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Capítulo 1
LAURA
Me forcei a andar mais rápido, tentando decidir mentalmente se
minha situação era tão ridícula como parecia, sem sucesso concluí
que era bem ridícula sim, eu estava indo comprar guloseimas que já
deveriam ter sido compradas, com um dinheiro trocado na mão que
não era meu, após um dia nem um pouco tranquilo no trabalho, e
um pé de sapato com o salto descolado que eu me esforçava para
andar com naturalidade, essas tal guloseimas eram para mim e meu
casal de amigos "vai com a gente Laura, vai ser tão legal", Cassia me
implorou com cara de cachorro molhado, "Quem sabe você conhece
alguém", a verdade é que ela estava com dó de mim, esses é quase
que um sentimento comunitário de todos quando a GRANDE maioria
dos seus amigos começam a "Amadurecer", e você, bem você, não
tem muita sorte nisso.
-Tem certeza que não quer que nós vamos com você La?-disse Cassia
-Tenho sim gente valeu, vai ser super rapidinho lá, vocês já podem ir
encontrar seus amigos e uma mesa, por que eu sei como esse lugar
vai ficar lotado daqui a pouquinho. Eu tinha acabado de vim no
banco de trás do carro, era como se eu fosse filha deles, o que
novamente tornava tudo mais patético.
-Você que sabe, toma aqui um troco é muita gente para vc pagar
sozinha." Mathew me entrega umas notas amassadas, agradeço, e
vou caminhando até uma conveniência na frente do evento. Estava
meio dispersa como sempre, alheia aos pensamentos, entrei na
lojinha, passei pelos corredores mal iluminados e peguei alguns
salgadinhos, sou só eu ou essas lojinhas tem uma cara que acabara
de passar por um apocalipse zumbi? Tudo arrumado mas ao mesmo
tempo não, tudo meio em falta, sem contar que quando você anda
por elas não encontra ninguém mas a fila para pagar é enorme, o
que foi o caso, logo agora que estavam me esperando, na minha
frente tinha uma mulher com duas crianças que choravam
incessantemente por o urso de pelúcia mais feio e caro que já vi na
vida, atrás de mim havia uma menina que falava no telefone
enquanto mascava um chiclete com a boca aberta, estava me tirando
do sério, os atendentes que pareciam ter uns 12 anos, escaneavam
as compras com a agilidade de uma tartaruga, quando estava
finalmente chegando minha vez, um marmanjo de uns 1,85 passou
na minha frente, não, não só passou na minha frente, como
conseguiu me empurrar e pisar no meu pé ao mesmo tempo.
-Tá loco?
-O que? - disse ele com naturalidade
-Você está louco? seu folgado sem educação, vai passar na frente da
sua mãe, quem você pensa que é para sair cortando fila dos outros? -
disse gritando
-Olha aqui sua mulherzinha, eu não cortei fila de ninguém, eu estava
na fila do outro caixa e vim aqui, porque... eu tô me explicando pra
você sua barraqueira, só tô com essas duas latas é rápido.
A raiva tomou conta do meu corpo, como eu tinha ficado sem
xingamentos light para usar disse:
- Tu que causou isso daqui seu energúmeno, você acha que eu não
estou com pressa também!
Enquanto discutíamos a fila aumentou e as pessoas estavam
começando a se agitar, a menina do chiclete de trás de mim disse:
- Eu acho que vocês dois deveriam sair da fila, estão atrasando todo
mundo- umas três pessoas que prestavam atenção concordaram
com ela.
-Eu não saio daqui eu esperei 15 minutos nessa fila- eu disse
-Eu também não saio- disse o gigante
A criança no caixa falou para nós passamos a conta juntos para
agilizar, porque o turno dele já iria acabar. Concordei com a cabeça e
essa foi a primeira vez que olhei para a cara do sujeito, ele tinha
cabelos escuros curtos, pele clara e olhos super azuis, sobrancelhas
grossas a cara mais nojenta que já vi, era bom eu memorizar caso
tenha que o descrever para a polícia, o que era o que queria fazer, o
querido me deu uma cotovelada, para passar a conta primeiro, a
qual e revidei, mas sem sucesso.
-Vocês fazem um belo casal- disse o …
O comentário foi recebido com duas caras feias e um xingamento
murmurado pelo olhos azuis, seguido por ele saindo às pressas da
loja. Paguei minha e entrei na feira cuspindo fogo, meu rosto estava
vermelho de raiva e a mandíbula tensa, o dia estava sendo péssimo,
com isso ainda por cima, não era do meu feitio sair arrumando briga
por aí, mas aquele cara pediu.
Capítulo 2
LAURA
LAURA
Quem esperava, quer dizer, foi um pensamento solto que passou
pela minha mente, mas nem imaginava que aconteceria, na verdade
não estava afim de lidar de lidar com isso então disse revirando os
olhos:
- Para quem estava com tanta pressa você até que teve bastante
tempo para se atrasar, prazer em te conhecer também.
Todos estavam com uma cara de “colocamos nossos filhos para
brincar juntos e eles começaram a terceira guerra mundial”
- E você chegou até que bem rápido com esse sapato descolado. -
disse Jake com um risinho debochado.
Quando ele teve tempo de olhar meus sapatos no meio daquela
confusão eu não sei, e nem queria saber, estava planejando a
desculpa que daria para ir embora antes do evento terminar. Mal-
estar talvez? Não, muito vago.
O evento que estávamos era uma espécie de feira que contava a
história da cidade e como viviam os primeiros moradores, essa parte
contava com uma visita guiada por réplicas das casinhas, e teriam
“shows” de artistas locais mais tarde, se meu dia não estivesse sendo
péssimo eu estaria superanimada, como uma boa amante de história
que sou, mas infelizmente não era o caso.
Seguimos andando para o local da visitação, os quatro amigos e
olhos azuis na frente e eu atrás de deles, a conversa parecia boa, pois
todos riam, mas eu não conseguia focar no que estavam dizendo.
Após longos um minuto e meio de caminhada, estavam na frente do
lugar, onde uma pequena multidão havia se formado, os guias
tentavam organizar as pessoas em grupos de cinco, mas pareciam
que estavam jogando basquete, correndo de um lado para o outro
arremessando coletes coloridos para as pessoas e as colocando
quase que violentamente em carrinhos sem portas.
- Não acredito que vocês estão noivos Cass, MEUS PARABÉNS!
Eu estava começando a pegar um ódio inexplicável daquela caipira,
ela era tão, sei lá tão... Voltei para a realidade quando um colete rosa
choque me atingiu bem no meio do rosto, vi de relance Cass e
Mathew sendo empurrados para um carrinho, vestindo coletes
verdes. Merda.
-Vistam seus coletes por favor. - gritou uma guia
-Acho vai ser nós dois agora sapato descolado. - disse olhos azuis
Sério qual era a dele?
Virei as costas para ele e entrei no carrinho com a faixa rosa na
lateral, onde já estavam dois idosos e uma pré adolescente neta de
algum deles, apenas para olhos azuis chegar e se sentar do meu lado.
-Sabia que é falta de educação deixar os outros falando sozinhos né.
- Me admira você saber alguma coisa sobre educação- respondi sem
olhar para o rosto dele.
- Olha aqui você não me conhece de verdade, muitas pessoas diriam
que eu sou educado, um cavalheiro na verdade...
Não era possível que ele estivesse falando sério, não consegui conter
o riso.
-Qual é a graça? - Foi super cavalheiro da sua parte passar na minha
frente, me empurrar e me dar uma cotovelada naquela fila, sério foi
o máximo, nunca tinha presenciado tanto cavalheirismo.
- A primeira impressão é que fica né, que tal a gente fingir que não se
conheceu?
- A não sei, não hein, foi tão agradável e romântico que acho que
não consigo esquecer- eu disse debochando.
Me virei para olhar sua cara de derrota com todos os meus ataques
geniais, nesse esse movimento brusco me deparei com ele olhando
fixamente para mim, e por uma fração de segundo nossos narizes
quase se encostaram devido o pouco espaço no carrinho, estávamos
muito, mas muito perto um do outro.
-Aqui está um modelo carroça muito usado na época que os
primeiros imigrantes chegaram aqui- falava a guia.
Como alguém podia ter os olhos daquela cor, era um azul escuro,
meio verde, meio cinza, não dava para explicar, os olhos vinham
acompanhados de um sorrisinho convencido.
- Você até que é engraçadinha- disse olhos azuis sem tirar seus olhos
dos meus.
Quebrei esse contato visual que pareceu durar horas, e tentei me
focar no que a guia dizia, apesar de me sentir levemente tonta, o que
foi aquilo?
Capítulo 4
LAURA
Caio da cama. Claro que é apenas um modo de falar que acordei no
pulo, porque estou atrasada, mas do jeito que estou levantando,
com as cobertas emboladas em meu corpo, não duvido nada que vou
estar com a cara no chão, literalmente.
Corro para o banheiro, preciso lavar meu cabelo urgente, com toda
aquela caminhada de ontem meu cabelo está só óleo, e não é nada
bom para a chefe chegar com uma má aparência para entrevistar um
mais que possível contratado, sim mais que possível, o currículo dele
é ótimo e eu estou precisando mesmo de uma ajuda.
Coloco minhas roupas, uma calça e camisa social e um salto, que por
incrível que pareça não está estragado. Pego todas as coisas que
preciso e vou para meu carro, olho o relógio, 8:09, só tenho 6
minutos para chegar no escritório, não acredito nisso.
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Capítulo 5
JAKE
Eu não acredito.
- Bom dia!
Sou recebido com uma voz super profissional, ela realmente vai fingir
que não me conhece?
- Bom dia – respondo no mesmo tom, até porque essa não é minha
vida pessoal, e nem a dela, então por que estou magoado com a
profissionalidade dela?
-Jacob Armstrong?
- Sim, sou eu.
- É um prazer conhecê-lo, sou Laura Rodrigues.
- O prazer é meu - pego os cafés que estão em cima da mesa de
recepção -para você - ofereço a ela - Não sabia o que a senhora
gostava então perguntei para a sua secretária, espero que goste.
Ela olha nos meus olhos e vejo a expressão séria do seu rosto
desaparecer um pouco, e um mínimo sorriso aparecer. Senhor ela é
linda!
- Muito obrigada, estava precisando – sorri mais um pouco – queira
me acompanhar por favor.
- Claro.
Sigo ela até uma porta branca que contém uma plaquinha escrito seu
nome, e entramos em sua sala. É um espaço médio, bem-organizado,
paredes brancas moveis brancos, o que deixa a sala mais clara e dá
uma sensação de paz.
- Sente-se - Sento-me – Bom vou direto ao ponto, o senhor tem um
ótimo currículo. Sei que já foi entrevistado antes por um de meus
funcionários, mas gostaria de conhecê-lo pessoalmente.
- Entendo
- Bom, vamos lá
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Capítulo 6
LAURA
Já se passou 1 semana que Jacob está trabalhando aqui, e esse
tempo está se mostrando bem produtiva. Sou recebida todos os dias
com um copo do meu café preferido e um sorriso gigante no rosto,
que eu aprendi a gostar até demais.
- Bom dia!
Sou recebida por lindos olhos azui... pera não!
- Bom dia! Como está?
- Melhor agora! E você?
Serro meus olhos começando a enrubescer, espero que ele não note.
- Isso só depende de você - parece uma cantada, mas não é.
- Hum claro, que bom que eu nunca decepciono então. - Pisca um
olho para mim, e me entrega um café.
- Nunca me decepciona – sorrio e vou para minha sala – Bom dia
Taylor – cumprimento, minha secretária.
Estou com um sorriso bobo no rosto quando entro, pensei que o
contratar seria uma péssima ideia, mas parece que estava enganada.
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Capítulo 10
LAURA
Depois do nosso quase beijo, vimos que se não focemos para o
parque logo, chegaríamos atrasados.
Demoramos penas 10 minutos para chegar, e estamos à procura do
lugar que combinamos de nos encontrar.
- Laura querida! - Fala Cass quando vê que cheguei
- Oi!
- Cass – cumprimenta Jake quando ela me solta.
- Jake! Jake? - me olha confusa - Vocês vieram juntos?
- Uhum – Falamos em uníssono.
- Por essa eu não esperava. - Mathew se aproxima – Depois da
excursão desastro... Aí. - Para de falar quando recebe uma
cotovelada da namorada.
- Que bom que vieram – Faz cara feia para ele – Vamos andando
enquanto esperamos os outros.
Conversamos por uns 10 minutos quando mais gente chega. E é claro
que a “caipira”, eu sinceramente não lembro seu nome, foi
convidada.
- Jake!! - Quase pula nele, mas abraça o nada quando Jake desvia –
que bom ver você!
- Ju! É bom ver você também.
Ju vem de Julia, Juliana? Não sei.
- Eu trouxe uma amiga para você conhecer!
Imediatamente olho para ela que está olhando para alguém mais
afastada da roda e... Uau ela é linda, eu acho que quero ir embora.
Por que aceitei vir Ein?
- Essa é a Kylie, Kylie esse é Jacob, mas pode chamar ele de Jake.
- Prazer - fala ela tímida.
- Prazer é meu.
Olho para ele querendo ver sua reação, mas ele já está olhando para
mim quando viro meu rosto, e com um sorriso divertido no rosto.
Bufo baixinho e tento fingir que nada aconteceu, mas vai ser difícil.
Capítulo 11
JAKE
Laura está com ciúmes, e ela é a coisa mais fofa quando está brava.
Jantamos todos juntos e quando Kylie e eu trocamos algumas
palavras Lara fingia que estava comendo ou como agora, foi ao
banheiro. Estou ido atrás dela, quando a intercepto no corredor.
- Como vai a minha menina ciumenta?
Ela finge que não me escutou e continua andando. Pego ela pela
cintura e coloco meu nariz entre seu ombro e pescoço.
- Você fica linda assim.
- Sai.
- Não.
- Sim.
- Não.
-Si...
- Você sabia que não falou que eu estava errado quando disse que
estava com ciúmes?
Fica vermelha.
- Não estou!
- Tudo bem, que tal nos irmos embora? Hum? Amanhã temos que
trabalhar, ou você se atrasara de novo.
- Eu não me atra...
Levanto as sobrancelhas.
- Certo, vamos embora! - anda em direção a mesa.
- Não queria ir ao banheiro?
- Fica quieto!
Dou risada enquanto vou atras dela.
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Depois de uma longa viagem em silencio até a sua casa, paro o carro
e desço para abrir sua porta, mas quando vejo ela já está dando a
volta para abrir a porta.
- Princesa? - Pego sua mão antes que ela tenha a chance de fugir -
Está brava comigo?
- Não.
- Então olha para mim. Sim?
Ela olha para meu queixo, rio alto. Quando ela está prestes a se
soltar, puxo ela para mim e encostos nossos lábios em um beijo lento
mais significativo. Sinto-a relaxar espontaneamente, enquanto suas
mãos se prendem ao meu cabelo.
Nos separamos sem folego.
Esse com toda e absoluta certeza, foi o melhor beijo da minha vida!
- Não estava brava comigo?
- Eu nunca disse que estava brava com você - Sorri tímida.
- Eu gosto muito de você sabia? - pergunto a ela.
- Eu também.
Epilogo
LAURA
Estamos em Edimburgo, capital da Escócia, e Jake e eu estamos
visitando vários pontos turísticos da cidade. Estamos namorando já
faz 3 meses, e conseguimos um tempo para viajarmos juntos como
dois amantes da História.
- Aqui é lindo!
- É mesmo – Diz Jake, mas quando me viro ele está olhando para
mim – Muito linda!
Estamos no jardim de mais um palácio, mas esse é simplesmente
maravilhoso! Na nossa frente tem uma fonte onde é possível jogar
moedas e fazer desejos, não acredito nessas coisas, mas não
podemos perder a tradição.
- Uma moeda para um diamante.
Fasso uma careta.
- Não?
- Não - Sorrio achando graça.
Fecho meus olhos e faço um pedido, jogo a moeda. Olho para Jake
que agora está com um joelho apoiado no chão e com uma caixinha
com anéis em sua mão.
Fico sem palavras.
- Princesa, não sou historiador, mas sei encontrar história quando a
vejo, e tenho certeza de que nosso relacionamento é uma. Uma
daquelas que vem para deixar marca e ser lembrada. Uma que não
vai acabar em desastre, provavelmente é claro se você disser sim,
porque estou aqui de joelhos pedindo que seja minha, minha
confidente, amiga, Chefe - Ri – E por último, mas nem um pouco
menos importante, minha namorada. Laura Rodrigues, minha
princesa, milady, quer namorar comigo?
Estou com os olhos cheios de lagrimas.
- Mas nós já namoramos.
- Sim, mas me deixa fazer certo, você merece o mundo, e com toda
e absoluta certeza merece um pedido de namoro incrível que nem
você. Então o que me diz?
Sorrio.
- Sim!
Ele coloca a aliança em meu dedo, e me beija com delicadeza como
se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo. Edo jeito que ele me faz
sentir duvido muito que não seja.
FIM.
AUTORAS