Você está na página 1de 27

CÓDIGO DE

ÉTICA E DECORO
PARLAMENTAR DO
SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar
do Senado Federal – Parte III

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III

Sumário
Gabriel Dezen

Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte Três............................. 3


Exercícios......................................................................................................................................... 22
Gabarito............................................................................................................................................ 26

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 2 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO


SENADO FEDERAL – PARTE TRÊS
CAPÍTULO VI
DO PROCESSO DISCIPLINAR
Art. 12. A sanção de que trata o art. 10 será decidida pelo Plenário, em escrutínio secreto e por
maioria simples, mediante provocação da Mesa, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ou de
Partido Político representado no Congresso Nacional, na forma prevista nos arts. 14 e 15, excetua-
da a hipótese do parágrafo único deste artigo.

O art. 10, referido, trata das condutas puníveis com a perda temporária do exercício do mandato.

O parágrafo único deste art. 12 autoriza, no caso de ausência a sessões, a decisão de perda
temporária do exercício do mandato como competência da Mesa, de ofício:

Parágrafo único. Quando se tratar de infração ao inciso V do art. 10, a sanção será aplicada, de
ofício, pela Mesa, resguardado, em qualquer caso, o princípio da ampla defesa.

Nos demais casos, aplica-se o processo previsto nos arts. 14 e 15, que veremos a seguir.

A previsão de decisão em “escrutínio secreto” é inconstitucional, segundo decidiu o Supremo


Tribunal Federal.
A votação sobre a perda do mandato deve ser ostensiva.

Quanto à autoria da representação, em quadro-resumo:

- Mesa do Senado Federal;


Autoria da representação para perda - Conselho de Ética e Decoro Parlamentar;
temporária do exercício do mandato - Partido político representado no
Congresso Nacional.

Parágrafo único. Quando se tratar de infração ao inciso V do art. 10, a sanção será aplicada, de
ofício, pela Mesa, resguardado, em qualquer caso, o princípio da ampla defesa.

Em quadro-resumo:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 3 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

I – reincidir nas hipóteses do artigo


antecedente;
II – praticar transgressão grave ou reiterada
aos preceitos do Regimento Interno ou
deste Código, especialmente quanto à
Perda temporária do exercício do
observância do disposto no art. 6º;
mandato decidida pelo Plenário, por
III – revelar conteúdo de debates ou
maioria simples.
deliberações que o Senado ou Comissão
haja resolvido devam ficar secretos;
IV – revelar informações e documentos
oficiais de caráter reservado, de que tenha
tido conhecimento na forma regimental;
V – faltar, sem motivo justificado, a dez
sessões ordinárias consecutivas ou a Perda temporária do exercício do
quarenta e cinco intercaladas, dentro mandato aplicada pela Mesa do Senado
da sessão legislativa ordinária ou Federal, de ofício
extraordinária.

Art. 13. A perda do mandato será decidida pelo Plenário, em escrutínio secreto e por maioria abso-
luta de votos, mediante iniciativa da Mesa, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ou de Parti-
do Político representado no Congresso Nacional, na forma prevista nos arts. 14 e 15 (Constituição
Federal, art. 55, § 2º).

A previsão exige que a perda do mandato seja aprovada por pelos menos 41 Senadores
(maioria absoluta do Senado). Não atingida essa maioria, a decisão será necessariamente
pela manutenção do mandato.
Esta previsão, obviamente, não se aplica às hipóteses nas quais a perda do mandato é
constitucionalmente atribuída à competência da Mesa, pois neste caso a regência é a do pa-
rágrafo único deste artigo.

O STF decidiu que a votação, nesse caso, deve ser ostensiva, sendo inconstitucional a previ-
são de votação secreta.
A Constituição Federal já foi alterada, no ponto, para eliminar a previsão de votação secreta,
pela Emenda Constitucional n. 76, de 2013.

Quanto à autoria:

- Mesa do Senado Federal;


Autoria da representação para perda - Conselho de Ética e Decoro Parlamentar;
do mandato - Partido político representado no
Congresso Nacional

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 4 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen
Parágrafo único. Quando se tratar de infração aos incisos III, IV e V do art. 55 da Constituição, a
sanção será aplicada, de ofício, pela Mesa, resguardado, em qualquer caso, o princípio da ampla
defesa.

A previsão de preservação da ampla defesa para os casos dos incisos IV e V está completa-
mente superada pela jurisprudência recente do Supremo Tribunal Federal, que determina que,
nessas hipóteses, a Mesa do Senado deve necessariamente decidir pela perda do mandato.

Vejamos isso em quadro:

III – a infração do disposto nos incisos III, IV e V do


art. 55 da Constituição.

Nota
Na Constituição Federal:
Art. 55. [...]
III – que deixar de comparecer, em cada sessão
Perda do mandato decidida pela
legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Mesa do Senado Federal, de
Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por ofício
esta autorizada;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos polí-
ticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos
previstos nesta Constituição;

I – a infração de qualquer das proibições


constitucionais referidas no art. 3º (Constituição
Federal, art. 55);
II – a prática de qualquer dos atos contrários à
ética e ao decoro parlamentar capitulados nos
arts. 4º e 5º (Constituição Federal, art. 55);
III – a infração do disposto no inciso VI do art. 55
da Constituição. Perda do mandato decidida pelo
Plenário do Senado Federal, por
maioria absoluta
Nota
Na Constituição Federal
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
VI – que sofrer condenação criminal em sentença
transitada em julgado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 5 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen
Art. 14. A representação contra Senador por fato sujeito à pena de perda do mandato ou à pena
de perda temporária do exercício do mandato, aplicáveis pelo Plenário do Senado, na qual, se for o
caso, sob pena de preclusão, deverá constar o rol de testemunhas, em número máximo de 5 (cinco),
os documentos que a instruem e a especificação das demais provas que se pretende produzir, será
oferecida diretamente ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar pela Mesa ou por partido político
com representação no Congresso Nacional.

A regulamentação processual prevista nestes arts. 14 e 14 aplica-se, portanto, tanto ao


processo de perda temporária do exercício do mandato (art. 12) quanto ao de perda do man-
dato (art. 15).

A previsão deste art. 14 aplica-se:


• a todas as situações de perda do mandato;
• às situações de perda temporária do exercício do mandato sujeitas à decisão do Plená-
rio do Senado, com exclusão, portanto, da hipótese prevista no parágrafo único do art.
12 (aplicação da pena pela Mesa, de ofício).

A decisão do Plenário será por maioria simples, no caso de perda temporária do exercício do
mandato, e por maioria absoluta, no caso de perda do mandato.

Na fase de instrução probatória do processo de perda de mandato, posterior a esta fase pre-
liminar que estamos analisando, é admissível a juntada de novos documentos:

Art. 17-E. A Mesa, o representante ou denunciante e o representado ou denunciado poderão reque-


rer a juntada de documentos novos em qualquer fase do processo, até o encerramento da instru-
ção, desde que pertinentes à matéria suscitada na representação ou denúncia.

Vamos ver essa parte inicial em fluxograma:

Apresentação da Conselho de Ética e Decoro


autor
representação Parlamentar
(1) (2)

1. Mesa do Senado Federal ou Partido Político, pelo respectivo Líder.


2. A representação deverá conter rol de testemunhas (até 5) documentos de instrução
probatória e especificação de provas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 6 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

A determinação de apresentação do rol de testemunhas, dos documentos e da especificação


das provas “sob pena de preclusão” significa que não haverá, ao longo do processo, outro mo-
mento para tais providências.

§ 1º Apresentada a representação, o Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar pro-


cederá ao exame preliminar de sua admissão no prazo de 5 (cinco) dias úteis, determinando o seu
arquivamento nos seguintes casos:

arquivamento
Presidente Exame
Conselho
do Conselho preliminar
Admissão
(1)
1. No prazo de cinco dias úteis.

I – se faltar legitimidade ao seu autor;

Somente estão legitimados à apresentação da representação:


• A Mesa do Senado Federal, pela sua maioria simples;
• Partido político que, no momento da formalização da apresentação da representação
tenha, oficialmente vinculado a si, pelo menos um Deputado Federal ou um Senador.

Representação que tenha qualquer outro autor deverá ser inadmitida pelo Presidente do
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, ao fundamento deste inciso I.

II – se a representação não identificar o Senador e os fatos que lhe são imputados;

Por razões óbvias, o autor da representação deverá indicar nominalmente o Senador ou Se-
nadora imputada e descrever, com toda precisão possível, a conduta que conduz à penalidade
de perda do mandato.

III – se, ressalvados os casos previstos no inciso I do art. 3º desta Resolução, os fatos relatados
forem referentes a período anterior ao mandato ou se forem manifestamente improcedentes.

O art. 3º, I, estabelece a seguinte vedação aos Senadores, desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, so-
ciedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato
obedecer a cláusulas uniformes;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 7 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

O Supremo Tribunal Federal, quanto aos casos de perda de mandato por quebra de decoro
parlamentar, decidiu que o fato de a conduta ter ocorrido em mandato anterior não impede o
processamento do Senador que nela incorre, não se aplicando, nesse caso, o princípio da uni-
dade da legislatura.

Quanto às situações descritas na literalidade da previsão:

O fato punível com a perda do mandato


é anterior ao mandato atual do Senador
imputado.
Fato referente à período anterior ao
Pode ter ocorrido:
mandato
- quando o Senador ainda não detinha a
condição de membro do Senado;
- em mandato anterior do Senador.
Ocorre quando, pela narrativa do autor da
representação, não é possível a obtenção
Fato manifestamente improcedente
de elementos mínimos que comprovem a
ocorrência do fato ou a sua autoria.

§ 2º Da decisão que determine o arquivamento da representação caberá recurso ao Plenário do


Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, no prazo de 2 (dois) dias úteis contado de sua publicação,
subscrito por, no mínimo, 5 (cinco) de seus membros.
§ 3º (Revogado pela Resolução n. 25/2008)

Fim
Sem recurso
do processo
arquivamento
Plenário
Com recurso decisão
do Conselho
(1) (2) (3)

1. Prazo de dois dias úteis, contados do despacho do Presidente do Conselho.


2. Recurso deve ser subscrito por pelo menos cinco membros do Conselho.
3. Na decisão do recurso o Conselho pode manter a decisão pelo arquivamento ou rever-
tê-la, admitindo a representação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 8 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

Pela rejeição
Arquivamento da representação
do recurso

Pela admissão
Admissão da representação
do recurso

Art. 15. Admitida a representação, o Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar deter-
minará as seguintes providências:

A admissão da representação pode se dar:


• por decisão do Presidente do Conselho; ou
• por decisão do plenário do Conselho, tendo havido recurso contra o despacho pelo ar-
quivamento.

Em fluxograma:

Notificação
Admissão da Presidente Registro Designação
do Senador
representação do Conselho e autuação de relator
para defesa

(1)(2)(3) (4)
1. Prazo para a defesa prévia é de 10 dias úteis.
2. A notificação será acompanhada da cópia da representação e dos documentos que a
instruíram.
3. Não apresentada a defesa prévia no prazo, o Presidente do Conselho nomeará defensor
dativo ao acusado, reabrindo o prazo para documentos e testemunhas.
4. No prazo de 3 dias úteis, entre membros do Conselho.

I – registro e autuação da representação;

O registro é o protocolo formal de recebimento, com a aposição de número e data.


A autuação significa a conversão da representação em autos processuais, com capa e
folhas datas, numeradas e rubricadas, na forma de processo judicial.

II – notificação do Senador, acompanhada da cópia da respectiva representação e dos documentos


que a instruíram, para apresentar defesa prévia, no prazo de 10 (dez) dias úteis contado da inti-
mação, pessoal ou por intermédio de seu gabinete no Senado Federal, observando-se o seguinte:

A cópia da representação recebida deverá ser fornecida ao Senador ou Senadora imputa-


da em inteiro teor.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 9 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

Toda a documentação acostada pelo autor da representação também deverá ser forne-
cida ao réu, em inteiro teor.
A defesa prévia poderá ser apresentada:
• pelo próprio Senador;
• por advogado formalmente constituído pelo Senador.

A intimação da abertura do processo de perda do mandato poderá ser feita:


• ao Senador, pessoalmente,
• ao Senador, por intermédio da assessoria do Gabinete deste.

A defesa prévia conterá os elementos de defesa do Senador ou Senadora acusado, considera-


dos os elementos acusatórios, probatórios e indiciários contidos na representação.
Novos elementos probatórios ou acusatórios surgidos ao longo da instrução serão objeto de
defesa em outro momento processual.

a) a defesa prévia deverá, se for o caso, estar acompanhada de documentos e rol de testemunhas,
até o máximo de 5 (cinco), sob pena de preclusão;

Juntamente com os argumentos defensivos, o parlamentar réu no processo de perda de


mandato poderá acostar documentos e pedir o arrolamento de testemunhas, até o máxi-
mo de cinco.

A pena de preclusão indica que não serão admitidos, em regra, novos acostamentos de ma-
terial probatório e indicação de novas testemunhas.

b) transcorrido o prazo sem apresentação de defesa, o Presidente do Conselho nomeará defensor


dativo para oferecê-la, reabrindo-lhe igual prazo, ressalvado o direito do representado de, a todo
tempo, nomear outro de sua confiança ou a si mesmo defender-se, sem abertura de novo prazo
para defesa;

O defensor dativo será escolhido pelo Presidente do Conselho, não podendo ser membro do
Conselho, como determina o § 1º deste artigo.

§ 1º A escolha do defensor dativo compete ao Presidente do Conselho, vedada a designação de


membro do próprio colegiado, nos termos do inciso III do caput deste artigo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 10 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

Em fluxograma:

Com defesa prévia Prosseguimento da instrução


Prazo para
defesa prévia Presidente do Conselho de Ética
Sem defesa prévia
designa defensor dativo

Quer o réu apresente defesa prévia por seu advogado ou por defensor dativo, poderá, a qual-
quer tempo, designar novo defensor ou fazer autodefesa. Nestas hipóteses, não lhe será de-
volvido o prazo para defesa prévia.

Veja os prazos, em quadro-resumo:

Para defesa prévia Dez dias úteis


Para atuação do defensor dativo Dez dias úteis
A qualquer tempo, no prazo da defesa prévia.
Para autodefesa
Não será aberto novo prazo para defesa prévia.
A qualquer tempo, a partir do prazo da defesa
Para o réu designar novo
prévia.
defensor
Não será aberto novo prazo para defesa prévia.

III – designação de relator, mediante sorteio, a ser realizado em até 3 (três) dias úteis, entre os
membros do Conselho, sempre que possível, não filiados ao partido político representante ou ao
partido político do representado.

O relator será responsável pela elaboração do relatório conclusivo acerca da acusação.


Esse relatório será, após, submetido à deliberação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

A designação do relator ocorrerá no prazo de 3 dias úteis, após o esgotamento do prazo para
defesa prévia.

• o Defensor dativo designado pelo Presidente NÃO poderá ser membro do Conselho de
Ética e Decoro Parlamentar.
• o Relator da acusação DEVERÁ ser membro do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 11 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

Havendo impedimento ou desistência do relator, o Presidente do Conselho designará substi-


tuto, na reunião seguinte do Conselho, como comanda o § 2º deste artigo.

§ 2º No caso de impedimento ou desistência do relator, o Presidente do Conselho designará subs-


tituto na reunião ordinária subsequente, observado o disposto no inciso III do caput deste artigo.

IV – (Revogado pela Resolução n. 25/2008)


V – (Revogado pela Resolução n. 25/2008)
VI – (Revogado pela Resolução n. 25/2008)
VII – (Revogado pela Resolução n. 25/2008)
VIII – (Revogado pela Resolução n. 25/2008)
§ 1º A escolha do defensor dativo compete ao Presidente do Conselho, vedada a designação de
membro do próprio colegiado, nos termos do inciso III do caput deste artigo.

O defensor dativo deverá ser um Senador ou Senadora que não seja membro do Conselho
de Ética e Decoro Parlamentar.
Ao defensor dativo incumbirá fazer a defesa prévia e todos os demais procedimentos de
defesa do acusado ao longo do processo.

A referência ao inciso III determina a impossibilidade, como regra, de o defensor dativo ser do
mesmo partido político do acusado.

O defensor dativo poderá ser substituído a qualquer momento ao longo do processo:


• por novo defensor, designado pelo acusado.
• pelo próprio parlamentar acusado, em autodefesa.

§ 2º No caso de impedimento ou desistência do relator, o Presidente do Conselho designará subs-


tituto na reunião ordinária subsequente, observado o disposto no inciso III do caput deste artigo.

O prazo do Presidente do Conselho para a designação do relator substituto será até a reu-
nião ordinária desse órgão subsequente à formalização da desistência ou reconhecimento do
impedimento do relator original.

O novo relator, designado em substituição ao relator original, não poderá, como regra, ser do
mesmo partido político do Senador acusado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 12 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen
§ 3º (Revogado pela Resolução n. 25/2008)
§ 4º (Revogado pela Resolução n. 25/2008)
§ 5º (Revogado pela Resolução n. 25/2008)
Art. 15-A. Oferecida a defesa prévia, o relator apresentará relatório preliminar, no prazo de até 5
(cinco) dias úteis, e o Conselho, em igual prazo, realizará análise inicial do mérito da representação,
no qual examinará se há indícios de prática de ato que possa sujeitar o Senador à perda do man-
dato ou de ato punível na forma dos arts. 8º e 9º desta Resolução.

O art. 8º descreve as condutas puníveis com advertência.


O art. 9º, os atos puníveis com censura verbal ou escrita.
Dessa forma, o Conselho de Ética pode requalificar o ato inicialmente considerado bastante a
fundamentar a deliberação sobre a perda do mandato.

Em fluxograma:

Análise inicial
Defesa Relatório
relator Conselho de mérito para
prévia preliminar
tipificação
(1) (2)

1. Prazo de 5 dias úteis.


2. Prazo de 5 dias úteis.

§ 1º Se houver indícios de prática de ato que possa sujeitar o Senador à perda do mandato, em de-
cisão adotada pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que se dará em processo de votação
nominal e aberta, a representação será recebida e será instaurado o processo disciplinar.

Se o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar se posicionar pela existência de indícios


de prática de ato que conduza à perda do mandato, ocorrerá a instauração do processo
disciplinar.
Se, pelo contrário, o Conselho entender aplicável outra pena, será dado o encaminhamen-
to necessário ao órgão competente.

O Conselho de Ética também pode decidir:


• pela inexistência de indícios de ato que possa levar à perda do mandato, mas pela sua
existência em relação a ato que admita punição com advertência ou censura verbal ou
escrita (§ 5º deste artigo);
• pela improcedência completa da representação (§ 6º deste artigo).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 13 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

Em fluxograma:

Indício de ato punível Recebimento da Instauração do


com perda do mandato representação processo disciplinar
(1)
1. Essa decisão exige decisão por maioria simples, em votação nominal e aberta.

§ 2º Instaurado o processo, o Conselho se manifestará sobre a necessidade de afastamento do


representado do cargo que eventualmente exerça, de dirigente em Comissão ou na Mesa, desde
que exista:

Em fluxograma:

Pelo afastamento
Instauração Deliberação do Conselho sobre o
do processo afastamento do réu de cargo interno
Contra o
afastamento

O Conselho de Ética não tem competência para decidir pelo afastamento do Senador acusado
do exercício do mandato, mas apenas de cargo na Mesa ou em Comissão do Senado.

Sobre o prazo de afastamento, consta no § 3º deste artigo:

§ 3º O afastamento de que trata o § 2º será coincidente com a previsão de conclusão do relatório


proposta pelo relator, admitindo-se uma prorrogação, por igual período.

I – indício da alegação de prática de ato incompatível com o decoro parlamentar;

Essa constatação indiciária ocorre no início do processo formal de perda de mandato.

II – fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação à imagem do Senado Federal.

Esse “receio” decorre da gravidade especial do ato ou atos atribuídos ao Senador acusado.

§ 3º O afastamento de que trata o § 2º será coincidente com a previsão de conclusão do relatório


proposta pelo relator, admitindo-se uma prorrogação, por igual período.

O prazo de afastamento, portanto, não está atrelado à decisão do Conselho de Ética sobre
a culpabilidade, mas, a princípio, apenas à conclusão do relatório do relator.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 14 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

Consta no art. 15-A:

Art. 15-A. Oferecida a defesa prévia, o relator apresentará relatório preliminar, no prazo de até 5
(cinco) dias úteis, e o Conselho, em igual prazo, realizará análise inicial do mérito da representação,
no qual examinará se há indícios de prática de ato que possa sujeitar o Senador à perda do mandato
ou de ato punível na forma dos arts. 8º e 9º desta Resolução.

§ 4º Para fins do disposto no § 4º do art. 55 da Constituição Federal e no art. 20 desta Resolução,


considera-se instaurado o processo a partir da publicação da decisão de que trata o § 1º deste
artigo, que se dará impreterivelmente no Diário do Senado Federal que circular no dia subsequente.

Consta no referido art. 55, § 4º, da Constituição Federal:

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato,
nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§
2º e 3º.

Consta no § 1º deste artigo, mencionado:

§ 1º Se houver indícios de prática de ato que possa sujeitar o Senador à perda do mandato, em de-
cisão adotada pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que se dará em processo de votação
nominal e aberta, a representação será recebida e será instaurado o processo disciplinar.

A Constituição Federal, como se vê, determina efeitos suspensivos à eventual renúncia


apresentada por Senador ou Senadora acusado de fato que possa levar à perda do mandato.
A renúncia apresentada após publicação da decisão do Conselho de Ética pela instauração
do processo disciplinar, portanto, será recebida, autuada e publicada, mas terá seus efeitos
(desligamento do Senador do mandato e encerramento do processo disciplinar) suspensos
até a decisão do Plenário sobre a perda do mandato.
Se a renúncia for apresentada antes dessa decisão do Conselho, produzirá seus regula-
res efeitos.

§ 5º Na hipótese da inexistência de indícios de prática de ato que possa sujeitar o Senador à perda
do mandato, a representação será convertida em denúncia se houver indício da prática de fato sujei-
to às medidas previstas nos arts. 8º e 9º desta Resolução, instaurando-se processo disciplinar para
a aplicação daquelas medidas, nos termos ali estabelecidos.

Neste caso, o Conselho de Ética conclui pela inexistência de indícios de cometimento, pelo
acusado, de ato que possa levar à perda do mandato, mas reconhece a existência possível de
outro, sujeito às penas de advertência ou censura.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 15 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

Neste caso, a representação é convertida em denúncia e é iniciado o processo disciplinar


para aplicação dessas sanções menos graves.

§ 6º Se o Conselho decidir pela improcedência da representação, ela será arquivada.

Em fluxograma:

Indício de ato que pode Instauração


levar à perda do mandato do processo
Recebimento da Indício de ato punível com Instauração
representação advertência ou censura do processo

Improcedência total da
arquivamento
representação

Veja esse mesmo conteúdo em quadro-resumo:

Recebimento da
Indício da prática de ato
representação pelo Instauração do processo
punível com a perda do
Conselho de Ética e Decoro disciplinar
mandato
Parlamentar
Indício da prática de ato
punível com advertência Representação é convertida Instauração do processo
ou censura verbal ou em denúncia disciplinar
escrita
Conselho decide pela
Sem indício de prática de Arquivamento da
improcedência da
ato punível representação,
representação

Art. 16. Ao representado e ao denunciado é assegurado amplo direito de defesa e o contraditório,


devendo ser intimados pelos respectivos gabinetes no Senado Federal ou por intermédio de procu-
rador, para acompanhar todos os atos e termos do processo disciplinar.

Iniciamos pela questão da nomenclatura:


Representado Senador réu em processo de perda de mandato.
Senador réu em processo destinado a aplicação de advertência,
Denunciado
censura ou perda temporária do exercício do mandato.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 16 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

A diferença de identificação do membro do Senado conforme o tipo da pena é encontrável, por


exemplo, no § 5º do art. 15:

§ 5º Na hipótese da inexistência de indícios de prática de ato que possa sujeitar o Senador à perda
do mandato, a representação será convertida em denúncia se houver indício da prática de fato sujei-
to às medidas previstas nos arts. 8º e 9º desta Resolução, instaurando-se processo disciplinar para
a aplicação daquelas medidas, nos termos ali estabelecidos.

Por este dispositivo, todos os atos e termos do processo disciplinar terão que ser formal e
oficialmente comunicados ao Senador ou Senadora que neles seja réu ou ré. Essa intimação
pode ocorrer pelo advogado defensor (‘procurador”), quer o indicado pelo réu, quer o dativo, ou
por meio do gabinete parlamentar.

Art. 17. Perante o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, poderão ser diretamente oferecidas,
por qualquer parlamentar, cidadão ou pessoa jurídica, denúncias relativas ao descumprimento, por
Senador, de preceitos contidos no Regimento Interno e neste Código.

Este dispositivo admite, assim, a denúncia direta, por qualquer pessoa, membro do Senado
ou pessoa jurídica de direito público ou privado, ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Em quadro:

Autoria de denúncia contra


- qualquer parlamentar;
Senador por descumprimento
- qualquer cidadão;
do RISF ou do Código de Ética e
- qualquer pessoa jurídica
Decoro Parlamentar

§ 1º Não serão recebidas denúncias anônimas.

Em qualquer das hipóteses admitidas de autoria de denúncia direta ao Conselho de Ética,


o autor desta deverá estar formalmente identificado.

§ 2º Apresentada a denúncia, o Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar procederá


ao exame preliminar de sua admissão no prazo de 5 (cinco) dias úteis, determinando o seu arqui-
vamento nos seguintes casos:

Em fluxograma:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 17 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

Com recurso

arquivo (2)

Presidente Exame Sem recurso


denúncia
do Conselho preliminar
Designação
(1) admissão
de relator
(3)
1. Prazo de cinco dias úteis.
2. O recurso exige a autoria de pelo menos cinco membros do Conselho de Ética, e deve
ser interposto no prazo de dois dias, contados da publicação da decisão.
3. O Relator tem prazo de cinco dias úteis para realizar a verificação sumária da procedên-
cia das informações, devendo, nesse prazo, também ouvir o Senador ou Senadora denunciado.

A decisão do Presidente do Conselho de Ética pelo arquivamento somente pode se funda-


mentar em uma das hipóteses elencadas nos incisos deste § 2º.

I – se faltar legitimidade ao seu autor;

Os autores possíveis da denúncia são membros do Senado, pessoa física ou pessoa jurídi-
ca. Embora esse elenco seja bastante abrangente, a falta de identificação do autor, por exem-
plo, configurando denúncia anônima, pode levar ao arquivamento por falta de legitimidade.

II – se a denúncia não identificar o Senador e os fatos que lhe são imputados;

A denúncia, por óbvio, deve necessariamente identificar de forma objetiva:


• os fatos incrimináveis a que se refere;
• o Senador ou Senadora a quem imputados.

III – se, ressalvados os casos previstos no inciso I do art. 3º desta Resolução, os fatos relatados
forem referentes a período anterior ao mandato ou se forem manifestamente improcedentes.

O art. 3º, I, prevê vedações, ou incompatibilidades, impostas aos membros do Senado


desde a diplomação, portanto antes da posse no mandato.
Pela literalidade da previsão, fatos cometidos em mandato anterior não são imputáveis ao
Senador ou Senadora em novo mandato.
Fatos manifestamente improcedentes são aqueles que não são sustentados por um míni-
mo indiciário ou probatório.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 18 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen
§ 3º Da decisão que determine o arquivamento da denúncia caberá recurso ao Plenário do Conse-
lho de Ética e Decoro Parlamentar, subscrito por, no mínimo, 5 (cinco) de seus membros, no prazo
de 2 (dois) dias úteis contados de sua publicação, que se dará impreterivelmente no Diário do Se-
nado Federal do dia subsequente.

A decisão do Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que admite a denúncia


não admite recurso.
Somente é recorrível a decisão pelo arquivamento.

A autoria do recurso é restrita a membros do Conselho de Ética, em número de pelo


menos cinco.
O prazo para o recurso é de dois dias úteis seguintes à publicação oficial da decisão do
Presidente do Conselho no Diário do Senado Federal.

Veja que o Código de Ética determina, de forma impreterível, que essa publicação ocorra no
dia seguinte ao da decisão do Presidente.

§ 4º Admitida a denúncia, será designado, por sorteio, relator, que realizará sumariamente a ve-
rificação de procedência das informações, ouvido o denunciado, no prazo de 5 (cinco) dias úteis,
contado de sua intimação.

Verificação da
Admissão Designação Oitiva do
relator procedência das
da denúncia do relator denunciado
informações
(1) (2) (3)

1. Será realizada por sorteio.


2. Deve ser um dos membros do Conselho de Ética.
3. Deve ser realizada no prazo de cinco dias úteis, contados da intimação deste.

§ 5º Transcorrido o prazo mencionado no § 4º deste artigo, o Presidente incluirá a matéria na pauta


da reunião subsequente, na qual o Conselho deliberará pela procedência da denúncia ou pelo seu
arquivamento.

Em fluxograma:

procedência
Relatório Presidente Inclusão
conselho
do Relator do Conselho em pauta
arquivo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 19 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

A decisão pela procedência pode ocorrer em relação a fato punível:


• com advertência ou censura, verbal ou escrita, caso em que se aplica o § 6º, abaixo.
• com perda do mandato, hipótese em que incide o § 7º deste artigo.

§ 6º Considerada procedente a denúncia por fato sujeito às medidas previstas nos arts. 8º e 9º
desta Resolução, será instaurado processo disciplinar e o Conselho promoverá sua aplicação, nos
termos ali estabelecidos.

Nesta hipótese, se a denúncia for considerada procedente pelo Conselho de Ética nessa
apreciação por fato punível com advertência (art. 8º) ou censura verbal ou escrita (art. 9º), o
competente processo disciplinar será instaurado pelo Conselho.

§ 7º Caso entenda que a acusação é fundada em indícios bastantes que, se comprovados, justi-
ficariam a perda do mandato, o Conselho encaminhará os autos à Mesa, para a apresentação de
representação.

Nesta hipótese, a procedência da denúncia ocorre em relação a fato justificador da pena


de perda do mandato.

A Mesa, neste caso, apresentará a representação ao Conselho de Ética, fazendo, portanto, o


percurso inverso: do Conselho à Mesa, e da Mesa em retorno ao Conselho.
É o que consta no § 9º deste artigo.

Em fluxograma considerando esta hipótese e a anterior:

Ato punível com


Processo Aplicação
advertência ou
disciplinar da pena
Procedência censura
Conselho
da denúncia
Ato punível com Autos à Apresentação da
perda do mandato Mesa representação

Se a denúncia for considerada procedente pelo Conselho de Ética por fato punível com a per-
da do mandato, será encaminhada à Mesa para sua conversão em representação.
Se apresentada como denúncia, na forma do § 8º, será admitida como representação ao ser
encaminhada à Mesa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 20 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen
§ 8º Qualquer partido político com representação no Congresso Nacional poderá subscrever a de-
núncia de que trata o § 7º que, nesse caso, será encaminhada à Mesa como representação.

Nesta hipótese, apresentada “denúncia” contra Senador por fato punível com a perda do
mandato, o Conselho de Ética a encaminhará à Mesa como representação.

Essa possibilidade se fundamenta da fungibilidade formal, que permite ao Conselho receber


“denúncia” e a encaminhar como “representação”.

A Mesa, neste caso, apresentará a representação ao Conselho de Ética, fazendo, portanto, o


percurso inverso: do Conselho à Mesa, e da Mesa em retorno ao Conselho.
Esta determinação de retorno consta no § 9º, abaixo.

§ 9º Recebida de volta pelo Conselho a representação de que tratam os §§ 7º e 8º, será aberto
processo disciplinar e expedida notificação específica para o representado, para os fins do § 4º do
art. 55 da Constituição e do art. 20 desta Resolução.

Em fluxograma:
Representação ou Representação ao
Conselho de ética Mesa do SF
denúncia à Mesa Conselho de Ética

Apresentação da Notificação Instauração


instrução
representação do acusado do processo

A instrução probatória é regulada pelo Capítulo VI-A deste Código de Ética, a partir do art. 17-A.

§ 10. Poderá o Conselho, independentemente de denúncia ou representação, promover a apuração,


nos termos deste artigo, de ato ou omissão atribuída a Senador.

Nesta hipótese, o Conselho de Ética pode agir de ofício, independentemente de qualquer


provocação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 21 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

EXERCÍCIOS
001. (QUESTÃO INÉDITA/2020) A sanção de perda temporária do exercício do mandato, quan-
do tiver aplicação dependente de decisão do Plenário do Senado, sujeita-se à maioria absoluta.

A maioria, segundo o art. 12, é simples, em “escrutínio secreto”.


Errado.

002. (QUESTÃO INÉDITA/2020) No caso de cabimento da pena de perda temporária do exer-


cício do mandato por falta a sessões, essa medida disciplinar é aplicável pelo Presidente do
Senado Federal a referendo da Mesa.

Na forma do art. 12, parágrafo único, a aplicação dessa pena é da competência da Mesa.
Errado.

003. (QUESTÃO INÉDITA/2020) A Mesa do Senado Federal pode ser autora de representação
pela aplicação da pena de perda temporária do exercício do mandato.

Como consta no caput do art. 12.


Certo.

004. (QUESTÃO INÉDITA/2020) No caso de reincidência em hipótese punível com censura, a


aplicação da pena de perda temporária do exercício do mandato é da competência do Plenário
do Senado, por maioria simples.

Como decorre do art. 12, I, combinado com o parágrafo único deste artigo.
Certo.

005. (QUESTÃO INÉDITA/2020) Não é admissível a aplicação da pena de perda temporária do


exercício do mandato pelo plenário do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

O art. 12, caput, fixa a competência apenas do Plenário do Senado, embora o Conselho de
Ética possa ser autor de representação para essa finalidade.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 22 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

006. (QUESTÃO INÉDITA/2020) Partido político que não tenha nenhum Senador filiado, mas
que tenha um Deputado Federal, pode ser autor de representação pela perda do mandato
de Senador.

Como autoriza o caput do art. 13.


Certo.

007. (QUESTÃO INÉDITA/2020) A perda do mandato exige a maioria absoluta do Plenário do


Senado Federal.

Teor do art. 13, caput.


Certo.

008. (QUESTÃO INÉDITA/2020) Não há nenhuma possibilidade de a pena de perda de man-


dato ser aplicada pelo plenário do Conselho de Ética.

Somente o plenário do Senado ou a Mesa da Casa podem decidir sobre a aplicação dessa
pena extrema.
Certo.

009. (QUESTÃO INÉDITA/2020) A perda de mandato pode ser decidida pela Mesa do Sena-
do Federal.

A possibilidade, contida na Constituição Federal (art. 55, § 3º) é repetida pelo art. 13, pará-
grafo único.
Certo.

010. (QUESTÃO INÉDITA/2020) O autor de representação pela perda do mandato de Se-


nador pode indicar até 7 testemunhas, além de conter os documentos necessários à instru-
ção da peça.

O número de testemunhas é limitado a cinco, conforme o art. 14, caput.


Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 23 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

011. (QUESTÃO INÉDITA/2020) O Código de Ética não admite a apresentação de denúncia


pela perda do mandato de Senador diretamente ao Conselho de Ética e Decoro Parlamen-
tar, devendo essa peça inicial processual ser apresentada à Mesa, e por esta despachada
ao Conselho.

O caput do art. 14 determina a apresentação direta ao Conselho de Ética.


Errado.

012. (QUESTÃO INÉDITA/2020) Exceto no momento de apresentação formal da denúncia


pela perda do mandato de Senador, não é admitida a apresentação de documentação em outra
fase processual desse feito.

O art. 17-E admite expressamente a juntada de novos documentos.


Errado.

013. (QUESTÃO INÉDITA/2020) O Código de Ética reconhece ao Presidente do Conselho de


Ética a competência para determinar o arquivamento liminar de representação pela perda do
mandato de Senador.

Como autoria o art. 14, § 1º. Isso ocorre na apreciação preliminar.


Certo.

014. (QUESTÃO INÉDITA/2020) O exame preliminar da representação pela perda do mandato


é feito pelo Presidente do Conselho de Ética no prazo de cinco dias úteis.

Como consta, textualmente, no art. 14, § 1º.


Certo.

015. (QUESTÃO INÉDITA/2020) Se um Deputado Federal sem filiação partidária for autor de
representação pela perda do mandato de um Senador, tal representação deverá ser arquivada
pelo Presidente do Conselho de Ética, por falta de legitimidade do autor.

Aplicação do art. 14, § 1º, I.


Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 24 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

016. (QUESTÃO INÉDITA/2020) A decisão do Presidente do Senado, determinando o arqui-


vamento de representação pela perda do mandato de Senador por não indicação objetiva do
Senador acusado é recorrível ao plenário.

A competência para o arquivamento, nesse caso, é do Presidente do Conselho de Ética, na


forma do art. 14, § 2º.
Errado.

017. (QUESTÃO INÉDITA/2020) O recurso contra decisão pelo arquivamento de representa-


ção pela perda do mandato só pode ser interposto por cinco ou mais Senadores, membros do
Conselho de Ética ou não.

A autoria só admite membros do Conselho de Ética, em número mínimo de cinco.


Errado.

018. (QUESTÃO INÉDITA/2020) Assim que apresentada a representação pela perda de man-
dato de Senador, este será notificado para apresentar defesa prévia, no prazo de dez dias úteis.

A notificação referida só ocorre quando admitida a representação, pelo Presidente do Conse-


lho de Ética ou, decidindo recurso, pelo próprio Conselho.
Errado.

019. (QUESTÃO INÉDITA/2020) A intimação do Senador acusado em representação pela per-


da do mandato só pode ser feita pessoalmente.

O art. 15, II, admite a intimação por meio do gabinete do acusado.


Errado.

020. (QUESTÃO INÉDITA/2020) A defesa prévia de Senador acusado em representação pela


perda do mandato não poderá apresentar rol de testemunhas.

O art. 20 admite a indicação de até cinco testemunhas.


Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 25 de 27
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte III
Gabriel Dezen

GABARITO
1. E 8. C 15. C
2. E 9. C 16. E
3. C 10. E 17. E
4. C 11. E 18. E
5. C 12. E 19. E
6. C 13. C 20. E
7. C 14. C

Gabriel Dezen
Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Especialista em Direito Constitucional
é, atualmente, consultor legislativo concursado do Senado Federal. Foi, sempre por concurso público, de-
legado de polícia federal e analista de Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. É professor de Direito
Constitucional e conferencista e parecerista nessa área jurídica. É autor de diversas obras sobre esse
ramo do Direito Público, a principal delas: Constituição Federal Interpretada (Editora Impetus).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 26 de 27
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Reginaldo - 71575464349, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar