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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SOCIOECONÔMICAS

DIAGNÓSTICO TERRITORIAL - MUNICÍPIO DE SÃO JOAQUIM NO ESTADO


DE SANTA CATARINA.

FLORIANÓPOLIS
2022
ALUNAS:
Erika Marrie Guedert Pestana
Natália Carolina Schnorr Lobo

Prof: Gabriel Bertimes di Bernardi Lopes


Disciplina: Desenvolvimento Sustentável e Territorialidade

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RESUMO

A pesquisa realizada nesse trabalho consiste em uma análise do


município de São Joaquim no estado de Santa Catarina, onde será investigada
a cesta de bens através do desenvolvimento local rural, turismo e valorização
dos recursos ambientas. Utilizamos referências teóricas, mídias, pesquisas na
internet e artigos. Foi possível observar e identificar ao decorrer das análises
que a cidade é atualmente o maior produtor de maçã dentre os demais
municípios serranos. A região apresenta um microclima propício ao cultivo de
maçã, pois possui uma soma de horas de frio necessária para o
desenvolvimento da cultura, tanto da maçã quanto uvas e queijos. Além de
atrair durante todo o ano para o turismo em relação à natureza, comidas e
clima.

Palavras-chave: São Joaquim; recursos ambientais; turismo; cesta de bens.

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INTRODUÇÃO

O município de São Joaquim, localizado na serra catarinense,


pertencente à microrregião de Campos de Lages, é um dos principais destinos
turísticos do estado de Santa Catarina. Além do fato de ser São Joaquim ser o
maior produtor de maça do Brasil, a região serrana como um todo também
apresenta clima propício ao cultivo de maçã, apresentando um gradiente
térmico muito alto, variando a temperatura, considerada perfeita para o cultivo.
A EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de
Santa Catarina) identificou o clima e a altitude do município de São Joaquim
ideais para proporcionar frutas com grande potencial para a produção de vinho
de alta qualidade, fazendo com que a região obtivesse uma expansão na área
plantada de uvas viníferas. A abordagem Cesta de Bens e Serviços Territoriais
é resultado de trabalhos realizados há cerca de 15 anos por dois institutos
franceses e busca a valorização conjunta de produtos ancorados em um
território. Um dos produtos produzidos pela região de São Joaquim é a maçã
Fuji, a qual recebeu um registro de Indicação Geográfica do Instituto Nacional
da Propriedade Industrial (INPI), essa conquista reconhece a grande qualidade
da fruta produzida em cinco municípios: São Joaquim, Bom Jardim da Serra,
Urupema, Urubici e Painel. A perspectiva de construção social concebe a
valorização socioeconômica de produtos e serviços a partir da identificação de
inputs territoriais existentes na forma de recursos e ativos (PECQUEUR, 2001;
2005).

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CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

O município de São Joaquim é um dos principais territórios na produção


de bens e serviços, existe uma potencialidade gigante no território serrano, a
cesta inclui cultivos de maçã, vinhos, queijos e atividades vinculadas ao turismo
rural.
A Cesta de Bens e Serviços Territoriais (CBST) é um instrumento de
análise e de formulação de estratégias de desenvolvimento territorial. Ela está
baseada na diferenciação do território por meio da especificação dos seus
produtos e serviços de qualidade. Essa oferta de produtos e serviços
específicos de qualidade se volta para a demanda de consumidores que
buscam essas propriedades típicas do território, as quais também estão ligadas
a atributos subjetivos (atitudes, crenças, valores, imagens ou símbolos). Esses
consumidores moldam suas preferências por meio de interações positivas entre
produtos de qualidade com uma forte ancoragem territorial (HIRCZAK et al.
2008).
Essa abordagem foi concebida por pesquisadores franceses por meados
de 1980. Durante suas investigações, os pesquisadores franceses perceberam
que a valorização coletiva de recursos territoriais específicos tem papel
fundamental na orientação da construção de um território de desenvolvimento.
Assim, a articulação entre os diferentes atores sociais é uma condição
imprescindível para iniciar o processo de construção de produtos com
características específicas, o que pode conduzir ao desenvolvimento territorial
(PECQUEUR, 2005).
A tipologia da propriedade intelectual, a indicação geográfica (IG),
identifica um produto ou serviço de um determinado local por sua fama ou
diferenciação. A metodologia diagnostica e organiza os territórios que possam
ter uma oferta conjunta de produtos e serviços de qualidade, valorizando e
promovendo a produção de produtos e serviços da região. O Contexto empírico
do território foi correlacionando com a teoria da “cesta”, demonstrando a
diversidade de atores territoriais e as suas principais ações vinculadas entre si
e com os produtos e serviços da Serra Catarinense.

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A Epagri/Ciram realizou o mapeamento por imagem de satélite de
15.684 hectares de pomares de maçã em Santa Catarina e confirmou que São
Joaquim se consolida como o maior produtor da fruta no Brasil, com uma área
de 8.692 hectares, representando 26% de todos os pomares do país.
Atualmente Santa Catarina já possui 6 indicações geográficas. A
primeira foi a do Vinho dos Vales da Uva Goethe em 2011, seguida pela
Banana da Região de Corupá em 2018 e pela Campos de Cima da Serra para
Queijo Serrano no ano de 2020. No dia 29 de junho de 2021 veio a IG Vinhos
de Altitude de Santa Catarina, na modalidade Indicação de Procedência (IP) e
no dia 20 de julho de 2021 o Estado conquistou a IG do Mel de Melato da
Bracatinga na categoria Denominação de Origem (DO).
Em agosto de 2021 foi anunciado que a Maça Fuji de São Joaquim foi a
sexta indicação geográfica conquistada por Santa Catarina. A certificação foi na
categoria Denominação de Origem (DO). A DO parte do pressuposto de que as
características geográficas (naturais e humanas) dessa região determinam a
singularidade e a qualidade do produto, sendo assim, a certificação abrange
uma área de 4.928 km², A dos municípios de São Joaquim, Bom Jardim da
Serra, Urupema, Urubici e Painel.
A Epagri/Ciram realizou o mapeamento por imagem de satélite de
15.684ha de pomares de maçã em Santa Catarina e confirmou que São
Joaquim se consolida como o maior produtor da fruta no Brasil, com uma área
de 8.692ha, representando 26% de todos os pomares do país
Em agosto de 2021 foi anunciado que a maçã fuji de São Joaquim foi a sexta
indicação geográfica conquistada por Santa Catarina. A certificação abrange
uma área de 4.928 km² dos municípios de São Joaquim, Bom Jardim da Serra,
Urupema, Urubici e Painel.
Para chegar no patamar atual houve grande suporte público na década
de 70 para os produtores de maçã, conseguindo assim aumentar as suas
áreas para a produção. Assim foi criada a ACARESC, resultado do apoio de
extensionistas rurais. A serra tem como grande característica a presença de
pequenos e médios produtores que participam também de cooperativas como:
Sanjo, Cooperserra, Cooperativa Frutas de Ouro, Coopema.

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O Queijo Artesanal Serrano, que conquistou sua Indicação Geográfica
em 2020, possui sabor e textura influenciados pelo ambiente, clima, solo e
vegetação. Assim ele é considerado um alimento específico com a identidade
territorial.
O Mel Melato de Bracatinga, uma das indicações de 2021, é produzido
com um baixo custo e por agricultores familiares, diferente do mel que
conhecemos ele é produzido a partir da seiva da árvore de bracatinga (mimosa
scabrella), que é uma nativa da região sul do Brasil, presente em zonas de
grande altitude.

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Essa pesquisa classifica-se como: pesquisa aplicada; com relação à


abordagem do tema é quantitativa, quanto aos objetivos é de base exploratória,
já nos procedimentos técnicos utilizados baseamos na busca de dados
secundários, sendo utilizada para isso pesquisa bibliográfica e documental.
Esse artigo científico buscou de forma adquirir conhecimento de acordo
com as pesquisas realizadas durante a sua construção, visando sempre poder
contribuir para fins práticos sobre o assunto. A pesquisa tem como autores
fundamentais: Ignacy Sachs, Milton Santos, María Laura Silveira, Ignácio
Rangel, José Eli da Veiga, utilizados durante toda as aulas mestradas pelo
professor Gabriel.
A análise qualitativa sobre as cestas de bens de São Joaquim é uma
sistemática para interpretar a realidade e entender os fenômenos turísticos com
os instrumentos proporcionados pelo território, opiniões e experiências.

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SÍNTESE DE RESULTADOS

A linha da pesquisa relacionada a cesta de bens requer estudos que


abordem o planejamento do território e as possíveis soluções para o
desenvolvimento social, econômico e espacial. São articuladas ações
mercantis e não mercantis entre os atores territoriais, com o propósito de criar
uma oferta heterogênea, assim, recursos territoriais específicos.
A cesta de bens também pode ser preferida a outra que contenha
combinações diferentes de bens, as preferências são completas e os
consumidores podem classifica-las como: A é preferida a B, B é preferida a C
ou A é indiferente a Z. Preferências são transitivas, consumidores preferem
quantidades maiores de uma determinada mercadoria. As preferências são:
Monotonicidade, que é todo bem desejável e quanto mais melhor,
convexividade é a combinação de cestas preferíveis a especialização da cesta.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa pesquisa possibilitou conhecer de forma mais abrangente toda a


parte agrária do estado de Santa Catarina, mais precisamente o município de
São Joaquim e aprofundar os conhecimentos sobre sua Cesta de bens e
Serviços Territoriais (CBST). Para o desenvolvimento desse trabalho foram
realizadas diversas pesquisas, analisando todo o contexto territorial do
ambiente.
Necessitamos repensar o desenvolvimento global sustentável, o
ecodesenvolvimento, para que haja uma maior homogeneização, para
pensarmos em desenvolvimento territorial, precisamos entender sobre alguns
fatores como: Governança territorial, Capital social, CBST e outras.
Podemos assim concluir que a cesta de bens do município de São Joaquim na
Serra, tem tido um grande crescimento, tanto como a parte agropecuária
quanto em relação ao turismo, conduzindo um desenvolvimento territorial
consequente da grande viabilidade do solo, clima e temperatura. Quando
analisado o turismo rural, percebe-se que este se trata de um ativo específico,
e que, dentre os demais, apresenta um grande destaque do município.
No término da pesquisa, concluímos o clima de São Joaquim também
para a vitivinicultura é classificado como frio e úmido ideal, considerado perfeito
para a cultivo. Desse modo podemos concluir que a Serra Catarinense possui
um território ideal para a promoção de pesquisas e desenvolvimento de CBST,
é o catalisador da valorização dos produtos e serviços, tornando o cultivo dos
produtos o principal item da cesta.

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REFERÊNCIAS

Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Ignacy Sachs.

O Brasil território e sociedade no início do século XXI. Milton Santos, María


Laura Silveira.

Questão Agrária, Industrialização e Crise Urbana no Brasil, Ignácio Rangel.

A construção de um território de desenvolvimento rural: recursos e ativos


territoriais específicos. Desenvolvimento Regional mestrado e doutorado.
Ademir Antonio Cazella, Leandro Guimarães Nunes de Paula, Monique
Medeiros, Valério Alécio Turnes.

Disponível em <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/211653/
PAGR0449-D.pdf?sequence=-1&isAllowed=y> Acesso 10 maio de 2022.

Disponível em <https://www.sebrae-sc.com.br/blog/indicacao-geografica-saiba-
mais-sobre-o-programa-origem-santa-catarina> Acesso 25 maio de 2022.

Disponível em <https://www.epagri.sc.gov.br/index.php/2019/09/25/conheca-as-
indicacoes-geograficas-igs-dos-produtos-catarinenses/ > Acesso 27 maio de
2022.

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