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2.

11 – NORTE MAGNÉTICO
A direção do norte magnético é indicada pela ponta "N" da agulha da bússola.
2.12 – NORTE DA QUADRÍCULA
O norte de quadrícula é indicado pelas verticais das quadrículas das cartas topográficas.
2.13 – AZIMUTES
São ângulos horizontais medidos no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, a partir
do Norte Magnético, do Norte Verdadeiro e do Norte de Quadrícula. Supondo-se o azimute de
uma direção entre 2 pontos A e B:
(AB)V  Azimute Verdadeiro entre os pontos A e B
(AB)M  Azimute Magnético entre os pontos A e B
(AB)  Azimute da Quadrícula entre os pontos A e B
OBS: Quando não há referência (V ou M), o norte de referência será o norte da Quadrícula.
2.14 - CONVERGÊNCIA MERIDIANA ()
Convergência Meridiana é a diferença angular entre o Norte da Quadrícula e o Norte
Verdadeiro. A quadrícula UTM não é alinhada de forma exata aos meridianos e paralelos.
Para perceber isto, é só ver como não corre paralela às laterais do mapa. A conseqüência
maior desta propriedade do sistema UTM para nós é que as linhas UTM não apontam
exatamente para o norte. A convergência meridiana indica o quando estão deslocados para
leste ou oeste do norte verdadeiro. Em geral, a convergência é muito pequena embora não
deva ser ignorada. Tende a ser menor do que um grau para maior parte do pais.
 = (AB)V – (AB)  Para  NE ou  SW
 = (AB) – (AB)V  Para  NW ou  SE  =  sen 
 = E tg  ’/R
EXERCÍCIO:
Calcular a convergência meridiana sabendo-se que o ponto P tem as seguintes coordenadas.
EP = 23 557.270,40m
NP = 7.517.351,80m
P = 2226’54” S
P = 4426’36” W Gr
O azimute (PA) = 4500’00”

0 4500’00” ESBOÇO

- P 4426’36”

 0033’24”

 33’24”

Sen  0,381850165

 sen  0012’45”

 SE 0012’45”

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Topografia – Introdução Eng. Jésus Caldeira de Alencar Alvarenga – M. Sc.
EP 23 557.270,40 ESBOÇO
500.000,00
- E0

Emetros 57.270,40

tag  0,413157486

’/R 0,00054
E x tag x ’/R
(minutos) 12,777’

 SE 12’45,6”

Logo (PA)v = 4500’00” - 0012’45” = 4447’15”

2.15 – DECLINAÇÃO MAGNÉTICA


A direção do norte magnético é indicada pela ponta "N" da agulha da bússola. Declinação
Magnética é o ângulo formado entre a direção do Norte Verdadeiro e a direção do Norte
Magnético, em um determinado local da superfície terrestre, ângulo este, contado para leste
(E) ou para oeste (W), a partir da direção do Norte Verdadeiro. A Declinação Magnética varia
em função de cada local da superfície terrestre, porque o magnetismo terrestre varia de um
local para o outro. É por isso que ela não tem sempre o mesmo valor. Além disso, o seu valor
em cada local também não é constante, apresentando variações de ano para ano. Ela pode
ainda variar para leste (E) ou para oeste (W), em relação à direção do Norte Verdadeiro.

 = (PA)V – (PA)m

Dispondo-se de uma bússola de precisão e conhecendo-se os azimutes verdadeiros ou da


quadrícula podemos determinar a variação entre os Nortes Verdadeiro e Magnético por
observação de campo. Consultando-se as Cartas Magnéticas do Brasil publicadas pelo
Observatório Nacional

Como exemplo do emprego destas cartas, consideremos o caso em que se deseja saber a
declinação magnética de um ponto cujas coordenadas são:
Latitude  = 2224’ S
Longitude  = 4424’ W Gr
Em março de 2002, ou seja, 2002,25, (2002+3/12), marcando este ponto na Carta Isogônica,
verifica-se que ela cai entre as isogônicas de 16 e 17, por interpolação métrica encontra-se
para declinação magnética 16,31 NW. Na carta isogônica, após a marcação do ponto,
verifica-se que ele cai entre as curvas isopóricas de 10,0 e 10,5e por interpolação temos a
variação anual de 10,16’.
Como a publicação dos mapas é de 1965 teremos:
2002,25 – 1965 = 37,25 x 10,16’ = 378,46’ ou seja 6,31.

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Como a declinação magnética no território brasileiro aumenta para noroeste e a época é
posterior a publicação dos mapas, a variação total deverá ser acrescentada a declinação de
1965.
Logo teremos: 16,31 + 6,31 = 22,62 NW ou 2237’12”NW em Março de 2002.
As cartas poderão ser utilizadas para épocas tanto anteriores como posteriores a 1965, desde
que se leve em conta o sentido da declinação e o da variação anual.
Sabendo-se que:
(PA)V = 4447’12”
 (NW) = 2237’12”
(PA)m = 6724’24”

Fig.: 06

Notas:
1) Para épocas muito remotas é de bom alvitre consultar o Observatório Nacional para obter
dados mais precisos;
2) Temos como referências os mapas do IBGE que em sua legenda fazer referência a
declinação e variação anual para cada região.

3.0 – CARTAS E MAPAS


3.1 - CLASSIFICAÇÃO DE CARTAS E MAPAS
Quanto à natureza da representação: geral, temática e especial.
3.1.1- Geral
São documentos cartográficos elaborados sem um fim específico. A finalidade é
fornecer ao usuário uma base cartográfica com possibilidades de aplicações
generalizadas, de acordo com a precisão geométrica e tolerâncias permitidas pela
escala. Apresentam os acidentes naturais e artificiais e servem, também, de base para
os demais tipos de cartas.
- Cadastral: Até 1:25.000;
- Topográfica: de 1:25.000 até 1:250.000;

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- Geográfica: de 1:1:000.000 e menores (1:2.500.000, 1:5.000.000 até 1:30.000.000).

3.1.1.1 - Cadastral
Representação em escala grande, geralmente planimétrica e com maior nível de
detalhamento, apresentando grande precisão geométrica. Normalmente é utilizada para
representar cidades e regiões metropolitanas, nas quais a densidade de edificações e
arruamento é grande.
As escalas mais usuais na representação cadastral, são: 1:1.000, 1:2.000, 1:5.000,
1:10.000 e 1:15.000.
Mapa de Localidade - Denominação utilizada na Base Territorial dos Censos para
identificar o conjunto de plantas em escala cadastral, que compõe o mapeamento de
uma localidade (região metropolitana, cidade ou vila).
3.1.1.2 - Topográfica
Carta elaborada a partir de levantamentos aerofotogramétrico e geodésico original ou
compilada de outras cartas topográficas em escalas maiores. Inclui os acidentes
naturais e artificiais, em que os elementos planimétricos (sistema viário, obras, etc.) e
altimétricos (relevo através de curvas de nível, pontos colados, etc.) são
geometricamente bem representados.
As aplicações das cartas topográficas variam de acordo com sua escala:
1:25.000 - Representa cartograficamente áreas específicas, com forte densidade
demográfica, fornecendo elementos para o planejamento socioeconômico e bases para
anteprojetos de engenharia. Esse mapeamento, pelas características da escala, está
dirigido para as áreas das regiões metropolitanas e outras que se definem pelo
atendimento a projetos específicos. Cobertura Nacional: 1,01%.
1:50.000 - Retrata cartograficamente zonas densamente povoadas, sendo adequada ao
planejamento socioeconômico e à formulação de anteprojetos de engenharia.
A sua abrangência é nacional, tendo sido cobertos até agora 13,9% do Território
Nacional, concentrando-se principalmente nas regiões Sudeste e Sul do país.
1:100.000 - Objetiva representar as áreas com notável ocupação, priorizadas para os
investimentos governamentais, em todos os níveis de governo- Federal, Estadual e
Municipal.
A sua abrangência é nacional, tendo sido coberto até agora 75,39% do Território
Nacional.
1:250.000 - Subsidia o planejamento regional, além da elaboração de estudos e projetos
que envolvam ou modifiquem o meio ambiente.
A sua abrangência é nacional, tendo sido coberto até o momento 80,72% do Território
Nacional.
Mapa Municipal : Entre os principais produtos cartográficos produzidos pelo IBGE
encontra-se o mapa municipal, que é a representação cartográfica da área de um
município, contendo os limites estabelecidos pela Divisão Político-Administrativa,
acidentes naturais e artificiais, toponímia, rede de coordenadas geográficas e UTM,
etc..
Esta representação é elaborada a partir de bases cartográficas mais recentes e de
documentos cartográficos auxiliares, na escala das referidas bases.
O mapeamento dos municípios brasileiros é para fins de planejamento e gestão
territorial e em especial para dar suporte as atividades de coleta e disseminação de
pesquisas do IBGE.

3.1.1.3 - Geográfica

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Carta em que os detalhes planimétricos e altimétricos são generalizados, os quais
oferecem uma precisão de acordo com a escala de publicação. A representação
planimétrica é feita através de símbolos que ampliam muito os objetos
correspondentes, alguns dos quais muitas vezes têm que ser bastante deslocados.
A representação altimétrica é feita através de curvas de nível, cuja equidistância apenas
dá uma idéia geral do relevo e, em geral, são empregadas cores hipsométricas. São
elaboradas na escala. 1:500.000 e menores, como por exemplo a Carta Internacional do
Mundo ao Milionésimo (CIM).
Mapeamento das Unidades Territoriais : Representa, a partir do mapeamento
topográfico, o espaço territorial brasileiro através de mapas elaborados especificamente
para cada unidade territorial do país.
Produtos gerados:
-Mapas do Brasil (escalas 1:2.500.000,1:5.000.000,1:10.000.000, etc.).
-Mapas Regionais (escalas geográficas diversas).
-Mapas Estaduais (escalas geográficas e topográficas diversas).

3.1.2 - Temática
São as cartas, mapas ou plantas em qualquer escala, destinadas a um tema específico,
necessária às pesquisas socioeconômicas, de recursos naturais e estudos ambientais. A
representação temática, distintamente da geral, exprime conhecimentos particulares
para uso geral.
Com base no mapeamento topográfico ou de unidades territoriais, o mapa temático é
elaborado em especial pelos Departamentos da Diretoria de Geociências do IBGE,
associando elementos relacionados às estruturas territoriais, à geografia, à estatística,
aos recursos naturais e estudos ambientais.
Principais produtos:
- Cartogramas temáticos das áreas social, econômica territorial,etc.
- Cartas do levantamento de recursos naturais (volumes RADAM).
- Mapas da série Brasil 1:5.000.000 (Escolar, Geomorfológico, Vegetação, Unidades
de Relevo, Unidades de Conservação Federais).
- Atlas nacional, regional e estadual.

3.1.3 - Especial
São as cartas, mapas ou plantas para grandes grupos de usuários muito distintos entre
si, e cada um deles, concebido para atender a uma determinada faixa técnica ou
científica. São documentos muito específicos e sumamente técnicos que se destinam à
representação de fatos, dados ou fenômenos típicos, tendo assim, que se cingir
rigidamente aos métodos e objetivos do assunto ou atividade a que está ligado. Por
exemplo: Cartas náuticas, aeronáuticas, para fins militares, mapa magnético,
astronômico, meteorológico e outros.
Náuticas: Representa as profundidades, a natureza do fundo do mar, as curvas
batimétricas, bancos de areia, recifes, faróis, boias, as marés e as correntes de um
determinado mar ou áreas terrestres e marítimas.
Elaboradas de forma sistemática pela Diretoria de Hidrografia e Navegação - DHN, do
Ministério da Marinha. O Sistema Internacional exige para a navegação marítima, seja
de carga ou de passageiros, que se mantenha atualizado o mapeamento do litoral e
hidrovias.

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Aeronáuticas: Representação particularizada dos aspectos cartográficos do terreno, ou
parte dele, destinada a apresentar além de aspectos culturais e hidrográficos,
informações suplementares necessárias à navegação aérea, pilotagem ou ao
planejamento de operações aéreas.
Para fins militares: Em geral, são elaboradas na escala 1:25.000, representando os
acidentes naturais do terreno, indispensáveis ao uso das forças armadas. Pode
representar uma área litorânea características topográficas e náuticas, a fim de que
ofereça a máxima utilidade em operações militares, sobretudo no que se refere a
operações anfíbias.

3.2 - ÍNDICE DE NOMENCLATURA E ARTICULAÇÃO DE FOLHAS


Este índice tem origem nas folhas ao Milionésimo internacional, e se aplica a
denominação de todas as folhas de cartas do mapeamento sistemático (escalas de
1:1.000.000 a 1:25.000).

Figura 7 - O Brasil dividido em fusos de 6º

O Plano Cartográfico Brasileiro, divide as em Geográficas e Topográficas.


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FORMATOS
ESCALAS Latitude () Longitude() W Gr
1/1.000.000 4 6
GEOGRÁFICAS 1/500.000 2 3
1/250.000 1 130’
1/250.000 1 1 30’
1/100.000 30’ 30’
TOPOGRÁFICAS 1/50.000 15’ 15’
1/25.000 7,5’ 7,5’

Exercício:
Determinar o índice de nomenclatura da folha da carta na escala 1/25.000, que contém o
ponto com as seguintes coordenadas
Latitude  = 850’00” S
Longitude  = 3925’00” W Gr

a) Zona = 850’00” = 8,83333 = 2,208...


4 4
(entre 2 e 3 temos a 3 Zona) e temos 1 = A; 2 = B; 3 = C; 4 = D .....
b) N do Fuso = 180 -  = 180 - 3925’00” = 140,58333... = 23,43
6 6 6
(entre 23 e 24 temos o fuso 24)
- O mapa na escala 1/1.000.000 que contém o ponto pesquisado terá a seguinte
nomenclatura: SC24 42 36
onde:
8 SC24
S – hemisfério Sul P
C – Zona
24 - N do Fuso 12

Para a escala 1/500.000 iremos acrescentar V, X, Y ou Z, conforme segue:


42 39 36
8
P
V X
10 SC24V
Y Z
12

Para passar a escala 1/250.000 teremos:

42 4030’ 39


8
P
A B
SC24VB
9
C D
10

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Para passar a escala 1/100.000 teremos:
4030’ 40 3930’ 39
8
I II III
830’ SC24VBVI
IV V P VI
9
Para passar a escala 1/50.000 teremos:

3930’ 3915’ 39


830’
1 2
SC24VBVI3
845’
P 3 4
9

Para passar a escala 1/25.000 teremos:

3930’ 3922’30” 3915


845’
P NO NE

852’30”
SO SE

9

RESPOSTA = SC24VBVI3NO

4.0 ESCALA
Escala é a relação de proporção entre o desenho e o objeto desenhado. Nesta relação de
proporção, diminuímos o tamanho do objeto desenhado, mantendo suas proporções,
utilizando assim uma escala de redução.
Numa régua comum temos uma escala 1:1, quando lemos 1cm na régua esta medida
eqüivale a 1cm na realidade. A esta relação chamamos de verdadeira grandeza(VG).
Com esta régua podemos obter outras relações de escala onde diminuímos o tamanho
do objeto, mantendo suas proporções. Para representarmos um metro na escala 1:5 (um
para cinco), devemos dividir um metro por cinco, o resultado obtido será a medida
equivalente a ser traçada no papel.
- 1:5  15 = 0,20m , então 20cm na régua correspondem a 1,00m na escala 1:5;
- 1:10  110 = 0,10m, então 10cm na régua correspondem a 1,00m na escala 1:10;
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- 1:20  120 = 0,05m, então 5cm na régua correspondem a 1,00m na escala 1:20;
- 1:25  125 = 0,04m, então 4cm na régua correspondem a 1,00m na escala 1:25;
- 1:50  150 = 0,02m, então 2cm na régua correspondem a 1,00m na escala 1:50;
- 1:100 1100=0,01m, então 1cm na régua correspondem a 1,00m na escala 1:100;
- 1:5001500=0,005m, então 0,5cm na régua correspondem a 1,00m na escala 1:500;
E assim sucessivamente para todas as escalas de redução.
Escalímetro: É a régua onde essas relações já vem pré definidas e basta pegarmos a
medida diretamente na escala desejada.
Transformação de Escalas: Para transformar uma escala em outra escala
proporcional, podemos tomar uma determinada escala e multiplicar pelo número de
vezes que desejamos aumentar ou diminuir. Podemos tomar a seguinte regra prática.
Na escala 1:100, 1cm no escalímetro corresponde a 1,00m. podemos empregar a
mesma escala e multiplicar os dois índices por 10, e teremos na escala 1:1000, 1cm =
10m, na escala 1:10.000, 1cm = 100m e assim sucessivamente.

1:1000 Número de vezes da redução

Escala real do objeto

Um objeto na escla 1:1000, foi reduzido em 100 vezes de seu tamanho real.

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