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PERIGOSAS NACIONAIS

Um Bad Boy para


chamar de Meu

College Dreams 1

Suzie Watson

PERIGOSAS ACHERON
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PERIGOSAS NACIONAIS

Um Bad Boy para chamar de Meu -


College Dreams 1

Suzie Watson

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

1ª edição

São Paulo
Edição do autor
2018

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Copyright © 2018 Suzie Watson


Todos os direitos reservados. É proibida a distribuição ou
cópia de qualquer parte desta obra sem permissão escrita da
autora sob pena de ações criminais e civis.

Edição: 1ª
Revisão: Suzie Watson
Capa: Suzie Watson

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Sumário
Nenhuma entrada de sumário foi encontrada.

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Capítulo 1

Ela esperou que todo mundo entrasse na sala


antes de fazer o mesmo e sentou-se na fileira do
canto da parede oposta à porta da sala, na
penúltima carteira, a única que se encontrava vazia.
Era seu primeiro dia de aula na Universidade
e Violet estava ansiosa e também com medo, ela
assumia. Não havia sido uma aluna exemplar na
escola, mas também não havia sido relapsa ou
incompetente, só não era da turma que se destacava
exatamente pelo empenho. Faltava-lhe estímulo
para se dedicar de verdade aos estudos nos últimos
anos de colegial, algo que ela tinha certeza de que
não aconteceria na Universidade, mesmo não tendo
entrado para o curso de seus sonhos, Medicina. No
entanto, ela se conformaria com Ciências

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Biológicas e conseguiria se livrar do domínio de


seus pais que sonhavam que um dia ela desistiria de
uma carreira alternativa ao legado da família e se
tornaria uma grande advogada como eles,
assumindo o escritório e a carteira de clientes
milionários que parecia nunca ter fim.
Para evitar a já conhecida irritação que lhe
tomava sempre que pensava nesse assunto, Violet
abriu a mochila e tirou de dentro um caderno e
estojo com lápis e canetas, pendurando sua mochila
no encosto da cadeira. Foi então que ela o viu, ou
melhor, sentiu. Seu cheiro intenso e cítrico invadiu
suas narinas e tomou conta de seus sentidos. Ela
olhou para a mesa atrás de si e se deparou com duas
mãos inquietas, os dedos longos e tatuados não
paravam de se mexer entre eles em uma dança
descoordenada. Seu olhar seguiu para os braços
cobertos por couro preto e subiu até se deparar com
um rosto marcante e másculo, coberto por uma fina
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camada de barba por fazer, que emoldurava lábios


cheios e convidativos que se curvaram em um
sorriso em sua direção.
Pega em flagrante por tão longa exploração,
Violet corou e finalmente encarou os olhos mais
azuis que ela já tinha visto. Eles tinham um brilho
matreiro e também perigoso. Na verdade, tudo
naquela figura gritava "PERIGO, MANTENHA
DISTÂNCIA", mas Violet não teve tempo para
refletir por que seus instintos lhe diziam isso, pois o
professor da primeira aula chegou, tomando a
atenção dos alunos e ela virou-se para frente a fim
de acompanhar a aula. O que não foi nada fácil,
pois durante todo o tempo sentiu suas costas
queimando com a sensação de estar sendo
observada.

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O sinal do término da aula soou enquanto


Violet fazia as últimas anotações em seu caderno e
ela mal registrou a saída de seus colegas de classe.
Quando finalizou e conseguiu reunir suas coisas, a
maioria já havia seguido para a próxima aula,
inclusive o rapaz misterioso que esteve sentado
atrás dela.
Abriu o caderno e observou o cronograma de
aulas, conferindo onde deveria ir, seguindo para a
próxima sala. Ela ainda estava um pouco
desorientada em relação à distribuição de salas,
mas pelo menos no primeiro dia as aulas eram
todas no mesmo prédio e ela teria tempo de conferir
onde seriam as aulas da semana após o término das
aulas daquele dia. Também queria descobrir onde
ficava a biblioteca e laboratórios que poderia
utilizar para estudos.
Ao chegar à porta da sala e observar a
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disposição de cadeiras, viu seu colega sentado no


mesmo lugar que na sala anterior e curiosamente, a
carteira à frente dele estava vazia de novo. Sentindo
o sangue correr mais rápido em suas veias, Violet
se encaminhou para a carteira vazia e se acomodou
sem lançar um olhar na direção dele, mas podia
jurar ter ouvido o som de um único riso baixo atrás
de si.
E mais uma vez, durante toda a aula ela se
sentiu alvo de observação e por mais estranho que
fosse, ela não se sentiu desconfortável com isso.
Estava na verdade, curiosa. Muito curiosa.

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Capítulo 2

Quando as aulas do primeiro dia enfim


terminaram, Violet se sentia exausta e com dor de
cabeça. Era muita informação para assimilar de
uma vez, mas ela descobriu que poderia gravar as
aulas para ouvir depois, o que facilitaria seus
estudos. Também conversou com uma garota
chamada Haley, com quem passou o período de
intervalo, e que parecia saber tudo sobre as pessoas
de sua turma. Inclusive sobre Christian, o rapaz
tatuado e misterioso da carteira atrás da sua, que
desapareceu após a segunda aula.
Segundo Haley, ele era filho de um militar
que havia sido transferido para a base existente
naquela cidade no ano anterior e desde então era
alvo de curiosidade e rumores. Violet teve
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dificuldade em aceitar que aquele rapaz com pinta


de rebelde fosse filho de militar, mas não fez
perguntas a respeito, o que não impediu sua nova
amiga de lhe dar informações sobre ele.
Haley também lhe disse que as pessoas
tinham medo dele devido aos boatos que se ouviam
a seu respeito (supostamente ele já havia sido preso
e gostava de brincar com facas que usava para ferir
aqueles que decidiam se meter com ele quando ia a
algum bar noturno) e por isso se sentavam distantes
e que ela tinha sido “a corajosa” por sentar-se perto
dele. Esse comentário a fez rir de leve e ela apontou
que nas duas primeiras aulas, aquela carteira à
frente dele era a única vazia. Haley concordou um
pouco sem graça por não ter notado o óbvio e
perguntou à Violet se ela queria que no dia seguinte
uma carteira perto dela fosse "guardada". Violet
considerou a oferta, mas algo a impediu de aceitar.
A verdade era que ela não queria sentar
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longe dele, estava curiosa sobre ele e o magnetismo


que havia em torno de sua figura, mas sentiu que
não podia dizer isso à sua nova amiga, ela
provavelmente não entenderia, já que nem a própria
Violet entendia, então lhe agradeceu e dispensou a
generosidade da jovem alegando que não tinha
medo de Christian e que gostava da localização de
sua carteira. Ela sabia que era uma desculpa fraca,
mas Haley não questionou seus motivos e ela pôde
respirar tranquilamente.
Depois de se despedirem, Violet foi até à
biblioteca procurar alguns livros indicados por seus
professores. O local estava praticamente vazio, o
que lhe deu alívio, ela gostava de tranquilidade para
estudar. A bibliotecária era uma senhora simpática
que lhe indicou a sessão onde os principais livros
usados em seu curso ficavam e a deixou à vontade
para explorar as estantes. Violet não teve
dificuldades em encontrar o que queria, porém um
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dos livros estava fora de seu alcance, na prateleira


mais alta. Violet mais uma vez amaldiçoou ter uma
estatura abaixo da média. Espiou pelo corredor e
não avistou a bibliotecária em seu lugar, então
voltou ao corredor e ergueu o corpo na ponta dos
pés, esticando o braço na direção do livro, seus
dedos encostando na lombada, mas em vão, pois
ele não se moveu nem um centímetro.
De repente seus sentidos foram tomados por
aquela fragrância singular e ela sentiu a presença
dele atrás de si. Pousando uma mão em suas costas,
facilitando que voltasse a apoiar os pés no chão, ele
esticou o outro braço na direção do livro, retirando-
o facilmente do lugar. Violet sentiu seu rosto corar
ao olhar para ele, que exibia aquele leve curvar de
lábios e um olhar intenso, como se ela fosse algo
exótico de se observar. Esse pensamento a irritou,
então engoliu em seco, pegou o livro que ele
oferecia e saiu do corredor após agradecer.
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Antes de se virar em direção ao balcão,


ouviu sua voz forte emitir em um tom baixo: "não
por isso".

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Capítulo 3

Durante os dias seguintes, essa dinâmica


prosseguiu quase da mesma forma. Violet sentava à
frente de Christian em todas as aulas a que ele
comparecia e nas que ele não estava presente,
Haley se juntava a ela e também lanchavam juntas
durante o intervalo. Violet percebeu que apesar de
Haley ser uma pessoa simpática e bem informada,
ela não era exatamente popular. Poucas pessoas
conversavam com ela ou a cumprimentavam e
Violet sentiu ainda mais empatia pela nova amiga,
pois assim como ela, parecia ter dificuldade em
fazer amigos.
A única mudança no panorama de sua rotina
foi que em suas incursões pela biblioteca, Christian
não se aproximou novamente, embora a observasse
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de longe. Ele sempre se sentava à mesma mesa no


fundo e em um ângulo que lhe permitia ver todas as
outras mesas, dificultando que Violet escapasse de
seu escrutínio. Ela se recusava a sentar de frente
para ele, então sentia seu olhar intenso queimar-lhe
as costas.
Violet não entendia o motivo de ele dedicar
tanta atenção a olhá-la e menos ainda seu fascínio
por ele manter essa atitude desde o primeiro dia de
aula. Mas não podia negar que a figura taciturna,
até mesmo sombria, lhe causava uma atração cada
vez maior. Era mais do que curiosidade,
principalmente depois que Haley começou a lhe
contar um rumor ou outro sobre ele. Ela se pegava
durante o dia em diversos momentos relembrando a
maneira como ele mexia os dedos inquietos, a
forma como a jaqueta de couro preto lhe caía
perfeitamente nos ombros largos, o jeans rasgado
que lhe caía despretensiosamente sobre os quadris e
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até mesmo os coturnos repletos de tachinhas, que


completavam aquele visual peculiar. Mas não eram
suas vestimentas que lhe atribuíam o ar de perigo
que o rondava. Era o brilho predatório de seus
olhos azuis que causavam o afastamento na maioria
das pessoas, enquanto em Violet, provocavam um
magnetismo contra o qual ela lutava arduamente,
mas permitia-se leves e breves vislumbres de seu
rosto, pois não queria que ele pensasse que ela
estava obcecada por ele, como ele parecia obcecado
por ela.
À noite, a figura de Christian também a
assombrava, mas agora em seus sonhos. Desses, ela
tinha vergonha de recordar, pois sempre continham
um teor erótico que a faziam acordar agitada, o
corpo contorcendo-se em agonia. Não compreendia
suas reações a ele, mal haviam trocado duas
palavras! O fato era que não namorava há tempos e
essas sensações provavelmente eram devido à
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carência, ainda mais considerando que ela se


mudou de cidade e estava distante de tudo que
conhecia.
Quando optou por não seguir os passos de
seus pais, Violet decidiu também que o melhor
seria se afastar do ambiente em que vivia, assim
como das pessoas que a rodeavam, então escolheu
uma Universidade o mais distante possível para
fugir dos olhares de reprovação de seus pais. Eles
continuariam sustentando-a, claro, isso não estava
em jogo, afinal eles eram pessoas da lei e jamais
fariam algo que não achassem correto. Disso,
Violet não podia reclamar, seus pais eram as
pessoas mais honestas e incorruptíveis que
conhecia. Porém, o que lhes sobrava em dignidade,
faltava em carinho e amor com a filha. Por isso ela
não sentia que estava deixando nada para trás ao ir
embora e cada quilômetro de distância percorrido,
aumentava o alívio dentro de si e a sensação de que
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estava se libertando.
Agora ela tinha a oportunidade de ser ela
mesma e descobrir o que realmente a faria feliz.
Isso incluía sexo, claro, algo de que ela gostava
bastante. Não era uma grande conhecedora da arte,
só tivera um homem em sua vida, mas também não
era uma puritana. Aaron a ensinou os primeiros
passos para obter prazer sozinha e a dois e no
tempo em que estiveram juntos, toda oportunidade
em que se viam a sós era uma chance para
praticarem uma encoxada, uma passada de mão,
sexo oral e claro, algumas posições que pudesse
trazer prazer a ambos durante a penetração em si.
Violet sentia falta de sexo mais do que sentia
falta de Aaron, embora tivesse muito carinho por
ele, mas ele era filho do melhor amigo de seu pai e
se ela queria distanciar-se daquele mundo, teria que
ficar longe dele também.
A questão é que ela não queria se arriscar a
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sair com qualquer um, ainda não conhecia aquela


cidade e as pessoas que viviam nela, então teria que
se virar sozinha até se ajustar àquela sociedade e
encontrar alguém compatível. Alguém que também
a ajudasse a tirar Christian de seu sistema.

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Capítulo 4

Duas semanas se passaram e Violet sentia-se


frustrada de todas as maneiras que podia imaginar.
Não conseguia se concentrar nas aulas, estava com
trabalhos atrasados, a perda de sono e apetite já a
deixavam com olheiras que ela não conseguia
esconder com maquiagem e não dera sorte em
encontrar alguém com quem pudesse sair e
extravasar um pouco da libido que a dominava. E
continuava sonhando com Christian, que
continuava caçando-a com os olhos sempre que
estavam no mesmo ambiente. Em resumo, ela
estava à beira de um colapso por causa daquele
garoto misterioso e atraente, que claramente
significava dor de cabeça. Para deixar seu humor
ainda mais nebuloso, havia chovido a semana toda,
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o que a deixou confinada à Universidade e a seu


apartamento, locais onde não podia fugir de si
mesma e de sua confusão.
Na sexta à tarde caiu um temporal na cidade
e Violet se viu presa na biblioteca após o término
das aulas. Ela tinha planejado fazer compras e
sondar o que havia para se fazer na cidade durante
o fim de semana, mas a chuva torrencial levou seus
planos pelo ralo junto com a água que caía
ininterruptamente desde as dez da manhã. Por um
instante se arrependeu por ainda não ter tirado sua
habilitação para dirigir, um carro facilitaria muito
sua vida, mas teimosa, ela recusou o presente de
seus pais quando completou dezesseis anos,
preferindo passar um fim de semana em um parque
temático em Londres. Eles lhe deram o que queria e
nunca mais tocaram no assunto do carro.
"Estúpida!", acusou a si própria.
Havia poucas pessoas na biblioteca aquele
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dia, a maioria dos alunos já havia partido para


curtir o fim de semana e quando o relógio marcou
dezessete horas, Violet decidiu que já tinha tido o
suficiente de estudos por um dia. Pegou suas
coisas, deixou os livros que estivera lendo no
carrinho e despediu-se de Frannie, a bibliotecária, e
seguiu até o corredor onde ficava seu armário,
guardando o material, não ia arriscar molhar tudo e
perder o trabalho de uma semana, então no fim de
semana teria que estudar com o que encontrasse na
internet mesmo.
Decidida a encarar a chuva até o prédio onde
morava, seguiu até à porta e a abriu, sentindo o
vento frio e úmido fustigar seu rosto. Parou debaixo
da marquise e observou a água que caía sem
piedade, formando correntezas pela rua, o que
facilmente levaria alguém a cair e soltou um
suspiro desanimado. Com certeza perderia os tênis
que usava, eles não sobreviveriam ao estrago da
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chuva, mas era algo pequeno comparado à


pneumonia que certamente adquiriria por se expor a
um tempo daqueles.
Violet ria de si mesma e sua tendência
melodramática quando a porta atrás de si foi aberta
e alguém parou a seu lado. Ela sentiu antes de ver,
que se tratava de Christian e sua respiração falhou
para acelerar um pouco em seguida. Engoliu em
seco e continuou olhando a chuva, mas seu corpo
tinha plena consciência da figura imponente a seu
lado.
— Quer uma carona? — A voz aveludada e
baixa pareceu como uma carícia em seus ouvidos e
ela não conseguiu se impedir de olhá-lo, surpresa
não apenas pela oferta, mas pela forma como
apenas com palavras ele a afetava.
— Não é necessário, obrigada. — Obrigou-
se a responder, mas sentiu-se presa no lugar por
aqueles olhos azuis e intensos.
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Christian lhe deu aquele sorriso que mexia


com seu sistema inteiro, inclinou a cabeça e seguiu
pela chuva, usando o capuz do casaco preto para
tentar proteger a cabeça.
Frustrada, Violet sentiu uma espécie de vazio
atingi-la com a ausência repentina dele. Por algum
motivo desconhecido, sentiu vontade de chorar,
mas se conteve, ela nunca havia sido sentimental,
não entendia essa moleza agora. Será que estava
com os hormônios desregulados? Talvez fosse o
momento de procurar auxílio médico para ver se
estava tudo bem com seu organismo.
Estava tão perdida em seus pensamentos e
confusão que só percebeu a caminhonete preta
parada à sua frente, quando ouviu a buzina.
Christian estava na direção e indicava com a cabeça
que ela entrasse. Olhou para os lados, indecisa se
aceitava ou não e voltou a olhar para ele, que havia
baixado um pouco o vidro do lado do passageiro de
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maneira que ela o enxergava claramente. O olhar


fixo e intenso estava lá, atraindo-a com uma força
que ela não conseguiu nem quis mais resistir.
Em poucos passos chegou ao carro e entrou,
sentindo imediatamente o calor ultrapassar as
camadas de roupas que agora estavam encharcadas.
Tentando controlar a respiração, olhou para
Christian que a observava com um sorriso
presunçoso. Ele colocou o carro em movimento e
dirigiu devagar até alcançar a rua principal. A
chuva intensa não permitia que eles tivessem uma
boa visibilidade, mas aparentemente não havia
muitos carros nas ruas, facilitando o trajeto.
Christian não perguntou onde ela morava e Violet
deduziu que de algum modo ele sabia onde ficava o
prédio antigo onde ela ocupava um dos
apartamentos.
Subitamente ele colocou a mão direita sobre
as suas, que estavam unidas em seu colo, os dedos
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tremendo incontrolavelmente. Violet paralisou ao


sentir o toque quente de sua mão e ergueu o olhar
para encontrar o dele. Seus olhos pareciam tão
quentes quanto sua mão e ela sentiu esse calor se
espalhar em seu corpo também e o mover lento de
seus lábios formando um sorriso foi a última coisa
que ela viu antes do mundo virar de ponta cabeça.

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Capítulo 5

Violet abriu os olhos devagar, sua visão um


pouco turva dificultando ver onde estava. Tentou se
virar, mas o corpo todo protestou e ela não reprimiu
o gemido de dor que escapou por seus lábios.
— Ei, vá com calma. — Ouviu a voz de
Christian e logo ele entrou em seu campo de visão
ainda desfocado, um tipo de névoa ao redor de sua
figura.
Sentiu as mãos dele em seus ombros,
acomodando-a na cama e relaxou sob seu toque.
Piscou por algum tempo e sua visão foi retornando
ao foco até ela ser capaz de enxergar Christian com
nitidez. Ele sentou-se a seu lado e acariciou seus
cabelos com delicadeza. Violet imaginou por um
segundo que estava em mais um de seus sonhos
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com ele, mas a dor que sentiu quando ele tocou em


um determinado lugar de sua cabeça só podia ser
real. Assustada, ela recuou de seu toque até sentir a
parede fria atrás de si.
— Tudo bem, tá tudo bem agora, você está
segura. — Christian ergueu as mãos e usou um tom
de voz suave, mostrando que não representava
perigo.
Violet ergueu o corpo lentamente, usando a
parede como apoio e olhou para além dele.
Estavam em um quarto tipicamente masculino, as
paredes cobertas por troféus, bandeiras de times de
futebol e pôsteres de bandas de rock, em uma
decoração nada combinativa. Uma verdadeira
bagunça de cores e temas.
— Onde... Onde estou? — Violet encontrou
a voz para perguntar.
— Essa é a casa dos meus pais — Christian
respondeu, levantando-se da cama e enfiando as
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mãos nos bolsos da calça de moletom. — Nós


sofremos um acidente anteontem, o carro derrapou
e bateu em uma árvore. — Violet arquejou
surpresa. — Você bateu a cabeça e desmaiou, nós
fomos levados ao hospital perto do campus e após
alguns exames e um período de observação,
tivemos alta, já que não sofremos nada grave e eu
achei melhor te trazer para cá. Não quis te deixar
sozinha. — Seu tom de voz demonstrava
preocupação e Violet se comoveu um pouco pela
gentileza dele. — Você precisava de repouso
absoluto, os médicos recomendaram que você
dormisse o tempo que necessitasse, então cá
estamos.
Violet tentou absorver o que ele acabara de
lhe contar e se lembrar de tudo isso. Em sua mente
apenas flashes desconexos: chuva, o som de metal
rangendo, luzes piscando e a voz reconfortante dele
lhe dizendo que tudo ia ficar bem. Sentiu o rosto
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esquentando ao se dar conta de que a presença dele,


que tanto afugentava as demais pessoas, lhe
transmitia confiança, o que era incompreensível já
que mal se conheciam.
De repente, as forças de seu corpo pareceram
lhe abandonar e ela deslizou na cama até se ver
deitada novamente.
— Se nós dois sofremos com o acidente, por
que eu estou sem forças e toda dolorida enquanto
você está aí, inteiro e de pé? — Surpreendeu-se
com a própria ousadia, mas foi recompensada com
o riso dele, que era singular, um único som emitido
por seus lábios.
— Eu consigo fingir bem, estou acostumado
— respondeu e voltou a se sentar perto dela, na
cama. Violet achou seu comentário intrigante, mas
decidiu não questionar. — Você quer alguma
coisa? Talvez comer? Beber?
— Tenho sede — respondeu ao sentir a
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garganta seca e arranhando.


Christian esticou o braço e pegou um copo
com canudo de cima do criado-mudo, só então
Violet viu uma bandeja com diversos recipientes ali
em cima. Ela se encostou à cabeceira da cama,
ajeitando o travesseiro atrás de si e aceitou que ele
segurasse o copo enquanto ela sorvia o líquido
refrescante.
— Obrigada — Violet sussurrou, recebendo
um olhar surpreso de Christian.
— Não por isso — ele respondeu, parecendo
um pouco constrangido.
Christian levantou-se e sem dizer mais nada,
saiu do quarto deixando-a sozinha para tentar
entender tudo o que havia acontecido.

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Capítulo 6

Quando Violet acordou novamente, sentia-se


bem melhor, seus músculos já não reclamaram
tanto ao movimentá-los e a visão estava normal.
Sentou-se devagar e olhou para seu próprio corpo:
usava uma camiseta da Universidade em que
estudava que ficava imensa nela e ao erguê-la, viu
que vestia uma cueca preta do tipo boxer. Entrou
em pânico por um momento ao pensar que
Christian havia trocado suas roupas, mas tentou
afastar a ideia de sua mente, ele havia cuidado dela,
afinal de contas.
Experimentou ficar em pé e se sentiu
confiante o suficiente para dar alguns passos pelo
quarto, que parecia ter quase o dobro do tamanho
do apartamento em que ela morava atualmente.
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Seguiu para a porta que ficava oposta à que vira


Christian sair e se deparou com um banheiro
espaçoso e muito limpo, como se não fosse
utilizado diariamente. No balcão da pia viu uma
escova e pasta de dentes, ambos ainda na
embalagem. Após esvaziar a bexiga, abriu-os e
escovou os dentes, aliviando o sabor amargo que
predominava em seu paladar.
Ao voltar ao quarto, viu a porta sendo aberta
e Christian entrando com uma bandeja nas mãos.
Seu olhar surpreso demorou-se um pouco mais que
o normal nas pernas expostas de Violet, que foi
atingida por uma onda de timidez que a levou a se
refugiar embaixo das cobertas novamente.
— Vejo que você está melhor hoje —
Christian comentou com voz suave.
— Estou sim, obrigada. Acho que já consigo
ir para casa ― disse e recebeu um olhar surpreso de
Christian.
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― Lamento desapontá-la quanto a isso, mas


estamos presos aqui. ― Christian deixou a bandeja
em cima do criado-mudo e por um instante o cheiro
de café distraiu Violet, mas quando a informação
que ele lhe deu chegou ao seu cérebro, ela se voltou
rapidamente em sua direção.
― Como assim, estamos presos aqui? Eu
preciso ir para casa, tenho coisas a fazer, trabalhos
para entregar na Universidade... ― Violet sentiu o
descontrole se infiltrar em seu íntimo, a respiração
acelerando gradativamente.
― Calma, Violet. ― Seu nome saindo dos
lábios dele lhe soou tão bonito, que mais uma vez
ela se perguntou se não estava presa dentro de um
sonho com ele. ― Presta atenção em mim ― ele
pediu com gentileza e Violet tentou se concentrar.
― A chuva continua caindo e com força, isso fez
com que a cidade fosse alagada. Todas as aulas
foram suspensas até segunda ordem, então você
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não tem que se preocupar com os trabalhos. ―


Christian sorriu de um jeito irônico, mas Violet não
conseguiu ficar com raiva dele por isso. ―
Infelizmente, meu carro está na oficina, então
estamos mesmo sem ter como sair daqui no
momento.
Violet pensou na situação, mas não
conseguiu chegar a nenhuma conclusão, ainda se
sentia confusa com tudo o que houve.
― E seus pais? Onde eles estão? ―
perguntou com receio de incomodar a família dele,
afinal de contas, eram praticamente estranhos,
embora estudassem na mesma Universidade.
― Meu pai teve que viajar a trabalho e
minha mãe foi com ele. Estamos sozinhos aqui.
Violet engoliu em seco e sentiu algo em seu
âmago contrair ao receber a notícia de que estava
sozinha em uma casa com o homem que vinha
perturbando seu sono. No momento não conseguia
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decidir se essa era uma boa ou uma má notícia.

Christian insistiu para que Violet se


alimentasse e para não causar mais transtornos,
acabou cedendo. Ela se sentia sem fome alguma e
tinha medo de acabar regurgitando devido ao frio
que sentia em seu estômago com a proximidade
dele, já que ela ainda estava na cama e ele sentado
a seu lado. A situação toda era muito estranha,
principalmente porque ele agia com naturalidade,
como se eles fossem conhecidos de longa data.
Depois de comer um pouco da sopa que ele
lhe trouxe, Violet insistiu que precisava se levantar
um pouco e andar, pois não aguentava mais ficar
deitada. Christian resistiu no começo, mas acabou
cedendo à vontade dela e a levou para um tour na

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casa. Ao saírem no corredor, ele apenas apontou


para as portas dos quartos, indicando o de seus pais
e o seu próprio, guiando-a para o outro lado, com
um toque na região baixa de sua coluna.
Violet se deixou guiar até que chegaram à
sala, então pediu para sentar-se um pouco. Apesar
de se sentir bem o bastante, suas pernas pareciam
mais pesadas que o normal e o esforço da breve
caminhada cobrou seu preço, então se encostou ao
sofá. Christian a deixou sozinha por um momento e
retornou com um travesseiro e um cobertor.
― Que tal se a gente assistir um filme? ―
ele perguntou, pegando-a de surpresa, que deve ter
sido evidente em seu rosto, já que ele sorriu e
continuou: ― Não temos muita opção do que fazer
para nos distrair enquanto estamos aqui.
Violet concordou e após escolherem um
filme qualquer, sentaram-se lado a lado no sofá,
com Violet enrolada no cobertor que lhe transmitia
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um calor aconchegante e aos poucos ela foi caindo


no sono, encostando a cabeça no ombro de
Christian, que se acomodou para poder passar seu
braço pelos ombros dela.
Se Violet estivesse acordada, teria percebido
o tremor que o tomou quando ele tocou a pele de
seu braço ou teria visto quando ele aproximou o
rosto de seus cabelos e inspirou seu cheiro,
relaxando o corpo em seguida.

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Capítulo 7

Quando acordou do cochilo, Violet estava


apoiada sobre o corpo de Christian, que havia
deitado no sofá e a envolvia com seus braços. Ele
estava de olhos fechados, o semblante relaxado e
parecia muito, muito jovem. Ela se manteve quieta,
apenas observando o ritmo regular de sua
respiração até que ele se moveu um pouco e de
repente abriu os olhos, encarando-a com aqueles
imensos olhos azuis que a fascinavam.
Violet não soube como aconteceu, mas
quando se deu conta, estava sendo devorada por
aqueles lábios que a beijavam com fervor. Christian
deslizou as mãos por suas costas até apertar suas
nádegas com firmeza, pressionando seu corpo
contra o dele e ela sentiu o volume de sua ereção
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sob a calça de moletom que ele usava. Ele ajustou


seu quadril, de maneira que cada perna dela ficou
de um lado e ergueu o tronco, virando-se para ficar
sentado, com ela em seu colo. Suas mãos
deslizaram por baixo da camiseta que ela usava e
deixaram um rastro de fogo onde tocaram a pele de
Violet, fazendo-a arquejar de desejo.
Christian continuou beijando-a com
intensidade, parecia alguém que havia encontrado
uma fonte de água após andar por dias no deserto e
agora tentava sorver o máximo que podia dela.
Retirou a camiseta dela e seus lábios se ocuparam
em saborear a pele de seu pescoço, enquanto suas
mãos passearam de suas costas para seus seios, que
não eram volumosos, mas firmes e cabiam
perfeitamente nas mãos dele que a estimularam até
que as contrações em seu ventre a levaram a
impulsionar o quadril contra o volume entre as
pernas dele, provocando um atrito que a deixou
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quente e úmida.
Violet também queria tocá-lo, então tirou a
camiseta que ele vestia, deixando seu tronco
perfeito à mostra. Ele tinha um corpo esguio,
definido e assim como seus braços, exibia diversas
tatuagens no peitoral. Por algum motivo, isso a
excitou mais ainda, embora ela jamais tivesse
sentido atração por tatuados antes.
As bocas de ambos voltaram a se encontrar e
um duelo entre as línguas foi travado até Violet
sentir-se sem ar e afastar-se para respirar
adequadamente. Christian aproveitou e deslizou a
boca por seu pescoço e desceu até encontrar os
seios que se arrepiaram com o toque experiente de
sua língua.
Violet debateu-se internamente com a ideia
de chegarem até o final ou parar enquanto ainda
dava tempo, o fato de que mal se conheciam mais
uma vez martelando em sua mente. Christian
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pareceu perceber sua tensão, pois suas mãos


seguiram por seu tronco até chegarem a seu rosto,
envolvendo-o com seus longos dedos, os polegares
deslizando em círculos sobre sua mandíbula.
Viu-se presa novamente por aqueles olhos
lindos que brilhavam, as pupilas dilatadas pelo
desejo que ele não escondia dela. Tudo nele
exalava a excitação que sentia por ela e isso a
envaideceu.
― Isso é loucura ― sussurrou quando ele
aproximou o rosto do seu, com a clara intenção de
beijá-la novamente.
― Você que me deixa maluco! ― ele
declarou com tanta sinceridade, que Violet se
rendeu e acabou com o espaço que havia entre suas
bocas.
Com o desejo renovado, ela se entregou ao
toque firme dele que explorou seu corpo com mãos,
lábios e língua. Christian a deitou no sofá e
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lentamente retirou a cueca que ela usava,


contemplando a beleza de seu corpo por um
instante que pareceu a Violet uma eternidade. Suas
pernas se fecharam em busca de algum atrito que
lhe trouxesse o alívio que ela buscava e isso o fez
sorrir, aquele leve curvar de lábios que a
enlouquecia.
Delicadamente ele afastou suas pernas e
aproximou o rosto de sua intimidade, soprando um
jato de ar quente contra seu clitóris, fazendo com
que uma corrente elétrica disparasse por todo seu
corpo a partir daquele ponto. Christian deslizou a
língua por sua fenda em um único movimento de
baixo a cima, que a fez arquear o quadril. Ele
repetiu o movimento uma segunda vez, mas agora
deslizando seu polegar em sua entrada, aumentando
sua excitação. Lentamente ele explorou a região,
beijando sua boceta com a mesma perícia que
beijou sua boca, movimentando lábios, língua e o
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polegar, até que Violet se viu arrebatada pelo


orgasmo mais intenso que já havia experimentado.
Quando seus olhos entraram em foco, viu
Christian sugando o polegar e lambendo os lábios
com uma expressão satisfeita. Ele retirou a calça
que usava e pairou o corpo sobre o seu até encostar
o pau em sua genitália, fazendo-a gemer com o
contato.
― Camisinha... ― Violet pediu entre
gemidos.
Christian parou de se movimentar contra ela
e a beijou antes de se levantar e sair em disparada
pelo corredor, permitindo que ela visse seu corpo
másculo por outro ângulo e concluindo que
realmente ele era perfeito. Violet não teve tempo
nem de mudar de posição antes que ele retornasse e
lançasse a seu corpo um novo olhar de apreciação.
Sem pudor algum ele rasgou o pacote com os
dentes e vestiu seu membro com o preservativo sob
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o olhar atento de Violet, que se acomodou para


recebê-lo. Seu canal ainda estava úmido e permitiu
que ele deslizasse facilmente para dentro dela até
determinado ponto, preenchendo-a com sua rigidez
e calor. Christian não forçou a penetração,
permitindo que ela se adaptasse a seu pau rígido
antes de iniciar os movimentos contra seu quadril,
indo cada vez mais fundo até que ela foi capaz de
acomodá-lo por inteiro, só então ele aumentou a
velocidade de suas investidas, o som do choque de
seus corpos se misturando ao som das respirações
entrecortadas por gemidos de ambos.
Christian retirou o pau de dentro dela e
segurou suas mãos para ajudá-la a se sentar, em
seguida guiou-a para que ficasse de joelhos e
apoiasse os braços no encosto do sofá. Nessa
posição, ele aproximou-se por trás e a penetrou
enquanto beijava sua nuca e apertava seus seios
com força, usando-os como ponto de apoio para
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puxar o corpo dela de encontro ao seu,


aprofundando o contado entre suas carnes.
Quando o orgasmo se aproximou, Christian
desceu uma mão até o clitóris de Violet e o
estimulou enquanto estocava rapidamente, mas sem
retirar totalmente o pau de dentro dela. Violet
sentiu quando o membro dele começou a inchar e
contraiu seu canal em torno da carne rígida, que
parecia queimar contra as paredes de sua boceta,
tamanho o calor que emanava.
Juntos, eles mergulharam de cabeça no
abismo do orgasmo, sentindo o tremor do corpo do
outro refletir no seu próprio e exausta, Violet se
deixou cair no encosto do sofá, sentindo o peso do
corpo de Christian em suas costas, a respiração dele
fazendo cócegas em seu pescoço.

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Capítulo 8

Nos dias que se seguiram, Violet ficou cada


vez mais forte e já não dormia durante o dia, apenas
à noite nos braços de Christian, pois passara a
dormir no quarto dele desde o dia em que cederam
à forte atração que sentiam um pelo outro, algo que
ela ainda não conseguia compreender, mas que já
não importava muito, o que interessava era que ele
sentia o mesmo e isso bastava.
Ela e Christian se tornaram grandes
cúmplices, além de fazerem sexo em todos os
cômodos da casa, exceto no quarto dos pais dele,
pois Violet não se sentia confortável com a ideia.
Eles conversavam sobre tudo e sobre nada e
trocaram confidências a respeito de si próprios,
descobrindo que tinham muito mais em comum do
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que pensaram a princípio.


Da mesma forma como ela era pressionada a
seguir uma carreira que não lhe agradava e tentara
se livrar da maneira que pôde, Christian também
teve que gritar alto para não se submeter a uma
carreira militar. Seus pais só o deixaram livre para
fazer o que queria, quando seu irmão mais velho
morreu durante uma ação de reconhecimento do
batalhão em que atuava. Assim como o pai deles,
Ralph ingressou no exército após se formar na
escola e rapidamente se destacou como um dos
melhores de seu batalhão, sendo assim, uma
escolha óbvia para ações estratégicas em campo.
Isso também marcou o fim de sua breve vida.
Depois disso, com medo de perderem
também o caçula, eles permitiram que Christian
escolhesse o curso que gostaria de fazer, embora
não o deixassem para trás quando tinham que
mudar de posto. Era por isso que ele havia
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escolhido Ciências Biológicas, não era um curso


que tinha muitas mudanças curriculares
dependendo da instituição em que estudasse, ele
poderia facilmente concluir o curso, ainda que não
fosse no mesmo lugar em que havia começado a
estudar. Por esse motivo ele não frequentava todas
as aulas da grade da turma dela, pois fazia apenas
as que ainda não tinha cumprido. Ele estava dois
anos à frente dela no processo de se formar, mas
não demonstrava nenhuma soberba por isso, ao
contrário, diferente da aparência perigosa que ele
tinha, Christian era uma pessoa calma e simples,
que a tratava com muita gentileza e carinho.
Fascinada pelo contraste, ela questionou-o
sobre os rumores que havia sobre ele no campus.
― Rumores são sempre rumores, Vi ― ele
respondeu de maneira vaga, exibindo um sorriso de
quem se diverte com a má fama que carrega.
― Sim e sempre contém um fundo de
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verdade, não é? Nenhum rumor nasce do nada, ele


surge de alguma situação, mesmo que seja mal
interpretada. ― Christian deu-lhe um olhar de
espanto por sua astúcia. Para ele, Violet era uma
constante fonte de surpresas.
― Você é inteligente demais para seu
próprio bem, sabia? ― Christian sussurrou a
pergunta e pairou o corpo sobre o dela. Violet
reagiu com um suspiro de desejo, o corpo
movendo-se de forma automática para encostar no
dele.
Eles estavam na cama dele depois de terem
jantado uma pizza congelada que encontraram no
freezer acompanhada de um ótimo vinho, que os
deixou com a mente mais leve, embora falassem
sobre assuntos sérios. Violet sabia que ele estava
fugindo do assunto, mas não quis forçar uma
situação e decidiu esperar, no momento certo, ele
se abriria para ela como vinha fazendo durante os
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últimos dias. Enquanto esse momento não chegava,


ela aproveitava as deliciosas sensações que ele lhe
provocava, como agora, quando ele se recusava a
soltar o peso de seu corpo sobre o dela, permitindo
apenas um contato leve entre eles.
Ansiando por mais, Violet empurrou o corpo
dele para que se deitasse de costas e montou em seu
quadril, forçando o atrito entre os sexos de ambos.
Como sempre acontecia quando começavam a se
provocar, ela sentiu o volume entre as pernas dele
aumentar gradativamente conforme ela
movimentava seu próprio quadril para frente e para
trás, deslizando sobre a ereção dele.
Christian deslizou as mãos por suas coxas até
alcançar a barra da camiseta e empurrou o tecido
para cima. Violet entendeu o que ele queria e
retirou a camiseta, puxando-a por cima de sua
cabeça em um movimento fluido, deixando seus
seios à mostra para apreciação dele, que sempre
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dedicava atenção aos dois, levando-a à beira do


orgasmo só estimulando-os com lábios, língua e
dentes.
Mas dessa vez, Violet queria o controle. Na
verdade, queria que ele estivesse à beira do
orgasmo por causa dela, então se afastou das mãos
de Christian, deslizando seu corpo por cima do
dele, até estar entre suas pernas. Suas mãos
seguiram até o cós da cueca dele e deslizaram por
suas pernas firmes, até ela se ver diante do pênis
ereto dele. Ela o achava lindo, principalmente
quando se encontrava rígido como agora e pulsando
levemente.
Com a mão direita segurou na base do pau
dele, enquanto a esquerda envolveu os testículos,
massageando com as pontas dos dedos. Ouviu o
gemido abafado de Christian e olhou para seu rosto,
observando com prazer o esforço que ele estava
fazendo para manter o controle da respiração. Com
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delicadeza, deslizou a língua da base até à ponta


que se encontrava úmida já, liberando gotículas
salgadas que ela sugou com os lábios.
O sabor dele dominou seu paladar e Violet
continuou sugando o membro túrgido até o máximo
que coube em sua boca. Ela não era adepta de
“garganta profunda” e mentalmente agradeceu por
Christian não segurar sua cabeça e obrigá-la, a
deixando à vontade para atuar como quisesse. Ela
aproveitou a liberdade que ele lhe concedeu e usou
todos os truques que sabia para estimulá-lo a
chegar ao máximo prazer, o que não demorou tanto
quanto Christian gostaria, afinal ele já estava muito
excitado quando ela começou e ele mais uma vez se
surpreendeu com Violet quando ela não desviou o
rosto, recebendo em sua boca macia todo o líquido
liberado.
Depois de vê-lo tão entregue, Violet
suspendeu o corpo até estar por cima do seu corpo
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e poder ver a reação dele. Seus olhos azuis


demonstravam surpresa, satisfação e uma
intensidade que a deixou desconcertada, porém
feliz por despertar sensações fortes nele.
Sem demora, Christian tomou sua boca com
a dele, beijando-a até que Violet se sentiu sem
fôlego. Quando buscou por ar, ele sugou seu
pescoço no ponto mágico que emitia correntes
elétricas por todo seu corpo e ela soltou um gemido
manhoso.
As mãos dele envolveram as nádegas dela
apertando com firmeza e em seguida os dedos
deslizaram até encontrar a intimidade úmida dela.
Christian afastou sua calcinha e dedilhou sua
entrada, fazendo com que as contrações em seu
ventre se intensificassem. Ele continuou fazendo
movimentos diversos com os dedos que a pegavam
de surpresa, até que posicionou os dedos contra o
clitóris dela e começou a vibrar com eles ao mesmo
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tempo em que intensificou a chupada em seu


pescoço.
Violet cravou as unhas nos ombros dele e
tentou segurar as ondulações de seu corpo, mas foi
em vão. O orgasmo chegou intenso e arrebatador,
deixando-a sem forças. Ali, nos braços de Christian
após mais uma experiência única com ele, Violet
concluiu que estava em uma estrada sem volta. Ela
estava se apaixonando por ele.

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Capítulo 9

Quando a chuva finalmente cessou, eles


saíram da casa para ver que estavam ilhados e que
não tinha como se arriscarem a caminhar na água,
que havia avançado até quase à porta da frente. Por
sorte, a geladeira e os armários estavam bem
abastecidos e eles não teriam problemas com falta
de comida, porém estavam sem energia elétrica e
usavam o gerador somente quando anoitecia.
Christian conferiu o nível do reservatório de água e
ainda não tinha chegado à metade, o que o deixou
aliviado e grato por seu pai ser alguém com posses
e inteligência o suficiente para se preparar para
qualquer situação.
Para passar o tempo enquanto o nível de
água não diminuía, eles faziam tudo o que tinham
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vontade e a casa lhes possibilitava: dançavam,


cantavam suas canções favoritas, disputavam jogos
de tabuleiro, liam e viam filmes. Também
continuavam a explorar o corpo um do outro, de
forma que agora bastava um olhar para saberem
que o outro estava a fim e logo começavam com as
provocações que sempre terminavam com os dois
suados, ofegantes e satisfeitos.
Violet se sentia cada dia mais envolvida por
Christian e aos poucos foi desvendando mais da
personalidade contrastante dele. Descobriu que
suas tatuagens todas significavam algo para ele que
o ligavam ao irmão, eram baseadas em lembranças
da vida deles.
Também descobriu que o rumor de que ele já
havia sido preso era mentira. Christian rira muito
disso e explicou que em uma rede social surgiram
fotos de alguém parecido com ele e que por algum
bug do programa, o perfil dele fora marcado numa
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dessas fotos e na mesma semana o tal cara fora


preso por assalto a bancos e claro que quando ele se
mudou para aquela cidade, alguém foi olhar suas
redes em busca de informações e se deparou a
notícia, tratando de espalhá-la como se fosse
Christian o tal indivíduo. Ele soube do mal
entendido, mas nunca o desfez se divertindo ao
perceber o receio que as pessoas tinham dele.
No que dizia respeito às facas, ele realmente
era habilidoso com elas, mas alegou que era devido
ao treinamento que o pai dele deu a ele e ao irmão
quando eram mais jovens, dizendo que eles
precisavam aprender a se defender. Christian
gostava de facas, gostava da sensação do metal frio
contra a palma de sua mão e do estrago que uma
faca bem afiada podia causar. Talvez ele tivesse
sim alguns traços de bad boy afinal e por mais
incrível que pudesse parecer a Violet, isso só o
tornava ainda mais atraente aos sentidos dela.
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Violet sentiu a última onda de espasmo


causado pelo orgasmo e deixou-se cair sobre o
peito de Christian, que a acolheu, acariciando a
pele úmida de suor de suas costas. Ela ainda podia
sentir o pau dele pulsando dentro dela, espalhando
calor por todo o seu ventre, sensação que já se
tornara familiar além de ser muito prazerosa.
Sentia-se sortuda por ele se preocupar em sempre
fazê-la chegar ao ápice antes dele quando
transavam, pois sabia que nem sempre era assim
entre casais.
Desabou ao lado de Christian na cama e
observou enquanto ele se levantava e seguia até o
banheiro, a luz das velas promovendo sombras em
seu corpo conforme ele se movia com passos

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fluidos, dando à sua figura um ar felino e perigoso.


Violet soltou um suspiro de alegria e esticou
o corpo na cama, espreguiçando-se para relaxar em
seguida, ajeitando os travesseiros para se acomodar
melhor. Fazia muito tempo que ela não se sentia
realmente feliz assim, sem ter que se preocupar
com cobranças sobre o futuro. Esses dias com
Christian estavam sendo vividos de forma intensa,
pensando apenas uma coisa, uma necessidade, um
desejo de cada vez e ela estava realmente adorando
isso. Era de certa forma libertador não ter que
pensar no futuro nem em outras pessoas, por mais
egoísta que isso pudesse soar.
Christian voltou e se deitou a seu lado,
abraçando-a e beijando sua testa. Nesse instante
eles ouviram um ruído vindo do lado de fora.
Violet suspendeu a respiração e sentiu o corpo de
Christian tenso a seu lado. Novamente ouviram o
ruído e dessa vez ela conseguiu identificar algo,
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pareciam passos do lado de fora da casa. Ela olhou


para Christian e ele levou a mão à boca, com o
dedo indicador à frente dos lábios pedindo silêncio.
Ele se levantou devagar, fazendo o mínimo
possível de ruído e vestiu uma bermuda, depois
jogou a camiseta para Violet que a vestiu com o
máximo de delicadeza possível para não fazer
barulho, assim como uma cueca boxer.
Quando o barulho se repetiu, Christian
apagou a vela em cima do criado-mudo e se
encaminhou devagar até à janela, afastando a
cortina somente o bastante para ter um vislumbre
do terreno à frente da janela de seu quarto. Ele
aguardou um momento e quando ia voltar até
Violet, viu a silhueta de alguém passando no
mesmo instante em que uma coruja piou alto, o que
fez a pessoa se virar na direção do som. Christian
conseguiu ver que era um homem de boné
segurando uma espingarda e respirou fundo. Logo
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outros três homens surgiram em seu campo de


visão e ele estremeceu.
Christian esperava que fossem andarilhos em
busca de algo para comer ou um lugar para ficar,
mas a atitude suspeita deles e o fato de que estavam
armados, despertou nele uma sensação de perigo
que não podia ignorar, então esperou que eles se
afastassem da janela onde se encontrava para ir até
à cama onde Violet permanecia sem se mover. Ele
a abraçou e sussurrou em seu ouvido:
― Fique quietinha aqui que eu já volto.
Temos companhia.
Violet sentiu um arrepio de medo eriçar os
pelos de seu corpo, mas concordou e deu um beijo
rápido em Christian antes de ele sair do quarto. Ela
se encolheu no canto da cama perto da parede e
prestou atenção aos sons da casa para tentar
perceber se acontecia algo, mas o medo dificultou
sua concentração. Violet perdeu a noção do tempo
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e começou a ficar aflita com a demora de Christian,


então decidiu ir até à janela para ver se conseguia
visualizar algo do lado de fora.
Quando afastou a cortina, deu de cara com
um rosto estranho e antes que seu cérebro
processasse a informação de que não devia emitir
nenhum som, ela soltou um grito. Antes que se
desse conta do que estava acontecendo, seu corpo
foi envolvido por braços que a seguraram com
força e uma mão tampou sua boca.
Violet tentou se livrar, mas seu corpo acabou
sendo suspenso no ar o que dificultou seus
movimentos, porém ela continuou, até que
conseguiu abrir a boca e morder os dedos da pessoa
que a agarrou, ouvindo um grito masculino de dor.
Ela aproveitou a distração do indivíduo e correu até
à porta, mas esbarrou no tronco de alguém, o que a
fez tropeçar para trás, caindo novamente nos braços
do primeiro algoz.
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O homem à sua frente mirou uma lanterna


em seu rosto e ela virou a face, os olhos
incomodados com o jato repentino de luz.
― Ora, ora, o que temos aqui? ― O homem
segurou seu rosto e o virou na direção dele, para
que pudesse olhá-la de perto e Violet sentiu seus
joelhos vacilarem por causa do medo que não
conseguiu refrear.
― Ela estava escondida aqui, olhando pela
janela ― disse o homem que segurava seus braços,
torcendo-os para trás e fazendo um gemido de dor
escapar de sua boca.
― Traga-a, lá na sala conseguiremos vê-la
melhor. ― Violet sentiu seu corpo ser empurrado e
não viu opção a não ser seguir caminhando.
Quando chegaram à sala, as janelas
permitiam a entrada da luz da lua que se uniu às
luzes das lanternas, o que tornou o ambiente mais
claro e ela conseguiu ver que eles estavam em
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quatro indivíduos, todos vestidos com roupas de


quem está acostumado a passar dias na floresta
caçando, o que a deixou mais assustada ainda e ela
temeu o pior. Em seu íntimo, ela se desesperou
ainda mais com a ausência de Christian, com receio
de que já tivessem encontrado ele e que... Violet
não conseguiu nem completar o pensamento.
O homem que parecia ser o chefe do grupo
se aproximou e passou a mão por seu rosto, o que a
fez recuar e torcer seus braços um pouco mais ao se
aproximar do homem que a segurava por trás.
― Não precisa chorar, gatinha, você vai
gostar da brincadeira. ― Violet percebeu que
estava chorando e caiu a ficha do que estava prestes
a acontecer com ela, caso não acontecesse um
milagre.
E para sorte dela, o milagre aconteceu.

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Capítulo 10

Violet viu o homem à sua frente cair no chão


com uma carranca de dor. Presa em suas costas, ela
viu uma faca e respirou aliviada. Os homens se
assustaram e viraram todos para o outro lado,
tentando descobrir de onde surgiu esse ataque. O
indivíduo que mantinha Violet cativa soltou seus
braços e a prendeu pelo pescoço, usando seu corpo
como escudo enquanto se afastava até encostar na
parede atrás deles. Ela tentou afrouxar o aperto que
ele mantinha para poder respirar, mas foi difícil e
ela começou a sentir as forças de seu corpo
diminuindo.
Ela observou os homens virando as lanternas
de um lado para o outro, sem conseguir encontrar
ninguém. Eles trocaram olhares entre si e um deles
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se encaminhou devagar em direção ao corredor que


levava à cozinha com o outro seguindo um pouco
atrás, enquanto aquele que levou a facada
conseguiu se levantar com dificuldade. A
respiração dele era ruidosa e Violet imaginou que
devia ter perfurado um dos pulmões. Ele a encarou
com raiva e ela sentiu os olhos nublados por
lágrimas que não conseguiu evitar. Por mais que
tentasse ser otimista, eles estavam em maior
número e Violet só esperava não viver para ver o
pior acontecer a Christian.
De repente eles ouviram gritos vindos da
cozinha e se viraram na direção do corredor. Com a
velocidade de um grande felino, Christian surgiu na
sala e num salto por cima do sofá, derrubou o
homem que foi atingido por sua faca primeiro,
finalizando o ataque cravando uma faca em sua
garganta. Ele emitiu sons gorgolejantes por pouco
tempo, enquanto seu corpo estremeceu com
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espasmos até finalmente parar.


Christian se ergueu e encarou seu último
oponente, que segurou com ainda mais força o
pescoço de Violet, fazendo-a arregalar os olhos
devido à falta de ar.
― Fica longe ou eu quebro o pescoço dela!
― ele ameaçou e Violet estremeceu, dividida entre
a esperança de ver Christian conseguir tirá-los
dessa situação e o medo de algo acontecer a ele.
De alguma forma que ela não conseguia
explicar, não se preocupava consigo mesma, tudo o
que ela queria é que ele sobrevivesse a esse
momento de terror que os atingiu.
― Solta ela! ― Christian disse em um tom
de voz baixo e firme.
Lentamente ele deu passos na direção deles,
o que fez com o que sujeito que segurava Violet
começasse a se afastar na direção oposta, levando-a
com ele e assim, passo a passo eles foram
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invertendo as posições em que estavam até que


Christian se encontrou perto da parede.
Violet olhou para ele e viu a obstinação em
seu rosto, os olhos azuis brilhando como aço. Ele
não ia permitir que o homem fugisse impunemente,
algo que ficou claro quando o indivíduo deu um
passo para trás, afrouxando um pouco o aperto em
seu pescoço, e Christian inclinou levemente o
pescoço de lado, o que emitiu uma energia ainda
mais perigosa vinda dele, se é que isso era possível.
Em um segundo, Violet e Christian trocaram
um olhar e agiram de forma sincronizada, como se
estivessem acostumados a atuar em situações de
perigo juntos. Violet jogou o corpo para frente indo
em direção ao chão, enquanto Christian correu e
saltou por cima dela, derrubando o homem no chão.
Violet engatinhou no chão até chegar à
parede, onde se encostou encolhendo o corpo o
máximo que pôde e observou Christian segurando o
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homem, prendendo-o ao chão com o peso de seu


corpo. O homem tentou se debater, mas Christian
prendeu os braços dele abaixo de suas pernas e
segurou seu pescoço com uma mão, apertando-o
com tanta força que ficou nítido o esforço dele para
conseguir respirar.
Christian retirou uma faca presa em sua
bermuda, deslizando a lâmina pelo rosto do homem
que arregalou os olhos em pânico.
― Você devia ter soltado ela quando pedi ―
Christian disse com o rosto próximo ao do homem.
Lentamente, Christian deslizou a faca do
pescoço até à barriga do homem que tentou um
último esforço para se livrar, mas não conseguiu,
seus gritos saindo engasgados conforme Christian
apertava sua garganta.
Com uma calma impressionante, Christian
repetiu o movimento com a faca, até ter retalhado
todo o tórax do homem e por fim, ele cravou a faca
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no pescoço do sujeito, torcendo-a algumas vezes,


até que o único som presente na sala fosse o de sua
respiração e de Violet.

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Capítulo 11

Christian se levantou e caminhou até Violet.


Receoso, ele se abaixou até ficar na mesma altura
que ela e com a ponta dos dedos, ergueu o queixo
dela para que pudesse ver seu rosto. Ele teve medo
dela rejeitá-lo após presenciar o que houve, mas
surpreendentemente ela sorriu aliviada e envolveu
seu pescoço com os braços.
― Você está bem, Vi? ― Christian
perguntou, demonstrando preocupação.
― Estou e você? ― Violet sentia a garganta
dolorida ao falar, mas era um desconforto pequeno
em vista do que poderia ter acontecido, então ela
ignorou.
― Se você está bem, eu estou bem.
Sua resposta fez Violet rir e ela se sentiu
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ridícula por isso, o momento era inapropriado e ela


sabia disso, mas o alívio por saber que ele estava
bem era grande demais para ela conter, então ela o
abraçou e tentou transmitir o que sentia através
daquele gesto.
Christian se sentou junto à parede e puxou
Violet para seu colo, acariciando-a até sentir de fato
que ela se acalmou. Quando percebeu que ela
estava pronta para seguir em frente, ele olhou para
os corpos caídos no chão de sua sala sobre uma
poça de sangue.
― O que faremos com eles? ― Ele ouviu
Violet questionar e engoliu em seco.
― O certo seria eu ligar para a polícia e
contar o que houve aqui...
― É o que quer fazer? ― Violet franziu o
cenho diante da resposta dele.
― Eu queria que isso não tivesse acontecido,
Vi. Mesmo com você testemunhando a meu favor,
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seria complicado explicar como eu sozinho, matei


quatro homens. ― Violet percebeu o cansaço em
sua voz e respirou fundo.
― Você salvou nossas vidas ― ela disse,
constatando o óbvio. ― Isso não deveria ter
consequências ruins.
― Nem sempre é assim que as autoridades
interpretam a situação. ― Sua resposta provocou
um arrepio sinistro em Violet e ela o encarou
longamente, até que ele lhe devolveu o olhar.
E nesse olhar ela viu a verdade. Viu que
Christian já havia enfrentado problemas
semelhantes antes e que os boatos tinham sim um
fundo de verdade, só não eram o que as pessoas
reproduziam.
― Me conta ― ela pediu com uma calma
que o deixou curioso e ao mesmo tempo lhe deu a
confiança necessária para encarar seu passado.
Pela primeira vez, Christian se abriu e
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contou a alguém o que lhe trouxe a fama de bad


boy. Há três anos, ele estava em um bar com um
amigo de infância e as respectivas namoradas deles.
Estavam comemorando a formatura no colegial,
bebendo cerveja e jogando bilhar e ficaram por lá
até o bar esvaziar, restando apenas eles e um grupo
de três homens sentados em uma mesa do outro
lado do bar.
Em dado momento, ele foi ao banheiro para
aliviar a bexiga e quando retornou, viu uma cena
aterradora. Cercados por dois brutamontes, sua
namorada e a do amigo estavam sendo prensadas
na parede enquanto um terceiro sujeito esmagava a
cabeça de seu amigo contra a mesa de bilhar.
Christian não pensou, apenas reagiu. Ele não sabe
exatamente como aconteceu, mas no fim, os três
sujeitos estavam mortos e ele estava de pé com as
duas facas que havia ganho do pai de presente, nas
mãos. O dono do bar, escondido embaixo do
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balcão, ficou aterrorizado e ligou para a polícia.


Seu melhor amigo e as duas garotas foram
levados para o hospital imediatamente e Christian
nunca mais os viu pessoalmente. Mesmo com o
depoimento de todos os envolvidos, Christian só se
livrou de ir preso devido à influência de seu pai,
mas de algum jeito a notícia acabou vazando e eles
tiveram que se mudar de novo, dessa vez para
preservar o filho caçula de um estigma que poderia
arruiná-lo para sempre.
Violet refletiu sobre o que ele lhe disse e
chegou à conclusão de que não estava disposta a
deixá-lo passar por algo semelhante novamente,
então ela tomou as rédeas da situação e propôs um
plano a Christian. Eles poderiam se livrar dos
corpos e limpar a casa, ninguém além deles saberia
o que tinha acontecido ali naquele dia.
Christian sabia que poderia viver com isso,
mas e Violet? Isso não a afetaria? Não
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comprometeria seu futuro de alguma forma? O


olhar decidido da mulher em seus braços mostrou
que ele não deveria temer por ela, Violet era
determinada, quando tomava uma decisão, arcava
com o peso dela sem deixar que isso a impedisse de
seguir em frente. Essa conclusão só confirmou o
que ele já sabia: estava perdidamente apaixonado
pela pessoa certa para ele.

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Capítulo 12

Duas semanas depois o nível da água


finalmente permitiu que a população saísse de casa
e Violet voltou para seu apartamento. Ela estranhou
o ambiente, parecia que não colocava os pés ali há
anos, mas tratou de espantar a sensação, dedicando-
se a uma merecida faxina no lugar após tanto tempo
fechado. Aos poucos, ela foi tornando o lugar mais
parecido com ela própria e começou a se sentir
confortável ali. Claro que a presença constante de
Christian ajudava, já que ele passava mais tempo lá
do que na própria casa e assim como aconteceu
naqueles dias de isolamento, eles continuaram
explorando o corpo um do outro em todos os
lugares possíveis, fazendo um excelente uso dos
cômodos de seu apartamento.
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Quando as aulas retornaram, ela e Christian


assumiram o relacionamento diante de todos, o que
chocou algumas pessoas, mas logo o assunto foi
esquecido e eles se tornaram apenas mais um casal
no meio de tantos universitários, o que eles
consideraram uma bênção, já que queriam se
formar ali.
A única coisa que perturbou um pouco a paz
dos dois foi uma notícia que viram em um dos
noticiários: um repórter anunciou durante a
transmissão do jornal local que havia tido uma fuga
de presos na cadeia da cidade vizinha, dentre eles
um grupo de quatro homens que praticavam caça
ilegalmente, além de terem sido acusados de outros
crimes como roubo e estupro.
A imagem com as fotos dos quatro
desaparecidos fez com que Violet suspendesse a
respiração por um momento, lembrando-a do terror
que tinha vivido na mão deles, porém logo o alívio
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a tomou ao recordar que todos eles estavam


debaixo da terra, no limite da floresta que ficava
atrás da casa dos pais de Christian, bem distantes
dela e de seu bad boy.
Sim, seu bad boy. Afinal, ela amava tanto
sua porção carinhosa e capaz das maiores
gentilezas e peripécias sexuais, quanto sua parte
sombria e capaz de matar com as próprias mãos
para proteger aqueles a quem ele amava. E ela se
sentia sortuda por fazer parte dessa lista.

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Agradecimentos

Obrigada a cada um que leu essa breve e


louca história de amor. É a primeira de uma série
de histórias sobre amores e sonhos universitários,
espero que gostem.
Até à próxima.

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