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CÓDIGO DE

ÉTICA E DECORO
PARLAMENTAR DO
SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar
do Senado Federal – Parte II

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte II
Gabriel Dezen

Sumário
Código de ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte II................................... 3
Exercícios......................................................................................................................................... 20
Gabarito............................................................................................................................................ 24

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CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte II
Gabriel Dezen

CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO


SENADO FEDERAL – PARTE II
CAPÍTULO IV
DAS DECLARAÇÕES PÚBLICAS OBRIGATÓRIAS

Art. 6º O Senador apresentará ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar as seguintes declarações


obrigatórias periódicas, para fins de ampla divulgação e publicidade:

Vejamos, em quadro-resumo, as periodicidades referidas:

No momento de assumir o mandato e 90


Declaração de Bens e Fontes de Renda e Passivos
dias antes das eleições seguintes
Até o trigésimo dia seguinte ao encerra-
Cópia da Declaração de Imposto de Renda do
mento do prazo para entrega da Declaração
Senador e do seu cônjuge ou companheira
do Imposto de Renda das pessoas físicas
Ao assumir o mandato e ao ser indicado
Declaração de Atividades Econômicas ou Profis-
membro de Comissão Permanente ou Tem-
sionais, atuais ou anteriores
porária da Casa
Durante o exercício do mandato, em Comis-
são ou em Plenário, ao iniciar-se a aprecia-
Declaração de Interesse
ção de matéria que envolva diretamente seus
interesses patrimoniais:

Nota!
Relativamente à “ampla publicidade” referida no caput, incumbirá ao Conselho de Ética e
Decoro Parlamentar providenciar a publicação e divulgação das informações exigidas neste
artigo, como consta no § 1º deste artigo:

§ 1º Caberá ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar diligenciar para a publicação e divulgação


das declarações referidas neste artigo, pelo menos nos seguintes veículos:

As despesas necessárias à publicidade imposta por este artigo serão cobertas por dotação
específica do Orçamento Anual do Senado, como consta no art. 26:

Art. 26. O Orçamento Anual do Senado consignará dotação específica, com os recursos necessários
à publicação das Declarações Obrigatórias previstas no art. 6º.

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A obrigatoriedade de dar publicidade a essas Declarações não impede que as informações


nelas contidas sejam demandadas diretamente por cidadão interessado, como autoriza o § 2º
deste artigo:

§ 2º Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior poderá qualquer cidadão solicitar diretamente,
mediante requerimento à Mesa do Senado, quaisquer informações que se contenham nas declara-
ções apresentadas pelos Senadores:

I – ao assumir o mandato, para efeito de posse, e noventa dias antes das eleições, no último ano da
legislatura: Declaração de Bens e Fontes de Renda e Passivos, incluindo todos os passivos de sua
própria responsabilidade, de seu cônjuge ou companheira ou de pessoas jurídicas por eles direta
ou indiretamente controladas, de valor igual ou superior a sua remuneração mensal como Senador;

São, portanto, dois momentos distintos para a entrega da Declaração de Bens e Fontes de
Renda e Passivos:

No momento de posse, como documentação


Primeira data de entrega
obrigatória para a formalização desta.
90 dias antes das eleições no último ano da
Segunda data de entrega
legislatura.

Quanto ao conteúdo da Declaração de Bens e Fontes de Renda e Passivos:

- declaração dos bens de propriedade do


Senador ou Senadora e respectivo cônjuge
ou companheiro(a);
- declaração das fontes de renda além dos
subsídios de Senador;
- declaração de todos os passivos próprios
e de cônjuge/companheiro(a) em valor igual
Declaração de Bens e Fontes de Renda e
ou superior ao dos subsídios mensais de
Passivos
membro do Senado;
- declaração de todos os passivos de pes-
soas jurídicas controladas direta ou indireta-
mente pelo Senador ou Senador e respectivo
cônjuge ou companheiro(a) em valor igual
ou superior ao dos subsídios mensais de
membro do Senado.

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O objetivo desta exigência é aferir a evolução patrimonial do Senador ou Senadora durante


o mandato, para fins de detectar indícios de enriquecimento ilícito.

II – até o trigésimo dia seguinte ao encerramento do prazo para entrega da Declaração do Imposto
de Renda das pessoas físicas: cópia da Declaração de Imposto de Renda do Senador e do seu côn-
juge ou companheira;

A finalidade aqui é disponibilizar ao Senado acesso às informações fiscais do Senador ou


Senadora, e cônjuge ou companheiro(a).

A obrigatoriedade se estende à entrega da cópia da Declaração de Imposto de Renda do côn-


juge ou companheiro/companheira do titular do mandato no Senado.

III – ao assumir o mandato e ao ser indicado membro de Comissão Permanente ou Temporária da


Casa: Declaração de Atividades Econômicas ou Profissionais, atuais ou anteriores, ainda que de-
las se encontre transitoriamente afastado, com a respectiva remuneração ou rendimento, inclusive
quaisquer pagamentos que continuem a ser efetuados por antigo empregador;

Esta declaração também deve ser entregue em dois momentos:

Quando entrar em exercício do mandato,


Primeira data de entrega
após a posse formal.
Quando for indicado, pelo Líder do respec-
tivo partido político ou bloco parlamentar,
Segunda data de entrega
membro de comissão permanente ou de
comissão temporária.

A finalidade desta exigência é a obtenção de elementos que apontem para eventuais con-
flitos de interesse profissional entre o desempenho de atividade econômica ou profissional
externa ao Senado e a atuação no mandato ou na comissão à qual designado.
Quanto ao conteúdo:

Declaração de atividade econômica ou profissional que


o titular do mandato legislativo no Senado desempenhe,
mesmo como empregado, indicando o valor da respec-
Declaração de Atividades Econômicas ou tiva remuneração ou rendimento, mesmo que afastado
Profissionais de seu exercício.
Devem ser indicados, também, pagamentos que ainda
estejam sendo feitos pelo empregador, a qualquer título,
mesmo estando o Senador afastado.

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IV – durante o exercício do mandato, em Comissão ou em Plenário, ao iniciar-se a apreciação de


matéria que envolva diretamente seus interesses patrimoniais: Declaração de Interesse, em que, a
seu exclusivo critério, declare-se impedido de participar ou explicite as razões pelas quais, a seu
juízo, entenda como legítima sua participação na discussão e votação.

Esta Declaração de Interesse deve ser feita quando do início de deliberação, em comissão
ou no Plenário, de proposição que verse matéria de interesse pessoal e em razão da qual o
Senador ou Senadora:
• não deva participar da discussão e da votação;
• possa participar da discussão e votação, apesar de haver interesses próprios envolvidos.

Nota!
Veja que a prescrição guarda colisão lógica com a determinação de publicização contida
no caput, já que esta Declaração de Interesse deve ser feita “ao iniciar-se a apreciação de ma-
téria” em comissão ou em Plenário.
Por ser um evento de momento, condicionado à deliberação de proposição, o cumprimento
da determinação de se dar publicidade encontra obstáculos.
A declaração quer de impedimento, quer de habilitação para a deliberação, é do “exclusivo
critério” do próprio Senador ou Senadora, não podendo, portanto, ser provocada, feita ou opos-
ta por qualquer outro membro do Senado.

A Declaração de Interesse, quer no sentido do impedimento, quer no de habilitação, abrange as


duas etapas da deliberação, ou seja, refere-se tanto à discussão quanto à votação.

A Declaração de Interesse deverá conter:


• as razões pelas quais o Senador se entende impedido de discutir e votar determinada
proposição em Plenário ou em comissão.
• as razões pelas quais o Senador, apesar de aparente conflito de interesses, entende-se
habilitado para discutir e votar determinada proposição em Plenário ou em comissão.

Essa Declaração de Interesse poderá ser feita:


• quando da votação de proposição em plenário;
• quando da votação de proposição em comissão, em tramitação terminativa;
• quando da votação de parecer a proposição, em comissão, em tramitação ordinária.

§ 1º Caberá ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar diligenciar para a publicação e divulgação


das declarações referidas neste artigo, pelo menos nos seguintes veículos:

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Veja que a redação obriga a publicação no Diário do Senado Federal (em inteiro teor), em
jornal diário de grande circulação do Estado de origem do Senador ou Senadora (em aviso
resumido) e no programa Voz do Brasil (também em aviso resumido).
De outro lado, não fica impedida a publicação em outro veículo de mídia.

As despesas necessárias à publicidade imposta por este artigo serão cobertas por dotação
específica do Orçamento Anual do Senado, como consta no art. 26:

Art. 26. O Orçamento Anual do Senado consignará dotação específica, com os recursos necessários
à publicação das Declarações Obrigatórias previstas no art. 6º.
I – no órgão de publicação oficial onde será feita sua publicação integral;

Este “órgão de publicação oficial” é o Diário do Senado Federal.

Esta publicação deverá ser do inteiro teor da Declaração.

II – em um jornal diário de grande circulação no Estado a que pertença o Parlamentar em forma de


aviso resumido da publicação feita no órgão oficial;

A escolha desse “jornal diário de grande circulação no Estado” é da competência do Con-


selho de Ética e Decoro Parlamentar.

Esta publicação deverá ser feita em forma de aviso resumido, não sendo necessário o in-
teiro teor.

III – no Programa “Voz do Brasil/Senado Federal” na forma do inciso anterior.

A divulgação, neste caso, também será feita em aviso resumido.

§ 2º Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior poderá qualquer cidadão solicitar diretamente,
mediante requerimento à Mesa do Senado, quaisquer informações que se contenham nas declara-
ções apresentadas pelos Senadores:

Em termos teóricos, a referência a “cidadão” exige da pessoa que solicite as informações


a condição de eleitor no Brasil, pelo que deve ser entendida como necessária ao solicitante
acostar prova de título de eleitor.

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CAPÍTULO V
DAS MEDIDAS DISCIPLINARES

Art. 7º As medidas disciplinares são:

Este artigo trata das penalidades admitidas pelo Código de Ética e Decoro Parlamentar.
Trata-se de uma relação terminativa, definitiva, não sendo admitidas, portanto, punições
diversas das elencadas.

I – advertência;

Nota!
A competência para aplicação desta pena consta no art. 8º, nos seguintes termos:

Art. 8º A advertência é medida disciplinar de competência dos Presidentes do Senado, do Conselho


de Ética e Decoro Parlamentar ou de Comissão
II – censura;

Nota!
Nos termos no art. 9º, a censura pode ser oral ou escrita, e será analisada, quanto a cada
hipótese, mais adiante.
Quanto às competências para imposição de cada um dos tipos dessa penalidade, consta
no mesmo art. 9º:

§ 1º A censura verbal será aplicada pelos Presidentes do Senado, do Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar ou de Comissão, no âmbito desta, quando não couber penalidade mais grave, ao Sena-
dor que:
§ 2º A censura escrita será imposta pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e homologada
pela Mesa, se outra cominação mais grave não couber, ao Senador que:
III – perda temporária do exercício do mandato;

Nota!
A perda temporária do exercício do mandato (suspensão do exercício do mandato) é regu-
lada pelo art. 10, que será analisado adiante, neste curso.

IV – perda do mandato.

Nota!
A perda do mandato é regulada pelo art. 11, que será estudado cuidadosamente no mo-
mento adequado.

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Veja, em quadro-resumo, as competências para imposição de cada uma dessas penas:

É medida disciplinar de competência dos Presidentes do Senado, do Con-


Advertência
selho de Ética e Decoro Parlamentar ou de Comissão.
É aplicada pelos Presidentes do Senado, do Conselho de Ética e Decoro
Censura verbal
Parlamentar ou de Comissão, no âmbito desta.
É imposta pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e homologada
Censura escrita
pela Mesa
Perda temporária do exercício
É decidida pelo Plenário, em escrutínio secreto, por maioria simples.
do mandato
Decidida pela Mesa do Senado ou pelo Plenário, por maioria absoluta,
Perda do mandato
conforme o caso.

Também em quadro-resumo, para sistematizar a abordagem tópica e metódica que farei


a seguir, veja as questões relativas ao cabimento de cada uma dessas medidas disciplinares:

Aplicável, nos termos do RISF, pelo Presidente do Senado ou seu substituto regimen-
tal, a eventos praticados por Senador ou Senadora quando dos trabalhos em Plenário,
como excessos verbais, ameaças, violência física ou correlatos, que impliquem pertur-
bação da ordem dos trabalhos ou impossibilidade de prosseguimento da sessão.
Aplicável por Presidente de Comissão a eventos ocorridos em reuniões da Comis-
são respectiva, nas mesmas situações referidas acima quanto aos trabalhos de
Plenário.
Advertência Aplicável pelo Presidente do Conselho de Ética quando cabível, nas hipóteses deste
Código, após o procedimento regular.

A perturbação da ordem das sessões ou reuniões pode vir a ser punida por censura
verbal.
O uso de expressões atentatórias ao decoro parlamentar pode vir a ser punido por
censura escrita.
Aplicável ao Senador que:
I – deixar de observar, salvo motivo justificado, os deveres inerentes ao mandato ou
Censura verbal os preceitos do Regimento Interno;
II – praticar atos que infrinjam as regras da boa conduta nas dependências da Casa;
III – perturbar a ordem das sessões ou das reuniões.
Aplicável ao Senador que:
I – usar, em discurso ou proposição, de expressões atentatórias ao decoro parla-
mentar;
Censura escrita
II – praticar ofensas físicas ou morais a qualquer pessoa, no edifício do Senado, ou
desacatar, por atos ou palavras, outro parlamentar, a Mesa ou Comissão, ou os res-
pectivos Presidentes.

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Aplicável ao Senador que:


I – reincidir nas hipóteses do art. 9º, puníveis com censura oral ou escrita;
II – praticar transgressão grave ou reiterada aos preceitos do Regimento Interno ou
deste Código, especialmente quanto à observância do disposto no art. 6º;
Perda temporária do III – revelar conteúdo de debates ou deliberações que o Senado ou Comissão haja
exercício do mandato resolvido devam ficar secretos;
IV – revelar informações e documentos oficiais de caráter reservado, de que tenha
tido conhecimento na forma regimental;
V – faltar, sem motivo justificado, a dez sessões ordinárias consecutivas ou a qua-
renta e cinco intercaladas, dentro da sessão legislativa ordinária ou extraordinária.
Aplicável ao Senador que:
I – infringir qualquer das proibições constitucionais referidas no art. 3º (Constitui-
ção Federal, art. 55);
Perda do mandato
II – praticar atos contrários à ética e ao decoro parlamentar capitulados nos arts. 4º
e 5º (Constituição Federal, art. 55);
III – infringir o disposto nos incisos III, IV, V e VI do art. 55 da Constituição.

Art. 8º A advertência é medida disciplinar de competência dos Presidentes do Senado, do Conselho


de Ética e Decoro Parlamentar ou de Comissão.

Vejamos essas competências, de forma gráfica:

A aplicação da pena de advertência não vai à deliberação da Mesa, do Conselho ou da Comissão.


Configura, portanto, ato singular, unipessoal, das autoridades indicadas.

Nota!
Perceba que o Código de Ética e Decoro Parlamentar é omisso em indicar quais condutas
são puníveis com advertência.

Art. 9º A censura será verbal ou escrita.

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O Código de Ética admite, assim, as duas formas de censura, sendo nítida a gradação de
severidade entre elas, configurando a censura escrita a hipótese mais aguda.

A reincidência em conduta punível com censura, verbal ou escrita, leva à perda temporária do
exercício do mandato, nos termos do art. 10, I.

Art. 10. Considera-se incurso na sanção de perda temporária do exercício do mandato, quando não
for aplicável penalidade mais grave, o Senador que:
I – reincidir nas hipóteses do artigo antecedente;

§ 1º A censura verbal será aplicada pelos Presidentes do Senado, do Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar ou de Comissão, no âmbito desta, quando não couber penalidade mais grave, ao
Senador que:

Quanto à competência para aplicação dessa medida, de forma gráfica:

Nota!
Veja que a competência para a aplicação da pena de advertência e da pena de censura
verbal é das mesmas autoridades.

I – deixar de observar, salvo motivo justificado, os deveres inerentes ao mandato ou os preceitos do


Regimento Interno.

Entre os “deveres inerentes ao mandato” cuja inobservância é punível com a censura ver-
bal – se não configurarem situação mais grave – estão as previstas no art. 2º, que veicula os
deveres fundamentais do Senador.

Nota!
Consta nesse art. 2º:

Art. 2º São deveres fundamentais do Senador:

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I – promover a defesa dos interesses populares e nacionais;


II – zelar pelo aprimoramento da ordem constitucional e legal do País, particularmente das institui-
ções democráticas e representativas, e pelas prerrogativas do Poder Legislativo;
III – exercer o mandato com dignidade e respeito à coisa pública e à vontade popular;
IV – apresentar-se ao Senado durante as sessões legislativas ordinária e extraordinária e participar
das sessões do Plenário e das reuniões de Comissão de que seja membro, além das sessões con-
juntas do Congresso Nacional.

O “motivo justificado” deverá ser analisado e decidido pela autoridade competente para a im-
posição da medida disciplinar (Presidente do Senado, Presidente do Conselho de Ética, Presi-
dente de Comissão).

II – praticar atos que infrinjam as regras da boa conduta nas dependências da Casa;

A identificação desse “ato que infrinja as regras de boa conduta” será feita pela autoridade
competente para a imposição da pena de censura verbal (Presidente do Senado Federal, Presi-
dente do Conselho de Ética, Presidente da Comissão).

III – perturbar a ordem das sessões ou das reuniões.

A perturbação da ordem das sessões ou das reuniões de comissão ou do Conselho de


Ética e Decoro Parlamentar também pode, se não especialmente grave, ser punida com adver-
tência do Presidente respectivo.
Essa perturbação da ordem pode ocorrer de diversas maneiras, como discursos inflama-
dos, desobediência, comparecimento com claque, apossamento de documentos ou aparelhos
(como microfones).

§ 2º A censura escrita será imposta pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e homologada
pela Mesa, se outra cominação mais grave não couber, ao Senador que:

De forma gráfica:

A imposição da penalidade de censura escrita, portanto, é feita em dois movimentos:

1º o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, por maioria simples, decide pela aplicação da censura
escrita;
2º a Mesa do Senado, por maioria simples, decide se homologa ou não essa penalidade.

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Nota!
Veja que, se o Conselho de Ética decidir pela aplicação da censura escrita mas a Mesa do
Senado não a homologar, essa penalidade não será efetivada.

I – usar, em discurso ou proposição, de expressões atentatórias ao decoro parlamentar;

O Regimento Interno do Senado Federal determina a proibição de o membro do Senado, no


uso da palavra, fazer uso de expressões ofensivas. Essa proibição é abrangente de qualquer
das diversas hipóteses regimentais de discurso.

As expressões atentatórias ao decoro parlamentar poderão ocorrer:


• de forma oral, durante pronunciamento;
• de forma escrita, em proposição apresentada.

O excesso verbal em discurso pode também ser punido com advertência pelo Presidente do
Senado Federal, de comissão ou do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, no momento em
que ocorrente.

Nota!
Veja que esse inciso I pune com advertência escrita o uso de “expressões atentatórias ao
decoro parlamentar” no corpo de proposições ou em discursos proferidos no plenário do Se-
nado, ou em sala de reunião de comissão.
Se a ofensa ocorrer de forma oral fora dessas condições, aplica-se o inciso II, abaixo.

II – praticar ofensas físicas ou morais a qualquer pessoa, no edifício do Senado, ou desacatar, por
atos ou palavras, outro parlamentar, a Mesa ou Comissão, ou os respectivos Presidentes.

Nas hipóteses deste inciso II, a ofensa pode ser por palavra, ato ou qualquer outro meio,
atentatória à integridade física ou à honra ou imagem de qualquer pessoa, Senador ou não, no
edifício do Senado.
Se a ofensa for a Senador, Deputado Federal, Mesa do Senado ou comissão, aplica-se a
segunda parte deste dispositivo
Se a ofensa for a qualquer outra pessoa, aplica-se a primeira parte.

No caso de ofensa a parlamentar, Mesa ou Comissão, a tipificação da ofensa física ou moral


não exige que esta ocorra nas dependências do Senado, podendo, portanto, ser perpetrada em
qualquer outro local.

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No caso das demais pessoas, o Código de Ética exige que a pessoa ofendida encontre-se em
qualquer das dependências das instalações físicas do Senado, tanto do prédio principal quan-
to dos anexos e outras dependências.

Art. 10. Considera-se incurso na sanção de perda temporária do exercício do mandato, quando não
for aplicável penalidade mais grave, o Senador que:

A “penalidade mais grave” seria a perda do mandato, regulada pelo art. 11, abaixo.

Nos termos do art. 12 deste Código de Ética, a pena de perda temporária do exercício do man-
dato deve ser, como regra, decidida pelo Plenário.
Consta nesse dispositivo:

Art. 12. A sanção de que trata o art. 10 será decidida pelo Plenário, em escrutínio secreto e por
maioria simples, mediante provocação da Mesa, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ou de
Partido Político representado no Congresso Nacional, na forma prevista nos arts. 14 e 15, excetuada
a hipótese do parágrafo único deste artigo.

No caso do inciso V do art. 10, contudo, é admitida a aplicação dessa penalidade será aplicada
de ofício, pela Mesa.

I – reincidir nas hipóteses do artigo antecedente;

O “artigo antecedente” é o art. 9º, que veicula as situações puníveis com censura verbal
ou escrita.

As condutas cuja reincidência leva à aplicação da perda temporária do exercício do mandato,


portanto, são:
• deixar de observar, salvo motivo justificado, os deveres inerentes ao mandato ou os pre-
ceitos do Regimento Interno;
• praticar atos que infrinjam as regras da boa conduta nas dependências da Casa;
• perturbar a ordem das sessões ou das reuniões
• usar, em discurso ou proposição, de expressões atentatórias ao decoro parlamentar;
• praticar ofensas físicas ou morais a qualquer pessoa, no edifício do Senado, ou desacatar,
por atos ou palavras, outro parlamentar, a Mesa ou Comissão, ou os respectivos Presidentes.

A reincidência, portanto, leva à perda temporária do exercício do mandato.

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Nota!
A perda temporária do exercício do mandato deve ser decidida pelo Plenário, por maio-
ria simples.

II – praticar transgressão grave ou reiterada aos preceitos do Regimento Interno ou deste Código,
especialmente quanto à observância do disposto no art. 6º;

Este inciso II não identifica especificamente nenhum “preceito” do Regimento Interno ou


do Código de Ética cuja transgressão pode levar à aplicação da penalidade de perda temporá-
ria do exercício do mandato, pelo que todas as imposições comportamentais, procedimentais
ou disciplinares de qualquer dos dois diplomas são abrangidas pela previsão.
A gravidade da transgressão, ou sua reiteração, serão avaliadas duplamente, primeiramen-
te pelo Conselho de Ética, quando da imposição da pena, e, após, pela Mesa, quando da deci-
são sobre a homologação.
Nota!
O art. 6º, “especialmente referido”, veicula as declarações obrigatórias periódicas que de-
vem ser apresentadas pelo Senador ou Senadora:

Art. 6º O Senador apresentará ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar as seguintes declarações


obrigatórias periódicas(1), para fins de ampla divulgação e publicidade.

Nota!
A perda temporária do exercício do mandato deve ser decidida pelo Plenário, por maio-
ria simples.

III – revelar conteúdo de debates ou deliberações que o Senado ou Comissão haja resolvido devam
ficar secretos;

O Regimento Interno do Senado Federal especifica as situações e os procedimentos para os


casos de realizações de sessão secreta pelo Plenário e de reuniões secretas pelas comissões.
Nesse regramento, são especificadas as providências necessárias à manutenção do sigilo
dos debates, deliberações e decisões.
A violação dessa sigilosidade, portanto, expõe o Senador ou Senadora, de forma direta, à
pena de perda temporária do exercício do mandato.

Se não for situação de sessão ou reunião secreta, mas de sigilo a documentos e informações,
aplica-se o inciso IV, abaixo, e não este inciso III.

Nota!
A perda temporária do exercício do mandato deve ser decidida pelo Plenário, por maioria simples.

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Código de ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte II
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IV – revelar informações e documentos oficiais de caráter reservado, de que tenha tido conhecimen-
to na forma regimental;

O Regimento Interno do Senado Federal regulamenta os procedimentos aplicáveis no caso


de recebimento pelo Senado, a requerimento de comissão ou de Senador, de documentos e
informações cujos conteúdos devam ser mantidos em sigilo.
O desrespeito a essa imposição de sigilosidade conduz, de forma direta, à aplicação da
pena de perda temporária do exercício do mandato.

Nota!
A perda temporária do exercício do mandato deve ser decidida pelo Plenário, por maioria simples.

V – faltar, sem motivo justificado, a dez sessões ordinárias consecutivas ou a quarenta e cinco inter-
caladas, dentro da sessão legislativa ordinária ou extraordinária.

São duas as hipóteses, portanto:


• ausência a dez sessões ordinárias consecutivas;
• ausência a quarenta e cinco sessões ordinárias intercaladas.

Nota!
São computadas para esses fins tanto as reuniões ordinárias realizadas durante Sessão
Legislativa Ordinária (de 2 de fevereiro a 22 de dezembro) quanto em Sessão Legislativa Ex-
traordinária (nos recessos parlamentares, se houver convocação nos termos constitucionais).

Nota!
Conforme o Regimento Interno do Senado Federal, são:
• sessões ordinárias, as realizadas nos dias e horários determinados (segundas a quin-
tas-feiras, a partir das 14 horas, e sextas-feiras, a partir das 9 horas), durante SLO ou SLE;
• sessões extraordinárias, as realizadas em dias e/ou horários diversos dos previstos para
as sessões ordinárias, tanto durante SLO quanto em SLE.

A ausência imotivada a mais de um terço das sessões ordinárias leva, segundo a Constitui-
ção Federal, à perda do mandato por declaração da Mesa do Senado, segundo o art. 55, III, da
Constituição Federal:

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da
Casa a que pertença, salvo licença ou missão autorizada.

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Código de ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte II
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Nota!
A perda temporária do exercício do mandato deve ser aplicada de ofício pela Mesa, como
determina o parágrafo único do art. 12.

Art. 11. Serão punidas com a perda do mandato:

A perda do mandato é a penalidade mais graves preconizada pelo Código de Ética e Decoro
Parlamentar, reservada, por isso, às infrações mais graves.

I – a infração de qualquer das proibições constitucionais referidas no art. 3º (Constituição Federal, art. 55);

Nota!
Consta no referido art. 3º deste Código:

Art. 3º É expressamente vedado ao Senador:


I – desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, so-
ciedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato
obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que seja demissível ad
nutum, nas entidades constantes da alínea anterior;
II – desde a posse:
a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que seja demissível ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a;
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo (Constituição Federal, art. 54).

A perda de mandato por descumprimento do art. 54 da Constituição Federal, que é reproduzido


pelo art. 3º do Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal, é prevista na própria
Constituição Federal, no art. 55, I:

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior.

Nesta hipótese, a decisão sobre a perda do mandato é da competência do Plenário do Senado


Federal, por maioria absoluta, como manda o § 2º desse artigo:

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


..................................................................................................
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados
ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de parti-
do político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

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II – a prática de qualquer dos atos contrários à ética e ao decoro parlamentar capitulados nos arts.
4º e 5º (Constituição Federal, art. 55);

Nota!
Os arts. 4º e 5º deste Código determinam:

Art. 4º É, ainda, vedado ao Senador:


I – celebrar contrato com instituição financeira controlada pelo Poder Público, incluídos nesta veda-
ção, além do Senador como pessoa física, seu cônjuge ou companheira e pessoas jurídicas direta
ou indiretamente por ele controladas;
II – dirigir ou gerir empresas, órgãos e meios de comunicação, considerados como tal pessoas
jurídicas que indiquem em seu objeto social a execução de serviços de radiodifusão sonora ou de
sons e imagens;
III – praticar abuso do poder econômico no processo eleitoral.
Art. 5º Consideram-se incompatíveis com a ética e o decoro parlamentar:
I – o abuso das prerrogativas constitucionais asseguradas aos membros do Congresso Nacional
(Constituição Federal, art. 55, § 1º);
II – a percepção de vantagens indevidas (Constituição Federal, art. 55, § 1º), tais como doações,
ressalvados brindes sem valor econômico;
III – a prática de irregularidades graves no desempenho do mandato ou de encargos decorrentes.

As previsões do art. 4º deste Código de Ética não tem referência constitucional. A perda
de mandato, portanto, decorre da expressa previsão contida nesta Resolução, por inclusão no
conceito de quebra de decoro parlamentar.
No caso do art. 5º, a referência ao decoro parlamentar é expressa no próprio caput.

Em virtude do enquadramento como hipóteses de quebra do decoro parlamentar, a perda do


mandato, em todos os casos dos arts. 4º e 5º será da competência do Plenário do Senado
Federal, por maioria absoluta, em votação ostensiva, por conta da previsão do art. 55, II, e § 2º,
da Constituição Federal.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
................................................................................................
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o
abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vanta-
gens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados
ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de parti-
do político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

III – a infração do disposto nos incisos III, IV, V e VI do art. 55 da Constituição.

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Nota!
Veja essa remissão constitucional:

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


...............................................................................................
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da
Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
...........................................................................................
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados
ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de parti-
do político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de
ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado
no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato,
nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§
2º e 3º.

Dessas hipóteses:
• a infração ao inciso VI leva à perda do mandato, como regra, por decisão do Plenário do
Senado Federal, por maioria absoluta, em votação ostensiva;

O Supremo Tribunal Federal, em sua jurisprudência, aponta duas hipóteses nas quais a conde-
nação criminal definitiva de Senador produz automaticamente a perda do mandato:
• quando o cumprimento da pena em regime fechado consumir o saldo do mandato;
• quando o cumprimento da pena em regime fechado levar à ausência à mais de um terço
das sessões ordinárias do Senado.
• a infração aos incisos III, IV e V leva à perda do mandato por declaração da Mesa do
Senado Federal.

Segundo a jurisprudência recente do Supremo Tribunal Federal, nas hipóteses dos incisos IV
e V do art. 55, a perda do mandato deverá necessariamente ser declarada pela Mesa do Sena-
do Federal.
Apenas na hipótese do inciso III a Mesa terá a faculdade de declarar a perda do mandato ou não.

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EXERCÍCIOS
001. (QUESTÃO INÉDITA) As declarações obrigatórias periódicas devem ser apresentadas
pelos membros do Senado Federal à Mesa, para fins de ampla divulgação e publicidade, cons-
tituindo ato contrário ao Código de Ética a não apresentação dessas declarações nos prazos
especificados.

As declarações obrigatórias periódicas devem ser apresentadas ao Conselho de Ética e Deco-


ro Parlamentar, na forma do art. 6º do Código de Ética.
Errado.

002. (QUESTÃO INÉDITA) A Declaração de Bens e Fontes de Renda e Passivos só precisa ser
apresentada no momento da posse do Senador.

Essa Declaração deve ser apresentada também 90 dias antes das eleições seguintes.
Errado.

003. (QUESTÃO INÉDITA) É atribuição do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar dar ampla
publicação e divulgação às declarações obrigatórias periódicas apresentadas pelos Senadores.

Como consta no art. 6º, § 1º.


Certo.

004. (QUESTÃO INÉDITA) Segundo os termos do Código de Ética, é possível a qualquer cida-
dão solicitar diretamente, mediante requerimento ao Conselho de Ética do Senado, quaisquer
informações que se contenham nas declarações obrigatórias periódicas.

Conforme o art. 6º, § 2º, o requerimento deve ser dirigido à Mesa do Senado Federal.
Errado.

005. (QUESTÃO INÉDITA) A Declaração de Bens e Fontes de Renda e Passivos deve incluir
também passivos de responsabilidade do cônjuge do Senador e de pessoa jurídica por este
controlada.

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Como determina o art. 6º, I.


Certo.

006. (QUESTÃO INÉDITA) O Código de Ética determina que Senadores devam, até a data de
entrega da Declaração do Imposto de Renda de pessoa física à Receita Federal, entregar cópia
dessa Declaração ao Conselho de Ética do Senado.

O prazo é até 30 dias após o fim do prazo de entrega da declaração à Receita Federal, na forma
do art. 6º, II.
Errado.

007. (QUESTÃO INÉDITA) A Declaração de Interesse só deve ser usada, segundo o Código
de Ética, quando o Senador se entenda impedido de participar de determinada deliberação
no Senado.

Na forma do art. 6º, III, essa Declaração também pode ser usada quando o Senador entenda
legítima a sua participação na deliberação.
Errado.

008. (QUESTÃO INÉDITA) Nos termos do Código de Ética, a publicação das declarações obri-
gatórias periódicas somente é obrigatória no Diário do Senado Federal.

O art. 6º, § 1º, I, indica também a obrigatoriedade de publicação em jornal de grande circulação
e na Voz do Brasil.
Errado.

009. (QUESTÃO INÉDITA) A pena de advertência, prevista pelo Código de Ética pode ser ver-
bal ou escrita.

O art. 7º, I, não prevê a forma de advertência escrita.


Errado.

010. (QUESTÃO INÉDITA) A pena de advertência é aplicada pela Mesa do Senado.

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Na forma do art. 8º, a advertência é aplicada pelo Presidente do Senado, de Comissão ou do


Conselho de Ética.
Errado.

011. (QUESTÃO INÉDITA) A medida disciplinar de censura, quer na forma verbal, quer na es-
crita, pode ser aplicada pelo Presidente do Senado.

A censura verbal pode ser aplicada pelo Presidente do Senado, na forma do § 1º do art. 9º,
mas a censura escrita só pode ser imposta pelo Conselho de Ética, e homologada pela Mesa
do Senado (art. 9º, § 2º).
Errado.

012. (QUESTÃO INÉDITA) Presidente de Comissão pode aplicar a medida disciplinar de


advertência.

É o que determina o art. 9º, caput.


Certo.

013. (QUESTÃO INÉDITA) A reincidência em conduta punível com censura leva à aplicação da
medida disciplinar de perda temporária do exercício do mandato.

Na forma do art. 10, I.


Certo.

014. (QUESTÃO INÉDITA) Entre as condutas puníveis com censura verbal está a prática de
atos que perturbem a ordem de reunião de comissão.

Como autoriza o art. 9º, III.


Certo.

015. (QUESTÃO INÉDITA) A pena de censura escrita só pode ser aplicada pelo Conselho de
Ética se vier a ser homologada pelo Presidente do Senado.

O art. 9º, § 2º, determina que a competência para a homologação da censura escrita é da
Mesa, e não do Presidente.
Errado.

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016. (QUESTÃO INÉDITA) O uso, em discurso, de expressão atentatória ao decoro parlamen-


tar é punível com censura escrita.

O art. 9º, § 2º, I, prevê expressamente essa hipótese.


Certo.

017. (QUESTÃO INÉDITA) A prática de ofensa física a qualquer pessoa, mesmo que não Sena-
dor, nas instalações físicas do Senado, é conduta punível com censura verba ou escrita.

A pena é de censura escrita, na forma do art. 9º, § 2º, II.


Errado.

018. (QUESTÃO INÉDITA) A medida disciplinar de perda temporária do exercício do mandato


só pode ser aplicada por Plenário, por maioria simples.

O Código de Ética admite uma hipótese de aplicação dessa medida disciplinar pela Mesa, em
relação à conduta descrita no art. 10, V, como prevê o art. 12.
Errado.

019. (QUESTÃO INÉDITA) Se um Senador revelar ou der publicidade a deliberações secretas


do plenário do Senado, essa conduta é punível com a perda do mandato.

Na forma do art. 10, III, a conduta descrita é punível com a perda temporária do exercício
do mandato.
Errado.

020. (QUESTÃO INÉDITA) A falta a sessões realizadas em Sessão Legislativa Extraordinária


não pode ser considera para fins de aplicação da medida disciplinar de perda temporária do
exercício do mandato.

O art. 10, V, admite o cômputo de sessões realizadas em SLE.


Errado.

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GABARITO
1. E 8. E 15. E
2. E 9. E 16. C
3. C 10. E 17. E
4. E 11. E 18. E
5. C 12. C 19. E
6. E 13. C 20. E
7. E 14. C

Gabriel Dezen
Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Especialista em Direito Constitucional é,
atualmente, consultor legislativo concursado do Senado Federal. Foi, sempre por concurso público, dele-
gado de polícia federal e analista de Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. É professor de Direito
Constitucional e conferencista e parecerista nessa área jurídica. É autor de diversas obras sobre esse ramo
do Direito Público, a principal delas: Constituição Federal Interpretada (Editora Impetus).

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