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Comissões Mistas

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
REGIMENTO COMUM
Comissões Mistas
Prof. Gabriel Dezen

Comissões Mistas........................................................................................3
1 Nota Inicial..............................................................................................3
2 Comissões Mistas Permanentes...................................................................3
2.1 Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMO...........3
2.2 Representação brasileira no Parlamento do Mercosul...................................7
2.3 Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência..........................8
2.4 Comissão Mista Permanente de Combate à Violência contra a Mulher............8
2.5 Comissão Mista Permanente do Forum Interparlamentar das Américas..........8
2.6 Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas..............................8
2.7 Comissão Mista do Congresso Nacional de Assuntos Relacionados à
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.................................................9
3 Comissões Mistas Temporárias....................................................................9
3.1 Comissão Representativa........................................................................9
3.2 Comissão de Medida Provisória.............................................................. 14
3.3 Comissão para Exame de Veto Executivo................................................. 18
3.4 Comissão para Exame de Pedido de Delegação Legislativa......................... 20
3.5 Outros Órgãos Congressuais.................................................................. 21
3.6 Tratamento Geral das Comissões Mistas no RCN....................................... 24
3.7 Comissão Parlamentar Mista de Inquérito................................................ 43
Exercícios................................................................................................. 50
Gabarito................................................................................................... 54
Gabarito Comentado................................................................................ 55e

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COMISSÕES MISTAS
1 Nota Inicial
As Comissões são órgãos internos das Casas Legislativas, instituídas em função

de matéria determinada e integradas pelos parlamentares membros das respecti-

vas Casas.

Logicamente, as comissões da Câmara dos Deputados, tanto as permanentes

quanto as temporárias, são compostas exclusivamente por Deputados Federais.

As comissões do Senado, da mesma forma, são integradas apenas por Senadores.

As comissões do Congresso Nacional – chamadas de comissões mistas –, por

seu turno, são compostas por Deputados Federais e Senadores, em regra de for-

ma paritária, ou seja, tendo metade da sua composição destinada à Câmara dos

Deputados, e a outra metade ao Senado Federal.

Essas comissões mistas podem ser permanentes ou temporárias.

Vamos dar uma olhada em cada uma delas.

2 Comissões Mistas Permanentes


Essas comissões não tem prazo de duração determinado, existindo e atuando

até que venham a ser extintas pelo Congresso Nacional.

2.1 Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e


Fiscalização – CMO

É a principal e mais poderosa das comissões mistas, responsável tanto pela

apreciação das contas anuais apresentadas pelo Presidente da República quanto

pela análise e parecer aos projetos de leis orçamentárias, que são:

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• o projeto de lei orçamentária anual – LOA;

• o projeto da lei de diretrizes orçamentárias – LDO;

• o projeto do plano plurianual – PPA.

Sobre as chamadas leis do ciclo orçamentário, temos:

• PPA – Plano Plurianual estabelece, de forma regionalizada, as dire-

trizes, objetivos e metas da administração pública federal para as

despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos

programas de duração continuada.

• LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias compreende as metas e priori-

dades da administração pública federal, incluindo as despesas de ca-

pital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração

da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação

tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências finan-

ceiras oficiais de fomento.

• LOA – Lei Orçamentária Anual compreende:

– o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e

entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituí-

das e mantidas pelo poder público;

– o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indi-

retamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

– o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos

a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos

e fundações instituídos e mantidos pelo poder público.

Relativamente aos créditos, podem ser:

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a
 ) Créditos Adicionais – são as autorizações de despesa não computadas ou insufi-

cientemente dotadas na Lei de Orçamento. Os créditos adicionais classificam-se em:

• Suplementares: são destinados a reforço de dotação orçamentária; encami-

nhado ao Congresso Nacional pelo Presidente da República através de Proje-

to de Lei (PLN).

• Especiais: são destinados a despesas para as quais não haja dotação orça-

mentária específica; encaminhado ao Congresso Nacional pelo Presidente da

República através de Projeto de Lei (PLN).

b) Créditos extraordinários, que são destinados a despesas urgentes e imprevistas,

em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública e que podem ser enca-

minhados ao Congresso Nacional pelo Presidente da República através de Medida

Provisória (MPV).

Tem previsão constitucional, no art. 166, § 1º, que diz:

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias,


ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do
Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e se-
toriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orça-
mentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de
suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

Outras de suas importantes competências são analisar e emitir parecer sobre:

• planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos no art.166, §

1º, inciso I, da Constituição Federal;

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• contas prestadas pelos poderes da República nos termos do caput e do § 2º

do art. 56 da Lei Complementar n. 101, de 2000 (LRF);

• créditos extraordinários (créditos adicionais) encaminhados ao Congresso

Nacional através de medidas provisórias;

• avisos do Congresso Nacional que tratam de subtítulos relativos a obras e

serviços com indícios de irregularidades graves informados pelo Tribunal de

Contas da União;

• relatórios pertinentes ao acompanhamento e à fiscalização da execução orça-

mentária e financeira, nos termos dos arts. 70 a 72 e 166, § 1º, inciso II, da

Constituição Federal;

• relatórios de gestão fiscal previstos no art. 54 da Lei Complementar n. 101,

de 2000 e na lei de diretrizes orçamentárias;

• relatórios referentes aos atos de limitação de empenho e movimentação fi-

nanceira, nos termos do art. 9º da Lei Complementar n. 101, de 2000;

• informações prestadas pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional, nos ter-

mos dos §§ 4º e 5º do art. 9º da Lei Complementar n. 101, de 2000.

Foi criada pela Resolução n. 1, de 2006 – CN, resolução esta que já teve várias

alterações posteriores.

O art. 1º dessa resolução determina:

Art. 1º Esta Resolução é parte integrante do Regimento Comum e dispõe sobre a trami-
tação das matérias a que se refere o art. 166 da Constituição e sobre a Comissão Mista
Permanente prevista no § 1º do mesmo artigo, que passa a se denominar Comissão
Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMO.

Sua composição não é paritária. Atualmente, é composta de 31 Deputados Fe-

derais e de 11 Senadores.

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A CMO é uma das poucas comissões mistas de composição não paritária.

Outra é a representação brasileira no Parlamento do Mercosul, que você verá a seguir.

2.2 Representação brasileira no Parlamento do Mercosul

A Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, atualmente designada Parla-

mento do Mercosul, é o órgão parlamentar e legislativo do Mercosul, integrado por

representações legislativas de cada um dos Estados signatários do acordo.

O Mercosul é resultado do Tratado de Assunção, assinado em 1991, tendo sido

organizado e estruturado pelo Protocolo de Ouro Preto, em 1994.

As principais finalidades da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul são:

• analisar e emitir parecer sobre temas de interesse do Mercosul;

• emitir recomendações ao Conselho do Mercado Comum;

• analisar e adotar providências para o aperfeiçoamento, recepção e consolida-

ção da legislação de interesse do Mercosul pelos Estados signatários do tratado.

A representação brasileira no CPCM é regulada pela Resolução n. 1, de 1996

– CN, alterada pela Resolução n. 1, de 2011-CN. O art. 1º e o art. 2º desta Reso-

lução determinam:

Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a Representação Brasileira no Parlamento do Mer-


cosul, em conformidade com o Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul, adi-
cional ao Tratado de Assunção, e com a Decisão do Conselho do Mercado Comum (CMC)
n. 28, de 2010, e sobre a tramitação das matérias de interesse do Mercosul no Con-
gresso Nacional.
Art. 2º É criada a Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, órgão de ligação
entre o Congresso Nacional e o Parlamento do Mercosul.

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Essa Resolução de 2011 determina a composição da representação brasileira:

Art. 6º A Representação Brasileira compõe-se de 37 (trinta e sete) membros titulares,


sendo 27 (vinte e sete) Deputados Federais e 10 (dez) Senadores, com igual número
de suplentes, mantida a mesma divisão numérica entre as Casas, designados por ato
assinado pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional, nos termos da Decisão n. 28,
de 2010, do Conselho do Mercado Comum, aprovada em complementação ao Protocolo
Constitutivo do Parlamento do Mercosul.

2.3 Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência

Esta é uma comissão mista permanente, formada por 6 Senadores e 6 Deputa-

dos Federais, cujo objeto é a avaliação constante da atividade de inteligência rea-

lizada por órgãos estatais, principalmente a ABIN.

2.4 Comissão Mista Permanente de Combate à Violência


contra a Mulher

Esta Comissão mista permanente é composta por 11 Senadoras e 11 Deputadas

Federais, com iguais números de suplentes.

2.5 Comissão Mista Permanente do Forum Interparlamentar


das Américas

Esta Comissão, composta por dez membros da Câmara dos Deputados e dez

do Senado Federal, com iguais números de suplentes, tem por objetivo formar a

bancada representativa do Brasil no referido Forum.

2.6 Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas

Esta Comissão, formada por 11 titulares e 11 suplentes de cada uma Casas do

Congresso Nacional, atua na análise e parametrização de elementos e indicativos

relativos às mudanças climáticas, e seus efeitos no Brasil.

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2.7 Comissão Mista do Congresso Nacional de Assuntos


Relacionados à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

Essa Comissão permanente é composta por 2 Senadores titulares e 2 suplentes,


e por 4 Deputados Federais titulares e 4 suplentes.
Foi criada pela Resolução n. 2, de 2014-CN, em cujos primeiros artigos se lê:

Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a Comissão Mista do Congresso Nacional de As-
suntos Relacionados à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, sua composição,
organização e competências, em conformidade com os Estatutos da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa, e sobre a tramitação das matérias de interesse da Comu-
nidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no Congresso Nacional.
Art. 2º É criada a Comissão Mista do Congresso Nacional de Assuntos Relacionados à Co-
munidade dos Países de Língua Portuguesa, órgão de ligação entre o Congresso Nacional
e a Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (APCPLP).

3 Comissões Mistas Temporárias


As comissões temporárias são, por definição, atreladas em sua existência e fun-
cionamento, ou a um prazo (expresso ou implícito) ou a uma tarefa.
Um exemplo de comissão mista temporária vinculada a tarefa ocorre em relação
ao exame de medidas provisórias. De comissão temporária sujeita a prazo, o das
Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito – CPMI.
Vejamos as principais comissões mistas temporárias.

3.1 Comissão Representativa

A previsão da comissão representativa vem da Constituição Federal, em cujo


art. 58 se lê:

Art. 58………………………………………………………………………………………………
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional,
eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições
definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a pro-
porcionalidade da representação partidária.

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Essa comissão está regulamentada na Resolução n. 3, de 1990 – CN. Em seu

art. 1º, esta Resolução faz constar:

Art. 1º Esta Resolução é parte integrante do Regimento Comum e dispõe sobre a Co-
missão Representativa do Congresso Nacional, a que se refere o § 4º do art. 58 da
Constituição.

Quanto à composição, tem-se, na mesma Resolução:

Art. 2º A Comissão Representativa do Congresso Nacional será integrada por sete se-
nadores e dezesseis deputados, e igual número de suplentes, eleitos pelas respectivas
Casas na última sessão ordinária de cada período legislativo, e cujo mandato coincidirá
com o período de recesso do Congresso Nacional, que se seguir à sua constituição, ex-
cluindo-se os dias destinados às sessões preparatórias para a posse dos parlamentares
eleitos e a eleição das Mesas.

Veja que o Senado elegerá, na forma definida pelo seu Regimento, quais os sete

que irão integrar essa comissão, o mesmo acontecendo com a Câmara dos Depu-

tados, em relação aos dezesseis Deputados Federais.

Dê especial atenção a uma informação contida nesse art. 2º da Resolução. A eleição


dos Senadores e Deputados Federais que vão integrar a Comissão Representativa

ocorrerá “na última sessão ordinária de cada período legislativo”, ou seja,

tanto antes do recesso do julho (entre os dias 17 e 31), quanto antes do recesso

de final de ano (entre os dias 22 de dezembro e 2 de fevereiro).

Não é, assim, uma eleição apenas ao final da sessão legislativa anual.

Quanto a essas datas, consta da Resolução referida:

Art. 3º Considera-se período legislativo as divisões da sessão legislativa anual com-


preendidas entre 15 de fevereiro a 30 de junho e 1º de agosto a 15 de dezembro,
incluídas as prorrogações decorrentes das hipóteses previstas nos §§ 1º e 2º, do art.
57 da Constituição.

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Veja que essas datas estão revogadas pela vigente Constituição Federal, em

cujo art. 57 consta:

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fe-


vereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 50, de 2006)

Quanto aos períodos de funcionamento da comissão representativa, então, va-

lem, evidentemente, as datas previstas na Constituição Federal.

O mandato desses membros da comissão representativa é igual à duração do

recesso parlamentar.

A data das sessões preparatórias, em 1º de fevereiro – quando ocorrem a posse

dos eleitos e a eleição das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal –,

é excluída da duração do mandato dos membros da comissão representativa.

A comissão representativa – como o próprio nome diz – representa o Con-

gresso Nacional durante os períodos de recesso, durante o qual o Legislativo não

está funcionando.

Vindo a ocorrer convocação extraordinária, o mandato dos membros dessa

comissão não fica suspenso. É o que consta no art. 4º da Resolução referida:

Art. 4º O mandato da Comissão não será suspenso quando o Congresso Nacional for
convocado extraordinariamente.

A Presidência e Vice-Presidência da comissão estão regulada no art. 6º da Re-

solução n. 3, de 1990-CN, que estamos analisando. Diz o dispositivo:

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Art. 6º Exercerão a Presidência e a Vice-Presidência da Comissão, os membros das


Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, respectivamente.

Qualquer membro das Mesas poderá ser designado, conforme o interesse de

cada Casa.

Quanto às competências da comissão representativa, consta no art. 7º:

Art. 7º À Comissão compete:


I – zelar pelas prerrogativas do Congresso Nacional, de suas Casas e de seus membros;
II – zelar pela preservação da competência legislativa do Congresso Nacional em face
da atribuição normativa dos outros Poderes (Const. art. 49, inciso XI);
III – autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País
(Const. art. 49, inciso II);
IV – deliberar sobre:
a) a sustação de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regula-
mentar ou dos limites de delegação legislativa, desde que se caracterize a necessidade
da medida cautelar em caráter urgente (Const. art. 49, inciso V);
b) projeto de lei relativo a créditos adicionais solicitados pelo Presidente da República,
desde que sobre o mesmo já haja manifestação da Comissão Mista Permanente a que
se refere o § 1º do art. 166 da Constituição;
c) projeto de lei que tenha por fim prorrogar prazo de lei, se o término de sua vigência
deva ocorrer durante o período de recesso ou nos dez dias úteis subsequentes a seu
término;
d) tratado, convênio ou acordo internacional, quando o término do prazo, no qual o Bra-
sil deva sobre ele se manifestar, ocorrer durante o período de recesso ou nos dez dias
úteis subsequentes a seu término;
V – ressalvada a competência das Mesas das duas Casas e as de seus Membros:
a) conceder licença a Senador e Deputado;
b) autorizar Senador ou Deputado a aceitar missão do Poder Executivo.
VI – exercer a competência administrativa das Mesas do Senado Federal e da Câma-
ra dos Deputados em caso de urgência quando ausentes ou impedidos os respectivos
membros;
VII – fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração
indireta;
VIII – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa
contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
IX – convocar Ministros de Estado e enviar-lhes pedidos escritos de informação, quando
houver impedimento das Mesas de qualquer das Casas interessadas;
X – representar, por qualquer de seus Membros, o Congresso Nacional em eventos de
interesse nacional e internacional;
XI – exercer outras atribuições de caráter urgente, que não possam aguardar o início do
período legislativo seguinte sem prejuízo para o País ou suas Instituições.

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Veja que essa comissão tem poderes deliberativos, como consta no inciso IV do

art. 7º reproduzido acima.

Veja que a comissão representativa não tem competência para:

• decidir sobre a perda de mandato de Senador ou Deputado Federal.

• decidir sobre a prisão de membro do Congresso Nacional.

As deliberações da comissão representativa são tomadas por maioria simples,

como determina o art. 10 da Resolução:

Art. 10. As deliberações serão tomadas por maioria simples, presente a maioria abso-
luta dos Senadores e Deputados que integrarem a Comissão.
§ 1º Nas deliberações os votos dos Senadores e dos Deputados serão computados se-
paradamente, iniciando-se a votação pelos Membros da Câmara dos Deputados e repre-
sentando o resultado a decisão da respectiva Casa.
§ 2º Considera-se aprovada a matéria que obtiver decisão favorável de ambas as Casas.

O sistema de deliberação da comissão representativa é exatamente o mesmo de-

terminado pelo Regimento Comum para as decisões do Plenário do Congresso, em

sessão conjunta:

• votam os Deputados;

• votam os Senadores;

• combinam-se os resultados das duas votações. A matéria estará aprovada se

houver sido aprovada pelos membros das duas Casas. Qualquer outra combi-

nação determina a rejeição da matéria.

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3.2 Comissão de Medida Provisória

Uma das importantes hipóteses de constituição de comissão mista temporária é

a edição de medida provisória pelo Presidente da República. Cada medida provisó-

ria terá a sua própria comissão mista.

A regulação dessas comissões é feita pela Resolução n. 1, de 2002 – CN, que

“dispõe sobre a apreciação, pelo Congresso Nacional, das Medidas Provisórias a que

se refere o art. 62 da Constituição Federal, e dá outras providência”.

O processo legislativo de medida provisória será cuidadosamente analisado em

aula própria deste curso. Interessa agora apenas a constituição dessa comissão mista.

No art. 1º da Resolução n. 1/2002 consta:

Art. 1º Esta Resolução é parte integrante do Regimento Comum e dispõe sobre a apre-
ciação, pelo Congresso Nacional, de Medidas Provisórias adotadas pelo Presidente da
República, com força de lei, nos termos do art. 62 da Constituição Federal.

Comissão mista de medida provisória terá a seguinte composição:

Art. 2º…………………………………………………………………………………………………
§ 2º A Comissão Mista será integrada por 12 (doze) Senadores e 12 (doze) Deputados e
igual número de suplentes, indicados pelos respectivos Líderes, obedecida, tanto quanto
possível, a proporcionalidade dos partidos ou blocos parlamentares em cada Casa.

No caso dessa comissão mista para análise de medida provisória no processo de

conversão, a Resolução n. 1,de 2002-CN faz expressa referência à quantidade de

suplentes, que serão em número igual ao de titulares.

A essa composição pode ser acrescido um membro de cada Casa, da seguinte

maneira:

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Art. 2º…………………………………………………………………………………………………
§ 3º O número de membros da Comissão Mista estabelecido no § 2º é acrescido de
mais uma vaga na composição destinada a cada uma das Casas do Congresso Nacional,
que será preenchida em rodízio, exclusivamente, pelas bancadas minoritárias que não
alcancem, no cálculo da proporcionalidade partidária, número suficiente para participar
da Comissão (Res. n. 2, de 2000-CN).

Para esses fins, “bancadas minoritárias” é conceito que designa todos os partidos e
blocos parlamentares, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, cuja com-
posição numérica de bancada não é suficiente para lhes atribuir uma vaga entre as
12 da Casa respectiva.
Para essas agremiações numericamente pequenas, será destinada uma vaga extra,
em cada Casa do Congresso, ocupada em sistema de rodízio (a cada nova comissão
mista criada essa vaga extra é atribuída a outro partido).

Em resumo, a comissão mista de uma medida provisória terá:


• 12 Senadores titulares, e outros 12 Senadores suplentes;
• 12 Deputados Federais titulares, e outros 12 Deputados suplentes.

Em cada Casa, essas 12 vagas serão ocupadas pelo critério da proporciona-


lidade numérica das bancadas dos partidos políticos e blocos parlamentares nos
respectivos Plenários.
Dificilmente, contudo, todos os partidos e blocos na Câmara e no Senado terão
pelo menos um representante nessa comissão. Os que não estiverem represen-
tados por pelo menos um parlamentar são conceituados como “bancadas minori-
tárias”. Tais bancadas terão direito a colocar um de seus membros (um Deputado
Federal, para bancadas minoritárias na Câmara dos Deputados; um Senador, para
bancadas minoritárias no Senado Federal), sendo este o 13º membro da Casa na

comissão mista.

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Como pode haver mais de um partido ou bloco, na Câmara e no Senado, não repre-

sentado na comissão mista, essa 13ª vaga será ocupada em sistema de rodízio, ou

seja, a cada comissão mista de medida provisória, uma das bancadas minoritárias

será representada.

Note que, se, por exemplo, na Câmara dos Deputados houver bancada minori-

tária, não representada em dada comissão mista, e no Senado todos os partidos

e blocos estiverem representados, essa comissão mista terá composição não

paritária, como 13 Deputados Federais (os 12 da constituição regular mais 1

vaga ocupada em rodízio por representação minoritária) e apenas os 12 Senado-

res da quota regular (o Senado, assim, não terá a 13ª vaga, por não ter nenhuma

bancada minoritária).

Quanto ao processo de constituição dessas comissões mistas, diz a citada Re-

solução n. 1/2002:

Art. 2º Nas 48 (quarenta e oito) horas que se seguirem à publicação, no Diário Oficial
da União, de Medida Provisória adotada pelo Presidente da República, a Presidência da
Mesa do Congresso Nacional fará publicar e distribuir avulsos da matéria e designará
Comissão Mista para emitir parecer sobre ela.
§ 1º No dia da publicação da Medida Provisória no Diário Oficial da União, o seu texto
será enviado ao Congresso Nacional, acompanhado da respectiva Mensagem e de docu-
mento expondo a motivação do ato.
[…]
§ 4º A indicação pelos Líderes deverá ser encaminhada à Presidência da Mesa do Con-
gresso Nacional até as 12 (doze) horas do dia seguinte ao da publicação da Medida
Provisória no Diário Oficial da União.

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§ 5º Esgotado o prazo estabelecido no § 4º, sem a indicação, o Presidente da Mesa do


Congresso Nacional fará a designação dos integrantes do respectivo partido ou bloco,
recaindo essa sobre o Líder e, se for o caso, os Vice-líderes.
§ 6º Quando se tratar de Medida Provisória que abra crédito extraordinário à lei orça-
mentária anual, conforme os arts. 62 e 167, § 3º, da Constituição Federal, o exame e o
parecer serão realizados pela Comissão Mista prevista no art. 166, § 1º, da Constitui-
ção, observando-se os prazos e o rito estabelecidos nesta Resolução.
§ 7º A constituição da Comissão Mista e a fixação do calendário de tramitação da ma-
téria poderão ser comunicadas em sessão do Senado Federal ou conjunta do Congresso
Nacional, sendo, no primeiro caso, dado conhecimento à Câmara dos Deputados, por
ofício, ao seu Presidente.

Isso fica melhor em fluxograma:

É importante dar relevância aos prazos estabelecidos para esses primeiros movimentos:

• remessa da MP ao Congresso pelo Presidente da República: no dia da publicação;

• publicação da MP e distribuição de avulsos pelo Presidente da Mesa do Con-

gresso Nacional: em 48 horas, contadas da publicação da MP no Diário Oficial

da União;

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• indicação dos membros da comissão mista pelos Líderes da Câmara dos Depu-

tados e do Senado Federal: até as 12 horas do dia seguinte ao da publicação;

• designação da composição da comissão mista pelo Presidente da Mesa do

Congresso: imediatamente após as indicações dos Líderes.

Perceba que os prazos relativos à tramitação da medida provisória no Congresso

Nacional, inclusive os referidos, relativos à constituição da comissão mista, são

contados a partir da data de publicação da MP no Diário Oficial da União.

Todos os demais prazos também tem essa referência, como veremos em aula própria.

3.3 Comissão para Exame de Veto Executivo

Quando o Presidente da República recebe projeto de lei aprovado pelo Congres-

so Nacional, terá, nos termos da Constituição, quinze dias úteis para sancionar ou

para vetar esse projeto.

Determina a Constituição Federal, sobre isso:

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Pre-
sidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconsti-
tucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de
quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta
e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso
ou de alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores.
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente
da República.

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REGIMENTO COMUM
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§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na


ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação
final. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este
não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.

Estudarei com você, em aula própria deste curso, todo o tratamento regimental

da deliberação do Congresso Nacional sobre o veto.

Por ora, interessa-nos apenas a questão da comissão mista encarregada do

exame do veto.

Sobre isso, o RCN não especializa essa comissão. Havia a especialização – inclu-

sive referida no art. 10 – mas a Resolução n. 1, de 2015 – CN revogou todo o art.

104. Como não foi estabelecida outra especificação, não é segura, atualmente, a

conclusão de que o exame dos vetos executivos em Plenário no Congresso Nacional

é antecedido por parecer de comissão mista.

O melhor, assim e por isso, em prova, é responder negativamente, embora, res-

salte-se, a questão seja problemática.

Embora a interpretação sistemática aponte no sentido da necessidade de atuação

da Comissão, para fins de prova em concurso público – quando o texto do Regi-

mento é o referencial mais seguro – parece-nos mais apropriado concluir pela não

atuação da referida comissão.

Ou seja: não é criada comissão mista temporária para a análise dos vetos.

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3.4 Comissão para Exame de Pedido de Delegação Legislativa

O tratamento regimental da delegação legislativa será objeto de aula própria,

neste curso.

O que interessa neste momento é a comissão que vai se ocupar da análise do

pedido do Presidente da República e do parecer.

Sobre isso, determina o RCN:

Art. 119. A proposta será remetida ou apresentada ao Presidente do Senado Federal,


que convocará sessão conjunta, a ser realizada dentro de 72 (setenta e duas) horas,
para que o Congresso Nacional dela tome conhecimento.
§ 1º Na sessão de que trata este artigo, distribuída a matéria em avulsos, será consti-
tuída a Comissão Mista para emitir parecer sobre a proposta.

Como essa comissão mista não é especificada especialmente para essa atividade,

aplica-se aqui o regramento normal do Regimento Comum para as comissões mistas.

Diz o RCN:

Art. 10. As Comissões Mistas, ressalvado o disposto no Parágrafo único do art. 21, no
art. 90 e no § 2º do art. 104, compor-se-ão de 11 (onze) Senadores e 11 (onze) De-
putados, obedecido o critério da proporcionalidade partidária, incluindo-se sempre um
representante da Minoria, se a proporcionalidade não lhe der representação.

Não há referência no RCN sobre a quantidade de suplentes nessa Comissão Mista.

E, ainda:

Art. 10-A. O número de membros das comissões mistas estabelecido neste Regimento,
nas resoluções que o integram e no respectivo ato de criação é acrescido de mais uma
vaga na composição destinada a cada uma das Casas do Congresso Nacional, que será
preenchida em rodízio, exclusivamente, pelas bancadas minoritárias que não alcancem,
no cálculo da proporcionalidade partidária, número suficiente para participarem das
referidas comissões.

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Este regramento regimental será estudado mais detalhadamente ainda nesta

aula, à frente.

Consta no art. 10-B do RCN que:

Art. 10-B. As comissões mistas especiais, criadas por determinação constitucional, po-
derão ter membros suplentes, Deputados e Senadores, por designação do Presidente do
Senado Federal em número não superior à metade de sua composição.

Note, primeiro, que a construção redacional, em termos de técnica legislativa, é

muito deficitária. Ao afirmar que tais comissões “poderão ter membros suplen-

tes”, o novo dispositivo do RCN parece abrir uma possibilidade, e não impor uma

regência. Muito superior teria sido “terão”.

Em segundo lugar – e apesar de a alteração ter sido feita após o início de vigên-

cia da Constituição Federal de 1988, e após a decisão do STF que reconheceu a

existência da figura do Presidente da Mesa do Congresso Nacional, a redação

persiste no erro de fazer constar “Presidente do Senado Federal”.

Finalmente, veja que dispositivo NÂO se refere à suplência em todas as comissões

mistas, mas apenas às criadas “por determinação constitucional”, quais se-

jam, principalmente, a comissão representativa, a comissão mista de orçamento e

a comissão mista de medida provisória, esta última, inclusive, com suplentes em

número igual ao de titulares.

3.5 Outros Órgãos Congressuais

Antes de examinarmos o tratamento geral das comissões mistas pelo RCN, é

importante citar a existência de outros órgãos congressuais internos, para comple-

tar este estudo.

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Dois desses órgãos detém importância maior:

• o Conselho da Ordem do Congresso;

• o Conselho de Comunicação Social.

3.5.1 Conselho da Ordem do Congresso

O Conselho da Ordem do Congresso foi criado pelo Decreto Legislativo n. 70,

de 1972.

Em seu art. 1º, consta:

Art. 1º Fica criada a Ordem do Congresso Nacional, destinada a galardoar as pessoas


físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que se tenham tornado dignas do especial
reconhecimento do Poder Legislativo do Brasil.

Como se vê, o Conselho tem por objetivo escolher pessoas físicas ou jurídicas,

brasileiras ou estrangeiras, para que sejam agraciadas por uma das comendas da

Ordem do Congresso Nacional.

As classes dessas comendas são seis:

• Grande-Colar;

• Grã-Cruz;

• Grande Oficial;

• Comendador;

• Oficial;

• Cavaleiro.

O Grão-Mestre do Conselho da Ordem do Congresso é o Presidente do Sena-

do Federal.

O Chanceler desse Conselho é o Presidente da Câmara dos Deputados.

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Sua estrutura é composta de 11 Senadores titulares e de 11 Deputados Fe-

derais titulares.

3.5.2 Conselho de Comunicação Social

A existência do Conselho de Comunicação Social é prevista pela Constitui-

ção Federal:

Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá,
como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.

Sua instituição, assim, se destina a dar efetividade ao tratamento constitucional

da Comunicação Social.

Esse Conselho – como manda a Constituição Federal – foi criado pela Lei n.

8.389, de 30 de dezembro de 1991.

Em seu art. 1º, essa Lei diz:

Art. 1º É instituído o Conselho de Comunicação Social, como órgão auxiliar do Congres-


so Nacional, na forma do art. 224 da Constituição Federal.

A composição do Conselho está no art. 4º da Lei:

Art. 4º O Conselho de Comunicação Social compõe-se de:


I – um representante das empresas de rádio;
II – um representante das empresas de televisão;
III – um representante de empresas da imprensa escrita;
IV – um engenheiro com notórios conhecimentos na área de comunicação social;
V – um representante da categoria profissional dos jornalistas;
VI – um representante da categoria profissional dos radialistas;
VII – um representante da categoria profissional dos artistas;
VIII – um representante das categorias profissionais de cinema e vídeo;
IX – cinco membros representantes da sociedade civil.

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A Lei de criação do Conselho não contempla, na composição deste, Senadores e

Deputados Federais.

Finalmente, quanto às competências, na mesma Lei:

Art. 2º O Conselho de Comunicação Social terá como atribuição a realização de estu-


dos, pareceres, recomendações e outras solicitações que lhe forem encaminhadas pelo
Congresso Nacional a respeito do Título VIII, Capítulo V, da Constituição Federal, em
especial sobre:
a) liberdade de manifestação do pensamento, da criação, da expressão e da informação;
b) propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e
terapias nos meios de comunicação social;
c) diversões e espetáculos públicos;
d) produção e programação das emissoras de rádio e televisão;
e) monopólio ou oligopólio dos meios de comunicação social;
f) finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas da programação das emis-
soras de rádio e televisão;
g) promoção da cultura nacional e regional, e estímulo à produção independente e à
regionalização da produção cultural, artística e jornalística;
h) complementariedade dos sistemas privado, público e estatal de radiodifusão;
i) defesa da pessoa e da família de programas ou programações de rádio e televisão que
contrariem o disposto na Constituição Federal;
j) propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
l) outorga e renovação de concessão, permissão e autorização de serviços de radiodifu-
são sonora e de sons e imagens;
m) legislação complementar quanto aos dispositivos constitucionais que se referem à
comunicação social.

3.6 Tratamento Geral das Comissões Mistas no RCN

3.6.1 Composição

O art. 10 do RCN estabelece a regra da composição numérica de Comissão Mista:

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Art. 10. As Comissões Mistas, ressalvado o disposto no Parágrafo único do art. 21, no
art. 90 e no § 2º do art. 104, compor-se-ão de 11 (onze) Senadores e 11 (onze) De-
putados, obedecido o critério da proporcionalidade partidária, incluindo-se sempre um
representante da Minoria, se a proporcionalidade não lhe der representação.

O dispositivo transcrito acima não faz referência ao número de suplentes das co-

missões mistas temporárias ordinárias.

Uma Comissão Mista regular, portanto, terá inicialmente 22 membros titulares:

• 11 Senadores;

• 11 Deputados Federais.

A distribuição dessas vagas entre Deputados Federais e Senadores é feita pelo

critério da representação numérica proporcional dos partidos políticos e dos blocos

parlamentares na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Como o tamanho de bancadas de partidos e blocos na Câmara e no Senado não

é necessariamente igual, é perfeitamente possível que, por exemplo, o MDB da

Câmara dos Deputados fique com 4 das 11 vagas da Câmara em determinada

comissão, e o MDB do Senado Federal, com 3 das 11 vagas do Senado nessa

mesma Comissão.

A essas 11 vagas de cada Casa, contudo, poderá ser acrescida uma vaga extra,

destinada às “bancadas minoritárias” em cada Casa.

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Diz o art. 10-A:

Art. 10-A. O número de membros das comissões mistas estabelecido neste Regimento,
nas resoluções que o integram e no respectivo ato de criação é acrescido de mais uma
vaga na composição destinada a cada uma das Casas do Congresso Nacional, que será
preenchida em rodízio, exclusivamente, pelas bancadas minoritárias que não alcancem,
no cálculo da proporcionalidade partidária, número suficiente para participarem das
referidas comissões.

Veja que a definição do que seja “bancadas minoritárias” é dada pelo próprio

dispositivo: são os partidos políticos e blocos parlamentares que “não alcancem,

no cálculo da proporcionalidade partidária, número suficiente para partici-

parem das referidas comissões”.

Ou resumindo: serão todos os partidos e blocos que, pelo cálculo de proporcio-

nalidade, não consigam colocar pelo menos um de seus parlamentares em deter-

minada Comissão Mista.

Como o RCN manda que essa vaga extra seja preenchida em sistema de rodízio, se

no Senado, por exemplo, três partidos políticos não tem Senadores suficientes para

obter uma vaga em comissão mista, na primeira comissão criada o Senador de um

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deles ocupará a vaga extra. Quando uma segunda comissão mista for criada, será

aproveitado um Senador de outro desses partidos minoritários, e assim por diante.

Tome cuidado para não confundir uma comissão mista comum com comissão mista

de medida provisória:

• na comissão mista de medida provisória, haverá 12 vagas para o Sena-

do e 12 para a Câmara, e 1 vaga extra para cada Casa, destinada, em

rodízio, às bancadas minoritárias.

• na comissão mista regular, haverá 11 vagas para o Senado e 11 vagas para

a Câmara, e 1 vaga extra para cada Casa, destinada, em rodízio, às ban-

cadas minoritárias.

3.6.2 Procedimento de composição

Como já referido, as 11 vagas de cada Casa em cada comissão mista são distri-

buídas conforme o critério da proporcionalidade das bancadas na Casa respectiva.

O sistema funciona assim:

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Se algum Líder não formalizar a indicação dos membros de sua bancada que inte-

grarão a comissão mista, a escolha caberá ao Presidente da Mesa do Congresso Na-

cional, devendo a escolha recair sobre parlamentar do partido ou bloco parlamentar

ao qual caiba a vaga, pelo critério da proporcionalidade.

Veja que há duas providências que devem ser tomadas direta e imediatamente pelo

Presidente eleito da Comissão Mista:

• designar um dos membros para atuar como Relator;

• designar um servidor da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal para

secretariar a Comissão (esse servidor será remunerado pela Casa de origem).

1 – o prazo para a realização da reunião de instalação da comissão mista é de 48

horas, contadas da designação da sua composição no Diário do Congresso Nacional.

2 – até que seja eleito o Presidente da comissão mista, a reunião de instalação é

comandada pelo seu membro mais idoso

No RCN, a matéria está tratada assim:

Art. 9º Os membros das Comissões Mistas do Congresso Nacional serão designados


pelo Presidente do Senado mediante indicação das lideranças.
§ 1º Se os Líderes não fizerem a indicação, a escolha caberá ao Presidente.
§ 2º O calendário para a tramitação de matéria sujeita ao exame das Comissões Mistas
deverá constar das Ordens do Dia do Senado e da Câmara dos Deputados.
Art. 10………………………………………………………………………………………………

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§ 1º Os Líderes poderão indicar substitutos nas Comissões Mistas, mediante ofício ao


Presidente do Senado, que fará a respectiva designação.
§ 2º As Comissões Mistas reunir-se-ão dentro de 48 (quarenta e oito) horas de sua
constituição, sob a presidência do mais idoso de seus componentes, para a eleição do
Presidente e do Vice-Presidente, sendo, em seguida, designado, pelo Presidente eleito,
um funcionário do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados para secretariá-la.
§ 3º Ao Presidente da Comissão Mista compete designar o Relator da matéria sujeita ao
seu exame.

Veja alguns detalhes acessórios importantes:

• a designação quer dizer a publicação, no Diário do Congresso Nacional, da com-

posição nominal completa da Comissão, tanto titulares quanto suplente;

• o membro de comissão mista pode ser trocado a qualquer momento pelo

Líder da bancada respectiva, bastando para isso mero ofício deste ao Presi-

dente do Congresso.

• na omissão do Líder em indicar os membros respectivos da comissão, incum-

be ao Presidente do Congresso fazer as escolhas.

Neste caso, a escolha do Presidente do Congresso nacional deve recair no mesmo

partido ou bloco ao qual pertencem as vagas.

• a presidência da reunião de instalação da comissão mista é do mais idoso

dos seus membros, considerados Deputados e Senadores, mas apenas os

titulares. Assim que eleito o Presidente, este assume imediatamente.

3.6.3 Procedimento interno de comissão mista

Vamos analisar, neste item, o procedimento interno de comissão mista quando

analisa uma proposição.

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3.6.3.1 Abertura da reunião

Quando uma proposição – como um projeto de resolução do Congresso – chega

à Comissão, o Presidente desta, como visto acima, designa um dos seus membros

como relator.

Esse relator deverá analisar a proposição principal e todas as emendas apresen-

tadas em um relatório, o qual será juntado ao processo da proposição e retornado

ao Presidente da comissão para pautar a matéria em reunião do órgão.

Quanto à abertura dessa reunião, determina o art. 12:

Art. 12. Os trabalhos da Comissão Mista somente serão iniciados com a presença míni-
ma do terço de sua composição.

Esse um terço é o quórum de abertura da reunião da comissão. O quórum

de deliberação é, pelo menos, a sua maioria absoluta. O de decisão, maioria

simples, como regra.

Veja, para fins de fixação, que:

• a maioria necessária para a abertura de reunião de comissão é de um

terço do total de sua composição (sendo indiferente que essa maioria seja

composta por Deputados ou Senadores).

• a maioria necessária para a abertura de sessão conjunta é de um sexto

de cada Casa do Congresso (ou seja, 1/6 dos 513 Deputados Federais e 1/6

dos 81 Senadores.

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Ou, em quadro:

Quórum de Número mínimo de presentes para o início da reunião Um terço


abertura da comissão
Quórum de Número mínimo de presentes para o início de uma Maioria absoluta
deliberação votação
Quórum de Número mínimo de votos favoráveis para a aprovação Maioria simples
decisão do parecer

Essas diferenças de quórum constam no art. 14:

Art. 14. A Comissão Mista deliberará por maioria de votos, presente a maioria de seus
membros, tendo o Presidente somente voto de desempate.

Veja: o Presidente da Comissão mista em geral não vota. Terá somente o voto

de desempate nas deliberações que nela ocorram.

O quórum de um terço para abrir reunião de comissão mista é considerado inde-

pendentemente de serem os presentes Senadores ou Deputados Federais.

Havendo um terço – mesmo que apenas membros de uma das Casas do

Congresso – a reunião será aberta e os trabalhos serão iniciados.

É problema da própria Casa (Câmara e Senado) zelar para que haja uma

presença expressiva de seus respectivos membros na reunião da comissão.

3.6.3.2 Prazo para emendas perante a Comissão

O regulamento do tratamento das emendas apresentadas perante a comissão

mista está no art. 11 do RCN:

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Art. 11. Perante a Comissão, no prazo de 8 (oito) dias a partir de sua instalação, o
Congressista poderá apresentar emendas que deverão, em seguida, ser despachadas
pelo Presidente.
§ 1º Não serão aceitas emendas que contrariem o disposto no art. 63 da Constituição.
§ 2º Nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes a partir do despacho do Presidente, o autor
de emenda não aceita poderá, com apoiamento de 6 (seis) membros da Comissão, no
mínimo, recorrer da decisão da Presidência para a Comissão.
§ 3º A Comissão decidirá por maioria simples em reunião que se realizará, por convo-
cação do Presidente, imediatamente após o decurso do prazo fixado para interposição
do recurso.

Veja isso em fluxograma:

É oportuno, contudo, um ressalte: o prazo para emendas começa a correr da

data de instalação da Comissão Mista.

Dessa forma, com mais precisão:

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E agora, em quadro esquemático de resumo:

Prazo para emendas perante a comis- 8 dias, contados da instalação da


são comissão.
Podem ser individuais, tanto de Sena-
Autoria das emendas
dor quanto de Deputado Federal.
Podem ser tanto de redação quanto
Tipo de emendas admitidas
de mérito.
Primeiramente, ao Presidente da
Destinação das emendas recebidas
comissão, para despacho.
Não podem aumentar despesa em
projeto de autoria privativa.
Não podem versar matéria diferente
da contida na proposição.
Não podem ser de sentido inteira-
Limitações ao conteúdo das emendas mente contrário ao da proposição.
Precisam ser fundamentadas.
Precisam ser apresentadas por
escrito.
Devem ser formuladas em correta
técnica legislativa.
admitindo a emenda, envia ao relator,
Conteúdo do despacho do Presidente para análise.
da comissão não admitindo, despacha pelo indefe-
rimento.
Prazo para recurso contra a decisão 24 horas, contadas do despacho do
que não admite emenda Presidente.
Do autor, com apoiamento de pelo
Autoria do recurso menos seis membros da comissão,
Senadores ou Deputados.
Escrito e fundamentado, dirigido ao
Forma do recurso
presidente da Comissão.
Recebido, será convocada reunião
para decisão sobre o recurso.
Tratamento do recurso
A decisão da comissão será por maio-
ria simples.

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3.6.3.3 “Parecer” do Relator

Embora o padrão da linguagem regimental seja designar a peça produzida pelo

Relator como “relatório”, reservando a designação “parecer” para o documento

produzido pela Comissão, de forma coletiva, o RCN, neste ponto, não prestigiou a

pureza na linguagem regimental.

A rigor, o RCN deveria fazer referência a relatório do relator, mas, por erro, o

designa como “parecer”.

Consta no art. 13:

Art. 13. Apresentado o parecer, qualquer membro da Comissão Mista poderá discuti-lo
pelo prazo máximo de 15 (quinze) minutos, uma única vez, permitido ao Relator usar
da palavra, em último lugar, pelo prazo de 30 (trinta) minutos.
Parágrafo único. O parecer do Relator será conclusivo e conterá, obrigatoriamente, a
sua fundamentação.

O “parecer” do relator na comissão deverá ser, como regra, escrito, e sempre

fundamentado, devendo apresentar conclusão à proposição e a todas as emendas

apresentadas e admitidas pelo Presidente da comissão.

O parecer será publicado e distribuído em avulsos aos membros da comissão, e, a

seguir, se inicia a discussão. Nesta, cada membro da comissão poderá usar a pala-

vra uma única vez, por 15 minutos. O relator falará por último, por 30 minutos.

Novamente, é útil, para fins de fixação, fazer a comparação desta informação com

a discussão em Plenário:

Discussão em comissão:

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• apenas membros;

• 15 minutos para cada orador;

• Relator fala ao final, por 30 minutos.

Discussão em Plenário:

• qualquer Deputado ou Senador;

• 20 minutos para cada orador;

• Relator fala ao final, por 20 minutos.

Perceba que, ao contrário do que geralmente ocorre em reunião de comissão, segun-

do os Regimentos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, o RCN não per-

mite o uso da palavra por parlamentar que não seja membro da comissão.

3.6.3.4 Parecer da Comissão

Encerra a discussão do “parecer” do relator, a comissão vai votá-lo para obter

o seu parecer.

Diz o art. 14 do RCN:

Art. 14. A Comissão Mista deliberará por maioria de votos, presente a maioria de seus
membros, tendo o Presidente somente voto de desempate.
Parágrafo único. Nas deliberações da Comissão Mista, tomar-se-ão, em separado, os
votos dos membros do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, sempre que não
haja paridade numérica em sua composição.

Com a presença da maioria absoluta da Comissão (primeiro número inteiro

acima da metade da sua composição total, considerados Deputados e Senadores e

independentemente da Casa), ocorrerá a votação.

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A aprovação do parecer da comissão exige a maioria simples.

Há, contudo, uma regra importantíssima: se na comissão houver paridade

entre Senadores e Deputados, vota-se de uma maneira; se não houver,

vota-se de outra.

A composição de comissão mista é de 11 Deputados Federais e de 11 Senadores,

conforme o art. 10 do RCN, já analisado.

O art. 10-A, contudo, admite uma 12ª vaga para cada uma das Casas, destinada,

em rodízio, às “bancadas minoritárias”.

Então, como é que a comissão pode não ter paridade entre Senadores e Deputados?

SIMPLES: basta que, por exemplo, na Câmara dos Deputados tenha havido banca-

da minoritária (partido sem uma vaga na comissão pelo critério da representação

proporcional), e no Senado, todos os partidos e blocos estejam representados na

Comissão. Assim, a comissão mista terá 12 Deputados e apenas 11 Senadores.

É MUITO IMPORTANTE você perceber que a paridade numérica entre Deputados e

Senadores NÃO É dos parlamentares presentes, mas da COMPOSIÇÃO da comissão.

Dessa forma, se a comissão tiver 12 Deputados e 12 Senadores (composição pa-

ritária), a decisão será por maioria simples, desde que presente a maioria

absoluta (ou seja, pelo menos 13 parlamentares presentes), MESMO que, dos 13

presentes, 12 sejam Senadores.

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Veja como funciona a votação na comissão:

Decisão por maioria simples, desde que


presente a maioria absoluta da Comis-
Comissão mista COM paridade são (pelo menos 12 presentes, se a
numérica entre Deputados e composição for 11 x 11, ou 13 presen-
Senadores tes, se for 12 x 12).
(11 Deputados e 11 Senadores ou A maioria simples do total de presentes
12 Deputados e 12 Senadores) (sendo irrelevante se há mais Senado-
res ou mais Deputados) decidirá a apro-
vação do parecer.
É necessária a maioria absoluta dos
Senadores que integram a Comissão,
E a maioria absoluta dos Deputados
membros da Comissão.
Votam os Deputados e, à parte, votam
Comissão mista SEM paridade
os Senadores.
numérica entre Deputados e
Se os Deputados E os Senadores apro-
Senadores
varem, a comissão terá aprovado o
(12 Deputados e 11 Senadores ou
parecer.
11 Deputados e 12 Senadores)
Em qualquer outra combinação (um
dos grupos aprova, ou outro rejeita;
ou ambos os grupos rejeitam), a
comissão terá rejeitado o parecer do
relator.

O RCN segue disciplinando a feitura do parecer da comissão mista:

Art. 15. O parecer da Comissão, sempre que possível, consignará o voto dos seus
membros, em separado, vencido, com restrições ou pelas conclusões.
Parágrafo único. Serão considerados favoráveis os votos pelas conclusões e os com
restrições.

Veja esses tipos de votos, em quadro:

É voto contrário às conclusões do parecer, em forma de documento


à parte do parecer, no qual o parlamentar formaliza as razões pelas
Voto em separado
quais discordou das conclusões da comissão, ou pelas quais diverge
parcialmente do parecer.

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O parlamentar assina o parecer e, ao lado da sua assinatura, escreve


“vencido”.
“vencido” Com isso, informa que discorda das conclusões da comissão, mas
não informa as razões.
Se quiser formalizar as razões, terá que fazer voto em separado.
O parlamentar assina o parecer da comissão e, ao lado de sua assina-
tura, escreve “com restrições”.
Com isso, informa que concorda com a maior parte das conclu-
“com restrições”
sões do parecer, mas não com todas.
Não informa de quais diverge.
É considerado voto favorável ao parecer.
O parlamentar assina o parecer da comissão e, ao lado de sua assina-
tura, escreve “pelas conclusões”.
Com isso, informa que concorda com todas as conclusões do pare-
“pelas conclusões”
cer da comissão, mas não com os seus fundamentos.
Não informa porque diverge dos fundamentos.
É considerado voto favorável ao parecer.

Quanto às conclusões possíveis do parecer da comissão:

Art. 16. O parecer da Comissão poderá concluir pela aprovação total ou parcial, ou
rejeição da matéria, bem como pela apresentação de substitutivo, emendas e sube-
mendas.
Parágrafo único. O parecer no sentido do arquivamento da proposição será considerado
pela rejeição.

Em resumo, então:

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Em quadro:

pela aprovação total da proposição;


pela aprovação parcial da proposição;
Conclusões
pela rejeição da proposição;
de parecer de
pela apresentação de substitutivo;
comissão
pela apresentação de emendas;
pela apresentação de subemendas.

Há elementos importantes sobre cada uma dessas conclusões:

Parecer pela Significa que a proposição foii inteiramente acatada pela comissão.
aprovação total Essa aprovação total pode ser com ou sem emendas.
Significa que a comissão resolveu se posicionar contra a aprova-
Parecer pela
ção de parte da proposição e pela aprovação do restante.
aprovação parcial
A parte cuja aprovação é recomendada pode ter ou não emendas.
Parecer pela Significa que a proposição – e todas as emendas apresentadas
rejeição – foram rejeitadas pela comissão.
Significa que a comissão se posiciona favoravelmente à aprovação
da proposição e também de várias emendas, com grandes
alterações no texto original da proposição.
Por isso, o parecer redige novamente a proposição, incorpo-
Parecer com
rando todas as emendas cuja aprovação recomenda, de forma
substitutivo
a permitir ao Plenário que visualize com mais precisão e segu-
rança como ficaria o texto da proposição se todas as emendas
que a comissão recomenda à aprovação venham a ser, de fato,
aprovadas pelo Plenário.
Significa que a comissão se posiciona pela aprovação da propo-
sição com alterações em virtude de algumas emendas cuja
Parecer pela
aprovação também recomenda.
aprovação com
Como o número de emendas acolhidas não é expressivo, e suas
emendas
alterações sobre o texto não são extensas, a comissão não viu
necessidade de apresentar substitutivo.
Significa que a comissão recomenda a aprovação do projeto com
Parecer pela emendas, mas, em relação a algumas das emendas acolhidas, viu
aprovação com necessidade de alterações.
subemendas A subemenda é, assim, uma espécie de “emenda à emenda”, e é
privativa do relator e da comissão.

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Um Deputado ou Senador não pode apresentar subemenda.

Apresentam apenas emendas.

As subemendas são feitas, primeiro, pelo relator, e após, pela comissão, e signifi-

cam o acatamento de emenda desde que com alterações ao seu texto.

Como dito acima, é uma espécie de “emenda a emenda”.

Veja que o substitutivo NÃO significa que a comissão está alterando o texto ori-

ginal da proposição, pois só o Plenário pode fazer isso.

O substitutivo nada mais é do que parte do parecer da comissão, cuja finalidade

é auxiliar o Plenário a perceber como ficará o texto da proposição se todas

as emendas acolhidas pela comissão vierem a ser aprovadas pelo Plenário.

Prossegue o RCN:

Art. 17. A Comissão deverá sempre se pronunciar sobre o mérito da proposição princi-
pal e das emendas, ainda quando decidir pela inconstitucionalidade daquela.

Como a decisão final sobre a proposição e sobre as emendas será do Plenário

(a comissão apenas dá parecer, ou seja, apenas recomenda aprovação ou rejeição),

este art. 17 determina que, mesmo que a comissão entenda a proposição como

inconstitucional, deverá oferecer conclusão sobre o mérito da proposição prin-

cipal e das emendas.

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A finalidade é bastante clara: se o Plenário do Congresso divergir da comis-

são, posicionando-se pela constitucionalidade da proposição, já terá condi-

ções de prosseguir a deliberação sobre o mérito, pois este já está também

analisado no parecer.

Veremos, mais tarde, na fase de deliberação em Plenário, que, se o parecer da

comissão mista contiver conclusão pela inconstitucionalidade, o Plenário deverá,

antes de discutir e votar o mérito, discutir e votar essa preliminar.

Com isso, se evita que, em caso de o Plenário decidir pela constitucionalidade da

proposição, derrubando a conclusão da comissão, a deliberação tivesse que vir a

ser suspensa para que a proposição retornasse à comissão para exame de mérito.

Ao contrário dos Regimentos da Câmara e do Senado, Casas que tem uma comis-

são especializada em questões constitucionais (Comissões de Constituição, Justiça

e Cidadania), o Congresso Nacional não prevê essa especialização.

Por isso, a comissão mista terá que analisar TUDO na proposição: constitucionali-

dade, juridicidade, técnica legislativa e mérito.

Finda a deliberação da comissão com aprovação do respectivo parecer, este irá

à publicação.

Diz o art. 18:

Art. 18. O parecer da Comissão deverá ser publicado no Diário do Congresso Nacional
e em avulsos destinados à distribuição aos Congressistas.

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Finda essa fase de comissão, o processo, contendo a proposição, as emen-

das apresentadas e o parecer da comissão será enviado à Mesa do Congresso

Nacional para publicação e distribuição de avulsos. Posteriormente, o Presidente

do Congresso o incluirá na pauta da Ordem do Dia, para discussão e votação em

Plenário, o que é matéria de outra aula deste curso.

Da reunião da comissão haverá registro dos trabalhos, em ata:

Art. 19. Das reuniões das Comissões Mistas lavrar-se-ão atas, que serão submetidas à
sua apreciação.

A parte final, relativa à “apreciação” da ata, significa que, na reunião seguinte

da comissão, a ata será lida, discutida e votada. Sendo aprovada, será arquivada,

como formalização documental dos trabalhos.

Com o término do prazo de trabalho da comissão sem que essa tenha proferido

parecer, este será dado oralmente, em Plenário, por relator escolhido pelo Presi-

dente da Mesa do Congresso Nacional:

Art. 20. Esgotado o prazo destinado aos trabalhos da Comissão, sem a apresentação
do parecer, este deverá ser proferido oralmente, em plenário, por ocasião da discussão
da matéria.

Vamos ver essa tramitação em fluxograma:

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3.7 Comissão Parlamentar Mista de Inquérito

Você vai estudar neste tópico as comissões parlamentares mistas de inquérito

– CPMI, um dos instrumentos mais contundentes ao dispor do Poder Legislativo

da União para exercer suas funções de fiscalização e controle externo da atividade

administrativa e financeira dos demais Poderes da União.

No âmbito do Poder Legislativo da União, pode haver Comissão Parlamentar de

Inquérito:

• do Senado Federal;

• da Câmara dos Deputados;

• do Congresso Nacional (dita Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI).

Não há nenhuma regra ou especificação para que a CPI seja de uma Casa ou de outra.

A decisão sobre qual Casa vai investigar (ou se ambas o farão, por meio de uma

CPMI) é exclusivamente política.

Pode haver, inclusive – como efetivamente já houve – uma CPI da Câmara dos De-

putados e uma do Senado Federal investigando o mesmo fato.

Desde o princípio, é importante você saber que tanto a Constituição Federal

quanto os Regimentos Interno são bastante pobres e precários ao tentar definir

o que é uma CPI, seus poderes e limitações. O RCN é especialmente falho, prin-

cipalmente por se tratar de um texto tão envelhecido, anterior à Constituição

Federal vigente.

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De qualquer forma, tudo o que se tem de concreto sobre CPI, hoje, vem a partir

de várias decisões do Supremo Tribunal Federal desde 1988, quando promulgada a

vigente Constituição.

Neste primeiro segmento, portanto, vou trazer a você o que há de mais impor-

tante nessas decisões do STF sobre CPI.

Inicialmente, cabe enfatizar que a CPMI se qualifica como uma comissão mista

temporária do Congresso Nacional, com funcionamento sujeito a prazo.

Os objetivos de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, ao contrário do que

se tem no senso comum, não são a investigação de um crime ou a preten-

são de apontar “culpados” ou aplicar penas. Segundo o STF, a finalidade de

uma CPI é a avaliação da legislação relativa ao ato ou fato sob investigação do

inquérito parlamentar.

Nessa linha, uma CPI vai analisar se existe ou não legislação a respeito do que

está investigando. Se não existir, vai indicar a necessidade de ser feita lei a res-

peito, e em que termos; se existir, vai analisar a suficiência e a eficiência da lei, e

a necessidade de sua alteração.

Esse objetivo constitucional e regimental de uma CPMI não a impede de intimar

comparecimento e produzir provas, mas deverá fazer isso sempre com o intuito de

investigar as imperfeições da legislação existente ou a sua falta.

Não por outra razão, CPI pode vir a ser autora de uma proposição.

Uma CPMI é criada a requerimento de um terço da Câmara dos Deputados

E um terço do Senado Federal.

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Sobre isso, consta no RCN:

Art. 21. As Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito serão criadas em sessão con-
junta, sendo automática a sua instituição se requerida por 1/3 (um terço) dos mem-
bros da Câmara dos Deputados mais 1/3 (um terço) dos membros do Senado Federal.

Essa redação está completamente superada pela vigente Constituição Fede-

ral. Como não há outra forma de se criar uma CPMI a não ser a requerimento

de um terço de cada Casa, fica sem sentido a locução “sendo automática sua

instituição…”, pois não há outra forma de se obter esse resultado.

Esse requerimento de criação de CPMI deverá conter:

a) o número de membros da CPMI. Sobre isso, consta no art. 21 do RCN:

Art. 21………………………………………………………………………………………………
Parágrafo único. As Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito terão o número de
membros fixado no ato da sua criação, devendo ser igual a participação de Deputa-
dos e Senadores, obedecido o princípio da proporcionalidade partidária.

Há duas ordens importantes nessa prescrição:

a) o número de Senadores e Deputados Federais em uma CPMI deve ser igual

(composição paritária).

b) na distribuição das vagas para cada Casa do Congresso Nacional deverá ser

observado o critério da representação numérica proporcional dos partidos

políticos e blocos parlamentares em cada Casa.

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Não há referência regimental ao número de suplentes de uma comissão parlamen-

tar mista de inquérito.

Perceba que, ao contrário do que o RCN prescreve para a formação das comissões

mistas técnicas, não há reserva de vagas para as “bancadas minoritárias”

na composição de uma CPMI.

c) o fato determinado a ser investigado. Uma CPI poderá investigar um fato

ou mais de um, desde que, neste caso, os vários fatos sob investigação sejam

determinados e conexos entre si. Poderá, também, investigar fato novo, surgi-

do durante a investigação, desde que, também, determinado e conexo com o fato

que originou a CPI;

Cuidado com esse ponto.

Segundo o STF, uma CPI só pode investigar vários fatos simultaneamente, ou fato

novo surgido ao longo da investigação, se e somente se houver uma conexão

entre tais fatos.

d) o prazo certo de seu funcionamento. Uma CPMI pode ter o seu prazo pror-

rogado tantas vezes quantas a Casa decida, desde que não ultrapasse a legislatura

em que foi criada.

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Os poderes de uma CPMI são amplos, mas não estão imunes ao controle do
Poder Judiciário, já que devem ser exercidos nos limites permitidos pela Cons-
tituição Federal. Os remédios constitucionais mais adequados à contestação dos
atos de CPMI são o habeas corpus e o mandado de segurança, movidos pelo
investigado ou pelo intimado ao comparecimento.

Essas ações judiciais são de competência originária do STF, por força do art. 102,
I, d, da Constituição Federal, e de decisão do próprio STF.

Num primeiro momento, incide sobre o inquérito parlamentar duas cláusulas


restritivas gerais: o princípio federativo e o princípio da separação dos Po-
deres. Em consequência:

CPMI não pode investigar fato ou Impedimento pelo prin-


ato que não seja do interesse ou da cípio federativo.
competência da União.
CPMI não pode intimar autoridades Impedimento pelo prin-
estaduais, distritais ou municipais cípio federativo.
a depor.
CPMI não pode intimar Chefe de Impedimento pelo prin-
Poder (Executivo ou Judiciário cípio da separação fun-
federais) a depor. cional dos Poderes
CPMI não pode investigar moti- Impedimento pelo prin-
vação política de atos políticos ou cípio federativo e pelo
institucionais de Chefes de Poder princípio da separação
ou de outras esferas da Federação. funcional dos Poderes

Como já dito, o RCN – a exemplo dos Regimentos Internos da Câmara dos De-
putados e do Senado Federal – é extremamente vago e lacônico no trato de CPMI,
principalmente porque os poderes, competências e limitações do inquérito parla-
mentar só ganharam contornos claros após o início de vigência da atual Constitui-

ção Federal, em 5.10.1988.

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Essa imprecisão técnica obrigou o STF a praticamente construir todos os pa-

râmetros legais e constitucionais de criação e funcionamento dessas Comis-

sões. Não por outra razão, praticamente a totalidade das questões de provas de

concurso público sobre CPI exige, para a sua correta resolução, conhecimento da

jurisprudência dessa Corte.

O Supremo Tribunal Federal já deixou julgado que, para fins de controle judicial,

atos de CPI são atos da Casa que a criou, firmando assim a sua competência

originária para o processo e julgamento de ações contra atos e decisões dessas

comissões de investigação, a partir do que consta no art. 102, I, d, da Constitui-

ção Federal.

Quanto aos referidos poderes e competências, segundo o que o Supremo Tribunal

Federal vem decidindo, uma CPMI, como as CPIs da Câmara e do Senado, pode:

a) intimar comparecimento de pessoa, sob pena de condução coercitiva;

b) determinar a produção de qualquer prova admitida em Direito;

c) ordenar a quebra de sigilo bancário, fiscal e de dados telefônicos do investigado;

d) requisitar auxílio de força policial para cumprir suas determinações.

Por outro lado, uma CPMI não pode:

a) prender, exceto se a pessoa estiver em flagrante delito (como desacato ou

falso testemunho);

b) ordenar interceptação e degravação telefônica;

c) proibir o investigado de sair do País;


d) ordenar a indisponibilidade de bens do investigado;

e) determinar a invasão de domicílio;

f) determinar prisão preventiva ou cautelar.

g) oferecer denúncia ou determinar ao Ministério Público que o faça;

h) instaurar inquérito policial ou determinar a autoridade policial que o faça.

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O que uma CPMI pode fazer será feito pela própria Comissão, diretamente,

por provocação de qualquer de seus membros e por decisão fundamentada da sua

maioria absoluta.

O que lhe é vedado poderá ser solicitado ao Judiciário, pela autoridade compe-

tente (Ministério Público).

Para que uma ordem de uma CPMI tenha validade jurídica e constitucional,

deverá ser aprovada pela maioria absoluta da Comissão (princípio da colegiali-

dade) e indicar objetivamente as razões e fundamentos de seu pedido (princípio

da fundamentação), desde que não seja ato atribuído exclusivamente ao Poder

Judiciário (princípio da reserva judicial).

Veja os principais princípios relativos às CPMI construídos pelo STF:

Princípio da Impõe que todas as deliberações de efeitos externos de uma CPMI sejam aprova-
Colegialidade das pela maioria absoluta dos seus membros.
Princípio da Determina que as informações colhidas por CPMI a partir das quebras de sigilo não
Sigilosidade poderão ganhar publicidade.
Princípio da Impõe que as decisões de CPMI relativas a direitos fundamentais da pessoa devam
Fundamen- apresentar fundamentação objetiva, formal e suficiente, permitindo a identifica-
tação ção das exatas razões, suspeitas e indícios que sustentam a investigação.
Princípio Por seu conteúdo, proíbe a CPMI todos os atos constitucionalmente atribuídos ao
da Reserva Poder Judiciário, como ordenar prisão (art. 5º,LXI), determinar ingresso forçado
Judicial (art. 5º, XI) ou quebra de sigilo telefônico (art. 5º, XII).
Princípio da Impede absolutamente o funcionamento de uma CPMI para além da legislatura em
Unidade da que foi criada, obrigando o seu imediato encerramento ao término da legislatura.
Legislatura

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EXERCÍCIOS
Questão 1    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Todas as Comissões Mistas apresentam, em

termos regimentais, composição paritária entre Senadores e Deputados Federais.

Questão 2    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A única comissão mista permanente é a

encarregada da análise dos projetos de leis orçamentárias da União.

Questão 3    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A Comissão Mista de Orçamento tem sua

competência limitada ao exame dos projetos de leis orçamentárias da União, que

compõe o chamado ciclo orçamentário.

Questão 4    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A Comissão Representativa atuará durante

todo o recesso parlamentar, inclusive no caso de eventual convocação de sessão

legislativa extraordinária.

Questão 5    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A composição da Comissão Representativa

não é paritária entre Senadores e Deputados, e o número de membros titulares é

igual ao número de suplentes.

Questão 6    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A escolha dos membros da Comissão Re-

presentativa ocorre na última sessão ordinária de cada sessão legislativa ordinária.

Questão 7    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A Comissão Representativa tem compe-

tência para deliberar sobre a sustação de atos executivos normativos que exorbi-

tem os limites do poder regulamentar.

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Questão 8    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Comissão mista que tenha por incumbên-

cia a análise de medida provisória é temporária, e sua composição apresenta 12

Senadores e 12 Deputados Federais, e igual número de suplentes.

Questão 9    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Na composição de comissão mista de me-

dida provisória não há previsão de vaga para representante de bancadas minoritá-

rias na Câmara e no Senado.

Questão 10    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Os membros de comissão mista de medi-

da provisória deverão ser indicados pelos líderes das respectivas bancadas até o dia

útil subsequente à designação da comissão, pelo Presidente do Congresso Nacional.

Questão 11    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Na constituição de comissão mista regu-

lar, na forma do Regimento Comum, deverá necessariamente haver um represen-

tante da Minoria, de cada uma das Casas, entre os onze membros respectivos, e há

previsão de uma vaga extra para cada Casa, destinada às bancadas minoritárias.

Questão 12    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O número de vagas fixas em comissão

mista de medida provisória e em comissão mista regular é o mesmo.

Questão 13    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Uma vez designada a composição da co-

missão mista pelo Presidente do Congresso Nacional, não mais é possível a substi-

tuição de qualquer de seus membros.

Questão 14    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O quórum de abertura de reunião de co-

missão mista é de um terço de seus membros.

Questão 15    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O presidente de comissão mista tem ape-

nas voto de desempate nas deliberações desse órgão.

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Questão 16    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Como regra, e exceto no caso de medida

provisória, o prazo para apresentação de emendas perante comissão mista é de

oito dias, contados da data de designação do relator da matéria.

Questão 17    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O presidente de comissão mista tem com-

petência para, por despacho, não admitir emenda apresentada a proposição que

nela esteja tramitando.

Questão 18    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O despacho do Presidente de comissão

mista, não admitindo emenda, é recorrível, e o recurso exige a autoria de pelo me-

nos seis dos membros da comissão.

Questão 19    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Na discussão do parecer do relator na

comissão mista, este terá o direito de uso da palavra por duas vezes, com o tempo

de 30 minutos em cada intervenção.

Questão 20    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O Regimento Comum não prevê a possibi-

lidade de parlamentar não membro da comissão mista discutir o parecer do relator.

Questão 21    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Cada membro da comissão mista poderá

usar a palavra para discutir o parecer do relator uma vez, por 15 minutos.

Questão 22    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Nas deliberações de comissão mista,

deverão ser tomados em separado os votos dos Deputados e dos Senadores que

a compõem.

Questão 23    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O parecer de comissão mista exige maio-

ria simples para ser aprovado.

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Questão 24    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O voto com restrições de membro de comis-

são é considerado pelo Regimento Comum como favorável à aprovação do parecer.

Questão 25    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O voto vencido, de membro de comissão,

deve expor as razões da oposição do seu autor às conclusões da comissão mista.

Questão 26    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O parecer de comissão mista pode con-

cluir pela apresentação de substitutivo.

Questão 27    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Se a comissão mista decidir pela incons-

titucionalidade total da proposição em exame, deverá, mesmo assim, formular

parecer de mérito tanto sobre a própria proposição quanto sobre as emendas a

ela apresentadas.

Questão 28    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A criação de comissão parlamentar mista

de inquérito exige requerimento de um terço da Câmara dos Deputados e de um

terço do Senado Federal.

Questão 29    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Por imposição regimental, uma CPMI de-

verá ter o mesmo número de Senadores e de Deputados Federais.

Questão 30    (QUESTÃO INÉDITA/2019) CPMI não terá suplentes.

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GABARITO
1. E 11. C 21. C

2. E 12. E 22. E

3. E 13. E 23. C

4. C 14. C 24. C

5. C 15. C 25. E

6. E 16. E 26. C

7. C 17. C 27. C

8. C 18. E 28. C

9. E 19. E 29. C

10. E 20. C 30. E

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Todas as Comissões Mistas apresentam, em

termos regimentais, composição paritária entre Senadores e Deputados Federais.

Errado.

Há comissões não paritárias, como a Comissão Mista de Planos, Orçamentos

Públicos e Fiscalização – CMO.

Questão 2    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A única comissão mista permanente é a

encarregada da análise dos projetos de leis orçamentárias da União.

Errado.

Também é permanente, entre outras a comissão de representação do Brasil no

Parlamento do Mercosul.

Questão 3    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A Comissão Mista de Orçamento tem sua

competência limitada ao exame dos projetos de leis orçamentárias da União, que

compõe o chamado ciclo orçamentário.

Errado.

Há várias outras competências regimentais e constitucionais a ela atribuídas, como

a de análise das contas anuais do Presidente da República. Além disso, o nome da

comissão está errado na questão.

Questão 4    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A Comissão Representativa atuará durante

todo o recesso parlamentar, inclusive no caso de eventual convocação de sessão

legislativa extraordinária.

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Certo.
Segundo o RCN, o mandato dos membros da Comissão Representativa não se sus-
pende em caso de convocação extraordinária.

Questão 5    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A composição da Comissão Representativa


não é paritária entre Senadores e Deputados, e o número de membros titulares é
igual ao número de suplentes.

Certo.
São 7 Senadores e 16 Deputados Federais, e igual número de suplentes.

Questão 6    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A escolha dos membros da Comissão Re-


presentativa ocorre na última sessão ordinária de cada sessão legislativa ordinária.

Errado.
Ocorre na última sessão de cada período legislativo ordinário.

Questão 7    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A Comissão Representativa tem compe-


tência para deliberar sobre a sustação de atos executivos normativos que exorbi-
tem os limites do poder regulamentar.

Certo.
Como consta na resolução regulatória.

Questão 8    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Comissão mista que tenha por incumbên-
cia a análise de medida provisória é temporária, e sua composição apresenta 12
Senadores e 12 Deputados Federais, e igual número de suplentes.

Certo.
É o que consta na resolução regulatória.

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Questão 9    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Na composição de comissão mista de me-


dida provisória não há previsão de vaga para representante de bancadas minoritá-
rias na Câmara e no Senado.

Errado.
Há essa previsão na resolução regulatória.

Questão 10    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Os membros de comissão mista de medi-


da provisória deverão ser indicados pelos líderes das respectivas bancadas até o dia
útil subsequente à designação da comissão, pelo Presidente do Congresso Nacional.

Errado.
O prazo de indicação é até as 12 horas do dia seguinte à publicação da medida
provisória.

Questão 11    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Na constituição de comissão mista regu-


lar, na forma do Regimento Comum, deverá necessariamente haver um represen-
tante da Minoria, de cada uma das Casas, entre os onze membros respectivos, e há
previsão de uma vaga extra para cada Casa, destinada às bancadas minoritárias.

Certo.
Essa é exatamente a prescrição do RCN.

Questão 12    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O número de vagas fixas em comissão


mista de medida provisória e em comissão mista regular é o mesmo.

Errado.
No caso de comissão mista de medida provisória, são 12 vagas fixas e uma extra,
em rodízio, para cada Casa. No caso de comissão mista regular, são 11 vagas fixas

e uma extra, em rodízio.

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Questão 13    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Uma vez designada a composição da co-

missão mista pelo Presidente do Congresso Nacional, não mais é possível a substi-

tuição de qualquer de seus membros.

Errado.

O líder da bancada respectiva poderá informar a troca de membros, por ofício ao

Presidente do Congresso.

Questão 14    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O quórum de abertura de reunião de co-

missão mista é de um terço de seus membros.

Certo.

Como determina o RCN.

Questão 15    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O presidente de comissão mista tem ape-

nas voto de desempate nas deliberações desse órgão.

Certo.

Conforme o teor do RCN.

Questão 16    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Como regra, e exceto no caso de medida

provisória, o prazo para apresentação de emendas perante comissão mista é de

oito dias, contados da data de designação do relator da matéria.

Errado.

O prazo de oito dias passa a contar da data de designação da comissão.

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Questão 17    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O presidente de comissão mista tem com-

petência para, por despacho, não admitir emenda apresentada a proposição que

nela esteja tramitando.

Certo.

Há a previsão regimental dessa competência.

Questão 18    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O despacho do Presidente de comissão

mista, não admitindo emenda, é recorrível, e o recurso exige a autoria de pelo me-

nos seis dos membros da comissão.

Errado.

O recurso é do autor da emenda, com apoiamento de pelo menos seis membros

da Comissão.

Questão 19    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Na discussão do parecer do relator na

comissão mista, este terá o direito de uso da palavra por duas vezes, com o tempo

de 30 minutos em cada intervenção.

Errado.

O relator poderá usar a palavra uma vez, por 30 minutos.

Questão 20    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O Regimento Comum não prevê a possibi-

lidade de parlamentar não membro da comissão mista discutir o parecer do relator.

Certo.

O RCN regula o uso da palavra apenas por membros da comissão.

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Questão 21    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Cada membro da comissão mista poderá

usar a palavra para discutir o parecer do relator uma vez, por 15 minutos.

Certo.

Conforme prescrito no RCN.

Questão 22    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Nas deliberações de comissão mista,

deverão ser tomados em separado os votos dos Deputados e dos Senadores que

a compõem.

Errado.

O
 s votos somente serão tomados em separado no caso de composição não paritária.

Questão 23    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O parecer de comissão mista exige maio-

ria simples para ser aprovado.

Certo.

É o teor do RCN.

Questão 24    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O voto com restrições de membro de comis-

são é considerado pelo Regimento Comum como favorável à aprovação do parecer.

Certo.

É como determina o RCN.

Questão 25    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O voto vencido, de membro de comissão,

deve expor as razões da oposição do seu autor às conclusões da comissão mista.

Errado.

A exposição das razões exigirá a feitura de voto em separado.

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Questão 26    (QUESTÃO INÉDITA/2019) O parecer de comissão mista pode con-

cluir pela apresentação de substitutivo.

Certo.

O RCN expressamente admite essa hipótese.

Questão 27    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Se a comissão mista decidir pela incons-

titucionalidade total da proposição em exame, deverá, mesmo assim, formular

parecer de mérito tanto sobre a própria proposição quanto sobre as emendas a

ela apresentadas.

Certo.

É o teor do RCN.

Questão 28    (QUESTÃO INÉDITA/2019) A criação de comissão parlamentar mista

de inquérito exige requerimento de um terço da Câmara dos Deputados e de um

terço do Senado Federal.

Certo.

O RCN assim determina.

Questão 29    (QUESTÃO INÉDITA/2019) Por imposição regimental, uma CPMI de-

verá ter o mesmo número de Senadores e de Deputados Federais.

Certo.

Como consta no RCN.

Questão 30    (QUESTÃO INÉDITA/2019) CPMI não terá suplentes.

Errado.

A CPMI terá suplentes em número igual ao de titulares.

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