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HISTÓRIA DE FORTALEZA

PROF. AÍRTON DE FARIAS

Origens
Em 13 de abril, celebramos o aniversário da capital de todos os cearenses. São
287 anos de uma cidade complexa, construída com o trabalho, esforço e amor de gerações
de fortalezenses. Este pequeno texto tenta mostrar um pouco da História de Fortaleza.

Na verdade, comemoramos a data da elevação do povoado à condição de vila (13


de abril de 1726). O núcleo original de Fortaleza é anterior, do século XVII.

A capitania do Siará Grande ficou renegada a um segundo plano por Portugal no


século XVI – faltavam maiores atrativos econômicos e as condições humanas (resistência
indígena) e geográficas (secas, correntes marítimas, etc.) dificultavam a chegada dos
europeus.
No começo do século XVII, aconteceram as primeiras tentativas de conquista do
litoral cearense. A ideia de Portugal ela estabelecer no ponto médio do litoral um forte que
servisse para defender a região contra estrangeiros e facilitasse contato com o norte do
Brasil. Em decorrência, sucederam-se as tentativas colonizadoras feitas por Pero Coelho
(1603), Pes. Francisco Pinto e Luis Figueira (1607) e Martim Soares Moreno (1611-31),
todas sem maiores êxitos. Pero e Moreno chegaram a erguer fortes (de São Tiago e São
Sebastião, respectivamente) no que hoje é a Barra do (rio) Ceará.

O domínio português no Ceará foi interrompido em dois breves momentos pelos


holandeses. Estes, em 1637, conquistaram o forte de São Sebastião, ficando até 1644
quando de uma revolta dos índios – o forte foi destruído, sendo assassinados todos os
batavos. Em 1649, os holandeses voltariam ao Ceará, sob o comando do capitão Matias
Beck. Este manda, então, erguer o forte de Schoonemborch, perto do riacho Pajeú. Em
1654, os portugueses retomariam a colonização do Ceará. Com isso, o forte holandês teve
seu nome mudado para Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção. Seria em torno deste
forte, onde hoje se encontra a 10ª Região Militar, que surgiria espontaneamente a capital
cearense.
Há uma polêmica sobre o local e a quem teria “fundado” Fortaleza – visões
historiográficas mais antigas debatiam acirradamente se isso caberia a Martim Soares
Moreno ou a Matias Beck. Atualmente, os historiadores questionam a ideia de “fundação”.
Preocupar-se com um dia exato para ser o “ponto zero” de uma cidade (ou de um país,
estado, município, etc.) não passa de uma ação burocrática e um mito de origem. Como
criação histórica de longa duração, as cidades não são construídas propriamente num ato
fundador e heroico, mas na sucessão do tempo e com esforço anônimo de várias
gerações.

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Modesta

Fortaleza apresentou neste início pouca projeção econômica e política – era um


pequeno povoado “perdido” no litoral brasileiro. A base econômica local estava na pecuária,
atividade que levou aos colonizadores conquistarem os sertões cearenses no final do século
XVII e começo do seguinte. Com base na pecuária/charque se estruturariam várias vilas
cearenses, a exemplo de Aracati, Sobral, Camocim, Granja, Acaraú, Icó e Quixeramobim. O
processo de conquista dos sertões foi violentíssimo, com o assassinato e escravidão de
milhares de indígenas. Estes buscaram resistir pelas armas, mas acabaram derrotados e
colocados, em boa parte, em aldeamentos, a exemplo de Soures / Caucaia, Arronches /
Parangaba, Messejana / Paupina, e Monte-mor-novo/Baturité.

Com a produção e comercialização do charque (carne seca salgada ao sol) no


século XVIII, Aracati, situada na foz do rio Jaguaribe, tornou-se o principal núcleo urbano
cearense, o que duraria até o século XIX.

Ante o avanço da conquista do Siará Grande, Portugal autoriza em 1699 a criação


de uma vila no Ceará. Isso deu margem a disputas entre autoridades e latifundiários pela
localização do pelourinho da vila. Os primeiros queriam a vila nas proximidades do Forte,
enquanto os segundos desejavam instalá-la em Aquiraz. As disputas pela vila não
passavam de uma maneira dos envolvidos, sobretudo os fazendeiros, tentarem aumentar
seus poderes e influência. Após várias mudanças, o pelourinho foi instalado definitivamente
em Aquiraz, em 1713. Fortaleza seria elevada à condição de vila, como vimos, em 1726.

Mesmo assim, a vila de Fortaleza, longe dos sertões da pecuária, continuaria


sendo, por mais de um século, um mero aglomerado sem sustentação econômica ou
expressividade política. Persistia o descaso português para com o Siará Grande.

Pulo lento

No final do século XVIII, a economia cearense passou a girar em torno da


produção e comércio de algodão, exportado para atender as fábricas da revolução industrial
inglesa. Com isso, Portugal passou a dar maior atenção ao Ceará, tanto que o separa de
Pernambuco em 1799, encerrando uma vinculação que vinha desde 1656.

Com isso, houve toda uma mobilização dos vereadores e “pessoas gradas” de
Fortaleza para que a vila fosse confirmada oficialmente como capital da capitania
independente (embora na prática já fosse há décadas), em detrimento das “rivais” Aquiraz,
Aracati e Icó.

Historiadores afirmam que com a separação de Pernambuco em 1799 e o


desenvolvimento do comércio exportador algodoeiro criaram-se condições econômicas e
administrativas para iniciar-se o longo processo que tornaria Fortaleza na segunda metade
do século XIX o principal núcleo urbano do Ceará, rompendo a hegemonia até então de
Aracati.

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Enfatize-se que foi um crescimento fortalezense lento. Os relatos que temos
sobre o povoado, fossem de autoridades ou de viajantes estrangeiros, apontavam ainda
nas décadas iniciais do século XIX uma vila pequena, sem despertar tanto a atenção.

O apoio cearense à Independência do Brasil levou o imperador D. Pedro I, em


1823, a decretar Ato Régio, elevando Fortaleza à categoria de cidade. A elevação do
status da capital não pode deixar de visto como um reconhecimento ao crescimento da
Cidade e à importância política que apresentava.

Hegemonia

Fortaleza tornou-se apenas na segunda metade daquele século o principal


núcleo urbano, político, econômico e social do Ceará. Para tanto contribuíram: a) os
capitais acumulados com o comércio algodoeiro e de outros produtos; b) a centralização
política da monarquia brasileira, que concorria para concentrar nas capitais das províncias
todo o poder decisório, beneficiando-as com obras – assim, a condição de capital de
Fortaleza transformo-a em ponto destacado na recepção de obras e recursos; a) a
construção e melhorias de estradas e ferrovias, como a Estrada de Ferro Fortaleza-Baturité
(EFB), inaugurada em 1873; d) e a intensa migração rural-urbana, principalmente na época
das secas,a exemplo da de 1877-79.

O crescimento de Fortaleza se evidencia em seu “aformoseamento”, ofertas de


serviços urbanos e adoção de uma infraestrutura razoável. Passa a ter transporte coletivo
por bondes de tração animal, calçamento nas ruas centrais, linhas de telégrafo e de vapor
para a Europa e Rio de Janeiro, iluminação à gás carbônico, telefonia, biblioteca pública,
bons educandários (como o Liceu e o Colégio Imaculada Conceição), seminário (da
Prainha), jornais, etc.

É a chamada Belle Époque. As elites inspiravam-se nos valores “civilizados” da


Europa – luvas, chapéus, casacos, nomes franceses, ideias do velho mundo. O Passeio
Público era local de encontros, lazer e de mostrar a “civilidade”. Os intelectuais reuniam-se
nos famosos “cafés” (quiosques) da Praça do Ferreira. Num desses cafés, o Java, em 1892,
formar-se-ia a mais irônica e crítica associação de letrados cearenses, a Padaria Espiritual.

Em 1875, o engenheiro pernambucano Adolfo Herbster elabora um plano


urbanístico, objetivando disciplinar a expansão da cidade através do alinhamento de suas
ruas e da abertura de novas avenidas.

Com o crescimento de Fortaleza, verificou-se uma preocupação do poder


público e das elites em controlar e disciplinar as camadas populares da cidade. A capital
cearense crescera e a economia dinamizava-se, porém com as contradições do
capitalismo: havia uma inquietante tensão social provocada pela diferença abissal entre os
setores dominantes e os mais pobres, cada vez mais concentrados na crescente periferia.

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Obviamente afirmar que havia normas de condutas e disciplinamento não
significa dizer que existia a obediência das mesmas pelas pessoas – ao contrário, a massa
reagia a essas normatizações, por vezes abertamente, outras vezes usando táticas para
burlar ou desprezar ao que autoritariamente era imposto “de cima para baixo” e limitava
seu modo de ser. Uma forma de resistência pode ser encontrada na compulsão dos
populares ao deboche, ironia e sátira. No final do século XIX e primeiras décadas do
século XX ficaram famosos em Fortaleza “tipos populares” que riam e faziam rir de
qualquer coisa jocosa que acontecesse nas ruas. Um caso exemplar disso foi o Bode
Ioiô. O comportamento cômico popular, profundamente censurado pelas elites e classes
médias, ganhou a alcunha de “Ceará Moleque”.

Expansão

Nas décadas iniciais do século XX, Fortaleza continuou a passar por


transformações sócio-urbanas que ampliaram ainda mais sua condição de principal
centro político e econômico do Ceará. Com a Proclamação da República (1889), o
grupo político de Nogueira Accioly passou a dominar o Estado cearense, sendo
representado em Fortaleza pelo intendente (prefeito) Guilherme Rocha. Persistiam as
práticas de controle da massa e embelezamento das cidades, tidas como sinal de
“progresso e modernidade”. Em 1912, estoura a maior revolta popular da História de
Fortaleza, quando setores oposicionistas e populares forçam a renúncia de Accioly.

Paralelo a agitação política e reformas promovidas pelos poderes públicos,


outras modificações iam ocorrendo na estrutura urbana de Fortaleza. As camadas mais
abastadas/emergentes erguiam novas lojas, bancos, hotéis, clubes, mansões, etc.
Aparecem de fábricas – pequenas/média, é verdade, e de peso quase insignificante no
contexto da economia cearense, que ainda se baseava no agro-comércio. Aos poucos vai
se formando uma pequena classe operária, vista como potencialmente perigosa pelas
autoridades e segmentos dominantes, pela presença de ideias socialistas.

Com a vinda da empresa inglesa Ceará Tramway Llight and Power, em 1913 se
iniciou o uso da luz e bondes elétricos. Em 1909 chegou o primeiro automóvel a Fortaleza,
um Rambler adquirido em segunda mão nos Estados Unidos. Com a presença dos bondes
e carros alterou-se o cotidiano da cidade, no que toque ao comportamento dos pedestres e
a organização do trânsito e pavimentação das ruas.

Fortaleza crescia em direção aos arrabaldes, destacadamente para as zonas


oeste e sul e em oposição ao litoral (no começo do século a população ainda não valorizava
o mar). No lado leste, o riacho Pajeú era um obstáculo natural à expansão da cidade. Nos
anos 20/30 passaram a surgir os bairros de Fortaleza, a exemplo dos refinados Jacarecanga
(na estrada homônima) e Benfica (Estrada de Arronches/Parangaba), e de Farias Brito/atual
Otávio Bonfim (Estrada de Soure/Caucaia) e Joaquim Távora (Estrada de Aquiraz).

Com a Era Vargas (1930-45), os estados e municípios perderam muito se sua


autonomia. Em 1936, a capital cearense pode escolher pela primeira vez prefeito através do
voto direto da população, inclusive, com voto feminino – o eleito foi Raimundo de Alencar
Araripe.

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Com mais de 100 mil habitantes no inicio da década de 1930, os problemas de
Fortaleza e suas contradições agravavam-se. Foi exatamente a partir dos anos 1930 que a
cidade “explodiu”, crescendo desordenadamente, sem plano urbanístico que fornecessem
soluções convenientes, com o surgimento de várias favelas, arranha-céus, destruição do
perfil arquitetônico harmonioso anterior, aparecimento de fachadas e monumentos de gosto
no mínimo duvidoso, entre outras mazelas, frutos muitas vezes dos interesses das elites
locais, da fraqueza e inoperância das gestões municipais, da especulação imobiliária e do
impressionante abismo social que separa os ricos e pobres de Fortaleza.

Desde a Planta Urbanística de Adolf Herbster, de 1875, a cidade não teve outro
projeto global para controlar sua expansão. O prefeito Raimundo Girão (1933-34) se propôs
a fazer um plano de remodelação da cidade. Em 1933, foi contratado, então, o engenheiro
paraibano Nestor de Figueiredo, urbanista com grande experiência. Setores das autoridades
locais e grupos privados se colocaram contra o plano de Figueiredo. Foi talvez uma das
decisões mais prejudiciais da História de Fortaleza, pois teria se começado a resolver, há
mais de 70 anos alguns dos sérios problemas que afligem a cidade ainda hoje. Novas
tentativas igualmente frustradas de fazer mudança na estrutura urbana de Fortaleza deram-
se em 1952, com o Plano Diretor para Remodelação e Extensão de Fortaleza, de José
Otacílio de Sabóia Ribeiro, e em 1962, com o Plano Diretor de autoria do urbanista carioca
Hélio Modesto.

Nos anos 30 intensificou-se o abandono no Centro da capital pelos setores mais


abastados, processo que havia se iniciado na década anterior – a porção central foi
assumindo cada vez mais a característica de zona comercial. Surgem os primeiros “bairros
nobres”. Ainda nos anos 20, o Jacarecanga, ganhou essa condição. As elites fortalezenses
foram ocupando, em menor escala, também a região do Benfica, ao sul do Centro, e,
vencendo a “barreira” representada pelo riacho Pajeú, áreas da Praia de Iracema e Aldeota,
ao leste.
Ficava cada vez mais explícito a segregação espacial e de classes dentro da
cidade. No lado leste de Fortaleza, os setores abastados, e no lado oeste, o reverso, onde
moravam os mais pobres.

Com a entrada do Brasil na II Guerra Mundial, em 1942, os Estados Unidos


fizeram acordos com o governo Vargas para instalarem bases militares em Belém,
Natal, Recife, Fernando de Noronha e Fortaleza. No início de 1943, os estadunidenses
iniciaram a construção de sua base na capital cearense. Na então distante área onde
hoje se encontra o Bairro do Pici, estabeleceram o seu Posto de Comando, erguendo
um aeroporto no Alto da Balança, conhecido como Cocorote. Desde os anos 20, a
Belle Époque (influência cultural europeia) estava em decadência, perdendo espaço
para o american way of life, processo que se intensificaria a partir dos anos 40.

Explosão

O processo de expansão de Fortaleza e do aumento de sua população


intensificou-se de forma impressionante a partir da segunda metade do século XX. A
cidade cada vez mais se consolidava não só como o grande cetro urbano cearense, mas
também como uma das principais metrópoles do Brasil (em 1973, foi criada oficialmente

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a Região Metropolitana de Fortaleza). Para se ter ideia dos números, em 1950, Fortaleza
apresentava 270 mil habitantes; em 1960, passou a ter 518 mil (um aumento de 90%!);
em 1970, 857 mil (aumento de 63%).

As sucessivas gestões de Fortaleza, efetivamente, não conseguiram controlar a


explosão que a cidade viveu a partir dos anos 50, com o desordenamento urbano,
crescimento das favelas, verticalização, especulação imobiliária, etc. e muito menos
atender satisfatoriamente as crescente demandas da população por serviços públicos e
infraestrutura. A municipalidade sofria com a apertura financeira, sendo comuns os atrasos
do pagamento dos salários dos funcionários públicos.

Na Ditadura Civil-Militar (1964-85), O governo federal passou a concentrar mais


recursos financeiros e a controlar política e administrativamente o Estado, reduzindo
sensivelmente a autonomia de prefeitos e governadores. Os prefeitos das capitais e das
“cidades de segurança nacional” deixaram de ser eleitos pelo voto popular, passando a ser
indicados pelos chefes do executivo estadual.

Em meados dos anos 80, a prefeitura da capital cearense vivia grave crise
política, ante as constantes trocas de prefeitos, e uma estrondosa crise financeira, com
dificuldades para pagar a folha do funcionalismo, o material de consumo da administração,
as dívidas passadas e fazer investimentos. Tinha-se um inchaço do serviço público.
Acusações davam conta que a Prefeitura virava cabide de emprego para correligionários
políticos, com servidores contratados por razoes clientelistas, muitos dos quais
“fantasmas”, ou seja, recebendo sem trabalhar. Era surpreendente a quantidade de greves.

Existia ainda naquele momento toda uma pressão popular na defesa de


melhores condições de vida, expressa num forte movimento de bairros e favelas. Não
surpreende, portanto, que quando da volta das eleições livres e diretas para prefeito em
1985, a eleita. Maria Luiza (1986-89) tenha sido alguém que se opunha totalmente à lógica
das gestões municipais até então exercidas.

Presente

Abandonado pelas camadas de alta renda e esvaziado no que se refere às


atividades de lazer, cultura e administração, o Centro histórico de Fortaleza foi apropriado
pelas camadas populares. Nos anos 80/90 tornou-se uma área tipicamente comercial e de
serviços, direcionada para a população pobre e de classe média da periferia. Aos olhos
dos setores abastados, a presença de populares simbolizou a “decadência” do Centro e a
necessidade de “revitalizá-lo”, expressões preconceituosas e equivocadas, pois ainda hoje
é grande o afluxo da população ao perimento central. O que tem de ser feito é a
valorização do Centro, atentando-se e resolvendo seus problemas, (re)atribuindo-lhe
funções administrativas, artísticas, lazer, cultural, habitacional, etc..

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Vale ressaltar que a reabilitação do Centro de Fortaleza não pode ser feita
apenas com base na ação isolada dos poderes públicos – é necessário o apoio da
sociedade civil, especialmente dos proprietários privados.

Outra mudança de Fortaleza ao longo do século XX foi a valorização de sua


fachada marítima, durante décadas renegada, pois se associava mar à morte e pobres e
eram nas praias que se jogava o lixo. Assim, teve-se a construção em 1963 da Avenida
Beira Mar, sua urbanização entre 1979-82, a constituição do bairro do Meireles (contíguo
à Aldeota e situado junto à orla), a instalação de vários clubes sociais no litoral leste de
Fortaleza nos anos 50 e 60 (antes, tais clubes localizavam-se no centro fortalezense) e a
construção dos calçadões da Praia de Iracema, do Futuro e da Leste-Oeste nos anos 80
como fatos que impulsionavam a faixa de praia como zona de lazer para os setores
abastados e turistas.

Conforme dados do censo 2010 do IBGE, Fortaleza tem uma população de


cerca de 2 milhões e 447 mil habitantes, numa área de 313,14 km². Atualmente, as zonas
leste e sudeste são claramente as mais ricas e melhor dotadas de infraestrutura na cidade.
Bairros como Aldeota, Meireles, Dionísio Torres, etc. crescem, se verticalizam e
apresentam uma vida quase autônoma no que se refere a oferta de serviços e comércio.

A Praia de Iracema, com a construção do calçadão e recuperação da Ponte dos


Ingleses (pela administração municipal) e implantação do Centro Cultural Dragão do Mar
(pelo governo do Estado) nos anos 90, ganhou ainda mais importância como uma área de
lazer noturno e eixo turístico da cidade, processo vindo já das décadas anteriores.

No entorno do Porto do Mucuripe ainda encontram-se muitas indústrias (de


pesca, moinhos de trigo, fábrica de asfalto, depósitos de combustíveis, etc.) e vários
bairros populares e favelas (Servi Luz, Farol, Castelo Encantado, Vicente Pinzón, etc.). A
Praia do Futuro ainda apresenta “vazios” urbanos, em virtude da alta maresia, que
prejudica as construções. Nos anos 90, com um projeto de urbanização da gestão Juraci
Magalhães, a área passou a ser um bem destacado polo de lazer para os setores
médios/abastados e turistas – ali podem ser encontrados barracas e hotéis de luxo bem
frequentados.

Já a Aldeota encontra-se totalmente loteada e construída, com prédios com alto


valor e sem terrenos disponíveis. Apresenta uma enorme quantidade de centros e edifícios
comerciais, de serviços, escritórios técnicos, etc. A Água Fria, bairro para onde as elites se
transferiam nos anos 80 em busca de privacidade, é uma das áreas mais dinâmicas e
autônomas da cidade, concentrando shopings, famosos colégios, sedes de órgãos
administrativos, equipamentos públicos e muitos edifícios e apartamentos de luxo. Ali, há o
Parque do Cocó, importante área verde da cidade.

Fortaleza se expande ainda no rumo dos bairros Edson Queiroz, Luciano


Cavalcante, Seis Boca, Praias da Cofeco, Porto das Dunas e Prainha, bem como na
direção da Cidade dos Funcionários, Cambeba e Messejana.

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A cidade igualmente se expande em direção ao sul e oeste, mas com uma
ocupação feita por setores médios e/ou populares. Nas proximidades do Centro histórico,
há bairros mais antigos, com razoável infraestrutura e oferta de serviços, a exemplo do
Joaquim Távora, Fátima, Benfica, Otávio Bonfim, Montese, Parquelândia, etc., onde
predominam os setores médios. A expansão continua acompanhando as grandes vias. Um
caso do que se fala é a Avenida Bezerra de Menezes, praticamente tomada em quase toda
sua extensão por comércios e lojas. Na saída da cidade, ligação Avenida Mister Hull e BR-
222, igualmente concentram-se muitos negócios e indústrias, afora equipamentos públicos
como o Capus do Pici (Universidade Federal do Ceará), Terminal Rodoviário de Antônio
Bezerra e a chamada “Rodoviária dos Pobres”.

Na zona oeste, na porção mais próxima do mar, temos como grandes vias a
Avenida Leste Oeste (cuja expansão levou a retirada de milhares de famílias nos anos 90
do complexo do Pirambu) e Avenida Francisco Sá. Da foz do Rio Ceará (onde foi
construída uma ponte, ligando Fortaleza a Caucaia), no rumo do sul, temos a Avenida
Perimetral, que é cortada pela Avenida Mister Hull e que permite acesso ao Conjunto
Ceará, Henrique Jorge, João XXIII, entre outros bairros.

Apesar de muitas fábricas terem abandonado a Francisco Sá, a avenida


continua dinâmica, com muitos estabelecimentos comerciais, residenciais, trânsito intenso.
Na região da Barra do Ceará (final da Francisco Sá), também se percebe uma
concentração de comércios, pequenas oficinas, lojas de autopeças ao longo da Avenida
Coronel Carvalho (ligação com a Avenida Perimetral). Ali próximo, nos anos 70, foram
erguidos vários conjuntos habitacionais para segmentos médios (Conjunto Polar, Conjunto
dos Bancários, Nova Assunção, etc.). Há também muitas favelas e bairros populares.

Ligando os eixos norte e sul de Fortaleza tem-se a Avenida José Bastos, com
lojas, ofertas de serviço e equipamentos públicos (Campus de Porongabussu/saúde da
UFC, Instituto Nacional de Reforma Agrária, Terminal de Ônibus da Lagoa e Parangaba).

O deslocamento do terminal do Aeroporto Pinto Martins para o Dias Macedo


dinamizou o bairro. A nova via de acesso ao aeroporto, Avenida Raul Barbosa, permitiu
maior fluxo de trânsito entre vários bairros da zona leste/sul e a BR116.

Nas áreas suburbanas mais distantes, destacadamente nas zonas oeste e sul,
predominam a população de baixa renda, denotando a diferencial espacial/de classe da
cidade. Em geral, têm-se ruas estreitas, tortas, sem saída, não raras vezes sem
calçamento, saneamento, etc. Escasseiam as praças e equipamentos de lazer. São muitas
as favelas e residências humildes. Em tais regiões, as taxas de violências são elevadas,
numa clara vinculação com a grave questão social e pobreza que atingem os cearenses e
a falta de assistência do Estado.

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Também ocorre de setores médios e abastados morarem em outros municípios,
para escapar dos problemas de Fortaleza (trânsito complicado, violência, poluição, etc.),
transformando em habitação principal suas casas de praia (em Iparana, Icarai, Tabuba,
Prainha, Iguape, etc.) ou sítios (Messejana, Eusébio, Caucaia, Pacajus, Maranguape,
Maracanaú, etc.). Em municípios vizinhos igualmente passaram a ser construídos
conjuntos residenciais desde a década de 80.

Fortaleza apresenta-se hoje como um dos mais importantes polos têxteis e de


confecção do Brasil, bem como um destacado polo turístico nacional. Vale salientar,
porém, que a capital cearense não se firmou como uma cidade tipicamente industrial,
imperando a inclinação de “cidade terceirizada”, ou seja, do setor terciário da economia, o
que é uma tendência apresentada mundialmente pelas economias metropolitanas, onde o
crescimento mais notável acontece nos serviços de comércio ambulante, hospedagem e
alimentação, de incorporação de imóveis.

As indústrias de maior porte que antes se concentravam em Fortaleza instalam-


se/transferem-se para municípios da Região Metropolitana, a exemplo do Distrito Industrial
de Maracanaú e, mais recentemente para outros centros como Horizonte, Caucaia,
Pacatuba, Pacajús.

Em 2009, Fortaleza foi escolhido como uma das sedes da Copa do Mundo de
Futebol a se realizar no Brasil em 2014, o que vai ensejar novas obras e intervenções
urbanas na cidade. A cidade continua se expandindo neste começo de século, seja pela
ação publica, por interesses privados (muitos deles, especuladores imobiliários) ou por
iniciativa da própria população. Continua atraindo multidões de pessoas do interior
cearense e até de outros estados. Sua economia cada vez mais se dinamiza, apesar da
alarmante concentração de renda. A favelização, as condições de extrema pobreza da
população e a violência convivem ao lado da expansão dos serviços, comércio, turismo e
do alto padrão de consumo dos segmentos socais abastados. Fortaleza continua sendo
uma cidade múltipla neste século.

CRONOLOGIA DE FORTALEZA
 1500 – O espanhos Vicente Yáñez Pinzón navega pelo litoral brasileiro e atinge o
que seria o atual Mucuripe.
 1603 – Pero Coelho de Souza desembarca no litoral cearense seguindo em direção
da Ibiapaba. No retorno, Pero funda o Forte de São Tiago na foz do Rio Ceará.
 1611 – Martins Soares Moreno desembarca no Ceará e ergue no ano seguinte o
Forte de São Sebastião, na Barra do (rio) Ceará.
 1631 – Martins Soares Moreno retira-se do Ceará, deixando uma pequena guarnição
no Forte de São Sebastião.
 1637 – Os holandeses conquistam o Forte se São Sebastião

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 1644 - Os holandeses são massacrados e o Forte de São Sebastião é destruído.
 1649 – Os holandeses, comandados por Matias Beck funda nas proximidades do
riacho Pajeú o Forte Schoonenborch.
 1654 – Com a derrrota em Pernambuco, os holandeses retiram-se do Ceará. Os
portugueses retomam a colonização do Siará e o Forte Schoonenborch tem o nome
mudado para Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.
 1656 – O Ceará é separado do Estado do Maranhão, ao qual estava vinculado desde
1621 e passa a se subordinar a Pernambuco.
 1699 – Portugal autoriza a criação de uma vila no Ceará. Após várias mudanças, o
pelourinho é instalado definitivamente em Aquiraz.
 1726 – Instalação da Vila da Fortaleza de Nossa Senhora d'Assunção.
 1799 – Separação do Ceará de Pernambuco.
 1810 – Passa por Fortaleza o viajante inglês Henry Koster.
 1817 – São encarcerados em Fortaleza os insurretos da Revolução do Crato.
 1823 – Fortaleza é elevada à categoria de Cidade.
 1825 – São executados no Campo da Pólvora (Passeio Público) os líderes da
Confederação do Equador.
 1785 – Planta Urbanística de Adolf Hebster, sinal do crescimento de Fortaleza, que
passa a ter a hegemonia urbana do Ceará na segunda metade do século XIX.
 1880 – Inauguração do Passeio Publico, um dos principais locais de sociabilidade e
sinal da Belle Époque na cidade.
 1892 – Fundação da Padaria Espiritual
 1910 – Inauguração do Theatro José de Alecar
 1912 – Revolta popular de Fortaleza que força a renúncia de Nogueira Accioly do
governo do Ceará.
 1914 – Tropas vindas de Juazeiro cercam Fortaleza e obrigam a renúncia do
governador Franco Rabelo.
 1925 – Revolta popular cotra o sistema de transporte público.
 1936 – Vitória de Raimundo de Alencar Araripe, primeiro prefeito eleito pelo voto
popular na cidade.
 1943 – Instalação de uma base americana em Fortaleza, no contexto da Segunda
Guerra Mundial (1939-45)
 1947 – Após o fim da Ditadura do Estado Novo (1937-45), é eleito prefeito Acrisio
Moreira da Rocha. Também sao eleitos vários vereadores comunistas.
 1960 -- Censo revela que Fortaleza tem 518 mil habitantes. A cidade vive uma
explosão populacional. Setores mais abastados cada vez mais se concentram no
lado leste da cidade, enquanto os mais pobres ficam na zona oeste.
 1964 – Com o Golpe Militar, Fortaleza perde a autonomia política e administrativa.
 1985 – Na primeira eleição pós-fim da Ditadura, Maria Luiza é a primeira mulher eleita
prefeita de Fortaleza.

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 1990 – Juraci Magalhães assume a prefeitura. O Centro cada vez mais vira uma area
comercial voltada para a perifeira.
 2005 – Luiziane Lins eleita prefeita.
 2009 – Fortaleza é escolhida como uma das sedes da Copa do Mundo de Futebol de
2014.
 2011 – Fortaleza completa 285 anos, com uma população de 2 milhões e 447 mil
habitantes.

GESTORES DE FORTALEZA

Império

Capitão Joaquim Lopes de Abreu 1822-1823


Sargento-mor Joaquim José Barbosa 1823
Francisco Félix Bezerra de Albuquerque 1823
João da Rocha Moreira 1824
Coronel Manuel José Martins Ribeiro Júnior 1824
Joaquim Antunes de Oliveira 1824-1826
Sargento-mor João Facundo de Castro Menezes 1826-1827
Capitão Jacinto Fernandes de Araújo 1827-1828
Joaquim Vieira da Silva e Sousa 1828
Luís Mariano Gomes da Silva 1828
Francisco José Pacheco de Medeiros 1828-1829
Capitão Joaquim Lopes de Abreu 1829-1831
José Joaquim da Silva Braga 1831
Coronel Joaquim Mendes da Cruz Guimarães 1831-1832
José Joaquim da Silva Braga 1832-1833
José Ferreira Uma Sucupira 1833-1836
Capitão Joaquim da Fonseca Soares e Silva 1836-1841
José Lourenço de Castro e Silva 1841-1843
Tenente-coronel Antônio Rodrigues Ferreira Macedo 1843-1849
Manuel Teófilo Gaspar de Oliveira 1849-1850
Tenente-coronel Antônio Rodrigues Ferreira Macedo 1850-1859
Manuel Caetano de Gouveia 1859-1861
Manuel Soares da Silva Bezerra 1861-1865
Tenente-coronel Antônio Teodorico da Costa 1865-1869
Tenente-coronel Joaquim da Cunha Freire 1869
Antônio Gonçalves da Justa 1869-1873
Joaquim da Cunha Freire 1873-1881

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Tenente-coronel Antônio Pereira de Brito Paiva 1881-1884
Capitão João Crisóstomo da Silva Jataí 1884-1886
Capitão Telésfero Caetano de Abreu 1886-1887
Capitão Teófilo Gaspar de Oliveira 1887-1890

República

Capitão José Freire Bezerril Fontenelle 1890


Capitão Manuel Nogueira Borges 1890-1891
Joaquim de Oliveira Catunda 1891-1892
Coronel Guilherme César da Rocha 1892-1912
João Marinho de Albuquerque Andrade 1912
Ildefonso Albano 1912-1914
Coronel Casimiro Ribeiro Brasil Montenegro 1914-1918
Rubens Monte 1918-1920
Godofredo Maciel 1920
Ildefonso Albano 1921-1923
Adolfo Gonçalves de Siqueira 1923-1924
Godofredo Maciel 1924-1928
Álvaro Weyne 1928-1930
César Cals de Oliveira 1930-1931
Antônio Urbano de Almeida 1931
Major Tibúrcio Cavalcante 1931-1933
Raimundo Girão 1933-1934
Tenente José Narreira 1934
Plínio Pompeu de Sabóia Magalhães 1934-1935
Gentil Barreira 1935
Álvaro Weyne 1935-1936
Raimundo de Alencar Araripe 1936-1945
Plácido Aderaldo Castelo 1945
Vicente Linhares 1945
Oscar Barbosa 1946
Romeu Martins 1946
Clóvis Matos 1946-1947
José Leite Maranhão 1947-1948
Acrísio Moreira da Rocha 1948-1951
Paulo Cabral de Araújo 1951-1955
Acrísio Moreira da Rocha 1955-1959

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General Manuel Cordeiro Neto 1959-1963
General Murilo Borges Moreira 1963-1967
José Walter Cavalcante 1967-1971
Vicente Cavalcante Fialho 1971-1975
Evandro Aires de Moura 1975-1978
Luís Gonzaga Nogueira Marques 1978-1979
Lúcio Gonçalo de Alcântara 1979-1982
José Aragão e Albuquerque Júnior 1982-1983
César Cals de Oliveira Neto 1983-1985
José Maria de Barros Pinho 1985-1986
Maria Luiza Fontenele 1986-1989
Ciro Ferreira Gomes 1989-1990
Juraci Vieira de Magalhães 1990-1993
Antônio Cambraia 1993-1997
Juraci Vieira de Magalhães 1997-2005
Luizianne Lins 2005-2013

TEXTOS EXTRAS (Fonte: www.opovo.com.br)

Um pé no mercado, outro no improviso

Um crescimento espontâneo que evidencia desigualdades. Os números da


“Malha Municipal e Informações dos Setores Censitários do Censo 2010”, divulgados ontem
pelo IBGE, mostram como se deu o crescimento populacional de Fortaleza nos últimos 10
anos. E revelam que, nos bairros que registraram os maiores índices de expansão, o
processo de favelização e o avanço do mercado imobiliário ainda são os dois principais
indutores de nossa dinâmica urbana.

Dos 119 bairros de Fortaleza, nove apresentaram um crescimento populacional


superior a 50% na última década. A maior parte deles, na área localizada entre o centro
geográfico da Cidade e a região sudeste: Dendê, Salinas, Parque Iracema, Guararapes,
Cajazeiras e Luciano Cavalcante. A costa leste da Cidade também aparece na relação: em
dez anos, a Praia do Futuro I (trecho mais ao norte da orla) cresceu 127,29%; e a Praia do
Futuro II, 56,28%.

A disponibilidade de terrenos para o mercado construtor e a informalidade das


soluções habitacionais dos setores mais pobres fermentaram esse cenário. “Esses eram os
bairros onde havia o maior número de terrenos vazios na Cidade. Havia também algumas
favelas, mas eram pouco densas. O que houve foi tanto um crescimento da favelização
quanto uma expansão do mercado imobiliário”, avalia Renato Pequeno, professor do curso

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de Arquitetura e Urbanismo da UFC e pesquisador do Observatório das Metrópoles. “Isso
revela que a Cidade vai reafirmando suas desigualdades nesse processo de crescimento”.

Renato destaca que nessas áreas, não há intervenções significativas do poder


público em termos de políticas habitacionais – em geral, localizadas em áreas mais
periféricas da Cidade. Com isso, alheio às políticas oficiais, o crescimento dos bairros em
Fortaleza se dá de modo informal: entre as regras e oportunidades do mercado e o
improviso da sobrevivência.

“O que existe é uma expansão espontânea. Tanto das favelas quanto do mercado
imobiliário. Os mais pobres vão resolvendo suas questões de moradia na base do improviso.
Na Praia do Futuro, há uma auto-verticalização, um crescimento significativo da co-
habitação, da construção de fundo do quintal”, reforça.

O coordenador de planejamento da Secretaria de Planejamento e Orçamento


(Sepla), José Meneleu, diz que ainda é necessária uma avaliação mais detalhada dos
números do IBGE para se saber com mais precisão para onde a bússola do crescimento em
Fortaleza tem apontado. No entanto, avalia que parte do percurso do Rio Cocó, onde se
localizam bairros como Salinas, Edson Queiroz e Guararapes, delimitam uma das áreas de
maior expansão na Cidade. “Há disponibilidade de terrenos e você tem uma crescente
disponibilidade de serviços, uma facilidade de acesso cada vez maior, além de um forte
atrativo ambiental. São bairros mais novos, que vêm sendo ocupados por uma nova classe
média”, pontua.

Na Praia do Futuro, ele destaca, há empreendimentos imobiliários para classes


mais ricas. “Mas a expansão se dá, sobretudo, entre a população mais pobre, em ocupações
irregulares e nas favelas do bairro”. avalia.

Bairros que mais perderam população

Benfica -30,64%
Sabiaguaba -23,27%
Paupina -20,73%
Jangurussu -20,38%
Pedras -14,85%
Papicu -9,47%
Manuel Dias Branco -9,22%
Cristo Redentor -7,60%
Mondubim (Sede) -5,30%
Demócrito Rocha -4,21%

Fortaleza, cidade das mulheres


Em todos os bairros de Fortaleza, a porcentagem do número de mulheres é maior
que a dos homens. Os dados refletem uma realidade nacional, de acordo com o último
Censo. Em 2010, a população feminina brasileira ultrapassou em 3,9 milhões a masculina.

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No entanto, não é a taxa de natalidade masculina que explica este fenômeno, pois nascem
mais homens que mulheres (proporção de 105 para 100). A situação só muda quando, na
faixa dos 20 anos, os homens estão mais expostos à violência e morrem mais jovens.

O bairro de Fortaleza com maior índice de mulheres é Estância (Dionísio Torres)


com 57,63%, uma diferença de 15,26% em relação aos homens. O professor do
departamento de Ciências Sociais da UFC e mestre em Antropologia pela UNB, Carlos
Silveira, avalia que a disparidade entre os gêneros não é tão grande. “Em termos gerais,
entendo que existe desequilíbrio, mas ainda é pouco. Isto pode estar vinculado a uma
mudança no comportamento urbano, que tem a ver com a violência, o desemprego, a falta
de oportunidades, que afetam bem mais os homens”. A busca por qualidade de vida também
é uma preocupação maior entre as mulheres, de acordo com Silveira. “A procura por
formação escolar e um maior grau de instrução talvez explique também porque o
contingente feminino cresceu mais que o masculino”.

Mesmo em bairros periféricos, o número de mulheres subiu. No Dendê, por


exemplo, há 50,06% mais mulheres que homens. Por outro lado, o mesmo bairro é onde
mais cresceu o número tanto de homens quanto de mulheres, nos últimos dez anos. “A taxa
de natalidade na periferia é bem maior do que nos bairros mais nobres”, explica Silveira.
Mesmo assim, o índice de crescimento do número de mulheres no Dendê ultrapassou 5,18%
a dos homens. “Nos bairros de melhor padrão urbano, a população feminina está mais
protegida pelo estilo de vida que leva. Nos bairros mais afastados, há uma carência maior”.

Mortalidade masculina

A professora do Departamento de Economia Doméstica da UFC, Sande Maria


Gurgel, explica que a mortalidade masculina decorre de vários fatores sociais até biológicos.
“Já li pesquisas que atestam que o feto masculino é mais frágil que o feminino. A violência,
os vícios, os acidentes de trânsito e até mesmo o estresse do homem, que tem o papel de
provedor, podem afetar”. Integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero, Idade
e Família (Negif-UFC), a pesquisadora pontua o aumento do número de famílias chefiadas
por mulheres. “Quando há escassez de homens, elas se tornam chefes da casa e ocupam
mais vagas no mercado de trabalho”.

Sande Maria recupera alguns dados estatísticos, publicados pelo Departamento


Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), que revela que, em
2010, a remuneração horária da mulher saltou de 1,8% para 12,7%, em Fortaleza, Salvador
e Recife. Mas a maioria delas ocupam trabalho informal e empregos que rendem até um
salário mínimo. “Como são profissões menos valorizadas, a renda delas aumentou”. A
pesquisadora explica que os dados do censo podem dar maior visibilidade às mulheres.
“Novas políticas públicas precisarão surgir para atender as mulheres, que estão se inserindo
mais na sociedade, que brigam por emprego, melhores salários e igualdade de gênero. De
certa forma, o aumento de mulheres também pode provocar maior competição no mercado
de trabalho”.

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Maior crescimento de mulheres

Dendê 168,51%
Praia do Futuro I 127,37%
Salinas 99,13%
Parque Iracema 93,68%
Guararapes 77,26%
Cajazeiras 62,60%
Praia do Futuro II 56,05%
Mata Galinha 54,89%
Engenheiro Luciano Cavalcante 52,98%
Parque Presidente Vargas 50,46%

Maior redução de homens

Benfica -29,36%
Sabiaguaba -25,13%
Paupina -22,62%
Jangurussu -21,83%
Manuel Dias Branco -15,02
Pedras -12,42%
Papicu -8,69%
Cristo Redentor -8,66%
Mondubim (sede) -6,63%
Pirambu -4,68%
NÚMEROS: 57% É A MÉDIA DA POPULAÇÃO FEMININA EM RELAÇÃO À
MASCULINA NOS DEZ BAIRROS DE FORTALEZA ONDE HÁ MAIOR DISPARIDADE.
DIONÍSIO TORRES E ALDEOTA LIDERAM

Bairro mais jovem e sem estrutura de lazer


Basta dar uma volta pelas ruas do Siqueira para perceber a grande quantidade de
jovens no bairro. Crianças e adolescentes teimam em aproveitar a juventude diante das
poucas opções de lazer. A falta de equipamentos culturais é a principal reclamação. “Se
tivesse uma praça, um parquinho ou um campo de futebol, a situação seria bem melhor.
Agora nas férias, fica todo mundo na rua sem saber o que fazer”, desabafa a estudante
Mariane Batista, 14.

Na casa da família Souza, são cinco crianças e adolescentes. “Não sei o que
fazer com tanta meninada em casa. O bairro é cheio de jovens que ficam sem saber o que
fazer nas férias”, aponta a dona de casa Liduína Souza, 51.

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É nesse limite de Fortaleza com Maracanaú, no extremo sul da cidade, que se
concentra o maior número de crianças e adolescentes com até 14 anos de idade. No
Siqueira, bairro que faz parte da Regional V, moram 30,3% da garotada da Capital, seguido
da Praia do Futuro II (29,9%), Parque Presidente Vargas (29,7%) e Praia do Futuro I
(29,3%). A maior proporção da população que está começando a galgar o futuro, no entanto,
não conta com o mínimo de estrutura física e social para o desenrolar de atividades básicas
para o crescimento desses meninos e meninas, como educação de qualidade e lazer nos
espaços públicos.

Passando pelo bairro, não é difícil notar a ausência de bons locais de convivência,
além da urbanização precária. “Qual o equipamento de cultura que existe naquela região?
Tem que se atravessar a cidade, pegar um ônibus no Terminal do Siqueira, passar pelo
Terminal do Papicu, para você chegar a um lugar com acesso à cultura”, problematiza Clézio
Freitas, representante do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca).

Para Rui Aguiar, oficial de projetos do Fundo das Nações Unidas para a Infância
(Unicef), as ações nesse sentido teriam como ponto inicial o Plano Diretor de Fortaleza,
pensando a cidade estrategicamente para garantir a livre circulação de crianças e
adolescentes. “E a questão não é só espacial. Tem a ver também com a programação
cultural que você oferece nesses espaços e as políticas públicas de assistência social”,
passando também pelos lares.

“Temos que ter, em primeiro lugar, a garantia da infra-estrutura, depois uma


programação cultural e então uma programação comunitária, algo que permita que a própria
comunidade usufrua e zele pelo seu espaço”, elenca.

Os quase um terço de pessoas de até 14 anos no Siqueira, explica a vice-


presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), Flor
Fontenele, foram construídos pelo próprio contexto do bairro, carente de políticas públicas
que ofereçam informação e planejamento familiar.

“É onde se encontra a parcela mais pobre da população e também a mais carente


em educação. Isso, consequentemente, gera mais filhos”, explica.

“Para não dizer que não tem nada, tem o Centro Cultural no antigo Bom Jardim,
mas é o único equipamento. Adolescentes ficam na rua, começam a trabalhar cedo e isso
gera problemas de trabalho infantil”, debate Flor Fontenele.

Em contraponto, a Gentilândia, localizado na Regional IV, um dos bairros mais


recentes da Capital, oficializado somente em 2009, quando foi desmembrado do Benfica e
se tornou independente, é o que abriga a menor proporção de pessoas com até 14 anos,
contabilizando apenas 11,1% deles. “É um bairro com uma população mais envelhecida,
mais tradicional”, disse Aguiar.

É lá onde há o maior índice de envelhecimento da cidade: 110,6. Enquanto


bairros ao lado, como Joaquim Távora ou Benfica estão bem abaixo, com indicativos de 86 e
95,1, respectivamente.

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Bairros com mais idosos

José Bonifácio 14,1%


Parque Araxá 13,6%
Parquelândia 13,2%
Estância (Dionísio Torres) 12,7%
Meireles 12,5%
Amadeo Furtado 12,5%
Gentilândia 12,3%
Aldeota 12,2%
Joaquim Távora 12,2%
Bom Futuro 11,9%

Bairros com mais jovens

Siqueira 30,3%
Praia do Futuro II 29,9%
Pq. Presidente Vargas 29,7%
Praia do Futuro I 29,3%
Canindezinho 28,6%
Barroso 28,2%
Planalto Ayrton Senna 28,1%
Granja Portugal 28,1%
São Bento 28,1%
Genibau 28%

QUESTÕES HISTORIA DE FORTALEZA

1-Sobre o processo de ocupação da costa cearense durante o século XVII, pode-se afirmar
corretamente:

a) Os portugueses aliaram-se aos indígenas que habitavam essas terras e construíram


fortes apenas para defender o centro do comércio do pau-brasil.

b) A presença portuguesa no Ceará tem a ver com a ocupação de Pernambuco pêlos


franceses e do Maranhão pelos holandeses.

c) O litoral foi intensamente disputado por índios e forças militares de várias potências
européias, e várias fortificações foram construídas por portugueses e holandeses.

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d) A conquista do litoral cearense foi empenhada por motivos econômicos, já que o cultivo
de cana-de-açúcar estava bastante desenvolvido e o açúcar necessitava ser transportado
diretamente para Portugal.

2 -Sobre os primeiros tempos da história do Ceará e de Fortaleza, marque (V) para as


afirmações verdadeiras e (F) para as falsas:

a) ( ) O donatário da capitania do Ceará, Antônio Cardoso de Barres, não chegou sequer a


tomar posse de sua doação, somente vindo ao Brasil como provedor da fazenda no governo
de Tomé de Souza em 1549.

b) ( ) A primeira tentativa de conquista foi efetuada em 1603, pela bandeira dirigida por Pero
Coelho de Sousa, por isso ele é considerado o fundador do Ceará.

c) ( ) Não existe relação entre a conquista do Ceará e a luta pela expulsão dos franceses do
Maranhão.

d) ( ) Numa visão tradicional, Martim Soares Moreno é considerado o fundador oficial do


Ceará.

e) ( ) A base da fundação de Fortaleza foi criada pelos holandeses, na figura de Matias


Beck, que, chegando ao Ceará, construiu o forte de Schoonenborck, ficando este, após a
expulsão dos flamengos, sob a direção governamental do capitão-mor Álvaro de Azevedo
Barreto.

f) ( ) Os missionários da Companhia de Jesus Francisco Pinto e Luís Filgueira, com


"objetivos catequéticos", chegaram às terras do Siará Grande em 1607, mas não foram bem-
sucedidos.

3- Atente para o que se diz sobre o Forte Schoonenborch, fundado pelos holandeses em
1649, naquela que seria a capital cearense:
I- Foi a primeira construção que irradiou o núcleo urbano de Fortaleza. Ele foi,
naquele contexto, um espaço centralizador de atividades.
II- Além de sua importância estratégico-militar, uma das suas funções era vigiar os
nativos rebeldes.
III- Depois da expulsão dos Holandeses, a Coroa Portuguesa conquistou o Forte e
rebatizou-o de Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição.

Está correto o que se afirma em


A) I, II e III.
B) I e III apenas.
C) II e III apenas.
D) I e II apenas.

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4 (Prova da PM) Com relação à historia do ceará, julgue os itens seguintes:
A) ( ) Ao longo do século XVIII, a principal atividade econômica do cearense foi a pecuária,
por meio da qual se desenvolveu o comercio do charque.

B) ( ) No Ceará, o predomínio das oligarquias na política loca teve fim com a revolução de
1930.

C) ( )A introdução de bondes de tração animal, do telegrafo e da telefonia, bem como o


calçamento e a canalização da água são ações que caracterizaram a modernização de
fortaleza no século XIX.

D) ( )A cidade de Fortaleza foi fundada no século XVIII, para conter a ação de piratas
ingleses no litoral cearense.

5-Sobre a presença holandesa no Ceará do século XVII, é correto afirmar:

a) Mathias Beck escreveu a “Relação do Ceará”, importante documento histórico;


b) Os holandeses liderados por Mathias Beck foram massacrados pelos índios;
c) Os primeiros holandeses que estiveram no Ceará vieram em busca de âmbar;
d) Os holandeses batizaram a fortificação que construíram de Fortaleza de Nossa Senhora
da Assunção.

6- Assinale a opção que contém a ordem cronológica correta em que as figuras históricas
abaixo estiveram no Ceará/Fortaleza:
a) Francisco Pinto – Pero Coelho – Soares Moreno –Mathias Beck;
b) Soares Moreno – Francisco Pinto – Pero Coelho – Mathias Beck;
c) Pero Coelho – Francisco Pinto – Soares Moreno – Mathias Beck;
d) Mathias Beck - Soares Moreno – Pero Coelho - Francisco Pinto

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7- A economia cearense foi marcada por dois grandes ciclos econômicos: o Ciclo do Gado
(séculos XVIII e XIX) e o Ciclo do Algodão (séculos XIX e XX). Marque a alternativa correta
quanto à história econômica do Ceará:

a) O algodão ocupou um papel secundário na economia cearense, muito mais vinculada à


pecuária. Neste sentido, as consequências econômicas do comércio algodoeiro foram quase
imperceptíveis, principalmente em Fortaleza.

b) Com a riqueza do algodão, a cidade de Aracati, com seu porto natural na foz do rio
Jaguaribe, tornou-se a principal cidade cearense.

c) A pecuária extensiva foi a responsável pela ocupação dos sertões do Ceará,


principalmente ao longo dos grandes rios e dos vales úmidos.

d) A cidade de Fortaleza foi o centro da produção pecuarista cearense, tornando-se a


“capital do couro”.

e) A pecuária extensiva cearense localizava-se no litoral, às margens das praias, já que o


interior era muito seco e impróprio para o gado.

8- A primeira vila do estado do Ceará foi:


a) Sobral
b) Iguatu
c) Aquiraz
d) Camocim

9- A respeito da História de Fortaleza, é correto afirmar:


a) Em 1649, Fortaleza é elevada à condição de cidade pelo explorador holandês Matias
Beck, logo após ser construído o Forte de Schoonemboch na embocadura do riacho
Pajeú.

b) Em 1726, Fortaleza é elevada á condição de cidade pelo português Pero Coelho, logo
após a expulsão dos holandeses.

c) Em 1823, Fortaleza é elevada pelo imperador D. Pedro I à condição de cidade, mais


precisamente sob a denominação de Fortaleza de Nova Bragança.

d) Em 1889, Fortaleza foi elevada à condição de cidade, em decorrência da


proclamação da República.

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10- Sobre os primeiros núcleos urbanos do Ceará, é correto afirmar:

a) A primeira vila do Ceará foi Fortaleza, que era também a sede da comarca;

b) A primeira vila fundada no sertão cearense foi Quixeramobim, localizada num cruzamento
de estradas;

c) A vila de Aracati foi fundada numa região importante pelo seu comércio de carne;

d) As vilas de controle social surgiram no final do século XVIII em virtude da necessidade de


conter os índios rebelados.

11- Sobre o Ceará, no século XVIII, é INCORRETO afirmar:

a) Algumas cidades cearenses originaram-se de reduções jesuíticas;

b) O Sertão cearense foi colonizado por levas de baianos e pernambucanos;

c) O conflito entre colonos brancos e indígenas ficou conhecido como Guerra dos Bárbaros;

d) Com a Guerra Civil dos Estados Unidos (1861-65), a produção de algodão, no Ceará,
sofreu grande diminuição, impedindo o crescimento de Fortaleza.

12- Sobre os movimentos insurrecionais em que o Ceará participou no século XIX é falso:

a) A revolução de 1817 tinha caráter emancipacionista e republicano, sendo comandado


pela família Alencar, lideres da facção liberal local.

b) Os insurretos de 1817 acabaram fuzilados na Praça dos Mártires por terem participado de
uma revolta contra El Rei de Portugal

c) A confederação do Equador visava criar uma república liberal no Nordeste, longe do


centralismo de D. Pedro I e das ameaças recolonizadoras de Portugal

d) A influência pernambucana e o descontentamento dos liberais cearenses com D. Pedro I


explicam a adesão da província à Confederação do Equador

13 - Um dos episódios mais marcantes da História de Fortaleza foi:


a) Protagonizado pelo jangadeiro Francisco José do Nascimento, conhecido como
Dragão do Mar, que fechou o porto de Fortaleza ao embarque e desembarque de
escravos. O Ceará se torna, então, o primeiro estado a abolir a escravidão no Brasil.

b) Protagonizado pelo padre Cícero que expulsou os cangaceiros instalados no Mercado


Central de Fortaleza, restaurando a ordem e a segurança pública.

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c) Protagonizado pelo jangadeiro Manuel Jacaré que expulsou os holandeses de
Fortaleza, devolvendo a soberania da cidade ao povo brasileiro.

d) Protagonizado pelo padre Mororó que declarou a independência do Estado do Ceará


e decretou Fortaleza como sendo capital do novo país.

14 -"O binômio gado-algodão vai ter em Fortaleza seu grande centro, assim como a cana-
de-açúcar teve o Crato e a carne de sol teve Aracati". (SILVA, José B. da. Os incomodados
não se retiram: uma análise dos movimentos sociais em Fortaleza. Fortaleza- Multigraf,
1992, p. 22)
A produção do algodão, no século XIX, foi de grande importância para a economia do Ceará
e para o crescimento de sua capital. Assinale a alternativa que expressa corretamente o
momento em que esta produção atinge o seu apogeu.

a) Durante o bloqueio continental imposto aos ingleses por Napoleão.

b) Durante a Guerra de Secessão nos EUA (1861-1865).

c) Logo após a transferência da família real portuguesa para o Brasil em 1808.

d) Com a abolição da escravatura no Ceará em 1883.

15- Marque V ou F. A consolidação de Fortaleza como centro político, econômico e


administrativo, a partir da segunda metade do século passado, verificou-se por (pelo):

a) ( ) sua condição de centro coletor e exportador de algodão.


b) ( ) sediar os principais serviços da administração pública.
c) ( ) ser a capital da Província e cidade portuária.
d) ( ) ter sido a primeira vila estabelecida no Ceará.
e) ( ) desenvolvimento do comércio exportador.

16- As grandes secas de 1877-1879 não somente secaram os reservatórios de água de


Fortaleza; trouxeram graves efeitos para a cidade. Neste sentido, aponte a única alternativa
FALSA:

a)Nos três anos que perdurou a estiagem, mais de 100 mil sertanejos migraram para a
capital cearense, transformando a cidade num grande formigueiro humano.

b) A maior parte desses retirantes famintos ficava abrigada nos chamados “campos de
concentração” ou “abarracamentos” localizados nos arredores da cidade sem qualquer
condição de higiene.

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c)A grande seca de 1877 – 1879 agravou o estado sanitário de Fortaleza. Em 1877 uma
epidemia de varíola vitimou milhares de retirantes nos arrabaldes da cidade.

d)A partir de 1879 algumas chuvas caíram, o que contribuiu para nova onda da epidemia de
varíola. A lista de mortos duplicou assim como o número de vítimas da doença a mendigar
pela cidade.

17 -O tombamento e a restauração do Passeio Público, cuja construção data do final do


século XIX, justifica-se:

A) pela preservação da memória do Exército que ocupa essa área desde o período colonial.

B) por sua história, pois constituiu um espaço de resistência dos negros que ali organizaram
um quilombo.

C) por constituir patrimônio cultural edificado da cidade que guarda marcas da ocupação do
espaço urbano.

D) pelo apelo do setor imobiliário, já que essa área vem se valorizando a partir da
construção de residências modernas em seu entorno.

E) pela importância simbólica que tem para a população de Fortaleza, pois tem servido
como palco para manifestações políticas desde a República Velha

18 -Sobre as transformações urbanas e sociais ocorridas em Fortaleza na segunda metade


do século XIX, é correto afirmar que:

A) As intervenções para ampliação dos logradouros facilitaram a ocorrência de


manifestações políticas e partidárias em locais públicos.

B) O planejamento urbano da cidade de Fortaleza, o plano em xadrez para as ruas,


ocorreu devido às ações políticas de comerciantes.

C) As plantas do engenheiro Adolfo Herbster, de 1875 e 1888, não tinham como


perspectivas de ampliação as áreas despovoadas da cidade.

D) A abertura das avenidas Dom Manuel (denominada Boulevard da Conceição), do


Imperador e Duque de Caxias são símbolos das disputas entre o saber médico e o
poder público.

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E) Os projetos arquitetônicos de Adolfo Herbster visavam o alinhamento de ruas e
casas, e a abertura de avenidas para o ordenamento do espaço urbano e o controle
social.

19 - Em 1875, são propostas para Fortaleza novas normas para ocupação do solo urbano
através da configuração de uma Planta da Cidade de Fortaleza. Assinale a alternativa que
corresponde ao engenheiro-arquiteto que projetou essa Planta.

a) Silva Paulet.
b) Oscar Niemeyer.
c) Arrojado Lisboa.
d) Manuel Frances.
e) Adolfo Herbster.

20 A X Bienal Internacional do Livro do Ceará (nov/2012) homenageou um importante


movimento ocorrido no Ceará, no século XIX, conhecido como “Padaria Espiritual”. A
respeito desse movimento, podemos afirmar que

I. Foi a primeira manifestação explícita de adeptos da doutrina espírita no estado do Ceará,


tendo como objetivo principal a divulgação da obra de Allan Kardec, recém lançada na
França.

II. Consistiu numa agremiação cultural, fundada em 1892, formada por escritores, pintores,
desenhistas e músicos, que teve como idealizador e um de seus fundadores o escritor
Antonio Sales.

III. Foi um movimento formado por jovens intelectuais, que tinha como principal objetivo
criticar e protestar, especialmente por meio das letras, a sociedade burguesa, o clero e tudo
o que fosse tradicional.

IV. Foi um movimento de natureza católica, nascido no seio da burguesia e apoiado pelo 1º
bispo do Ceará, D. Luis Antonio dos Santos, com o propósito de fortalecer os valores
cristãos na sociedade cearense.

V. Durou cerca de 6 anos, publicou periodicamente um jornal chamado “O Pão”, no qual os


“padeiros” tratavam de assuntos diversos da vida literária do Ceará e do Brasil, além de
publicarem seus próprios textos.

Assinale a opção CORRETA.

A) São verdadeiros somente I e III.


B) São verdadeiros somente II, III e V.

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C) São verdadeiros somente I, II e V.
D) São verdadeiros somente II, IV e V.
E) São verdadeiros somente II e IV.

21 -Construída em 1877, seu nome homenageia um general cearense que participou da


Guerra do Paraguai. Destaque para as estátuas de leões de bronze, trazidas de Paris no
começo do século. Localizada no Centro, forma imponente conjunto arquitetônico com a
Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o Palácio da Luz e a antiga Assembleia Provincial.
Estamos falando da:

a) Praça General Bezerril.


b) Praça General Tibúrcio.
c) Praça General Sampaio.
d) Praça General Castro e Silva.

22 A Praça dos Leões, o Passeio Público e a antiga Assembleia Legislativa, onde hoje
funciona o Museu do Ceará, fazem parte da história arquitetônica de Fortaleza. Assinale a
opção que corretamente informa a região da cidade onde eles estão localizados.

a) No bairro da Aldeota, que representa o coração econômico da cidade de Fortaleza.

b) Na Praia de Iracema, onde encontramos outros pontos de importância histórica, como a


Ponte Metálica.

c) Na região do Centro, em cujo entorno a cidade se desenvolveu.

d) Nos arredores da Beira-Mar, onde a cidade floresceu devido à proximidade do porto do


Mucuripe

23-“Esse tipo de sociabilidade de elite, fundada sobre pequenos círculos, grêmios ou


associações, voltada para a discussão e o lazer em torno de temas importante para aqueles
contemporâneos, marcou definitivamente a produção intelectual cearense (...). [Esses]
círculos [constituíam] espaço privilegiado para a discussão filosófica, literária, política e,
inclusive, para o lazer.” (AMARAL, Eduardo Lúcio Guilherme. Barão de Studart – memória
da distinção. Fortaleza: Museu do Ceará, 2002. p. 10-11.)

A partir da leitura do texto acima sobre as elites letradas de Fortaleza no final do século XIX,
compreende-se corretamente que o saber e o conhecimento:

A) existiam somente na universidade.

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B) estavam dissociados da vida política.
C) constituíam símbolos de distinção social.
D) eram vistos como irrelevantes para a sociedade.
E) eram secundários em relação à diversão e às festas.

24 Sobre a economia cearense entre os períodos colonial e imperial, marque a opção certa.

a) O trabalho de vaqueiro no Ceará colonial era ocupado por homens livres que recebiam
salários.

b) A cultura algodoeira foi responsável pelo povoamento da terra cearense a partir do século
XVI.

c) As oficinas de charque e a comercialização da carne seca fizeram do Cariri a principal


região econômica do Ceará colonial.

d) A predominância da exportação do algodão pelo porto de Fortaleza contribuiu para


consolidar a capital como principal centro urbano do Ceará no século XIX.

e) O café no Ceará só foi cultivado nas regiões de Sobral e Camocim, e não teve nenhuma
expressividade na economia exportadora cearense do século passado.

25 O Crescimento urbano da cidade de Fortaleza no final do século XIX se deveu,


principalmente, à (ao).

a) êxodo rural provocado pela seca de 1877, evitando o perigo das mortes, das invasões e
da miséria da população que encontra abrigo confortável na cidade.

b) crescimento das indústrias têxteis a absorver mão de obra, infraestrutura e serviços


urbanos.

c) expansão da cultura algodoeira de exportação, concentrando na capital do comércio


importador e exportador, além das atividades de serviços, administração e recolhimento de
impostos.

d) concentração das atividades portuárias com a transferência do comércio exportador


açucareiro de Recife para Fortaleza, devido ã epidemia de cólera na capital pernambucana.

26 A partir do século XVIII, contribuíram para consolidar Fortaleza como principal centro
urbano do Ceará. Marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso.

a) ( ) A emancipação do Ceará da jurisdição de Pernambuco.

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b) ( ) A fundação do Forte Schoonenborch pelos holandeses.

c) ( ) O declínio das "oficinas" de salga e exportação de carne no Aracati.

d) ( ) A ação do boticário António Rodrigues Ferreira, presidente da Câmara Municipal, em


prol da urbanização.

e) ( ) O traçado urbano da capital pelo arquiteto Adolfo Herbster.

f) ( ) O aumento da exportação algodoeira em virtude da Guerra de Secessão.

27 Sobre a oligarquia de Nogueira Accioly, marque a única opção correta:

a) A palavra “oligarquia” significa “governo de muitos”;

b) Nogueira Accioly foi um político fortalezense que dominou a política cearense por mais de
dez anos;

c) Entre as realizações de Accioly destaca-se a fundação do Teatro José de Alencar e da


Faculdade de Direito;

d) Accioly foi deposto pela Revolução de 1912, liderada pelo Padre Cícero.

28 Fortaleza era pura agitação. As acusações, os manifestos, as passeatas, os comícios e


as provocações de parte a parte tornavam o ambiente explosivo. O povo estava
entusiasmado com a possibilidade real de depor Accioly. De fato, esse sonho estava na
iminência de concretizar-se, não pelo voto, mas pelas armas, em uma revolta popular, cujo
estopim foi a passeata das crianças."
(FARIAS, Airton de. História do Ceará: dos índios à geração Cambeba. Fortaleza: Tropical,
1997 p. 130)
Sobre a deposição do Comendador Nogueira Accioly da Presidência do Estado do Ceará,
em 1912, comentada no texto acima citado, é conoto afirmar que:

a) a expectativa popular foi frustrada pelos acordos políticos entre Accioly e o candidato da
oposição, Franco Rabelo, garantindo uma transição pacífica.

b) a queda de Accioly está ligada à "Política das Salvações" do Presidente Hermes da


Fonseca e à revolta popular diante dos desmandos do oligarca.

c) a revolta popular não só garantiu a deposição de Accioly como instalou um governo


revolucionário de caráter socialista que durou apenas duas semanas.

d) a derrota eleitoral de Accioly foi comemorada com entusiasmo pela população que,
apesar de tudo, manteve a ordem na cidade.

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29 A Sedição de Juazeiro caracterizou-se por ser um movimento político que:

a) promoveu a manutenção da oligarquia de Accioly no poder, com o mesmo como


Presidente do Estado do Ceará.

b) derrubou o governo de Matos Peixoto e inaugurou a Revolução Tenentista no Ceará.

c) provocou a derrubada de Franco Rabelo, e as oligarquias conservadoras voltaram a


mandar no Ceará, mas sem a liderança de Nogueira Accioly.

d) defendeu os direitos sociais das camadas mais humildes e sertanejas, gerando uma
sociedade alternativa, mais justa e humana, sob a liderança de José Lourenço.

e) ratificou a Política das Salvações no estado cearense, colocando, no controle estadual, o


democrata Liberato Barroso e pondo fim ao nepotismo da oligarquia Paula Rodrigues.

30 Analisando o local em que o Teatro José de Alencar foi construído em 1910 e suas
características arquitetônicas, o estilo art nouveau e as estruturas metálicas importadas da
Escócia, podemos afirmar corretamente que o teatro:

a) forma junto com o Forte de Nossa Senhora da Assunção marcos da ocupação colonial
portuguesa.

b) é uma das primeiras edificações a demarcar o centro como novo polo de diversão em
detrimento da beira-mar.

c) identifica o centro como área exclusiva de comércio, serviços e lazer nas primeiras
décadas do século XIX.

d) marca a ascensão da influência norte-americana na cultura cearense, cujo auge ocorreu


na Segunda Guerra Mundial.

e) constitui um exemplar do processo de urbanização e modernidade ocorrido no início do


século XX, calcado em parâmetros europeus.

31 "Povo cearense, começa hoje o regime de ginecocracia: às treze horas empossar-se-á o


governador eleito pelo voto das beatas inconscientes e dos padres politiqueiros. Guardai,
neste instante, um minuto de silêncio em homenagem aos mortos da Revolução."
(SOUZA, Sirnone, As interventorias no Ceará - 1930-1935, Apud. SOUZA. Simone-coord.
História do Ceará. Fortaleza. UFC/Fundação Demócrito Rocha/Stylus Comunicação, 1989,
p, 331).
O texto acima se refere ao contexto histórico do pós-30 cearense, no qual as seguintes
forças políticas polarizaram a disputa eleitoral:

a) LEC (Liga Eleitoral Católica) e LCT (Legião Cearense do Trabalho).

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b) Integralistas e Liga Eleitoral Católica.

c) Oligarquias mais tradicionais e os integralistas.

d) Círculos Operários Católicos e Legião Cearense do Trabalho.

e) Setores Liberais e Liga Eleitoral Católica.

32 O documentário, dirigido pelo cineasta norte-americano Orson Welles e parcialmente


filmado em Fortaleza, foi:

a) “É Tudo Verdade”;
b) “Verdades e Mentiras”;
c) “Corações e Mentes”;
d) “Opinião Pública”

33 “Quando ele nasceu, O POVO noticiou com destaque que ele era o primeiro fortalezense
daquele porte. Nasceu belo e imponente, e fazia a cidade chegar mais perto das nuvens e
arranhar o céu. Era 2 de
janeiro. O ano, 1932.” (Jornal O POVO, Fortaleza-CE, 14 de janeiro de 2007, p. 8)
O texto refere-se ao Excelsior Hotel, inaugurado em 1932, na Rua Guilherme Rocha, no
centro da capital cearense. Sobre a cidade de Fortaleza, nas décadas de 1930 e 1940, é
correto afirmar que:

a) a inauguração do Excelsior Hotel foi um fato isolado. A cidade nestas décadas, no


tocante às feições urbanas, assemelhava-se com a Fortaleza do final do século XIX.

b) a pavimentação de concreto das vias públicas, a instalação da telefonia automática


e o aumento do tráfego motorizado modificaram as feições urbanas da cidade.

c) a cidade, em função do êxodo de moradores para o interior do Ceará, vivenciou


um decréscimo populacional e, consequentemente, uma carência de mão de obra.

d) a Prefeitura de Fortaleza, para solucionar a falta de habitação, desapropriou


terrenos no centro da capital e incentivou o uso coletivo das moradias pelos populares.

e) a cidade sofreu com a instalação de indústrias no entorno da Praça do Ferreira. Tal


atitude provocou falta de moradias e incentivou a ampliação da rede hoteleira.

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34 Sobre o Ceará na segunda metade do século XIX, marque a opção falsa:
a) Nesse momento Fortaleza se consolida como principal centro urbano cearense, o que
se deveu, sobretudo, ao comércio exportador, ao êxodo rural e à política
centralizadora do Império.

b) Há uma profunda valorização da cultura e do pensamento local, opondo-se ao modelo


da Belle Époque, tido então como fruto da ação imperialista europeia sobre o
Ocidente.

c) Teve-se a abolição da escravatura negra, em 1884, fato dos mais exaltados na


historiografia local, apesar de o Ceará apresentar poucos cativos e estes terem um
peso pequeno na economia cearense.

d) A seca de 1877-79 assola o Ceará, aumentando a tensão social – diante disso, os


setores dominantes criaram abarracamentos, utilizaram mão-de-obra dos flagelados
em construções públicas e chegaram a pagar passagens retirando populares da
província.

e) Após uma euforia inicial, quando era grande o número de voluntários para a Guerra
do Paraguai, o governo imperial passou a recrutar à força sertanejos para “defender a
Pátria”, o que gerou inúmeros conflitos e perseguições

35 Sobre a ocupação do espaço geográfico de Fortaleza podemos afirmar corretamente


que:

a) Ocorreu de forma desordenada e cobre apenas uma pequena área do município.


b) Ocorreu de forma planejada e cobre apenas uma pequena área do município.
c) Ocorreu de forma planejada em toda área do município.
d) Ocorreu em grande parte desordenada e cobre uma grande área do município.

36 No final do mês de março, grandes levas de retirantes já enchiam de tristeza e fome as


estradas do Sertão. Das mais longínquas paragens saíam homens e mulheres arrastando
filhos e alguns pertences a caminho da cidade. “Muitos se juntavam, formando enormes
bandos de flagelados.” Fonte: RIOS, Kênia Sousa. Campos de Concentração no Ceará:
isolamento e poder na seca de 1932. Fortaleza, Museu do Ceará/Secretaria de Cultura do
Estado do Ceará, 2006. p 10.

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O fragmento narra um pouco da saga dos retirantes do Sertão do Ceará, durante a seca de
1932. Sobre o tema, analise atentamente as afirmações a seguir, classificando-as como
verdadeiras (V) ou falsas (F).

I. Os retirantes, na luta para manterem-se vivos, enquanto realizavam longas caminhadas


em direção à Fortaleza, matavam e comiam algumas reses que ainda resistiam nos pátios
das grandes fazendas. Nos jornais de Fortaleza, eram comuns notícias de roubos de bois e
vacas.

II. Os flagelados caminhavam longos trechos à procura das estações ferroviárias, de onde
saiam em grandes levas em direção à capital do Estado. A partir de 1932, os trens que
saíam em direção a Fortaleza, oriundos do interior, levavam um grande número de
retirantes.

III. Os Campos de Concentração do Sertão foram construídos em lugares onde havia, nas
proximidades, uma estação ferroviária. Com essa medida, os poderes constituídos
procuravam diluir as tensões que se formavam nos “pontos de trens” e ao mesmo tempo,
tentavam evitar a migração para a capital.

É correto o que se afirma

A) apenas em I e III.
B) apenas em II e III.
C) em I, II e III.
D) apenas em I e I

37 -“Em 1950, a cidade de Fortaleza contava com vinte e três bairros. Apesar da dicotomia –
Fortaleza rica e Fortaleza pobre – existente na cidade durante todo o processo de evolução
urbana, a carência de infraestrutura existia até no bairro escolhido pelos abonados para
assentamento de suas moradias, a partir de finais da década de 1930.”
(Adaptado de: FREITAS, Mirtes. A cidade dos clubes: modernidade e “glamour” na Fortaleza
de 1950-1979.
Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora / Núcleo de Documentação Cultural-NUDOC/UFC,
2005, p. 74.)

O texto reporta-se ao bairro:

a) Benfica;
b) Aldeota;
c) Mucuripe;
d) Jacarecanga;
e) Praia de Iracema.

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38 “Tempo, espaço, memória imbricam-se no Centro. Parte expressiva de nossas
referências identitárias está contida em suas ruas, casarões, edifícios, paisagens, pregões,
cheiros e ruídos. [...] Sem ele a história de Fortaleza apresenta um vácuo, uma enorme
lacuna temporal. Não existe uma cidade nova. O que há, na verdade, é uma cidade que
migra, orientando, fortemente, novos investimentos para outras direções.
Neste processo, vai consumindo paisagens, construindo e destruindo patrimônios naturais e
edificados, engolindo novos espaços, criando outros. Em seu rastro, a sensação de
abandono. A busca do novo, do inusitado, não implica a ausência de requalificação e
refuncionalidade do Centro Histórico”. ( Nas trilhas da cidade. 2. ed. Fortaleza: Museu do
Ceará, 2005, p. 39-40).
Partindo desse texto do geógrafo José Borzacchiello da Silva, conclui-se que:

A) as migrações de contingentes do interior do estado para Fortaleza provocaram o declínio


do centro urbano.
B) o patrimônio cultural e os marcos de memória situados no centro têm relação apenas com
o passado da cidade.
C) a degradação da região central é uma conseqüência irreversível da modernização de
Fortaleza nas últimas décadas.
D) a transformação do espaço urbano precisa voltar-se, de preferência, para o investimento
maciço em novas áreas, sem vínculo com o centro.
E) o centro deve ser preservado e valorizado, pois constitui um espaço de importância
simbólica e socioeconômica para os habitantes de Fortaleza.

39 Acerca da história política de Fortaleza, nas últimas décadas, é CORRETO afirmar:

a) Lúcio Alcântara iniciou sua carreira política elegendo-se prefeito de Fortaleza, por meio de
eleições diretas;
b) Maria Luíza Fontenelle, do Partido dos Trabalhadores (PT), elegeu-se prefeita de
Fortaleza, vencendo o seu principal adversário, Paes de Andrade, do Partido Comunista do
Brasil (PC do B);
c) Em seu primeiro mandato como prefeito de Fortaleza, Juracy Magalhães construiu
viadutos e terminais de ônibus;
d) Antônio Cambraia foi eleito prefeito de Fortaleza sem o apoio de Juracy Magalhães

40 Sobre a história política de Fortaleza, assinale a sentença verdadeira:

a) Lúcio Alcântara foi o último prefeito “biônico” de Fortaleza;

b) César Neto foi o primeiro prefeito de Fortaleza eleito diretamente, após a volta das
eleições diretas para prefeitos de capitais;

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c) A prefeita Maria Luíza Fontenelle estabeleceu uma aliança com o então governador Tasso
Jereissati;
d) Em seu último mandato como prefeito, Juracy Magalhães foi acusado de favorecer um
esquema de corrupção, envolvendo a merenda dos alunos das escolas municipais.

41 A respeito das Artes Plásticas do Ceará, é correto afirmar:


a) O talento do pintor primitivista Xico da Silva foi descoberto por Orson Welles, quando este
esteve no Ceará;
b) Ficaram famosos os retratos de animais feitos por Aldemir Martins;
c) A Catedral de Fortaleza possui fortes traços românicos;
d) O projeto da atual Praça do Ferreira foi elaborado por Marrocos Aragão.

42 A Bandeira da Cidade de Fortaleza foi idealizada por Isaac Correia do Amaral. É


composta de um campo branco sobreposta por uma Cruz de Santo André em azul. No
centro encontra-se o brasão municipal. De quais plantas são os galhos representados
no brasão municipal?

a) Algodão e café.
b) Cana-de-açúcar e fumo.
c) Algodão e fumo.
d) Cana-de-açúcar e café.

GABARITO:

1C
2VFFVVV
3D
4VFVF
5C
6C
7C
8C
9C
10C
11D

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12B
13A
14B
15VVVFV
16D
17C
18E
19E
20B
21B
22C
23C
24D
25C
26VFVFFV
27C
28B
29B
30E
31E
32A
33B
34B
35D
36C
37B
38E
39C
40D
41B
42C

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