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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE


PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
DIVISÃO DE ENSINO - DEN

Polo: Limoeiro Curso: Tecnologia em Gestão Ambiental

Componente Curricular: Estratégias em Educação Ambiental - EEA

Professora Formadora: Rosa Vasconcelos DATA: 28/11/2023

Tutor a Distância: Carlos Alberto Elias Tutora Presencial: Nívea Maria

Nome da estudante: Suzana Henrique Lopes da Silva Nota:

Atividade Avaliativa – Avaliação Presencial - Sem 6

Diagnóstico
É notório que o mau gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) é um grande
problema no Brasil. De acordo com a Abrelpe (2020), no Brasil são descartados 170 Kg
de material orgânico por pessoa a cada ano. Ainda segundo a Abrelpe (2020), os
resíduos orgânicos constituem a principal parcela dos RSU, representando 45,3% do total
gerado, o que significa pouco mais de 36 milhões de toneladas de resíduos orgânicos.
Esses dados indicam que o reaproveitamento dos resíduos orgânicos não é algo comum
nos lares urbanos brasileiros.

Problema Ambiental
A destinação inadequada dos resíduos orgânicos ocasiona uma série de problemas
ambientais e de saúde pública, como a contaminação do solo e da água, emissões de
Gases do Efeito Estufa (GEE), geração de maus odores e proliferação de vetores de
doenças (BRASIL, 2019). Diante disso, a compostagem é uma técnica simples que
reaproveita os resíduos orgânicos e tem como resultado um adubo natural de uso seguro
no solo.
Devido à falta de espaço, muitas residências urbanas não possuem composteira e a
maior parte da população descarta os resíduos orgânicos de modo inapropriado
(PENTEADO et al., 2015). Visando demonstrar que é possível manter uma pequena
composteira nas residências urbanas, o projeto em tela delineará as etapas para a
elaboração de oficinas de compostagem com os estudantes do ensino fundamental 2 a
partir da construção de composteiras utilizando garrafas PET, que são simples e ocupam
pouco espaço.

O Projeto:

1. Título: Construção de composteiras com garrafas PET: transformando o resíduo


orgânico em adubo.

2. Público-Alvo: Estudantes do 7° ano do ensino fundamental da Escola de


Referencia em Ensino Fundamental e Ensino Médio Francisco de Paula Correia de
Araújo, no município de Camaragibe-PE. Faixa etária: 11 a 14 anos.

3. Objetivos

Objetivo Geral
Contribuir para a formação da consciência ambiental e do senso crítico dos
estudantes do ensino fundamental II por meio da construção de composteiras simples
utilizando garrafas PET.

Objetivos específicos

 Incentivar a separação dos resíduos sólidos na localidade.


 Contribuir para a redução do desperdício de alimentos na escola e na comunidade.
 Mitigar a destinação inadequada dos resíduos orgânicos na localidade.
 Demonstrar de modo prático como os resíduos orgânicos podem ser
reaproveitados.
 Ensinar sobre o processo de decomposição dos resíduos orgânicos por fungos e
bactérias e a absorção dos nutrientes pelas plantas.

JUSTIFICATIVA
A educação ambiental é essencial na formação dos estudantes e deve ser
abordada da forma adequada. A Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999, no Art. 1°, conceitua
a educação ambiental como “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas
para a conservação do meio ambiente”. A Lei supramencionada no Art. 4º, inciso III, versa
que um dos princípios básicos da educação ambiental é “o pluralismo de ideias e
concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade.” Assim, a
educação ambiental no ensino formal deve integrar
várias disciplinas e ensinar os estudantes a aplicarem no
cotidiano o que aprenderam.
Conforme Freire (1996), para ensinar é necessário ter confiança de que a mudança
é possível. Para o autor supracitado, o estudo deve ter o objetivo de interferir
positivamente na realidade, não deve ser algo descomprometido, como se o mundo
estivesse alheio aos estudantes e professores. Esse pensamento é essencial para a
educação ambiental, visto que por meio dela os educandos aprendem sobre a
necessidade de adotarem hábitos que causem menos impactos ao meio ambiente. Nesse
sentido, Gadotti (2009) afirma que a consciência socioambiental é essencial para a
sobrevivência da Terra e a formação dessa consciência depende da educação. Dessa
maneira, é necessário buscar sensibilizar os estudantes acerca dos problemas ambientais
para que eles sejam agentes transformadores do meio em que vivem e se tonem adultos
mais comprometidos com a preservação do meio ambiente.
A confecção de composteiras é capaz de proporcionar aprendizados significativos
aos estudantes. No trabalho realizado por Araújo et al. (2019) foi observado que a
utilização da compostagem como instrumento da Educação Ambiental contribuiu para
sensibilizar os alunos quanto à geração e o tratamento dos resíduos sólidos orgânicos de
forma ambientalmente correta. Conforme Guenther et al. (2020, p. 403):
O acompanhamento da composteira pelos alunos ao longo do tempo permite a
vivência in situ desse processo, atuando assim com um laboratório natural.
Independente da faixa etária trabalhada, é possível retomar os conceitos de
química, física e biologia trabalhados em sala de aula e trabalhá-los na prática
com essa atividade.

Desse modo, a realização de oficinas para a produção de composteiras utilizando


garrafas PET é uma estratégia muito útil para a educação ambiental no ensino formal,
pois além de ser um experimento que permite a inter, multi e transdisciplinaridade,
também ensina conceitos essenciais sobre a preservação do meio ambiente.

RESULTADOS ESPERADOS
Com a execução do projeto é esperado que os estudantes utilizem as composteiras
nas suas residências e assim evitem a destinação inadequada dos resíduos orgânicos e
reduzam o desperdício de alimentos. Outra expectativa é alcançar uma adesão maior à
separação dos resíduos sólidos na escola e na comunidade. Os alunos podem se tornar
agentes transformadores do meio em que vivem e os resultados podem refletir em toda a
comunidade.

METODOLOGIA
Inicialmente será elaborado o material informativo para os estudantes, composto
por slides para apresentação e folders para entregar aos participantes. Haverá uma
apresentação para com slides e vídeos sobre como a composteira será confeccionada.
Os estudantes responderão a um questionário para verificar o conhecimento deles acerca
dos resíduos sólidos e seus impactos ambientais, sobre o desperdício de alimentos e
também sobre o processo de decomposição.
Será solicitado que os estudantes levem para a escola garrafas PET para a
confecção das composteiras. Serão providenciados os outros materiais necessários,
como: tesoura; estilete; faca; brita; resíduos orgânicos vegetais; terra; folhas secas ou
serragem. Em seguida, as oficinas serão realizadas e os estudantes montarão as
composteiras em conjunto com os instrutores e monitores do projeto.

Segundo Guenther et al. (2020), o processo para montar a composteira é:

 Cortar a garrafa ao meio e fazer furos na tampa.


 Emborcar a parte superior e inseri-la na metade inferior.
 A composteira será montada na parte emborcada enquanto que na base será
coletado o chorume.
 Montar o sistema na sequência: brita; terra; resíduos orgânicos; terra; folhas secas.
 Vedar o sistema com uma rede de malha fina, como um tule, mosquiteiro ou meia
fina, e prender com um elástico. Isso irá proteger o sistema e permitir a passagem
do ar.
Durante a montagem da composteira será explicado como ocorre o processo de
decomposição do material orgânico e a influência da temperatura, da umidade e da
qualidade dos resíduos alimentares utilizados nesse processo (GUENTHER et al., 2020).
Após as oficinas, os alunos acompanharão semanalmente a formação do húmus e do
chorume e anotarão o que observarem, pois apresentarão seminários sobre o processo
de compostagem.
Na conclusão do projeto os alunos responderão a um questionário para avaliar a
evolução do conhecimento deles acerca dos assuntos tratados. Em seguida, os
seminários serão apresentados e, por fim, será elaborado o relatório final.
CRONOGRAMA

MESES
ATIVIDADES 1 2 3 4 5 6
Definição das turmas que X
participarão do projeto.
Elaboração do material didático. X
Apresentação do projeto aos X
estudantes.
Avaliação diagnóstica dos X
estudantes.
Adquirir os materiais para as X
oficinas.
Realização das oficinas. X X
Observação do húmus e chorume X X
formado
Avaliação da aprendizagem dos X
estudantes após as oficinas.
Apresentação dos seminários. X
Elaboração do relatório final. X
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRELPE. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2020. São Paulo: 2020. 51p.
Disponível em: https://abrelpe.org.br/panorama-2020/. Acesso em: 28 nov. 2023.

ARAÚJO, Ana Paula da Silva et al. Educação ambiental: o processo de compostagem em


ambientes de ensino básico e superior. In: CONGRESSO SUL-AMERICANO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS E SUSTENTABILIDADE, 2., 2019, Foz do Iguaçu – PR. Disponível
em: https://www.ibeas.org.br/conresol/conresol2019/III-078.pdf. Acesso em: 06 dez. 2023.

BRASIL. Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental,


institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível
em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 26 nov. 2023.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana:


Programa Nacional Lixão Zero [recurso eletrônico] – Brasília, DF: MMA, 2019, 72p.
Disponível em: https://www.gov.br/mma/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-
programas/agendaambientalurbana/lixao-zero. Acesso em: 27 nov. 2023.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa.


São Paulo, SP: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).

GADOTTI, Moacir. Ecopedagogia, Pedagogia da terra, Pedagogia da Sustentabilidade,


Educação Ambiental e Educação para a Cidadania Planetária. Acervo Paulo Freire,
2009, 4 p.

GUENTHER, Mariana et al. Implementação de composteiras e hortas orgânicas em


escolas: sustentabilidade e alimentação saudável. Revista Brasileira de Educação
Ambiental (RevBEA), [S. l.], v. 15, n. 7, p. 391–409, 2020. Disponível em:
https://periodicos.unifesp.br/index.php/revbea/article/view/10637. Acesso em: 6 dez. 2023.

PENTEADO, Maíra Menezes et al. Composteira domiciliar em garrafa PET: influência do


material orgânico no procedimento e na fertilidade do composto. XXXV Congresso
Brasileiro de Ciência do Solo, Natal, 2015, 4p. Disponível em:
https://eventosolos.org.br/cbcs2015/arearestrita/arquivos/1703.pdf. Acesso em: 28 nov.
2023.

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