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CÓDIGO DE

ÉTICA E DECORO
PARLAMENTAR DO
SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar
do Senado Federal – Parte IV

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte IV

Sumário
Gabriel Dezen

Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte Quatro.. ....................... 3


Exercícios......................................................................................................................................... 22
Gabarito............................................................................................................................................ 26

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CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal – Parte IV
Gabriel Dezen

CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO


SENADO FEDERAL – PARTE QUATRO
CAPÍTULO VI-A
DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA
Art. 17-A. Iniciado o processo disciplinar, o Conselho procederá às diligências e à instrução pro-
batória que entender necessárias, assim como as requeridas pelo representante ou denunciante,
pelo representado ou denunciado e pelo relator e pelos demais membros do Conselho, mediante a
intimação prévia do representado ou denunciado, que poderá ser feita por intermédio de seu gabi-
nete no Senado Federal, para, querendo, acompanhar os atos.

Veja em fluxograma essa sequência processual:

NOTA!
Perceba que esse regulamento processual se aplica tanto aos atos punidos com advertên-
cia ou censura (a partir de denúncia) quanto aos puníveis com perda do mandato (a partir de
representação).

Entre as diligências poderá estar o depoimento pessoal do Senador ou Senadora denunciado


ou representado, na forma do art. 17-B.

Em quadro, quanto à competência para requerer diligências:

– Relator;
– membros do Conselho;
Requerentes de diligências e atos – representante ou denunciante (autor),
de instrução probatória diretamente ou por procurador;
– representado ou denunciado (réu), diretamente
ou por procurador.

Todas os atos de instrução probatória e todas as diligências poderão ser acompanhadas


pelo Senador ou Senadora, diretamente ou por procurador habilitado.

Parágrafo único. Nos casos puníveis com suspensão de prerrogativas regimentais, a instrução pro-
batória será processada em, no máximo, 30 (trinta) dias úteis.

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NOTA!
Este Código de Ética não prevê expressamente esse tipo de pena.

Art. 17-B. O Conselho poderá convocar o representado ou denunciado para prestar depoimento
pessoal.

O depoimento pessoal do Senador ou Senadora denunciado ou representado é uma das


diligências possíveis ao Conselho de Ética, no trabalho de instrução processual.

Parágrafo único. Se forem inquiridas testemunhas, o depoimento pessoal do representado ou de-


nunciado, quando colhido, poderá precedê-las, desde que respeitado o seu direto de ser ouvido
também posteriormente a elas.

Desta forma, o depoimento pessoal do Senador ou Senadora denunciado ou representado


poderá ocorrer antes ou depois da oitiva de testemunhas.
O direito de ser ouvido após o depoimento das testemunhas é incontornável, em razão dos
predicados do contraditório, da ampla defesa e da “paridade de armas”.

Art. 17-C. Em caso de produção de prova testemunhal, o Presidente deverá conduzir os trabalhos
e estabelecer a forma de sua execução.

Ao Presidente do Conselho de Ética incumbe conduzir todas as reuniões deste órgão e


ordenar os trabalhos.

Parágrafo único. Havendo convocação de reunião para oitiva de testemunha, observar-se-ão as


seguintes normas, nessa ordem:
I – serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo representante ou denunciante, as convocadas
por iniciativa do Conselho e, por último, as arroladas pelo representado ou denunciado;

A ordem de inquirição das testemunhas, portanto, fica assim:

2 3
1
Oitiva das testemunhas Oitiva das testemunhas
Oitiva das testemunhas
convocadas pelo Relator ou indicadas pelo membro do
arroladas pelo autor da
por membros do Conselho Senado que seja réu no
denúncia ou representação.
de Ética. processo.

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Veja esse conjunto de regras neste outro quadro-resumo:

1. 4.
3.
Prestação de 2. Inquirição das
Inquirição das
compromisso das Inquirição das testemunhas de
testemunhas de
testemunhas do testemunhas de acusação pelos
acusação pelo
representante acusação pelo membros do
denunciado ou seu
ou denunciante Relator. Conselho e outros
representante.
(acusação). Senadores.
7. 8.
5. 6.
Inquirição das Inquirição das
Prestação de Inquirição das
testemunhas do testemunhas do
compromisso das testemunhas do
Conselho pelo Conselho pelos
testemunhas do Conselho pelo
denunciado ou seu membros deste e
Conselho. Relator.
representante. outros Senadores.
12.
9. 11.
Inquirição das
Prestação de 10. Inquirição das
testemunhas
compromisso das Inquirição das testemunhas
de defesa pelos
testemunhas do testemunhas de de defesa pelo
membros do
representado ou defesa pelo Relator. denunciado ou seu
Conselho e outros
denunciado (defesa). representante.
Senadores.

II – preferencialmente, a inquirição das testemunhas ocorrerá numa única sessão, devendo ficar
separadas as de acusação das de defesa e serem recolhidas a lugar de onde não possam ouvir
debates nem as respostas umas das outras;

A oitiva das testemunhas, nesses termos, deverá ocorrer em uma mesma reunião do Con-
selho de Ética.
A imposição de separação das arroladas pela acusação e pela defesa tem por objetivo
preservar a integridade dos depoimentos.

III – a testemunha prestará compromisso e falará somente sobre o que lhe for perguntado, sendo-
-lhe defesa qualquer explanação ou consideração inicial à guisa de introdução;

Apesar da previsão da prestação de compromisso pela testemunha, o Supremo Tribunal Fe-


deral garante a esta o direito ao silêncio, com base no privilégio contra autoincriminação.

IV – ao relator será facultado inquirir a testemunha no início do depoimento e a qualquer momento


que entender necessário;

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NOTA!
A inquirição das testemunhas pode ser feita:
• pelo Relator da matéria no Conselho de Ética (inciso IV);
• pelo Senador réu, diretamente ou por procurador (inciso V);
• pelos membros do Conselho de Ética (inciso VI);
• pelos demais Senadores (inciso VII).

V – após a inquirição inicial do relator, será dada a palavra ao representado ou denunciado ou ao seu
procurador para que formule as perguntas que entender necessárias;

O membro do Senado que seja réu no processo, diretamente ou por seu procurador cons-
tituído, só poderá interpelar a testemunha após o Relator.

VI – feitas as perguntas, será concedido a cada membro do Conselho o prazo de até 10 (dez) mi-
nutos improrrogáveis para formular perguntas;

O prazo para cada Senador, membro do Conselho de Ética ou não, é de dez minutos, im-
prorrogáveis.

NOTA!
Veja que este inciso VI autoriza a inquirição da testemunha:
• pelos membros do Conselho de Ética;
• pelos demais Senadores e Senadoras que não integrem este órgão.

Não está previsto neste Código de Ética o direito à réplica da testemunha e o direito de tréplica
do Senador arguente.

VII – a chamada para que os Senadores inquiram a testemunha será feita de acordo com a lista de
inscrição, passando-se a palavra primeiramente aos membros do Conselho e a seguir aos demais
Senadores;

A lista de inscrição constará de livro próprio, existente na sala de reunião do Conse-


lho de Ética.

NOTA!
Na ordem de inquirição relativa aos membros do Conselho de Ética constarão tanto os
titulares quanto os suplentes.
A ordem de inquirição entre estes será a da lista de inscrição.

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VIII – após os titulares e suplentes inquirirem a testemunha, será concedido aos Senadores que não
integram o Conselho o mesmo prazo dos seus membros, para suas arguições;

O prazo é para cada Senador não membro do Conselho de Ética será de dez minutos, im-
prorrogáveis.

IX – a testemunha não será interrompida, exceto pelo Presidente ou pelo relator;

Esta previsão impede que os demais Senadores, membros do Conselho de Ética ou não,
façam a interrupção nas declarações orais de testemunha.
Impede também que os defensores do acusado ou representantes dos autores da denún-
cia ou representação façam tais interrupções.

X – se a testemunha se fizer acompanhar de advogado, este não poderá intervir ou influir, de qual-
quer modo, nas perguntas e nas respostas, sendo-lhe permitido consignar protesto ao Presidente
do Conselho, em caso de abuso ou violação de direito.
Art. 17-D. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou
suspeitas.

O parágrafo único, abaixo, admite excepcionalmente a oitiva de testemunhas impedidas


ou suspeitas, mas apenas na condição de informantes.

Parágrafo único. Sendo estritamente necessário, os Senadores ouvirão testemunhas impedidas ou


suspeitas, mas os seus depoimentos serão prestados independentemente de compromisso e os
Senadores lhes atribuirão o valor de informantes.

O depoimento como mero informante reduz significativamente o peso e o valor probatório


das declarações.

Não há possibilidade, nos termos deste parágrafo único, de oitiva de incapazes, mesmo como
informantes.
A exceção se limita a testemunhas impedidas ou suspeitas.

Em quadro-resumo:
Exceção
Admite-se o depoimento como testemunha
Regra impedidas ou suspeitas, mas serão prestados sem
Não poderão depor como compromisso.
testemunhas os incapazes, os A testemunha, nesse caso, será considerado mero
impedidos e os suspeitos. informante.
Não há possibilidade de admissão de depoimento
de incapaz, mesmo como informante.

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Art. 17-E. A Mesa, o representante ou denunciante e o representado ou denunciado poderão reque-
rer a juntada de documentos novos em qualquer fase do processo, até o encerramento da instru-
ção, desde que pertinentes à matéria suscitada na representação ou denúncia.

A legitimação para a juntada de novos documentos é restrita aos indicados.

A instrução documental da fase de instrução probatória, portanto, não se reveste de efeito


preclusivo.

NOTA!
A referência a “documentos novos” se deve ao fato de que a denúncia ou representação,
quando apresentadas, já deverão estar instruídas com documentos.

Art. 17-F. Se necessária a realização de perícia, o Conselho, em decisão fundamentada, designará


perito, que poderá ser de órgão externo ao Senado Federal.

A perícia é forma probatória no processo.

§ 1º Feita a designação, o relator poderá formular quesitos e fixará de imediato o prazo para a en-
trega do laudo, comunicando o fato ao perito para início dos trabalhos.

Esta previsão impede que outros Senadores, membros do Conselho de Ética ou não, apre-
sentem quesitos à perícia.
Mesmo o Presidente do Conselho de Ética está impedido à quesitação.

§ 2º Incumbe ao representante ou denunciante e ao representado ou denunciado apresentar que-


sitos e designar assistente técnico, dentro do prazo de 3 (três) dias úteis contado da intimação da
designação do perito.

Este dispositivo trata da quesitação da acusação e da defesa.

Art. 17-G. O representado ou denunciado terá ciência da data e local designados pelo relator ou
indicados pelo perito para ter início a produção da prova.

Essa informação se destina a permitir que o Senador réu no processo possa acompanhar,
pessoalmente ou por representante, a realização da perícia.

Art. 17-H. O perito apresentará o laudo na Secretaria do Conselho, no prazo fixado pelo relator.
Parágrafo único. É lícito ao Conselho convocar o perito para prestar esclarecimentos orais.

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Veja esse tópico em quadro resumo:


– Perito será designado pelo Conselho, em decisão
fundamentada.
– O perito pode pertencer ao Senado ou não.
– Poderá haver a atuação de assistentes técnicos,
indicados pela acusação e pela defesa.
Regulamento para produção de – O perito responderá aos quesitos formulados
prova pericial pelo Relator, pela acusação e pela defesa.
– O laudo do perito será entregue no prazo
determinado pelo Relator, na Secretaria do
Conselho.
– O perito poderá ser convocado pelo Conselho
para esclarecimentos orais complementares.

Art. 17-I. Produzidas as provas, o relator declarará encerrada a instrução, intimará o representado
ou denunciado para apresentar suas alegações finais no prazo de 3 (três) dias úteis e, após isso,
entregará relatório que será apreciado pelo Conselho no prazo de 10 (dez) dias úteis.

Em quadro-resumo, os prazos desta previsão:

Prazo para alegações finais do


Três dias úteis.
representado ou denunciado
Prazo para a apreciação do
relatório do Relator pelo Dez dias úteis.
Conselho de Ética
Prazo para a conclusão do
Não está previsto.
relatório pelo Relator

NOTA!
Perceba que são produzidas duas peças defensivas pelo membro do Senado que seja réu
no processo:
• a defesa prévia (art. 15, II)
• as alegações finais (art. 17, I)

§ 1º Recebido o relatório, a Secretaria do Conselho o desdobrará em duas partes, disponibilizando


para divulgação apenas a primeira parte, descritiva, ficando a segunda parte, que consiste na análise
e no voto do relator, sob sigilo até sua leitura em reunião pública.

O relatório do Relator terá as seguintes partes:

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Parte descritiva.
Relatório
É historiado o processo, sem qualquer juízo de valor.
Parte analítica.
Análise
É feita a análise e valoração das provas obtidas.
Parte conclusiva.
Voto A partir das análises da parte anterior, o Relator lançará
conclusões sobre todos os aspectos da acusação.

O desdobramento previsto neste dispositivo, portanto:


• determinará a divulgação aos membros do Conselho de Ética da primeira parte Rela-
tório);
• manterá em sigilo a segunda parte (Análise e Voto) até a leitura do relatório em reunião
pública do Conselho de Ética.

§ 2º O parecer poderá concluir pela procedência da representação ou pelo seu arquivamento, ofe-
recendo-se, na primeira hipótese, o Projeto de Resolução apropriado para a declaração da perda
do mandato.

De forma esquemática:

Se o plenário do Conselho
Parecer do Relator pelo Vai à deliberação do de Ética aprovar essa
arquivamento Conselho de Ética. conclusão, encerra-se o
feito.
O Relator acosta ao corpo
Se aprovado o parecer
do parecer o projeto de
Parecer do Relator pela nesses termos, o projeto de
resolução do Senado
procedência da acusação resolução será votado pelo
determinando a perda do
Plenário do Senado.
mandato.

Agora, em fluxograma dessa parte final do processo:

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Será feita na forma do art. 17-O.

CAPÍTULO VI-B
DAS NULIDADES
Art. 17-J. Quando esta Resolução, o Regimento Interno do Senado Federal ou norma subsidiária
prescreverem determinada forma, sob pena de nulidade, sua decretação não poderá ser requerida
pela parte que lhe deu causa.

Este dispositivo replica regra do Direito Processual segundo a qual a nulidade não pode
aproveitar a quem lhe deu causa.
A forma referida é a estabelecida para atos determinados, como a defesa prévia e as ale-
gações finais, que devem ser escritas.
Vindo a ser anulado o ato, aplica-se o art. 17-L, que anula todos os seus efeitos.

NOTA!
Se a prática do ato processual de forma diversa da estabelecida for punível com a nulida-
de, aplica-se o caput deste art. 17-J.
Se não houver a sanção de nulidade do ato praticado de forma diversa, aplica-se o parágra-
fo único deste artigo.

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Parágrafo único. Quando houver forma prescrita, sem cominação de nulidade, o Conselho conside-
rará válido o ato se, realizado de outro modo, atingir a sua finalidade.

Aplica-se, neste caso, a fungibilidade dos atos processuais, segundo a qual se um ato é
praticado de forma diversa da estabelecida e a isso não se comina nulidade, tal ato será apro-
veitado se atingir a sua finalidade.

Art. 17-L. Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subsequentes, que dele dependam.

Essa sanção anulatória vai determinar a repetição do ato processual anulado – exclusi-
vamente se da anulação resultar prejuízo ao acusado, como consta no art. 17-M, § 1º – e,
portanto, que o processo político disciplinar retroceda à fase em que ocorreu o ato anulado.

A extensão da nulificação será definida pelo Conselho de Ética, na forma do art. 17-M, abaixo.

Art. 17-M. O Conselho, ao pronunciar a nulidade, declarará quais atos são atingidos, ordenando as
providências necessárias, a fim de que sejam repetidos ou retificados.

Essa repetição, como consta no § 1º, abaixo, só ocorrerá se da anulação do ato e dos seus
efeitos resultar prejuízo ao parlamentar acusado.
A extensão da nulificação, em termos teóricos, abrange também os atos e efeitos que de-
rivaram diretamente do ato anulado, como se lê no art. 17-N, abaixo, que determina anulação
apenas dos atos que não possam ser aproveitados.

§ 1º O ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar o representado ou de-
nunciado.

O eventual prejuízo à acusação, portanto, não conduz à repetição do ato anulado.

NOTA!
Se for possível a absolvição do acusado sem o refazimento do ato anulado, esta providên-
cia não se concretizará., como consta no § 2º deste artigo, abaixo.

§ 2º Quando puder decidir do mérito a favor do representado ou denunciado, o Conselho não pro-
nunciará a nulidade nem mandará repetir o ato declarado nulo, ou suprir-lhe a falta.

Neste caso, apesar de o ato ter sido praticado de forma contrária à prevista, de ter por isso
cominada a sanção de sua nulidade, e de seu refazimento aproveitar teoricamente ao Senador
acusado, a possibilidade de decisão absolutória deste torna desnecessária a repetição do ato,
pois disso resultaria excessivo apego ao formalismo.

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Art. 17-N. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam
ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários, a fim de se observarem as
disposições legais.

Os atos, decisões e providências decorrentes do ato anulado por questão formal somente
serão anulados se não puderem ser aproveitados no processo. Os que não puderem ser apro-
veitados deverão ser repetidos.

CAPÍTULO VI-C
DA APRECIAÇÃO DO PARECER
Art. 17-O. Na reunião de apreciação do parecer do relator, o Conselho observará os seguintes pro-
cedimentos, nessa ordem:

Uma vez concluído o parecer do relator, este será entregue ao Presidente do Conselho de
Ética, para a deliberação colegiada.

I – anunciada a matéria pelo Presidente, dar-se-á a palavra ao relator, que procederá à leitura do
relatório;

Aberta a reunião do Conselho de Ética, o presidente deste órgão anunciará a sua finalidade.

Nesta parte é lido apenas o relatório do parecer do Relator, ou seja, apenas a parte descritiva.
A análise e o voto, portanto, não são lidos neste momento.

II – será concedido o prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogável por mais 10 (dez), ao representado
ou denunciado e/ou seu procurador para defesa oral, sendo-lhe facultada a entrega prévia de me-
moriais escritos aos membros do Conselho;

Essa intervenção oral se refere apenas à narrativa dos fatos constante do relatório do
parecer do Relator.
A entrega de memoriais escritos para defesa é opcional, como também o é a defesa oral.

III – será a palavra devolvida ao relator para leitura do seu voto;

Neste momento, o Relator concluirá a leitura do seu voto, apresentando a análise e as


conclusões.

IV – a discussão do parecer terá início, podendo cada membro do Conselho usar a palavra, durante
10 (dez) minutos improrrogáveis, após o que será concedido igual prazo aos Senadores que não
integram o Conselho;

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A ordem de uso da palavra para discussão do parecer do Relator, uma vez concluída a lei-
tura deste, será:

Membros do Conselho de Dez minutos improrrogáveis a


Primeira prioridade
Ética. cada orador.
Senadores e Senadoras não
Dez minutos improrrogáveis a
Segunda prioridade membros do Conselho de
cada orador
Ética.

V – o Conselho passará à deliberação, que se dará em processo de votação nominal;

A votação do parecer será nominal.


Em órgãos fracionários, como comissões e o Conselho de Ética, a votação nominal é reali-
zada por chamada nominal, e não por painel eletrônico.

VI – o resultado final da votação será publicado no Diário do Senado Federal.

A publicação referida apenas indicará se o Conselho de Ética decidiu pela absolvição ou


condenação do acusado.

Se a decisão for pela condenação do acusado, o parecer do Conselho de Ética deverá ser en-
caminhado à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal, na forma do
§ 2º deste artigo.

§ 1º É facultado ao representado ou denunciado pedir a palavra pela ordem para esclarecer sucin-
tamente a matéria em discussão.

Essa intervenção pode ocorrer a qualquer tempo ao longo da discussão, e configura uma
nova hipótese de apresentação de tese defensiva.

§ 2º Em caso de pena de perda do mandato, o parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar


será encaminhado à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania para exame dos aspectos cons-
titucional, legal e jurídico, o que deverá ser feito no prazo de 5 (cinco) sessões ordinárias.

A CCJ não poderá se manifestar sobre o mérito da decisão do Conselho de Ética. Sua com-
petência se limita aos aspectos referidos: constitucionalidade, legalidade, juridicidade.
O prazo para o parecer da CCJ é de cinco sessões ordinárias, contadas do recebimento da
matéria por esta comissão.

§ 3º Concluída a tramitação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e na Comissão de Constitui-


ção, Justiça e Cidadania, será o processo encaminhado à Mesa e, uma vez lido no Expediente, será
publicado no Diário do Senado Federal e distribuído em avulsos para inclusão em Ordem do Dia.

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Quando a CCJ concluir seu parecer será o processo enviado à Mesa do Senado Federal,
para a abertura da fase de plenário.
Veja, em quadros sequenciais, essa parte processual:

4.
2. 3. Prazo ao acusado
1.
Presidente do Palavra ao Relator, para defesa oral,
Reunião pública do
Conselho anuncia a para leitura do por 20 minutos,
Conselho
matéria relatório prorrogáveis por ais
10 minutos
7.
6.
Palavra aos 8.
Palavra aos
5. Senadores e Votação nominal.
membros do
Palavra ao Relator Senadoras que Só votam os
Conselho, por 10
para leitura do voto não integram o membros titulares
minutos cada, para
Conselho, para do Conselho de Ética
discussão
discussão
10 11
9
Se a conclusão Parecer da CCJ 12.
Publicação do
for pela perda sobre as questões À Mesa do Senado
resultado no Diário
do mandato, o constitucionais, Federal
do Senado Federal
processo vai à CCJ legais e jurídicas
16
13 14 15 Inclusão na Ordem
Leitura no Período Publicação no Diário Distribuição em do Dia de sessão,
do Expediente do Senado Federal avulsos para deliberação e
decisão

Art. 18. Quando um Senador for acusado por outro, no curso de uma discussão ou noutra circuns-
tância, de ato que ofenda sua honorabilidade, pode pedir ao Presidente do Senado, do Conselho de
Ética e Decoro Parlamentar ou de Comissão, que apure a veracidade da arguição e o cabimento de
sanção ao ofensor, no caso de improcedência da acusação.

A competência para a apuração da veracidade de acusações feita por um Senador a outro


é, à escolha do ofendido:
• do Presidente do Senado Federal;
• do Presidente do Conselho de Ética;
• de Presidente de Comissão.

Art. 19. Para a apuração de fatos e das responsabilidades previstas nesta Resolução, o Conselho
poderá solicitar auxílio de outras autoridades públicas, inclusive quanto à remessa de documentos
necessários à instrução probatória, ressalvada a competência privativa da Mesa.

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Gabriel Dezen

Entre essas “outras autoridades públicas” estão:


• o Tribunal de Contas da União
• a Receita Federal
• a Advocacia Geral da União
• a Controladoria Geral da União

Art. 20. O processo disciplinar regulamentado neste Código não será interrompido pela renúncia
do Senador ao seu mandato nem serão, pela mesma, elididas as sanções eventualmente aplicáveis
ou seus efeitos.

Esta previsão adapta a regra do art. 55, § 4º, da Constituição Federal, segundo o qual a
renúncia de Senador submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato terá
seus efeitos suspensos até a decisão do plenário.
Esta prescrição não impede a renúncia, mas apenas assenta que, ocorrendo esta, o pro-
cesso de perda de mandato prosseguirá seu curso.

Art. 21. Quando, em razão das matérias reguladas neste Código, forem injustamente atingidas a
honra ou a imagem da Casa, de seus órgãos ou de qualquer dos seus membros, poderá o Conselho
de Ética e Decoro Parlamentar solicitar intervenção à Mesa.
CAPÍTULO VII
DO CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR
Art. 22. Compete ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar zelar pela observância dos preceitos
deste Código e do Regimento Interno, atuando no sentido da preservação da dignidade do mandato
parlamentar no Senado Federal.
§ 1º Ressalvados os casos previstos no inciso I do art. 3º desta Resolução, a representação ou de-
núncia somente poderá abordar atos ou omissões ocorridas no curso do mandato do representado
ou denunciado.

NOTA!
A referência é às vedações contra o membro do Senado Federal incidentes desde a
diplomação.

§ 2º Os Senadores estão sujeitos ao julgamento do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar a partir


de sua posse.

A prescrição tem razão de ser, pois o diplomado somente é formalmente membro do Se-
nado Federal com a posse.

Art. 23. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar será constituído por quinze membros titulares e
igual número de suplentes, eleitos para mandato de dois anos, observado, quanto possível, o princí-
pio da proporcionalidade partidária e o rodízio entre Partidos Políticos ou Blocos Parlamentares não
representados, devendo suas decisões ser tomadas ostensivamente.

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De forma esquemática, sobre a composição do Conselho de Ética:

Membros titulares Quinze.


Membros suplentes Quinze.
Mandato Dois anos.
Pelo princípio da proporcionalidade
Distribuição das vagas de partidos políticos e blocos
parlamentares em Plenário.

1 – Os suplentes pertencem necessariamente aos mesmos partidos políticos e blocos parla-


mentares dos respectivos titulares.
2 – Não há vedação expressa à reeleição.
3 – Não há previsão expressa acerca do critério que será usado para atribuição de vagas a
partidos e blocos parlamentares não representados na composição do Conselho pelo critério
da proporcionalidade partidária.

§ 1º Os líderes partidários submeterão à Mesa os nomes dos Senadores que pretenderem indicar
para integrar o Conselho, na medida das vagas que couberem ao respectivo Partido.

A indicação dos membros do Conselho de Ética, nas vagas que couberem a cada partido
político ou bloco parlamentar, é da competência do respectivo Líder.

§ 2º As indicações referidas no parágrafo anterior serão acompanhadas pelas declarações atuali-


zadas, de cada Senador indicado, onde constarão as informações referentes aos seus bens, fontes
de renda, atividades econômicas e profissionais, nos termos dos incisos I, II e III do art. 6º.

Este dispositivo faz referência às declarações periódicas dos Senadores.

§ 3º Acompanhará, ainda, cada indicação, uma declaração assinada pelo Presidente da Mesa, cer-
tificando a inexistência de quaisquer registros, nos arquivos e anais do Senado, referentes à prática
de quaisquer atos ou irregularidades capitulados nos arts. 8º e 11, independentemente da legisla-
tura ou sessão legislativa em que tenham ocorrido.

O art. 8º trata das situações puníveis com advertência.


O art. 11 veicula as situações puníveis com perda do mandato.

§ 4º Caberá à Mesa providenciar, durante os meses de fevereiro e março da primeira e da terceira


sessões legislativas de cada legislatura, a eleição dos membros do Conselho.

A data determinada pela Mesa poderá ser de qualquer dos dois meses indicados.

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A eleição dos membros do Conselho de Ética ser feita sobre cédula completa, com os 15
titulares e 15 suplentes.

Art. 23-A. Se for oferecida representação ou denúncia contra Senador ou se houver qualquer maté-
ria pendente de deliberação, o Presidente do Conselho convocará seus membros com antecedên-
cia de pelo menos 2 (dois) dias úteis, para se reunirem na sede do Senado Federal, em dia e hora
prefixados, para escolha do relator, nos termos do art. 15, III, e 17, § 4º.

Como o Conselho não tem dias e horários prefixados para as suas reuniões, estas ocorre-
rão, na forma deste artigo, apenas quando recebida representação ou denúncia contra Sena-
dor, ou para deliberar sobre processo em andamento.

NOTA!
O § 3º, I, deste artigo, permite reunião do Conselho fora da sede do Senado.

§ 3º Por deliberação de seus membros, o Conselho poderá:


I – reunir-se, eventualmente, em qualquer outro local fora da sede do Senado Federal para audiên-
cia de instrução da representação ou denúncia;

§ 1º Em nenhum caso o horário das reuniões do Conselho coincidirá com o da Ordem do Dia das
sessões deliberativas ordinárias ou extraordinárias do Senado Federal ou do Congresso Nacional,
sob pena de nulidade do que for deliberado no Conselho.

NOTA!
1 – veja que a vedação não é com o horário das sessões do Senado, mas apenas com o da
Ordem do Dia de cada sessão.
2 – não há vedação à coincidência com o horário das reuniões das comissões permanen-
tes ou temporárias.

§ 2º As reuniões serão públicas, salvo quando, por força de lei, se faça necessário resguardar o
sigilo de bens constitucionalmente tutelados, especialmente a intimidade da pessoa humana e a
proteção do menor, e os votos serão ostensivos.

Em quadros-resumo:

Regra Reuniões públicas do Conselho de Ética.


Reuniões secretas, quando necessária à proteção da intimidade,
Exceção
do menor e de outros valores constitucionalmente protegidos.

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Regra Votações ostensivas (abertas).


Exceção Não há.

§ 3º Por deliberação de seus membros, o Conselho poderá:

A maioria necessária às decisões referidas neste parágrafo é simples.

I – reunir-se, eventualmente, em qualquer outro local fora da sede do Senado Federal para audiên-
cia de instrução da representação ou denúncia;

Há possibilidade, portanto, de o Conselho de Ética realizar reuniões fora da sede oficial do


Senado Federal.

II – por comissão constituída por 3 (três) membros ou por servidores do Senado Federal, inspecio-
nar lugar ou coisa a fim de esclarecer fato ligado ao objeto da representação ou denúncia, lavrando
termo circunstanciado.

Este inciso admite, assim, a realização de diligências in loco, fora da sede do Senado.
Essa diligência pode ser feita por comissões de 3 Senadores membros do Conselho de
Ética, ou por servidores designados.

§ 4º As diligências a serem realizadas fora do Senado Federal, que exijam a atuação de outros en-
tes da Federação ou de outros Poderes da República, serão feitas por intermédio da Mesa.

É a Mesa do Senado Federal, que representa esta instituição externamente, que interme-
diará a realização de diligências fora da sede do Senado.

Art. 24. Ressalvadas as normas previstas nesta Resolução, o Conselho de Ética e Decoro Parla-
mentar observará, quanto à organização interna e ordem de seus trabalhos, as disposições regi-
mentais relativas ao funcionamento das Comissões, inclusive no que diz respeito à eleição de seu
Presidente e designação de relatores.

Esta previsão, portanto, determina a aplicação subsidiária do Regimento Interno do Sena-


do Federal nos trabalhos do Conselho de Ética, em tudo o que não colidir com as prescrições
deste Código de Ética.

§ 1º Os membros do Conselho deverão, sob pena de imediato desligamento e substituição, obser-


var a discrição e o sigilo inerentes à natureza de sua função.

O desligamento, em caso de infringência desta determinação, é da competência do Presi-


dente do Conselho de Ética.

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Ocorrendo o desligamento, o Líder do partido ou bloco parlamentar a que pertença o mem-


bro desligado será informado para que indique substituto.

§ 2º Será automaticamente desligado do Conselho o membro que não comparecer, sem justificati-
va, a três reuniões, consecutivas ou não, bem assim o que faltar, ainda que justificadamente, a mais
de seis reuniões, durante a sessão legislativa.

Essas faltas são aferidas durante o período de mandato dos membros do Conselho, que
é de dois anos.
Em quadro-resumo:

– faltas injustificadas a 3 reuniões do Conselho,


consecutivas ou não, durante cada Sessão
Desligamento automático de
Legislativa Ordinária anual.
membro do Conselho de Ética e
– faltas, justificadas ou não, a mais de 6
Decoro Parlamentar
reuniões, durante cada Sessão Legislativa
Ordinária anual.

Art. 25. O Corregedor do Senado participará das deliberações do Conselho de Ética e Decoro Par-
lamentar, com direito a voz e voto, competindo-lhe promover as diligências de sua alçada, neces-
sárias aos esclarecimentos dos fatos investigados.

NOTA!
O Corregedor do Senado não é membro do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Por esta prescrição, o Corregedor do Senado terá direito a discutir e votar as matérias de
competência do Conselho de Ética.
Trata-se de uma única exceção singular: é a única situação em que um não membro do
Conselho tem direito de voto.

CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 26. O Orçamento Anual do Senado consignará dotação específica, com os recursos necessá-
rios à publicação das Declarações Obrigatórias previstas no art. 6º.

O art. 6º cuida da publicação e divulgação das declarações obrigatórias aos Senadores.


Esta dotação referida neste artigo vai custear os gastos com tal divulgação.

Art. 26-A. Se necessário, o Presidente, por deliberação do Conselho, prorrogará, por prazo determi-
nado, a investigação e o julgamento da representação ou da denúncia.

As prorrogações referidas neste artigo se dão na seguinte sequência:

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• o Presidente do Conselho de Ética decide pela necessidade de prorrogação;


• a decisão é submetida ao plenário do Conselho de Ética;
• se o Conselho a aprovar, por maioria simples, a prorrogação se dará pelo prazo deter-
minado. Se o Conselho rejeitar a decisão, a providência deverá ocorrer no prazo esta-
belecido neste Código.

Art. 26-B. Aplicar-se-ão, subsidiariamente, ao processo disciplinar parlamentar, a Lei n. 9.784, de


29 de janeiro de 1999 (Lei de Processo Administrativo), o Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de
1941 (Código de Processo Penal),e a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo
Civil), no que for cabível.
Art. 27. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 28. Revogam-se as disposições em contrário.
Senado Federal, 17 de março de 1993.

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EXERCÍCIOS
001. (QUESTÃO INÉDITA) O Relator do Conselho de Ética tem competência para requerer dili-
gências necessárias à instrução probatória.

Isso é autorizado pelo art. 17-A, caput.


Certo.

002. (QUESTÃO INÉDITA) É admitido a qualquer membro do Conselho de Ética requer a re-
alização de diligências necessárias à instrução probatória de processo disciplinar que vise a
perda do mandato de Senador.

A possibilidade consta expressamente no art. 17-A, caput.


Certo.

003. (QUESTÃO INÉDITA) Nos termos do Código de Ética, nos casos puníveis com suspensão
de prerrogativas regimentais a instrução probatória do processo político disciplinar será pro-
cessada em no máximo trinta dias úteis.

É o que determina o art. 17-A, parágrafo único.


Certo.

004. (QUESTÃO INÉDITA) Não é lícito ao Conselho de Ética convocar o Senador representado
para depoimento pessoal antes da finalização do parecer de mérito.

A possibilidade é autorizada pelo art. 17-B, caput.


Errado.

005. (QUESTÃO INÉDITA) Há possibilidade no Código de Ética de o Senador representado ser


ouvido em depoimento pessoal duas vezes no processo de instrução.

A possibilidade consta no art. 17-B, parágrafo único.


Certo.

006. (QUESTÃO INÉDITA) No caso de oitiva de testemunhas, as da defesa serão ouvidas ne-
cessariamente após as de acusação e as convocadas pelo Conselho.

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Como consta no art. 17-C, parágrafo único, I.


Certo.

007. (QUESTÃO INÉDITA) O Código de Ética determina que, de forma preferencial, a inquirição
de testemunhas será realizada em uma única reunião.

Teor do art. 17-C, parágrafo único, II.


Certo.

008. (QUESTÃO INÉDITA) O relator da matéria no Conselho de Ética tem a prerrogativa de in-
quirir qualquer das testemunhas no início do depoimento e a qualquer tempo, quando entender
necessário.

Como determina o art. 17-C, parágrafo único, IV.


Certo.

009. (QUESTÃO INÉDITA) A inquirição de testemunhas pelos membros do Conselho de Ética


ocorrerá após a arguição inicial do Relator e após a participação do Senador acusado.

A prescrição vem do art. 17-C, parágrafo único, V.


Certo.

010. (QUESTÃO INÉDITA) Senador não membro do Conselho de Ética pode fazer perguntas
às testemunhas arroladas no processo disciplinar para perda do mandato.

A possibilidade está no art. 17-C, parágrafo único, VII.


Certo.

011. (QUESTÃO INÉDITA) Em seus depoimentos, as testemunhas poderão ser interrompidas


apenas pelo Presidente, pelo Relator e pelos membros do Conselho de Ética.

Apenas o Presidente e o Relator podem interromper a testemunha, como determina o art. 17-C,
parágrafo único, IX.
Errado.
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012. (QUESTÃO INÉDITA) Não é lícito a advogado que acompanhe testemunha interferir das
respostas ou consignar protestos ao presidente do Conselho de Ética.

A consignação de protestos é admitida pelo art. 17-C, parágrafo único, X.


Errado.

013. (QUESTÃO INÉDITA) Não há hipótese de oitiva, como testemunha, de pessoa incapaz.

É o que determina o art. 17-D.


Certo.

014. (QUESTÃO INÉDITA) É admissível a juntada de novos documentos ao processo discipli-


nar para perda do mandato em qualquer fase até a decisória.

É o que autoriza o art. 17-E.


Certo.

015. (QUESTÃO INÉDITA) A designação de perito pode ser feita pelo acusado ou seu re-
presentante.

O art. 17-F determina que apenas o Conselho de Ética pode designar perito.
Errado.

016. (QUESTÃO INÉDITA) O prazo para o perito apresentar seu laudo ao Conselho de Ética é
de dez dias úteis, segundo o Código de Ética.

O Código de Ética não indica esse prazo. O art. 17-H informa que o prazo será indicado
pelo Relator.
Errado.

017. (QUESTÃO INÉDITA) O prazo para a apresentação das alegações finais é de três dias
úteis, e corre apenas após o encerramento da instrução.

Como determina o art. 17-I.


Certo.
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018. (QUESTÃO INÉDITA) O relatório do Relator será apreciado pelo Conselho de Ética, no
caso de processo de perda de mandato, no prazo de dez dias úteis.

É o que determina o art. 17-I.


Certo.

019. (QUESTÃO INÉDITA) Recebido o relatório do Relator, esse será, em inteiro teor, divulgado
pelo Conselho de Ética, para publicidade de suas conclusões e preparação da fase decisória.

Apenas o relatório (parte descritiva) será divulgado, não o sendo a parte relativa às conclu-
sões, como determina o art. 17-I, § 1º.
Errado.

020. (QUESTÃO INÉDITA) Se o parecer concluir pela procedência da acusação pela perda do
mandato, deverá incluir projeto de resolução do Senado nesse sentido.

É o que determina o art. 17-I, § 2º.


Certo.

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GABARITO
1. C 8. C 15. E
2. C 9. C 16. E
3. C 10. C 17. C
4. E 11. E 18. C
5. C 12. E 19. E
6. C 13. C 20. C
7. C 14. C

Gabriel Dezen
Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Especialista em Direito Constitucional
é, atualmente, consultor legislativo concursado do Senado Federal. Foi, sempre por concurso público, de-
legado de polícia federal e analista de Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. É professor de Direito
Constitucional e conferencista e parecerista nessa área jurídica. É autor de diversas obras sobre esse
ramo do Direito Público, a principal delas: Constituição Federal Interpretada (Editora Impetus).

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