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Entre o meio da meia luz e da escuridão, no exato momento em que o sol se

escondeu por completo no horizonte e o véu entre dois mundos se abriu, uma
menina meio elfo e meio humana nasceu em um grande solar de uma antiga
família bruxa, os "Lennox".

O pai, Thorn, um elfo senescal da Rainha das Fadas da Corte Seelie, e a mãe,
Guinevere, uma bruxa talentosa e cheia de energia, decidiram dar o nome de
Penumbra à menina de pele pálida e cabelos acinzentados. Um nome que
definiria, não só o momento do fenômeno de seu nascimento, como também, o
meio obscuro entre os dois mundos constantes que ela viveria.

Penumbra cresceu no mundo humano, no Solar da Família Lennox com sua mãe,
e sempre que tinha a oportunidade, saia pelo solar explorando cada cantinho.
Descobrindo passagens secretas atrás de tapeçarias, paredes falsas ou portas que
davam para lugar nenhum. Lia cada livro da biblioteca mágica da família e sentia
que quanto mais conhecimento absorvia dos livros, mais tinha a necessidade de
ler. Quando ficava muito entediada, e cansada de ler, buscava fazer amizade com
os elementais que moravam pelo Solar, que com o passar do tempo ensinaram
sua língua para ela.

A mãe Guinevere foi a responsável por sua criação, criou Penumbra como uma
bruxa. Ela aprendeu magias e rituais do grimório da família Lennox e com o
tempo, e com o auxílio da mãe criou seu próprio grimório. Penumbra aprendeu
mais dois idiomas lendo alguns livros “proibidos” da biblioteca da família, o
idioma infernal e o dialeto Subterrâneo (Devoradores de mente, observadores).

Seu pai, por conta de ser o senescal da Rainha das fadas, pouco pode participar
da educação da filha e de lhe ensinar sobre sua herança élfica. Mas, mesmo sem
quase nenhuma ligação com seu lado elfo, Penumbra ouvia a floresta
sussurrando para ela, convidando-a para entrar. Ou então, quando havia festa do
povo feérico na floresta, sentia que a música mexia com algo dentro dela, era
quase irresistível. E claro, algumas vezes, no auge da adolescência, sem entender
direito seu lado elfo, Penumbra cedeu algumas vezes ao convite da floresta.
Ficando fora de casa por dias, bebendo vinho verde, dançando e comendo
comida de fada. Sentindo aquela melodia abraçar seu eu mais profundo e a
completar como um quebra-cabeças que faltava uma pecinha.

Mas sempre que voltava à realidade e caia em sí, se dava conta, que na verdade
não gostava tanto assim da sensação de descontrole e extrema euforia que esse
lado dela tinha. Sempre que esse extremo passava ela se via no meio novamente,
nem lá nem cá. Nem elfo e nem humana. Nem na luz ou na escuridão. Na eterna
penumbra.

Quando completou seus 20 anos, Penumbra decidiu que sairia de casa para
peregrinar, algo comum nos bruxos da família Lennox, sair, conhecer o mundo,
aprender mais sobre magia e conhecer outras magias, fortalecer o sangue
mágico e os conhecimentos mágicos. Contudo, para ela, significava algo além do
que apenas a busca por conhecimento mágico, mas a busca por conhecer o
próprio caminho, para saber o que mais há no meio, no espaço que existe entre
sua existência meio elfo e meio humana.

E assim, Penumbra partiu.

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