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CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO

PARLAMENTAR DA CÂMARA
DOS DEPUTADOS

Professor Ismael Noronha


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1) CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

O Decoro Parlamentar consiste em princípios e normas de conduta que orientam o comportamento do


parlamentar no exercício de seu mandato e que estabelecem medidas disciplinares em caso de
descumprimento.

A CF prevê que uma das causas que podem implicar na cassação do mandato de um Parlamentar é a
seguinte:
Art. 55, II - Perderá o mandato o Deputado ou Senador cujo procedimento for declarado incompatível com
o decoro parlamentar;
Art. 55, § 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento
interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de
vantagens indevidas.

STF STP 949 - A Constituição da República estabelece, a teor do art. 55, II, como hipótese de cassação do
mandato a prática de condutas incompatíveis com o decoro parlamentar. Essa expressão consubstancia
verdadeiro conceito genérico a ser preenchido pela Casa Legislativa competente, a evidenciar seu amplo
espectro de discricionariedade. Ou seja, as Casas tem, dentro da razoabilidade, liberdade para preverem as
hipóteses caraterizadoras de quebra de decoro parlamentar
STF MS 25.579 - O membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para investir-se no cargo
de ministro de Estado não perde os laços que o unem, organicamente, ao Parlamento (CF, art. 56, I). (...)
ainda que licenciado, cumpre-lhe guardar estrita observância às vedações e incompatibilidades inerentes
ao estatuto constitucional do congressista, assim como às exigências ético-jurídicas que a Constituição
(CF, art. 55, § 1º) e os regimentos internos das Casas Legislativas estabelecem como elementos
caracterizadores do decoro parlamentar. Em resumo: mesmo licenciado continua submetido ao Código de
ética e decoro parlamentar.

STF MS 23.388 - Escapa ao controle do Judiciário, no que concerne a seu mérito, juízo sobre fatos que se
reserva, privativamente, à Casa do Congresso Nacional formulá-lo. O que pode ser protegido pelo STF
nesses casos são as garantias constitucionais processuais: devido processo legal, NUNCA o mérito.

STF MS 34.327 - A suspensão do exercício do mandato do impetrante, por decisão desta Corte em sede
cautelar penal, não gera direito à suspensão do processo de cassação do mandato: ninguém pode se
beneficiar da própria conduta reprovável.

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Veremos que nem toda a “quebra de decoro parlamentar” implica em cassação, mas algumas podem
implicar nesta sanção máxima.

Além disso, a própria CF já previu duas situações que são consideradas como incompatíveis com o decoro
parlamentar:

Os detalhes sobre esses assuntos relativos ao Decoro Paramentar dos deputados veremos no Código de Ética
e Decoro Parlamentar da Câmara, que é a norma que estabelece os princípios éticos e as regras básicas de
decoro que devem orientar a conduta dos que estejam no exercício do cargo de Deputado Federal ou
Senador.

Por fim, vale lembrar o que diz o Regimento Interno da CD:


RICD: Art. 231. No exercício do mandato, o Deputado atenderá às prescrições constitucionais e regimentais
e às contidas no Código de Ética e Decoro Parlamentar, sujeitando-se às medidas disciplinares nelas
previstas.
RICD: Art. 244. O deputado que praticar ato contrário ao decoro parlamentar ou que afete a dignidade do
mandato estará sujeito às penalidades e ao processo disciplinar previstos no Código de Ética e Decoro
Parlamentar, que definirá também as condutas puníveis.

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2) CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR

a) Disposições Preliminares

Art. 1º Este Código1 estabelece os princípios éticos e as regras básicas de decoro que devem orientar a
conduta dos que sejam titulares ou que estejam no exercício de mandato de Deputado Federal.
Parágrafo único. Regem-se também por este Código o procedimento disciplinar e as penalidades aplicáveis
no caso de descumprimento das normas relativas ao decoro parlamentar.

Art. 2º As imunidades, prerrogativas e franquias asseguradas pela Constituição Federal, pelas leis e pelo
Regimento Interno da Câmara dos Deputados aos Deputados são institutos destinados à garantia do
exercício do mandato popular e à defesa do Poder Legislativo
E, portanto, não podem ser utilizados pelo parlamentar de forma indevida. A confiança que nele foi
depositada pela população exige um comportamento no mais alto nível ético possível.

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O Código de Ética e Decoro Parlamentar é uma Resolução, e, portanto, para ser alterado deve seguir as regras previstas no RICD
relativas à alteração do Regimento Interno que também é uma resolução.
Art. 19. Os projetos de resolução destinados a alterar este Código obedecerão às normas de tramitação do art. 216 do Regimento
Interno da Câmara dos Deputados, aprovado pela Resolução nº 17, de 1989
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b) Dos deveres fundamentais

Art. 3º São deveres fundamentais do Deputado:


I - promover a defesa do interesse público e da soberania nacional;

II - respeitar e cumprir a Constituição Federal, as leis e as normas internas da Casa e do Congresso Nacional;

III - zelar pelo prestígio, aprimoramento e valorização das instituições democráticas e representativas e
pelas prerrogativas do Poder Legislativo;

IV - exercer o mandato com dignidade e respeito à coisa pública e à vontade popular, agindo com boa-fé,
zelo e probidade;

V - apresentar-se à Câmara dos Deputados durante as sessões legislativas ordinárias e extraordinárias e


participar das sessões do Plenário e das reuniões de Comissão de que seja membro, além das sessões
conjuntas do Congresso Nacional;

VI - examinar todas as proposições submetidas a sua apreciação e voto sob a ótica do interesse público;

VII - tratar com respeito e independência os colegas, as autoridades, os servidores da Casa e os cidadãos
com os quais mantenha contato no exercício da atividade parlamentar, não prescindindo de igual
tratamento;

VIII - prestar contas do mandato à sociedade, disponibilizando as informações necessárias ao seu


acompanhamento e fiscalização;

IX - respeitar as decisões legítimas dos órgãos da Casa

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c) Uma visão geral sobre as penalidades aplicáveis aos Deputados2

i) Das penalidades em espécies

Art. 10. São as seguintes as penalidades aplicáveis por conduta atentatória ou incompatível com o decoro
parlamentar:

Penalidade Infrações Autoridade Observações


competente

CENSURA VERBAL Art. 5º, I - perturbar a ordem das sessões Presidente da Contra a aplicação da penalidade
da Câmara dos Deputados ou das reuniões Câmara dos prevista neste artigo, poderá o
de Comissão; Deputados, Deputado recorrer ao respectivo
em sessão, ou Plenário no prazo de 2 (dois) dias
Art. 5º, II - praticar atos que infrinjam as
de Comissão, úteis
regras de boa conduta nas dependências
durante suas
da Casa;
reuniões

CENSURA ESCRITA Art. 5º, III - praticar ofensas físicas ou Mesa, por Antes de deliberar sobre a
morais nas dependências da Câmara dos provocação aplicação da sanção a que se
Deputados ou desacatar, por atos ou do ofendido. refere o caput a Mesa assegurará
palavras, outro parlamentar, a Mesa ou ao Deputado o exercício do
Comissão ou os respectivos Presidentes; direito de defesa pelo prazo de 5
(cinco) dias úteis.
OBS: Por solicitação do Presidente da
Câmara dos Deputados ou de Comissão, Contra a aplicação da penalidade
nos casos de reincidência nas condutas prevista neste artigo, poderá o
puníveis com censura verbal, também Deputado recorrer ao Plenário da
poderá ser aplicada a censura por escrito Câmara dos Deputados no prazo
de 2 (dois) dias úteis

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Obs: O artigo 4º pune os atos INCOMPATÍVEIS com o decoro com a perda do mandato.
O art. 5º pune os atos ATENTATÓRIOS AO DECORO com as outras sanções.

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SUSPENSÃO DE Art. 5º, VI - revelar informações e Plenário da O projeto de resolução oferecido
PRERROGATIVAS documentos oficiais de caráter sigiloso, de Câmara pelo Conselho de Ética e Decoro
REGIMENTAIS POR ATÉ 6 que tenha tido conhecimento na forma Parlamentar que proponha a
(SEIS) MESES regimental; suspensão de prerrogativas
regimentais será apreciado pelo
IMPORTANTE Art. 5º, VII - usar verbas de gabinete ou
Plenário da Câmara dos
qualquer outra inerente ao exercício do
Art. 13, VI - são passíveis Deputados, em votação
cargo em desacordo com os princípios
de suspensão as seguintes ostensiva e por maioria absoluta
fixados no caput do art. 37 da Constituição
prerrogativas: de seus membros.
Federal;
a) usar a palavra em
Art. 5º, VIII - relatar matéria submetida à
sessão, no horário
apreciação da Câmara dos Deputados, de Ou seja, o Conselho de Ética
destinado ao Pequeno ou
interesse específico de pessoa física ou processa e o Plenário julga.
Grande Expediente;
jurídica que tenha contribuído para o
b) encaminhar discurso financiamento de sua campanha eleitoral;
para publicação no Diário Art. 13, VIII - em qualquer caso, a
da Câmara dos Deputados; suspensão não poderá estender-
se por mais de 6 (seis) meses
c) candidatar-se a, ou
permanecer exercendo,
cargo de membro da Mesa,
Veremos esse processo no art.
da Ouvidoria Parlamentar,
13.
da Procuradoria
Parlamentar, de
Presidente ou Vice-
Presidente de Comissão,
ou de membro de RICD Art. 180 , § 8º No caso de
Comissão Parlamentar de deliberação sobre aplicação de
Inquérito; sanção disciplinar por conduta
atentatória ou incompatível com
d) ser designado relator de
o decoro parlamentar, é vedado
proposição em Comissão
o acolhimento do voto do
ou no Plenário;
Deputado representado.
Art. 13, VII - a penalidade
aplicada poderá incidir
sobre todas as
prerrogativas referidas no
inciso VI ou apenas sobre
algumas, a juízo do
Conselho, que deverá fixar
seu alcance tendo em
conta
a) a atuação parlamentar
pregressa do acusado
b) os motivos e as
consequências da infração
cometida;

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SUSPENSÃO DO Art. 5º, IV - usar os poderes e prerrogativas Plenário da A aplicação das penalidades de
EXERCÍCIO DO MANDATO do cargo para constranger ou aliciar Câmara suspensão do exercício do
POR ATÉ 6 (SEIS) MESES. servidor, colega ou qualquer pessoa sobre mandato por no máximo 6 (seis)
a qual exerça ascendência hierárquica, meses e de perda do mandato é
com o fim de obter qualquer espécie de de competência do Plenário da
Obs 1: a aplicação desta favorecimento; Câmara dos Deputados, que
sanção implica, deliberará em votação ostensiva
Art. 5º, V - revelar conteúdo de debates ou
automaticamente, na e por maioria absoluta de seus
deliberações que a Câmara dos Deputados
suspensão das membros, em virtude de
ou Comissão hajam resolvido que devam
prerrogativas regimentais, provocação da Mesa ou de
ficar secretos;
conforme explicado partido político representado no
anteriormente. Art. 5º, IX - fraudar, por qualquer meio ou Congresso Nacional, após a
forma, o registro de presença às sessões ou conclusão de processo disciplinar
Obs 2: Na hipótese de
às reuniões de Comissão; instaurado pelo Conselho de Ética
suspensão do exercício do
e Decoro Parlamentar.
mandato superior a 120 Art. 5º, X - deixar de observar
(cento e vinte) dias, o intencionalmente os deveres
suplente do parlamentar fundamentais do Deputado, previstos no
suspenso será convocado art. 3º deste Código.
imediatamente após a Veremos esse processo no art.
publicação da resolução 14.
que decretar a sanção.

PERDA DE MANDATO Art 4º, I - abusar das prerrogativas Plenário da


constitucionais asseguradas aos membros Câmara
do Congresso Nacional (Constituição
Federal, art. 55, § 1º); RICD Art. 180 , § 8º No caso de
deliberação sobre aplicação de
Art 4º, II - perceber, a qualquer título, em
sanção disciplinar por conduta
proveito próprio ou de outrem, no
atentatória ou incompatível com
exercício da atividade parlamentar,
o decoro parlamentar, é vedado
vantagens indevidas (Constituição Federal,
o acolhimento do voto do
art. 55, § 1º);
Deputado representado.
Art 4º, III - celebrar acordo que tenha por
objeto a posse do suplente,
condicionando-a à contraprestação
financeira ou à prática de atos contrários
aos deveres éticos ou regimentais dos
Deputados;
Art 4º, IV - fraudar, por qualquer meio ou
forma, o regular andamento dos trabalhos
legislativos para alterar o resultado de
deliberação;
Art 4º, V - omitir intencionalmente
informação relevante ou, nas mesmas
condições, prestar informação falsa nas
declarações de que trata o art. 18;
Art 4º, VI - praticar irregularidades graves
no desempenho do mandato ou de
encargos decorrentes, que afetem a
dignidade da representação popular

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ii) Das dosimetria

Art. 10, § 1º Na aplicação de qualquer sanção disciplinar prevista neste artigo serão considerados:
a) a natureza e a gravidade da infração cometida
b) os danos que dela provierem para a Câmara dos Deputados e para o Congresso Nacional,
c) as circunstâncias agravantes ou atenuantes e
d) os antecedentes do infrator.

iii) Da obrigação de ressarcimento de vantagens indevidas

Art. 10, § 3º Sem prejuízo da aplicação das penas descritas neste artigo, deverão ser integralmente
ressarcidas ao erário as vantagens indevidas provenientes de recursos públicos utilizados em
desconformidade com os preceitos deste Código, na forma de Ato da Mesa

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d) Da representação relacionada com o decoro parlamentar

i) Do órgão competente para receber denúncias contra Deputados

Art. 9º As representações relacionadas com o decoro parlamentar deverão ser feitas diretamente à Mesa
da Câmara dos Deputados.

ii) Dos legitimados a denunciar os Deputados

1ª Hipótese – Qualquer Cidadão


Art. 9º, § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para requerer à Mesa da Câmara dos Deputados
representação em face de Deputado que tenha incorrido em conduta incompatível ou atentatória ao
decoro parlamentar, especificando os fatos e as respectivas provas.
Nesse caso, aplicar-se-á a regra do § 2º. Veja:
Art. 9º, § 2º Recebido o requerimento de representação, a Mesa instaurará procedimento destinado
a apreciá-lo, na forma e no prazo previstos em regulamento próprio.
Finda a apreciação, se a Mesa concluir pela existência de indícios suficientes e pela inocorrência de
inépcia:
I - encaminhará a representação ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar no prazo de 3 (três)
sessões ordinárias, quando se tratar de conduta punível com as sanções de suspensão de
prerrogativas regimentais por até 6 (seis) meses; suspensão do exercício do mandato por até 6
(seis) meses ou perda de mandato.
Veremos os detalhes desse tipo de processo logo abaixo quando estudarmos as competências
do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Em resumo:
Quando se tratar de suspensão das prerrogativas regimentais por até 6 meses, o Conselho DECIDIRÁ
sobre a punição. Mas, cuidado: quem, de fato, decidirá sobre a aplicação da sanção é o Plenário. O
Conselho então, processará o Deputado e, se decidir pela punição, elaborará um projeto de resolução
com a sugestão de punição para ser deliberado pela Maioria Absoluta do Plenário (Art. 13)
Nas sanções de suspensão do exercício do mandato por até 6 meses ou perda do mandato, o
Conselho se MANIFESTARÁ, instaurando o processo disciplinar e procedendo a todos os atos
necessários à sua instrução e, após conclusão, encaminhará ao Plenário que decidirá por Maioria
Absoluta. (Art. 14 )
Art. 10, § 2º O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar DECIDIRÁ ou se MANIFESTARÁ,
conforme o caso, pela aplicação da penalidade requerida na representação tida como
procedente e pela aplicação de cominação mais grave ou, ainda, de cominação menos grave,
conforme os fatos efetivamente apurados no processo disciplinar.

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II - adotará o procedimento previsto no art. 11 ou 12, em se tratando de conduta punível com a
sanção de censura verbal ou escrita.
Art. 11. A censura verbal será aplicada pelo Presidente da Câmara dos Deputados, em sessão,
ou pelo Presidente de Comissão, durante suas reuniões, ao Deputado que incidir nas
condutas descritas na tabela acima.
Parágrafo único. Contra a aplicação da penalidade prevista neste artigo, poderá o Deputado
recorrer ao respectivo Plenário no prazo de 2 (dois) dias úteis3.
Art. 12. A censura escrita será aplicada pela Mesa, por provocação do ofendido, nos casos de
incidência nas condutas previstas na tabela acima ou, por solicitação do Presidente da Câmara
dos Deputados ou de Comissão, nos casos de reincidência nas condutas referidas puníveis
com censura verbal.
§ 1º Antes de deliberar sobre a aplicação da sanção a que se refere o caput a Mesa assegurará
ao Deputado o exercício do direito de defesa pelo prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 2º Contra a aplicação da penalidade prevista neste artigo, poderá o Deputado recorrer ao
Plenário da Câmara dos Deputados no prazo de 2 (dois) dias úteis

2ª Hipótese – Partido político com representação no Congresso (ao menos 1 Deputado ou 1 Senador)

Art. 9, § 3º A representação subscrita por partido político representado no Congresso Nacional será
encaminhada diretamente pela Mesa da Câmara dos Deputados ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar
no prazo de 3 sessões ordinárias.
Ou seja, neste caso, diferentemente do que ocorre quando a representação é feita por um cidadão,
a Mesa não faz um juízo prévio de admissibilidade. Ela já envia direto à Comissão, se for um dos casos
do inciso I, § 2º, art. 9º.

iii) Da prerrogativa do Corregedor da Câmara


Art. 9º, § 4º O Corregedor4 da Câmara dos Deputados poderá participar de todas as fases do processo no
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, inclusive das discussões, sem direito a voto.

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Regra Geral – Art. 8º, § 3º Os prazos do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar contar-se-ão em dias úteis, inclusive em se
tratando de recurso ou pedido de vista, ficando suspensos no recesso, salvo na hipótese de inclusão de matéria de sua
competência na pauta de convocação extraordinária, nos termos do § 2º
4
RICD Art. 21-F Compete à Corregedoria Parlamentar
I - promover a manutenção do decoro, da ordem e da disciplina no âmbito da Câmara dos Deputados;
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e) Do conselho de ética e decoro parlamentar

i) No Regimento Interno da CD e no Código de Ética – uma visão geral

RICD Art. 21-E. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, composto de 21 membros titulares e igual
número de suplentes, é o órgão da Câmara dos Deputados competente para examinar as condutas puníveis
e propor as penalidades aplicáveis aos Deputados submetidos ao processo disciplinar previsto no Código de
Ética e Decoro Parlamentar, que integra este Regimento.
§ 1º Os membros do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados serão designados
para um mandato de 2 (dois) anos, seguindo as regras para a composição das Comissões Permanentes, os
quais elegerão, dentre os titulares, 1 (um) Presidente e 2 (dois) Vice-Presidentes, observados os
procedimentos para eleição da Mesa, no que couber.
§ 2º As disposições constantes do parágrafo único do art. 23, do § 2º do art. 40 e do art. 232 deste Regimento
Interno NÃO se aplicam aos membros do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar

Art. 23, Parágrafo único. O Deputado que se desvincular de sua bancada perde automaticamente
o direito à vaga que ocupava em razão dela, ainda que exerça cargo de natureza eletiva
Art. 40, § 2º Em caso de mudança de legenda partidária, o Presidente ou Vice-Presidente da
Comissão perderá automaticamente o cargo que ocupa, aplicando-se para o preenchimento da
vaga o disposto no § 1º deste artigo.
Art. 232. O Deputado que se desvincular de sua bancada perde, para efeitos regimentais, o direito
a cargos ou funções que ocupar em razão dela

SIGNIFICA, PORTANTO, QUE SE UM DEPUTADO SE DESVINCULAR DE SUA BANCADA ELE NÃO


PERDE SEU CARGO NO CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR. Já vimos isso no
regimento interno.

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➢ NÚMERO DE MEMBROS
Art. 7º O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar compõe-se de 21 (vinte e um) membros titulares e igual
número de suplentes.

➢ DO MANDATO NO CONSELHO
Regra - Art. 7º Todos terão mandato de 2 (dois) anos, com exercício até a posse dos novos integrantes,

Exceção – O encerramento da última sessão legislativa da legislatura fará cessar os mandatos no Conselho.
Ou seja, com o encerramento da última sessão legislativa, no dia 22/12, encerram-se os mandatos.

➢ DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE PARTIDÁRIA


Art. 7º, § 3º A representação numérica de cada partido e bloco parlamentar atenderá ao princípio da
proporcionalidade partidária, assegurada a representação, sempre que possível, de todos os partidos
políticos em funcionamento na Câmara dos Deputados, na conformidade do disposto no caput do art. 9º do
Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
Ou seja, as mesmas regras que estudamos no RICD para a indicação, pelos líderes, de Deputados para
as Comissões aplicam-se aqui, na indicação para o Conselho de Ética, com a ressalva do próximo
tópico, referente aos que não podem ser indicados.
Art. 7º, § 4º No início de cada sessão legislativa, observado o que dispõe o caput do art. 26 do Regimento
Interno da Câmara dos Deputados e as vedações a que se refere o § 2º deste artigo, os líderes comunicarão
ao Presidente da Câmara dos Deputados, na forma do art. 28 do Regimento Interno da Câmara dos
Deputados, os Deputados que integrarão o Conselho representando cada partido ou bloco parlamentar.
Novamente, devem ser seguidas as mesmas regras que estudamos para as Comissões.
Art. 26. A distribuição das vagas nas Comissões Permanentes entre os Partidos e Blocos
Parlamentares será organizada pela Mesa logo após a fixação da respectiva composição numérica
e mantida durante toda a legislatura...
Art. 28. Definida, na 1ª (primeira) sessão legislativa de cada legislatura, a representação numérica
dos Partidos e Blocos Parlamentares nas Comissões, os Líderes comunicarão à Presidência, no prazo
de 5 (cinco) sessões, os nomes dos membros das respectivas bancadas que, como titulares e
suplentes, as integrarão; esse prazo contar-se-á, nas demais sessões legislativas, do dia de início
dessas.

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➢ DOS QUE NÃO PODEM SER MEMBROS
Art. 7º, § 2º Não poderá ser membro do Conselho o Deputado:
I - submetido a processo disciplinar em curso, por ato atentatório ou incompatível com o decoro
parlamentar;
II - que tenha recebido, na legislatura, penalidade disciplinar de suspensão de prerrogativas regimentais ou
de suspensão do exercício do mandato, da qual se tenha o competente registro nos anais ou arquivos da
Casa;
III - que esteja no exercício do mandato na condição de suplente convocado em substituição ao titular;
IV - condenado em processo criminal por decisão de órgão jurisdicional colegiado, ainda que a sentença
condenatória não tenha transitado em julgado.

➢ PRESIDENTE E VICE
Art. 7º, § 5º O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar terá 1 (um) Presidente e 2 (dois) Vice-Presidentes,
eleitos por seus pares dentre os membros titulares, vedada a reeleição para o mesmo cargo na eleição
subsequente.

➢ DAS HIPÓTESES EM QUE O AFASTAMENTO DE MEMBRO É POSSÍVEL


Art. 7º, § 1º Durante o exercício do mandato de membro do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o
Deputado não poderá ser afastado de sua vaga no colegiado, salvo
a) por término do mandato

b)renúncia

c) falecimento ou

d)perda de mandato no colegiado, não se aplicando aos membros do colegiado as disposições constantes do
parágrafo único do art. 23, do § 2º do art. 40 e do art. 232 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
É aquela regra que já vimos: mesmo que ele se desvincule de sua bancada, não perderá o lugar no
Conselho.

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➢ DO AFASTAMENTO CAUTELAR DE MEMBRO DO CONSELHO QUANDO CONTRA ELE FOR INSTAURADO
PROCESSO DISCIPLINAR NO ÓRGÃO
Art. 7º, § 7º A instauração de processo disciplinar no âmbito do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar em
face de um de seus membros, com prova inequívoca da acusação, constitui causa para o seu imediato
afastamento da função, a ser aplicado de ofício pelo Presidente do Conselho, devendo perdurar até decisão
final sobre o caso.

➢ DAS VAGAS NO CONSELHO


Art. 7º, § 6º A vaga no Conselho verificar-se-á em virtude de término do mandato, renúncia, falecimento ou
perda do mandato no colegiado, neste último caso quando o membro titular deixar de comparecer a 5
(cinco) reuniões consecutivas ou, intercaladamente, a 1/3 (um terço) das reuniões durante a sessão
legislativa, salvo motivo de força maior justificado por escrito ao Presidente do Conselho, a quem caberá
declarar a perda do mandato.

➢ DO REGULAMENTO DO CONSELHO
Art. 8º A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovará regulamento específico para
disciplinar o funcionamento e a organização dos trabalhos do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

§ 1º O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar poderá oferecer à apreciação da Comissão de Constituição e


Justiça e de Cidadania proposta de reformulação do regulamento mencionado e de eventuais alterações
posteriores que se fizerem necessárias ao exercício de sua competência.

➢ DA POSSIBILIDADE DE FUNCIONAMENTO DURANTE A CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONGRESSO


§ 2º A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar
poderão deliberar no período de recesso parlamentar, desde que matéria de sua competência tenha sido
incluída na pauta de convocação extraordinária do Congresso Nacional, nos termos do § 7º do art. 57 da
Constituição Federal.
Isso é raríssimo. CPI também pode funcionar no recesso, mas, neste caso, independe de convocação
extraordinária.

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ii) Das competências do Conselho no Código de Ética e Decoro Parlamentar

Art. 6º Compete ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados:

I - zelar pela observância dos preceitos deste Código, atuando no sentido da preservação da dignidade do
mandato parlamentar na Câmara dos Deputados;

IV - responder às consultas formuladas pela Mesa, Comissões, Partidos Políticos ou Deputados sobre
matérias relacionadas ao processo político-disciplinar

Antes de vermos as competências processuais previstas nos incisos II e III, veja o esquema de como ocorre
o processo para aplicação de sanções aos Deputados.

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II - processar os acusados nos casos e termos previstos no art. 13;

O art. 13 prevê a sanção de suspensão de prerrogativas regimentais por até 6 meses (ver tabela acima).
Nestes casos, o Conselho processará o Deputado, e caso chega à conclusão pela punição, elaborará um
projeto de Resolução5 e o encaminhará ao Plenário, que então decidirá, por maioria absoluta pela aplicação
da sanção. Vejamos o passo a passo:

Art. 13. O projeto de resolução oferecido pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que proponha
a suspensão de prerrogativas regimentais, aplicável ao Deputado que incidir nas condutas previstas
nos incisos VI a VIII do art. 5º deste Código (ver tabela acima), será apreciado pelo Plenário da
Câmara dos Deputados, em votação ostensiva e por maioria absoluta de seus membros, observado
o seguinte:
➢ DESIGNAÇÃO DO RELATOR (essas regras devem ser observadas no art. 14 abaixo)
I - instaurado o processo, o Presidente do Conselho designará relator, a ser escolhido dentre os
integrantes de uma lista composta por 3 (três) de seus membros, formada mediante sorteio, o qual:
a) não poderá pertencer ao mesmo Partido ou Bloco Parlamentar do Deputado
representado;
b) não poderá pertencer ao mesmo Estado do Deputado representado;
c) em caso de representação de iniciativa de Partido Político, não poderá pertencer à
agremiação autora da representação;

Observação importante:
Art. 16, § 4º A inobservância pelo relator dos prazos previstos nos arts. 13 e 14 autoriza o Presidente
a avocar a relatoria do processo OU a designar relator substituto, observadas as condições para
escolha do Relator previstas acima, sendo que:
I - se a instrução do processo estiver pendente, o novo relator deverá concluí-la em até 5 (cinco)
dias úteis;
II - se a instrução houver sido concluída, o parecer deverá ser apresentado ao Conselho em até 5
(cinco) dias úteis

5
Regimento Interno – Art. 109, III - Destinam-se os projetos de resolução a regular, com eficácia de lei ordinária, matérias da
competência privativa da Câmara dos Deputados, de caráter político, processual, legislativo ou administrativo, ou quando deva
a Câmara pronunciar-se em casos concretos ...
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➢ DA APURAÇÃO DOS FATOS E DA APRESENTAÇÃO DA DEFESA
II - o Conselho promoverá a apuração dos fatos, notificando o representado para que apresente sua
defesa no prazo de 10 (dez) dias úteis e providenciando as diligências que entender necessárias no
prazo de 15 (quinze) dias úteis, prorrogáveis uma única vez, por igual período, por deliberação do
Plenário do Conselho;

➢ DAS POSSÍVEIS CONCLUSÕES DO PARECER DO CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR


III - o Conselho aprovará, ao final da investigação, parecer que:
a) determinará o arquivamento da representação, no caso de sua improcedência;
b) determinará a aplicação da sanção de suspensão de prerrogativas regimentais, no caso
de ser procedente a representação;
CUIDADO: Neste caso, o Conselho, em seu parecer, apresentará um projeto de
Resolução para aplicação desta sanção e o encaminhará para decisão da Maioria
Absoluta do Plenário.
c) proporá à Mesa que aplique sanção menos grave (censura verbal ou escrita), conforme os
fatos efetivamente apurados no processo; ou
d) proporá à Mesa que represente em face do investigado pela aplicação de sanção mais
grave (suspensão do mandato por até 6 meses ou perda do mandato), conforme os fatos
efetivamente apurados no processo, hipótese na qual, aprovada a representação, o Conselho
de Ética e Decoro Parlamentar reabrirá o prazo de defesa e procederá à instrução
complementar que entender necessária, observados os prazos previstos no art. 14 deste
Código, antes de deliberar;

➢ DA POSSIBILIDADE DE RECURSO À CCJC


IV - concluído o processo disciplinar, o representado poderá recorrer, no prazo de 5 (cinco) dias úteis,
à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, com efeito suspensivo, contra quaisquer atos
do Conselho ou de seus membros que tenham contrariado norma constitucional, regimental ou deste
Código, hipótese na qual a Comissão se pronunciará exclusivamente sobre os vícios apontados,
observando, para tanto, prazo de 5 (cinco) dias úteis;

17
➢ DA CONCLUSÃO DA TRAMITAÇÃO E INCLUSÃO NA ORDEM DO DIA
V - o parecer aprovado pelo Conselho será encaminhado pelo Presidente à Mesa, para as
providências referidas na parte final do inciso VIII do § 4º do art. 14, devidamente instruído com o
projeto de resolução destinado à efetivação da penalidade;
Art. 14, § 4º, VIII - concluída a tramitação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ou na
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, na hipótese de interposição do recurso, o
processo será encaminhado à Mesa e, uma vez lido no expediente, publicado e distribuído em
avulsos para inclusão na Ordem do Dia.
Art. 16, § 2º Recebido o processo, lido no expediente, publicado e distribuído em
avulsos, a Mesa terá o prazo improrrogável de 2 (duas) sessões ordinárias para incluí-
lo na pauta da Ordem do Dia.
Art. 16, § 3º, III - uma vez cumprido o disposto no § 2º, a representação figurará com
preferência sobre os demais itens da Ordem do Dia de todas as sessões deliberativas
até que se ultime sua apreciação

➢ DO PRAZO PARA CONCLUSÃO DO PROCESSO

Art. 16. Os processos instaurados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos
Deputados não poderão exceder o prazo de 60 (sessenta) dias úteis para deliberação pelo Plenário
da Câmara dos Deputados na hipótese de suspensão das prerrogativas regimentais
§ 3º Esgotados os prazos previstos no caput deste artigo:
I - se o processo se encontrar no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, concluída sua instrução,
passará a sobrestar imediatamente a pauta do Conselho;
II - se o processo se encontrar na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, para fins de
apreciação do recurso previsto no VII do § 4º do art. 14, passará a sobrestar imediatamente a pauta
da Comissão;

18
III - instaurar o processo disciplinar e proceder a todos os atos necessários à sua instrução, nos casos e
termos do art. 14;

Nas sanções de suspensão do exercício do mandato por até 6 meses ou perda do mandato, o Conselho se
MANIFESTARÁ, instaurando o processo disciplinar e procedendo a todos os atos necessários à sua instrução e, após
conclusão, encaminhará ao Plenário que decidirá por Maioria Absoluta. (Art. 14 )

Art. 14. A aplicação das penalidades de suspensão do exercício do mandato por no máximo 6 (seis)
meses e de perda do mandato é de competência do Plenário da Câmara dos Deputados, que
deliberará em votação ostensiva e por maioria absoluta de seus membros, em virtude de
provocação da Mesa6 ou de partido político representado no Congresso Nacional7, após a conclusão
de processo disciplinar instaurado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, na forma deste
artigo.

§ 4º Recebida representação nos termos deste artigo, o Conselho observará o seguinte


procedimento:

➢ DEFINIÇÃO DO RELATOR
I - o Presidente do Conselho designará o relator do processo, observadas as condições estabelecidas
no inciso I do art. 13 deste Código;
Tudo que falamos sobre relator no art. 13 se aplica aqui.

6
Lembre-se que essa provocação da Mesa pode ser motivada por uma denúncia de algum cidadão.
7
Quando a representação é feita diretamente por partido político, a Mesa já despacho desde logo para o Conselho.
19
➢ RECEBIMENTO DA REPRESENTAÇÃO CONTRA O DEPUTADO E DA SUA DEFESA
II - se a representação não for considerada inepta ou carente de justa causa pelo Plenário do
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, mediante provocação do relator designado, será remetida
cópia de seu inteiro teor ao Deputado acusado, que terá o prazo de 10 (dez) dias úteis para
apresentar sua defesa escrita, indicar provas e arrolar testemunhas, em número máximo de 8
(oito);
IV - apresentada a defesa, o relator da matéria procederá às diligências e à instrução probatória que
entender necessárias no prazo
a) improrrogável de 40 (quarenta) dias úteis, no caso de perda de mandato, e
b) 30 (trinta) dias úteis, no caso de suspensão temporária de mandato
findas as quais proferirá parecer no prazo de 10 (dez) dias úteis, concluindo:
a) pela procedência total ou parcial da representação

Nestas hipóteses ele:


- oferecerá projeto de resolução destinado à declaração da perda do mandato ou
à cominação da suspensão do exercício do mandato ou,

- proporá a requalificação da conduta punível e da penalidade cabível, com o


encaminhamento do processo à autoridade ou órgão competente, conforme os
arts. 11 a 13 deste Código. Ou seja, pode enquadrar a infração numa situação que
justifique uma punição mais branda: censura verbal ou escrita, ou suspensão das
prerrogativas regimentais.

b) pela sua improcedência,

➢ INDEFERIMENTO DA REPRESENTAÇÃO
III - o pronunciamento do Conselho pela inépcia ou falta de justa causa da representação, admitido
apenas na hipótese de representação de autoria de Partido Político8, será terminativo9, salvo se
houver recurso ao Plenário da Casa, subscrito por 1/10 (um décimo) de seus membros, observado,
no que couber, as regras de recurso contra parecer conclusivo de comissão (art. 58);

8 Essa análise de inépcia e falta de justa causa, no caso de representação feita por cidadão, não poderá ser feita pelo Conselho,
pois a Mesa já faz esse controle (Art. 9º, § 2º).
Lembre-se que a Mesa não faz esse controle no caso de representação feita pelos partidos, pois quem a faz é o Conselho.
9
Implica no arquivamento do processo.
20
➢ DA DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DO PARECER DO RELATOR
VI - será aberta a discussão e nominal a votação do parecer do relator proferido nos termos deste
artigo;

➢ DA REJEIÇÃO DO PARECER DO RELATOR E DA DESIGNAÇÃO DE OUTRO


V - a rejeição do parecer originariamente apresentado obriga à designação de novo relator,
preferencialmente entre aqueles que, durante a discussão da matéria, tenham se manifestado
contrariamente à posição do primeiro;

➢ DA CONCLUSÃO DO PROCESSO E DA POSSIBILIDADE DE RECURSO À CCJC


VII - concluído o processo disciplinar, o representado poderá recorrer, no prazo de 5 (cinco) dias
úteis, à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, com efeito suspensivo, contra quaisquer
atos do Conselho ou de seus membros que tenham contrariado norma constitucional, regimental ou
deste Código, hipótese na qual a Comissão se pronunciará exclusivamente sobre os vícios
apontados, observando, para tanto, prazo de 5 (cinco) dias úteis;

➢ DA CONCLUSÃO DA TRAMITAÇÃO E INCLUSÃO NA ORDEM DO DIA


VIII - concluída a tramitação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ou na Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania, na hipótese de interposição do recurso a que se refere o inciso
VII, o processo será encaminhado à Mesa e, uma vez lido no expediente, publicado e distribuído em
avulsos para inclusão na Ordem do Dia.
Art. 16, § 2º Recebido o processo, lido no expediente, publicado e distribuído em avulsos, a
Mesa terá o prazo improrrogável de 2 (duas) sessões ordinárias para incluí-lo na pauta da
Ordem do Dia.
Art. 16, § 3º, III - uma vez cumprido o disposto no § 2º, a representação figurará com
preferência sobre os demais itens da Ordem do Dia de todas as sessões deliberativas até que
se ultime sua apreciação

➢ DO PRAZO PARA CONCLUSÃO DO PROCESSO


Art. 16. Os processos instaurados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos
Deputados não poderão exceder o prazo de 60 (sessenta) dias úteis para deliberação pelo Plenário
da Câmara dos Deputados na hipótese de suspensão do exercício do mandato por até 6 (seis) meses
§ 1º O prazo para deliberação do Plenário sobre os processos que concluírem pela perda do mandato
não poderá exceder 90 (noventa) dias úteis.

21
§ 3º Esgotados os prazos previstos no § 1º deste artigo:
I - se o processo se encontrar no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, concluída sua instrução,
passará a sobrestar imediatamente a pauta do Conselho;
II - se o processo se encontrar na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, para fins de
apreciação do recurso previsto no VII do § 4º do art. 14, passará a sobrestar imediatamente a pauta
da Comissão;

iii) Observações quanto ao processo junto ao conselho de ética

a) Da proibição de retirada de representação após a instauração de processo ético-disciplinar


Art. 14, § 5º A partir da instauração de processo ético-disciplinar, nas hipóteses de que tratam os arts. 13 e
14, não poderá ser retirada a representação oferecida pela parte legítima.

b) Dos direitos processuais do Deputado


Art. 9º, § 5º O Deputado representado deverá ser intimado de todos os atos praticados pelo Conselho e
poderá manifestar-se em todas as fases do processo.
Art. 15. É facultado ao Deputado, em qualquer caso, em todas as fases do processo de que tratam os arts.
13 e 14, inclusive no Plenário da Câmara dos Deputados, constituir advogado para sua defesa ou fazê-la
pessoalmente ou por intermédio do parlamentar que indicar, desde que não integrante do Conselho de
Ética e Decoro Parlamentar.

c) Da atuação da Procuradoria em face de representação indevida contra Deputado

Parágrafo único. Quando a representação (de partido político) ou requerimento de representação (de
cidadão analisado pela Mesa) contra Deputado for considerado leviano ou ofensivo à sua imagem, bem
como à imagem da Câmara dos Deputados, os autos do processo respectivo serão encaminhados à
Procuradoria Parlamentar para as providências reparadoras de sua alçada, nos termos do art. 21 do
Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
RICD Art. 21. A Procuradoria Parlamentar terá por finalidade promover, em colaboração com a Mesa, a
defesa da Câmara, de seus órgãos e membros quando atingidos em sua honra ou imagem perante a
sociedade, em razão do exercício do mandato ou das suas funções institucionais.

22
3) DO SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E INFORMAÇÕES DO MANDATO
PARLAMENTAR

Art. 17. Ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar é assegurado o pleno acesso, exclusivamente para fins
de consulta, ao Sistema de Acompanhamento e Informações do Mandato Parlamentar disponibilizado pela
Secretaria-Geral da Mesa e demais sistemas ou bancos de dados existentes ou que venham a ser criados na
Câmara dos Deputados, onde constem, dentre outros, os dados referentes:
I - ao desempenho das atividades parlamentares, e em especial sobre:
a) cargos, funções ou missões que tenha exercido no Poder Executivo, na Mesa, em Comissões ou em nome
da Casa durante o mandato;
b) número de presenças às sessões ordinárias, com percentual sobre o total;
c) número de pronunciamentos realizados nos diversos tipos de sessões da Câmara dos Deputados;
d) número de pareceres que tenha subscrito como relator;
e) relação das Comissões e Subcomissões que tenha proposto ou das quais tenha participado;
f) número de propostas de emendas à Constituição, projetos, emendas, indicações, requerimentos, recursos,
pareceres e propostas de fiscalização e controle apresentado;
g) número, destinação e objetivos de viagens oficiais ao exterior realizadas com recursos do poder público;
h) licenças solicitadas e respectiva motivação;
i) votos dados nas proposições submetidas à apreciação, pelo sistema nominal, na legislatura;
j) outras atividades pertinentes ao mandato, cuja inclusão tenha sido requerida pelo Deputado;
II - à existência de processos em curso ou ao recebimento de penalidades disciplinares, por infração aos
preceitos deste Código.
Parágrafo único. Os dados de que trata este artigo serão armazenados por meio de sistema de
processamento eletrônico e ficarão à disposição dos cidadãos por meio da internet ou de outras redes de
comunicação similares, podendo, ainda, ser solicitados diretamente à Secretaria-Geral da Mesa

23
4) DAS DECLARAÇÕES OBRIGATÓRIAS – Art. 18

DAS DECLARAÇÕES DO ÓRGÃO AO DO MOMENTO EM OBSERVAÇÕES COMUNS ÀS


OBRIGATÓRIAS QUAL SE DEVE QUE A DECLARAÇÃO DUAS DECLARAÇÕES
ENTREAGAR A TEM QUE SER
DECLARAÇÃO APRESENTADA

Autorização de Acesso aos Ao assumir o mandato, para As declarações serão autuadas,


Dados das Declarações de efeito de posse, bem como fornecendo-se ao declarante
Ajuste Anual do Imposto de Mesa quando solicitado pelo órgão comprovante da entrega, mediante
Renda Pessoa Física" e às competente da Câmara dos recibo em segunda via ou cópia da
respectivas retificações Deputados. mesma declaração, com indicação
entregues à Secretaria da do local, data e hora da
Receita Federal do Brasil apresentação.
CUIDADO: RICD Art. 229. O
Uma cópia das declarações será
Deputado apresentará à
encaminhada ao Tribunal de Contas
Mesa, para efeito de posse e
da União, para os fins previstos no §
antes do término do
2º do art. 1º da Lei nº 8.730, de 10 de
mandato, declaração de
novembro de 1993.
bens e de suas fontes de
renda, importando infração Os dados terão, na forma da
ao Código de Ética e Decoro Constituição Federal (art. 5º, XII), o
Parlamentar a inobservância respectivo sigilo resguardado,
deste preceito. podendo, no entanto, a
responsabilidade por este ser
transferida para o Conselho de Ética
e Decoro Parlamentar, quando esse
Declaração de impedimento Em Comissão ou Durante o exercício do os solicitar, mediante aprovação de
para votar ao iniciar-se a em Plenário mandato requerimento, em votação nominal.
apreciação de matéria que
envolva direta e
(MESA), a
especificamente seus depender de onde
interesses patrimoniais a matéria estive
sendo votada

24
QUESTÕES PROVAS ANTERIORES – CONSULTOR LEGISLATIVO

De acordo com as normas relacionadas ao decoro parlamentar exigido dos deputados federais, julgue os
itens seguintes.
86 Incidirá em quebra de decoro o parlamentar que fizer acordo com seu suplente com vistas a lhe viabilizar
o exercício do mandato, desde que tal acordo comporte cláusula financeira.
87 Ocorre quebra de decoro quando o parlamentar desacata servidor da Câmara dos Deputados, mas não
quando ele desacata outro deputado federal, em face da imunidade material.
88 O deputado federal deve respeitar as decisões tomadas legitimamente pelos órgãos da respectiva Casa,
ainda que delas discorde, sob pena de incidir em quebra de decoro.

Considerando o disposto na CF e no Código de Ética acerca de ética parlamentar e considerando sua


interpretação jurisprudencial, julgue os itens subsequentes.
94 No caso de deliberação acerca da aplicação de sanção disciplinar por conduta incompatível com o decoro
parlamentar, o deputado federal acusado não tem direito a votar.
95 Competirá ao STF apreciar, em controle de constitucionalidade, o mérito do juízo parlamentar que
determinar a cassação do mandato de um deputado federal.
96 Por se tratar de matéria afeta ao funcionamento interno da instituição, o Código de Ética e Decoro
Parlamentar da Câmara dos Deputados deve ser veiculado mediante resolução.

A respeito das disposições constitucionais e regimentais pertinentes à ética e ao decoro parlamentar, no


âmbito da Câmara dos Deputados, julgue os itens a seguir.
106 Deputado federal que alterar, durante o mandato, sua filiação partidária estará sujeito à perda de
mandato, por ofensa ao decoro parlamentar.
108 Senador da República tem direito de acesso a sessão que aprecie projeto que determine perda de
mandato de deputado federal.
109 O corregedor da Câmara dos Deputados tem direito a voz e voto nas sessões do Conselho de Ética e
Decoro Parlamentar.
110 A abertura de processo disciplinar, no âmbito do Conselho de Ética, contra um de seus integrantes não
implicará necessariamente seu afastamento desse conselho.

25
86 - C

87 - E

26
88 - C

94 - C
RICD Art. 180 , § 8º No caso de deliberação sobre aplicação de sanção disciplinar por conduta atentatória
ou incompatível com o decoro parlamentar, é vedado o acolhimento do voto do Deputado representado.
95 - E

96 – C

27
106 – E
Não há essa previsão

108 – C
RICD Art. 77. No recinto do Plenário, durante as sessões, só serão admitidos os Deputados e Senadores, os
ex-parlamentares, os funcionários da Câmara em serviço local e os jornalistas credenciados

109 – E

110 - C

28
SIMULADO
1. INÉDITA/2023
Marque a incorreta
a) O Código de Ética e Decoro Parlamentar estabelece os princípios éticos e as regras básicas de decoro que devem
orientar a conduta dos que sejam titulares ou que estejam no exercício de mandato de Deputado Federal.
b) As imunidades, prerrogativas e franquias asseguradas pela Constituição Federal, pelas leis e pelo Regimento
Interno da Câmara dos Deputados aos Deputados são institutos destinados à garantia do exercício do mandato
popular e à defesa da Constituição Federal.
c) Segundo o STF, a Constituição da República estabelece, a teor do art. 55, II, como hipótese de cassação do
mandato a prática de condutas incompatíveis com o decoro parlamentar. Essa expressão consubstancia
verdadeiro conceito genérico a ser preenchido pela Casa Legislativa competente, a evidenciar seu amplo espectro
de discricionariedade. Ou seja, as Casas tem, dentro da razoabilidade, liberdade para preverem as hipóteses
caraterizadoras de quebra de decoro parlamentar.
d) Escapa ao controle do Judiciário, no que concerne a seu mérito, juízo sobre fatos que se reserva, privativamente,
à Casa do Congresso Nacional formulá-lo.
e) No exercício do mandato, o Deputado atenderá às prescrições constitucionais e regimentais e às contidas no
Código de Ética e Decoro Parlamentar, sujeitando-se às medidas disciplinares nelas previstas. O deputado que
praticar ato contrário ao decoro parlamentar ou que afete a dignidade do mandato estará sujeito às penalidades
e ao processo disciplinar previstos no Código de Ética e Decoro Parlamentar, que definirá também as condutas
puníveis.

Ver art. 2º do Código


2. INÉDITA/2023
São deveres fundamentais dos Deputados, exceto
a) promover a defesa do interesse público e da soberania nacional
b) apresentar-se à Câmara dos Deputados durante as sessões legislativas ordinárias e extraordinárias e participar
das sessões do Plenário e das reuniões de Comissão de que seja membro, além das sessões conjuntas do
Congresso Nacional
c) tratar com respeito e independência os colegas, as autoridades, os servidores da Casa e os cidadãos com os quais
mantenha contato no exercício da atividade parlamentar, não prescindindo de igual tratamento
d) respeitar todas as decisões dos órgãos da Casa
e) examinar todas as proposições submetidas a sua apreciação e voto sob a ótica do interesse público
Ver art. 3ºm IX

29
3. INÉDITA/2023
É punível com a perda do mandato a seguinte infração:
a) fraudar, por qualquer meio ou forma, o regular andamento dos trabalhos legislativos para alterar o resultado de
deliberação.
b) praticar atos que infrinjam as regras de boa conduta nas dependências da Casa
c) praticar ofensas físicas ou morais nas dependências da Câmara dos Deputados ou desacatar, por atos ou palavras,
outro parlamentar, a Mesa ou Comissão ou os respectivos Presidentes
d) revelar informações e documentos oficiais de caráter sigiloso, de que tenha tido conhecimento na forma
regimental
e) fraudar, por qualquer meio ou forma, o registro de presença às sessões ou às reuniões de Comissão

4. INÉDITA/2023
Analise as infrações ao Código de Ética e Decoro Parlamentar abaixo apresentadas
I - praticar atos que infrinjam as regras de boa conduta nas dependências da Casa
II - praticar ofensas físicas ou morais nas dependências da Câmara dos Deputados ou desacatar, por atos ou
palavras, outro parlamentar, a Mesa ou Comissão ou os respectivos Presidentes
III - revelar informações e documentos oficiais de caráter sigiloso, de que tenha tido conhecimento na forma
regimental
IV - deixar de observar intencionalmente os deveres fundamentais do Deputado, previstos no art. 3º deste
Código.
V - celebrar acordo que tenha por objeto a posse do suplente, condicionando-a à contraprestação financeira
ou à prática de atos contrários aos deveres éticos ou regimentais dos Deputados.
São puníveis com censura verbal, censura escrita, suspensão das prerrogativas regimentais por até 6 meses,
suspensão do mandato por até 6 meses e perda do mandato, respectivamente
a) I, II, III IV e V
b) II, III, I, IV e V
c) V, IV, II, III e I
d) II, IV, V, I e III
e) III, II, I, IV e V

30
5. INÉDITA/2023
Analise os itens a seguir
I - Na aplicação de qualquer sanção disciplinar prevista neste artigo serão considerados: a natureza e a
gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a Câmara dos Deputados e para o
Congresso Nacional, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do infrator.
II – O cumprimento das sanções previstas no Código de ética dispensa o ressarcimento ao erário das
vantagens indevidas provenientes de recursos públicos utilizados em desconformidade com os preceitos
deste Código, na forma de Ato da Mesa.
III - As representações relacionadas com o decoro parlamentar deverão ser feitas diretamente à Mesa da
Câmara dos Deputados.
IV - Qualquer cidadão é parte legítima para requerer à Mesa da Câmara dos Deputados representação em
face de Deputado que tenha incorrido em conduta incompatível ou atentatória ao decoro parlamentar,
especificando os fatos e as respectivas provas.

Estão corretos, apenas,


a) I, III e IV
b) II, III e IV
c) III
d) IV
e) I, II e III

Ver art. 10, § 3º

6. INÉDITA/2023
Analise os itens a seguir
I - A censura verbal será aplicada pelo Presidente da Câmara dos Deputados, em sessão, ou pelo Presidente
de Comissão, durante suas reuniões.
II - A censura escrita será aplicada pela Conselho de Ética, por provocação do ofendido, nos casos de
incidência nas condutas previstas no Código ou, por solicitação do Presidente da Câmara dos Deputados ou
de Comissão, nos casos de reincidência nas condutas referidas puníveis com censura verbal
III - A representação subscrita por partido político representado no Congresso Nacional será encaminhada
diretamente pela Mesa da Câmara dos Deputados ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar no prazo de
3 sessões ordinárias.
IV - O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, composto de 21 membros titulares e igual número de
suplentes, é o órgão da Câmara dos Deputados competente para examinar as condutas puníveis e propor as

31
penalidades aplicáveis aos Deputados submetidos ao processo disciplinar previsto no Código de Ética e
Decoro Parlamentar, que integra este Regimento.
Estão corretos, apenas,
a) I, III e IV
b) II, III e IV
c) III
d) IV
e) I, II e III

Ver art. 12

7. INÉDITA/2023
Sobre o Conselho de ética, analise os itens a seguir
I - Não poderá ser membro do Conselho o Deputado que tenha recebido, na legislatura, penalidade
disciplinar de censura escrita, suspensão de prerrogativas regimentais ou de suspensão do exercício do
mandato, da qual se tenha o competente registro nos anais ou arquivos da Casa.
II - O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar terá 1 (um) Presidente e 3 (três) Vice-Presidentes, eleitos por
seus pares dentre os membros titulares, vedada a reeleição para o mesmo cargo na eleição subsequente.
III - A instauração de processo disciplinar no âmbito do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar em face de
um de seus membros, com prova inequívoca da acusação, constitui causa para o seu imediato afastamento
da função, a ser aplicado de ofício pelo Presidente do Conselho, devendo perdurar até decisão final sobre o
caso.
IV – A Mesa Diretora aprovará regulamento específico para disciplinar o funcionamento e a organização dos
trabalhos do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Estão corretos, apenas,


a) I, III e IV
b) II, III e IV
c) III
d) IV
e) I, II e III

Ver art. 7º, § 2º, I; Art. 7º, § 5º, 8º, § 1º

32
8. INÉDITA/2023
Sobre o procedimento para processar os acusados nas hipóteses de aplicação da suspensão das
prerrogativas regimentais, analise os itens a seguir
I - O projeto de resolução oferecido pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que proponha a suspensão
de prerrogativas regimentais, aplicável ao Deputado que incidir nas condutas previstas nos incisos VI a VIII
do art. 5º deste Código (ver tabela acima), será apreciado pelo Plenário da Câmara dos Deputados, em
votação ostensiva e por maioria absoluta de seus membros.
II - o Conselho poderá aprovar, ao final da investigação, parecer que proponha à Mesa que represente em
face do investigado pela aplicação de sanção mais grave (suspensão do mandato por até 6 meses ou perda
do mandato), conforme os fatos efetivamente apurados no processo, hipótese na qual, aprovada a
representação, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar reabrirá o prazo de defesa e procederá à instrução
complementar que entender necessária, observados os prazos previstos no art. 14 deste Código, antes de
deliberar.
III - Recebido o processo, lido no expediente, publicado e distribuído em avulsos, a Mesa terá o prazo
improrrogável de 2 (duas) sessões ordinárias para incluí-lo na pauta da Ordem do Dia.
IV - Os processos instaurados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados não
poderão exceder o prazo de 60 (sessenta) dias para deliberação pelo Plenário da Câmara dos Deputados na
hipótese de suspensão das prerrogativas regimentais.

Estão corretos, apenas,


a) I, III e IV
b) II, III e IV
c) III
d) IV
e) I, II e III

33
GABARITO
1 b
2 d
3 a
4 a
5 a
6 a
7 c
8 e

34

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