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RESUMO
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................06
1.1 Objetivos............................................................................................................08
1.1.1 Objetivo geral.................................................................................................08
1.1.2 Objetivos específicos.....................................................................................07
2 JUSTIFICATIVA......................................................................................................09
3 APRESENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO................................................................10
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................11
4.1 Delimitação da Pesquisa..................................................................................11
4.2 Caracterização da Pesquisa.............................................................................11
4.3 População e Amostra / Ambiente de Estudo.................................................13
4.4 Instrumentos de Coleta e Tratamento dos Dados.........................................13
4.5 Técnica de Análise e Interpretação dos Dados.............................................14
5 REVISÃO TEÓRICA.........……..............................................................................16
5.1 A gestão de pessoas e as organizações........................................................16
5.2 As empresas familiares nas propriedades rurais..........................................20
5.3 O futuro no agronegócio..................................................................................24
5.4 Sucessão familiar na agricultura.....................................................................28
6 PLANO DE ATIVIDADES.......................................................................................36
7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.......................................................37
7.1 Descrição da realização do processo de sucessão.......................................37
7.2 A percepção dos gestores quanto ao processo de sucessão......................40
7.3 A identificação do interesse dos membros da família em dar continuidade
na propriedade.........................................................................................................42
7.4 Avaliação da motivação em permanecer no campo conforme o prazo -
curto, médio ou longo prazo...................................................................................43
7.5 Levantamento dos fatores/desafios que influenciam na sucessão
familiar......................................................................................................................44
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS …………...….............................................................47
REFERÊNCIAS.........................................................................................................49
APÊNDICES..............................................................................................................53
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1 INTRODUÇÃO
dos estabelecimentos rurais familiares, visto que são as novas gerações que
determinarão o futuro desses estabelecimentos.
Assim, a presente pesquisa pretende elucidar a seguinte problemática: quais
as características, as motivações dos envolvidos e os fatores que interferem um
processo de sucessão na agricultura familiar?
1.1 Objetivos
2 JUSTIFICATIVA
3 APRESENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
Conforme Dmitruk (2018), este tópico traz informações sobre o que se deseja
pesquisar.
As propriedades rurais pesquisadas foram assim escolhidas por possuírem
porte semelhante, se enquadram como pequenas e médias propriedades localizadas
na região oeste de Santa Catarina, local do estudo, e, portanto, serão apresentadas
no quadro número 1:
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Quanto aos instrumentos necessários para a coleta dos dados, de acordo com
os procedimentos metodológicos adotados, foi utilizado o instrumento entrevista, com
perguntas pré-elaboradas para seguir um roteiro, onde as respostas foram coletadas
em momento presencial e também de forma escrita e por áudio.
Conforme Vergara, Lakatos e Marconi (2010), o levantamento de dados
necessário para a pesquisa e seus instrumentos de coleta estão relacionados aos
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Nesse sentido o autor define as técnicas a serem utilizadas como sendo uma
possibilidade de verificação, devendo estar disponibilizados e informados, clara e
metodicamente, os caminhos a serem seguidos.
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5 REVISÃO TEÓRICA
Segundo o autor esses modelos servem para alcançar todo o potencial das
organizações, para isso as empresas precisam ter pessoas adequadas e disponíveis
para realizar o trabalho, para isso é preciso analisar os cargos.
Essa prática de analisar um cargo significa detalhar o que o cargo exige do seu
ocupante em termos de conhecimento, habilidades e capacidades para que possa
desempenhá-la adequadamente, após com a descrição do cargo é possível enquadra-
lo no nível em que melhor se encaixa, ou seja, a tomar ciência da sua habilidade e
competência fica fácil recrutar para o cargo que melhor se adapte (ÁVILA, 2017).
Os princípios básicos da Administração preconizam que o tipo de gestão
aplicados a indústria e comércio sejam também aplicados na agricultura, porém deve-
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Para Werner (2004, p. 02) a empresa familiar pode ser definida como:
gerando lucros, que a empresa tenha uma boa imagem para representar a família, ou
seja, a empresa familiar tem como importante atributo a lealdade e a confiança. “O
que diferencia a empresa familiar das demais, é a interação entre família e empresa
(OLIVEIRA, ALBUQUERQUE E PEREIRA, 2012).
Neste âmbito pode-se dizer que na agricultura familiar encontramos uma
empresa familiar rural. Conforme explica Buainain et. al., (2014, p. 31), existe alguns
agentes que a diferem da empresa rural de grande porte:
isolamento das pessoas que permanecem nelas, além de reproduzir o bem e o nome
da família (VIEIRA FILHO, 2017).
A sucessão torna-se importante e demanda uma estratégia de preparação,
projetos de incentivo com políticas públicas adequadas sendo inseridas bem
precocemente nas famílias com propriedades rurais com o intuito de evitar
consequências graves e irreversíveis no cenário agrícola visto que não se constrói um
agricultor, ou não se contrata uma mão de obra especializada do dia para a noite mas
sim é algo construído a longo prazo, que está na essência do ser humano gostar da
terra, plantar e saber esperar a colheita e saber compreender que nem sempre é
possível colher os frutos da forma almejada (MATTE, 2017).
Uma das razões que impede a sucessão da propriedade rural deve- se a falta
de incentivo para permanecer no campo, muitas vezes os filhos crescem ouvindo
sobre a dificuldade de produzir pela falta da chuva ou excesso dela, as pragas, as
plantas daninhas, a falta de preço nos produtos, o alto custo dos insumos e a
dificuldade de acesso à tecnologia, a falta de diálogo entre pais e filhos, o tamanho da
propriedade, entre outras razões pelas quais dificultam a sucessão (OLIVEIRA;
VIEIRA, 2012).
Quando nas famílias “há dificuldades para identificar um descendente como
potencial sucessor do negócio, a tendência é de que os investimentos cessem. ”
(RICCA, 2012, p.14). Com base na afirmativa do autor é possível entender que a
sequência ou continuidade do trabalho na prioridade dependerá da escolha de um
sucessor na família, caso contrário automaticamente com o passar dos anos encerra
as atividades na propriedade e o que foi conquistado com muito trabalho acaba se
dissolvendo.
As características nesse processo sucessório citadas por Oliveira;
Albuquerque; Pereira (2012, p.23):
A sucessão não é um evento único, mas é (ou deveria ser) um processo que
tem lugar em um período de tempo extenso. Sucessão é o processo de
transferência da gestão dos recursos do empreendimento. Este pode
envolver a transferência da unidade de produção familiar a um sucessor (ou
múltiplos sucessores), ou pode envolver a transferência do capital necessário
para estabelecer um novo empreendimento agrícola. Desta forma, é possível
distinguir entre sucessão do agricultor e sucessão da ocupação de agricultor
(LOBLEY, 2010, p. 50).
agricultura para ter mais produção na lavoura independente do seu tamanho. Essa
ferramenta contribui para estimular as novas gerações a permanecerem no campo e
tornar o processo de sucessão mais aceitável e simples (WARD, 2011).
Lobley (2010), comenta que a adoção de novas tecnologias, certificações de
processos produtivos e de produtos, cuidados com o meio ambiente, dentre outros,
são as tendências da atividade agropecuária moderna. Essas tendências auxiliam na
permanência dos jovens na propriedade aonde podem colocar em prática os
conhecimentos adquiridos na faculdade e não terem a impressão que estão isolados
do mundo. A inclusão digital não é somente uma concessão dos pais para com os
filhos jovens do meio rural, mas é também consequente de uma nova cultura juvenil
que demanda novas formas de sociabilidade e inclusão.
Além dessas tendências comentadas por Ward (2011), futuras políticas podem
ser criadas a fim de garantir a reprodução social da agricultura familiar e objetivar
questões econômicas e estruturais e fortalecer as motivações de todos os membros
da família. É importante lembrar que os fatores são diferentes em cenários distintos;
assim, a natureza dos riscos e das potencialidades pode apresentar-se de diferentes
formas.
Nesse sentido, Lobley et al. (2010), cita algumas políticas que poderiam
facilitar no processo de sucessão: aumento da possibilidade da presença de um
sucessor motivado a assumir o controle da unidade de produção; encorajar a
identificação precoce do sucessor e o planejamento conjunto do processo de
sucessão e; reduzir as dificuldades para a aposentadoria.
Atualmente os jovens do campo perceberam que a educação é um instrumento
importante de empoderamento perante a comunidade rural e, principalmente, a
sociedade como um todo e estão buscando conhecimento contrariando a crença de
que, para trabalhar em atividades agrícolas, não seria necessária a educação formal.
As famílias rurais entenderam que o investimento no capital humano resulta em
maiores possibilidades de diversificar a renda com maior qualidade, minimizar os
riscos, encontrar alternativas mais rentáveis, agregar valor, encurtar as cadeias e
fortalecer as rendas não agrícolas. Todas essas capacidades exigem conhecimentos
que podem ser mais facilmente acessados com a escolaridade (BUAINAIN et. al.,
2014).
Apesar dos avanços e ampliação de políticas públicas voltadas à agricultura
familiar, ao longo das últimas décadas, a problemática da sucessão nos espaços
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Sob essa ótica Machado (2016), aponta alguns aspectos responsáveis pelo
desinteresse dos jovens de prosseguir no trabalho dos pais na agricultura. O jovem
associa a realidade de trabalho no campo como um local sem perspectivas. Mesmo
havendo incentivos a sua permanência no meio rural, ainda são pouco atrativos
perante as oportunidades oferecidas pelas áreas urbanas. A cidade vislumbra
ambientes que dão a impressão de qualidade de vida, ascensão profissional, alto
poder aquisitivo, facilidade de locomoção, lazer, acesso à tecnologia, entre outras
possibilidades.
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hospital, ao escolher ser professor ele precisará trabalhar em uma escola e assim
sucessivamente. Os pais precisam orientar os seus filhos desde pequenos para que
os mesmos possam escolher a sua profissão voltada para a agricultura caso tenha
interesse em trabalhar com a terra (MACHADO, 2016).
Para Grubbström et al (2014, p. 222):
O futuro da agricultura está nas mãos das gerações futuras de agricultores, e
uma questão chave para que se tenha a continuidade deste processo é que
estes jovens tenham condições de se relacionar e se adaptar aos processos
de mudança em curso no setor agrícola. Ou seja, a agricultura deve ser
considerada como uma alternativa profissional para essa nova geração.
convivência pode influenciar na hora da sucessão, dando abertura com relação aos
negócios e dividendos financeiros acaba motivando os jovens, e mostrando a eles a
realidade da propriedade e com isso eles não terão necessidade de buscar a
autonomia financeira e de estima e realização, em outros espaços (MACHADO, 2016).
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6 PLANO DE ATIVIDADES
obtém sua principal fonte de renda com a venda do leite. Já na propriedade da família
do Entrevistado 2, as principais fontes de renda provém da venda de gado de corte
(confinamento) com cria e recria de animais, possui também na propriedade um
aviário de perus. Na propriedade da família do Entrevistado 3, a principal fonte de
renda provém do plantio de grãos como soja e trigo, também criam novilhas para
venda.
Referente as estruturas das propriedades ambos possuem pequenas e médias
propriedades onde desenvolvem suas atividades agrícolas e pecuárias. Sobre quem
trabalha atualmente nas propriedades, primeiro entrevistado destaca o trabalho feito
junto com sua família em sua propriedade, ele e sua esposa trabalham na propriedade
juntamente com o filho mais velho, o qual é formado em agronomia.
Assim também, o segundo entrevistado destaca a importância da ajuda da
família nos afazeres da propriedade, ele conta atualmente com a ajuda do genro e da
filha, como também suas outras duas filhas que ajudam em algumas tarefas, pois
estudam fora e, portanto, não possuem muito tempo livre, relata que provavelmente
quem irá tocar a propriedade logo adiante seja somente sua filha mais velha e seu
genro.
O terceiro entrevistado comenta que o trabalho é realizado por ele e sua esposa
e um casal de caseiros que também residem na propriedade e ajudam nos afazeres.
Possui um filho pequeno.
O preparo, o diálogo e o planejamento são indispensáveis no processo de
sucessão pois essas pessoas necessitam ter capacidade de assumir posições
estratégicas. O processo de sucessão precisa iniciar com o fundador da propriedade
e juntamente com os demais familiares realizar a escolha do sucessor (OLIVEIRA,
SILVA, 2012).
O processo de sucessão sob a ótica do autor Savian (2014), depende das
condições que a propriedade está, se não há conflitos familiares e se os filhos foram
preparados para esse processo pois além dos bens físicos a serem 30 transferidos,
há bens intangíveis, como o conhecimento tácito, que só se adquire através da
convivência. Os herdeiros por sua vez precisam ter consciência do que vão herdar,
consciente do seu papel no tempo e no espaço que ocupam.
Já para Mendes e Reis (2010) é a família detém boa parte da responsabilidade
nesse processo pois possui um papel importante na tomada de decisão do jovem, pois
o seu desejo de permanecer na unidade de produção terá relação direta com o espaço
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que ele conquista dentro da estrutura produtiva, que, na agricultura familiar, associa
família, produção e trabalho. Isso proporciona o reconhecimento simbólico e material
do jovem, fator que influencia diretamente as suas escolhas.
Uma das razões que impede a sucessão da propriedade rural deve- se a falta
de incentivo para permanecer no campo, muitas vezes os filhos crescem ouvindo
sobre a dificuldade de produzir pela falta da chuva ou excesso dela, as pragas, as
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plantas daninhas, a falta de preço nos produtos, o alto custo dos insumos e a
dificuldade de acesso à tecnologia, a falta de diálogo entre pais e filhos, o tamanho da
propriedade, entre outras razões pelas quais dificultam a sucessão (OLIVEIRA &
VIEIRA, 2012).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O setor que mais contribuiu nos últimos anos para a economia brasileira foi a
cadeia do agronegócio com um notável crescimento principalmente dos
estabelecimentos de menor porte com gestão familiar – a agricultura familiar. Apesar
de ser vulnerável em diversos quesitos, como no acesso à tecnologia, na
infraestrutura e no crescimento em massa, contribui muito para a geração de renda,
na diversificação de culturas, eliminação da pobreza rural, aumento da produção de
alimentos em escala, e consequentemente acaba fomentando cada vez mais o setor
agrícola.
Nas últimas décadas foram muitas as transformações que o setor passou, em
questão de incremento de tecnologia, produtividade, rentabilidade; porém, a sucessão
rural é um desafio em análise, ainda com poucos avanços e que merece especial
atenção para não retardar e estagnar o processo de continuidade do
empreendedorismo rural dentro da agricultura familiar, ocasionando uma perda na
economia, tanto para os pequenos proprietários rurais quanto para todo o setor do
agronegócio.
A partir desse contexto o estudo teve como objetivo geral analisar o processo
de sucessão familiar, caracterizando o interesse, a motivação dos sucessores e
apontamento de quais os principais fatores que interferem nesta transição, ou seja,
na continuidade da unidade produtiva familiar por uma ou mais gerações.
Para fundamentar a pesquisa os procedimentos metodológicos utilizados
qualificam-se em uma tipologia de pesquisa qualitativa do tipo descritiva e os
procedimentos adotados referem-se a um estudo de multicasos com o objetivo de
analisar o processo de sucessão de três propriedades rurais da região Oeste do
estado de Santa Catarina.
Conforme relato nas entrevistas realizadas o processo da sucessão ocorreu
sem planejamento, a propriedade foi passando de pai para filho.
Quanto a percepção dos sucedidos o processo de sucessão foi o desejo de
continuar no campo e dar continuidade ao negócio da família, o gosto pelo trabalho e
a busca pela liberdade em ter o seu próprio negócio.
Sobre o interesse dos membros da família em dar continuidade na propriedade
é importante destacar que a terceira geração se sente mais motivada e incentivada a
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dar continuidade mesmo com uma redução no número de pessoas por família, alguns
estão se capacitando e se preparando para assumir o negócio da família, e que a
motivação em permanecer no campo é a longo prazo com planejamento.
Sobre os fatores que influenciaram os entrevistados em assumir a propriedade
destacou- se o gosto pela atividade, vontade de expandir o negócio utilizando novas
tecnologias e dar continuidade ao projeto de vida de seus antecessores.
Pelo exposto na pesquisa compreende-se que os objetivos propostos foram
atingidos e ressaltou-se ainda mais a importância de planejar a sucessão, a ela deve-
se a perpetuação do negócio, a proteção patrimonial, a qualidade de vida dos
envolvidos e a certeza de que a transferência da administração da propriedade
passará de geração em geração ficando sempre em família.
Conforme os fundamentos estudados na literatura como (MATTE, 2017) e
HEISLER, 2017), contatou-se que a sucessão deve ser feita de forma gradual, o
planejamento deve ser realizado a longo prazo com a passagem de responsabilidades
e de patrimônio de uma geração para a outra. Para que ocorra a continuidade por
mais gerações no campo, é importante auxiliar no processo, este deve ser iniciado o
mais cedo possível, com debates e visão de curto, médio e longo prazo, com
estabelecimento de objetivos, estratégias, políticas e planejamento da distribuição da
herança.
Para estudos futuros segue como sugestão, uma pesquisa dos impactos no
processo de sucessão com a redução significativa dos grupos familiares, e o aumento
da implantação de processos mecanizados e tecnológicos nas propriedades.
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REFERÊNCIAS
BUAINAIN, A.M.; ALVES, E.; SILVEIRA, J.M. da; NAVARRO, Z. (Ed.). O mundo
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Brasília: Embrapa, 2014.
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MACDONALD, J. M.; KORB, P.; HOPPE, R. A. Farm size and the organization of
U.S. crop farming. Washington: Usda, 2013. (Economic Research Report, n. 152).
OLIVEIRA, Pecanha de; Oliveira, Saulo Barbara de. Empresa familiar, sim! Mas
qual o problema, se a gestão é profissional? NAVUS - Revista de Gestão e
Tecnologia, vol. 5, núm. 3, julio-septiembre, 2015, pp. 126- 135.
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