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O segredo perigoso

Ciranda de Pedra – Spin off

Aluna: Leticia Mota Cunha 1°B


Depois de horas...
Ao chegar no internato, Virginia entrou em estado de choque. Não
estava acostumada com uma realidade tão diferente da sua, visto
que o colégio possuía tantas restrições e acomodamentos de
qualidade inferior de sua antiga casa.

“Aonde é o meu quarto?” foi sua última frase antes se recair na


veracidade dos fatos ao perceber que não possui mais ninguém em
sua vida para compartilhar momentos; para se sentir especial.
Virgínia se sentia deslocada; solitária.

Em seu primeiro momento, deitar na cama foi sua única opção.


Olhando para o teto, imaginando as estrelas mais radiantes, a
mesma tentava não derramar lagrimas, entretanto, a missão não foi
bem dada. Desabou-se refletindo sobre os últimos acontecimentos
decorrido nas semanas anteriores; até sua colega de quarto entrar
na localidade.

- Prazer, Virginia! Meu nome é

Espera... O que está acontecendo?

Limpou seus olhos; - Prazer! Não é nada demais, apenas um mal-


estar.

A colega terminou-se de apresentar e logo se retirou do local sem


se preocupar muito.
Semanas se passaram e Virginia realizou algumas amizades e se
acomodou de forma com que se acostumasse do local, porém ela
se sentia como nunca antes; sendo todo dia uma nova era de
sensações desconfortáveis. Irritabilidade, angustia, ansiedade,
solidão e tristeza faziam parte do seu dia-a-dia. A mesma não
conseguir vivenciar de outra forma, resultando em um combo de
sentimentos não prazerosos. Ninguém percebia (ou apenas
percebia, mas para alguns, ela apenas era uma garota qualquer
“sem pais”). Ninguém se fazia ao esforço de perguntar ou ajudar a
menina.

Dias; semanas; meses decorreram e a vontade de não existir mais


ainda era presente em seu corpo. Para ela, a vida era como uma
flor, as pétalas caem até darem o seu ultimo suspiro. Ela sentia que
estava na última pétala, por isso, tentava de diversas formas para
que essa metáfora acabasse de maneira mais rápida. Por isso,
sempre que pudesse ir para uma pracinha nas horas de tarde, para
refletir, ela ia.

Em uma dessas saidinhas, a mesma encontrou um garoto de nome


desconhecido, mas de idade parecida. Ele sentou se ao seu lado, e
lhe perguntou:

- Qual é o seu nome?

Ela permaneceu quieta.

- Bom, já que você não quer falar, eu falo; meu nome é Victor.

- O meu é Virginia.

- O que faz aqui desperdiçando o seu tempo nessa praça tão sem
graça?
- Por estar... E você?

- Por estar – soltou um leve sorriso

Logo após isso, começaram a conversar e passaram a se encontrar


em determinadas datas, entretanto, escondidos, visto que o colégio
não poderia notar a ilegalidade da garota.

Ela gostava da presença dele, mas não do jeito romântico, e sim,


como apenas amigos. Ela podia se abrir com ele, e ele com ela,
fazendo com que ela se livrasse da parte de sua angustia, visto que
Victor a ajudou bastante. Ele era uma pessoa com quem ela podia
contar até os seus segredos mais profundos. Todavia, tal jornada foi
interrompida com a descoberta do colégio em relação aos dois.
Virginia sofreu diversas punições, entre elas, sair apenas
acompanhada em certos momentos. Já os pais de Victor foram
comunicados do ocorrido, apesar de que seu “pai” não foi
comunicado (na verdade, não se sabe a razão, mas ele quase
nunca era comunicado de nada, ou ele era, e não dava
importância), guardando assim, um segredo para toda sua vida.
Sendo assim, a partir desse dia, ela nunca mais conseguiu vê-lo de
novo.

Apesar do começo da sua nova era ter sido turbulento, Virginia


conseguiu estabelecer uma amizade com Luela, fazendo assim, seu
dia-a-dia fosse mais divertido, até chegar o dia de arrumar as malas
para voltar a casa de seu “pai”.
Logo depois: página 77 do e-book.

EXTRA: Antes de seu melhor amigo desaparecer, Victor deixou


uma carta para Virginia, entretanto, ela nunca foi entregue, por
motivos desconhecidos.

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