Você está na página 1de 88

Copyright© Jacqueline Pharlan de Camargo

10131/1 – 100 – 120 – 2021

O conteúdo desta obra é de responsabilidade do(s)

Autor(es), proprietário(s) do Direito Autoral.

Fotos: Acervo pessoal


Arte-final de Capa: Daniela Jacinto
Diagramação: Valdir Colonhezi

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

P632c
Pharlan, Jacqueline
Cicloturismo e desenvolvimento regional : reflexões a partir de estudo de caso da trilha da Samaúma
(AP) / Jacqueline Pharlan. - 1. ed. - São Paulo : Scortecci, 2021.

Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5529-713-3

1. Viagens em bicicleta - Samaúma, Trilha da (AP). 2. Samaúma, Trilha da (AP) - Descrições e viagens.
3. Ilha de Santana, AP - Descrições e viagens. I. Título.

21-74502

CDD: 918.116
CDU: 910.4(811.6)

Meri Gleice Rodrigues de Souza - Bibliotecária - CRB-7/6439

Rua Deputado Lacerda Franco, 98

São Paulo - SP - CEP 05418-000

Telefone: (11) 3032-1179

www.scortecci.com.br
Livraria Asabeça

Telefone: (11) 3032-8848

www.asabeca.com.br
Este livro é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso II apresentada
ao curso de Engenharia de Produção, vinculado à Pró-Reitoria de Graduação
da Universidade do Estado do Amapá, sendo requisito para a obtenção do
título de Bacharel em Engenharia de Produção, sob a orientação do Prof. Esp.
Álisson Sousa da Silva.
Intitulado “A Viabilidade do Cicloturismo como Fomento para o
Desenvolvimento Regional na Trilha da Samaúma” este trabalho foi aprovado
e publicado na modalidade de resumo no evento 18ª Semana Nacional de
Ciência e Tecnologia do Amapá 2021.
“A consciência ambiental impulsionou o início do discurso do
desenvolvimento sustentável: uma série de debates internacionais
aprofundando-se na complexidade e interconexão das dinâmicas ambientais,
sociais e econômicas, e a importância de os padrões de vida atuais não
imporem em prejuízos para as gerações futuras.”

Paulo Savaget
Agradecimentos
A Deus que com sua infinita sabedoria me fez capaz de aprender e me
aperfeiçoar como ser humano e profissional constantemente.
Ao professor Francisco Tarcísio Alves Junior que me sugeriu o tema no
meu primeiro ano de faculdade.
Ao meu orientador Álisson Sousa da Silva que sempre contribuiu para o
desenvolvimento deste trabalho com esmero e atenção.
Ao meu pai que sempre valorizou o estudo e me incentivou.
A minha mãe que me preparou para vida semeando dignidade, moral e
bondade na formação do meu caráter.
Ao meu filho compreensivo, parceiro e que sempre me dá forças para
realizar meus sonhos.
A minha cachorrinha Rouse Quartz que nunca me deixa só.
Resumo
Esta pesquisa analisou o potencial do cicloturismo como fomento para o
desenvolvimento regional na trilha da Samaúma localizada na ilha de Santana –
Amapá. Para aprofundar acerca dos aspectos positivos do cicloturismo
apresentou-se à revisão literária sobre mobilidade e sustentabilidade pelo fato
de serem condições para potencializar o cicloturismo com responsabilidade.
Em seguida se fez um estudo bibliográfico partindo da concepção macro de
turismo, as variações relacionadas ao ecoturismo, reduzindo para turismo de
aventura até chegar ao cicloturismo com o objetivo de compreender os
benefícios que o segmento apresenta para os empreendimentos e como
viabilizá-los em consonância às tendências mundiais de conservação do meio
ambiente e sustentabilidade numa perspectiva harmônica entre o ambiente
natural, a prática esportiva, negócios e sociedade. O estudo teve natureza
básica, partiu da fundamentação teórica, a abordagem foi quali-quantitativa de
objetivo exploratório e foi realizado um estudo de caso através da aplicação de
um formulário eletrônico do google forms encaminhado individualmente
através de e-mail, whatsapp ou messenger apenas para ciclistas e
posteriormente se fez a análise dos dados coletados através de gráficos. Este
trabalho explicitou o potencial da Trilha da Samaúma para o desenvolvimento
regional da Ilha de Santana – AP através do cicloturismo possibilitando maior
qualidade de vida para população por meio de geração de emprego e renda
ecológica. Dos 65 ciclistas que participaram da pesquisa identificou-se que a
maior parte são pessoas com poder aquisitivo alto, profissionais com nível
superior, entre estes observou-se grande preocupação com segurança nos
trajetos para o cicloturismo, assim como a maior parte faz gastos consideráveis
antes e durante os pedais. Além disso, a maioria que frequenta a Ilha de
Santana aprecia a árvore Samaúma e gosta de tirar fotos com ela.
Considerando os dados e informações levantadas considera-se a região com
alto potencial para o cicloturismo, pois apresenta atrativos naturais e
viabilidade para negócios que geram emprego e renda para localidade, os quais
precisam de estrutura e planejamento para integrar o potencial de forma
responsável, integrando sustentabilidade e respeito ao patrimônio histórico,
cultural e da comunidade da Ilha.

Palavras-Chave: Cicloturismo, desenvolvimento regional, mobilidade,


Trilha da Samaúma, Ilha de Santana.
Sumário
1 - Introdução
1.1 Problemática
1.2 Justificativa
1.3 Objetivos
1.3.1 Geral
1.3.2 Específicos
2 - Revisão bibliográfica
2.1 Mobilidade urbana
2.2 Sustentabilidade versus mobilidade
2.3 Turismo
2.3.1 Ecoturismo
2.3.2 Expansão do cicloturismo
2.4 Vantagens da prática do cicloturismo
2.4.1 Prática esportiva voltada para conservação ambiental
2.4.2 Contribuição para geração de emprego e renda
2.4.3 Valorização da cultura local
2.5 Desenvolvimento regional
2.5.1 Relação entre desenvolvimento e cicloturismo
2.5.2 Repercussão do cicloturismo para o empreendedorismo
2.5.3 Viabilidade no fortalecimento de políticas públicas direcionadas
ao cicloturismo
2.6 Trilha da Samaúma na Ilha de Santana – AP
2.6.1 Samaúma
2.6.2 Trilha Ecológica da Samaúma na Ilha de Santana – AP
2.6.2.1 Ciclismo na Trilha Ecológica da Samaúma na Ilha de
Santana – AP
2.6.3 Características da população residente na Ilha de Santana – AP
3 - Metodologia
3.1 Área de estudo
3.2 Método de coleta de dados
3.3 Análise dos dados
4 - Resultados e discussão
4.1 Perfil do entrevistado
5 - Conclusões
Referências
Sobre a obra
Sobre a autora
1
Introdução
Atualmente observa-se uma crescente demanda pela prática turística
através de esportes de aventura, dentre estes se destaca o cicloturismo, assim
como aumenta a conscientização ambiental e busca de um modo de vida mais
saudável. Toda essa transformação no perfil do turista requer uma análise
macro quanto aos aspectos positivos da prática para comunidade das regiões,
assim como das necessidades desse público, principalmente no que tange à
mobilidade urbana, isto porque não é de hoje que o turismo contribui para o
desenvolvimento da sociedade. Entretanto, infere-se que as contribuições do
segmento requerem posturas empreendedoras que fomentem o ecoturismo
para ciclistas de forma sustentável, com responsabilidade social, promovendo a
conservação tanto do ambiente natural quanto do patrimônio cultural gerando
um crescimento não apenas financeiro, mas também promovendo maior
qualidade de vida.
Neste sentido, este projeto de pesquisa acadêmica teve o objetivo de
levantar informações acerca da prática do cicloturismo no Estado do Amapá
analisando os dados coletados para verificar como o cicloturismo pode ser
uma estratégia de desenvolvimento regional para Ilha de Santana no Amapá.
É premissa questionamentos sobre a infraestrutura local, se esta apresenta
dificuldades para o crescimento do cicloturismo na ilha de Santana. Um novo
olhar direcionado ao potencial da atividade no fomento para o
desenvolvimento regional em uma perspectiva harmônica entre o ambiente, o
homem e a economia.
O primeiro aspecto discutido foi a questão da mobilidade urbana, porque é
essencial para que o ciclista possa praticar o esporte, assim como se locomover
não só em vista do cicloturismo como também ser mola propulsora da adoção
da bicicleta não apenas para diversão, mas também como meio de transporte,
melhorando a qualidade de vida, minimizando impactos ambientais, assim
como contribuindo para melhor fluxo no trânsito.
O segundo foco abordado foi o turismo, as tendências crescentes do
ecoturismo, preocupado com a conservação do ambiente, os benefícios do
segmento na geração de emprego e renda e a valorização da cultura local.
Assim, a abordagem desta pesquisa se deteve a análises de como o
desenvolvimento regional, o cicloturismo e o empreendedorismo se
relacionam e como viabilizar a prática como fomento para o desenvolvimento
regional da Trilha de Santana no Estado do Amapá fortalecendo o
cicloturismo.
Buscou-se fundamentação em pesquisas bibliográficas e a análise
exploratória foi quali-quantitativa através de levantamento de dados aplicando-
se formulário eletrônico a 65 ciclistas praticantes do cicloturismo na trilha da
Samaúma localizada na Ilha de Santana Estado do Amapá.
A análise de dados foi através de gráficos, inicialmente compreendendo o
perfil do cicloturista que frequenta eventos de cicloturismo na Trilha da
Samaúma na Ilha de Santana – AP, como este ciclista percebe o passeio na
localidade, dificuldades enfrentadas, investimentos feitos para prática esportiva
na região, assim como os gastos realizados durante estes eventos e
comportamento quanto ao respeito à comunidade, o patrimônio cultural e
ambiental da localidade.
Espera-se que os estudos possam apontar a influência do cicloturismo no
fomento do desenvolvimento da Ilha de Santana de forma que mostre as
contribuições da prática voltadas ao segmento e contribuição desta para
melhoria de vida da população da Ilha de Santana – AP.

1.1 Problemática

Assegurar a segurança no trânsito para todos independente do meio de


locomoção é uma prerrogativa legal contida na Constituição Federal de 1988 e
neste viés um Plano Diretor próprio também contempla a sustentabilidade,
fatores essenciais para promoção do cicloturismo que atenda não somente o
público ciclista, mas toda comunidade que depende da mobilidade eficiente
para a harmonia e bem-estar coletivo.
Conforme Plano Estadual de Turismo do Amapá, na matriz SWOT cita
dentre alguns pontos fracos apontados a serem superados pelo Estado para o
fortalecimento do turismo, a “inexistência de sinalização turística, dificuldade
de acesso para alguns municípios, infraestrutura turística deficiente na maioria
dos municípios...” (Plano Estadual de Turismo do Amapá, 2016, p. 50).
Muito há de se refletir acerca da questão, isto porque a sociedade requer
uma compreensão macro de atividades que promovam o desenvolvimento da
região e porque não aliar este quesito à prática de um esporte, que também
pode ser usado como lazer e transporte, além de ser um meio de ampliação da
conscientização ambiental.
Desenvolvimento regional gera qualidade de vida e o cicloturismo
completa o ciclo quando se trata de benefícios individuais e coletivos, tendo
em vista não apenas o fator econômico na geração de renda, mas de melhoria
da saúde mental e física dos adeptos e, além disso, o incentivo ao uso do
mesmo como meio de transporte pode ser uma alternativa para os problemas
de fluxo no trânsito.
Com isso, o incentivo a viabilização de melhores condições direcionadas
aos ciclistas se apresenta como positiva em vários âmbitos, pois fortalece o
setor de saúde pública, de condições de tráfego, de melhores condições
psicológicas, além de gerar desenvolvimento e renda para várias vertentes do
setor econômico.
Diante disso, essa pesquisa foi concebida para compreender se há
condições viáveis para que o cicloturismo fomente desenvolvimento regional
na Trilha da Samaúma – Ilha de Santana no Estado do Amapá.

1.2 Justificativa
Atualmente se vê um elevado quantitativo de adeptos do cicloturismo
ganhando força não apenas em âmbito local ou estadual, mas um aumento
mundial. A atividade promove não apenas melhoria de qualidade de vida do
praticante, mas é uma alternativa de vida ecológica que promove uma
consciência ambiental e fomenta desenvolvimento regional, isto porque aquece
o mercado no âmbito gastronômico, cultural, comércio e uma série de
serviços.
Cientes que para o cicloturista chegar ao destino traçado terá que cruzar
não apenas o local de destino, mas todo percurso até a chegar à localidade
turística é que se observa uma relação intrínseca entre o ciclismo urbano e o
do campo, ou rural, por isso é difícil falar em cicloturismo sem envolver a
mobilidade urbana e seus desafios. Então, turismo e sistemas de transportes
estabelecem uma relação de dependência, fator que acarreta inúmeras
dificuldades considerando as condições de tráfego atual, voltado
principalmente para veículos motorizados.
Entretanto, a questão da acessibilidade precisa atingir toda sociedade, o que
torna imprescindível uma reestruturação das vias, de forma a abranger todos
os meios de locomoção e inclusive pedestres.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) no Plano Nacional do
Turismo (PNT) (2018-2022), acerca do turismo sustentável, se destaca a
importância de adoção de modelos menos poluentes com vistas à justiça social
que integre desenvolvimento e implementação de políticas e ferramentas de
promoção e monitoramento do turismo sustentável e inclusivo. O turismo
apresenta grande destaque em decorrência dos altos rendimentos que gera
para sociedade, conforme levantamento do PNT a seguir:
As medidas previstas neste plano estão em consonância com os indicadores que apontam para
a recuperação gradual da economia brasileira. Assim, até 2022, prevê-se alcançar resultados
como o aumento da chegada de estrangeiros de 6,6 milhões para 12 milhões e a ampliação da
receita cambial do turismo dos atuais US$ 6,6 bilhões para US$ 19 bilhões. O plano vislumbra
também a inserção de 39,7 milhões de brasileiros no mercado consumidor de viagens e a
geração de 2 milhões de novos empregos no turismo. (BRASIL, Plano Nacional de Turismo,
2018-2022, p. 15)
Mas segundo os estudos do Plano Nacional do Turismo a questão central é
aliar o potencial que o setor representa às necessidades mundiais a cerca de um
turismo responsável com o meio ambiente, a sociedade que o envolve, o
patrimônio cultural desta sociedade, o respeito às diversidades e de forma
sustentável.
E o cicloturismo e a bicicleta são meios sustentáveis, por isso são
alternativas valorizadas tanto na cidade quanto no campo. São inúmeros os
benefícios advindos do uso da bicicleta, por exemplo, aproximam o ser
humano do meio ambiente, minimiza os impactos ambientais causados pela
imensa poluição causada pelos veículos motorizados e corrobora para o
aumento da conscientização ambiental, assim como promoção do
desenvolvimento da prática esportiva, das regiões em que ocorrem, entre
outros aspectos.
A Legislação Urbanística do Município de Macapá (2004) em seu artigo 79,
§ 1º, II versa sobre a questão da sustentabilidade para as atividades econômicas
em locais públicos e alia concessões e permissões aos casos em que “o Poder
Executivo tenha de compatibilizar o uso dessas áreas com os planos
urbanísticos ou de desenvolvimento sustentável do Município, de acordo com
a legislação pertinente”.
Ou seja, há uma vertente municipal que inclui o desenvolvimento
sustentável a prática turística em consonância às tendências mundiais. A qual
considera os índices de rentabilidade decorrentes do turismo e o destaque que
o turismo de aventura, ecoturismo, cicloturismo e as inovações do setor que
alinham desenvolvimento, sustentabilidade e responsabilidade social com
vistas à geração de emprego e renda.
Um desenvolvimento amplo que traz ganhos que ultrapassam a
universalidade financeira da geração de capital.
Pois o cicloturismo, ao optar pela prática do esporte alia o bem-estar
pessoal e coletivo, o praticante ganha em saúde psicológica e física, a sociedade
em mobilidade, conservação do ambiente e geração de renda, aquecendo o
mercado de produtos e serviços não apenas da região no dia em que ocorrem
os eventos, mas também na localidade de residência dos participantes que se
organizam para participar destes eventos.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) a promoção da bicicleta
como meio de transporte é uma meta a ser atingida, pois diminui a emissão de
poluentes emitidos pelos carros e promove a saúde da população, reduzindo o
gasto com doentes a médio e longo prazo (DORA, 1999).
Entretanto, estruturas insuficientes de condições para a prática do esporte
e até mesmo locomoção através do ciclismo são barreiras que necessitam ser
aprimoradas. A consciência de que esta é uma possibilidade econômica de
desenvolvimento para o Estado e que traria benefícios em uma série de setores
tem limitado o crescimento e inclusive a manutenção de praticantes.
Investir no cicloturismo envolve investimentos em ciclofaixas, ciclovias,
iluminação e melhor sinalização principalmente para que os praticantes se
sintam mais seguros e ocorra ampliação no número de adeptos, tendo em
vistas que a Organização Mundial da Saúde já tem como prerrogativa a
necessidade de melhoria no setor.
Através de melhores condições direcionadas ao ciclismo, benefícios como
maior liberação no fluxo do trânsito, melhoria da saúde da população,
diminuição da poluição ambiental, maior consciência ecológica e fomento
econômico trariam maior desenvolvimento para a região.
Além do mais, o uso da bicicleta também é um aliado contra a poluição
sonora, quanto menor o uso de veículos automotores, maior o fluxo nas vias e
aumento do espaço dos estacionamentos, fatores que acrescentam aos
impactos positivos para que haja maiores investimentos no setor. O uso dos
veículos automotores são mais perigosos, assim a adoção não só do meio
como inovação do turismo, mas como alternativa de transporte urbano é uma
estratégia de promover maior segurança para todos, economia de gastos com
combustíveis aliada a menor incidência na emissão de poluentes.
Viajar de bicicleta permite que o contato com o ambiente seja maior,
principalmente porque o trajeto é mais lento e proporciona uma vista mais
detalhada. Então, as paradas para fotos são corriqueiras entre ciclistas que
gostam de aproveitar ao máximo os passeios registrando detalhes pelos locais
por onde passam, dessa forma podem conhecer melhor as localidades, as
pessoas, interagir, motivo pelo qual a prática tem se destacado por contribuir
para quadros de depressão e outros problemas de saúde, tendo em vista que o
motor tem se relacionado muito a stress e pressa na atualidade.
O uso da bicicleta também possibilita maior liberdade para o viajante ir
onde deseja e com calma, este economiza com combustível, revisão em carros
ou gastos com outros meios de transporte, ou seja, o cicloturista pode escolher
quando vai e a hora. Assim o que gastaria com os meios regulares de viagens
de carro, ônibus, avião ou outros meios e podem ser redirecionados para
alimentação e acessórios para a bicicleta, como os de segurança.
Todo este quadro aponta para os inúmeros benefícios do cicloturismo,
inclusive economia pública quanto a gastos com infraestrutura, devido aos
constantes reparos e reconstrução e construção de vias asfaltadas, em longo
prazo investimentos no setor apresenta ganhos em vários sentidos que atinge
ciclistas, população em geral, setor econômico, saúde e meio ambiente.
A explicação para esta relação pode estar na asserção de que a atividade física regular e/ou o
estilo de vida ativo resultam em comprovados benefícios para a saúde, sendo sua prática
recomendada pela Organização Mundial da Saúde, tanto para a prevenção de doenças, como
para a promoção da saúde. (CARVALHO, FREITAS, 2012, p. 1623)

Portanto, é mister o desenvolvimento de uma sociedade com hábitos


sustentáveis e uma boa forma é iniciar a promoção da utilização da bicicleta,
pois é um meio de transporte saudável, barato e que propicia grandes
vantagens para quem o utiliza e para a sociedade de maneira geral.

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral
Demonstra-se a viabilidade do cicloturismo como fator para o fomento do
desenvolvimento regional na Trilha da Samaúma localizada na Ilha de Santana
no Estado do Amapá.

1.3.2 Específicos

• Mostra-se como o cicloturismo se relaciona as questões de


sustentabilidade.
• Destaca-se a importância de um cicloturismo responsável, comprometido
com o respeito às comunidades locais, ao patrimônio histórico, ambiental e
cultural.
• Ressalta-se a importância de melhores condições de mobilidade e
sinalização para prática do cicloturismo.
2
Revisão bibliográfica
2.1 Mobilidade urbana

A mobilidade urbana é um fator de garantia de bem-estar social e neste


sentido a Constituição Federal Brasileira contempla em seu artigo 21 XX e
artigo 182.
Art. 21. Compete a união:
XX – Instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento
básico e transportes urbanos;
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. (BRASIL, 1988)

O sistema de mobilidade e acessibilidade objetiva estabelecer condições


harmoniosas e adequadas que inclui calçadas, ciclovias, avenidas,
estacionamentos entre outras medidas que garantam a autonomia de todos em
deslocamentos, mas na prática o que se vê é a priorização do sistema voltada
aos automóveis em detrimento de pedestres e ciclistas, o que dificulta o acesso
aos direitos essenciais previstos em lei e resultando não apenas em
complicações sociais e urbanas, mas também ambientais.
Para que haja garantia igualitária quanto ao acesso político de mobilidade
urbana precisam levar em conta inclusão social aliada a princípios de
sustentabilidade ambiental e neste sentido a lei prevê que cidades com um
índice populacional maior que 20.000 pessoas têm por obrigatoriedade ter um
Plano Diretor próprio.
Conforme a ABNT (1991) o Plano Diretor trata-se de um instrumento
básico de planejamento municipal direcionado a implantação de medidas que
norteiem a ação de seus agentes públicos e privados por meio da Política de
Desenvolvimento Urbano. Ou seja, “o Plano Diretor pode ser definido como
um conjunto de princípios e regras orientadoras da ação dos agentes que
constroem e utilizam o espaço urbano” (BRASIL, 2002, p. 40).
O Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) promulgado treze anos após a
Constituição Federal Brasileira estabelece os critérios para as políticas urbanas
e obriga constitucionalmente a União quanto à instituição de diretrizes
direcionadas aos transportes urbanos, compromisso concretizado em 2012
através da Lei da Mobilidade Urbana nº 12.587. Esta lei integrada ao Plano
Diretor se atém a garantia de sustentabilidade, eficiência e acessibilidade no
que tange ao deslocamento e planejamento urbano.
Assim, o direito à cidade inclui integrar automóveis, pedestres, ciclistas, e
todos os meios de locomoção minimizando desigualdades de acesso, assim
como garantindo o aprimoramento contínuo da mobilidade urbana como bem
foca a Política Nacional de Mobilidade Urbana artigo 7.
A Política Nacional de Mobilidade Urbana possui os seguintes objetivos:
I – reduzir as desigualdades e promover a inclusão social;
II – promover o acesso aos serviços básicos e equipamentos sociais;
III – proporcionar melhoria nas condições urbanas da população no que se refere à
acessibilidade e à mobilidade;
IV – promover o desenvolvimento sustentável com a mitigação dos custos ambientais e
socioeconômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas nas cidades; e
V – consolidar a gestão democrática como instrumento e garantia da construção contínua do
aprimoramento da mobilidade urbana. (BRASIL, 2012)

No ano de (2008) Magagnin e Silva observaram que a abordagem da


mobilidade urbana não era antiga no Brasil e que a compreensão das
dificuldades que emana do assunto ainda é pequena para a maioria, como se vê
ainda hoje, passados treze anos ainda há ínfimas alterações neste sentido na
prática, mesmo constando a garantia em Leis. Entretanto o ir e vir da
população se transforma à medida que as cidades crescem e os meios de
transportes se desenvolvem e aumentam. Fator que torna a necessidade de
melhorar a mobilidade cada vez maior, pois as relações sociais e econômicas se
interligam ao deslocamento.
Fatores como aumento desordenado da população, crescimento
exacerbado do número de veículos nas vias públicas, ausência de infraestrutura
urbana, assim como poluição ambiental e outros fatores interferem
negativamente na qualidade de vida social e dificultam o ir e vir da sociedade.
Como a questão da mobilidade urbana afeta toda sociedade, se faz
necessário reflexões que mostrem maneiras de desenvolver o setor de forma
satisfatória, que atenda as necessidades sociais de forma a melhorar o fluxo no
trânsito.
A antiga denominação do planejamento de transportes passa a incorporar um conjunto de
novos conceitos, entre eles o da mobilidade urbana, e ainda o conceito de planejamento
associado aos transportes é ampliado, incorporando as visões de infraestrutura, circulação e
transporte público associados a questões de uso do solo, meio ambiente, entre outros aspectos.
(MAGAGNIN E SILVA, 2008, p. 25)

O intenso crescimento urbano reflete sob vários aspectos da vida da


população, além de consumir o tempo, a energia, os recursos financeiros,
fatores como congestionamentos, acidentes, poluição ambiental interferem no
deslocamento e na carga de stress crescente nas cidades com maior fluxo no
trânsito. Sobre esta conjectura organizações apontam a mobilidade urbana e o
olhar atento aos consumidores ciclistas e inclusive empreendedores ciclistas
que a realidade atual no mundo está voltada para este público. E que a
sociedade requer ações benéficas não só ao estilo de vida e a saúde quanto à
melhoria de qualidade de vida em vários aspectos.
Com um trânsito cada vez mais caótico, políticas de incentivo ao uso da bicicleta crescem
gradativamente nas cidades brasileiras. Pensando nisso, esta publicação do SEBRAE-SP
oferece aos empreendedores uma visão de como transformar e acolher este novo público
consumidor, transformando novos desafios em grandes oportunidades. (SEBRAE, 2017, p. 6)

A mobilidade urbana e o uso da bicicleta estão cada vez mais presentes e


em ascensão, negócios são realizados através dela, por ela e para ela. De
acordo com a Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Importação e
Exportação de bicicletas, Peças e Acessórios (ABRABIDI), “o Brasil é o
terceiro maior produtor de bicicletas, com 4 milhões de unidades ao ano, e o
quinto maior mercado consumidor do mundo, com frota estimada em 80
milhões de unidades” (SEBRAE, 2017, p. 6).
Vasconcellos (2013) destaca que o grande desafio de transformação da
mobilidade urbana perpassa pela postura ultrapassada de políticas públicas,
pois estas não atendem às necessidades dos cidadãos, da sociedade e do
comércio, além de apontarem para insustentabilidade. O que evidencia a
urgência de uma visão ampla do assunto, que resulte em melhores condições
para atender o perfil social emergente.
Investir nas melhorias de mobilidade urbana é desenvolvimento para
qualidade de vida do cidadão, por exemplo, um transporte público eficiente e
de qualidade permite aos proprietários de automóveis aderirem ao sistema o
que reduziria custos ambientais, sociais e econômicos, assim como redirecionar
a infraestrutura para outros meios de deslocamento não motorizados
permitiria um ir e vir mais rápido, confortável e seguro para sociedade.
A redemocratização quanto ao uso de espaços públicos, portanto, é
eminente e o Plano de Mobilidade Urbana (PMU) contará com verbas federais
para este fim sendo obrigatória elaboração do Plano Diretor, como já dito
anteriormente em localidades com mais de 20.000 pessoas incluindo
localidades de interesse turístico ou de significativo impacto ambiental.
A lei é um ganho histórico para sociedade, se volta para o lado humano
permitindo não só inclusão social, mas também maior acesso as cidades de
modo sustentável. E ainda destaca junto com a relevância da mobilidade, o
turismo e a conservação conforme trata no próximo tópico.

2.2 Sustentabilidade versus mobilidade

Por ser um veículo sustentável e de grande valia para saúde e bem estar,
que diminui a poluição, Vasconcellos (2013, p. 13) destaca que “na maioria dos
países desenvolvidos, o ciclista é tido como um condutor que pratica a
cidadania, usufruindo, por isso mesmo, do direito de usar as vias com
segurança e conforto”, o que não ocorre nos países em desenvolvimento, no
Brasil, por exemplo, observa-se um plano de tráfego voltado principalmente
para veículos, pedestres e ciclistas sofrem com a ausência de políticas públicas
que permitam a locomoção segura, sustentável e saudável de forma
democrática e compatível com a praticada pelos veículos automotivos.
Os aspectos promissores do uso sustentável da bicicleta crescem em todo
o mundo e surgem outros ramos sustentáveis do uso do veículo de transporte,
o ecoturismo, um turismo ao ar livre, de “consciência ambiental de
conservação do patrimônio natural e cultural” (COSTA, p. 15) que tem se
destacado como um ramo promissor para o desenvolvimento social
sustentável e que também fomenta crescimento financeiro para as regiões que
se adequam ao perfil empreendedor de acolhimento ao ciclista e outros
formatos do ecoturismo.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 em seu escopo une crescimento
econômico, redução de problemas socioambientais e desenvolvimento
sustentável em apenas um dispositivo, especificamente no artigo 170,
conforme abaixo e reforçando-o no artigo 225, Cap VI: “VI – promover a
educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública
para a preservação do meio ambiente” (BRASIL, 1988).
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
I – soberania nacional;
II – propriedade privada;
III – função social da propriedade;
IV – livre concorrência;
V – defesa do consumidor;
VI – defesa do meio ambiente;
VII – redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII – busca do pleno emprego;
IX – tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte.
(BRASIL, 1988)
E como se sabe esta não é uma tarefa fácil de tirar do papel e implantar
efetivamente, depende de trabalho contínuo, conscientização, planejamento e
foco em um desenvolvimento responsável que vise além do crescimento
econômico a qualidade de vida.
A mobilidade neste sentido tem um papel essencial e nesta se vislumbra
um aporte ao crescimento regional por meio do turismo, sempre na vertente
sustentável, integrando o homem a natureza e ao turismo se apresenta como
um elo marcante para este fim, como abordado a seguir.

2.3 Turismo

Morcillo (2004) destacou a definição de turismo da Comissão Estatística


das Nações Unidas (CENU) como conjunto de atividades realizadas por
pessoas em períodos de viagens a locais distintos do habitual em determinado
período de tempo para se divertir, resolver negócios ou outras razões, ainda
reitera que compreende um período superior a 24 horas e inferior a um ano de
acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT) sendo dentro ou fora
do país.
O autor ainda traz uma lista de tipos de turismo ligados a viagens, dentre
os quais estão, o interno, emissor, receptor, que se reagrupam em interior,
nacional e internacional, o fato é que o turismo está presente na vida da
população de várias formas e servem a toda espécie de motivos pessoais, de
negócios ou estudo.
O turismo, então, se liga ao eixo econômico e produtivo, para servi-lo
constroem-se hotéis, aeroportos, estradas, restaurantes, entre outras numerosas
alternativas do ramo produtivo que envolve o setor.
Um ramo de extensas oportunidades e possibilidades na produção de
recursos econômicos. Com potencial em expansão para o crescimento e
desenvolvimento regional, entretanto não basta focar apenas na questão
financeira, mas na preservação dos espaços sejam estes naturais ou não.
Tal valorização baseou-se na preocupação de mostrar o quanto a ideia de “desenvolvimento”
por meio do turismo e de seus agentes multiplicadores vem sendo difundida de forma
inadequada, para que as mesmas possam realmente se mobilizar para ordenar seus processos
particulares de conquista da felicidade coletiva, a partir não apenas da agregação de renda, mas,
sobretudo, da viabilização de estratégias de promoção da qualidade de vida em âmbito local.
(PORTUGUEZ, 2017, p. 8-9)

Sobremaneira, a visão do turismo como propulsor de desenvolvimento


deve ser responsável, com vistas em longo prazo, cuidar do ambiente de forma
sustentável é garantir a manutenção do patrimônio cultural e da natureza,
garantindo consequentemente conservação ambiental e permanência do
negócio.
Dentre os eixos que o turismo potencializa Morcillo aponta:
Melhora a técnica e no sentido de métodos novos e melhores para produção de bens e
serviços.
Aumento do volume de capital, em resultado do aumento da poupança e do investimento.
Aumento da força de trabalho.
Descoberta de novos recursos naturais. (MORCILLO, 2004, p. 10)

O Plano Nacional de Turismo (PNT) (2018-2022) reconhece o turismo


como uma atividade consolidada de grande valor para o desenvolvimento
socioeconômico e encara como um desafio do setor a reversão dos
investimentos turísticos em benefícios para sociedade, inclusive dentre as
diretrizes inclui a necessidade de fortalecer a regionalização, melhoria de
qualidade e competitividade, incentivo a inovação e promoção da
sustentabilidade.
Investimentos em estrutura voltada ao turismo potencializa o
desenvolvimento, porque agrega receita para empreender numa variedade de
serviços, gera renda e emprego, além de valorizar a cultura da região. E
atualmente com o aumento da conscientização ambiental e da necessidade de
criar mecanismos de sustentabilidade cresce um ramo importante do turismo,
o ecoturismo.
Isto porque reduzir o turismo ao capital compromete tanto patrimônio
quanto recursos naturais, a atividade precisa ser exercida de forma responsável
e trazer benefícios tanto ao homem quanto ao meio ambiente.
Na Constituição Federal do Brasil de 1988 o turismo é tratado como um
fator de desenvolvimento social e econômico para os Estados, conforme art.
180: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e
incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento social e econômico”
(BRASIL, 1988). Entretanto, não se pode perder de vista que não se pode
focar apenas no aspecto econômico, mas em uma geração de renda voltada ao
desenvolvimento social através de Políticas públicas, sob a consolidação de
direitos humanos e sustentabilidade.
Diante deste âmbito o ecoturismo se destaca como propulsor de
desenvolvimento Regional e integra o segmento da sustentabilidade ao
crescimento econômico, além de inserir as práticas esportivas de aventura
como possibilidade viável para este fim.

2.3.1 Ecoturismo

Tomando como ponto de partida a origem da palavra o prefixo “eco”


proveniente do grego oîkos é sinônimo de casa, habitat, ou seja, relaciona-se
intimamente com a natureza e está presente principalmente nas áreas rurais,
estabelece uma estreita relação com atividades realizadas ao ar livre. O
surgimento do termo ecoturismo foi definido inicialmente conforme Araújo
(2003) por:
Ceballos-Lascuráin, na década de 1980, cujo conceito para turismo ecológico seria “a realização
de viagens para áreas naturais não perturbadas ou contaminadas, com o objetivo de admirar,
gozar e estudar a paisagem, sua flora e fauna, assim como as culturas passadas e presentes em
tais áreas”. (COSTA, 2002, p. 27 apud ARAÚJO, 2003, p. 23)

Importante destacar ainda que o ecoturismo conforme Costa (2002) apud


Araújo (2003) prioriza preceitos de conservação ambiental que se estende a
outras áreas além do ambiente natural, amplia a ciência de preservação para
outros espaços, no âmbito de conservação tanto do patrimônio cultural quanto
natural.
A autora ainda destaca que esta espécie de turismo ecológico teve na
década de 80 nomenclaturas como, turismo verde, natural ou de natureza,
segundo Araújo (2003) a primeira iniciativa governamental de organização do
ramo ocorreu através da Agência Brasileira de Promoção Internacional do
Turismo (EMBRATUR) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Há uma megatendência mundial em torno da importância social da
atividade que Costa (2002) reconhece apresentar aspectos positivos e
negativos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) determina que 2002 seja
considerado o Ano Internacional do Ecoturismo e oficializa 2017 como o ano
internacional do Turismo sustentável. O viés do reconhecimento gira em
torno da importância e proporção que a modalidade vem tomando, de forma
que políticas sejam geradas em prol da proteção e conservação dos
ecossistemas onde este segmento cresce, estimulando o desenvolvimento
sustentável.
A instituição das datas não se restringe em dar honra ao mérito, mas
chamar atenção dos gestores para discussões na área, pois é de
responsabilidade promover o desenvolvimento que seja benéfico
comercialmente, mas não gere impactos negativos nem para natureza e nem
para os patrimônios culturais.
Dentro deste meio vem tomando força o turismo de aventura, um
segmento que envolve o lazer através do esporte praticado em ambientes
naturais, existem várias modalidades, por exemplo, corrida, caminhada, saltos,
escaladas, cavalgadas, rapel, bung jump, asa delta e vários outros, mas um em
específico é o foco deste estudo, o ciclismo na vertente do cicloturismo,
principalmente pela prática ser exercida em sua maioria por ecoturistas e ter se
apresentado como potencial na região do Amapá.
Importante destacar a análise do Plano Nacional do Turismo de 2018-2022
de Maranhão (2019), pois o autor identifica neste viés a subvalorizarão do
tema, de acordo com o autor é contemplada apenas quatro vezes em 162
laudas, ainda reitera que a questão mercadológica prevalece sobre a ambiental.
O que enfraquece a sustentabilidade que deveria estar inserida no ecoturismo,
o que contrapõe à tendência de desenvolvimento mundial desejada que atenda
às necessidades reais da sociedade por meio de políticas públicas condizente à
realidade.

2.3.2 Expansão do cicloturismo

Conforme Costa (2002) foi na década de 70 nos Estados Unidos que o


ciclismo teve seus primeiros focos, quando veteranos do ciclismo olímpico em
busca de aventura e diversão passaram a subir o monte ao norte da Baía de
São Francisco, na Califórnia.
Razão pela qual foi surgindo novos modelos de pneus para superar as
dificuldades do percurso e dando origem a “Mountain Bike” (ou Bicicleta de
Montanha) que passou a ser produzida em série em 1980.
De acordo com a autora, alguns anos depois o Brasil teve um boom de
adesão ao gênero, organizando oito anos depois o primeiro campeonato
brasileiro de “Mountain Bike”.
Para quem não tem interesse em participar de competições, o ideal, mesmo, é o espírito
esportivo do ciclismo aliado ao turismo, com o intuito de contemplação e integração à
natureza. Essa modalidade foi batizada de cicloturismo – mais para fins comerciais que por
necessidade técnica. (COSTA, 2002, p. 53)

Não é incomum atualmente encontrar grupos de ciclistas pedalando em


rodovias, trilhas, parques, áreas rurais curtindo o final de semana, feriado ou
férias praticando o esporte preferido, ou seja, praticando o cicloturismo,
subindo serras, em direção a praias, fazendas, balneários e tantos outros
destinos que se enquadram no cicloturismo, a Trilha da Samaúma, na Ilha de
Santana no Estado do Amapá, por exemplo, tem recebido grupos de ciclistas,
assim como outros esportes de aventuras apresentando um potencial para o
desenvolvimento da região.
Os praticantes do cicloturismo buscam contato com a natureza, aventura,
emoção e apresentam um perfil de engajamento aventureiro e consciência
ecológica, buscam o bem-estar de forma saudável e apreciar belezas naturais e
culturais das regiões onde encontram. “A ligação entre turismo e esporte teve
seu clímax quando, nos anos 80, os esportes de ação pegaram carona no
movimento ambientalista” (COSTA, 2002, p. 57-58).
Segundo Costa (2002) o ecoturismo é considerado uma prática da elite, seu
público característico se enquadra no poder aquisitivo de médio e alto padrão.
Ou seja, representam uma fatia de mercado importante para o
desenvolvimento regional se promoverem o equilíbrio entre o ecoturismo e a
preservação do patrimônio natural e cultural.

2.4 Vantagens da prática do cicloturismo

Podem ser destacadas muitas vantagens da prática do ciclismo, mas a


principal é a saúde, não apenas como esporte, mas também como propulsor de
desenvolvimento quando se trata da união entre esporte, lazer e cultura em
equilíbrio com a conservação do planeta.
De acordo com Carvalho e Freitas (2012) nos países em desenvolvimento
governo e sociedade têm se mobilizado diante da poluição ambiental e do
sedentarismo que vem tomando conta das cidades, as pessoas tem apresentado
aumento de várias doenças relacionadas à ausência de atividade física e a saúde
mental também está sendo afetada diante do aumento de congestionamentos,
falta de segurança e de políticas apropriadas para questão da mobilidade
urbana. Debates de mobilização que levantem alternativas para resolução dos
entraves para prática do cicloturismo, assim como ciclismo e uso da bicicleta
como meio de transporte sustentável são fatores positivos para o
desenvolvimento da sociedade.
Como já fora abordado anteriormente, há uma distância entre as ações de
promoção do cicloturismo em países desenvolvidos e as praticadas nos países
em desenvolvimento as discussões apontam a necessidade de ampliar e
melhorar as condições para os ciclistas porque o ciclismo tem sido
considerado uma questão de saúde pública.
Dentre os inúmeros benefícios Carvalho e Freitas destacam que:
Além de não gerar poluição atmosférica e sonora, o TA ocupa menos espaço físico que os
automóveis, menor custo econômico, aproxima as pessoas ao invés de segregar e oferece a
oportunidade de praticar atividade física sem que o indivíduo tenha que dispor um tempo extra
do seu dia para isto. (CARVALHO, FREITAS, 2012, p. 1618)

Diante da demanda crescente há uma tendência em investimentos no setor


e a cobrança de Políticas Públicas voltadas para dar condições não só aos
praticantes do cicloturismo como aos empreendedores do segmento e a
sociedade da região como um todo.

2.4.1 Prática esportiva voltada para conservação ambiental

Ao analisar as características específicas do segmento voltado ao


ecoturismo, mesmo existindo uma variedade de possibilidades da prática, o
que dificulta se estabelecer uma definição única, existem características
comuns entre estas.
1. Toda forma de turismo em que a motivação principal dos turistas são a observação e a
apreciação da natureza, bem como as culturas tradicionais que prevalecem nas áreas naturais.
2. Contém elementos educacionais e de interpretação.
3. Em geral, mas não exclusivamente organizado para pequenos grupos por empresas
especializadas e pequenas, de propriedade local. Os operadores estrangeiros de tamanhos
variáveis também organizam, operam e/ou comercializam, invariavelmente para grupos
reduzidos.
4. Procura reduzir ao mínimo os impactos negativos sobre o entorno natural e o sociocultural.
5. Contribui para proteção de áreas naturais:
• Gerando benefícios econômicos para as comunidades, as organizações e as autoridades locais,
controlando áreas naturais com finalidades de conservação:
• Fornecendo oportunidades alternativas de emprego e de renda para as comunidades locais;
• Incrementando a conscientização para a conservação de recursos naturais e culturais entre
habitantes locais e turistas. (COSTA, 2002, p. 10)
Não é de hoje que os roteiros turísticos são movidos pelas belezas que as
regiões possuem, como praias, rios, montanhas e todo tipo de diversidade que
a natureza apresenta. Muitas viagens são organizadas para conhecer e curtir a
natureza, muitos veem esta alternativa como válvula de escape para a correria e
stress das grandes cidades e do dia a dia.
Aliado a esta junção da prática esportiva aos destinos paradisíacos, com
belezas naturais de destaque e as concepções ambientalistas crescentes desde o
século XIX surgiu o ecoturismo e suas vertentes como o cicloturismo, práticas
que apresentam a premissa da conservação que altera o comportamento do ser
humano diante do meio ambiente.

2.4.2 Contribuição para geração de emprego e renda

Há uma corrente busca mundial pelo fortalecimento do cicloturismo na


vertente turística, organizações de grande porte como Organização das
Nações Unidas (ONU), ao instituir o Ano Nacional do Ecoturismo dá
destaque ao segmento, eventos como a Rio + 10 (ECO 2002) e outros movem
debates políticos sobre o uso sustentável dos recursos naturais para suscitar
desenvolvimento.
Desenvolvimento gera renda e cria emprego para melhoria da qualidade de
vida e em um período caótico em que a pandemia tem prejudicado a queda
econômica mundial, fomentar o crescimento e a geração de emprego e renda
deve ser prioridade nas discussões.
A criação de unidades de conservação através do IBAMA manifesta o
incentivo ao ecoturismo à medida que estes espaços são abertos a visitação.
No Amapá, o Bioparque da Amazônia, assim como passeios turísticos
organizado na Trilha da Samaúma na Ilha de Santana são exemplos da
disponibilização de áreas de conservação para prática do ecoturismo, com
espaços voltados para manifestações culturais, práticas de esportes de
aventura, inclusive com organização de eventos específicos para cicloturistas
tem apresentado benefícios em vários aspectos e tem sido positivo para o
bioempreendedorismo.
O marketing na região Amazônica é atrativo não apenas para sociedade do
entorno, mas atrai visitantes de dentro e fora do país, um ponto forte para o
bioempreendedorismo.

2.4.3 Valorização da cultura local

O formato atual do cicloturismo conforme as tendências do turismo


sustentável é considerado uma indústria não poluidora, conforme aborda
Carvalho (2003) envolve intrinsecamente a comunidade onde o turismo
ocorre.
A interação econômica e cultural é direta, por isso, o respeito e a
valorização da cultura e diversidade do local são essenciais.
Carvalho (2003) destaca que está previsto no Manual do Cicloturista que o
ciclista estabelece contato com a natureza, vivencia a realidade rural e se
relaciona com a comunidade da região. Esta integração homem meio ambiente
promove o crescimento do local e enriquece tanto o cicloturista que conhece a
região quanto a comunidade que se beneficia através do rendimento que o
cicloturismo gera, além de ser um aliado para se estabelecer infraestrutura
adequada para favorecer a prática e contribuir através destas com o
desenvolvimento da localidade.

2.5 Desenvolvimento regional

A respeito do desenvolvimento em si, antes de caracterizar regionalmente,


é mister perceber a relação econômica do termo desenvolvimento e a
interdependência do desenvolvimento nacional com o regional, os quais
passaram por uma transformação com o processo de globalização.
Transformações que evidenciam a distância entre os países desenvolvidos e
os subdesenvolvidos, revelando um crescimento econômico ascendente e em
ascensão que transformam as relações sociais e movem economia e
distribuição de emprego e renda.
Tomando como ponto de partida o crescimento econômico na geração do
desenvolvimento do país, o direcionamento central contempla disponibilização
de bens e serviços, assim como oportunidade no sentido amplo do termo
gerando emprego e renda para sociedade. Entretanto, não apenas movido pelo
lucro, mas uma relação harmônica entre finanças e meio ambiente, gerando
uma transformação total sem prejuízos para ambos que resulte em qualidade
de vida com responsabilidade social.
Neste sentido Portuguez (2017) afirma que popularmente
desenvolvimento é visto como sinônimo de progresso e que esta concepção
limitada se dissemina nos principais veículos de informação e vai na
contramão das aspirações científicas, movida por dimensões variadas e
complexas que envolvem ideologias abrangentes.
Muito se fala também no desenvolvimento como processo integrado, cuja ideia coloca-se acima
das fragmentações a ela impostas, mas que na prática se perde quando delimitada no tempo, no
espaço e nas práticas sociais que as engendram. Enfim, na direção orientada pelo seu
planejador: desenvolvimento urbano, rural, turístico, industrial, ecodesenvolvimento,
etnodesenvolvimento, a genérica expressão desenvolvimento sustentado, entre muitos outros;
trata-se de um número incontável de fragmentos de um mesmo processo, que tem como
principal objetivo a satisfação de planos, também parcelados, de intervenção nas muitas esferas
da vida social. (PORTUGUEZ, 2017, p. 94)

Como se vê a perspectiva do desenvolvimento é ampla e revela a urgência


e tendência mundial em não encarar os recursos naturais como infinitos, mas
também como meio de qualidade de vida. Não se trata exclusivamente de uma
causa ambientalista, em essência se conservar o planeta o ser humano garante
sua existência, a qual vem sendo ameaçada pela degradação advinda do
capitalismo consumista e materialista. É neste contexto que se debruçam as
principais organizações mundiais como vemos nas considerações de Costa.
Por outro lado, a Organização das Nações Unidas (ONU) através de suas agências e programas
específicos como o Programa para o desenvolvimento (Pnud) e o Programa para o Meio
Ambiente (Pnuma) vem desde os anos 1980 elaborando estudos com vistas à definição de
instrumentos mais compatíveis que o PIB per capita para a mensuração do desenvolvimento
socioeconômico e ambiental. Entre estas iniciativas destacam-se o Sistema Integrado de Contas
Econômicas e Ambientais (Sicea), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e os
indicadores de Sustentabilidade Ambiental e de Desenvolvimento Sustentável. (COSTA, 2006,
p. 14)

De acordo com Portuguez (2017) o desenvolvimento regional leva em


conta as especificidades da região, mas integrado a estrutura global.

2.5.1 Relação entre desenvolvimento e cicloturismo

O autor destaca que o Programa Nacional de Municipalização do Turismo


(PNMT) apresenta o intuito de fortalecer esta relação para gestores
promoverem ações adequadas no planejamento turístico de suas regiões.
Como o cicloturismo e suas manifestações tendem a crescer cada vez mais,
conforme os estudos vêm apontando, esta clientela precisa ser atendida e
todas as condições necessárias planejadas para melhorar tanto a prática do
esporte quanto às potencialidades de serviços utilizados pelos ciclistas sem
descartar a preservação dos espaços naturais ou não em que ocorre a prática.
(a) Criação e fomento de um setor de turismo na administração municipal, com prerrogativas
de gestão vertical (dentro do mesmo setor produtivo) e horizontal (com outros setores). (b)
formalização de um plano turístico flexível e pactuado com os agentes locais, que especifique o
zoneamento das atividades, priorize a sustentabilidade e preveja os incentivos para os
investimentos. (c) Capacitação para os acordos com outros setores da administração local e com
a iniciativa privada (empresários de todos os setores envolvidos). (d) Configuração de
mecanismos de gestão que exerçam vigilância constante dos projetos e orientação dos efeitos
multiplicadores do turismo para benefício da comunidade local. (RODRIGUES, 1997 apud
PORTUGUEZ, 2017, p. 102)

Como há uma crescente adesão ao turismo de aventura conforme se


verifica nas tendências mundiais e estudos na área, o ciclismo aponta uma
vertente ascendente promissora no fomento do desenvolvimento regional.
As especificidades deste segmento geram constantes questionamentos
quanto à garantia de segurança dos praticantes, assim como a preservação dos
ambientes envolvidos, fatores que evidenciam a priorização de uma estrutura
condizente que permeie questões técnicas, mercadológicas, ambientais, éticas e
dinâmicas nos moldes das tendências globais.
Como esta atividade está associada ao ecoturismo requer uma estrutura
mercadológica própria que siga as recomendações previstas na Legislação
Turística, a qual pode ser consultada no site do Ministério do turismo. A
normalização contempla regras e normas técnicas direcionadas a qualidade dos
serviços, equipamentos e produtos em consonância à Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT).
A norma específica aplicada ao cicloturismo é a CE 54:003.10 – Turismo
com Atividades de Caminhada, Cicloturismo e Cavalgada e sobre o
cicloturismo especificamente contempla o seguinte.
Turismo de Aventura – Cicloturismo
– Cicloturismo – Especificação de Produto – Requisitos para Serviços
Define requisitos para o fornecimento de produtos (serviços) Turismo de Aventura para a
prática de atividades de cicloturismo que se aplicam a todos os tipos e portes de empresas,
organizações e empreendimentos turísticos que operam tais atividades, adequando-se a
diferentes condições geográficas, culturais e sociais.
– Cicloturismo – Classificação de Percursos
Estabelece classificação de percursos de Turismo de Aventura para atividades de cicloturismo
referentes às suas características e dificuldades, permitindo que o cliente tenha informações
preliminares e se oriente adequadamente na escolha do trajeto. Os critérios de classificação do
percurso são específicos para a atividade oferecida. (BRASIL, 2006, p. 16)

As normas técnicas servem de orientação para o funcionamento dos


serviços voltados para este público, de modo que se adequem aos quesitos por
esta especificados. Adequar a prática observando as normas contribui para
segurança de todos os envolvidos, além da geração de renda de negócios mais
competitivos e sustentáveis. No tocante aos aspectos sociais e culturais,
estimula boas práticas de trabalho, dá ênfase a preservação do patrimônio
cultural respeitando os direitos trabalhistas, melhora competências e valoriza a
população do local. No âmbito político é um ato de respeito à legislação e à
cidadania.
2.5.2 Repercussão do cicloturismo para o empreendedorismo

A existência de elemento natural não é condição suficiente para se


considerar recurso propício ao cicloturismo, muitos detalhes precisam ser
planejados para que se torne um recurso, dentre estes cita-se os equipamentos
que permitam deslocamentos, outros que garantam a permanência, ou seja,
Barbosa (2005, p. 109) define a estrutura como “um complexo de prestações
destinadas exclusivamente a satisfazer a procura turística”.
Hoje, o cicloturismo representa muito mais do que apenas uma forma eficiente e econômica de
viagem. Em meio à crise climática, aos questionamentos éticos e econômicos sobre nosso atual
estilo de vida, nossos métodos de produção e hábitos de consumo, diante da busca constante e
mais responsável por melhor qualidade de vida, novamente a bicicleta, através do cicloturismo,
apresenta seu discurso revolucionário e libertário. (CAVALLARI, 2012, p. 133 apud
CARVALHO, 2013, p. 64)

Empreendedores que conseguem enxergar os benefícios turísticos


advindos do esporte não apenas se beneficiam quanto geram empregos e
renda para a região. Almeida e Gabriel Neto (2017) ressalta que rotas de
cicloturismo se destacam no setor do ecoturismo, dentre os praticantes
identifica várias faixas etárias. No levantamento realizado em sua pesquisa o
autor a média de gastos do praticante gira em torno de “30 a 50 reais/dia para
39%, de 50 a 100 reais/dia para 31%, mais de 100 reais/dia para 12% e menos
de 100 reais/dia para 18% dos, cicloturistas” (ALMEIDA, GABRIEL NETO
2017, p. 122).
Há três pontos importantes no setor privado para análise econômica de
investimentos visando aproveitamento do setor de turismo que Morcillo
(2004) cita, são eles o princípio do custo de oportunidade, o princípio marginal
e o princípio do valor real do dinheiro.
Segundo Morcillo o turismo se baseia neste pilar para definição das
probabilidades lucrativas de investimentos. O autor ressalta que a demanda
aumentou em decorrência das transformações como evolução demográfica-
social, organização do trabalho, melhoria de condições de transporte, de
acesso à informação, as diferenças entre local de destino e de origem e que
conhecer tanto as variáveis quanto às necessidades específicas do segmento do
mercado são diferenciais para oferta da diversidade de produtos turísticos para
atender o público específico.
Entretanto, não basta o setor público se preparar se não houver uma
infraestrutura condizente para receber o cicloturista, por isso a gestão
responsável é essencial para o desenvolvimento regional.

2.5.3 Viabilidade no fortalecimento de políticas públicas direcionadas


ao cicloturismo

Ao Estado atribui-se a organização, desenvolvimento e expansão do


turismo. É uma atividade tão importante para o desenvolvimento que Barbosa
(2005) afirma ser o turismo uma das forças econômicas mais importantes do
mundo.
Nele ocorrem fenômenos de consumo, originam-se rendas, criam-se mercados nos quais a
oferta e a procura encontram-se. Os resultados do movimento financeiro decorrentes do
turismo são por demais expressivos e justificam que esta atividade será incluída na
programação da política econômica de todos os países, regiões e municípios. (BARBOSA,
2005, p. 108)

Conforme apontam os estudos o cicloturismo é uma vertente promissora


para os negócios, empreendedores com visibilidade e que querem se destacar
diante da concorrência, precisam de uma postura consoante as tendências e
antenado para cobrar dos políticos uns planejamentos que satisfaçam as novas
necessidades.
O Poder Público é o principal agente de transformação no processo da
criação de condições voltadas ao cicloturismo e por consequência também
poderá atender outras atividades turísticas, pois apesar de distintas existem
elementos comuns. Inclusive no tocante à garantia de acessibilidade prevista
nas legislações pertinentes.
2.6 Trilha da Samaúma na Ilha de Santana – AP

A Trilha da Samaúma localiza-se na Ilha de Santana no município de


Santana no Estado do Amapá, fica equidistante 15 km da capital do Amapá –
Amapá. Faz parte da região Amazônica e possui belezas naturais próprias
desta região, a fauna e a flora riquíssimas em biodiversidade, como a árvore da
Samaúma, fatores que tornam a localidade atrativa para a prática do
cicloturismo, assim como outras vertentes turísticas.
O ambiente da trilha permite uma aproximação efetiva da pessoa com o que é natural, levando-
a ao contato com elementos constituintes do meio, muitas vezes não presentes em seu dia-a-
dia. O caminho da trilha possibilita uma vivencia e percepção do ambiente e influencia para
que a pessoa reflita sobre a importância da natureza e a necessidade de mantê-la conservada e
preservada. (SOUZA, 2014, p. 251)

Vê-se que já no trajeto que leva os ciclistas à Ilha pode-se contemplar a


beleza natural e todos os elementos que Souza (2014) destacou acima e que
leva a reflexão sobre a importância de conservação destas belezas.
O acesso à Ilha de Santana é exclusivamente por via fluvial em barcos pelo
porto de Santana. Segundo números da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq): “O tráfego de passageiros entre os terminais hidroviários
do Amapá, que transportou mais de 62,1 mil viajantes no ano passado,
movimentou R$ 2,9 milhões apenas na comercialização de passagens em
2017”. Ou seja, já na passagem da cidade de Santana para ilha a travessia gera
renda, no entanto o estudo realizado no período de dois anos em parceria com
a Universidade Federal do Pará (UFPA) apontou detalhes que precisam ser
melhorados na questão estrutural em relação à acessibilidade tanto ao porto
quanto às embarcações.
Figura 1 – Transporte dos ciclistas do Porto de Santana à Ilha de Santana
Fonte: Acervo Pessoal, 2021.

2.6.1 Samaúma

Conforme Cantalice et al. (2020) a Samaúma é uma árvore considerada


sagrada de acordo com a crença indígena, trata-se de uma das maiores árvores
brasileiras, atinge aproximadamente 60 metros de altura e dois metros de
diâmetros. É uma árvore típica da Amazônia, encontrada também em regiões
do México e no Sul da América Central e ainda há registros desta em países da
África e Ásia.
As flores desta árvore demoram sete anos para florescer e duram apenas
uma noite. A árvore possui uma série de benefícios, óleo comestível, servindo
também como combustível para lamparinas, além de poder ser usado para
fabricar sabão ou lubrificantes, tem propriedades medicinais, a madeira pode
ser usada na fabricação de jangadas, brinquedos, compensados, entre outros.
Todos estes benefícios acarretam riscos para proteção destas árvores e requer
atenção e proteção da comunidade local, assim como de ambientalistas e
amantes da natureza.
Como são belas, as Samaúmas chamam atenção e são excelentes recursos
naturais que embelezam ambientes de trilhas ecológicas, o que possibilita
exploração econômica sem oferecer riscos a sua existência, se forem tomadas
medidas de proteção e preservação, assim como proteção do ambiente onde se
localizam
Outra característica marcante da Samaúma é o uso desta como meio de
comunicação entre indígenas, porque ao receber batidas emite sons que ecoam
a longas distâncias na floresta. Além disso, possui raízes em forma de tábuas
espalhadas ao redor de seu tronco de maneira que reservam água que pode ser
usada no preparo de alimentos ou para beber sem nenhuma preocupação.
A Samaúma da Trilha da Ilha de Santana tem mais de 50 metros de altura e
sua localização é considerada coração da ilha, o que torna a árvore atrativa
para turismo de aventura como o cicloturismo. Como se pode ver há um
acesso exclusivo para a Samaúma através da passarela de forma que seja
possível se aproximar para tirar fotos e conhecer mais de perto a atração da
trilha.
Figura 2: Árvore da Samaúma na Ilha de Santana

Fonte: Acervo Pessoal, 2021.

2.6.2 Trilha Ecológica da Samaúma na Ilha de Santana – AP

A trilha da Samaúma de Santana já existe e é considerada uma trilha


ecológica, os passeios turísticos da Guia Norte Turismo de caminhada saem
do porto até a prainha, outro atrativo da visitação turística, e segue através de
passarelas até a estrada que leva até a Samaúma.
Os passeios ecoturísticos objetivam a conscientização ambiental além da
vivência com a natureza e o ar livre.
Figura 3: Empreendimento local com foco no cicloturismo na trilha

Fonte: Acervo Pessoal, 2021.

Ciclistas de vários grupos organizam passeios para Ilha de Santana que


saem do porto por via fluvial e saem da igreja, sempre parada para fotos e
seguem em direção às passarelas e estradas da região rumo à prainha e de lá
seguem pela trilha da Samaúma, sempre parada para inúmeras fotos. Há um
lindo local chamado “Amigos da Trilha” preparado para receber turistas que
vendem chope geladinho de sabores regionais como cupuaçu, taperebá,
graviola, servem refeições e disponibilizam locação de chalés.
Trata-se de um ambiente propício para o desenvolvimento econômico no
setor turístico da região no fomento de políticas que agreguem valor às
atrações naturais da Ilha de Santana no Estado do Amapá, importante fator de
geração de emprego e renda.
Passeios de barco podem ser ancorados em locais como o Flora
Restaurante no rio Matapi, onde o turista pode apreciar a gastronomia
regional.
Importante ressaltar iniciativas particulares de empresários, profissionais
do turismo e técnicos ambientais que fizeram ações de educação ambiental e
promoveram a retirada de quase uma tonelada de lixo de trilhas da ilha, assim
como da praia de Várzea, Recanto da Aldeia, no viés da sustentabilidade,
inclusive agindo na promoção de Oficinas como a realização do Evento
Sustentável de 20 de fevereiro de 2021, sobre Turismo, Meio Ambiente e
Patrimônio Ecológico.
O evento trata-se de uma iniciativa que vai de encontro às tendências
ecológicas do empreendedorismo mundial e foi o lançamento de pacote
turístico voltado para promoção do turismo na região promovendo escaladas
em árvores, Stand up Paddle, assim como limpeza e sinalização de trilhas.
As belezas da Ilha de Santana foram usadas para filmagens do filme Tainá
3 no Amapá, conforme reportagem da Rede Amazônica de dezembro de
2014, o qual reitera a existência de muitas belezas naturais na localidade.

2.6.2.1 Ciclismo na Trilha Ecológica da Samaúma na Ilha de Santana –


AP

Existem vários grupos de ciclismo que fazem a trilha da Samaúma na Ilha


de Santana, entre estes, a Equipe Urbe Amapá, liderada por Ailan Lobato,
Pedal dos Amigos, guiada por Rafael Andrade, e outras equipes como Equipe
de Selva, etc., estes pedais geralmente ocorrem aos finais de semana e pela
manhã.
Figura 4: Percurso da Trilha da Samaúma
Fonte: Vieira, Paulo (2021).

A Trilha tem uma extensão de 19,5 km e leva em torno de 1h e 41m para


ser concluída, conforme dados fornecidos pelo ciclista Paulo Vieira colhidos
no aplicativo Strava palavra que vem do sueco e significa esforçar-se, definição
da página do Strava, segundo o qual tenciona unir atletas, incentivar a prática
de esporte de forma divertida.
O cicloturismo na Trilha da Samaúma tem característica de cicloturismo de
aventura e rural, uma prática esportiva de contato com a natureza e se liga ao
desafio, busca de prazer, liberdade, um turismo alternativo que propicia maior
contato com o ambiente rural.
O cicloturismo associa atividades de educação e interpretação ambiental em áreas livres ou
protegidas, onde os ciclistas podem desenvolver uma relação particular com as áreas visitadas e
comunidades. Diante desta característica, o cicloturismo vem sendo considerado como uma
prática turística sustentável. (LIMA, 2015 apud SOUZA E CARVALHO, 2021, p. 3)

Diante destes fatos o cicloturismo nestas regiões precisa se atentar a


sustentabilidade e responsabilidade aliando a prática esportiva à consciência
ambiental, conservando, protegendo o ambiente e a comunidade da região,
pois o desenvolvimento precisa trazer benefícios e não prejuízos à
comunidade.
O turismo de trilha é regulamentado pelo Governo Federal Brasileiro sob a
Portaria Conjunta nº 500 de 15 de setembro de 2020, ao instituir a rede
Nacional de Trilhas a também Portaria Conjunta nº 407 de 19 de outubro de
2018 estabelece objetivos de integração do turista à natureza sob condições do
Art. 2º:
I – promover as trilhas de longo curso como instrumento de conservação da biodiversidade e
conectividade de paisagens;
II – reconhecer e proteger as rotas pedestres e de outros meios de viagem não motorizados de
interesse natural, histórico e cultural;
III – sensibilizar a sociedade sobre a importância da conexão de paisagens naturais e
ecossistemas, promovendo sua participação ativa na implementação do Sistema Nacional de
Unidades de Conservação – SNUC;
IV – valorizar o trabalho voluntário no estabelecimento de trilhas de longo curso; e
V – ampliar e diversificar a oferta turística, de modo a estimular o turismo em áreas naturais.

Ou seja, atividades esportivas com rotas para pedestres e outros meios de


transporte não motorizados como a bicicleta, de modo a promover o turismo
nestas regiões e destacando o meio como alternativa para revitalização e
conservação destas.

2.6.3 Características da população residente na Ilha de Santana – AP

A comunidade de cachoeirinha como são chamados e seu modo de vida


ímpar diante do atual cenário globalizado da população mundial se caracteriza
pela forte resistência cultural às influências da vida urbana, estudos científicos
de Almeida et al. (2016) identificaram nos moradores do local isolamento nas
belezas do rico ambiente natural, simplicidade e costumes tradicionais.
Preserva-se na região o estilo de vida rural e permanência de habitação
pelas famílias por gerações, mantendo uma identidade marcante na região
ribeirinha que prefere a vida pacata e simples a viver nas cidades urbanizadas.
Os moradores da Comunidade de Cachoeirinha mantêm assim, as tradições culturais
principalmente na alimentação, nos remédios caseiros feitos à base de plantas do terreiro de
suas casas. Como diz Loureiro (2009), a população da Amazônia auxiliou-se do meio da
biodiversidade para desenvolver um amplo conhecimento a partir da vivência e da relação
estabelecida com a natureza, produzido por índios, caboclos, negros e outros; integrando nos,
em sua vivência cotidiana, como elementos vivos da cultura.
Essa cultura se faz presente em hábitos que, na cidade, passam por grau maior de sofisticação;
ou seja, a maioria dos moradores da Comunidade de Cachoeirinha, toma banho no rio, pois
consideram que, além de relaxar há interação com a natureza que o identifica e purifica o
homem no seu imaginário, não somente pela beleza natural, mas como um ato de higiene e
parte de um símbolo que representa a cultura local. (ALMEIDA, 2016, p. 401)

Ou seja, é salutar não interferir no estilo de vida das pessoas da região, os


quais preferem viver uma vida pacata e afastada dos costumes da cidade
urbana, no modo de alimentação, cultural, entre outros aspectos. Neste
sentido, o cicloturismo ou outras vertentes do turismo de aventura na região
precisa respeitar e preservar o ambiente, promovendo renda sem prejudicar o
patrimônio cultural, ambiental da comunidade, levando sempre em conta a
sustentabilidade e responsabilidade social.
Importante ressaltar que o Ministério do Meio Ambiente (MMA),
Ministério do Turismo (MTur) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade através da Portaria Conjunta nº 500, de 15 de setembro de
2020 estabelece critérios, traça pontos de interesses do patrimônio natural e
cultural brasileiro através de trilhas com o intuito de orientar na inclusão de
novas trilhas na Rede Nacional de trilhas de Longo Curso e Conectividade, a
Rede Trilhas, orientações que estabelece questões padrão como mapeamento,
identificação, acesso a serviços, etc. proporcionando maior segurança aos
turistas.
É um processo que associa três importantes dimensões: ambiental, econômica e social,
estabelecendo uma correlação entre esses três polos, garantindo a eficácia econômica e a
proteção do meio ambiente, sem perder de vista as finalidade sociais que são a luta contra a
pobreza, as desigualdades, a exclusão e a busca da equidade. (MAGAGNIN, SILVA, 2008, p.
26)

Assim, percebe-se que há uma vertente que inclui e ressalta a importância


do turismo para o desenvolvimento regional e que este deve contar com uma
estrutura mínima que alie os interesses de turistas, de comunidade local e de
desenvolvimento respeitando a diversidade da região, o patrimônio cultural e
natural, assim como a identidade do povo, conservando o ambiente e a forma
de vida destes, gerando emprego e renda, mas mantendo a cultura e
organização local.
3
Metodologia
A classificação metodológica do presente estudo, quanto aos meios,
classifica-se como pesquisa de campo, realizada através da aplicação de
instrumentos de coleta de dados. Então, a “coleta direta de informação no
local em que acontecem os fenômenos, é aquela que se realiza fora do
laboratório, no próprio terreno das ocorrências” (SILVA, 2008, p. 57).
Yin (2015) considera que tal método é propício quando se tem a intenção
de definir os tópicos de investigação de forma ampla, quando desejamos
estudar a importância do contexto de determinado evento em estudo e quando
precisamos de auxílio de várias fontes de dados. Desta forma, eles permitiram
a observação de vários elementos ao mesmo tempo no grupo a ser estudado e
assim propiciar o aprofundamento de tal evento. E quanto aos fins, classifica-
se como descritiva exploratória. Considera-se descritiva porque busca como
objetivos observar, registrar, analisar e correlacionar fatos, e caracteriza-se
exploratória que “é um estudo que analisa um ou poucos fatos com
profundidade, o objeto de pesquisa pode ser o indivíduo ou a empresa, uma
atividade, uma organização ou até mesmo uma situação” (SILVA, 2008, p. 57).
Sendo que o trabalho foi fundamentado por pesquisa bibliográfica, a qual
“essa pesquisa explica e discute um tema ou problema com base em
referências teóricas já publicadas em livros, revistas, artigos científicos”
(SILVA, 2008, p. 54). Quanto ao objetivo será exploratório, analisando estudos
publicados na área, conceitos e variáveis envolvidas no cicloturismo e o meio
de viabilizar consciência da necessidade de políticas públicas voltados para o
fomento do cicloturismo como potencial para o desenvolvimento regional no
Estado do Amapá.
Para embasamento desta pesquisa de conclusão de curso foram utilizados
artigos eletrônicos da scielo, livros em pdf disponíveis em arquivos públicos e
arquivos pdf particulares. Estudos de órgãos oficiais reconhecidas como ONU,
ABRABIDI, IBAMA, OMT, EMBRATUR, Plano Nacional de Turismo e
também em conteúdos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE). Os temas centrais da fundamentação são mobilidade
urbana, sustentabilidade, turismo, em especial o ecoturismo e turismo de
aventura com foco no cicloturismo, sustentabilidade e políticas públicas
direcionadas para o desenvolvimento regional através do cicloturismo.

3.1 Área de estudo

A abrangência deste estudo limita-se à Trilha da Samaúma localizada na


Ilha de Santana no estado do Amapá sob enfoque de viabilização do
cicloturismo como alternativa para potencializar o crescimento e
desenvolvimento da região.
Figura 5: Mapa da Ilha de Santana

Fonte: Google Earth (2021).

A trilha da Samaúma na Ilha de Santana é um local rico em diversidade


natural, com belezas naturais diversas, o que torna o local propício para prática
do esporte de aventura como o cicloturismo, além disso, alguns grupos têm
organizado eventos no local que se fossem planejados visando o
desenvolvimento regional seria um forte subsídio para melhoria da qualidade
de vida da população da localidade.
A árvore Samaúma, de onde vem o nome da trilha, além de bela chama
atenção pela exuberância, tamanho e por ser um símbolo do sagrado para
comunidade indígena, usada também como meio de comunicação entre estes
povos.

3.2 Método de coleta de dados

Como técnica de coleta de dados fez-se uma revisão bibliográfica para


aprofundamento do tema através de pesquisas principalmente em sites
confiáveis como scielo, livros, revistas eletrônicas e aplicação de formulário
com questões objetivas e de múltipla escolha com o objetivo de levantar
informações acerca do perfil do cicloturista frequentador da Ilha de Santana e
comportamento relacionado ao fomento para o desenvolvimento regional,
sustentável e responsável.
Elaborou-se um questionário através do formulário do google forms1 com
o objetivo de colher dados sobre a prática de cicloturismo entre os cicloturistas
que já frequentam eventos que ocorrem na Trilha da Samaúma, Ilha de
Santana – AP. O questionário foi enviado individualmente para cada ciclista
convidado para participar da pesquisa via whatsapp e Messenger.

3.3 Análise dos dados

Será realizado um estudo de caso, a amostragem populacional será definida


em 65 ciclistas que praticam o cicloturismo no estado do Amapá através da
aplicação de um formulário eletrônico do google encaminhado via e-mail. Este
será dividido em três seções, a primeira contendo o título da pesquisa, nome
do pesquisador, instituição para qual se propõe o desenvolvimento da pesquisa
e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) detalhado em link
específico para tal, contendo todas as especificações previstas para a aplicação
do formulário conforme protocolo do comitê de ética em pesquisa. A segunda
seção contém onze questões, sendo dez de múltipla escolha e uma discursiva
para análise do perfil do entrevistado e uma terceira seção contendo dezessete
questões sobre o tema pesquisado, dentre as quais dezesseis são de múltipla
escolha e uma discursiva.
Os dados coletados serão analisados em formato de gráficos gerados de
forma automática pelo google forms.
A cerca da validação de dados se pode verificar que entre os ciclistas que
responderam ao formulário estão equilibrados, 58,5% masculino e 42,5%
feminino, também há opinião de diversas idades, a parcela menor ficou entre
os de 18 anos a 22 anos e 10,8% de 23 a 30 anos, 20% mais de 50 anos, 30,8%
de 41 a 50 anos e 32,3 % de 31 a 40 anos, e 98,5% residentes no Estado do
Amapá.
Tendo em vista a coleta com maior aproximação da veracidade se optou
não por um contingente numérico amplo, mas direcionado aos ciclistas
praticantes, limitado a uma resposta por participante e vinculadas ao envio
individual pelo Messenger ou whatsapp.
No levantamento sobre as características específicas da Trilha da Samaúma
na Ilha de Santana os ciclistas que não estiveram na localidade não opinaram
sobre as questões, ficando na porcentagem dos que ainda não conhecem o
local.

1
O formulário pode ser consultado através do link: https://forms.gle/zyYPVb9sTLuojv3J8.
4
Resultados e discussão
A primeira parte do formulário aplicado se detém a analisar o perfil do
cicloturista que participa de eventos no Estado do Amapá, para
posteriormente direcionar o estudo identificando entre os ciclistas aqueles que
participam de eventos de cicloturismo na Trilha da Samaúma, localizado na
Ilha de Santana – Ap.
Além disso, será observado como ocorre à participação destes ciclistas
quanto ao comportamento financeiro relacionado aos eventos na região, assim
como quanto à conservação do meio ambiente e respeito direcionado ao
patrimônio histórico, cultural da comunidade.

4.1 Perfil do entrevistado

1. Sexo/Gênero
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Ao todo foram entrevistados 65 ciclistas, 38 entrevistados são do sexo


masculino e 27 femininos. Diante do exposto obteve-se que 58,5% seriam
ciclistas do sexo masculino e 41,5% do sexo feminino. Nota-se pelo resultado
que a maioria do público ciclista participante da pesquisa é masculino,
especificamente 17% a mais. O que reflete a predominância do gênero na
prática do esporte de aventura.
De acordo com Peixoto e Borges (2016, p. 40), “o conhecimento do perfil
socioeconômico auxilia na tomada de decisão governamental, uma vez que
antecipa as peculiaridades e problemáticas dos locais ou populações para os
quais se deseja propor políticas públicas e projetos” e neste contexto
reconhecer o público ciclista que participa de eventos cicloturísticos corrobora
para maior compreensão de como planejar, organizar e gerir para implantação
de projetos voltados ao público que se deseja atingir.
2. Cor/Raça
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Sobre raça obteve-se que a maioria dos entrevistados, 53,8% são pardos, 35
pessoas e outros 18,5%, 12 ciclistas se declaram negros e em menor índice
27,7% declararam-se brancos, 18 pessoas. O resultado reflete a característica
de raça marcante região. Carvalho e Ramos (2013, p. 71) destacam que
“entender o perfil deste turista com características específicas é essencial para
divulgar melhor qualquer roteiro cicloturístico”.
3. Idade
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Ao analisar a faixa etária dos ciclistas entrevistados houve uma


predominância de pessoas acima de 31 anos, fato que revela uma clientela
maior de adultos e que tem condições de manter a prática esportiva, assim
como investir em recursos necessários para participar de eventos
cicloturísticos na área, principalmente porque nestas faixas etárias a maior
parte trabalha, conforme se confirmará mais adiante nesta pesquisa. Assim,
32,3% dos ciclistas, 21 se encontram na faixa etária de 31 a 40 anos, 30,8%, 20
pessoas estão na faixa etária de 41 a 50 anos, 20% mais de 50 anos, sendo
representados nesta pesquisa por 13 pessoas. As faixas etárias de ciclistas mais
novos apresentaram um índice de 10,8%, 7 ciclistas de 23 a 30 anos e o menor
índice 6,2%, apenas 4 ciclistas.
4. Renda familiar
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Conforme previsto na análise de faixa etária dos praticantes do ciclismo a


maior parte dos adultos entrevistados tem renda que possibilita uma prática
esportiva como o cicloturismo em condições de proporcionar maior
desenvolvimento para as regiões visitadas. Dentre os ciclistas que responderam
o questionário 38,5%, 25 ciclistas tem renda que varia de 1 até 3 salários
mínimos. Entre 4 e 5 salários mínimos o índice foi de 21,5%, 14 pessoas, 20
dos ciclistas entrevistados, ou seja, 30,8 % declararam ter renda superior a 5
salários mínimos. Dentre os que têm renda menor que 1 salário mínimo
obteve-se um índice de 7,7% equivalentes a 5 ciclistas e apenas 1 ciclista
declarou não ter nenhuma renda, representando 1,5 % dos entrevistados.
O conhecimento do perfil socioeconômico auxilia na tomada de decisão governamental, uma
vez que antecipa as peculiaridades e problemáticas dos locais ou populações para os quais se
deseja propor políticas públicas e projetos. (PEIXOTO, BORGES, 2016, p. 40)
E ao analisar o perfil socioeconômico dos entrevistados nota-se que a
maior parte possui uma renda alta se comparada ao restante da população,
indicando um público com condições de absorver a demanda de possíveis
empreendimentos direcionados aos cicloturistas na Ilha de Santana.
5. Estado civil
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Quando questionados acerca do estado civil nota-se que a maior parte dos
ciclistas são solteiros e divorciados no total 53,8% 35 pessoas, as
comprometidas totalizam 30 pessoas 46,2%, seriam os casados com 43,1%, 28
pessoas e em união estável 2 pessoas, com um índice de 3,1%. Uma
representatividade equilibrada em relação a casados e solteiros se
considerarmos os 3,8% a mais de solteiros como um índice baixo. O que
revela ser a prática do ciclismo viável tanto para pessoas casadas quanto para
as solteiras.
6. Escolaridade
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Ao analisar o nível de escolaridade dos ciclistas integrantes do universo


desta pesquisa nenhum deles marcou que nunca estudou, uma pessoa, 1,5 %
possui o ensino fundamental e os que possuem ensino médio, as 16 pessoas
são 24,6%, a maior parte deste público possui escolaridade de nível superior
ou mais, ao todo são 73,7% ou 48 ciclistas, destes 36,9% com nível superior,
24 pessoas, 27,7%, ou seja, 18 pessoas possuem especialização e 9,1%, 6
pessoas têm mestrado. Uma população em sua maioria com nível superior
apresenta uma grande probabilidade de serem pessoas com poder aquisitivo
para consumo maior que a maior parte da população, pois possuem nível de
ensino condizente para concorrer a vagas melhor remuneradas.
7. Profissão
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Questionados sobre a profissão os ciclistas questionados na maioria são


servidores públicos e autônomos, o que inclui os 21,6%, 14 ciclistas que
assinalaram ser Servidor Público, mais os 13,8%, 9 ciclistas da categoria
educação (professores e pedagogos) que são Servidores Públicos, os da saúde
3,1%, 2 pessoas também servidores públicos totalizando 25 ciclistas com
38,5% todos servidores públicos de áreas distintas, em segundo lugar os
autônomos com 30,8%, 20 pessoas (dentre as profissões temos empresário,
comerciante, taxista, cabelereiro, mecânico, advogado, mecânico de bicicletas),
que somados aos 4,6%, 3 arquitetos, 3,1%, 2 engenheiros também autônomos
daria 38,5%, mesmo índice de funcionários públicos, 20% de prestadores de
serviço como (administração, técnico em segurança, analista de automação,
publicitária e vendedor) além de 1 aposentado e 1 dona de casa totalizando
3%.
As profissões de modo geral são na maioria profissões que assinalam nível
educacional alto, conforme fora visto em relação à formação e este fator aliado
à renda assinala que o público já praticante do ciclismo se for beneficiado
através de infraestrutura apropriada à prática do cicloturismo poderá investir
ainda mais nos setores que envolvem o esporte de aventura, o que contribuiria
para fortalecer o desenvolvimento regional, assim como ampliar a questão da
mobilidade requerida e proposta para o século XXI, conforme Plano Diretor e
leis vigentes no Brasil.
8. Reside no Estado do Amapá
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

O universo da população investigada em sua maioria são ciclistas que


residem no Estado do Amapá, 64 pessoas, um índice de 98,5%, só um ciclista
que respondeu ao formulário não reside no estado, 1,5%.
9. Pratica ciclismo
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Dentre os ciclistas que responderam ao formulário 90,8%, 59 pessoas que


são ciclistas praticantes e 9,2%, 6 pessoas ciclistas esporádicos, só praticam às
vezes o ciclismo, ou seja, com maior ou menor grau, mas todos são ciclistas.
Cabe destacar que o Código Nacional de Trânsito Brasileiro dá prioridade
à bicicleta sobre os demais veículos, conforme se pode constatar no artigo a
seguir.
Art. 58 – Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer,
quando não houver ciclovia, ciclofaixa ou acostamento, ou quando não for possível a utilização
destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado pela
via, com preferência sobre os veículos automotores.

Assim, o ciclismo torna-se alternativa importante para mobilidade urbana,


prática esportiva, cicloturismo corroborando para o desenvolvimento
sustentável.
10. Participa regularmente de eventos de ciclismo no Amapá
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

“O turismo de natureza abrange segmentos de mercado que promovem o


aproveitamento sustentável dos atrativos naturais, a exemplo o turismo de
aventura e o turismo rural” (SOUSA e CARVALHO, 2021, p. 3), como se
pode observar quanto à adesão dos ciclistas amapaenses.
Quando questionados se participavam dos eventos de cicloturismo no
Estado do Amapá, a maior parte 58,5%, 38 ciclistas indicaram participar com
frequência de eventos desta natureza, e 27,7%, 18 ciclistas marcaram que
participam, mas esporadicamente, ou seja, a maioria se somar os que sempre
participam com os que participam esporadicamente e o que participa quando
está no Amapá, obtém-se um índice de 87,7%. Somente 12,3%, 8 ciclistas
indicaram não participar dos eventos organizados no Estado.
11. Há eventos na área do ciclismo no Estado do Amapá
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Em relação à existência de eventos voltados ao ciclismo no Estado 61,5%,


40 pessoas indicaram que existe organização de eventos regularmente no
Estado, 35,4%, 23 pessoas acreditam que há mas em quantidade insuficiente,
que poderia haver mais e 3,1%, 2 pessoas não têm conhecimento se há ou não
eventos desta natureza no Estado do Amapá.
Ou seja, a prática já existe na região e os benefícios desta prática poderão
ser melhores aproveitados diante de uma gestão que alie o cicloturismo ao
desenvolvimento sustentável e humano, além de promover conscientização
quanto ao ambiente e a comunidade da região em que ocorre.
A caracterização do turismo é bem clara quando se imagina um grande número de pessoas
aproveitando o fim de semana ou as férias para pedalar em parques, praias, trilhas ou outras
áreas arborizadas. É cada vez mais comum ver grupos pedalando em estradas vicinais e mesmo
em rodovias rumo ao litoral ou subindo as serras. (COSTA, 2002, p. 53)

A trilha da Samaúma, portanto é um local propício à prática do


cicloturismo, já atrai grupos de ciclistas e tem excelentes atrativos naturais que
se explorados adequadamente trarão muitos benefícios não somente para
comunidade, mas para todos os envolvidos.
12. Durante os eventos de cicloturismo que participou assinale os serviços utilizados
65 respostas
Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Este gráfico em barras mostra os serviços usados pelos ciclistas quando


participam dos eventos organizados na Ilha de Santana, Estado do Amapá,
como se vê os maiores gastos são em Estabelecimentos de venda e revisão,
conserto e melhoria das bicicletas 69,2%, 45 entrevistados sempre que vão a
eventos utilizam este serviço, o segundo serviço mais utilizado pelos ciclistas
em eventos são os restaurantes e lanchonetes, 61,5 %, 40 ciclistas vão a locais
turísticos quando participam do evento na Ilha de Santana, 60%, 39 ciclistas,
em terceiro lugar está os supermercados com 50,8%, 33 ciclistas vão ao
supermercado quando há eventos de ciclismo, 49,2%, 32 ciclistas fazem
compras em lojas de acessórios voltados a prática do ciclismo, 40%, 26
ciclistas fazem compras em farmácias e pequenos mercados, 1,5%, ou seja, 1
ciclista.
Como é visto diante do índice apresentado quanto ao uso dos serviços em
eventos fica notável que eventos desta natureza suscitam o uso de vários
serviços que injetam recursos na economia da região, fator que mostra a
importância para economia, pois resulta em geração de renda, o que
consequentemente gera empregos. Neste contexto, melhorar a questão da
mobilidade, segurança e infraestrutura sustentável e responsável trará
benefícios para ambos, tanto para comunidade, quanto para os cicloturistas,
colaborando para o desenvolvimento regional.
13. Marque os principais produtos adquiridos para participação em eventos de cicloturismo:
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Além dos itens consumidos no dia do evento, os ciclistas ainda fazem


compras antes da realização do mesmo, alguns tanto antes quanto no dia,
outros apenas antes, ou apenas depois. Pode-se observar que dentre os
produtos de maior destaque estão às roupas apropriadas para prática esportiva
com 87,7%, 57 ciclistas, água 86,2%, 56 ciclistas, acessórios para bicicleta e
também com o mesmo índice o kit de segurança, em seguida 84,6%, 55
ciclistas compram alimentos, kit primeiros socorros com índice de 49,2%, 32
ciclistas e por últimos suplementos com um índice de 44,6%, 29 ciclistas.
Assim, fica notório que o público consome vários tipos de serviços antes
do evento e no dia deste, caracterizando um nicho de mercado importante
para o setor do cicloturismo, o que consequentemente resulta em fomento
para as regiões em que estes eventos acontecem.
A transformação de tais recursos em atrativos, de modo a constituírem roteiros e produtos
turísticos, utiliza a segmentação como estratégia principal. Para tanto, são necessárias medidas
que visem a estruturação, o desenvolvimento, a promoção e a comercialização adequadas à
singularidade de cada segmento. (BRASIL, 2006, p. 3)

Importante destacar que dentre as orientações básicas do Ministério do


Turismo direcionado ao turismo de aventura destaca-se a necessidade de uma
estruturação adequada a este segmento visando o maior aproveitamento dos
recursos.
14. Principais motivações para a prática do cicloturismo
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Dentre as maiores motivações apontadas pelos ciclistas entrevistados


temos a saúde física como prioridade, um índice de 84,6%, 55 ciclistas, em
seguida a aventura com 83,1%, 54 pessoas, depois diversão 78,5%, 51 ciclistas,
a prática esportiva, a saúde emocional 69,2%, 45 ciclistas, em seguida com
66,2%, 43 pessoas apontaram o esporte, e por último 40 % tanto para
estabelecer relacionamentos e para conscientização ambiental.
Como se vê a prática do cicloturismo é benéfico não somente para o
aspecto de desenvolvimento regional, mas corrobora para qualidade de vida
em vários âmbitos, o que coaduna aos preceitos legais quanto à implantação de
políticas públicas neste sentido.
15. Principais dificuldades encontradas para a prática do cicloturismo no Estado do Amapá
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

As principais dificuldades apontadas pelos ciclistas entrevistados foram


carência de ciclovias, ciclofaixas e conscientização de condutores de veículos,
apresentando um índice de 27,7%, 18 ciclistas, em segundo lugar a insegurança
com 13,8%, 9 ciclistas, lembrando que os que apontaram ausência de ciclovias
e ciclofaixas também citaram a insegurança sentida pela insuficiência que estas
acarretam. Com um índice de 10,8%, 7 ciclistas tanto pouco investimento e
apoio governamental quanto infraestrutura de vias, apresentaram o mesmo
índice de dificuldade sentida pelos cicloturistas. Com um índice de 9,2%, 6
ciclistas apontaram a falta de iluminação, assim como sinalização como
dificuldades enfrentadas por este público. Em relação à divulgação e
organização de eventos, 6,2%, 4 ciclistas apontaram a questão como uma
dificuldade para os praticantes do esporte, além disso, 4,6%, 3 ciclistas
apontam que as peças das bicicletas são caras considerando as dificuldades de
transporte destas para o Estado do Amapá. Por último, com um mesmo índice
de 1,5%, 1 ciclista para cada item foi citado com dificuldade a ausência de
incentivos fiscais para patrocinadores de eventos, planejamento pessoal
inadequado e um não percebe nenhuma dificuldade.
Ciclovias e ciclofaixas são premissas que o Plano Diretor deve contemplar
não só visando o cicloturismo, mas viabilizando a mobilidade urbana em um
sentido amplo, tornando o fluxo de veículos, pessoas, e outros meios não
motorizados acessíveis a todos, como estabelece a Constituição Federal.
Cabe mencionar que a inexistência de uma política de transportes explícita e coerente no país e
nos municípios pode dificultar, ou mesmo inviabilizar, o estabelecimento de um planejamento
de transportes que incorpore os conceitos de “mobilidade urbana” e da “sustentabilidade”.
(MAGAGNIN, 2008, p. 25)

Ao analisar as respostas obtidas percebe-se que muitas das dificuldades


apontadas embora citem espécies distintas englobam um problema central que
as une, por exemplo, ausência de ciclofaixas e ciclovias que geram insegurança
e falta de segurança, ineficiência de vias, iluminação ou sinalização, fatores que
também colaboram para falta de segurança, assim como a questão da educação
no trânsito ser um fator que causa insegurança, o que alerta que a maiores
dificuldades estão vinculadas a segurança por problemas relacionados à
infraestrutura e apoio do governo para viabilizá-las.
16. Durante a participação de eventos de cicloturismo há:
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

No Brasil, não existem muitos registros oficiais sobre a história do cicloturismo. Somente em
1930 a bicicleta passou a se fazer presente nos espaços públicos de modo mais sistemático com
a consolidação das primeiras fábricas de bicicletas no Brasil. A partir de então, popularizou-se o
seu uso entre a classe trabalhadora em meados dos anos 1950. O ciclismo e o cicloturismo
despontam como atividades na primeira década do século XXI incentivadas pelos planos de
mobilidade urbana e pelos projetos de criação de ciclofaixas e ciclovias no contexto urbano.
(ROLDAN, 2000; FARIA, 2016 apud SOUSA; CARVALHO, 2021, p. 4)

Diante da expansão da prática do cicloturismo apontada pela literatura, a


maioria dos entrevistados 66,2%, 43 ciclistas observou aumento do número de
adeptos do cicloturismo no Estado. Entretanto, 16,9%, 11 ciclistas
consideraram que o número de adeptos manteve o número de praticantes
estável, num mesmo índice, 13,8%, 9 ciclistas não observaram se ocorreu
aumento ou não do número de praticantes e 3,1%, 2 ciclistas assinalaram ter
ocorrido uma diminuição do número de adeptos.
Souza e Carvalho (2021) ainda ressaltam que “[...] a existência de uma
demanda crescente de ciclistas/cicloturistas e que pode ser cooptada, em
longo prazo, para a realização de roteiros integrados de excursionismo no
meio rural”. Como se pode observar a Ilha de Santana, Trilha da Samaúma
representa um local que pode contribuir para aumento do número de
cicloturistas se estruturado para tal sob orientação do poder público e
integração com comunidade e setor privado.
17. Investimento médio gasto em cada participação em evento de cicloturismo
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Para participar dos eventos de cicloturismo observa-se que os ciclistas não


gastam pouco por evento, apenas 1 pessoa assinalou não fazer nenhum gasto
porque participa apenas de passeios gratuitos com pequenos grupos de
amigos, 35,4%, 23 pessoas disseram gastar de R$ 50,00 a R$ 100,00, a maior
parte, 36,9%, 24 pessoas apresentam gastos que variam de R$ 100,00 a R$
200,00, 24,6%, 16 pessoas indicaram ter gastos acima de R$ 200,00 e um dos
ciclistas assinalou um gasto de R$ 5.000,00 para participar de eventos de
cicloturismo, talvez tenha incluído a aquisição da bicicleta para participar dos
eventos.
18. Ao participar de eventos de cicloturismo no Estado do Amapá observa-se:
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Em se tratando da estrutura para prática do cicloturismo no Estado do


Amapá observa-se um grau alto de insatisfação da maioria dos praticantes do
esporte de aventura, tendo em vista que 44,6%, 29 ciclistas consideram não
existir investimentos voltados ao cicloturismo, 41,5%, 27 ciclistas indicaram
uma estrutura parcialmente adequada e segura enquanto 13,8%, 9
entrevistados reconhecem estrutura adequada para prática do cicloturismo no
Estado do Amapá.
Nesse norte, o cicloturismo alinha-se às novas propostas de experiências turísticas nas áreas
naturais, abrangendo o sentido da descoberta, conexões com o meio ambiente e as
comunidades. Os roteiros e rotas cicloturísticas redefinem o olhar dos visitantes sobre os
destinos, dando suporte às economias locais e instituindo novas visões para o desenvolvimento
local. (SOUSA; CARVALHO, 2021, p. 7)

Como se nota, o Estado do Amapá precisa de melhorias para o setor,


cicloturismo é apontado como uma vertente turística que contribui para o
desenvolvimento regional e é uma tendência crescente não apenas na região,
mas reconhecido mundialmente como fomento para o desenvolvimento.
19. Em relação à estrutura das localidades de realização de eventos de cicloturismo no Estado
do Amapá nota-se:
65 respostas
Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Quando questionados sobre a estrutura das localidades em que os eventos


são realizados fica mais evidente a necessidade de melhorar a estrutura das
regiões para prática do cicloturismo, investindo no preparo das comunidades
para receber os cicloturistas ofertando serviços diversos, assim como
investindo em sinalização, segurança, e atrativos culturais e trabalhos de
conscientização ambiental.
Um cicloturismo que integre economia, meio ambiente e comunidade,
sempre com foco na sustentabilidade, respeito às diversidades e peculiaridades
das localidades.
No entanto, o destino cicloturístico deve reunir condições estruturais e recursos humanos
qualificados para dinamizar os setores relacionados ao turismo e à hospitalidade. Dentre elas,
Saldanha (2017) enfatiza a existência de uma infraestrutura básica, atrativos naturais e culturais
conservados, qualificação profissional, e serviços de apoio e complementares à visitação
turística. (SOUSA; CARVALHO, 2021, p. 14)

Por isso, 55,4%, 36 ciclistas apontam que é necessário implantar melhorias


estruturais e preparo para prática do cicloturismo, aliados a este índice, outros
23,1%, 15 entrevistados identificam um despreparo para realização da prática
do cicloturismo, ratificando as problemáticas existentes para que o
cicloturismo cresça na região do Amapá e resulte em fomento para
desenvolvimento regional gerando renda, emprego para população,
melhorando o modo de vida e trazendo infraestrutura que resulte em
qualidade de vida não só para os praticantes do cicloturismo, mas atinja toda
sociedade no entorno.
Ainda diante dos índices dos insatisfeitos com as condições existentes para
a prática do cicloturismo 20%, 13 ciclistas apontam que apesar da estrutura
não ser condizente às necessidades, estes estão satisfeitos e se adaptam a
realidade. Ou seja, esta parcela de entrevistado mesmo diante das adversidades
encontradas encaram os desafios e continuam praticando o cicloturismo.
20. Participou de eventos de cicloturismo na Trilha da Samaúma na Ilha de Santana
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Entre os ciclistas entrevistados 66,2%, 43 ciclistas já participaram de


eventos de cicloturismo na Trilha da Samaúma na Ilha de Santana, Estado do
Amapá. Este índice revela que o público entrevistado frequenta a Trilha, o que
mostra um potencial da localidade que poderia refletir em melhorias
estruturais trazendo desenvolvimento regional para toda comunidade.
Somente um terço, 33,8%, 22 ciclistas não participaram de cicloturismo na
localidade.
21. A travessia até a Ilha de Santana para a Trilha da Samaúma é:
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Em se tratando da travessia do porto de Santana até a Ilha de Santana


56,9%, 37 dos entrevistados consideram a travessia segura, apesar dos barcos
não serem apropriados tanto para o transporte de passageiros como de
bicicletas, 24,6%, 16 ciclistas não conhecem e, portanto, preferem não opinar,
7,7%, 5 ciclistas consideram os barcos apropriados e seguros para o transporte
de passageiros e bicicletas e 10,8%, 7 ciclistas consideram os barcos
inapropriados e inseguros para o transporte de pessoas e bicicletas. Analisando
as respostas obtidas nota-se que a maior parte dos cicloturistas se sente
seguros para atravessar de barco com suas bicicletas até a Ilha de Santana – AP
apesar de ser perceptível também que existem aspectos que poderiam ser
melhorados.
Sobre este aspecto as orientações básicas do Ministério do Turismo
direcionadas ao Turismo de aventura, que inclui o cicloturismo destaca a
necessidade de haver regras, certificações que garantam a segurança.
[...] as atividades de aventura pressupõem determinado esforço e riscos controláveis, que
podem variar de intensidade conforme a exigência de cada atividade e a capacidade física e
psicológica do turista. Isso requer que o Turismo de Aventura seja tratado de modo particular,
especialmente quanto aos aspectos relacionados à segurança. Devem ser trabalhadas, portanto,
diretrizes, estratégias, normas, regulamentos, processos de certificação e outros instrumentos e
marcos específicos. (BRASIL, 2006, p. 10)

Neste sentido, a segurança se apresenta como um aspecto preponderante


no estabelecimento de estratégias voltadas ao desenvolvimento regional através
do cicloturismo.
22. Dentre os serviços utilizados para o passeio cicloturístico na Ilha de Santana você utiliza:
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Dentre os participantes de cicloturismo na Ilha de Santana o maior gasto


durante o evento está na travessia até o local, 55,4%, 36 pessoas citaram este
como um dos serviços usados, além deste 35,4%, 23 pessoas também
consomem alimentação no local, 24,6% 16 participantes tomam o café nas
proximidades antes de atravessar para Ilha, 20% não participaram de
cicloturismo no local e 1 pessoa, 1,5% fez compra de produtos artesanais.
Ao analisar as respostas identifica-se que há um consumo que colabora
para geração de renda em decorrência do evento, assim se houvesse mais
estrutura para prática cicloturística colaboraria para maior adesão do público
que gosta de turismo de aventura e a comunidade local teria mais uma fonte de
renda, contribuindo para o desenvolvimento regional.
O desenvolvimento socioeconômico pode ser atingido por meio de práticas solidárias entre os
distintos atores sociais – governo, comunidade e cadeia produtiva do turismo – com vistas à
organização dos locais de interesse turístico, à implantação de estratégias de acompanhamento
das atividades turísticas e seus impactos, bem como da formação de espaços de diálogo. Dessa
forma a comunidade se beneficiará do turismo em termos econômicos, sociais e culturais.
(SOUZA; CARVALHO, 2021, p. 9)

Estes índices mostram a viabilidade do cicloturismo na Trilha da Samaúma


na Ilha de Santana – AP, portanto, é um aspecto a ser considerado para que se
estabeleça a parceria estatal com vistas ao fomento da cadeia produtiva para
comunidade da região.
23. Você recomendaria a outros cicloturistas o passeio na Trilha de Samaúma na Ilha de Santana
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Ao serem questionados se recomendariam o passeio cicloturístico na Trilha


da Samaúma – Ilha de Santana – AP 76,9%, 50 ciclistas responderam que sim,
outros 18,5%, 12 ciclistas disseram que se fizessem o passeio e gostassem
também recomendariam. Com o mesmo índice 1,5%, 1 ciclista para cada
opção marcou que não, talvez e que preferia não se manifestar.
Ou seja, o local revela que há um alto interesse do público no passeio à
Ilha de Santana, um local com natureza propícia para o cicloturismo, que atrai
o público e estes o indicariam a outros.
24. Frequência com que realiza passeios cicloturísticos na Ilha de Santana – AP
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Dentre os que responderam ao formulário da pesquisa obteve-se uma


porcentagem de 41,5%, 27 ciclistas que indicaram fazer passeios cicloturísticos
na Trilha da Samaúma na Ilha de Santana e outros 24,6%, 16 ciclistas que
marcaram frequentar esporadicamente a localidade, além destes 7,7%, 5
ciclistas marcaram que vão fazer cicloturismo na Ilha de Santana pelo menos
uma vez por mês, ou seja, a maior parte dos entrevistados frequentam a Trilha
da Samaúma, uma parcela pequena 26,2%, 17 ciclistas nunca foram à região.
Os índices levantados indicam o potencial da localidade para que gestores
estabeleçam metas sustentáveis voltadas ao cicloturismo como um meio de
desenvolvimento regional responsável, que haja um comprometimento não só
com a expansão do setor econômico que o cicloturismo representa, mas com a
proteção do meio ambiente natural e a comunidade residente na Ilha.
Neste século da economia do conhecimento com sustentabilidade, a questão dos recursos
naturais e do meio ambiente tem sido então cada vez mais presente, e é uma constante a busca
para encontrar novas técnicas ainda mais aplicáveis à solução de problemas nas diversas áreas
de interesse do ser humano com uso racional do meio ambiente. Por isso, estudos, pesquisas,
reflexões e discussões sobre o tema são cada vez mais frequentes e intensos. Isso requer
seriedade, consistência e compromisso com posições afastadas de modismos e radicalismos que
tendem a rondar o assunto. (ARRUDA, CARVALHO, 2014, p. 16)
As medidas de fomento neste sentido promovem uma vertente que
contribui para o desenvolvimento mais amplo, beneficiando a sociedade como
um todo, trazendo maior segurança e conforto para cicloturistas, gerando
emprego e renda à localidade, promovendo melhorias estruturais, humanas,
culturais e ambientais.
25. Quando faz cicloturismo na Ilha de Santana tira fotos da árvore Samaúma
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

A Trilha não foi nomeada Trilha da Samaúma por acaso, trata-se de uma
árvore esplendorosa, que não apenas embeleza, mas atrai a atenção, veja que
46,2%, 30 ciclistas que fazem cicloturismo na trilha param para tirar fotos na
árvore, outros 18,5%, 12 ciclistas marcaram que às vezes param lá para tirar
fotos, 21,5%, 14 ciclistas embora ainda não tiveram oportunidades indicaram
que se fizessem a trilha tirariam foto com a Samaúma, o índice menor, 13,8%,
9 ciclistas não apresentaram desejo fazer registros da árvore ou com ela.
26. A Trilha de Samaúma na Ilha de Santana – AP oferece sinalização adequada para prática do
ciclismo
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Quando questionados se a sinalização da Trilha da Samaúma é adequada


para prática do cicloturismo 36,9%, 24 ciclistas sinalizaram que apesar de não
ter placas de identificação, os passeios organizados na Trilha da Samaúma só
são organizados por pessoas que conhecem bem a localidade, de forma que as
pessoas não se percam. 30,8%, 20 ciclistas indicaram que não há placas de
identificação adequadas à prática do cicloturismo na Trilha, 18,5% assinalaram
que não tem conhecimentos, pois não estiveram lá, 12,3%, 8 pessoas
apontaram que há sinalização, mas que é insuficiente e apenas 1 ciclista
marcou que há sinalização adequada. Ou seja, percebe-se que é necessário
fazer sinalização apropriada, esta proporciona maior segurança tanto para o
cicloturista quanto para comunidade e corrobora para maior adesão à Trilha da
Samaúma e consequentemente fomento para o desenvolvimento regional.
Para garantir que um roteiro de cicloturismo seja feito com segurança e qualidade, a ABNT –
Associação Brasileira de Normas Técnicas em parceria com o Ministério do Turismo criou a
Norma NBR 15509-1 (2007) específica para a operação de guias e condutores em cicloturismo.
Essa Norma é uma extensão das Normas NBR 15285, NBR 15286 e NBR 15331 quem tratam
do Turismo de Aventura. (CARVALHO, RAMOS, 2013, p. 71)

Ou seja, diante dos dados é necessário que a Trilha da Samaúma localizada


em Santana – AP passe por planejamento condizente à prática cicloturística
em consonância as NBRs, oferecendo maior segurança e qualidade nos
trajetos.
27. Há serviços condizentes com a necessidade dos ciclistas na Ilha de Santana
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.

Questionados se os serviços ofertados na Trilha da Samaúma, Ilha de


Santana condizem às necessidades dos cicloturistas 70,8%, 46 ciclistas sentem
que os serviços ofertados na Ilha de Santana não atendem as necessidades dos
cicloturistas, 13,8%, 9 ciclistas responderam que atende e 15,4%, 10 ciclistas
não estiveram na localidade e não podem confirmar se há ou não.
Como o índice maior aponta a insuficiência no atendimento às
necessidades dos cicloturistas, importante debater e planejar formas de
melhorar e preparar a comunidade para que esteja apta a captar este nicho de
mercado e oportunizar maior geração de renda e emprego à comunidade da
Ilha de Santana – AP, como Souza e Carvalho (2021, p. 7) aponta: “O
cicloturismo tende a dinamizar as economias dos destinos, sinalizando para o
empreendedorismo comunitário, com o surgimento de negócios, de produtos
e serviços de apoio aos cicloturistas”.
Neste século da economia do conhecimento com sustentabilidade, a questão dos recursos
naturais e do meio ambiente tem sido então cada vez mais presente, e é uma constante a busca
para encontrar novas técnicas ainda mais aplicáveis à solução de problemas nas diversas áreas
de interesse do ser humano com uso racional do meio ambiente. Por isso, estudos, pesquisas,
reflexões e discussões sobre o tema são cada vez mais frequentes e intensos. Isso requer
seriedade, consistência e compromisso com posições afastadas de modismos e radicalismos que
tendem a rondar o assunto. (ARRUDA, CARVALHO, 2014, p. 19)

Negócios e sustentabilidade tem se firmado cada dia mais, internacional e


nacionalmente, ambos devem andar juntos e proporcionar um crescimento
que se alie as necessidades de geração de renda, assim como de cuidado com o
ambiente e o ser humano.
28. Os ciclistas são conscientes quanto à conservação do ambiente natural durante os passeios
de ciclismo na Ilha de Santana
65 respostas

Fonte: Elaboração Própria, 2021.


A cerca da conscientização dos cicloturistas sobre a conservação do meio
ambiente durante os passeios na Trilha da Samaúma 38,5%, 25 ciclistas
apontam que a maioria tem consciência e o hábito de colaborar para
preservação do meio ambiente, 29,2%, 19 ciclistas, marcaram que os ciclistas
preservam o ambiente natural durante o turismo de aventura que realizam na
Ilha de Santana – Ap. Com 12,3%, 8 ciclistas tanto para os que afirmam que os
cicloturistas não apresentam consciência em relação à conservação do meio
ambiente e o mesmo índice outros 8 ciclistas disseram que não foram aos
passeios cicloturísticos no local e, portanto, não podem afirmar se os ciclistas
que vão conservam ou não o ambiente. E 7,7%, 5 ciclistas afirmam que apesar
de não ter participado de cicloturismo na Trilha da Samaúma na Ilha de
Santana os ciclistas sempre são pessoas conscientes em relação à preservação
das localidades que praticam o esporte.
Souza (2014, p. 247) considera as trilhas locais propícios para educação
ambiental, segundo a autora o ambiente proporciona sensibilização em
decorrência da proximidade que se estabelece entre a pessoa e o ambiente
natural, esta percebe, observa, assim como analisa este espaço despertando o
desejo de conservá-lo.
5
Conclusões
A Trilha da Samaúma localizada na Ilha de Santana apresenta um roteiro
rico de belezas naturais, o que viabiliza o potencial turístico da região, assim
como para o turismo de aventura, especificamente o foco deste estudo.
O cicloturismo, que já se desponta em realizações de eventos cicloturísticos
na região. Possui a árvore da Samaúma, um atrativo natural que atrai a atenção
da maioria que conhece a localidade, índices coletados na pesquisa, mostram
que a beleza desta atrai o público que para para tirar fotos no local, além do rio
Amazonas que se assemelha a uma praia de Rio doce. Entretanto apresenta
uma infraestrutura tanto nas vias, quanto na prestação de serviços relacionados
ao turismo e ao meio de transporte para acesso à Ilha.
O contexto estudado aponta que é preciso pensar no cicloturismo como
uma inovação do turismo relacionado intimamente ao bem estar e a saúde não
apenas do ciclista, mas de toda comunidade, pois o meio alia prática esportiva
ao transporte sustentável e o termo sustentabilidade originado do latim tem
um significado representativo que remete a sustentar, preservar e cuidar. Uma
alternativa que corrobora para menos poluição no trânsito e
consequentemente da qualidade de vida de toda população que se beneficiará
também com melhor mobilidade nas vias.
A sustentabilidade é uma tendência, assim como o cicloturismo e está cada
vez mais se expandindo. É uma demanda do novo molde social do mundo,
não se pode gerir sem estabelecer metas voltadas a questão da sustentabilidade.
Optar pelo cicloturismo para o desenvolvimento do turismo é uma
maneira de promove ações que equilibram o que se consome agora e o que se
preserva para as próximas gerações, uma ação pequena de impacto relevante
para o futuro, ou seja, é viável financeiramente, justo para sociedade e
ecologicamente correto. Além do mais, como a pesquisa revela há um público
que em grande maioria tem condições financeiras para promoção do
desenvolvimento, este contempla grande parte pessoas com nível superior,
trabalhadores do setor privado e público com renda para investir em eventos
nesta área, que gostam de curtir a natureza, praticar esporte e que demonstram
na maior parte preocupação com o meio ambiente e preservação dos espaços
das regiões que frequentam.
Além disso, a adoção da bicicleta remete a uma economia financeira, sem o
gasto com combustíveis cicloturistas poupam recursos para gastar nos
passeios, como se percebe no levantamento feito nesta pesquisa. A prática
aproxima o homem do meio ambiente e neste ínterim sensibiliza quanto aos
cuidados que precisa ter com este, um cicloturismo responsável, cuidando e
preservando o que lhe traz satisfação.
E não basta cuidar e preservar o ambiente natural, este integra todo um
conjunto que requer atenção, o respeito precisa atingir a comunidade ao
entorno, assim como seu patrimônio histórico e cultural. É mister que o
comprometimento direcionado ao cicloturismo não seja movido somente pelo
aspecto financeiro.
Deste modo, promover o cicloturismo na região requer um planejamento
sustentável que respeite comunidade e patrimônio cultural, tendo em vista que
se trata de um potencial segmento de mercado para o crescimento da
localidade e consequentemente para comunidade que lá reside, possibilitando
novos negócios para geração de emprego e renda, que resulte não somente em
fator econômico, mas em qualidade de vida para todos os envolvidos.
Como aponta o estudo o desenvolvimento regional decorrente do
cicloturismo necessita de ações definidas e claras tanto do governo quanto da
iniciativa privada na criação de condições adequadas tanto para prática do
turismo quanto ao incentivo para o empreendedorismo. Muitos dos ciclistas
entrevistados apresentaram um sentimento de insegurança e necessidade da
melhoria dos trajetos quanto à iluminação, sinalização, ampliação do número
de ciclofaixas e ciclovias e ampliação de eventos e campeonatos esportivos
para absorver este nicho promissor do mercado.
Há uma série de demandas que requer manutenção e qualificação para
prática do cicloturismo mais seguro e de programas de conscientização,
respeito ao espaço do ciclista, investimentos em trilhas, como a Trilha da
Samaúma na Ilha de Santana, trilhas com potencial para prática do turismo de
aventura, que se estruturado e planejado adequadamente apresentam
condições para desenvolvimento econômico em diversos setores do comércio
e serviços.
Assim será possível que o fomento do cicloturismo se torne propulsor
sócio econômico regional para Ilha de Santana ou para outras regiões que
apresentem potencial. Sem perder de vista que as novas discussões e análises
para novos negócios e desenvolvimento regional envolve em seu escopo a
capacidade de geração de bem estar em seu sentido mais amplo, rompendo o
paradigma economicista de geração de capital, maximizando os resultados
positivos, tanto quanto os impactos negativos.
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS (Antaq).
Caracterização da oferta e da demanda do transporte fluvial de passageiros na
Região Amazônica. 2017. Disponível em:
http://portal.antaq.gov.br/index.php/caracterizacao-da-oferta-e-da-demanda-
do-transporte-fluvial-de-passageiros-na-regiao-amazonica/. Acesso em: 30
maio 2021.
ALMEIDA, J. et al. Influência da sociedade urbana na identidade cultural e
socioeconômica de moradores da Comunidade de Cachoeirinha, Ilha de
Santana, Santana, Amapá, Amazônia, Brasil. Investigação Qualitativa em
Ciências Sociais. Atas CIAIQ, 2016. Vol. 3. Disponível em:
https://www.proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2016/article/view/982/95
8. Acesso em: 30 maio 2021.
ALMEIDA, R.; RAMOS, A. P. T.; GABRIEL NETO, F. A. Circuitos de
cicloturismo como indutores de desenvolvimento econômico: um estudo
sobre a Rota do Agreste – PE. In: EDRA, F. P. M.; DECASTRO, J.;
SALDANHA, L. (Orgs.) Cicloturismo urbano em foco. Niterói: FTH/UFF, 2017.
p. 121-129. Disponível em: http://planett.com.br/wp-
content/uploads/2019/02/AC-2016.10.pdf. Acesso em: 24 jan. 2021.
ARAÚJO, Carla Valéria Freitas de. Ecoturismo, sua prática, seu espaço.
Niterói: s.n., 2003. Disponível em: https://www.livrosgratis.com.br/ler-livro-
online-104446/ecoturismo-sua-pratica-seu-espaco. Acesso em: 21 fev. 2021.
ARRUDA, Carlos; CARVALHO, Flávia. Inovações ambientais: políticas públicas,
tecnologias e oportunidade de negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 328 p.
BARBOSA, Fábia Fonseca. O turismo como um fator de desenvolvimento
local e ou regional. Rev. Caminhos de Geografia 10. 107-114. Fev. 2005.
Disponível em:
http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/15380/
8679. Acesso em: 22 fev. 2021.
BRASIL. Coleção Bicicleta do Brasil: Programa Brasileiro de Mobilidade por
Bicicleta. Caderno 1. Brasília: Ministério do Transporte e da Mobilidade
Urbana, 2007. 232 p. Disponível em:
https://drive.google.com/drive/folders/1Cbg9a3_eUTuNgK0-6zWi-
jfOfOLxi3DU. Acesso em: 06 fev. 2021. pdf
______. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Centro
Gráfico, 1988.
______. Lei nº 12.587 de 3 de janeiro de 2012. Diretrizes da Política Nacional de
Mobilidade Urbana. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm.
Acesso em: 05 jun. 2021.
______. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito. (Minuta) Cotran, 2018.
Disponível em: https://www.mobilize.org.br/midias/pesquisas/sinalizacao-
cicloviaria-manual-para-consulta.pdf .Acesso em: 05 jun. 2021.
______. Plano Nacional de Turismo 2018-2022: mais emprego e renda para o
Brasil. Brasília: Ministério do Turismo. 2018-2022. 160 p. Disponível em:
http://antigo.turismo.gov.br/images/pdf/PNT_2018-2022.pdf. Acesso em:
04 jun. 2021.
______. Plano Nacional do Turismo 2007-2010: uma viagem de inclusão. Coord.:
José Augusto Guedes Falcão. Disponível em:
http://www.institutobrasilrural.org.br/download/20120220092420.pdf.
Acesso em: 19 fev. 2021. pdf
______. Portaria Conjunta nº 500, de 15 de setembro de 2020. Disponível em:
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-conjunta-n-500-de-15-de-
setembro-de-2020-277904739. Acesso em: 29 maio 2021.
______. Turismo de aventura: orientações básicas. Brasília: Ministério do
Turismo, 2006. 48 p. Disponível em: http://www.livrosgratis.com.br. Acesso
em: 12 fev. 2021. pdf
CANTALICE, Aníbal da Silva; MAFORT, Marcela Eringe; MIRANDA, Jean
Carlos. A árvore sagrada da Amazônia. CHC, set. 2020. Disponível em:
http://chc.org.br/artigo/a-arvore-sagrada-da-amazonia/. Acesso em: 30 maio
2021.
CARVALHO, Mauren Lopes de; FREITAS, Carlos Machado de. Pedalando
em busca de alternativas saudáveis e sustentáveis. Ciênc. saúde coletiva, Rio de
Janeiro, v. 17, n. 6, p. 1617-1628, jun. 2012. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1413-
81232012000600024&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 21 feb. 2021.
https://doi.org/10.1590/S1413-81232012000600024.
CARVALHO, T. J. L.; RAMOS, J. L.; SYDOW, E. O cicloturismo como fator
de desenvolvimento da atividade turística nas cidades de Araguaína e Nova
Olinda (TO). Anais do IX Congresso Nacional de Ecoturismo e do V
Encontro Interdisciplinar de Turismo em Unidades de Conservação. Revista
Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v. 6, n. 4, nov. 2013, p. 63-82. Disponível em:
https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/6358/4056
. Acesso em: 17 jan. 2020.
CICLOPORTUNIDADES: Pedale e lucre mais com a mobilidade urbana. São
Paulo: Sebrae, 2017. Disponível em:
http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bd
s/bds.nsf/ee5c462d53fefda49b153b97c9e4dc5d/$File/sebraeresponde_marke
ting_cicloportunidades.pdf. Acesso em: 19 fev. 2021.
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO AMAPÁ. Assembleia Legislativa, 2019.
Disponível em: http://www.al.ap.gov.br/constituicao_estadual_amapa.pdf.
Acesso em: 15 mar 2021.
COSTA, Márcio Jorge Porangaba. Trajetória do desenvolvimento: da ênfase
no crescimento econômico às expectativas do desenvolvimento sustentável.
Maceió: [s.n], 2006. Disponível em:
http://www.repositorio.ufal.br/bitstream/riufal/1128/1/MarcioJorgePoranga
baCosta.pdf. Acesso em: 22 fev. 2021.
COSTA, Patrícia Cortês. Ecoturismo. São Paulo: Aleph, 2002.
CUNHA, A. M.; BAZOTTI, L. dos S. Ecoturismo e turismo de aventura
como fomentadores de desenvolvimento regional – O caso das Minas do
Camaquã em Caçapava do Sul – RS. Fólio – Revista Científica Digital –
Jornalismo, Publicidade e Turismo. Rev. Fólio, Porto Alegre, RS, n. 1, p. 59-77,
2015. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-
ipa/index.php/folio/article/view/212/196. Acesso em: 24 jan. 2021.
DORA C. A. Different route to health: implications of transport policies.
British Medical Journal. 1999.
EDRA, Fátima Priscila Morela; CASTRO, Juliana de; SALDANHA, Luiz
Emerson da Cruz (Orgs.). Cicloturismo urbano em foco. Niterói: FTH/UFF,
2017. Disponível em:
http://planett.coppe.ufrj.br/images/documentos/publicacoes/2017.09---I-
Encontro-para-o-Desenvolvimento-do-Cicloturismo.pdf. Acesso em: 20 fev.
2021.
FRAZÃO, Richardson. Ecoturismo – A Trilha da Samaúma na Ilha de
Santana, Amapá, Brasil. Disponível em:
https://nectarconsultorianaamazonia.org/ecoturismo-a-trilha-da-samauma-na-
ilha-de-santana-amapa-brasil/. Acesso em: 30 maio 2021.
GOOGLE. Google Earth website. Disponível em: http://earth.google.com/.
Acesso em: 20 jul. 2021.
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO: Turismo de aventura – Sistema de gestão da
segurança [recurso eletrônico]. Associação Brasileira de Normas Técnicas,
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Rio de Janeiro:
ABNT; Sebrae, 2016. Disponível em:
http://abnt.org.br/paginampe/biblioteca/files/upload/anexos/pdf/bdca9a1a
a7e53c40a9785ed2674002ff.pdf. Acesso em: 22 fev. 2021.
JIMÉNEZ BULLA, Luiz Hernando. Ecoturismo: oferta y desarrollo
sistémico. Bogotá: Ecoe Ediciones, 2009. 166 p. Disponível em:
http://biblioteca.unach.edu.ec/opac_css/index.php?
lvl=notice_display&id=9344. Acesso em: 10 fev. 2021.
LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA DO MUNICÍPIO DE MACAPÁ. Macapá,
PMM, 2014. Disponível em:
http://www.mpap.mp.br/images/PRODEMAC/legislacao/Legisla%C3%A7a
o_de_Urban%C3%ADstica_do_Munic%C3%ADpio_de_Macap%C3%A1.pd
f. Acesso em: 15 mar 2021.
LESSA, Sérgio. Capital e estado de bem-estar: o caráter de classe das políticas
públicas. São Paulo: Instituto Lukács, 2013. 248 p. Disponível em:
http://beneweb.com.br/resources/CAPITAL%20E%20ESTADO%20DE%2
0BEM%20ESTAR%20SOCIAL%20O%20car%C3%A1ter%20de%20classe%
20das%20pol%C3%ADticas%20p%C3%BAblicas.pdf. Acesso em: 15 fev.
2021.
MAGAGNIN, Renata Cardoso; SILVA, Antônio Nelson Rodrigues. A
percepção do especialista sobre o tema mobilidade urbana. Transportes. V. XVI,
n. 1, p. 25-35, jun. 2008. Disponível em:
https://revistatransportes.org.br/anpet/article/view/13/10. Acesso em: 20
fev. 2021.
MARANHÃO, C. H. da S.; AZEVEDO, F. F. de. (2019). A representatividade
do ecoturismo para a gestão pública do turismo no Brasil: uma análise do
Plano Nacional de Turismo 2018-2022. Revista Brasileira de Ecoturismo
(RBEcotur), 12(1). Disponível em:
https://doi.org/10.34024/rbecotur.2019.v12.6714. Acesso em: 24 jun. 2021.
MORCILLO, Francisco Mochón. Economia y turismo. McGraw Hill, 2004.
423 p. Disponível em:
https://drive.google.com/drive/folders/1Cbg9a3_eUTuNgK0-6zWi-
jfOfOLxi3DU. Acesso em: 06 fev. 2021. pdf
NETO, Waldyr. Expedição Pedal Brasil. O diário de viagem que é um manual
de cicloturismo. [s.l], Kindle Edition, 2013. 94 p.
PEIXOTO, L. C. da M.; BORGES, W. L. Levantamento socioeconômico de
olericultores do Minipolo de Fazendinha, Macapá, AP, Brasil. 2016. Disponível em:
https://www.embrapa.br/busca-de-
publicacoes/-/publicacao/1060443/levantamento-socioeconomico-de-
olericultores-do-minipolo-de-fazendinha-macapa-ap-brasil. Acesso e: 02 jul.
2021.
PEREIRA, A. Agroturismo e desenvolvimento regional. 3. ed. Ituiutaba,
MG: Barlavento, 2017, 317 p. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=jR16DwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA7&dq=desenvolvimento+reg
ional&ots=k7KGcHN2XS&sig=Xc8llu0LbpXRfjKQ2R3MtyESIpE#v=onep
age&q=desenvolvimento%20regional&f=false. Acesso em: 24 jan. 2021.
PÉRES, D. M.; VELASCO, D. J. G. Turismo accesible. Cermi, 2003. 113 p.
Disponível em:
https://drive.google.com/drive/folders/1Cbg9a3_eUTuNgK0-6zWi-
jfOfOLxi3DU. Acesso em: 06 fev. 2021. pdf
PLANO ESTADUAL DE TURISMO DO AMAPÁ. Macapá, 2016.
Disponível em:
https://editor.amapa.gov.br/arquivos_portais/publicacoes/SETUR_1bb8f425
7dfe44dd4c60ec08589735eb.pdf. Acesso em: 04 jun. 2021.
PORTUGUEZ, Anderson Pereira. Agroturismo e desenvolvimento regional. 3 ed.
Ituiutaba, Barlavento, 2017. 317 p. Disponível em:
https://asebabaolorigbin.files.wordpress.com/2017/08/agroturismo-e-
desenvolvimento-regional-3-ed.pdf. Acesso em: 22 fev. 2021.
SILVA, Renata. Modalidades e etapas da pesquisa e do trabalho científico. São José:
USJ, 2008.
SILVA, W. K. et al. Turismo e desenvolvimento regional: o brejo paraibano
como destino turístico. Rev. FSA, Teresina, v. 15, n. 1, art. 6, p. 104-123, jan.-
fev. 2018. Disponível em:
http://www4.unifsa.com.br/revista/index.php/fsa/article/view/1486/1395.
Acesso em: 24 jan. 2021.
SOUSA, Rodrigo O. C.; CARVALHO, Karoliny D. Cicloturismo em área rural
do município de São Bernardo, Maranhão. Turismo e Sociedade (ISSN: 1983-
5442). Curitiba, v. 14, n. 1, p. 01-21, jan.-abr. 2021. Disponível em:
https://revistas.ufpr.br/turismo/article/view/73037/43721. Acesso em: 02
jun. 2021.
SOUZA, M. C. C. (2014). Educação ambiental e as trilhas: contextos para a
sensibilização ambiental. Revista Brasileira de Educação Ambiental (RevBEA), 9(2),
239-253. https://doi.org/10.34024/revbea.2014.v9.1807.
TEIXEIRA, Camila de Almeida; EDRA, Fátima P. Morela. Cicloturismo:
origem e conceito da palavra a partir de Koselleck. Turismo: Visão e Ação
[online]. 2020, v. 22, n. 2 [Acesso em: 06 jun. 2021], pp. 318-333. Disponível
em: https://doi.org/10.14210/rtva.v22n2.p318-333. Epub 12 ago. 2020. ISSN
1983-7151. https://doi.org/10.14210/rtva.v22n2.p318-333.
VASCONCELLOS, Eduardo Alcântara de. Mobilidade urbana: o que você
precisa saber. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. 51 p. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?
id=3BeoBAAAQBAJ&pg=PP1&lpg=PP1&dq=VASCONCELLOS,+Eduard
o+Alc%C3%A2ntara+de.+Mobilidade+Urbana:+o+que+voc%C3%AA+pre
cisa+saber.+S%C3%A3o+Paulo:+Companhia+das+Letras&source=bl&ots=
hfZz06L9rK&sig=ACfU3U2zKuGxD3lmANrO8wAGEVDsooFVww&hl=p
t-
BR&sa=X&ved=2ahUKEwjezeC83vjuAhUkA9QKHXxYBSQQ6AEwCHoE
CBcQAw#v=onepage&q=VASCONCELLOS%2C%20Eduardo%20Alc%C3
%A2ntara%20de.%20Mobilidade%20Urbana%3A%20o%20que%20voc%C3
%AA%20precisa%20saber.%20S%C3%A3o%20Paulo%3A%20Companhia%
20das%20Letras&f=false. Acesso em: 12 fev. 2021. pdf
______. Transporte e mobilidade urbana. Brasília, DF: CEPAL. Escritório no
Brasil/IPEA, 2011. (Textos para Discussão CEPAL-IPEA, 34). 74 p.
Disponível em:
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/1373/1/TD_1552.pdf.
Acesso em: 20 fev. 2021.
VIEIRA, Paulo. Trilha da Samaúma. Ilha de Santana. Disponível em:
https://strava.app.link/SxRzFqTgQgb. Acesso em: 05 jun. 2021.
YIN, R. Estudo de caso: planejamento e métodos. 5. ed. Porto Alegre: Bookman,
2015.
Sobre a obra
Inspirada pela paixão ao ciclismo e pela beleza da região amazônica, em
especial a Trilha da Samaúma na Ilha de Santana, Amapá, este livro enfoca o
cicloturismo como propulsor de desenvolvimento regional, apontando o
potencial do setor para geração de emprego e renda. Além disso, revela a
necessidade de investimentos e políticas públicas direcionadas ao segmento em
consonância às tendências mundiais de mobilidade, sustentabilidade e
responsabilidade social, e não direcionadas somente ao aspecto financeiro. Um
turismo responsável voltado tanto para o desenvolvimento da região quanto
para a conservação do ambiente e melhoria de vida da população da ilha.

Neste livro vemos que o cicloturismo na Ilha de Santana, no estado do


Amapá, já é uma realidade. Muitas pessoas do próprio estado adotam a
atividade de cicloturismo para apreciar a paisagem natural, aliado ao turismo
ou ao espírito esportivo.
Essa atividade, se realizada constantemente, pode trazer benefícios para os
comerciantes locais, através da venda de alimentos locais, água e hospedagem,
ou serviços de manutenção de bicicletas, percorrendo até venda de peças para
as mesmas e acessórios para as pessoas.
Entre os problemas encontrados pelo cicloturismo na trilha que foi
nomeada Trilha de Samaúma devido à esplendorosa árvore que se encontra na
mesma, temos a falta de infraestrutura nas vias, falta de identificação adequada
à prática do cicloturismo, falta de divulgação da existência de trilhas na Ilha de
Santana, falta de segurança durante a travessia, considerando que alguns barcos
utilizados são inapropriados e inseguros.
Apesar de vários problemas encontrados para essa atividade na trilha, a
maioria das pessoas que responderam aos questionários informaram que
consideram a travessia de barco segura, muitos cicloturistas param na trilha
para registrar imagens fotográficas da árvore, muitos praticam o cicloturismo
na ilha e vários apontaram ter a consciência e o hábito de colaborar para a
preservação do meio ambiente.
O cicloturismo hoje contribui para o desenvolvimento econômico das
pessoas da Ilha de Santana e adjacências, devido à existência de trilhas como a
Trilha do Samaúma.
Entretanto, o estudo apontou que o cicloturismo, apesar de se apresentar
atrativo, ainda precisa de ações tanto por parte dos governos quanto da
iniciativa privada e de estudos de forma a impulsionar essa atividade e o
empreendedorismo da região.

Cleyson Santos de Paiva


Bacharel em Engenharia de Produção (UEAP),
especialista em Engenharia de Manutenção Industrial (UNOPAR) e
mestre em Ciência e Tecnologia dos Materiais (UEZO)
Sobre a autora

Jacqueline Pharlan de Camargo tem 46 anos, é professora, ciclista e


cicloturista, formada em Letras Português/Inglês pela Faculdade de Ciências e
Letras de Campo Mourão (PR), especialista em Língua Portuguesa (FIA-SP) e
Mídias na Educação (UNIFAP-AP), mestre em Educação, ênfase em Gestão
Educacional (UAA), e concluinte do Curso de Engenharia de Produção da
(UEAP-AP).

CONTATO COM A AUTORA


jakepharlan@gmail.com

Você também pode gostar