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GEOGRAFIA DE SERGIPE

PROF. LUÍS EDUARDO

Informações Gerais sobre Sergipe

• Região Nordeste;

• Possui 75 municípios;

• É o menor ESTADO do Brasil;

• Está numa área de baixa latitude (9° 31’ e 11° 34’ sul)

LIMITES

• Ao Norte: Alagoas(separado pelo rio São Francisco);

• Ao Sul: Bahia(separado pelo rio Real);

• A Oeste: Bahia;

• A Leste: Oceano Atlântico

PONTOS EXTREMOS

• Ao Norte: Foz do rio Xingó (Canindé de São Francisco);

• Ao Sul: Curva do rio Real (Cristinapólis);

• A Oeste: Curva do rio Real (Poço Verde);

• A Leste: Foz do São Francisco (Brejo Grande)

IMPORTANTE

• Aracaju não está abaixo do nível do mar;

• A Serra de Itabaiana não é a mais alta do estado;

• Aracaju não é o município mais extenso do estado;

• Lembrar da influência portuguesa em Sergipe;

• Relacionar Geografia de Sergipe com História e Cultura de Sergipe;

• Observar a questão política em Sergipe também merece destaque;

• Possui uma faixa litorânea em torno de 163 km;

• Alguns nomes de municípios são parecidos, muito cuidado ao tentar localizá-los.

ASPECTOS NATURAIS DE SERGIPE

RELEVO
Seu relevo é formado pelas seguintes unidades geomorfológicas:
- Planície Litorânea: situada ao longo da costa, é caracterizada por praias e restingas, apresentando formação de
dunas, cuja altitude não ultrapassa trinta metros.
- Tabuleiros Costeiros: localizados após a planície litorânea, no rumo do interior; formam baixo planalto pré-
litorâneo, com altitudes na faixa de cem metros.
- Pediplano Sertanejo: situa-se no oeste do Estado, ocupando áreas aplainadas que variam de 150 a 300 metros;
aparecem elevações como a Serra Negra, ponto culminante do estado com 750 m, no município de Poço Redondo.

CLIMA
O clima do Estado de Sergipe é controlado pelos sistemas tropical e equatorial. É um domínio de clima quente, com
temperaturas médias mensais superiores a 24 graus centígrados. Os ventos dominantes são os alísios de sudeste e
do nordeste. As chuvas caem em determinada época do ano, definindo uma estação chuvosa, no período outono-
inverno, e uma estação seca com chuvas de trovoadas, no período primavera-verão. As chuvas são mais abundantes
no litoral. A partir daí vão escasseando até o alto-sertão, onde, via de regra, chove pouco.

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HIDROGRAFIA
O Estado é servido por 6 bacias hidrográficas tradicionais e duas recentes

São Francisco: a maior e mais importante, inclusive, pelo seu aproveitamento, servindo a várias cidades e povoados
através de expressivo sistema de adutoras que capta suas águas; parte de seu curso, que se estende do riacho Xingó
à foz, numa extensão de 236 km, percorre terras sergipanas, dividindo-as com as terras alagoanas.

Japaratuba: é a menor do Estado, tendo 92 Km de extensão. O rio Japaratuba nasce entre os Municípios de Feira
Nova e Graccho Cardoso, possuindo uma planície aluvial onde se desenvolve a cultura canavieira. Citam-se como
principais afluentes: Siriri, Riachão, Lagartixo, Japaratuba-Mirim e Cajueiro.

Sergipe: a mais importante, depois da bacia do São Francisco, por servir áreas produtoras de cereais e cana, assim
como o criatório de gado. O rio Sergipe nasce na Serra de Boa Vista no município de Poço Redondo; seu curso possui
150 Km, tornando-se perene a partir do município de Nossa Senhora das Dores; serve como abastecimento de água
para Aracaju, através dos seus afluentes Poxim e Pitanga. Outros afluentes: Cágado, Ganhamoroba, Caípe, Paramirim,
Salgado, Cotinguiba, Jacarecica, Jacoca, Melancia e Sal.
Outrora, dizia-se que o rio Sergipe nascia na Serra Negra, na Bahia. Com o tempo, os geógrafos fizeram a devida
retificação.

Vaza-Barris: essa bacia compreende terras sergipanas e baianas. O rio Vaza-Barris nasce próximo a Canudos, na
Bahia, e penetra em solo sergipano pelos municípios de Simão Dias e Pinhão. Seu amplo estuário separa os municípios
de Aracaju e Itaporanga d’Ajuda. Afluentes de destaque: Ribeira, Tejupeba, Xinduba, Salgado, Traíras, Jacoca e Lomba.

Piauí: é a segunda bacia do Estado em extensão, atrás da bacia do São Francisco (não se deve confundir a extensão
da bacia com a extensão do próprio rio). O rio Piauí tem 132 km de extensão, nascendo em Riachão do Dantas e
drenando terras do centro-sul, onde vicejam plantações de laranja, fumo e maracujá. Principais afluentes: Piauitinga,
Fundo, Caiçá, Jacaré, Machado, Arauá, Indiaroba e Pagão.

Real: apenas a margem esquerda fica em terras sergipanas. O rio Real nasce em Poço Verde, na divisa com a Bahia.
Seus principais afluentes são Jacarezinho, Jabiberi, Paripe e Itamirim. Deságua no Atlântico juntamente com o rio
Piauí, formando imenso estuário, mais conhecido como estuário do Mangue Seco, imortalizado na literatura de Jorge
Amado, famoso escritor baiano com raízes em solo sergipano.

DICA: Foram incluídas duas novas bacias(Sapucaia e Caueira-Abaís).

VEGETAÇÃO

A cobertura vegetal está praticamente extinta devido ao desmatamento, desde os tempos de sua conquista e
colonização até os dias atuais, quando, a exemplo de todo o Nordeste, o homem fez a associação do machado e do
fogo para destruir o ambiente natural, a fim de dar lugar às pastagens e à lavoura, sobretudo da cana-de-açúcar e,
depois, do algodão e de outras culturas. A vegetação nativa, hoje, cobre menos de 5% do território sergipano. Do que
resta merece destaque:
- Vegetação litorânea: formada por campos de dunas, matas de restinga e manguezais.
- Floresta atlântica: aparece nos topos das colinas e sopé das serras, apresentando o extrato arbóreo, o arbustivo e o
herbáceo.
- Mata do agreste: composta por associações vegetais de exuberância bem menor que a floresta atlântica.
- Caatinga: vegetação típica do semi-árido, com formação arbustiva rala, recobrindo o solo com plantas adaptadas à
seca, formada por cactáceos, poucas árvores e muitos arbustos retorcidos.
- Cerrado: vegetação de gramíneas, a exemplo do capim de tabuleiro, apresentando manchas isoladas de árvores e
arbustos.

Unidades de Conservação Estaduais


São espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais
relevantes, legalmente instituídos pelo poder público, com objetivos de conservação, sob regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção (Lei nº. 9.985/2000 – SNUC).

Entre os objetivos das UCs, destacam-se a manutenção da diversidade biológica, a proteção de espécies e recuperação
dos recursos hídricos, bem como a promoção da educação ambiental, do ecoturismo, a pesquisa científica e a proteção
de recursos naturais para sobrevivência de populações tradicionais.

Apesar de ser o menor Estado em extensão territorial do Brasil, Sergipe apresenta peculiaridades ecossistêmicas que
merecem destaque. Os ecossistemas predominantes são a mata atlântica e a caatinga. A mata atlântica foi
intensamente explorada desde a colonização do país, e reduzida no estado de Sergipe a 0,1%. A caatinga tem sido
intensamente explorada, com substituição de espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens.

No estado de Sergipe existem quinze Unidades de Conservação da natureza, sendo três particulares, três do governo
federal, duas municipais e sete estaduais, sendo que duas das estaduais está em fase de recategorização.

Para o cumprimento dos objetivos das unidades do estado, a SEMARH fará a implantação do seu conjunto de UCs, com
a recategorização daquelas unidades conflitantes com a legislação vigente.

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Sergipe possui duas Unidades de Conservação de uso sustentável na categoria de Área de Proteção Ambiental
(APA), de âmbito estadual que estão sob a gestão do Governo do Estado de Sergipe administradas pela SEMARH.

Área de Proteção Ambiental Morro do Urubu

Localizada na área urbana de Aracaju, limita-se ao Norte com o rio do Sal, ao Leste com o rio Sergipe, e ao Sul e Oeste
com as áreas urbanas da zona Norte do município. Trata-se de região onde originalmente predominava a Mata Atlântica
e seus ecossistemas associados, além de enclaves de Cerrado. Criada e regulamentada pelos Decretos nº 13.713, de
16.06.93, e nº 15.405, de 14.07.95, a área vem sofrendo pressão urbana e se descaracterizando cada vez mais. O
complexo de vegetação encontra-se hoje bastante comprometido, sobretudo pela invasão, construção e urbanização
das favelas na área.

Área de Proteção Ambiental do Litoral Sul do Estado de Sergipe

Transformada em Unidade de Conservação através do Decreto nº 13.468 de 22 de janeiro de 1993, define a estrutura
de ocupação da área compreendida entre a foz do Rio Vaza Barris e a desembocadura do Rio Real, com cerca de 55,5
km de costa e largura variável de 10 a 12 km, do litoral para o interior. Abrange os municípios de Itaporanga d’Ajuda,
Estância, Santa Luzia do Itanhy e Indiaroba. Inserem-se nesta APA as praias mais habitadas do Estado, destacando-
se a Caueira, Saco e Abais. Observam-se também as maiores áreas de restingas arbóreas, manguezais e manchas
mais preservadas de Mata Atlântica.

Área de Proteção Ambiental Litoral Norte

Através do Decreto nº 22.995 de 09 de novembro de 2004 foi instituída a Área de Proteção Ambiental (APA) Litoral
Norte. Compreendendo um perímetro de aproximadamente 473,12 km², a unidade situa-se nos municípios de Pirambu,
Japoatã, Pacatuba, Ilha das Flores e Brejo Grande e tem como objetivo geral a promoção do desenvolvimento
econômico-social da área, voltada às atividades que protejam e conservem os ecossistemas ou processos essenciais à
biodiversidade, à manutenção de atributos ecológicos, e à melhoria da qualidade de vida da população.

Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco

O Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, localizado no município de Capela, a 67 km da capital sergipana, é um dos
maiores remanescentes de Mata Atlântica do Estado, com uma área total aproximada de 766 ha. Criado através do
Decreto 24.944 de 26 de dezembro de 2007, o Refúgio objetiva preservar um fragmento do bioma brasileiro mais
afetado pela ação antrópica, a Mata Atlântica, considerada um dos 34 hotspots mundiais, ou seja, ecossistemas com
elevada biodiversidade e que sofreram severa destruição, correndo risco iminente de desaparecer.

Registra-se na Mata do Junco, a presença de uma das espécies de primatas mais ameaçadas de extinção do Brasil, o
Callicebus coimbrai, conhecido como guigó-de-Sergipe, espécie de distribuição geográfica restrita a Sergipe e Norte
da Bahia, e que vem sofrendo as conseqüências da fragmentação da floresta atlântica. Além do macaco guigó, os
pesquisadores revelaram outras riquezas na Mata do Junco, entre elas 114 de plantas arbóreas, excluindo as
gramíneas, bromélias e epífitas, 14 anfíbios, nove répteis, 19 outros mamíferos e 93 espécies de aves, sendo duas
delas classificadas como vulneráveis: o gavião-pombo (Leucopternis lacernulata) e o sabiá-pimenta (Carpornis
melanocephalus). É importante destacar que esta é apenas uma amostra da riqueza agora protegida no Refúgio,
muitas outras espécies ainda esperam ser reveladas, à medida que novos estudos sejam realizados no local.

Além das espécies da flora e fauna encontradas, foram localizadas na região 14 nascentes, entre as quais, aquelas
que formam o riacho Lagartixo, principal fonte de abastecimento da população urbana de Capela, reforçado a
importância desta ação do Estado de proteger este reduto.

Monumento Natural Grota do Angico

O Monumento Natural Grota do Angico, unidade de conservação estadual criada através do Decreto 24.922 de 21 de
dezembro de 2007, está situada no Alto Sertão Sergipano, a cerca de 200 km de Aracaju, entre os municípios de Poço
Redondo e Canindé de São Francisco, às margens do Rio São Francisco. A região abriga remanescentes florestais da
Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro e quase em sua totalidade nordestino.

Com uma área total de aproximadamente 2.183 hectares, o Monumento Natural Grota do Angico guarda uma
biodiversidade bastante significativa, como observado pelos pesquisadores durante expedição ao local entre 13 e 15
de maio de 2007. Durante dois dias e meio, os estudiosos encontraram 63 espécies de plantas, 10 de abelhas, 14
anfíbios (sapos, rãs e pererecas), nove répteis (entre lagartos e serpentes), e 21 espécies de mamíferos, entre elas
algumas espécies classificadas como vulneráveis. Segundo os pesquisadores, em todos os grupos estudados existe
uma expectativa de ampliação da lista de espécies, o que atesta a grande biodiversidade preservada nesse reduto da
Caatinga.

Porém, sua importância não se deve apenas pela sua riqueza biológica. A Grota do Angico possui valor histórico e
cultural para o sertão sergipano e para o Nordeste. A região foi alvo da rota do Cangaço e foi o cenário da morte do
maior ícone deste movimento, Virgolino Ferreira, o Lampião, além de sua companheira Maria Bonita e outros nove
cangaceiros, em 28 de julho de 1938 pela polícia volante de Alagoas.

A proteção desse sítio ecológico e histórico representa um grande avanço do Estado rumo à conservação da Caatinga,
bioma historicamente pouco estudado, mas que hoje tem reconhecida sua riqueza, em especial por se tratar de um
remanescente cercado de importância histórica para Sergipe, tornando-se um exercício único de conservação
ambiental e valorização cultural.

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Sergipe cria Parque Estadual do Marituba para preservação do paraíso ecológico

Após um aguardo de cerca de 17 anos, finalmente, as riquezas de parte do litoral sergipano, conhecido por suas belas
dunas, lagoas e restingas, foram reconhecidas como uma unidade de conservação de proteção integral estadual.
Através do decreto nº 40.515 do Governo do Estado de Sergipe, assinado no último dia 29, a região localizada entre
os municípios de Barra dos Coqueiros e Santo Amaro das Brotas, se tornou Parque Estadual Marituba.

A decisão, que abrange uma área total de 1.754,44 hectares e perímetro de 21.763,90 metros, tem como objetivo
proteger os ecossistemas costeiros de relevância ecológica e beleza cênica, para a realização de pesquisa científica,
educação ambiental, ecoturismo e visitação pública, e possui o destaque de também contemplar parte do Aquífero
Marituba.

Mata do Cipó será reflorestada entre os municípios de Siriri e Capela

Técnicos do Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, juntamente com um profissional da empresa vencedora do
processo licitatório, fizeram o reconhecimento para recuperação de um trecho de Mata Atlântica, na Área de Relevante
Interesse Ecológico (Arie) Mata do Cipó, entre os municípios de Siriri e Capela, no Território Leste Sergipano.

O objetivo é reconstituir parte da Mata Atlântica que foi devastada entre os dois municípios através de uma ação de
compensação relacionada ao licenciamento ambiental da empresa Estre Ambiental. O Termo de Compromisso foi
firmado entre a empresa a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs) e a Superintendência
Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (Serhma). Segundo o superintendente da Serhma, Ailton Rocha, o
acordo judicial determina que a empresa execute o plantio de 3.000 mudas de espécies nativas na área que foi
desmatada. “Tal ação só foi possível por conta da aprovação na Câmara de Compensação Ambiental para o uso de
recursos provenientes de outras compensações ambientais, e estes foram destinados para o cercamento da área, cujos
serviços serão iniciados nas próximas semanas”, explica.

De acordo com o técnico da Serhma, Marcos Domingos de Santana, a recuperação vai reequilibrar o espaço de Mata
Atlântica no local. “A revitalização da área tem como principal objetivo proteger as nascentes das bacias hidrográficas
da região, entre elas a do Rio Siririzinho, que integra a Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, bem como a flora e a
fauna, catalogadas pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). A área, também, possui uma imensa variedade de
pássaros”, detalha.

Arie Mata do Cipó

Os estudos para a criação da Arie Mata do Cipó foram feitos por diversos pesquisadores, entre eles, zoólogos,
botânicos, entomólogos, engenheiros florestais e ecólogos, integrantes do grupo da pesquisa da fauna e flora de
Sergipe (Biose) e dos departamentos de Biologia e Ecologia da UFS, em agosto de 2013. Mas foi por meio do Decreto
nº 30.523, de fevereiro de 2017, que de fato o local se tornou uma Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie). Com
uma área de 59,6755 hectares e perímetro de 4.181,89 metros de Mata Atlântica, e com pouca ocupação humana, a
Arie tem características naturais extraordinárias e seu objetivo é manter os ecossistemas naturais.

Além de possuir algumas nascentes de pequenos rios e riachos, a área possui uma grande quantidade de pássaros,
dentre eles, gaviões, curiós, cabeças, garrincha, bem como de raposas, teiús, calangos e tatus. Sua flora é composta
por plantas endêmicas da região, a exemplo de ingá branco, visgueiro, massaranduba, sucupira, entre outras, e boa
parte delas são envoltas por vários cipós, o que justifica seu nome. Há, ainda, uma imensa variedade de ervas
medicinais no local.

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