas crianças pobres.
A quarta se dirigira a uma casa de repouso e cantara cantigas natalinas. Bom, o mês era agosto.
Mesmo assim, os internos apreciaram muito o recital. Houve até um senhor que comentou que aquele Natal,
em pleno agosto, era o mais feliz de sua vida.
A cada relato, o coordenador exultava e elogiava a iniciativa.
Entretanto, quando a quinta equipe disse o que fizera, houve uma exclamação de espanto geral.
Esse grupo visitara a comunidade rival e perguntara ao coordenador de lá se ele conhecia alguém que
precisava de ajuda.
Ele os encaminhara à casa de uma senhora que vivia só. Ela precisava de muitas coisas.
Então, durante duas horas, eles varreram as folhas do quintal, apararam a cerca viva, cortaram a grama.
Quando terminaram e foram se despedir da dona da casa, ela agradeceu dizendo:
- Eu não sei o que faria sem sua ajuda. Vocês, desse grupo de jovens do bairro estão sempre vindo aqui
para me socorrer.
- Grupo de jovens daquele bairro? Interrompeu o coordenador. Espero que vocês tenham dito a ela a que
grupo pertenciam.
- Por quê? – Perguntou um dos jovens. Nós não dissemos nada. Achamos que não era importante.
Naquele momento, todos compreenderam que aquela equipe entendera verdadeiramente o significado de
servir; de dar-se, anonimamente, sem se importar com agradecimentos, elogios ou qualquer outra
deferência.
De todas as equipes, aquela fora a que melhor interpretara, com seu gesto, o exemplo do Modelo e Guia da
Humanidade, Jesus.
***
- Eu vim para cumprir a vontade de meu Pai que está nos Céus, afirmou o Mestre de Nazaré.
E estou no meio de vós, como aquele que serve.
Seja Jesus, em toda circunstância, nosso Modelo e Guia.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. NÃO ERA IMPORTANTE, por Charles Coolson, do livro HISTÓRIAS PARA O CORAÇÃO, por Alice Gray, ed. United
Press.
***
#momentoespirita #Jesus #servir #serviço #comportamento #caridade
152

130. A BAGAGEM

Existe um personagem de desenhos animados infantis que tem um certo toque de mistério e magia.
Seu nome é Gato Félix. A todo lugar que vá, ele leva a sua maleta. É uma maleta especial, pequena. E,
contudo, tudo o que ele deseja, tira da dita maleta.
Se for hora do lanche, ele encontra frutas, sanduíches e sucos. Se necessita fazer um conserto, as
ferramentas lá estão. Sempre as certas e precisas.
Se chove de repente, basta abrir a maleta para encontrar capa de chuva, guarda-chuva, botas. E assim
com qualquer situação.
Cada um de nós também possui uma pequena mala de mão, em sua vida. Mais ou menos parecida
com a do interessante personagem infantil.
Quando a vida começa, temos em mãos a pequena mala. À medida que os anos passam, a bagagem,
dentro dela, vai aumentando.
É que vamos colocando tudo o que recolhemos pelo caminho.
Algumas coisas muito importantes. Outras, nem tanto. Muitas, dispensáveis.
Chega um momento em que a bagagem começa a ficar insuportável de ser carregada. Pesa demais.
Nesse momento, o melhor mesmo é aliviar o peso, esvaziar a mala.
Você examina o conteúdo e vai pondo para fora.
Amor, amizade. Curioso, não pesam nada.
Depois você tira a raiva. Como ela pesa! Na sequência, você tira a incompreensão, o medo, o
pessimismo.
Nesse momento, você encontra o desânimo. Ele é tão grande que, ao tentar tirá-lo, ele é que quase o
puxa para dentro da mala.
Por fim, você encontra um sorriso. Bem lá no fundo, quase sufocado.
Pula para fora outro sorriso. E mais outro. Aí você encontra a felicidade.
Mas ainda tem mais coisas dentro da mala. Você remexe e encontra a tristeza. É bom jogá-la fora.
Depois, você procura a paciência dentro da mala. Vai precisar bastante dela.
E também procura a força, a esperança, a coragem, o entusiasmo, equilíbrio, responsabilidade,
tolerância e o bom e velho humor.
A preocupação que você encontrar, deixe de lado. Depois você pensa o que fazer com ela.
***
Bem, agora que você tirou tudo da sua mala, deve arrumar toda a bagagem.
Pense bem o que vai colocar lá dentro de novo. Isso é com você.
E depois de toda a bagagem pronta, o caminho recomeçado, lembre de repetir a arrumação vez ou
outra.
É que o caminho é longo, até chegar ao final da jornada e você terá que carregar a mala, o tempo todo.
E quando chegar do outro lado, é bom que em sua bagagem tenha o máximo de coisas positivas, como
boas obras, amizades, carinho, amor.
Porque isso tudo não pesa na sua bagagem, enquanto na Terra. Mas quando for colocada na balança
da justiça, para além da existência física, pesará e muito, positivamente.
***
A vida é uma grande viagem. Durante um tempo, se excursiona pelas paisagens terrenas.
É um período para estudar, trabalhar, progredir.
Um dia, se retorna para a estação espiritual. É o momento de contar as conquistas e as perdas. Os
erros e os acertos.
153

Que nossa bagagem, nesse dia, possa estar repleta de virtudes, bem praticado, afetos conquistados
para nossa própria e grande felicidade.
***
Joanna de Ângelis tem um conselho bem oportuno para periodicamente revisarmos o conteúdo de
nossa bagagem:
Num dia extenso com 24 horas, reserva alguns momentos à reflexão.
Quem caminha sem meditar, perde o contato consigo mesmo.
Encurralado nos ponteiros do relógio, ou disparado à frente deles, ou vagarosamente após eles, aturde-
se, esquecendo o rumo...
É indispensável ao êxito fazer periódica revisão de metas e de ações.
Usando a reflexão, repassarás os equívocos e terás tempo de repará los, reprogramarás os deveres e
te renovarás com mais facilidade.
Fala menos, dorme um pouco menos e medita mais.
Minutos que desperdiças, se os usares para a meditação, se transformarão em pontos luminosos do teu
dia.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 160, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #vida #bagagem #valores #comportamento #estudo #trabalho #meditação
154

131. QUANDO TODAS AS ESTAÇÕES ESTIVEREM COMPLETAS

Um homem tinha quatro filhos. Ele queria que eles aprendessem a não julgar a vida, as pessoas e as
coisas de modo apressado.
Por isso, mandou cada um viajar para observar uma pereira, que estava plantada em um local distante.
O primeiro filho foi no inverno, o segundo na primavera, o terceiro no verão e o quarto e mais jovem, no
outono.
Quando eles retornaram, o pai os reuniu e pediu que cada um descrevesse o que tinha visto.
O primeiro filho disse que a árvore era feia, torta e retorcida.
O segundo disse que ela era coberta de botões verdes e cheia de promessas.
O terceiro discordou dos dois. Disse que ela estava coberta de flores, que tinham um odor tão doce e
eram tão bonitas, que ele arriscaria dizer que era a coisa mais graciosa que havia visto.
Por fim, o último filho não concordou com os irmãos. Ele disse que a árvore estava carregada e arqueada,
cheia de frutas, vida e promessas.
O pai, então, explicou que todos estavam certos, porque cada um tinha visto apenas uma estação da vida
da árvore.
Falou que não se pode julgar uma árvore, ou uma pessoa, ou qualquer coisa, por apenas uma estação.
Disse que a essência de uma pessoa, e o prazer, a alegria e o amor que vêm daquela vida, podem
apenas ser medidos no final, quando todas as estações estiverem completas.
Se desistirmos quando for inverno, perderemos a promessa da primavera, a beleza do verão e a
expectativa do outono.
***
Podemos estar vivendo um inverno intenso neste instante. Parece não haver previsão de término. Por
vivê-lo por tão longo tempo, quem sabe tenhamos esquecido de como é uma outra estação diferente
dessa.
Importante, no entanto, lembrar que se trata de uma estação.
Não julguemos a vida ou a nós mesmos apenas por esse instante mais gelado e difícil. Lembremos que o
inverno nos faz mais fortes, mais resistentes. A estação do frio é convite ao recolhimento e à reflexão.
A primavera parece distante ou mesmo improvável, mas ela é lei da natureza. Virá de qualquer forma.
Por isso, não desistamos de nós, não desistamos de prosseguir, olhando apenas a chuva fria e o dia
cinza. Estamos vendo apenas parte e não o todo.
Mais tarde, quando todas as estações estiverem completas, perceberemos o quão importantes foram
aqueles dias congelantes e o quão foram prazerosos os primeiros instantes da primavera que os seguiu.
***
Vivemos no mundo das estações e dos ciclos. Os invernos ainda vão e voltam, assim com os dias
quentes de verão.
Saibamos viver as estações com maturidade, extraindo de cada uma seu valor, suas lições e suas
belezas.
Haverá dia em que iremos encontrar beleza até na mais vigorosa estação invernal, pois enxergaremos
além das temperaturas baixas e dos incômodos que ela traz.
Encontraremos a vida a pulsar debaixo da neve, debaixo da dor, debaixo das expiações que nos libertam
das amarras da consciência culpada.
Não permitamos, assim, que a dor de uma estação destrua a alegria de todas as outras. Não julguemos a
vida apenas por uma estação difícil.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #vida #estações #dificuldades #comportamento #reflexão #maturidade
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132. REFLETINDO SOBRE NOSSA MÃE

No Dia das Mães, quando tantas homenagens ocorrem, uma garota escreveu: Durante toda a vida ouvi falar:
“Se o filho está feliz, a mãe está feliz. Tudo que eu quero é ver meu filho feliz!”
Francamente, impossível acreditar nisso.
Se fosse verdade, eu teria podido comer aquela barra de chocolate inteirinha. Isso me teria feito muito feliz.
Mas ela não deixou. Cortou minha felicidade ao meio.
Quando quis virar a noite no videogame, eu estava no auge da minha felicidade. Mas ela não entendeu. Por
acaso, ela pensou na minha felicidade? É claro que não.
Ela disse que contaria até três e me fez desligar a TV, no meio da última fase do jogo.
Se houvesse sinceridade nesse desejo dela de me ver feliz, ela teria me deixado namorar ao invés de
estudar.
Como ela pôde me proibir de sair e me forçar a ficar horas com os livros, quando tudo que me faria feliz
naquele momento estava lá fora?
O sol estava lá fora. O namorado estava lá fora. Os amigos estavam se divertindo. Todos... menos eu.
Como sempre, o que eu ouvia era: “Você não é igual a todo mundo. Você é minha filha.”
E, naquele dia, em que cheguei chorando porque tinha sido injustiçada pelos amigos, ela disse: “Você deve
ter feito alguma coisa para merecer isso!”
Quanta insensibilidade! Ela não sabia que me faria feliz se tivesse se unido a mim para dizer que eu estava
certa?
Até me ajudasse a encontrar mil defeitos neles.
As mães dizem que nos querem ver felizes. Na verdade, também querem que arrumemos a cama, lavemos
a louça, tiremos o lixo, cuidemos dos irmãos. E, ainda, nos forçam a comer o que elas dizem que é saudável.
Garanto que a maioria dos filhos pensa como eu.
***
Pois é. Pensamos assim até nos tornarmos mães. Quando a vida nos presenteia com um filho, passamos a
ver as coisas de forma bem diferente.
O não da barra de chocolate passa a ser entendido como um sim à disciplina alimentar. O não ao videogame
se torna um sim às horas insubstituíveis de sono.
O não ao namorado, não é um não ao namoro, é um sim ao futuro.
Então entendemos e agradecemos por cada atitude de nossa mãe porque todas serviram para nos tornar
melhores.
Hoje, quando nossa mãe nos olha com orgulho, e sorri mesmo quando as coisas não estão fáceis,
conseguimos compreender o sentido daquela frase repetida incansavelmente, ao longo da vida: “Se você
estiver feliz, eu estarei feliz.”
Não há nada maior do que o amor de uma mãe. Também nada mais gratificante do que descobrir, nos seus
olhos, a felicidade por ver seu filho bem neste mundo.
Agradeçamos à nossa mãe o que fez por nós, por nos ter transformado num barco forte para passar por
todas as tempestades.
Agradeçamos por ter nos acolhido com mesa farta quando chegamos em terra firme com a alma sedenta de
amor e o coração faminto de carinho.
Agradeçamos pelo melhor colo do mundo e pelo sorriso maravilhoso de se ver!
E sim, ficamos zangadas quando ela está longe. Nós a queremos por perto para continuar dizendo os santos
não para essa criança, dentro de nós, que nunca para de aprender!
Amamos você, mamãe!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: texto escrito por Luciana Goldschmidt Costa.
***
#momentoespirita #mãe #maternidade #família #educação
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133. ANTE UM MUNDO EM CONVULSÃO

Trago em meu peito as dores do mundo e as sinto, como se minhas fossem.


Contemplo as pessoas desabrigadas, enfrentando o frio, a fome e sinto-me incapaz de as socorrer.
Contemplo os desastres naturais desalojando famílias inteiras e choro o pranto das mães que abraçam os
filhos, em desabrigo.
Contemplo os pais, desarvorados ante a destruição de tudo que haviam construído, em anos de lutas
intensas e meu pranto se mistura ao deles.
Além, um barco pesqueiro naufraga e dois dos trabalhadores perecem no mar. Corpos jamais localizados.
Instala-se o luto pela perda física dos amores, que eram esposos, pais, filhos, irmãos. Angústia por não
poder sequer dar sepultura digna aos corpos daqueles que foram amados.
Em longínquas terras, mulheres precisam abandonar seus lares, deixando para trás os esposos, que estão
na frente de batalha de uma guerra cruel.
Seu objetivo é salvar os filhos. Uma delas, com seu bebê de semanas, viaja cinco dias de carro, até chegar a
uma zona que lhes garanta a sobrevivência.
Outra toma um trem, com o filho de meses nos braços e viaja vinte e quatro horas em pé.
Algumas se encontram há meses em abrigos antibombas.
***
Contemplo um mundo aflito, sofrido.
Contudo, apesar de tantas dores e desespero, dou-me conta de que continuamos insensatos, como se nada
disso nos devesse constituir aviso da necessidade de reforma, de retomada de conduta.
Continuamos a nos digladiar por pedaços de terra, por litros de petróleo, por moedas variadas.
O Sermão Profético do Mestre de Nazaré parece esquecido, no tempo.
As informações a respeito dos últimos tempos, dos dias que se findariam para todos os que não se
amoldassem à Nova Era, parecem perder-se no vazio.
E tudo isso, ainda e sempre, como lecionou o Rabi Galileu, se trata apenas do início das dores.
Compete-nos um alerta. Compete-nos acionar as preces constantes por todos os que permanecem de
ouvidos cerrados à qualquer orientação ao bem.
Orar por nós mesmos para que não nos falte a coragem, o bom ânimo, quando eventuais borrascas nos
alcancem.
É tempo de nos conscientizarmos. É tempo de renovar atitudes, não aguardando o amanhã que poderá não
nos alcançar.
Afinal, o amanhã a Deus pertence. E somente Ele tem ciência absoluta do que nos poderá suceder.
Por isso, a hora de agir é agora. Se vivemos a bonança, as horas de calmaria, aproveitemos para fortalecer-
nos na fé.
***
Reflitamos e não deixemos para mais tarde ações que se fazem urgentes no hoje.
Se nos descobrimos egoístas, é tempo de praticar um pequeno exercício, pensando no outro.
Se nos descobrimos excessivamente vaidosos, é tempo de trabalharmos nossa autoestima sem tantos
exageros.
Se somos demasiado apegados a tudo que temos, treinemos a pouco e pouco, o desapego.
Doemos, hoje, algo que não nos seja tão importante. Amanhã, algo que consideramos de certo valor.
Usufruamos dos bens mas pensemos que eles devem nos servir e não nós a eles.
E olhemos, para além dos muros de nossa casa, para além das fronteiras do nosso lar.
Vivamos bem. Vivamos como irmãos uns dos outros.
***
Extraído do Momento Espírita com base em mensagem mediúnica recebida por Maria Helena Marcon, em 19.6.2023 no Centro Espírita
Ildefonso Correia.
***
#momentoespirita #mundo #transição #futuro #reflexão
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134. COMECE BEM O SEU DIA

Qual é o primeiro pensamento que lhe vem à mente quando você acorda pela manhã?
Talvez você acredite que o que você pensa, no primeiro instante do seu dia, tem pouca importância, mas não
é assim.
O pensamento é uma poderosa ferramenta com a qual você pode obter resultados valiosos para sua jornada
diária.
Com ele, você pode definir como será o seu dia, assim que abrir os olhos, pela manhã.
Eu queria que hoje fosse feriado, para dormir até tarde!
Como eu gostaria de ser milionário para não precisar trabalhar!
Meu Deus! Que vida dura. Não aguento mais ser escravo do relógio!
Como é difícil ter que bater ponto todos os dias...
Se eu descobrisse quem inventou o trabalho...
Um dia eu ainda acabo com esse despertador chato!
Se notar qualquer semelhança com seus pensamentos, não será mera coincidência. Esses são
pensamentos matinais muito comuns para grande número dos que vivemos na Terra, nestes dias.
Pessoas há que chegam ao cúmulo de desejar uma doença qualquer que possa servir como desculpa para
ficar em casa o dia todo.
Principalmente, em regiões de clima frio. Ou, então, em lugares quentes, para poder curtir uma praia, em
plena semana.
Ora, se você saúda o dia com pensamentos dessa natureza, o que pode esperar que o dia lhe ofereça?
***
É importante considerar que a força de um simples pensamento pode alterar a paisagem das horas.
Se, ao acordar, você lembrar de agradecer pela nova manhã que Deus lhe concede; pela oportunidade de
estar ainda no corpo físico, quando muitos partiram para o além durante o sono; pelo fato de estar
empregado, enquanto tantos não conseguem dormir, preocupados em conseguir um trabalho que lhes
permita sustentar a família; por desfrutar de saúde, enquanto muitos gemem de dor nos leitos dos hospitais...
Pensando dessa forma, certamente, seu dia terá um colorido diferente.
Quando o dia consegue vencer a noite e o saúda pela manhã com novas oportunidades, é hora de elevar o
pensamento ao Criador e agradecer, ainda que ligeiramente.
É hora de sintonizar com as esferas mais altas e colocar-se à disposição para uma nova jornada de trabalho
útil.
Agindo dessa forma, em vez de criar nuvens escuras com pensamentos pessimistas, você estará clarificando
o seu dia e fazendo luz ao seu redor.
Cultivando pensamentos saudáveis, espalhará uma atmosfera radiante no ar e poderá contagiar as pessoas
com as quais convive, tornando o ambiente mais agradável e mais harmônico.
***
Ao despertar para mais um dia de experiências na Terra, eleve o pensamento aos céus através da oração.
Alcance, pelo pensamento, as altas paragens onde reina a harmonia... E já não ouvirá os sons estridentes da
Terra, mas as melodias suaves dos anjos, que são mais delicadas que as brisas da manhã quando brincam
na folhagem dos bosques...
Eleve a alma ao Criador e sinta o perfume das flores celestes cultivadas nos mundos sublimes, antes de
iniciar o seu dia...
Busque a paz interior e, só então, erga-se do leito para ter um bom dia...
Pense nisso e comece bem o seu dia!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #dia #bomdia #pensamento #comportamento #acordar #oração #gratidão
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135. SÓ SE APRENDE FAZER FAZENDO

Pegou uma tigela e uma colher, subiu numa cadeira, abriu o armário e puxou a lata de farinha.
Acabou derramando todo o conteúdo no chão. Juntou um pouco da farinha e jogou na tigela. Misturou
uma xícara de leite e acrescentou açúcar, enquanto deixava rastros pelo chão da cozinha.
Ele estava coberto de farinha e frustrado. Queria preparar uma boa surpresa para sua mãe e para seu
pai, mas estava estragando tudo.
Agora ele não sabia o que fazer, se colocava tudo no microondas ou no fogão. E sequer sabia como fazer
o fogão funcionar!
De repente, ele viu o gatinho lambendo a tigela e o expulsou de cima da mesa, mas acabou derrubando
uma embalagem de ovos ao chão.
Freneticamente tentou limpar aquela bagunça mas escorregou nos ovos, lambuzando seu pijama.
Foi aí que ele viu o seu pai parado, na porta da cozinha, a observá-lo.
Assustado, o garoto arregalou os olhos. Tudo que ele pretendia fazer era preparar uma boa surpresa.
Entretanto, o que conseguira mesmo fora fazer uma terrível bagunça, uma monumental sujeira.
Ele ficou esperando uma tremenda bronca. Talvez, até recebesse um castigo pela lambuzeira na pia, na
mesa, no chão, nele mesmo.
Nem conseguia se mexer. Viu o pai atravessar a cozinha, devagar, evitando pisar na sujeira esparramada.
Então, aquele homem o tomou nos braços e o acariciou, sujando também o próprio pijama.
***
Assim acontece conosco e Deus, nosso Pai Maior.
Na tentativa de acertar, por vezes, acabamos fazendo uma tremenda confusão. E ficamos sem saber
como consertar.
Certos de que receberemos um tremendo castigo, somos surpreendidos com uma nova chance para
tentar de novo, uma nova manhã para exercitar outra vez, uma nova existência para fazer bem feito.
Deus, que é a Inteligência Suprema do Universo, Pai amoroso e justo, sabe que só se aprende a fazer,
fazendo.
É por essa razão que nos oferece tantas chances quantas forem necessárias para que o aprendizado se
efetive, tanto no aspecto intelectual como no moral.
É assim que voltamos inúmeras vezes ao palco terreno, através da reencarnação, para nos
aperfeiçoarmos e galgar novos degraus na escada evolutiva.
É dessa maneira que vamos aprendendo a lidar com nossas virtudes e vícios, ampliando as primeiras e
transformando os segundos, até atingir a perfeição relativa que cabe a todos os filhos de Deus.
Impossível deter toda a ciência do Universo, toda a sabedoria da Imortalidade, em uma única experiência
na carne.
Por isso é que precisamos renascer várias vezes na Terra até que consigamos conhecer e viver todas as
lições que esta escola pode nos oferecer.
***
Conforme ensinou Jesus, o Mestre dos mestres, para entrar no Reino dos Céus é preciso nascer de novo,
e de novo. Até que aprendamos a fazer brilhar a nossa luz.
Até que consigamos superar essa etapa chamada humanidade e alcançar a condição de Espírito puro, à
Imagem e Semelhança de Deus, nosso Criador, que é a Luz por excelência.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #reencarnação #aprendizado #comportamento #evolução
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136. REENCONTROS

Foi num domingo de sol. Algo raro em nossa região, em pleno inverno.
O grupo de amigos, trabalhadores todos da mesma instituição benemérita, combinamos de nos encontrar
para um almoço.
O intuito era angariar fundos para as obras de reforma da casa. Em verdade, o maior objetivo era nos
reencontrarmos, depois de três anos, que pareceram milênios.
Parecíamos todos saídos de um baú de lembranças. Eram abraços e sorrisos para todo lado. Crianças que
ainda não conhecíamos, chegadas da Espiritualidade, um pouco antes ou durante o período epidêmico.
Idosos a quem não víamos há algum tempo. Jovens, adolescentes, casais novos. Uma novidade atrás da
outra.
O dia magnífico convidava a um passeio pela maravilhosa propriedade, uma estância muito bem cuidada.
Uma volta ao redor do lago, observação das árvores, animais felizes dentro d´água, outros passeando pela
relva.
O que mais encantava era a chegada de cada novo veículo, com seus ocupantes.
Emoções compartilhadas, alegria.
Enquanto assim celebrávamos esse grande reencontro de quase duzentas pessoas, pensamos em quanto
tínhamos a comemorar.
Não era somente o reencontro, o diálogo amigo, a contação das novidades (e quantas tínhamos), os abraços
apertados, prolongados, como querendo arrefecer a enorme saudade...
A grande e maior comemoração era estarmos vivos na carne. Termos sobrevivido a uma pandemia que
alcançou o mundo como jamais acontecera.
***
Certo, houve outras pandemias pelos anos afora. Nenhuma, no entanto, que nos retivesse isolados
socialmente, por um tempo que nos pareceu interminável.
E, quando decretada a possibilidade dos reencontros, como fomos zelosos, cuidadosos.
Saímos de nossos lares, mais ou menos como os pequenos animais saem de suas tocas, olhando em torno,
desconfiados.
A sombra do terrível vírus parecia nos espreitar.
Celebrar a vida. Quanta gratidão ao Pai Celeste por isso! Muitos sofremos o luto da partida de amores, de
amigos, de conhecidos, de vizinhos.
Eles, com certeza, deveriam estar nos espreitando da Espiritualidade. Mas nós celebrávamos o
continuarmos na carne.
Porque viver na Terra é oportunidade inigualável. Oportunidade de progresso, de aprendizado, de construir
amizades, de apertar laços de afeto, de estabelecer outros tantos...
Viver é uma honra! E ali estávamos nós, gritando, felizes: Sobrevivemos.
E se sobrevivemos, isso se constitui mais um talento da Divindade para nós. O que significa maior, mais
ampla responsabilidade.
Responsabilidade de bem aproveitar cada minuto que nos é oferecido para estar neste planeta.
Responsabilidade perante nós mesmos, nossos mais próximos, perante o mundo.
Se somos os que trazemos no coração o emblema de cristão, o dever de espalhar a mensagem aos que se
nos acercam, com o exemplo de nossa vida honrada, que contribui para a melhoria do mundo poderá ser
enfeitando o jardim mundial plantando uma flor. Ou escrevendo uma página de consolo a quem sofre. Ou
providenciando o alimento a quem precisa.
Um pequeno gesto. Um grande gesto.
Contribuamos, agradecidos pela possibilidade de prosseguir a viver, neste bendito planeta.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #reencontros #vida #comportamento #gratidão #amizade
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137. O BOM COMBATE

Saulo de Tarso que, após sua conversão à Boa Nova, assumiu o nome de Paulo de Tarso, era destacado
fariseu a serviço do Sinédrio, corte suprema da lei judaica.
Por sua apaixonada e intransigente defesa da fé mosaica, era respeitado e tido em alta conta entre seus
patrícios.
Seu mestre, Gamaliel, o preparara para que o substituísse, logo mais.
Perseguidor dos seguidores de Jesus, a quem acusava de blasfêmia e de desvirtuar os ensinamentos de
Moisés, assombrava-se com a serenidade dos discípulos do Homem da Galileia.
Eram homens simples e sem cultura. No entanto, professavam uma fé transbordante de amor e bondade, em
antagonismo à sua própria fé, mais justiça que amor.
A caminho de Damasco, com intenção de prender seguidores do Nazareno, teve o encontro com Jesus,
quase às portas da cidade.
Desde então, jamais foi o mesmo homem.
Abalado nas suas convicções, foi tomado por profundas dores ao constatar os vultosos equívocos cometidos
na defesa da lei mosaica.
Abandonado pelos familiares, desprezado pelos amigos, vivenciou incontáveis sofrimentos físicos e morais.
Tudo porque passou a defender a Boa Nova nascente, com o mesmo ardor que dedicara à lei de Moisés.
Confessou ter sido açoitado cinco vezes pelos judeus. Uma vez apedrejado. Sofrido três naufrágios.
Ter passado frio e fome.
Muitas vezes, ter estado em perigos de salteadores ou entre os gentios ou entre falsos irmãos.
Pouco antes de sua morte, prisioneiro em Roma, pela segunda vez, escreveu bela carta ao jovem Timóteo,
que ele chamava de meu filho amado:
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora a coroa da justiça me está guardada.
***
E quanto a nós? Quantas vezes Jesus nos apareceu nas portas da nossa Damasco, convidando-nos a
refazermos o caminho, irmos ao encontro das lições evangélicas, para a construção do reino de Deus em
nossos corações?
Como deve ser esse bom combate que devemos fazer até encerrarmos a carreira da existência, guardando
a fé?
Lutar o bom combate, a qualquer tempo, sempre será uma batalha solitária contra o orgulho e o egoísmo
ainda presente em nós.
Combatemos o bom combate no dia a dia da nossa existência, na gratidão pela vida a cada novo
amanhecer, na alegria de viver, na cordialidade no trânsito, no trabalho bem feito, no respeito às leis.
E, especialmente, quando renunciamos a nós mesmos em favor dos nossos filhos e demais familiares. Ou
dos menos afortunados que a Providência Divina coloca em nosso caminho.
Quando calamos havendo razão para discutir, quando perdoamos sem ressalvas.
Como um jardineiro de nosso campo interior, combatemos o bom combate podando as nossas más
inclinações e adubando o solo dos bons sentimentos para que o amor floresça em nós.
Que possamos, enfim, como o apóstolo Paulo, ao aguardar o final de nossa existência, afirmar como ele o
fez: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Parto de consciência tranquila tendo utilizado muito bem todos os meus dias.
***
Extraído do Momento Espírita com base na 2ª Epístola aos Coríntios, cap. 11, versículos 24 a 28 e transcrição da 2ª Epístola a Timóteo,
cap. 4, versículos 7 e 8.
***
#momentoespirita #meditação #vida #comportamento #reflexão #melhoriaintima #perdão #fraternidade
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138. E SE HOJE TUDO FOSSE DIFERENTE?

E se hoje tudo fosse diferente?


E se hoje você ganhasse a luta contra o seu mau humor da manhã?
E se hoje, ao invés de realizar as mesmas coisas, de forma maquinal, desde o instante que levanta, fizesse
várias delas de forma distinta?
Se hoje mudasse o cardápio do café, se lesse ou ouvisse alguma música, se apenas olhasse para fora, para
a madrugada que prenuncia o dia ou para o dia que recém chegou?
E se hoje, em seu caminho para as primeiras atividades da manhã, você não escutasse notícias, nem as
músicas que ouve sempre?
E se hoje saísse a distribuir bons-dias?
Isso, uma contagem de quantos bons-dias consegue dar, sem esperar receber de volta. Um novo esporte,
quem sabe.
E se hoje você pudesse fazer um outro caminho? Não importa que seja um pouco mais longo. Mas um
caminho que o fizesse passar por lugares novos, lugares pelos quais você pouco costuma transitar.
E se hoje você passasse em frente a um lugar que lhe remete à infância?
Que tal sair mais cedo? Ou talvez um pouco mais tarde?
E se hoje fizesse um programa alternativo? Não aquilo que faz toda segunda à noite ou todo sábado.
***
Pense em algo que o faça sair do usual. Surpreenda alguém e surpreenda-se.
Escove os dentes ou penteie os cabelos com a outra mão, se for possível. Ande a pé um trecho que não está
acostumado a fazer dessa forma. Pare por cinco minutos, sente-se no banco de uma praça e aprecie o
movimento.
Deixe a ansiedade dentro de você fazer perguntas, estranhar, entrar em parafuso. Diga: Hoje é um dia
diferente.
Se alguém questionar suas atitudes nada usuais, simplesmente responda: É um exercício que estou
fazendo, um experimento.
Nos encontros de trabalho, nas reuniões familiares, tente sair um pouco do seu habitual. Assuma uma
postura de observação mais do que julgamento ou mesmo protagonismo.
Procure falar menos hoje. Escute mais.
Consiga pelo menos trinta minutos sem um eletrônico por perto.
Não se preocupe. Você não precisará salvar o mundo nessa meia hora e também ninguém pensará que você
morreu por não responder mensagens ou ligações nesse curto período de tempo.
Perceba o quanto essa desconexão pode propor algum outro tipo de conexão.
Resista aos comichões. Se seu grau de vício aos eletrônicos for alto, perceberá o mal-estar e o quanto isso é
absurdo. Um sinal de que precisa fazer algo a respeito.
Se não fizer falta, é também um sinal de que poderá fazer isso mais vezes e buscar mais conversas com os
outros ou consigo mesmo.
Enfim, proponha-se um dia diferente. Apenas hoje.
Perceba, ao final deste período, quais os resultados.
Note como não percebia que estava em modo automático em muitas situações em que não precisava estar.
Identifique o que deseja manter, no que diz respeito às rotinas, e o que poderia, quem sabe, fazer diferente.
Não se deixe levar pela repetição dos dias.
Na natureza nada se repete. Todo dia é sempre outro. Tudo é sempre renovação. Por que, então, para você,
deveria ser de outra forma?
Pense nisso: e se hoje, tudo fosse diferente?
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #vida #comportamento #reflexão #melhoriaintima #autoconhecimento #conselhos
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139. MÁGOA DESNECESSÁRIA

As relações humanas serão sempre pautadas pela dificuldade que trazemos na alma. E não poderia ser
diferente.
Como somos seres em evolução, muito ainda há que se construir nas conquistas emocionais para que
o equilíbrio, a justiça e a retidão sejam as ferramentas no relacionamento humano.
Não é raro indivíduos que, desgastados pelos embates humanos, cansados das dificuldades de
relacionamento, alegam preferir viver isolados do mundo, sem a necessidade de suportar a uns e
aguentar a outros.
O raciocínio se torna quase que natural, frente a tantos esforços que temos que empreender, tanta
paciência a exercitar, no trato com o semelhante.
E não são poucos aqueles que se isolam do mundo. Seja buscando uma vida de eremita, fechando-se
em seu lar ou isolando-se em essa ou aquela instituição. Esses buscam a paz que não encontravam
nas relações sociais e familiares.
Muito embora assim o façam, imbuídos, por vezes, das mais nobres intenções, esquecem-se de que, ao
isolar-se, ao fugir da sociedade, perdem a grande chance do aprendizado da convivência.
Somente nos atritos que vivemos é que vamos encontrar a chance do amadurecimento das
experiências, de crescer, de superar aos poucos os próprios limites de interação social.
Somos todos indivíduos criados para viver em conjunto e a vida solitária somente nos causaria graves
sequelas à vida emocional e psicológica.
***
É na experiência de viver com os outros que a alma tem a possibilidade de conhecer diversas formas de
aflições e exemplos inesquecíveis.
É natural que nossas relações não sejam sempre pautadas pela harmonia. São nossos valores íntimos
que determinam os entrechoques que, não raro, vivenciamos, ou os envolvimentos afetivos de
qualidade, que usufruímos.
Como ainda não nos acostumamos a viver em estabilidade íntima por longos períodos de tempo, vez ou
outra surgem dificuldades, problemas, indisposições variadas em nossos relacionamentos.
Pensando assim, pode-se concluir o quanto é desnecessário e improdutivo viver-se carregando no
íntimo mágoas e malquerenças.
Ninguém há no planeta que não se aborreça quando recebe do outro o que não gostaria de receber. No
entanto, não podemos esquecer que ninguém também pode afirmar que, com seu modo de falar, de ser
e de agir, não cause aborrecimentos e mágoas a outras pessoas, ainda que involuntariamente.
Desta forma, cabe a cada um de nós procurar resolver mal-entendidos, chateações e mágoas com os
recursos disponíveis do diálogo, do entendimento, da desculpa e do perdão.
Afinal, se outros nos magoam, de nossa parte também acabamos magoando a um e outro, algumas
vezes.
Assim pensando, podemos concluir ser uma grande perda de tempo e um sofrimento dispensável o
armazenamento de sentimentos como a mágoa ou a raiva no coração.
Há tanto a se realizar de bom e de útil a cada dia, e o tempo está tão apressado, que perde totalmente
o sentido alimentarmos mágoa na alma, qualquer que seja a intensidade.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 41, do livro Ações corajosas para viver em paz, por Benedita Maria e Raul Teixeira.
***
#momentoespirita #vida #comportamento #reflexão #mágoa #perdão #ressentimentos #conselhos
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140. POEIRA DE ESTRELAS

Um dos maiores presentes que a astrofísica moderna nos deu veio de uma cientista americana de nome
Margaret Burbidge.
No ano de 1957, ela publicou um artigo que demonstrava que todos os átomos de nosso corpo: nitrogênio,
ferro, carbono, todos eles, têm origem em fornalhas cósmicas.
Esses elementos estão no núcleo de todas as estrelas, que os cria pela fusão termonuclear.
Isto é, a estrela explode e espalha esses elementos, essa matéria, em uma grande nuvem de gás, que vai
formar a próxima geração de sistemas estelares, onde estamos incluídos.
Portanto, tudo que há de matéria em nosso planeta, incluindo nosso corpo, é feito do mesmo material: a
poeira de estrelas.
Assim, quando olhamos para uma linda noite de céu estrelado e nos achamos pequenos diante de tanta
grandeza, pensemos:
O Universo está vivo dentro de mim. Sou parte deste todo e me sinto imenso.
Falamos não de um sentimento de vaidade ou orgulho, que nos coloca em patamares superiores ao que
realmente estamos. Falamos de um sentimento de pertencer, uma verdadeira honra em ser parte de algo tão
sublime.
Somos poeira estelar, sim, pois nossa vestimenta corpórea compartilha dos mesmos elementos de Sírius, de
Aldebaran e do nosso indispensável sol.
Somos também princípio espiritual.
***
Deus, a Suprema Inteligência, não poderia reinar apenas sobre a matéria bruta. Assim, em Seu Universo
perfeito, como coroamento da sua Criação, concebeu o Espírito.
O ser inteligente da Criação, que realiza sua saga evolutiva pelas estrelas, passando por inúmeras
experiências em corpos materiais, até que esteja devidamente depurado.
Assim, as constelações são também moradas temporárias, lugares de aprendizado, onde amadurecemos os
sentimentos, onde vamos aprendendo a amar a nós mesmos, ao nosso próximo e ao Criador.
Percebamos, assim, como somos afortunados. Percebamos a sublimidade do que nos envolve, mesmo que
ainda aos poucos.
Quem sabe, comecemos a entender a importância das formas de nos conectarmos mais intensamente com
tudo isso.
Quando falamos em oração, não nos referimos à antiga prática externa de repetição de palavras, ou petitório
insistente.
Pensemos na oração como essa conexão com a essência do Universo, que está lá fora, mas que está
também dentro de cada um.
Meditar, silenciar a alma, deixar-se encantar pelas belezas que nos cercam, são formas eficazes de
mantermos a ligação com o todo.
Por vezes, o atendimento das urgências da sobrevivência da vida material nos fazem perder esse contato,
nos fazem desconectar de nossa intimidade divina.
Que possamos nos lembrar diariamente de nossa essência, de quem somos, de nossa origem. E que isso
nos dê forças, que isso nos faça permanecer com a certeza de que somos grandes e temos destinos
grandiosos.
Da próxima vez que observarmos o céu repleto de pontos luminosos, da próxima vez que ouvirmos alguém
falar de bilhões, trilhões e de dimensões inimagináveis, pensemos:
Eu faço parte de tudo isso! Minha vida não é e não será vivida em vão.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #vida #reflexão #matéria #espírito #conhecimento #vidamaterial
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141. ORAÇÃO DA PALAVRA

Senhor! Tu me deste a palavra por semente de luz.


Ajuda-me para que eu não a envolva na sombra que trago comigo.
Ensina-me a falar para que se faça o melhor.
Ajuda-me a lembrar o que deve ser dito e a lavar da memória tudo aquilo que a Tua bondade espera seja
atirado no esquecimento.
Quando a irritação me procure, inspira-me o silêncio. Onde se alastre o incêndio da incompreensão ou do
ódio, que eu possa ser quem pronuncie a frase calmante que consiga apagar o fogo da cólera.
Em qualquer conversação, inspira-me o conceito certo que se ajuste à edificação do bem, no momento
exato. Faze-me vigilante para que o mal não me use, em favor da perturbação.
Não me deixes emudecer, diante da verdade. Conserva-me em Tua prudência, a fim de que eu saiba dosar a
verdade, em amor, para que a compaixão e a esperança não esmoreçam, junto de mim.
Traze-me o coração ao raciocínio, sincero sem aspereza, brando sem preguiça, fraterno sem exigência e
deixa, Senhor, que a minha palavra te obedeça a vontade, hoje e sempre.
***
Como se faz importante cuidarmos da palavra.
Ela nos foi dada como semente de luz.
Por isso, não a envolvamos em sombras. Não nos permitamos torná-la agente de incompreensão e violência
na face do planeta.
A palavra tem um poder que, muitas vezes, desconhecemos.
Uma palavra dita no momento certo, vinculada à proposta do bem, é capaz de curar séculos de dor.
Da mesma maneira, um dizer descuidado, no calor da raiva, pode iniciar processos longos de aflição.
A poetisa americana Emily Dickinson, certa vez, afirmou: Dizem alguns que a palavra morre no momento em
que é proferida. Eu digo que ela começa a viver naquele momento.
Tinha razão. A palavra é viva. Carrega vibrações, carrega intenções e, por isso, tem poder transformador.
Uma vez lançada, voa livre.
É como se um pouco de nossa alma fosse junto em cada dizer, em cada frase. Como se uma porção de tudo
aquilo que acreditamos e somos tomasse corpo, ganhasse o espaço.
Ela pode aconchegar alguém ou lhe fazer muito mal.
***
Dessa forma, nos perguntemos o que andamos oferecendo, com nossas palavras, aos que nos rodeiam.
Quais são as primeiras palavras que dizemos ao acordar? Quais são as últimas que saem da nossa boca
antes de nos entregarmos a uma noite de sono?
Quais são as principais características das palavras que mais usamos nas conversações familiares, nas
rodas de amigos?
E quando ninguém está por perto? Quando ninguém está vendo, quais são as palavras que nos permitimos
pronunciar?
Será que nossas palavras têm sido veículos de luz? Será que temos conseguido ser, em alguns momentos,
instrumentos de paz, de conciliação, de bom senso?
Cuidemos da palavra. Observemos nossa palavra.
Que nosso silêncio seja o silêncio do autocontrole, do respeito, da simplicidade, nunca o da omissão e da
falta da verdade.
A habilidade de nos manifestarmos pela palavra ou silenciarmos, faz parte de uma educação profunda,
quase que uma arte, buscando a excelência da expressão.
Cuidemos da palavra. Assim agindo, estaremos preservando a saúde de nossa alma e do planeta.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 32, do livro CAMINHO ESPÍRITA, por Espíritos Diversos e Francisco Cândido Xavier, ed.
IDE
***
#momentoespirita #palavra #reflexão #vigilância #conhecimento #disciplina
165

142. JESUS E AS MULHERES

Ele viera para as ovelhas perdidas da Casa de Israel. Apresentou-Se como o Bom Pastor, aquele que dá a
vida pela das Suas ovelhas.
Toda Sua vida foi um hino de amor ao Seu rebanho.
Ele oferece consolo, dignidade, paciência. E todo Ele é gratidão.
Para a mulher, reservou especial atenção.
Ele atravessa a Samaria para se encontrar com Fotina. Ela não era nenhum modelo de virtude.
Conforme Ele mesmo afirma, ela tivera cinco maridos. E o homem com o qual vivia não era seu marido.
É para essa samaritana que Ele se apresentará como o Messias, Aquele que o povo aguardava há séculos.
Tinham quase perdido a esperança porque as vozes proféticas haviam se calado há quinhentos anos.
Ele lhe oferece a água viva, aquela que dessedenta para sempre. Quem a beber, jamais tornará a ter sede.
Ela será a mensageira de Sua presença na cidade de Sicar, onde residia. Para o futuro, seria conhecida
como A Iluminadora.
Em Magdala, uma mulher era muito malvista. Durante o dia, todos desviavam o olhar e ninguém a ela se
dirigia.
Era uma vendedora de ilusões. Aqueles mesmos que a desconheciam publicamente, a procuravam, à noite,
para saciar a sua própria fome de prazeres.
Quando ela descobre o amor verdadeiro, se transforma. Reformula sua vida, para descrença dos que a viam,
agora, sem o fausto da sua mansão e sem os seus servos.
Foi a essa mulher que o Divino Pastor reservou a primeira grande notícia. Ele estava vivo. E lhe diz que vá
dar a notícia aos Seus discípulos, a todos os que lhe choram a morte na cruz.
Arauto da ressurreição.
***
Jesus era judeu. Conhecia a lei e os costumes. Que terá buscado dizer com Seus gestos, evidenciando a
mulher?
Talvez desejasse lembrar ao povo as virtudes das mulheres que constituíam a honrosa história de Israel.
Estariam eles esquecidos da sabedoria de Débora, a quarta juíza de Israel?
Da rainha Ester, esposa do rei Assuero, que com sua coragem, denuncia a trama que levaria para a morte
centenas de judeus?
Estariam esquecidos de Rute, a Moabita, que acompanha sua sogra, ambas viúvas, de retorno a Belém?
Seu objetivo é servi-la, é auxiliá-la.
O seu povo será o meu povo. O seu Deus será o meu Deus.
Assim se expressa e assim se define, em todas as suas ações. Essa extraordinária mulher se tornaria a
bisavó do rei Davi.
Estariam os homens esquecidos da grandeza de tantas mulheres?
Não honravam Raquel, a mãe espiritual da nação israelita? Estariam esquecidos de Lia, a primeira esposa
de Jacó, que gerara quatro dos filhos das dozes tribos de Israel?
Por isso, Jesus exalta a reforma moral de Fotina. A transformação extraordinária de Maria, de Magdala.
Em outro momento, louva a amizade sincera e o carinho de Maria, de Betânia.
***
E, mais do que tudo, reverencia a mulher que lhe serviu de mãe: Maria, de Nazaré.
Para essa, todo o cuidado e toda a atenção.
Mulher, eis aí teu filho.
Entrega Sua mãe a quem Ele sabe que dela cuidaria, muito mais do que Seus irmãos, que tinham suas
famílias e seus negócios constituídos.
As mulheres, agradecidas, lhe formam uma coroa viva, acompanhando-O por onde fosse, até ao pé da cruz.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #Jesus #reflexão #mulher #conhecimento
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143. QUANDO ENTES QUERIDOS PARTEM

A morte de nossos entes amados, especialmente aqueles ligados a nós pelos laços familiares ou de
profunda amizade, é uma das experiências mais difíceis que podemos vivenciar em nossa caminhada
terrena.
Quando, como consequência, ela também nos carrega o suporte emocional ou financeiro, ainda mais
dolorido é esse transe, pois adiciona outros fatores de angústia à dor da ausência daquele que partiu.
Nesse momento, não raras vezes, nos revoltamos contra Deus, chegando a questionar a Sua justiça.
Por que fez isso comigo?
Por que levou meu filho tão jovem, se tinha toda uma vida pela frente?
Onde está a tão falada justiça de Deus, que retirou a fonte provedora do lar?
E agora, o que será das crianças que ficaram órfãs?
Por que Deus leva os bons e deixa os maus?
Esquecemos que, sendo Deus soberanamente justo e bom, as ocorrências em nossas vidas obedecem a
uma Lei, chamada de causa e efeito. Nada de injustiças ou descuidos da Divindade.
Aquilo que, no presente, nos parece um mal tem razões objetivas, que desconhecemos. De qualquer modo,
sempre são oportunidades de crescimento e aprendizado para nós.
Com a visão ainda estreita, acanhada, da vida espiritual, quase nunca nos ocorre pensar sob a ótica do ser
amado que partiu.
Estava feliz?
Sofria?
Porventura já não tinha cumprido a sua missão por aqui?
Com essas interrogações, não queremos dizer que devamos ser indiferentes à partida desses que são
nossos afetos mais queridos.
Desejamos somente convidar à serenidade. Serenidade para aceitar que chegou o momento da partida,
conforme planejamento divino.
E, dessa forma, nos cabe vivenciar o luto, nos permitirmos chorar, mas sem desespero, nem revolta, nem
desânimo.
***
Aqueles que partem, concluíram sua missão. Mudam sua forma, continuando a viver, como Espíritos imortais
que todos somos.
A inevitável saudade, que fica, a devemos cultuar no altar da alegria, agradecendo as horas, meses ou anos
que pudemos desfrutar de sua companhia.
Recordar com carinho os momentos felizes, gratos ao Criador por tudo que construímos juntos.
Mantendo a serenidade, poderemos registrar todas as vezes que esses amados nos visitam, igualmente
saudosos, porque a saudade bate lá tanto quanto bate cá.
Poderemos lhes sentir o abraço, identificar as confidências da sua ternura, insuflando-nos bom ânimo e
dizendo: Um dia, tornaremos a estar juntos. Trabalhe e espere.
***
A morte não é o fim, mas o início de uma nova etapa. É o regresso à verdadeira vida, da qual este mundo é
apenas cópia imperfeita.
Reencontraremos nossos amores mais cedo ou mais tarde, pois, em verdade, começamos a morrer no
instante em que renascemos.
Muitas vezes, nos haveremos de encontrar com nossos amores, durante o sono, quando aliviaremos um
pouco a saudade e ganharemos forças para continuar a nossa jornada terrestre.
A lembrança dos momentos felizes compartilhados enche de alegria os corações nos dois planos da vida,
sendo um poderoso instrumento de sintonia com aqueles que fizeram a jornada de regresso antes de nós.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #desencarne #reflexão #vida #conhecimento
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144. DIVIDIR PARA MULTIPLICAR

Aquele garoto chegara à cidade cheio de esperanças.


Era muito bem disposto e gostava de compartilhar com os amigos o que tinha ou sabia.
Seu pai comprara uma chácara muito próxima da cidade, e ele seguia feliz, de bicicleta, para a nova escola.
Queria conhecer os colegas, fazer amizades, e estudar muito, o que era seu maior prazer.
Além dos livros escolares, tinha outros livros interessantes, ilustrados. Também gostava de ler jornais e
revistas, por isso, estava sempre bem informado.
Na escola, a professora extremamente dedicada, fazia o possível para que seus alunos aprendessem.
Porém, ele notou a dificuldade de alguns colegas em assimilar as lições.
Assim que fez amizades, chamou-os para conhecerem sua casa durante a tarde e quase todos foram.
Qual não foi a surpresa quando chegaram e viram tantos livros, jornais e revistas numa grande sala de
estudos.
Percebendo a surpresa e a curiosidade dos amigos, diante da sua pequena biblioteca, ele expôs uma ideia: se
quisessem, ele poderia compartilhar com eles aquele seu tesouro.
Desde então, a presença dos amigos passou a ser rotina na chácara.
Toda tarde eles liam, conversavam sobre os livros e revistas, comentavam os assuntos vistos na classe,
brincavam e ainda tomavam leite com bolo na hora do lanche.
Não demorou muito tempo para a professora perceber a mudança no interesse e aprendizado.
Diante dos comentários, o menino informou que simplesmente buscara colaborar com seus amigos e
compartilhara com eles, além das brincadeiras em sua chácara, seu material de estudos e leitura.
E que era muito bom vê-los com nova disposição, interessados em estudar e aprender.
***
Nenhum sucesso se realiza isoladamente.
Não é por acaso que vivemos em sociedade.
Quem deseja uma vida próspera em aprendizado e fraternidade, deve colaborar com o progresso dos demais.
Quem escolhe viver bem deve ensinar aos outros como fazer o mesmo, porque o valor de uma vida é medido
pelas vidas que influencia, pois sabe que o bem-estar de cada um está ligado ao bem-estar geral.
De nada adiantaria lutarmos sozinhos por uma vida melhor, cercados de sofrimentos e dificuldades alheias.
Temer a concorrência faz de nós verdadeiros ignorantes ilhados, enquanto compartilhar o que temos e
sabemos, faz multiplicar o bem e o bom ao nosso redor.
Ninguém é melhor que outrem, apenas alguns percebem melhor as oportunidades e a elas se dedicam,
buscando sua evolução, enquanto outros se acomodam diante da vida.
Ensinar compartilhando é dar oportunidades por igual.
É necessário confraternizarmos, trabalhando sempre pelo bem geral.
Muitos desconhecem a lei divina do trabalho.
Trabalhar é necessidade prioritária em nossas vidas.
Existem trabalhos que exercitam o físico, e trabalhos que exercitam o intelecto.
Toda atividade útil, que colabora para a evolução do homem e do mundo, é abençoada.
Trabalhemos em prol da educação, da evolução.
Saber dividido se multiplica.
Reconhecer-se como um ser imortal, que tem por meta progredir e fomentar o progresso ao seu redor, permite
viver com mais alegria.
Fazer ao outro o que gostaríamos que nos fizessem, é a melhor e mais gratificante receita para a vida.
A amizade constrói a união, e a união edifica a fraternidade.
Compartilhemos o nosso melhor e o mundo se tornará melhor.
Sempre há oportunidade de compartilhar.
Fiquemos atentos e não percamos a chance.
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Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #amizade #reflexão #fraternidade #conhecimento
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145. A PRECE EM NOSSAS VIDAS

A prece é uma forma de comunicação informal e espontânea com a Divindade ou algum poder
espiritual, no qual confiamos.
Geralmente, a formulamos para pedir ajuda, orientação ou proteção. Também para agradecer e louvar,
ou seja, reconhecer bênçãos e oportunidades.
Ela pode ser falada ou silenciosa. Pode ser realizada individualmente ou em grupo.
Podemos considerá-la como um ato de súplica, de agradecimento ou de devoção.
Importante que compreendamos a ação, o significado e alcance da prece.
Longe de nós o uso de palavras aprendidas, que os lábios pronunciam num hábito adquirido, mas
deixam frio o coração em seus impulsos.
Ao contrário, deve ser uma entrega do coração, num pensamento de amor, de respeito, de confiança e
abandono. Enfim, um veemente impulso interior, único!
Desde o despertar, nossa alma deveria se elevar pela prece, ao infinito, experimentando uma como
primavera de pensamento que, nas circunstâncias diversas da existência, nos alimenta e nos renova as
energias.
Devemos ver a prece como o prisma do farol que indica ao náufrago a praia salvadora.
Se a tivermos sempre no coração e na mente, rapidamente brotará nos lábios.
No perigo, mediante duas palavras, proferidas com fé: "Meu Deus!" - enviamos nossa prece ao Criador.
Esse brado, essa deprecação ao Todo-Poderoso constitui a explosão da verdade que em nós se
encontra: o Pai vela por nós.
Quando expostos aos perigos, à míngua de todo socorro material, formulamos um voto: é a prece, cuja
sinceridade sobe radiosa Àquele que nos pode auxiliar.
Quando ruge na Terra a tempestade, grandes e pequenos trememos ao considerar a própria
impotência. É quando pedimos: "Deus! Preserva-nos de todo perigo!"
É o abandono completo, na prece, Àquele que, por Sua vontade, tudo pode.
Quando chega a idade em que nos desaparece a força, em que os anos fazem sentir todo o seu peso,
em que a alma ensombrada pelos sofrimentos, pela fraqueza que a invade se sente incapaz de reagir;
Quando, finalmente, nos vemos acabrunhados pela inércia, a prece nos vem acalmar e fortalecer as
derradeiras horas que devemos permanecer na Terra.
Em qualquer idade, quando nos assediam as provas, quando sofre o corpo e, sobretudo, o coração
amargurado já não deixa repousar feliz o pensamento no que consola e atrai, é na prece, unicamente
na prece, que a alma pode buscar a calma.
***
Dessa maneira, ensinemos desde cedo a criança a orar.
Todo ser, mesmo no extravio das paixões, conserva a lembrança da impressão recebida no limiar da
vida.
No crepúsculo da existência percorrida, torna a encontrar o encanto ainda presente dos anos
abençoados em que, iniciando-se na vida, respirava sem temor, vivia sem inquietação, proferindo nos
braços de sua mãe este nome tão grande e tão doce - "Deus!", que ela lhe ensinava a murmurar.
Haurindo força e convicção nessa piedosa lembrança, ele repetirá com toda a confiança, no último
adeus à Terra, a prece aprendida no primeiro sorriso.
Sirvamo-nos constantemente da prece.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. IX, item A PRECE, do livro CRISTIANISMO E ESPIRITISMO, de Léon Denis, ed. FEB
***
#momentoespirita #prece #reflexão #oração
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146. ANÚNCIOS DE PRIMAVERA

Quando florescem os ipês em minha cidade, sei que a geada não tornará a se manifestar nesta estação
invernosa.
Os ipês floridos, derramando seu amarelo na grama verde, em fantasias nacionais, são anúncios da
primavera, que se prepara para reinar, por noventa dias.
São como batedores que vêm à frente, verificando as veredas e embelezando as estradas, as ruas, as
avenidas e as praças.
***
Recordamos que, há cerca de dois mil anos, um homem se ergueu na Palestina, andando pelos caminhos,
alertando as populações.
Semelhante aos ipês, Ele anunciava a nova estação que estava prestes a encher de flores de esperança o
mundo. O Seu era o anúncio da primavera da renovação.
Preparai os caminhos do Senhor...
Depois de mim, virá Aquele do qual não sou digno de desatar as sandálias.
Eu sou a voz que clama no deserto... no deserto dos corações humanos.
E o Batista trazia as sementes fartas de profecias anunciadas há séculos.
O Rei se encontrava entre os homens. E escolheu o palco da natureza para entoar sua canção de amor.
Compôs poemas e somente os corações de boa vontade registraram Seus versos, na intimidade do próprio
ser.
Mas os versos ficaram ecoando, levados pelos ventos, repetidos pelas montanhas, acolhidos entre as
paredes generosas dos que aderiam ao convite. Convite do amor. Convite para amar.
Era o auge da primavera. O Governador planetário viera para estar com os Seus.
Estou entre vós como quem serve. Eu sou o Bom Pastor.
Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou se perderá. O pastor dá a sua pela vida das suas ovelhas.
Crede em Deus. Crede também em Mim.
Versos recitados na montanha, no vale, nas estradas. E dedilhados no alaúde do lago de Genesaré.
Primavera celestial. Jamais igualada.
***
Nos dias que vivemos, novos anúncios se fazem. A era da regeneração se aproxima e a pouco e pouco se
instala.
Os arautos se multiplicam. A genialidade retorna ao palco do mundo e as crianças declamam, versejam,
compõem sinfonias e executam peças magistrais, em evocações da Sublimidade Celeste.
Gênios avançam estudos nas ciências, sonhando com viagens interplanetárias, em mensagem de vera
fraternidade.
E outros se debruçam sobre lâminas, livros, em laboratórios, academias, institutos, em investigações que
objetivam a cura de males que afligem seus irmãos, o diminuir das dores.
Outros mais empreendem campanhas em prol dos que nada ou quase nada têm. As suas preocupações não
são os folguedos da infância, mas sim o bem-estar de outras tantas crianças, amigos próximos ou
desconhecidos distantes.
Primícias de primavera. Primavera nos corações. Primavera de um mundo novo, regenerado. Um mundo em
que o homem abandonará as armas que aniquilam e abraçará a lira, a ciência, a arte, o amor.
Um mundo que já se faz presente. Como os ipês que bordam arabescos pelo chão, que enchem os olhos e
afirmam: A primavera se aproxima!
Pensemos nisso e deixemo-nos penetrar pelo hálito primaveril do mundo novo.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #primavera #reflexão #transiçãoplanetaria
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147. LIBERTAÇÃO

Alguma vez conseguimos entender o sofrimento como um processo de libertação?


Para quem está no instante crítico da dor, isso parece difícil de aceitar. Libertar-se, nesse momento, seria
apenas buscar alternativas urgentes de se livrar da aflição.
Ninguém gosta de sofrer. - Comentamos.
No entanto, Jesus nos apresentou novas perspectivas sobre essa questão.
Quando o Mestre reserva metade das bem-aventuranças para prescrever como lidar com o sofrimento, está
nos demonstrando, em primeiro lugar, como a questão é importante.
Em segundo lugar, como a Sua é a proposta de explicar e consolar. Acolher a dor e compreender o seu
significado.
Jesus aponta para os felizes dias futuros que teremos todos aqueles que soubermos administrar essa
questão, em nossos dias.
Quem aprende com a dor, sai moralmente maior pois aquele que sofre com resignação, extrai da experiência
todo seu potencial educador.
Por isso, a dor é uma libertação. Libertamo-nos do passado, da ignorância, da ingenuidade e da
insensibilidade.
A dor é lição, matéria escolar necessária em nosso processo de amadurecimento espiritual.
***
A Doutrina Espírita nos fala sobre leis maiores. Sobre um Universo regulado por mecanismos perfeitos que
regem tudo, desde o movimento das coisas até a relação dos seres.
Qualquer desequilíbrio que causemos, qualquer infração a essas leis, gera imediatamente um movimento
natural de ajuste, de conserto, de dívida. Demos o nome que queiramos.
Adquirir uma dívida é simplesmente assumir um compromisso perante as leis que infringimos.
Se, no mundo imperfeito dos dias atuais, ainda conseguimos escapar utilizando esse ou aquele subterfúgio,
na esfera da Perfeição Divina isso não é possível.
Assim, ainda cometemos desatinos. Ainda, propositalmente, prejudicamos o próximo e, como consequência,
a nós mesmos.
Toda vez que procedemos dessa forma, a lei nos chama à sua presença educadora e nos diz: Precisamos
devolver ao equilíbrio aquilo que foi colocado em desarmonia.
É o momento em que somos inseridos nos métodos de ajustes, de reajustes, de expiações, que nos fazem
voltar aos trilhos.
Por isso, quando estamos aqui, no momento agudo de um desses reajustes, nos anos difíceis e afligentes
que parecem que não passam nunca, é importante que lembremos da ideia de libertação.
Digamos a nós mesmos:
Estou me libertando. Assumi esse compromisso. Comprometi-me de alguma forma e agora, aceitando com
responsabilidade as consequências, aqui estou. Venha o que vier, passarei por tudo procurando aprender.
Isso não quer dizer que será fácil, que não iremos sofrer e que não haverá momentos de profundo desânimo.
Nesses momentos, lembremos que não estamos sozinhos.
***
Se as aflições são lições duras, que não conseguimos assimilar, podemos contar com inúmeros tutores do
bem, que estão prontos a sentar ao nosso lado e dizer: Estou aqui. Vamos lá. O que você não está
entendendo? Posso ajudar?
Mantenhamos sempre no coração essa proposta, esse grande propósito de toda grande expiação:
libertação.
Firmes, resolutos, caminhemos para nos libertarmos.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #sofrimento #reflexão #dor #libertação #causaeefeito #açãoereação
171

148. ALGUNS VELHOS CONHECIDOS NOSSOS

Elas chegam de maneira inesperada. Assaltam o castelo da tranquilidade íntima e se tornam salteadoras da
paz.
Inesperadas, não enviam aviso prévio, nem anunciam dia e hora da interferência, em assuntos da vida
privada.
São como tempestades destruidoras; terremoto debaixo dos pés; inundação de chuvas torrenciais na seara
de cada um, transformando os campos em lodaçal ou pântano imprestável.
Afugentam os amigos. Arrebentam as portas, permitindo a entrada de outros cúmplices.
Quebram o telhado, derrubam muros e desfolham as árvores da paciência. Pisoteiam os ramos floridos do
jardim, tornando a primavera em cinzentos outonos de folhas mortas.
Transformam-se em amargas provações. Difíceis testemunhos. Quase insuperáveis expiações.
Não são demônios, entidades sombrias ou feiticeiras dos castelos medievais, voando em suas vassouras
sobre nossas cabeças, com suas risadas terríveis.
São velhos conhecidos nossos, despertados por gatilhos emocionais ou autorizados pela Excelsa
misericórdia a nos visitar em tarefa de despertamento.
Escurecem os céus de brigadeiro, revoltam as águas do mar calmo onde antes navegávamos, alterando
nossa rota para traiçoeiros recifes em praias desconhecidas.
Não são nossos desconhecidos. São inquilinos que admitimos em nossa hospedaria íntima em algum
instante da caminhada. Ocupam um quarto e ignoram o dia da partida.
Respiram a mesma atmosfera psíquica do proprietário da pousada. Comem na mesma mesa, possuem
enorme afinidade de prazeres e objetivos existenciais.
E nós lhes damos nomes diferentes da sua real identidade.
Ao egoísmo chamamos proteção.
A vaidade denominamos cuidado corporal.
A arrogância apresentamos como defesa justa.
A tirania deixamos passar como autoridade e disciplina.
Ao ciúme conferimos a carteira de identidade de amor.
Onde a Divindade que não nos socorre quando da visita dessas fúrias?
Quem nos protegerá diante de tão severas tempestades?
***
Levantava-se um grande temporal, com vendaval e ondas rebentando contra o barco, que estava
praticamente repleto de água.
Jesus dormia deitado na parte traseira do barco, com a cabeça em uma almofada.
Percebendo, no entanto, o desespero dos discípulos despreparados, despertou e ordenou ao vento e ao
mar: Aquietai-vos!
A tempestade parou e fez-se uma grande calmaria.
***
O Evangelho de Jesus e Sua proposta de amor são nossa grande proteção contra os temporais causados
por esses velhos conhecidos nossos.
O trabalho no bem permite encarar as tormentas sem o medo que paralisa, administrando tudo com
seriedade e responsabilidade.
Chegará o dia em que domaremos nossas más inclinações assim como o Mestre domou o mar bravio e o
vento descontrolado.
Chegará o dia em que seremos capazes de dizer: Aquietai-vos! Para a alma intempestiva, para o desejo
incontrolável, para o egoísmo que nos separa de nosso próximo.
Sigamos Jesus e esse dia não demorará muito.
Com Jesus, toda fúria, que surge, trabalha nossa personalidade, nos aprimora e passa.
***
Extraído do Momento Espírita com citação de trechos da mensagem do Espírito Marta, psicografia de Marcel Mariano, em Salvador
***
#momentoespirita #reflexão #orgulho #egoismo #vaidade #arrogancia #trabalho #amor #autoconhecimento
172

149. QUE MUNDO MARAVILHOSO!

A canção foi escrita por Bob Thiele e George David Weiss. Gravada, pela primeira vez na voz de Louis
Armstrong, em 1967.
Alguns afirmam que, inicialmente, teria sido oferecida a outro cantor, que declinou da oferta.
Outros dizem que teria sido escrita especialmente para Armstrong. A intenção era que a música servisse
como antídoto ao carregado clima racial e político nos Estados Unidos.
Mas, também detalha o deleite pelas coisas simples do dia a dia.
What a Wonderful World - QUE MUNDO MARAVILHOSO - descreve as árvores verdes, as rosas vermelhas
que florescem para todos.
Fala do céu azul, das nuvens brancas, de um abençoado dia claro. Também da sagrada noite escura.
Faz referência às bonitas cores do arco-íris, aos rostos das pessoas que passam, dos amigos que se
cumprimentam.
Traduz, igualmente, um aceno a um futuro otimista ao se referir aos bebês que vão crescendo e irão
aprender muito mais do que possamos imaginar.
Tudo isso, em resumo, pode nos convidar a dizer, junto com o intérprete da canção: Que mundo
maravilhoso!
Criticado, certa feita, como podia achar o mundo maravilhoso com tantas guerras, fome, poluição, violência,
assim se pronunciou Armstrong:
Não é o mundo que é tão mau, mas o que estamos fazendo com ele.
Tudo que estou dizendo é que o mundo seria maravilhoso se apenas déssemos uma chance.
Amor, esse é o segredo.
Se muitos de nós nos amássemos, resolveríamos múltiplos problemas. E, então, este mundo seria algo
extremamente agradável e bem sucedido.
Um mundo maravilhoso.
***
A voz grave de Armstrong, seu trompete e o inconfundível modo de cantar, em que emitia sílabas como se a
voz imitasse um instrumento, se tornou sua marca registrada.
Era um homem otimista e agradecido.
Tendo vivido uma infância complicada pelo abandono do pai, a pobreza mirando firme, encontrou, numa
família de imigrantes judeus, gentileza e amparo.
Eu era apenas uma criança, confessava ele. Eles sempre foram gentis comigo. Fiz diversos trabalhos para
eles.
Além da compensação monetária, recebia uma refeição quente todas as noites e convites regulares para os
jantares de sábado.
Eles lhe adiantaram cinco dólares para que adquirisse seu primeiro trompete. Até o final de sua vida os
considerou como sua família, chegando a usar uma estrela de David.
Armstrong foi alguém que soube aproveitar todas as chances que lhe foram oferecidas. Desenvolveu
fortemente a sua maneira de tocar trompete, na banda da instituição onde permaneceu recluso por dezoito
meses.
Ele tinha onze anos e disparara uma pistola durante uma celebração de ano novo.
Foi ali que o professor Peter Davis instalou disciplina e lhe providenciou educação musical, percebendo, de
imediato, os pendores daquele menino.
Ao morrer, aos sessenta e nove anos de idade, Louis Armstrong deixou uma mensagem de quem soube se
dedicar ao que amava - a música, e desfrutou do mundo que Deus lhe concedera para viver, contribuindo
para torná-lo melhor: Eu tive o meu trompete, uma vida linda, uma família, o jazz. Agora estou completo.
Um homem agradecido.
***
Extraído do Momento Espírita com dados biográficos de Louis Armstrong.
***
#momentoespirita #reflexão #mundo #educação #criança
173

150. NOSSA PALAVRA

Um grave problema, na atualidade, provém da palavra.


Cada um de nós se serve dela como bem queira.
A força da palavra é uma realidade. Veículo do nosso pensamento e do magnetismo pessoal, pode construir
edificações nobres. Ou ocasionar calamidades.
Napoleão Bonaparte e Hitler mantiveram tropas e até mesmo nações inteiras sob o encantamento de suas
personalidades, conduzindo-as a terríveis confrontos de incalculáveis perdas materiais e humanas.
A palavra pode promover a paz ou a guerra. Se aliada ao exemplo pessoal, mais forte se torna.
Gandhi, utilizando seu verbo, pregou a não violência. Com sua palavra e seu exemplo, conseguiu a
independência do seu país.
O Rabi Galileu se serviu de Sua palavra para transformar o mundo, demonstrando, com Sua bondade e Sua
ressurreição, que falava a verdade, nada mais que a verdade.
Foi Ele que nos disse que o homem fala do que há em abundância em seu coração. O homem bom, tira
boas coisas do seu bom tesouro, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más.
E alertou para a responsabilidade na semeadura dizendo que teremos de dar conta de toda palavra ociosa e
que seremos justificados ou condenados pelas nossas palavras.
***
Individualmente, já percebemos a força que podemos acionar através do nosso verbo?
Quantas vezes provocamos confusões com o que denominamos de comentários inocentes, muito sem
importância?
Postagens em redes sociais, comentários em grupos de WhatsApp vão muito além do círculo que possamos
imaginar.
E o estrago que provocarem cairá sobre nossos ombros.
O incêndio imenso da floresta poderá não ter sido nossa intenção. Mas se fomos quem acendeu a faísca
inicial, a responsabilidade recai sobre nós.
A respeito dos desastres provocados pela língua desenfreada, encontramos os seguintes registros:
Os homens controlam os movimentos do cavalo, colocando-lhe na boca um pequeno freio.
A língua humana é fisicamente pequena, mas pode causar grandes estragos. Pode envenenar o corpo inteiro
e fazer da vida um inferno abrasador.
Os animais, as aves, os répteis e todas as espécies de seres vivos podem ser, e são de fato, dominadas pelo
homem.
Só a língua humana não pode ser domada. O veneno que espalha é mortal.
Pensemos e repensemos o que temos feito com esse instrumento que nos foi dado por Deus.
Podemos usá-lo para louvores ao Pai Criador ou para agredir ao nosso semelhante.
Não é estranho isso?
***
Se olharmos uma fonte veremos que dela não poderemos obter, ao mesmo tempo, água doce e salgada. Por
que, então, um instrumento tão precioso, tornamos fonte de bondade em um momento, de maldade em
outro?
Sirvamo-nos da língua, pronunciando somente as palavras que edificam, que consolam.
Como cristãos, é preciso que produzamos o que leva ao bem, à boa palavra.
Se amamos o próximo, não levantemos falsidades sobre ele, nem o induzamos ao mal.
Não nos permitamos que saia de nossa boca nenhuma palavra agressiva, ofensiva.
Examinemos o sentido, o modo e a direção de nossas palavras, antes de pronunciá-las.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 14, do livro A CARTA DE TIAGO, de L. Palhano Jr., ed. Fráter.
***
#momentoespirita #reflexão #palavra #educação #boapalavra #vigilância #vigiar
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151. ENFERMIDADES

Quando o assunto é doença, todos temos uma história para relatar. Não existe quem não a conheça, por
si mesmo, ou através da experiência dos amigos, parentes, familiares, colegas.
Alguns a tememos tanto, que não nos permitimos sequer pronunciar a palavra, como se tal fato pudesse
atrair a enfermidade.
De um modo geral, falamos muito a respeito das enfermidades do corpo. Conversamos sobre infecções,
contágios, epidemias, traumatismos físicos, acidentes.
E, mais recentemente, todos conhecemos a pandemia que parou o mundo dos negócios, dos
relacionamentos, exigindo protocolos severos de higiene e isolamento.
Sofremos perdas de toda ordem: materiais, afetivas, enchendo-nos de medo e tristeza.
Também mencionamos as várias enfermidades da mente, em seu quadro de fenômenos psicológicos e
psiquiátricos, que se apresentam como insatisfações, desajustes, conflitos, alienações.
Contudo, nos esquecemos das doenças mais profundas, as do Espírito.
Enfermidades que nos permitem ouvir relatos assombrosos de dores amargas e continuarmos
indiferentes.
Sabermos de crianças apartadas de seus pais, de pequeninos entregues a trabalhos árduos para sua
tenra idade e não nos sensibilizarmos.
Padecemos da doença da impiedade que nos leva a arquitetar planos de vingança, espalhando dor e
desesperança.
A doença do ódio que tanto mais nos consome quanto mais lhe fornecemos combustível, tornando-nos
seres destruidores da paz alheia, semeando calúnias, difamações, envenenando pessoas umas contra as
outras.
A enfermidade do ciúme que nos infelicita as horas e nos torna insuportáveis para aqueles a quem
afirmamos amar de forma total.
***
É a falta de finalidade aplicada à existência que cria a ociosidade, que fomenta a maldade, que nos faz
desperdiçar o tempo.
Sem ideais a perseguir não há ações nobres a realizar e as horas passam com lentidão, sem ter algo
proveitoso que as preencha.
Sofremos da doença do orgulho, que nos faz acreditar que somos melhores do que os outros, que
ninguém, mais do que nós, merece a felicidade, as compensações da vida, tudo de bom que se possa
imaginar.
Portadores de tal vírus, desprezamos afeições, esquecemos da gratidão e do quanto necessitamos uns
dos outros para viver.
Todas as enfermidades do Espírito, em resumo, nos levam a esquecer e desrespeitar as leis humanas e
as divinas.
E seria tão fácil acabar com todas essas doenças. Bastaria que colocássemos em pauta a nossa vontade
e eliminássemos do mapa dos nossos comportamentos o egoísmo, a raiva, o medo, o ódio, a ansiedade.
O conhecimento e o respeito aos mecanismos de funcionamento da vida alteram a nossa maneira de ser
e nos proporcionam a saúde real, aquela que emana do Espírito para o corpo, refletindo a nossa
harmonia interior.
***
Jesus jamais adoeceu. Mestre por excelência, a Sua vida era de amor e pelo amor.
Com Seus atos e palavras demonstrou a grandeza da verdadeira saúde convidando-nos a vencer as
nossas paixões inferiores e a nos tornarmos semelhantes ao Pai que nos criou tendo como meta a
perfeição.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 17 do livro MOMENTOS DE ALEGRIA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco.
***
#momentoespirita #reflexão #doenças #provações #sofrimento #doençasdoespirito
175

152. CONVITE À SERENIDADE

A ansiedade, essa inquietude que toma conta do coração humano, é um desafio enfrentado por muitos em
nossa jornada terrena.
É como uma tempestade que agita as águas serenas de nossa alma, trazendo pensamentos acelerados,
preocupações incessantes e uma sensação constante de inquietude.
Por vezes, a ansiedade surge como uma resposta natural a situações desafiadoras que enfrentamos em
nosso cotidiano.
Diante de incertezas, medos e expectativas, nosso corpo e mente reagem de maneira intensa, buscando
uma resposta imediata para aquilo que nos aflige.
Quando nos deixamos dominar por ela, perdemos a capacidade de viver plenamente o momento presente,
ficando presos em um ciclo de preocupações constantes que nos consome.
Diante desse desafio, é fundamental aprender a acalmar a alma inquieta, buscando formas saudáveis de
lidar com ele.
Para tanto, aprendamos a cultivar a serenidade em meio às tormentas, buscando o equilíbrio entre as
demandas da vida e a necessidade de cuidar de nosso bem-estar emocional.
A serenidade é uma espécie de acordo entre o dever e o direito, que se equilibram, a benefício de nós
mesmos.
Quando conquistamos esse nível de consciência asserenada, não nos deixamos desestruturar, enfrentando
qualquer situação que se apresente.
Como consequência, não entramos em aflição por causa de problemas existenciais ou pessoas difíceis,
conferindo-lhes seus devidos níveis de importância.
Serenos, podemos nos considerar felizes, conservando a harmonia em qualquer situação.
Em equilíbrio emocional, não nos sentimos vítimas ante acontecimentos desagradáveis. Conseguimos nos
manter no caminho do meio, sem manifestações extremistas.
Não se trata de uma quietação exterior, ou de indiferença. Ao contrário, uma demonstração de segurança,
sem ansiedade de qualquer tipo.
***
Nosso modelo, Jesus, é nosso exemplo de serenidade. De maneiras diferentes, seja no monte, proclamando
o Sermão das Bem-aventuranças ou durante a crucificação, demonstrou segurança de si mesmo e confiança
em Deus.
Assim também, Buda permaneceu entregue à paz, durante suas meditações, apresentando suas quatro
nobres verdades ou quando sofrendo as terríveis perseguições dos seus declarados inimigos.
Compulsando a vida dos mártires, dos primeiros seareiros da Boa Nova, vamos encontrá-los firmes, serenos,
em suas pregações, em seus martírios.
É a confiança no conhecimento que temos, que nos confere segurança, certeza do que somos, para que nos
encontramos aqui e para onde seguimos.
Não nos permitamos, pois, perder a serenidade, em tempo algum. Mantenhamo-nos lúcidos, perante os
conflitos que nos envolvam, quaisquer que sejam.
Amemo-nos, elegendo para nós mesmos o melhor em termos de vida, de comportamento.
Se nos descobrirmos em erro, mesmo assim, não nos permitamos o desequilíbrio. Arrependamo-nos, não
deixando que a culpa nos perturbe as horas.
Recomponhamos os próprios passos, refaçamos atitudes, busquemos consertar equívocos cometidos.
Vivamos em serenidade, embora se apresente a borrasca ou os ventos tempestuosos nos desejem abalar.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 16 do livro MOMENTOS DE SAÚDE, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco.
***
#momentoespirita #reflexão #serenidade #equilíbrio #saúde
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153. TÊMPERA

A escritora Cecília Meireles, em uma de suas crônicas sobre educação, diz que não há nada como um
obstáculo na vida para revelar a têmpera das criaturas.
Ela se serve do termo utilizado na mecânica industrial dos metais, para falar sobre a resistência humana,
sobre sua capacidade de se submeter às altas e baixas temperaturas, moldando-se e remoldando-se.
Ela se refere à rigidez, à resistência. E escreve:
Quando a vida nos vai correndo normalmente, como um rio que resvala pelas pedras, e as nossas
ambições e os nossos desejos podem ir para frente, ao sabor da correnteza, somos, em geral, otimistas,
generosos, bons e corteses.
Nem tudo, na vida, porém, é facilidade. Em todos os destinos há, um dia, uma rocha, que é preciso
galgar.
Nesse momento, se revelam as criaturas tal qual são. Com seus sentimentos de coragem, de heroísmo,
de sacrifício, de resignação, de vaidade, de ódio...
Vem-nos à tona toda essa complexidade que somos, essa mescla dos séculos, de raças, de tendências,
que se debate no fundo da nossa subconsciência.
E, instantaneamente, a criatura grava na sensibilidade dos que a observam, com traços perduráveis e
nítidos, a fisionomia interior que possuía, sem que talvez ela mesma ainda a tivesse percebido.
Nisso se distingue o homem, perfeitamente educado, do que não é.
O primeiro, diante de cada vicissitude, procura absorvê-la, compreendê-la, aceitá-la com a mesma
simpatia com que acolheria uma oferta agradável.
Pesquisa-lhe o gosto da amargura e com serenidade o mantém nos lábios, até que eles se divinizem
bastante para lhe suportarem o amargor, sem se revoltar.
O outro... me dispensem de fazer o retrato do homem que ainda não é bastante forte, bastante grande,
bastante digno da sua condição de homem para receber nobremente um sofrimento - esse tributo da
nossa própria evolução!
***
A dor é a mensageira da esperança. Ela nos ensina a avançar com segurança.
Recordemos como Jesus, quando resumiu toda sua mensagem na magnífica fala do monte, ocupou-se
em mencionar as aflições, o sofrimento.
Falou dos que choram, dos que têm fome e sede de justiça, dos que são perseguidos e dos que seriam
injuriados. Metade das bem-aventuranças trata de nossa relação com as provações da existência
humana.
Ele nos ensinava a receber a dor, pacientemente, fossem quais fossem as circunstâncias em que a
defrontássemos.
Mostrava que no mundo teríamos aflições e elas fariam parte do processo de têmpera, de resistência da
alma em evolução.
O sofrimento de qualquer natureza, quando aceito com resignação, propicia renovação interior com
amplas possibilidades de progresso, fator poderoso, influente de felicidade.
A dor permite o desgaste das imperfeições, proporcionando o descobrimento dos valiosos recursos da
criatura.
Após a lapidação fulgura a pedra preciosa.
Aparada a aresta, a engrenagem se ajusta.
Trabalhado, o metal se converte em utilidade.
E o Espírito, sublimado pelo sofrimento reparador, se liberta.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. COMO SE DISTINGUE O EDUCADOR, do livro MELHORES CRÔNICAS, de Cecília
Meireles, ed. Global e no cap. 17 do livro FLORAÇÕES EVANGÉLICAS, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #reflexão #doenças #provações #sofrimento #têmpera #esperança
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154. S.O.S.

A existência na Terra pode muito bem ser comparada ao firmamento, que nem sempre surge azul e limpo.
Dias existem nos quais as nuvens da prova se entrechocam de improviso, estabelecendo o aguaceiro das
lágrimas.
Raios de angústia varrem o céu da esperança...
Granizos de sofrimento apedrejam os sonhos...
Rajadas de calúnia machucam a alma...
Enxurrada trazendo maledicência invade nosso caminho sem aviso.
Multiplicam-se os problemas, traçando os testes do destino nos quais é avaliado o aproveitamento dos valores
que o mundo nos oferece.
Precisamos de ajuda.
É preciso ativar algum sistema de defesa urgente, um mecanismo que nos auxilie a resolver os problemas para
que eles não nos derrotem.
***
O S.O.S. é o sinal de todas as nações para configurar as súplicas de socorro.
E cada um de nós pode lançar um aviso desses, do nosso próprio celular.
Igualmente, podemos ativar um S.O.S. para nós mesmos.
O primeiro S significa o Silêncio diante do caos.
A letra O representa a Oração frente ao desafio.
E finalmente temos mais um S, significando o Serviço perante o mal.
Funciona assim: se a discórdia ameaça, façamos silêncio.
Se a tentação aparece trazendo trevas para a estrada, nos sirvamos da oração.
Se a ofensa nos injuria, refugiemo-nos no serviço.
***
Uma grande parte dos problemas da vida poderiam ser evitados, se nos déssemos alguns segundos ou minutos
de silêncio.
Silêncio antes de retrucar, silêncio antes de retribuir a palavra feroz, silêncio antes da vingança.
Calar e refletir, por alguns dias, antes de uma decisão importante. Calar e nos colocarmos no lugar do outro,
organizando as ideias com a devida calma, e não agindo no calor do momento de agitação e raiva.
Precisamos muito desse tipo de silêncio!
Também da oração, pois nossa mente ainda é imatura, não sabe se comportar devidamente, não sabe julgar e
quase sempre se perde em desatinos.
Nossos pensamentos precisam de ajuda e a oração é uma fonte segura de auxílio.
Ela nos libera de ideias perniciosas, nos faz sair dos ciclos viciosos, das monoideias.
Elevar a mente em oração é mudar a nossa frequência mental.
Ela nos coloca em contato com quem nos pode ajudar, nos permite ouvir nosso Espírito protetor, nos torna
possível escutar bons conselhos.
Também nos coloca em contato com o nosso verdadeiro eu.
Quanto ao último S, o que nos reporta ao serviço, levemos em conta que o trabalho no bem enobrece a alma.
Importante nos ocuparmos, sermos úteis, cumprirmos nosso propósito maior na obra da Criação.
O trabalho no bem nos recupera, quando caídos. Repara erros do ontem e funciona como uma muralha
defensiva contra as tentações do mundo.
***
Que possamos ter sempre conosco esse S.O.S.
O mundo está carente de silêncio, oração e serviço.
Diante de todos os desafios, das adversidades, das lutas incessantes, lembremos desse precioso sistema de
defesa da alma.
Silêncio diante do caos.
Oração frente ao desafio.
Serviço no bem todo dia, preservando-nos do mal.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 47, do livro SOL NAS ALMAS, por André Luiz e Waldo Vieira, ed. CEC.
***
#momentoespirita #reflexão #problemas #provações #dificuldades #auxilio #comportamento #tentações
178

155. UMA FÉ INIGUALÁVEL

Ele era um chefe enérgico, digno e justo.


Marcus Lucius deixara a vida civil e se alistara nas poderosas legiões romanas. Fez carreira, alcançando o
posto de centurião, comandante de cem homens.
Nessa condição, fora mandado a Cafarnaum, como chefe das tropas de ocupação. Ele representava o
imperador.
Quando passava pelas estradas, com seu passo lento e cadenciado, os soldados o saudavam: Ave, Marcus
Lucius, o chefe! Sobre ti a proteção dos deuses.
Longe da esposa e do filho, que haviam permanecido em Roma, ele tomou um escravo a seu serviço.
Para Roma, um escravo nada valia. Se morresse, era logo substituído por outro. Afinal, havia tantos homens
dominados pelo poderio romano.
O centurião, no entanto, era diferente. Aquele escravo o servia, lhe providenciava o de que necessitava, a
refeição, a roupa, o aposento asseado.
Era o amigo que o ouvia, nas noites solitárias.
Quando ele adoeceu, Marcus providenciou todo o possível para lhe restituir a saúde.
Nada adiantou. Então, o centurião se lembrou de que ouvira falar de um Rabi poderoso, que curara dez
leprosos, fizera andar paralíticos e até trouxera uma menina de volta à vida.
Assim, enviou uma embaixada de judeus para que rogassem a Jesus a cura do seu serviçal.
Os judeus foram a Jesus e falaram daquele homem bom, diferente dos demais romanos, amigo do povo. E
pediram que o Mestre fosse à sua casa.
Quando o oficial soube que Jesus estava a caminho, saiu ao Seu encontro. Sensibilizado diante do gesto
daquele Mestre Incomparável, lhe disse:
Senhor, não precisas ir à minha casa. Não sou digno que entres sob o meu teto. Mandei emissários a Ti,
porque não me julguei digno de ir ter contigo.
Trata-se de meu servo. Dize uma só palavra, Senhor, e ele será curado.
Não é preciso que estejas em sua presença. Eu sou um oficial, estou habituado a dar ordens e ser
obedecido.
Os meus soldados me respeitam mesmo quando não estou presente. Se sabem que é uma ordem minha, a
executam.
Creio no Teu poder, Profeta de Nazaré. Portanto, basta que dês a ordem e a enfermidade abandonará o
corpo do meu servidor.
Jesus se voltou para os que O seguiam, naquele momento e afirmou: Em verdade vos digo que jamais
encontrei tamanha fé em Israel.
E, ao centurião romano: Volta para tua casa. Faça-se tudo conforme crês.
De retorno, Marcus Lucius encontrou mensageiros que lhe vieram informar de que o servo doente estava
restabelecido.
Quanta fé em alguém que nem era seguidor do Messias: Basta que ordenes, Senhor, e serás obedecido!
***
Diante de notícias aterradoras que nos chegam, falando de terremotos e enchentes, que levam milhares à
morte e tudo destroem, em sua passagem; de epidemias e de violências que surgem aqui e ali, o medo nos
domina.
Temos receio pelo amanhã, pela nossa vida, pelos que amamos, pelos poucos bens que temos e de que
necessitamos.
Alguns se desesperam e desejam desistir das lutas, do trabalho, da vida.
Esquecemos de que temos um Pastor Vigilante. Como o centurião, roguemos: Jesus, Tu és o Senhor. Tu
tens o poder. Socorre-nos.
E acalmemos nossa alma temerosa.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. O PODER E A FÉ, do livro PERSONAGENS DA BOA NOVA, de Maria Helena Marcon, ed.
FEP.
***
#momentoespirita #reflexão #fé #coragem #boanova #auxilio #comportamento #tentações
179

156. A ESTÁTUA DE OURO

Lá pelos idos de 1988, um casal foi visitar a Tailândia.


Quando chegaram a Bangkok, decidiram percorrer os templos budistas mais famosos da cidade.
Eram tantos que, depois de um tempo, parecia ao casal que todos se misturavam em suas lembranças.
Foi então que adentraram o templo do Buda de Ouro. A edificação era pequena, mais ou menos dez metros
por dez.
O que os deslumbrou foi a estátua de mais de três metros de altura em ouro maciço.
Uma visão impressionante!
Mais tarde, em uma vitrine, viram um Buda de argila. Deveria ter uns vinte centímetros de espessura e trinta
de largura.
Ao lado, havia uma página impressa relatando a história da maravilhosa obra de arte com a qual haviam se
deslumbrado, há pouco.
Em 1957, um grupo de monges precisou transferir um Buda de argila do templo porque o mosteiro iria dar
lugar a uma estrada.
Quando o guindaste principiou a levantar a estátua, o peso era tal que ela começou a rachar.
Preocupado com danos que pudessem ser causados à escultura, o monge principal mandou suspender os
trabalhos.
A estátua foi devolvida ao chão e, porque começasse a chover, foi coberta com uma lona.
À noite, ainda preocupado com a estátua, o monge foi verificar se ela estava seca. Quando a luz da lanterna
bateu na rachadura, ele percebeu um reflexo brilhante.
Achou estranho. Mais de perto, viu que havia mesmo algo brilhante debaixo da argila.
Foi até o mosteiro, apanhou um cinzel e um martelo e começou a tirar lascas de argila.
Horas depois, estava face a face com o extraordinário Buda de ouro maciço.
Os historiadores acreditam que, há centenas de anos, quando ocorreu uma invasão à Tailândia, à época
denominada Sião, os monges cobriram o Buda com argila para o proteger de eventual saque.
Como, na ocasião, foram mortos todos aqueles monges, o segredo do Buda de Ouro ficou intacto até
meados do século XX.
***
Somos semelhantes a essa estátua de ouro. Por fora, apresentamos uma dura camada de argila.
Podemos dizer que essa camada representa nosso corpo físico. Um corpo que é visto, tratado, que ornamos
com joias e roupas caras.
Um corpo cuja forma trabalhamos em academias, oferecemos produtos de beleza para sua melhor estética.
No entanto, sob essa camada, existe ouro puro, a nossa verdadeira essência.
Somos nós, Espírito imortal, herdeiro do Universo, fadado à perfeição, à felicidade.
Nossa tarefa maior é zelar por seu brilho, pela sua segurança.
Não nos permitirmos a entrega a vícios, paixões de qualidade inferior, desânimo e maldade.
Poli-lo, todos os dias, com o óleo do autoconhecimento, investindo em burilamento pessoal.
Aprender, exercitar-se no trabalho. Orar e vigiar.
Propor-se a cada dia ser melhor do que no anterior e corrigir os equívocos da véspera.
Isso, até alcançarmos tal qualidade que, à semelhança de Jesus no Tabor, brilhemos mais do que o sol.
E sejamos mais preciosos que a fenomenal estátua de ouro de duas toneladas, avaliada em alguns milhões
de dólares.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. O BUDA DE OURO, de Jack Canfield, do livro HISTÓRIAS PARA AQUECER O
CORAÇÃO, de Jack Canfield e Mark Victor Hansen, ed. Sextante.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #autoconhecimento #comportamento #imortalidade #melhoriainterior
180

157. O TERCEIRO MILÊNIO

Um dia, haveremos de partir desta Terra. Também retornaremos para aqui muitas e muitas vezes.
Conforme o Mestre de Nazaré, daqui não sairemos, em definitivo, até termos pago o último centavo, ou seja,
concluirmos o resgate dos equívocos que cometemos neste planeta. Ou em outro.
Precisamos nos quitar com a Lei.
O que pode parecer, a princípio, um terrível castigo, é uma dádiva porque, se este mundo nos oferece dores,
problemas diários, é o lar que aprendemos a amar.
E ao qual somos infinitamente agradecidos. Tanto que nem podemos dimensionar.
Quem de nós pode se lembrar de quando chegou aqui pela primeira vez? Em que localidades já viveu, em
que idiomas já se expressou, em que culturas sedimentou valores?
Terra. Lar. Escola.
Alguns estamos ensaiando os primeiros passos na alfabetização. Outros, adentramos o ensino médio. E
alguns nos encontramos em mestrado e doutorado.
Alguns usufruímos das amplas possibilidades de aprendizado nas ciências, dominamos a tecnologia,
avançamos em projetos que nos apontam um futuro menos braçal e mais intelectual.
Muitos adentramos pelos caminhos da arte e deixamos nossas marcas no mundo da arquitetura, escultura,
literatura, música.
Porém, quantos de nós teremos abraçado a mais doce poesia que o mundo concebeu, os versos do Sermão
da Montanha, estabelecendo-os como norma de conduta?
Quantos de nós teremos atendido ao convite de um Cantor Galileu, Maestro de um coral angélico, que
dedilhou inúmeras vezes o alaúde do lago do Tiberíades?
Quantos de nós teremos atendido à voz do Pastor e O seguido, mais ou menos, pelas vias terrenas, em
várias e várias vidas?
Quando, afinal, faremos adesão total a esse cântico de paz que os mensageiros dos céus anunciaram, numa
noite quase fria, de um distante século: Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os
homens?
***
Terra amada! Esperamos tanto pelo Terceiro Milênio, sonhando com uma era de paz, concórdia e felicidade
entre as criaturas.
Pensamos que, com sua chegada, as guerras seriam abolidas da face do mundo. Que as enfermidades
fossem menos agressivas, que a dor dos corações fosse acalmada, que o som cadenciado dos tambores
fosse substituído por sinos anunciando alegria e paz.
Mas o mundo continua nos apresentando a sua face de disputas, que começam no lar e estouram nos
ambientes internacionais.
Continua a nos oferecer revoluções naturais, que destroem paisagens, incendeiam matas, ceifam vidas
preciosas, em campo de desolação.
As enfermidades atacam aqui, irrompem ali, desafiando a sabedoria humana, entregando para a senhora da
morte crianças, jovens e adultos.
Onde está o Terceiro Milênio ansiado por tanto tempo?
Esquecemos, em nossa observação, que o Terceiro Milênio apenas começou. Temos mil anos para
transformar nosso lar em um quase paraíso.
Se conseguiremos, somente nós podemos afirmar.
Somos nós, os seres inteligentes da Criação, que o devemos construir. Não amanhã, não em nossa próxima
experiência terrena.
Hoje, aqui, agora, enquanto nos encontramos a caminho.
Pensemos nisso e mãos à obra!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #evolução #comportamento #transição #paz #fraternidade
181

158. AS PROFISSÕES HONROSAS

De um modo geral, afirmamos que toda profissão é honrosa, que a pessoa que trabalha, não importa o
que faça, é digna de respeito.
E recordamos de profissionais das várias áreas, elogiando a atuação de cada um.
Recordamos da pessoa especial do juiz, sobre cujos ombros pesa a responsabilidade de decisões, que
definem a vida das pessoas.
E que necessita ser imparcial em seu julgamento para conferir sentenças justas.
Falamos a respeito do médico, de cuja competência depende a nossa saúde e a de nossos familiares. E
nos rendemos às suas explicações acadêmicas, seguindo dietas, regimes, submetendo-nos a exames,
cirurgias, tudo conforme a orientação dele.
Porque ele é que entende de doenças e sabe o que é melhor para o reequilíbrio e manutenção da saúde.
Respeitamos no professor a criatura que inunda de luz o intelecto do nosso filho, abrindo-lhe o panorama
do alfabeto, das ciências, das artes.
Ao mesmo tempo, falamos da nossa gratidão por tudo quanto devemos àqueles que, desde os bancos
escolares iniciais estabeleceram luzes em nosso intelecto.
Reverenciamos o técnico da informática, dele ouvindo as explicações a respeito de máquinas, sistemas,
as mais recentes tecnologias.
***
Contudo, quando andamos pelas ruas, como tem sido o nosso comportamento com esses outros tantos
profissionais que fazem muitas pequenas coisas?
Como nos comportamos com o panfleteiro que se posta na esquina e faz questão de colocar na nossa
mão o papel que está distribuindo?
É possível que estejamos cansados de receber propaganda que não nos interessa. Entretanto, pensemos
um pouco.
Ele pode ser um pai de família. Desempregado. Um profissional gabaritado e que, por circunstância
especial, se dispõe a conseguir alguns trocados nessa tarefa que quase desprezamos.
Ou talvez, seja um estudante que, com os trocados que ganha para a distribuição daquela papelada, terá
garantida sua refeição ou a hospedagem por mais um tempinho.
E como tratamos o vendedor que bate à nossa porta, que nos procura no escritório? Se não desejamos
comprar o que ele está oferecendo, ou se não dispomos de tempo, tudo bem.
Mas ao menos, nos permitamos olhar nos olhos dele para falar: Não, hoje, não, obrigado.
Profissão! Profissões! Toda ocupação útil é trabalho, ensinam os Espíritos.
Aprendamos a respeitar todas as funções, as tarefas dignas, os trabalhos honestos, recordando que, se
fôssemos nós realizando aqueles labores, gostaríamos de contar, ao menos, com um pouco de boa
vontade das pessoas, para que as moedas angariadas não pesassem tanto em nossas mãos.
***
O mundo pode ser comparado a uma grande e complicada máquina, cheia de pequenas, grandes e
minúsculas engrenagens.
Para operar de forma devida, ela necessita que tudo esteja funcionando direitinho. Todas as peças são
importantes.
Assim, no mundo, é preciso que haja quem venda e quem compre, quem costure e quem use. Quem
ensine e quem deseje aprender. Quem ofereça mercadorias e quem as deseje adquirir. Quem necessite
trabalhar e quem ofereça oportunidades de trabalho.
Ninguém maior. Todos indispensáveis uns aos outros.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #profissão #trabalho #leidotrabalho #respeito
182

159. O MAU MOMENTO

Quem de nós já não passou por um mau momento na vida?


Momentos inesperados que surgem parecendo ameaçar as melhores construções da nossa caminhada.
Nesses momentos, nossa organização nervosa se deixa destrambelhar, ocasionando reações imprevisíveis.
Descobrimos, em nós próprios, conteúdos desconhecidos.
Foi o que aconteceu com Vanessa naquela tarde.
Ela, que sempre parecera calma e equilibrada, se permitiu envolver na profundidade do sofrimento, ante uma
notícia alarmante.
Pelo telefone, foi avisada de um grave acidente ocorrido com seu marido. E, ainda, um pedido de sua
presença urgente, no hospital municipal.
O impacto pareceu lhe tirar o chão dos pés. Não sabia o que fazer por primeiro: chamar um táxi? Dirigir o
próprio carro? Pedir a alguém para acompanhá-la?
E começou a falar, sem parar, maldizendo a sorte.
Quando, por fim, chegou ao hospital e soube que o esposo não resistira, dadas as lesões profundas sofridas,
tudo piorou.
Queria saber quem era o culpado, quem fora o irresponsável causador do acidente, quem tomaria
providências para punir essa pessoa.
Maldizia a Deus e ao mundo por não se conformar com a situação de perda que sofrera.
Tornou-se de tal forma inconveniente, que causou problemas aos que se encontravam no mesmo local. Por
fim, teve tal crise nervosa, que precisou ser socorrida e medicada devidamente.
***
Sentimentos negativos só fazem piorar os momentos especiais que necessitamos enfrentar.
Quando nossa sensibilidade se apresenta em desequilíbrio somente aumentamos os problemas.
A visão imprecisa ou impensada de determinados fatos nos fazem vê-los como invencíveis.
Essa visão equivocada do acontecimento, alimentada pelos sentimentos infelizes que trazemos em nosso
íntimo favorece o alongamento do momento infeliz.
Os sentimentos nobres conquistados e vivenciados no decorrer de nossa vida nos ajudarão a enfrentar o que
nos chegue, com um tanto de calma.
Até mesmo porque problemas não se resolvem na confusão, nem na impaciência ou na gritaria.
Em verdade, eles nos exigem ponderação, calma para tentar encontrar a melhor solução, ou tomar a
providência que seja a mais acertada, conforme o caso se apresente.
Se temos o hábito da oração, ela nos auxiliará a nos mantermos equilibrados, ante fatos inesperados que
nos aconteçam.
O momento mau passa como tudo passa em nossas vidas.
O que fica é a nossa maneira pessoal de enfrentar as provas a que somos submetidos.
Os testes morais, os desencantos, as perdas de entes queridos, as desilusões e decepções deixam suas
marcas em nós.
Quando positivas, nos deixarão mais fortalecidos, mais experientes.
Saber extrair a lição do mau momento é que faz a diferença para cada um de nós.
Bom seria se desde cedo aprendêssemos a enxergar a vida com mais compreensão, para sofrermos menos.
Assimilarmos que decepções são oportunidades de praticarmos a nossa força de vontade, humildade e
superação.
Que bons sentimentos, paciência, conhecimento e desejo sincero de acertar, nos trarão melhores maneiras
de encarar o mau momento que surgir.
Assim é que podemos transformá-lo em bendita hora de aprendizado e crescimento espiritual.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 27 do livro LUZ VIVA, por Joanna de Ângelis e Marco Prisco, psicografia de Divaldo
Pereira Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #profissão #trabalho #leidotrabalho #respeito
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160. PRUDÊNCIA

Prudência é atitude de sabedoria.


Prudência no falar; prudência no agir; prudência no pensar.
Eis uma importante virtude da alma.
O falar com prudência nos conduz a uma atitude refletida, pois muitas vezes perdemos o domínio das
palavras que, desatreladas, produzem incêndios, promovem conflitos e muitos outros desastres.
A palavra não pronunciada é patrimônio precioso de que o ser humano se pode utilizar no momento
justo.
A palavra liberada pode se converter, quando dita sob ofensas, em castigo que volta a punir o
irresponsável que a libera.
A ação precipitada, sem a necessária prudência, invariavelmente causa desacertos e aflições sem nome,
conduzindo as vítimas ao despenhadeiro do insucesso, em cuja rampa o remorso sempre chega tarde.
Antes de agir o homem é depositário de todos os valores que pode investir. Após a ação colhe os
resultados do ato.
Salutar, dessa forma, agir, através da ponderação a fim de que a atitude não se converta em algoz, que
escravize quem a praticou.
***
Pensar prudentemente!
Uma ofensa que nos chega aos ouvidos, nos ferindo, pode nos conduzir a uma posição exaltada,
impedindo, em consequência, a perfeita ordenação mental.
Observamos o ocorrido através de ângulos falsos, distorcidos, numa apreciação perturbada, e os
resultados são quase sempre danosos.
Pensar refletindo, aí está a prudência. Ouvir, criando o hábito de ponderar, para então chegar às
legítimas conclusões em torno dos verdadeiros problemas da vida.
Precipitado, Napoleão conquistou a Europa e, refletindo, meditou tardiamente nos erros cometidos, na
ilha de Santa Helena.
Conduzido pela supremacia da força, Alexandre Magno dominou o mundo e febres estranhas tomaram
conta de seu corpo jovem, antes das reflexões de que muito necessitava.
Com prudência Jesus pensou, falou e agiu, em todas as oportunidades.
***
Toda ação prudente é cautelosa.
Porém, ao contrário do que pensa o senso comum, prudência não é morosidade. A virtude da prudência,
aliás, é o justo meio entre dois extremos, como tão bem colocou Aristóteles: De um lado a inação ou a
lentidão; no outro extremo a precipitação, a pressa. Ela estará no equilíbrio, no ponto central.
Prudência não admite perda de tempo. É rápida e certeira, pois o tempo é inerente a ela.
Sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas foi o conselho de Jesus, na preparação
de Seus discípulos para o trabalho que teriam pela frente. Seriam lançados como ovelhas no meio de
lobos.
A serpente representa a prudência, que nos permite reconhecer o mal com antecedência e assim fazer
as melhores escolhas em todas as situações.
A prudência é considerada por muitos como a virtude por excelência, porque através de seu exercício é
que os seres humanos podem refletir e decidir com sabedoria.
Por isso, sejamos prudentes. Nem apressados, nem lentos demais: prudentes...
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 43, do livro CONVITES DA VIDA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco, ed.
LEAL.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #profissão #trabalho #leidotrabalho #respeito
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161. REPÓRTERES DO BEM

Durante um mês inteiro povos de todo o mundo se reuniram na Rússia (na Copa do Mundo da Rússia, em
2018) para torcer por suas respectivas representações nacionais.
Nesse intercâmbio cultural, alguns fatos não muito positivos, envolvendo brasileiros, ocuparam a mídia.
No entanto, importante se comente a respeito de outros fatos, envolvendo nossos conterrâneos, e dos quais,
talvez, poucos tenhamos tomado conhecimento.
Em Samara, local onde nossos jogadores enfrentaram a equipe mexicana, brasileiros, na véspera da partida,
visitaram um hospital público.
Os doutores da alegria, de verde e amarelo, levaram presentes às crianças, que recebiam medicamentos e
passavam por sessões de quimioterapia.
Eram óculos de palhaços, balões e bandeiras do Brasil.
Interagindo com elas, gritaram em coro os seus nomes, como se estivessem escalando um time de futebol,
prática comum das torcidas nos estádios.
Algumas delas até arriscaram uma partida de futebol com os brasileiros, chutando bolas infláveis.
E, em Rostov-on-Don, onde o Brasil, no gramado, enfrentou a Suíça, os rostos entristecidos do russo Gleb
Obodovsky e sua esposa chamaram a atenção de dois brasileiros.
Eles se aproximaram e o russo pensou que quisessem perguntar alguma coisa.
Engano seu. Um deles tirou pedaços de papel do bolso. Panfletos – pensou Gleb. Outro engano seu.
O brasileiro esticou os braços e lhe entregou os papéis, enquanto explicava: Estes são ingressos de amigos
que não puderam vir à Rússia.
O jovem esposo, de apenas vinte e sete anos, ficou estático. A esposa não conseguia entender a conversa,
porque tem limitações com o idioma inglês.
No entanto, logo ela descobriu que estavam sendo presenteados com ingressos, dada a expressão de
surpresa e alegria do marido.
Para registrar o fato de tanto contentamento, eles tiraram uma foto com seus benfeitores. E prometeram
torcer pelo sucesso do Brasil no torneio.
Fatos acontecem aqui e ali. Pessoas que promovem o bem, sem outra intenção senão beneficiar outras.
Como disse um dos doutores da alegria ao repórter da BBC Brasil: Fizemos de coração. Fizemos com amor.
Não se trata de marketing.
***
Se os maus ficam tão em evidência é porque temos noticiado muito mais os seus atos maldosos do que os
tantos felizes e benéficos realizados pelos bons.
Uma nota que envergonha o país viraliza na internet, em minutos.
É preciso que aprendamos a exaltar o bem, divulgar o bem, falar a respeito do bem que tantos anônimos
realizam neste imenso mundo de Deus.
Sobretudo nestes tempos em que tantas coisas ruins têm sido mostradas pelas mídias, proponhamo-nos a
mostrar o que é bom, edificante, nobre.
Aproveitemos para enviar mensagens de otimismo, para comentar o sucesso dos jovens que são aprovados
em concursos nacionais e internacionais.
Comentemos o filme que traz uma lição altruísta, de superação.
Destoemos do comum. Sejamos promotores das boas notícias.
Não permitamos que sejam abafadas pelas manchetes sensacionalistas que trazem as cores da violência,
da corrupção, da maldade.
Tornemo-nos repórteres de tudo que é positivo, honesto, honrado.
O nosso país precisa disso. O mundo inteiro precisa dessa ação.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no artigo EXEMPLOS BRASILEIROS, de Cássio Leonardo Carrara, da Revista Internacional de
Espiritismo, de agosto 2018, ed. O CLARIM.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #profissão #trabalho #leidotrabalho #respeito
185

162. MARIA, MÃE DE JESUS

É sabido que as religiões cristãs reverenciam, com profunda gratidão, a figura ímpar de Maria de Nazaré.
Sua elevação espiritual sempre foi tida como parâmetro maior, por ter recebido de Deus a missão de ser
Mãe do Messias.
Intimamente, trazia o compromisso de colaborar para que o Divino se fizesse Homem entre os homens.
Aceitou a tarefa e cumpriu-a de maneira extraordinária.
Quando a dor maior invadiu seu coração, na hora do martírio, exclamou: Meu filho! Meu amado filho!
E ouviu a resposta significativa, enquanto Jesus indicava o Apóstolo João: Mãe, eis aí teu filho!
Ela compreendeu que era o momento da renúncia maior da sua alma.
Era a lição da família universal colocada em prática pelo filho amado que se fazia substituir pelo amigo
querido.
Maria! Alma santificada pela dor, pelo silêncio, pela renúncia, mas essencialmente pelo amor.
***
A Doutrina Espírita, através da mediunidade responsável, tem permitido que nos cheguem relatos
biográficos de Maria de Nazaré.
Os autores espirituais buscam os dados originais nos arquivos fiéis do mundo espiritual.
Foi assim que o Espírito Humberto de Campos nos trouxe, através de Chico Xavier, informações mais
detalhadas, além das contidas nos Evangelhos.
Atendendo à promessa que fizera ao Mestre, aos pés da cruz, tão logo pôde, o Apóstolo João foi buscar
Maria e a levou a Éfeso, onde residia.
Ali, durante o dia, ele saía para cuidar de seus afazeres e da divulgação da Boa Nova, enquanto Maria
passou a atender os caminhantes necessitados.
Com o passar do tempo, aquela casa se tornou um ponto de referência para quem quisesse ouvir falar a
respeito de Jesus.
O Apóstolo Lucas, por orientação de Paulo de Tarso, foi até Éfeso. Seu objetivo era entrevistar a Mãe de
Jesus, a fim de poder escrever a biografia do Mestre, segundo as suas lembranças.
Idosos, doentes, mães infortunadas a buscavam para serem por ela abençoados.
Sentia-se um pouco mãe daquelas criaturas sofridas, e lhes falava de Jesus e de Seus ensinamentos
como uma mãe fala aos seus amores.
Acalmava os corações sofridos com palavras amigas, onde se destacava um quase refrão: Isso também
passa.
Certa feita, um doente, sentindo alívio em suas chagas, ao beijar-lhe as mãos, murmurou:
- Senhora, sois a Mãe de nosso Mestre e a nossa Mãe Santíssima.
Desde então, a sua casa passou a ser conhecida como a CASA DA MÃE SANTÍSSIMA.
Um dia, em que a saudade do filho era muito grande, ela atendeu a um peregrino.
Com mais intenso sentimento, ela falou daquele Jesus, que se fora da Terra, há alguns anos. E disse da
sua imensa saudade.
Então, o peregrino retirou o capuz, e com a voz que ela conhecia muito bem, disse:
- Minha mãe!
Ela se emocionou. O coração começou a bater mais forte. E ele completou:
- Vim te buscar porque meu Pai quer que sejas, no meu reino, a rainha dos anjos!
Naquela noite, João, retornando das atividades, lhe assistiu aos últimos momentos.
Ela partiu, mansamente. E como uma estrela, de intenso brilho, adentrou a Espiritualidade.
***
Extraído do Momento Espírita, com base nos caps. 2 e 30 do livro BOA NOVA, pelo Espírito Humberto de Campos, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #MariaSantíssima #mãedeJesus #boanova
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163. LEI DE PROGRESSO

Nada fica onde está para sempre. Tudo se renova. Tudo se modifica, mudam suas estruturas, muda sua
forma de ser.
Essa lei vale para o mundo da matéria e para o mundo do Espírito.
O progresso é lei do Universo, é lei natural, e trabalha incansável através das eras revolucionando tudo e
todos.
Partimos do estado primitivo e rumamos para a perfeição. Muitas experiências são necessárias para nos
burilarmos, sempre em transformação.
No Universo, nada pode ficar parado.
O tão conhecido daqui não saio, daqui ninguém me tira, não resiste à lei do progresso, que nos faz
abandonar as velhas posturas, querendo ou não, uma hora ou outra.
A chamada força das coisas nos leva, inevitavelmente, à revisão das posturas, à renovação da vida, seja
na mesma encarnação, ou numa nova, em condições totalmente diversas da anterior.
A lei universal nos empurra para diante, não nos deixa dormir no ponto, não nos permite a ociosidade,
uma vez que é lei educativa, acima de tudo, comandada por um Pai amoroso.
Chegar na Terra em determinada condição espiritual e sair de igual forma é derrota para a alma que
precisa progredir.
Por isso, cada oportunidade deve ser profundamente aproveitada, cada aprendizado, cada sofrimento,
cada alegria, tudo precisa ser colhido por nós e ir nos tornando maiores.
***
Vejamo-nos como aprendizes, como frequentadores de uma grande escola que pode dizer, ao final de
cada dia letivo: hoje sabemos mais do que ontem.
Não nos referimos apenas ao conhecimento das coisas, do saber do intelecto, mas da sabedoria
completa, que passa pela melhoria nas relações com o próximo e conosco mesmo.
O progresso que estamos conquistando é intelectual e moral. Por vezes, na busca desenfreada pelo
primeiro, descuidamos do segundo, bem mais difícil de ser alcançado.
O intelecto pode ser desenvolvido, na grande maioria das vezes, na solitude. A moralidade é construída
na vida em sociedade, no contato com o próximo.
O intelectual nos traz o esclarecimento, a capacidade de usar a razão e discernir, fazer melhores
escolhas.
O moral nos permite amar melhor, conviver bem com o outro e conosco mesmo.
Por isso, da mesma forma que traçamos planos para nossas conquistas do saber: que cursos queremos
fazer, mestrados, doutorados, áreas de aprofundamento, deveríamos igualmente estabelecer metas para
a outra área do progresso.
***
Em que aspecto moral queremos nos desenvolver mais nesta vida? Quais as necessidades mais
urgentes?
Os cursos de especialização, mestrados e doutorados em virtudes são a própria vida e seus desafios. A
família, por exemplo, e suas surpresas constantes, suas fases, suas carências.
Nossa participação social, nosso papel no mundo, tudo isso são formas de nos especializarmos nas
diversas virtudes da alma e conseguirmos finalizar a existência melhores do que quando aqui chegamos.
Pensemos nisso. Nosso progresso é também o progresso do mundo. Se desejamos ver uma Humanidade
melhorada, comecemos por nós.
O progresso da nossa Terra é a soma do progresso individual de todos nós.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #progresso #leideprogresso #evolução
187

164. UM DIA ESPERADO...

De forma habitual, nas grandes cidades, andamos apressados, como se desejando recuperar momentos
perdidos.
Os compromissos são muitos, o trânsito nos retém aqui e acolá, roubando-nos segundos que nos farão falta,
logo mais.
Ao lado do tempo, que parece disputar conosco a corrida das horas, a preocupação com nosso entorno, é
constante.
Nesses tempos de tanta violência, qualquer pessoa estranha que se nos aproxime, nos faz acelerar o
coração e o passo.
***
Por isso, quando aquele homem de quase um metro e noventa, forte, veio na direção do jovem Marcelo, que
acabara de sair da empresa, àquela hora da noite, era de se esperar que algo acontecesse.
Chovia, a rua estava quase deserta. E lá veio o homem forte. Aproximou-se e pediu dinheiro para um lanche.
Marcelo não se fez de rogado. Foi com ele para baixo do recuo de um dos prédios e fechou o guarda-chuva.
Pediu ao estranho que segurasse sua pasta de documentos e a sacola com agasalhos, enquanto procurava
a carteira.
Inesperado. Totalmente inesperado. Marcelo apanhou uma nota e deu para ele. Quem estava mais surpreso
nisso tudo era o pedinte. Ficou agradecido e comovido.
Ficou tão feliz que se dispôs a acompanhá-lo, ajudando a carregar seus pertences até o local do ônibus. Na
hora de atravessar a rua, pegou o jovem pelo braço, no intuito de auxiliar.
O rapaz não tinha mais do que vinte anos e ele deveria passar dos quarenta. A chuva continuava e, então,
Marcelo resolveu entrar com ele em uma casa de lanche.
O homem ficou encantado. Aquele jovem o estava tratando como um igual, com simpatia, com calor humano.
Durante a conversa, ele disse se chamar Jorge. Contou que pertencia à equipe de faxina, encarregada de
deixar brilhando um daqueles prédios comerciais.
Deveria trabalhar toda aquela noite. Como o pagamento ainda não saíra, e precisava lanchar, fora pedir
ajuda.
Achou que seria difícil pelo fato das ruas estarem quase desertas, por ele ser muito alto, forte.
Algumas pessoas haviam se afastado dele apressadamente ou dado negativas meio tortas. E Jorge falou
sobre a esposa, filhos, futebol. Conversaram durante um bom tempo.
Ele estava muito agradecido a Marcelo por não ter demonstrado medo, e até confiado nele, pedindo que
segurasse os seus pertences enquanto procurava a carteira. Aquilo era incrível, dizia.
Quando o jovem disse que precisava apanhar o ônibus para casa, Jorge o acompanhou. E, se abraçaram.
Jorge agradeceu novamente, elogiou a sua atitude.
Marcelo nunca mais o encontrou. Mas aquela noite ficou marcada na sua vida. Ele jamais esqueceu a alegria
e a emoção daquele homem.
Ele estava feliz da vida. Para ele, com certeza, fora algo especial. Para Marcelo, também.
Em verdade, no trajeto para casa, o rapaz sentiu uma alegria indescritível, não tinha como traduzir. Ele fizera
o que qualquer ser humano deveria fazer. Fora um simples e despretensioso gesto, mas a gratidão daquele
homem ultrapassara qualquer expectativa.
***
Tão bom seria se pudéssemos viver sem precisar temer o outro.
Oxalá não esteja longe esse dia, que precisamos construir. Oxalá chegue logo o dia em que possamos
conviver sob este céu de anil, de forma fraternal.
Uma convivência tranquila, sem medo, sem preconceito, sem desconfianças...
***
Extraído do Momento Espírita, com base no artigo O DIA EM QUE FUI AO CÉU, de Marcelo Teixeira, da Revista Internacional de
Espiritismo, de agosto de 2018, ed. O CLARIM
***
#momentoespirita #reflexão #confiança #fraternidade #caridade
188

165. AULAS DE GENTILEZA

Falar baixo é uma das lições ensinadas nas aulas de gentileza, que os alunos da quinta série de uma
escola da Alemanha são obrigados a assistir.
A escola fica na cidade de Bremem e a disciplina “trato, modos e conduta” foi implantada depois que a
direção tentou que os alunos aprendessem a conviver com mais respeito - entre eles mesmos e com os
professores.
Na sala de aula, eles são apresentados às regras básicas de comportamento, e treinam o uso de
expressões como “Com licença” e “Obrigado”.
Quando a matéria foi implantada no currículo escolar, gerou controvérsias e virou assunto na imprensa.
A necessidade surgiu diante da constatação de uma realidade que as empresas vinham enfrentando há
muito tempo. Verificaram que os jovens recém-saídos das escolas desconheciam as regras elementares
de convívio social.
O então presidente da Confederação dos Empresários da Alemanha disse, numa entrevista, que os
jovens chegavam com excelente capacitação técnica, mas não conseguiam interagir de forma civilizada.
***
Essa situação nos leva à reflexão sobre a formação das crianças e jovens de hoje. De nada adianta as
pessoas terem um excelente currículo e não conseguirem tratar o outro com civilidade.
Educação é tarefa primordial dos pais. Temos a obrigação de ensinar aos filhos as regras básicas de
convivência social.
Se a criança não aprende desde cedo, dentro de casa, a tratar com bons modos os próprios pais e
irmãos, não virá a se comportar como um indivíduo civilizado.
Cuidemos para não deixar lacunas na formação de nossos filhos.
Devemos nos preocupar em demonstrar, através do exemplo, respeito por todos aqueles com os quais
nos relacionamos, a começar dentro do próprio lar.
Coloquemo-nos no lugar dos outros, inclusive de nossos servidores e não nos esqueçamos de que
todos gostamos de receber gentilezas.
É comum justificarmos que as preocupações em excesso, a ansiedade dos tempos modernos e a falta
de tempo são responsáveis por comportamentos grosseiros.
Convenhamos que a delicadeza e a educação não têm a ver com essas circunstâncias.
Comportamentos injustificáveis nos mostram que está faltando controle sobre as próprias ações e,
acima de tudo, respeito para com o próximo.
Não podemos achar natural agir com falta de cortesia.
Pode parecer difícil agir com amabilidade no mundo competitivo e individualista em que vivemos, mas
não devemos abrir mão de nossas convicções.
É lamentável que as expressões Com licença, Por favor e Obrigado estejam sendo usadas com
menor frequência.
Muitas vezes vivenciamos situações em que as pessoas agem com esperteza e driblam regras de
educação com o objetivo de obter alguma vantagem ou conseguir algo mais rápido.
Caso venhamos a sofrer indelicadezas, não nos deixemos envolver por essas atitudes e sigamos em
frente dando bom exemplo, mesmo que seja através do nosso silêncio.
Formalidades em excesso muitas vezes são dispensáveis, mas respeito mútuo, consideração e boas
maneiras são essenciais aos relacionamentos.
Pensemos e busquemos divulgar isso!
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. GENTILEZA, do livro A ARTE DE SER LEVE, de Leila Ferreira, ed. Globo.
***
#momentoespirita #reflexão #educação #criança #gentileza #respeito #cortesia #comportamento
189

166. A PAREDE MANCHADA

Quem pode avaliar o esforço de uma mãe, criando os filhos sozinha? Seja por viuvez, separação do casal ou
abandono puro e simples, ela está só.
Precisa trabalhar para prover o sustento e tudo que se faça necessário no lar. Ao mesmo tempo, não pode
desconsiderar a necessidade de sua presença junto aos pequenos, dar-lhes afeto, atenção.
As tarefas e trabalhos da escola precisam ser acompanhados, orientados. Auxílio em alguma lição que não
foi bem aprendida, enfim...
Um dia de vinte e quatro horas parece diminuto para tudo que se faz indispensável. É preciso estar um
passo à frente, pensando no amanhã, dia em que vencem os boletos.
E a necessidade de um calçado novo, uma blusa para o uniforme, um vestido para a apresentação musical
da próxima semana.
Os dias transcorrem numa verdadeira maratona. Por vezes, o cansaço parece dominar as forças.
E não há, ao lado, um ombro com quem possa dividir as preocupações, desabafar seus temores e angústias.
Ela é o sustentáculo para todos, no lar. Não pode titubear, não pode esmorecer.
Os filhos dependem dela e do seu aporte moral.
E que dizer das noites marcadas pela ausência de um afeto que a possa envolver em seus braços e dizer:
Não se preocupe. Resolveremos juntos.
Amo você! Você é nossa fortaleza. Prossigamos.
***
Por isso, naquele domingo, ao despertar, Alice levou um grande susto. Na parede branca, à sua frente,
pintada, há poucas semanas, estava desenhado um enorme e trêmulo coração vermelho.
- O que é isso? - Teve vontade de gritar. Lembrou quanto custara a tinta para pintar a casa toda. Pensou em
quanto custaria adquirir mais uma lata para renovar a pintura daquela parede.
Então, ela viu seu menininho, de apenas três anos, com o pincel atômico na mão. Voltou-se para ela e,
sorridente, perguntou:
- Gostou, mamãe? As manas me disseram que você ia adolar!
De repente, como num flash, ela se deu conta. Era Dia das Mães. Nesse mês, pelo acúmulo de contas a
pagar, ela deixara de dar a mesada para as suas duas adolescentes.
Sabia que, todo ano, com aqueles poucos reais, elas combinavam e compravam um mimo para ela, para
esse dia.
Como não tivessem nada para dar à mãe, pediram ao maninho que lhe fizesse a surpresa. Imaginaram que
seria um belo presente para o seu coração de mãe. Símbolo da gratidão de seus filhos.
Então, ela agradeceu por não ter gritado, por não ter reclamado.
A parede era um imenso vermelhão. Que importava? Seus filhos estavam lhe dizendo que a amavam, que
reconheciam seus sacrifícios, seu esforço.
Abraçou as duas adolescentes, que adentraram no quarto, e o pequerrucho, respondendo com suprema
alegria:
- É claro que eu adorei!
A parede continuaria manchada por sabe-se lá quanto tempo.
Mas, para ter aqueles filhos por perto, valia a pena. E ela encararia todos os esforços necessários, faria tudo
de novo e de novo.
Ela, Deus, o amor por seus filhos, sua fé.
***
Num coração de mãe se mesclam muitos sentimentos. Sobre todos, o amor aos filhos da sua carne. Ou
filhos somente do seu coração.
Trata-se de especialização, mestrado e doutorado na matéria amor.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. 26, do livro 52 LIÇÕES INESQUECÍVEIS, de Patrícia Carvalho Saraiva Mendes, ed. FEP.
***
#momentoespirita #reflexão #educação #criança #mãe #amor #comportamento
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167. AS MOEDAS

Dois homens se instalaram, com suas tendas e mercadorias, à beira de movimentada estrada.
Na tenda maior, de listas grandes, coloridas, muito chamativa, ficou um homem de grande ambição. Seu
desejo era juntar muitos tesouros.
Por isso mesmo, suas mercadorias eram demasiado caras, embora fossem ricamente apresentadas em
embalagens suntuosas.
Na tenda menor, de colorido delicado, o outro homem simplesmente se dispôs a aguardar os que
desejassem chegar até ele. Nenhum cartaz de propaganda bombástica, nem qualquer outro artifício.
O primeiro atraía multidões. Os que por ali passavam, estranhamente se dirigiam para a sua tenda e
ninguém discutia ou buscava barganhar os preços das mercadorias.
Apesar das grandes somas que deviam despender, todos se mostravam dispostos a pagar, sem qualquer
discussão.
O segundo não tinha muitos fregueses. Discreto, enquanto aguardava, plantava flores em seu jardim. O lugar
era, assim, agradável e de encantos naturais.
Poucos paravam ali, mas os que se detinham, recebiam das mãos do bom homem flores perfumadas de
variados matizes.
Havia tanta singeleza e bondade na doação, que alguns chegavam a se emocionar, e com beijos nas mãos
calosas do anônimo jardineiro, procuravam agradecer as dádivas generosas, depositando nelas as lágrimas
das suas almas tocadas pelo gesto.
O primeiro homem logo foi enchendo o seu cofre com recursos amoedados. Tantos, que a cada dia mais
abarrotavam todos os escaninhos do grande local.
Sentia-se feliz vendendo, a peso de ouro, a calúnia, a maledicência, o vício, a inveja, o ciúme. E os
passantes prosseguiam, sempre mais ávidos, a buscar-lhe as mercadorias.
Os dias se multiplicaram e se transformaram em semanas, que cederam lugar aos meses. Na somatória
desses, advieram os anos.
***
Certa tarde, quando o sol ia descansando no horizonte, derramando seus derradeiros raios sobre a terra
fértil, colorindo o céu de ouro, sangue e prata, os dois homens entenderam que a sua hora se aproximava e
que seria bom fazer o balanço das suas finanças.
O primeiro homem, da tenda maior, abriu o cofre e, desgostoso, constatou que ele estava cheio de moedas
de metal sujo.
Ele fora enganado. Durante anos, recolhera o que pensava serem moedas fartas de ouro e verificava serem
todas de valor quase nulo.
O outro estendeu as mãos e as descobriu cheias de preciosas gemas. As lágrimas de gratidão dos que
haviam sido aquinhoados com suas flores de bondade, haviam se transformado em pedras de alto valor.
O homem que vendera ilusões, gozos e prazer, entendeu. Ele comercializara e recebera as moedas da
Terra, passageiras, ilusórias, que somente compram as coisas do mundo e se perdera, no emaranhado do
mal.
O outro, por ter distribuído a bondade sem nada pedir em troca, recebera as moedas do mundo invisível.
***
Semear o bem ou comprazer-se no mal, é decisão de cada um.
Somos responsáveis não somente pelo mal que praticamos, mas também por aquele que, de alguma forma,
encorajamos os outros a praticar.
Assim, todo bem que espalhamos ao nosso redor, é bem para nós mesmos, pois sempre é dado a cada um
segundo as suas obras.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. A MOEDA DA TERRA E A DO CÉU, do livro A SOMBRA DO OLMEIRO, pelo Espírito Um
jardineiro, psicografia de Dolores Bacelar, ed. Correio Fraterno do ABC.
***
#momentoespirita #reflexão #riquezas #semear #colheita #causaeefeito #comportamento
191

168. AS LEIS

Nos tempos que estamos vivendo surgem, quase todos os dias, leis numerosas que objetivam
estabelecer normas para as relações sociais dos indivíduos, empresas e nações.
Ao mesmo tempo, outras tantas leis são revogadas, por não mais atenderem às necessidades dos
grupos a que se destinavam.
Assim, as leis que mantinham os privilégios de famílias reais ou imperiais tombaram, ante sua
ilegitimidade ou imoralidade.
Leis que conferiam poderes a determinadas camadas sociais tiveram que cair, graças a homens que
chegaram a expor suas vidas em favor de uma vida melhor para todos.
Leis que estabeleciam a perseguição dos opositores e premiavam bajuladores, foram substituídas por
outras, criadas por legisladores amadurecidos e com mais ampla visão social.
Em contrapartida, surgiam leis que estabelecem direitos e deveres a todos e a cada um.
Leis que favorecem a qualquer cidadão se credenciar a cargos públicos. Leis que expressam a
igualdade de direitos de todos os homens.
Naturalmente, a verdadeira justiça ainda não é a virtude mais apreciada em todas as comunidades.
Em muitos países, impera ainda a força, os favorecimentos imorais e a arbitrariedade.
Povos existem que morrem de fome, enquanto vige o uso indevido dos bens públicos e a má
administração.
Ainda ocorre o domínio de povos sobre povos, por causa de interesses criminosos, das riquezas ou das
posições estratégicas ou comerciais.
***
Tudo isso, no entanto, passará um dia.
As leis interesseiras, que privilegiam grupos ou pessoas, serão banidas da Terra.
Mas as leis de Deus, que são de perfeita justiça e de perfeito amor, essas permanecerão, sobrepondo-
se ao tempo e às criaturas.
Nelas, não há privilégios, nem concessões indevidas.
Como ensinou Jesus: A cada um será concedido conforme suas obras.
São exatamente as leis Divinas que Jesus veio cumprir, dar execução.
Ante elas, leis humanas que ainda semeiam sombras, que apoiam a indignidade cairão, a pouco e
pouco, graças aos homens que, abraçando os princípios cristãos, lutarão por eliminá-las da face da
Terra.
***
Você sabia que ao afirmar Jesus que Ele vinha cumprir a lei de Deus, quis dizer que veio desenvolvê-la,
dar-lhe seu verdadeiro sentido, apropriá-la ao grau de adiantamento dos homens?
É por esse motivo que nos ensinos de Jesus se encontra o princípio dos deveres para com Deus e para
com o próximo.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. 1, do livro QUEM É O CRISTO?, por Camilo e J.Raul Teixeira, ed. Fráter.
***
#momentoespirita #reflexão #leis #causaeefeito #justiça #JustiçaDivina #comportamento
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169. AS DORES DA ALMA

Ela ultrapassara as oito décadas de existência. Embora nascida no Brasil, mantinha um sotaque bem
característico de sua origem italiana.
Foi durante uma das nossas visitas que ela nos falou da sua infância e da tristeza que trazia na alma, desde
aqueles dias.
Ela nascera e crescera no ambiente rural. Menina, alimentava sonhos. Na pobreza em que vivia sonhava
que, um dia, poderia ganhar um brinquedo. E o que ela mais desejava era uma boneca.
Mas os Natais se sucediam, os aniversários também, sem que nada lhe chegasse. No entanto, ela
continuava aguardando.
Finalmente, no seu aniversário de seis anos, recebeu um pacote. E ela imaginou que seria a boneca tão
esperada. O embrulho era simples mas o que importava era o que estava dentro.
Ela desenrolou, quase rasgando o papel, e as lágrimas jorraram abundantes. O que ela estava recebendo
era uma enxada. Uma enxada para ela trabalhar a terra.
Foi um choque brutal. E porque chorasse muito, foi repreendida. Afinal, disseram os pais, aquele instrumento
não fora barato e ela precisava dele para ajudá-los.
Para sua alegria, ela foi matriculada na escola. Quatro quilômetros de distância. Quatro para ir, quatro para
voltar.
Mas ela não se importava. Fazia o trajeto feliz da vida. Conhecer as letras, aprender a juntá-las, descobrir o
segredo das palavras. Uma alegria sem fim.
Aluna aplicada, as suas eram sempre notas boas, com tarefas caprichadas, escritas à luz de um pequeno
lampião.
E se ela ficava à tarde trabalhando na lavoura, de enxada na mão, as manhãs eram gloriosas.
Era como entrar num conto de fadas com letras, histórias, relevos, desenhos.
Foram três anos de felicidade. As agruras dos dias quentes, as mãos pequenas calejadas pela enxada
tinham a compensação no manejo do lápis.
E ela já se imaginava cursando outra escola, maior, na cidade. E, quem sabe, se tivesse algum lugar onde
ela pudesse ficar o dia inteiro estudando.
Entretanto, no início do quarto ano, a escola mandou pedir aos pais que comprassem alguns materiais: um
caderno, um lápis.
Ela repetiu várias vezes: Era só um caderno e um lápis. Mas, meu pai se negou a gastar qualquer valor.
Para quê? – disse ele. Mulher não precisa disso. Já era muito ter ficado tantos anos estudando.
E isso assinalou a sua retirada da escola.
Nunca mais conseguiu voltar. Ao longo do tempo, as dificuldades foram se fazendo maiores e maiores.
Ela continuou a ler tudo que lhe caía nas mãos: jornais, propagandas impressas, anúncios, bulas de
remédios.
E escrevia e escrevia. Uma letra bonita, quase desenhada, de quem realmente ama o que faz.
Os anos se passaram. Ela casou, teve filhos, mudou para a cidade onde o acesso a livros se fez mais fácil.
Livros que ela devorava, alimentando a alma.
Mas, a sua grande tristeza nunca a deixou. Ficou-lhe na alma, como marcada a ferro.
***
Se desfrutamos das bênçãos da escola, agradeçamos a Deus!
Se gozamos da ventura de aprender a ler, escrever, contar, sejamos gratos à vida.
Sobretudo agradeçamos aos pais que nos permitiram o acesso aos bancos escolares, iluminando nossas
mentes, alimentando nossa inteligência.
E, por fim, utilizemos muito bem todas essas benesses, escrevendo somente o bem, divulgando o útil e
lendo o que nos possa propiciar progresso.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #educação #aprendizado #oportunidade #gratidão
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170. AS PENAS

Quando pequenas, minha irmã e eu éramos muito sonhadoras. O sonho e a imaginação se conjugavam
muito bem.
E, de quando em vez, inventávamos histórias sobre nossas companheiras. Essas histórias se transformavam
em boatos que, em uma cidade pequena, terminavam por provocar dissabores.
Na verdade, não fazíamos aquilo por mal, mas, naturalmente, enquanto dávamos rédeas soltas à nossa
fantasia, os desagradáveis incidentes se multiplicavam.
Lembro-me muito bem de certa manhã, antes do inverno chegar. Ventava muito e nós brincávamos no
galpão. Entretanto mamãe estava sentada em um tamborete, ao aberto, bem no meio do quintal.
Aquilo nos intrigou um pouco, porém logo nos distraímos.
Nossa atenção voltou a ser despertada quando ela nos chamou, solicitando que levássemos até ela uma
almofada e uma tesoura, que se encontravam perto de nós.
Quando colocamos os dois objetos junto dela, ela nos pediu que cortássemos a almofada ao meio.
Obedecemos. A almofada estava cheia de penas e, logo em seguida, levadas pelo vento, elas enchiam o
quintal num espetáculo tão lindo como uma tempestade de neve. Eu e minha irmã pulávamos encantadas
com o espetáculo.
Todavia, mamãe tornou a nos chamar. Junto dela estava a sua cesta de costura, que nem tínhamos visto. Foi
lá de dentro que ela tirou uma capa de almofada nova e vazia.
Ela solicitou que enchêssemos de novo a almofada. Ficamos admiradas com o pedido, julgando impossível
que fosse atendido, pois as penas haviam voado por toda parte.
Enquanto observava as penas dançando ao vento, ela fez um comentário que eu e minha irmã não pudemos
esquecer por toda a vida.
Ela comparou as penas com os boatos que certas pessoas propagam: uma vez espalhados, não há meios
de fazê-los voltar ao ponto de partida.
***
Esta singela história nos leva a refletir o quanto é importante cuidarmos de qualquer comentário que
possamos vir a fazer a respeito de outras pessoas.
Vigiemos sempre as nossas palavras, não nos entregando à maledicência.
Poucos de nós cultivam a indulgência, um sentimento fraternal que nos move a não enxergar as falhas e os
defeitos dos outros.
Quando notarmos as fraquezas alheias, evitemos divulgá-las ou tenhamos o cuidado de atenuá-las tanto
quanto possível.
Julguemos com severidade somente as nossas próprias ações, pois todos nós temos defeitos a corrigir e
hábitos a modificar, e muitas vezes, cometemos graves faltas.
Ser indulgente com as fraquezas do outro é uma forma de praticar a caridade.
O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, que consistem em ver cada um apenas
superficialmente os defeitos de outrem e esforçar-se por fazer que prevaleça o que há nele de bom e de
virtuoso.
***
Reflitamos sempre se o que nos chega ao ouvido é absolutamente verdadeiro para ser passado adiante.
Pensemos se o que vamos comentar, também gostaríamos que as pessoas dissessem a nosso respeito.
Analisemos se é mesmo necessário falar sobre este ou aquele fato, se trará algum benefício ou se não
prejudicará alguém.
Antes de cedermos ao impulso de passar adiante qualquer comentário, lembremos sempre das penas soltas
ao vento, como se fossem as nossas palavras que, de nenhuma forma, podemos tornar a recolher.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. AS PENAS, do livro E, PARA O RESTO DA VIDA, de Wallace Leal V. Rodrigues, ed. O
Clarim e no item 18, cap. X, do livro O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #reflexão #palavra #vigilância #vigiar #maledicência
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171. BRINCANDO E APRENDENDO

Para pais atentos, toda oportunidade se faz propícia ao aprendizado, com vistas à união familiar e
melhor formação da geração nascente.
Por isso, na tarde quente, quando os netinhos se acomodaram debaixo da grande mangueira, o diálogo
surgiu espontâneo, motivado pela curiosidade de um dos pequenos.
E a avó, entusiasmada, passou a falar a respeito do corpo humano como a bênção maior que Deus nos
oferece para renascermos na Terra.
Detalhou a necessidade de valorizarmos essa máquina perfeita, elaborada pela Divindade.
E propôs que numa enorme folha de papel, que ela providenciou, desenhassem um ser humano.
Para ficar bem interessante, cada criança ficou encarregada de desenhar uma parte: a cabeça,
detalhando os olhos, a boca; também as mãos, os pés, o coração.
Tudo era importante e deveria merecer o esmero do seu responsável.
Na sequência, a avó propôs algo mais: que cada um enumerasse algumas ações positivas para a parte
do corpo pela qual se responsabilizara.
Foi então que as respostas começaram a surgir, rápidas, quase falando todos ao mesmo tempo.
A cabeça deveria estudar muito e pensar só coisas boas, falou o menino Vitor.
Os olhos deveriam colaborar com a cabeça, olhando, igualmente, as coisas boas, o céu, as flores, para
ficarem sempre iluminados, lembrou a pequena Laís.
E continuaram os demais: a boca precisaria falar palavras gentis e abençoar.
Os pés deveriam andar por caminhos certos, que levam para a escola, para o parque, para a casa dos
amigos.
E o coração deveria bater certinho para fazer circular o sangue no corpo. Afinal, ele é que pulsa bastante
quando se ama, quando se está feliz.
Foi um dia apaixonante. As crianças se divertiram, correram a mais não poder, brincaram, gritaram,
utilizando todo seu corpo para dizer da sua felicidade.
***
Em família, como entre as partes do corpo, devemos nos unir, colaborar para construir um sagrado elo
de amor, que permita a aproximação, o carinho, o aprendizado mútuo e muita felicidade.
Deus nos reúne em família, para que na convivência diária tenhamos oportunidade de nos entendermos,
considerando que muitos de nós temos dificuldades uns com os outros.
Portanto, importante que um adulto participe das brincadeiras das crianças, pois esses momentos, se
bem direcionados, propiciam a aproximação e a convivência das gerações em clima de aprendizado
mútuo.
Todos e especialmente as crianças necessitam de roteiros seguros para transitarem firmes, e colherem,
da vida presente, os melhores ensinamentos.
Construindo na infância a aproximação, futuramente estarão passíveis de um bom convívio.
Atentemos igualmente para as noções de religiosidade que, quando são passadas desde cedo às
crianças, mais possibilidades terão de um futuro saudável e feliz.
Serão esses aprendizados em família que as ajudarão a construir um futuro de predicados sérios e
férteis.
Que saibamos aproveitar todos os instantes para semearmos, em seus corações, as boas sementes.
Que saibamos construir bons momentos de brincar, aprendendo junto dos amores que Deus nos confiou.
Nada na vida é mais gratificante do que ver nossos amados trilhando a estrada da felicidade verdadeira.
Façamos a nossa parte!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #educação #criança #infância #família #corpo
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172. DEUS NA NATUREZA

A cada novo dia a natureza nos oferece espetáculos de belezas sem fim...
Quem já não contemplou a maravilha de uma gota de orvalho a brilhar, refletindo a luz do sol?
Uma simples teia de aranha e sua engenharia perfeita...
A relva verde... O andar desengonçado de um joão-de-barro, logo ao amanhecer...
Uma folha seca bailando no ar prenunciando o inverno...
O céu de anil com suaves pinceladas brancas como se fossem nuvens de algodão.
O entardecer, quando o sol se despede deixando rastros em vários tons dourados como se fosse ouro
derretido, levemente espalhado por mãos invisíveis...
A lua cheia refletida num lago calmo, transformado em grande espelho líquido...
A cantoria do vento na folhagem das árvores, qual suave melodia, convidando a sonhar...
O olhar de um cão solitário, pedindo companhia...
O balançar do salgueiro, lembrando mãos distendidas nas margens dos rios e lagos, como a protegê-
los...
O ir e vir das ondas, acariciando a areia quente das praias como querendo amenizar o calor...
O cheiro do mato, após a chuva...
A água cristalina dos rios que correm por entre as montanhas, como se fossem veias transportando a
vida.
O sorriso inocente na face da criança, pedindo amparo e proteção.
As pegadas do lavrador nas estradas poeirentas que conduzem à lavoura...
O galopar do cavalo evidenciando sua liberdade...
O abrir e fechar das asas da borboleta sobre a flor, a andorinha fazendo peripécias no ar, a garça solitária
à espreita do alimento.
O abraço afetuoso de um amigo. O rosto sulcado do ancião, que não teme a velhice por saber que ela
não alcança o Espírito. As mãos calejadas do trabalhador...
A noite bordada de estrelas a nos mostrar a grandeza do Universo infinito...
Uma gota d'água na pétala de uma rosa, refletindo outras tantas rosas...
O tamborilar da chuva no telhado... A goteira a cantar na calha...
A araucária secular, com seus galhos esparramados, debulhando as pinhas para saciar com seus frutos a
fome dos pássaros.
O cricrilar do grilo, o coaxar da rã, o piar da coruja fazendo-se anunciar na noite silenciosa.
O som melodioso do teclado extraído por mãos habilidosas.
A harmonia das cores nos canteiros floridos de ruas e praças...
O dia, que a cada amanhecer renova o convite para que vivamos em harmonia, imitando a natureza.
Essas e outras tantas belezas são a presença discreta de Deus na natureza que nos cerca, dizendo que
também somos Suas criaturas e que fazemos parte desse Universo maravilhoso, e, acima de tudo, que
somos herdeiros desse mesmo Universo, como filhos do Criador que somos todos nós.
***
A contemplação da natureza oferece ao homem incontestavelmente, inefáveis encantos. Na organização
dos seres descobre-se o incessante movimento dos átomos que os compõem, tanto quanto a permuta
constante e operante entre todas as coisas.
Justa é a nossa admiração por tudo o que vive na superfície da Terra.
Portanto, diante desta contemplação, meditemos na CAUSA PRIMÁRIA que preside a tudo isso.
E que é bem explicada nas questões iniciais do LIVRO DOS ESPÍRITOS.
***
Extraído do Momento Espírita com pensamento final do livro DEUS NA NATUREZA, de Camille Flammarion, ed. FEB.
***
#momentoespirita #reflexão #meditação #Deus #natureza #vida
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173. HOMENAGEM A UM PAI QUE PARTIU DESTE MUNDO

Pai, você sempre zelou pela minha segurança, buscando pessoas e lugares que pudessem ajudá-lo a me
fazer viver...
Eu era seu filho e passei a ser a razão do seu viver. Do seu jeito, você me amou.
Nossos parentes que o admiravam tanto, pessoas que não o conheceram, meus amigos, alguns vizinhos,
todos desejam que você faça uma boa viagem e que nos espere um dia, pois você tomou o ônibus da
frente. O próximo talvez seja o nosso...
Você nunca demonstrou, mas se angustiava quando precisava ir trabalhar, viajar, e queria estar comigo
para me dar segurança.
Quando estava longe pensava com carinho em mim.
Você não falou “Amo você”, mas tudo o que fez para mim provou que você me amava.
Lembro das broncas que levei quando fazia algo errado... Dos causos que você me contava... Dos seus
conselhos, dos incentivos para as boas ideias...
Aprendi a confiar em seus conselhos, a respeitar sua autoridade de experiência de vida, a buscar sua
opinião antes de fazer algo. E, sempre que não o escutei, eu errei.
Mas o que eu mais gostei, foi a liberdade que tive com você. Com a liberdade que você me deu, aprendi a
ter responsabilidade. Você me ensinou a viver e a me cuidar no mundo. A assumir minhas atitudes. A errar
menos para sofrer menos, e nunca prejudicar alguém.
Aprendi que não se deve viver por viver, mas ajudar as pessoas e fazer um mundo melhor, começando por
nós.
Lembro-me de como você fazia seu serviço... Os problemas que passou na vida... Você me contou sua
vida. E com sua vida aprendi que existem pessoas e fatos que nem sempre nos fazem felizes, mas que
precisam ser rapidamente superados porque devemos seguir em frente.
Aliás, seguir em frente foi a coisa mais importante que aprendi com você, porque nunca o vi reclamando de
alguma situação, mas, sim, tomando atitudes para modificar e melhorar.
Você sempre me dizia: “Se não der certo aqui, tente ali, nunca desista.”
E hoje, pensando em você, quero celebrar a vida. Vida que você teve. Vida que você me deu. Vida que
vivemos juntos.
***
Fiquei muito triste com a sua viagem.
Ao chegar em casa não vou vê-lo sentado na sala ouvindo as notícias pelo rádio ou vendo televisão... Não
vou mais, ao banco, receber a sua aposentadoria, contar novidades para você, fazer as compras que me
pedia... O pão, o leite, a margarina...
Agora a casa está vazia, sem vida, sem a sua vida.
Posso imaginar você escutando isto... Talvez tenha vontade de chamar minha atenção, alertando: “Meu
tempo já passou... O que você está fazendo do seu tempo?”
Talvez me perguntasse se já pintei a casa... Se aluguei o ponto comercial... Se cortei a grama...
Você concluiu sua caminhada...
Neste momento, em respeito a sua memória, eu afasto a tristeza e qualquer sentimento negativo.
Sinto saudades porque a falta continua...
Não sei dizer ao certo se eu vim para lhe fazer feliz ou se fui feliz por ter vindo ao mundo através de você.
Acredito que foi bom para você ter a mim como filho. Porém, com toda certeza deste mundo, foi muito
melhor ter tido você como pai…
***
Extraído do Momento Espírita a partir de texto em homenagem a Félix Bieniacheski, de autoria de Francisco Bieniacheski.
***
#momentoespirita #reflexão #família #Pai #agradecimento #aprendizado #vida
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174. QUANDO PARECE QUE NOSSAS PRECES NÃO FORAM OUVIDAS...

Conta uma antiga lenda norueguesa que um homem cuidava com muito zelo de uma capela, num distante
povoado.
Haakon era seu nome e via, todos os dias, muita gente adentrar o santuário e orar, com devoção, frente a
uma cruz muito antiga.
Certo dia, Haakon, impulsionado por um sentimento de generosidade, ajoelhou-se diante da cruz e fez uma
oferta ao crucificado.
Senhor, desejo padecer por vós. Deixai-me ocupar o vosso lugar.
O Senhor da cruz abriu os lábios e falou:
Amigo, posso atender a tua rogativa, mediante uma condição.
Qual é, Senhor? Será uma condição muito difícil? Estou disposto a cumpri-la.
Então, lhe disse o Cristo:
Escuta-me. Aconteça o que acontecer, não importa o que vejas, terás que guardar sempre absoluto silêncio.
O homem, resoluto, respondeu:
Eu prometo, Senhor!
Fizeram a troca sem que ninguém viesse a perceber. O tempo passou e aquele que substituía o Crucificado
conseguia cumprir o seu compromisso de sempre se manter calado.
Um dia, porém, um rico foi até a capela orar. Ao sair, esqueceu a sua bolsa sobre um dos bancos.
Haakon viu e se calou. Também não disse nada quando, umas duas horas depois, alguém muito pobre, que
também viera orar, encontrou a bolsa e a levou consigo, ao se retirar.
Continuou calado quando um rapaz veio pedir as graças dos Céus, antes de empreender uma longa viagem.
Contudo, o rico retornou em busca do que esquecera.
Como não encontrasse sua bolsa, pensou que o rapaz se teria apropriado dela. Voltou-se para ele e o
interpelou, com raiva, exigindo que lhe devolvesse o que lhe pertencia.
Não peguei nenhuma bolsa! - Defendeu-se o jovem.
Mentiroso! - Gritou o homem. E arremeteu furioso contra ele, no intuito de agredi-lo.
Então, uma voz forte soou: Para!
A imagem falara, defendendo o jovem e censurando o outro, pela falsa acusação.
O rico saiu aniquilado do local por causa dos valores que perdera. O rapaz, por sua vez, porque tinha pressa
para empreender a sua viagem, se foi logo em seguida.
Algumas horas depois, quando a capela ficou vazia, Jesus dirigiu-se a Haakon e lhe disse:
Desce da cruz. Não serves para ocupar o meu lugar. Não sabes guardar silêncio.
E, ante as justificativas do servidor, trocaram de lugar, concluindo o Cristo:
Tu não sabias que era conveniente para aquele homem perder a bolsa que trazia o preço de muita maldade?
Quanto ao rapaz, que iria receber alguns golpes, as suas feridas o teriam impedido de fazer a viagem que,
para ele, foi fatal.
Há pouco seu barco naufragou e ele perdeu a vida, em meio às águas do mar.
Tu não sabias, mas eu sabia. Por isso, eu sempre me calo.
***
Toda vez que acreditarmos que as nossas preces não foram ouvidas porque não foram atendidas, pensemos
que tudo está certo.
Logo mais, ou um pouco depois, descobriremos que Deus estava certo em se manter silencioso.
Tenhamos certeza: nada nos acontece que não seja o melhor para nós, naquele momento. Isso porque Deus
nunca se engana.
Confiemos, mesmo que nossa prece pareça não ter sido ouvida!
***
Extraído do Momento Espírita com base em lenda norueguesa
***
#momentoespirita #reflexão #prece #oração #fé #vida
198

175. UM DIA QUE AGUARDAMOS...

A Humanidade aguardou, esperançosa, o Terceiro Milênio.


Os que lemos, de forma apressada, informações de uma ou de outra ordem, entendemos que ao raiar do
século vinte e um, tudo mudaria... para melhor.
O dia haveria de amanhecer radioso e os homens seriam melhores. O mundo estaria melhor.
Contudo, passaram-se os dias, somaram-se os meses e, escoada mais de uma década, não verificamos
grandes mudanças.
Ainda aguardamos que a criatura humana se esqueça de si mesma e que todos os seres nos abracemos,
de forma amiga e carinhosa.
Aguardamos que se apresse o dia em que o lobo feroz beberá no mesmo regato do cordeiro.
Em que as criaturas estreitarão os corações numa doce afetividade.
Um dia no qual os templos de oração serão verdadeiros altares da natureza, nos quais os homens se
reunirão para louvar ao ser supremo da criação.
Também para confraternizarem, sob os véus do trabalho e da solidariedade.
Esperamos pelo dia em que nos amaremos uns aos outros com ternura. E teremos para nosso próximo
somente palavras doces, de encantamento, de bom ânimo, de alegria.
Um dia, enfim, em que o amor conseguirá superar o ódio e a amargura.
Em que os homens, irmanados, dando-nos as mãos, nos apoiaremos mutuamente e as lágrimas serão
enxugadas pelo amparo irrestrito de uns para com os outros.
Como aguardamos que o reino de Deus se implante nas paisagens tristes da Terra, nos lugares onde a dor
estagia e a vergonha marca com sinete de fogo os corações derrotados.
Aguardamos...
***
Se desejamos apressar esse dia tão esperado, preciso se faz que estendamos as mãos da caridade, que
deixemos que o amor penetre pelo cérebro, desça através da voz e caminhe pela ternura das mãos,
brilhando no coração.
E isso deve ser não amanhã, mas desde hoje. Não mais tarde, pois agora é o momento santo de ajudar.
Então, os que nos lamentamos, em sentindo o apoio dos irmãos, recobraremos o ânimo para suportar os
embates.
Os que nos encontramos sozinhos, nos sentiremos amparados ao escutarmos as vozes a nos segredarem
aos ouvidos: Aqui estamos, os que vos amamos. Somos irmãos. Prossigamos juntos.
Em nossos lares, haveremos de amar nossa família, honrando-a com nossos beijos de carinho.
Amaremos, enriquecendo de vida, os que estão sedentos de amor e esfaimados de compreensão.
Teremos, para cada um, momentos de paciência, dedicação, na compreensão de que se o Senhor nos
reuniu sob o mesmo teto, razões muito poderosas assim o determinaram.
Razões que têm a ver com o progresso, com nosso crescimento espiritual.
E, por essa razão, nos cabe nos utilizarmos de cada hora de cada dia.
Haveremos de aguardar, então, o raiar de um novo dia com esperança redobrada, certos de que o Celeste
Amigo vela por nós.
Finalmente, certos de que Ele conta conosco, com nossa ação direta, precisa, para a instauração do
mundo de paz, de que tanto falamos.
Que Ele, como o Divino Pastor, que asseverou que nenhuma de Suas ovelhas se perderia, espera que
cada um de nós realize a sua parte, maior ou menor, para benefício da Humanidade inteira.
Pensemos nisso. Coloquemo-nos em ação.
***
Extraído do Momento Espírita com base na mensagem VIRÁ UM DIA de Bezerra de Menezes e Divaldo Pereira Franco, proferida no Grupo
Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, na noite de 22.9.2016.
***
#momentoespirita #reflexão #futuro #evolução #transiçãoplanetária #terceiromilenio
199

176. A VONTADE DE DEUS

Em nossa caminhada na Terra, nos deparamos com dificuldades de diversas ordens. São as doenças que
nos chegam inesperadamente, os reveses financeiros, os desentendimentos pessoais, perdas de parentes e
amigos.
Nesses momentos nossa fé é colocada à prova, pois muito do que nos acontece nos escapa à compreensão.
Através de questionamentos íntimos, buscamos incessantemente a causa do que nos aflige e, por vezes,
não a encontramos.
Perguntamo-nos qual a melhor conduta a adotar nessas situações. É certo que devemos buscar as
providências práticas necessárias para tentar superar, na medida do possível, essas dificuldades.
Mas, quando carregamos em nosso íntimo a fé verdadeira, qualquer que seja o caminho escolhido para ser
percorrido na busca das soluções, com certeza, se tornará menos árduo.
A fé nos ensina que Deus é Pai bondoso e misericordioso e que só deseja o nosso bem. Melhor do que nós,
sabe o que nos convém.
Quando, na oração dominical, rogamos ao Pai que seja feita a vontade dEle, estamos nos submetendo aos
Seus decretos.
Mas, somente nos submeteremos à vontade de Deus sem queixas e sem revoltas, quando compreendermos
que Deus é fonte de toda sabedoria e que tudo que nos acontece tem um propósito.
A Vontade Divina se manifesta em nosso favor, desde as pequenas contrariedades do dia a dia, até nos
grandes problemas que, por vezes, julgamos sem solução.
A luta é necessária para nosso crescimento e a superação das dificuldades nos deixa mais fortalecidos.
Para transformar o barro em um perfeito vaso, o oleiro necessita do calor do fogo, usando a sua chama com
todo cuidado e carinho.
O sofrimento e a luta são as chamas invisíveis que o nosso Pai Celestial criou para o embelezamento das
nossas almas que, um dia, serão vasos sublimes e perfeitos para o serviço do céu.
***
Podemos discernir a vontade de Deus, em todas as situações:
No sofrimento, é a paciência.
Na perturbação, é a serenidade.
Diante da maldade, é o bem que auxilia sempre.
Perante as sombras, é a luz.
No trabalho, é o devotamento do dever.
Na amargura, é a esperança.
No erro, é a corrigenda.
Na queda, é o reerguimento.
Na luta, é o valor moral.
Na tentação, é a resistência.
Junto à discórdia, é a harmonia.
À frente do ódio, é o amor.
No ruído da maledicência, é o silêncio.
Na ofensa, é o perdão completo.
Na vida comum, é a bondade em favor de todos.
***
O objetivo da prece consiste em elevar a nossa alma a Deus. O importante é que ela seja sempre dita de
coração e não somente dos lábios.
Quando utilizarmos a oração dominical, o Pai Nosso, que nos foi ensinada por Jesus, o façamos de todo o
nosso coração. Que o sentido de cada palavra toque verdadeiramente a nossa alma.
***
Extraído do Momento Espírita com frases da pt. 4, do livro PAI NOSSO, por Meimei e Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
***
#momentoespirita #reflexão #Deus #vontadedeDeus #prece #oração
200

177. EXCESSOS E DESPERDÍCIOS...

Festas ricas tornam-se tão pobres, quando a riqueza repousa somente sobre brasões nobres...
Suntuosas honrarias... Suntuosidades vazias...
Salões de ausência, imprudência, carência...
Dançam na luminosidade de seus diamantes brutos na falsidade de seus audazes sorrisos curtos...
De que forma utilizam vossas belezas, vistosas damas?
Atraindo corpos ou sentimentos - chamas?
De que maneira conquistam vossas beldades, caríssimos cavalheiros?
Promessas que inspiram verdades, ou encantares passageiros?
Por que tocam Chopin, se Chopin não foi convidado?
E mesmo se convite tivesse recebido, convite teria recusado...
Por que trouxeram cordas, sopros, metais,
Se vossos corações não os ouvem mais?
Aquecem-se no fogo, mas o fogo não enxergam.
Banham-se de noite, mas vosso sono a ela não entregam...
O espírito adormece sob efeito de palavras venenosas.
Acorda em desventuras trevosas.
Será que não veem que bailam em vazios, e vazios vos tornam?
Que sem a fonte pura da água, os rios, os rios não se formam?
Por Deus, ouçam esta sombra invisível que vos visita.
Por mais brilhante que seja, a riqueza da pedra... nunca será rica.
***
Allan Kardec pergunta aos Espíritos, em O LIVRO DOS ESPÍRITOS:
O que pensar do homem que procura nos excessos de toda espécie, um refinamento para seus
prazeres?
A Espiritualidade superior oferece a seguinte resposta:
Pobre infeliz digno de lástima e não de inveja. está bem próximo da morte!
Entendendo que os Espíritos falavam da morte física e da moral, o Codificador do Espiritismo conclui:
O homem que procura nos excessos de toda espécie um requinte de prazeres coloca-se abaixo do
animal, porque o animal sabe deter-se na satisfação da sua necessidade.
Despreza o homem a razão que Deus lhe deu por guia, e, quanto maiores os seus excessos, mais
domínio exerce sua natureza primitiva sobre sua natureza espiritual.
As doenças, a decadência, a morte prematura decorrentes dos abusos, são a consequência da
transgressão da Lei Divina.
A riqueza da pedra, realmente, nunca será rica…
***
Extraído do Momento Espírita com base no poema A RIQUEZA DA PEDRA, de Andrey Cechelero, do livro NO CASTELO DO ESPÍRITO e
na questão 714 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #reflexão #fnecessario #superfluo #excessos #comportamento
201

178. UM HOMEM DE BEM

Embora vivamos o século XXI, respirando os ares do Terceiro Milênio, os preconceitos de séculos
anteriormente vividos acompanham muitos de nós.
Habitualmente, dizemos que não temos preconceito. Contudo, nas coisas pequenas, vamos verificando
que sombras dele persistem em nós.
Por exemplo, quando se menciona um homem de bem. Idealizamos que deva ser um ser quase
perfeito.
Dessa forma, quando olhamos para quem viaja pelo mundo, que frequenta as altas rodas sociais, que
aprecia festas e lugares ruidosos, sequer cogitamos que possa ser uma dessas criaturas.
***
Recordamos do grande e um tanto esquecido brasileiro Luís Martins de Souza Dantas.
Com uma larga folha de serviços, assumiu a chefia da Embaixada Brasileira em Paris, em dezembro
de 1922 permanecendo até 1944.
Paris era a capital política e intelectual do mundo. Souza Dantas gostava da noite, participava e
promovia jantares e festas, era o que se pode chamar de bon vivant.
Por isso, ninguém poderia imaginar o que fazia, além do seu dever.
Ele transitava com muita facilidade por vários países, era amigo de reis e rainhas, de jornalistas,
empresários, intelectuais, artistas.
Mas, andava, também, entre os mais pobres, os mais necessitados.
Foi considerado um dos mais importantes e competentes embaixadores brasileiros de seu tempo.
Sua vida diplomática esteve pautada em apaziguar questões nevrálgicas, em negociar empréstimos,
lutou por salvaguardar os direitos dos brasileiros no Tratado de Versalhes.
Diziam que ele não era o embaixador importante e burocrata, era o irmão zeloso, cheio de cuidados e
interesse, para o mais simples caso até o mais complicado.
Nas décadas de 1930 e 1940, como embaixador em Paris, concedeu mais de oitocentos vistos de
entrada no Brasil a judeus e outros perseguidos pelo regime nazista, contrariando ordens expressas das
circulares secretas do Presidente.
Ele colocou em risco sua vida e sua carreira, em nome do que acreditava ser o correto: auxiliar àqueles
que o buscavam.
Assim procedeu até a Embaixada Brasileira ser invadida, vindo a sofrer sanções por parte dos alemães
e se tornou alvo de um inquérito administrativo do Itamaraty.
Às vésperas de deixar Paris, Souza Dantas visitou várias pessoas a quem ajudava, em sigilo,
regularmente, entregando-lhes uma quantia de dinheiro um pouco maior do que a habitual,
considerando os tempos difíceis e que ele não estaria mais ali.
Seu nome se encontra no Jardim dos Justos entre as Nações, no Museu do Holocausto, em Jerusalém.
É um prêmio de reconhecimento a todos os não judeus que, durante a Segunda Guerra Mundial,
salvaram vidas de judeus perseguidos pelo regime nazista.
Quando morreu, em 16 de abril de 1954, no seu inventário listava poucos bens.
Vivia de sua aposentadoria, usou tudo o que tinha para auxiliar o próximo.
***
Eis aí um homem de bem e que, conforme a orientação evangélica, praticava seus benefícios sem
alarde.
A mão esquerda não sabia o que fazia a direita.
***
Extraído do Momento Espírita com dados biográficos de Luís Martins de Souza Dantas.
***
#momentoespirita #reflexão #bondade #fraternidade #bem #caridade
202

179. A OPÇÃO IDEAL

Narra uma lenda que um príncipe poderoso caiu em mãos inimigas que decidiram tirar-lhe a vida,
condenando-o à forca.
Dada sua linhagem nobre, o rei dos inimigos lhe propôs um acordo. Se ele conseguisse decifrar um
certo enigma, sua vida seria poupada. Para isso, concedeu-lhe a liberdade de procurar a resposta por
três dias.
Com a pergunta lhe fervendo na cabeça, o príncipe começou a buscar, entre os habitantes do lugar,
quem o pudesse ajudar a encontrar a solução.
A pergunta era: O que mais deseja uma mulher?
Ao final do terceiro dia, já desanimado e antevendo sua morte na forca, o príncipe encontrou uma
mulher muito feia.
Na boca, somente dois dentes. Os cabelos desgrenhados. As vestes sujas. Era chamada por todos,
pelo seu aspecto horrível, bruxa.
Ela disse que tinha a resposta. Mas exigia que, tendo salva a vida, ele voltasse e casasse com ela.
Não desejando morrer, ele consentiu e ela lhe disse: O que mais deseja uma mulher é ter soberania
sobre a sua vida.
Com a resposta, o príncipe teve poupada a sua vida e voltou para casar com a bruxa. Não queria, mas
tinha prometido. Triste destino o meu, pensava. Casar com uma bruxa.
Entristecido, na noite de núpcias, sentou-se na cama aguardando a noiva de horrível aspecto.
Qual não foi sua surpresa quando ela se apresentou belíssima, num vestido branco, com cabelos
louros, olhos azuis brilhantes e um sorriso perfeito.
Como pode? - Perguntou o príncipe.
Esqueci de lhe falar que, durante o dia, eu sou bruxa e à noite viro uma linda mulher. Agora, você pode
escolher: quer que eu seja bruxa de dia ou de noite?
Ele olhou para aquela figura maravilhosa e disse: Deixo à sua escolha.
A noite foi extraordinária. No dia seguinte, ao raiar do sol, o príncipe abriu os olhos e surpreso, viu
deitada ao seu lado, a jovem maravilhosa da noite anterior.
Como? - Perguntou ele. Você não disse que durante o dia virava bruxa?
Meu amor, falou ela, como você deixou que eu decidisse sobre o que quisesse ser e quando quisesse,
eu decidi ser donzela de dia e de noite.
Lembra que eu lhe falei que o que mais deseja uma mulher é a soberania sobre a sua vida?
***
No mundo existem pessoas assim. Fora do lar, no contato com as pessoas são excelentes. Gentis,
atenciosas, ponderadas.
Basta que adentrem o lar para se tornarem déspotas. Gritam, exigem, magoam. Acreditam que o seu lar
é seu reino e ali tudo podem fazer, sem limites.
Também existem as criaturas que no campo profissional, no trato social são ríspidas, grosseiras,
exigentes em demasia.
E, no entanto, com a esposa, os filhos são dóceis, educados, prestativos.
O que ser, como ser e quando ser é decisão individual. Mas quando optarmos por sermos bons o dia
todo, em todo lugar, com todas as pessoas, o mundo se tornará um lugar muito melhor para viver, amar
e ser feliz.
***
Extraído do Momento Espírita com base na APOLOGIA DA BRUXA, do Seminário de Alberto Almeida – Superando a culpa pelo
autoperdão.
***
#momentoespirita #reflexão #fliberdade #livrearbitrio #respeito #lar #familia #comportamento
203

180. A FAXINA DE TODO DIA

Toda casa bem cuidada espera uma boa faxina pela manhã.
Tomemos essa referência para a casa da alma e atentemos para alguns conselhos importantes:
Comecemos o dia buscando esquecer as ocorrências infelizes da véspera.
A faxina começa por aí. A casa necessita desse tipo de cuidado. Retirar resíduos dos eventos ruins do dia
anterior.
Se a imagem de alguém, que nos machucou, permanece em nossa mente, inquietando-nos, envolvamos
essa pessoa no bálsamo de uma prece.
Uma chaga no corpo exige esse tipo de recurso cicatrizante.
Joguemos no cesto do esquecimento boatos e injúrias recebidas ou ouvidas.
A moradia claramente limpa reclama a presença do esgoto. Então, tudo aquilo que nos faz mal deverá ser
dirigido para lá.
Evitemos iniciar assuntos que façam alusão à delinquência, à criminalidade e a notícias deprimentes.
Ninguém lava as mãos num vaso de lama.
Sirvamo-nos do calor do trabalho para dissipar tentações.
A ocupação nobre nos salva da hora vazia, perigosa para a alma imatura e seus muitos vícios morais em
tratamento.
Não permitamos, pela inatividade, que se criem teias de aranha em nossas horas. Busquemos eliminá-las
com o espanador de ações úteis.
Evitemos comentários deprimentes.
Resguardemos o coração nas fontes superiores, pensemos no bem e procuremos falar e agir para o bem.
Servir ao bem dos outros é a melhor forma de atividade preventiva contra enfermidades, evitando
acúmulo de lixo tóxico em nossa casa mental.
***
Que possamos promover diariamente esta faxina preventiva, antes da instalação de focos de fungos ou
de sujeiras de difícil limpeza no coração.
Recebamos cada novo dia com gratidão, dando a tudo e a todos uma nova chance, lembrando que nosso
maior compromisso é conosco mesmo.
Uma casa mental bem cuidada dura mais. Uma casa mental tratada com capricho, esmero, consegue
receber melhor as visitas e fazê-las se sentirem bem.
Uma casa mental agradável proporciona alegria de viver, amor à vida, estímulo constante, e nos protege
contra as investidas sorrateiras do desânimo, da descrença e do desamor.
O trabalho da faxina da alma não é difícil como parece e traz benefícios imediatos. Por outro lado, o
acúmulo de detritos, o descuido, a indiferença, só nos trazem arrependimento e dores desnecessárias.
Dessa maneira, estabeleçamos como regra começar o dia com uma prece. E terminá-lo também com
uma prece.
Não consideremos isso como um ritual, mas como uma disciplina de higiene.
Da mesma forma que mantemos a disciplina com a higiene do corpo, com o banho diário, a escovação
dos dentes após as refeições, estabeleçamos disciplina para nossa alma.
Mantenhamos, através da oração, o contato com a Espiritualidade superior e perceberemos a faxina
sendo feita, as boas intuições que começam a surgir.
Perceberemos que podemos contar com esse grande instrumento sempre que desejarmos.
A faxina de todo dia é o cuidado da alma. Se desejamos viver melhor, pensemos um tanto mais sobre
isso.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. ANOTAÇÕES PREVENTIVAS do livro BUSCA E ACHARÁS por André Luiz e Francisco
Cândido Xavier.
***
#momentoespirita #reflexão #vigilância #livrearbitrio #vigiar #higienemental #comportamento
204

181. A MAGIA DO CONVÍVIO

Na atualidade, vivemos um tanto distantes uns dos outros. Pode soar paradoxal, mas quando temos
tantas formas de comunicação, em tempo real, andamos muito distanciados.
Em se falando das crianças, por exemplo, constatamos que a maioria delas usa tanto a internet que mal
tem tempo para brincar.
Os menores dizem que usam o celular até mesmo durante as refeições ou em outros momentos
familiares.
Exatamente naqueles períodos quando todos poderiam esquecer um pouco os celulares para uma
saudável conversa olho no olho.
Buscando o equilíbrio no uso da tecnologia para melhorar os relacionamentos familiares, algumas
instituições religiosas se reuniram para uma ação conjunta.
Num encontro com participantes de variadas idades, uma educadora e também contadora de histórias
abordou o tema, de tal forma inteligente, que a todos envolveu.
Depois, ela propôs a divisão em duplas para que um falasse ao outro a respeito de si mesmo.
Foi aí que surgiram maravilhosas descobertas.
Uma mãe narrou, encantada, que acabara de descobrir verdadeiros segredos de sua filha adolescente.
Coisas que ela nunca havia lhe contado antes.
Por sua vez, a garota se dizia feliz por ter sabido coisas muito interessantes sobre a vida da sua mãe. E
o que a espantou foi descobrir que sua mãe adorava dançar, como ela própria.
Uma garotinha de sete anos descobriu que o prato predileto de sua prima, com quem costuma brincar,
diariamente, é lasanha. Como nunca soubera disso?
Agora, quando ela fosse brincar na sua casa, ela pediria para sua mãe providenciar aquele prato para a
prima.
Duas adolescentes, que se conheciam, de longe, por frequentarem a mesma escola, se surpreenderam,
ao se descobrirem ali, adeptas da mesma religião.
E, na conversa, se deram conta de que tinham medos em comum, gostavam das mesmas músicas e do
mesmo gênero de filmes.
Bonito mesmo foi testemunhar uma dupla de uma senhora de terceira idade e um garotinho de oito
anos. Ele ficou muito interessado ao saber que ela havia nascido no mesmo país do seu avô. E fez
muitas, muitas perguntas.
E assim foram descobertas e mais descobertas durante aquelas três horas de programação. Foi uma
clara demonstração de que a convivência com o outro pode reservar lindas surpresas.
Por fim, deixou claro que se pudermos ficar algum tempo sem consultar o celular poderemos ter uma
conexão bem mais profunda e real com outras pessoas.
E esse contato poderá nos revelar riquezas pessoais dos que vivem em nosso entorno.
Pessoas com as quais estamos todos os dias, lado a lado, mas, habitualmente, não conversamos, não
trocamos ideias, não nos revelamos mutuamente.
***
Fica aí a sugestão. Que tal, a partir de agora, nos propormos a algumas pausas na tecnologia, nos
desligarmos em certos momentos do celular, olhar para o lado e dizer: Oi, tudo bem com você?
Será somente o início da redescoberta da alegria de falarmos olhando um no olho do outro, apertando a
mão, trocando abraços.
A magia do convívio!
***
Extraído do Momento Espírita com base no artigo E A MAGIA SE FEZ, de Martha Rios Guimarães, da REVISTA INTERNACIONAL DE
ESPIRITISMO, de dezembro de 2018, ed. O CLARIM.
***
#momentoespirita #reflexão #relacionamento #sociedade #convivencia #comportamento
205

182. UM REINO FELIZ

Quando terminavam as pregações nas margens do lago de Genesaré, em Cafarnaum, Jesus seguia
para a casa de Simão Pedro.
Os amigos mais próximos O acompanhavam para diálogos enriquecedores.
Eram momentos inesquecíveis. Na tranquilidade do lar de Simão Pedro, Jesus elucidava as dúvidas em
uma conversação mais íntima.
Na tarde em que, no monte, Jesus falou sobre as bem-aventuranças, o Apóstolo Tiago ficara surpreso,
sem poder entender exatamente como seriam essas recompensas.
Onde se localizaria esse reino de felicidade: seria aqui mesmo na Terra? Em algum lugar no qual só se
chegasse depois da morte?
Jesus esclarecendo lhes disse que todas as criaturas aspiram à felicidade, que se apresenta para cada
uma delas de maneira diferente.
Para o doente, estaria na cura; para quem padece fome, seria o alimento; para o solitário, uma
companhia.
Felicidade verdadeira, no entanto, “é um estado interior de paz, que as questões de fora, não
conseguem perturbar.”
E falando do Reino dos Céus, o REINO FELIZ, ensinou que ele tem início no coração das criaturas,
quando optam pelos valores do bem, da justiça, do trabalho, do amor.
***
A mudança de atitude na vida em relação à harmonia entre todas as coisas e seres acalma
interiormente o indivíduo, que passa a aspirar pela compreensão entre todos e pelo espírito de
solidariedade que deve existir nos sentimentos.
Essa compreensão lhe proporciona bem-estar interno, que se exterioriza em forma de júbilo e harmonia.
Aquele que assim procede, vivencia, desde então, o reino dos céus no coração, prolongando-o para
além da morte física.
Suas palavras eram ditas com tanta doçura e carinho que sorrisos de felicidade bailavam nos lábios dos
que O ouviam, como numa antevisão desse reino feliz.
E Jesus continuava explicando que no mundo espiritual existem igualmente locais de dores e
sofrimentos reparadores. Lugares em que se reúnem aqueles que não quiserem atender aos padrões
da Lei de Amor.
No entanto, todos temos condições de cultivar esse amor, a fim de conquistarmos o reino feliz, que não
pode ser construído sobre coisas materiais, nem tampouco resulta da satisfação das ilusões e desejos
físicos.
***
Os tesouros reais e imperecíveis são especiais. São aqueles que libertam a consciência e dulcificam o
coração.
Esses tesouros eternos depois de conquistados permanecerão conosco em todo e qualquer lugar.
Nada, nem ninguém os conseguirá destruir.
Na prisão ou na liberdade, na terra ou no céu, no perigo ou na ventura, desfrutaremos dessa
propriedade inviolável, pois o reino feliz representa o conhecimento e as responsabilidades que
devemos assumir perante a vida.
Quando a nossa consciência se apresenta tranquila frente às nossas tarefas e o coração se encontra
vivenciando a paz que o amor propicia, estaremos no caminho certo.
Silenciou, enquanto todos com os semblantes descontraídos despediam-se para o descanso do corpo.
Pensemos: Estamos trabalhando pela conquista desse reino tão buscado?
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 6, do livro VIVENDO COM JESUS, por Amélia Rodrigues e Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #reflexão #ReinodosCeus #consciencia #liberdade #fraternidade #conhecimento #responsabilidade
206

183. COMO LIDAR COM O QUE NÃO NOS AGRADA?

A vida nos surpreende diariamente com acontecimentos que nos desagradam.


Desde pequenos incômodos, coisas que não saíram como esperávamos ou do exato jeito que
queríamos, passando pelas reprovações, não aceitações, os muitos nãos aqui e ali, até grandes
sofrimentos que mudarão o curso de nossa existência.
Com isso vem o desafio: Como lidar com essas surpresas sempre desagradáveis, pelo menos num
aparente primeiro olhar?
Percebamos uma característica nossa, muito frágil, que precisa ser reformada: nossa inabilidade em
lidar com o inesperado.
Criamos expectativas baseadas em nossas vontades, em nossos desejos, por mais absurdos que
sejam, e saímos por aí, como se o mundo tivesse obrigação de nos atender.
Dificilmente estamos abertos ao novo, ao imprevisível, a deixar de querer ter controle sobre tudo e
sobre todos.
Muitos ainda temos essa ilusão de que podemos controlar tudo. E os dias difíceis nos mostram que não
é bem assim que funciona...
Tão logo deixemos de ter toda essa prepotência, essa pretensão, ou até ingenuidade, começamos a
receber os acontecimentos da vida de uma forma mais inteligente.
Isso ou aquilo não aconteceu como queríamos ou como planejamos? Mas, será que nosso querer
estava certo? Teremos planejado da melhor forma? Será que de outro jeito não seria melhor para nós?
Descemos de nosso patamar de controladores, conquistamos um pouco de humildade e seguimos
adiante dando novo significado a tais coisas.
Essa é uma das nuances da virtude da resignação. Se observarmos a palavra mais de perto,
perceberemos que ela é formada por re – signo – ação, isto é, a ação de dar novo significado a algo,
ou, a RESSIGNIFICAÇÃO.
Notemos que não se trata de uma virtude comodista, passiva, de apenas aceitar o que nos acontece
sem murmúrio, reclamação.
Ela é dinâmica, porque quando ressignificamos algo tomamos atitudes, caminhos, passamos a agir de
nova forma.
RESIGNAÇÃO é força da alma, o consentimento do coração corajoso, que resolve enfrentar o que quer
que seja, entendendo seu significado redentor na vida.
***
Ser resignado significa podermos carregar o fardo das provas que a revolta insensata não suporta.
Ser resignado significa sofrermos buscando entender porque sofremos, ou melhor, para que sofremos,
encontrando em cada obstáculo da vida uma oportunidade.
Ser resignado é pensarmos adiante e não nos permitirmos escravizar pelo presente, muitas vezes em
desacordo com nossos desejos imediatistas.
Ser resignado é estarmos em paz conosco mesmo e com as leis divinas, que apenas nos educam para
a melhor estabilidade do nosso amanhã.
Dessa forma, submetamo-nos, paciente, resignadamente às situações atuais e, insistindo nos bons
propósitos, construamos o porvir de bênçãos que ainda não podemos fruir.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #provas #expiações #resignação #ressignificação #conhecimento #paz
207

184. REFLETINDO SOBRE POSSES

Se nós não sabemos o que somos, como sabemos o que possuímos? Possuímos nós alguma coisa?
O pensamento desassossegado do poeta Fernando Pessoa nos convida a fundamental reflexão.
No mundo onde possuir as coisas ainda é tão importante, onde usamos com tanta frequência os
pronomes possessivos, é desafiador pensar o contrário.
Minha casa, meu carro, minhas roupas, meu dinheiro e aí vai, passando pelos meus filhos, minha
esposa, meu marido etc.
O ser humano ainda tem essa necessidade intensa da posse. Trazemos isso do primarismo da alma,
dos tempos em que o ter era questão de sobrevivência.
Hoje não somos mais primitivos. Descobrimos que a alma é imortal. Que somos Espíritos vestindo um
corpo transitório num planeta transitório.
Cada vez que nos vinculamos a um novo corpo trazemos apenas a inteligência e a moralidade
previamente conquistadas.
E cada vez que nos desvinculamos dessa vestimenta física, através do fenômeno natural da morte,
levamos conosco exatamente o mesmo.
Tudo que consideramos posse, fica. Vai para outros, muda de mãos, pois nos serviu por determinado
tempo e agora deverá servir a outros.
E é assim que deveríamos enxergar os bens da Terra. Eles nos servem por um tempo, nos servem para
algum propósito maior. Não têm finalidade em si mesmos. São instrumentos.
***
De forma alguma propomos o extremo oposto, o do menosprezo desses recursos. Todo fruto do
trabalho honesto é merecido. Podemos e devemos usufruir desses resultados durante a vida.
A questão está no foco. Viver para ter ou ter para viver?
Mudando o foco lidamos melhor, inclusive, com as perdas que, em verdade, não são reais. São apenas
mudança de mãos, de estado, de momento.
Quando alguém nos toma um bem precioso ou nos faz perder grande quantia de dinheiro, levando-nos
à falência, a expressão de que usualmente nos servimos é: O trabalho de tantos anos se perdeu.
Será mesmo? O trabalho não se perde, pois o tesouro está em nós, no que aprendemos, no que
enfrentamos, na brava sobrevivência, nos valores construídos ao longo da caminhada.
As posses se vão, mudam de endereço, mas o que nos fez conquistá-las permanece conosco, quando
é autêntico, nobre e honesto. Essa é a nossa verdadeira propriedade.
***
Quando vamos a um país distante, nossa bagagem é constituída de objetos utilizáveis nesse país; não
nos preocupamos com os que ali nos seriam inúteis.
Procedamos do mesmo modo com relação à vida futura: levemos o que lá possamos utilizar.
Ao viajante que chega a um albergue, se pode pagar, bom alojamento lhe é dado. Outro, de poucos
recursos, fica em um menos agradável. Quanto ao que nada tenha, vai dormir ao relento.
O mesmo nos sucederá em nossa chegada no mundo dos Espíritos: depende dos nossos haveres o
lugar para onde iremos.
Não será, no entanto, com nosso ouro que o pagaremos. Ninguém nos perguntará quanto tínhamos na
Terra; que posição ocupávamos; se éramos príncipe ou operário.
Mas, nos perguntarão o que trazemos conosco. Não nos avaliarão os bens, nem os títulos, somente a
soma das virtudes que possuamos.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 16, item 9, de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #reflexão #posses #riquezas #espiritualidade #conhecimento #bensespirituais
208

185. JUVENTUDE INTERIOR

A juventude é essa fase dourada da vida, em que os sonhos superam a realidade, e na qual a
exuberância, a força e a beleza estabelecem o seu domínio.
Na Terra, essa fase é determinada por certo número de primaveras.
É um período de tal forma atraente que desde sempre o perseguimos e desejamos nos manter nele.
Para isso, buscamos poções mágicas, fontes milagrosas, que jamais serão encontradas.
Na atualidade, com o objetivo de mantermos, por mais tempo, uma aparência jovem, frequentamos
academias, nos submetemos a cirurgias plásticas, utilizamos produtos e cosméticos os mais diversos.
Tudo isso pode nos conferir uma boa aparência exterior, no entanto, importante pensarmos como
estamos em nossa intimidade.
Por vezes, somos exatamente aqueles que agasalhamos ideias arcaicas, ultrapassadas, enquanto
buscamos nos manter jovens por fora.
Isso nos diz que podemos retocar, modernizar a aparência que mostraremos para o mundo.
Seremos semelhantes a um presente muito bem embrulhado, com laçarotes coloridos, trazendo no
interior um produto que cheira a bolor, algo com data de validade vencida há muito tempo.
Rejuvenescer ideias, espantar preconceitos, mudar pareceres antiquados exigem mais do que uma
cirurgia plástica.
Podemos afugentar as rugas do corpo, mas o Espírito necessita de outros esforços para rejuvenescer.
***
Quando nos dispusermos a perceber que somos Espíritos imortais revestidos de um corpo material,
apenas para viver na Terra, compreenderemos melhor o processo do rejuvenescimento.
Perceberemos que a tão procurada fonte da juventude se encontra em nós mesmos, e se mostra desde
o instante em que resolvemos nos conhecer e aceitamos as mudanças naturais da vida.
Utilizando essa fonte, poderemos nos transformar intimamente, tornando mais verdadeiro e simpático o
nosso sorriso; nos tornarmos mais sábios; termos um olhar mais sereno.
Tudo isso estará retratando nossa realidade de Espírito que busca evoluir, que deseja alcançar
patamares mais elevados.
Quando, independente da idade que tenha o nosso corpo, soubermos admirar um raio de sol, o
desabrochar de uma flor, o sorriso de uma criança, estaremos vivendo a plenitude da juventude.
Quando nosso foco estiver no aprendizado de novas ciências, novas tecnologias, estaremos mantendo
ativa e jovem a nossa energia mental.
Quando buscarmos crescer para a luz espiritual, embora dependente ainda das leis materiais, nosso
olhar estará em perfeita conexão com a vida.
Manter essa juventude interior deve ser objetivo de todos os que nos encontramos sobre a Terra.
Isso nos permitirá termos nossas vidas transformadas em produtivas searas, fortalecidas pelo amor de
Jesus.
O perfume desse amor maior nos manterá espiritualmente jovens e repletos da vida abundante.
***
A juventude física é passageira, por mais tentemos deter as consequências do avanço dos anos.
Entretanto, a juventude da alma que se dispõe a compartilhar suas energias, transformadas em
bênçãos de luz e paz, nos enriquecerá para sempre.
Façamos mais em nosso próprio favor. Zelemos pelos exemplos que espalhamos, estejamos sempre
dispostos a aprender mais e mais, em terapêutico processo de evolução constante.
Conservemo-nos eternamente jovens na intimidade de nós mesmos.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 11 do livro LUZ NAS TREVAS, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #reflexão #juventude #jovem #espiritualidade #conhecimento #comportamento
209

186. FALANDO COM DEUS

A oração é um dos momentos mais sublimes da existência humana.


Em Jesus colhemos o exemplo do hábito da oração. Ele buscava a natureza para essa comunhão com
o Pai Celestial. Subiu a um monte, demonstrando que é preciso alçar a alma para alcançar a fonte
celeste.
Buscou a orla da praia, um recanto calmo, na noite de estrelas ou no morrer da tarde, assinalando que
devemos dedicar alguns momentos diários a essa fala de filho ao Pai.
Ato instintivo da alma, que busca o regaço paterno, ante as profundas dores, ao orarmos, fortalecemos
a coragem para o enfrentamento das dificuldades.
Será sempre uma conversa íntima. Por isso a orientação do Mestre de Nazaré de entrarmos em nosso
aposento, fechar a porta e orar em secreto.
Esse apelo para ficarmos a sós é uma recomendação mais profunda do que apenas nos isolarmos
fisicamente. É um convite a um mergulho para dentro de nós mesmos, calando o alarido do mundo
exterior e os murmúrios dos nossos caprichos.
Dessa forma, quando orarmos, busquemos a serenidade interior, em completa entrega a Deus,
permitindo que nossos pensamentos, dirigidos pelo coração e pela vontade, sintonizem com as
harmonias celestiais.
Num diálogo sem pressa, sem fórmulas específicas, revitalizaremos as energias, renovando-nos para o
prosseguimento da jornada, por mais áspera se nos apresente.
Por vezes, a nossa oração será feita em momentos de profunda dor, tendo os espinheiros das aflições a
sufocar a tenra flor dos nossos melhores propósitos.
Ainda assim, lembremos que, como não somos perfeitos, nosso mundo, sendo o reflexo da nossa
maneira de agir e pensar, também não é perfeito.
Por isso, nenhum de nós está isento da dor, que nos chega como oportunidade para o nosso regresso à
senda do bem.
Aceitá-la sem revolta é demonstrar confiança nos desígnios superiores, certos de que a Justiça Divina
jamais se engana.
Assim, quando a dor se apresente é porque a hora se faz de ajustarmos enganos passados, erros
cometidos em momentos de desatino e incoerência.
***
Entretanto, se a oração nos constitui uma bênção de auxílio e fortalecimento, lembremos que não basta
somente orar.
Precisamos empreender, mesmo que lentamente, a caminhada em direção ao bem.
A tarefa de subir aos céus da perfeição a que estamos todos destinados é de cada um.
Poderemos seguir a sós ou em grupos, acompanhando a marcha dos companheiros mais alertas e
mais dispostos do que nós mesmos.
Com certeza, teremos que nos aventurar em novas jornadas de aprendizado e caminhar pelas estradas
das provações.
Não raras vezes, teremos que dizer um breve adeus a nossos amores, companheiros de caminhada
desde a imensidão das eras, porque a eles compete partir para o Além antes de nós.
Haveremos de os reencontrar, mais cedo ou mais tarde. Eles apenas adiantaram o passo e
completaram a sua jornada.
De toda forma, sigamos decididos pela estrada do bem, ao amparo de Jesus, fazendo com que nossos
atos, mais do que nossas palavras, sejam uma permanente prece ao Criador.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #prece #oração #Deus #problemas #dificuldades
210

187. AS LINHAS DE UMA FLOR

Pede-se a uma criança: Desenha uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro
canto da sala onde não há mais ninguém.
Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direção, outras noutras. Umas mais
carregadas, outras mais leves. Umas mais fáceis, outras mais custosas.
A criança colocou tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu. Outras eram tão
delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.
Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: uma flor! As pessoas não acham parecidas
essas linhas com as de uma flor!
Contudo a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a
cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor. E a criança pôs no papel algumas dessas linhas,
ou todas.
Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas, são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!
***
O belo texto de Almada Negreiros, poeta e artista plástico português, pode nos levar a várias reflexões.
A primeira nos leva pelos caminhos de Antoine de Saint-Exupéry e seu principezinho encantador,
quando nos mostra a dificuldade que a alma adulta tem para compreender o mundo infantil (como se
nunca tivesse transitado pela infância).
O aviador de Saint-Exupéry, quando criança, não conseguia ser compreendido em seus desenhos
mirabolantes. Eram complexos demais para os adultos...
Outra nuance do poeminha nos leva a pensar sobre as potências de nossa alma e de como temos,
dentro de nós, todas as linhas para desenhar o que bem desejarmos.
Os gérmens da perfeição, das virtudes da alma, estão todos conosco desde que fomos criados,
buscando o tempo de serem desenvolvidos.
Assim como as linhas desenhadas pela criança, nos primeiros momentos nos parecem ininteligíveis,
são os primeiros movimentos do ser humano rumo à felicidade.
Os traços vão se organizando com o tempo, com as encarnações, com os aprendizados, e nossa flor no
papel vai ficando cada vez mais bela e mais próxima à figura original criada por Deus.
A perfeição da flor desenhada nunca chegará a ser a da florescência divina, pois o Espírito alcança
apenas uma perfeição relativa.
Porém, será igualmente bela a flor desenhada pelo homem após as sucessivas experiências na carne.
***
Vivemos para organizar os traços de nossa intimidade, buscando dar-lhes aspectos harmônicos,
inspirados e guiados pelas Leis Divinas.
A educação nunca foi um ato de colocar algo para dentro de nós, e sim de colocar para fora,
desenvolvendo potencialidades.
A etimologia da palavra educação nos mostra os termos: ex, que significa para fora, seguido da
expressão ducere, que se entende por guiar, conduzir, liderar.
Assim, educar é conduzir, guiar, retirar de dentro de nós algo que está lá, embrionário.
Olhemos para dentro, cuidemos de nós, invistamos nosso tempo na evolução espiritual e veremos
esses traços bailando pelas telas do mundo produzindo grandes belezas.
Temos conosco os gérmens de todas as virtudes, de todas as flores de nossa alma.
***
Extraído do Momento Espírita com citação do texto A FLOR, do livro A INVENÇÃO DO DIA CLARO, de José Sobral de Almada Negreiros,
ed. Assirio & Alvim.
***
#momentoespirita #reflexão #prece #oração #Deus #problemas #dificuldades
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188. CRIAÇÃO E CRIADOR

Um brilho que dura pouco tempo no céu. Aparece, desloca-se rapidamente por alguns segundos e
depois some.
Os mais desavisados poderiam dizer que avistaram um OVNI ou mesmo uma estrela cadente, mas não,
o que podemos ver a olho nu, por poucos instantes, é um grande objeto construído pela engenharia
humana.
Trata-se da ISS, estação espacial internacional, construída e mantida por engenheiros espaciais de
diversos países como Estados Unidos, Rússia, Japão e outros.
É o maior objeto colocado em órbita pela Humanidade. Com mais de cem metros de comprimento,
viajando há cerca de quatrocentos quilômetros de altura e numa velocidade próxima de vinte e oito mil
quilômetros por hora, é uma das grandes conquistas da inteligência humana.
Muitos anos de estudo, de trabalho, de dedicação, colocando peça por peça em órbita, desde a
primeira, ela está orbitando em torno da Terra, há cerca de vinte anos.
Uma vez colocada em órbita, através dos lançamentos de foguetes extremamente potentes, cada novo
módulo se junta ao principal, que está com os propulsores desligados, isto é, a ISS orbita sem
propulsão alguma.
Vale ainda lembrar que as belíssimas imagens que muitas vezes recebemos de nosso planeta azul vêm
de registros feitos por astronautas a bordo dessa estação, que pode receber até seis tripulantes.
Está aí uma fascinante criação, assinada pelo homem, seu engenhoso criador.
***
Agora observemos uma outra obra: nosso planeta.
A Terra também descreve uma órbita, porém, em torno de uma estrela, o sol. Todos viajamos a cerca de
cento e sete mil quilômetros por hora, pelo espaço, realizando esse movimento que conhecemos como
translação.
Um movimento constante, sem trancos, sem variações ou interrupções, graças às leis universais que
regem a matéria.
A Terra está a mais ou menos cento e cinquenta milhões de quilômetros do sol, uma distância
considerável. Vênus, por exemplo, nosso vizinho, está há cento e sete milhões de quilômetros da
grande estrela.
Imaginemos, no entanto, se as posições fossem trocadas, se a Terra estivesse um tanto mais próxima
do sol, assim como está Vênus. Nesse caso, todos nós não existiríamos.
A temperatura média em nossa superfície seria de quatrocentos graus célsius, inviabilizando qualquer
espécie de vida como a nossa.
Simulemos o oposto. Se a Terra se distanciasse um pouco do sol, o que aconteceria? Teríamos uma
grande bola de gelo, uma nova era do gelo e novamente a vida, conforme conhecemos, seria
impossível.
Isso tudo nos mostra que nas leis do universo há algo mais do que um simples automatismo, mais do
que forças que atuam mecanicamente, há uma Grande Inteligência.
Certamente uma Inteligência que não entendemos, que nem sequer ousamos desafiar ou compreender
Suas razões e métodos, mas que nos encanta com Sua perfeição e beleza.
Assim, só nos resta reconhecer a grandeza diante de nossos olhos e nos reclinar humildes.
Da mesma forma que admiramos os engenheiros que constroem naves, foguetes, satélites que flutuam
no espaço, pois suas obras falam de sua inteligência, que possamos observar a vida que nos cerca,
que pulsa dentro e fora de nós, no micro e no macro e perceber em tudo, um Grande e Genial Criador.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #criação #criador #Deus #Terra #inteligência #vida
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189. LEI DIVINA - LEI DE JUSTIÇA

Na cidade de Beatrice, no Estado americano de Nebraska, os quinze membros do coral da igreja haviam
combinado um ensaio geral.
Era o dia primeiro de março de 1950 e o horário ajustado foi às dezenove horas e vinte minutos.
Como quase sempre ocorre, quando se marcam eventos, ensaios, que envolvam várias pessoas, uma ou
outra se atrasa alguns minutos.
Dessa forma, era fácil prever que, naquela noite, algum membro do grupo chegasse mais tarde.
Afinal, eram quinze pessoas com diferentes afazeres. O extraordinário, no entanto, foi que às dezenove
horas e vinte e cinco minutos nenhum deles estava no local.
Duas senhoras, independentemente uma da outra, não conseguiram dar partida nos seus respectivos carros.
Cada qual foi solicitar ajuda de alguma forma, mas o fato é que isso as impediu de chegar, na hora marcada.
Uma das meninas ficou retida, em casa, até um pouco mais tarde, porque precisara concluir a sua tarefa
escolar.
Duas outras, embevecidas com o capítulo da novela, perderam a hora. Outra, dormira tão profundamente,
que a mãe tivera que chamá-la repetidas vezes para que despertasse.
O próprio dirigente do coro se atrasou porque ficou esperando que sua mulher acabasse de passar o vestido
da filha mais velha, também membro do coral.
Ninguém compareceu no horário, por motivos triviais, quase tolos. E se poderia pensar em simples
coincidências.
O que é de nos indagarmos é qual a possibilidade matemática de quinze pessoas de um mesmo grupo se
atrasarem, ao mesmo tempo.
O cálculo é complexo e o fato poderia não ter importância alguma.
Isso se não tivesse acontecido o que aconteceu: às dezenove horas e vinte e cinco minutos daquela noite,
ou seja, cinco minutos depois da hora que o ensaio deveria ter começado, uma explosão destruiu
completamente a igreja da cidade.
Ninguém estava lá e os danos foram somente materiais.
***
Existe um Deus, que a tudo governa, tudo vê, tudo provê. Suas leis são justas e ninguém sofre o que não lhe
é devido.
Isso assinala uma Lei que se chama de ação e reação, que nos diz que para tudo que nos sucede, existe um
motivo. Se não é desta vida, trata-se de algo de existências passadas.
Por isso, algo nos detém o passo e nos atrasamos alguns segundos ou minutos. Isso nos evita o
envolvimento em algum acidente de trânsito à frente.
Por isso, alguém nos chama, quando nos encontramos à porta e exige que façamos algo, antes da nossa
saída.
Esse atraso nos fará perder o ônibus, o avião... que poderá sofrer um acidente, no seu trajeto.
A Lei Divina é precisa. E se acreditamos que há muita injustiça na Terra, o que podemos ter certeza é de que
não há injustiçados.
Tudo tem uma razão de ser, de acontecer, cabendo-nos recordar a sábia exortação de Jesus: A cada um
será dado segundo as suas obras.
Seria necessário transcorrer os séculos para aprendermos a respeito da multiplicidade das vidas, a fim de
compreendermos o exato sentido desse ensino de Jesus.
Ensino que nos leva a entender porque algo ocorre conosco e não com nosso vizinho, nosso amigo, nosso
parente.
Ou, ao contrário, acontece com nosso conhecido e não nos alcança.
Lei Divina. Lei de Justiça.
Pensemos a respeito!
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 3, do livro ESTUDOS E CRÔNICAS, de Hermínio C. Miranda, ed. FEB.
***
#momentoespirita #reflexão #criação #criador #Deus #Terra #inteligência #vida
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190. FUNÇÃO EDUCATIVA DA VIDA

Em geral, vivendo sempre ansiosos, entre sucessos e fracassos, esperamos tudo alcançar pela Graça
Divina. Quando isso não acontece, reclamamos de abandono celestial.
Com o velho hábito de colocar a culpa pelos nossos fracassos nos outros, demoramos a compreender
que a vida exige ação correta, e que somente nos esforçando alcançaremos os resultados desejados.
Quantas vezes imaginamos que a proteção divina apenas se faz para os outros, lhes proporcionando
sucesso, êxito nas empreitadas.
Esquecemos de que a Terra é um educandário, uma escola onde não apenas aprendemos, mas
também corrigimos e aperfeiçoamos nossas qualidades.
Na maioria das vezes, imaginamos Deus ao nosso lado somente quando estamos festejando, sorrindo e
gozando felicidade.
Não entendemos, ainda, que as aparentes negativas divinas aos nossos pedidos são, na verdade, em
nosso próprio benefício, proporcionando a experiência de que necessitamos.
Desafios que, quase sempre, se apresentam através de dificuldades, sofrimentos, lágrimas e dor.
Lições que as leis de Deus nos oferecem para nos reeducarmos, corrigirmos o que nos impede as
verdadeiras conquistas.
***
Normalmente o que pedimos não é o de que mais necessitamos, nem o melhor para nossa felicidade.
Pedimos riqueza e Ele nos proporciona uma vida difícil a exigir muito trabalho.
Pedimos amor e Ele nos envia familiares com dependências a nos pedir atenção e cuidados.
Queremos descanso e observamos longo caminho à espera de nosso esforço.
E não compreendemos que todas as nossas dificuldades aparentemente intransponíveis, trazem a
função educativa para nossas almas.
Desejamos o êxito, sem analisarmos as responsabilidades que ele traz consigo.
Sequer imaginamos que para ter saúde integral, além de cuidar do nosso físico, é essencial mantermos
nossa mente sadia.
Buscamos o poder, esquecidos de que sendo uma dádiva divina, deve ser corretamente exercido, pelas
graves responsabilidades que acarreta.
Quanto mais bens materiais reunimos, maiores e mais severos os testes que a vida nos oferece, pela
oportunidade de aprendermos desapego a benefício do próximo.
Os momentos de glória como os de alegrias são, igualmente, desafios para que mantenhamos os pés
no chão.
Não devemos nos esquecer de que a Terra é feliz educandário, no qual as lições iluminativas não se
apresentam somente em clima de festa, entre sorrisos e sonhos de felicidade próxima.
Sendo assim, quando parece que falta a Presença Divina em nossas vidas é porque Deus, através das
Suas leis, está nos permitindo o crescimento moral.
Dessa forma, os considerados insucessos e aflições devem merecer enfoques mais profundos do que
queles usualmente identificados sob a ótica dos interesses imediatos.
***
Jesus, o Mestre Divino, trilhou por caminhos difíceis, para alcançar em plenitude o Seu ministério,
exemplificando a função educativa da vida, sempre amparado pelo Pai.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 28, do livro LUZ VIVA, por Marco Prisco de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #reflexão #prece #pedidos #Deus #Terra #aprendizado #vida #educação
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191. MAIS HUMANIDADE E MAIS ÉTICA...

Viver em sociedade é um dos maiores desafios que a vida nos impõe.


Porém, querer nos isolarmos ou fugir do mundo, em uma vida contemplativa ou de ermitão, é abrir mão
de inúmeras possibilidades de aprendizagem, que o relacionamento humano proporciona.
Na vida em sociedade estamos sempre sendo confrontados com estilos, valores e maneiras dos mais
diversos.
Nesses relacionamentos, algumas pessoas nos servem de referência e buscamos nelas nos espelhar.
Outras, pelo contrário, nos exigem a paciência e a compreensão para a convivência.
***
Assim, quase que de maneira inevitável, nos chegam à mente questionamentos sobre qual a melhor
maneira de agirmos. Ou como devemos proceder em relação ao próximo.
Qual deve ser nosso comportamento, frente a tantas pessoas, tão diferentes umas das outras?
Se alguns nos tratam com gentileza e atenção, outros são ríspidos e mal educados.
Alguns têm empatia e compreensão, outros se pautam na crítica severa.
Vamos encontrar na mensagem de Jesus a segura orientação: Tudo quanto, pois, quereis que os
homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.
A partir desse ensinamento, a equação passa a ser simples: devemos agir com o outro da mesma forma
que gostaríamos que ele agisse conosco.
Colocando-nos no lugar dele, teremos a medida correta de como deve ser nosso comportamento.
Se nossa ação, nossa palavra, ou mesmo nosso pensar, prejudica alguém, claramente não estamos
corretos.
Afinal, se não desejamos ser prejudicados, assim devemos cuidar para não prejudicarmos a ninguém.
Será esse exercício de bem agir com o outro que irá nos humanizando.
Vamos reconhecendo que o próximo, por mais diferente que seja, merece nosso respeito, pelo simples
fato de ser humano.
Isso é humanizar-se. É reconhecer a si mesmo no outro, percebê-lo como irmão de caminhada, de
jornada evolutiva.
Afinal, não podemos esquecer que somos uma só e única família sobre este planeta. Criados pelo
mesmo Deus, alimentados pelo mesmo amor.
***
Um filósofo espanhol teve oportunidade de escrever: Nós, humanos, nos fazemos humanos uns aos
outros.
A principal tarefa da Humanidade é produzir mais humanidade.
O principal não é obter mais riqueza ou desenvolvimento tecnológico, coisas que não são, por outra
parte, desdenháveis, mas o fundamental para a Humanidade é produzir mais humanidade.
É produzir uma Humanidade mais consciente dos requisitos do ser humano e das relações que se
estabelecem entre eles.
Este é o grande desafio da vida em sociedade: conseguirmos tratar o outro, como se fosse um dos
nossos, como se fôssemos nós mesmos.
Verdade que, para o desconhecido, não devotaremos, ainda, amor e dedicação como fazemos àqueles
a quem já aprendemos a amar.
Mas, será sempre tempo de lhe oferecermos respeito, a consideração e a gentileza.
Cada vez que assim agirmos, estaremos testemunhando, perante o mundo, que acreditamos que
somos humanos, irmãos, filhos do mesmo Pai.
E estaremos construindo mais humanidade.
***
Extraído do Momento Espírita com base no livro ÉTICA PARA MEU FILHO de Fernando Savater, ed. Planeta.
***
#momentoespirita #ética #sociedade #humanidade #fraternidade #aprendizado #vida #educação
215

192. NOSSOS PENSAMENTOS INFLUENCIAM NOSSAS VIDAS

Marco Aurélio, o grande filósofo que dirigiu o Império Romano, resumiu em nove palavras aquilo que
define nosso destino na vida:
Nossa vida é o que os nossos pensamentos determinam.
Inspirado nesta afirmativa, o estudioso Dale Carnegie acrescenta que se tivermos pensamentos felizes,
seremos felizes.
Se pensarmos em coisas que nos causam medo, seremos medrosos. Se pensarmos em doenças,
provavelmente ficaremos doentes.
Se pensarmos no fracasso, fracassaremos, com toda certeza. Se nos entregarmos à autopiedade,
todos irão querer nos evitar, afastar-se de nós.
***
Normam Vincent Peale afirmou: você não é o que você pensa que é. Mas o que você pensa, você é.
Tudo isso se resume na ideia de uma atitude positiva perante a vida. Devemos nos interessar por
nossos problemas, mas não nos preocuparmos com eles.
Há uma grande diferença entre uma e outra postura.
Interessar-se significa procurar compreender como são as coisas e tomar calmamente as medidas
necessárias para enfrentá-las.
Preocupar-se significa dar voltas em círculos inúteis e enlouquecedores. Significa sofrer antes e ser
dominado pelo medo.
Tais posturas são determinadas pelo pensamento, simplesmente.
Desta forma, o pensamento poderá determinar se seremos felizes ou infelizes, independente de onde
estejamos, independente das condições de vida que temos.
Napoleão Bonaparte e Helen Keller podem ser bons exemplos que atestam tais afirmações.
Napoleão dispunha de tudo que os homens habitualmente almejam - glória, poderio, riqueza -, e, não
obstante, disse, em seu exílio, na ilha de Santa Helena: Não conheci jamais seis dias de felicidade em
minha vida.
Helen Keller - cega, surda, muda - todavia, declarou: Considerei a vida tão bela!
Reflitamos sobre tal comparação.
Como viveram os dois personagens? Que postura mental apresentou cada um deles diante das
adversidades?
O filósofo grego Epiceto advertiu-nos que devemos nos preocupar mais em afastar da mente os maus
pensamentos do que remover tumores e abscessos do nosso corpo.
E a medicina moderna vem comprovando, dia após dia, que a grande fonte das enfermidades está na
postura mental, na qualidade do nosso pensar.
Por isso a importância de perceber que nossa vida é o que nossos pensamentos determinam e que
vigiando, cuidando do pensar, viveremos muito melhor.
***
Emerson, na parte final de seu ensaio sobre a confiança em nós mesmos, diz:
Uma vitória política; um aumento em suas rendas; a recuperação de uma enfermidade; o regresso de
um amigo ausente; ou outro qualquer acontecimento exterior, anima-lhe o Espírito e você pensa que lhe
estão reservados dias felizes.
Não o creia. Jamais pode ser assim. Nada, a não ser você mesmo, pode trazer-lhe paz.
***
Extraído do Momento Espírita com citação do cap. 12, pt. IV, do livro COMO EVITAR PREOCUPAÇÕES E COMEÇAR A VIVER, de Dale
Carnegie, ed. Companhia Editora Nacional.
***
#momentoespirita #pensamento #vigilância #vigiar #aprendizado #vida #pensamentopositivo
216

193. DIANTE DE PROVAÇÕES COLETIVAS

Foram poucos minutos, mas pareceram uma eternidade.


Minutos que definiram destinos. Minutos que determinaram a separação, a dor, a perda, o desespero.
Minutos que todo o avanço tecnológico da Humanidade não foi capaz de prever.
O primeiro pensamento que veio à mente do mundo, atônito diante do terremoto no Haiti, foi o de que o
ocorrido era uma grande injustiça. De fato, as imagens até agora entristecem e emocionam. E nos
fazem refletir.
Todos aqueles que realmente creem em Deus buscam uma resposta, uma explicação. Afinal, a crença
em Deus fala em Sua soberana Justiça e Bondade.
A ideia da injustiça, portanto, só pode prevalecer entre os incrédulos, entre os materialistas.
Na grande jornada que os Espíritos empreendem a caminho de sua evolução muitas são as lutas, os
sofrimentos, numerosos os resgates e grandes as alegrias à medida em que obstáculos são
transpostos.
Dores são oportunidades de resgate para aqueles que por ele passam. Não raras vezes são o ponto
final para equívocos cometidos em um passado distante e aparentemente esquecido.
Deus, em Sua sabedoria, oferta outra chance mais: a de despertar os corações daqueles que parecem
apenas assistir ao fato.
Oportunidade para transformar a emoção, a tristeza, a reflexão em ações objetivas.
***
Observemos o que ocorreu após a tragédia no país caribenho (terremoto no Haiti). A imprensa
rapidamente trouxe ao conhecimento de todos o ocorrido. O mundo teve acesso a imagens. A comoção
foi imensa.
Com uma rapidez nunca antes observada, graças aos meios de comunicação, notadamente a Internet,
milhares de pessoas de todos os países do mundo montaram verdadeiras redes de ajuda às vítimas.
Poucas horas após já havia pessoas determinadas a serem voluntárias. As entidades de auxílio
receberam milhares de perguntas sobre como ajudar.
Governos de várias nações rapidamente uniram forças para enviar ajuda humanitária, ultrapassando
antigas barreiras políticas para surpresa de muitos.
Em meio à dor da perda de seus membros, a Organização das Nações Unidas, aparentemente
desagregada, sem sede física, sem seu líder local, recebeu apoio de nações que entenderam o sentido
de estarem unidas.
Cidadãos de vários países, que não tiveram medo de largar seu conforto e sua segurança, começaram
a se deslocar para o local e, sem descanso, somaram forças para resgatar pessoas, atender, ajudar.
Assim, ao lado da dor, vemos uma imensa corrente de solidariedade, da qual todos podemos participar.
Não importa a distância, a dificuldade, a limitação: grande parte do mundo tem, nesta situação, alguma
maneira de ajudar, enviando, através de vários meios, suas doações.
E, para aqueles que realmente não podem de nada dispor materialmente, ainda há o recurso bendito da
oração. Oração por aqueles que deixaram o mundo material, por aqueles que sofrem as consequências
e por quem auxilia.
Dessa maneira Deus permite que nos unamos, nos mobilizemos, enfim, desenvolvamos nossa
caridade.
É uma imensa chance de expressarmos nosso amor.
Pensemos nisto e procuremos fazer a nossa parte!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #provaçõescoletivas #solidariedade #fraternidade #vida #caridade
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194. NOSSAS CRIANÇAS

Por que uma criança nos emociona tanto? Por que seu sorriso, seus gestos meigos, nos conquistam
rapidamente?
Quantas vezes não nos percebemos rendidos por uma graça infantil, pelo aceno ingênuo de uma
criança anônima, a nos sensibilizar os sentidos?
A ingenuidade e graciosidade infantis muitas vezes nos levam à conclusão que nascemos como uma
folha em branco, como um livro a ser escrito, como se isentos de maldades e livres das dificuldades
morais da vida adulta.
Como Espíritos imortais que somos todos nós, a cada nova oportunidade que a vida nos oferece para
renascermos, somos os mesmos Espíritos antigos, distantes da simplicidade e da ignorância, que
retornamos para os desafios da vida.
Mas por que trazemos essa aura de ingenuidade e de pureza? Por que temos a impressão que a
criança ao nascer nada traz em si de conhecimentos prévios?
O período da infância, a fase infantil é aquela onde a natureza oportuniza mais facilmente o
aprendizado de coisas novas. E isso não se dá por acaso, desde que, para uma nova existência, todo
um novo processo educacional se inicia.
Desta forma, o período infantil é o mais rico e o mais importante para a educação dos caracteres.
Será sempre na fase infantil que ocorrerão as melhores oportunidades para semearmos valores nobres,
conceitos adequados.
***
Todo pai, todo educador deve estar atento para que não se desperdice esse período precioso de
educação.
Educar está longe de ser o processo de satisfazer a vontade dos filhos, trocando o esforço de
estabelecer limites pela comodidade de oferecer presentes, evitando incômodos.
Devemos aproveitar essa ingenuidade infantil para oferecermos as lições que serão roteiro de conduta
para toda a existência.
Logo mais, nossas crianças crescerão e, ao adentrarem na adolescência, tomarão posse de outros
valores, virtudes, defeitos, dificuldades e problemáticas que trazem impressos na alma.
Por isso é explicável que nossos adolescentes mudem tanto o comportamento nessa fase desafiadora
da vida.
Assim, todo o esforço em educar nossas crianças deve ser levado a termo.
Devemos cuidar com desvelo e amor dos filhos que Deus nos emprestou, para que, em nome Dele,
possamos ser o apoio e auxílio de todos aqueles que retornam aos desafios terrenos, sob nossa tutela.
***
Todo filho é empréstimo sagrado que deve ser valorizado e melhorado pelo cinzel do amor dos pais,
para oportuna devolução ao genitor Celeste.
São bênçãos que chegam ao lar. Alguns, gemas brutas para lapidação. Compete-nos fazer a nossa
parte e prosseguir tranquilos, na direção do futuro e de Deus, o excelso Pai de todos nós.
***
Extraído do Momento Espírita com pensamentos finais do verbete FILHO, do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, por Joanna de Ângelis
e Divaldo Pereira Franco, v. 1, ed. Leal.
***
#momentoespirita #provaçõescoletivas #solidariedade #fraternidade #vida #caridade
218

195. DIANTE DE PESSOAS COMPLICADAS

É comum ouvir alguém reclamar a respeito da presença de uma pessoa complicada em sua vida.
Pode ser algum parente, vizinho ou colega de trabalho.
Em geral, está presente o raciocínio de que a vida seria boa sem os problemas trazidos por aquela
pessoa.
Por vezes, há até alguma indignação com quem tem dificuldades físicas ou psíquicas.
Quem é convocado ao auxílio e à compreensão não raro se sente indignado.
Entretanto, urge refletir que a Lei Divina é perfeita.
Ela estabelece a felicidade e o equilíbrio como naturais resultados da observação de seus preceitos.
Por outro lado, toda violação dos estatutos cósmicos enseja problemas.
Contudo, o erro raramente é individual.
O defraudamento dos deveres de honestidade, pureza e respeito ao semelhante costuma surgir de um
contexto complexo.
***
Quando alguém comete desatinos, de ordinário tal se dá sob o influxo de vários envolvidos.
Esses podem ser os pais, que não cumpriram a contento seu dever de educação e se deixaram levar
por múltiplos afazeres, não dando ao filho a atenção e as orientações necessárias.
Ou então, foram amigos que incentivaram ao vício.
Quem sabe, irmãos ou outros parentes que deram maus exemplos.
Talvez, um namorado ou namorada que fez falsas promessas e gerou grande dor moral.
O certo é que poucas vezes alguém erra sozinho, sem a influência de terceiros.
Ocorre que é da lei que quem cai junto se reerga em conjunto.
Os partícipes do erro são naturalmente convocados a auxiliar no reajuste.
Conforme o grau de sua participação na derrocada moral, devem colaborar no soerguimento.
***
Assim, a presença de alguém complicado em sua vida não é uma injustiça e nem fruto do acaso.
Justamente por isso, não procure saídas fáceis ou desonrosas.
Libertar-se de uma situação constringente não é o mesmo que fugir dela.
A Lei Divina é perfeita e ninguém consegue ludibriá-la.
A atitude de fuga apenas denota rebeldia e complica a situação do devedor.
Para se libertar de semelhante conjuntura adversa, somente mediante o exercício da fraternidade.
Faça o seu melhor no auxílio aos que o rodeiam.
Ampare física e moralmente os que se apresentam frágeis e viciados, do corpo e da alma.
Saiba que a paz em sua vida será o resultado natural da consciência tranquila pelo dever bem
cumprido.
E, principalmente, cuide para não induzir ninguém a trilhar caminhos indignos.
Preste atenção no que diz e faz, a fim de não ser partícipe de atos torpes.
Muitos testemunham seus atos e palavras e podem ser influenciados por eles.
Mesmo sem desejar, você pode assumir graves responsabilidades e complicar seu futuro.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #comportamento #solidariedade #fraternidade #compreensão #resgate #expiação
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196. PESSOAS SURPREENDENTES

Um rapaz de vinte e dois anos adentra o palco do Korea's Got Talent. Programas semelhantes
existem, com versões mais ou menos parecidas, em vários países do mundo.
E, vez ou outra, pessoas muito especiais ali comparecem.
Elas têm um sonho, desejam seguir uma carreira, mudarem o rumo da própria vida.
Com Choi Sung-Bong não foi diferente. Abandonado aos três anos de idade, ele viveu em um orfanato
até aos cinco anos. Fugiu, confessa, depois de ter apanhado de pessoas responsáveis pela instituição.
Por dez anos, viveu pelas ruas. Vendia chicletes e bebidas. Dormia em escadas e banheiros públicos.
Sempre que encontrava, nas ruas, aulas gratuitas de música, ele comparecia.
Fez o supletivo para o ensino fundamental e teve seu primeiro contato com a escola, ao iniciar o ensino
médio.
Hoje, trabalha como servente de pedreiro. Seu sonho é se tornar um cantor. Um sonho que foi
despertado de estranha maneira.
Certa feita, estando a vender chicletes em uma casa noturna, ele viu um cantor no palco, se
apresentando.
A música animada o envolveu e ele ficou fascinado pelo que fazia aquela pessoa no palco. Decidiu:
seria cantor.
Conta ele que viveu momentos muito duros em sua vida. Chegou a ser vendido a pessoas
inescrupulosas.
Esse jovem, de experiências amargas, guarda doçura na voz e humildade na sua apresentação. Nota-
se-lhe a timidez ao falar.
Também o nervosismo, frente ao microfone, apertando os olhos e os lábios, vez que outra.
Ele confessa que, quando canta, se sente outra pessoa. E, realmente, quando abriu sua boca para
interpretar a música de Ennio Morricone, no idioma italiano: Nella Fantasia, a emoção tomou conta da
plateia e dos julgadores.
Era mesmo outra pessoa. Um cantor interpretando uma canção, com alma e coração.
O sem família, que viveu anos pelas ruas, trabalha, estuda e persegue seu sonho. Não há amargura na
sua voz.
Há a doçura de quem crê num mundo bom, conforme os próprios versos da canção que elegeu para
sua apresentação e cuja tradução nos diz:
Nesta fantasia eu vejo um mundo justo.
Ali todos vivem em paz e em honestidade o sonho das almas que são sempre livres, como as nuvens
que voam, cheias de humanidade.
Na fantasia existe um vento quente, que sopra pela cidade como amigo. Eu sonho que as almas são
sempre livres...
***
Ante histórias tão comoventes como esta, continuamos a afirmar: um mundo melhor já está presente
entre nós.
Almas que não elegem a vingança, nem o ódio ou a mágoa para si. Criaturas que olham mais para o
futuro do que para o passado de dores.
Seres que sonham com um mundo claro, onde a noite é menos escura, onde as almas são livres como
as nuvens que voam, cheias de humanidade...
Irmanemo-nos a essas pessoas, vivendo de forma positiva, fazendo o melhor das nossas vidas para o
bem de todos os que conosco convivem e se nos acercam.
***
Extraído do Momento Espírita com base em vídeo do programa Korea's Got Talent.
***
#momentoespirita #comportamento #fraternidade #justiça #compreensão #futuro #sociedade
220

197. NECESSIDADE DE ORAR

A Sua voz, há pouco, terminara de envolver os homens nas esperanças e consolações do soberano
código das Bem-aventuranças.
O odor de santidade e o vigor da sabedoria, decorrentes da Sua magistral lição, ainda envolviam os
ouvintes, quando Seus discípulos Dele se acercaram e um deles, comovido, interessado em
compreendê-lO, interrogou:
Senhor, por que orais tanto? Sempre quando terminadas as tarefas, por que buscais o silêncio e
penetrais na oração?
Havia sadia curiosidade no questionamento do discípulo devotado.
Relanceando o olhar em torno, e aplaudido pela musicalidade da natureza em festa, Ele respondeu:
A alma tem necessidade da oração, mais do que o corpo tem necessidade de pão. Orar é buscar Deus,
pedindo Seu auxílio, para absorver resistências nos Seus recursos divinos.
O diálogo salutar prosseguiu e, mais à frente, surgiu novo questionamento por parte dos discípulos:
Mesmo vós - perguntou novamente o amigo - que sois o caminho para o Pai e o Seu Messias para a
humanidade, tendes necessidade de orar?
A resposta do Mestre foi doce e poética:
A chama que ilumina gasta o combustível que a sustenta, e a chuva que irriga o solo retorna à nuvem
de onde provém.
***
Jesus, o Ser mais Perfeito que já esteve entre nós, compreendia com perfeição a necessidade da
conversa com o Criador, a necessidade deste contato constante com as esferas superiores.
A prece é o alimento do Espírito, desse ser imortal criado por amor e para amar.
A sintonia com as regiões mais elevadas nos confere novas energias, novo combustível, envolvendo-
nos em vibrações de ânimo, de consolo, fazendo-nos mais fortes para enfrentar os nossos dias.
No ato de louvor devemos expressar carinho e reconhecimento, fluindo de nosso ser, de modo a
produzir uma sintonia, mediante a qual transmitimos os sentimentos de exaltação do bem.
Quando pedimos, devemos colocar a Deus as reais necessidades de nossa alma, de modo que as
solicitações não constituam uma imposição apaixonada, ou um capricho que não merece consideração.
E, finalmente, quando confiamos e agradecemos, é necessário o nosso reconhecimento por tudo aquilo
que recebemos, muitas vezes até sem perceber.
Confiar na sabedoria Divina, em Seus desígnios, faz com que tenhamos fé, esta certeza íntima de que
tudo sempre acontecerá para o nosso bem e que, no comando das Leis, da justiça do Universo, está o
Pai soberanamente justo e bom.
***
Quando feitas de coração, todas as nossas preces recebem resposta.
Raramente percebemos, mas a Providência Divina tem formas muito diversas de entrar em contato
conosco.
A resposta que buscamos pode estar na conversa com um amigo, nas linhas de um livro que
manuseamos por acaso, nas lições de uma palestra, nos relatos trazidos por um filme, nos sonhos à
primeira vista incompreensíveis, nas coincidências da vida que nos fazem parar por alguns instantes
para pensar.
Deus, como Pai amoroso, jamais deixaria Seus filhos sem respostas.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 17, do livro Trigo de Deus, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira
Franco, ed. Leal.
***
#momentoespirita #oração #prece #espiritualidade #fé #Jesus
221

198. FALANDO DE PONTES

O homem andava pelo caminho árido. Longo era o percurso a vencer. Chegou afinal a um ponto onde
pensou que não poderia prosseguir.
Enorme abismo se apresentava à frente. Como transpô-lo?
Sentou-se desolado à beira da garganta escancarada.
E agora? Então olhou para sua direita e divisou um pouco além de onde se encontrava, o perfil de uma
ponte.
Ébrio de contentamento, dirigiu-se para lá.
As forças lhe voltaram e ele, satisfeito, caminhou sobre o abismo de rochas nuas, seguro, graças à
ponte.
São variadas as pontes no mundo e, algumas, famosas. A Golden Gate em São Francisco; a ponte Rio-
Niterói; a Ponte da Amizade, ligando Brasil e Paraguai; a ponte Neuf, em Paris.
Diferentes em largura, comprimento e arquitetura. Todas, no entanto, traço de união entre duas
extremidades distantes.
***
Você já pensou alguma vez se tornar uma ponte? Ponte entre Deus e os homens, entre a luz e as
sombras?
Um hífen de luz entre a dor e o medicamento precioso, entre o desalentado e o consolo, entre o faminto
e o alimento?
Estenda suas mãos e aja. Enquanto muitos reclamam das distâncias, estenda os braços e estabeleça a
ponte da fraternidade.
Quando vários gritam em face do caos que impera, estenda a ponte da organização e da disciplina.
Seja uma ponte entre a miséria e o trabalho digno, convidando os companheiros que seguem com você,
a se engajarem em ocupação útil que garante o pão, o abrigo, a nobreza de servir.
Lembre que entre os homens e Deus, Jesus, o Divino Amigo ainda hoje permanece de braços abertos,
conforme Ele mesmo afirmou: Tudo que pedirdes ao pai em meu nome, ele vos dará.
***
Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo tornou-se uma ponte entre Jesus e o Apóstolo Paulo, filtrando
o pensamento do Cristo, para que as Epístolas traduzissem as recomendações do Mestre aos núcleos
nascentes da Boa Nova.
Chico Xavier fez da sua existência uma ponte entre o mundo visível e invisível, fazendo sol nas almas,
encurtando as distâncias da saudade.
A exemplo dele, pontes se multiplicam no mundo, na ação de homens e mulheres que se anulam em
benefício do próximo.
Madre Teresa de Calcutá, Alberto Schweitzer, Irmã Dulce foram pontes de amor e de socorro!
Sem falar nos professores que estabelecem a ponte entre o livro e a ignorância, descerrando os
caminhos da cultura.
Médium, servidor, amigo, irmão. Onde esteja, torne-se uma ponte de amor, de alegria, de serviço.
***
Deus vive, manifesta e dilata o Seu amor através das criaturas.
Onde você estiver, Ele se manifestará.
Permita que os outros O sintam através de você, da sua ação, da sua palavra e da sua expressão.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #ponte #amor #espiritualidade #fraternidade #missão
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199. CONHECER A SÍ MESMO

O progresso intelectual e tecnológico da Humanidade, nos últimos séculos, têm sido bastante significativo.
O homem compreendeu muitas das leis da natureza e passou a utilizá-las em seu benefício.
Valeu-se da sua capacidade de raciocínio para reduzir esforços físicos e produzir máquinas que auxiliam e
facilitam trabalhos repetitivos.
Descobriu a cura de diversas doenças, fabricando remédios e criando técnicas que diminuem o sofrimento
físico e salvam vidas.
Desenvolveu projetos para aumentar a produção de alimentos e novas formas de armazenamento e
conservação.
Estabeleceu meios eficazes de comunicação que facilitam contatos e a obtenção das mais variadas
informações.
O homem alcançou a lua e ruma, agora, em direção a planetas e estrelas distantes.
São grandes vitórias, mas não representam por si só o final da batalha.
Isso porque as alegrias ainda são passageiras e o sentimento de insatisfação continua habitando o coração
do homem.
Resta um vazio, uma sensação de que algo importante foi deixado para trás. E realmente foi.
***
Em meio a tantas realizações, o homem acabou esquecendo de conquistar a si mesmo, de domar sua
própria essência.
Gasta seu tempo e seu esforço, procurando, mundo afora, o que só encontrará em si mesmo. Seus motivos,
sua razão, suas verdades.
Deseja alcançar a felicidade e a paz.
Crê que as encontrará em rostos, em afetos, em conquistas materiais, em paisagens paradisíacas.
Ledo engano.
Ninguém, nada, nem lugar algum, será capaz de satisfazê-lo real e definitivamente, enquanto ele não
conhecer a si mesmo.
Faz-se necessário que o homem empreenda a mais difícil de todas as jornadas.
Um caminho sem medida e sem volta.
Entender-se, respeitar-se e amar-se.
É preciso que o homem tenha coragem de mergulhar em si mesmo e buscar conhecer-se.
Não se trata de uma tarefa fácil.
Afinal, muitas descobertas poderão ser não muito agradáveis.
Porém, muitas revelações poderão ser dolorosas.
Muito trabalho deverá ser realizado e muitos vícios deverão ser vencidos.
Condutas deverão ser revistas e novos hábitos desenvolvidos.
Para isso, porém, será preciso ter coragem e determinação.
Coragem para reconhecer as próprias deficiências e falhas.
Determinação para não desistir do bom combate. E para não abandonar a meta por considerá-la distante e
difícil.
***
Não somos perfeitos. Ainda não. Mas nosso destino é a perfeição.
Quando Deus, em Sua bondade e sabedoria infinitas, criou-nos, semeou em nosso âmago o gérmen da
felicidade.
É necessário a luz da sabedoria para fazê-lo brotar e frutificar.
O AUTOCONHECIMENTO é pré-requisito para que sejamos a cada dia melhores.
Assim, pouco a pouco, conscientes de quem e como somos, seremos capazes de vencer a nós mesmos.
Transformando o homem velho que ainda existe em nós, alcançaremos o progresso moral que nos falta.
Somente então chegaremos ao nosso destino: a verdadeira felicidade.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #autoconhecimento #progresso #vigilância #vigiar #disciplina
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200. TRES PERGUNTAS IMPORTANTES

Um rei se apercebeu que se soubesse a hora certa de agir, quem eram as pessoas mais necessárias e
o mais importante a ser feito, nunca falharia no que fizesse.
Procurou um homem sábio para se aconselhar. Vestiu roupas simples e, antes de chegar ao destino,
apeou do cavalo, deixou seus guarda-costas para trás e foi sozinho.
O sábio estava cavando o chão em frente à sua cabana. O rei chegou e falou:
Vim aqui porque preciso que me responda três perguntas:
Como posso aprender a fazer o que é certo na hora certa?
Quem são as pessoas às quais devo prestar maior atenção?
Quais os assuntos aos quais devo conceder prioridade?
O sábio não respondeu e continuou a cavar. Estava fraco e inspirava profundamente, a cada golpe.
O rei se ofereceu para cavar em seu lugar e preparou duas extensas sementeiras. Sem receber
nenhuma resposta às suas perguntas, quase ao final da tarde, disse:
Vim até aqui para obter respostas. Se não pode me dar nenhuma, então me diga que vou embora.
Nisso, um homem barbado saiu correndo da floresta. Estava ferido e caiu desmaiado, gemendo
baixinho.
O rei e o sábio o socorreram. Havia uma grande ferida em seu corpo. O rei a lavou e a cobriu com seu
lenço e uma toalha do sábio.
O sangue continuou a jorrar. Muitas vezes o rei lavou e cobriu a ferida.
Finalmente, a hemorragia parou. O homem foi levado para a cama e adormeceu. A noite chegou. O rei
sentou-se na entrada da cabana e, cansado, adormeceu.
Ao despertar pela manhã, demorou um pouco para se dar conta de onde estava. Voltou-se para dentro.
O homem ferido o olhou e lhe pediu perdão.
Não tenho nada para lhe perdoar, disse o rei. Nem o conheço.
Mas eu o conheço. O senhor prendeu meu irmão e jurei acabar com sua vida. Quando soube que o
senhor vinha para cá, também vim.
Esperei na floresta para matá-lo pelas costas.
Mas o senhor não voltou. Saí de minha emboscada e seus guarda-costas me viram. Foram eles que me
feriram.
Fugi deles. Teria sangrado até a morte se não me tivesse socorrido.
Majestade! Se eu sobreviver, serei o mais fervoroso de seus servos.
O rei ficou satisfeito por ter conseguido a paz com seu inimigo tão facilmente. Disse que mandaria seu
médico para o atender.
Levantou-se e procurou o sábio, que estava agachado, plantando nas sementeiras cavadas no dia
anterior.
Então, vai responder às minhas perguntas?
Erguendo os olhos, o sábio lhe respondeu:
O senhor já tem todas as suas respostas.
E ante a indagação da real figura, explicou:
Se Sua Majestade não tivesse ficado condoído da minha fraqueza ontem e cavado essas sementeiras
para mim, indo embora, teria sido atacado por aquele homem.
Teria assim se arrependido de não ter permanecido comigo. Por isso, a hora mais importante foi quando
cavava as sementeiras.
Eu era o homem mais importante. Fazer-me o favor foi o mais importante.
Depois, quando o quase assassino chegou correndo, a hora mais importante foi quando cuidava dele.
Se não tivesse cuidado da sua ferida, ele teria morrido sem estar em paz consigo.
224

Por isso, ele era o homem mais importante. O que foi feito por ele foi o mais importante.
Então, só existe um momento importante, o agora.
O homem mais necessário é aquele com quem você está, pois ninguém sabe se vai tornar a lidar com
outro alguém.
O assunto mais importante é fazer o bem para esse com quem se está, pois esse é o grande propósito
da vida.
***
A hora de agir é agora. O local onde você está é o mais ajustado e as pessoas que estão com você as
ideais para a sua vida e o seu crescimento.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. TRÊS PERGUNTAS, de Léon Tolstoi, de O LIVRO DAS VIRTUDES, de William J. Bennett,
v. II, ed. Nova Fronteira.
***
#momentoespirita #aprendizado #reflexão #momentomaisimportante #bondade
225

201. FAZENDO LUZ NA ESCURIDÃO

Um dia, um menino de três anos estava na oficina do pai, vendo-o fazer arreios e selas. Quando
crescesse, queria ser igual ao pai.
Tentando imitá-lo, tomou um instrumento pontudo e começou a bater numa tira de couro. O instrumento
escapou da pequena mão, atingindo-lhe o olho esquerdo.
Logo mais, uma infecção atingiu o olho direito e o menino ficou totalmente cego.
Com o passar do tempo, embora se esforçasse para se lembrar, as imagens foram gradualmente
desaparecendo e ele não se lembrava mais das cores.
Aprendeu a ajudar o pai na oficina, trazendo ferramentas e peças de couro. Ia para a escola e todos se
admiravam da sua memória.
Em verdade, ele não estava feliz com seus estudos. Queria ler livros. Escrever cartas, como os seus
colegas.
Um dia, ouviu falar de uma escola para cegos. Aos dez anos, Louis chegou a Paris, levado pelo pai e
se matriculou no Instituto Nacional para crianças cegas.
Ali havia livros com letras grandes em relevo. Os estudantes sentiam, pelo tato, as formas das letras e
aprendiam as palavras e frases.
Logo o jovem Louis descobriu que era um método limitado. As letras eram muito grandes. Uma história
curta enchia muitas páginas.
O processo de leitura era muito demorado. A impressão de tais volumes era muito cara. Em pouco
tempo o menino tinha lido tudo que havia na biblioteca.
Queria mais. Como adorava música, tornou-se estudante de piano e violoncelo.
O amor à música aguçou seu desejo pela leitura. Queria ler também notas musicais.
Passava noites acordado, pensando em como resolver o problema.
Ouviu falar de um capitão do exército que tinha desenvolvido um método para ler mensagens no
escuro.
A escrita noturna consistia em conjuntos de pontos e traços em relevo no papel. Os soldados podiam,
correndo os dedos sobre os códigos, ler sem precisar de luz.
Ora, se os soldados podiam, os cegos também podiam, pensou o garoto.
Procurou o Capitão Barbier que lhe mostrou como funcionava o método. Fez uma série de furinhos
numa folha de papel, com um furador muito semelhante ao que cegara o pequeno.
Noite após noite e dia após dia, Louis trabalhou no sistema de Barbier, fazendo adaptações e
aperfeiçoando-o.
Suportou muita resistência. Os donos do Instituto tinham gasto uma fortuna na impressão dos livros
com as letras em relevo. Não queriam que tudo fosse por água abaixo.
Com persistência, Louis Braille foi mostrando seu método. Os meninos do Instituto se interessavam.
À noite, às escondidas, iam ao seu quarto, para aprender. Finalmente, aos vinte anos de idade, Louis
chegou a um alfabeto legível com combinações variadas de um a seis pontos.
O método Braille estava pronto.
O sistema permitia também ler e escrever música.
A ideia acabou por encontrar aceitação. Semanas antes de morrer, no leito do hospital, Louis disse a um
amigo:
Tenho certeza de que minha missão na Terra terminou.
Dois dias depois de completar quarenta e três anos, Louis Braille faleceu.
Nos anos seguintes à sua morte, o método se espalhou por vários países.
Finalmente, foi aceito como o método oficial de leitura e escrita para aqueles que não enxergam.
226

Assim, os livros puderam fazer parte da vida dos cegos. Tudo graças a um menino imerso em trevas,
que dedicou sua vida a fazer luz para enriquecer a sua e a vida de todos os que se encontram privados
da visão física.
***
Há quem use suas limitações como desculpa para não agir nem produzir.
No entanto, como tudo deve nos trazer aprendizado, a sabedoria está, justamente, em superar as
piores condições e realizar o melhor para si e para os outros.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. O MENINO QUE TROUXE LUZ AO MUNDO DA ESCURIDÃO, de O LIVRO DAS
VIRTUDES, de Willian J. Bennett, v. II, ed. Nova Fronteira.
***
#momentoespirita #cegueira #reflexão #luznaescuridão #sabedoria #persistência #dificuldades
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202. QUANDO A VIDA NOS SURPREENDE

É interessante observarmos como fatos nos acontecem, mudando totalmente o rumo das nossas vidas.
Fatos bons, outros tristonhos, e outros fatos que nos abalam.
Também existem outros não estrondosos, que nos levam a alterar nossa maneira de pensar. Sobretudo, a
aprendermos a não julgar nada, nem ninguém, na primeira olhadela.
Sabemos disso mas parece irresistível, não é mesmo? Vemos alguém, medimos de alto a baixo e pronto: já
fizemos a nossa análise e desenhamos o seu retrato.
Antes mesmo da pessoa abrir a boca, a julgamos.
***
Isso nos lembra de quatro amigos, que gostavam de sair juntos para festas, passeios, caminhadas, tardes de
sábado.
Em certo final de semana, resolveram acampar. Aprontaram suas mochilas com tudo que, na sua
inexperiência, acreditaram seria importante para uns dois dias.
Em local afastado da cidade, próximo a um rio, montaram a barraca.
À noite foram surpreendidos pela chuva. O aguaceiro, que desabou torrencial, revelou-lhes a total falta de
preparo: o rio subiu de nível muito depressa, a enxurrada desceu com intensidade e a barraca, colocada num
declive, se encheu de água.
Ao amanhecer, preparando-se para voltar para casa, após o passeio mais que frustrado, descobriram que
nada tinham para o café da manhã.
Tudo havia sido levado pela inundação da madrugada.
Ao longe, viram uma casa, pobre, com a pouca pintura bastante descascada.
Um dos rapazes propôs que fossem lá pedir algo para ingerirem.
Se formos - disse outro - o risco é os donos da casa nos pedirem ajuda. Olhem o estado da casa: não devem
ter nada.
Enfim, um deles decidiu ir até o casebre.
A jovem senhora, que o atendeu, ouviu o relato do ocorrido na noite anterior, que precisavam algo para
comer, antes da caminhada de volta para a cidade.
Ela perguntou quantos rapazes compunham o grupo. Depois, pediu que ele aguardasse.
E desapareceu no interior da casa.
Impaciente, o jovem voltou ao local do acampamento. Começaram a organizar as mochilas.
O jeito mesmo era andar, para chegar na estrada e, quem sabe, encontrar um local, não muito distante, em
que pudessem obter algum alimento.
Então, viram uma menina que vinha ao encontro deles. As roupas estavam gastas, conquanto perfeitamente
limpas. Nos pés, chinelinhos de cores diferentes.
Trazia, nas mãos, pequena bandeja, com um bule e quatro copos, de diversos tamanhos. Ao lado, quatro
biscoitos, um para cada um deles.
A emoção tomou conta daqueles moços.
A dona da casa havia lhes enviado o que de melhor poderia ofertar. Talvez, tudo o de que ela dispunha,
organizado em perfeita apresentação.
Tomaram o café quente, agradeceram à pequena portadora, que saiu feliz por cumprida sua missão.
Retomaram a estrada, pensativos.
Havia sido mesmo um grande passeio.
Tinham encontrado alguém que jamais os vira, nunca mais tornaria a vê-los e, no entanto, os havia tratado,
não como forasteiros, mas, como pessoas que batem à porta, pedindo auxílio.
Ela não perguntou de onde vinham, para onde iriam depois. Nem disse de como deveriam ser mais
previdentes e cuidadosos.
Apenas deu o melhor que tinha!
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 25, do livro 52 LIÇÕES INESQUECÍVEIS, de Patrícia Carvalho Saraiva Mendes, ed. FEP.
***
#momentoespirita #caridade #reflexão #fraternidade #dificuldades #julgamento
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203. NUANCES DO AMOR

O amor é o sentimento superior em que se fundem todas as qualidades do coração humano.


É a manifestação de uma força que nos eleva acima das coisas terrenas até alturas divinas, unindo
todos os seres e despertando felicidade íntima em nós.
O amor é o olhar de Deus por sobre todas as criaturas. É a expressão das virtudes máximas da doçura,
da bondade, da caridade.
Se desejamos saber o que é amar, basta que consideremos alguns vultos da Humanidade, como Madre
Teresa de Calcutá, na Índia ou Irmã Dulce, em nosso Brasil.
De todos, Jesus foi a maior expressão do amor, oferecendo-se em sacrifício, até a morte, em benefício
de todos nós, as ovelhas que o Pai lhe confiou.
É Ele mesmo quem nos convida: Amai os vossos inimigos.
Naturalmente, por essas palavras, não exige que tenhamos uma afeição impossível por aqueles que
nos fazem mal. Mas nos pede que não alimentemos ódio por eles, nem desejo de vingança.
Também que tenhamos a sincera disposição para ajudar, nos momentos precisos, aqueles que se
erguem como provocadores de problemas e dores em nossas vidas.
E, se somos convidados a amar os que não nos querem bem, quanto mais não deveremos amar
aqueles que são bênçãos em nossos dias.
Por exemplo, nossos pais, cuja solicitude manteve a nossa infância, que trabalharam para aplainar os
obstáculos da nossa caminhada, que nos acalentaram e aqueceram em seu seio, que acompanharam
nossos primeiros passos, nossas primeiras conquistas e pequenas derrotas.
Que se alegraram com nossas alegrias, que choraram conosco e nos incentivaram ao progresso.
Com muito amor lhes devemos cercar a madureza e a velhice, reconhecendo-lhes a ternura e os
cuidados constantes.
Amar a pátria, o solo generoso que nos acolhe os corpos, na presente jornada.
A pátria que, como mãe amorosa, distribui seus tesouros a todos os seus filhos.
Que nos possibilita o patrimônio sagrado das ciências e das artes, das leis, da ordem e da liberdade,
todo esse acervo produzido pelo homem.
Amar os que caminham conosco, na estrada evolutiva, cansados, tanto quanto nós mesmos, pelos
sofrimentos e lutas que enfrentam, a cada dia.
Somos todos filhos de Deus, membros da grande família dos Espíritos. Todos marcados com o sinal da
imortalidade.
Irmãos destinados a nos conhecermos e a nos unir na harmonia das leis e das coisas, longe das
querelas ilusórias da Terra.
Deus é o foco do amor e, como o sol, projeta seus raios a todos envolvendo, sem exclusões. Derrama-
se sobre todas as coisas e aquece as almas.
Criados por Deus por amor, fomos projetados para amar. Amemos e sintamos esta celeste atração das
almas, que liga os mundos, os governa e fecunda.
***
O amor tem sempre a função de unir, jamais a de criar divisões, separar.
Quando ama, o homem sublima os seus sentimentos.
O Apóstolo João, desde a sua juventude, arrebatado pelo amor de Jesus, serviu infatigável até à
velhice.
E não se cansava de repetir: Filhinhos, amai-vos... Amai-vos.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. XLIX, pt. 5, do livro DEPOIS DA MORTE, de Léon Denis, ed. FEB, e no verbete AMOR, do
livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA – v. 1, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL
***
#momentoespirita #amor #reflexão #fraternidade #família #união
229

204. AS NOSSAS CONQUISTAS

Interessante perceber como tratamos nossos pequeninos, nossas crianças, no que diz respeito às
primeiras conquistas.
O primeiro sorriso – quanta festa! As primeiras palavrinhas – quanto orgulho dos pais!
Depois, ou um pouco antes, os primeiros passos – que conquista importante! Celebramos, contamos
aos amigos com brilho nos olhos.
Cada nova façanha é celebrada com alegria e novas vitórias vão se somando na vida dos filhos, que
vão crescendo, aprendendo e nos surpreendendo.
São êxitos singelos, mas muito importantes. São fundamentais para o desenvolvimento da autoestima,
da segurança e da autonomia dos petizes.
São os primeiros progressos da alma que retorna ao mundo numa nova existência.
Alma que vem com planos, promessas e ideais elevados, buscando na escola da Terra aprender o que
precisa para ser mais feliz.
***
Infelizmente, perdemos muitos desses costumes sadios quando chegamos à idade adulta.
Parece que pouco sobrou para comemorar... O que não é verdade, de forma alguma.
Alguns chegam até a ignorar seus aniversários, como se mais um ano de vida na Terra fosse algo do
qual deveríamos nos envergonhar.
Pequenas vaidades tolas, que acabam inibindo sentimentos e reflexões importantes.
Os êxitos da alma necessitam ser celebrados e partilhados com aqueles que estão à nossa volta.
Não apenas as conquistas materiais, as conquistas intelectuais, mas principalmente os tesouros do
Espírito.
Celebremos nossos aniversários com quem amamos. Sem grandes estardalhaços sociais e sem
grandes gastos, mas não deixemos passar a data em branco.
Fechar mais um ciclo é importante. Fazer uma análise, um balanço. Agradecer pela oportunidade da
reencarnação, pelos amores, pelas experiências...
***
A vida precisa estar repleta de vitórias.
Vencer a depressão, vencer a dependência química, vencer a obesidade...
Vencer a maledicência, vencer algum medo, vencer o ressentimento de anos e poder dormir com a
consciência em paz.
São alguns exemplos de conquistas da alma guerreira, que luta contra suas imperfeições dia após dia.
É fundamental registrar essas glórias, pois são elas que nos darão forças para enfrentar os dias difíceis,
os novos desafios.
Cada vitória traz forças para os novos enfrentamentos, para novos desbravamentos espirituais,
fundamentais para se lograr a felicidade almejada.
O alvo supremo, a felicidade, não é apenas uma meta, mas uma construção de pequenas grandes
felicidades acumuladas através das vidas.
E cada júbilo desses, cada conquista, precisa ser guardada no íntimo de nosso coração com muito
carinho e atenção.
Cada conquista da alma é importante.
Conquistas são como as pequenas rochas que, amontoadas, vão construindo os muros e paredes de
nossa edificação felicidade.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #vitórias #reflexão #conquistas #disciplina #autoconhecimento
230

205. BUSCANDO A FRATERNIDADE E A PAZ

Vieram profetas e trovadores, através dos tempos, nas várias nações, para conclamar-nos à
fraternidade e à paz.
O Governador Planetário, Jesus, enviou precursores para que anunciassem a necessidade do ser
humano ser mais irmão de seu irmão.
Alguns falaram aos ventos. Outros tiveram suas vozes caladas pela nossa impiedade, que não desejava
ouvir coisa alguma.
Não queríamos alterar a nossa maneira de submeter o semelhante, de utilizar os bens da Terra de
maneira egoísta.
Ambição, orgulho. Poder concentrado em poucas mãos. Ouro demasiado aqui. Carência acolá.
Uns nos vestindo de seda e púrpura e outros com roupa rústica, grosseira.
Então, o próprio Senhor da Terra veio estar conosco. Fez-Se anunciar de forma inusitada, por um coro
angélico.
Alguns poucos pastores no campo ouviram.
Na adolescência, demonstrou toda Sua sabedoria, entre os chamados doutores do templo judaico. Em
vão.
Pareceu-nos um cometa, estabelecendo Sua trajetória nos céus e desaparecendo na pequena cidade
de Nazaré.
Ele andou pelas estradas, falou a todos, convidando-nos para o Seu reino, que não tinha aparências
exteriores. Um reino especial na intimidade de cada um.
Mas não O ouvimos. Sua poesia ecoou pelas montanhas, pelos vales, à beira do mar da Galileia, pelas
estradas poeirentas da Judeia.
Prometeu que mandaria outro enviado Seu. E o fez. No século dezenove, ressoou por toda a Terra a
renovação do convite.
Vinde a mim, vós todos que estais cansados e aflitos e eu vos aliviarei.
Desconsideramos os mensageiros e o chamado.
***
Prosseguimos a viver como pessoas inconsequentes, abusando de tudo que a Terra nos oferecia em
abundância.
Erguemos muros para nos distanciarmos de outros seres, esquecidos de que pertencemos a uma
mesma e única espécie, a humana.
Formulamos tratados separatistas, criamos guerras e guerrilhas, em nome de ideias diferentes, de
posse de territórios, de pedras preciosas e honrarias.
Poluímos a água transparente dos rios e lagos com os produtos da nossa imprevidência, tornando-a
escura e lamacenta.
Também as pintamos de vermelho com o sangue de tantos irmãos que eliminamos, em nossos tolos
combates.
Convites. Chamados. São chegados os tempos anunciavam os mensageiros dos céus, através de
muitas bocas e de variadas formas.
Continuamos indiferentes como se fôssemos donos de tudo e pudéssemos comandar as próprias forças
da natureza.
***
Então, um vírus terrível nos alcançou. Alastrou-se rapidamente pela Terra inteira.
E tivemos que parar. Parar as guerras, parar as disputas, parar nossa sede de angariar moedas e mais
moedas.
Agora, o tesouro mais precioso é a vida. E ela nos exige medidas drásticas para sua conservação.
Confinamento, higiene, reformulação de atitudes.
231

A Terra está voltando a respirar e nós, os habitantes, estamos sendo convidados a repensar nossa
maneira de ser, de agir, com risco de não continuarmos sobre ela.
Tempo de pensar. Tempo de reavaliar nossa própria vida. Tempo de pensar no bem de todos, na
conservação do ar, da água, do clima, de tudo que nos é oferecido há tanto tempo e que
desconsideramos.
Tempo de refletir. Hoje, enquanto a oportunidade se faz.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #fraternidade #reflexão #paz #dificuldades #provas #comportamento
232

206. UM IMPORTANTE APRENDIZADO

A Terra é um imenso planeta, lar de bilhões de seres que aqui têm a oportunidade de viver e aprender, em
uma maravilhosa escola.
Este planeta que nos abriga é regido por Jesus, a quem nada passa despercebido, da mesma forma que
nenhum som passa sem ser notado pelo maestro de uma orquestra, não importando o número de
instrumentos que a compõe.
Tudo o que nos ocorre é do conhecimento de nosso querido Guia e Mestre, que já nos avisava que suave é
Seu jugo e leve o Seu fardo, mostrando que ninguém terá uma carga de aprendizado acima das suas
possibilidades.
Porém, em meio a acontecimentos que nos causam preocupação, não raramente nos deixamos conduzir por
sentimentos de medo e de abandono.
Sendo a Terra uma escola, não é local apenas de folguedos e risos, mas também de tarefas e de
aprendizados. Esses, muitas vezes, se fazem através de grandes dificuldades.
As epidemias fazem parte da História da Humanidade e, em séculos passados, dizimavam número
expressivo da população da Terra.
A medicina, então ainda em sua infância, não possuía meios de combater rapidamente doenças que, por
vezes, permaneciam por séculos sem esperança de cura.
A higiene era precária e favorecia a disseminação dos microorganismos que encontravam solo fértil no
organismo de muitos, associada à miséria e à fome.
Mas, Jesus estava atento e não deixou de nos enviar grandes pesquisadores como Louis Pasteur que, em
meados do século XIX expõe a tese de que os micróbios causavam as infecções.
A partir de tal descoberta, os hábitos de higiene foram lentamente incorporados ao cotidiano, em uma
verdadeira revolução para a época.
Mais tarde, em meio à dor e à destruição da Segunda Guerra Mundial, a descoberta da penicilina, por
Alexander Fleming traz à Humanidade, finalmente, uma possibilidade real de cura para muitas doenças
infecciosas.
Sempre atento às necessidades da Humanidade, nosso Mestre permitiu, através de tantas inteligências
diferenciadas, o desenvolvimento surpreendente da ciência e, com ela, da medicina, principalmente no
século XX.
As enfermidades não desapareceram, mas já podem ser curadas. Epidemias continuam a surgir, mas com a
mesma rapidez com que aparecem, a ciência desvenda uma maneira de controlá-las através de vacinas ou
de medicamentos.
De maneira alguma estamos sozinhos no combate às doenças. Temos sempre conosco o amparo do Alto.
***
Pensemos que situações desafiadoras como pandemias e tragédias coletivas não ocorrem por acaso e que
nos trazem muitos ensinamentos.
Nessas situações a ciência progride, a solidariedade entre as pessoas é maior, os profissionais de saúde têm
a oportunidade de reaprender a dar atenção e acolhimento a seus pacientes diante do sofrimento.
Perante tais perigos relembramos dos cuidados básicos de higiene, bem como da alimentação adequada e
saudável para ajudar nosso corpo em sua defesa. É uma busca do equilíbrio frente aos exageros tão comuns
atualmente.
Quando necessário, valorizemos a permanência em nossas casas junto à família, ao invés das
aglomerações em locais onde os vícios facilmente atraem os jovens, ou onde o consumismo desequilibra a
vida financeira.
E aprendemos a orar, pois a mente em oração fortalece o corpo físico e o protege, fazendo-o vibrar em uma
frequência mais elevada.
Aproveitemos, pois, estes momentos delicados para nosso próprio aprendizado e, ao invés de medo e
preocupação, tenhamos a certeza de que estamos sempre amparados.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #provascoletivas #reflexão #expiaçõescoletivas #dificuldades #provas #comportamento #prece
233

207. A HORA EXATA

Quando aninhares em teu seio a revolta e o desespero sobrepujar-te a fé e a esperança; quando o


anseio de fuga sobrepor-se a teus mais caros sonhos e ideais; quando o mundo afigurar-te um cárcere,
não prossigas. Detém o passo!
De que vale seguir adiante, se teus pés pisam, raivosamente, o solo por onde transitas, despedaçando
as flores que ornamentam os caminhos?
É tempo de meditar, analisar, pesquisar causas, fatos, soluções.
Estende o olhar ao teu redor. Vê: a multidão nem mais anda. Corre, acotovela-se, esbarra.
Todos apressados, com o véu das preocupações a lhes anuviar o semblante. São rostos que desfilam
sofridos, acabrunhados, envilecidos, frios, assinalando-lhes o sepultamento da sensibilidade.
Não te deixes arrastar pelo convencionalismo material. És um Espírito Imortal!
Neste momento, te sentes cansado, desanimado ante as lutas que se apresentam, ante os óbices a
vencer. Estás esvaído, exausto e envolves teu corpo em ar de abandono...
No mundo em que te situas, campeia em todo lugar a malícia, o vício, a desonestidade. Corações a
quem te entregaste, dilaceraram-te as aspirações com estiletes de reprovações e queixas.
Causas pelas quais te empenhaste, ardorosamente, jazem por terra, por deficiência de quem te auxilie,
sustentando-as. Sentes que o fardo é por demais pesado e almejas a fuga desabalada.
Entretanto, se te ligasses com o amor infinito, nada disso te afetaria. Se te colocasses em plano
superior ao terreno, enxergarias um pouco além do comum e te deixarias arrebatar pela assistência do
plano maior.
Deus é o Amor sem limites, a Bondade, o Poder Supremos.
Permite ao teu Espírito dessedentar-se nessa linfa cristalina que jorra abundante e continuamente do
Alto. Deixa-o haurir vigor na Força Divina.
Após, verás como as lutas se tornarão insignificantes, as dores diminutas e o próprio fardo, menor.
Há tantas paisagens encantadoras com que podes deliciar-te, amenizando o combate ferrenho, por
momentos...
Torna-te como essas avezitas que voejam, alegres, conquistando o espaço azul. Frágeis, pequeninas,
marcadas com vida muito curta, passam-na em gorjeios e labuta.
Singra tu também os ares! Teu pensamento pode alçar-te muito acima da maior altitude alcançada por
qualquer pássaro.
És filho de Deus e, portanto, herdeiro de Sua assistência.
Abre-te para o Seu Amor e respirarás a brisa reconfortadora de quem se sabe amparado e vibra feliz.
***
Faze da tua vida uma senda florida em busca da bondade das almas e da beleza do Universo.
Além das nuvens brilha, eternamente, o sol que após as trevas das noites, resplandece sempre em
alvoradas de luz.
Também nos corações em que palpitam esperanças, sempre um sorriso álacre estanca lágrimas de
quem padece.
Faze da tua vida um sol, um sorriso, uma esperança. Por onde passes deixa algo de bom, algo de belo.
No futuro, serás lembrado como uma esteira de luz, uma terna recordação, uma carinhosa lembrança,
um motivo de saudade, uma dedicação de amor.
***
Extraído do Momento Espírita com artigo de Maria Helena Marcon, extraído do jornal Correio da Amizade, de fevereiro/1974, ed. Centro
Espírita Ildefonso Correia e com pensamentos finais do livro PENSAMENTOS AO LONGO DA JORNADA, de Alcyone Vellozo
***
#momentoespirita #Deus #reflexão #amor #esperança #futuro #vida
234

208. QUEM PERDER A SUA VIDA...

Era uma cela compartilhada por vários homens, com tristes histórias de vida.
Por estarem ali, juntos, falavam a respeito de si mesmos, do que os levara àquela situação.
Um deles se elegera como o líder e o que quer que cada qual desejasse, precisava lhe pedir
autorização. Ele exercia o poder como se a cela fosse o seu reino particular. Era temido. Por isso,
obedecido.
Então, um dia, um novo prisioneiro chegou. Um homem acusado de ter matado uma garotinha. A
recepção foi uma grande surra de todos os detentos. Quase foi à morte.
Mas, depois de permanecer na enfermaria por alguns dias, voltou para a cela. De forma admirável,
chamou a todos de amigos.
Passaram a chamá-lo de maluco, de idiota. Agia mesmo como um tolo. Falava com as pombas que
estavam no pátio da prisão, soltava-as no ar, mandando recados para sua filha amada.
Era um homem diferente. Com o passar dos dias, deram-se conta da inocência do crime que lhe fora
imputado.
Mais tarde, conheceram sua filhinha, doce menina de nove anos que o viera visitar. Ela falou de uma
testemunha, de um homem que vira tudo e podia dizer da inocência de seu pai.
A pequena visitante, toda envolvida em carinho, conversou com cada um daqueles prisioneiros a quem
seu pai, Raul, chamava de amigos.
Se eram amigos dele também eram amigos seus.
Apesar de todos os esforços, a sede de vingança do pai da vítima era maior do que qualquer conceito
de justiça e ele conseguiu a pena de morte para Raul.
Foi então que um daqueles prisioneiros, que se dizia ser o maior dos criminosos, pelo que fizera, se
ofereceu para morrer no lugar dele.
Raul precisava retornar para os braços daquela menina. E ele precisava resgatar o próprio crime.
O plano foi arrojado. Contou com a cumplicidade dos prisioneiros, de guardas, do diretor da prisão,
todos que estavam certos da inocência do condenado.
E assim se fez. Enquanto um se oferecia para a forca, o outro ganhava a liberdade.
E retornou para sua pequena Beatriz. Na sua deficiência mental, não entendia muito bem o que
acontecera. Somente sabia que estava de volta para os braços da filhinha.
E, ainda com o auxílio de corações amigos, deixou o país rumo a outra terra, para viver em paz.
***
Uma vida por outra vida. O Evangelista Mateus anotou as palavras do Mestre, conferindo a lição do
amor altruísta: Quem perder a sua vida por causa de mim, a ganhará.
Quem oferece sua vida pela do seu irmão, o faz ao próprio Cristo, segundo as suas palavras: O que
fizerdes a um desses pequeninos, a mim o fazeis.
Perder a própria vida para salvar outra vida. Para fazer felizes duas vidas. Para salvar um inocente de
uma pena injusta.
É preciso muito amor para se realizar tal ato, sobretudo quando não se trata de algo feito de rompante,
mas pensado, arquitetado e executado.
Isso nos diz de como existem preciosidades na intimidade da criatura humana.
Pérolas maravilhosas que somente conhecemos quando elas se expressam na exterioridade.
Que extraordinário ser é esse, criado à imagem e semelhança de Deus, que se revela nos momentos
mais adversos.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita com base no filme turco MILAGRE NA CELA 7.
***
#momentoespirita #renúncia #reflexão #injustiças #vida #amor
235

209. EU PRECISAVA...

Eu precisava respirar. A fumaça das chaminés de todo o porte me sufocava. Vinha de todas as partes e
das mais variadas formas.
Eu buscava renovar os ares com ventos mais fortes, a fim de que pudessem promover a limpeza da
atmosfera. Em vão.
Promovi tempestades, esperando que varressem, de vez, as nuvens negras que subiam, sem cessar. O
céu permanecia claro por alguns segundos, apenas. Depois, tudo voltava a ser como antes.
Procurei deter a sanha dos ambiciosos, desencadeando a borrasca, a fim de arrancar árvores e plantas,
como a dizer: Estou cansada! Podem diminuir a minha exploração, por um pequeno lapso temporal, ao
menos?
Minhas entranhas eram perfuradas todos os dias, em busca dos tesouros que abrigo em minha
intimidade. Nada contra, desde que tudo fosse adequado, realizado de modo racional, ordenado,
preservando o entorno.
Enquanto pensavam em extrair os minerais preciosos, destruíam-me e nem se importavam com as
tragédias que promoviam para si mesmos, para seus irmãos.
Eu não suportava mais o peso das águas dos rios, oceanos e mares, encharcadas de todos os
poluentes imagináveis. Alguns jogados, de forma deliberada, outros, por desastres resultantes de puro
descaso ou imprudência.
Assistia ao espetáculo contínuo da depredação dos habitantes das águas, das matas, dos ares. Alguns
caminhando de forma acelerada para sua extinção.
Eu precisava parar. Não sei bem o que aconteceu, e com certeza o meu objetivo não era agredir
ninguém. Mas, eu precisava parar. Era isso ou, em breve tempo, a espécie mais preciosa de todas iria
ser aniquilada.
Uma pandemia se alastrou por toda minha extensão, com a celeridade de um raio, prenunciando
intensa tormenta, exigiu que tudo parasse.
A Humanidade precisou se proteger. E a melhor proteção foi o confinamento. O isolamento se fez
imprescindível.
Em apenas alguns dias, de forma quase miraculosa, voltei a poder respirar. A fumaça diminuiu, quase
desapareceu. As chaminés deixaram de ser tão poderosas.
O trânsito ficou reduzido. Os poluentes deixaram de infestar o ar, a água, o solo. Todos precisaram olhar
para si mesmos e descobrir que o que tinham de mais valioso precisava ser preservado: a vida.
A sua vida, a vida do seu semelhante. Mais importante do que o metal, a vida. Mais importante do que
dobrar os valores monetários, a vida.
De forma alguma, eu pretendia e nem fui a causadora da pandemia que se instalou. Contudo, ela me
permitiu refazer-me de algumas chagas.
***
Minha grande esperança é de que o homem, esse ser especial que anda sobre mim, repense a sua
maneira de viver.
Que se lembre que transita, de forma temporária, sobre mim. Que a sua essência é imortal e é nos
termos dessa Imortalidade, que ele precisa trabalhar.
Cultuar o progresso, sem agredir-me. Desenvolver a tecnologia, no sentido de aprimorar métodos de
salutar convivência entre todos.
Repensar atitudes. Renovar disposições. Viver em plenitude.
Eu, Terra, desejo ardentemente isso!
***
Extraído do Momento Espírita com base no filme turco MILAGRE NA CELA 7.
***
#momentoespirita #Terra #reflexão #ecologia #vida #comportamento
236

210. PENSAMENTO E AÇÃO

Conta a literatura zen-budista que um discípulo acompanhava seu mestre numa caminhada que os
levaria a um rincão distante, onde passariam a noite.
Conversavam tranquilamente enquanto andavam a passos cadenciados, quando se detiveram diante de
uma ponte que havia caído.
Observaram por alguns minutos a situação e perceberam que, se quisessem prosseguir, teriam que
atravessar pelo leito do rio.
Testaram a profundidade e perceberam que seria possível atravessá-lo, embora tivessem que fazê-lo
com a água pela cintura.
Ao se prepararem para a travessia, uma voz desesperada de mulher fez com que ambos se
detivessem.
A mulher também precisava atravessar o rio, mas não se sentia em condições de enfrentar os perigos
da correnteza.
Discípulo e mestre se entreolharam e, após alguns momentos, o mestre tomou a mulher em seus
braços e adentrou no rio a passos firmes.
O discípulo, um tanto assustado, seguiu-os.
Chegando à outra margem, a mulher agradeceu comovida o gesto do seu benfeitor, despediu-se e se
foi.
Novamente, discípulo e mestre caminharam a sós, por quase toda a tarde, trocando apenas algumas
palavras.
Chegaram ao local onde passariam a noite. Quando se recolheram para dormir, o discípulo muniu-se de
coragem e perguntou ao mestre:
Senhor, desculpe minha intromissão, mas gostaria de uma explicação. O senhor carregou uma mulher
nos braços e isso é contra nossos princípios. O que o senhor tem a dizer?
O mestre contemplou o discípulo com olhar sereno e aproveitou para lhe ministrar um grande
ensinamento:
Meu filho, eu carreguei a mulher nos braços de uma margem à outra do rio e a deixei lá, e você a
conservou no pensamento até agora. Quem de nós feriu os princípios?
O discípulo abaixou a cabeça e, um tanto retraído, pediu permissão para se recolher.
***
Muitas vezes, sem mais detidas reflexões, costumamos agir como o discípulo inexperiente.
Percebemos uma situação que, aos nossos olhos, merece repúdio e não hesitamos em lançar o veneno
da calúnia sobre os que pensamos agirem em desacordo com os nossos princípios.
As Leis Divinas, que são de amor e justiça, julgam sempre pela intenção e não pelas aparências.
Assim sendo, é importante que prestemos atenção às mais secretas intenções que movem os nossos
atos.
Nós até podemos mascarar, aos olhos dos homens, o móvel das nossas ações, mas as Leis Divinas
jamais.
***
Você sabia que Jesus tratou desse tema, quando falou do adultério por pensamento?
O Mestre de Nazaré deixou bem claro que o que é levado em conta pelas Leis de Deus é o nosso
pensamento, ou seja, os sentimentos que agasalhamos no fundo da alma.
Dessa forma, vale a pena ficarmos mais atentos aos nossos pensamentos e atos, do que nos dos
outros, porque Jesus também assegurou que cada um de nós responderá por si, e não pelos outros.
***
Extraído do Momento Espírita com base em história narrada em palestra pública pelo orador espírita Divaldo Pereira Franco.
***
#momentoespirita #pensamento #reflexão #ação #julgamento #julgar #comportamento
237

211. FALANDO SOBRE ANJOS

A palavra anjo desperta geralmente a idéia da perfeição moral.


É, frequentemente, aplicada a todos os seres, bons e maus, que não pertencem à Humanidade. Diz-se o bom
e o mau anjo, o anjo da luz e o anjo das trevas.
Na Bíblia encontra-se muito este termo. Às vezes, com o sentido de criaturas humanas exercendo a função
de mensageiros, embaixadores, profetas.
O uso mais frequente se aplica a criaturas já existentes antes da criação do mundo, mas igualmente criadas
por Deus.
Distinguem-se do homem pela superioridade da inteligência, sabedoria e poder.
Alguns críticos julgam ser influência dos povos vizinhos a Israel, sobretudo a Pérsia, a idéia de anjos
substituindo os deuses.
É assim que eles aparecem, em descrições bíblicas, falando aos homens na forma e linguagem humana. E
são mostrados com graus hierárquicos entre si.
Observa-se que, no Novo Testamento, as referências aos anjos são menos freqüentes do que no Antigo
Testamento.
A existência de seres humanos exercendo as funções de mensageiros da Divindade aos homens é admitida
como realidade entre religiões não bíblicas, também.
É assim que vemos descrições de anjos no maometismo, nas mitologias gregas e orientais e em algumas
formas do budismo.
O Corão é extraordinariamente rico em referências aos anjos.
A Doutrina Espírita ensina que os anjos são seres criados como todos os Espíritos.
Por já terem percorrido todos os graus e reunirem em si todas as perfeições, se tornaram Espíritos puros.
Como existem Espíritos dessa categoria, muito anteriores ao homem, este acreditou que eles haviam sido
criados assim, perfeitos.
Entre os anjos, existem aqueles que se dedicam a proteger: são os anjos da guarda.
São sempre superiores ao homem. Estão ali para aconselhar, sustentar, ajudar a escalar a montanha
escarpada do progresso.
São amigos mais firmes e mais devotados do que as mais íntimas ligações que se possam contrair na Terra.
Esses seres ali estão por ordem de Deus, que os colocou ao lado dos homens. Ali estão por Seu amor.
Cumprem junto aos homens uma bela mas, ao mesmo tempo, penosa missão.
Seja nos cárceres, nos hospitais, nos antros do vício, na solidão, eles se encontram ao lado dos seus
protegidos.
É deles que a nossa alma recebe os mais doces impulsos e ouve os mais sábios conselhos.
Eles nos auxiliam nos momentos de crise.
Para os que pensam ser impossível os Espíritos verdadeiramente elevados se restringirem a uma tarefa tão
laboriosa, e de todos os instantes, é bom lembrar que eles nos influenciam a milhões de léguas de distância.
Para eles, o espaço não existe. Podem estar vivendo em outros mundos e conservar a ligação com os seus
protegidos.
Gozam de faculdades que não podemos compreender.
Cada anjo da guarda tem o seu protegido e vela por ele, como um pai vela pelo filho.
Sente-se feliz quando o vê no bom caminho, chora quando os seus conselhos são desprezados.
O anjo da guarda é ligado ao indivíduo desde o nascimento até a morte. Frequentemente o segue depois da
morte e mesmo através de numerosas existências corpóreas.
Para o Espírito imortal, essas existências não são mais do que fases bem curtas da vida.
***
Foi Gregório Magno o primeiro a introduzir a concepção da angelologia na teologia cristã no Ocidente.
Surgiram assim, além dos anjos e arcanjos, duas outras classes: a dos querubins e serafins, jamais
mencionadas em toda a Bíblia como seres angelicais.
No Novo Testamento, os anjos são apresentados como sujeitos a Cristo, o Espírito perfeito.
***
Extraído do Momento Espírita com base nas questões 128 a 130 e 489 a 495 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS,
de Allan Kardec, ed. Feb e no verbete ANJO, da ENCICLOPÉDIA MIRADOR, v. 2.
***
#momentoespirita #pensamento #reflexão #ação #julgamento #julgar #comportamento
238

212. FALANDO EM DESARMAMENTO

No ano de 1997, a campanha pelo desarmamento das pessoas em geral mereceu destaque, em nosso
país.
Em algumas localidades, as autoridades optaram por trocar qualquer arma de fogo ou as chamadas
armas brancas por cestas básicas.
A imprensa abordou em debates televisivos a temática. Jornais e revistas buscaram, através de
questionários com direito a prêmios, ouvir a opinião dos leitores, enfatizando, naturalmente, a questão
do desarmamento como medida salutar para toda a sociedade.
A todo momento, as notícias ventiladas traziam à tona os perigos do porte de armas.
Informavam das sanções aos que as portavam de forma ilegal e as manchetes indicavam os primeiros a
sofrerem tais sanções, por terem sido surpreendidos, com armas, sem a devida legalização.
***
Enquanto toda essa campanha se processava, ganhando a simpatia dos que almejam e programam a
paz em suas próprias vidas, observa-se, ainda hoje, um contrassenso total, no que tange às nossas
crianças.
Os brinquedos, imitando armas sofisticadas, que povoam a imaginação dos que acreditam que o
Terceiro Milênio será a era da destruição maior, desde que dominaremos energias poderosas, segundo
eles, são comercializadas e ofertadas em massa aos pequenos.
Muitos desenhos infantis ainda não abandonaram a agressividade e alimentam as mentes dos homens
do futuro com guerras nas estrelas, possantes máquinas voadoras que vencem distâncias astronômicas
em segundos, com o objetivo de destruir o mais fraco ou o que comete erros contra os seus
semelhantes.
Miniaturas de heróis que literalmente limpam o Universo da escória humana são ofertadas aos
pequenos.
Suas roupas, à guisa de fantasias, ornamentam festas de aniversário dos petizes.
Em nome da paz, prega-se a guerra e a violência. O mocinho tem o direito de matar o bandido, que é o
elemento mau, indesejável e deve, sim, ser expurgado, para sempre, do meio que prejudica.
Com tais atitudes, logicamente, a campanha do desarmamento que se pretende não alcançará êxito.
Tolhem-se as armas dos adultos, mas se as distribui a mãos cheias às crianças.
Toda mudança requer bases seguras. E as bases seguras se encontram na educação.
Educação que se refere à reformulação dos caracteres. E, no caso mais específico, das crianças que
formarão a nova e sadia sociedade, conforme pretendemos.
Cumpre-nos meditar a respeito e escolher com mais propriedade os brinquedos que daremos aos
nossos filhos.
Dir-se-á que as crianças almejam tais brinquedos. Convenhamos, é porque não lhes mostramos outras
opções, permitindo que elas estejam atentas somente para um lado do mundo.
Dir-se-á, talvez, que elas trazem em si mesmas a agressividade.
Por isso mesmo, é que pais e educadores nos devemos esmerar em lhes polir as qualidades positivas e
lhes ofertar o brinquedo sadio, que contribuirá para sua formação de caráter, não alimentando os seus
pontos negativos.
***
O dia 18 de outubro é dedicado ao desarmamento infantil.
Coincidentemente, também é o dia dedicado ao médico. Esta data foi escolhida porque é quando se
rendem homenagens ao Evangelista Lucas, que foi médico.
Ambas as lembranças são muito oportunas. Ocorrendo uma vez ao ano, nos recordam que preservar a
vida é muito importante.
Tal é a missão do médico: salvar vidas. Tal é a missão dos pais: salvar almas que são imortais.
***
Extraído do Momento Espírita de 18 de abril de 2009
***
#momentoespirita #desarmamento #reflexão #desarmamentoinfantil #criança #educação
239

213. TER CAUTELA NA BUSCA DA LIBERDADE

A busca da LIBERDADE sempre foi uma constante na história da raça humana.


Ela compõe o conjunto dos elementos que habitualmente se imagina sejam necessários ao bem-estar
das criaturas.
Parece de pouca serventia possuir alguns bens, da espécie que sejam, sem a liberdade de desfrutá-los.
Para ser livre, muitas vezes o ser humano trilhou caminhos tortuosos.
A maioria das revoluções foi levada a efeito sob o pretexto de livrar os povos de tiranos que os
subjugavam.
Em nome da conquista e preservação da liberdade coletiva, muitas atrocidades foram cometidas.
No mundo atual, com os valores em constante mutação, ser livre persiste como uma meta a ser
atingida.
Mas resta saber se o que o ser humano está vivendo realmente possui o condão de libertá-lo.
***
Ocorre que afrontar a sociedade, sem qualquer finalidade superior, não possui o condão de libertar
ninguém.
Chafurdar em vícios e desatinos também está longe de ser conduta libertadora.
Em um mundo massificado, é compreensível as pessoas desejarem distinguir-se de algum modo.
Contudo, há maneiras muito mais nobres de conseguir isso do que pela adoção de comportamentos
exóticos e chocantes, mas estéreis.
Por exemplo, a prática das virtudes cristãs, como a caridade, a humildade e a pureza, é sempre um
fator de distinção.
Por mais que seja dúbio o significado da expressão ‘liberdade’, ela com certeza não se identifica com a
adoção de hábitos que conduzem à doença e à desarmonia.
***
Jesus afirmou que o conhecimento da Verdade nos libertaria.
De fato, uma compreensão mais aprofundada das leis da vida, ao despir o homem de suas ilusões,
livra-o da mesquinhez, do egoísmo e do orgulho.
Como esses vícios são os que tornam mais penosa a convivência na Terra, sua ausência implicaria em
imediato acréscimo de bem-estar para todos.
Tendo em vista que a árvore se identifica pelos seus frutos, a liberdade sob esse prisma é algo muito
desejável.
Assim, ao buscar sua liberação, reflita sobre o que ela significa.
Não confunda liberdade com libertinagem, nem felicidade com deserção do dever.
No convívio familiar ou social, é impossível ser totalmente livre.
Os seus direitos terminam onde começam os direitos do seu próximo.
A completa libertação possível é a das paixões, dos instintos inferiores, que tanto infelicitam a
humanidade.
Ao traçar as metas de sua vida, busque antes libertar-se da dor e do desequilíbrio.
Para tal, um padrão de conduta reto e equilibrado, marcado pelo bom-senso, sempre será o melhor
roteiro.
***
Joanna de Ângelis, no livro LEIS MORAIS DA VIDA, fala sobre a Liberdade:
Pela lei natural todos os seres possuímos direitos, que, todavia, não escusam a ninguém dos
respectivos contributos que decorrem do seu uso.
A toda criatura é concedida a liberdade de pensar, falar e agir, desde que essa concessão subentenda o
respeito aos direitos semelhantes do próximo.
240

Desde que o uso da faculdade livre engendre sofrimento e coerção para outrem, incide-se em crime
passível de cerceamento daquele direito, seja por parte das leis humanas, sem dúvida nenhuma através
da Justiça Divina.
E, no livro O HOMEM INTEGRAL, Joanna de Ângelis explica:
- A liberdade é um direito que se consolida, na razão direta em que o homem se autodescobre e se
conscientiza, podendo identificar os próprios valores, que deve aplicar de forma edificante, respeitando
a natureza e tudo quanto nela existe.
***
Extraído de Redação do Momento Espírita
***
#momentoespirita #liberdade #libertação #comportamento #direitos #deveres #sociedade #leideliberdade #vigilância
241

214. SOMOS LIVRES, MAS SEJAMOS RESPONSÁVEIS

A quem nos pergunte se a criatura humana é livre, respondamos afirmativamente.


Acrescentemos, porém, que o homem é livre, mas responsável, e pode realizar o que deseje, mas estará
ligado inevitavelmente ao fruto de suas próprias ações.
Para esclarecer o assunto, tanto quanto possível, examinemos, em resumo, alguns dos setores de
sementeira e colheita ou, melhor, de livre-arbítrio e destino em que o espírito encarnado transita no
mundo.
POSSE - O homem é livre para reter quaisquer posses que as legislações terrestres lhe facultem, e
acordo com a sua diligência na ação ou seu direito transitório, e será considerado mordomo respeitável
pelas forças superiores da vida se as utiliza a benefício de todos, mas, se abusa delas, criando a penúria
dos semelhantes, de modo a favorecer os próprios excessos, encontrará nas conseqüências disso a fieira
de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz da abnegação.
NEGÓCIO - O homem é livre para efetuar as transações que lhe apraza e granjeará o título de benfeitor,
se procura comerciar com real proveito da clientela que lhe é própria, mas se arrasa a economia dos
outros com o fim de auferir lucros desnecessários, com prejuízo evidente do próximo, encontrará nas
conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz da retidão.
ESTUDO - O homem é livre para ler e escrever, ensinar ou estudar tudo o que quiser e conquistará a
posição de sábio se mobiliza os recursos culturais em auxílio daqueles que lhe partilham a romagem
terrestre; mas, se coloca os valores da inteligência em apoio do mal, deteriorando a existência dos
companheiros da Humanidade com o objetivo de acentuar o próprio orgulho, encontrará nas
conseqüências disso a fieira de provação com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do
discernimento.
TRABALHO - O homem é livre para abraçar as tarefas a que se afeiçoe e será honorificado por seareiro
do progresso se contribui na construção da felicidade geral; mas, se malversa o dom de empreender e de
agir, esposando atividades perturbadoras e infelizes para gratificar os seus interesses menos dignos,
encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a
luz do serviço aos semelhantes.
SEXO - O homem é livre para dar às suas energias e impulsos sexuais a direção que prefira e será
estimado por veículo de bênçãos quando os emprega na proteção sadia do lar, na formação da família,
seja na paternidade ou na maternidade com o dever cumprido, ou ainda, na sustentação das obras de
arte e cultura, benemerência e elevação do espírito; mas, se para lisonjear os próprios sentidos
transforma os recursos genésicos em dor e desequilíbrio, angústia ou desesperação para os
semelhantes, pela, injuria aos sentimentos alheios ou pela deslealdade e desrespeito nos compromissos
e ajustes afetivos, depois de havê-los proposto ou aceitado, encontrará nas conseqüências disso a fieira
de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do amor puro.
O homem é livre até mesmo para receber ou recusar a existência, mas recolherá invariavelmente os bens
ou os males que decorram de sua atitude, perante as concessões da Bondade Divina.
Todos somos livres para desejar, escolher, fazer e obter, mas todos somos também constrangidos a entrar
nos resultados de nossas próprias obras.
Cabe à Doutrina Espírita explicar que os princípios da Justiça Eterna, em todo o Universo, não funcionam
simplesmente à base de paraísos e infernos, castigos e privilégios de ordem exterior, mas, acima de tudo,
através do instituto da reencarnação, em nós, conosco, junto de nós e por nós. Foi isso que Jesus,
compreendendo que não existe direito sem obrigação e nem equilíbrio sem consciência tranqüila, nos
afirmou, claramente: "Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres."
***
Extraído do Livro: Encontro Marcado, por Emmanuel & Francisco Cândido Xavier (Título original: Livres mas responsáveis)
***
#encontromarcado #Emmanuel #liberdade #responsabilidade #causaeefeito #justicadivina #doutrinaespirita
242

215. PRECIOSAS LIÇÕES DE FRANCISCO

Conta um dos biógrafos de Francisco de Assis que, certa feita, um dos frades teve uma visão.
Foi frei Leão que viu, em espírito, um rio largo e caudaloso. Ao observar quem o atravessava, notou que
vários frades da sua ordem eram arrastados pela força da correnteza e se afogavam.
Alguns chegavam até a metade da travessia, outros até perto da margem, mas todos eram arrastados
pela correnteza porque carregavam fardos nas costas.
Frei Leão sentiu uma profunda compaixão pelos irmãos e continuou observando a cena.
Viu, então, um grupo de frades que não carregava fardo algum. Eles entraram no rio e conseguiram
atravessá-lo sem maiores problemas.
Não entendendo o que aquilo significava, procurou Pai Francisco, que esclareceu:
O que você viu é verdadeiro. O grande rio é o mundo. Os frades que nele se afogaram são aqueles que
não foram fiéis ao voto de pobreza.
Aqueles que o atravessaram sem esforço são os irmãos que não buscam nem possuem bem algum neste
mundo. Por isso, conseguem passar tão facilmente para a eternidade.
***
Lição magnífica do Poverello, como era conhecido Francisco, o pobrezinho de Assis. Lição para cada um
de nós.
Os bens materiais devem nos servir, jamais sermos deles escravos.
Nem nos prendermos de tal maneira aos nossos bens, que venhamos a ter dificuldade de os deixar,
quando tenhamos que partir para a outra vida.
A posse do necessário se faz para a nossa sobrevivência. E de algo mais, inclusive, que nos dê conforto
e momentos de felicidade.
Alguns colecionamos livros, que nos enriqueçam o intelecto. Outros apreciamos artigos de arte, de
beleza. Enfim, cada um tem o direito de usufruir um tanto mais, neste mundo de materialidade.
Contudo, Francisco nos dá o exemplo. Ele se casou com a pobreza, quando, incompreendido pelo pai,
Pietro Bernardone, rico comerciante de tecidos, foi levado a um tribunal religioso.
Abandonou tudo o que o vinculava ao sobrenome do pai e se transformou no Francisco de todos nós.
Inovou, em seu tempo, instituindo o hábito da pregação itinerante, quando os religiosos costumavam fixar-
se em mosteiros.
Numa época em que o mundo era considerado essencialmente mau, ele afirmou que em tudo se deveria
ver a bondade e a maravilha da Criação.
Pobre entre os pobres, amou e serviu a todos, chamando-os irmãos.
Também conhecido como o Cristo da Idade Média, Dante Alighieri o denominou como a luz que brilhou
sobre o mundo.
***
Se valorizamos em demasia os bens da Terra, cabe-nos lembrar que estamos no corpo físico como
Espíritos imortais.
A matéria é um empréstimo temporário, desde que todos, logo ou pouco depois, retornaremos à pátria
espiritual.
O excessivo apego aos bens materiais atrapalhará o prosseguimento da vida na esfera espiritual.
Aprendamos, com Francisco, a importância do desapego. Servir-se, utilizar, sem nos agarrarmos à sua
posse.
Somos passageiros na nave terrena. E toda viagem chega, um dia, ao seu porto final.
Importante que tenhamos o passaporte carimbado com construtivas ações para passarmos pela
alfândega da Espiritualidade sem maiores percalços.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no artigo FRANCISCO DE ASSIS E HERMANN HESSE, de Marcelo Anátocles Ferreira, publicado
no Jornal MUNDO ESPÍRITA, de outubro 2023, nº 1671, ed. FEP.
***
#momentoespirita #desapego #bensmateriais #espiritualidade #matéria #vida
243

216. LIBERDADE

O poeta Medeiros e Albuquerque, ao escrever os versos do Hino à Proclamação da República do Brasil,


colocou como estribilho: Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós! Das lutas na tempestade, dá
que ouçamos tua voz!
***
Liberdade é o grau de independência de um cidadão ou de uma nação.
Em filosofia pode ser compreendida como a ausência de submissão e de servidão. A autonomia e a
espontaneidade de uma pessoa.
A Revolução Francesa de 1789 estabeleceu no artigo primeiro da Declaração dos Direitos do Homem
e do Cidadão que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
A partir de 10 de dezembro de 1948, a Organização das Nações Unidas, em sua Declaração Universal
dos Direitos Humanos estabeleceu que os homens nascem e são livres e iguais em direitos.
As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum.
Liberdade é uma grande dádiva. E somente lhe damos o devido valor, quando a perdemos.
Uma holandesa, que foi prisioneira durante a Segunda Guerra Mundial, diz que a sua memória da
libertação é mais forte do que qualquer coisa.
No dia 8 de maio de 1945, pela manhã, os alemães abandonaram o campo de concentração. Então,
trabalhadores escravos entraram nos galpões de prisioneiros e deram a notícia: Estavam livres.
Podiam entrar e sair. A guerra tinha chegado ao fim.
Ela diz que se sentiu crescer, como se tivesse ficado mais alta.
Ficou com a coluna ereta, a cabeça erguida, alongando o corpo.
Para ela, aquele foi o dia mais lindo da sua vida. Poder alongar-se, sentir o corpo, o rosto virado para o
sol, ser tomada pela sensação de que tudo havia acabado, de que ela havia sobrevivido.
Era impossível descrever o sentimento intenso de felicidade se espalhando pelo seu interior. Estava
livre. Os que as aprisionavam haviam ido embora.
O que fazer, agora? Ela recorda que havia pilhas de areia ao lado dos galpões.
Eram pilhas que as prisioneiras tiveram que montar com muita precisão, ajustando até com as mãos.
Naquele momento de alegria, ela e as companheiras pularam e pularam em cima delas.
E o grande comentário era que ela, Bloeme Evers-Emden, a holandesa, filha de um lapidador de
diamante e uma costureira, havia predito que no primeiro dia ensolarado de maio chegaria a libertação.
Ela mesma não sabia porque dissera aquilo. Brotara espontaneamente dos seus lábios, de dentro para
fora.
Com certeza, um mensageiro celeste lhe assoprara aos ouvidos, para que permanecesse acesa a
chama da esperança naqueles corações tão maltratados.
Felicidade era a tônica daquele momento. Tanta que elas nem sabiam como expressá-la.
Correr, cantar, abraçar, entrar e sair do campo de concentração. Era uma alegria inigualável.
***
Liberdade! Tesouro extraordinário.
Já pensamos em como somos felizes em poder andar pelas ruas, termos o direito de ir e vir?
Reclamamos de tantas coisas: do salário, da saúde que anda um pouco abalada, do frio, da chuva, da
tempestade, do calor...
Lembremos dessa liberdade nossa de todos os dias e a valorizemos. E a preservemos.
Pensemos nisso e agradeçamos a Deus termos as asas da liberdade abertas sobre nós, neste imenso
país continental chamado Brasil.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. Bloeme Evers-Emden, do livro OS SETE ÚLTIMOS MESES DE ANNE FRANK, de Willy
Lindwer, ed. Universo dos Livros.
***
#momentoespirita #liberdade #responsabilidade #espiritualidade #pátria #vida
244

217. ENQUANTO É HOJE...

A palavra amanhã é uma constante em nossas vidas...


Amanhã, investiremos no Espírito. Hoje, precisamos construir nosso pé de meia.
Amanhã pensaremos em Deus. Hoje, precisamos pensar em nós mesmos, em nossa família...
Num amanhã mais distante ainda, quando nos aposentarmos, dedicaremos algum tempo à prática da
caridade e, assim por diante...
Falamos no amanhã como se ele nos pertencesse, esquecidos de que milhares de pessoas não
chegarão a abrir os olhos físicos no dia de amanhã.
Enquanto a saúde nos envolve, não nos preparamos para enfrentar os possíveis dias de enfermidades.
Enquanto a felicidade faz morada em nossos corações, não fortalecemos o Espírito para resistir com
bravura os prováveis dias de sombras.
***
Todos somos Espíritos imortais, e como tal, não podemos separar o que se refere ao corpo do que é do
Espírito.
Devemos, dessa forma, utilizar-nos do corpo e de todas as possibilidades materiais para engrandecer-
nos em Espírito.
Devemos, sim, construir patrimônios materiais que garantam o conforto físico. Mas, simultaneamente,
deveremos investir nos patrimônios imperecíveis da alma.
Enquanto é hoje devemos utilizar-nos do corpo de carne para, no calor da luta, aperfeiçoarmos o
Espírito eterno.
Enquanto é hoje, busquemos cultivar virtudes efetivas, que possam garantir a nossa felicidade futura.
Enquanto é hoje, busquemos mudar os pequenos maus hábitos, aparentemente inexpressivos, que
cultivamos ao longo dos séculos.
Enquanto é hoje, apertemos mais os laços afetivos com os familiares que convivem conosco sob o
mesmo teto.
Enquanto é hoje, perdoemos os que se intitulam nossos inimigos, os que nos caluniam, os que buscam
nos infelicitar.
Enquanto é hoje, busquemos iluminar nossa intimidade com as luzes do Evangelho de Jesus Cristo.
Enquanto é hoje, estendamos a mão fraterna aos irmãos que caminham nas valas do crime, dos
tóxicos, e de tantas outras misérias morais.
Enquanto é hoje, eduquemos nossos filhos com sabedoria e amor, porque o amanhã é um dia muito
distante...
Enquanto é hoje, reguemos com ternura as flores da amizade, para que ela nos sustente nos momentos
de dor e lágrimas.
Enquanto é hoje, elevemos o pensamento ao Criador e agradeçamos as oportunidades que Ele nos
oferece a cada instante.
Enquanto é hoje... Busquemos ser felizes dentro das possibilidades que Deus nos concede, sem exigir
Dele a felicidade que ainda não fizemos por merecer.
***
Aproveitar a dádiva do tempo, na primavera dos ensejos de hoje, é dever que não pode ser adiado.
O rio das horas corre, levando em suas vibrações-tempo todas as oportunidades.
Hoje, portanto, é o nosso melhor dia, mas ele logo passa e o chamaremos ontem.
E o amanhã, se nós o alcançarmos no corpo físico, chamaremos hoje, que será, igualmente, ontem.
Por tudo isso, enquanto é hoje, façamos o que precisa ser feito na construção de dias melhores.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no verbete Tempo, do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, V. 2, por Joanna de Ângelis e
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
***
#momentoespirita #hoje #responsabilidade #espiritualidade #comportamento #melhoriaintima #vigilância
245

218. MÃOS ESTENDIDAS

Quando caminhamos pelas estreitas passarelas da vida, observamos, com pesar, milhares de mãos
estendidas em nossa direção.
São mãos que rogam pão para alimentar o corpo faminto...
Mãos que pedem carinho...
Mãos distendidas em busca de luz espiritual, capaz de espancar as trevas da consciência culpada...
Mãos que rogam o amparo de outras mãos, que lhes sequem as lágrimas amargas vertidas pela dor da
separação das mãos queridas que a morte arrebatou...
São tantas mãos distendidas pelas vielas da vida, que nos fazem sentir impotentes, incapazes de nos
candidatarmos ao serviço do bem, diante de tanta necessidade...
Todavia, vale a pena buscarmos, na natureza, fatos que nos renovem o ânimo e mudem nossa maneira
de pensar.
O fio de cobre, por exemplo, quando largado na via pública, não passa de objeto insignificante. Mas,
ligado ao poder da usina, é transmissor de luz e força.
O pequeno cano, abandonado à poeira, é tropeço na estrada. Contudo, se ajustado ao reservatório, é
condutor de água pura.
A argila, dormindo no charco, é simples porção de lama. Todavia, entregue aos cuidados do oleiro,
converte-se em vaso nobre.
A pedra, solta no campo, é calhau pobre e esquecido. Mas, se unida à construção, é alicerce do lar.
A lagarta, na amoreira, é triste animal de aspecto repelente. No entanto, levada à indústria do fio,
produz a seda brilhante.
A tripa de carneiro, estendida ao sol, é realmente algo desprezível. Quando transformada na corda do
violino, é meio eficaz para que a música possa surgir.
Entretanto, para servir é preciso esforço e disciplina.
O fio de cobre, para iluminar, padece a tensão da energia elétrica.
O cano necessita ajustar-se para ser útil. A argila experimenta a alta temperatura do fogo. A pedra
aceita o anonimato para se tornar sustentáculo.
A lagarta deve morrer para auxiliar, e a tripa de carneiro passa por longo processo renovador a fim de
responder, com segurança, aos sonhos do musicista.
***
Em verdade, ainda somos corações frágeis, almas culpadas, e Espíritos endividados, diante das Leis
Divinas.
Mas, ligados ao Espírito de nosso Divino Mestre Jesus, podemos ser instrumentos do eterno bem.
Não basta, porém, salientar as nossas fraquezas, a nossa falta de capacidade, a preguiça ou a falsa
modéstia para estender socorro eficiente na direção das mãos estendidas em nossa direção.
É preciso abraçar a verdadeira humildade, com obediência e disciplina, ante os desígnios do Senhor,
porque, aprendendo e servindo; amando e ajudando; lutando e sofrendo em Sua causa sublime, será
possível modificar a triste realidade do nosso planeta.
***
É sempre fácil servir perante o céu azul e ensinar nos dias dourados, cheios de tranqüilidade e de sol.
Cabe-nos aprender a servir sob a noite tormentosa, e ao longo das sendas repletas de dores e
dificuldades de toda sorte.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. 42, do livro VOZES DO GRANDE ALÉM e no verbete SERVIR, do livro DICIONÁRIO DA
ALMA, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
***
#momentoespirita #bem #responsabilidade #serviço #comportamento #trabalho #bondade
246

219. COMO ESCULPIR NOSSO ÍNTIMO

O Mosteiro na margem do Rio Piedra está cercado por uma linda vegetação, verdadeiro oásis nos
campos estéreis daquela parte da Espanha.
Ali, o pequeno rio transforma-se numa caudalosa corrente, e se divide em dezenas de cachoeiras.
Quem caminha por aquele lugar escuta a música das águas e encontra, de repente, uma gruta, debaixo
de uma das quedas d´água.
Observando cuidadosamente as pedras gastas pelo tempo, as formas que a natureza cria com
paciência, vê-se escrito numa placa, os seguintes versos de Rabindranath Tagore:
Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança, e sua
canção.
Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir.
***
A lição do poeta é de extrema profundidade.
Somente com suavidade, paciência e calma, conseguimos esculpir o nosso íntimo, realizando a reforma
de nossas almas com o objetivo de encontrar felicidade.
Somente com suavidade, paciência e calma, conseguimos esculpir o nosso mundo, realizando sua
modificação para melhor.
O martelo que destrói está nas críticas cruéis, nas palavras grosseiras que saem de nossas bocas e
ferem a autoestima das pessoas à nossa volta.
Enquanto a doçura da água está nos conselhos edificantes, na atenção e paciência com que ouvimos a
alguém, nas palavras de estímulo, no elogio animador.
O martelo destruidor está no acúmulo da culpa em nosso coração, na auto-exigência desequilibrada, na
falta de amor próprio.
A docilidade da água está na compreensão de nossas dificuldades, no auto-perdão, e na disposição
constante para corrigir os nossos erros.
Em nossos dias, na análise de nosso comportamento, de nossas ações, lembremos sempre da
delicadeza da água moldando as rochas através dos tempos.
Procuremos conquistar a paciência e a tranquilidade, certos de que são virtudes dinâmicas, que nos
fazem seres pacíficos.
Que as palavras do poeta indiano nos sirvam de guia, de inspiração:
Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança, e sua
canção.
Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir.
***
A suavidade, a delicadeza, são o amor expresso nas pequenas coisas, nos gestos aparentemente
simples, mas que revelam nossa preocupação com o próximo.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #suavidade #doçura #paciência #reformaíntima #melhoriaíntima #comportamento
247

220. UM HOMEM DIFERENTE

O que faz que uma pessoa se destaque, no contexto social?


Dirão alguns, talvez, que a soma dos valores que detém em contas bancárias, aplicações, rendas, bens
móveis e imóveis.
Poderão pensar outros que o destaque se pode dar no ambiente artístico, cultural, político.
A pessoa também poderá se destacar pela inteligência, pela visão de mundo, adiante de seu próprio
tempo.
Ou pela beleza, pelo porte, pelo discurso fácil, ágil, atilado.
No entanto, o maior destaque, com certeza, é no campo moral. A intimidade do ser.
Porque alguém pode ser muito rico, belo, de discurso impecável, um cientista, uma alta inteligência e
ser moralmente pobre.
Na atualidade, o tom dominante parece ser o de fazer o que todos fazem.
Assim, os homens desejam mostrar virilidade, sendo comandantes de sua própria casa.
As mulheres desejam demonstrar que são belas e desejadas, que jamais a solidão as haverá de
abraçar.
E assim por diante...
Dizemos que isso faz parte da cultura do país onde se vive, do mundo onde nos movemos.
***
Será que não podemos destoar do comum? Será que não podemos nos destacar, exatamente por
sermos diferentes?
Na Índia, entre os parses, a mulher é educada para servir ao homem.
Ela deve lhe dar muitos filhos, pois se assim não for, significa que algo errado existe na relação
matrimonial.
Ela deve ser-lhe a servidora, preparando-lhe os pratos de arroz, lentilhas, carnes, a cada dia.
Deve zelar pela sua roupa, porque ele precisa parecer impecável aos olhos do mundo.
Pois aquela mulher nascida em Calcutá se apaixonara por um jovem de Bombaim.
Conhecera-o em casa de uma amiga, em uma festa. Pouco mais de quatro meses depois, estava
casada.
Logo que os dois se casaram, ela havia insistido em passar a ferro as camisetas finas para ele.
Ele, no entanto, fincara pé e lhe dissera que se casara com ela por amor e para ter a sua companhia.
Se desejasse simplesmente alguém que lavasse e passasse a sua roupa teria se casado com quem
trabalhava exatamente para cuidar do seu vestuário.
Seu senso de justiça, sua indignação moral diante do status inferior das mulheres, entre os seus, era
inigualável.
Mais de uma vez a jovem sentira a inveja das amigas.
Qual é o segredo? Lhe indagavam. Como foi que você o treinou tão bem?
Mas ela dizia que nada tinha a ver com isso. Ele chegara a ela desse jeito.
Ele é a pessoa mais justa que eu conheço. Acredita na igualdade de direitos para as mulheres.
***
Um homem diferente, destoando entre os de sua estirpe. Dentro de sua própria comunidade.
Isso nos diz que não importa onde vivamos, a cultura que se nos impõe.
Cada qual pode, dentro de seus parâmetros de justiça e moral, ser diferente. Destoar para melhor.
Ser uma flor perfumada, colorida, num campo cinzento de erva seca e dura.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita a partir de informações colhidas no livro A DOÇURA DO MUNDO, de Thrity Umrigar, ed. Nova Fronteira.
***
#momentoespirita #comportamento #personalidade #educação #casamento #melhoriaintima #igualdade
248

221. UM MOMENTO DE AVALIAÇÃO...

O drama do Calvário é pleno de significados.


Nele são retratadas a grandeza e a miséria humanas.
Tem-se o exemplo da mãe que não abandona o filho, mesmo em meio aos maiores perigos.
Há os companheiros de ideal que fogem no momento do testemunho.
Eles representam a fragilidade humana, sempre em combate com as exigências do dever.
A ex-prostituta permanece junto ao Mestre, a simbolizar a força transformadora da fé genuína.
Outra preciosa lição dessa passagem evangélica é que a responsabilidade cresce com a evolução.
Em face do populacho ignorante, que vibrava com Seu martírio, Jesus rogou: Perdoa-os, Pai, pois não
sabem o que fazem.
***
Percebe-se a grandeza do Cristo que, mesmo no momento da dor mais atroz, permaneceu lúcido e
cheio de compaixão.
Mas do episódio também se extrai o ensinamento de que a ignorância atenua a culpa.
Tratava-se de pessoas rudes e influenciadas pelos poderosos a quem a figura de Jesus incomodava.
A narrativa evangélica mostra Jesus em alguns momentos de severidade, mas nunca em relação ao
povo simples e rude.
Foram os poderosos e os letrados que experimentaram a contundente chamada para a vida reta.
A hipocrisia, a vaidade e a cupidez foram repreendidas pelo Mestre.
Mas a simplicidade, mesmo no erro, sempre foi objeto de sua delicada e doce compaixão.
Convém refletir sobre essa lição, tendo em vista o tempo transcorrido.
***
Após dois mil anos, o Cristianismo não constitui mais novidade.
As lições de Jesus encontram-se largamente difundidas.
A cultura mundana também se expandiu bastante.
A evolução intelectual revela-se nas inovações tecnológicas, que fazem circular informações com
rapidez vertiginosa.
Embora não de modo uniforme, é inegável o grande avanço intelectual da Humanidade.
Entretanto, sob o prisma moral, ela tarda em evoluir.
A ampla maioria da população brasileira afirma-se cristã, mas a sua conduta não reflete os exemplos e
os ensinamentos do Cristo.
Após dois milênios de difusão do Cristianismo, pessoas genuinamente virtuosas ainda são uma
raridade.
Cabe lembrar que a ignorância já não serve de desculpa.
Ninguém pode dizer que desconhece a lição segundo a qual é preciso tratar o próximo como se gostaria
de ser tratado, se estivesse no lugar dele.
Cada qual tem um encontro marcado com a própria consciência.
Mais cedo ou mais tarde, ele se produzirá.
Chegará o momento de olhar para trás e analisar o que foi vivido.
Nesse momento, serão sopesadas as possibilidades e o que se fez com elas.
Ciente dessa realidade, preste atenção em suas atitudes e ajuste-as a seus ideais cristãos.
Afinal, no momento crucial de seu acerto de contas, não poderá dizer que não sabia o que fazia.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita de 14 de janeiro de 2020 (título original: Ignorância).
***
#momentoespirita #comportamento #cristianismo #Jesus #aprendizado #avaliaçãodevida
249

222. COMPORTAMENTOS DIANTE DAS SITUAÇÕES

O empresário saiu de casa esbravejando. Era comum se atrasar e, naquela manhã, ele tinha uma
importante reunião agendada.
Ao parar o carro em um sinaleiro, deparou-se com seu vizinho que, de imediato, abaixou a vidraça do seu
veículo, a fim de cumprimentá-lo.
Como sempre, perguntaria de sua família, do andamento dos negócios, do tempo. Irritado, ele preferiu
fingir que não o vira, para evitar a conversa.
Poucos metros dali, ao parar no semáforo, uma senhora idosa depositou um pacotinho de balas sobre o
retrovisor, ofertando-o à venda.
Ela demorou a retirar o pacote, pois caminhava vagarosamente. Impaciente, ao abrir o sinal, o homem
atirou longe as balas, fazendo com que os olhos dela se enchessem de lágrimas, humilhada.
Mais à frente, por conta do trânsito intenso, havia enorme fila de carros. Quando o empresário avistou
aquele caos, maldisse o trânsito, a rota escolhida, o motorista que estava na sua frente.
Decidido a tomar outro caminho, cruzou o canteiro central da movimentada avenida, esmagando diversas
flores ali plantadas.
Finalmente, chegou ao escritório. Não deu atenção aos cumprimentos que lhe foram dirigidos e tratou de
forma grosseira a secretária, que veio repassar os compromissos do dia.
Enfurecido, adentrou à sala de reuniões.
***
Em outro local da cidade, outro homem, calmamente, saiu de casa. Parou seu carro em um sinaleiro,
encontrando seu vizinho.
Abaixou a vidraça, a fim de cumprimentá-lo. Percebeu que ele fingiu não tê-lo visto. Desculpou-o: era um
empresário ocupado. Possivelmente, não queria se distrair de suas responsabilidades.
Mais adiante, em outro cruzamento, uma senhora colocou sobre o retrovisor do seu carro um pequeno
pacote de balas.
Ele a encontrava todos os dias e, mesmo que não comprasse com frequência o produto oferecido, fazia
questão de abrir a vidraça e cumprimentá-la.
Algumas quadras depois, por conta do grande fluxo de veículos, o trânsito estava parado.
Aproveitou então para contemplar as delicadas flores que, há alguns meses, haviam sido plantadas no
canteiro central.
Tratava-se de ação voluntária dos residentes da casa de idosos que margeava a avenida. Todas as
primaveras, alguns deles semeavam flores, numa espécie de homenagem à vida.
Pouco a pouco, a lentidão do trânsito se desfez. O homem chegou ao trabalho com tempo para
cumprimentar os colegas, sorrir, tomar um cafezinho.
***
Bastante repetido, o dito popular afirma que a beleza está nos olhos de quem a vê.
Diariamente, entramos em contato com a realidade que nos cerca.
Todavia, ela não nos é imposta. Somos nós que a construímos, de acordo com nossos valores, princípios
e sabedoria.
Observemos: enquanto alguns se incomodam com o canto dos pássaros, outros se alegram com as suas
sinfonias.
Que realidade estamos criando? Com que olhos temos contemplado a vida?
Lembremo-nos: somente nós somos responsáveis pelas decisões que tomamos. Consequentemente,
somos os tutelares de nossos desgostos e de nossas alegrias.
Felizes seremos se tivermos isso em conta.
Conforme asseverou Jesus: Quem tem olhos de ver, veja!
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita de 06 de fevereiro de 2019 (título original: Tutelares da Felicidade).
***
#momentoespirita #comportamento #vida #vigilância #aprendizado #disciplina
250

223. QUANDO O DESEJO É SERVIR...

Ele tem apenas cinco anos de idade. Mora no Estado do Kansas, nos Estados Unidos.
No último Natal, ele pediu um uniforme de policial como presente, para estranheza de sua mãe,
considerando que não existem policiais em sua família, que ele desejasse, eventualmente, imitar.
O uniforme azul, no entanto, se tornou sua roupa diária, até mesmo para ir à escola. Nascia, ali, o oficial
Oliver Davis.
Logo, ele pediu mais equipamentos policiais. Quando sua mãe viu uma motocicleta policial, do tamanho
de uma criança, de imediato a adquiriu.
Com ela, ele chegou a posar para fotos ao lado de policiais verdadeiros, com suas grandes motocicletas.
Não satisfeito em vigiar sua mãe no trânsito, quando ela dirige muito rápido, ou quando troca de faixa
sem sinalizar com o pisca, ele perguntou como poderia ajudar as pessoas.
Porque um bom policial faz isso: ajuda as pessoas. Como resultado, começou a visitar casas de repouso
locais e distribuir flores para os moradores.
No primeiro local, ele ficou um pouco nervoso. Não sabia bem o que fazer, além de dar flores a cada um.
Será que poderia abraçá-los?
Quando acabou aquela visita, ele disse que queria fazer tudo aquilo de novo porque tinha gostado
muito…
Foi se soltando, nas visitas seguintes. Foi perdendo a timidez. Entra, então, com sua motocicleta,
oferece uma flor a cada um, abraça.
***
Uma criança visitando idosos, oferecendo flores. Sem dúvida, uma nova geração vai surgindo na Terra.
Uma geração que vem para transformar o mundo, a partir de pequenos gestos, de coisas simples, de
atos pequenos.
Mas que fazem a grande diferença, que fazem sorrir um idoso, que encantam uma idosa que olha a flor e
seus olhos se enchem de lágrimas porque recorda do namorado que lhe ofertava rosas, exatamente
daquela cor: amarelas.
Uma geração que pensa no outro, que o deseja feliz, ao menos por alguns minutos, enquanto se
entretém olhando um menino entrando pela sala com uma motocicleta, carregada de flores.
Pessoas que se sentem menos solitárias porque um raio de sol, nos braços de uma criança, lhes veio
aquecer os corações.
***
A nova geração está aí, nos nossos lares. Alguns demonstram genialidade e adentram pelos campos das
artes, da ciência, da tecnologia.
Outros, simplesmente, estão chegando para ensinar a conjugação do verbo amar.
Amar a todos e a qualquer um. Fazer alguém feliz, se importar com o outro.
Assumir, desde cedo, responsabilidades, tomar atitudes positivas.
Olhando o garoto vestido de azul, nos indagamos o quanto de benefícios semeará até se tornar adulto e
dar continuidade ao seu intento.
Importante que pais e educadores nos façamos atentos a essas crianças a fim de lhes perceber as
tendências e auxiliá-las, nos seus propósitos, no despertar de suas missões.
Que as saibamos identificar, apoiar. Sobretudo entender seus sonhos, suas aspirações, no intuito de
colaborar na construção desse mundo novo.
Prestemos atenção para não nos tornarmos pedra de tropeço. Também para não supervalorizarmos
coisas pequenas, atos corriqueiros, provocando endeusamentos prejudiciais.
Atenção e prudência. A hora nos exige.
***
Extraído do Momento Espírita com base em fatos da vida de Oliver Davis.
***
#momentoespirita #comportamento #vida #vigilância #aprendizado #disciplina
251

224. JUVENTUDE INTERIOR

A juventude é essa fase dourada da vida, em que os sonhos superam a realidade, e na qual a
exuberância, a força e a beleza estabelecem o seu domínio.
Na Terra, essa fase é determinada por certo número de primaveras.
É um período de tal forma atraente que desde sempre o perseguimos e desejamos nos manter nele.
Para isso, buscamos poções mágicas, fontes milagrosas, que jamais serão encontradas.
Na atualidade, com o objetivo de mantermos, por mais tempo, uma aparência jovem, frequentamos
academias, nos submetemos a cirurgias plásticas, utilizamos produtos e cosméticos os mais diversos.
Tudo isso pode nos conferir uma boa aparência exterior, no entanto, importante pensarmos como
estamos em nossa intimidade.
Por vezes, somos exatamente aqueles que agasalhamos ideias arcaicas, ultrapassadas, enquanto
buscamos nos manter jovens por fora.
Isso nos diz que podemos retocar, modernizar a aparência que mostraremos para o mundo.
Seremos semelhantes a um presente muito bem embrulhado, com laçarotes coloridos, trazendo no
interior um produto que cheira a bolor, algo com data de validade vencida há muito tempo.
Rejuvenescer ideias, espantar preconceitos, mudar pareceres antiquados exigem mais do que uma
cirurgia plástica.
Podemos afugentar as rugas do corpo, mas o Espírito necessita de outros esforços para rejuvenescer.
***
Quando nos dispusermos a perceber que somos Espíritos imortais revestidos de um corpo material,
apenas para viver na Terra, compreenderemos melhor o processo do rejuvenescimento.
Perceberemos que a tão procurada fonte da juventude se encontra em nós mesmos, e se mostra desde
o instante em que resolvemos nos conhecer e aceitamos as mudanças naturais da vida.
Utilizando essa fonte, poderemos nos transformar intimamente, tornando mais verdadeiro e simpático o
nosso sorriso; nos tornarmos mais sábios; termos um olhar mais sereno.
Tudo isso estará retratando nossa realidade de Espírito que busca evoluir, que deseja alcançar
patamares mais elevados.
Quando, independente da idade que tenha o nosso corpo, soubermos admirar um raio de sol, o
desabrochar de uma flor, o sorriso de uma criança, estaremos vivendo a plenitude da juventude.
Quando nosso foco estiver no aprendizado de novas ciências, novas tecnologias, estaremos mantendo
ativa e jovem a nossa energia mental.
Quando buscarmos crescer para a luz espiritual, embora dependente ainda das leis materiais, nosso
olhar estará em perfeita conexão com a vida.
Manter essa juventude interior deve ser objetivo de todos os que nos encontramos sobre a Terra.
Isso nos permitirá termos nossas vidas transformadas em produtivas searas, fortalecidas pelo amor de
Jesus.
O perfume desse amor maior nos manterá espiritualmente jovens e repletos da vida abundante.
A juventude física é passageira, por mais tentemos deter as consequências do avanço dos anos.
Entretanto, a juventude da alma que se dispõe a compartilhar suas energias, transformadas em
bênçãos de luz e paz, nos enriquecerá para sempre.
Façamos mais em nosso próprio favor. Zelemos pelos exemplos que espalhamos, estejamos sempre
dispostos a aprender mais e mais, em terapêutico processo de evolução constante.
Conservemo-nos eternamente jovens na intimidade de nós mesmos.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 11 do livro LUZ NAS TREVAS, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #comportamento #vida #juventude #juventudeinterior #aprendizado #disciplina
252

225. NOSSA POSTURA DIÁRIA

Ana foi a um grande pet shop comprar ração para seu cão. Ao chegar ao caixa, para efetuar o
pagamento, cumprimentou a jovem atendente, desejando-lhe uma boa tarde.
A funcionária, surpreendida, comentou:
- Faz oito meses que trabalho aqui e a senhora é a primeira cliente que me olha, sorri e cumprimenta.
Ana ficou chocada.
- Como assim? – Perguntou.
- Os clientes não costumam nos olhar. Alguns ficam falando ao celular, outros são impacientes, passam
apressados. É como se fôssemos parte da caixa registradora, e não seres humanos.
Nesses oito meses, a senhora, realmente, foi a primeira pessoa que me olhou de verdade, e
gentilmente me cumprimentou.
Ana saiu do local, refletindo sobre a responsabilidade que temos uns para com os outros, e sobre nossa
postura diária perante o próximo.
***
Em outra oportunidade, depois de almoçar num restaurante em cidadezinha turística, Ana dirigiu-se ao
caixa para pagar a conta. Como sempre fazia, sorriu e cumprimentou a funcionária, elogiando a comida
e o serviço.
Aproveitou para sugerir a colocação de uma nova placa na entrada do banheiro, pois a atual era
pequena e não possibilitava a identificação com clareza.
Até comentou, divertida, que vira alguns senhores se equivocarem com a sinalização.
A moça sorriu e agradeceu. Disse que poucas pessoas elogiavam e faziam sugestões de maneira
educada, pois a maioria reclamava com agressividade.
Ante a surpresa de Ana, ela continuou:
- Alguns clientes não ficam satisfeitos com a comida, o preço ou o serviço e reclamam ao pagar. Nem
sempre posso resolver o problema na hora, e quando as coisas não saem como eles querem, vão
dizendo que farão com que eu seja demitida.
Ao sair, Ana ficou pensando no quanto a arrogância deteriora as relações entre as pessoas.
***
Quando, por conta do orgulho exacerbado, acreditamos ser superiores aos outros, olhando-os com
desdém e tratando-os com menosprezo, humilhando-os por conta da posição que ocupamos,
esquecemos que quem está à nossa frente é um irmão. E que responderemos pela forma como o
tratamos.
É preciso ter sempre em mente o que nos ensinou o Mestre Jesus.
“Amar o próximo como a si mesmo; fazer aos outros o que quereríamos que os outros fizessem
por nós”, é a expressão mais completa da caridade, porque resume nossos deveres para com o
próximo.
Não se pode ter, neste caso, guia mais seguro, do que tomando como medida do que se deve fazer aos
outros, o que se deseja para si mesmo.
Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor tratamento, mais indulgência,
benevolência e devotamento para conosco, do que lhes damos?
A prática dessas máximas leva à destruição do egoísmo. Quando as tomarmos como normas de
conduta e como base de nossas instituições, compreenderemos a verdadeira fraternidade, e faremos
reinar a paz e a justiça entre nós.
Nesse dia, não haverá mais ódios, nem dissensões, mas união, concórdia e mútua benevolência.
***
Extraído do Momento Espírita com citação do cap. 11, item 4, de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #comportamento #amor #fraternidade #solidariedade #respeito #aprendizado #disciplina
253

226. NOSTALGIA E DEPRESSÃO

As síndromes de infelicidade cultivada tornam-se estados patológicos mais profundos de nostalgia, que
induzem à depressão.
O ser humano tem necessidade de auto-expressão, e isso somente é possível quando se sente livre.
Vitimado pela insegurança e pelo arrependimento, torna-se joguete da nostalgia e da depressão, perdendo
a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração, face ao estado sombrio em que se homizia.
A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes, que não
mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos
recônditos profundos do ser, lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual.
Toda perda de bens e de dádivas de prazer, de júbilos, que já não retornam, produzem estados nostálgicos.
Não obstante, essa apresentação inicial é saudável, porque expressa equilíbrio, oscilar das emoções dentro
de parâmetros perfeitamente naturais. Quando porém, se incorpora ao dia-a-dia, gerando tristeza e
pessimismo, torna-se distúrbio que se agrava na razão direta em que reincide no comportamento
emocional.
Esse deperecimento emocional, faz-se também corporal, já que se entrelaçam os fenômenos físicos e
psicológicos.
***
A depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em
Deus... Os postulados religiosos não conseguem permanecer gerando equilíbrio, porque se esfacelam ante
as reações aflitivas do organismo físico. Não se acreditar capaz de reagir ao estado crepuscular, caracteriza
a gravidade do transtorno emocional.
Tenha-se em mente um instrumento qualquer. Quando harmonizado, com as peças ajustadas, produz,
sendo utilizado com precisão na função que lhe diz respeito. Quando apresenta qualquer irregularidade
mecânica, fere a qualidade operacional. Se a deficiência é grave, apresentando-se em alguma peça
relevante, para nada mais serve.
Do mesmo modo, a depressão tem a sua repercussão orgânica ou vice-versa. Um equipamento
desorganizado não pode produzir como seria de desejar. Assim, o corpo em desajuste leva a estados
emocionais irregulares, tanto quanto esses produzem sensações e enarmonias perturbadoras na conduta
psicológica.
No seu início, a depressão se apresenta como desinteresse pelas coisas e pessoas que antes tinham
sentido existencial, atividades que estimulavam à luta, realizações que eram motivadoras para o sentido da
vida.
À medida que se agrava, a alienação faz que o paciente se encontre em um lugar onde não está a sua
realidade. Poderá deter-se em qualquer situação sem que participe da ocorrência, olhar distante e a mente
sem ação, fixada na própria compaixão, na descrença da recuperação da saúde. Normalmente, porém, a
grande maioria de depressivos pode conservar a rotina da vida, embora sob expressivo esforço,
acreditando-se incapaz de resistir à situação vexatória, desagradável, por muito tempo.
Num estado saudável, o indivíduo sente-se bem, experimentando também dor, tristeza, nostalgia,
ansiedade, já que esse oscilar da normalidade é característica dela mesma.
Todavia, quando tais ocorrências produzem infelicidade, apresentando-se como verdadeiras desgraças, eis
que a depressão se está fixando, tomando corpo lentamente, em forma de reação ao mundo e a todos os
seus elementos.
A doença emocional, desse modo, apresenta-se em ambos os níveis da personalidade humana: corpo e
mente.
O som provém do instrumento. O que ao segundo afeta, reflete-se no primeiro, na sua qualidade de
exteriorização.
Idéias demoradamente recalcadas, que se negam a externar-se - tristezas, incertezas, medos, ciúmes,
ansiedades - contribuem para estados nostálgicos e depressões, que somente podem ser resolvidos, à
medida que sejam liberados, deixando a área psicológica em que se refugiam e libertando-a da carga
emocional perturbadora.
***
254

Toda castração, toda repressão produz efeitos devastadores no comportamento emocional, dando campo à
instalação de desordens da personalidade, dentre as quais se destaca a depressão.
É imprescindível, portanto, que o paciente entre em contato com o seu conflito, que o libere, desse modo
superando o estado depressivo.
Noutras vezes, a perda dos sentimentos, a fuga para uma aparência indiferente diante das desgraças
próprias ou alheias, um falso estoicismo contribuem para que o fechar-se em si mesmo, se transforme em
um permanente estado de depressão, por negar-se a amar, embora reclamando da falta de amor dos
outros.
Diante de alguém que realmente se interesse pelo seu problema, o paciente pode experimentar uma
explosão de lágrimas, todavia, se não estiver interessado profundamente em desembaraçar-se da couraça
retentiva, fechando-se outra vez para prosseguir na atitude estóica em que se apraz, negando o mundo e as
ocorrências desagradáveis, permanecerá ilhado no transtorno depressivo.
Nem sempre a depressão se expressará de forma autodestrutiva, mas com estado de coração pesado ou
preso, disfarçando o esforço que se faz para a rotina cotidiana, ante as correntes que prostram no leito e ali
retêm.
Para que se logre prosseguir, é comum ao paciente a adoção de uma atitude de rigidez, de determinação e
desinteresse pela sua vida interna, afivelando uma máscara ao rosto, que se apresenta patibular, e podem
ser percebidas no corpo essas decisões em forma de rigidez, falta de movimentos harmônicos...
Ainda podemos relacionar como psicogênese de alguns estados depressivos com impulsos suicidas, a
conclusão a que o indivíduo chega, considerando-se um fracasso na sua condição, masculina ou feminina,
determinando-se por não continuar a existência. A situação se torna mais grave, quando se acerca de uma
idade especial, 35 ou 40 anos, um pouco mais, um pouco menos, e lhe parece que não conseguiu o que
anelava, não se havendo realizado em tal ou qual área, embora noutras se encontre muito bem. Essa
reflexão autopunitiva dá gênese a estado depressivo com indução ao suicídio.
Esse sentimento de fracasso, de impossibilidade de êxito pode, também, originar-se em alguma agressão
ou rejeição na infância, por parte do pai ou da mãe, criando uma negação pelo corpo ou por si mesmo, e,
quando de causa sexual, perturbando completamente o amadurecimento e a expressão da libido.
***
Nesse capítulo, anotamos a forte incidência de fenômenos obsessivos, que podem desencadear o processo
depressivo, abrindo espaço para o suicídio, ou se fixando, a partir do transtorno psicótico, direcionando o
paciente para a etapa trágica da autodestruição.
Seja, porém, qual for a gênese desses distúrbios, é de relevante importância para o enfermo considerar que
não é doente, mas que se encontra em fase de doença, trabalhando-se sem autocomiseração, nem
autopunição para reencontrar os objetivos da existência. Sem o esforço pessoal, muito dificilmente será
encontrada uma fórmula ideal para o reequilíbrio, mesmo que sob a terapia de neurolépticos.
O encontro com a consciência, através de avaliação das possibilidades que se desenham para o ser, no seu
processo evolutivo, tem valor primacial, porque liberta-o da fixação da idéia depressiva, da autocompaixão,
facultando campo para a renovação mental e a ação construtora.
Sem dúvida, uma bem orientada disciplina de movimentos corporais, revitalizando os anéis e
proporcionando estímulos físicos, contribui de forma valiosa para a libertação dos miasmas que intoxicam
os centros de força.
Naturalmente, quando o processo se instala - nostalgia que conduz à depressão - a terapia bioenergética
(Reich, como também a espírita), a logoterapia (Viktor Frankl), ou conforme se apresentem as síndromes, o
concurso do psicoterapeuta especializado, bem como de um grupo de ajuda, se fazem indispensáveis.
A eleição do recurso terapêutico deve ser feita pelo paciente, se dispuser da necessária lucidez para tanto,
ou a dos familiares, com melhor juízo, a fim de evitar danos compreensíveis, os quais, ocorrendo, geram
mais complexidades e dificuldades de recuperação.
Seja, no entanto, qual for a problemática nessa área, a criação de uma psicosfera saudável em torno do
paciente, a mudança de fatores psicossociais no lar e mesmo no ambiente de trabalho constituem valiosos
recursos para a reconquista da saúde mental e emocional.
O homem é a medida dos seus esforços e lutas interiores para o autocrescimento, para a aquisição das
paisagens emocionais.
***
Extraído do Livro: Amor, Imbatível Amor, por Joanna de Ângelis e Divaldo P. Franco
***
#amorimbativelamor #nostalgia #depressão #depressaotemcura #psicologiaespirita #joannadeangelis
255

227. A MAIS NOBRE PROFISSÃO

Qual será a profissão mais nobre? Quem será mais importante: o médico que salva vidas ou o
motorista do coletivo que conduz centenas de passageiros, todos os dias, em segurança?
Quem terá maiores méritos perante a Divindade? O professor que ensina à criança as primeiras
letras, descortinando-lhe o mundo encantado do alfabeto ou o professor universitário que prepara os
jovens para o mercado de trabalho, para a sociedade, ensinando-os com a própria experiência?
Analisando as tantas profissões que existem no mundo, conclui-se que nenhuma pode ser
descartada.
Senão vejamos: o escritor utiliza dos seus recursos e escreve livros que renovam o pensamento do
mundo.
A sua é a possibilidade de encantar, de proporcionar viagens fantásticas pela imaginação, de utilizar
sabedoria, arte e beleza, dentro da vida.
Contudo, uma vassoura simples faz a alegria da limpeza. E, sem limpeza, o poeta não consegue
trabalhar.
As máquinas agrícolas abrem sulcos profundos na terra, revolvendo-a e a preparam para o plantio.
Logo mais, as linhas que ela traça no solo transbordarão de milho, arroz, batata, trigo, enchendo os
celeiros e as mesas.
O marceneiro trabalha com cuidado a madeira e lhe confere formas que cooperam na construção do
lar.
O pedreiro ergue muros, coloca alicerces para os edifícios grandiosos. Organiza o seu pensamento
e os seus esforços e faz surgir obras fenomenais.
Mas por mais belo que seja o edifício, os seus mármores, cristais, tapetes luxuosos, não
dispensarão a mão amiga da faxineira que lhes dará brilho.
Os magistrados usam a pena e a justiça e sentenciam. Das suas sentenças dependem vidas. Vidas
que prosseguirão a ter alegrias ou se encherão de tristezas.
Os políticos orientam e governam, elaboram leis e as votam, decidindo o que seja melhor para o
povo.
Entretanto, todos eles necessitam das mãos hábeis que conduzem as máquinas que lhes tecem as
roupas que os defendem do frio.
Se os juízes se reúnem nas mesas de paz e justiça, os lavradores e agricultores são os que lhes
ofertam os recursos para as refeições.
Ninguém suponha que, perante Deus, os grandes homens sejam somente aqueles que usam a
autoridade intelectual.
Que seria da Humanidade se, de repente, não tivéssemos mais cozinheiros, recepcionistas,
lavadeiras, arrumadeiras, babás?
Que faríamos sem essa gama enorme de servidores da Humanidade?
***
Todos somos chamados a servir, na obra do Senhor, de maneira diferente.
Cada trabalhador, em seu campo de ação, pode se considerar honrado pelo bem que possa
produzir. Cada empregador ou empregado nos convençamos de que a maior homenagem que
podemos prestar ao Criador é a correta execução do nosso dever, onde estivermos.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 44 do livro ALVORADA CRISTÃ, pelo Espírito Neio Lúcio,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
***
#momentoespirita #comportamento #amor #fraternidade #solidariedade #respeito #aprendizado #disciplina
256

228. NOITES LUZIDIAS

Devido às complicações da caxumba, Thays Martinez ficou cega aos quatro anos de idade. Tal fato,
entretanto, não a impediu de se tornar uma mulher forte, corajosa e conquistar a profissão de seus
sonhos.
Para lutar por uma vida mais justa, ampla e de maior acessibilidade aos deficientes visuais brasileiros,
tornou-se advogada.
Quando contava vinte e seis anos, viajou para os Estados Unidos, a fim de receber o seu cão labrador
Boris. No final da década de 1990, ainda não havia no Brasil treinamento para cães-guias e, por isso,
ela precisou buscá-lo fora do país.
No ano 2000, no mês de maio, a advogada e Boris saíram de casa para fazer história.
Recém-chegados dos Estados Unidos, ambos tiveram a entrada barrada numa estação de metrô.
Animais não eram permitidos.
Thays, então, moveu uma ação judicial contra a companhia de transporte. Com Boris ao seu lado, a
advogada realizou a própria defesa, conquistando uma vitória histórica no Tribunal de Justiça de São
Paulo.
Antes mesmo da decisão judicial, que permitiu o acesso de cães-guias ao metrô da maior metrópole do
país, o caso de Thays e Boris havia inspirado a aprovação de leis que garantem o acesso desses
animais a todo e qualquer local público e privado de uso coletivo.
Em 2012, Thays lançou o livro MINHA VIDA COM BORIS, no qual relata sua história de superação. A
obra revela que, com força de vontade, somos capazes de superar todas as adversidades e alçarmos
voos cada vez mais altos.
***
O Mestre Nazareno, revelando-nos Sua missão, asseverou: Eu vim para que todos tenham vida. E vida
em abundância.
E o que é viver se não uma sucessão infinda de atos de superação?
Ao nascer, superamos a gravidade. Pouco a pouco, vamos nos pondo em pé, aprendemos a caminhar.
Ao tomarmos consciência de nós mesmos, novamente precisamos aprender a caminhar. Dessa vez,
porém, com os pés do Espírito, os quais, não sem esforço, nos conduzem a Deus, à perfeição, à
felicidade.
Para isso, é preciso que superemos as atribulações próprias de nossa ainda frágil condição espiritual.
Percebendo nossas limitações, nossas fraquezas, os vícios morais que tornam nossos passos
vagarosos, ao superá-los deixamos para trás o homem velho. Com dedicação e boa vontade,
construímos o homem novo.
Esse homem que entende a nobreza do perdão, pois sabe sermos todos devedores, em maior ou
menor grau, no tribunal da consciência.
O novo homem que pratica a caridade, porque todos, independentemente de nossa atual condição,
precisamos ainda de muito para ajuntarmos tesouros no céu.
O homem novo que ama, pois compreende que o amor é força motriz que tudo cria, tudo move, que a
todos nos une, que nos legitima enquanto irmãos, que ressalta a assinatura do Criador presente em
tudo e em todos.
***
Lembremo-nos: as noites mais escuras revelam as estrelas mais brilhantes.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita com base no livro MINHA VIDA COM BORIS, de Thays Martinez, ed. Globo.
***
#momentoespirita #comportamento #direitos #amor #solidariedade #igualdade #aprendizado #superação
257

229. NOSSA SAÚDE

Saúde é um tesouro. Nós a desejamos para quem está para nascer, dizendo: Que venha com saúde!
Desejamos para quem completa mais um ano de vida, com os votos: Muita saúde, o resto damos um
jeito!
E por fim, a queremos por toda vida para nossos familiares: Que Deus ajude para que nunca tenham
uma doença grave.
Mas, e como está a nossa saúde? O que temos feito por ela?
Não vamos reprisar as recomendações valiosas dos médicos, que devemos ter ouvido muitas vezes:
alimentação, exercícios, bons hábitos, higiene...
Vamos a um nível mais profundo, a saúde primeira, essencial, que determina o bom equilíbrio de tudo: a
do Espírito.
O que temos feito pela sua manutenção, em especial?
Não precisaremos lembrar o quão frágeis ainda somos nessa área, pois grande parte das criaturas
ainda não descobriu que a saúde espiritual é determinante para o bom funcionamento do corpo
material.
Analisemos apenas bons hábitos que podemos desenvolver para melhorar a saúde da alma,
conquistando, dessa forma, a saúde integral.
***
Numa espécie de Programa de Saúde, eis o que podemos buscar:
Primeiro: melhorar o padrão das nossas companhias e consequentes conversações, pois conversas
vulgares acarretam desequilíbrio físico, decorrente das tensões e fixações mentais que tais assuntos
geram em nós.
A partir do momento que mudamos esses hábitos, evitando a maledicência, trocando o pessimismo pelo
otimismo, observando tudo com uma perspectiva bondosa, pacífica, deixamos de produzir as toxinas
que tanto mal têm feito para nossa mente. Consequentemente, para nosso físico.
Segundo: praticarmos o autoamor, numa postura de autoacolhimento, aceitando-nos como estamos e,
ao mesmo tempo, propondo-nos transformar para melhor, sem culpa e sem desculpismos.
Terceiro: cultivarmos bons pensamentos. Buscarmos irradiar simpatia, cordialidade para quem quer
que seja, onde quer que estejamos.
Não enxergar os outros como adversários, mas sim irmãos de vida. Desejar o bem para quem quer que
passe por nós.
Quarto: a oração, sempre a oração. É a melhor forma de elevar nossos pensamentos quando
percebemos que estão aflitos, sobrecarregados, negativos demais. É uma maneira de pedir ajuda ao
nosso anjo guardião, que é um Espírito superior que nos atende com prontidão.
Uma prece feita com o coração muda, radicalmente, o padrão de nossos pensamentos, permitindo-nos,
muitas vezes, receber auxílios do Alto, que antes não éramos capazes de absorver por falta de sintonia.
E por fim: o trabalho no bem. Todo trabalho desinteressado no bem nos proporciona automedicação.
Através do encontro com a proposta do bem, do amor ao próximo, iluminamos e nos autoiluminamos.
A verdadeira saúde não se restringe apenas à harmonia e ao funcionamento dos órgãos, possuindo
maior extensão, que abrange a serenidade íntima, o equilíbrio emocional e as aspirações estéticas,
artísticas, culturais, religiosas.
Podemos estar plenos, embora com alguma dificuldade orgânica, que será reparada do interior para o
exterior. Ou podemos nos encontrar sem equilíbrio emocional.
Busquemos a saúde integral, a harmonia conosco mesmo e com tudo à nossa volta.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 6 do livro AUTODESCOBRIMENTO, UMA BUSCA INTERIOR, item
PROGRAMA DE SAÚDE, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #comportamento #saúde #amor #saúdeespiritual #programadesaude #aprendizado #disciplina #oração #trabalho
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230. A LIÇÃO DO CARVALHO

Era um velho carvalho no meio de uma grande floresta. Há alguns anos, uma enorme tempestade o
deixara quebrado e feio. Jamais conseguira se reerguer, como as demais árvores.
Quando a primavera chegava, o adornava de flores novas e verdes e o outono tomava o cuidado de
pintá-las todas de cor avermelhada.
Mas os ventos inclementes sopravam e levavam todas as folhas e nada mais podia disfarçar a sua
feiura.
A árvore foi se sentindo esquecida, abandonada, sem utilidade.
E um enorme vazio tomou conta dela.
Quando o vento do outono passou por ali, ela se lamentou: Ninguém mais me quer. Não sirvo para
nada. Sou um velho inútil.
Mais alguns dias se passaram e, na proximidade do inverno, um pica-pau sentou-se em seu tronco e
começou a bicá-lo, de forma insistente.
Tanto bicou que conseguiu fazer um pequeno furo, uma portinha de entrada para sua residência de
inverno, no tronco oco do carvalho.
Arrumou tudo com muito bom gosto. Aliás, estava praticamente tudo arrumado. As paredes eram
quentinhas, aconchegantes e havia muitos bichinhos que poderiam alimentá-lo e aos seus filhotes.
Como estou feliz em ter encontrado esta árvore oca! Ela será a salvação para mim e minha família no
frio que se aproxima.
Pouco tempo depois, um esquilo aproximou-se e ficou correndo pelo tronco envelhecido, até achar um
buraco redondo, que seria a janelinha da sua casa.
Forrou por dentro com musgo e arrumou pilhas e pilhas de nozes que o deveriam alimentar durante
toda a estação de ventos gelados.
Como estou agradecido, falou o esquilo, por ter encontrado esta árvore oca.
O carvalho passou a sentir umas coisas estranhas. As asas dos passarinhos roçando em sua
intimidade, o coração alegre do esquilo, suas patas miúdas apalpando o tronco diariamente fizeram com
que se sentisse feliz.
Seus ramos passaram a cantar felicidade. Quando chegou a época das chuvas, deixou-se molhar,
permitindo que as gotas escorressem por seus galhos, lentamente.
Aceitou a neve que o envolveu em seu manto por muitas semanas, agradeceu os raios do sol e a luz
das estrelas.
Tudo era motivo de felicidade. A velha árvore redescobrira a alegria de servir.
***
Ninguém há que nada possua para dar. Ninguém existe que não possa fazer algo a benefício do seu
irmão. Um sorriso, uma prece, um gesto, um abraço, um agasalho, um pão.
Há tanto que se fazer na Terra. Existem tantos aguardando a cota do nosso gesto de ternura. Ninguém
inútil ou desprezível. Cabe-nos redescobrir a riqueza que em nós existe e distribui-la a quem dela
necessite ou espere.
***
Se nos sentirmos solitários, em meio às dificuldades que nos alcancem, aprendamos a estender
sorrisos nos caminhos por onde passarmos.
Antes de nos amargurarmos e cobrar gestos de carinho de amigos e parentes, antecipemo-nos e
doemos a nossa cota de amor, ainda hoje, permitindo-nos usufruir da alegria de dar e dar-se.
***
Extraído do Momento Espírita com base no texto A ÁRVORE SOLITÁRIA, de O LIVRO DAS VIRTUDES, de William J. Bennett, v. 2, ed.
Nova Fronteira.
***
#momentoespirita #comportamento #trabalho #dificuldades #problemas #solidão #aprendizado
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231. REFLETINDO SOBRE A IMENSIDÃO DO UNIVERSO

Reconhecer a enormidade do Universo é admitir a nossa própria imensidão.


Não somos apenas poeira diante de dimensões e distâncias incalculáveis.
Somos galáxias pensantes, viajando, velozes, através de um fluido etéreo, multimodificado, num espaço
infinito de perfeição.
***
Você já parou para admirar a grandiosidade do Universo?
Suas distâncias incalculáveis; as dimensões impensáveis; suas leis que fascinam pela exatidão, pela
forma com que operam sem falhas, sem ruído algum.
Já parou para admirar a imensidão de um céu de estrelas longe da cidade grande, quando recebemos a
luz de astros que podem nem mais existir?
Tudo está em equilíbrio, tudo em harmonia. Cada sol, cada planeta, exatamente onde deveria estar.
A Terra, a Lua, posicionados com perfeição para que a vida, conforme conhecemos, seja possível. Uma
leve mudança e pronto: está decretado o fim da nossa espécie.
Porém, há vastidão no que chamamos de micro também. Nas minúsculas dimensões. Nas harmonias
moleculares, no espetáculo do átomo e nas suas diminutas, mas importantes partículas. Invisíveis até
para os mais poderosos instrumentos inventados pelo homem.
Você já parou para admirar tudo isso?
E já se deu conta que faz parte disso também? Que você é parte dessa grandiosidade toda?
***
Não somos menos ou mais importantes do que as estrelas ou os átomos. Num Universo onde reina a
perfeição não existe esse tipo de graduação, tão utilizado pelo homem.
Tudo é a vida pulsante do Cosmo, entrelaçada, buscando harmonia plena.
Se dentro de nós ainda não percebemos esse equilíbrio, essa paz, é porque, de alguma forma,
precisamos aprender. O aprendizado faz parte da lei de evolução, uma das leis radiantes do Universo.
A lei de evolução, de progresso, diz que as coisas são perfectíveis, não nascem prontas, precisam se
desenvolver. E não há falha ou descontrole algum nesse processo. É mais uma nuance da beleza do
Universo e de seu Criador.
Pode parecer contraditório, mas a nossa imperfeição, a nossa procura pela felicidade ou por nos
encontrarmos, fazem parte desse mecanismo de harmonia do Universo e suas leis.
Da mesma forma, o que chamamos ou entendemos por mal no mundo é apenas a ausência do bem,
como o frio é a ausência do calor. Assim como o frio não é um fluido especial, também o mal não é
atributo distinto. Um é o negativo do outro. Onde não existe o bem, forçosamente existe o mal.
***
A perfeição divina quis que ficássemos sujeitos à lei do progresso, e que o progresso resultasse do
nosso próprio trabalho, de nossas próprias conquistas, a fim de que fosse nosso o mérito pelo
conquistado.
Da mesma maneira que nos cabe a responsabilidade do mal que pratiquemos.
Com o tempo perceberemos como tudo isso vai fazendo sentido, vai se encaixando, assim como nós
vamos nos sentindo parte dessa imensidão toda.
Fazer parte desse grande espetáculo deve nos trazer o sentimento de alegria, de vontade de viver, de
colaborar.
Reconhecer a enormidade do Universo é admitir a nossa própria imensidão.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 3, item 8, do livro A GÊNESE, de Allan Kardec, ed. FEB e no poema IMENSIDÃO, de
Andrey Cechelero.
***
#momentoespirita #Universo #vida #leidoprogresso #evolução #Gênese #aprendizado #reflexão
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232. A SERPENTE E O VAGALUME

Conta uma lenda que uma serpente começou a perseguir um vaga-lume.


Ele fugiu rápido, com medo da feroz predadora. A serpente nem pensou em desistir.
O inseto fugiu um dia. Ela não desistiu. Dois dias. E ela continuou a persegui-lo.
No terceiro dia, sem forças, o vaga-lume parou e disse à perseguidora:
- Posso te fazer três perguntas?
A serpente ficou surpresa com a ousadia de quem ela pretendia devorar. Entretanto, respondeu:
- Não costumo abrir esse precedente para ninguém. Mas como vou te devorar mesmo, pode perguntar...
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Claro que não. Esclareceu de imediato, a cobra.
- Eu pratiquei algum mal contra ti? Tornou a indagar o vaga-lume.
- Não. Disse ela.
- Então, por que você quer acabar comigo?
A cobra deu um suspiro e esclareceu:
- Porque eu não suporto te ver brilhar...
***
A cada passo, na estrada humana, encontramos a sombra da inveja. Raramente a pessoa admite que é
invejosa, embora se torture intimamente por causa desse mal.
O invejoso se sente arder por dentro cada vez que se vê impossibilitado de ter o que os outros têm, de
fazer como os outros fazem ou de ser como os outros são.
O mais lamentável é que, por não conseguir ou não desejar se esforçar para chegar aonde o outro
chegou, tudo faz para derrubá-lo.
É comum que monte calúnias, divulgue mentiras, espalhe malquerenças.
Tudo como se desejasse se vingar daquele cujo grande erro está em se sobressair em inteligência, em
ações, em haveres materiais.
A inveja é essa força perturbadora que enceguece o invejoso.
Tanto que ele não se apercebe de que se lutasse como os outros lutam, se trabalhasse como os outros
trabalham, se estudasse como os outros estudam, por certo poderia conquistar o que é objeto da sua
inveja.
***
Se nos afirmamos cristãos e desejamos nos aproximar do supremo bem, abandonemos a inveja que
somente envenena as vidas humanas.
Afastemo-nos dessa agonia que a inveja impõe.
Aprendamos a comentar positivamente os bons feitos das pessoas.
Cumprimentemos com honestidade os que se apresentam com qualquer virtude que ainda não
conquistamos.
Imitemos os bons exemplos e as providências felizes.
Pensemos que ninguém é igual a ninguém. Cada qual é portador de possibilidades e conquistas
diferentes.
E que muitos e diversos são os desfechos nos caminhos humanos.
Uns utilizam as mãos para acariciar e extrair melodias do teclado. Outros as utilizam para erradicar
enfermidades, através de complicadas cirurgias.
Uns brilham na oratória. Outros se servem da palavra para o consolo e a esperança.
Uns escrevem leis, outros compõem poemas.
Alguns olham para o céu e descobrem a maravilha do universo sempre em expansão.
Outros se detêm a explorar a intimidade dos mares, descobrindo a riqueza da vida que se renova,
constantemente.
261

Há diplomatas hábeis para as relações internacionais.


Também portas adentro dos lares, criaturas valorosas estabelecendo pontes de paz, para a harmonia
doméstica de todos os dias.
Aprendamos a viver contentes em toda e qualquer situação.
***
Extraído do Momento Espírita com base no texto A SERPENTE E O VAGA-LUME, de autor desconhecido e no cap. 26 do livro PARA USO
DIÁRIO, do Espírito Joanes, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
***
#momentoespirita #inveja #aprendizado #reflexão #comportamento #cultivarapaz #paz
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233. QUANDO A PEDRA SE TRANSFORMOU...

Era o período nazista. Segunda Guerra Mundial. O campo de concentração de Auschwitz, entre tantos
carrascos, conhecia um muito bem: chamava-se Herr Müeller. Senhor Müeller.
Nome comum para o povo alemão. Mas, os prisioneiros daquele campo o podiam distinguir de qualquer
outro.
Parecia ter uma pedra no lugar do coração. Frio, implacável. Decidia sobre a vida e a morte daqueles
pobres prisioneiros da arbitrariedade e loucura humanas.
Entre tantos prisioneiros, um havia que o conhecera muito antes que o nazismo o transformasse em
carrasco. Era o ilustre rabino de uma aldeia polonesa, Samuel Shapira.
Ele conhecera Herr Müeller quando ele era um lavrador, na década de 1930, em sua aldeia.
Quando descera do trem de prisioneiros, seu olhar cruzou com o de Herr Müeller e, como naqueles
anos distantes, se cumprimentaram: Bom dia.
E o carrasco lhe indicara para seguir para a fila da direita, para se tornar mais um prisioneiro naquele
campo de concentração.
Os que fossem indicados para a esquerda, iam diretamente para a morte.
O tempo passou e, apesar das tantas condições adversas, sub-humanas, o rabino sobreviveu e pôde
ouvir, com alegria, o anúncio, em quatro idiomas, de que estavam livres.
A guerra terminara. Embora o horror do que os homens haviam feito, naqueles anos, demorasse a se
diluir na memória de cada um.
A partir de agosto de 1945 até 1949, instalou-se um grande Tribunal Militar Internacional, que passou a
julgar os criminosos.
O mundo o conheceu como Julgamento de Nuremberg e foram vinte e dois os réus. Mas, vários outros
julgamentos aconteceram em territórios ocupados.
Num deles, em Frankfurt, o rabino foi testemunha de Herr Müeller. Testemunha de defesa.
- Herr Mueller era um ser que a filosofia nazista transformara em alguém impiedoso e cruel.
Ele nunca fora amado. Em verdade, não era ele que mandava as pessoas para a câmara de gás. Era o
regime. Herr Müeller era um homem bom.
Desta forma se expressou o rabino, não por ter tido a sua vida salva, naquele momento inicial da
seleção, mas por assim acreditar.
Herr Müeller foi condenado à pena de morte por enforcamento.
Ao ser retirado do tribunal, passando pelo rabino, o olhou. Dos seus olhos, escorreu uma lágrima e ele
sussurrou:
- Muito obrigado!
Ao influxo do amor do rabino, o coração de pedra se transformara. Voltara a ser homem. Sentir,
emocionar-se, ante o afeto de alguém a quem ele, em essência, nada fizera.
***
O amor tem força extraordinária. Não há ninguém imune à sua ação.
Quando ele se manifesta, salva vidas, alimenta outras e tem o poder de transformar pessoas tidas como
más em renovadas criaturas.
Foi por isso que Jesus nos recomendou: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.
E ainda: Amai os vossos inimigos.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita com base em fato narrado por Divaldo Pereira Franco, em Encontro com as lideranças espíritas, na
Federação Espírita do Paraná, no dia 27.11.2010.
***
#momentoespirita #perdoar #aprendizado #reflexão #comportamento #perdão #amor #amarinimigos
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234. CIÊNCIA, AMOR E FÉ

Que sonho feliz foi receber a pequena Marisa naquele lar.


A casa encheu-se de alegria e os corações ficaram repletos de disposição para seus cuidados.
Depois de algum tempo, os pais perceberam algo diferente no seu desenvolvimento.
Alguma alteração genética se manifestara. Mas, somente aos seis meses se deu a confirmação das suas
limitações físicas.
O neurologista advertiu quanto à eventual impossibilidade dela vir a andar.
Tratamentos variados foram iniciados e a família se apoiou na oração e na confiança em Deus.
O fisioterapeuta comparecia diariamente. Os pais se desdobravam em carinhos e brincadeiras com a
menina.
Aos três anos, ela surpreendeu, engatinhando na sala, pela primeira vez.
A felicidade foi um grande estímulo para a perseverança dos cuidados.
Com seis anos de idade, nova surpresa: Marisa colocou-se em pé, e andou.
Desde então, feliz e cheia de curiosidade, não parou mais de surpreender, revelar seu potencial para alegria
dos familiares.
***
Deus que é Pai de amor e bondade permite a Seus filhos, na Terra, a bênção da ciência, que nos traz meios
de cuidarmos de nossa saúde.
A bondade infinita nos proporciona, ainda, terapias alternativas para solucionarmos nossos males.
Um número expressivo de crenças desperta nosso sentimento de fé em Deus, que nos fortifica a coragem
para as lutas da vida.
São rotas diferenciadas que se completam no objetivo de nos socorrer, permitindo-nos a solução de várias
problemáticas que se nos apresentam.
Aprendemos que doença e saúde se referem ao estado íntimo em que nos situamos.
As doenças são sintomas de um desarranjo do Espírito, que se refletem no corpo físico.
A causa inicial reside no Espírito imortal, e a enfermidade se manifesta no corpo.
Há enfermidades que provocamos pela falta do autoamor, pela desatenção e descuidos com nossos
pensamentos e atos, com nossa maneira de viver o dia a dia.
Existem doenças que se manifestam no decorrer de nossa vida física, e que as trazemos conosco, ao
nascer. São todas a herança de nós mesmos.
***
Uma criança, portadora de dificuldades físicas ou mentais, de qualquer ordem, nos diz que ali se encontra
um Espírito comprometido com a Lei Divina.
Nasce sempre no lar certo, com os pais devidos e dispostos a auxiliar no seu desenvolvimento e superação.
Ao conjugarmos todos os socorros possíveis, estamos realizando a nossa parte.
A ciência estabelece cuidados para a matéria, o amor nos aproxima mais do ente querido, e a fé raciocinada
nos sustenta.
Ciência, amor e fé são dádivas divinas à disposição de todos os que buscamos fazer o melhor para nós
mesmos e para os demais.
Dedicação e amor aos Espíritos que nos são enviados como filhos, confiança na bondade do Pai maior são
tesouros a serem cultivados.
Buscar conhecer nossa origem espiritual e quais os objetivos de nossa caminhada na Terra, nos liberta de
sentimentos amargos.
Alertou-nos o Mestre Jesus: Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.
Realizar sempre o melhor ao nosso alcance, servindo-nos da ciência, do amor e da fé, nos auxiliará a
conhecer a verdade que liberta.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #resgate #aprendizado #reflexão #filhoespecial #ciência #amor #fé
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235. O QUE VOCÊ FARIA?

Que tal imaginarmos que, por alguma circunstância qualquer, recebamos a notícia da certeza de que
em oito dias, num mês ou num ano o mundo chegará ao fim.
Nenhum indivíduo sobreviverá.
Que faríamos nós?
Trabalharíamos por nosso próprio progresso, por nossa instrução?
Entregar-nos-íamos ao trabalho, à profissão?
Continuaríamos respeitando os direitos, os bens, a vida do nosso semelhante?
Será que nos submeteríamos a alguma lei ou autoridade, por mais legítima que fosse?
Haveria para nós, nessa situação terminal, qualquer dever?
Possivelmente não, se ainda vivermos de acordo com o materialismo.
Nossa tendência seria a de aproveitar a vida não medindo consequência alguma.
Por que fazer algum esforço, por que fazer sacrifício? Por que buscar conquistar algo de valor, se tudo
logo se perderá com o fim inevitável?
***
Curiosamente, e por mais estranho que possa parecer, grande maioria de nós vive dessa forma, mesmo
sem perceber.
Mergulhados no agora, no imediato, no gozar a qualquer custo e na busca pelo prazer, custe o que
custar, agimos de acordo com essa perspectiva niilista.
O niilismo se configura numa negação da vida.
A palavra niilismo vem do latim nihil e significa nada. Comumente ligado ao comportamento e à ética,
pode se classificar como uma corrente ou doutrina filosófica.
Também como uma postura, uma atitude frente à vida.
Pela crença no nada, concentramos todos os nossos pensamentos, forçosamente, na vida presente.
Na postura niilista, encaramos a vida com indiferença. Criticamos o que há à nossa volta, afirmando que
tudo é falso porque é tudo artificial.
Para o pensador Nietzsche, por exemplo, o niilismo é o sintoma do adoecimento do homem.
Poderíamos perguntar então: qual seria a outra opção?
O oposto de tudo isso é a ideia de uma vida futura, já trazida por tantos e tantos sábios ao longo das
eras. E enaltecida pelo Mestre Jesus.
O entendimento de uma vida futura mostra que a morte só destrói o corpo e que o Espírito sobrevive.
Implica também em saber que seremos na vida futura aquilo que nós mesmos fizemos de nós nesta
vida.
Que as qualidades morais e intelectuais adquiridas permanecerão conosco.
Que nos livrarmos de alguma imperfeição aqui será um passo a mais para a felicidade.
***
A nossa felicidade ou infelicidade depende da utilidade ou inutilidade da presente existência, esta breve
passagem pelo planeta.
Vejamos, assim, que a perspectiva é totalmente outra.
Isso não nos impede de aproveitar a vida atual, com todos os seus momentos importantes.
A perspectiva da vida futura propõe mudarmos os valores, propõe que você e eu questionemos o que
realmente queremos para nós.
Propõe que entendamos o que é aproveitar a vida, verdadeiramente, com todas as suas nuances de
beleza, de progresso, de construção para o bem.
Que tal pensar o que você faria se soubesse que o mundo está no fim?
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. I do livro O CÉU E O INFERNO, de Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #fimdomundo #reflexão #vida #vidafutura #comportamento #valores
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236. COISAS QUE EU APRENDÍ

Um periódico de circulação nacional promoveu uma pesquisa bastante interessante.


Fizeram a seguinte pergunta para pessoas em todo Brasil: O que você aprendeu na sua vida, de
mais valioso, até hoje?
As respostas foram, na maioria, bastante ricas, e convidam a muitas reflexões necessárias.
Uma delas dizia:
Aprendi que, não importa quanto eu queira, nem quanto tente: eu não consigo mudar ninguém. As
pessoas são o que elas são.
É preciso amá-las por sua verdade, não pelo que eu gostaria que fossem. Entendi isso aos 70 anos, na
missa de minhas Bodas de Ouro.
A pessoa entrevistada, na época da pesquisa, já contava com 83 anos, e mostrava que nunca é tarde
para se aprender algo importante na existência.
Nosso compromisso de mudança é conosco mesmo. Tentar mudar o outro só nos traz frustração
profunda, e possível malquerença mútua.
Outra pessoa inquirida, dizia:
Aprendi que o sorriso é contagiante. Não espero ninguém me cumprimentar; faço questão de saudar
todo mundo com um sorriso, todos os dias.
É incrível, mas até as pessoas tímidas ou sisudas sorriem de volta e falam bom dia.
Posturas como essa são posturas que irão salvar o mundo da tristeza, do sofrimento, dos
comportamentos depressivos, das doenças.
Tomar a iniciativa é fundamental. Não esperar o sorriso do outro e sempre sorrir, nos faz agentes da
alegria na sociedade.
Outro entrevistado, ainda, afirmava:
Aprendi que as coisas são sempre piores na nossa cabeça do que na realidade. Sofria demais por
antecedência, imaginando "e se isso", "e se" aquilo."
Quando acontecia, não era nada demais. O pior já havia passado, e foi dentro de mim.
Quantas vítimas tem feito a nossa ansiedade... Quantas enfermidades geradas pelo comportamento
ansioso do mundo moderno.
Entender que a preocupação excessiva não resolve, faz-se fundamental para poder se levar uma vida
mais leve, mais agradável.
É indispensável confiar em Deus, em Suas leis, na perfeição do Universo.
Fazer a nossa parte, sim, e confiar. Confiar sempre, pois o que é melhor para nós sempre acontece.
***
De tempos em tempos, precisamos nos perguntar: O que de importante aprendi?
O aprendizado precisa ser identificado, catalogado, amadurecido na alma.
A existência de quem vive colecionando aprendizados é sempre mais feliz. Ela tem propósitos, metas,
avaliações e resoluções constantemente.
A postura de quem realiza tais conquistas, e as identifica, não deve ser a postura exibicionista, vaidosa,
não.
Essa contabilização é íntima. A comemoração é do coração.
Os que estão à volta poderão identificá-la, claro, mas através de nossas ações no bem, de nossa
renovação de valores, que faz brilhar a nossa luz com força e segurança para todos os lados.
***
Extraído do Momento Espírita com base em matéria da Revista SORRIA, de março/abril/2009, ed. MOL.
***
#momentoespirita #aprendizado #reflexão #vida #lições #comportamento #valores
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237. FRATERNIDADE

Desde que o Cristianismo espalhou-se pelo mundo, o grande desafio foi demonstrar nossa condição de
discípulos de Jesus.
Organizamos diversos concílios para estabelecer dogmas e pontos fundamentais de uma doutrina que
desejávamos estruturar, esquecidos de que o Mestre fez da natureza Seu templo e dos amigos a Sua
igreja.
Promovemos guerras e conquistas, arrasando e impondo medo naqueles que não se dobravam à nossa
fé, embora Ele nos tenha prescrito o amor aos inimigos.
Disputamos Seu sepulcro, como se fora troféu a ser conquistado. No entanto, Ele nos ensinara que Seu
reino não é deste mundo.
Criamos hierarquias, distinções, cargos religiosos, cerimônias e celebrações, em nome dEle, muito
embora Suas ações tenham se pautado na simplicidade.
Construímos belíssimas e imensas edificações em Seu nome, sem lembrar de que Ele afirmara não ter
uma pedra para repousar a cabeça.
Inventamos suplícios, impusemos a tortura, acendemos fogueiras para que uma fé fosse imposta, mesmo
que de aparência.
Não obstante, Ele nos alertara para não sermos sepulcros caiados por fora, guardando podridão por
dentro.
Exemplificou, em palavras e atos, que viera para servir. E aquele que desejasse ser o maior, no reino que
Ele anunciava, deveria ser o servo de todos.
***
Prosseguimos, na atualidade, alimentando cismas, divisões, segmentando e segregando aqueles que
fogem de nossos padrões, referências ou entendimento, quando falamos de fé, comportamento e religião.
Porém, o ensinamento de Jesus é claro: os Seus discípulos seriam conhecidos por muito se amarem.
Nenhuma outra condição. Simplesmente amor.
Nenhuma religião será capaz de nos conduzir à felicidade se abrirmos mão desse preceito ensinado por
Jesus.
Nenhuma doutrina poderá nos plenificar, se esquecermos daquele que está ao nosso lado, de quem
caminha conosco.
O Cristianismo é doutrina de ação e de relação, nos ensinando a agir em favor do outro, sem esperar que
o mesmo suceda de retorno.
É o desafio de amar o semelhante, mesmo sendo considerado inimigo e mantendo-se nessa postura sem
desejar mudar.
É doutrina que nos convida a orar por quem nos persegue, sabendo que esses se darão conta da postura
equivocada em que ora estagiam, para algum dia, se proporem também a amar.
Cristianismo é proposta de vida que nos convida a amar e compreender, mesmo aqueles que ainda não
possuem condições ou disposição de nos compreenderem.
É necessário nos exercitarmos no amor ao próximo.
Compreensão, empatia, abnegação são exercícios que nos marcarão como cristãos.
Em dias de disputa, de antagonismos ideológicos, políticos ou religiosos, a proposta do Mestre é a
mesma.
Se nos entendemos ou pretendemos nos dizer cristãos, o primeiro e indispensável movimento a ser feito
é em direção ao próximo, a fim de aprender a amá-lo.
Construir em nós o sentimento de fraternidade pura e simples, no amparo de uns pelos outros,
sensibilizando-nos pela dificuldade ou carência do outro, de ordem material, emocional ou afetiva.
Sem isso, nada mais fará sentido!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #aprendizado #reflexão #vida #cristianismo #comportamento #fraternidade #amor
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238. OS COLABORADORES DO ÊXITO

Olhando para a beleza de uma lua cheia, em noite estrelada, nos lembramos daquele dia de julho de
1969. Um homem pisava, pela primeira vez o solo lunar: Neil Armstrong, seguido alguns minutos depois
por Buzz Aldrin.
Calcula-se que cerca de quinhentos milhões de telespectadores estavam com os olhos fixados na
imagem televisiva que transmitiu o fato.
Muitos nos questionamos se o que estávamos vendo era mesmo real ou seria parte de uma filmagem, um
sonho, uma fantasia.
Os nomes dos três astronautas que realizaram o histórico voo e retornaram, vitoriosos, entraram para a
História.
Eles desfilaram pelas ruas, foram entrevistados, se tornaram capas de revista, ocuparam a primeira
página dos jornais.
Quarenta e sete anos depois, no entanto, o presidente Barak Obama, por algo que envolvia o mesmo
episódio, condecorou com a Medalha Presidencial da Liberdade a uma outra pessoa.
Era o dia vinte e dois de novembro de dois mil e dezesseis, e a honraria foi entregue a Margareth Heafield
Hamilton, engenheira de software.
Por ocasião dessa viagem ao nosso satélite natural, ela dirigia importante departamento.
Em razão de sua capacidade, a equipe que coordenava tornou-se a responsável pelo software de
orientação de bordo da Apollo 11.
E, foi esse software que evitou que o pouso na lua fosse abortado e, por consequência, a missão tivesse
fracassado.
Quando faltavam apenas três minutos para o pouso, vários alarmes do módulo lunar começaram a tocar,
significando que o computador não estava conseguindo completar todas as tarefas em tempo real.
Entretanto, graças aos programas de recuperação, por ela especificados, a alunissagem foi exitosa.
O Presidente Kennedy dissera, em discurso no Congresso Americano, que não seria somente um homem
que iria para a lua. Seria uma nação inteira.
E concluiu: Isso porque todos deveremos trabalhar para colocá-lo lá.
***
Grandes feitos da Humanidade, normalmente, são creditados a um ou outro personagem. Contudo, a
verdade é que por trás desses heróis, desses vencedores, sempre existe uma enorme equipe de apoio.
Se bem pensarmos, veremos que aqueles que concretizaram grandes feitos, tiveram pais que os
geraram, alimentaram e sustentaram.
Tiveram professores que lhes iluminaram a mente. Incentivadores que os auxiliaram a sonhar.
Houve quem trabalhasse para que eles dispusessem de mais tempo para se aprofundar em pesquisas e
dedicação, na busca do seu ideal.
Por fim, em grandes empreendimentos, observamos equipes especializadas que contribuem, cada qual
de uma forma, para o êxito final do projeto.
Bem tinha razão o Presidente norte-americano ao dizer que ninguém alcança o pódio do triunfo, sozinho.
Sempre haverá uma mão, muitas mãos, um coração, muitos corações por detrás de quem conseguiu
alçar-se.
Por isso, importante reconhecer o esforço do menor auxiliar ao mais ilustre cérebro.
Na História, oportuno recordarmos dos tantos anônimos que facilitaram grandes conquistas.
Em nossas vidas, jamais esquecermos de todos os que nos incentivaram, colaboraram, sorriram,
apoiaram, para que chegássemos onde nos encontramos.
Pensemos a respeito!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #aprendizado #reflexão #vida #colaboração #comportamento #conquista
268

239. SEMEADURAS E COLHEITAS

Plantaremos todos os dias. É a lei.


Até os inativos e ociosos cultivam, mesmo que seja o joio da imprevidência.
É necessário reconhecer, porém, que diariamente também colheremos.
Há vegetais que produzem em poucas semanas. Outros, no entanto, só revelam frutos na passagem
laboriosa de muito tempo.
Em todas as épocas, uma multidão cria complicações de natureza material, acentuando o labirinto das
próprias vidas, demorando-se em dolorosas dificuldades.
Ainda hoje, temos notícia dos que pretendem curar a honra com o sangue alheio e lavar a injustiça com
a vingança.
Daí, o ódio de ontem gerando as guerras de hoje, a ambição pessoal formando a miséria que há de vir,
os prazeres fáceis que irão acarretar retificações no amanhã.
Vivemos nesse processo de constante semeadura e colheita.
Infelizmente, até hoje, a maioria de nós tem semeado com descaso, sem se preocupar com a qualidade
das sementes que atiramos no solo das múltiplas existências.
Vida após vida, então, somos surpreendidos por colheitas amargas, ingratas, que geram em nós
indignação e tristeza.
***
Como alterar esse curso doloroso?
Semeando melhor, semeando bem.
Pensemos, nos anos de nossa vida aqui na Terra, sejamos jovem, maduro ou idoso, quantas coisas boas
semeamos?
Quantas vidas mudamos para melhor? Que papel importante desempenhamos na sociedade à nossa
volta? O que de louvável construímos? Como somos para nossa própria família?
São todas possibilidades ímpares de semeaduras felizes.
Pensemos nos caminhos que seguimos, desde que nascemos. Quantos deles foram de sementeiras
conscientes e maduras?
Se percebermos que foram poucas as boas sementes cultivadas, não entremos em desespero. Ainda há
tempo.
Sempre estamos aptos a semear. Hoje mesmo, daqui a alguns minutos, podemos tomar uma decisão
importante, podemos encontrar-nos com alguém e mudar os rumos de uma história.
Hoje mesmo podemos perdoar, podemos começar uma tarefa nova, nos engajarmos em alguma causa
valorosa com responsabilidade.
Comecemos qualquer semeadura nova hoje mesmo, a qualquer instante. Tomos somos capazes.
E não nos preocupemos com as colheitas penosas, reflexos de outros tempos. Façamos a colheita
resignados, aprendamos e semeemos melhor de agora em diante.
Tornemo-nos um melhor semeador, o que seleciona as sementes que espalhará no solo do mundo.
***
Passados séculos sobre o Cristianismo, apenas alguns de nós, que nos afirmamos seguidores do Cristo,
compreendemos a necessidade da sementeira da luz espiritual em nós mesmos.
Dessa forma, se desejamos plantar na lavoura divina, cabe-nos fugir do velho sistema da semeadura do
mal, optando por cultivar o bem.
São muitos os que padecemos, no mundo, por equívocos do ontem. Se desejamos criar nossa
felicidade, importante que não percamos tempo, prosseguindo em caminhos escusos.
A luz veio ao mundo há séculos. Milênios se passaram. Optemos pela reconstrução de nós mesmos.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #aprendizado #reflexão #semeadura #colheita #comportamento #causaeefeito
269

240. JOVIALIDADE

Como é triste! Eu vou ficar velho, horrendo e medonho. Ele jamais envelhecerá além deste dia de
junho...
Se pudesse ser diferente! Se eu permanecesse sempre jovem e o retrato envelhecesse!
Por isso, por isso eu daria tudo!
Sim, não há nada em todo o mundo que eu não daria! Daria a minha alma por isso!
***
O escritor irlandês Oscar Wilde coloca na boca do seu personagem, Dorian Gray, esse desejo que a
Humanidade ainda mantém no imo da alma: não envelhecer.
Na obra em questão, O retrato de Dorian Gray, o jovem aristocrata, após ter seu retrato pintado por
importante artista da época, faz uma espécie de pacto e, a partir desse momento, o seu retrato, a sua
imagem na pintura envelhece, mas ele não.
A juventude eterna ainda é um sonho para muitos.
Manter o vigor, a beleza e disposição mental dessa fase da vida. Que maravilha seria!
Por isso, alguns tentam conservar a juventude de formas artificiais, acreditando que ela se encontre
apenas na aparência exterior.
Assim, vemos aqueles que ultrapassaram o período juvenil há um bom tempo, e buscam se vestir com
a moda jovem do momento.
Aqueles que, constantemente, fazem revoluções estéticas assombrosas, nesses tempos de
popularização das cirurgias plásticas.
Outros que procuram as gírias, os termos, os trejeitos dos moços do agora, numa tentativa de
demonstrarem que não foram alcançados, tocados pelo tempo.
***
Será possível manter-se sempre jovem? O que significa ser realmente jovial?
A expressão jovial tem sua origem em jovis, nome que era dado ao deus Júpiter, o pai dos deuses na
mitologia romana.
É uma virtude do comportamento humano, traduzindo bem-estar, alegria de viver, amabilidade e ternura
ante as dificuldades e desafios existenciais.
Semelhante à inocência, a jovialidade é a capacidade que permite a integração da criatura no cosmo
social, tornando-a diferente e especial.
É uma qualidade moral que se adquire mediante a eliminação das mazelas defluentes do largo
processo da evolução do Espírito, durante as múltiplas experiências vivenciadas.
O ser jovial é alegre, porém não ruidoso. Nem portador das expressões temperamentais dos júbilos
vulgares ou das condutas transtornadas daqueles que se comprazem em alegrar os outros, utilizando-
se da extravagância e do ridículo.
A jovialidade irradia beleza e ternura, cativa sem palavras e modifica o ambiente onde se manifesta.
Gentil, comunica-se com facilidade, como uma fonte cristalina que mata a sede sem nada solicitar.
***
Exercitemos a jovialidade. Não a jovialidade plástica, que tenta mudar o interno através do externo.
Desarmemo-nos em relação ao nosso próximo, não permitamos que os nossos conflitos interfiram na
confiança que nele devamos depositar.
Mesmo que sejamos agredidos, conservemo-nos joviais.
Não há força do mal que resista à compaixão e ao comportamento da jovialidade.
Bem-aventurados os joviais, porque serão felizes desde hoje, assim também pelos infinitos roteiros da
Imortalidade!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #aprendizado #reflexão #jovialidade #juventude #comportamento
270

241. SER HUMANO: CORPO E ALMA

No transcorrer dos séculos, muitos foram os filósofos que refletiram a respeito de nossa essência:
Existe verdadeiramente uma alma que prossegue no além-túmulo? O que nos aguarda no pós-morte?
Em um de seus livros, de genial beleza e delicadeza, o autor libanês Gibran Khalil Gibran escreveu,
metaforicamente, a respeito da criação da alma e da sua união com o corpo:
E o Deus dos deuses separou de Si mesmo uma alma e a dotou de beleza.
E deu-lhe a suavidade da brisa matinal. E o perfume das flores do campo e a doçura do luar.
E entregou-lhe a taça da alegria, dizendo-lhe: "Só poderás beber desta taça se esqueceres o
passado e não te preocupares com o futuro."
E entregou-lhe a taça da tristeza, dizendo: "Bebe dela, e compreenderás a essência da alegria da
vida."
E soprou nela um amor que a abandonaria ao primeiro suspiro de saciedade. E uma meiguice que a
abandonaria à primeira manifestação de orgulho.
E fez descer sobre ela, do céu, um instinto que lhe revelaria os caminhos da verdade.
E depositou nas suas profundezas uma visão que vê o que não se vê.
E criou nela sentimentos que deslizam com as sombras e caminham com os fantasmas.
E vestiu-a de um vestido de paixão que os anjos teceram com as ondulações do arco-íris.
E colocou nela as trevas da dúvida, que são as sombras da luz.
E tomou fogo da forja do ódio, e ventos do deserto da ignorância, e areia do mar do egoísmo, e terra
pisada pelos pés dos séculos e amassou todos esses elementos e fez o homem.
E deu-lhe uma força cega que se inflama nas horas de loucura e se apaga diante das tentações.
Depois, depositou nele a vida, que é o reflexo da morte.
E sorriu o Deus dos deuses. E chorou. E sentiu um amor enorme e infinito. E uniu o homem e a alma.
***
Corpo e alma são os elementos constituintes de todos os seres humanos.
Imortal, o Espírito em progresso une-se à matéria a fim de experienciar situações as mais diversas, que
lhe permitem conquistar virtudes, ajustando-se paulatinamente às imutáveis Leis Divinas.
Quando encarnado, o Espírito se esquece, provisoriamente, de suas experiências passadas, de forma
tal que possa escrever nova História no livro da vida.
Assim, reflitamos por um instante: Que registros temos feito? Que valor temos dado à abençoada
oportunidade de regressarmos a este planeta-escola?
Permitimo-nos sentir o revigorante soprar do perdão diante do mal que nos fizeram? Soubemos nos
perdoar em face do mal que também causamos?
Quanto ao bem recebido: Conservamos gravada a lembrança dele em nossos corações, de forma que
vivamos em estado de gratidão?
E finalmente, sobre os bons atos que praticamos: Soubemos fazê-los humildemente, de maneira a não
torná-los fonte de elogios vazios que nos engrandecem o orgulho e nos empobrecem o Espírito?
***
Dia virá, a todos nós, em que a vida material se encerrará. A maré alta apagará nossas pegadas.
Porém, o céu infinito e luzidio do perdão concedido, do bem distribuído, do amor ofertado, esse
permanecerá e brilhará por toda a Eternidade.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita com base em texto do livro O MENSAGEIRO, de Gibran Khalil Gibran, ed. ACIGI.
***
#momentoespirita #aprendizado #reflexão #corpo #alma #vida #alegria #tristeza
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242. A NOSSA MAIOR CONQUISTA

Foi em 1953, que Tenzing Norgay e Edmund Hillary fizeram a primeira subida oficial do Everest, usando
a rota sudeste, ou seja, pelo Nepal.
Desde então, anualmente, entre os meses de abril e maio, as autoridades emitem licenças para
alpinistas que desejam realizar a grande escalada.
Isso tem levado à superlotação da montanha mais alta do mundo.
Alpinistas aguardam horas, devido às filas que se formam para chegar ao topo.
Esse congestionamento é um grande perigo para os alpinistas e guias, desde que cada minuto é
importante, quando dependem de cilindros de oxigênio para sobreviver.
Além disso, ficar muito tempo na zona da morte, como é chamada a região de altitude de oito mil metros,
aumenta os riscos de queimaduras, doenças da altitude e da própria morte.
Há quem vença tudo isso, mas acaba sendo derrotado na descida, alcançado por alguma avalanche ou
pela exaustão.
Nas últimas duas décadas, a taxa média anual de mortos tem sido de seis.
Pode parecer um número pequeno, considerando-se tantos que alcançam o cume.
No entanto, essa vontade de chegar ao pico da montanha mais alta do planeta, nos leva a pensar.
Fomos criados para grandes desafios. Não há limites para a nossa criatividade, para nossa tenacidade.
Faz parte da nossa natureza. Foi isso que nos fez sair das cavernas e chegar à era da tecnologia.
Olhamos para o passado e nos parecem quase uma miragem os registros da História, nos mostrando um
mundo sem condições de higiene, sem conforto, sem as tantas comodidades e facilidades do presente.
Muitos de nós assistimos os passos dos dois primeiros homens na lua.
Acompanhamos as sondas espaciais e as imagens espetaculares enviadas, por elas, para a Terra.
Temos notícias das estações espaciais, nas quais vivem os astronautas por semanas, meses.
Sim, somos criaturas excepcionais.
Isso nos diz que não há nada que nos impeça de sermos seres melhores.
Se temos tanta garra e conseguimos proezas inimagináveis, se chegamos a colocar em risco a própria
vida, para alcançar nossos propósitos, por que não investirmos os mesmos esforços na mudança de nós
mesmos?
***
Há dois mil anos ouvimos a voz do Celeste Cantor com Seu convite irresistível.
O que nos falta para aderirmos, para nos transformarmos em homens de paz, promotores do bem,
altruístas?
O que nos falta para transpormos os umbrais do comum e nos tornarmos homens que venceram a si
mesmos?
Seria muito importante que o empenho que nos estimula a desejar alcançar as estrelas, fosse o mesmo
para a viagem ao nosso cosmo interior.
Aos planetas da nossa intimidade, para explorarmos as grandes possibilidades do amor, da coragem. Da
perseverança, da renúncia, da doação.
Então, nos tornaríamos homens portadores da fé que move a montanha, não somente heróis da
escalada.
Homens que alcançam as cumeadas da glória do bem, iluminando mais do que sol de primeira
grandeza.
Deixaríamos de ser homo technologicus e nos transformaríamos em homo amorosus.
Atenderíamos ao que nos exortou o Mestre Galileu: Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito.
Aceitaremos o desafio?
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #conquista #reflexão #vitória #perfeição #caridade #transformaçãointerior
272

243. A HERANÇA

O mundo moderno prescreve previdência em todos os atos. É assim que companhias seguradoras
trabalham, incentivando os pais de família a comprarem apólices de seguro de vida.
A propaganda fala de como haverão de ficar os filhos, em caso de morte de um ou de ambos os pais.
Sozinhos, sem dinheiro. Ao menos, que se lhes assegure o necessário para viver e as condições para
estudarem.
Alguns pais, além de apólices de seguro, se preocupam também em deixar muitos bens para os seus
filhos.
Em especial, aqueles que sofreram muitas agruras em sua infância e não desejam que os filhos passem
pela mesma experiência. Esmeram-se, portanto, em adquirir propriedades, joias e tudo o mais que
possam deixar como herança para os seus, depois que partirem.
***
Tal forma de agir nos recorda da história de um homem muito rico que mandou seu filho estudar em
outro país.
Desejava que seu filho se tornasse um homem instruído, dominando as ciências, tanto quanto
conhecesse o mundo para além das fronteiras do próprio país.
Enquanto o filho cumpria, com satisfação, os anseios paternos, aconteceu que o pai adoeceu
gravemente. Percebendo que a morte se avizinhava, chamou o tabelião à sua casa, reuniu testemunhas
e ditou as suas últimas vontades.
Para o seu escravo, aquele que dele cuidava com desvelo, deixou as suas terras, as contas bancárias,
as joias, tudo enfim.
Para o seu filho, que se encontrava distante, assegurava a possibilidade de escolher o que ele desejaria
herdar. E morreu.
O escravo, tão logo morreu o seu senhor, providenciou um enterro pomposo e tomou posse de tudo.
Começou a tomar decisões, administrando muito bem todo o patrimônio. Ao mesmo tempo, despachou
um outro escravo para que fosse em busca do filho do ex-patrão e lhe desse a notícia da morte do pai.
O filho voltou com rapidez e ficou muito magoado. Procurou o advogado da família e foi chorar em seu
ombro.
Afinal, por que o pai fizera aquilo com ele? Por que dera todos os seus bens para um escravo, não lhe
deixando nada? Ele não se lembrava de ter ferido o pai, de o ter desrespeitado. Por que, então?
O advogado, homem ponderado, lhe falou:
Rapaz, ao deixar todos os seus bens para o escravo, seu pai usou de sabedoria. Se ele tivesse deixado
para você, é possível que depois de sua morte, antes que você soubesse do ocorrido, os próprios
escravos dilapidassem o seu patrimônio e pouco lhe sobraria.
Deixando os bens ao escravo, ele os preservou. Deixando a você a possibilidade de escolher o que
desejasse herdar, lhe deu a chance de escolher o escravo. Como tudo o que é do escravo, é do senhor,
tudo lhe pertencerá.
Para esse nobre servidor conceda a liberdade, o maior de todos os bens, e providencie para que ele
tenha uma vida digna com sua família. Aja com a sabedoria do seu pai.
***
O maior tesouro que os pais podem deixar como herança aos seus filhos são os valores morais. A
honra, a verdade, o trabalho, a dignidade, esses não acabam nunca e são eles que constroem o mundo
feliz que todos desejamos.
Ao mesmo tempo, estaremos legando ao mundo a nossa melhor herança: homens de bem, por nós
formados.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #herança #reflexão #educação #valoresmorais #responsabilidade #honra #verdade #trabalho
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244. PÉTALAS ARRANCADAS...

A menina pequena começou a perceber o jardim de sua casa.


Encantou-se com uma flor de cor vermelha – bougainville.
Ainda no colo, pediu ao pai para chegar mais perto. Desejava ver com as mãos e sentir seu perfume.
Ao puxar um pequeno galho colorido, a maioria das pétalas se desprendeu acidentalmente. Estavam
agora na palma da mão pequenina.
Havia deixado o ramo da planta escarlate quase sem vestes. A criança se assustou. O galho retornou
velozmente para trás.
Olhou para o pai como que dizendo: Não pretendia machucá-la...
Logo após fez um gesto inusitado. Esticou o bracinho, segurando na mão as pétalas soltas que ainda
guardava e buscou novamente as flores que haviam permanecido no galho.
Ela queria devolver o que havia retirado da flor, agora semidesnuda.
O pai ficou sem ação. Seu primeiro impulso foi dizer que não era possível, no entanto, aceitou o desejo da
filha e deixou que ela ajeitasse delicadamente as partes arrancadas junto às que ainda se mantinham no
arbusto.
Enfim, a menina deu a situação por resolvida. O pai, porém, não. Ficou com as pétalas arrancadas no
pensamento.
***
É possível devolver uma pétala para uma flor?
Os botânicos certamente dirão e provarão que não. Uma vez retiradas, não voltam mais. Não há como
colar, costurar ou provocar qualquer espécie de regeneração.
Assim como o tempo; assim como as palavras que proferimos; assim com os atos. Não há como desfazer
o que foi feito, o que foi dito, o que passou.
Ferimos alguém profundamente e pedimos desculpas. Será que somos nós tentando devolver pétalas
arrancadas?
Assim, voltemos à questão original: é possível devolver uma pétala para uma flor?
Tudo nos leva a aceitar o não como a resposta mais razoável, ou a única plausível. Resposta triste.
Porém, se a ingenuidade e pureza infantis acreditaram ser possível, quem sabe possamos acreditar
tornar possível, mas de uma forma diferente.
E se decidíssemos cuidar daquela árvore de uma maneira especial, olhando-a todos os dias, assim como
o Pequeno Príncipe um dia cuidou de sua rosa?
Estarmos atentos ao que ela precise e não deixar que lhe falte alguma coisa. Vamos nos ocupar do solo,
mantendo-o fértil.
Conversarmos sempre, dizer o quanto está bela, acompanhar seu crescimento e lá estarmos,
emocionados, quando finalmente, novas pétalas nascerem no lugar das faltantes.
Quem sabe será nossa forma de devolver...
E se não pudermos restituir exatamente aquela flor por alguma razão, poderíamos cumprir nossa missão
da mesma forma, com outras. Entendendo que nossa dívida é com a natureza como um todo.
***
O homem sofre sempre a consequência de suas faltas. Não há uma só infração à Lei de Deus que fique
sem a correspondente punição.
Desde que o culpado clame por misericórdia, Deus o ouve e lhe concede a esperança. Mas, não basta o
simples pesar do mal causado.
É necessária a reparação, pelo que o culpado se vê submetido a novas provas em que pode, sempre por
sua livre vontade, praticar o bem, reparando o mal que haja feito.
A sua felicidade ou a sua desgraça dependem da vontade que tenha de praticar o bem.
***
Extraído do Momento Espírita com base na crônica DAS PÉTALAS ARRANCADAS, de Andrey Cechelero e no cap. XXVII,item 21 do livro O
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #faltas #reflexão #consequencias #reparação #responsabilidade #misericórdia #felicidade #vontade
274

245. BENDITOS PROFESSORES

Quem não tremeu durante uma prova? Quem não teve aquele momento em que parece que tudo
desaparece da mente e as respostas simplesmente não acodem à memória?
Quem se deparou olhando para as questões a serem respondidas e tudo aquilo parecer inédito, como se
jamais tivesse tido contato com aquela matéria?
Dia de prova. Muitos temos dificuldades nesses momentos. Alguns por não estudarmos. Alguns por causa
do nosso sistema emocional.
Outros porque não entendemos a matéria e então as questões nos parecem impossíveis de serem
respondidas.
Por isso, possivelmente, é que aquela adolescente, sem esperanças de conseguir uma boa nota, escreveu
ao final da página da prova:
Professor, eu sou uma decepção em matemática. Por isso, não se assuste com o meu zero. Mas, dê-me
ao menos um ponto.
Ao receber a prova corrigida de retorno, a aluna se surpreendeu.
Jorge, o professor, reformulara uma das frases dela, anotando com caneta vermelha: Eu não sou uma
decepção em matemática.
Acrescentando: Pode me ajudar a entender melhor?
Por fim, respondendo ele mesmo: Claro!
A atitude do professor viralizou na internet, motivando comentários de toda sorte.
Houve quem descrevesse suas próprias experiências negativas em provas escolares.
Houve quem afirmasse que, se tivesse tido um professor desse quilate, com certeza teria entendido a
matéria. E até gostado dela.
E, houve, inclusive, quem se manifestasse dizendo: Por isso estudo para ser professor. Toda vez que vejo
um mestre com essa atitude tenho a certeza da minha vocação.
Houve quem relatasse como sua professora a acalmara durante uma prova, corrigindo-a depois, em
conjunto e lhe ensinando a resolver cada uma das questões propostas.
Professores assim fazem a grande diferença nas escolas e, sobretudo, na vida dos seus alunos.
***
Quando erramos e alguém nos mostra o equívoco, é lição que não mais esquecemos.
Muito melhor do que simplesmente ganhar uma nota ruim, ter as respostas riscadas fortemente em
vermelho, assinalando a nossa ignorância ou ainda parco entendimento a respeito daquilo tudo.
Quem quer que tenha tido, em sua carreira escolar, um bom professor, não o esquece.
Aquele professor que se dispôs a permanecer um tanto mais depois da aula, para explicar detalhadamente
o que não entendemos.
Aquele que nos atendeu, extramuros da escola, em horários diversos, elucidando nossas dúvidas.
Aqueloutro que nos indicou bibliografia adequada, apontou erros, sugeriu ajustes em peças escritas, em
trabalhos cuja qualidade deixavam muito a desejar.
Aquele professor que até percebeu a nossa pouca vontade de estudar a matéria que ele lecionava e nos
chamou à parte, demonstrando o valor daquele conhecimento em nosso futuro.
Afinal, quantas vezes, em meio a tantas informações, não indagamos: Para que preciso saber isso?
Quando vou usar isso em minha vida?
***
Professor, ser especial. Ele detém o conhecimento que ainda não conquistamos, a experiência que ainda
não tivemos.
E deve ser recheado de amor para repassar tudo isso, entre uma dose de paciência e outra de boa
vontade.
Deus abençoe os professores que nos instruíram, abrindo clareiras em nossas mentes!
***
Extraído do Momento Espírita com base em fato real
***
#momentoespirita #professor #reflexão #ensinar #provas #aprendizado #educação #dificuldades
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246. AMOR PARA COM OS DESAFETOS

O amor resume toda a Doutrina do Mestre Jesus.


Em resposta à pergunta dos fariseus, sobre qual era o maior mandamento, ensinou que o amor a Deus
e ao próximo como a nós mesmos resumia toda a lei.
Mas quem será o próximo? Será apenas aquele que nos ama?
Em outra passagem do Evangelho, o Rabi nos recomenda que amemos nossos inimigos, que façamos
o bem a quem nos odeia e que oremos pelos que nos perseguem e caluniam.
O Mestre nos fala que nenhum mérito teremos em amar somente quem nos ama ou fazermos o bem
somente a quem nos faz o bem.
Amar quem nos ama, quem nos trata bem, quem para nós só tem pensamentos bons não nos exige
qualquer esforço, é natural de nossa parte. Sorrir a quem nos sorri, ser amável a quem é amável para
conosco é fácil.
O que ocorre, no entanto, é que costumamos amar somente quem tem atitudes amáveis para conosco.
Poucos agimos com amor para com aqueles que não conseguem nos amar.
A ideia de amar quem nos prejudica, quem para nós só tem pensamentos negativos, pode nos parecer
um tanto absurda.
***
No entanto, é preciso entendamos o que o Mestre nos quis transmitir. Ele não quis nos dizer que
tenhamos para com nosso inimigo a ternura que dispensamos aos nossos amigos e irmãos, pois a
ternura pressupõe confiança.
Não se tem confiança verdadeira em quem nos dirige pensamentos negativos, pois os pensamentos
criam uma corrente de fluidos e, se esses são impregnados negativamente, não há como inspirar bons
sentimentos.
Mas não devemos, em troca, emitir o mesmo padrão de pensamentos. Ou ter o mesmo tipo de atitudes
de quem nos prejudica, pois assim nos igualamos a eles.
Amar os inimigos não é, portanto, ter para com eles uma afeição que não é compatível com os
sentimentos negativos que deles emanam e aos quais não somos indiferentes. Mas é não guardar ódio
ou rancor ou desejo de vingança.
Amar os inimigos é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem quaisquer condições impostas, o mal
que nos tenham causado.
É não opor nenhuma restrição à reconciliação com eles, é desejar-lhes o bem e não o mal, é
experimentar alegria com o bem que lhes aconteça, é ajudá-los, se possível.
É, por fim, jamais emitir pensamentos ruins e, muito menos ter atitudes negativas para com eles,
abstendo-se por palavras ou por atos, de tudo aquilo que os possa prejudicar.
Como Jesus nos recomendou, é oferecer a outra face, a face da benevolência e do perdão, frente
alguma agressão moral, física ou material.
É agir com caridade, pois, se amar o próximo constitui o princípio da caridade, amar os inimigos é a
mais sublime aplicação deste princípio, e tal virtude representa uma das maiores vitórias contra o
egoísmo e o orgulho.
***
Extraído do Momento Espírita com base nos cap. II e XI do livro O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #amor #reflexão #amarinimigos #Jesus #reconciliar #fraternidade
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247. NOSSA HERANÇA

Herança é o legado, é o patrimônio, os bens que deixamos para os descendentes, por hereditariedade
ou por testamento.
Muitos de nós trabalhamos de forma árdua, durante toda a vida, objetivando deixar aos herdeiros muitos
bens.
Com isso, pensamos, estará garantida a sua felicidade. Parece que esquecemos de olhar ao nosso
redor.
Quantas fortunas vimos desaparecer, de forma muito rápida, dilapidadas por herdeiros que, parece,
somente aguardavam a oportunidade para gastá-la de forma desmedida, satisfazendo seus prazeres?
Quantas empresas, de grande porte, desapareceram, atingidas por dissensões e disputas entre os
familiares?
Ou por falta de preparo para administrar, de forma eficaz, o patrimônio recebido?
Será que desejaremos observar, depois de nossa morte, os nossos descendentes se digladiando nos
tribunais por desejarem uma parcela a mais do que consignamos em testamento?
***
Importante repensarmos atitudes. Primeiramente, termos consciência de que mais do que bens
materiais, a nossa presença ao lado dos filhos é verdadeiramente valiosa.
Isso significa que devemos equacionar o tempo de forma a atendermos nossa atividade profissional. E
reservarmos tempo para os que amamos.
Tempo para estar com os filhos, vê-los crescer em intelecto e em questões morais.
Questões que nós, pela palavra e pelo exemplo poderemos lhes oferecer.
Exatamente como nossos pais que trabalharam duramente, não ficaram ricos, portanto, não nos
deixaram abonados ao partirem.
Porém, nos legaram exemplos maravilhosos de vida: honestidade, dignidade, coragem, respeito aos
mais velhos, às crianças, às leis, o amor à pátria e à natureza.
Segundo, se somos detentores de patrimônio expressivo, preparemos nossos filhos para bem
administrá-los.
Mostremos-lhes como se age, como devemos dele nos servir, a benefício próprio e dos demais.
Então, quando formos colhidos pela morte, que poderá chegar logo ou mais tarde, teremos entregue às
suas mãos o maior legado: o do exemplo do trabalho e da honra.
Eles nos lembrarão como aqueles que os abraçavam e beijavam muitas e várias vezes ao dia.
Aqueles que oravam com eles, que os levavam ao templo para a recepção das lições do Evangelho de
Jesus.
Aqueles que lhes acompanhavam as lições da escola, indagando, perguntando, se interessando.
Aqueles, enfim, que ofereceram exemplos de total respeito à família, a qualquer ser humano.
Aqueles que plantamos árvores e flores, os que os ensinamos a respeitar o meio ambiente, as relações
sociais.
Quando adentrarem a empresa que lhes legamos, quando usufruírem dos bens materiais que lhes
deixamos, recordarão de como exemplificamos o amor ao próximo, o respeito ao subordinado, às leis,
aos princípios da honra.
Tornar-se-ão esposos e pais, refletindo nossa herança de amor, de hombridade, de verdadeiros filhos de
Deus.
Trabalhemos, portanto, o crescimento do amor em nós, sem desfalecermos diante das dificuldades.
Com certeza, deixaremos para este mundo uma herança que será lembrada e perpetuada pelos anos
afora: homens de bem, homens que farão a diferença para este lar que o Senhor Deus nos confiou, para
usufruto e crescimento individual.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #herança #reflexão #exemplo #filhos #bensmateriais #família #amor
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248. AINDA A IMORTALIDADE

O século XVIII o conheceu como grande músico. Deu seu primeiro concerto aos sete anos e aos doze
apresentou sua primeira composição significativa.
Muito triste foi sua vida. O pai, cantor da corte, usava de brutalidade com ele, especialmente quando,
após exaustivas horas de estudo ao piano, o garoto errava uma nota.
Recebia muitos safanões também nas noites em que o pai se embriagava e chegava ao lar em péssimo
humor.
Quando tinha dezessete anos, sua mãe morreu e ele assumiu os cuidados dos dois irmãos menores.
Viena, a cidade da música, o recebeu de braços abertos e costumava ouvi-lo embevecida.
Aprendeu a tocar trompa, viola, violino, clarinete para melhor poder escrever músicas para orquestra.
A fama do seu talento rápido se espalhou e muitos foram os concertos que deu, inclusive em benefício
da viúva e filhos de Mozart.
Mas, aos vinte e sete anos um zumbido incômodo o obrigou a consultar um médico para ouvir a pior
sentença de sua vida: estava ficando surdo.
Ludwig Van Beethoven, o compositor, o maestro, passou a evitar as reuniões sociais e isolou-se no
campo.
As árvores parecem me falar de Deus, ele dizia. Em uma carta, confessou aos irmãos:
Não posso pedir às pessoas que falem mais alto, porque sou surdo. Talvez em outra profissão fosse
mais fácil, mas um músico deve ter este sentido mais perfeito do que os outros.
Embora tentado pela depressão, ele não se deixou dominar. Não desistiu.
Sua produção musical foi adquirindo qualidade muito diferente dos demais compositores e, por incrível
que pareça, as composições que mais se conhecem e adquiriram maior notoriedade são justamente as
que ele compôs após diagnosticada a sua surdez.
Os sons pareciam morrer a pouco e pouco, na sequência dos dias, para sua audiência física. Contudo,
ele parecia ouvir sons imortais.
Apesar da tristeza que o rodeou e no isolamento que se impôs, registrou em sua última sinfonia, a nona,
uma ODE À ALEGRIA.
É um cântico da alma que exalta o Criador pela Sua criação.
Não há quem a ouça e permaneça indiferente.
Possivelmente, seu Espírito estava a adivinhar que em breve partiria para a pátria espiritual e já exalava
seu hino de felicidade, pela libertação.
Em 1827, depois de uns anos finais tristes, ele morreu, deixando como legado seu testemunho da
certeza imortalista: NO CÉU VOU TORNAR A OUVIR!
***
Você sabia que a certeza da Imortalidade se encontra no íntimo de todos os seres?
Mesmo quando as criaturas afirmam que nada deve existir para além da vida física, deixam escapar vez
ou outra alguma frase como: Quando eu me for desta para uma melhor...
Esta certeza é fruto da essência imortal que somos.
Entre os povos mais primitivos, o culto aos mortos registra que eles acreditavam em uma vida depois da
vida física, embora não tivessem a exata ciência de como ela seria.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #imortalidade #reflexão #Beethoven #imortal #vida #vidacontinua
278

249. MEDO DAS PROVAS

Nos dias em que a experiência na Terra se faça amarga e difícil, não convertamos a depressão em
veneno.
Quando a aflição nos ronda o caminho, anunciamos carregar a alma de sombras, semelhante a quem
se encontra ausente do lar, ansiando pelo retorno.
No entanto, que isso não se torne motivo para que nos precipitemos no desânimo arrasador.
Olhemos adiante, ergamo-nos uma vez mais lembrando quantas coisas já enfrentamos, quantos
desafios, quanta dor.
Nada disso nos fez menores, nada disso nos destruiu. Pelo contrário, tudo foi construção, tudo foi
aprendizado.
Por vezes é difícil, em meio às trevas, mentalizar pensamentos de otimismo e fraternidade. Ou
conseguir retratar nas pupilas o fulgor do sol e a beleza das flores.
Por vezes, preferimos a mudez ou a reclamação constante, como forma de defesa ou espécie de
revolta contra o Universo.
Quando o estudante é surpreendido por prova surpresa na sala de aula e a matéria é difícil, ele não
teve tempo de se preparar, o primeiro impulso é a revolta ou o desespero.
Não consegue perceber que a prova é instrumento de avaliação, visando aperfeiçoamento. Prefere,
como mecanismo de defesa, proclamar que o professor é cruel ou que o sistema de ensino está errado.
***
Quando falamos dos métodos educacionais das Leis Divinas, estamos falando de mecanismos que
agem com perfeição. Agem na hora certa, com os critérios mais objetivos possíveis.
O sistema educacional divino é enérgico e, ao mesmo tempo, amoroso. É disciplinado, firme. Também
repleto de adaptações, de concessões e de muita compaixão.
Assim, não temamos as lições duras do caminho. Todas elas são aplicadas com muita sabedoria e
critério.
Obviamente que sendo provas, sempre nos trarão instantes de tensão, desconforto e podem nos
colocar em situações em que não teremos controle de coisa alguma.
Tudo isso é lição. Tudo isso faz parte do mecanismo da evolução.
Como faz parte também da autoeducação o trabalhar em nós a maneira de enxergar e vivenciar cada
um desses momentos.
Em nossa alma, ainda imatura, por vezes existem medos exagerados, existem visões distorcidas, existe
ansiedade inflada, que amplificam dores sem real necessidade.
Tudo isso faz parte do educar-se: desde o suportar com sabedoria as tempestades, passando por
entender o que significa cada uma delas, até pela análise de nós mesmos, de nossas lentes, que
podem estar vendo temporais em garoas finas.
***
As provas nos exigem atenção, olhar cuidadoso, apoio e confiança nos mais próximos.
Exigem a oração que acalma a mente inquieta e que sabe pedir auxílio aos mais preparados.
Exigem a calma de quem sabe que todas elas têm hora para começar e para acabar.
Exigem a certeza de que tudo está sob controle superior, embora possa não parecer.
Recordemos dos tempos de escola, da aflição dos dias de prova. O medo do branco mental. O medo de
não estar preparado.
O que diríamos para nossa versão criança ou jovem com a experiência que temos hoje?
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 11, do LIVRO DA ESPERANÇA, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier, ed. CEC.
***
#momentoespirita #provas #reflexão #aprendizado #medo #vida #educação
279

250. SEMPRE É TEMPO DE DOAR

Certo dia, uma jovem estava à espera de seu voo, na sala de embarque de um aeroporto. Como
deveria esperar por muitas horas, ela resolveu comprar um livro para matar o tempo. Também comprou
um pacote de biscoitos.
Depois, achou uma poltrona numa parte reservada do aeroporto para que pudesse descansar e ler em
paz. Ao lado dela se sentou um homem.
Quando ela pegou o primeiro biscoito, o homem também pegou um.
Ela ficou indignada, mas não disse nada. Pensou: Que sujeito abusado. E ainda sorri quando olho para
ele.
A cada biscoito que ela pegava, o homem também pegava um.
Aquilo a foi deixando sempre mais indignada. Tão incomodada que ela nem conseguia reagir.
Por fim, restava apenas um biscoito no pacote e ela pensou: O que será que o abusado vai fazer
agora?
O homem sorriu outra vez, dividiu o biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela.
Aquilo a deixou furiosa. Era o cúmulo! Ela pegou o seu livro, seus pertences e foi para o embarque.
Quando se sentou confortavelmente, no interior da aeronave, abriu a bolsa à procura de um espelho
para ver como estava o seu rosto. Deveria estar vermelho de raiva!
Sua surpresa foi enorme. Ali, dentro da bolsa, fechadinho, estava o seu pacote de biscoitos.
Agora ela estava vermelha de vergonha. Quem estava errada o tempo todo era ela. E já nem havia
tempo para voltar e pedir desculpas ao homem, a quem nem agradecera a gentileza de dividir os
biscoitos.
Tinha ficado tão transtornada por pensar que eram os seus biscoitos que estavam sendo devorados
pelo desconhecido e, no entanto, ele dividira sem mostrar preocupação alguma.
***
O fato nos leva a meditar em quantas vezes ficamos com raiva, perdemos nosso bom humor por pouca
coisa. Até por coisa nenhuma.
Pessoas como o homem do aeroporto nos demonstram que o bom da vida é mesmo dividir, cooperar.
Afinal, se pensarmos bem, estamos todos numa mesma e grande escola, e pertencemos a uma grande,
numerosa e mesma família, que se chama Humanidade.
O correto mesmo é viver assim, dividindo, repartindo. Ter um sorriso sempre pronto na fila de embarque
do aeroporto, na sala de espera do dentista, na fila enorme do supermercado, na fila do coletivo.
O mundo seria melhor se todos aprendêssemos a sorrir e a dividir mais.
***
A nossa busca deveria sempre ser no sentido de mais dar do que receber.
E todos somos capazes de nos comportar assim. Basta querer. E querer é fácil. Quem de nós, afinal,
não deseja transformar o mundo à sua volta?
E o mundo somente se mudará se nos mudarmos, mudarmos as nossas atitudes.
Não foi outro o motivo que levou Francisco de Assis a dizer: É dando que se recebe, é perdoando que
se é perdoado, é semeando amor que se recebe amor.
***
Extraído do Momento Espírita com base no texto BISCOITOS, de autoria ignorada.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #doar #vida #educação #julgar #julgamentos
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251. UM UNIVERSO DE AMOR

Quando Ananda chegou ao antigo palácio, que servira de residência aos marajás do Nepal, viu as suas
torres semiarruinadas.
Há muito os príncipes do pequeno estado do Himalaia haviam abandonado o palácio. No local onde
estivera o brasão antigo, havia uma placa de madeira, indicando o nome e a atividade de seus
sucessores: missionárias da caridade – assistência aos leprosos.
Ela não conseguiu ler a placa, pois não sabia ler nem escrever. Era uma intocável, da casta dos párias.
Acostumara-se a tomar cuidado para não projetar sua sombra sobre os pertencentes a outras castas,
preservando-os da sua impureza.
Aprendera a não erguer os olhos para olhar as pessoas. Ela não tinha esse direito.
Desde que fora expulsa de casa, ao ser descoberta como portadora de lepra, aos treze anos, Ananda
aprendera que as pessoas que se oferecem para ajudar sempre querem algo em troca.
Foi, pois, com desconfiança que aceitou o universo de amor que a bondosa irmã Bandona lhe oferecia.
Ela se acreditava amaldiçoada. Por ser pária. Por ter contraído a lepra. Acreditava que não tinha o
direito de ser amada.
O estigma de pária de Ananda permanecia indelével. As missionárias podiam multiplicar à vontade suas
provas de afeto e tratar sua protegida como uma delas.
Ela se mantinha à distância e não havia um dia ou um ato que não fosse pretexto para mágoa e
lágrimas.
Mas, a bondosa missionária amava os leprosos. Cuidava-os com extrema ternura, fazia o máximo por
cada um.
Foram precisos vários meses para vencer a desconfiança e a rebeldia de Ananda.
***
Certo dia, ela disse para si mesma: eu também sou irmã de todos. Eu também tenho o direito de amar e
ser amada por todos.
Era o início de sua transformação.
Foi a primeira vitória do amor das religiosas. Mas Ananda reprovava o tempo que irmã Bandona e suas
companheiras ficavam na capela.
Esse cantinho de recolhimento fora instalado num aposento isolado, antes destinado ao harém dos
marajás.
Ali havia uma mesa simples ornada por um círio.
Na parede a inscrição: o que fazeis aos mais humildes dos meus é a mim que o fazeis.
Para que perder tempo, quando poderiam estar atendendo mais leprosos? – reclamava Ananda.
Então irmã Bandona lhe explicou: mesmo que, ao longo do dia cada um de nossos gestos seja um
testemunho de amor dirigido a Deus, também precisamos testemunhar o nosso amor, através das
preces que lhe dirigimos.
Uma noite, quando acabava de se ajoelhar na capela para as preces habituais, a religiosa ouviu um
roçar de pés sobre o piso de mármore.
Voltou-se e viu Ananda. Fez sinal para que se aproximasse. E, então, com voz clara, orou:
Senhor, eis-nos aqui. Nós estamos mortas de cansaço, morremos de sono, estamos até os cabelos com
os leprosos. Mas estamos aqui para dizer simplesmente que o amamos.
O universo de caridade, que curara a lepra de Ananda com tratamento enérgico com sulfonas, estava
lhe curando a alma com a lição do amor a Jesus.
E ela, sorrindo, pela primeira vez, disse: vim agradecer ao teu bom Deus.
***
Extraído do Momento Espírita com base nos caps. 6 e 10 do livro MUITO ALÉM DO AMOR, de Dominique Lapierre, ed. Salamandra.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #amor #vida #caridade #doação
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252. DECISÃO PELO PERDÃO

12 de março de 2003. Daniel e sua esposa, Ana Carolina, fechavam mais um negócio para expandir a
rede de lojas de R$ 1,99 do casal, numa grande capital do país.
Costumavam voltar para casa sempre depois das 19 horas mas, naquele dia, Daniel quis retornar mais
cedo. Às 19h10 estavam na rua onde moravam.
A poucas quadras da residência, Ana Carolina comentou, ao ver viaturas de polícia: Que será que houve
no vizinho?
Assim que estacionaram, a filha mais velha, Letícia, trouxe a notícia: Sequestraram o Lucas.
Dez minutos antes, um homem numa moto, disfarçado de entregador de flores, havia invadido a casa e
levado consigo o caçula de 8 anos.
Nos onze dias seguintes Daniel, o pai, quase não dormiu. Ficava ao lado do telefone, com um bule de
café, esperando uma ligação.
Os criminosos fizeram três contatos, exigindo milhões de reais, mas pareciam sempre confusos.
Em 26 de março o telefone tocou novamente. Era a polícia, dizendo que havia encontrado o menino
Lucas. A família começou a comemorar, mas veio o restante da notícia: Lucas fora achado, porém sem
vida.
Os sequestradores, ao serem reconhecidos pelo garoto, o haviam assassinado, no mesmo dia do
sequestro, há cerca de dez dias.
Soube-se mais tarde que dois, dos três sequestradores, eram seguranças de uma das lojas do grupo.
Daniel, o pai, confessou que, na época, apenas pensava em uma coisa: vingar-se. O ódio era o único
sentimento que o mantinha vivo.
Chegou a arquitetar diversos planos e acabou escolhendo o dia da audiência na Corte.
Na véspera desse dia, ele pegou a arma que tinha em casa, limpou-a com cuidado e a encheu de balas.
Ia entrar no Tribunal atirando.
Sem conseguir dormir, buscou amparo no altar que tinha na sala de casa. Rezou até a exaustão,
pedindo ajuda, num misto de revolta e tristeza. Enfim, pegou no sono.
No dia seguinte, ao invés da arma, levou a Bíblia.
A fim de preservar Daniel, o juiz pediu que ele reconhecesse os indiciados através do olho mágico da
sala onde estavam.
Porém, o empresário preferiu abrir a porta e ficar cara a cara com eles:
- Olhem para mim! Olhem para o pai do garoto que vocês mataram, se são homens!
Os três, algemados, permaneceram de cabeça abaixada.
Num ímpeto, então, Daniel disse algo, cujo significado completo só entenderia algum tempo depois:
- Eu não vim aqui para matá-los. Vim aqui para perdoar cada um de vocês.
O pai decidiu, ali, na frente de todos, e perante seu coração, pelo perdão.
***
Decidir pelo perdão não significa perdoar definitivamente, pois em casos como esse, o perdão completo
demora tempo. Decidir por ele significa, num primeiro momento, evitar a vingança.
Decidir pelo perdão é não mais permitir que o ódio comande nossas ações, e nos mate lentamente, dia
após dia.
Daniel decidiu pela vida, pela sua vida e de sua família, pois sabia que a morte dos criminosos não traria
o seu filho de volta, nem lhe proporcionaria paz.
O caminho da paz começou ali, no momento em que decidiu não mais odiar.
Decidir pelo perdão é começar um processo longo, mas contínuo, num caminho seguro, onde sempre
estaremos amparados, recebendo ajuda dos amores da Terra, dos amados do mundo espiritual e do
Criador.
***
Extraído do Momento Espírita com base em artigo da revista SORRIA, de dezembro de 2010, ed. Mol.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #amor #vida #caridade #doação
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253. ATENÇÃO AO IDOSO

Dona Marlene era uma senhora alegre, ativa, independente e muito lúcida. Aos oitenta anos,
apresentava algumas limitações físicas compatíveis com a idade.
As dores articulares, provocadas pelo desgaste natural e consequente artrose, a incomodavam
diariamente, mas nada que lhe diminuísse o entusiasmo.
Vibrava com cada conquista pessoal e profissional dos filhos e netos. Novos empreendimentos, cursos,
especializações, casamentos, uma nova gravidez na família. Tudo era motivo para seus olhos brilharem
de alegria.
Morava com uma das filhas e sua casa era muito bem cuidada. Sempre limpa, arrumada, arejada e
repleta de porta-retratos, onde cada fotografia contava uma história.
Certo dia, durante uma caminhada de rotina, a senhora sofreu uma queda que resultou em uma fratura
articular, necessitando ser submetida a cirurgia
Após a alta hospitalar, por recomendação médica, ela precisaria ficar um período em repouso, pois
levaria algum tempo para voltar a caminhar com independência.
Os filhos acharam que a melhor solução seria encaminhá-la a uma Casa de Apoio para Idosos. A
justificativa era de que ela necessitava de cuidados especiais, para os quais a família não estava
devidamente preparada.
Já instalada na Casa de Apoio, dona Marlene recebeu a visita de uma jovem amiga, que a encontrou
acamada, totalmente dependente.
Durante a conversa, ela dizia que sentia falta da sua casa, dos objetos pessoais, da presença da família,
enfim, do seu alegre cantinho.
Com o tempo, ela voltou a caminhar. Aos poucos, apesar da fragilidade física, foi se tornando novamente
independente. Uma das filhas a visitava semanalmente, mas não falava em levá-la de volta ao seu lar.
Nas visitas periódicas, a amiga foi percebendo que a senhora deixara de falar em voltar para casa.
Percebeu também a tristeza que lhe ia na alma.
Tinha certeza que dona Marlene não falava no assunto porque no fundo se envergonhava da situação de
abandono.
Nas poucas vezes em que se referia à amada família, justificava de várias formas a dificuldade que seria
se ela voltasse para casa. Dizia que a família não poderia assisti-la, pois todos tinham seus
compromissos pessoais.
Em verdade, seus lábios diziam palavras que seu coração não compreendia. No lugar daquele olhar
alegre e doce, antes cheio de brilho, surgiu um olhar triste, sem vida, que refletia solidão e abandono.
Não era necessário ter muita sensibilidade para perceber que, por dentro, ela morria a cada dia. Que a
esperança de voltar para o seio da família ia embora e junto ia também a vontade de viver.
Passado algum tempo, devido a uma determinada complicação de saúde, tornou a ser hospitalizada.
Seu organismo cansado, enfraquecido pela dor maior da solidão, não resistiu. Ela havia desistido de
viver.
***
Algumas famílias necessitam contar com o apoio das instituições especializadas para cuidar dos seus
idosos.
É uma difícil decisão e se justifica, em muitos casos.
É compreensível então, contar com tal recurso, enquanto se necessita cumprir nossos deveres
profissionais e familiares.
Essa atitude não significa abandoná-los.
O importante é se fazer presente, levando amor e carinho, pois nada justifica a desatenção e o
desamparo.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #amor #vida #caridade #doação
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254. OS INSTRUMENTOS DA PERFEIÇÃO

Naquela noite, Simão Pedro trazia à conversação o espírito ralado por extremo desgosto.
Agastara-se com parentes descriteriosos e rudes. Velho tio acusou-o de dilapidador dos bens da família
e um primo ameaçara esbofeteá-lo na via pública.
Guardava, por isso, o semblante carregado e austero.
Quando o Mestre leu algumas frases dos Sagrados Escritos, o pescador desabafou. Descreveu o
conflito com a parentela e Jesus o ouviu em silêncio.
Ao término do longo relatório afetivo, indagou o Senhor:
- E que fizeste, Simão, ante as arremetidas dos familiares incompreensivos?
- Sem dúvida, reagi como devia! - respondeu o apóstolo, veemente. Coloquei cada um no lugar próprio.
Anunciei, sem rebuços, as más qualidades de que são portadores. Meu tio é raro exemplar de sovinice
e meu primo é mentiroso contumaz. Provei, perante numerosa assistência, que ambos são hipócritas, e
não me arrependi do que fiz.
O Mestre refletiu por minutos longos e falou, compassivo:
- Pedro, que faz um carpinteiro na construção de uma casa?
- Naturalmente, trabalha - redarguiu o interpelado, irritadiço.
- Com quê? - tornou o Amigo Celeste, bem humorado.
- Usando ferramentas.
Após a resposta breve de Simão, o Cristo continuou:
- As pessoas com as quais nascemos e vivemos na Terra são os primeiros e mais importantes
instrumentos que recebemos do Pai, para a edificação do Reino do Céu em nós mesmos. Quando
falhamos no aproveitamento deles, que constituem elementos de nossa melhoria, é quase impossível
triunfar com recursos alheios, porque o Pai nos concede os problemas da vida, de acordo com a nossa
capacidade de lhes dar solução. A ave é obrigada a fazer o ninho, mas não se lhe reclama outro
serviço. A ovelha dará lã ao pastor; no entanto, ninguém lhe exige o agasalho pronto. Ao homem foram
concedidas outras tarefas, quais sejam as do amor e da humildade, na ação inteligente e constante
para o bem comum, a fim de que a paz e a felicidade não sejam mitos na Terra. Os parentes próximos,
na maioria das vezes, são o martelo ou o serrote que podemos utilizar a benefício da construção do
templo vivo e sublime, por intermédio do qual o Céu se manifestará em nossa alma. Enquanto o
marceneiro usa as suas ferramentas, por fora, cabe-nos aproveitar as nossas, por dentro. Em todas as
ocasiões, o ignorante representa para nós um campo de benemerência espiritual; o mau é desafio que
nos põe a bondade à provação ingrato é um meio de exercitarmos o perdão; o doente é uma lição à
nossa capacidade de socorrer. Aquele que bem se conduz, em nome do Pai, junto de familiares
endurecidos ou indiferentes, prepara-se com rapidez para a glória do serviço à Humanidade, porque, se
a paciência aprimora a vida, o tempo tudo transforma.
Calou-se Jesus e, talvez porque Pedro tivesse ainda os olhos indagadores, acrescentou serenamente:
- Se não ajudamos ao necessitado de perto, como auxiliaremos os aflitos, de longe? Se não amamos o
irmão que respira conosco os mesmos ares, como nos consagraremos ao Pai que se encontra no Céu?
Depois destas perguntas, pairou na modesta sala de Cafarnaum expressivo silêncio que ninguém ousou
interromper.
***
Ninguém que figura entre nossos familiares ali se encontra por acaso. Há imensa sabedoria divina em
nos colocar no lugar certo, na hora oportuna, com as pessoas certas.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 6, do livro JESUS NO LAR, pelo Espírito Néio Lucio, psicografia de Francisco Cândido
Xavier, ed. FEB.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #perdão #vida #perdoar #perfeição #família
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255. UMA RICA OPORTUNIDADE

Aquela jovem via o sacrifício que seus pais faziam para que ela pudesse estudar. Esforçava-se, ao
máximo, para conseguir sua vaga em uma Universidade.
Seu sonho era estudar medicina, um curso proibitivo para as finanças de sua família.
Então, após três anos tentando, ela conseguiu: ficou entre os cinquenta e três candidatos que tiraram
nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM.
Em seguida, descobriu que seu nome constava da lista dos aprovados em medicina, na Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
Foi uma comemoração cheia de lágrimas e abraços.
Principalmente, depois que ficaram sabendo qual fora o tema com o qual ela conseguira a nota máxima
na redação: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil.
Um problema social que ela conhecia bem, pois havia se tornado intérprete de libras, há dois anos, para
se comunicar devidamente com uma amiga surda.
Depois, sentira o problema de perto, quando, acompanhando uma irmã a uma Unidade de Pronto
Atendimento, encontrou três surdos, que não tinham quem os entendesse e se sentiam perdidos.
Sério problema, que se repete em muitas salas de aulas.
Foi sobre isso que ela discorreu em sua redação, bem como sobre os sentimentos que percebia no
coração dos surdos brasileiros.
***
Esse assunto tem sido bastante veiculado, e nunca é demais pensar nos benefícios que proporciona a
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
Por meio dela é que milhares de pessoas, portadoras de deficiência auditiva, conseguem se comunicar
tanto quanto tomar conhecimento do que ocorre em programas televisivos, congressos, conferências.
Ao analisarmos a importância dessa linguagem, verificamos ser um meio de garantir a socialização
dessas pessoas e sua interação na sociedade.
Aprender LIBRAS é importante pois, além de permitir nossa comunicação com os surdos, auxiliar na
promoção de sua inclusão, nos possibilita servir de intérprete entre eles e pessoas que não entendem
essa linguagem.
Moisés Gazale, diretor da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos, no Rio de Janeiro,
lembra da origem no Brasil.
Foi em 1856, que o conde francês Ernest Huet, que era surdo, veio para o nosso país, a convite do
Imperador D. Pedro II, trazer a Língua Francesa de Sinais.
No ano seguinte, foi fundado, no Rio de Janeiro, em 26 de setembro, o Instituto de Surdos-Mudos, atual
Instituto Nacional de Educação de Surdos.
Porém, a Língua Brasileira de Sinais foi finalmente estabelecida através da Lei número 10.436, em
2002, como a língua oficial das pessoas surdas.
***
Inesperadas oportunidades podem nos sorrir na caminhada da vida, facilitando a vida de alguém
através de um simples conhecimento.
Aproveitemos essas chances.
São tesouros que acumulamos e que nos enriquecem verdadeiramente.
A vida é a grande escola, e somos constantemente desafiados a aprender com ela.
Usufruamos de todas as oportunidades de aprendizado que nos surjam.
Diz o ditado popular que o saber não ocupa lugar. Mas, sem dúvida nenhuma, nos gratifica!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #amor #vida #caridade #doação
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256. A METAMORFOSE

Interessante se observar uma borboleta pousada sobre uma folha nova, especialmente escolhida por
ela. Uma que não caia antes da saída das lagartinhas do ovo.
Ela dobra o abdome até sentir a face inferior da folha e ali coloca o ovo.
Por essas maravilhas da natureza, que somente a Providência Divina explica, cada espécie de
borboleta sabe exatamente qual o tipo de planta que deve escolher para colocar o ovo que, graças a
uma substância viscosa de secagem rápida, se fixa imediatamente.
As borboletas são muito admiradas pela leveza dos seus voos e a beleza do colorido de suas asas.
Elas procuram, nas flores, na areia úmida ou em frutos fermentados, o seu alimento.
As flores são muito frequentadas pelas borboletas fêmeas, enquanto os machos preferem as areias
úmidas.
Existem algumas espécies que têm a capacidade de permanecer imóveis por tempo considerável,
enquanto outras fazem voos curtos, por vezes muito rápidos, indo de uma flor a outra.
Elas buscam a pradaria, as ramadas das árvores, beijam as folhas farfalhantes e driblam o vento
apressado.
Bailam em meio às gotículas que se desprendem das quedas d'água ou como pétalas voam,
balançando no espaço.
Seu colorido é mensagem de alegria. A sua liberdade é um convite à paz.
No entanto, dias antes de se mostrarem tão belas não passavam de larvas rastejantes no solo úmido ou
na casca apodrecida de algum tronco abandonado.
Lagartas, jamais sonhariam com os beijos do sol ou com o néctar das flores.
Mas, passam as semanas e após a fase de crisálida, elas surgem maravilhosas, coloridas, exuberantes,
plenas de vida.
***
À semelhança da lagarta, vivemos no terreno das experiências humanas.
Afinal, chega um dia em que somos convidados a adormecer na carne para despertar na
Espiritualidade, planando acima das dificuldades que nos afligiam.
É a morte que nos alcança e nos ensina que a vida não se resume num punhado de matéria que
entrará em decomposição.
Também não é simplesmente um amontoado de episódios marcantes ou insignificantes, promotores de
esparsos sorrisos e rios de pranto.
A vida é a do Espírito, que vive para além da aduana da morte, tendo como destino a vida na amplidão.
Por isso, quando acompanharmos, com lágrimas, aquele afeto que se despede das lutas do mundo,
rumando para a Espiritualidade, não lastimemos, nem nos desesperemos.
Mesmo com dores na alma, despeçamo-nos do coração querido com um suave “Até logo” porque
exatamente como as borboletas, ele alcançou a liberdade.
***
Tenhamos em mente que, ao morrer o corpo, o Espírito que dele se utilizava como de um veículo, se
liberta.
Ninguém se aniquila na morte. Mudamos, simplesmente, de estado vibratório, sem que aconteça uma
mudança nos nossos sentimentos, paixões e anseios.
Continuamos a ser o que éramos, enquanto no corpo de carne. E prosseguiremos, além das fronteiras
desta vida, numa outra dimensão, a vida espiritual.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 10, do livro ROSÂNGELA, pelo Espírito homônimo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter; no verbete
MORTE, do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, v. 2, por Joanna de Angelis e Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL e no verbete BORBOLETA, da
Enciclopédia Mirador, v. 4, ed. Encyclopaedia Britannica do Brasil.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #imortalidade #vida #metamorfose #transformação
286

257. ENVELHECENDO...

Dizem que o tempo é implacável. Alcança tudo e todos. Os imóveis, os monumentos necessitam de
cuidados constantes ou deixam à mostra os resultados do desleixo dos seus responsáveis: a pintura
descascada, o mofo, as marcas negras das chuvas.
As próprias árvores, que envelhecem rindo, como escreveu o poeta Olavo Bilac, necessitam da poda
prudente, de apoio em suas raízes salientes, a fim de prosseguirem vivas e belas.
Da mesma forma, o ser humano. Os dias avançam, e rapidamente, vão se somando as semanas,
meses e anos.
O cabelo embranquece, a saúde fica mais ou menos comprometida, o vigor físico diminui seu ritmo, a
memória oscila entre lembranças do ontem e do agora...
Envelhecimento. Todos os que não morremos, nos verdes anos, envelhecemos. E isso é uma dádiva:
viver mais anos sobre esta Terra, cujo objetivo é escalar degraus na montanha da evolução.
No entanto, o importante é ter em conta como estamos envelhecendo.
Alguns, ao sermos tocados pelo tempo, murchamos, nos entregamos a uma fase de descanso e
amolentamento.
Os anos pesam, afirmamos. A juventude se foi há muito tempo.
Sim, os anos trazem algumas consequências. Contudo, é importante verificarmos que aqueles que
admitimos, simplesmente, que estamos velhos, adoecemos, perdemos a alegria de viver e nos
permitimos morrer, como quem não pode nada de mais nobre realizar.
***
Outros, no entanto, prosseguimos vivendo. Recordamos daquela senhora de 91 anos, vivendo sozinha,
em seu apartamento, em pleno coração de grande cidade.
Ela faz todo o trabalho da casa. Cozinha e ainda se permite inventar novas receitas, para surpreender
quem a visita.
Aliás, quem a deseja visitar, deve telefonar antes para saber a que horas ela estará em casa. E se
estará.
Porque essa senhora, que viu os filhos se casarem, constituírem família, o esposo desencarnar, vive
todos os dias como se fosse o primeiro. Também o último da sua vida.
Usufrui cada hora. E não deixa de apreciar o belo, a harmonia, o bom. Não perde um concerto da
Orquestra Sinfônica.
Fica atenta à pauta de espetáculos da cidade e se permite o êxtase em cada um deles.
Não se detém porque está sozinha. Ela toma o ônibus, até para outra cidade, se for o caso. Não se
intimida.
Quando recebe visitas, nada fala que seja desagradável. Não menciona eventuais problemas de saúde,
a ida ao médico, os exames a que precisou se submeter.
Absolutamente nada disso. A sua conversação gira em torno do espetáculo de ballet a que foi assistir,
de como ficou emocionada com a cena desse ou daquele filme.
Enfim, fala do que leu, do que viu, das belezas da música, da dança, das boas notícias.
Sim, visitá-la é uma aula de rejuvenescimento. Porque ela contagia, com seu entusiasmo, com sua
disposição, com sua independência, a quem quer que dela se aproxime.
Velha senhora, diremos. Ela responderá: Ainda tenho anos pela frente e os desejo viver muito bem.
Oxalá, ao alcançarmos as suas décadas, possamos preservar essa lucidez, essa gratidão à vida, essa
vontade de viver.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #terceiraidade #vida #velhice #comportamento
287

258. DUPLA REALIZAÇÃO

Todos os dias encontramos histórias comovedoras de pessoas que se doam ao próximo.


É maravilhoso vermos o exemplo dessas criaturas que trazem em si a real vontade de fazer algo em
benefício do outro.
Encontram na simplicidade e na criatividade a melhor maneira de concretizar esse desejo.
Um desses exemplos é o da professora aposentada Eunir Alves Moreira de Faria.
Aos setenta e sete anos, colocou em frente à sua casa, na cidade de Patos de Minas, um cartaz
oferecendo alfabetização gratuita para adultos.
Quando lhe perguntaram o que a levava a essa iniciativa na idade em que se encontrava, respondeu
sorrindo:
Sinto a necessidade de ver pessoas lendo e escrevendo. Tenho duas mesas e dez cadeiras na varanda
e foi esse ambiente que disponibilizei para proporcionar estudo a quem não tem.
Colei o cartaz há pouco mais de uma semana no portão, e todas as vagas foram preenchidas.
Inclusive, vou dar aula no período noturno para atender a quem trabalha durante o dia.
A aposentada, que lecionou por vinte e cinco anos em Itaúna, no Centro-Oeste de Minas, diz que fazer
trabalho social é se realizar duas vezes.
Sinto-me melhor como pessoa e, ao mesmo tempo, volto a fazer o que me dá prazer: dar aula.
Como moro sozinha, também é uma forma de estar sempre acompanhada, ressaltou, ainda sorrindo.
***
Quantas vezes, tendo somado algumas décadas de vida, estando sozinhos em casa, passamos o
tempo a reclamar de dores e de solidão.
Outras vezes nos entregamos a um desânimo sem fim, por não termos um objetivo na vida.
Buscamos, em diversões passageiras e vazias, preencher um valioso tempo, pois não nos dispomos a
nos engajarmos em alguma atividade, porque poderá atrapalhar nosso sossego.
O pensamento comum é o da busca do descanso, do não se fazer nada porque a idade chegou, porque
a aposentadoria aconteceu, porque os filhos se foram, ou o cônjuge desencarnou...
Se os nossos mais íntimos seguem em busca de suas realidades e nos vemos a sós nessa romagem,
por que não construir novos laços, novas realidades?
Há tanto a fazer, em tantos lugares. Idosos em casas de repouso ou crianças à espera de adoção, se
iluminam com a presença de visitas que lhes venham fazer companhia.
Se sabemos tocar um instrumento musical, podemos levar a alegria sadia da música.
Se gostamos de arte, podemos proporcionar uma tarde de recreação e dar-lhes a oportunidade de
horas sadias de entretenimento.
Se gostamos de lidar com a terra, podemos, com eles, plantar uma horta ou mesmo um canteiro de
flores.
São tantas as ONGs sérias precisando de voluntários para bem cumprir seus propósitos.
Igualmente são tantas as pessoas solitárias precisando preencher seu tempo, gerando alegria e bem-
estar para si e para os outros.
Por vezes, afirmamos que já cumprimos nosso trabalho junto à família e à sociedade e fazemos jus à
aposentadoria e ao descanso.
É uma verdade. Mas que não se torne uma aposentadoria improdutiva, uma aposentadoria de vida ou
um descanso sem fim.
Que tal nos realizarmos duplamente, seguindo o exemplo da professora Eunir?
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita com base em relato da professora citada, disponibilizado na Internet.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #terceiraidade #vida #velhice #comportamento #doação
288

259. O AUXILIAR QUE DESEJAMOS

Quando planejamos uma atividade e pensamos em equipe, quase sempre buscamos pessoas prontas,
hábeis no que pretendemos executar. Buscamos pessoas que realmente ajudem, deem sugestões,
sejam experts em seu mister e, acima de tudo, comprometidas com o trabalho.
Depois de algum tempo, nos damos conta de que não existem pessoas prontas na totalidade e que
estejam dispostas a dar o máximo de si, a se entregar inteiramente ao projeto.
***
Mas, antes que o desânimo se abata sobre nós, olhemos para a equipe montada pelo nosso Modelo e
Guia.
Nenhum dos apóstolos era perfeito. Os Evangelhos nos falam da impulsividade dos irmãos Zebedeu, da
traição de Judas, do abandono de quase todos eles na hora da prisão do líder, no Horto das Oliveiras.
Lembramos de Tomé, conhecido como aquele que, mesmo tendo convivido quase três anos ao lado do
Mestre, ter assistido a suas curas e feitos extraordinários, não acreditou que Ele ressuscitara e visitara
os amigos, no cenáculo.
Oito dias depois, foi surpreendido com a aparição de Jesus e convidado a lhe tocar os punhos, os pés,
a chaga no peito, feita pela lança de Longinus.
Tomé era descendente de um pescador de Dalmanuta, cidade para onde foi Jesus depois da segunda
multiplicação dos pães.
Era rápido no pensar e no desacreditar. Andava segundo a lógica. Parecia desconfiar de tudo e de
todos.
Ele esteve presente, no barco, no lago de Genesaré, na pesca infrutífera de uma noite inteira.
Até aparecer na praia um homem que lhes diz para jogar a rede à direita do barco e ela retornar com
cento e cinquenta e três peixes.
O Mestre tornava a estar com eles. E os aguarda, na praia, com o fogo aceso para assar o peixe e
servir o pão.
Então, Tomé, como os demais, sente amor e temor. Confiança e respeito.
Jesus ressurgira da morte. Ele está ali, mas num corpo diferente, um corpo de surpreendentes
propriedades, que lhe permite entrar nas casas de portas fechadas. E desaparecer de forma
instantânea.
Numa tarde de azul profundo, junto com cinco centenas de corações amigos, Tomé ouviu as derradeiras
exortações de Jesus, conclamando-os a se fazerem mensageiros da Boa Nova entre os homens.
Agora, sua alma se enche de coragem e ilimitada confiança.
- Estarei para sempre convosco. - Afirmara aquele Mestre excelso.
E Tomé saiu a pregar. Estendeu seu apostolado até a Índia, onde é reconhecido como fundador da
igreja dos cristãos de São Tomé.
Nas tradições cristãs, consta que no ano 53, ele foi martirizado a flechadas, na cidade indiana de
Madras. E padeceu intensa hemorragia e sua vida foi se dissolvendo, a pouco e pouco.
A dor e o sangue não lhe destruíram os sonhos. Ele sonhava com a eternidade.
***
Pensemos a respeito. O companheiro que hoje se apresenta frágil, inquieto, indeciso, pode ser
conquistado por nós, quando exemplificamos a firmeza no trabalho, a execução da tarefa com esforço e
dedicação.
O tempo o burilará, enquanto exercita a mente, o coração e as mãos no trabalho.
Sigamos o exemplo do Divino Pastor. Sua equipe era de homens do povo. Ele os preparou para
iluminar o mundo.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. O APÓSTOLO DESCRENTE, do livro PERSONAGENS DA BOA NOVA,
de Maria Helena Marcon, ed. FEP.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #fraternidade #compreensão #velhice #comportamento #colaboração
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260. O PRIMEIRO CULTO CRISTÃO NO LAR

A noite era de estrelas e luar.


Na Terra, uma vez mais, o Mestre escolhia residência humilde para trazer lição inesquecível.
Dessa vez, não era a estalagem singela onde poucos animais puderam ouvir o canto de gratidão de
uma mãe e de um pai.
Nessa noite, era a casa de um pescador, aquele que atendera, prontamente, ao Seu convite: Segui-me,
e eu farei de vós pescadores de homens. Era a casa de Simão Pedro, que jamais seria a mesma...
Como se desejasse imprimir novo rumo às conversas, que estavam improdutivas e nada edificantes,
Jesus expôs com bondade:
O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima
exportadora de caracteres para a vida comum.
A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em paz, entre
quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se não nos habituamos a amar o irmão mais
próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o eterno Pai que nos parece distante?
Jesus passeou o olhar pela sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou:
Pedro, acendamos aqui, em torno de quantos nos procuram a assistência fraterna, uma claridade nova.
A mesa de tua casa é o lar de teu pão. Nela, recebes do Senhor o alimento para cada dia. Por que não
instalar, ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e no pensamento?
O Pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, nos envia a luz através do céu.
Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a fartura começa no grão.
Em razão disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a multidão, mas, sim, no singelo domicílio dos
pastores e dos animais.
***
Naquele instante, Jesus propunha, com muita naturalidade, a prática da reflexão dos textos sagrados
dentro do lar.
Lembrando que à época não havia livros; as leituras dos textos da Torá eram realizadas nas sinagogas
e ainda, apenas os homens tinham acesso ao conteúdo da chamada lei e os profetas.
Quando Jesus propõe essa prática doméstica, Ele altera esse panorama.
Jesus propunha uma conversa regular, dentro de casa, sobre os textos da lei, o que muitos
conhecemos como Evangelho no Lar, no qual nos servimos das lições do próprio Cristo para
enriquecer as conversações.
Jesus não lhe deu nome. Não o rotulou. Propôs, apenas, que fosse um momento em família, em que
todos, na casa, pudessem ter voz, pudessem expor suas ideias e também pudessem ouvir.
Em todos os cultos realizados na casa de Pedro, o Mestre demonstrou o quanto sabia escutar, mesmo
sendo Ele o Caminho, a Verdade e a Vida.
Sigamos mais esse exemplo.
Guardemos um momento semanal na rotina de nosso lar para a oração e breve leitura de texto do livro
da vida. Depois, permitamos que todos, crianças, jovens e adultos, se manifestem, dizendo de como
aqueles ditos lhes falam ao coração.
Perceberemos o quanto de doçura e de entendimento existe nos corações dos que nos compõem o lar.
E, mais do que tudo, verificaremos os benefícios que esse encontro semanal trará ao nosso lar.
A paz do mundo começa com a paz no lar.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap I, do livro JESUS NO LAR, por Néio Lucio e Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #EvangelhonoLar #culto #oração #paznolar
290

261. ONDE MORA DEUS?

Inês tinha pouco mais de vinte anos e apresentava sério problema de visão.
Para enxergar utilizava grossas e pesadas lentes. Então, um dia ela contou a sua história.
Desde a meninice, fora atormentada pela dúvida acerca da morada de Deus.
Onde está Deus? Perguntava-se.
Quando sua mãe teve um bebê, ela correu ao templo religioso, desejando agradecer por aquela
coisinha linda, pequena, que era o encanto da casa.
Orou e orou, mas não conseguia perceber onde estava Deus.
Contemplava as estátuas à sua frente e fitando os seus olhos inexpressivos, dizia para si mesma: Deus
não pode estar dentro delas.
Quando morreu seu avô, ela se tomou de tristeza e foi ao templo reclamar.
Afinal, ela entendia que o avô era um homem velho, um homem bom e talvez Deus o quisesse junto de
si. Contudo, ela amava muito seu avô. Para onde Deus o levara? Onde seria a morada de Deus?
Nada, naquele lugar, conseguia lhe falar ao Espírito da grandiosidade do Pai Celestial.
Deus devia ser algo muito grande, muito brilhante, imenso para poder saber tudo, tudo ver, tudo
atender.
Por isso, criança, lhe veio a ideia de que Deus deveria morar no sol. E, por horas inteiras, ela se punha
no alto de um monte de sua cidade, a contemplar o astro rei.
Sua família pensava que ela estava brincando com meninas de sua idade. Quando se aperceberam, ela
já manifestava dificuldades visuais.
De tanto contemplar o sol, a visão fora muito prejudicada.
O mais interessante é a conclusão da história de Inês: ela disse que quando a visão exterior se
apequenou e ela realizou a viagem para dentro de si mesma, encontrou Deus.
Com um sorriso nos lábios, afirma: Agora eu sei onde mora o meu Pai.
***
Tomando ciência da história de Inês, vem-nos à mente que muitos de nós nada fizemos até hoje para
encontrar Deus ou sequer pensamos se Ele existe.
Mesmo os que temos fé, às vezes, agimos como se Ele não existisse e nos enchemos de orgulho.
Jesus nos apresentou Deus como o Pai que está nos céus. Naturalmente, se referia aos céus físicos,
onde habitam as estrelas, os mundos inimagináveis. Um Universo em constante expansão, que atesta
da Sua Criação constante.
Sim, Deus está em todo lugar. Movemo-nos no Seu hálito de amor, que a tudo sustenta.
Mas, onde reside Deus, com toda a pujança, é na intimidade de cada um de nós.
Por isso, para orar, ensinou o Rabi Galileu que deveríamos nos recolher, cerrar a porta para toda
exterioridade e falar com o Pai Celeste, em nossa sala mais íntima: nosso interior.
Ele afirmou que o Reino dos Céus, que é o Reino de Deus, está dentro de nós.
Para isso, teceu as parábolas mais doces como a do tesouro escondido no campo ou a do negociante
de pérolas que encontra uma de subido valor...
E esse reino é tão imenso que é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor
de todas as sementes.
Semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, estende ramos tão grandes, que os
pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra.
O Reino de Deus é imensurável. Está dentro de nós. Ali Deus faz morada.
***
Extraído do Momento Espírita com fato extraído do cap. 8, do livro AS AVES FERIDAS NA TERRA VOAM, de Nancy Puhlann de Girolamo,
ed. Instituição Beneficente Nosso Lar.
***
#momentoespirita #reflexão #aprendizado #Deus #ReinodeDeus #oração #fé
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262. É MELHOR COMPREENDER

Quando lemos um texto mais complexo, quando escutamos uma palestra, curso ou um podcast, é
natural que nossa compreensão não seja imediata.
Afinal, estamos buscando entender o trabalho intelectual de outra pessoa, o que demanda atenção e
esforço. Algumas vezes, um bom tempo.
Isso acontece toda vez que temos contato com algo novo.
Na escola, o esforço para compreender a lógica das operações matemáticas ou os textos em forma de
crônicas, poemas ou romances.
Nosso cotidiano está cheio de armadilhas para nossa boa compreensão: o anúncio mal redigido, a
pontuação equivocada, palavras com sentidos diversos...
São exemplos de obstáculos para o correto entendimento do mundo que nos cerca.
***
Porém, há um outro tipo de compreensão, talvez de maior necessidade em nossas vidas.
É a compreensão do nosso próximo, das pessoas ao nosso redor.
Compreender as lições da escola ou os problemas do trabalho não são desafios fáceis.
Mas, entender as pessoas de nosso convívio revela-se uma lição mais difícil de ser aprendida.
Todos carregamos uma história feita da cultura, da educação, do meio familiar e das experiências
individuais.
Assim, é natural que tenhamos pontos de vista diferentes, posturas que não se assemelham e valores
que podem vir a conflitar.
Compreender o outro é justamente entender e aceitar essas diferenças, e vê-las como naturais.
O que muitas vezes não nos ocorre é que não precisamos concordar com alguém para compreendê-lo.
Basta vivenciarmos a empatia, nos colocando no lugar dele.
Dessa forma, conseguimos ver o mundo com o olhar do outro e, a partir desse ponto de vista, que não é
o nosso, analisamos a situação.
***
Edgar Morin, filósofo francês contemporâneo, afirma que um dos desafios para a Humanidade, no
século XXI, é o de aprender a compreender. E o das escolas, é o de ensinar a compreensão.
Ele está coberto de razão.
Compreender é acolher o outro em nossos sentimentos, abandonando o julgar para apenas buscar
entender suas atitudes.
Não é sinônimo de ser conivente com os erros alheios ou de tentar acobertá-los.
Compreender o outro é buscar entender os seus motivos ou mesmo as causas de suas atitudes, antes
de julgar ou analisar de maneira superficial a situação.
A compreensão exige de nós um olhar indulgente, de quem busca entender antes de julgar ou
classificar.
Compreender uma criança que chora é ir ao seu encontro pesquisando as causas de seu incômodo, ao
invés de simplesmente impor que ela engula seu choro.
Quando tivermos dificuldade para entender o colega de trabalho, o comportamento do parente
complicado ou do vizinho difícil, desarmemo-nos e olhemos, com olhos de quem deseja compreender.
E, quando formos nós o incompreendido, esforcemo-nos para compreender e tolerar a incompreensão...
Afinal, compreender sem julgar, é um dos maiores atos de amor que podemos exercer em relação
àqueles que nos cercam.
Bem anuncia a prece tão conhecida: é melhor compreender do que ser compreendido.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #compreensão #indulgência #tolerância #relacionamento #fraternidade
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263. ANTE A DIFICULDADE ALHEIA

Naquele lixão, a cena se repete, todos os dias. Mães e filhos revolvendo tudo, à procura de algo útil.
Pode ser um utensílio, desprezado por alguém. Ou uma vestimenta, um calçado.
Bem dizem que o lixo de uns se constitui na riqueza de outros.
Na manhã ensolarada, os olhos de um menino brilharam.
Entre sacolas plásticas e todo aquele lixo revirado, ele encontrou um carrinho de plástico.
Certo: estava com os faróis quebrados, a caçamba amassada mas, para o garoto, era um achado
fabuloso.
Pensou que o lavaria bem e poderia ser um brinquedo legal para seu irmão menor.
A mãe sorri ante a alegria do filho, e continua na sua tarefa, que lhe parece bem mais importante:
encontrar alguma coisa com que possa alimentar os filhos, nesse dia.
***
Pode nos parecer incrível mas, cenas como essa ainda são comuns em algumas grandes cidades
brasileiras.
Famílias à cata de algo para matar a fome, não importando o que seja.
Uma triste realidade que precisa ser seriamente pensada.
Sabemos que a Terra é um planeta de duras provas e expiações.
É de nos perguntarmos por que, num mundo de tantas oportunidades, aqueles de nós que
desconhecemos a fome, o frio, a necessidade, não temos olhos para nosso irmão.
Num mundo em que o Evangelho de Jesus ecoa em quase todos os quadrantes, em que se fala tanto
em solidariedade, fraternidade, como ainda nos permitimos assistir a cenas tão deprimentes assim?
Nenhum de nós está impedido de socorrer o outro, por mínima possa ser a nossa cota de contribuição.
Podemos começar por questões simples, analisando quem nos serve no lar, uma vez na semana, ou
todos os dias. E quem vem fazer a manutenção do nosso jardim, em determinadas ocasiões.
Conhecemos suas necessidades reais, onde vive, como vive? Interessamo-nos por saber se seus filhos
estão na escola, se foram vacinados, se tem uma mínima assistência médica?
Se a pessoa trabalha de segunda a domingo, para conseguir o pão honrado de cada dia, quando dará
atenção aos seus meninos?
O apelo é de fraternidade, que nos convida a verificar como vive nosso irmão.
E, se pudermos lhe amenizar a carga de dores, que o façamos. Podemos orientar, esclarecer, auxiliar.
Pensemos em oferecer algo mais, além da diária ou do salário formal.
***
Ninguém chega ao nosso lar, à nossa empresa, à nossa oficina, por puro acaso.
Somos sempre responsáveis pelos que nos são subordinados.
Naturalmente, não poderemos resolver todos os problemas e nem a fome no país ou no mundo. Porém,
se conseguirmos atender ao próximo mais próximo, minimizando-lhe as agruras, estaremos
contribuindo para um mundo menos cruel.
Pensemos a respeito e não detenhamos o gesto fraterno, a atenção.
Tenhamos olhos de ver, coração de sentir. Por vezes, o próximo mais próximo pode ser alguém da
parentela corporal.
Perto ou distante, vejamos o que podemos fazer em benefício de quem padece.
Afinal, a recomendação evangélica é de amar ao próximo como a nós mesmos.
Pensemos nisso. Disponhamo-nos a modificar um pouco o cenário do mundo. Nós podemos fazer a
diferença.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #reflexão #dificuldades #caridade #colaboração #amor #relacionamento #fraternidade
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264. CADA UM FAZER A SUA PARTE

Se cada um fizer a sua parte, tudo será diferente.


Quantas vezes ouvimos esta frase? Alguém acrescentou: Doar um alimento é amar ao próximo.
Quase sempre imaginamos que fazendo doações do que nos sobra seja um ato de caridade. Em
verdade, antes de ser um ato que fala do amor em ação, a caridade, se trata de um dever.
Constituímos uma única família, para a qual não há fronteiras. Nem entraves de idioma, raça ou
nacionalidade.
Isso porque as necessidades humanas não precisam ser faladas.
Qualquer coração humano sabe ler no corpo ou nos olhos do seu semelhante a fome que o devora, o frio
que o maltrata, a dor que o martiriza.
Interessante é que quando contemplamos os quadros do mundo, imaginamos que somente pessoas de
posses podem colaborar.
Recordemos Jesus no Templo de Jerusalém, chamando a atenção dos discípulos para o óbolo da viúva.
Ela dera mais do que qualquer outro porque dera do que lhe faria falta. Também o fez a viúva que, nada
tendo, além de um pouco de farinha e azeite para si e o filho, repartiu com Elias, o enviado de Deus.
***
Na atualidade, temos outros exemplos que nos estimulam a nos unirmos a essas criaturas que fazem a
grande diferença no mundo.
Do noticiário extraímos a história do padeiro de uma cidade do Interior paulista que colocou pães, para
quem não pudesse pagar, num balcão nos fundos de sua pequena padaria.
Ele mal começava seu negócio mas, aprendera generosidade com seus pais, que jamais negaram um
prato de comida a ninguém.
Quando não havia nada pronto e aparecia um mendigo na porta, sua mãe preparava algo.
Por sugestão, ele ousou mais. Colocou uma caixa com um cartaz: Para você que, hoje, não tem
condições de comprar o seu pão, pode se servir.
Nesse dia, foram oferecidos nada menos do que cem pães.
Um detalhe ainda mais interessante é que se aparece uma família bem pobre, o padeiro José Carlos
acrescenta bolo, leite e doces para as crianças.
Quem pensa que tudo é fácil a esse altruísta, pode ter certeza: em certos momentos, ele tem
dificuldades para comprar a farinha.
Nessa hora, sempre tem alguém para dar uma ajuda. E assim ele continua, à sua maneira, a alimentar o
mundo.
Fica aí o convite para, sozinhos ou nos aliando a outros corações amorosos, fazermos algo para alterar
alguns quadros tristes.
Quando iniciarmos, logo descobriremos que temos muito mais para dar do que jamais havíamos
imaginado.
Porém, que não nos abrace a vaidade de desejarmos criar um grupo especial de ajuda.
Antes disso, vejamos se em nosso bairro, em nossa comunidade religiosa, já não existem grupos, uma
instituição que precisa do nosso apoio.
Ou podemos alongar o olhar para o mundo e veremos tantos asilos de idosos, abrigos ou lares infantis
temporários, hospitais que aguardam a nossa colaboração, em moedas, utensílios, vestimentas, pães,
bolos, doces e mel.
As necessidades são inúmeras. Colaboremos com nossa gota de amor, em forma de doação.
Uma simples gota, diremos. Tenhamos certeza: no imenso oceano das necessidades, faremos a
diferença.
Afinal, o oceano só é imenso pelas milhões de gotas que o compõem.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #dificuldades #caridade #colaboração #responsabilidade #iniciativa #fraternidade
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265. NOSSAS MARCAS

Todos deixamos marcas no mundo. Podem ser bem maiores do que nós. Ou talvez minúsculas, mas as
deixamos. Luminosas, boas, inúteis ou ruins, depende de cada um de nós.
Por isso, é bom nos examinarmos, ante o panorama da vida que, por mais se alongue, é extremamente
curta.
No jornal da manhã, descobrimos que morreu o jornalista cujas crônicas, debates e declarações
acompanhamos por anos. Nem nos déramos conta de que ele tinha mais de oito décadas de existência.
Era tão presente em nossas vidas, nas redes sociais, no seu blog, na televisão.
Ele se foi. Na homenagem que lhe foi prestada por colegas e famosos, uma frase constante: A vida é
muito curta!
O interessante é que somente tomamos ciência disso quando alguém importante, para nós, desaparece
do cenário da Terra, retornando à pátria verdadeira.
É quando registramos as marcas que esse alguém deixa no mundo e as admiramos. E quando nosso
coração já registra saudades, nos cabe uma dupla análise.
A primeira é olhar em nosso entorno, para os próximos mais próximos e descobrir quem deixou ou está
deixando marcas profundas em nossas vidas.
Alguns registramos um pai muito querido, sempre presente. Um pai que nos ensinou a identificar pé de
fruta - laranja, limão, pitanga, manga - pelo cheiro ou formato das folhas.
Um pai que nos ensinou a nos interessarmos pelas pessoas. Um pai que nos deu dicas especiais a
respeito de como sermos bons motoristas.
Um pai que nos deixa usar o seu carro. Um carro antigo, sempre muito bem cuidado. Limpeza diária,
nunca permitindo que o nível do tanque de gasolina fique baixo.
O carro deve sempre estar pronto, disponível. Nunca se sabe quando se pode ter uma emergência em
nossa casa ou no vizinho. - É o seu comentário.
***
São marcas dessa qualidade que nos assinalam a existência e nos definem como seres mais humanos,
mais atenciosos para com o outro.
Marcas que nos fazem saudar o sol com a alegria de quem agradece o estar vivo, não importa se
morando em uma cidade esplendorosa ou no sítio distante.
Naquele, onde os vizinhos mais próximos são os pássaros, as águas cantantes e o arvoredo que
balança os galhos, se espreguiçando, depois do descanso noturno.
Marcas deixadas por chefias, que nos mostraram como trabalhar é edificante.
Como aquele desembargador que mantinha, sobre sua mesa, um aviso importante: Quando vier me
trazer um problema, traga também a solução.
Marca inigualável de alguém que exigia o máximo de si, mas lecionava que cada um, naquele setor, era
responsável pela harmonia do todo.
E, ao menos uma vez na semana, não importando o número de processos ou deliberações que o
envolvessem, ele fazia uma pausa para ir de mesa em mesa, por todos os departamentos, para
oferecer seu sorriso e seus cumprimentos aos seus colaboradores.
Marcas de responsabilidade. Marcas de amizade, marcas de sabedoria.
***
Agora, vem a segunda análise: que marcas estamos deixando no mundo para os que vivem ao nosso
redor, para os que apenas passam por nós, para nossos amores?
Pensemos a respeito. Que sejam, especialmente, marcas de honra, honestidade, amor.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #vida #comportamento #marcas #sociedade #relacionamento
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266. O LOCAL, O AGORA, A OPORTUNIDADE

Todos os que nos encontramos neste planeta, sem exceção, caminhamos para o mesmo destino e
objetivo.
Cada qual no seu ritmo, no seu passo, conforme queiramos utilizar nosso livre-arbítrio.
Alguns vamos a passo lento, quase parando. Outros, andamos um pouco, paramos, como para
descansar da jornada e retomamos o passo, logo em seguida.
Muitos demonstramos ter pressa para alcançar o objetivo e aceleramos a caminhada, quase correndo, à
frente.
Damos passadas longas, largas. Adiantamo-nos aos demais.
De toda forma, obedecemos aos objetivos estabelecidos pela Lei Divina de consolidar nosso
conhecimento e compreensão das Suas leis.
Por isso, a Providência Divina nos permite, de tempos em tempos, novas experiências no mundo
material.
São as nossas tantas vidas. Esta que ora vivemos não é a primeira, tampouco será a última.
Cada uma se constitui de vários exercícios e desafios que nos compete enfrentar.
Para alguns são problemas físicos, limitações do organismo, exigindo paciência e superação.
Outros precisamos lidar com questões financeiras, a vida sem muitas regalias, sem excessos ou
diversões, exigindo disciplina.
Muitos enfrentamos os relacionamentos difíceis no seio familiar, reencontros nem sempre agradáveis.
No entanto, são oportunidades de aparar arestas, superar antagonismos e exercitar a afeição.
Nascem aí os desafios da paciência, da compreensão, do perdão.
Não há, nesta existência, quem tenha nascido sem objetivos bem traçados.
***
A oportunidade na carne é preciosa demais para não ter um fim nobre e significativo.
O que ocorre é que estagiamos, de forma individual, em momento muito próprio de nossa história
evolutiva.
Como são largas as experiências e muitas as vidas já vividas, podemos dizer que somos o resultado e a
herança de todas elas.
Dessa forma, os desafios e lutas que enfrentamos, são condizentes somente para nós mesmos, para
ninguém mais. Logo, não há motivo para desejarmos ter a vida do outro, ser como o outro, desfrutar do
que tenha o outro.
O meio em que nos encontramos, nesta existência, a família, a época, tudo isso compõe o melhor
cenário para nosso necessário aprendizado.
São as situações que a vida nos oferta que nos permitirão desenvolver as virtudes, amadurecer o
intelecto, crescer para a luz.
A nós compete traçar a melhor rota, para concretizar conquistas e realizações. E, também estabelecer o
ritmo que desejamos. Porém, jamais imaginemos que fomos injustiçados, ou que algo ocorre sem o
conhecimento e consentimento da Providência Divina.
Não andamos ao acaso, sem rumo. Um Plano Divino nos orienta. Este é o momento mais apropriado
para estarmos aqui.
Cabe-nos, somente, nos servir das horas, das provas, dos desafios para lutar, para crescer, para ir em
frente.
Nós podemos porque, antes de mais nada, somos deuses. Ou seja, Espíritos imortais, criados à
semelhança de um Pai Amoroso e Bom.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #reflexão #vida #local #agora #oportunidade #aprendizado #dificuldades #evolução
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267. O LUGAR IDEAL PARA PROGREDIR

A família é nosso lugar de aconchego, de fraternidade ou de desafios e testes.


Alguns, vivemos em famílias onde nos amamos, nos auxiliamos, mas nas quais irrompem doenças
terríveis e o desemprego é quase constante.
Outros, vivemos em famílias onde imperam os desentendimentos.
Famílias com pais abnegados e filhos ingratos. Famílias com filhos amorosos e pais descuidados.
São muito diversas as famílias na Terra.
Importante lembrarmos que os filhos recebem, dos pais biológicos, apenas os componentes do corpo
físico: cor da pele, dos olhos, do cabelo.
Por isso, as semelhanças físicas, inclusive mais acentuadas com a mãe ou com o pai. No entanto, a
inteligência, os vícios e as virtudes são heranças pessoais.
São a bagagem do próprio espírito que chega ao nosso lar, como filho. Cada um é uma individualidade
única.
***
Os filhos nos chegam ligados por compromissos anteriores, que podem ser de sentimentos de vingança
ou cobrança.
É a forma que a Lei Divina estabelece, reunindo almas que trazem pendências na área das antipatias e
animosidades.
Ligadas pelos laços familiares, têm a oportunidade de diluir as armas do desafeto, e se aproximarem um
tanto mais.
É nesse afã que a família é, antes de tudo, um laboratório de experiências reparadoras, na qual a
felicidade e a dor se alternam, programando a paz futura.
Nem é o grupo da bênção, nem o impulso passageiro da desdita. Antes, é a escola de aprendizagem e
redenção futura.
Funciona para os irmãos que se amam como para aqueles que se detestam. Também para os pais que
demonstram maior preferência por um filho do que a outros.
Como somos almas que nos reencontramos, felizes umas, outras portadoras de muitas mazelas
espirituais, vemos filhos que se voltam contra os pais, ingratos ou revoltosos.
***
A vida é incessante, e com a família carnal temos experiências transitórias em programação, objetivando
a família universal.
Dessa forma, somos chamados a prestar muita atenção naquelas almas que reunimos em nossos lares.
Criarmos meios para melhor encaminhá-las desde muito cedo, às veredas do amor, do perdão e da real
amizade.
Nossos filhos são Espíritos que renascem em nossos lares com o objetivo de redenção, de
aprimoramento.
Como pais, somos os responsáveis, perante o Criador, por essas almas que nos são endereçadas.
A Divindade confia que façamos o nosso melhor. E, se, em nosso lar, chegou o filho limitado física ou
mentalmente, saibamos que o Pai Celeste tem ainda maior confiança em nós.
Ele nos confia esse Espírito porque sabe que teremos condições de amá-lo, de conduzi-lo na vida.
São tantos os exemplos de filhos que, renascidos com limitações, as superam, muito além do esperado,
graças ao amor dos pais, que se esmeram nos estímulos, nos incentivos, na educação.
Nossa família, generosa ou complicada; pequena ou numerosa; plena de amor ou com muitas arestas de
incompreensão, acreditemos: é o lugar ideal para progredirmos.
Tenhamos, portanto, um renovado olhar para nossos pais, nossos filhos, nossos irmãos.
Somos todos almas irmãs a caminho da perfeição.
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Extraído do Momento Espírita com base no cap. 2, do livro S.O.S. FAMÍLIA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
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#momentoespirita #reflexão #vida #família #familia #oportunidade #aprendizado #filhos #educação
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268. O TESOURO MAIOR

Eu não sabia o significado de seus discursos ou de suas parábolas, até quando Ele não estava mais
entre nós.
Mais ainda, eu não compreendi, até que suas palavras tomaram formas vivas diante de meus olhos, e se
transformaram em corpos que caminham na procissão de meus próprios dias.
Deixai-me dizer o seguinte:
Uma noite, enquanto eu me encontrava pensando, e recordando suas palavras e seus feitos, para
escrevê-los em um livro, três ladrões adentraram minha casa.
Embora soubesse que eles vieram despojar-me de meus bens, eu estava absorto demais no que estava
fazendo para enfrentá-los com a espada, ou até mesmo dizer: "O que fazeis aqui?"
E continuei escrevendo minhas recordações do mestre.
Depois que os ladrões se foram, lembrei-me de seu dizer: "Aquele que vem para levar vosso manto,
deixai que leve vosso outro manto também."
E compreendi.
Enquanto eu permanecia sentado, registrando suas palavras, nenhum homem poderia ter-me impedido
mesmo que me levasse todas as posses. Pois, embora desejasse resguardar minhas posses e minha
pessoa, eu sei onde está o tesouro maior.
***
As palavras inspiradas desse seguidor de Jesus nos fazem pensar sobre os tempos que vivemos no
orbe terreno.
Num dia temos, no outro não temos mais. Momentos de abundância financeira alternam-se com os de
escassez profunda.
O que é nosso realmente? O que nos faz possuidores de algo na Terra?
Tudo, por vezes, parece escorrer de nossas mãos tão facilmente!...
É difícil entender a posse, quando falamos dos bens materiais. Tudo aquilo que julgamos possuir, pode,
de repente, pertencer a outro, ou a ninguém mais.
Estão aí as grandes calamidades levando tudo das famílias. Aí está a violência assaltando nossa vida.
Tudo aquilo que despendemos tanto tempo para conseguir.
Tendo em mente apenas a visão material da vida, temos motivos para a revolta, para a indignação.
Porém sabemos que a vida não é isso, assim como sabemos que nós não somos o corpo de matéria
bruta vislumbrado no espelho.
Somos muito mais... Assim como a existência o é.
Desta forma entendemos esta aparente despreocupação do Mestre, em relação ao Seu manto, quando
afirmava: Aquele que vem para levar vosso manto, deixai que leve vosso outro manto também.
O manto era algo importante, um bem de necessidade básica, e mesmo assim a visão espiritual da vida
diz: é apenas um manto.
Nosso tesouro maior está na alma, e este ninguém pode arrancar de nós.
As conquistas que fazemos no campo do intelecto; o alcance das virtudes; os amores que cultivamos ao
longo do tempo - nada pode ser retirado de nós.
Evitemos assim apego excessivo às posses que o planeta oferece.
Se a violência bater à nossa porta, deixemos que leve tudo, sabendo que nossa dignidade sempre
permanecerá intacta.
Não arrisquemos a oportunidade bendita da existência, por um veículo, por algumas joias ou por uma
grande quantia em dinheiro.
Nada vale tanto quanto a chance de estar encarnado na Terra. Nada vale tanto quanto a convivência
com quem amamos.
***
Extraído do Momento Espírita com citação do cap. DAVI, UM DE SEUS SEGUIDORES, do livro JESUS, de Gibran Khalil Gibran, ed. Ediouro.
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#momentoespirita #reflexão #vida #família #familia #oportunidade #aprendizado #filhos #educação
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269. DIAS DE MELANCOLIA

Há dias em que a alma amanhece com uma tristeza sem destino.


Ela apenas surge e se instala, como se quisesse ganhar morada definitiva, como se ali fosse seu lugar.
Entra com uma estranha intimidade, sem formalismos, sem licenças ou favores.
Aninha-se, tomando conta de pensamentos e sentimentos, sem escrúpulos, mesmo porque ela não tem
nenhum.
Quando nos damos conta, sentimos a alma melancólica, o coração apertado e uma saudade sem nome.
Apenas saudade.
Dias de melancolia são assim. Eles chegam sem aviso, sem data marcada, sem motivos aparentes.
É apenas nossa alma sentindo saudades daquilo que, por enquanto, não pode vivenciar.
Não pode porque a experiência que estamos vivendo, mergulhados na carne, nos priva de várias
possibilidades.
Os nossos sentidos parecem um tanto adormecidos, nossas capacidades se apresentam limitadas. Vivemos
em um corpo físico.
***
Viver no mundo nos impõe, ainda, preocupações com a sobrevivência do corpo, com sua saúde. E muitas
responsabilidades.
Assim é porque são esses embates, circunstâncias e necessidades que nos dão o ensejo de crescimento e
aprendizado.
Embora todo esse processo esteja conforme as Leis de Deus, é natural que a alma, de tempos em tempos,
cansada de lutas sem trégua, se entregue a dias de melancolia.
São as saudades dos afetos que ficaram no mundo espiritual, que não estão conosco na carne.
São as saudades de lugares onde vivemos, em alguma época. São saudades de tempos em que usufruímos
de coisas que hoje não temos.
Saudades de relacionamentos, de ambientes, de algo que nos felicitou a alma, no passado.
Sentimos falta da convivência harmoniosa com nossa família espiritual.
***
Nesses dias de melancolia, a oração poderá ser o remédio que nos haverá de amenizar a alma saudosa e o
coração entristecido.
A prece nos auxiliará a lembrar da importância dos dias que ora vivemos, das estradas que nos compete
trilhar, das tarefas a cumprir.
E nos convidará a oferecer à vida, àqueles que nos cercam, aos que cruzam nossos caminhos, os melhores
valores do nosso coração.
A fazer de nosso exercício profissional, um exemplo; uma constante dedicação aos compromissos familiares.
A vida é fugidia e passa rápido.
Não nos permitamos alimentar dias de melancolia, para que não se transformem em patologia grave, e não
nos conduzam a enfermidades de difícil cura.
Aprendamos, mesmo em meio a rudes provas, a nos encantar com o mundo que, todos os dias, renova as
suas paisagens de luz e de beleza.
Aprendamos a diminuir a saudade, na doce audição de uma melodia de paz e no refúgio da oração.
Peçamos apoio ao nosso anjo de guarda, esse ser designado por Deus, para nos amparar e conduzir, nesta
vida.
Tudo tem seu tempo determinado, no imenso universo de Deus. Este é o momento de estarmos aqui, neste
planeta azul.
Haverá momentos de vivermos na Espiritualidade. Momentos de encontros e de reencontros.
Momentos de arrefecer a saudade. Agora, é o momento de nos servirmos da vida para crescer.
Pensemos nisso!
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Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #reflexão #melancolia #tristeza #vida #aprendizado #tempo
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270. NUNCA POR BAGATELAS

Como você se sente diante de desagradáveis e inesperadas situações?


Por exemplo, quando está viajando, numa estrada cheia de buracos, desvios, lombadas, e um motorista
lerdo à sua frente lhe retarda ainda mais o percurso?
Ou quando, numa festa, alguém derrama molho no seu paletó ou no vestido novo?
E quando precisa almoçar, com muita pressa, para atender um compromisso, e o almoço não está
servido?
Ou quando alguém resolve colocar o carro trancando a sua vaga na garagem, impossibilitando sua
saída?
Normalmente, frente a situações assim, costumamos, de imediato, nos irritarmos.
Todas essas coisas não passam de bagatelas, quando comparadas com outras tão mais significativas e
importantes em nossos dias.
Para nosso próprio bem, para manter a nossa saúde física, nosso equilíbrio psíquico, evitemos ataques
de raiva, totalmente desnecessários.
***
Nossos momentos de cólera podem nos custar muito. Podem nos provocar desde uma parada cardíaca
a atos tolos, verdadeiros desatinos, dos quais minutos depois nos haveremos de arrepender. Assim, não
nos deixemos cair nas malhas da cólera.
Afinal, o que significa, no todo de nossa vida, uma peça de roupa perdida na lavanderia?
O sinal vermelho que leva tanto tempo para abrir?
A máquina de lavar roupas que quebrou?
A comida queimada, os garotos que se engalfinham?
Se pensarmos bem, são apenas bagatelas!
Muito pouco para estragar um dia, uma hora, um momento! Existem tantas coisas importantes em
nossas vidas com as quais somos brindados diariamente.
Pensemos na bênção de acordar no corpo físico, mais uma vez, na possibilidade de nos locomovermos,
no abraço do filho que despertou.
Pensemos nos beijos do sol, na chuva generosa que arrefece o calor do dia, nas árvores que oferecem
sombra enquanto caminhamos pelas ruas...
Nos pássaros que enchem os ares de sons, com seus trinados, tão distintos a cada espécie.
Tudo isso nos convida a tomarmos atitudes inteligentes. Se a comida queimou, o fato está consumado.
Busquemos uma solução. Providenciemos algo nos minutos seguintes.
***
Se a roupa foi perdida na lavanderia, tomemos as providências cabíveis, sem irritação.
Se o trânsito está parado, aproveitemos para apreciar a paisagem, quem sabe ler algumas frases de um
livro, sempre à mão, para ocasiões semelhantes.
Se começarmos a agir com sabedoria diante das situações, que de hábito nos irritam, estaremos
espalhando tranquilidade ao nosso redor.
Fará bem a nós e a todos os que nos acompanham nas horas diárias.
Além de tudo, pensemos que se a irritação resolvesse os problemas e dissolvesse todas as situações
desagradáveis; se ela trouxesse benefícios, até poderia ser justificada.
No entanto, o que a experiência nos demonstra é que ela é somente um fator complicador.
Tenhamos em mente que a recomendação do Modelo e Guia da Humanidade foi da pacificação, da
mansidão: Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos.
Por isso, nunca nos irritemos, e muito menos por bagatelas.
Preservemos nossa paz, nossa saúde, nosso dia.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #reflexão #calma #equilíbrio #mansidão #aprendizado #tempo #irritação
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271. COISAS IMPORTANTES...

Acontece sem que nos demos conta...


São fatos, imagens, acontecimentos que se tornam rotina e nos habituamos a eles.
Acostumamo-nos com o trânsito complicado das rodovias ou com a calmaria das ruas em que residimos.
Acostumamo-nos com o roteiro que fazemos para o trabalho, e o realizamos, de forma quase mecânica.
Não prestamos atenção ao entorno, à paisagem que se modificou, ao novo outdoor postado bem em
frente ao semáforo, à casa velha que foi demolida.
Acostumamo-nos às atividades diárias que se reprisam: cuidar dos filhos, zelar pela moradia, pelo
trabalho profissional.
Acostumamo-nos às buzinas impacientes em dias de engarrafamento no trânsito, aos motoristas que
não respeitam o limite de velocidade.
***
Mas existem detalhes significativos que, mesmo que se repitam centenas de vezes, não deveríamos
simplesmente nos habituarmos com eles.
Nunca deveríamos nos habituar porque podemos levantar ao raiar do dia em condições de ir trabalhar.
São tantos presos em seus leitos, limitados no seu deslocamento, impedidos de sair do próprio lar.
A bênção da saúde, das energias que permitem nos transportarmos ao local onde trabalhamos, onde
conquistamos nosso sustento, deve ser motivo de agradecimento diário.
Da mesma forma, não há por que nos acostumarmos com as belezas da vida.
Afinal, cada entardecer é especial. A cada dia somos brindados com o espetáculo sem igual do por do
sol, ao longo dos milhares de dias de nossa existência.
Termos a oportunidade de ver o céu se colorindo de matizes diferentes ao final de cada dia, é algo que
não podemos ter como de pouco significado.
Termos alguém para abraçar, sejam os pais, o cônjuge, um filho, um amigo, qualquer ser amado é algo
que nos cabe celebrar.
Postarmos a alma em gratidão quando temos a chance de estreitar nos braços aqueles a quem amamos,
que nos amam, não é trivial. É gratificante.
Mesmo que eles estejam sempre ali, próximos, ao nosso alcance e que nos vejamos com frequência,
celebremos cada abraço, agradecendo a oportunidade feliz de querermos bem e sermos queridos por
alguém.
***
Tantas outras coisas que nos parecem tão sem importância. Mas são especiais, particularmente quando
somos privados delas.
A oportunidade de termos um teto, uma cama confortável, cobertores para os dias frios.
As refeições compartilhadas com a família, todos os dias. Refeições entremeadas de risos, por vezes até
de alguns pequenos desentendimentos.
Desfrutarmos de um dia de sol para brincar com os filhos, com o cachorro, ou simplesmente descansar.
São tantas coisas especiais que a vida, generosamente, nos oferece e que devemos valorizar.
Devem ser recebidas, de cada vez, como algo a ser celebrado, intensamente valorizado.
A vida é especial, cheia de presentes, surpresas e alegrias.
Lembremos disso a cada dia, a cada amanhecer, a cada entardecer, até nos recolhermos para o
repouso.
E, nesse sentimento de gratidão por tanto que a vida nos oferece, elevemos nossos pensamentos ao
Criador, em louvor a Ele, que nos criou e nos sustenta por amor.
***
Extraído do Momento Espírita (Título Original: Sem nos acostumarmos...)
***
#momentoespirita #reflexão #vida #coisasimportantes #meditação #aprendizado
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272. JESUS EM MINHA VIDA

Em todas as religiões cristãs, Jesus é o Modelo de conduta, é o grande Mestre que ensina a viver
melhor, é o Modelo e Guia.
Jesus nada escreveu, mas falou a todos aqueles que O quiseram escutar fosse por necessidade, por
curiosidade, ou, até mesmo, por desejo de combatê-lO.
Suas ideias e ensinamentos disseminaram-se rapidamente pois aqueles que o ouviam comentavam,
encantados, suas palavras com outrem.
Depois de Sua morte física, os Apóstolos levaram Seus ensinos a lugares distantes, aumentando o
número daqueles que os conheceriam.
Alguns dos seguidores escreveram a respeito do que viram e ouviram de Jesus, e esses textos formaram
os Evangelhos.
Sua vida e Sua obra, eternizadas por esses textos, são as mais comentadas e discutidas pelas
civilizações da Terra, através dos tempos.
Em todas as religiões cristãs o Evangelho é a base dos estudos e das pregações possibilitando, a todos,
reflexão.
O Evangelho pode ser considerado como um testamento que Jesus deixou para a Humanidade, sendo o
mais belo poema de esperanças e consolações a que podemos ter acesso.
Ainda hoje, Sua voz alcança os ouvidos de todos aqueles que O buscam, com lições de beleza e de
felicidade, dando oportunidade de esperar por melhores dias à medida que nos ensina a
autossuperação.
Nos dias atuais, conhecer e estudar o Evangelho está ao alcance de todos, diferentemente do que
acontecia quando isso era reservado apenas aos líderes espirituais de algumas religiões.
***
Mas, será que o conhecimento do que disse Jesus, dos Seus exemplos, das Suas ideias nos serve para
realmente modificar nossas vidas?
Será que procuramos ser simples e humildes como Ele nos ensinou?
Será que, diante de um ato violento seja físico ou moral, feito contra nós, sabemos mostrar a outra face
ao agressor, dando-lhe um exemplo de brandura e não de revide?
Será que, ao nos sentirmos ofendidos, sabemos perdoar, da mesma maneira que, quando ofendemos
queremos ser perdoados?
Será que somos capazes de dialogar com todos, a despeito de quaisquer diferenças, mantendo-nos
calmos e pacíficos?
Somos capazes de tratar com amor alguém, cujas atitudes não estejam de acordo com nosso padrão
moral, sem fazer julgamentos?
Somos capazes de refletir sobre aquilo que nos faz sofrer, sem nos julgarmos vítimas, mas sim
responsáveis, e, dessa maneira, conseguirmos usar este sofrimento para nos modificarmos
interiormente?
Será que temos, realmente, ouvidos de ouvir, ou decoramos as passagens dos Evangelhos e as
repetimos superficialmente sem nada colocar em prática?
***
Nosso querido Mestre Jesus esteve entre nós porque desejava deixar um caminho a seguir.
Se queremos realmente conhecê-lO não basta apenas ler ou ouvir o que Ele falou, mas sim
experimentar, em nossa vida, Seus ensinamentos, colocando-os em prática.
Como nosso amigo e terapeuta, Ele espera que possamos abrir coração e mente para as reflexões que
há dois mil anos estão espargidas no ar que respiramos, esperando solo fértil para germinar e florescer.
***
Extraído do Momento Espírita com base no Seminário O SIGNIFICADO DE JESUS - O ENCONTRO REAL E MUDANÇAS INTERNAS, desenvolvido no
Encontro Fraterno com Divaldo Pereira Franco, realizado na Praia de Guarajuba - BA, em setembro de 2009 e na introdução do livro JESUS E O
EVANGELHO À LUZ DA PSICOLOGIA PROFUNDA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #reflexão #vida #Jesus #Evangelho #comportamento #aprendizado
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273. QUEM ÉS?

Em sua Epístola universal, Tiago dá vários conselhos aos cristãos. Todos muito interessantes e atuais.
Por exemplo, ele recomenda que o homem esteja sempre pronto para ouvir, mas tardio para falar e para
se irar. E justifica que a ira do homem não opera a Justiça de Deus.
É impossível não vislumbrar a sabedoria da assertiva.
Quando deixa seu sentimento se contaminar, o homem perde a noção do justo.
Age sob o imperativo das emoções desequilibradas e mais erra do que acerta.
Nessa linha, ele assevera que, se alguém cuida de ser religioso, mas não refreia a própria língua, então
a sua religião é vã.
Bem se vê o quanto a palavra mal refletida e mal utilizada é deletéria.
Muitos se dizem amantes do bem, mas se permitem criticar de modo severo o semelhante.
Justamente por isso, o Apóstolo é enfático ao aduzir: Irmãos, não faleis mal uns dos outros
Ele ainda arremata: Há só um legislador e um juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que
julgas a outrem?
***
Percebe-se que o hábito da maledicência é tão antigo quanto a Humanidade.
Deveria haver, por parte do homem, grande cautela em emitir opiniões relativamente à incorreção
alheia.
Um parecer inconsciente ou leviano pode gerar graves desastres. Aliás, pode ensejar mal maior do que
o erro do próximo, convertido em objeto de exame.
Naturalmente, existem determinadas responsabilidades que exigem observações acuradas.
Os que ocupam certos postos devem analisar, de forma detida e paciente, as ocorrências do mundo.
Um administrador tem o dever de verificar os elementos da composição humana sob sua
responsabilidade.
É de sua incumbência identificar falhas e problemas, a fim de adotar providências corretivas.
Os pais devem prestar muita atenção nos próprios filhos, a fim de encaminhá-los ao bem.
Se identificam fissuras morais, necessitam se dedicar a combatê-las, amorosa e firmemente.
Um juiz é pago pelas economias do povo para aplicar a lei.
Em decorrência, é obrigado a examinar os problemas da paz ou da saúde sociais.
Na defesa do bem coletivo, precisa deliberar com serenidade e justiça.
Entretanto, trata-se de deveres específicos e pesados.
Eles exigem bastante de quem os desempenha.
Na estrada comum, no entanto, verifica-se grande número de pessoas viciadas no julgar com
precipitação e leviandade.
***
Parece útil que cada um reflita sobre o papel exato que está desempenhando na vida presente.
Quando assediado pelo desejo de comentar a vida do próximo, que cada um se indague com
honestidade:
Será esse assunto de meu interesse?
Quem sou eu, para tecer comentários sobre a dor e a miséria alheias?
Desejo auxiliar ou apenas me dedico a apedrejar quem caiu?
Estou, de fato, em condições de julgar alguém?
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. 46, do livro CAMINHO, VERDADE E VIDA por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
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#momentoespirita #reflexão #julgar #julgamentos #maledicência #comportamento #aprendizado
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274. LÂMPADAS E INTELIGÊNCIA

As lâmpadas servem para iluminar. Para isso, são dotadas de potências de iluminação diferentes.
Há lâmpadas de 60 watts, de 100 watts, de 150 watts.. Esse número em watts diz o poder de
iluminação da lâmpada.
Também as inteligências servem para iluminar.
Nos gibis, o desenhista, para dizer que um personagem teve uma boa ideia, desenha uma lâmpada
acesa sobre a sua cabeça.
As inteligências, à semelhança das lâmpadas, também têm potências de iluminação diferentes.
Os homens inventaram testes para medir a "wattagem" das inteligências.
Ao poder de iluminação das inteligências deram o nome de "QI", coeficiente de inteligência.
As inteligências não são iguais. Pessoas a quem os testes inventados pelos homens atribuíram um QI
200, têm um poder muito grande para iluminar.
Alguns, para se gabar, chegam a mostrar sua carteirinha, dizendo que sua inteligência tem uma
"wattagem" alta.
Mas, nós não olhamos para as lâmpadas. As lâmpadas não são para serem vistas. As lâmpadas valem
pelas cenas que iluminam e não pelo brilho. Pois, olhar diretamente para a lâmpada ofusca a visão.
Há inteligências de "wattagem" 200 que só iluminam esgotos e cemitérios. E há inteligências modestas,
como se fossem nada mais do que a chama de uma vela, que iluminam sorrisos.
Uma lâmpada não tem vontade própria. Ela ilumina o objeto que o seu dono escolhe para ser iluminado.
A inteligência, como as lâmpadas, não tem vontade própria. Ela ilumina os objetos que o coração do
seu dono determina que sejam iluminados.
A inteligência de quem ama dinheiro ilumina dinheiro, a inteligência dos criminosos ilumina o crime, a
inteligência dos artistas ilumina a beleza.
A inteligência é comandada. Só lhe compete obedecer.
***
As considerações luminosas de Rubem Alves nos fazem pensar um pouco a respeito de como estamos
utilizando este grande instrumento que temos - a inteligência.
O que temos iluminado com ela? O que temos feito desta grande habilidade da qual dispomos?
Allan Kardec deixa claro que a inteligência nem sempre é penhor de moralidade, e o homem mais
inteligente pode fazer um uso pernicioso das suas faculdades.
Assim, ter uma inteligência avantajada não significa ser um homem de bem, não significa ser uma alma
evoluída.
É necessário que essa inteligência esteja sendo canalizada para o bem, para a civilização e
aperfeiçoamento da Humanidade.
A mesma inteligência que desenvolve uma arma química pode desenvolver vacinas e remédios.
A mesma inteligência que manipula as leis e as pessoas em benefício próprio, pode ser a inteligência
que auxilia, que defende os fracos e oprimidos.
A mesma inteligência das estratégias criminosas de usurpação do dinheiro público pode ser utilizada na
reconstrução de cidades, na restituição da dignidade de povos abandonados por interesses
materialistas.
Basta que a lâmpada ilumine o que deve iluminar, basta que façamos escolhas acertadas e demos
ordens corretas à nossa inteligência.
A inteligência, como as lâmpadas, não tem vontade própria. Ela ilumina os objetos que o coração do
seu dono determina que sejam iluminados.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no texto VARIAÇÕES SOBRE A INTELIGÊNCIA, do livro O SAPO QUE QUERIA SER PRÍNCIPE, de Rubem
Alves, ed. Planeta.
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#momentoespirita #reflexão #vida #inteligência #escolhas #comportamento #aprendizado
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275. DEIXAR O OUTRO FALAR...

Deixar o outro falar ajuda em situações familiares e profissionais.


Barbara Wilson relacionava-se muito mal com sua filha Laurie. O relacionamento se deteriorava pouco a
pouco.
Laurie, que fora uma criança serena e complacente, tornou-se avessa à cooperação, às vezes
provocadora.
A sra. Wilson passava-lhe sermões, ameaçava-a, punia, sem sucesso.
Certo dia, contou a sra. Wilson, simplesmente desisti. Laurie tinha me desobedecido e fora para a casa
de uma amiga antes de terminar seus afazeres domésticos.
Quando voltou, eu estava prestes a estourar com ela pela milésima vez, mas não tive forças para isso.
Limitei-me a fitá-la e a dizer:
"Por quê, Laurie, por quê?"
Laurie percebeu o estado em que eu me encontrava e, com uma voz calma, perguntou:
"Quer mesmo saber?"
Fiz que sim com a cabeça e Laurie contou-me, primeiro hesitando, depois com uma fluência
impressionante.
Eu nunca lhe prestara atenção. Nunca a ouvira. Sempre lhe dizia para fazer isso ou aquilo.
Quando sentia necessidade de conversar comigo sobre as coisas dela, sentimentos, ideias, interrompia-
a com mais ordens.
Comecei a compreender que ela precisava de mim - não como uma mãe mandona, mas como uma
confidente, uma saída para suas confusões de adolescente.
E tudo o que fazia era falar, falar, quando deveria ouvir. Nunca a ouvira.
A partir daquele momento, fui uma perfeita ouvinte. Hoje ela me conta o que lhe passa pela cabeça, e
nosso relacionamento melhorou de maneira imensurável. Ela se tornou, de novo, uma colaboradora.
***
Quantos pais neste mundo têm problemas similares com seus filhos. Problemas que seriam amenizados
se soubéssemos apenas ouvir um pouco mais.
Como pais, como educadores, por vezes temos a falsa impressão de que precisamos falar, ensinar,
proferir lições etc, e eles, os filhos, precisam apenas ouvir.
Quantos pais reclamam que seus filhos não os ouvem e tudo parece que entra por um ouvido e sai pelo
outro.
Mas será que esses pais sabem ouvir seus filhos?
Será que esses pais não sabem que o aprendizado não se dá apenas por sermões, por conselhos?
O processo de aprendizado, e mais, o processo de construção de uma boa relação familiar, tem que
passar pelo diálogo.
E quando estamos no campo do diálogo, precisamos entender que este é uma via de mão dupla. No
diálogo fala-se, mas também se ouve, e muito...
Ouvir exige autocontrole, disciplina, respeito ao outro e humildade. Por isso, talvez, ainda seja tão difícil
para a Humanidade.
Ouvir nos pede reflexão, paciência e empatia.
Desta forma, procuremos sempre deixar o outro falar. Ouçamos as razões do outro, suas explicações
etc. Elas até podem não justificar certos atos, mas explicam as razões da outra alma e nos fazem
compreendê-la melhor.
Pais, deixemos nossos filhos falarem! Filhos, deixemos nossos pais falarem!
O amor e a paz familiar sairão lucrando sempre.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. 6, pt. III, do livro COMO FAZER AMIGOS E INFLUENCIAR PESSOAS, de Dale Carnegie, ed. Companhia
Editora Nacional.
***
#momentoespirita #reflexão #vida #ouvir #julgar #julgamentos #comportamento #aprendizado #disciplina
305

276. QUEM DESLIGA?

Não há ninguém que visite o espetáculo das Cataratas do Iguaçu e fique indiferente.
É verdadeiramente grandioso observar as quedas d´água, que variam de quarenta a oitenta metros de
altura. Dependendo da vazão do rio, o número de saltos também varia, chegando a mais de duzentos.
Numa lição de solidariedade, cinco, do total de dezenove saltos principais, estão do lado brasileiro. Os
demais, do lado argentino.
Como esses estão voltados para o Brasil, a melhor vista para quem observa o cenário é do lado
brasileiro.
A formação do acidente geográfico das Cataratas se iniciou há aproximadamente duzentos mil anos,
embora a formação geológica date de cento e cinquenta milhões de anos.
Entre os meses de outubro a março, normalmente, é maior o volume de água, chegando a mil e
quinhentos metros cúbicos por segundo.
Por isso mesmo, a sinfonia das quedas d´água pode ser ouvida de longe, num ronco quase
ensurdecedor, à medida que as pessoas se aproximam das maiores quedas.
É como a apoteose de um grand finale que, no entanto, não acaba.
***
E foi ali, ante a beleza das águas se precipitando sem cansaço, numa dança incessante, levantando
nuvens brancas nas quedas, que uma menina de seus quatro anos olhou para a tia, que a conduzia pela
mão, e perguntou: Quando o homem vai desligar isso tudo?
De imediato, os que se encontravam próximos, sorriram da ingenuidade da garota.
Mas, que extraordinária indagação!
Em contemplando aquela beleza toda, se sucedendo em tantos saltos, a abundância das águas, o arco-
íris enorme indo de um lado a outro das fronteiras, ela logo imaginou que alguém devia estar por trás
daquilo tudo.
Em casa, ela sabe que existe alguém que aciona o interruptor para ligar e desligar a luz elétrica. As
torneiras são abertas e fechadas.
Quem, pois, se encarregava de fechar as torneiras para que a água parasse de saltar, se precipitar e
correr rio abaixo?
Com certeza, essa mesma menina, deve ter interrogado quem acende as estrelas de noite e coloca o sol
a brilhar durante o dia. E quem aciona a chuva, quem liga os potentes ventiladores para soprarem os
ventos, quem estende o manto da noite.
***
Todos os seres inteligentes, ante o assombro das belezas naturais, indagam: Quem fez tudo isso?
E as maiores mentes da Humanidade fizeram as mesmas perguntas e somente quem é pequeno não se
dá conta que, por trás de toda a grandiosidade do planeta, há uma mente genial, inigualável.
Alguém que supera todas as inteligências, toda a criatividade e toda excelência das virtudes.
Podemos chamar Força da Natureza, Incognoscível, Ideia Mãe, Ideia Diretriz, Arquiteto do Universo.
Como queiramos e como entendamos.
No entanto, quem quer que tenha ouvidos de ouvir, poderá escutar o sussurro do vento, o murmúrio da
chuva, o ribombar dos trovões a recitar o mesmo mantra: É Deus! É Deus!
E, foi por isso, que a tia, olhando a sobrinha encantada, lhe respondeu: Deus não desliga, querida!
***
Pensemos nisso: Deus não desliga nem as águas, nem os ventos, nem as estrelas. Ele está sempre
atento e Seu amor se derrama por sobre todo o Universo, continuamente.
Ouçamos a natureza a responder: É Deus! É Deus!
***
Extraído do Momento Espírita, com base em fato narrado por Ana Paula Sala Moreno, de Foz do Iguaçu.
***
#momentoespirita #reflexão #vida #Deus #natureza #existenciadeDeus #aprendizado
306

277. REVISITANDO A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO

A parábola do Bom Samaritano começa assim: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas
mãos de ladrões que o despojaram, cobriram de feridas, e se foram, deixando-o meio morto.
A imagem utilizada por Jesus é significativa. Sem descermos aos detalhes do bom samaritano que
auxiliou aquele homem, é de nos perguntarmos por que ele sofreu a agressão?
Alguns o têm considerado um mercador, um negociante, que padeceu a sanha dos ladrões. No entanto,
Jesus não tece nenhuma consideração a respeito.
Simplesmente diz que um homem descia de Jerusalém. Jerusalém era a cidade religiosa. Era lá que
estava o templo, local onde oravam os judeus. Era, portanto, o símbolo da ligação com Deus.
Jericó, por sua vez, era a cidade do ócio e da riqueza material. Lugar de conforto e área de prazer.
Local de abundância. Seu terreno generoso era tido como o mais abençoado oásis da palestina.
É considerada, tradicionalmente, como a cidade mais antiga da Terra. Acredita-se que o homem ali se
instalou entre os milênios 10 e 7 a.c.
O homem descia, diz a parábola. Figurativamente, equivale a dizer que, na sua intimidade, abandonou
a condição de ligação íntima com Deus na busca de interesses puramente materiais.
Jerusalém representa, na parábola, tudo aquilo que diz respeito ao Espírito e seu crescimento: a moral,
a ética, o amor.
Jericó fala aos sentidos mais banais. Então, o homem deixa sua condição de moralidade para buscar os
prazeres do mundo.
Nessa etapa de invigilância sofre o assalto, a agressão.
***
Assim pode ocorrer conosco. Sempre que buscamos as futilidades, esquecendo-nos das primordiais
questões do Espírito, sintonizamos com faixas inferiores.
Nessas oportunidades, poderemos ser vítimas dos maus e do mal, pois nos colocamos no seu meio.
A exortação de Jesus para a vigilância que devemos exercer sobre nossos pensamentos e ações não
deve ser desconsiderada.
O homem agredido encontrou o bom samaritano que o socorreu. Entretanto, se não tivesse sido
invigilante, poderia não ter sofrido o assalto.
Em nosso caminho evolutivo todos passamos pela fieira da ignorância, mas não há necessidade de
experimentarmos o mal.
Existem questões em nossas vidas das quais não poderemos nos furtar. Estão no cômputo das nossas
necessidades sofrê-las, seja por questões de resgate ou por serem um convite ao progresso.
Isso porque sempre que as dificuldades nos alcançam, nosso instinto de conservação nos impele a
buscarmos soluções.
Nessa busca, criamos condições novas para nós mesmos e para a Humanidade. É o que chamamos
progresso.
***
As pandemias, ao longo dos séculos, nos conduziram a pensarmos em melhores condições ambientais,
de higiene pessoal, de cuidados para evitarmos a contaminação. Também nos conduziu a
desenvolvermos medicação apropriada e a elaboração de vacinas.
Contudo, existem muitos problemas que não precisaríamos ter. Bastaria maior vigilância pessoal,
melhor controle das nossas emoções e dos nossos sentimentos.
Dessa forma, entendamos que optar por Jerusalém ou por Jericó é questão pessoal.
Importante que saibamos realizar a melhor escolha.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. 18, do livro PELOS CAMINHOS DE JESUS, por Amélia Rodrigues e Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #reflexão #vida #Jesus #Jerusalem #Jericó #bomsamaritano #escolhas #comportamento
307

278. IR PARA O CÉU

O instinto de conservação é bastante forte no ser humano. Naturalmente, ele visa preservar ao máximo
a existência terrena.
Entretanto, o advento da morte do corpo físico constitui uma certeza inexorável.
A ideia de morrer suscita um certo temor generalizado.
Muitos evitam falar e mesmo pensar nesse tema. Mas a Espiritualidade Superior costuma estimular
reflexões em torno do término da experiência física.
Com frequência, toma-se a morte como um fenômeno renovador e redentor.
Há quem afirme que morrer é descansar.
Em momentos de angústia, muitos dizem desejar a morte para parar de sofrer. É como se ela
automaticamente transformasse a natureza humana.
Nessa linha, ao morrer, todas as mesquinharias e vícios humanos cessariam.
As almas com alguma sorte iriam para o céu, viver de forma beatífica e ociosa.
Ocorre que só se leva da vida a vida que se leva.
Hábitos longamente cultivados compõem a essência do ser e o acompanham aonde quer que vá.
A morte não transforma homens em anjos ou demônios. Eles persistem qual se construíram ao longo do
tempo.
Alguém que não soube construir a própria paz não se pacificará apenas porque cessou a vitalidade de
seu corpo de carne.
Almas torturadas de vícios seguem viciosas, enquanto não se depurarem.
Para quem carrega um inferno no peito, trocar de endereço é irrelevante.
Na carne ou fora dela, o Espírito é o mesmo. Somente suas sensações são mais fortes quando liberto
dos grilhões da matéria.
No plano espiritual, a vida moral é muito mais intensa.
O júbilo pela consciência tranquila constitui algo maravilhoso. Por outro lado, remorsos, ciúmes e
desgostos íntimos tornam-se lancinantes.
Os Espíritos realmente se dirigem a alguns locais, após o evento da morte.
Eles se agrupam conforme seu merecimento e suas afinidades de gostos e tendências.
Contudo, o relevante não é o local.
Como o céu e o inferno residem no íntimo do ser, o primordial é pacificar-se e purificar-se.
Para isso, viver de forma honrada constitui o único meio eficaz.
As tormentas da vida não são tragédias e nem castigos.
Elas representam santas oportunidades de redenção.
Nos longos embates, é possível lentamente modificar a própria visão de mundo.
Por entre subidas e descidas, o homem pode compreender sua fragilidade e tornar-se generoso com o
próximo.
Ele pode entender a imensa bobagem que é viver ofendido e magoado e valorizar em excesso coisas
transitórias.
***
Assim, não esperemos morrer para ir para o céu.
Construamos um céu em nossa consciência e busquemos viver nele desde já.
Trata-se do único caminho para a verdadeira felicidade.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #vida #vidaaposamorte #causaeefeito #valoresmorais #comportamento
308

279. JESUS SABE

Quantas lágrimas você já verteu a sós, sem ninguém para lhe estender um ombro amigo, sem uma
palavra de alento, sem nenhum consolo...
Considere, no entanto, que Jesus sabe...
Quando você descobre que seus amigos, nos quais você depositava a mais sincera confiança, lhe
traem, e a amargura lhe visita a alma dolorida, no silêncio das horas... Jesus sabe.
Jesus conhece os mais secretos pensamentos e sentimentos de cada uma das ovelhas que o Pai lhe
confiou.
Jesus sabe das noites maldormidas, quando você se debate em busca de soluções para os problemas
que lhe preocupam a mente...
Das dores que lhe dilaceram a alma, quando a solidão parece ser sua única companheira fiel, Jesus
sabe...
Dos imensos obstáculos que você já superou, sem nenhuma estrela por testemunha, Jesus sabe...
Da sua sede de justiça, Jesus sabe.
Da sua luta para ser cada dia melhor que o dia anterior, Jesus sabe.
Jesus, esse Irmão Maior, a quem o Pai confiou a Humanidade terrestre, conhece cada um dos Seus
tutelados.
Se você sofreu algum tipo de calúnia, de injustiça, alguma punição imerecida, Jesus sabe.
Jesus conhece as suas horas de vigília ao lado do leito de um familiar enfermo...
Sabe da sua dedicação aos filhos, tantas vezes ingratos, ao esposo ou à esposa problemática.
Jesus sabe dos seus autoenfrentamentos para vencer os próprios vícios e as tendências infelizes.
Jesus conhece suas fraquezas, seus medos, suas chagas abertas, suas inseguranças...
Jesus sabe das muitas vezes em que você persiste em caminhar, mesmo com os pés sangrando...
Jesus sabe o peso da cruz que você leva sobre os ombros...
Jesus sabe quantas gotas de lágrimas você já derramou por compaixão, sofrendo a dor de outros
corações...
Jesus conhece suas muitas renúncias...
Suas amarguras não confessadas...
Jesus sabe das esperanças que você já distribuiu, dos alentos que você ofertou, das horas que dedicou
voluntariamente a benefício de alguém...
Jesus conhece suas ações nobres e percebe o desdém daqueles que só notam e ressaltam suas
falhas.
Jesus entende seu coração dorido de saudade, dilacerado pela solidão, amargurado pelas dificuldades
que, às vezes, parecem intransponíveis...
Jesus sabe que todas as situações pelas quais você passa, são para seu aprendizado e para seu
crescimento na direção da grande luz.
***
O Sublime Pastor conhece cada uma de Suas ovelhas e sabe o que se passa com cada uma delas.
Por isso Ele mesmo assegurou: Nunca estareis a sós.
Jesus é o Divino Amigo que nos segue os passos desde sempre e para sempre.
E nos momentos em que suas forças quiserem lhe abandonar, aconchegue-se junto ao Seu coração
amoroso e ouça Sua voz a lhe dizer, com imensa ternura:
Meu filho, trace o seu sulco; recomece no dia seguinte o afanoso labor da véspera.
O trabalho das suas mãos lhe fornece ao corpo o pão terrestre; sua alma, porém, não está esquecida.
E eu, o Jardineiro Divino, a cultivo no silêncio dos seus pensamentos.
309

Quando soar a hora do repouso e a trama da vida se lhe escapar das mãos e seus olhos se fecharem
para a luz, sentirei que surge em você, e germina, a minha preciosa semente.
Nada fica perdido no reino de nosso Pai e os seus suores e misérias formam o tesouro que o tornará
rico nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas...
E onde o mais desnudo dentre vós será talvez o mais resplandecente.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no item 6, do cap. VI, do livro O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #reflexão #vida #Jesus #fé #EvangelhosegundooEspiritismo #meditação
310

280. JESUS E O AMOR

Como parte de nossa essência, o amor é sentimento buscado e sonhado por toda criatura humana,
desde sempre.
Da poesia aos profundos tratados de filosofia, da escultura ao teatro, as expressões mais nobres da
cultura e da arte se debruçam sobre esse sentimento. E cada um de nós, à sua maneira, definimos,
buscamos e aspiramos pelo amor.
Para alguns, significa posse. Para outros, conquista. Tantos o consideram ilusão. Não poucos, o
supõem razão de sofrimento.
Natural que assim seja. Somos criaturas em diferentes níveis evolutivos, no campo das emoções.
Para que o amor desabroche e se faça presente, de forma lúcida e perene, em nossas vidas,
necessária se torna uma longa e segura aprendizagem.
Doutrinas, filósofos e religiosos trouxeram suas contribuições e melhores reflexões a seu respeito, em
épocas e sociedades diferentes.
Porém, ninguém jamais se igualou a Jesus em matéria de lições do amor.
Quando a mulher equivocada O procurou, nEle encontrou o amor fraterno.
Quando a mãe zelosa solicitou tratamento especial aos seus dois filhos, dentre os demais do colégio
apostólico, recebeu a lição do amor justiça.
Quando lhe indagaram a respeito do maior mandamento da Lei de Deus, ofertou o ensino do amor ao
próximo.
Ante a mulher surpreendida em adultério e que estava para ser apedrejada em praça pública, Ele
demonstrou o amor indulgência.
Na cruz, sob suplício inenarrável, ao entregar João como filho para Sua Mãe Santíssima, falou do amor
universal.
Por vivenciar o amor na sua expressão mais profunda, ainda nos recomendou o amor aos inimigos, a
oração a quem nos persegue e calunia, a oferta da face da não violência a quem nos ofende.
***
Ninguém antes nem depois dEle, cantou o amor em tal plenitude e amplitude.
O amor que não retém, não prende, nem controla.
Todas as Suas lições são as do desprendimento, da compreensão e da generosidade, valores que
acompanham o verdadeiro amor.
Por isso nos recomendou: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Disse, ainda, que os Seus discípulos seriam reconhecidos por muito se amarem.
Assim, sejam quais forem as nossas necessidades ou por quais caminhos estejamos vivenciando o
amor, ou nos ressentindo da sua falta, busquemos Jesus como referência.
Se não temos um companheiro ou companheira para amar, amemos ao mais próximo, ao
desconhecido, ao abandonado, ao mais carente que nós mesmos.
Se vivemos um relacionamento a dois, experimentemos também o amor na forma da empatia, da
fraternidade, da generosidade.
Aos colegas de difícil convivência, ofereçamos o amor revestido de paciência, de benevolência, de
compreensão.
São inúmeras as oportunidades que a vida nos oferece para aprendermos a amar.
Toda relação com o próximo é um imenso convite para vivenciarmos o amor.
E, ao nos propormos a amar, tenhamos Jesus como Modelo. NEle teremos roteiro seguro para que o
amor floresça em sua melhor expressão, em nossa intimidade.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #vida #Jesus #amor #indulgência #justiça #fraternidade
311

281. A INIGUALÁVEL PALAVRA DE JESUS

Sempre importante lembrarmos das palavras de Jesus.


A palavra do Cristo é a luz acesa para encontrarmos na sombra terrestre, em cada minuto da vida, o
ensejo Divino de nossa construção espiritual.
Erguendo-a, vemos o milagre do pão que, pela fraternidade, em nós se transforma, na boca faminta, em
felicidade para nós mesmos.
Irradiando-a, descobrimos que a tolerância por nós exercida se converte nos semelhantes em simpatia
a nosso favor.
Distribuindo-a, observamos que o consolo e a esperança, o carinho e a bondade, veiculados por nossas
atitudes e por nossas mãos, no socorro aos companheiros mais ignorantes e mais fracos, neles se
revelam por bênçãos de alegria, felicitando-nos a estrada.
***
Geme a terra, sob o pedregulho imenso que lhe atapeta os caminhos...
Sofre o homem sob o fardo das provações que lhe aguilhoam a experiência.
E assim como a fonte nasce para estender-se, desce o dom inefável de Jesus sobre nós para crescer e
multiplicar-se.
Levantemos, cada hora, essa luz sublime para reerguer os que caem, fortalecer os que vacilam,
reconfortar os que choram e auxiliar os que padecem.
O mundo está repleto de braços que agridem e de vozes que amaldiçoam.
Seja a nossa presença junto aos outros algo do Senhor inspirando alegria e segurança.
Não nos esqueçamos de que o tempo é um empréstimo sagrado, e quem se refere a tempo diz
oportunidade de ajudar para ser ajudado; de suportar para ser suportado; de balsamizar as feridas
alheias para que as próprias feridas encontrem remédio e de sacrificar-se pela vitória do bem, para que
o bem nos conduza à definitiva libertação.
Assim, pois, caminhemos com Jesus, aprendendo a amar sempre, repetindo com Ele, em nossas
proveitosas dificuldades de cada dia: Pai nosso, seja feita a vossa vontade, assim na Terra como nos
céus.
***
Que a palavra de Jesus não permaneça apenas nos lábios dos oradores.
Que a palavra de Jesus não permaneça apenas nos ouvidos dos seguidores.
Ante a lembrança dEle, pensemos nas nossas escolhas de vida.
Reflitamos se estamos escolhendo o caminho mais cômodo, ou se já optamos pelo caminho mais
seguro e certo.
A palavra de Jesus nos orienta com clareza. Ouçamos todos os que tenhamos ouvidos de ouvir.
Em algum momento todos teremos que despertar para o bem, e nada melhor do que despertar ao som
dos ensinos deste Amigo tão querido e zeloso.
Esqueçamos os fanatismos religiosos. Esqueçamos dogmas e mistérios.
Lembremos apenas das lições do Mestre que nos apontam o amor como solução, como sentido para a
vida.
Toda palavra de Jesus poderá ser resumida em apenas uma: Amor!
Amemos e estaremos no mais seguro dos caminhos para a felicidade.
***
Extraído do Momento Espírita com base no cap. 17 do livro VOZES DO GRANDE ALÉM, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier,
ed. FEB.
***
#momentoespirita #reflexão #vida #Jesus #amor #palavra #educação #fraternidade #escolhas
312

282. A DOR E A IMPERFEIÇÃO

O ditado popular diz que Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
Sem levar para a tradução literal, entendamos que isso significa que não podemos fugir dos efeitos
dos atos que praticamos.
É impossível semear dores e desgraças na vida do próximo e não responder por isso.
A implacável resposta, às vezes, vem rápida. De outras, demora um pouco.
Como a justiça humana é falha, inúmeros criminosos terminam seus dias na Terra, ricos e em
liberdade.
Porém, a justiça divina é perfeita e se baseia em leis naturais.
Cedo ou tarde, a criatura vivencia a experiência necessária ao enfrentamento das consequências
de seus atos. Assim, doenças, miséria, inibições e bloqueios podem ser o resultado de equívocos
do passado.
Existem, no entanto, grandes almas que nascem na Terra para exemplificar as mais sublimes
virtudes.
Renúncia, paciência, pureza, amor desinteressado, tudo isso habitualmente, figura na programação
de vida de um Espírito elevado.
São criaturas sublimes, cujo lar verdadeiro não é este planeta.
Elas vêm para cá exclusivamente no cumprimento de missões.
Consequentemente, embora tenham a consciência tranquila, partilham das misérias humanas à
exaustão.
Não estão reparando equívocos do passado, mas dando exemplo de como o homem deve portar-
se em face das tribulações.
Por amor, vivem uma realidade distinta da que merecem.
***
Para todos nós, Espíritos medianos, nem sempre a dor que nos chega significa reparação de algo
errado que tenhamos feito, em algum momento.
Certo que nossos erros e vícios geram sofrimento. Contudo, importante tenhamos em conta que a
dor é consequência da nossa imperfeição.
Vejamos como geramos, para nós, certos sofrimentos, pelos defeitos de que ainda somos
portadores.
Se alimentamos o ciúme, ele nos impede que possamos viver em paz.
A ganância não nos permite sermos felizes com o que temos.
A avareza é um tormento.
O ódio nos impede agir de forma racional e semeia desgraças.
De outro lado, o homem rude e indiferente necessita de dores para desenvolver a sensibilidade.
Quem observa a dor alheia sem sentir compaixão precisa passar por experiência semelhante.
Dessa maneira, se não somos uma alma missionária, plena de virtudes, acreditemos que a dor que
nos alcança tem um propósito.
Ela é um convite para que melhoremos nossa performance como seres humanos.
Por enquanto, nos visitam doenças, envelhecimento, ausência de seres queridos, desemprego,
morte.
O único modo de sairmos dessa faixa de dores é aperfeiçoarmos o próprio ser.
313

Isso importa em, gradualmente, domarmos as paixões inferiores e deixarmos os vícios para trás. E
enamorarmo-nos das virtudes, elevar nossos gostos e hábitos. E tornarmo-nos uma pessoa
amorosa, leal, trabalhadora.
Deslocar o foco de nossa atenção.
Não pensar apenas em nosso bem-estar, mas investir tempo e esforço para fazer feliz o próximo.
Assim agindo, gradualmente, as pequenas coisas deixarão de nos infelicitar.
Ocupados em promover o bem, seremos por ele promovidos a faixas superiores da existência.
E, finalmente, viveremos felizes e em paz!
É um longo caminho. Comecemos hoje.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #causaeefeito #evolução #dor #sofrimento #provas #expiações #disciplina
314

283. ESCOLHAMOS VIVER

O publicitário paulista Alexandre Barroso já viu a morte de perto diversas vezes.


Receptor de três transplantes, duas vezes de fígado e uma de rim, passou quatro anos internado e
entrou em coma vinte vezes.
Bem sucedidos, os transplantes devolveram-lhe a vida. Agora, ele viaja por todo o Brasil, ministrando
palestras de incentivo e conscientização a respeito da doação de órgãos.
Em 2018, lançou o livro A ÚLTIMA VEZ QUE MORRI – UMA HISTÓRIA REAL SOBRE VIDA, MORTE E
RENASCIMENTO, no qual narra sua longa jornada em direção ao restabelecimento da própria saúde.
Quando um familiar retorna às moradas do infinito, cabe à família decidir ou não pela doação dos órgãos
do ente querido.
O momento não é o mais adequado às grandes decisões. Porém, optar pela doação é fazer da morte
fonte de vida.
Segundo estatísticas, em 2017, o Brasil alcançou a marca de aproximadamente dezessete doadores
para cada milhão de habitantes.
Trata-se de um recorde. Porém, levando-se em conta a quantidade de brasileiros necessitados de
transplante, o número ainda está abaixo do esperado.
***
A luta de algumas pessoas pela manutenção da própria vida nos leva a muitas cogitações: o que é a
vida? Podemos prolongá-la? Podemos torná-la melhor?
Ao contrário do que muitos imaginamos, a vida e a morte não são simples fatalidades sobre as quais não
temos controle.
Mais do que meros fenômenos biológicos, viver e morrer são escolhas que fazemos diariamente.
Prova disso é encontrarmos pessoas que, acometidas das mais severas doenças, por vezes no limite da
existência, vivem plena e abundantemente.
Conduzem seus dias com esperança, com alegria, com gratidão, com fé. A todos nos dão a mais
profunda lição de vida.
***
Viver é agradecer pela exata medida do que se tem. É valer-se dos bens materiais dos quais dispomos
como ferramentas de progresso.
Morrer é passar a existência escravizado pelo apego à riqueza empobrecedora.
Viver é saber que nossa existência não se resume a momentos felizes. Morrer é desperdiçar as lágrimas,
que tanto nos ensinam, com reclamações incontáveis.
Viver é se conscientizar da fragilidade humana e saber que nossa saúde nem sempre se encontrará em
perfeito estado.
Morrer é desperdiçá-la com toda sorte de excessos.
Viver é compreender as imperfeições alheias. Morrer é negar perdão e afeto, é não demonstrar o que
sentimos, é não se importar com o sofrimento alheio, é não dizer às pessoas que nos são caras o quanto
as amamos.
Verdadeiramente vivemos quando corrigimos nossas mazelas morais, quando praticamos o bem, quando
nos pautamos pela justiça, quando somos pacientes e tolerantes.
Vivemos quando superamos nossas limitações, quando descobrimos nossos potenciais, quando
estendemos a mão àqueles que dela carecem, quando amamos de forma incondicional.
Vivemos quando morremos para o homem velho e construímos o homem novo.
Vivemos quando construímos a felicidade para a qual fomos destinados e da qual somos agentes e
protagonistas.
Pensemos nisso! Aprendamos a viver! Escolhamos viver!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #vida #viver #melhoriaíntima #autoconhecimento #sofrimento #desafios
315

284. FALANDO EM DOAÇÃO DE ÓRGÃOS...

Existem joias raras na literatura mundial, por vezes até de autor considerado anônimo. Há alguns dias,
em uma obra, colhemos a seguinte advertência, exatamente nesses moldes de que falamos:
Um dia chegará em que, num determinado momento, um médico comprovará que meu cérebro deixou
de funcionar e que, definitivamente, minha vida neste mundo chegou ao seu fim.
Quando tal coisa acontecer, não digas que me encontro em meu leito de morte.
Estarei em meu leito de vida e cuida para que esse corpo seja doado para contribuir de forma que
outros seres humanos tenham uma vida melhor.
Dá meus olhos ao desgraçado que jamais tenha contemplado o amanhecer, que não tenha visto o rosto
de uma criança ou, nos olhos de uma mulher, a luz do amor.
Dá meu coração a alguma pessoa cujo coração só lhe tenha valido intermináveis dias de sofrimento.
Meu sangue, dá-o ao adolescente resgatado de seu automóvel em ruínas, a fim de que possa viver até
poder ver seus netos brincando ao seu lado.
Dá meus rins ao enfermo, que deve recorrer a uma máquina para viver de uma semana à outra.
Para que um garoto paralítico possa andar, toma toda a totalidade de meus ossos, todos os meus
músculos, as fibras e os nervos todos de meu corpo.
Mexe em todos os recantos de meu cérebro. Se for necessário, toma minhas células e faze com que se
desenvolvam, de modo que, algum dia, um garoto sem fala consiga gritar com entusiasmo ao assistir a
um gol, e uma garotinha surda possa ouvir o repicar da chuva contra o vidro da janela.
O que sobrar do meu corpo, entrega-o ao fogo e lança as cinzas, ao vento, para contribuir com o
crescimento das flores.
Se algo tiveres que enterrar, que sejam os meus erros, minhas fraquezas e todas as minhas agressões
contra o meu próximo.
Se acaso quiseres recordar-me, faze-o com uma boa obra e dizendo alguma palavra bondosa ao que
tenha necessidade de ti.
***
As palavras de advertência desse anônimo nos convidam a meditar no tesouro que possuímos, que é
nosso corpo físico.
Tantos esquecemos de render graças a Deus por essa maquinaria maravilhosa, tanto quanto nos
olvidamos de lhe providenciar, após a morte física, o devido destino.
Tantas são as campanhas em prol da doação de córneas, de rins e vamos protelando sempre para mais
tarde a decisão de prescrever nossa doação.
Sem nos esquecermos de que, enquanto ainda dispondo do corpo de carne, podemos nos tornar
regulares doadores do valioso líquido, que representa a vida e se chama sangue.
Meditemos se não estamos sendo demasiado egoístas em não disponibilizar esse tesouro para que
outros vivam e vivam de forma abundante.
***
Você sabia que a retirada das córneas, após a morte, de forma alguma deforma ou mutila o cadáver?
Essa é a preocupação de alguns possíveis doadores, que não desejam agredir a família.
E você sabia que os rins podem ser retirados do cadáver até seis horas após ter ocorrido a morte?
E, finalmente, que para o Espírito do doador não ocorre mutilação, ao contrário, tais atitudes revelam
desprendimento e grandeza d'alma?
***
Extraído do Momento Espírita com base no texto EM MINHA LEMBRANÇA, de autoria anônima.
***
#momentoespirita #reflexão #vida #doaçãodeórgãos #viver #aprendizado #gratidão
316

285. LIBERTANDO-SE DA MÁGOA

Dolorido o drama daquela mãe. Seu filho Rafael, seu companheiro e confidente, foi morto em um assalto,
aos vinte e cinco anos.
Quando o criminoso invadiu a padaria onde Rafael trabalhava, ele reagiu. E recebeu um tiro à queima-
roupa.
A dor materna era superlativa. Em algum momento, as notícias lhe chegaram de que o infeliz homicida
tentara o assalto porque precisava conseguir dinheiro para o aluguel da casa.
Mas, a dor de Daisy era maior do que qualquer compaixão que pudesse sentir por quem lhe tirara o bem
mais precioso: seu filho.
Transcorrido algum tempo, a manicure, que a atendia, comentou que sua mãe ajudava a família do
criminoso, fornecendo alimentos.
Ele fora preso e ficaria na prisão por um largo tempo. A situação da esposa e dos filhos pequenos era
nevrálgica.
Então, Daisy se compadeceu e, em segredo, passou a colaborar na cesta básica para aquela família tão
ou mais infeliz do que ela mesma.
Mais tarde, auxiliou a conseguir um emprego para a esposa e creche para as crianças.
Longe estava, no entanto, de perdoar o que aquele homem lhe tirara. Nada devolveria a vida do seu filho.
Certo dia, foi surpreendida por uma desconhecida que veio lhe entregar uma carta recebida por
determinado médium e a ela endereçada.
Tudo lhe pareceu estranho porque jamais tivera contato com médiuns ou fora a qualquer centro espírita.
Contudo, ao começar a leitura, deu-se conta de que era mesmo seu filho quem escrevia. Tudo o
identificava.
Entre muitas letras, ele afirmava estar bem, no mundo espiritual. Sentia muito ter tido aquele gesto
precipitado, que redundara na sua morte.
Sabia o quanto sofria sua mãe.
Mas, pedia que ela perdoasse o assassino, uma alma necessitada. Se perdoasse, isso aliviaria o seu
sofrimento.
E foi o que aconteceu. Daisy descobriu que a mágoa, não importa a origem que tenha, somente
atrapalha. E confessa que ao trabalhar o perdão para quem tanto a ferira, principiou a retornar para a
vida.
É como se tivesse se livrado de uma enorme bagagem, um grande peso.
***
Mágoa é isso. Um peso que atrapalha a nossa caminhada, que nos detém.
Relevar ofensas, em verdade, não é nada fácil. Por vezes, podem ser necessários anos de dedicação.
Mas vale insistir, pois o caminho do perdão limpa o coração, restabelece o fluxo do amor.
Perdoar, dizem, é antes de tudo um ato de inteligência porque beneficia a quem o doa, em primeiro lugar.
Estudos revelam benefícios sociais, espirituais, psicológicos e até fisiológicos ao se desculpar o passado.
Depois de sua libertação, Nelson Mandela afirmou que deixou de sentir raiva dos responsáveis por seus
vinte e sete anos de prisão porque se continuasse odiando, continuaria a ser prisioneiro.
Preferi ser um homem livre. – disse ele. Deixei a raiva ir embora.
Perdoar é libertar o outro e a si mesmo. É encontrar paz de espírito, do lado de fora da prisão da mágoa,
do ódio, da raiva.
Vale a pena meditar sobre a recomendação daquele filósofo francês: Não importa o que fizeram a você.
Importa o que faz com o que fizeram a você.
Pensemos a respeito!
***
Extraído do Momento Espírita com base no texto MÁGOAS QUE VÃO EMBORA, de Raphaela de Campos Mello, da revista BONS FLUIDOS, de
novembro/2014, ed. Escala.
***
#momentoespirita #reflexão #vida #mágoa #perdão #perdoar #comportamento
317

286. CONFIEMOS EM JESUS

Recordo que, criança, aguardava ansioso as férias escolares. Eu ficava eufórico com as incontáveis
possibilidades de diversão: brincadeiras de rua, futebol com os amigos, tardes inteiras com meu pai no
parque municipal.
Momentos inesquecíveis que hoje, adulto, trazem imensa saudade ao coração e, por vezes, lágrimas
aos olhos.
Ao longo das férias, sempre havia uma semana que minha mãe me levava para o interior, a fim de que
eu passasse alguns dias com minha avó.
Era uma senhora muito simples, bastante idosa, e que, eventualmente, fazia a chamada de todos os
netos até acertar o meu nome.
Era uma mulher religiosa. Durante os dias que eu ficava em sua casa, ela me fazia orar, antes de
dormir. Mas, eram muitas orações e algumas repetitivas.
As palavras vez ou outra me escapavam e, por alguns instantes, eu cochilava, cansado depois de um
dia inteiro de brincadeiras.
Mas, meio sonolento, de tempos em tempos acordava na hora de responder: Jesus, eu confio em Vós!
Minha avó fingia se zangar, depois sorria e dizia: Vamos, filho, está quase acabando. Cada prece que
fazemos é uma rosa que entregamos para nossa mãe do céu.
Com essa imagem eu despertava. Parecia-me tão grandioso e bonito oferecer uma flor para a mãe de
Jesus.
No entanto, eu tornava a cochilar e, quando percebia, minha avó estava ajeitando o meu travesseiro e
me dando um beijo de boa noite.
Um tanto assustado, eu apenas respondia: Jesus, eu confio em Vós!
***
Tantos anos rolaram. Pela travessia, que é a vida, muitas águas passaram. Águas cristalinas, águas
barrentas, águas calmas, águas turbulentas.
Há muito não espero ansioso pelas férias, que continuam demorando muito a chegar.
Por vezes, quando a agenda está muito cheia, quando acredito que não darei conta de tantos
compromissos, eu me lembro dos amigos do campinho de futebol: Onde estarão? Serão felizes?
Quando estou frustrado por algum negócio que não se concretizou conforme o esperado, lembro-me
das tardes ao lado de meu pai.
Ele sempre ouvia, pacientemente, todas as minhas descobertas e tudo o que eu tinha para contar.
Quando estou cansado em demasia, quando me sinto só, lembro de minha avó.
Do lugar em que ela se encontra, na Espiritualidade, estou certo de que olha por mim, de que cuida de
mim.
Então, eu agradeço pela infância, pelas recordações, pelas responsabilidades, pelo trabalho, pela
rotina, por todos que passaram por minha vida.
E repito, com o coração feliz e cheio de gratidão: Jesus, eu confio em Vós!
***
A fé é semente que, quando plantada, gera frutos. Afinal, somos todos produtos da Seara Divina.
Enviado de Deus, o Mestre Nazareno habita o coração de cada um de nós.
Basta fecharmos os olhos, serenarmos os pensamentos e O encontraremos: guia de nossa
imortalidade, consolo de nossas almas, Senhor que nos renova as forças e que nos conduz, dia a dia,
em direção à perfeição.
Jesus, eu confio em Vós!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #vida #criança #educação #oração #confiança #Jesus
318

287. O PROBLEMA DA FALTA DE TEMPO

Mesmo sabendo que os dias e as horas são feitas dos mesmos segundos, desde sempre, você já teve
a sensação que os dias parecem mais curtos?
Já escutou de alguém a reclamação de que falta tempo, de que não se consegue fazer tudo o que é
necessário? Sempre a sensação de que os natais estão mais próximos, que os aniversários se repetem
mais rapidamente e que tudo passa muito rápido?
Ocupamos, de tal forma, o tempo que o tornamos escasso, sempre a nos faltar, sempre a
necessitarmos mais.
Há aqueles que afirmam que precisariam de um dia com 25 horas. E se isso acontecesse, a próxima
sensação seria de que não é suficiente, e mais uma hora solicitariam para fazer todas as coisas que se
propuseram no dia.
Como essa vontade de que o dia se estenda, que ganhe mais horas, que se adapte às nossas
necessidades, é utópica, ficamos com uma certeza: teremos sempre o mesmo tempo e as mesmas
horas do dia.
Se não conseguimos fazer tudo o que gostaríamos ao longo do dia, do mês, é porque, possivelmente,
nos tenhamos proposto a fazer coisas em demasia, no tempo de que dispomos.
Se não fizemos tudo o que pensávamos, fizemos aquilo que escolhemos fazer, aquilo que priorizamos.
E a mágica do tempo é exatamente esta: prioridade. Tudo o que não conseguimos fazer, é justamente
porque não priorizamos, porque atribuímos menos importância, valor ou necessidade.
***
O tempo é feito de prioridades. E, se nos sentimos insatisfeitos com a forma com que temos empregado
nosso tempo, é hora de rever as prioridades.
Na Terra, nossa vida tem um tempo para começar e um tempo para acabar. Ela é finita.
Nossa alma é imortal e continuará a viver após a morte do corpo físico, mas o tempo que temos nesta
existência é finito.
Assim, vale a pena refletir em como e em que o temos empregado.
Lembrando o ensino de Jesus de que onde estiver nosso tesouro aí estará nosso coração, podemos
entender que priorizaremos o tempo, baseando-nos nas coisas e nos valores que trazemos na alma.
Assim, vale pesar em nossas escolhas, para bem usar o tempo, o entendimento de que estamos na
Terra para experienciar e aprender as coisas e as Leis de Deus.
Se é importante empregar o tempo no trabalho digno, no amealhar o dinheiro para o conforto que o
mundo pode proporcionar, também devemos empregá-lo para as coisas que não se contabilizam nos
valores da Terra.
Então, não deixemos de investir nas coisas da alma e do coração.
Guardemos horas preciosas da semana para uma leitura sadia, para o convívio com a família, para uma
atividade de voluntariado, para auxiliar o próximo.
Priorizemos um tempo para olhar nos olhos do nosso filho e ler o que lhe passa na alma, para namorar
quem amamos, seja esse amor de alguns meses ou de algumas décadas. Ou para visitar alguém em
dificuldade.
Somente poderemos dizer que não dispomos de tempo para todas essas atividades, se elas não forem
eleitas como nossas prioridades.
Pensemos nisto: ao concluir o tempo de mais esta existência terrena, inevitavelmente, cada um de nós
responderá em como e em que utilizou o seu precioso tempo.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #tempo #prioridade #vida #voluntariado
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288. GLÓRIAS E INSUCESSOS

Na Terra, ninguém se encontra em clima de privilégio.


Triunfos, fortuna e saúde não significam concessões de que se pode usufruir sem o ônus da
responsabilidade.
Tudo o de que se dispõe na esfera material representa um empréstimo de Deus.
O homem é um simples mordomo, que terá de dar contas de como usou o que lhe veio às mãos.
Poder, riqueza e beleza são pesados testes, face às ilusões que podem provocar. Mas também
representam a Misericórdia Divina a se movimentar em favor de todos.
Esses recursos tão precários podem ser fonte de enorme bem ao seu detentor e à coletividade, se bem
empregados.
No devido tempo, cada um é chamado a desempenhar o encargo da abastança e responde pelo que
faz.
O encargo costuma ser pesado, pelo condão que possui de suscitar inveja, servilismo e falsidade em
torno de quem o desempenha. Sem falar na vaidade e no orgulho que podem surgir naquele que se
imagina especial por dispor momentaneamente de algumas posses.
Contudo, por dourada que pareça determinada situação, ela fatalmente passa e sempre chega o
momento em que a vida física se extingue.
Somente perdura o que se fez das posses, o quanto se armazenou em bênçãos, o que se dividiu em
nome do amor.
***
De outro lado, ninguém transita no mundo em estado de desgraça.
Solidão, pobreza, doença e limitações constituem provas redentoras.
Os excelsos condutores da vida planetária delas se utilizam para educar os Espíritos ainda
necessitados de transes dolorosos.
Os que se fizeram egoístas, quando ricos, precisam vislumbrar o reverso da medalha.
Os criminosos, os defraudadores da paz alheia, todos sentem necessidade de educar o próprio íntimo,
mediante experiências retificadoras.
A desgraça real é sempre o mal que se faz, nunca o que se recebe.
Insucesso social, prejuízo econômico e fatalidades são terapêuticas enérgicas da vida. Por meio delas,
são erradicados cânceres morais de que é portador o Espírito imortal.
A solidão sempre termina por se extinguir, na figura de novas pessoas que chegam.
O abandono, cedo ou tarde, desaparece e a limitação física ou intelectual invariavelmente cessa.
A pobreza também não dura muito, considerando-se a eternidade da vida que jamais se esgota.
Sob a luz do Evangelho, êxitos e fracassos costumam se apresentar em sentido oposto à interpretação
humana.
***
Jesus foi pobre, conviveu com pecadores, exerceu trabalho humilde, foi perseguido e assassinado pelos
detentores do poder transitório.
Mas ressurgiu sumamente glorioso, logo após cessar a experiência carnal que viveu por amor a todos.
Tome-O por Modelo e não se perturbe nunca.
Na glória ou na desdita, permaneça em paz interior e persevere no amor.
Ao final, quando tudo o mais tiver terminado, sua dignidade, a converter-se em luz, será o seu tesouro.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. XLV do livro LEIS MORAIS DA VIDA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
***
#momentoespirita #reflexão #glórias #dificuldades #vida #desafios #êxitos #fracassos
320

289. OBJETIVO DA VIDA HUMANA

Ninguém se encontraria reencarnado na Terra, não tivesse a existência física uma finalidade superior.
O ser é produto de um largo processo de desenvolvimento dos infinitos valores que lhe dormem em
latência, aguardando os meios propiciatórios à sua manifestação. Etapa a etapa, passo a passo, são
realizados progressos que se fixam mediante os hábitos que se incorporam à individualidade, que
resulta do somatório das vivências das multifárias reencarnações.
Erros e acertos constituem recursos de desdobramento da consciência para os logros mais grandiosos
da sua destinação, que é a de natureza cósmica, quando em perfeita sintonia com os planos e
programas do Universo.
Passando o princípio inteligente por diversos patamares do processo da evolução, fixa todas as
experiências que lhe constituem patrimônio de crescimento mental e moral, atravessando os períodos
mais difíceis e laboriosos da fase inicial, para alcançar os níveis de lucidez que o capacitam à
compreensão e vivência dos Soberanos Códigos que regem o Cosmo.
No período do pensamento primário tudo é feito mediante automatismos dos instintos, preservando os
fenômenos inevitáveis da vida biológica, de modo a poder desenvolver as faculdades do discernimento
sob a força do trabalho brutal, suavizando a própria faina com o esforço das conquistas operadas.
Nesse ser primitivo as esperanças cantam as expectativas das glórias futuras. Ele olha o zimbório
estrelado e não entende as lanternas mágicas rutilando ao longe, que lhe parece próximo.
A saga da evolução é longa e, por vezes, dolorosa, deixando-lhe sulcos profundos, que noutras fases,
sob estímulos inesperados dos sofrimentos, ressurgem como angústia ou violência, desespero ou
amargura que não consegue explicar. Constituir-lhe-ão arquétipos a exercerem grande influência no
seu comportamento psicológico durante várias existências corporais, assinalando-lhe a marcha
ascensional. Mesclam-se, em cada personalidade proveniente das reencarnações, dando surgimento a
algumas personificações parasitárias e perturbadoras, que constituem o capítulo das personalidades
múltiplas, em forma de comportamentos alienados. A sua evolução psicológica é, também, a mesma
antropológica, especialmente nos passos primeiros.
Avançando lenta e seguramente, aprendendo com as forças vivas do Universo, entesoura os recursos
preciosos do conhecimento que lhe custou sacrifícios inumeráveis no longo curso das experiências, e
agora se interroga a respeito da finalidade de todo esse curso de crescimento, descobrindo, por fim, que
se encontra no limiar das realizações realmente plenificadoras e profundas, porque são as que
significam libertação dos atavismos remanescentes, ampliando as aspirações na área das emoções
mais nobres, portanto, menos afligentes, aquelas que não deixam as sequelas do cansaço, da
amargura ou do desânimo.
***
A criatura está fadada à felicidade, à conquista do Infinito, além das expressões do espaço.
A dor que hoje a comprime é camartelo de estimulação para que saia da situação que propicia esse
desagradável fator de perturbação.
Compreendendo, por fim, a grandeza do amor, alça-se às cumeadas do trabalho pelo bem geral,
empenhando--se na conquista de si mesma, do seu próximo, da vida em geral. Tudo quanto pulsa e
vibra interessa-lhe, retira-a da pequenez e conduz à grandeza, trabalhando-lhe o íntimo que se expande
e se harmoniza em um hino de confraternização com tudo e com todos, passando a fazer parte vibrante
da vida.
Esse significado existencial somente é descoberto quando atinge um grau de elevada percepção da
realidade, que transcende o limite da forma física, transitória e experimental que, todavia, pode e deve
ser cultivada com alegria e saúde integral.
Não se creia, portanto, equivocadamente, que a finalidade primeira da conjuntura existencial seja viver
bem, no sentido de acumular recursos, fruir comodidades, gozar sensações que se renovam e exaurem,
alcançando o pódio da glória competitiva e todos esses equivalentes anelos do pensamento mágico,
partindo para as aspirações fenomênicas e miraculosas dos privilégios e das regalias que não
harmonizam o indivíduo com ele mesmo.
***
321

Certamente, na pauta dos objetivos e do sentido existencial, constam as realizações sociais,


econômicas, artísticas, culturais, religiosas, todas aquelas que fazem parte do mundo de relações
interpessoais. Entretanto, não são exclusivas - metas finais das buscas e das lutas - desde que o ser
transpõe os umbrais do túmulo e continua a viver, levando os seus programas de elevação gravados no
imo profundo.
Lutar sem fadigas exaustivas por conquistar-se, superando-se quanto possível, enfrentando os desafios
com alegria e compreendendo que são os degraus de ascensão diante dos seus passos - eis como
incorporará ao cotidiano os objetivos essenciais do seu aprimoramento físico, emocional e mental.
***
Livro: Vida - Desafios e Soluções / Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco
***
#joannadeangelis #vida #desafios #evolução #reencarnação #PsicologiaEspírita #reflexão #autoconhecimento
322

290. REGATOS NO DESERTO

Aquele homem era muito mesquinho. Uma pessoa amarga. Tinha a capacidade de brigar com as
crianças se elas ousassem colocar um pé no seu gramado.
Não gostava que elas andassem de bicicleta em frente a sua casa. Por tudo isso, o senhor José era
detestado.
Dentre todos os meninos da vizinhança, contudo, havia um que quase o odiava. É que um dia, Ricardo,
nos seus nove anos, passara com sua bicicleta pela calçada do senhor José e este o acertara com uma
pá.
O garoto não deixou por menos. Foi até em casa, pegou uma bola de soprar, encheu-a de água e jogou
no vizinho irritado.
Ele chamou um policial que transmitiu um alerta sobre Ricardo.
Um pouco depois, o policial encontrou Ricardo no jardim de sua própria casa. Parou o carro, andou em
direção ao garoto e quando esse se preparava para levar a maior bronca, o policial colocou a mão
pesada sobre seu ombro e lhe disse: É isso aí. Gostei de ver. Acertou em cheio.
Ele também não gostava do senhor José.
Depois disso, Ricardo nunca mais passou pela frente da casa do senhor José.
Vinte anos depois, num belo dia de primavera, passeando próximo da casa de seus pais, Ricardo viu o
homem. Ele reunia as folhas mortas do quintal com um ancinho e vendo-o, se aproximou.
Ricardo ficou nervoso. Mas o senhor José foi até ele e estendeu a mão. O homem violento, rabugento
de vinte anos antes, era só gentileza. Havia mudado. A raiva desaparecera.
A mudança começara depois que a mãe dele morrera e ele se sentira só. Com o passar do tempo
aprendera que, em vez de afugentar as crianças, ele deveria atraí-las para sua varanda e lhes dar
biscoitos.
Aprendera que ninguém consegue viver sozinho e que as pessoas são mais importantes do que a
calçada, a casa, os ladrilhos brilhantes, o gramado impecável.
Quando se está só e se tem vontade de conversar com alguém, os móveis não podem nos dar
respostas e nem os objetos nos abraçar.
Ricardo apertou a mão do vizinho e sorriu. Enquanto sentia o calor da mão calejada do inimigo de
outrora, lembrou-se do que lera, um dia, nos ditos do profeta Isaías, a respeito de Deus criar regatos no
meio do deserto, colocando graças onde jamais estiveram antes. Graças como o amor onde sempre
havia ódio.
E Ricardo teve a certeza de que naquele início de primavera, ele entrara em um desses regatos, como
num oásis de paz.
Ele acabara com uma inimizade e possuía agora um amigo.
***
Para o pessimista, as pessoas não mudam nunca e o mundo está cada vez pior.
Para quem acredita na força do amor e na generosidade da vida, sempre é tempo das criaturas
mudarem o rumo de suas vidas, não importando a idade, a cultura, o local onde vivam.
Para os que desejam o bem, nunca é tarde para refazer caminhos, pedir desculpas, reconquistar
corações.
Para quem ama, apesar dos ventos frios do inverno e das folhas mortas do outono, a primavera é uma
constante no terreno do coração.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no artigo O QUE APRENDÍ COM OS VIZINHOS, publicado em SELEÇÕES READER'S DIGEST, de abril de
1999.
***
#momentoespirita #reflexão #pessimismo #otimismo #vida #antipatias #simpatias #comportamento
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291. NOSSOS JOVENS

Quando observamos jovens saindo das escolas, burlando a vigilância e as normas, tomarem de assalto
os ônibus, sentando-se enquanto idosos ficam em pé; quando vemos adolescentes gritarem nas ruas,
pensamos: O mundo está perdido.
Que se poderá esperar do futuro quando os cidadãos não se respeitam uns aos outros?
Que profissionais serão os que teremos, logo mais, no mercado, assim violentos e egoístas?
Quando vemos, nas madrugadas, jovens em bares ruidosos, onde circula a bebida alcoólica e a
conversa menos digna, pensamos: Que mundo sem esperança teremos no amanhã.
Tal visão é, em verdade, muito pessimista. Em razão de alguns, consideramos o todo.
Esquecemos de olhar para outros jovens que são exemplos de desprendimento e ousadia moral.
Lemos, em revista internacional, a respeito de uma jovem inglesa que, aos 16 anos, tomou
conhecimento dos campos da morte do Camboja, destroçado anos antes pela ação do Khmer
Vermelho.
Para logo ela fez circular, na real academia de música, de Londres, onde estudava música, um abaixo-
assinado sobre a crise.
Não estamos fazendo o bastante, dizia às colegas.
Um dia, uma delas lhe falou: Por que você não para de reclamar e toma uma atitude?
Ela tomou. Foi ao Camboja. Seu objetivo: tocar seu violino em nome da paz.
Aos 18 anos, sozinha, foi para a capital cambojana, após muita dificuldade para conseguir os vistos de
entrada no país.
Visitou zonas de guerra, onde o Khmer Vermelho plantara minas no chão. Visitou orfanatos e hospitais.
Viu árvores que cresciam dentro de casas abandonadas. Casas que exibiam as marcas das balas. Ela
quase podia sentir os Espíritos dos mortos andando pelas ruas.
Voltou a Londres, estudou o Khmer, a língua do Camboja e, em 1991, aos 19 anos de idade, formada
pela Real Academia de Londres, ela retornou ao Camboja.
Queria ajudar a aliviar o sofrimento que via. Ofereceu-se para lecionar num programa de terapia musical
para feridos na guerra.
Em 1994, fundou uma escola para crianças órfãs e deficientes. Algumas estavam tão traumatizadas que
demoravam semanas para esboçar alguma reação.
Mesmo com as bombas riscando o céu da cidade, as aulas continuavam.
Em meio a farrapos de corpos, crianças em cadeiras de rodas, portadoras de poliomielite, sem pais, ela
ama, ensinando-as a cantar, a tocar.
Ela é jovem e ali está, amando os filhos de ninguém, os filhos da guerra.
Seu objetivo: ensiná-los a viver, voltar a viver. Enquanto eles fazem os instrumentos musicais emitirem
sons, ela os ensina a cantar a canção tradicional do Camboja, sobre a história de dois pássaros,
perseguidos por um caçador.
Trata-se de uma grande batalha entre o bem e o mal. Essa história, aquelas crianças conhecem muito
bem.
***
Emm 1998, Catherine Geach, organizou um concerto para que sete alunos levassem para a Europa a
música do Camboja.
O objetivo maior da turnê era uma mensagem simples e profunda: Em memória de todos os artistas que
morreram sob o domínio do Khmer Vermelho. E para as crianças de hoje, que carregam a herança de
seus ancestrais.
Enquanto existirem almas como a de Catherine, no mundo, a Terra prosseguirá na sua marcha pelo
progresso maior, alcançando a paz, logo mais.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no artigo A MÚSICA DA ESPERANÇA, publicado em SELEÇÕES READER'S DIGEST, de maio de 1999.
***
#momentoespirita #reflexão #pessimismo #otimismo #vida #antipatias #simpatias #comportamento
324

292. ABRAÇOS GRÁTIS

Na praça movimentada de um grande centro urbano, por onde circulam milhares de pessoas
diariamente, uma pessoa solitária estende um cartaz que diz: Abraços grátis.
Possivelmente tenhamos visto alguns vídeos que circulam pela internet, mostrando cenas muito
interessantes e emocionantes envolvendo os heróis dos Free hugs, os Abraços grátis.
Segundo o site Free Hugs Movement, o registro mais antigo desse tipo de manifestação coletiva
aconteceu em 1986, quando o reverendo Kevin Zaborney criou em sua igreja o Dia Nacional do Abraço,
celebrado todo ano, em vinte e um de janeiro.
Posteriormente, a esse movimento aderiram outras instituições como ONGs, hospitais, escolas dos
Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Austrália, Alemanha e Rússia.
Em 2001, Jason Hunter deu início ao movimento Abraços grátis, após a morte de sua mãe.
Um dia, que começou em completa tristeza, terminou em grande alegria porque eu percebi que minha
mãe tinha feito exatamente o que Deus solicitou dela. – Disse ele, no site da sua campanha.
Ela adorava abraçar as pessoas, independente da raça ou sexo, e fazer com que soubessem o quanto
eram importantes.
Que mundo maravilhoso poderíamos ter se fôssemos conhecidos como pessoas que têm um sorriso e
uma palavra amável para todos.
Jason quis dar continuidade à missão de sua mãe e saiu pelas ruas da praia, ao sul de Miami, com o
cartaz escrito Abraços grátis.
Cada pessoa reage de forma diversa. Há os que rejeitam. Mas os que cedem ao convite simpático,
saem com um sorriso no rosto.
Há muito mais ali do que o simples ato de abraçar um estranho. Há a doação daquele que se coloca à
disposição dos outros para um pequeno gesto de carinho.
Imaginamos que nem todos trazem boas vibrações, energias positivas, em seus abraços, pois cada um
vem de uma realidade diferente e, muitas vezes, essa realidade é dura e triste.
Porém, acabam levando um pequeno mimo, um pequeno consolo, uma breve mensagem que diz: Eu
me importo com você.
Há também o processo psicológico de se romper com a barreira do afastamento físico, pois muitos de
nós trazemos bloqueios nas expressões mais simples de carinho e não aprendemos sequer a dar um
abraço.
Por isso, podemos ver os mais diferentes tipos de abraços possíveis: de lado, de longe, com medo,
quase sem tocar o outro.
É uma verdadeira sessão de psicoterapia, descomprometida, ao ar livre, de onde todos saem melhor.
A frase encontrada no cabeçalho do site oficial do movimento resume tudo: Às vezes, um abraço é tudo
o que precisamos.
***
Talvez, muitos de nós não nos sintamos à vontade para abraçar estranhos.
Mas, cabe uma reflexão: Será que estamos abraçando os nossos suficientemente? Os mais próximos,
os nossos amores?
Será que por vermos nossos pais, filhos, esposos e amigos, constantemente, não estamos deixando de
lado os abraços?
Respondamos, por fim, a esta pergunta: Quantos abraços já demos hoje?
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #pessimismo #otimismo #vida #antipatias #simpatias #comportamento
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293. ACEITAÇÃO

Quando precisamos aceitar uma circunstância que não foi planejada, o primeiro impulso que temos é o
de ser resistente à nova situação.
É difícil aceitar as perdas materiais ou afetivas, a dificuldade financeira, a doença, a humilhação, as
traições.
A nossa tendência natural é resistir e combater tudo o que nos contraria e que nos gera sofrimento.
Agindo assim, estaremos prolongando a situação. Resistir nos mantém presos ao problema, muitas
vezes perpetuando-o e tornando tudo mais complicado e pesado.
Em outras ocasiões, nossa reação é a de negação do problema e, por vezes, nos entregamos a
desequilíbrios emocionais como revolta, tristeza, culpa e indignação.
Todas essas reações são destrutivas e desagregadoras.
Quando não aceitamos, nos tornamos amargos e insatisfeitos. Esses padrões mentais e emocionais
criam mais dificuldades e nos impedem de enxergar as soluções.
Pode parecer que quando nos resignamos diante de uma situação difícil, estamos desistindo de lutar e
sendo fracos.
Mas não. Apenas significa que entendemos que a existência terrestre tem uma finalidade e que a vida é
regida pela lei de ação e reação; que a luta deve ser encarada com serenidade e fé.
Na verdade, se tivermos a verdadeira intenção de enfrentar com equilíbrio e sensatez as grandes
mudanças que a vida nos apresenta, devemos começar admitindo a nova situação.
***
A aceitação é um ato de força interior que desconhecemos. Ela vem acompanhada de sabedoria e
humildade, e nos impulsiona para a luta.
É detentora de um poder transformador que só quem já experimentou pode avaliar.
Existem inúmeras situações na vida que não estão sob o nosso controle. Resta-nos então acatá-las.
É fundamental entender que esse posicionamento não significa desistir, mas, sim, manter-se lúcido e
otimista no momento necessário.
No instante em que aceitamos, apaga-se a ilusão de situações que foram criadas por nós mesmos e as
soluções surgem naturalmente.
Aceitar é exercitar a fé. É expandir a consciência para encontrar respostas, soluções e alívio. É manter
uma atitude saudável diante da vida. É nos entregarmos confiantes ao que a vida tem a nos oferecer.
***
Estamos nesta vida pela misericórdia de Deus, que nos concedeu nova oportunidade de renascimento
no corpo físico.
Os sentimentos de amargura, desespero e revolta, que permeiam nossa existência, são frutos das
próprias dificuldades em lidar com os problemas.
Lembremos que todas as dores são transitórias.
Quando elas nos alcançarem, as aceitemos com serenidade e resignação. Olhemos para elas como
mecanismos da lei universal que o Pai utiliza para que possamos crescer em direção a ele.
Busquemos, desse modo, as fontes profundas do amor a que se reporta Jesus que o viveu, e o amor
nos dirá como nos devemos comportar perante a vida, no crescimento e avanço para Deus.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no texto ACEITAÇÃO, de autoria desconhecida e com parágrafo final do cap. 20 do livro TERAPÊUTICA DE
EMERGÊNCIA, por diversos Espíritos, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #reflexão #resignação #fé #vida #serenidade #aprendizado #comportamento
326

294. COM FÉ E ALEGRIA

Paulo de Tarso, chamado Apóstolo dos gentios, reconhecendo não poder atender, pessoalmente, a todas
as comunidades nascentes do Cristianismo, escreveu-lhes cartas.
Nelas, orientava aqueles grupos a respeito de como deveriam realizar a tarefa da divulgação do
Evangelho de Jesus, tanto quanto estendia a solidariedade, enviando mensagens de encorajamento.
Dirigindo-se aos Filipenses, escreve dizendo da saudade dos amigos, a quem assegura amar.
E tece versos de verdadeira poesia em torno da alegria, rogando a todos que se mantenham fiéis ao
Senhor da Vida.
Alegrai-vos sempre no Senhor. E novamente vos afirmo: alegrai-vos!
Seja a vossa amabilidade conhecida por todas as pessoas. Não andeis ansiosos por motivo algum; pelo
contrário, sejam todas as vossas solicitações declaradas na presença de Deus por meio de oração.
E a paz de Deus, que ultrapassa todo entendimento, guardará o vosso coração e os vossos
pensamentos em Cristo Jesus.
Conclui os seus escritos àqueles servos de Jesus, convidando-os a louvar por tudo que for bom,
verdadeiro, honesto.
Em síntese, traça um roteiro de vida, no qual não falta dizer das necessidades e dificuldades que todos
padecemos.
Externa sua gratidão por terem sido atenciosos para com ele. Afinal, quem não precisa de cuidados,
neste mundo?
***
Alguns de nós, às vezes, nos acreditamos autossuficientes, sem necessitar de outros. Temos problemas,
mas não dizemos a ninguém porque pensamos em tudo resolver a sós.
No entanto, os grandes Espíritos, que andaram pela Terra, nos exemplificam que todos necessitamos
uns dos outros. É da lei de sociedade. É da lei de amor.
O Apóstolo de Tarso ainda afirma, em sua carta, que não se acredita um necessitado, porque aprendeu a
viver satisfeito em toda e qualquer circunstância.
Sabe o que é passar necessidade e o que é viver na fartura. Aprendi, escreve ele, o mistério de viver
feliz em todo lugar e em qualquer situação, esteja bem alimentado, ou mesmo com fome.
Tendo muito ou passando privações. E afirma a sua fé, que isso tudo proporciona: Tudo posso nAquele
que me fortalece.
Mas enfatiza agradecimentos pelo que os amigos lhe enviaram, uma doação que ele diz ter recebido
como oferta de aroma suave.
***
Quantas lições para os dias atuais. Para as nossas vidas. Um convite à fé. Um convite à alegria.
Também à gratidão.
Sabermos ser gratos por tudo que temos. Ou pelo que nos falta.
Pelos amigos que nos suprem tantas necessidades, nos enxugam lágrimas, nos oferecem o ombro
amigo em dias de tempestade.
Sermos alegres pelo dia de sol, pela flor que desabrocha, pela cachoeira que se precipita das alturas,
quase ensurdecedora.
Sermos alegres por termos despertado no corpo de carne mais uma vez. Pelo alimento que saboreamos.
Por tantas pequenas coisas. Um sorvete. O animal que vem ao nosso encontro, nos saudando.
Pela casa que temos, grande, média ou minúscula. Mas um lugar para voltar.
Um lar onde nos aguardam nossos amores: pais, esposos, filhos, irmãos. Ou simplesmente um cão.
Aprendamos a viver com fé e alegria. O dia apenas desperta. Tentemos.
***
Extraído do Momento Espírita, com base na EPÍSTOLA AOS FILIPENSES, cap. 4.
***
#momentoespirita #reflexão #resignação #fé #vida #serenidade #aprendizado #comportamento
327

295. A VOCAÇÃO E O AMOR AO TRABALHO

Vanessa é médica e, há alguns meses, diante de uma situação de tragédia que se abateu em uma
região do país, decidiu se voluntariar para atender, por alguns dias, em uma das cidades afetadas.
Apesar de realizar rotineiramente um trabalho voluntário, não o fazia como médica, e essa oportunidade
a fez pensar que poderia ajudar muito. Poderia fazer de sua profissão um verdadeiro ato de amor.
Chegando lá, ela e outros profissionais do mesmo grupo, começaram imediatamente a atender em um
posto de saúde. A necessidade era grande e a vontade de ajudar ainda maior.
No segundo dia o posto de saúde estava cheio. As filas eram enormes. Vanessa atendia a todos com
muita atenção e carinho. No final da manhã, ao chamar uma paciente, teve uma surpresa.
A senhora entrou, sentou-se e disse: Doutora, preciso lhe contar algo, pois acho que estão cometendo
uma injustiça lá na fila. Estão reclamando que a senhora atende muito devagar, e muita gente tem
pressa.
Mas eu, continuou a paciente, disse que queria ser atendida pela senhora, pois é bom ter um médico
que escute a gente, que examine direito e que receite direito.
A voluntária sorriu e respondeu que uma consulta bem feita leva algum tempo, e que sua obrigação era
dedicar-se aos pacientes. Dito isto iniciou a consulta com atenção e carinho para evitar erros.
Durante dias Vanessa lembrou constantemente daquela paciente, e do que ela dissera. Não se
ofendera pois sabia que a imagem que se tem de muitas profissões é, na verdade, uma consequência
da atitude de alguns profissionais.
Lembrava que, desde criança, desejava ser médica e que não mediu esforços em seus estudos para
atingir sua meta. Amava sua profissão e a exercia com amor. Possuía uma situação material estável,
mas trabalhava muito.
A medicina fora, para ela, uma vocação e não uma escolha profissional baseada em possíveis ganhos
materiais ou no status social.
Conhecia, no entanto, alguns colegas para os quais os pacientes eram somente clientes e o ganho em
dinheiro superava qualquer amor pela tarefa. Não se admirava ao ver tantos pacientes descontentes.
***
O trabalho é qualquer ocupação útil, seja ela física, ou intelectual. O trabalho faz parte das leis da
natureza às quais o homem está sujeito.
Muitas pessoas abraçam um trabalho sem ser o que realmente querem, sem ser aquele para o qual
sentem que são chamados, devido a necessidades materiais. Mesmo nessas circunstâncias a
dedicação deve vigorar.
Frequentemente, pessoas que obtêm sustento de uma ocupação que não corresponda ao seu desejo,
estudam e se preparam para, um dia, seguirem sua real vocação.
Todas as profissões estão inseridas na sociedade para um determinado fim. Obviamente que o sustento
material é importante para o profissional, pois dá a ele condições de viver dignamente, de progredir, de
sustentar a família.
Dedique-se verdadeiramente ao seu trabalho. Mesmo que deseje exercer outra que não seja sua atual
profissão, agradeça a oportunidade que lhe é dada quando há tantos que desejariam seu lugar.
Se almeja mudar, busque merecer. Estude, especialize-se e não desista. Mas nunca deixe de se
dedicar ao que faz.
Lembre-se do Mestre Jesus, que sempre soube qual era Sua missão na Terra, mas, durante muitos
anos exerceu o ofício da carpintaria, com amor e resignação.
***
Extraído do Momento Espírita, com base em fato e no cap. 11 do livro ESTUDOS ESPÍRITAS, por Joanna de Angelis e Divaldo Pereira Franco, ed. FEB.
***
#momentoespirita #trabalho #amor #vida #ocupação #aprendizado #leidotrabalho
328

296. AINDA E SEMPRE A GENTILEZA

A Terra, em sua transição de um mundo de provas e expiações para um mundo de regeneração,


apresenta, todos os dias, grandes tragédias.
São aquelas provocadas pela natureza em fúria, que se traduzem em terremotos, ciclones, furacões,
chuvas intensas.
São aqueloutras, provocadas pelo ser humano, em sua forma ainda familiarizada com a maldade e que
produzem muitas lágrimas.
Também tragédias provocadas pelo ceticismo e pelo fanatismo que crescem desequilibrando mentes e
corações, afastando pessoas queridas...
Por isso, em meio à indiferença que gera frieza, amargura e até revolta, tentemos cultivar o que é
básico, essencial, primordial mesmo para uma vida mais leve e feliz: a gentileza!
Encontremos espaço e tempo para cultivá-la em nossas relações, exercitando-a em atitudes simples e
possíveis.
Poderão parecer sem maior importância. No entanto, são preciosos momentos que podemos ofertar de
nós, sem esforço algum.
Por exemplo, um olhar compreensivo ante o equívoco de alguém. Um abraço festivo. Um sorriso de
contentamento.
A gentileza de permitir a pessoa atravessar a rua, enquanto aguardamos com nosso carro.
No ceder um lugar no transporte público. Pode ser a um idoso, uma senhora grávida, alguém com uma
criança ao colo ou com muitas compras.
Na gratidão a um garçom, um frentista, um caixa de banco ou supermercado.
Pensemos em quantas horas eles devem permanecer em seus postos, atendendo e atendendo. Como
se sentirão gratificados pela gentileza do nosso Muito obrigado.
Exercitemos a gentileza também no pedido de desculpas sincero. Afinal, quem não comete erros e
faltas neste mundo?
No respeito a uma fila que já existia antes da nossa chegada, mesmo que estejamos com pressa pelo
compromisso de logo mais.
Na paciência com alguém lento ou apressado.
Na mensagem otimista que compartilhamos sem excessos e neuroses.
Na ligação apenas para saber como o outro tem passado. Numa informação que damos, detendo o
passo, atenciosos.
Numa qualidade que reconhecemos em alguém e com prazer verbalizamos para a própria pessoa.
Numa lágrima que discretamente enxugamos no rosto alheio. Num enxoval que silenciosamente
providenciamos.
Numa planta que sem alarde regamos.
Numa alegria que dividimos.
Num café que oferecemos.
Numa oração por quem precisa.
No pão que podemos providenciar a quem tem fome.
No respeito a quem pensa e vive de um jeito diferente do nosso.
Na gratidão a quem nos beneficia.
No relevar a falta de um amigo.
No cuidado com um animal.
Tudo isso está ao nosso alcance fazer sem prejuízo para os nossos compromissos, investimentos,
compras, viagens, tratamentos e redes sociais.
Basta que tenhamos vontade e julguemos importante o cultivo desse cuidado.
329

Não esperemos por governos, autoridades, líderes religiosos, guias, anjos, todos importantes em seus
respectivos papéis entre nós.
Façamos antes a nossa parte e encontraremos a alegria e a paz que tanto desejamos, que não vêm por
atacado. Elas chegam como a chuva fina, mansa e discreta, no grande varejo da nossa existência.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no texto GENTILEZA, de Cezar Braga Said.
***
#momentoespirita #gentileza #amor #vida #comportamento
330

297. O QUE NOSSO FILHO PODE FAZER

Muito se discute, na atualidade, sobre a autoestima das crianças. Como trabalhá-la, como criar filhos
confiantes e conhecedores do que são capazes de fazer e de ser.
A criança não se conhece. Enquanto nós, adultos, já somos habilitados para realizar a viagem do
autodescobrimento, elas ainda não têm instrumentos suficientes para isso.
São Espíritos reencarnados, trazem tendências e potencialidades. Por isso, necessitam de todo auxílio
possível para se descobrirem.
Somos nós, os pais, educadores ou responsáveis, que podemos lhes proporcionar essa
instrumentalização de grande importância.
Ensiná-los a perceber seus sentimentos e emoções diante de cada situação e trabalhá-los, sem medo.
Reprimir, esconder são mecanismos que trazem prejuízos enormes para seu desenvolvimento.
Os que estão mais próximos serão aqueles que poderão enxergar além da casca, além do que se vê
por fora. São esses que auxiliarão cada criança a perceber-se como autor de seu próprio destino, que
pode ser muito feliz.
***
Vejamos um exemplo: Rebeca traz para casa uma prova de matemática. Vinte e sete problemas foram
respondidos corretamente, mas três não.
O que faz seu pai? Censura os três problemas errados.
Se lhe perguntarmos porque faz isso, ele dirá: Quero que saiba o que estava errado para não cometer
os mesmos erros outra vez!
A intenção é boa, mas a menina acaba por não ouvir nem um comentário sobre os vinte e sete
problemas que acertou!
Esse é um comportamento comum de muitos de nós, enquanto pais e educadores.
Em coisas pequenas, nos esquecemos de focalizar os dotes excepcionais de cada criança.
Destacamos aquilo que ela não tem e quando voltamos a nossa atenção para as deficiências dela, o
amor pode se perder.
***
Se ao nosso filho falta confiança em si mesmo, procuremos ver o que ele pode fazer, quais as suas
habilidades, os seus potenciais.
Mencionemos tudo que ele consegue fazer e deixemos de focalizar o que ainda não consegue.
Seu senso de sucesso – vitória – é a chave para que acredite em si mesmo.
Isso estimula sua convicção de que tem alguma coisa a oferecer, levando-o a novos esforços.
Jamais, porém, criemos imagens falsas, distorcidas, do que ele é. Por vezes, na ânsia de sermos
amados por nossos filhos, os colocamos em patamares ilusórios.
Nossos filhos não são maravilhosos em tudo. Se eles se enxergarem assim, com essa lente distorcida,
terão problemas, com certeza.
O autodescobrimento, quando bem realizado, equilibra todas as percepções. Ao mesmo tempo que
valoriza as potencialidades, os recursos de que a criança dispõe, refletem sobre o que pode fazer para
melhorar em cada área.
Assim, atuemos com uma observação profunda, um tato repleto de amorosidade e utilizando toda nossa
experiência de vida e nosso próprio autoconhecimento.
Assumimos essa responsabilidade valorosa perante o Criador. Dediquemo-nos a ela com seriedade e
amor.
***
Extraído do Momento Espírita, com base em trecho do livro A AUTOESTIMA DE SEU FILHO, de Dorothy Corkille Briggs, ed. Martins Fontes.
***
#momentoespirita #autoestima #educação #filhos #família #autodescobrimento
331

298. CASAMENTO E FAMÍLIA

Diante das contestações que se avolumam, na atualidade, pregando a reforma dos hábitos e costumes,
surgem os demolidores de mitos e de Instituições, assinalando a necessidade de uma nova ordem que
parece assentar as suas bases na anarquia.
A onda cresce e o tresvario domina, avassalador, ameaçando os mais nobres patrimônios da cultura, da
ética e da civilização, conquistados sob ônus pesados, no largo processo histórico da evolução do
homem.
Os aficionados de revolução destruidora afirmam que os valores ora considerados, são falsos, quando
não falidos, e que os mesmos vêm comprimindo o indivíduo, a sociedade e as massas, que
permanecem jungidos ao servilismo e à hipocrisia, gerando fenômenos alucinatórios e mantendo, na
miséria de vários matizes, grande parte da humanidade.
Entre as Instituições que, para eles, se apresentam ultrapassadas, destacam o matrimônio e a família,
propondo a promiscuidade sexual, que disfarçam com o nome de "amor livre", e a independência do
jovem, imaturo e inconsequente, sob a justificativa de liberdade pessoal, que não pode nem deve ser
asfixiada sob os impositivos da ordem, da disciplina, da educação...
Excedendo-se, na arbitrariedade das propostas ideológicas ainda não confirmadas pela experiência
social nem pela convivência na comunidade, afirmam que a criança e o jovem não são dependentes
quanto parecem, podendo defender-se e realizar-se, sem a necessidade da estrutura familiar, o que
libera os pais negligentes de manterem os vínculos conjugais, separando-se tão logo enfrentam
insatisfações e desajustes, sem que se preocupem com a prole.
***
Não é necessário que analisemos os problemas existenciais destes dias, nem que façamos uma
avaliação dos comportamentos alienados, que parecem resultar da insatisfação, da rebeldia e do
desequilíbrio, que grassam em larga escala.
A monogamia é conquista de alto valor moral da criatura humana, que se dignifica pelo amor e respeito
ao ser elegido, com ele compartindo alegrias e dificuldades, bem-estar e sofrimentos, dando margem às
expressões da afeição profunda, que se manifesta sem a dependência dos condimentos sexuais, nem
dos impulsos mais primários da posse, do desejo insano.
Utilizando-se da razão, o homem compreende que a vida biológica é uma experiência muito rápida, que
ainda não alcançou biótipos de perfeição, graças ao que, é frágil, susceptível de dores, enfermidades,
limitações, sendo, os estágios da infância como o da juventude, preparatórios para os períodos do
adulto e da velhice.
Assim, o desgaste e o abuso de agora tornam-se carência e infortúnio mais tarde, na maquinaria que
deve ser preservada e conduzida com morigeração.
Aprofundando o conceito sobre a vida, se lhe constata a anterioridade ao berço e a continuidade após o
túmulo, numa realidade de interação espiritual com objetivos definidos e inamovíveis, que são os
mecanismos inalienáveis do progresso, em cujo contexto tudo se encontra sob impositivos divinos
expressos nas leis universais.
Desse modo, baratear, pela vulgaridade, a vida e atirá-la a situações vexatórias, destrutivas, constitui
crime, mesmo quando não catalogado pelas leis da justiça, exaradas nos transitórios códigos humanos.
***
O matrimônio é uma experiência emocional que propicia comunhão afetiva, da qual resulta a prole sob a
responsabilidade dos cônjuges, que se nutrem de estímulos vitais, intercambiando hormônios
preservadores do bem estar físico e psicológico. Não é, nem poderia ser, uma incursão ao país da
felicidade, feita de sonhos e de ilusões.
Representa um tentame, na área da educação do sexo, exercitando a fraternidade e o entendimento,
que capacitam as criaturas para mais largas incursões na área do relacionamento social. Ao mesmo
tempo, a família constitui a célula experimental, na qual se forjam valores elevados e se preparam os
indivíduos para uma convivência salutar no organismo universal, onde todos nos encontramos fixados.
332

A única falência, no momento, é a do homem, que se perturba, e, insubmisso, deseja subverter a ordem
estabelecida, a seu talante, em vãs tentativas de mudar a linha do equilíbrio, dando margem às
alienações em que mergulha.
Certamente, muitos fatores sociológicos, psicológicos, religiosos e econômicos contribuíram para este
fenômeno. Não obstante, são injustificáveis os comportamentos que investem contra as Instituições
objetivando demoli-las, ao invés de auxiliar de forma edificante em favor da renovação do que pode ser
recuperado, bem como da transformação daquilo que se encontre ultrapassado.
***
O processo da evolução é inevitável. Todavia, a agressão, pela violência, contra as conquistas que
devem ser alteradas, gera danos mais graves do que aqueles que se buscam corrigir. O lar, estruturado
no amor e no respeito aos direitos dos seus membros, á a mola propulsionadora do progresso geral e
da felicidade de cada um, como de todos em conjunto.
Para esse desiderato, são fixados compromissos de união antes do berço, estabelecendo-se diretrizes
para a família, cujos membros se voltam a reunir com finalidades específicas de recuperação espiritual
e de crescimento intelecto-moral, no rumo da perfeição relativa que todos alcançarão.
Esta é a finalidade primeira da reencarnação.
***
A precipitação e desgoverno das emoções respondem pela ruptura da responsabilidade assumida,
levando muitos indivíduos ao naufrágio conjugal e á falência familiar por exclusiva responsabilidade
deles mesmos.
Enquanto houver o sentimento de amor no coração do homem - e ele sempre existirá, por ser
manifestação de Deus ínsita na vida - o matrimônio permanecerá, e a família continuará sendo a célula
fundamental da sociedade.
Envidar esforços para a preservação dos valores morais, estabelecidos pela necessidade do progresso
espiritual, é dever de todos que, unidos, contribuirão para uma vida melhor e uma humanidade mais
feliz, na qual o bem será a resposta primeira de todas as aspirações.
***
Extraído do livro ANTOLOGIA ESPIRITUAL, por Benedita Fernandes & Divaldo P. Franco
***
#casamento #matrimônio #família #responsabilidade #divorcio #divaldofranco
333

299. O SEGUNDO CASAMENTO

Ele concluíra o curso de contabilidade. Então, a vontade de ser médico, de fazer algo mais pelo
semelhante, o levou a entrar para a Faculdade de Medicina.
E foi ali que, um dia, ele viu uma jovem morena, que lhe chamou a atenção. Ela parecia ser do Nordeste,
e tinha um jeitinho de japonesa.
Enfim, alguém que lhe fez bater o coração de forma diferente.
O tempo foi passando. Ele descobriu o nome dela, falou com seus colegas ou seja, foi chegando
devagar, mas com certeza.
Em julho de 1970, ele fez o que considerou a sua mais importante aquisição: um par de alianças.
Também uma geladeira, já pensando no futuro próximo.
E naquele mesmo ano, antes mesmo dela terminar o curso, se casaram. Isso permitiu que ao conquistar
o diploma ostentasse o sobrenome de casada.
Foram anos maravilhosos. Vieram os filhos, somaram-se genros, noras e netos.
As alegrias foram se sucedendo. De vez em quando, uma surpresa, um pequeno susto. Uma cirurgia
cardíaca, um problema de saúde adiante.
Quando 2018 quase estava para se despedir, foi que o inusitado aconteceu.
O casal viajou para outro Estado, na casa de um dos filhos, para a comemoração do primeiro aniversário
de mais uma netinha.
Foi quando Laertes se deu conta de que estava casado há cinquenta anos. Meio século.
Que coisa incrível. Como o tempo passara. Parecia-lhe que ontem ainda estava propondo casamento
para Célia. E, agora, eram avós.
Ele pensou que precisava tomar uma atitude. Cinquenta anos é um bocado de tempo. Teve uma ideia
brilhante. Sem nada confidenciar a ninguém, foi comprar um par de alianças, mandou gravar os nomes.
Então, em plena festa de aniversário da menina, com a presença dos familiares, amigos, conhecidos, ele
fez o inesperado.
Sentados um de frente ao outro, em alto e bom som, ele perguntou para a esposa: Célia, você quer
casar comigo?
Ela ficou surpresa. Olhou para os filhos, os netos, todos que no salão haviam parado para contemplar a
cena.
Foram alguns segundos de silêncio quase constrangedor. O coração dele parecia saltar do peito.
Finalmente, ela sorriu e estendeu a mão esquerda. E, com o mesmo nervosismo de cinquenta anos
atrás, Laertes colocou-lhe no dedo a aliança de ouro reluzente.
Ela repetiu o gesto dele, rindo, feliz. Um sorriso, como disse ele, jamais visto tão iluminado.
E, ante o aplauso dos presentes, eles se beijaram.
Foi assim que eles se casaram pela segunda vez.
***
Em tempos nos quais os relacionamentos adquiriram foro de rapidez, desfazendo-se pela manhã o
prometido da véspera, contemplar um matrimônio de meio século é emocionante.
Emocionante por se verificar uma vida rica, plena, uma vida construída e alicerçada no tempo.
Uma vida de tantos frutos. Uma família. Que belo exemplo a seguir.
E o seguem os filhos, um a um, pois para cada um deles, já se somam igualmente anos de consórcio
com a multiplicação dos filhos.
Isso se chama amor. Amor que não arrefece porque alguns arabescos estão enfeitando a face do outro.
Ou porque o cônjuge tem alguns problemas de saúde.
Ou porque o passo se tornou mais lento e a memória prodigiosa empalideceu.
Amor. Sublime amor, que mantém apertados os laços e enfloresce, no transcorrer dos anos.
***
Extraído do Momento Espírita, com fatos da vida do casal Célia e Laércio Furlan.
***
#momentoespirita #casamento #amor #filhos #família #responsabilidade
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300. AS CORES DA CARIDADE

A caridade possui muitas cores.


Semelhante a uma luz branca que passa por um prisma, ao passar pela polarização da vida na Terra, ela
se decompõe numa infinidade de colorações belíssimas.
Eis uma dessas cores.
Uma autoestima elevada é capaz de nos fazer ganhar o céu, mesmo estando ainda sofrendo a gravidade
da Terra.
Certo escritor narra uma experiência singular que viveu numa agência dos correios:
Estava na fila, esperando para registrar uma carta.
Observava o funcionário de registro trabalhando, e o percebia fatigado com sua atividade intensa:
pesando envelopes, entregando selos, dando troco, preenchendo recibos...
Assim, disse para mim mesmo: “Vou tentar fazer este rapaz gostar de mim.”
Obviamente, para conseguir, teria que dizer alguma coisa bonita, não sobre mim, mas sobre ele.
Perguntei-me novamente: “O que há sobre ele que eu possa admirar com sinceridade?”
Eis uma pergunta difícil de responder, principalmente quando se trata de estranhos. Mas, neste caso, foi
fácil. Instantaneamente, vi algo que admirei.
Enquanto pesava meu envelope, observei com entusiasmo: “Certamente eu desejaria ter a sua
cabeleira!”
Ele levantou a vista meio assustado. Sua fisionomia irradiou sorrisos.
“Bem, ela não está tão bem como já foi”, disse modestamente.
Assegurei-lhe que, embora pudesse ter perdido certa quantidade de cabelos, mesmo assim continuava
magnífica.
Ficou imensamente satisfeito. Demoramo-nos numa pequena e agradável conversa, e a última coisa que
ele me disse foi: “Muitas pessoas têm admirado meus cabelos!”
Aposto que aquele rapaz saiu para almoçar andando à vontade. Aposto que, quando foi para casa, à
noite, contou tudo à esposa. Aposto como se olhou no espelho e disse: “É uma bela cabeleira!”
Certa vez, ao narrar este caso em público, ouvi de uma pessoa: “ O que o senhor queria conseguir
dele?”
Ora, o que eu estava procurando conseguir dele???
Será que somos tão desprezivelmente egoístas, que não podemos irradiar uma pequena felicidade e
ensejar uma parcela de apreciação sincera, sem procurar obter alguma coisa de outra pessoa como
recompensa?
O autor termina dizendo: Sim, eu queria alguma coisa daquele rapaz. Queria alguma coisa que não tinha
preço. E consegui.
Consegui a satisfação de fazer alguma coisa por ele, sem que ele necessitasse fazer alguma coisa por
mim como retribuição.
Isso significa um sentimento que crescerá e ecoará na memória dele, mesmo muito tempo depois de
passado o incidente.
***
Quantas formas de desenvolver o amor, de praticar a caridade...
Quando começarmos a perceber, a sentir o prazer intenso, a gratificação suprema de fazer os outros
felizes, começaremos a perseguir ardentemente a caridade.
Começaremos a buscá-la incessantemente, em suas mais diferentes cores e tons.
Cada nova descoberta, cada nova cor da caridade vislumbrada, então será motivo de festa, de
celebração ao amor, e a Deus.
***
Extraído do Momento Espírita, com base em trecho do cap. 6, do livro COMO FAZER AMIGOS E INFLUENCIAR PESSOAS, de Dale Carnegie, livro 2, ed.
Companhia Editora Nacional.
***
#momentoespirita #casamento #amor #filhos #família #responsabilidade
335

301. AMAR OS INIMIGOS?

Algumas falas de Jesus nos soam estranhas, mesmo depois de dois milênios transcorridos.
Por exemplo, Amai os vossos inimigos continua sendo algo que parece impossível.
Como podemos amar a quem nos faz mal, a quem nos maltrata, a quem tem prazer em nos causar
problemas?
No entanto, devemos convir que se o Mestre de Nazaré prescreveu, é possível.
Foi com um casal simpático que aprendemos um interessante exercício para chegarmos a esse amor.
Dizia o seu Eduardo que não é um amor amorzão. É um amorzinho de quem não deseja o mal para os
outros. É um tipo de paciência com o erro do outro, sem querer o mal para ele.
Para a esposa, que andava com muita raiva da vizinha, ele disse que conhecia uma técnica de aprender
a amar.
Ante a surpresa dela, explicou:
Primeiro, é preciso amar a nós mesmos. Ninguém que não se ama compreende o que é amar os outros.
Isso é fácil, interrompeu Joaquina.
Parece fácil, mas não é. Amar a si mesmo não é praticar o egoísmo. É descobrir o que nos faz felizes de
verdade. E às vezes, é ir contra os nossos próprios desejos, em benefício de um equilíbrio mais saudável.
Ah, tá, disse ela, impaciente. E depois?
Aí é hora de amar quem nos ama. O esforço é pequeno e gratificante. Num instante a gente percebe o
quanto faz bem. Se a pessoa ama a gente, a gente num minuto ama de volta.
Porém, nem sempre demonstramos. Às vezes, a gente ama muito, mas demonstra pouco.
Como a gente sabe que ama o outro, ficamos pensando que o outro sabe disso. Mas demonstrar o amor
pelo outro é uma forma muito eficiente de melhorar as relações.
É mais que um "Eu te amo". É um carinho, um gesto, um abraço, um cumprimento, um sorriso.
Joaquina ficou pensativa: Amar a si... Amar a quem nos ama... E quando é que vem a história do inimigo?
Depois de amar quem nos ama, devemos exercitar o amor por quem nos é indiferente: nem a gente ama,
nem sente raiva. É um exercício de descobrir o que o outro tem de bom e aprender a conhecer para criar
relações.
É uma boa oportunidade de fazer amigos, de conhecer pessoas e de aumentar o nosso círculo de
pessoas queridas. É como um treino para o sentimento.
A gente vai treinando como amar as pessoas, descobrindo quem elas são e criando laços de amizade
verdadeira.
Começa na conversa trivial, depois a gente vai falando de coisas importantes, de pessoas, de nós
mesmos.
Quando a gente vê, é capaz de sorrir e de chorar na companhia desses novos amigos. Aí o amor está
feito.
Às vezes, isso leva a vida toda.
Por fim, quando o coração está forte, partimos para o amor aos que consideramos nossos inimigos.
Para isso é preciso compreender que se trata de uma verdadeira disposição de ajudá-los a se tornarem
melhores. Por isso, o coração deve estar treinado no amor, para a gente ajudar de verdade. - Frisou
Eduardo.
***
Importante que compreendamos que todos somos filhos de Deus. Uns erramos mais e outros erramos
menos. Contudo, um dia, diante da imortalidade inevitável, todos seremos Espíritos puros.
Então, vamos reconhecer a bondade uns dos outros.
Que tal tentarmos esse exercício?
***
Extraído do Momento Espírita, com base no artigo AMOR AOS INIMIGOS, de André Siqueira, publicado no Jornal Mundo Espírita n. 1672, de
novembro/2023, ed. FEP.
***
#momentoespirita #compreensão #amor #amarinimigos #amarasimesmo
336

302. CARIDADE PARA COM OS INIMIGOS

Por que caridade para com alguém que agiu tão mal? Que despedaçou vidas, que trouxe profunda
infelicidade para tanta gente?
Talvez estes sejam os pensamentos da maioria de nós, quando somos convidados a agir com
benevolência para com esses que vilipendiam o mundo com seus gestos de maldade.
Por que ser bom com quem não foi? Por que agir bem com quem nos feriu?
Até hoje essas ideias não encontram eco em nossas almas. Vimos de tempos do olho por olho, de
tempos de pagar o bem com o bem e o mal com mal. São milênios de primitivismo falando em nosso
íntimo.
Compreensível que tenhamos ainda tanta dificuldade em assimilar ideias e propostas diferentes dessas.
No entanto, é preciso amadurecer. Nossa inteligência já é capaz de ligações, de entendimentos, que
antes não nos eram possíveis.
Jesus foi o primeiro a revolver a intimidade humana propondo um tratamento diferente aos considerados
maus.
Primeiro mostrando que todos trazemos dificuldades, que caímos e ainda podemos cair. Evidenciando
que o mal é doença que pode alcançar a todos.
Por isso alertou sobre os julgamentos: Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra.
Propôs o perdão das ofensas para nos livrarmos do ódio que consome primeiramente a quem o traz na
alma.
Por fim, propondo o amor aos inimigos, talvez o ensinamento mais difícil de vivenciarmos. Algo fora da
realidade de nosso planeta.
***
Como amar alguém que não suportamos nem ver, que nos causa mal, que nos prejudica?
Bem, precisamos utilizar a inteligência e entender o espírito por trás da letra: Não pretendeu Jesus,
assim falando, que cada um de nós tenha para seu inimigo a mesma ternura que dispensamos a um
amigo ou um irmão.
Ternura pressupõe confiança. Ora, ninguém pode depositar confiança numa pessoa sabendo que esta
lhe quer mal.
Ainda há a questão de afinidade e de vínculo, por vezes impossível.
A pobreza de nossa linguagem obriga que nos sirvamos do mesmo termo para exprimir matizes diversos
de um sentimento. A razão, então, estabelecerá as diferenças.
Amar aos inimigos não é, portanto, ter-lhes uma afeição que não está na natureza, visto que o contato de
um inimigo nos faz bater o coração diferente.
Amar aos inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejo de vingança. É perdoar-lhes sem
pensamento oculto e condições, o mal que nos causaram.
É também não opor nenhum obstáculo à reconciliação com eles. É desejar-lhes o bem e não o mal. É
experimentar júbilo, em vez de pesar, com o bem que os alcance.
Por fim, é socorrê-los, em se apresentando ocasião e retribuir o mal com o bem, sem a intenção de
humilhar.
***
O amor aos inimigos parece distante de nossas possibilidades. Se impossível fosse, porém, Jesus, o
Modelo e Guia da Humanidade, não o teria proposto com tanta objetividade.
Tudo que temos a fazer é dar um passo de cada vez. Hoje é o evitar a vingança. Amanhã, deixar de
odiar. Mais tarde, até desejar o bem e, quem sabe, poder ajudar.
Dessa forma, estaremos seguindo rumo a essa nuance de amor tão diferente e rara ainda na Terra.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. XII, item 3, do livro O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #compreensão #amor #amarinimigos #caridade
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303. A TÉCNICA DO GRITO

Conta-se que nas Ilhas Salomão, no Pacífico Sul, os nativos descobriram um jeito inteiramente diferente
de derrubar árvores.
Se algum tronco é grosso demais para ser abatido com os seus machados, eles o derrubam no grito.
Isso mesmo, no grito. Lenhadores sobem na árvore toda manhã bem cedinho e se põem a gritar.
Repetem o ritual durante trinta dias. A árvore morre e cai por terra. Segundo eles, o método nunca falha
e a explicação, também segundo os nativos, é que, gritando, eles matam o espírito da árvore.
Os civilizados logo pensam que se eles dispusessem de tecnologia moderna, poderiam simplesmente
derrubar a árvore com máquinas poderosas, rapidamente e de forma mais eficiente.
Entretanto, a técnica desses nativos nos leva a pensar em como nós ainda utilizamos o grito em nossas
vidas.
Gritamos no trânsito, quando um motorista desatento executa alguma manobra infeliz, dificultando a
nossa livre circulação.
Gritamos no jogo de futebol, com o juiz, o bandeirinha, o jogador, e até mesmo com a bola que parece
desviar do gol só para nos provocar.
Falamos alto com o segurança do banco porque a porta giratória nos impede a entrada. Xingamos o
caixa do supermercado porque é muito lento, porque não empacota a mercadoria, porque nos fornece o
troco errado.
Brigamos com os aparelhos eletrodomésticos porque não funcionam direito.
Em casa, muitas vezes, ao chamarmos a atenção para o que está errado, esquecemos de controlar o
volume da voz e falamos alto demais com nossos filhos, com a esposa, com nossos irmãos.
Quase sempre gritamos com as crianças quando estão fazendo alguma traquinagem. Contudo, o grito,
além de não educar, assusta.
Podemos imaginar os distúrbios provocados no organismo frágil dos pequenos, com um grande susto?
Com os colegas de trabalho, é comum exagerarmos no tom da voz apenas para dizer que determinada
tarefa deve ser refeita.
Em locais públicos, como restaurantes, lanchonetes, quando em grupos, nos esquecemos do respeito
que devemos às pessoas, e nos permitimos gargalhar, falar alto demais. E nem nos damos conta do
quanto a nossa algazarra perturba os ouvidos alheios.
***
Tudo isso nos faz reflexionar. Se os nativos das Ilhas Salomão descobriram que as árvores são
sensíveis aos gritos, que dizer dos seres humanos!
Pensemos: com gritos e gargalhadas, perturbamos ambientes e pessoas. Com palavras grosseiras,
ditadas pela nossa impaciência, podemos partir corações que nos amam ou criar inseguranças em
filhos pequenos, que passam a nos temer, em vez de respeitar.
***
No trato pessoal, a fala desempenha papel importante.
A magia da voz é daquelas que não deve ser esquecida por todos os que se acham envolvidos nas
lides humanas, escutando os diversos corações.
Por isso, utilizemos a palavra para construir, edificar, com o objetivo de fazer a vida brilhar.
Falemos com valor, falemos com amor, para que sejamos felizes e façamos os demais também felizes.
Não nos esqueçamos de que a gentileza e o respeito no trato pessoal também significam caridade.
***
Extraído do Momento Espírita, com base em artigo de Robert Fulghum, da Revista PRESENÇA ESPÍRITA, nº 222, ed. LEAL; cap. 28, do livro SINAL
VERDE, por André Luiz e Francisco Cândido Xavier, e cap. 22, do livro VOZES DO INFINITO, por Espíritos diversos e Raul Teixeira, ed. FRÁTER.
***
#momentoespirita #compreensão #palavra #pensamento #comportamento #caridade #gentileza #respeito
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304. RECADOS DE DEUS

Uma rua de uma única quadra. Entre casas bem pintadas, jardins com flores, aquela chama a atenção.
Destoa de todas as demais. Maltratada, suja.
No que fora um dia um jardim, o mato cresce alto e se balança ao sabor do vento.
Na calçada exterior, o canteiro também foi tomado pelo mato, que se desenvolve exuberante, sem que
alguém o venha retirar.
É a residência de um idoso. Não sabemos exatamente a sua idade mas, seu aspecto desleixado, a
barba e os cabelos crescidos lhe conferem um quadro de envelhecimento.
Tudo nele combina com a desolação, ao seu redor. Ou será que ele mesmo assim tudo compôs, para
combinar com a sua tristeza?
Ficamos a pensar o que deve ter levado essa criatura a tudo abandonar, dessa forma. Se por fora a casa
está assim, como estará lá dentro?
Poeira, roupas largadas pelos móveis, louça por lavar...
Não sabemos. Do que temos certeza é de que esse coração deve ter sido atingido por muita dor.
Quem terá ele entregue aos braços da morte: a esposa, filhos, os pais?
Por que se permite abraçar pela melancolia, pelos dias cinzentos de saudade sem consolo, chegando ao
abismo da depressão?
No entanto, em seu jardim há uma mensagem. É um manacá que explode em flores de variadas
tonalidades lilás. Algumas pétalas enfeitam o chão.
Entendemos. Para aquele coração amargurado e infeliz, Deus ordenou ao manacá que lhe sorrisse
todos os dias.
E lá está ele, dizendo: Olhe para mim. Em meio à desolação, faça como eu. Sorria. Volte a viver.
O mundo ainda lhe reserva encantos. Não desista da vida, que é sagrado dom de Deus.
***
Como esse homem solitário, somos alguns de nós. Encolhemo-nos em nossa infelicidade e nada mais
percebemos.
Não vemos o sol que brilha, acalentando-nos; o pássaro que voeja em nossa varanda e larga seus
trinados sem errar nenhuma nota, nem desafinar.
Não damos atenção ao cão que nos vem lamber as mãos, erguendo as patas, como num abraço.
Não respondemos ao cumprimento do vizinho, que deseja rompamos nosso silêncio.
Durante muito tempo, imaginamos que Deus se manifestasse aos homens, surgindo das nuvens, entre
toques de trombeta e visões espetaculares.
Entretanto, Ele não opera senão na intimidade da nossa consciência, e se serve do que nos rodeia para
atestar da Sua Providência para conosco.
A natureza em festa, o vizinho que ensaia um diálogo, um filme que evoca os milagres do cotidiano.
Sim, Deus não nos abandona jamais. De forma constante, nos envia Seus recados.
Se olharmos, agora, pela janela de nossa casa, do carro ou do ônibus, o que veremos?
As árvores que balançam e deixam cair as folhas, delicadamente, como numa alegre chuva de verão.
Um pássaro pousado num ramo, vibrando a flauta mágica da sua garganta.
Uma criança que corre, feliz, fugindo à babá que a tenta enlaçar.
Alguém que caminha, uma mochila às costas, assoviando uma canção...
Recados de Deus para alegrar a nossa alma e abrilhantar o nosso dia.
Pensemos nisso e exercitemos olhos e ouvidos porque somente enxerga quem tem olhos de ver. E
somente ouve quem tem ouvidos de ouvir.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #compreensão #Deus #fé #comportamento #natureza
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305. APRENDAMOS A NÃO JULGAR

Aquela moça se surpreendeu quando o senhor a chamou, em plena rua, a menos de uma quadra do
ponto de ônibus. Ele perguntou se ela iria naquela direção.
Ela balançou a cabeça afirmativamente.
Então ele, ansioso, falou que queria lhe pedir um grande favor.
- O meu filho está lá naquele ponto de ônibus vendendo salgadinhos. Eu gostaria que você pegasse este
dinheiro e comprasse alguns. Se não quiser comer, pode dar para alguém.
Ante o olhar curioso da jovem, ele explicou sob forte emoção:
- Sabe, ele ficou quatro anos preso e hoje é seu primeiro dia de liberdade. Saiu para vender salgados e
tentar um novo tipo de vida. Quero estimulá-lo para que ele permaneça na honestidade e nos bons
propósitos.
Ela ficou meio sem jeito. Mas, pegou o dinheiro e chegando próxima ao rapaz comprou dois salgados.
Ele ficou animado, ela lhe percebeu a felicidade.
De longe, ela buscou com o olhar o pai dele, mas não o viu. Pensou que talvez tivesse se distanciado um
tanto mais e, quem sabe, estaria formulando o mesmo pedido, a outros passantes.
Enquanto seguia ao trabalho, na condução, ficou pensando para quantas pessoas terá esse pai pedido
ajuda para incentivar o filho a olhar o mundo com confiança.
E concluiu que, realmente, não existem barreiras para se expressar o amor.
***
Somente quem vivencia determinadas realidades na vida pode registrar a profundidade do seu
significado e o quanto pode ser feito em entrega pessoal para auxiliar e recuperar.
Ter um ente querido sendo levado a ajustar contas com a sociedade é situação que ninguém quer
vivenciar.
As lágrimas, as orações, os pedidos constantes ao Pai Celestial para que a força e a coragem não o
abandonem, bem como a toda a família, são repetitivas.
As noites insones, os pesadelos que se repetem, as dificuldades que pressionam nos fazem muitas
vezes pensar que não haverá solução.
Felizes aqueles que têm o porto seguro da fé em Deus, da confiança em um futuro melhor, e lutam para
atingir seu objetivo.
***
Nossos filhos são Espíritos que Deus nos empresta para que com nossa orientação e amor possam
vencer as lutas na Terra e alcançar o seu progresso espiritual.
São almas com as quais muitas vezes tivemos contatos anteriores e que esperam de nós, seus pais, o
amparo e a dedicação que precisam no enfrentamento de seus deslizes morais.
Quantos pais e mães se entregam em totalidade, até mesmo com sacrifícios imensos, para que seus
rebentos aprendam os valores reais da vida.
Quantos pais estarão nas esquinas observando o comportamento de seus filhos e minimizando suas
frustrações!
Quantas mães se esquecem de si mesmas continuando a enriquecer de nobreza o coração das filhas
que se desviaram do caminho reto.
Quantas avós que, depois de terem cuidado de seus filhos, prosseguem lutando duplamente pelos netos.
Nem sempre os que observamos de fora, de longe, entendemos a renúncia, a dedicação, os objetivos
que pretendem.
Muito importante que não julguemos com frieza e com desconhecimento.
Pensemos nisso. O amor tem razões que a própria razão desconhece.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #julgamentos #julgar #familia #amorfamilia #compreensão #desafios #caridade
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306. ACREDITAR E AGIR

Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de
chegar até o outro lado, onde era seu destino.
Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos
brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.
O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira
de carvalho.
O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés
empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras.
Num dos remos estava entalhada a palavra Acreditar e no outro, Agir.
Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos.
O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito Acreditar, e remou com toda força.
O barco, então, começou a dar voltas, sem sair do lugar em que estava.
Em seguida, pegou o remo em que estava escrito Agir e remou com todo vigor.
Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.
Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco,
impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra
margem.
Então, o barqueiro disse ao viajante:
Este barco pode ser chamado de Autoconfiança. E a margem é a meta que desejamos atingir.
Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos
os dois remos, ao mesmo tempo, e com a mesma intensidade: Agir e Acreditar.
Não basta apenas acreditar, senão o barco ficará rodando em círculos. É preciso também agir, para
movimentá-lo na direção que nos levará a alcançar a nossa meta.
Agir e Acreditar. Impulsionar os remos com força e com vontade, superando as ondas e os vendavais e
não esquecer que, por vezes, é preciso remar contra a maré.
***
Gandhi tinha uma meta: libertar seu povo do jugo inglês. Tinha também uma estratégia: a não-violência.
Sua autoconfiança foi tanta que atingiu a sua meta sem derramamento de sangue. Ele não só acreditou
que era possível, mas também agiu com segurança.
Madre Teresa também tinha uma meta: socorrer os pobres abandonados de Calcutá. Acreditou e agiu. E
superou a meta inicial, socorrendo pobres do mundo inteiro.
Albert Schweitzer traçou sua meta e chegou lá. Deixou o conforto da cidade grande e se embrenhou na
selva da África francesa para atender os nativos, no mais completo anonimato.
Como estes, teríamos outros tantos exemplos de homens e mulheres que não só acreditaram, mas que
tornaram realidade seus planos de felicidade e redenção particular.
***
E você? Está remando com firmeza para atingir a meta a que se propôs?
Se o barco da sua autoconfiança está parado no meio do caminho ou andando em círculos, é hora de
tomar uma decisão e impulsioná-lo com força e com vontade.
Lembre-se que só você poderá acioná-lo utilizando-se dos dois remos: Agir e Acreditar.
***
Caso você ainda não tenha uma meta traçada ou deseje refazer a sua, considere alguns pontos:
Verifique se os caminhos que irá percorrer não estarão invadindo a propriedade de terceiros;
Se as águas que deseja navegar estão protegidas dos calhaus da inveja, do orgulho, do ódio;
E, antes de movimentar o barco, verifique se os remos não estão corroídos pelo ácido do egoísmo.
Depois de tomar todas essas precauções, siga em frente e boa viagem.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #acreditar #agir #autoconfiança #comportamento #reflexão
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307. A RESPONSABILIDADE DE CADA UM

Fotos e vídeos de diferentes partes do mundo vêm mostrando imensos danos que o acúmulo de lixo tem
causado na natureza.
Praias abarrotadas de resíduos plásticos, animais marinhos e aves mortos por terem ingerido grandes
quantidades desses materiais, confundindo-os com alimentos.
Outros com os movimentos comprometidos, enrolados em redes de pesca, sacolas plásticas e resíduos
descartados indevidamente.
Vemos tartarugas com canudos plásticos enterrados nas narinas, morrendo por asfixia... enfim, uma
série de cenas que chocam e entristecem.
Campanhas alertam para não jogar esses materiais nas praias, nos rios, nas ruas.
Outras conclamam a deixarmos de utilizar materiais plásticos ou reduzir drasticamente sua utilização, e
mesmo, reciclar, reutilizar, reaproveitar.
Há quem considere o plástico como vilão, no entanto, ele não é o vilão real. Os copos plásticos e os
canudos, por exemplo, ajudaram a reduzir enormemente as contaminações hospitalares por conta de
copos mal lavados e infectados, salvando assim inúmeras vidas.
***
O grande responsável pela poluição e pela morte de milhares de animais é, na verdade, o ser humano,
que age de maneira descuidada.
Culpar canudos, potes, tampas e sacolas plásticas é uma forma de desviar a responsabilidade do real
culpado.
Quando jogamos um papel de bala na rua, ele vai parar na galeria de esgotos e vai desembocar em um
rio e no mar.
Uma sacola plástica não vai por vontade própria para o mar. Ela é um objeto inanimado, não tem pernas
nem escolhe sua destinação.
A ação humana, por negligência, é que a coloca na rota do mar, e no estômago de algum animal faminto.
Nós, seres humanos, precisamos ampliar nossa visão de mundo, indo além de nosso entorno, prestando
atenção nas consequências de nossos atos, mesmo aqueles que, nos momentos em que os realizamos,
nos pareçam insignificantes.
Ano após ano, é preciso investir recursos, que poderiam ser utilizados em outras áreas, para
desenvolver tecnologias e ações para resolver problemas causados por nós, em diferentes setores da
sociedade.
***
Verificamos que tais tecnologias não têm sido suficientes para solucionar todos os problemas que se
originam, na maioria das vezes, da nossa irresponsabilidade.
A questão do lixo é apenas uma delas.
Enquanto não nos conscientizarmos de que a natureza não existe para nos servir, que somos parte
integrante dela, assim como as plantas e os animais, criaremos sempre novos e mais sérios problemas.
Abandonar o uso de embalagens plásticas e reciclar o lixo diminui muito o problema da poluição dos
oceanos e das praias.
No entanto, se continuarmos focados apenas em nós, ignorando a natureza que nos cerca, corremos o
risco de não darmos conta dos problemas e ainda criarmos outros, comprometendo severamente a
existência de tudo o que tem vida na Terra.
Que possamos ter um olhar mais abrangente, respeitoso e responsável para com a natureza e que
consigamos desenvolver um senso de responsabilidade sobre tudo o que nos cerca.
Pensemos nisso porque, afinal, trata-se da sobrevivência de toda espécie de vida, sobre a Terra.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #ecologia #natureza #responsabilidade #comportamento #reflexão #meioambiente
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308. O HÁBITO SALUTAR DO TRABALHO

É comum nos perguntarmos porque precisamos trabalhar para atender as necessidades da vida
material.
Alguns questionamos quem teve a ideia de inventar o trabalho. Não poderia ser tudo diferente, mais
fácil?
No entanto, mesmo que não gostemos de trabalhar, ou que fiquemos nos indagando por que precisamos
trabalhar tanto, devemos compreender que o trabalho é uma das bem-aventuradas leis de Deus.
Recordamos que o Cristo, quando entre nós, afirmou que o Pai Celestial trabalhava sempre, e que Ele
trabalhava também.
Dessa forma, testificou a grandeza e o valor do trabalho.
Assim, longe de ser um ato lamentável ou algo doloroso, é uma das grandes oportunidades para que nos
desenvolvamos e nos aproximemos do senhor dos mundos.
Considerando que toda ocupação útil é trabalho, verificamos que, na Terra, temos diversos tipos de
trabalho.
Temos o trabalho de iluminação intelectual, que impõe vontade e disciplina, regularidade e disposição
para ser realizado.
É preciso estudar, pesquisar, investir horas para alimentarmos o nosso intelecto.
Temos o trabalho de renovação do universo cultural, que exige amadurecimento e sensibilidade, a fim de
que a alma se assenhoreie desses valores.
E desse universo fazem parte as artes plásticas, a música, a dança, o teatro, a literatura.
Temos o trabalho no solo, onde se desatam as folhas verdes e os grãos, que precisam de quem conheça
o ofício de adubar, de podar e de regar, para que não se mutile o vegetal.
Temos o trabalho de lavrar a madeira ou o ferro, com ancinhos e formões, serrotes e martelos, com
forjas, bigornas e tornos, o que exige prudência e imaginação, para que se leve a cabo a empreitada.
Temos o trabalho de projetar, calcular e construir a morada humana, por meio da criatividade da
arquitetura, da lucidez do cálculo, o que somente se consegue após longos anos de bancos escolares,
de experiências com combinações e traçados dos materiais.
Também necessidade da força muscular, exigindo de toda a massa orgânica esforço e empreendimento.
O trabalho realizado no mundo, portanto, se apresenta como recurso indispensável para que possamos
conquistar tanto os valores da teoria quanto os dotes experimentais.
***
Se entendermos o trabalho somente como fonte de ganhos e de lucros, não extrairemos dele tudo que
nos pode oferecer.
Precisamos ver nele a oportunidade de iluminar a mente e fazer crescer a alma.
Também a possibilidade de fortalecer a musculatura e honrar a existência, dando-lhe significado.
É, igualmente, uma forma feliz de prestarmos serviço ao semelhante.
Por tudo isso, devemos nos lançar no aprimoramento da alma e do corpo, por meio do trabalho, ou seja,
por qualquer ação de utilidade que venhamos a desenvolver na Terra.
Adotemos, pois, os bons costumes de gostar de ler, de estudar, de tocar um instrumento, de desenvolver
ciências e artes.
Há tanto para aprender, tanto para saber.
E, seja qual for a luta a enfrentar na Terra, não deixemos de desenvolver, em nós e em redor de nós, o
hábito salutar de servir por meio do trabalho que possamos realizar.
Trabalhar sempre deve ser a nossa meta, a fim de que nos aproximemos da grandeza do nosso Pai
Criador.
***
Extraído do Momento Espírita, com base na mensagem PROSPERA NO TRABALHO, pelo Espírito Guilherme March, psicografia de Raul Teixeira, em
21.5.2009.
***
#momentoespirita #trabalho #serviço #responsabilidade #comportamento #reflexão #utilidade
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309. SEM RECOLHER DETRITOS

O homem estava a caminho do aeroporto. O táxi rodava pela faixa devida, quando um outro veículo
saiu, subitamente, de um estacionamento, cortando-lhe a frente.
O taxista pisou no freio com força, deslizou e escapou de bater em outro carro por um triz!
O motorista começou a gritar, nervoso. Porém, o taxista manteve-se inalterado. Apenas sorriu e acenou,
fazendo um sinal de positivo, de maneira bastante amigável.
O passageiro do táxi, de certa forma indignado, perguntou:
Por que você fez isso? Aquele cara quase arruína o seu carro e quase nos manda para o hospital!!!
O taxista, traduzindo tranquilidade deu uma explicação singela e profunda:
Muitas pessoas são como caminhões de lixo. Andam por aí carregadas de detritos, cheias de
frustrações, de raiva e traumas! À medida que o lixo aumenta, elas precisam de um lugar para
descarregar e, às vezes, descarregam sobre a gente.
Nunca tomo isso como pessoal. O problema não é meu! É delas! Apenas sorrio, aceno, desejo-lhes
sempre o bem, e sigo em frente.
Não pego o lixo das pessoas e nem o espalho sobre os outros, seja no trabalho, em casa, ou nas ruas.
Fico tranquilo… Respiro... E deixo o lixeiro passar.
Pessoas felizes não deixam qualquer detrito estragar o seu dia.
***
A tolerância é caridade em começo.
Exercitando-a, continuamente, encontraremos excelentes resultados do bem onde estejamos, com
quem convivamos.
Condescendência para com os direitos alheios, não produzindo choque, não escandalizando, seguindo
os mesmos caminhos de todos com atitude correta na busca de algo que nos dignifica, é relevante
testemunho de tolerância.
Jesus, o instrutor de sempre, convidado a pagar o tributo do templo, aceitou, elucidando: Não
provoquemos escândalo. E cumpriu com esse dever para melhor poder trabalhar em Seus sublimes
compromissos para com Deus.
A tolerância nos evita o contágio com a inquietação do mundo.
A tolerância nos salva de cair no fosso dos pensamentos negativos e insanos que, por vezes, nos
atiram em armadilhas das quais dificilmente escapamos.
Toleremos, relevemos, desculpemos, compreendamos.
Todos temos nossos dias difíceis, nossas vidas atribuladas, nossas provas e expiações que, muitas
vezes, estremecem nossos dias. Compreendamos como desejamos ser compreendidos.
Atrás de alguém esbravejando sem aparente razão, atrás de uma voz grosseira, há uma alma pedindo
socorro.
Atrás de palavras que machucam, de atitudes deseducadas, há alguém querendo descarregar suas
frustrações, seus medos, suas tristezas.
Não recolhamos esses detritos. Eles não são de ninguém.
Não desejemos estar certos, fazermos justiça, dizermos verdades. Não é este o momento.
Oremos, peçamos por aqueles que, por vezes, se desequilibram tão facilmente, que parecem carregar
uma bomba-relógio no coração.
Esses precisam muito encontrar o caminho da paz interior, e não nos encontramos na mesma estrada
sem motivo.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap 56, do livro CONVITES DA VIDA por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #tolerância #compreensão #respeito #comportamento #reflexão #conselhos
344

310. ESTABELECENDO PRIORIDADES

É interessante como passamos os dias em busca de tudo aquilo que acreditamos possa construir nossa
felicidade.
Pensamos muito em ter coisas. Vivemos o século do ter, o milênio que está esquecendo o que é
duradouro, perene e nos remete a viver à procura de obter objetos, propriedades, realizar sonhos de
prazeres e viagens.
Recentemente, foi-nos narrado que um homem, aos quarenta anos de idade, retornou ao seu país
natal, depois de ter vivido no estrangeiro, por muitos anos.
Viajara jovem, em busca de amealhar muitos recursos. Sua ideia era enriquecer, guardar uma pequena
fortuna, que lhe permitisse adquirir o que quisesse, ao regressar ao Brasil.
Voltou satisfeito. O que conseguira nas atividades profissionais que exercera lhe permitiram comprar
uma belíssima casa na praia.
Muitos cômodos, amplos, piscina, e uma vista maravilhosa do mar...
Na mesma semana, também adquiriu um sítio que mais parecia um pedaço do paraíso esquecido na
Terra. Uma magnífica casa, árvores, campos, um rio atravessando a mata próxima. E com vista
privilegiada para a serra. Tudo que ele sempre sonhara.
Sem esposa, sem filhos, pensava em usufruir desses bens, no decorrer dos dias. Mas, apenas
concluídos os negócios, um estranho mal-estar tomou conta dele.
Buscou o médico que, após alguns exames, lhe disse que não se preocupasse.
Era uma simples questão de aclimatação. Nada que o devesse perturbar.
No entanto, repentinamente, ele morreu, mal se haviam passados poucos dias desde que voltara ao
país.
Dias que ele havia passado a assinar escrituras e estabelecer detalhes para as propriedades
adquiridas.
E, contudo, de nada pudera usufruir. Elegera como prioridade para sua vida juntar tesouros materiais.
Trabalhara intensamente, alcançara seu intento... mas se foi, arrebatado pela morte.
***
Recordamos Jesus a dizer: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida não consiste na
abundância do que possui. E da parábola do homem cuja herdade produziu com abundância.
Como ele não tinha onde recolher todos os frutos, pensou em derrubar os seus celeiros, construir outros
maiores, a fim de ali depositar todos os seus bens.
Assim agindo, imaginou que poderia, dali em diante, descansar, comer, beber e folgar.
Mas, concluiu o Nazareno, Deus disse a esse homem: Louco! Esta noite te pedirão a tua alma. E o que
tens preparado, para quem será?
A parábola nos remete a avaliar as prioridades que elegemos para nossa vida.
O que valerá mais? O amor semeado e cultivado? A família, os amigos, ou muitos e muitos haveres,
sem ter sorrisos ao redor?
Sem ter com quem compartilhar uma alegria, um espanto, um temor...
Pensemos nisso e elejamos com sabedoria as nossas prioridades porque, afinal, nada do que
compremos com o dinheiro do mundo levaremos conosco, quando partirmos.
Os amores construídos, as amizades solidificadas, o bem espalhado, esse será o nosso tesouro, o que
seguirá na nossa bagagem de Espíritos imortais.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no EVANGELHO DE LUCAS, cap. 12, versículos 16 a 20.
***
#momentoespirita #previdência #riqueza #avareza #comportamento #vida #espiritualidade
345

311. MORRER É VOLTAR PARA CASA

Quando a morte chega, com sua bagagem de mistérios, traz junto divergências e indagações.
Afinal, quando os olhos se fecham para a luz, o coração silencia e a respiração cessa, terá morrido junto
a essência humana?
Materialistas negam a continuação da vida. Mas os espiritualistas dizem que sim, a vida prossegue além
da sepultura.
E eles têm razão. Há vida depois da morte. Vida plena, pujante, encantadora.
Prova disso? As evidências estão ao alcance de todos os que querem vê-las.
Basta olhar o rosto de um ser querido que faleceu e veremos claramente que falta algo: a alma já não
mais está ali.
O Espírito deixou o corpo feito de nervos, sangue, ossos e músculos. Elevou-se para regiões diferentes,
misteriosas, onde as leis que prevalecem são as criadas por Deus.
Como acreditar que somos um amontoado de células, se dentro de nós agita-se um universo de
pensamentos e sensações?
***
Não. Nós não morreremos junto com o corpo. O organismo voltará à natureza - restituiremos à Terra os
elementos que recebemos - mas o Espírito jamais terá fim.
Viveremos para sempre, em dimensões diferentes desta. Somos imortais. O sopro que nos anima não se
apaga ao toque da morte.
Prova disso está nas mensagens de renovação que vemos em toda parte.
Ou você nunca notou as flores delicadas que nascem sobre as sepulturas? É a mensagem silenciosa da
natureza, anunciando a continuidade da vida.
Para aquele que buscou viver com ética e amor, a morte é apenas o fim de um ciclo. A volta para casa.
Com a consciência pacificada, o coração em festa, o homem de bem fecha os olhos do corpo físico e
abre as janelas da alma.
Do outro lado da vida, a multidão de seres amados o aguarda. Pais, irmãos, filhos ou avós - não importa.
Os parentes e amigos que morreram antes estarão lá, para abraços calorosos, beijos de saudade,
sorrisos de reencontro.
Nesse dia, as lágrimas podem regar o solo dos túmulos e até respingar nas flores, mas haverá felicidade
para o que se foi em paz.
Ele vai descobrir um mundo novo, há muito esquecido. Descobrirá que é amado e experimentará um
amor poderoso e contagiante: o amor de Deus.
Depois daquele momento em que os olhos se fecharam no corpo material, uma voz ecoará na alma que
acaba de deixar a Terra.
E dirá, suave: Vem, sê bem-vindo de volta à tua casa.
***
A morte tem merecido considerações de toda ordem, ao longo da estada do homem sobre a Terra.
É fenômeno orgânico inevitável porque a Lei Divina prescreve que tudo quanto nasce, morre.
A morte não é pois o fim, mas o momento do recomeço.
E Joanna de Ângelis, no livro VIDA FELIZ, 40, nos proporciona os seguintes conselhos:
Vez que outra, dedica algum tempo para meditar a respeito da morte.
A morte arrebata os inimigos, os afetos, e te chegará num momento qualquer.
Prepara-te todo dia, como se ele fosse o teu último na Terra.
Acostumando-te a pensar na morte, ela não te ferirá quando passe pela tua porta ou conduza alguém
que te seja amado.
São Francisco de Assis aguardava-a com a tranquilidade com que "capinava o jardim".
***
Extraído do Momento Espírita, com referência ao livro VIDA FELIZ, 40, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco, de 28 de outubro de 2010.
***
#momentoespirita #desencarne #vidaaposamorte #reflexão #comportamento #vida #espiritualidade
346

312. SABER MORRER

Morrer! Desse destino, nenhum ser humano escapará. E, no entanto, como tememos esse momento! Com que
dor a maioria de nós pensa no instante da morte.
É que fomos ensinados a temer a morte. Ela nos é apresentada como sinônimo de lágrimas, instante de trevas,
definitiva separação dos seres amados.
Somos condicionados a acreditar que a morte se faz de luto e mistérios, névoa e saudade, abismos e tristeza.
Mas é preciso se preparar para a chegada da hora final. Afinal, a cada dia se reduz nossa estada na Terra.
Desde que nascemos, cada respiração assinala a diminuição de nosso tempo no planeta.
Porque o ritmo da vida material nos envolve, quase sem perceber, deixamos de lado a lembrança de que
caminhamos mais um passo em direção à morte.
O fim é apenas do corpo físico, pois a alma – a essência do que somos – esta existirá para sempre. Os séculos
correrão, mas nós... nós sobreviveremos.
Nessa longa estrada que é a vida, muito iremos aprender. Outros amores, parentes, lugares e situações irão
enriquecer a nossa experiência.
E muitos outros corpos servirão de instrumento para o nosso aprendizado. Sim, renascemos muitas vezes
neste mundo. Até atingirmos a perfeição...
Por isso, nada de demasiado apego ao corpo. Ele é importantíssimo, mas é uma ferramenta de trabalho. Nele
temos apenas um auxiliar para a nossa educação.
Com a ajuda desse corpo, vivemos na Terra, construímos uma família e nos relacionamos com outros seres
humanos. Ele é essencial para a vida em sociedade que burila o nosso Espírito.
E, no contato com as outras pessoas, temos a oportunidade de exercitar paciência, tolerância, solidariedade e
ética.
Enfim, pôr em prática gestos e situações que são puras manifestações de amor.
E não é esse o objetivo maior de nossa vida: descobrir, exercitar e vivenciar o amor?
***
Nada há a temer na morte quando a vida é plena em amor, quando os dias são perfumados pela bondade,
quando a consciência é reta e o dever cumprido.
Quem vive assim – de coração sossegado e plantando alegrias – aguarda que a vida cumpra seu ciclo natural.
Para este, a hora da morte é serena. Abrirá os portais de um mundo novo, cheio de descobertas: a Casa do
Pai Celeste.
Um homem de bem morre como alguém que descansa após um dia de trabalho bem feito. Não tem apego a
nada, pois sabe que deve devolver a Deus tudo o que recebeu.
A renovação é a regra geral da natureza. Logo, quando a morte chega é a hora de devolver ao mundo o corpo
frágil, que se misturará às águas e à Terra. E o mesmo será consumido, alimentará micro-organismos. E outros
seres viverão a partir dali.
E o homem que usou aquele corpo estará longe: abrirá os braços para o infinito. Seus olhos contemplarão
estrelas, luzes, cores e formas nunca sonhadas.
Seguirá com o coração em festa. Pronto para novas experiências, disposto a aprender e a amar.
***
O poeta Rabindranath Tagore, Prêmio Nobel de Literatura, escreveu sobre a própria morte:
É hora de partir, meus irmãos, minhas irmãs.
Eu já devolvi as chaves de minha porta
E desisto de qualquer direito à minha casa.
Fomos vizinhos durante muito tempo
E recebi mais do que pude dar.
Agora vai raiando o dia
E a lâmpada que iluminava o meu canto escuro, apagou-se.
Veio a intimação e estou pronto para a minha jornada.
Não perguntem o que levo comigo
Sigo de mãos vazias e coração confiante.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #desencarne #vidaaposamorte #reflexão #comportamento #vida #espiritualidade
347

313. OS VALORES DO CORPO E DO ESPÍRITO

Viver no mundo é estar em contato permanente com o desejo de ter coisas, pessoas, riquezas.
Nos shoppings e meios de comunicação, o apelo é sempre para comprarmos mais, consumirmos mais,
acumularmos mais.
O que fazer, já que somos treinados, desde pequenos, para desejar conforto, prazeres, bens?
Como escapar a esse verdadeiro fascínio que as coisas materiais exercem sobre nós e nos tornam
escravos do trabalho e do dinheiro?
Havia um homem muito rico, um milionário cujas terras pareciam não ter fim. Certa noite, ele olhava
para a extensão de suas propriedades e alegrava-se profundamente.
Via os imensos campos, os trigais maduros, os celeiros cheios, as moedas que enchiam os cofres.
Ele pensava: Tenho tanta coisa que já nem cabe nos depósitos. Amanhã mandarei derrubar estes
celeiros e construirei outros maiores.
E o homem dizia para si mesmo: Alegra-te, minha alma, pois tens riquezas para muitos anos.
Descansa, come, bebe, diverte-te.
O que esse homem não sabia é que naquela mesma noite morreria. Suas terras, riquezas e todos os
seus bens materiais ficariam para trás.
A história desse homem rico é adaptação de uma parábola contada por Jesus.
Era uma ocasião em que o Mestre queria ensinar que não devemos nos fixar excessivamente nas
coisas materiais, pois elas são temporais, passageiras.
Ensinava Jesus que os verdadeiros valores são os do Espírito. Esses continuam conosco: seguem com
a nossa alma quando a morte chega. Por isso eles devem ser a nossa principal fonte de atenção.
***
O mundo exerce um enorme fascínio sobre as pessoas. Ao nascermos, esquecemos nossa verdadeira
origem: a natureza espiritual. E mergulhamos em um ambiente onde quem é mais esperto e competitivo
leva a melhor.
Para piorar, somos julgados pelo modo de vestir, pelo lugar em que moramos, pelo tamanho da conta
bancária.
Muitas vezes desejamos escapar dessa lógica perversa, mas como fazer isso?
Alguns mais radicais acreditam que a solução é fugir do mundo, escapar das regras sociais, viver como
ermitão, longe de tudo e de todos.
É uma opção extrema, mas não é a solução.
A vida em sociedade lapida os nossos relacionamentos. Isolar-se é fugir. No relacionamento com as
pessoas é que podemos ver quem realmente somos.
Viver em isolamento é uma artificialidade. Coragem real é expor-se às situações e tornar-se vencedor.
Por isso, para escapar da atração das coisas materiais a solução é o equilíbrio. Trabalhar sim, mas sem
se tornar escravo.
Acumular o suficiente para o sustento do corpo, mas sem ceder à ganância. Desejar as coisas boas,
mas sem exageros.
Uma frase resume tudo isso: viver no mundo e não para o mundo.
E a fórmula para manter os pés no chão é bem simples: basta lembrar que um dia deixaremos roupas,
joias, imóveis, dinheiro. Tudo ficará aqui na Terra.
E, ao morrermos, a pergunta então será: O que levamos com a nossa alma? Que exemplos
deixaremos? Que boas lembranças nossos amigos e parentes terão de nós?
Acredite: isso, sim, é essencial.
***
Extraído do Momento Espírita de 17 de junho de 2013.
***
#momentoespirita #desencarne #reflexão #comportamento #vida #materialismo #espiritualidade #riqueza
348

314. MATERIALISTAS OU ESPIRITUALISTAS

Materialismo, na definição do dicionário, é a doutrina que vê na matéria a realidade fundamental de todo


o Universo. Assim, para o materialista, nada na vida pode ser explicado a não ser a partir do prisma da
vida material.
Para a doutrina materialista não há fundamentos na crença em Deus ou na imortalidade da alma, uma
vez que a matéria, segundo ela, deve explicar todos os fenômenos da vida.
Apenas afirma que a vida se encerra quando os fenômenos fisiológicos do corpo cessam.
Para os espiritualistas, em contrapartida, a vida explica-se a partir da crença em Deus e da existência da
alma, assim como na sua sobrevivência após a morte.
O espiritualismo, em um sentido amplo, é a base de todas as religiões e da própria religiosidade.
Afinal, de uma forma ou de outra, todas as religiões e todas as doutrinas espiritualistas buscam a
explicação da vida, na certeza da sua continuidade, após a morte do corpo físico.
E são inúmeros os países onde o espiritualismo é a crença majoritária de sua população.
***
Porém, por coerência, se nos dizemos espiritualistas, se cremos que a vida continua após o corpo físico
concluir sua tarefa, há que se agir em conformidade com essa crença.
É necessário sermos espiritualistas quando a morte chega nos privando da convivência diária e nos
apartando fisicamente de um ente querido.
Somos muitos os que nos desesperamos, como se tudo acabasse e nunca mais fôssemos nos
encontrar.
Quantos, ao deparar-nos com a morte do nosso amor, nos revoltamos contra Deus ou questionamos
seus desígnios?
Seria mais coerente apenas chorar de saudades, na certeza de que a vida não acaba e que o amor
vence as distâncias e o tempo.
É necessário sermos espiritualistas quando tomamos nossas decisões profissionais, mantendo valores e
dignidade e não nos vendendo por um tanto a mais de moedas.
Afinal, de que vale ter o bolso cheio e a consciência em conflito?
Logo mais, retornaremos à pátria espiritual. E nesse momento, a conta bancária aqui permanecerá,
embora nossa consciência nos acompanhe aonde formos.
É necessário sermos espiritualistas ao educarmos nossos filhos, mostrando-lhes que o grande objetivo
da vida é construirmos nossa felicidade, e não o possuirmos muito, o que, em grande parte das vezes,
pouco significa.
Dessa forma, ao nos dizermos espiritualistas, tendo ou não uma religião, necessário se faz que sejamos
também coerentes com nossas crenças.
Ser espiritualista é muito mais do que ter uma religião, seguir um credo ou repetir as externalidades dos
cultos.
Na verdade, não ser materialista é ter a crença profunda, capaz de refletir em nossos valores e atos, de
que sabemos plenamente que a vida em abundância não é esta que vemos, mas aquela que nos
aguarda logo mais, após esta rápida passagem pelo planeta.
***
Pensemos: declarando-nos ou considerando-nos espiritualistas, estamos agindo de maneira diversa dos
materialistas?
Quantas vezes, em nosso cotidiano, não estamos nos posicionando como quem não tem convicção da
imortalidade do Espírito?
Pensemos a respeito e sigamos no mundo com a certeza de que a vida verdadeira se encontra para
além da aduana da morte.
***
Extraído do Momento Espírita de 12 de abril de 2014.
***
#momentoespirita #materialismo #reflexão #comportamento #espiritualismo #espiritualidade #vida #valores
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315. AUTOENGANO

Muitos seres humanos são hábeis na arte de autoenganar-se.


Movidos pela própria fraqueza ou pela vontade de autoiludir-se, inventam mil maneiras de ficar bem
consigo mesmo, usando recursos falsos.
Existe aquela pessoa que está sempre atrasada e não tem vontade de se corrigir e por isso lança mão de
um artifício de autoengano, adiantando o próprio relógio para não perder mais a hora.
Algumas, por saber que o relógio está adiantado, dormem mais um pouco e acabam se atrasando do
mesmo jeito. Outras acreditam na própria mentira e se levantam alguns minutos antes.
Há pessoas que, na tentativa de suprir suas carências e insatisfações, buscam envolver-se mais e mais
com pessoas que lhes preencham o vazio interior.
Enganam-se a si mesmas, pois essa eterna busca só acontece por causa da insatisfação.
***
Uma pessoa feliz não precisa dessa busca desenfreada por companhia. É, como se diz, uma pessoa bem
resolvida. Autoconfiante, segura do que quer e do que faz.
Outra maneira de autoenganar-se são as dietas, prescritas por médicos ou não.
Pessoas portadoras de diabetes, por exemplo, que estão proibidas de comer açúcar e o fazem às
escondidas...
A quem pensam estar enganando, senão a si mesmas?
Se uma pessoa decide fazer um regime para perder peso e come, às pressas, algum alimento que não
consta na lista, quando não tem ninguém olhando, está se autoenganando.
Se alguém nos ofende e passamos a nutrir por esse alguém grande ódio, estamos nos iludindo com a
ideia de que, ingerindo veneno, prejudicaremos o nosso agressor.
O corrosivo do ódio destrói primeiro quem o fabrica.
***
As táticas de autoengano são muitas e sempre demonstram a inferioridade de quem as utiliza.
É, no mínimo, infantilidade acreditar nas próprias mentiras.
Ademais, a prática da autoilusão retarda o progresso do ser e o infelicita, ainda mais.
Aquele que pensa ser livre para fazer o que quiser e quando quiser, sem ter que prestar contas dos seus
atos, está se autoenganando, pois a Justiça Divina não isenta ninguém de colher os frutos do que
semeou.
Há pessoas para as quais o autoengano chega a tal ponto, que dizem: Se eu morrer um dia...
Nem imaginamos o que as faz pensar que viverão eternamente no corpo físico, pois até Matusalém, o
personagem que, segundo a lenda, teria durado novecentos e sessenta e nove anos, morreu um dia.
Existem pessoas que realmente acreditam que a morte jamais as escolherá e vivem a ilusão de que não
precisam pensar no que lhes vai acontecer do outro lado do túmulo.
Pessoas que pensam assim perdem a oportunidade de viver conscientemente e cruzar a aduana do
túmulo com a lucidez de um ser imortal.
Quando a morte chega, as encontra como crianças que brincam de viver e vivem a autoilusão de que não
há horizontes além do plano físico.
***
Por todos esses motivos, vale a pena retirar o véu intencionalmente colocado sobre a própria razão.
Como afirmou Jesus de Nazaré: É preciso ter olhos de ver e ouvidos de ouvir.
E se Jesus fez essas observações é porque não basta ter olhos e ouvidos. É preciso querer ver e ouvir.
E isso depende da vontade de cada um.
Como diz o ditado popular: A pior das cegueiras é a daquele que não quer ver.
Pensemos nisso! E não esqueçamos de consultar sempre a própria consciência, com desejo sincero de
evitar possíveis táticas de autoenganar-se.
***
Extraído do Momento Espírita de 10 de setembro de 2012.
***
#momentoespirita #autoengano #reflexão #comportamento #vida #valores
350

316. A HORA DA MORTE

De todas as certezas que pode ter o ser humano, a morte é sem dúvida uma delas.
Quem nasce já está fadado à morte. Mensageira estranha, por vezes, abraça antes os mais jovens e os
mais sadios, deixando para trás idosos e doentes.
Contudo, sempre chega. Paradoxalmente, é um dos assuntos que quase todo mundo evita tocar.
É por isso mesmo que, quando chega, sempre surpreende.
Também por esse motivo, muitas lágrimas são derramadas sobre os túmulos.
Lágrimas que se casam a exclamações como: “Ah, se eu soubesse que era o seu último dia! Se eu
soubesse que ele iria morrer, não teria sido tão mau! Se eu soubesse que ele partiria tão cedo, teria
abraçado mais, dito como o amava, sido melhor para ele.”
Por tudo isso, é bom considerar que nossa existência é muito efêmera. Hoje estamos aqui, amanhã
poderemos não nos encontrar mais deste lado da vida.
O ser amado que se despede para o trabalho diário, pode não retornar. A criança que corre pela rua,
rumo à escola, pode não voltar para casa.
***
Como a irmã daquele menino de apenas 10 anos. Ele entrou em casa e chamou pela mãe.
Ela estava no quarto, sentada, quieta. E disse: “Sua irmã morreu esta manhã, Michael.”.
O conceito de morte não tinha um significado concreto para aquele garotinho.
Durante muito tempo ele perguntava à mãe: “ela vai voltar? Por que ela teve de morrer?”
E ficava em frente à casa, esperando que o ônibus escolar a trouxesse de volta.
Entrava no quarto dela e apanhava a sua pasta escolar. Tudo estava bem arrumado – os cadernos de
um lado, os livros do outro, o estojo de lápis no meio.
A faixa preta de elástico que ela usava nos cabelos quando foi para o colégio naquela manhã.
Depois, devolvia tudo certinho no seu lugar. Perguntava-se, se a irmã ficaria zangada por ele ter mexido
em suas coisas.
O que ele realmente jamais esqueceria foi o que aconteceu duas noites antes da irmã morrer.
Ele esperou o ônibus que a trazia da escola. Estava preocupada. Esquecera de um trabalho de arte que
devia entregar no dia seguinte.
Ele a foi ajudar e juntos fizeram 12 borboletas coloridas, de antenas enroladas e asas triangulares.
No dia em que ela morreu, ele estranhamente despertou mais cedo. Observou-a se aprontando para a
escola.
Como o vão da escada no prédio era muito escuro, ele ficou segurando a porta aberta para que a luz do
apartamento a ajudasse enxergar os degraus.
Uma das mãos dela segurava a pasta, a outra balançava, enquanto descia os degraus.
Estava de uniforme azul. Tinha só 14 anos. E suas últimas palavras para Michael foram: “Até logo,
irmão.”
Passadas mais de 4 décadas, Michael ainda guarda a lembrança de sua irmã.
Quando vê uma borboleta, recorda de imediato daquele último trabalho que fizeram juntos.
E espera. Porque, um dia, ele também fará essa viagem para o grande além.
Nesse dia, finalmente, ele a verá outra vez.
***
Ame muito. Usufrua a companhia dos afetos.
Quando um deles se for, poderá acalentar seus dias com as doces lembranças dos afagos
compartilhados.
E isso amenizará sua grande saudade.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no artigo A DESPEDIDA, de Michael Tan, da revista Seleções do Reader´s Digest, outubro/2005.
***
#momentoespirita #desencarne #reflexão #comportamento #vida #valores #amor #saudade
351

317. A RECONCILIAÇÃO DESEJADA

Márcio, por motivos comerciais, acabou atraindo a ira de um ex-companheiro que passou a agredi-lo
gratuitamente.
Correto nos seus negócios, se sentia muito incomodado com aquele ataque sem fundamentos.
Lembrava do ensinamento evangélico: Reconcilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás a
caminho com ele, o que o levava a tentar se aproximar do ex-companheiro.
No entanto, aquele se mantinha distante, não aceitando nenhuma aproximação.
Todas as tentativas de contato telefônico resultaram infrutíferas.
Márcio começou a se entristecer por não conseguir seu objetivo. Não demorou muito e essas
preocupações, alimentadas e realimentadas, acabaram por desencadear um processo de depressão.
Naturalmente, após algum tempo, sintomas de enfermidade se apresentaram.
Márcio procurou o médico, realizou exames e recebeu medicação. As melhoras esperadas, contudo,
não aconteceram.
Preocupado, a um amigo relatou os acontecimentos e disse que não se conformava com o fato de não
poder resolver a situação.
O amigo o convidou a meditar a respeito do que lhe vinha ocorrendo. Invocando a exortação evangélica
da reconciliação com o inimigo, lembrou que a orientação é de se buscar o adversário, oferecendo a
harmonização.
Mas, ponderou, não podemos obrigar ninguém a aceitar as nossas desculpas, a repensar os
acontecimentos, numa tentativa de solução do problema.
Cada indivíduo é um ser pensante e distinto, único. Não nos cabe exigir de quem quer que seja a sua
adesão à nossa vontade.
Assim, ao nos propormos fazer nossa parte, já caminhamos alguns passos na senda do acerto.
Se o outro não entendeu ou não deseja colaborar, o problema deixa de ser nosso.
Márcio sentiu uma luz adentrar-lhe o pensamento. E passou a assimilar a ideia, descontraindo-se.
***
Necessário termos ouvidos de ouvir.
Jesus, o maior psicólogo que a Terra conheceu, penetrava o imo das criaturas e sabia o que cada qual
trazia em si.
Deixou-nos lições que se fazem, a cada dia, mais atuais à compreensão dos homens.
Ao sugerir a reconciliação, nos estimula à paz.
Portanto, quer dizer que devemos sim, buscar a reconciliação com o outro, fazer a nossa parte.
Se o adversário se apresenta resistente, respeitemos a sua posição.
Cada qual enxerga a vida pelo seu prisma particular e nem sempre conseguimos compreender nossos
semelhantes.
Façamos hoje, o nosso melhor, auxiliando a todos, sempre que nos surgir oportunidade.
Trabalhemos para harmonizar situações ambíguas.
Oremos pelas pessoas que pensam diferente de nós.
Mostremos, de todas as maneiras possíveis, nossas intenções de paz e de amizade. Porém, se o
adversário desdenhar de nossas boas intenções, o problema passa a ser dele somente.
Tranquilizemos, assim, a nossa própria consciência.
Façamos a nossa parte, ofertemos nossa mão, nossa disposição de harmonizar, de conciliar. E
fiquemos em paz.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. 120 do livro PÃO NOSSO, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
***
#momentoespirita #reconciliação #reflexão #comportamento #inimigos #livrearbitrio #respeito #melhoriaintima
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317. VIDA OU MORTE

Todos os seres vivos nascemos, vivemos um determinado tempo. E morremos um dia. Nada mais certo,
nesta Terra. Fatal apenas é o instante da morte.
Contudo, muitos fatores podem determinar que aceleremos o momento da nossa morte ou a retardemos.
Alguns pensamos que existe um dia, com hora e segundo certo de morrer. No entanto, isso não retrata a
verdade.
Vejamos que as flores que plantamos em nosso jardim dependem de nossos cuidados. Podemos lhes
abreviar a vida, deixando de lhes fornecer a água de que necessitam.
Ou podemos, simplesmente, arrancá-las e jogá-las no lixo.
Os animais domésticos igualmente aguardam que lhes providenciemos o alimento, a água, o abrigo.
Quantos de nós lhes aceleramos o processo da morte por descuidos, abandono ou negligência?
Quantos não providenciamos os medicamentos e cuidados especiais que necessitam?
E nem temos ideia correta por quantas espécies animais extintas somos direta ou indiretamente
responsáveis.
Se falarmos de nós mesmos, a questão não se faz muito diversa.
Podemos acelerar nossa passagem por este planeta, nos entregando a vícios, por exemplo.
Alguns acreditamos que são simples hábitos, que não nos causarão maiores males.
Esquecemos de que uma gota de veneno pode causar a morte. E existem venenos que aceitamos,
diariamente, como o fumo, o álcool.
Um e outro podem nos ocasionar enfermidades que abreviarão a nossa estada nesta Terra. Ou irão, a
pouco e pouco, minando cargas vitais, com igual resultado.
Também nossa forma de reagir ao que nos ocorre depõe contra nossa vida.
Uma explosão de raiva pode destruir energias preciosas, causando danos ao cérebro, aos neurônios.
De acordo com um estudo realizado por cientistas americanos, o mau humor, a impaciência e a raiva
podem causar ataque cardíaco.
Afirmam que jovens, que reagem rapidamente ao estresse com raiva, tem três vezes mais chances de
desenvolver doenças do coração.
Esses jovens têm cinco vezes mais chances do que as pessoas calmas de sofrer um ataque cardíaco
prematuro, mesmo sem ter histórico de doenças cardíacas na família.
Conclui-se que temperamentos explosivos podem desenvolver doenças muito antes que qualquer outro
fator de risco se torne aparente, como diabetes ou hipertensão.
Verificamos, assim, que nossa vida depende de nós. Mais longa ou mais curta. Mais calma, com menos
dores de cabeça, de estômago e problemas biliares.
Ou mais estressada, recheada de manifestações agressivas e ataques de raiva.
***
A questão é como desejamos viver. E quanto mais desejamos viver.
Alguns homens na face da Terra atestam que respirar o saudável, em pensamentos e atos, coopera para
a longevidade.
Ultrapassando os noventa ou os cem anos, mantêm a lucidez, excelente memória. E cooperam com a
Humanidade, onde se encontrem.
Alguns constituíram família, criaram filhos e abençoaram os netos e bisnetos, deixando-lhes um exemplo
de nobreza e dignidade.
Tudo recheado com muita calma e muito amor.
Pensemos nisso e nos amemos. Amemos nosso corpo, nosso instrumento de trabalho.
Amemos nossa vida, talento divino que nos foi concedido para a realização do melhor.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #desencarne #reflexão #comportamento #vida #valores #emoções #corpo #cuidados #saúde
353

318. SER SIMPLES

É uma verdade. O que a vida espera de nós é que sejamos simples.


Ser simples não tem relação com nossa condição financeira, poder de compra, posição social ou
escolaridade.
A simplicidade que a vida espera de nós nasce em nossa intimidade e se exterioriza em nossas
manifestações.
Somos simples quando desejamos fazer o bem a alguém e buscamos a discrição e o anonimato.
Somos simples quando buscamos auxiliar um amigo em dificuldade financeira e encontramos meios de
fazê-lo sem o constranger.
Ninguém saberá da nossa gentileza e generosidade.
Há simplicidade, em nós, quando conversamos com alguém menos escolarizado que, por uma razão ou
outra, teve menos oportunidades de acesso à cultura e instrução, e não exibimos nosso saber.
Quando conduzimos o diálogo escolhendo temas que sejam do interesse e façam parte do cotidiano de
ambos, a fim de que a conversa não se torne desigual.
Cuidamos da linguagem, dos exemplos e referências, de maneira que ele não se sinta desconfortável ou
inferiorizado por uma fala que poderia soar arrogante ou prepotente.
E, embora tenhamos diplomas, especializações, mestrados e doutorados, jamais diremos, a quem quer
que seja que não estudou porque não quis.
Afinal, não lhe conhecemos a vida, as lutas. Por vezes, estar vivendo e cuidando do que nos parece sem
maior importância, é a sua grande vitória.
Demonstramos nossa simplicidade quando alguém nos magoa, fere nossos sentimentos e optamos pelo
perdão.
Embora perdoar não seja um exercício fácil, é bem mais simples do que guardar mágoas ou arquitetar
vinganças.
Os caminhos do revide são complexos e geram consequências adversas para nós mesmos.
Assim, o perdão será sempre a opção mais tranquila e de resultados mais felizes. Dessa maneira, será o
caminho mais simples.
***
Jesus foi modelo de simplicidade.
Vindo de regiões celestiais para encarnar entre nós, optou fazê-lo no seio de uma família sem maiores
destaques, em vilarejo de importância alguma.
Conhecedor de todas as leis de Deus, viveu por três décadas nos afazeres de uma carpintaria e no
cotidiano de um povo subjugado, sem destacar-se ou demonstrar sua grandeza.
Em Seu apostolado, esteve com poderosos, ricos e influentes, tanto quanto com os párias, os doentes,
os abandonados e invisíveis da sociedade.
Para uns e outros, tinha o amor como postura e parâmetro de convivência.
Simples eram as palavras de sabedoria com que anunciava o reino que veio oferecer a todos.
Estou entre vós como aquele que serve.
Eis o seu grande discurso.
Eis o grande desafio da simplicidade.
Abandonemos sentimentos complexos que trazemos na alma e vivenciemos o singelo amor ao próximo.
Tenhamos sempre Jesus como referência, no difícil exercício de aprender a sermos simples como ele.
Prestemos atenção nos que nos rodeiam, naqueles que dependem de nós, que aguardam nosso gesto
de compreensão, de compaixão, de amor.
Será a partir de pequenos e imperceptíveis exercícios diários, ao tratar a todos com a generosidade que
o amor desperta, que passaremos a ser simples, que passaremos a ser mais felizes.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #simplicidade #comportamento #vida #valores
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319. AS CORES DA VIDA

Quando observamos o pôr do sol e as múltiplas tonalidades das flores, o azul do céu, o verde da
vegetação, nem sempre nos lembramos de agradecer a Deus por termos a capacidade de enxergar e
de distinguir diferentes cores e tons.
Pessoas com daltonismo apresentam uma incapacidade para diferenciar cores, em especial o
vermelho, donde a impossibilidade de distinguir, por exemplo, o vermelho do verde.
O sonho de muitas delas é poder distinguir as cores como elas são, encantar-se com matizes, degradês
e tonalidades que ouvem falar, mas não conseguem perceber.
Atualmente, foram desenvolvidos nos Estados Unidos, óculos especiais que possibilitam aos daltônicos
ver as cores. Mas eles têm um alto custo e ainda não estão disponíveis no Brasil.
Um jovem daltônico de quinze anos, que sonhava enxergar as cores, recebeu de um professor e de
seus colegas de classe a oportunidade de realizar esse sonho.
Eles se cotizaram e importaram os óculos para presentear o rapaz.
No dia da entrega do presente, os colegas usavam roupas e seguravam balões de festa nas cores
primárias, justamente as que ele não conseguia distinguir.
Quando o estudante entrou na sala de aula, recebeu das mãos do professor o valioso presente.
Assim que colocou os óculos, se emocionou. Os colegas foram, então, apresentando a ele as cores que
antes não lhe eram perceptíveis.
***
A capacidade de perceber as sutilezas das cores, dos traços, das formas, nem sempre é valorizada.
Quantas vezes olhamos para o céu, ao amanhecer ou entardecer, e nos encantamos verdadeiramente
com as nuvens tingidas de cores e matizes que nem todos os pintores da História conseguiram
reproduzir?
Quantas vezes erguemos o olhar para observar os inúmeros tons de verde que compõem a copa de
uma árvore?
E quando chega o outono, olhamos com vagar aquela profusão de cores em que se misturam o
amarelo, o marrom, o verde, o dourado?
Já paramos para prestar atenção às cores das penas de um beija-flor?
E de que vale tudo isso? - Alguns podem perguntar. São apenas cores.
Quando as coisas não vão bem, costuma-se dizer, simbolicamente, que estão cinzentas. Isso também
pode indicar uma postura diante da vida.
Há pessoas que parecem usar óculos com lentes cinzentas, que tiram o brilho e a cor de tudo ao seu
redor. São pródigas em reclamar e se queixar, por motivos tolos e superficiais.
Parecem possuir um daltonismo moral que lhes faz ver as coisas de maneira distorcida por seu
orgulho e egoísmo.
E há pessoas que vivem com limitações de diferentes ordens, sem, no entanto, se transformarem em
seres amargos, destilando veneno e críticas.
Veem as coisas com um olhar para o futuro, que compreende a brevidade desta vida. Suas lentes para
o mundo são luminosas e coloridas.
O daltonismo físico conta com óculos que permitem a correção da deficiência.
Entretanto, o daltonismo moral só pode ser corrigido com uma postura transformadora, de amor e
respeito ao próximo, humildade e gratidão a Deus pelo que temos.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #limitações #comportamento #vida #valores #otimismo
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319. PROFISSÕES

Uma das nossas graves preocupações, na qualidade de pais, diz respeito à escolha da profissão pelos
nossos filhos. Justifica-se pelo mundo de dificuldades em que vivemos.
Afinal, ansiamos pela vitória de nossa prole no cenário do mundo. Não há quem não pense em como se
sentirá orgulhoso e aliviado no dia em que o filho sustentar nas mãos o canudo universitário,
conquistado em anos de estudos.
É sua carta de alforria para enfrentar um mercado de trabalho sempre mais exigente.
Por isso mesmo, é comum interferirmos na escolha que deveria ser exclusiva dos filhos. Entram em
campo várias considerações e não poderia faltar, naturalmente, a questão da profissão mais vantajosa,
a que concede status social, aplauso público.
Contudo, toda profissão é nobre. E o nosso objetivo como educadores e orientadores dos filhos deveria
ser sempre o de apontar o caminho da nobreza e do bem, deixando a senda profissional sem maiores
interferências de nossa parte.
Se bem lembrarmos, todos nos servimos do pão à mesa do café da manhã. E para que o pão chegue
até nossa mesa, trabalhou o agricultor que arou a terra, nela depositando a semente preciosa, para a
colheita oportuna e farta do grão.
Este, por sua vez, necessitou de quem o transportasse, o motorista, que, por sua vez, precisou de quem
fabricasse o veículo apropriado e o mantivesse em condições de trafegar, o metalúrgico, o mecânico.
Foi para as mãos zelosas dos funcionários dos silos, passou pelos ombros fortes dos carregadores.
Transformado em farinha, necessitou da habilidade do padeiro para a feitura da massa, que não
dispensou o fermento e o forno apropriado, também vindos de outras mãos profissionais.
Finalmente, circulou para os balcões das padarias e dos mercados, através de mãos operosas de
repositores e vendedores e foi apanhado, ainda cedo, pela empregada que o conduziu até nossa mesa.
Um simples pão. Quantos profissionais. Anônimos e esquecidos alguns. De salários mínimos, diversos
deles. Iletrados tantos. E nos permitem provar um pão fresquinho pela manhã.
***
Toda profissão é nobre, quando exercida com zelo. Do carpinteiro que concede forma à madeira ao que
programa complicados computadores para análises astronômicas.
Da professora que desvenda os mistérios da leitura para olhos e ouvidos ávidos por aprender aos
cientistas que ilustram nossas academias.
No concerto da vida, necessitamos sempre uns dos outros, numa perfeita lei divina que sugere que nos
demos as mãos e nos amemos uns aos outros.
***
Jesus foi carpinteiro. Nasceu pobre, entre pessoas que ganhavam a vida com seu próprio trabalho.
Antes de anunciar a Boa Nova serviu na carpintaria de Seu pai. Aquelas mãos que um dia iluminariam
os cegos, abençoariam os simples e curariam doentes, durante anos moldaram mesas, bancos e
berços.
Aquelas mãos que conheceram calos, fadigas e arranhões, eram mãos que sabiam manejar os
instrumentos de carpintaria.
Como derradeira lição, em matéria de profissão, na última ceia realizou a tarefa que era exclusiva dos
escravos de então: lavou os pés dos Seus Apóstolos, reunidos no salão para as despedidas daquela
noite.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. O DIVINO OPERÁRIO, do livro LENDAS DO CÉU E DA TERRA, de Malba Tahan, ed. Record.
***
#momentoespirita #profissões #trabalho #vida #sociedade
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320. AS MULHERES E O MUNDO

Isabel Allende, jornalista e escritora chilena, ao abordar a questão das mulheres no mundo, narra algo
que ocorreu no ano de 1998, num campo de concentração para refugiados Tutsi, no Congo, África.
Os protagonistas são uma jovem mulher, de nome Rose Mapendo e seus filhos. Viúva e grávida, de
alguma forma ela consegue manter suas sete crianças vivas.
Depois de alguns meses, ela dá à luz a gêmeos prematuros, dois minúsculos meninos. Corta o cordão
umbilical com um graveto e os amarra com seu próprio cabelo.
Ela dá a seus filhos os nomes dos comandantes do campo, com o objetivo de ganhar a bênção deles e,
com isso, poder alimentá-los com chá preto, já que o seu leite não poderia sustentá-los.
A família sobrevive por dezesseis meses e então, graças ao ato de boa vontade de um soldado
americano, Sasha Chanoff, Rose é salva, pois ele consegue colocar sua família em um avião de
resgate.
Rose Mapendo e seus nove filhos pousam em Phoenix, Arizona, onde agora vivem e prosperam. O
nome Mapendo, em Suaíli, idioma oficial da África Oriental, significa grande amor.
Outra história que a autora nos conta se passa no ano de 2005. O lugar é uma pequena clínica para
mulheres em Bangladesh, país asiático.
Jenny é uma jovem higienista bucal, voluntária americana. Ela foi para a clínica preparada para limpar
dentes. No entanto, descobre que ali não há médicos, não há dentistas e que a clínica é somente uma
cabana cheia de moscas.
Do lado de fora há uma fila de mulheres que esperam horas para serem atendidas. A primeira paciente
sente dores lancinantes, seus molares estão em péssimas condições. Jenny percebe que a única
solução seria removê-los.
Ela não tem licença para isso e nunca fez esse procedimento antes. Apavorada, ciente de que nem ao
menos tem os instrumentos adequados, sente-se confortada ao certificar-se que tem como recurso um
pouco de anestesia.
Movida pela coragem e por um coração carregado de amor, ela murmura uma prece e segue em frente
com a operação.
Ao final, a paciente aliviada beija suas mãos. Naquele dia, a higienista repetiu muitas vezes idêntico
procedimento.
***
No mundo de hoje, grande parte das mulheres sofre, vivendo em condições precárias.
Forçadas a casamentos prematuros, não têm controle sobre suas vidas, têm filhos que não conseguem
alimentar, não têm acesso à educação, à saúde e à liberdade.
Olhamos em volta e vemos protagonistas como essas por toda parte. Mulheres que, apesar das
circunstâncias desfavoráveis, lutam com o coração cheio de amor, pelos seus próprios direitos e pelos
direitos do próximo.
Mulheres que, apesar de todas as adversidades, se mostram dispostas, confiantes, carregadas de fé e
esperança, que nunca se deixam abater, que lutam diariamente, seguindo em frente sem desanimar.
Mulheres que, como essas das histórias citadas, movidas pelo amor, colocam o coração à frente da
razão.
E Jesus nos ensinou que onde estiver o nosso tesouro, estará o nosso coração. E o nosso tesouro onde
está?
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita, com base em palestra da escritora Isabel Allende, em março de 2007.
***
#momentoespirita #mulheres #mundo #vida #dificuldades #tesouro #trabalho #caridade
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321. AMOR DE VERDADE

Martin era um sapateiro em uma vila pequena. Desde que morreu a esposa e os filhos, ele se tornou
triste.
Um dia, um homem sábio lhe falou que ele deveria ler os Evangelhos porque lá ele descobriria como
Deus gostaria que ele vivesse.
Martin passou a ler os Evangelhos. Certo dia leu a narrativa do Evangelho de Lucas do banquete em
casa do rico fariseu que recebeu Jesus em sua casa, mas não providenciou água para os pés, nem
ungiu a cabeça de Jesus, nem O beijou.
Naquela noite, Martin foi dormir pensando em como ele receberia Jesus, se Ele viesse a sua casa.
De repente, acordou sobressaltado com uma voz que lhe dizia: Martin! Olha para a rua amanhã, pois eu
virei.
Logo cedo, o sapateiro acendeu o fogo e preparou sua sopa de repolho e seu mingau.
Começou a trabalhar e se sentou junto à janela para melhor ver a rua.
Pensando na noite da véspera, mais olhava a rua do que trabalhava.
Passou um porteiro de casa, um carregador de água. Depois uma mulher com sapatos de camponesa,
com um bebê ao colo. Ela estava vestida com roupas pobres, leves e velhas.
Segurando o bebê junto ao corpo, buscava protegê-lo do vento frio que soprava forte.
Martin convidou-a a entrar e lhe serviu sopa. Enquanto comia ela contou sua vida. Seu marido era
soldado. Estava longe há oito meses. Ela já vendera tudo o que tinha e acabara de empenhar seu xale.
Martin buscou um casaco grosso e pesado e envolveu a mulher e o filho. Depois de alimentados e
agasalhados, eles se foram, não sem antes Martin deixar na mão da pobre mãe umas moedas para que
ela pudesse tirar o xale do penhor.
Quando um velho, que trabalhava na rua, limpando a neve da frente das casas, parou para descansar,
encostado à parede da sua oficina e lar, Martin o convidou a entrar.
Serviu-lhe chá quente e lhe falou da sua espera. Ele aguardava Jesus.
O velho homem foi embora, reconfortado no corpo e na alma e Martin voltou a costurar uma botina.
O dia acabou. E quando ele não podia mais ver para passar a agulha pelos furos do couro, juntou suas
ferramentas, varreu o chão e colocou o lampião sobre a mesa.
Buscou o Evangelho e o abriu. Então, ouvindo passos, ele olhou em volta. Uma voz sussurrou: Martin,
você não me conhece?
Quem é? Perguntou o sapateiro.
Sou eu. Disse a voz. E num canto da sala, apareceu a mulher com o bebê ao colo. Ela sorriu, o bebê
também e então desapareceram.
Sou eu. Tornou a falar a voz. Em outro canto apareceu o velho homem. Sorriu. E desapareceu.
A alma de Martin se alegrou. Ele começou a ler o Evangelho onde estava aberto.
Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era hóspede, e me
recolhestes.
No fim da página, ele leu: Quantas vezes vós fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a
mim é que o fizestes.
E Martin compreendeu que o Cristo tinha ido a ele naquele dia, e que ele O recebera bem.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no artigo AMOR É ISSO, da Revista PRESENÇA ESPÍRITA de nov/dez 1996, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #caridade #amor #auxílio #tesouro #Evangelho #Jesus
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322. A LIÇÃO DA CAVEIRA

Um príncipe, muito orgulhoso de sua realeza, foi, numa manhã, cavalgar por seus domínios. Suas terras
eram bastante vastas e ele cavalgou através de vales e montanhas.
Andou por colinas e prados, gozando a vaidade de ser senhor de tão larga extensão de terras.
A certa altura do seu caminho, viu um velho eremita, sentado diante de uma gruta. Ele trazia nas mãos
uma caveira humana e a contemplava com atenção.
Ao passar por ali, o príncipe ficou indignado por não ter o velho, ao menos, levantado os olhos para
observar a rica caravana que o acompanhava.
Rude e zombeteiro, aproximou-se a figura real e disse:
- Levanta-te quando por ti passa o teu senhor! Que podes ver de tão interessante nessa pobre caveira,
que chegas a não perceber a passagem de um príncipe e seus poderosos acompanhantes?
O eremita ergueu para ele os olhos mansos e respondeu, em voz clara e sonora:
- Perdoa, senhor. Eu estava procurando descobrir se esta caveira tinha pertencido a um mendigo ou a
um príncipe. Por mais observe, não consigo distinguir de quem seja.
Nestes ossos nada há que me diga se a carne que os revestiu repousou em travesseiros de plumas ou
nas pedras das estradas. E não há na caveira nenhum sinal que me aponte, com certeza, se ela já
carregou um chapéu de fidalgo ou se suportou o sol ardente, na rudeza dos trabalhos de camponês.
Por isso, eu não sei dizer se devo levantar-me ou me conservar sentado diante daquele que em vida foi
o dono deste crânio anônimo.
O príncipe baixou a cabeça e prosseguiu o seu caminho, sem mais nada dizer. Mesmo quando a noite
chegou e ele retornou ao seu castelo, continuou pensativo.
A lição da caveira lhe abatera o orgulho.
***
Que são títulos, honrarias, riquezas ante a enfermidade e a morte?
A enfermidade, ao estabelecer o seu reino no corpo humano, nunca indaga se a criatura é detentora de
poder e glória ou se é um simples alguém, perdido na multidão.
A dor, ao fazer morada no coração do homem, jamais se importa se ele tem posses ou se é alguém
que, simplesmente, perambula pelas ruas, sem teto e sem lar.
A morte, ao arrebatar a vida física, não faz distinção de contas bancárias, títulos financeiros ou bolsos
vazios.
***
O orgulho é um terrível inimigo da criatura humana. Torna o indivíduo insensível à piedade e ao
sofrimento do próximo.
Predispõe à arrogância e é causa ponderável da perdição de muitas vidas.
Cria fantasias de força e poder que o ser está longe de possuir.
Ainda hoje é responsável por várias expressões de sofrimento, levando a duelos verbais e físicos, que
desestruturam famílias, amizades e grupos sociais.
A verdadeira grandeza está no fato de se reconhecer a própria pequenez.
Verdadeiramente grande é o ser que reconhece a sua fragilidade e sua possibilidade de errar. É aquele
que luta por se manter nobre.
Se algo faz de errado, dá-se conta do erro e se esforça por reparar os danos causados e o mal-estar
que provocou.
Há sempre elevação e dignidade naquele que se considera vulnerável ao engano, ao erro.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no texto A LIÇÃO DA CAVEIRA de autor ignorado e no cap. 19, do livro SOB A PROTEÇÃO DE DEUS, por
Espíritos diversos, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #vida #futuro #riqueza #tesouros #poder #reflexão
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323. O HOMEM NO MUNDO

Observar a atual situação do mundo, por vezes, é desanimador.


Em toda parte há violência, desonestidade e sofrimento. Ante esse contexto, alguns experimentamos o
desejo de nos desvincularmos da vida em sociedade.
A pretexto de nos mantermos em paz, procuramos conviver o mínimo possível com parentes, vizinhos e
colegas de trabalho.
Para nos justificarmos perante a própria consciência, buscamos embasamento nas palavras do Cristo.
Afirmamos que, como o reino de Deus não é deste mundo, então o mundo não tem muito valor.
Tendo em vista que a riqueza e os prazeres materiais dificultam o acesso ao reino dos céus, o melhor é
abdicar deles de vez.
Nessa linha de pensar, o caminho da redenção parece ser o afastamento total.
Ao longo da História, não faltaram congregações dedicadas à vida contemplativa.
Ocupados em louvar a Deus, seus membros não mantinham contato com os sofredores.
Ocorre que o conjunto da mensagem do Cristo não encoraja o isolamento.
A própria vida do Messias demonstra o contrário. Jesus jamais se furtou de conviver com o povo
ignorante.
Ele afirmou, textualmente, que os sãos não necessitam de médico.
Conviveu com prostitutas, ladrões e desequilibrados de toda ordem.
A todos amou, amparou e esclareceu.
Se nos afirmamos cristãos, não podemos ignorar a clareza dos exemplos dados por Ele.
Ademais, Jesus afirmou que toda a Lei Divina resume-se em amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a si mesmo.
***
É incoerente amar a Deus acima de tudo, mas desprezar o mundo que Ele criou.
O amor ao Criador é revelado por nossas tentativas de entender e respeitar a Sua obra.
O papel que nos cabe, no concerto da Criação, é colaborar para que a sociedade em que estamos
inseridos se aprimore.
Quem ama a Deus não pode desistir quando o bom combate está apenas começando. Por outro lado, o
amor ao próximo também se insere no resumo das Leis Divinas feito por Jesus.
Não é possível manifestar esse amor fugindo do semelhante.
Para cumprir a Lei Divina, impõe-se sejamos solidários uns com os outros. Quem pode e sabe mais,
deve auxiliar e esclarecer.
É necessário que nos amparemos, não que nos evitemos.
Constitui rematado equívoco achar que a preservação da paz implica afastamento dos semelhantes.
A paz pressupõe a consciência tranquila pelo dever bem cumprido.
Nosso dever é evidenciado pela vida, ao nos colocar em determinado contexto familiar e social.
Conquistamos nosso aprimoramento e a paz vivendo nesse ambiente de forma nobre e pura.
A tarefa do cristão não é fugir do mundo, mas abandonar as ilusões.
O céu não é um local, mas um estado de consciência em harmonia com as Leis Divinas.
Como a Lei Divina se resume no amor, ninguém conquista o paraíso ignorando o sofrimento alheio.
Assim, vivamos no mundo com sabedoria.
Quaisquer que sejam os nossos recursos e talentos, busquemos utilizá-los na construção de um mundo
melhor.
Esta é a nossa missão.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #mundo #paz #amor #solidariedade
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324. EM BUSCA DE NOSSOS SONHOS

Desde pequena, Karina só tinha uma paixão: dançar e ser uma das principais bailarinas do Ballet
Bolshoi.
Seus pais haviam desistido de lhe exigir empenho em qualquer outra atividade. Tudo era deixado de lado
pelo objetivo de se tornar bailarina do Bolshoi.
Um dia, Karina teve sua grande chance.
Conseguiu uma audiência com o diretor master do Bolshoi, que estava selecionando aspirantes para a
Companhia. E, nesse dia, ela dançou como se fosse seu último dia na Terra.
Colocou tudo o que sentia e que aprendera em cada movimento, como se uma vida inteira pudesse ser
contada em um único passo.
Ao final, aproximou-se do renomado diretor e lhe perguntou: Então, o senhor acha que posso me tornar
uma grande bailarina?
Na longa viagem de volta à sua aldeia, Karina, em meio às lágrimas, imaginou que nunca mais aquele
não deixaria de soar em sua mente.
Meses se passaram até que pudesse novamente calçar uma sapatilha, ou fazer seu alongamento em
frente ao espelho.
Dez anos mais tarde, Karina, uma estimada professora de ballet, criou coragem de ir à performance
anual do Bolshoi, em sua região.
Sentou-se bem à frente e notou que o senhor Davidovitch ainda era o diretor master.
Após o concerto, aproximou-se dele e contou-lhe o quanto ela queria ter sido bailarina do Bolshoi e
quanto lhe doera, anos atrás, ter ouvido dele que ela não seria capaz disso.
- Mas, minha filha... - disse o diretor - eu digo isso a todas as aspirantes.
Com o coração ainda aos saltos, Karina não pôde conter a revolta e a surpresa dizendo:
- Como o senhor pôde cometer uma injustiça dessas? Eu poderia ter sido uma grande bailarina se não
fosse o descaso com que o senhor me avaliou!
Havia solidariedade e compreensão na voz do diretor, mas ele não hesitou ao responder:
- Perdoe-me, minha filha, mas você nunca poderia ter sido grande o suficiente, se foi capaz de
abandonar o seu sonho pela opinião de outra pessoa.
***
Quando estabelecemos metas específicas é muito maior a nossa chance de conquistarmos nossos
sonhos.
Dedicação e empenho também são requisitos indispensáveis nessa dura jornada.
No entanto, mais importante do que tudo é acreditarmos, efetivamente, na própria capacidade de
alcançarmos os objetivos propostos.
Muitos serão aqueles que, pelas mais variadas razões, colocarão obstáculos em nossa caminhada.
Alguns dirão que nosso sonho é uma grande bobagem. Ou, ainda, que se trata de muito esforço à toa.
Outros falarão que não somos capazes de alcançá-lo e que deveríamos optar por objetivos mais fáceis.
E assim, muitos desistem da luta, por medo, por preguiça. Ou porque acreditaram nas previsões
negativas dos outros.
No entanto, nossos sonhos continuarão lá, dentro de nossos corações e diante de nossos olhares.
Mesmo que deixemos de nos esforçar para ir ao encontro deles, eles permanecerão fazendo parte de
nós, como uma tarefa não cumprida.
Projetos nobres e ideais justos não devem ser abandonados nunca.
Convictos de sua importância perante a vida, esforcemo-nos para alcançá-los, não importando quantas
tentativas sejam necessárias para isso.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no livro PARÁBOLAS ETERNAS, organização Legrand, ed. Sóler.
***
#momentoespirita #metas #vida #sonhos #coragem #disciplina #forçadevontade
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325. DAR A VOLTA POR CIMA

É impressionante como algumas pessoas agem com inteligência e bom senso diante de situações
adversas.
Um ator famoso sofreu um assalto. Ferido gravemente, ficou em coma por muito tempo. Os meses se
somaram e, apesar das limitações impostas ao corpo físico, continuou lutando com bravura.
Não se deixou vencer pela soma de acontecimentos amargos e começou a grande batalha para dar a
volta por cima e continuar vivendo, ainda que com graves limitações nos movimentos do corpo.
Um narrador de futebol, não menos famoso, sofreu um acidente de automóvel.
Apesar das barreiras imensas, ele empreendeu uma batalha acirrada e, depois de longo tempo,
conseguiu se comunicar com o mundo através da arte, pintando quadros.
Conseguiu dar a volta por cima e reinventar sua vida.
Um dia, um acidente de ultraleve matou a esposa de um cantor popular e o jogou num leito de hospital,
com graves ferimentos na medula e no cérebro.
Ele também deu a volta por cima, demonstrando rara coragem e uma disposição inabalável.
Surpreendendo médicos e enfermeiros, passou a alegrar a enfermaria, cantando e dedilhando sua
guitarra, para pacientes que, como ele, enfrentavam horas seguidas de fisioterapia.
Existem também muitos heróis anônimos que dão a volta por cima e vencem situações de extrema
dificuldade.
Ao contrário do que muitos pensamos, essas são atitudes de pessoas que sabem usar a razão e o bom
senso.
Percebem que não há como vencer, senão aceitando o desafio que as leis maiores lhes oferecem, com
resignação e coragem.
Esses são os verdadeiros vencedores, pois transformam uma situação, aparentemente sem saída,
numa nova maneira de encarar a vida.
É como se admitissem a si mesmas: Se Deus me ofereceu esta situação difícil é porque preciso
aprender alguma lição com ela. E é isso que vou fazer.
Essa é a posição de um filho que confia no seu pai e dele espera o melhor, ainda que esse melhor
chegue com aparência de desgraça.
Um filho que confia num pai amoroso e justo e procura retirar, de cada situação, uma lição a mais, uma
demonstração de coragem, de fé, de humildade, de confiança.
***
Já pensamos nas lições que Deus espera que aprendamos com as situações que nos surpreendem?
Consideremos que as provas sempre guardam relação com o tipo de aprendizagem que precisamos e
são proporcionais ao nosso grau de evolução.
Dessa forma, conforme nos recomendou o grande Apóstolo Paulo de Tarso, aprendamos a dar graças
por tudo.
A flor agradece, com o seu perfume, a terra escura que lhe permitiu nascer e florescer.
A borboleta dá graças ao casulo, desprovido de beleza, que lhe permitiu efetuar a sensível
metamorfose, bailando no ar e contribuindo com a polinização.
Quando o enfermo recupera a saúde, bendiz a dor que lhe trouxe a lição do equilíbrio.
Aprendamos, portanto, a agradecer a tempestade que renova, a luta que aperfeiçoa, o sofrimento que
ilumina.
Lembremos que a alvorada é dádiva do céu, que surge após a noite escura na Terra.
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Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #vida #dificuldades #coragem #disciplina #forçadevontade
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326. HÁ DOIS MIL ANOS

Há dois mil anos, houve Alguém, na face da Terra, que amou a Humanidade como jamais ninguém
amou.
Ele conhecia e respeitava as leis da vida. Para aqueles que O chamaram de subversivo, esclareceu: Eu
não vim destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento.
Ele sabia que a Humanidade se debateria em busca de soberania e poder. Que se precipitaria nos
despenhadeiros das guerras cruéis e sangrentas, causando dor e sofrimento. Por isso, disse: Minha
paz vos deixo, a minha paz vos dou.
Ele sabia que caminharíamos em busca da felicidade e, embora rodeados de pessoas, haveria
momentos em que a solidão nos visitaria. Por isso, prometeu: Nunca estareis a sós. Vinde a mim.
Ele compreendia que, na escalada para a perfeição, em alguns momentos, não saberíamos ao certo
que caminho seguir. Então, se ofereceu: Eu sou o Caminho.
Ele conhecia as fraquezas humanas e entendia que densas nuvens se abateriam sobre nossas
consciências, e que poderíamos nos perder na noite escura dos próprios desatinos. Por isso declarou:
Eu sou a luz do mundo.
Como pastor, Ele compreendia a fragilidade dos Seus tutelados, que facilmente se deixariam levar pelo
brilho das riquezas materiais e escorregariam nas armadilhas da desonra e da insensatez. Por essa
razão, Ele advertiu: De nada vale ao homem ganhar a vida e perder-se a si mesmo.
Por conhecer a indocilidade do coração humano, que se tornaria presa fácil da prepotência e se
comprometeria negativamente com os preconceitos e a soberba, criando cadeias para a própria alma,
assegurou, com ternura: Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.
***
Há dois mil anos houve Alguém que amou a Humanidade como ninguém jamais amou...
E, por saber que, na intimidade de cada ser humano, há uma centelha da chama divina, aconselhou:
Brilhe a vossa luz.
Por ter ciência plena da destinação de todos nós, orientou: Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é
perfeito.
Conhecedor da nossa capacidade de preservar e dar sabor à vida, afirmou: Vós sois o sal da Terra.
Há dois mil anos houve Alguém que amou tanto a Humanidade que voltou, após a morte, para
que tivéssemos a certeza de que o túmulo não aniquila os nossos amores.
Ele nada impôs a ninguém. Convidou, simplesmente assim: Quem quiser vir após mim, tome a sua
cruz, negue-se a si mesmo, e siga-me.
Sem estabelecer ilusões, nos elucidou sobre as dores que o mundo nos ofereceria, dos enganos que
poderíamos ser levados a abraçar.
Acenou, de forma clara, que os que perseverassem até o fim, esses seriam salvos.
***
Esse Espírito ficou conhecido na Terra pelo nome de Jesus, o Cristo.
Habita mundos sublimes, onde a felicidade suprema é uma realidade. Mas, por ter afirmado que jamais
nos deixaria órfãos, continua amparando e socorrendo a todos nós, independente de crença, raça,
posição social ou cultura.
Sua promessa ainda repercute pela Terra e soa aos nossos corações: Nenhuma das ovelhas que o Pai
me confiou se perderá.
Ovelhas do mesmo pastor, prossigamos em nossa jornada, até alcançarmos as estrelas.
Nosso destino é a perfeição. Sigamos resolutos.
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Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #vida #dificuldades #coragem #disciplina #fé #Jesus
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327. DAR GRAÇAS POR TUDO

O Apóstolo Paulo, com sua lucidez inconfundível, recomendou que devemos dar graças a Deus por
tudo o que nos acontece, tanto pelas coisas boas como pelas que nos pareçam ruins.
E era dessa forma que agia um certo homem. Dava graças por tudo.
Certa vez, em uma de suas viagens, quando o avião sobrevoava o oceano, um dos motores falhou. O
piloto realizou um pouso forçado nas águas.
Quase todos os passageiros morreram. Ele conseguiu agarrar-se a algo que o manteve boiando, à
deriva.
Depois de muito tempo, chegou a uma ilha não habitada. Cansado, agradeceu a Deus por tê-lo livrado
da morte.
Naquele lugar deserto, ele conseguiu se alimentar de peixes, ervas e até de alguns frutos. Com muito
esforço, conseguiu derrubar umas árvores e construiu uma cabana.
Não era bem uma casa, somente um abrigo tosco, com paus e folhas, que lhe conferia alguma
proteção.
Ele ficou satisfeito e, mais uma vez, agradeceu a Deus, porque agora podia dormir sem medo dos
animais selvagens que talvez existissem na ilha.
Um dia, depois de ter apanhado muitos peixes, agradeceu ao Criador pela comida abundante.
No entanto, ao voltar para sua cabana, a descobriu em chamas.
Desolado, sentou-se sobre uma pedra e, entre o pranto convulsivo, reclamou:
- Deus! Como é que o Senhor pôde deixar acontecer isso? O Senhor sabe que eu preciso muito da
cabana para me abrigar. Deus, o Senhor não tem compaixão de mim?
Então, ele sentiu uma mão sobre seu ombro. Logo, uma voz lhe disse:
- Vamos, rapaz?
Ele se virou, assustado. Para sua surpresa, ali estava um marinheiro sorridente, convidando-o:
- Vamos logo, rapaz, nós viemos buscá-lo.
- Mas, como é possível? Como vocês souberam que eu estava aqui? - Falou o homem, surpreso.
- Amigo, explicou o marinheiro, vimos os seus sinais de fumaça pedindo socorro. O capitão ordenou que
o navio parasse e me mandou vir buscá-lo naquele barco que está ali adiante.
Então, o homem foi para o navio, que o conduziu, são e salvo, de volta para os seus amados, o seu
mundo, a sua vida.
Em segurança, ele agradeceu uma vez mais a Deus e pediu perdão pela falta de confiança na Sua
Providência e Misericórdia.
***
Assim acontece, por vezes, em nossas vidas. Alguns acontecimentos nos surpreendem e nem sempre
conseguimos ter a dimensão dos seus benefícios.
Um transtorno que nos impeça de chegar a um determinado lugar, no tempo que havíamos
estabelecido, pode nos evitar alguma tragédia.
O não alcançarmos êxito, hoje, em um concurso, pode nos entristecer, porque víamos ali a
oportunidade de crescimento profissional. Porém, quase sempre, pouco depois, uma nova e melhor
chance se apresenta.
Aprendamos, assim, a dar graças por tudo: pelo bom e pelo aparentemente ruim.
E, se for mesmo algo que nos magoe, entristeça, fira, ainda assim, pensemos que a experiência nos
poderá auxiliar a crescer, a aprender.
Dessa maneira, em tudo procuremos dar graças a Deus, nosso Pai.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #vida #dificuldades #gratidão #agradecer #fé #Deus
364

328. ESCOLHER ENTRE UMA VIDA CURTA OU LONGA

Um simples adesivo, fixado num vidro de carro, revela uma filosofia de vida muito perigosa.
Diz assim: A vida é curta. Quebre algumas regras.
Precisamos analisar essa cultura do Aproveite a vida, pois ela é curta, com bastante cuidado.
Percebemos que esse tipo de entendimento circula pelo mundo fazendo muitos adeptos que, por vezes,
caem em armadilhas terríveis, sem perceber.
Parece haver em muitas pessoas uma aversão a regras, a leis, mesmo quando essas servem apenas
para regular a vida em sociedade. Por isso, tão necessárias.
É a repulsa à responsabilidade que ainda encontra forças em tantas mentes que teimam em não
crescer.
Quebrar regras simplesmente por diversão ou por achar que a vida está muito certinha – como se fala –
é atitude infantil, imatura e perigosa.
Basta, por exemplo, uma única vez, extrapolar na velocidade na condução de um automóvel para se
comprometer uma vida toda.
Uma brincadeira, um simples pega, pelas vias de uma cidade, para se colocar em risco um grande
número de vidas, inclusive a própria.
Assim, não é um tipo de regra que pode ser quebrada de quando em vez.
Por que quebrar regras para se aproveitar a vida? Quem disse que para se curtir cada momento da
existência com alegria, precisamos infringir leis?
Aproveitar a vida não significa fazer o que se quer, quando e onde se queira. Esta é a visão materialista,
pobre e imediatista do existir.
Aproveitar a vida consiste em fazer o que se deve fazer, determinado pela consciência do ser espiritual,
que sabe que está no mundo por uma razão muito especial.
O ser maduro, consciente, encontra no caminho do bem, da família, do amor, sua curtição, sem precisar
sair por aí quebrando regras e infringindo leis.
***
A vida é curta ou longa. A escolha está em quem vive.
Ela é curta para os que desperdiçam tempo na ociosidade. Longa para os que se dedicam a uma causa
nobre.
A vida é curta para os que acompanham os filhos crescerem de longe. Longa para os que aproveitam
cada instante, cada beijo de bom dia, cada beijo de boa noite.
A vida é curta para os que acham que os vícios não fazem mal. Longa para os que desenvolvem
hábitos sadios para seus dias.
A vida é curta para os que acham que a vida é uma só. Longa para os que já descobriram que o Espírito
é imortal, já existia antes desta vida e continuará existindo depois.
A vida é curta para quem não perdoa. A mágoa mata mais cedo. É longa para os que buscam a
reconciliação, evitando a vingança destruidora.
A vida é curta para quem não sorri. A depressão mata mais cedo. É longa para quem cultiva o bom
humor perante as situações difíceis da existência.
A vida é curta para os vilões. Longa para os heróis.
A vida pode ser curta ou longa. Cabe a você escolher.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #vida #comportamento #Responsabilidade #disciplina #disciplinaefoco #livrearbitrio
365

329. A MULHER E A IGUALDADE

No período em que Jesus viveu, neste planeta, havia muitas restrições estabelecidas para as mulheres,
entre Seu povo.
Elas deviam fidelidade absoluta ao marido, embora não pudessem exigir a reciprocidade. E lhe deviam
ser totalmente submissas.
No aspecto legal, a mulher, na Palestina do primeiro século, era considerada incapaz e lhe era vetado
realizar negócios.
Na eventualidade de realizar algum, poderia ser desfeito pelo seu marido, se assim não concordasse.
Contudo, elas tinham um papel fundamental na manutenção do lar. Eram responsáveis por fiar os tecidos,
produzir o pão, que era a base da alimentação da família.
Tinham o dever de providenciar o azeite, essencial na alimentação e, também, para manter acesas as
lâmpadas, em especial no dia do Sabbat.
***
Foi nesse ambiente, que Jesus se evidenciou como exemplo de respeito e dignidade para com as
mulheres.
Com Jesus começou o legítimo feminismo. Esse que traça nos corações diretrizes superiores e
santificantes.
Em variadas passagens dos Evangelhos, recolhemos o Seu tratamento especial para com as mulheres.
No poço de Jacó, quando se dirige à mulher samaritana, Ele derruba preconceitos.
Um homem não se dirigia a uma mulher, em público, mesmo que fosse a sua esposa. Entretanto, Jesus
estabelece um diálogo com ela.
Ademais, os samaritanos eram um povo de rivalidades históricas com os judeus.
Mas, será para essa mulher que Jesus se revelará como a fonte de água viva, aquela que sacia para
sempre. Ele era o Messias.
Será para uma mulher que Ele se apresentará, em primeiro lugar, anunciando a Sua Imortalidade, após a
morte na cruz: Madalena.
Será para as irmãs de Lázaro, Marta e Maria, que concederá excepcionais lições. Enaltece a escolha de
Maria, quando ela se dispõe a ouvi-lO.
Consola o coração de Marta, após a aparente morte do irmão, dizendo que ele tornará a viver. E cumpre
o prometido, devolvendo-o aos braços de ambas as irmãs.
No episódio do iminente apedrejamento da mulher adúltera, Jesus advoga a causa do julgamento justo,
estabelecendo que atirasse a primeira pedra aquele que não tivesse equívoco algum em sua consciência.
Concede honra à acusada, dizendo-lhe que se erga, refaça sua vida e não torne a cometer o mesmo
desatino.
O Evangelho inaugura Nova Era para as esperanças femininas.
Figuras extraordinárias se evidenciam nas páginas da Boa Nova.
Registramos a lucidez de Isabel, a mãe do precursor, sabendo exatamente quem era o Espírito
missionário do filho que estava gerando.
Tanto quanto descobre em sua prima, Maria, a excelsa mãe do Seu Senhor.
***
Desde esses dias, a Humanidade vem avançando no tratamento igualitário entre homens e mulheres.
Cabe nos indagarmos como tem sido o nosso próprio proceder. Como temos nos comportado para com
nossas mães, nossas irmãs, esposas, amigas, colegas de trabalho.
Estamos colaborando nesse processo de sedimentação de uma sociedade mais igualitária?
Homens ou mulheres, somos credores de respeito, justiça e igualdade.
Trabalhemos nesse sentido.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. 93, do livro PÃO NOSSO, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier, e no item VI, pt. 2,
do cap. 2, do livro A VIDA QUOTIDIANA NA PALESTINA DO TEMPO DE JESUS, de Daniel Rops, ed. Livros do Brasil Lisboa.
***
#momentoespirita #vida #comportamento #mulher #igualdade #justiça #respeito
366

330. OUVIDOS DE OUVIR

Uma reunião com índios americanos revela um ensinamento importante e urgente.


Agrupados os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. Todos calados à espera do
pensamento essencial.
Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem.
Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou
os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais.
Esses pensamentos são estranhos aos demais. É preciso tempo para entender o que o outro falou.
Se alguém falar logo a seguir, são duas as possibilidades que se pode pensar.
Primeira: quem falou está dizendo: Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade não ouvi o que
você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua
fala.
Segunda: Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo.
É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos, está se chamando o outro de tolo. O que é pior do que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz
silêncio dentro, começa-se a ouvir coisas que não se ouvia.
***
Muitos são os cursos oferecidos pelo mundo afora, pretendendo ensinar a falar. Ter uma boa oratória é
fundamental nos dias de hoje.
Mas será que apenas saber falar é suficiente? Não estamos esquecendo o que vem antes? Não
estamos esquecendo de aprender a ouvir?
Não existem cursos de ESCUTATÓRIA, é certo, mas aprender a ouvir corretamente é de suprema
importância.
A postura humilde de quem ouve, de quem presta atenção nas palavras do outro, do que o outro diz ou
não diz, é a postura do homem de bem.
Ninguém se educa, ninguém cresce, se não aprende a escutar.
Alberto Caieiro dizia que não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja
silêncio dentro da alma.
Silêncio dentro da alma significa que os pensamentos devem emudecer de quando em vez.
As ideias preconcebidas, a tal maneira como sempre pensei, devem calar um pouco, e considerar algo
distinto, saborear o novo.
Todos os grandes da Terra souberam ouvir, souberam se desprender de suas ideias e considerar novas,
considerar o algo mais.
Grandes escritores são antes grandes leitores. Sabem escutar outros livros, antes de recitar os seus
próprios.
Que possamos aprender a ouvir mais, a respeitar mais a opinião do outro, e assim aprender com todos,
independente se sabem mais ou menos do que nós.
Exercitemos a tal ESCUTATÓRIA de Rubem Alves e cultivemos o silêncio na alma, nos pensamentos.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no texto ESCUTATÓRIA, do livro O AMOR QUE ACENDE A LUA, de Rubem Alves, ed. Planeta.
***
#momentoespirita #vida #comportamento #mulher #igualdade #justiça #respeito
367

331. REFLETINDO SOBRE O AMOR

Um homem, desiludido da vida, foi em busca de um profissional, pois precisava de ajuda para o seu
peito oprimido.
Começou dizendo que não amava mais sua mulher, e por isso, queria se separar.
O terapeuta o observou e lhe disse que seu caso era simples, desde que esclarecidos determinados
pontos.
Continuou, falando que ele deveria amar sua esposa e tratá-la com ternura.
Inquieto, o homem afirmou que não sentia mais nada pela sua mulher, e que precisava de ajuda para
conseguir separar-se dela.
Novamente, ouviu que deveria amá-la com ternura.
Aquele homem, que esperava uma solução simples, prática e plausível, sentiu-se muito desconfortável.
Diante disso, falou o profissional, dando um novo colorido à situação:
Amar é uma decisão, não é apenas um sentimento.
Amar é dedicação e entrega, é ternura e carinho.
Amar é um verbo, e o fruto dessa ação é o amor.
O amor é um substantivo, um exercício de jardinagem.
É preciso arrancar o que faz mal, pela raiz, preparar o terreno, semear, ter paciência, regar, cuidar...
Podem aparecer pragas, vir a seca, nem por isso devemos abandonar o jardim.
Assim, devemos amar nosso par, aceitá-lo, valorizá-lo, respeitá-lo, dar amor e ternura, admiração e
compreensão.
Por isso é que o caminho mais correto para o seu caso, é amar.
Ame simplesmente, ame!
E aquele homem, antes desconfiado, agora pensativo, saiu com o firme objetivo de pensar naquela
receita: amar é um verbo, uma ação. Amor é um substantivo, um exercício.
***
Descartar o que, aparentemente, não mais nos serve e incomoda, é muito prático e conveniente.
Não exige muito, apenas um pouco de coragem e ousadia.
Quando, porém, nossos sentimentos amadurecem e passamos a desejar ao outro o que queremos para
nós, tudo muda.
Benditos sejam os que fazem pensar, meditar.
Abençoados os que nos mostram a situação vivenciada sob um ângulo mais claro.
A vida é uma escola, onde as lições de cada dia servem de despertador, para fazer acordar
determinadas situações.
Temos necessidade de descobrir os potenciais ocultos em nós próprios.
Sempre é momento de dedicarmos carinho, ternura e amor, a quem compartilha nossos caminhos na
vida.
Aprendemos que é necessário fazer o bem na medida de nossas forças.
Mais: que responderemos por todo o mal que resultar do bem que não fizermos.
Assim sendo, não podemos nos considerar inúteis.
Deus está presente em nós.
Busquemos auxílio e auxiliemos nossos amores a crescerem na vida.
***
Os tesouros de bondade, levamos no coração, para serem espalhados ao nosso redor.
Mesmo que não tenhamos a riqueza da cultura intelectual, sempre podemos espalhar a riqueza dos
bons sentimentos.
Podemos não ser imensamente felizes, mas poderemos nos felicitar com o bem-estar que semearmos.
A vida nos apresenta oportunidades a cada novo dia.
368

Somos filhos de Deus, e estamos mergulhados no Seu amor.


Se ainda não começamos a agir de acordo, sempre é tempo de começar.
A inteligência sem amor nos faz perversos.
A vida sem ternura e amor não tem sentido.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 21, afirma:
O amor é tônico da vida.
Quando se centraliza nos interesses inferiores do sexo e das paixões primitivas, torna-se cárcere e
deixa de ser o sentimento elevado, que dignifica — libertando.
Examina os teus sentimentos, na área afetiva e observa se eles te desarmonizam ou tranquilizam.
Através da sua qualidade, detectarás, se amas ou apenas desejas.
O verdadeiro amor supera o egoísmo e trabalha sempre em favor da pessoa querida.
Ama, portanto, sem escravizar aquele a quem te devotas, não se lhe escravizando também.
***
Extraído do Momento Espírita de 8 de maio de 2021
***
#momentoespirita #amor #ternura #compreensão #comportamento
369

332. MATERIALISTAS

LE: Questão nº 799 - De que maneira pode o Espiritismo contribuir para o progresso?
“Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz que os homens compreendam
onde se encontram seus verdadeiros interesses. Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, o
homem perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o seu futuro. Abolindo os
prejuízos de seitas, castas e cores, ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como
irmãos.”
***
Não podemos afirmar que os materialistas vêm vindo...
Estão nos tempos modernos, por toda parte, tentando, inconscientemente, apagar a luz do espírito.
Assestam telescópios na direção das galáxias, e supõem resolver os enigmas do Universo pelas
acanhadas impressões dos cinco sentidos da esfera física.
Devotam-se aos mais altos estudos da Psicologia transcendente, e atestam que o homem não passa de
símio complexo, sem maiores possibilidades de evolução.
Dizem que estamos longe de equacionar os problemas do destino e do ser, e estabelecem padrões
para a genética humana, tomando por alicerce o comportamento de drosófilas e de ratos nas atividades
reprodutivas.
Asseveram que é preciso plasmar elites de condutores, e dirigem-se à mocidade acadêmica subtraindo-
lhe as noções da alma, à feição de sorridentes carrascos da responsabilidade moral.
Destacam o imperativo da solidariedade, e preconizam a sumária eliminação dos que nasçam doentes
ou incapazes.
Proclamam-se campeões da liberdade, e desprezam quem lhes não aceite o figurino mental.
Recomendam a investigação das questões do espírito, e injuriam as inteligências sinceras e
desassombra das que a elas se afeiçoem.
Aconselham o respeito às religiões e, em vez de ajudá-las no apostolado de amor pela extinção do
sofrimento, solapam-lhes a existência, a golpes de sarcasmos sutil.
Claro que não nos reportamos aos pesquisadores respeitáveis, porque a ciência - matriz do progresso -
será sempre, no mundo, a interrogação vestida de luz, entesourando experiências, diante da verdade.
Referimo-nos aos epicuristas de todas as épocas, sejam eles autores de fulgurantes pensamentos
destrutivos, em alentados livros sobre a Natureza, ou meros conversadores de salão, interessados nas
sensações inferiores, a detrimento da sublimação íntima.
Desde as primeiras horas de nossa formação doutrinária, os mensageiros do Cristo explicaram que o
Espiritismo contribuirá no aperfeiçoamento da Terra, anulando o materialismo, por ensinar aos homens
a dignificação do futuro, mantendo-os livres de seitas e cores, castas e privilégios.
Temos, assim, a tarefa de conduzir para a frente a bandeira da imortalidade, com o trabalho incessante
que lhe é conseqüente, mas, para atingirmos a meta, é imperioso se disponha cada um de nós a viver
em si mesmo os princípios que prega, com a obrigação de servir e com o dever de estudar.
***
Extraído do Livro RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS, 67, por Emmanuel & Francisco Cândido Xavier
***
#religiaodosespiritos #materialismo #imortalidade #espiritismo #comportamento #exemplodevida #livrodosespiritos
370

333. QUANTO CUSTA QUERER TER SEMPRE RAZÃO?

Quanto custa ter sempre razão?


Em algum momento, paramos para analisar esta questão? Já pensamos quais são as consequências
de sempre querer provar que estamos certos?
É claro que defender um ponto de vista é corriqueiro. Colocar nosso posicionamento ou nossas ideias
perante um fato, de maneira sensata, é mesmo saudável.
Trocar ideias a respeito de um tema, argumentar a favor de um conceito no qual acreditamos, são
posturas naturais e comuns nas nossas relações cotidianas.
Porém, quando essa atitude supera todas as barreiras, está sempre como ponto de honra de nossa
palavra, quando se torna fundamental ter a razão, qual o preço a ser pago?
***
Quantas vezes nos aborrecemos com alguém pelo simples fato de querermos convencê-lo de que ele
está errado em sua forma de pensar?
Quem de nós não se pegou transformando uma discussão tranquila em um afrontamento pessoal?
Ou ainda, quantas vezes não elevamos o tom da conversa, nos tornamos ríspidos no enfrentamento de
ideias?
Defendemos nosso ponto de vista como acreditamos ser o mais adequado. E, naturalmente, temos
nossa maneira de ver a realidade, conforme nossos valores, conceitos e capacidades.
***
Quatro pessoas, cegas de nascença, ao serem colocadas junto a um elefante vão conseguir relatar o
que puderem tocar do animal.
Se não lhes derem a oportunidade de perceber as diferenças entre orelha, cauda, tromba, corpo, terão
apenas uma ideia parcial.
Não estarão erradas, apenas cada uma terá somente parte da razão.
Muitas vezes isso acontece nos nossos relacionamentos. Temos a nossa percepção, a nossa
capacidade de análise.
Não quer dizer que estejamos errados ou que não tenhamos razão em nossos argumentos.
Porém não podemos esquecer de que o outro tem sua própria forma de ver, seus valores, suas ideias.
Enfrentar-se nessas situações, será o duelo de ideias, a briga de argumentos, em que, quase sempre, o
que existe, de verdade, é o desejo de impor nosso raciocínio, nossa argumentação.
Inúmeras vezes, em nome de desejarmos provar que a razão nos pertence, usamos nossa palavra
como quem está numa batalha, não desejando nunca perder.
***
Buscar ter sempre razão às vezes custa o preço de uma amizade.
Buscar impor aos outros nossos argumentos, repetidamente, pode ocasionar o desgaste da relação.
Querer estar sempre certo, no campo das ideias e reflexões, pode causar fissuras nas relações
familiares.
Assim, antes de buscarmos ter razão, melhor buscarmos a preservação da harmonia.
Antes de querermos ser vencedores em nossa argumentação, melhor que tenhamos paz de espírito.
A verdade, mais dia, menos dia, se fará presente, duradoura, perene.
Assim, mesmo quando toda a razão nos pertença, vale refletirmos se devemos continuar nossos duelos
de ideias.
Talvez, o melhor, em determinadas situações, seja utilizarmos nossa capacidade pensante, nosso senso
de validação para buscar compreender o próximo.
Ao assim procedermos, poderemos entender o porquê dos argumentos alheios, de sua forma de agir,
facilitando e aprofundando nossas relações.
Dessa maneira, evitaremos o granjear de atritos e dissabores, pesos desnecessários ao nosso coração.
***
371

Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 23, tem um conselho oportuno com relação a eventuais
discussões:
Evita as contendas, sempre inúteis.
Entre contendores a razão é sempre de quem não se envolve em discussões infrutíferas.
Nessas lutas verbais e alterações violentas, surgem males de difícil reparação.
As palavras que a ira põe na boca do altercador, raramente expressam o que ele pensa.
Traduzem-lhe o estado de desarmonia e a necessidade de esmagar o antagonista.
Esclarece com calma e argumenta serenamente. Se o outro não leva em consideração os teus
conceitos, silencia e entrega-o ao tempo que a todos nos ensina sem pressa.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 23 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #discussão #dialogo #contenda #comportamento #sociedade #relacionamento #calma #debate
372

334. DOAR O MELHOR DE SI

Muitos gostaríamos de abrir largas estradas, por onde conduzir os irmãos de luta a lugares seguros e
felizes. Mas nos sentimos pequenos para tão grande empreendimento.
Desejaríamos ser faróis potentes a clarear a realidade maior da vida, dando visão ao que realmente é
importante. Mas nossa capacidade de iluminar ainda é restrita.
Gostaríamos de fazer algo em benefício dos que nos rodeiam e enxergam menos que nós, mas também
nossa visão é limitada.
Se ficarmos nos detendo na análise das dificuldades nada realizaremos.
Sempre haverá uma possibilidade, desde que a vontade seja a mola propulsora, e o ânimo interior não
esmoreça.
O semeador da seara de Jesus não se permite o abatimento frente à importância do trabalho à sua
espera.
Busca suprir-se do necessário na fé que o alimenta, e se dispõe a fazer o melhor que pode.
***
Mudar algo, quando se refere à conduta moral e ética da sociedade, é tarefa de cunho difícil e demorado.
Daí não contarmos com muitos a se dedicarem a esse mister.
Não desanimar deve ser a nossa meta.
Construir o que possamos com amor e dedicação pode parecer insignificante, mas sempre será um
primeiro passo.
Se não podemos abrir largas estradas e acender grandes faróis, abramos picadas e acendamos um palito
de fósforo.
Não podemos mudar a sociedade, mas podemos colaborar dentro de nossas possibilidades.
Não nos importe o registro nos anais da História, apenas a tranquilidade interior de termos feito nossa
parte.
Se não podemos construir uma escola, podemos agrupar crianças sob uma árvore e lhes narrar histórias
edificantes.
Se não temos condições de alimentar uma família, podemos ensinar-lhes a fazer uma horta no quintal.
Se não podemos adotar uma criança, podemos apadrinhá-la, auxiliando-a nas suas necessidades
maiores.
Se não temos todo o tempo disponível, podemos separar uma hora do dia, ou da semana, para
auxiliarmos em uma instituição de amparo ao idoso ou à criança.
Se não podemos nos responsabilizar o tempo todo por alguém acamado, podemos visitá-lo, uma vez na
semana, oferecendo-lhe nossa solidariedade.
***
Jesus iniciou Seu ministério no mundo, sem alardes.
Atendeu aos doentes mais próximos, suavizando seus sofrimentos e inquietações mais prementes.
Utilizou a palavra como instrumento principal, renovando ideias.
Inspirou sentimentos de amor, como verdadeiro caminho para alcançarmos a paz.
Nunca se deixou envolver pelas paixões do mundo.
Foi abrindo estradas de esperança nos corações dos homens e mulheres que O seguiam.
Levava a alegria aos revoltados e indiferentes.
Para isso, enfrentou todo tipo de impedimento. Mas nunca desistiu de Seus propósitos de iluminação de
consciências.
Foi abandonado, traído, executado, mas não deixou de nos legar o que tinha de melhor: o Seu amor, que
sustentou e continuará a sustentar a humanidade.
Prossigamos, dessa forma, abrindo picadas, derrubando o mato grosso de nossa indiferença, e doando
de nós o melhor que temos, em benefício dos que pouco ou nada têm.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap.10 do livro LIBERTAÇÃO PELO AMOR, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco.
***
#momentoespirita #trabalho #caridade #fraternidade #comportamento #sociedade #bondade #aprendizado #melhoriaintima
373

335. SERÁ QUE ESTAMOS DEPRIMIDOS?

Não estás deprimido, estás distraído.


Distraído em relação à vida que te preenche, distraído em relação à vida que te rodeia.
Não estás deprimido, estás distraído.
Por isso acreditas que perdeste algo, o que é impossível, porque tudo te foi dado. Não fizeste um só cabelo
de tua cabeça, portanto não és dono de coisa alguma.
Além disso, a vida não te tira coisas: te liberta de coisas, alivia-te para que possas voar mais alto, para que
alcances a plenitude.
Do útero ao túmulo, vivemos numa escola; por isso, o que chamas de problemas são apenas lições. Não
perdeste coisa alguma: aquele que morre apenas está adiantado em relação a nós, porque todos vamos na
mesma direção.
Não existe a morte, apenas a mudança.
És movido pela força natural da vida. A mesma que me ergueu quando caiu o avião que levava minha mulher
e minha filha; a mesma que me manteve vivo quando os médicos me deram três ou quatro meses de vida.
Deus te tornou responsável por um ser humano, que és tu. Deves trazer felicidade e liberdade para ti
mesmo.
E só então poderás compartilhar a vida verdadeira com todos os outros.
Lembra-te: "Amarás ao próximo como a ti mesmo."
Reconcilia-te contigo, coloca-te frente ao espelho e pensa que esta criatura que vês, é uma obra de Deus, e
decide neste exato momento ser feliz, porque a felicidade é uma aquisição.
Aliás, a felicidade não é um direito, mas um dever; porque se não fores feliz, estarás levando amargura para
todos os teus vizinhos.
Não estás deprimido, estás desocupado.
Ajuda a criança que precisa de ti, essa criança que será sócia do teu filho. Ajuda os velhos e os jovens te
ajudarão quando for tua vez.
Aliás, o serviço prestado é uma forma segura de ser feliz, como é gostar da natureza e cuidar dela para
aqueles que virão.
Dá sem medida, e receberás sem medida. E não te deixes enganar por alguns maus, por alguns homicidas e
suicidas.
O bem é maioria, mas não se percebe porque é silencioso.
Uma bomba faz mais barulho que uma carícia, porém, para cada bomba que destrói há milhões de carícias
que alimentam a vida.
***
Enfrentamos momentos em que os pensamentos depressivos, desencorajadores parecem desejar tomar
conta de tudo.
Os ombros caem... A voz baixa de tom... Os olhos já não se abrem tanto...
Tais momentos, porém, devem durar apenas o tempo da reflexão necessária, o tempo da conquista da
sabedoria e, logo depois, devem ser seguidos por nova atitude.
Uma nova atitude de renovação, de mudança, que nos faz trilhar por novos caminhos, com novas forças.
De nada adianta se entregar à inércia emocional. De nada adianta a autopiedade.
Não são caminhos, são paredes que construímos à nossa frente, impedindo a nós mesmos de prosseguir.
Não nos permitamos distrair pelas mazelas da vida, esquecendo tão facilmente o bem que recebemos
sempre.
Não nos deixemos desocupar, abrindo, através da hora vazia, portas e janelas para ondas de pensamento
deletério que flutuam no ar.
A desocupação, a inutilidade são polos atraentes de influências perigosas, pelas quais pagaremos alto e
amargo custo.
Afastemos a depressão de nosso coração. Abracemos a vida e o renascer diário com todo nosso amor.
***
Extraído do Momento Espírita, com citação de texto de Facundo Cabral, que circula pela Internet.
***
#momentoespirita #depressão #distração #vida #comportamento #vigilância #vigiar #aprendizado #melhoriaintima #autoconhecimento
374

336. UM DESERTO FLORIDO

O deserto do Atacama, no Chile, é o mais árido e alto do mundo. É também o lugar na Terra que passou
mais tempo sem chuvas, sendo registrados quatrocentos anos sem uma gota d´água do céu.
Atualmente, ele pode ficar anos e mais anos sem qualquer precipitação atmosférica, porém, de tempos
em tempos, um fenômeno muito interessante acontece.
O milagre da floração do deserto é possível de se ver muito raramente, pois depende necessariamente
da chuva caída nos meses do verão.
Suficientes quantidades de água permitem que as sementes, que estavam adormecidas no seco
deserto, possam despertar para voltar à vida e florescer por um curto espaço de tempo, na primavera.
São mais de duzentos tipos de flores. Cores mil. Um desabrochar belíssimo e inesperado em meio a
terras tão áridas.
Quando o deserto revive e floresce surge uma panorâmica maravilhosa. É a oportunidade de desfrutar a
singeleza das flores que cobrem as planícies e gloriosamente contrastam com as montanhas que as
rodeiam.
Só é possível desfrutar desse milagre do deserto em alguns anos e por pouco tempo, desde fins de
agosto até o meio de outubro.
As sementes, que ficam adormecidas por muitos anos, estão especialmente adaptadas para essas
condições extremas, e assim podem voltar à vida pelas chuvas que as acordam, convertendo o deserto
numa pintura multicor.
Os chilenos conhecem esse fenômeno como DESERTO FLORIDO.
***
O ser humano também é capaz de florescer, mesmo após anos de estiagem íntima.
As sementes do potencial evolutivo jazem dormentes, mas vivas, no âmago da alma.
Almas secas, almas aparentemente sem esperança de flor, virão a desabrochar um dia, quando a chuva
do entendimento, a chuva da renovação, as fizer despertar.
Não há caso perdido para o Criador.
Mesmo os Espíritos mais relutantes, que na agonia e tristeza profundas, ousam fazer frente ao bem,
negando o Criador e o amor; mesmo esses, irão germinar.
Chegará o tempo em que perceberão que o mal, a revolta, a vingança não lhes traz felicidade alguma.
Chegará o tempo em que, regados pelas chuvas contínuas do amor dos que estão ao seu lado render-
se-ão ao bem renovador.
Cada um tem seu tempo. Cada um desperta quando está preparado para despertar.
Porém, recordemos que as sementes ocultas estão lá, aguardando ansiosamente o momento de sair da
terra árida, aguardando o instante de respirar o ar puro de uma nova vida.
Todos temos jeito. Todos somos deuses potenciais.
Deus nos fez todos assim, sem exceção.
Quem escolhe o momento de desabrochar somos nós.
Chegará o tempo em que veremos o deserto do planeta Terra, ainda tão sofrido, tão seco, florescente
por completo.
Seremos nós, Espíritos bons, que modificaremos a paisagem deste planeta, passando a chamá-lo de
Terra florida.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #deserto #florescer #vida #comportamento #amor #despertar #melhoriaintima #autoconhecimento
375

337. MATAR O TEMPO

Em sua Epístola aos Romanos, Paulo de Tarso discorre sobre a importância do tempo.
Segundo ele aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz.
Ou seja, quem desvaloriza o dia que vive mostra ingratidão para com Deus.
A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem os que efetivamente abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza de todos os
benefícios lhes é devida por Deus. E se sentem na posição de credores do Universo.
Contudo, fariam bem em interrogar suas consciências quanto ao motivo de semelhante presunção.
A Criação universal constitui um patrimônio comum, outorgado por Deus aos Seus filhos.
Consequentemente, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida.
Ocorre que essas possibilidades constituem um investimento da Divindade no bem-estar coletivo.
Quem as recebe fica na condição de depositário. Necessita utilizá-las a benefício próprio e alheio.
Ao reencarnar na Terra, o ser humano é investido na condição de usufrutuário de variados tesouros.
Mediante seu uso sóbrio e útil, deve providenciar seu aperfeiçoamento espiritual.
Sendo a vida eterna, o homem sempre disporá de algum tempo.
Mas o que representa o tempo se ele estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde e sem trabalho?
São raros os que valorizam o dia, em suas infinitas possibilidades.
Os que trabalham com seriedade, perdoam, tecem conversações sadias, cuidam de ser agentes da paz
e do progresso.
***
Em toda parte se multiplicam as fileiras dos que procuram aniquilar o dia.
A velha expressão popular "matar o tempo" evidencia o descaso com que esse tesouro é tratado.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas.
São horas gastas em passatempos inúteis.
Jogos viciantes, conversações nocivas, leituras que não edificam...
No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação constitui um bem de valor infinito.
Mediante o agir humano as Leis Divinas se revelam e executam no mundo.
Quem logra se tornar instrumento delas cresce em paz e harmonia.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que Tempo é dinheiro.
Entretanto, os homens, vida após vida, têm de recomeçar obras inacabadas.
Eles fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade,
na conquista da experiência.
Em quase todos os setores da evolução terrestre, o abuso das oportunidades complica os caminhos da
vida.
Entretanto, desde muitos séculos, o Apóstolo afirma que o tempo deve ser do Senhor.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. 1, do livro CAMINHO, VERDADE E VIDA, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier, ed.
FEB.
***
#momentoespirita #tempo #valorizarotempo #vida #comportamento #aprendizado
376

338. A HONRA TAMBÉM SE ENSINA

É comum, em nossos dias, ouvirmos reclamações por parte de pessoas que se sentiram
desrespeitadas em seus direitos.
É o médico que marca uma hora com o paciente e o deixa esperando por longo tempo, sem dar
satisfação.
É o advogado que assume uma causa e depois não lhe dá o encaminhamento necessário, deixando o
cliente em situação difícil.
É o contador que se compromete perante a empresa a providenciar todos os documentos exigidos por
lei e, passados alguns meses, a empresa é autuada por irregularidades que esse diz desconhecer.
É o engenheiro que toma a responsabilidade de uma obra, que mais tarde começa a ruir, sem que ele
assuma a parte que lhe diz respeito.
É o político que faz muitas promessas e, depois de eleito, ignora a palavra empenhada junto aos seus
eleitores.
Esses e outros tantos casos acontecem com frequência nos dias atuais.
É natural que as pessoas envolvidas em tais situações, exponham a sua indignação junto à sociedade,
e reclamem os seus direitos perante a justiça.
Todavia, vale a pena refletir um pouco sobre a origem dessa falta de honradez por parte de alguns
cidadãos.
Temos de convir que todos eles passaram pela infância e, em tese, podemos dizer que não receberam
as primeiras lições de honra como deveriam.
***
Quando os filhos são pequenos não damos a devida importância às suas más inclinações ou, o que é
pior, as incentivamos com o próprio exemplo.
Se nosso filho desrespeita os horários estabelecidos, não costumamos cobrar dele a devida atenção.
Se prometem alguma coisa e não cumprem, não lhes falamos sobre o valor de uma palavra
empenhada.
Ademais, há pais que são os próprios exemplos de desonra. Prometem e não cumprem. Dizem que vão
fazer e não fazem. Falam, mas a sua palavra não vale nada.
É importante que pensemos a respeito das causas, antes de reclamar dos efeitos.
É imprescindível que passemos aos filhos lições de honradez.
Ensinar aos meninos que as filhas dos outros devem ser respeitadas tanto quanto suas próprias irmãs.
Ensinar que a palavra sempre deve ser honrada por aquele que a empenha.
Ensinar o respeito aos semelhantes, não os fazendo esperar horas e horas para, só depois, atender,
como se estivéssemos fazendo um grande favor.
Enfim, ensinar-lhes a fazer aos outros o que gostariam que os outros lhes fizessem, conforme
orientou Jesus.
***
Não há efeito sem causa. Todo efeito negativo, tem uma causa igualmente negativa.
Por essa razão, antes de reclamar dos efeitos, devemos pensar se não estamos contribuindo com as
causas, direta ou indiretamente.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #honra #honestidade #vida #comportamento #causaeefeito #educação #filhos #crianças
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339. OS MUITOS FILHOS DE UM MESMO PAI

O mundo é imenso. Imensa também a diversidade dos pensamentos, das culturas dos quase oito
bilhões que habitamos este bendito planeta.
Quase sempre, por causa dessas diferenças, criamos conflitos entre nós.
Paradoxalmente, por pensarmos de modos tão diversos acerca de quem nos criou, como nos criou,
empreendemos batalhas verbais, quando não verdadeiras guerras chamadas religiosas.
Contudo, Deus não tem religião alguma. E, por ser Pai amoroso e bom, entende cada um dos Seus
filhos.
Por saber que cada qual se situa em um ponto específico de sua evolução, recebe as homenagens da
forma que lhes são oferecidas.
A todos atende, independentemente se oram num templo luxuoso, no alto de uma montanha, à beira de
um muro em ruínas, ou na intimidade de um pequeno cômodo.
Não foi outro o motivo pelo qual Jesus, ao ser indagado pela mulher da Samaria, acerca do local mais
adequado para se orar a Deus, recebeu a grande lição.
Lição que atravessou os séculos, mas que ainda não aprendemos devidamente: Deus deve ser adorado
em Espírito e Verdade, no altar do coração.
Por isso, não importa se estamos vestindo branco ou negro; se nossas vestes são brilhantes ou
escuras. O que importa é o sentimento, é o diálogo íntimo entre a criatura e o Criador.
Um diálogo que ecoa pelo infinito, que ressoa entre as estrelas, repercute no Universo e chega ao pai,
que sempre envia a resposta.
***
Certo dia, um jovem chegou à Abadia das Sete Dores de Latroun, no caminho de Tel Aviv. Foi uma
sensação maravilhosa penetrar nesse lugar de fé e paz, a menos de cinco quilômetros do
acampamento onde lhe ensinavam a matar e destruir.
O canto dos monges, monocórdico e repetitivo, parecia elevar-se em direção aos céus como uma
interminável oferenda.
Mas, porque trazia o conceito de que orar era um ato solitário e silencioso, estranhou a prece praticada
em comum e em voz alta.
Intimamente, ele não pôde furtar-se a uma pergunta: Esse matraquear não transformará a devoção em
um insípido estribilho?
Um abade experiente, ao perceber-lhe a estranheza lhe disse: O importante, meu filho, é, a cada um
desses momentos de oração conjunta, se destacar um versículo. Não importa qual seja.
Por exemplo, “Escuta ó, Senhor, o grito dos infelizes.” Ou “Ó, Deus, dá a Teus filhos alegria e
esperança.”
Então, mesmo continuando a recitar a prece comum, imaginar Jesus dizendo as mesmas palavras. E
tantos milhões de outros homens.
Procurar as realidades de hoje às quais essas palavras correspondem.
Então, finalizou, a oração se tornará intensa. Tornar-se-á meditação.
***
Pensemos nisso e aprendamos a respeitar todas as manifestações de caráter religioso, as formas
diferentes das pessoas se dirigirem ao Criador.
E, como cristãos, sigamos Jesus, pronunciando com toda unção: Pai nosso, que estais nos céus.
Santificado seja o vosso nome...
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. 3 do livro MUITO ALÉM DO AMOR, de Dominique Lapierre, ed. Salamandra.
***
#momentoespirita #oração #fé #vida #comportamento #prece #meditação #adoração
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340. DO QUE MAIS SENTIMOS FALTA DURANTE A PANDEMIA?

Quando a pandemia se instalou, de repente, a insegurança tentou se aninhar em nosso ser.


Confiantes, porém, de que tudo, neste imenso Universo de Deus, está certo, confiamos. Confiamos que
isso, como tudo, nesta Terra, passará.
Talvez demore alguns meses. Meses que nem sabemos ainda como iremos superar. Desconhecemos o
que nos reserva o amanhã.
Mas, confiamos. Confiamos em Deus, em Jesus, nosso Governador Planetário, nas leis divinas que tudo
regem com sabedoria.
Isso passará, como passaram outras calamidades. Enfrentamos duas terríveis guerras mundiais, a
explosão de bombas atômicas, os desastres das usinas nucleares.
Tudo nos parecia, quando ocorreu, que jamais superaríamos. Mas superamos. Crescemos em ciência,
em tecnologia. Também em moralidade.
Nesta pandemia, que abraçou o mundo inteiro, sem exceção, sentimos o quanto somos frágeis.
E, mais uma vez, constatamos que, por mais que o queiramos, não podemos ter o controle de tudo.
***
Então, nos isolamos, como medida preventiva, para evitar ainda mais a disseminação da doença tão
insidiosa.
Isolados, voltamo-nos para a tecnologia. E nos servimos das redes sociais para nos comunicarmos.
Utilizamos plataformas diversas para nos encontrarmos de forma virtual. As reuniões esparsas, de início,
foram adquirindo um tom de cidadania diária.
Reuniões com amigos, com familiares, com companheiros da profissão, do trabalho voluntário.
Passamos a tratar de quase tudo em reuniões virtuais.
Bate-papo informal, troca de receitas, sugestões para entreter as crianças que também ficaram em casa.
Acabaram-se nossas idas ao cinema, com pipoca e refrigerante. Acabaram-se nossos passeios nos
bosques, agora fechados ao público.
Acabaram-se nossas idas ao shopping, o peregrinar pelas lojas, o comprar roupas e calçados novos.
Saídas de casa somente para as questões prioritárias: o trabalho profissional indispensável à sociedade,
a aquisição do alimento, da medicação, do combustível.
***
Passados tantos dias, acabamos por nos dar conta de que o que temos de mais precioso, além da vida,
é o amor.
Sentimos falta do abraço forte, dos encontros com os amigos, todos juntos, sentindo o calor do outro.
Sentimos falta de ir ao templo religioso, sentimos falta daquela atmosfera de paz que nos envolvia, mal
adentrávamos pela porta.
Sentimos falta dos almoços em família, com a criançada correndo para todo lado, o vozerio de todos
falando quase ao mesmo tempo.
Sentimos falta do bate-bola com os amigos, na pracinha ao lado de casa.
Demo-nos conta, enfim, de que estamos aprendendo o que realmente importa para nossas vidas: o amor
que partilhamos, a companhia do outro, o abraço amigo, o trabalho voluntário.
Descobrimos que podemos ficar sem tantas coisas. Mas, como nos faz falta a liberdade de ir e vir, de
andar pelas ruas, com sol ou com chuva.
De convidar amigos para nossa casa, de promover encontros, simplesmente para nos abraçarmos e
conversarmos sobre o que faz a nossa felicidade.
Ah, quando passar esse flagelo mundial, esperemos que se viva de forma diferente.
Aguardemos, confiantes, esses dias do amanhã!
***
Extraído do Momento Espírita de 4 de agosto de 2020.
***
#momentoespirita #provações #dificuldades #vida #comportamento #desafios #meditação #isolamento #valores
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341. ESTREANDO A VELHICE

Estatísticas apontam que somos milhões de idosos no mundo. Alguns quadros da vida nos assustam e
nos levam a nos interrogarmos o que faremos quando eles nos alcançarem.
Ou como viveremos os dias da aposentadoria, da ausência de familiares e amigos que se foram,
antecipando-nos na partida para a pátria espiritual.
Ao passar por um bloco de edifícios, é comum vermos um idoso alto e forte sentado em um banco em
frente a um dos blocos.
Fica ali exatamente como cantam as estrofes do cancioneiro popular: Vendo a vida passar.
Não responde ao nosso cumprimento. De toda vez, o olhar que nos dirige parece agressivo, como quem
se desencantou com a vida e sente desapontamento por ter despertado no corpo mais uma vez.
Seu semblante traduz a tristeza da solidão em que teima permanecer. Tudo nele se manifesta dizendo
que não deseja ninguém por perto.
Será assim que viveremos nossos dias futuros?
***
Lemos, certa feita, que a vida não gosta de monotonia. Nada do que é, se repete.
Quando dizemos que tudo é igual, estamos redondamente enganados.
Os minutos formam horas que amontoam dias e noites, meses e anos.
Mas nada, nunca, é igual.
A chuva que despencou na madrugada infiltrou suas águas na terra, engrossou rios, lavou as ruas. Mas
essas águas não retornarão jamais.
Amanhã, poderá voltar a chover. Serão outras remessas dos céus, em maior ou menor intensidade.
Nunca igual.
O jardim que hoje se alegrou com o despertar dos botões de rosa, amanhã mostrará cores diversas, em
desabrochares múltiplos.
Os pássaros voltarão a visitar as árvores, a se banhar no chafariz improvisado em frente à nossa casa,
jamais repetindo os voos, os trinados.
Como podemos, então, caminhar para a estreia da velhice como quem nada mais espera da vida, do
mundo, das pessoas?
A experiência que adquirimos ao longo dos anos é inigualável. Outros terão amontoado maiores ou
menores bagagens profissionais, familiares, intelectuais. Porém, a nossa é única.
Porque todos somos únicos. Seres imortais, temporariamente servindo-nos de um corpo, numa Terra de
transitoriedades.
Quanto temos a oferecer para a vida nos anos que nos restam?
***
Preparemo-nos para viver os dias sem relógio, em que poderemos fazer nosso próprio tempo.
Horário para passear, para estudar aquilo que até agora não nos foi possível, voluntariarmo-nos em uma
instituição benemérita, oferecendo o que temos de bom e útil.
E que nos alegre, nos faça nos sentirmos ativos, vivos, operosos.
Quem sabe possamos nos tornar aquele idoso de olhos de criança. Curioso, sorrindo para tudo que
chega. Ocupado demais em viver cada dia, cada novo momento como algo inesperado, algo não
aguardado.
Preparado para quando o abraço da morte chegar. No entanto, sem pressa de que ela se apresente
porque, afinal, há muito ainda a contribuir neste mundo de formas, e de tantas necessidades.
Envelhecer não precisa ser sinônimo de cansaço, desânimo, desencanto.
Pode ser a estreia de novos momentos, de novas vivências, de elaborações preciosas a cada dia. Novos
e espetaculares dias.
***
Extraído do Momento Espírita, inspirado no artigo SÓ PARA AMADORES, de Cris Paz, da revista Vida Simples, ed. 249, ano 20.
***
#momentoespirita #velhice #terceiraidade #vida #comportamento #desafios #valores
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342. VIVENDO O PRESENTE

Quantas vezes já nos flagramos dizendo: Vou fazendo tudo no automático. Nem me dou conta do que
fiz?
É assim que despertamos pela manhã, tomamos o café, saímos para o trabalho. Tudo repetido, tudo
como sempre.
Que tal retomarmos o fio da nossa vida e voltarmos a ser donos de nós mesmos?
Quase sempre, somente nos damos conta da riqueza que tínhamos, quando perdemos toda ou parte
dela.
Olhemos ao nosso redor, tomemos nas mãos as rédeas da nossa vida.
Comecemos a nos observar, a prestar atenção ao que acontece conosco e ao nosso redor.
Principiemos com pequenos movimentos. Afinal, não se modificam hábitos de longa data de um instante
para outro.
Façamos o exercício de descobrir o sabor individual de cada componente de nossas refeições.
Deliciemo-nos com o agridoce, com o salgado, com a doçura da fruta.
E nos permitamos, num momento especial, agradecer a Deus por nos ter oferecido esse sentido
espetacular que se chama paladar.
Abramos a janela da casa e da alma e nos permitamos admirar o céu onde se espreguiçam os raios do
sol, ainda indecisos se virão intensos, neste dia, ou ficarão meio amolentados, no colchão de nuvens.
A noite foi abraçada pela madrugada. A manhã vibra cores e sons. Louvemos o Criador da vida que nos
dotou de visão e audição.
Olhemos para nossos filhos crescendo. A balbúrdia que promovem no dia que apenas se inicia, as
perguntas comuns de Onde está minha mochila, Alguém viu meu tênis?
E nos permitamos sorrir. Como é bom ouvir isso tudo. Gravemos essas falas no coração porque dentro
de algum tempo eles seguirão seus próprios caminhos, constituindo sua família, empolgando-se com
suas carreiras e não os teremos tão amiúde conosco.
Aproximemo-nos deles e os abracemos demoradamente, deixando que eles se admirem e nos
perguntem: Que foi? Endoidou me apertando desse jeito?
Permitamo-nos estar inteiros nas coisas, presentes no momento presente.
***
Quase sempre atropelamos as horas, vivendo antecipadamente o que está por vir: Quando eu chegar no
escritório, Quando eu for assinar aquele contrato, Quando...
Tenhamos a nossa atenção direcionada para o que estamos fazendo no momento.
Permitamo-nos perceber nosso corpo respirando, sintamos o ritmo do coração. Agradeçamos a vida que
nos foi dada por Deus. Que dádiva!
Pode ser que isso nos pareça difícil. Estamos habituados que tudo suceda rápido. Nossas incursões nas
redes sociais, nossa busca desenfreada com o controle remoto tentando encontrar um filme, um
documentário, uma manchete que nos satisfaça.
A leitura rápida de uma mensagem que chega pelo celular.
Mas tentemos, hoje, amanhã, depois.
Comecemos aos poucos, nos exercitando na atenção ao nosso entorno, nas pequenas coisas que fazem
a diferença em nosso dia.
As sutilezas que têm o poder de acalentar o nosso coração.
Tenhamos paciência conosco mesmos diante da proposta de atenção ativa em nosso corpo, no que nos
rodeia, nas criaturas que constituem nossas alegrias e preocupações.
Vivamos cada minuto com a certeza de que outro igual não acontecerá outra vez.
***
Extraído do Momento Espírita, inspirado no artigo SÓ PARA AMADORES, de Cris Paz, da revista Vida Simples, ed. 249, ano 20.
***
#momentoespirita #agora #momentopresente #vida #comportamento #vigilância #vigiar
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343. DESPERTANDO A CONSCIÊNCIA

Percebemos que existem pessoas incapazes de fazer uma fofoca, por mais insignificante que possa
parecer?
Para essas pessoas, falar mal de alguém seria uma falta tão grave como roubar ou matar.
De outro lado, existem aquelas capazes de prejudicar imensamente a vida do outro, convencidas de que
estão certas, que essa é uma regra normal.
Também há aquelas capazes de deixar de comprar uma comida melhor ou uma roupa de marca, para
usar o dinheiro economizado em prol de uma causa nobre.
Ao mesmo tempo, convivemos com pessoas que são capazes de seduzir amorosamente alguém,
mesmo sem ter interesse real, com o único intuito de prejudicar um relacionamento existente.
Diante disso, natural nos perguntarmos: Por que, entre as pessoas com as quais convivemos, há tanta
diferença em relação aos seus valores?
Como podem alguns fazer tanto e outros quase nada? Por que uns vivem tentando melhorar-se
enquanto outros sentem prazer com suas inferioridades?
Isso ocorre porque cada um de nós se encontra em estágio de consciência e percepção própria acerca
dos objetivos e valores da vida.
Alguns, anestesiados pelas fantasias e ilusões do mundo, acreditam que a vida se limita aos gozos e
prazeres que ela pode oferecer.
Passam a existência como se estivessem em um parque de diversões, sem preocupações a não ser
suas satisfações pessoais.
Outros, amadurecidos e conscientes das questões maiores da existência, investem seu tempo e suas
capacidades em ações no bem, para si e para a comunidade onde habitam.
Entretanto, cedo ou tarde, todos despertaremos desse estado de letargia.
Hoje, alegrias vazias e os prazeres de uma aparência conquistadas a qualquer preço.
Logo mais, revezes e dificuldades, colocando freio às irresponsabilidades, e provocando reflexões sobre
o significado maior da jornada terrena.
***
Em verdade, todos renascemos com o propósito maior de aprendizado e altas conquistas.
Cada oportunidade de reencarnar é bendita, por nos permitir frequentar a escola Terra, a fim de aprender
as lições ainda não conquistadas.
Assim, para aqueles que se mantêm imaturos, que insistem em esquecer a proposta da vida, em
momento oportuno serão despertados.
Em maior ou menor grau, isso acontece com todos nós.
Ninguém que se encontre sobre a Terra, está livre de provações, que provocam aprendizado e
enriquecimento pessoal.
As vicissitudes da vida, os seus revezes, longe de serem castigo, são convites para a reflexão oportuna.
São momentos para ponderar a respeito de nossos valores, nossa postura e comportamento nesta
existência.
Serão nossas escolhas para bem ou mal conduzir-nos, nessas experiências, que nos permitirão o
despertar, ou não, de nossa consciência.
Os que insistimos na permanência no mal e no erro, teremos a chance do acerto, da reflexão
amadurecida, quando quisermos.
Razoável termos olhos de ver e ouvidos de ouvir perante os convites que a vida, insistentemente, nos
faz.
Não permitamos que as oportunidades passem sem que as aproveitemos.
Pensemos a respeito!
***
Extraído do Momento Espírita de 6 de julho de 2020
***
#momentoespirita #valores #vida #comportamento #reencarnação #evolução #livrearbitrio #desafios #aprendizado
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344. UM SENTIMENTO PERNICIOSO

Conta-se que um monge eremita viajava através das aldeias, ensinando o bem.
Chegando a noite e estando nas montanhas, sentiu muito frio. Buscou um lugar para se abrigar. Um
discípulo jovem ofereceu-lhe a própria caverna. Cedeu-lhe a cama pobre, onde uma pele de animal
estava estendida.
O monge aceitou e repousou. No dia seguinte, quando o sol estava radiante e ele deveria prosseguir a
sua peregrinação, desejou agradecer ao jovem pela hospitalidade.
Então, apontou o seu indicador para uma pequena pedra que estava próxima e ela se transformou em
uma pepita de ouro.
Sem palavras, o velho procurou fazer que o rapaz entendesse que aquela era a sua doação, um
agradecimento a ele. Contudo, o rapaz se manteve triste.
Então, o religioso pensou um pouco. Depois, num gesto inesperado, apontou uma enorme montanha e
ela se transformou inteiramente em ouro.
O mensageiro, num gesto significativo, fez o rapaz entender que ele estava lhe dando aquela montanha
de ouro em gratidão.
Porém, o jovem continuava triste. O velho não pôde se conter e perguntou:
Meu filho, afinal, o que você quer de mim? Estou lhe dando uma montanha inteira de ouro.
O rapaz apressado respondeu: Eu quero o vosso dedo.
***
A inveja é um sentimento destruidor e que nos impede de crescer.
Invejamos a cultura de alguém, mas não nos dispomos a permanecer horas e horas estudando,
pesquisando. Simplesmente invejamos.
Invejamos a capacidade que alguns têm de falar em público com desenvoltura e graça. Contudo, não
nos dispomos a exercitar a voz e a postura, na tentativa de sermos semelhantes a eles.
Invejamos aqueles que produzem textos bem elaborados, que merecem destaque em publicações
especializadas. No entanto, não nos dispomos ao estudo da gramática, muito menos a longas leituras
que melhoram o vocabulário e ensinam construção de frases e imagens poéticas.
Enfim, somos tão afoitos quanto o jovem da história que desejava o dedo do monge para dispor de todo
o ouro do mundo, sem se dar conta de que era a mente que fazia as transformações.
***
Pensar é construir. Pensar é semear. Pensar é produzir.
Vejamos bem o que semeamos, o que produzimos, nas construções de nossas vidas, com as nossas
ondas mentais.
No lugar da inveja, manifestemos a nossa vontade de lutar para crescer, com a certeza de que cada um
de nós é inigualável. O que equivale a dizer que somos únicos e que ninguém poderá ser igual ao outro.
Cada um tem seus tesouros íntimos a explorar, descobrir e mostrar ao mundo.
Quando pensamos, projetamos o que somos. Pensemos melhor. Pensamento é vida.
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. 2 do livro ROSÂNGELA, pelo Espírito Rosângela, psicografia de Raul Teixeira, e história
tibetana extraída do livro ELUCIDAÇÕES ESPÍRITAS, entrevista 5, de Divaldo Pereira Franco, ed. S.E. Joanna de Ângelis.
***
#momentoespirita #inveja #comportamento #pensamento #aprendizado #reflexão #semearecolher
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345. QUAL É NOSSA DÁDIVA?

O sol buscava a linha do horizonte e o manto escuro da noite já se espalhava pelos campos, quando o
trabalhador deixou a lavoura e tomou o caminho de volta para casa.
Caminhava a passos largos com a colheita do dia às costas, quando notou que, em sentido contrário,
vinha luxuosa carruagem revestida de estrelas.
Contemplando-a fascinado, viu-a parar junto dele e, quase assustado, reconheceu a presença do Senhor
do Mundo, que saiu dela e estendeu-lhe a mão a pedir-lhe esmolas...
O quê? Refletiu espantado. O Senhor da Vida a rogar auxílio a mim, que nunca passei de mísero escravo
na aspereza do solo?
Mas, como o Senhor continuava esperando, mergulhou a mão no alforje de trigo que trazia e entregou ao
Divino Pedinte apenas um grão da preciosa carga.
O Senhor agradeceu e partiu.
Quando, porém, o pobre homem do campo voltou a si do próprio assombro, observou que doce claridade
vinha do alforje poeirento...
O grão de trigo, do qual fizera sua dádiva, tornara à sacola transformado em uma pedra de ouro
luminescente...
Deslumbrado gritou: Louco que fui!... Por que não dei tudo o que tenho ao Senhor da Vida?
***
O apólogo retrata um pouco da atual realidade da Terra.
Quando o materialismo compromete edificações veneráveis da fé, no caminho dos homens, o Cristo pede
cooperação para a sementeira do Seu Evangelho, junto ao Seu rebanho sofrido.
No entanto, nós costumamos agir como o lavrador.
Não estamos dispostos a ofertar a nossa dádiva em benefício do bem comum. E quando fazemos, damos
apenas uma pequena migalha.
O Senhor da Vida não necessita das coisas materiais porque todas lhe pertencem, no entanto, solicita a
nossa auto-doação em prol da edificação de um mundo moralmente melhor.
Assim como o verme executa sua tarefa embaixo do solo, a chuva e o vento fazem seu papel no contexto
da natureza.
Assim como o sol, a lua e os demais astros trabalham para que haja harmonia no Universo...
Assim como as abelhas e outros insetos fazem a tarefa da polinização, possibilitando a fecundação da
vida... assim também o Senhor da Vida espera de nós a dádiva da polinização do Seu amor junto aos
Seus filhos.
A pequena dádiva da paciência e da tolerância...
A esmola convertida em salário justo, dignificando o homem...
Uma migalha de afeto doada com sinceridade...
O sorriso capaz de despertar a alegria em alguém....
Um minuto de atenção a um enfermo solitário...
A palavra sincera capaz de esclarecer e consolar...
Uma semente de esperança plantada no coração de alguém que sofre... São nossas pequenas dádivas
que se converterão em luz a iluminar nossa própria caminhada.
***
O Senhor da Vida está sempre a solicitar a nossa colaboração para que Seus objetivos nobres se
concretizem na face da Terra.
Sabedores de que nossas pequenas dádivas se converterão em tesouros eternos, não as economizemos
como o lavrador. Agindo assim não teremos que dizer: Louco que fui!... Por que não dei tudo o que tenho
ao Senhor da Vida?
***
Extraído do Momento Espírita, com base no cap. DEDICATÓRIA, do livro CARTAS E CRÔNICAS, pelo Espírito Irmão X, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
***
#momentoespirita #inveja #comportamento #pensamento #aprendizado #reflexão #semearecolher
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346. A TRAGÉDIA DA GUERRA

Albert Schweitzer, teólogo, médico e organista alemão, foi, certamente, um dos grandes pacificadores
dos tempos mais recentes.
Ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1952, deixou um exemplo a ser seguido por toda a Humanidade.
Ao receber a condecoração, alertou em seu discurso:
O fato essencial que devemos reconhecer em nossas consciências, e que já deveríamos ter reconhecido
há muito tempo, é que estamos nos tornando desumanos à medida que nos tornamos super-homens.
Aprendemos a tolerar os fatos da guerra: que homens são mortos em massa. Algo como vinte milhões
na Segunda Guerra Mundial.
Que cidades inteiras e seus habitantes são aniquilados pela bomba atômica, que homens são
transformados em tochas humanas por bombas incendiárias.
Somos informados dessas coisas pelo rádio ou pelos jornais e as julgamos, de acordo com seu
significado de sucesso para o grupo pessoal ao qual pertencemos ou para nossos inimigos.
Quando admitirmos que esses atos são o resultado da conduta desumana, essa admissão será
acompanhada pelo pensamento de que a guerra em si não deixa opção senão aceitá-los.
Ao nos resignarmos a esse destino sem esboçar resistência, estaremos sendo culpados de
desumanidade.
O que realmente importa é que devemos todos nos dar conta de que somos culpados de desumanidade.
O horror desse reconhecimento deve nos chacoalhar e despertar da letargia para que possamos
direcionar nossas esperanças e intenções para a chegada de uma era em que não haverá lugar para
guerra.
Essa esperança, essa vontade deverá ter um objetivo único: alcançar, por meio de uma mudança do
espírito, a razão superior que nos desestimulará de fazer mau uso do poder de que dispomos.
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Ouçamos os sábios. Escutemos as vozes dos que enxergam mais do que podemos enxergar.
Percebamos que, mesmo cerca de setenta anos depois, estas palavras ainda são atuais e necessárias.
Não podemos aceitar a guerra, independente da motivação que a gerou. Não podemos aceitar qualquer
ato de desumanidade.
Não podemos acreditar que um conflito no outro lado do mundo não tem nada a ver com nossa vida
corriqueira.
São nossos irmãos, todos eles. Não importa o lado em que estejam.
Se já não o foi, um daqueles países poderá ser, um dia, nossa pátria, o solo que irá nos receber numa
próxima encarnação.
Pensamos nisso, em algum momento?
E quem gostaria de nascer numa casa desarrumada? Quem gostaria de começar uma nova
oportunidade numa nação onde vige o ódio e a guerra?
A responsabilidade pelo mundo é de todos nós.
Percebamos se não estamos nos tornando desumanos à medida que nos tornamos super-homens,
como tão bem lembrou o pensador.
Muitas capacidades. Muita inteligência. Multitarefas e, ao mesmo tempo, indiferentes, envolvidos numa
espécie de torpor que nos impede de perceber a dor de quem está ao nosso lado.
Pensemos nisso. O que podemos fazer pela paz hoje? Aqui, ao nosso redor? Aqui, dentro do coração?
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Extraído do Momento Espírita, com base no cap. A TRAGÉDIA DA GUERRA, do livro HERÓIS DE PAZ, de Irwin Abrams, ed. Gutenberg.
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#momentoespirita #guerra #paz #comportamento #humanidade #aprendizado #reflexão #valores
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347. DEFININDO O QUE É UM AMIGO

Amigo é quem lhe dá um pedacinho do chão, quando é de terra firme que você precisa, ou um
pedacinho do céu, se é o sonho que lhe faz falta.
Amigo é mais que ombro amigo, é mão estendida, mente aberta, coração pulsante, costas largas.
É quem tentou e fez e não é egoísta para deixar de compartilhar o que aprendeu.
É aquele que ajuda e não espera retorno, porque sabe que o ato de compartilhar um instante qualquer o
realimenta e satisfaz.
Amigo é quem entende seu sentimento porque já sentiu ou um dia vai sentir o mesmo que você.
Um amigo é compreensão para o seu cansaço e complemento para as suas reticências.
É aquele que entende seu desejo de voar, de sumir de vez em quando, sua sede de inovar sempre.
É, ao mesmo tempo, espelho que o reflete e óleo derramado sobre suas águas agitadas.
O amigo se compadece pelos seus erros e vibra com o seu sucesso. É o sol que seca suas lágrimas, é a
polpa que adocica ainda mais o seu sorriso.
Amigo é aquele que toca suas feridas com mãos de veludo; acompanha suas vitórias com euforia e faz
brincadeiras para amenizar seus problemas.
Amigo é aquele que sente medo, dor, náusea, cólica e chora com você. E, se pudesse, sofreria no seu
lugar.
Um amigo sabe que viver é ter história para contar.
É quem sorri para você sem motivo aparente, sofre com seu sofrimento e é o padrinho natural dos seus
filhos.
É aquele que encontra para você aquilo que nem você sabia que buscava.
Amigo é quem lhe envia mensagens de bom ânimo, de incentivo, por e-mail, whatsApp ou um bilhete
mesmo, escrito de próprio punho.
É aquele que o ouve ao telefone mesmo quando a ligação parece caótica, com o prazer e atenção que
teria se estivesse olhando em seus olhos.
Amigo é aquele que entende o que seus olhos dizem, sem precisar de palavras.
É aquele que adivinha seus desejos, seus disfarces, suas alegrias e percebe seus medos.
Amigo é quem aguarda pacientemente que surja aquele brilho no seu olhar e se entusiasma quando o vê
surgir.
É quem tem sempre uma palavra sob medida quando seus olhos se cobrem de lágrimas. E é também
aquele que sabe quando você está lutando para sufocá-las na garganta.
Amigo é como lua nova, é como a estrela mais brilhante, é luz que se renova a cada instante, com
múltiplas e inesperadas cores, que cabem todas na sua íris.
Amigo é verdade e razão, sonho e sentimento...
Amigo é aquele que diz: Eu amo você, sem qualquer medo de má interpretação.
Enfim, amigo é quem ama você e ponto final.
***
As doações de amizade pura somente nos enriquecem.
Quando outras emoções se enfraquecem no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira
devotada das pessoas que se estimam.
Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da
vida.
Por tudo isso, estendamos os benditos recursos da amizade real onde a discórdia tenta espalhar o
escuro domínio que lhe é próprio.
***
Extraído do Momento Espírita, com base em texto de Marcelo Batalha, intitulado AMIGO, disponível na Internet e no verbete AMIZADE, do
livro DICIONÁRIO DA ALMA, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
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#momentoespirita #amigo #amizade #comportamento #valores #aprendizado #reflexão
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348. QUEM TEM O MEU RESPEITO

O garoto cursava a oitava série quando o professor pediu para a classe uma redação que
homenageasse alguém que lhes merecia respeito.
A sala ficou silenciosa. Cabecinhas pensando, caneta entre os dedos, como aguardando uma ideia.
A impressão inicial era de que cada qual buscava na memória a figura a quem devotava merecido
respeito.
Paulo foi o primeiro a baixar a cabeça e começar a usar a caneta, registrando no papel a sua veneração
por alguém cuja imagem lhe acudira à memória.
Como se estivesse ligado em uma bateria, escrevia e escrevia. O assunto borbulhava em sua mente e
tudo ia despejando nas folhas à sua frente:
Respeito é tudo o que quero merecer um dia. Não um respeito qualquer.
Quero ter o mesmo respeito que tenho por ele, o meu exemplo de vida, de homem de bem, digno,
honrado.
Sim, porque se eu conseguir ser a metade do que ele representa para mim, poderei me considerar um
homem afortunado.
Ele nasceu em uma família pobre, conhecendo as dificuldades desde cedo.
Sua mãe dizia que ele era tão bom que parecia ter nascido com uma estrela na testa.
Enquanto seus coleguinhas corriam brincando pela rua, ele engraxava sapatos na porta do hotel
próximo, para conseguir alguns trocados, que auxiliavam nas despesas do lar.
Nunca perdeu um dia de aula e, tanto quanto possível, ajudava o pai em seu trabalho autônomo.
Cresceu longe das diversões da maioria dos rapazes e, ao encontrar aquela que seria sua companheira
de vida, fundou seu próprio lar.
Quando lhe nasceu o primeiro filho, dizem, parecia ter ganhado a maior loteria, tal a alegria que registrou
e o amor que lhe dedicou.
Dois anos depois, ei-lo aguardando o final da gestação da esposa.
Uma complicação no parto dos gêmeos impediu a permanência da sua amada junto a si e, ainda ao seu
lado, ele prometeu fazer tudo o que estivesse ao seu alcance pelos seus meninos.
Nunca pensou em tornar a se casar, dedicado de maneira integral aos seus pequenos.
Com sua presença, seu afeto, procurou suprir a ausência da mãe.
Tinha tempo para brincar com eles, jogar bola, andar de bicicleta e verificar a lição da escola, mesmo
que nem tudo entendesse.
Educou-os dentro de uma moralidade ímpar, dando exemplo de como fazer as coisas da maneira mais
correta.
Sempre cultivou, em casa, o amor e o respeito pela esposa que partira, assim como pelo bem viver em
sua homenagem.
Narrava aos filhos seus momentos de alegria e felicidades enquanto ela estivera ao seu lado.
E, com tudo isso, ainda arrumava tempo para auxiliar sua mãe idosa, sempre que ela apresentasse
alguma necessidade.
Esmerava-se, nessas horas, em levar os três meninos consigo a fim de que aprendessem o cuidado e o
apoio que são devidos aos pais idosos.
Por mais tempo que eu fique na Terra, escreveu, por fim, quero me tornar o que ele é e representa para
mim.
O homem a quem devo meu respeito. Mais do que tudo, meu amor e minha gratidão.
Esse homem, que busco imitar, chama-se meu pai!
***
Quantos de nós conseguimos ser pais com este grau de renúncia e dedicação do PAI descrito acima?
Pensemos nisso!
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Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #amigo #pai #família #renúcia #amor #comportamento #valores #aprendizado #reflexão
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349. O FIM DO CAMINHO

Alguns períodos em nossa existência são realmente desafiadores.


São aqueles dias em que analisamos o que nos ocorre, e não conseguimos achar explicação.
São situações que nos chegam, de repente, desestruturando todo o nosso viver, desmantelando planos,
programações, decisões muito bem pensadas.
É o emprego de anos do qual somos simplesmente desligados. Atitude que nos surpreende e ficamos a
pensar de que valeu toda nossa dedicação.
É o afeto que desencarna, em acidente, ou de enfermidade súbita, deixando-nos um enorme vazio.
Anos de convivência nos quais nos acostumamos àquela presença que, agora, é somente uma ausência
sofrida.
É o companheiro ou companheira de jornada, com o qual compartilhamos o teto, o lar, a vida, e decide
evadir-se da relação, sem muitas explicações.
São momentos assim que nos perturbam.
E quando referências tão importantes nos são arrancadas, como o emprego, o casamento ou o ente
querido, sentimo-nos paralisados.
A sensação, uma quase certeza se instala em nós: a de que não teremos como seguir a vida, pois a vida
que conhecíamos e sabíamos viver, não existe mais.
A dor é tão grande, o choque emocional tão arrasador que não sabemos como agir, nem o que fazer.
A prostração toma nossos sentidos e emoções, parecendo-nos que não conseguiremos dar o próximo
passo, que chegamos, afinal, ao fim do caminho.
São provas como essas, impostas pela vida, que nos geram luto, provocam dor, desestabilizam nosso
caminhar.
***
No entanto, nada do que nos ocorre é obra do acaso, ou situação fortuita.
Tudo tem sua razão de ser ao nos alcançar. Os grandes desafios, que nos parecem surgir sem razão,
constituem quase sempre, programação realizada, por nós mesmos, antes de nascermos.
Trazem, ao mesmo tempo, o convite a aprendizados necessários para nosso caminhar, no momento
evolutivo em que nos encontramos.
E, guardemos a certeza de que nessas situações, que assim nos alcançam, jamais nos depararemos com
problemas e dores que nossa estrutura emocional não possa dar conta.
A cultura popular, ao afirmar que Deus dá o frio conforme o cobertor, carrega a síntese da Bondade e
Justiça Divinas.
Assim, aquilo que nos parece o fim do caminho é apenas uma bifurcação, uma nova estrada que se
descortina.
O que a princípio parece não ter solução, é oportunidade que se apresenta, ensejando-nos experiência e
amadurecimento.
De modo algum devemos pensar que Deus nos esqueceu ou nos deixou à deriva, sem apoio algum.
A Bondade Divina sempre nos proverá de forças ou enviará quem nos possa auxiliar a carregar o nosso
fardo.
Por isso, quando estivermos a ponto de duvidarmos de nós mesmos e das nossas capacidades,
lembremos que Deus cuida de cada um de nossos passos.
Sigamos em frente, alimentados pela fé.
Envolvidos na oração, cultivemos a confiança na Providência Divina.
Nos dias mais terríveis e amargos, creiamos que Deus está conosco e que o Seu amor nos conduz.
Logo mais, tudo haveremos de superar. E teremos gravadas em nossa intimidade as lições que tantos
desafios nos permitiram.
Pensemos nisso!
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Extraído do Momento Espírita
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350. O GABINETE DA VONTADE

A mente humana pode ser comparada a um grande escritório, dividido em diversas seções de serviço,
em vários departamentos, cada um com sua função específica.
Podemos enfocar os quatro principais:
O departamento do desejo, em que se operam os propósitos e as aspirações da alma, acalentando o
estímulo ao trabalho. Esse departamento nos projeta no futuro, naquilo que queremos realizar,
vinculando nosso coração a um alvo, a uma meta.
A segunda seção é o departamento da inteligência, onde encontramos os patrimônios da evolução e
da cultura, isto é, todas as conquistas do intelecto. Tudo que foi conquistado em nosso processo
evolutivo na área intelectual.
O terceiro é o departamento da imaginação. A responsabilidade dele é trabalhar as riquezas do ideal e
da sensibilidade.
Ali está tudo aquilo que nos leva a abstrair, a dar um voo mais alto, a deixar, por vezes, a esfera
acanhada de nossas atividades. Ali estão as conquistas da arte e do belo.
Por fim, temos a quarta divisão: o departamento da memória, cujo objetivo é arquivar todas as
experiências do Espírito, ao longo das encarnações.
No entanto, toda organização, todo escritório, necessita de uma gerência.
Surge então, acima de todos eles, o gabinete da vontade.
A vontade é a gerência esclarecida e vigilante que governa todos os setores da ação mental. É a maior
das potências da alma.
Nela dispomos do botão que decide o movimento ou a inércia da máquina.
Sem essa administração segura, sem essa gerência, os departamentos passam a correr grandes riscos,
pois tendem a operar por conta própria, de acordo com seus entendimentos particulares.
A coordenação e a liderança da vontade garantem que todos os setores trabalhem em harmonia,
sintonizados com um objetivo maior, cada um cumprindo sua função e todos vinculados ao mesmo fim.
***
Quando a vontade não cumpre seu papel, o desejo pode tomar conta e comprar enganosamente séculos
e séculos de aflição e comprometimento.
Vemos isso quando somos dominados pelas paixões, pelos desejos do imediato, dos interesses
transitórios.
Se a vontade está fragilizada, o departamento da inteligência pode se aprisionar à criminalidade. É o que
vemos quando temos grandes inteligências ligadas a interesses mesquinhos e não ao bem, e não às
realizações coletivas.
Assim também se dará quando o departamento da imaginação e da memória resolverem agir sem esse
comando seguro da vontade. Eles se perdem, um podendo criar monstros na sombra e o outro caindo
em relaxamento.
Só a vontade, como auréola da razão, tem capacidade e lucidez para gerenciar todos esses setores com
sabedoria.
***
A vontade é, sem dúvida, a maior das potências da alma.
O poder da vontade é ilimitado. O homem, consciente de si mesmo, de seus recursos latentes, sente
crescerem suas forças na razão dos esforços.
Sabe que tudo o que de bem e bom desejar há de, mais cedo ou mais tarde, realizar-se inevitavelmente,
ou na atualidade ou na série das suas existências, quando seu pensamento se puser de acordo com a lei
divina.
E é nisso que se verifica a palavra celeste: "A fé transporta montanhas."
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Extraído do Momento Espírita
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