Samba-Enredo 2019 - Em Nome do Pai, do Filho e

Dos Santos, a Vila Canta a Cidade de Pedro

G.R.E.S Unidos de Vila Isabel (RJ)

Por: Sabina Silva e Anna luiza Merlim

Música:
Viva a princesa e o tambor que não se cala
É o canto do povo mais fiel
Ecoa meu samba no alto da serra
Na passarela, os herdeiros de Isabel
Vila, te empresto meu nome
Fonte de tanta nobreza
Por Deus e todos os santos
Honre a tua grandeza
E subindo, pertinho do céu
A névoa formava um véu
Lembrei de meu pai, minha fortaleza
Esculpida em pedras, pedros e coroados
Os seus guardiões, protetores de raro esplendor
Luar do imperador
Meu olhar lacrimejou
Em águas tão cristalinas
Uma cidade divina
Bordada em nobre metal, a joia imperial
Meu olhar lacrimejou
Em águas tão cristalinas
Uma cidade divina
Bordada em nobre metal, a joia imperial
Petrópolis nasce com ar de Versalhes
Adorna a imensidão
A luz assentou o dormente
Fez incandescente a imigração
No baile de cristal, o tom foi redentor
Em noite imortal, floresceu um novo dia
Liberdade, enfim, raiou
Não vi a sorte voar ao sabor do cassino
Segundo o dom que teceu o destino
Meu sangue azul no branco desse pavilhão
O morro desce em prova de amor
Encontro da gratidão
Viva a princesa e o tambor que não se cala
É o canto do povo mais fiel
Ecoa meu samba no alto da serra
Na passarela, os herdeiros de Isabel
Viva a princesa e o tambor que não se cala
É o canto do povo mais fiel
Ecoa meu samba no alto da serra
Na passarela, os herdeiros de Isabel
 Análise crítica da letra
A música é uma obra que celebra elementos culturais e
históricos do Brasil, com um foco na Princesa Isabel e na
abolição da escravidão, bem como na cultura do samba e em
locais históricos como Petrópolis. Sua principal ênfase é
celebrar a herança e a diversidade cultural do Brasil. A
música destaca a influência europeia na história do Brasil,
visto que Petrópolis, mencionada na música, possui uma
arquitetura e cultura com influências europeias,
especialmente do período imperial.
Além disso, pode-se destacar a importância da nobreza
europeia e das figuras históricas como a Princesa Isabel, que
eram parte das monarquias europeias, na formação da
história do Brasil. A abolição da escravidão, que é
mencionada na música, também foi influenciada por
movimentos e ideais europeus relacionados aos direitos
humanos e à igualdade.
No entanto, é importante mencionar que a música está mais
centrada na celebração da cultura e história brasileira.
Á narrativa central da música, é exaltar as conquistas e a
herança cultural do Brasil
Exemplicação das entrelinhas:
Homenagem à Princesa Isabel: A referência à
Princesa Isabel na música é uma homenagem à figura
histórica que desempenhou um papel fundamental na
abolição da escravidão no Brasil em 1888. A linha "Na
passarela, os herdeiros de Isabel" destaca essa
homenagem, celebrando a princesa como um símbolo
da justiça e da luta contra a escravidão.
Identidade Cultural e Samba: A frase "É o canto do
povo mais fiel" está enraizada na cultura brasileira,
destacando o samba em "tambor que não se cala" como
uma forma de expressão que une as pessoas. O
samba é uma entrelinha que representa a cultura
brasileira e sua capacidade de resistir e se expressar e
celebrar suas raízes por meio da música.
Petrópolis como Símbolo de Nobreza: Quando a
música menciona Petrópolis, "Fonte de tanta nobreza,"
está simbolizando a época imperial do Brasil. Isso é
uma entrelinha que representa a importância histórica
e cultural da cidade e sua conexão com a nobreza do
país.
Liberdade e Igualdade: A expressão "Liberdade, enfim,
raiou" destaca a importância da liberdade
e igualdade como princípios fundamentais. Essa
é uma entrelinha que remete à abolição da
escravidão e à busca por um Brasil mais justo e
igualitário.
Diversidade e União: A frase "O morro desce
em prova de amor, Encontro da gratidão" pode
ser vista como uma referência à diversidade
social e étnica do Brasil. Essa entrelinha celebra
a união das diferentes comunidades e a gratidão
por essa diversidade.
Gratidão e reconhecimento: O verso "Encontro
da gratidão" ressalta a importância de
reconhecer e valorizar as contribuições de
diversas comunidades e pessoas para a
construção da nação brasileira.
Histórias paralelas citadas ao longo da letra da música:
1. A Princesa e o Tambor que Não se Cala:
- Essa parte da música celebra a herança cultural do Brasil, onde a
"princesa" refere-se à Princesa Isabel, que em 1888 assinou a Lei Áurea,
abolindo a escravidão no país. Ela é um símbolo de liberdade. - O "tambor
que não se cala" representa a persistência da cultura afro- brasileira,
particularmente o samba, que continuou a prosperar mesmo
após a abolição da escravidão
2. Ecoa Meu Samba no Alto da Serra:
- Essa parte faz referência ao samba, um gênero musical brasileiro
com raízes na cultura afro-brasileira, que se desenvolveu nas favelas do
Rio de Janeiro. - "Alto da serra" pode ser uma alusão às favelas nas colinas
do Rio de
Janeiro, onde o samba floresceu.
3. Os Herdeiros de Isabel:
- Esta parte da música se refere às pessoas descendentes dos
escravizados, cuja libertação foi efetuada pela Princesa Isabel. Eles são
os "herdeiros de Isabel" e representam a continuação da luta por
igualdade e justiça.
4. Vila, Te Empresto Meu Nome:
- Neste trecho, a música faz referência à cidade de Petrópolis, conhecida
como a "Cidade Imperial", que foi um importante centro na
época do Império do Brasil. - O "meu nome" mencionado pode ser uma
alusão ao compositor ou à
pessoa que está cantando a música, expressando seu orgulho e conexão
com Petrópolis.
5. Luar do Imperador:
- Esta parte destaca a beleza da cidade de Petrópolis, que foi
comparada a Versalhes, na França, devido à sua arquitetura e paisagens
deslumbrantes. - O "luar do imperador" pode se referir à atmosfera
romântica e
majestosa da cidade.
6. Minha Fortaleza, Esculpida em Pedras:
- Aqui, a música homenageia a força e a solidez de Petrópolis, uma
cidade construída com uma arquitetura grandiosa e majestosa. - "Pedros e
coroados" pode ser uma referência aos imperadores do
Brasil, muitos dos quais tinham o nome "Pedro" em sua designação.
7. Bordada em Nobre Metal, a Joia Imperial:
- Esta linha enfatiza a riqueza e a importância histórica de Petrópolis, que
era uma joia do Império do Brasil e representava a realeza e a
nobreza do país.
8. Noite Imortal, Floresceu um Novo Dia:
- Este trecho sugere que, após a abolição da escravidão, o Brasil entrou
em uma nova era de liberdade e igualdade, representando o nascimento
de um novo dia na história do país.
9. Encontro da Gratidão:
- A música conclui celebrando o encontro da gratidão, possivelmente
referindo-se à gratidão dos brasileiros pela abolição da escravidão e pela
rica herança cultural do país.
Defesa:
1. Diversidade Cultural: Os povos têm uma
riqueza de culturas, tradições e línguas que
enriquecem a humanidade. Defendê-los é
preservar essa diversidade e promover a
compreensão intercultural.
2. Luta por Direitos: Muitos povos ao longo da
história tiveram que lutar por seus direitos,
incluindo direitos civis, sociais e econômicos. Defender suas
ações nesse contexto significa
apoiar a busca por justiça e igualdade.
3. Contribuições à Sociedade: Povos de
diferentes origens étnicas e culturais contribuíram
para o desenvolvimento da sociedade de diversas
maneiras, seja na ciência, nas artes, na política ou
em outros campos. Valorizar essas contribuições é
fundamental.
4. Herança Cultural: A história de um povo é parte
integrante da herança cultural de uma nação. A
preservação dessa herança ajuda a manter viva a
memória e a identidade de uma sociedade.
5. Superar Injustiças Históricas: Muitos povos
enfrentaram discriminação, perseguição e
opressão ao longo da história. Defender suas
ações muitas vezes envolve reconhecer essas
injustiças e trabalhar para superá-las.
6. Conhecimento e Aprendizado: A história dos
povos é uma fonte valiosa de conhecimento e
aprendizado. Entender as ações históricas de um
povo ajuda a evitar a repetição de erros do
passado e a promover uma sociedade mais justa.
7. Promoção da Tolerância e do Respeito:
Defendendo um povo e suas ações, podemos
promover a tolerância, o respeito mútuo e a
convivência pacífica entre diferentes grupos
étnicos e culturais.
8. Empoderamento: Ao defender um povo e suas
ações, pode-se ajudar a fortalecer a autoestima e o
empoderamento dessas comunidades,
incentivando-as a continuar a lutar por seus direitos
e a contribuir para o bem-estar geral da sociedade.
Isabel:
Dizem que a liberdade, não pode ter sido um
presente de uma princesa, mas na verdade
foi sim. Enquanto todos queriam continuar
com a escravidão, a Princesa Isabel queria
acabar com ela, aproveitando a oportunidade,
quando foi eleita Rainha por um curto período
de tempo, Isabel assinou a lei que libertava
todos os negros.
Além disso, Isabel sustentava um quilombo.
O Quilombo do Leblon, assim conhecido. Por
conta desse quilombo, a flor camélia, se
tornou um símbolo de luta abolicionista.
A própria princesa utilizava essas flores em
sua roupa, para mostrar que também fazia
parte da luta contra a escravidão. Além disso,
Isabel também ajudou muitas pessoas desse
quilombo a se emanciparem.
Porém, Isabel foi além e fez mais. Quando a
abolição se tornou uma demanda nacional, a
princesa já era grande aliada do movimento
abolicionista. O principal motor da abolição. E
para sancionar a Lei Áurea e pôr um fim na
escravidão, não foi necessário somente
assinar uma lei. Isabel precisou derrubar o
gabinete de ministros do Barão de Cotegipe,
um famoso defensor da escravidão, e assim
pode nomear o abolicionista João Alfredo
Correia de Oliveira, e aí sim, propor ao
parlamento sua lei, e finalmente, aprová-la.
Ela também encomendou uma pena de ouro
para assinar a Lei, e dedicou a abolição ao
seu pai e à sua família, e concretizou o ato no
dia do aniversário de Dom João VI.